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DIREITO PENAL GERAL - PROF. ROGÉRIO SANCHES29/07/2008 INTENSIVO I

AULA 1

DIREITO PENAL

1 – CONCEITO:

a) sob aspecto formal: é um conjunto de norma que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções a serem-lhes aplicadas.

b) sob aspecto sociológico: o direito penal e mais um instrumento(ao lado dos demais ramos do direito) do controle social de comportamento desviados, visando assegurar a necessária disciplina social, bem como a convivência harmônica de seus membros.

2 – FUNÇÃO:

- É aqui nasce o funcionalismo.

a) funcionalismo teleológico de Roxin: b) funcionalismo sistêmico de Jakobs:

- o fim do direito penal é assegurar bens jurídicos, valendo-se das medidas de política criminal.

- o fim do direito penal é resguardar a norma, sistema, o direito posto, atrelado aos fins da pena.(Direito penal do inimigo: se praticou crime é inimigo do Estado)

- crime de bagatela: não feriu de maneira relevante o bem jurídico, assim para Roxin é atípico penal, um indiferente penal.

- crime de bagatela: preocupado com império do sistema, se agiu contra o sistema deve ser tratado com inimigo, há crime independente do grau de lesão.

3 – DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO:

-OBJETIVO- conjunto de leis em vigor no pais.

-SUBJETIVO – direito de punir do Estado.

-Sempre um é atrelado ao outro, a existência de um depende de outro. O direito penal objetivo é expressão do poder punitivo do Estado.

- O direito penal é monopólio do Estado, mas há exceções onde o Estado passa o poder punitivo para o particular. EX:Art. 57 da lei 6001/73 (Estatuto do índio), a punição do TPI.

4 – FONTES DO DIREITO PENAL: origem, lugar de onde vem a norma jurídica.

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a) material: fonte de produção, ou seja, órgão encarregado de criar o direito penal. Art. 22 e §ú CRF. Não é só a União que pode legislar no direito penal, pois se autorizado por lei complementar os Estados excepcionalmente podem legislar em matéria especificas ao direito local concernentes aos itens do Art. 22 CRF.

b) formal: (revelação/ conhecimento) processo de exteriorização das regras produzidas pela união.

4.1 – Espécies de fonte formal

DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA(STF)-Imediata: lei -Imediata:

a) Direito incriminador: lei, ato administrativos complementares na normas penais em branco(portaria do m. saúde). b) Direito não incriminador: constituição, tratados internacionais, lei e jurisprudência (sumula vinculante).

-Mediata: costumes e princípios gerais de direito.

-Mediata: costumes e princípios gerais de direito.

4.2 – Hierarquia dos tratados internacionais ratificados:

- Tendência do STF:

Tratados ratificados antes e.c. 45 Tratados ratificados depois e.c. 45-status de norma constitucional. (Ministro Celso Melo) (Conv. Amer. D H.)

- a) tratados de direito humanos: a1) ratificados com quorum de emenda constitucional: norma constitucional. a2) ratificados quorum comum: norma supra legal. Tratados ficam entre a lei e CRF. - b) tratados não de direito humanos:b1) ratificados com quorum de emenda constitucional: norma constitucional. b2) ratificados quorum comum: norma legal

4.3 - Costumes:

Conceito: espécie de fonte formal mediata do direito penal, consistente nos comportamentos uniformes e constantes, pela convicção de obrigatoriedade e necessidade jurídica.

-Costumes jamais criam crime.

-Costume pode revogar a lei:

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1cr.: Art. 2° LICC – A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Somente lei revogada outra. (prevalece)

2cr.: O direito penal proíbe o costume incriminador, mas não proíbe o costume que revogue a infração penal, é quando o comportamento dado como crime, passa a ser tolerado como crime. (minoritária)

Ex: O jogo do bicho.

-Costume interpretativo:

Ex1: Mulher honesta:

Qual o crime que exige implicitamente a expressão mulher honesta? R: Art. 218 CP – corrupção de menores. Se a pessoa já esta corrompida nos prazeres da carne. Não existe corrupção.

E2: Repouso noturno: Art. 155,§1° CP

4.4 – Princípios Gerais do direito

Conceito: espécie de fonte formal mediata, consistente no direito que na consciência comum de um povo (pode ser positivado ou não)

5 – FORMAS DE INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

Extrair da lei penal seu verdadeiro significado.

5.1 – QUANTO AO SUJEITO QUE INTERPRETA(ORIGEM)

a) autêntica ou legislativa: a interpretação é dada pela própria lei. Ex: conceito de funcionário público. Art. 327 CP.

b) doutrinária: a interpretação é feita pelos estudiosos. Ex: exposição de motivos do CP.

c) jurisprudencial: a interpretação é fruto das decisões reiteradas dos nossos tribunais. Ex: ec45 – sumula vinculante.

Questão MP minas: quanto ao sujeito qual a classificação se dá a exposição de motivos do CP? R: é uma exposição de motivos dada pelos estudiosos que trabalharam no projeto de lei. Sendo assim no CP é doutrinaria. Ao contrario acontece no CPP que é autentica.

5.2 – QUANTO AO MODO

a) literal ou gramatical: leva em conta o sentido literal das palavras.

b) teleológica: indaga-se a vontade ou intenção da lei, atendendo-se ao seus fins.

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c) histórica: procura-se a origem da lei

d) sistemática: a lei é interpretada como o conjunto da legislação ou mesmo com os princípios gerais direito.

5.3 – QUANTO AO RESULTADO

a) declarativa: a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer.

b) extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto.

c) restritiva: reduz o alcance da palavra para que corresponda a vontade do texto.

d) progressiva (adaptativa ou evolutiva): a interpretação acompanha o progresso da ciência, que pode ser medica por exemplo. Ex: transexual: é aquele dictomia sexual. Psicologicamente mulher e fisicamente homem.

Questões:

É possível estupro de transexual?r:é possível ao transexual a oblação do órgão e alterar o registro civil, sendo assim possível a vitima de estupro.

É possível aplicar a lei Maria da penha ao transexual? R: conseqüentemente também aplicar a lei de proteção a mulher.

É possível interpretação extensiva contra réu? R: Art. 157, §2°, I CP. O que é arma para dispositivo? R: caco de vidro, lamina de gillete.

Interpretação extensiva ou restritiva quanto a Arma:

1cr.: sentido próprio: instrumento fabricado com finalidade bélica.(restritiva)

2cr.: sentido impróprio: instrumento com ou sem finalidade bélica, possível para o ataque ou defesa. (extensiva) – prevalece.

Não existe no direito brasileiro, vedação à interpretação extensiva.

Tem minoria que não admite a interpretação extensiva, por aplicação do principio “in dubio pro réu” que nasceu somente para o processo penal no campo das provas.

INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E ANALOGIA.

ANÁLOGICA ANALOGIA- O significado que se busca é extraído do próprio dispositivo, existe norma a ser aplicado ao caso concreto, levando se em conta expressões genérica e abertas utilizadas pelo legislador depois de enunciar exemplos.

- As hipóteses de interpretação extensiva e analógica não se confundem com analogia. Na analogia não há interpretação, mas sim integração, pois, nesse caso, partimos do pressupostos de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual

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socorre-se daquilo que o legislador previu para outro similar.

ex: arma: faca, pedaço de pau, vidro, canivete ou outro instrumento que sirva para o ataque. (terminou com uma formula genérica). Art. 121,§2°, I(“ou por outro motivo torpe”)

ex: não admite analogia contra o réu, somente a favor do réu, pois ao contrario fosse, iria ferir o principio da legalidade. - expressão cônjuge não abrange a união estável.

6 – PRINCIPIOS RELACIONADOS COM A MISSAO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL

6.1 – Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos: o direito penal só esta legitimado para proteger bens jurídicos relevantes do homem.

6.2 – Princípio da intervenção mínima: o direito penal só deve intervir quando estritamente necessário, mantendo-se subsidiário e fragmentário.

-Subsídiariedade: o direito penal só intervém em abstrato diante do fracasso dos demais

ramos do direito. (ultima ratio – derradeira trincheira no combate) CRIAÇÃO DE TIPOS PENAIS

*O direito penal protege o furto em abstrato e não vem agir: pelo furto de uma caneta.

-fragmentáriedade: o direito penal só intervém no caso concreto quando houver

relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. PUNIÇÃO

*O direito penal só vem agir : por exemplo o furto de caminhão.

6.3 – Principio da insignificância:

Questão: o principio da insignificância é desdobramento lógico de qual espécie do principio da intervenção mínima? R: da fragmentariedade.

Pode aplicar o principio da insignificância? Para criminoso habitual? Para o reincidente? R: STJ controvertido e dividido entre sim e não.

STJ não aplica princípio da insignificância a ladrão de bicicleta e de uísque Para que se configure o chamado crime de bagatela ou princípio da insignificância, não se leva em conta apenas o valor do bem material subtraído, mas também a condição econômica da vítima e as circunstâncias e conseqüências do delito cometido. Com esse entendimento, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu o pedido de habeas-corpus de J.E.C., preso por furtar uma bicicleta e uma garrafa de uísque em Mato Grosso do Sul.

Ao analisar o pedido, o ministro relator Jorge Mussi ressaltou que, apesar de os bens furtados totalizarem R$ 91,80, uma das vítimas, o marceneiro Valdemir Teles Cunha, utilizava a bicicleta (avaliada em R$ 70,00) como meio de transporte para se deslocar até o trabalho. A bicicleta para ele é um bem relevante e de repercussão no seu patrimônio.

J.E.C. foi condenado pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) à pena de um ano e seis meses de reclusão em regime inicial aberto e ao pagamento de 20 dias-multa. A Defensoria Pública entrou com pedido de habeas-corpus em favor do acusado no TJMS. O pedido foi negado e a sentença foi mantida.

Novo recurso foi interposto no TJMS, visando à absolvição do acusado sob a alegação de que deveria ser aplicado o princípio da insignificância ou bagatela para o caso do furto da bicicleta e da garrafa de uísque. A defesa alega que o fato tido como delituoso não teve relevância na esfera penal.

Segundo o ministro relator Jorge Mussi, a Quinta Turma afastou a pretendida absolvição do acusado com a aplicação do princípio da insignificância ou de bagatela, pois o valor da bicicleta é significativo ao patrimônio da vítima, pessoa humilde e de pouca posse. Afirma que, para a configuração do chamado crime de bagatela, não se leva em conta apenas o valor econômico e a importância do objeto material subtraído, mas também a condição econômica da vítima e as circunstâncias e conseqüências do delito cometido.

Quanto à segunda vítima, apesar de a defesa alegar que é proprietária de “um dos maiores supermercados da região”, inexiste prova nos autos ou qualquer documento que prove a afirmação. Na decisão, o ministro relator ressalta que o acusado voltou a delinqüir logo após o primeiro furto e, embora a garrafa de uísque tenha comprovadamente pequeno valor, pela sua natureza de bebida alcoólica, não se justifica a aplicação do referido princípio.

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7 – PRINCÍPIO RELACIONADOS COM O FATO DO AGENTE

7.1 – Princípio da exteriorização ou materialização do fato: o Estado só pode incriminar condutas humanas voluntarias, isto é, fatos.

Ex: Art. 2° CP. Art. 59 leis de contravenções (verdadeiro direito penal do autor – fere o princípio em comento)

7.2 – Princípio da ofensividade ou lesividade: para que ocorra o delito é imprescindível que haja lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Se adotar esse principio não existe o crime de perigo abstrato. O STF não admite mais crime de perigo abstrato.

-Crime de perigo:

a) abstrato: o perigo carece de prova, pois absolutamente presumido por lei.

b) concreto: o perigo deve ser demonstrado.

b1) determinado: quando exige vitima certa.

b2) indeterminado: não exige vitima certa.

Ex: agente portando arma de fogo sem munição: crime de perigo concreto indeterminado.

AULA 2 06/08/2008

8 – PRINCIPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO FATO

a) Princípio da responsabilidade pessoa (pessoalidade ou da intranscendência da pena - Greco): proíbe o castigo pelo fato de outrem, proibindo também o castigo coletivo.

b) Princípio da responsabilidade subjetiva: Não basta ter sido causada materialmente pelo agente, tem quer ser querido, aceito ou no mínimo previsível.

Exceções:

Responsabilidade objetiva:

Ex: embriaguez não acidental completa: o agente somente quer beber, não que praticar o ilícito na hora que começa beber.

Ex2: crime de rixa onde que todos são responsáveis, inclusive a vitima.

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c) Princípio da culpabilidade: Não há responsabilidade penal se o agente não for imputável não possuir, potencial consciência da ilicitude, ou não sendo dele exigido conduta diversa.

d) Princípio da igualdade: A igualdade não é formal é igualdade substancial. Tratar os iguais com igualdade e os desiguais de maneira desigual na medida de suas desigualdades.

Ex: Art. 117 da LEI 7210

Pelo princípio da isonomia o inciso III do Art. 117 da LEP, tem sido estendido ao condenado homem, em que filho dependa dele.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:

I – condenado maior de setenta anos;II – condenado acometido de doença grave;III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;IV – condenada gestante.

e) Princípio da presunção de inocência:

Art. 5° - LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Este inciso não fala sobre inocência, mas sim de não culpa, ou seja, o princípio da não culpabilidade. Que é mais coerente com a prisão provisória.

Mas tem corrente insiste no princípio da presunção da inocência. Fundamentado no Art. 8°, 2 – da convenção de direitos humanos.

Conseqüências:

a) prisão somente depois do transito em julgado de sentença penal condenatória.

Obs: não impede em casos expecionais e imprescindíveis, a prisão cautelar. S. 9 STJ.

9. A exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência.

b) a responsabilidade do agente deve ser comprovada pelo órgão acusador.

Obs: não é acusado que deve comprovar a sua inocência, há inversão do ônus da prova.

c) “in dúbio pro réu” se juiz estiver em duvida decida em favor do réu. Este princípio nasceu no campo nas provas no processo penal, mas foi estendido pela doutrina para direito penal.

9 – PRINCIPIOS RELACIONADOS COM A PENA

a) Princípio da proibição da pena indigna: a ninguém pode ser imposta pena ofensiva a dignidade da pessoa humana.

Art. 5°, 1 – CADH

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b) Princípio da humanização das penas: ninguém pode ser submetido à pena cruel desumana e degradante.

Art. 5°, 2 - CADH

c) Princípio da proporcionalidade: a pena deve ser proporcional a gravidade da infração, sem desconsiderar as qualidades do agente.

Obs:. tem que ser observado: Legislativo:Criação do crime.\Magistrado: Cominação da pena.\Execução: Execução da pena.

d) Princípio da pessoalidade:

Art. 5°, XLV – nenhuma pena passara da pessoa do condenado.

Art. 5°, 3 - CADH

Tem doutrina falando que é relativo, pois a expressão no mesmo inciso “ e a decretação do perdimento de bens ser... estendidas aos sucessores”, sendo essa exceção ao princípio em estudo. (minoritária)

Pois confisco não é pena, e sim efeito da condenação. NÃO sendo assim exceção segundo SANCHES.

e) Princípio a vedação do “bis in idem”

- ninguém pode ser punido mais de uma vez pela pratica do mesmo ato.

Crime praticado contra mulher grávida no crime de aborto. Não pode apenar pela circunstancia mulher grávida duas vezes.

Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I – a reincidência;

II – ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe;b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma

da lei específica;

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;l) em estado de embriaguez preordenada.

***A reincidência é circunstância agravante necessária para uma individualização da pena. Não configurando bis in idem. LFG discorda, mas é minoria.

ESTUDO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

1 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

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Art. 9° - CADH

Art. 1° CP

Finalidade de limitar o poder estatal de interferência na esfera de liberdades individuais.

Seu surgimento para o Direito Penal tem gênese no movimento iluminista, recepcionado pela revolução francesa.

Art. 1o Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

1.1 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE X MEDIDA SEGURANÇA E CONTRAVENÇAO PENAL

Estende-se este princípio as contravenções penais. Mas doutrina diverge se este princípio resguarda as medidas de segurança.

1 cr.: Considerando a finalidade da medida de segurança (curativa), não esta restrita ao princípio da legalidade. Pode se criar medida provisória ate por outra espécie legislativa diferente de lei. (FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO)

2cr. É uma espécie de sanção penal, logo também limitada pelo princípio em tela. (PREVALECE)

1.2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE X RESERVA LEGAL

1cr. Princípio legalidade é igual ao Princípio reserva legal

2 cr. Princípio legalidade é diferente do princípio reserva legal, aquele se compreende de maneira ampla (CRF Art. 59 – todas as espécies normativas), enquanto ao segundo de maneira restrita (lei ordinária e complementar), logo Art. 1° é contemplado pela reserva legal.

3cr. Princípio legalidade = princípio da reserva legal mais princípio da anterioridade.

Questão:

Medida provisória pode versar sobre direito penal não incriminador, já que sabemos que penal incriminador é vedado.

1cr. Art. 62, §1°, I, ‘b’ – não pode versar sobre direito penal como todo. (prova gabarito)

2cr. Pode sim versar, o STF já admitiu sobre isso. Ex: prazo estendido para registro de armas no estatuto do desarmamento. (prova escrita)

- Este princípio é viga mestra do garantismo, que garante o cidadão contra a ingerência estatal nos direitos e liberdade individuais.

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Se dizer, que não há crime sem lei, esta pouco protegido, para resguardar deve se colocar:

-anterior: aos fatos que buscar incriminar. Aumentando a proteção ao poder punitivo. Obs: salvo quando favorável ao réu.

-escrita: proibição do costume incriminador. Obs: é possível o costume interpretativo

-estrita: proibição da analogia incriminadora. Obs: é possível analogia não incriminadora

- certa: fácil entendimento. Compreende o princípio da taxatividade ou mandado de certeza.

- necessária: respeito ao princípio da intervenção mínimo, o Estado tem que ser ultima ratio.

O ESQUEMA DEMONSTRA QUE QUANTO MENOR PRETENÇAO PUNITIVA DO ESTADO MAIOR É O GARANTISMO DO CIDADÃO

PRETENSÃO PUNTIVA

PROTEÇAO DO CIDADÃO

ANTERIOR ESCRITA ESTRITA CERTA NECESSARIA

Existe norma que contém a pena determinada, porem seu preceito primário (conteúdo) permanece indeterminado, dependendo para sua exeqüibilidade de complementação de outra norma ou ato administrativo. É chamada pela doutrina de norma penal em branco.

Como justificar a norma penal em branco em face do princípio da legalidade. Especialmente em seu aspecto de taxatividade? R: enquanto a norma não for complementada e determinada por outra norma não há aplicabilidade desta norma.

1.3 - NORMAS PENAIS EM BRANCO

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Espécies:

a) NPB homogênea (amplo): A lei é complementada pela mesma espécie legislativa. LEI complementa LEI.

Se estiver no mesmo estatuto, são chamadas homóloga ou homovitelina. CP complementa CP. Ex: 312 CP -----327 CP.

Se estiverem em estatutos diversos, são chamada heteróloga ou heterovitelina. CP complementada pela CC. Ex: 237 CP.

b) NPB heterogênea (estrito): A lei complementada por espécie normativa diversa da lei. LEI complementada ATO NORMATIVO. EX: Art. 33 LD complementada por PORTARIA do ministério da saúde.

-Questão: A complementação por portaria para lei é constitucional?

1cr.: é inconstitucional a NPB heterogênea. Pois quem esta legislando é executivo e não legislativo. Pois a portaria é feita pelo ministério da saúde.

2 cr.: Critica: Quem autorizou o executivo a deliberar por portaria. Foi o próprio legislativo. Não ferindo o princípio da legalidade, a separação de poderes. (prevalece)

c) NPB ao revés (invertida): A lei diz o que é crime, é a pena que precisa ser complementada. O complemento somente por lei. Ex: genocídio

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

a) matar membros do grupo;b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.

Será punido:

com as penas do artigo 121, § 2º do Código Penal, no caso da letra a;

com as penas do artigo 129, § 2º, no caso da letra b;

com as penas do artigo 270, no caso da letra c;

com as penas do artigo 125, no caso da letra d;

com as penas do artigo 148, no caso da letra e.

1.4 -FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

a) Político: as leis formuladas em abstrato impedem o poder punitivo com base no livre arbítrio. Por mais imoral que seja ato, não pode ser punido se não houver lei. Ex: incesto.

b) Democrático: é a prova de respeito ao princípio da divisão de poderes.

c) Jurídico: uma lei prévia e clara produz importante efeito intimidativo.

2 – EFICACIA DA LEI PENAL NO TEMPO.

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Art. 4o Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

a) T. atividade – tempo da conduta (ADOTADA NO BRASIL)

b) T. resultado – tempo resultado

c) T. mista – tempo e da conduta e resultado.

Questão:

Agente [A] disparou projétil quando tinha 17 anos, 11 meses, 29 dias e 23:30 min. A vitima morreu no dia seguinte as 00:30. Mas quando ele deu o tiro era horário de verão no relógio oficial. Resolva?

R: A doutrina majoritária diz que o horário de verão é transitório, ficção, finalidade e economia de energia, não se aplica para fins do direito penal. É inimputável assim o agente.

2.1 - RETROATIVIDADE E ULTRATIVIDADE

Por regra a lei atua em fatos durante a vigência. Se mais benéfica retroage aos fatos que praticados em sua vigência. Assim poderá continuar regular estes fatos mesmo depois revogada. [definição dada por SANCHES]

“Temos, portanto, a extra-atividade como gênero, de onde seriam espécie a “ultra-atividade” e a “retroatividade”.

“Fala-se em ultra-atividade quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante sua vigência; retroatividade seria a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.” [conceito dado pro GRECO, apanhado nosso]

Situações que podem ocorrer aplicando A REGRA DA IRRETROATIVIDADE[Art. 1°CP] OU EXCEÇÃO DA RETROATIVIDADE [Art. 2° CP.]:

Art. 1o Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.Art. 2o Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

1° - quando praticou o fato era indiferente penal, mas lei posterior definiu como crime. Aplica a regra do Art. 1°.

2° - quando praticou o fato era crime, mas lei posterior aboliu o crime. Aplica a regra do Art. 2°

3° - quando praticou o fato era crime, mas lei posterior diminui a pena. Aplica a regra do Art. 2°.

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4° - quando praticou o fato era crime, mas a lei aumentou a pena. Aplica a regra do Art. 1°.

- O Art. 2° traz uma lei abolicionista. Tem natureza jurídica do “abolitio criminis”:

1cr.: é hipótese de exclusão de tipicidade.

2cr.: é causa de isenção de pena. Extinção da punibilidade. (ADOTADA) ex: Art.107, III CP.

III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

-Questão: Lei abolicionista não deve respeito coisa julgada, por que se a coisa julgada é constitucional?

É uma garantia a favor do cidadão contra a persecução penal do Estado e não do Estado contra o cidadão. E os efeitos civis permanecem intactos, a sentença condenatória pode ser executada no civil.

-Questão: Lei abolicionista pode retroagir ainda na “vacatio legis”?R:

1 cr.: não, por que a lei na vacatio legis não tem eficácia jurídica e nem social.

2 cr.: sim, considerando a finalidade da vacatio legis lei neste estagio pode ser aplicada desde que seu destinatário tenha conhecimento. (minoritária)

2.2 – SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO CRIME CONTINUADO.

Sujeito pratica vários furtos e continuidade delitiva protelada no tempo. A mudança na lei com pena mais grave. Aplica a lei de pena mais grave.

STF 711. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência.

-Questão: É possível a combinação de leis para beneficiar o réu. Entre lei anterior e posterior?

1cr. é proibida, pois o magistrado passa a criar lei, atuando como legislador, criando uma terceira lei.(Nelson Hungria)

2cr. é possível, se o magistrado pode o mais: ignorar uma lei e aplicar outra; ele pode o menos: aplicar em parte uma e outra. (DAMASIO, DELMANTO E DOUTRINADORES MODERNOS).

O STF decidiu implicitamente do antigo Art. 14 LD aplicando a pena do Art.288 CP.

***O réu estando em fase de execução, a lei mais benéfica, aplica-se assim:

Se operação é meramente matemática é do juiz da execução. Ex: de 2/3 para 1/3.

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Se operação exige juízo de valor, tem que ser através de revisão criminal.

A S611 STF somente se aplica se houver operação matemática.

611. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das Execuções a aplicação da Lei mais benigna.

2.3 – LEI TEMPORARIAS E EXCEPCIONAIS.

Art. 3o A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Este artigo permite uma ultra-atividade maléfica?

1cr. O Art. 3° não foi recepcionado pela CRF 88, que não traz exceção de ultra-atividade maléfica, se o legislador constitucional não trouxe esta exceção não cabe ao legislador ordinário fazê-lo. (MARIO ANTONIO RIBEIRO LOPES, ZAFFARONI)

2cr. Essas exceções estão implicitamente contidas nas CRF 88. (majoritária)

CONCEITOS:

Lei temporária: é aquela que tem prefixado no seu texto o tempo de sua vigência.

Lei excepcional: é a que atende transitórias necessidades estatais, tais como: guerra, epidemias, etc. Penduram enquanto perdurar a situação de emergência.

AULA 3 12/08/2008

2.4 - SUCESSÃO DE LEIS PENAIS BRANCO

Como fica alteração do complemento da NPB, retroage se mais benefica?R:

- Se o complemento for lei, e alteração for benéfica retroage sempre.

- Se o complemento for diverso de lei a alteração for benéfica depende da intenção do legislador: Quando o complemento for norma infra-legal o decisivo é saber se a alteração da norma implica ou não, supressão do caráter ilícito do fato ou se configura apenas uma atualização legislativa.

-supressão do caráter ilícito: retroage. Ex: o Ministerio da saúde retira o lança perfume da portaria de lista de psicotrópicos.

-atualização legislativa: não retroage. Ex: Portaria do ministério da fazenda: portaria de congelamento de preços, com por exemplo: proibido vender carne acima de 10, mas depois atualiza para 15 por causa da inflação, quem vendeu a 12 entre os dois período e foi multado, não pode ser beneficiado pois foi só atualização.

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FLAVIO MONTEIRO DE BARROS: entende que qualquer alteração em complemento feita em período de normalidade retroage sempre. Mas se feita período de anormalidade, expecionais, não retroage.

2.5 - SUMULA VICUNLANTE

Se tiver sumula do STF, por exemplo, editar sumula que diga porte de arma desmuniciada é crime, neste período varias pessoas são processadas por esse crime. Passado algum tempo depois o STF cancela a sumula incriminadora.

-Questão: Pode o cancelamento de entendimento jurisprudência dominante retroagir a fatos passados?

Sim, a sumula vinculante mais benéfica, seja pelo seu cancelamento, ou por sua criação retroage aos fatos passados.

2.6 - ABOLITIO CRIMINIS X PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO TIPICA

ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO TIPICA

Supressão formal: a intenção do legislador é não mais considerar o fato como crime

Alteração formal: a intenção do legislador é manter o fato como crime, alterando apenas sua “ROUPAGEM”(TIPO).

Supressão material da figura criminosa. Manutenção do conteúdo criminoso

EX: Art. 217, 220, 240 Ex: Art. 219 148, §1°

3 – LEI PENAL NO ESPAÇO

3.1 – PRINCÍPIO DA TERRITORIEDADE:

Aplica-se a lei penal do local do crime. (independemente da nacionalidade do agente/ da nacionalidade da vitima/da nacionalidade do bem jurídico)

3.2 – PRINCÍPIO NACIONALIDADE ATIVA:

Aplica-se a lei penal correspondente a nacionalidade do agente (independentemente do lugar ou nacionalidade da vitima)

3.3 – PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA:

Aplica-se a lei do país do agente se o crime for praticado contra um co-cidadão (independente do lugar do crime). Os dois devem ser da mesma nacionalidade.

Page 16: Direito penal geral   rogerio sanches

3.4 – PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL

Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico lesado. (independentemente do lugar do crime/nacionalidade do agente).

3.5 – PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL (UNIVERSALIDADE COSMOPOLITA)

O agente fica sujeito a lei penal do país em que for encontrado. (não importa sua nacionalidade, do bem jurídico ou do lugar do crime). Geralmente para crimes, elencados em tratados em que países se comprometem a repreender.

3.6 – PRINCÍPIO DA REPESENTAÇÃO (DA SUBSIDIARIEDADE OU DA BANDEIRA)

A lei penal aplicam-se a embarcações ou aeronaves privadas quando no estrangeiro e ai não são julgados.

O BRASIL ADOTOU O PRINCÍPIO DA TERRITORIEDADE COMO REGRA, COMO A MAIORIA DOS PAÍSES. MAS UMA TERRITORIEDADE TEMPERADA. EX: Imunidade diplomática; TPI.

Art. 5o Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

3. 7 – INTRATERRITORIEDADE.

TERRITORIEDADE EXTRATERRITORIEDADE INTRATERRITORIEDADE

LEI BRASILEIRA LEI BRASILEIRA LEI ESTRANGEIRA

LUGAR BRASIL LUGAR ESTRAGEIRO LUGAR BRASIL

EX: DIPLOMATA

O Art. 5° adotou o princípio da territorialidade, porém temperado pela intraterritoriedade.

O território nacional é o espaço físico mais o território jurídico (equiparação ou fixação) conforme ao Art. 5°, §1° CP.

§ 1o Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2o É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

EMBARCAÇÃO OU AERONAVES LUGAR

PUBLICAS OU SERVIÇO DO GOVERNO EM QUALQUER LUGAR

PRIVADAS OU MERCANTES ALTO MAR OU ESPAÇO AEREO CORRESP. AO ALTO MAR

ESTRANGEIRAS PRIVADAS NO PORTO OU AEROPORTO BRASILEIRO

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OBS:

- embaixadas não são consideradas extensão do território que representam. Mas é inviolável.

Problemas elencados por BASILEU GARCIA:

- os destroços de aeronave ou embarcação continuam ostentando sua bandeira.

- destroços de dois navios de bandeiras diferentes, é feito uma jangada dos destroços, um crime acontece entre um americano e um argentino. A doutrina pede para aplicar o princípio da nacionalidade ativa.

-navio público Colombiano, aportado no Brasil, um cidadão colombiano desce e pratica um estupro. Aplica-se a lei colombiana se ele estiver a serviço do seu país, se desceu a passeio aplica-se a lei brasileira.

3.7 – LUGAR DO CRIME

Art. 6o Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

LUTA: lugar - ubiqüidade e tempo – atividade.

Ex: carta bomba: Argentino manda para o Brasil, não importa se explode no caminho ou não, é lei Brasileira.

3.7.1 – PASSAGEM INOCENTE.

Crime cometido dentro do território nacional a bordo de avião que apenas sobrevoou o País sem pousar não se aplica lei penal brasileira, mas sim a figura da chama passagem inocente. O mesmo se aplica a embarcações privadas.

3.8 – CRIMES A DISTANCIA X PLURILOCAIS:

CRIMES Á DISTÂNCIA

Crimes que percorrem pluralidade de Estados Soberanos.

Nasce um conflito internacional de jurisdição

Solução: TEORIA DA UBIQUIDADE

(Art. 6° CP)

CRIMES PLURILOCAIS

Crimes que percorrem pluralidade de locais de um mesmo Estado Soberano.

Nasce um conflito interno de competência.

Solução: TEORIA DO RESULTADO

Art. 70 CPP.

Exceção: T. atividade (l. 9099/95)

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.§ 1o Se, iniciada a execução no Território Nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do Território Nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

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Art. 7o Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I – os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL)b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,

sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL)c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL)d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

1CR.: PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL: Genocídio de brasileiros.(PREVALECE NA DOUTRINA)

2CR.: PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL: o Brasil obrigou a reprimir por tratado

3CR.: PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA: é mais equivocada

II – os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL)b) praticados por brasileiro; (PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA)c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí

não sejam julgados. (PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO/SUBSIDIARIEDADE/DO PAVILHAO/ DA BANDEIRA)

§ 1o Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

§ 2o Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional; (CONDIÇAO DE PROCEDIBILIDADE)

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (CONDIÇAO DE PROCEDIBILIDADE)c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (CONDIÇAO OBJETIVA DE

PUNIBILIDADE)d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais

favorável.

§ 3o A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:

1CR.: PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA. LFG E FLAVIO MONTEIRO. Critica: esse princípio exige que o crime seja praticado contra co-cidadão.

2CR.: PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL: PREVALECE

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;b) houve requisição do Ministro da Justiça.

*** Não existe extraterritoriedade da contravenção penal.

- O Art. 7°, I – a, b, c e d §1° - extraterritoriedade incondicionada.

- O Art. 7°, II e §3° §2° - extraterritoriedade condicionada. (condições cumulativas, todas devem estar presentes) são condições de procedibilidade da ação penal.

IMUNIDADE

Imunidade não é relativa à pessoa, e sim necessária prerrogativa funcional, necessária atribuição do cargo.

1.1 - IMUNIDADE DIPLOMATICA

Prerrogativa funcional de direito público internacional de que desfrutam:

a) os chefes de governo ou de Estado estrangeiro e sua família e membros de sua comitiva;

b) Embaixador e sua família;

Page 19: Direito penal geral   rogerio sanches

A esposa tiver nacionalidade no país que esta trabalhando ela não tem imunidade. Ex: embaixador português no Brasil, casada com brasileira.

O embaixador a imunidade é absoluta.

c)funcionários do corpo diplomático e sua família;

d) funcionários das organizações internacionais, quando em serviço. (ONU, etc)

e) Agentes consulares:

imunidade relativa aos crimes funcionais, não abrangendo assim crimes comuns.

Obs.:

imunidade não impede investigação policial.

o embaixador não pode renunciar a imunidade, mas o país o qual serve pode retirar a imunidade, fazendo que o embaixador responda pela lei do país que praticou o crime.

A maioria dos doutrinadores diz é causa especial de isenção de pena. E para minoria entre eles LFG, é uma causa impeditiva da punibilidade.

AULA 04 20/08/2008

1.2 – IMUNIBILIDADE PARLAMENTAR

1.2.1– PARLAMENTAR ABSOLUTA

(MATERIAL/ INVIOLABILIDADE/ REAL/ SUBSTANCIAL/ INDENIDADE (ZAFFARONI)) *indenidade= ileso, incólume.

Art. 53 caput da CF. A jurisprudência ampliou para imunidade civil, penal, administrativa e política.

a) Natureza jurídica da indenidade:

1) causa excludente de crime (Pontes de Miranda);

2) causa que se opõe a formação do crime (Basíleu Garcia);

3) causa pessoal de exclusão de pena (Aníbal Bruno) ;

4) causa de irresponsabilidade (Magalhães Noronha);

5) causa de incapacidade pessoal penal por razoes política (Frederico Marques);

6) causa de atipicidade (Zaffaroni e LFG) – Esta é a posição do STF.

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b) Punibilidade do participe:

Teoria da acessoriedade mínima: basta que o fato principal seja típico

Teoria da acessoriedade media (limitada) – Basta que o fato principal seja típico + ilícito. (o Brasil adota esta)

Teoria da acessoriedade máxima – Típico + ilícito + culpável

Teoria da hiperacessoriedade – Típico + ilícito + culpa + punível

A maioria da doutrina entende que sumula 245 STF só se aplica a imunidade relativa.

245. A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.

O que STF tem entendido sobre a imunidade absoluta dos parlamentares:

1)ofensa proferida nas dependências da casa legislativa: o nexo funcional é presumido (relativa)

- O ofendido deve comprovar a inexistência de nexo

2) ofensa proferida fora das dependência da casa legislativa: O nexo funcional não é presumido.

- O parlamentar deve comprovar

1.2.2 – IMUNIDADE PARLAMENTAR RELATIVA (FORMAL/ PROCESSUAL)

1) Imunidade quanto ao processo:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.§ 3o Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.§ 4o O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.§ 5o A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

EC35/01

ANTES DEPOIS

O STF necessitava de autorização da casa legislativa respectiva para processar o parlamentar

- A Imunidade abrangia crimes praticados antes ou depois da diplomação.

- A imunidade abrangia crimes comuns e funcionais

O STF não precisa de autorização para processar o parlamentar (a casa respectiva pode, no entanto sustar o andamento do processo)

- Agora a imunidade só alcança delitos praticados após a diplomação.

- A imunidade abrange crimes comuns e funcionais.

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A EC35/01 prevalece que ela é irretroativa, só pode alcançar os fatos na sua vigência, pois alterou a garantia parlamentar.

Esta imunidade é uma prerrogativa extraordinária que não alcança inquéritos policiais.

2) Imunidade quanto a prisão (art53, §2° da CF):

§ 2o Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

REGRA: Parlamentar não pode ser preso.

-Só não alcança prisão provisória. Mas a prisão definitiva sim.

-Não cabe prisão temporária.

EXCEÇÃO: Salvo em flagrante de crime inafiançável.

Injuria qualificada X Racismo

Injuria qualificada (art140, §3 do CP) Racismo

O agente atribui qualidade negativa (xingamento)

Ex. xingar no elevador a pessoa

Segregação

Ex. não deixar uma pessoa entrar no elevador social

Afiançável Inafiançável

Prescritível Imprescritível

Ação penal privada Ação penal pública incondicionada

3) Imunidade quanto ao foro (art. 53, §1° da CF)

§ 1o Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

Não alcançam processos civis somente processos penais.

Deputado e senador não vão a júri.

Obs. O foro especial só dura entanto estiver no mandato e alcança crimes praticados antes e depois da legislatura. Acabando a legislatura o processo volta a origem. Sumula 394 STF (cancelou).

4)Imunidade quanto ao dever de testemunha ( art. 53, §6° da CF)

§ 6o Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

Page 22: Direito penal geral   rogerio sanches

É uma imunidade pelo exercício do mandato.

O art.221 do CPP não se estende ao parlamentar processado ou investigado.

Parlamentar que se licencia para exercer cargo no executivo perde todas as suas imunidades parlamentares absolutas e relativas. Sumula 4 STF(cancelada)

Deputado Federal e deputado estadual têm a mesma imunidade (art.27,§1° CF). Foro especial TJ.

721. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função esta belecido exclusivamente pela Constituição estadual.

Imunidade do deputado estadual é só para o seu estado ou se estende para todos? A imunidade do deputado do estado é em todo o território nacional

Em regra o vereador só tem imunidade material, opiniões palavras e votos, em regra ele não tem imunidade relativa, mas o estado pode dar ao parlamentar municipal imunidade em sua constituição estadual. Vereador vai a Júri sumula 721 STF.

TEORIA DO DELITO

1 - TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO PENAL:

O Brasil é dualista (binário)

a) crime ou delito

LICP (RECLUSAO OU DETENÇAO)

b) contravenção penal/crime anão/ delito liliputiano/crime vagabundo.

(PRISÃO SIMPLES)

Obs. É crime. Posse para uso próprio. ART. 28 da Lei 11343/06 (infração penal “sui generes”).

O que leva o legislador saber se é crime ou contravenção?

Ex. porte ilegal de arma de fogo.

Contravenção penal Crime Crime

Antes 1997 2005

Mera opção política. Com base nas sensíveis diferenças.

1.1 - DIFERENÇA CRIME E CONTRAVENÇÃO:

Crime Contravenção

Pena privativa

Reclusão ou detenção

Art. 5° e 6° da lei das contravenções.

Prisão simples

Espécie de ação penal LCP – ART. 17(Ação penal é publica)

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Ação penal publica/ privada Exceção: 129”caput” CP – ação penal publica condicionada. A jurisprudência criou essa exceção Art. 21 LCP “vias de fato”. O STF discorda e diz que o art. 17 da LCP não tem exceção.

Punição da tentativa

PUNIVEL

Art.4° da LCP

IMPUNIVEL

ADMITE A EXTRATERRITORIEDADE NÃO ADMITE EXTRATERRITORIEDADE Art. 2 da LCP

Competência para julgamento:

Justiça estadual / justiça federal

Justiça estadual (art109, IV da CF)

Exceção: Parlamentar que praticada por quem detém foro por prerrogativa de função federal.

Limite de cumprimento da pena- crime- 30anos Limite Maximo – 5anos (art10 da LCP)

Sursis – período de prova 2 a 4 ou 4 a 6 anos 1 A 3 anos (Art. 11 da LCP)

Crime – pode reclusão pode começar no fechado Contravenção jamais pode ir para o fechado, nem ir para o fechado por meio de regressão.

2 - CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL:

INTRODUÇÃO:

FORMAL: É aqui que está estabelecido em norma incriminadora sob ameaça de pena.

MATERIAL: É comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal.

FORMAL/ MATERIAL: É aqui que esta estabelecido em norma incriminadora sob ameaça de pena. É comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal.

ANALITICO: Levam em consideração os elementos que compõem a infração penal.

AULA 05 26/08/2008 (AULA DE LFG)

3 – ANALISE DO FATO TIPICO

1° FASE: CLASSICA:

CAUSALISMO NEO-KANTISMO FINALISMOEvolução histórica: Teoria adotada entre o final do século XIX e inicio XX. Tendo como expoentes VONLISZT E BELING.

Evolução histórica: teoria adotada entre 1900 e 1930. Tendo como expoente MEZGER.

Evolução histórico: teoria adotada de 1933 a 1945. Tendo como expoente HANS WELZEL

Objetivo e neutro Objetivo e valorativo Objetivo:

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Subjetivo:Fato típico: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.

Fato típico: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.

Fato típico quanto esfera objetiva: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.Fato típico quanto a esfera subjetiva:DOLO E CULPA.

Obs: tipo penal era mera descrição abstrata do crime. Obs2: o fato típico é distinto da antijuridicidade. Obs3: dolo e culpa era analisada na culpabilidade.

Obs*: esta teoria recupera a teoria dos valores de Kant.Obs**: os requisitos do fato típico são iguais do anterior só que adotada de valor. Obs: dolo e culpa era analisado na culpabilidade.Obs1: o tipo penal não é necessariamente neutro.Obs2: a tipicidade é indicio da antijuridicidade. Obs3: dolo é dolo normativo ou jurídico composto de dois requisitos: 1 - CONCIÊNCIA DO FATO E VONTADE DE PRATICA-LA. 2 – CONCIÊNCIA DA ILICITUDE.

Obs*: a partir do finalismo dolo e culpa é analisada no fato típico.Obs**: o expoente passa chamá-lo de tipo complexo por ser composto de duas partes(objetiva e subjetiva).

Critica:Como pode exigir se consciência da ilicitude do homem popular em relação conceito do dolo. Em resposta o expoente expõe a teoria da valoração paralela da esfera do profano: profano no conceito é leigo, ou seja, a valoração paralela a jurídica se leigo sabe o que é licito.

2° FASE: MODERNA

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FUNCIONALISMO TEOLOGICO OU MODERADO

FUNCIONALISMO REDUCIONISTA OU CONTENSIONISTA

TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO – 2001

Evolução histórica: teoria nasceu em 1970, tendo como maior expoente KLAUS ROXIN

Evolução histórica: teoria nasceu em 1980, tendo como maior expoente EUGENIO RAUL ZAFFARONI

Evolução histórica: teoria nasceu em 2001, tendo como expoente o LUIZ FLAVIO GOMES.

Objetiva, subjetiva e normativa valorativa

Objetiva, Subjetivo e tipicidade conglobante

Objetivo formal, subjetiva

A) Fato típico quanto esfera objetiva: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.B) Fato típico quanto a esfera subjetiva:DOLO e INTENÇÕES ESPECIAIS. Fato típico quanto a esfera normativo valorativa:O expoente criou a teoria da IMPUTAÇÃO OBJETIVA: que se exprime pela valoração da CONDUTA E RESULTADO.Critérios para valorar:Conduta: critério criação ou incremento de risco proibido ou relevante (CIRPRE). Ex: se a conduta cria risco permitido não é típica do ponto de vista valorativo. EX2: Quem atua objetivo de evitar o risco de menor dano, não responde pelo fato típico gerado. Resultado: Se divide em dois critérios: 1 - resultado deve ser objetivamente imputado ao risco criado.2- Âmbito de proteção da norma. Se o resultado esta no âmbito da norma o agente responde sendo fato típico. Ex***

Fato típico quanto esfera objetiva: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.Fato típico quanto a esfera subjetiva:DOLO e INTENÇÕES ESPECIAIS.

Fato típico quanto a tipicidade conglobante:1 – imputação objetivaSe existe uma norma que fomenta ou que determina ou que permite uma conduta, não pode ser proibida por outra. (deve examinar todas as normas do ordenamento jurídico em conjunto como um todo globalizado)Se houver norma que permite a conduta o fato é atípico. Art. 128 CP. Até aqui esta igual ROXIN a teoria dos riscos permitidos, com uma nova roupagem. 2 – Fato típico quanto a OFENSA AO BEM JURIDICA: lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico.

a) Fato típico quanto esfera objetiva FORMAL: CONDUTA/RESULTADO NATURALISTICO/NEXO CAUSAL/ADEQUAÇÃO TIPICA.b) Fato típico quanto a esfera subjetiva:DOLO e INTENÇÕES ESPECIAIS. c) Fato típico quanto a esfera MATERIAL:c1)CONDUTA:CIRPRE (ROXIN)c2)RESULTADO JURIDICO: que para ser jurídico precisa de seis atributos: a) concreto: não aceita perigo abstrato.Perigo concreto: a velha doutrina penal admitia o perigo abstrato, a jurisprudência ainda aceita.b) transcendental: o resultado deve atentar a terceiros e não o agente. Obedecendo ao principio da alteralidade que dizer afetar terceiros. c) relevante: precisa o resultado ser significativo. Se for insignificante é fato atípico. A insignificância atinge o a tipicidade material.d) Intolerável: ex: aborto anencefálico, quando o feto não tem cérebro o totalmente mal formado e terá morte certa o aborto é tolerável. e) objetivamente imputável ao risco criado:

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f) âmbito de proteção da norma.

Obs: o expoente negava culpa em seu aspecto subjetivo dando caráter normativo(que exige valor do juiz).

Obs:1° FUNDAMENTO: porque a exigência da dimensão material:1 – teoria trimendicional do direito. Essência:Fato, valor e norma. Por isso que se adere o aspecto valorativo ao fato típico. 2 – do legalismo ao constitucionalismo: seguimos constitucionalismo.OBS2: 2° FUNDAMENTO:Legalismo: nasceu no sec. XIX com SAVGNY. E se encerrou nos julgamentos de Nuremberg. Constitucionalismo:

STJ HC 45525*** Caso dos dois motociclistas no acostamento no período noturno, motocicletas sem farol, o primeiro mata uma pessoa que caminhava. O MP denuncia os dois, o primeiro por não ter farol, homicídio culposo, o segundo por também não ter farol, por que se tivesse teria contribuído para evitar o acidente. Foram condenados em primeira instancia. Mas na corte absolveu o segundo, porque o farol é exigido para evitar acidentes próprios.

Norma penal:

1 - Primário: é dirigida a todos

Preceito primário: Art. 121 – matar alguém: é proibido matar(não usa mais “não matar”) – VISA PROTEGER A VIDA O ASPECTO VALORATIVO DA NORMA

Preceito secundário: Pena de 6 a 20 anos.

2 - Secundaria: é dirigida ao juiz

Preceito primário: aplique a pena a quem viole a norma penal.

Preceito secundário: aplicação pena.

Aplicação da teoria valorativa de MIGUEL REALE

** toda norma primaria existe para proteger um valor, assim o fato que viola o valor é anti-normativo.

Antigamente o fato adequado a lei era considerado anti-normativo. Mas hoje o fato que viola o valor e anti-normativo.

AULA 6 05/09/2008 – retorno Rogério Sanches

Page 27: Direito penal geral   rogerio sanches

4 - SUJEITO ATIVO:

O que é sujeito ativo? É o autor da infração penal.

Quem pode ser sujeito ativo? Qualquer pessoa física, com idade mínima de 18 anos.

Pessoa jurídica pode ser sujeita a autor de crime?

1°corrente: pessoa jurídica nem pratica, nem pode ser responsabilizada penalmente (responsabilidade penal objetiva)

2°corrente: pessoa jurídica pratica crime ambiental (CF/ Lei 9605/98). Podendo ser responsabilizada penalmente (responsabilidade objetiva autorizada pela CF)

3°corrente: pessoa jurídica não pratica crime nem mesmo ambiental, mas pode ser responsabilizada penalmente nas infrações contra o meio ambiente. (responsabilidade penal social). Esta terceira corrente exige requisitos da lei 9605/98 do Art.3°. (Prevalece – STJ- Fernando Galvão)

Parágrafo único: trás o sistema dupla imputação.

5 – SUJEITO PASSIVO

É a pessoa que sofre as conseqüências da infração penal.

Pode ser qualquer pessoa física ou jurídica.

-Questões de concurso:

-Sujeito passivo indeterminado: é chamado de crime vago. ex: crimes contra família

-Crimes que tem obrigatoriamente pluralidade de sujeitos passivos – crime de dupla subjetividade passiva. O próprio tipo descreve a pluralidade. Não que dizer que se refere lesão a dois bens iguais. Ex: violação de correspondência (dest e emit), abortamento do Art.125 CP (gestante e feto).

-Sujeito passivo próprio – qualidade ou condição especial da vitima. Ex: infanticídio (Art. 123 CP); estupro (Art. 213 CP).

-pessoa jurídica pode ser vitima do calunia, difamação e injuria?

1° cr. Pode ser vitima de calunia (admitindo que pj praticar crime) e difamação.

2 cr.(majoritária) Pode ser vitima apenas de difamação.

3 cr. Não pode ser vitima de nenhum crime contra honra.(MIRABETE).

- Pessoa jurídica pode ser vitima de seqüestro. Ex: seqüestro de diretor de empresa, condicionado o pagamento pela empresa.

6 – OBJETO MATERIAL

Page 28: Direito penal geral   rogerio sanches

Coisa ou pessoa sobre recaia a conduta criminosa. No homicídio a pessoa; no estupro a mulher, no furto a coisa móvel.

-crimes sem objeto material – ato obsceno e falso testemunho.

7 – OBJETO JURÍDICO

-Interesse tutelado pela norma. Não existe crime sem objeto jurídico. No homicídio a vida; no estupro os costumes e a liberdade sexual da mulher; no furto o patrimônio.

A prof. ALICE BIANCHIN defende que há um tipo sem objeto jurídico o Art. 231 CP.[tráfico internacional de pessoas]

-crimes de dupla objetividade jurídica: protegem dois os mais bens jurídicos. Ex: denunciação caluniosa: honra do inocente e regularidade da atividade da administração pública.

TEORIA DO DELITO

1 – FATO TÍPICO:[1° substrato do crime]

1.1 - Conceito:

Analítico: é o primeiro substrato do crime, ou primeiro elemento do crime (JUSEPH BETIOL)

*analítico: onde se encontra, se localiza tal instituto (está) na teoria do delito.

Material: é o fato humano não desejado, norteado pelo princípio da intervenção mínima, consistente na produção de uma conduta produtora de um resultado que se ajusta formal e materialmente ao tipo penal.

1.2 – Elementos do fato típico: [conduta, resultado, nexo causal, tipicidade]

a) CONDUTA:

a1) conceito:

-analítico: conduta é elemento do fato típico.

-material: o conceito é dado de acordo com uma das 7(sete) teorias abaixo:

Teoria Causalista: crime: Fato típico/ilícito / culpável. Sendo a conduta pertencente ao fato típico.

Conduta consiste no movimento corporal voluntário que causa modificação no mundo exterior.

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Obs.1: a conduta é desprovida de dolo e culpa que são analisados na culpabilidade como espécies.

Obs.2: a conduta é objetiva, não admitindo qualquer valoração.

Criticas:

1 – se analisa somente o movimento voluntario, não abrange os crimes omissivos.

2 – ignora elementos subjetivos do tipo. (intenção do agente é descrita no tipo)

3 – ignora elementos normativos do tipo. (ex: sem justa causa do Art. 154)

Teoria neo-kantismo (tem base causalista): crime = fato/ ilícito/culpável

Consiste em ação ou omissão, não mais neutra, expressão uma valoração negativa da lei. Reconhece a presença de elementos normativos.

Obs.1: Conduta desprovida de dolo e culpa, analisada na culpabilidade como requisitos.

Critica:

1 – se tem base causalista, como que reconhece elementos normativos. É contraditória.

Teoria finalista: crime = fato típico/ ilícito/ culpável

A conduta deixa de ser concebida como mero processo causal para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente).

Obs.1: dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico.

Criticas:

1 – o finalismo só explica crime doloso, não explica o crime culposo.

2 – centralizou sua teoria nos desvalor da conduta, deixou para segundo plano do desvalor do resultado.

Teoria do finalismo dissidente: crime = fato típico e ilícito, aqui o crime é despido da culpabilidade. Não integrando o crime, configurando pressuposto de aplicação da pena.

A conduta deixa de ser concebida como mero processo causal para ser enfocada como

Page 30: Direito penal geral   rogerio sanches

exercício de uma atividade finalista (exercício vidente).

Obs: as diferenças com a teoria anterior é somente a conduta.

Teoria social da ação: crime = fato típico/ ilícito/ culpável.

Adotando a estrutura do finalismo conceitua conduta como comportamento humano socialmente relevante.

Obs.1: dolo e culpa integram a conduta, porém voltam a ser analisado na culpabilidade.

Obs.2: dolo e culpa na culpabilidade como mero grau de reprovabilidade.

Criticas:

1 – a teoria não explica o que “socialmente relevante”.

Teoria do funcionalismo teleológico (ROXIN): crime = fato típico/ ilicitude / reprovabilidade.

A conduta, orientada pelo princípio da intervenção mínima, consiste no comportamento humano voluntario causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão a bens jurídicos tutelados.

Obs.1: a reprovabilidade é constituída de: imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; exigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena (se tiver necessidade da pena analisa a culpabilidade).

Obs.2: a culpabilidade é limite da pena.

Obs.3: dolo e culpa permanece no fato típico.

Obs.4: admite aplicação de princípios gerais não positivados. Ex: princípio da insignificância.

Obs.5: a preocupação de ROXIN é proteção de bens jurídicos.

Criticas:

1 – consiste na integração da reprovabilidade como substrato, pois esta é conseqüência.

Teoria do funcionalismo sistêmico ou radical – JAKOBS

Page 31: Direito penal geral   rogerio sanches

Crime = fato típico/ilícito/culpável

Causação (provocação) de um resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas normativas.

Obs.1: dolo e culpa permanece no fato típico.

Obs.2: a preocupação de JAKOBS não é o bem jurídico e sim o império do sistema. Se resume, no respeito ao sistema. Se você não respeita o sistema, é inimigo do estado – DIREITO PENAL DO INIMIGO.

Obs.3: somente se preocupa com que se está positivado. Só trabalha com o sistema posto.

Obs.4: NÃO reconhece princípios não positivados. Não trabalha com princípio da insignificância.

Criticas:

1 – esta doutrina serve a estados totalitários, pode exumar estados totalitários.

*** No Brasil predomina o finalismo. Em são Paulo predomina o finalismo dissidente.

** A tendência é funcionalismo de ROXIN, porém corrigido na reprovabilidade, recolocando a culpabilidade.

1.3 – CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA

O único denominador comum na analise da conduta é – movimento voluntario – não importando a teoria.

1.3.1 - Excluem a voluntariedade do movimento:

a) caso fortuito ou força maior

b) coação física irresistível:

- coação moral irresistível exclui somente culpabilidade.

c) atos reflexos: movimento não dominado pela vontade.

-atos reflexos provocados: ex: dedo no gatilho da pistola, e coloca o dedo na tomada.

d) estado de inconsciência:

-sonâmbulo

-hipnose

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1.4 – ESPECIES DE CONDUTA:

1.4.1 - CRIME DOLOSO:

-previsão legal – Art. 18, I

Conceito de dolo: é a vontade livre e consciente dirigida a realizar (ou aceitar realizar) a conduta prevista no tipo penal incriminador.

-critica: é concernente a expressão “livre”, pois o dolo não exige a vontade livre e sim vontade consciente. Assim temos:

Vontade + livre: dolo + culpabilidade (exig. Cond. Diveg)

Vontade + não livre: dolo sem culpabilidade.

a1) Elementos do dolo:

1 – elemento volitivo: vontade (querer ou aceitar fazer)

2 – elemento intelectivo: consciência (previsão)

* dolo não se confunde mero desejo: o dolo, o agente quer o resultado delitivo, como conseqüência de sua própria conduta, no desejo quer conseqüência se advento da conduta do agente.

a2) Teorias do dolo

1 – da vontade: de vontade consciente de querer praticar a infração penal

2 – da representação: o agente prevê o resultado como possível e ainda sim decide continuar a conduta.

-critica: abrange culpa consciente

3 – do consentimento ou assentimento: o agente prevê o resultado como possível e ainda assim, decide continuar agindo, assumindo o risco de produzi-lo.

A doutrina fala que o Brasil adotou em dolo direto – teoria da vontade e dolo eventual - teoria do assentimento.

a3) Espécies de dolo:

1 – dolo direto (determinado): o agente prevê o resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizar esse mesmo resultado.

2 – dolo indireto (indeterminado): o agente com sua conduta, não busca resultado certo e determinado.

2.1 – dolo alternativo: o agente prevê uma pluralidade de resultados, querendo um ou outro. O agente ferir ou matar, tanto faz.

Page 33: Direito penal geral   rogerio sanches

2.2 – dolo eventual: o agente prevê pluralidade de resultados, querendo um, mas assumindo o risco de produzir o outro. Ex: agente quer ferir, mas assume o risco de matar.

3 – dolo cumulativo: o agente pretende alcançar dois resultados em seqüência. É caso de progressão criminosa.

4 – dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico. Art.121

5 – dolo de perigo: a vontade do agente é expor a risco o bem jurídico tutelado. Art.132 CP

6 – dolo genérico: o agente tem vontade realizar a conduta sem um fim especifico.

7 – dolo específico: o agente tem vontade de realizar a conduta típica buscando um fim especifico.

*dolo genérico e especifico,não se usa mais. Hoje fala-se em dolo ou dolo com elemento subjetivo do tipo.

8 – dolo geral ou erro sucessivo: vai ser analisado no erro de tipo.

9 – dolo de 1° grau: sinônimo de dolo direto.

10 – dolo de 2° grau (necessário): o agente para alcançar o resultado querido, realiza outro não diretamente visado, mas necessário para alcançar o fim ultimo.

Dolo de 2° grau não se confunde com dolo eventual: pois naquele o resultado não diretamente querido é necessária para se alcançar a finalidade buscada; no dolo eventual o outro resultado não é necessário, mas sim possível (eventual).

Ex: exemplo de matar um agente do estado em um avião com uma bomba, mas vai atingir outros passageiros. No qual o resultado não é diretamente querido mas necessário.

DOLO 2° GRAU Resultado não diretamente querido:

a) certo ; b) necessário.

DOLO EVENTUAL Resultado não diretamente querido:

a) incerto; b)eventual(possível)

c) não necessário.

*Para LFG o dolo de representação é dolo de 2° grau.

11 – dolo de propósito: é dolo refletido. Obs.: nem sempre gera majorante de pena

12 – dolo de ímpeto: repentino. Obs.: é uma atenuante.

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AULA 7 09/09/2008

13 – dolo antecedente: antecedente a conduta; dolo concomitante: dolo presente ao tempo da conduta; dolo subseqüente: dolo posterior a conduta.

- para doutrina o que importar é dolo concomitante, porque o dolo tem sempre ser concomitante a conduta, pois os outros não são apenáveis.

-exceção: dolo no antecedente é “actio libera in causa” a embriaguez voluntaria (Art. 28, II CP) considera dolo do agente no momento ação de beber.

14 – dolo natural x dolo normativo

TEORIA PSICOLOGICA DA CULPABILIDADE

TEORIA PSICOLOGICA NORMATIVA

TEORIA NORMATIVA PURA(EXTREMADA) DA CULPBILIDADE

TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE

(idêntica a extremada só diverge no tratamento de certas discriminates)

BASE CAUSALISTA BASE NEOKANTISTA

BASE FINALISTA BASE FINALISTA

-na culpabilidade se divide em espécies dolo e culpa.

-na culpabilidade não se divide em espécies, mas passa ter elementos.

- o dolo e culpa migra da culpabilidade para o fato típico, mas somente o dolo com os elementos consciência e vontade, não tem mais atual consciência da ilicitude, ganhado a denominação de dolo natural.

- o dolo e culpa migra da culpabilidade para o fato típico, mas somente o dolo com os elementos consciência e vontade, não tem mais atual consciência da ilicitude, ganhado a denominação de dolo natural.

Elementos da culpabilidade:

-imputabilidade

Elementos da culpabilidade:

-imputabilidade

-exigibilidade de conduta diversa

-culpa

-dolo:

a)consciência, b)vontade,

c) atual consciência da ilicitude (constituído de elemento normativo)

Elementos da culpabilidade:

-imputabilidade

- exigibilidade de conduta diversa

- potencial consciência da ilicitude. (era elemento normativo do dolo, agora ganha status de elemento, mas não mais como atual e sim como potencial)

Elementos da culpabilidade:

-imputabilidade

- exigibilidade de conduta diversa

- potencial consciência da ilicitude. (era elemento normativo do dolo, agora ganha status de elemento, mas não mais como atual e sim como potencial)

CONCEITOS:

- dolo normativo: dolo adotado pela teoria psicológica normativa da culpabilidade (neokantista). É elemento da culpabilidade e tem como requisitos: a) consciência; b) vontade; c) consciência atual da ilicitude (elemento normativo).

Page 35: Direito penal geral   rogerio sanches

- dolo natural: dolo adotado pela teoria normativa pura, da culpabilidade (finalista). Integra o fato típico e tem como elementos: a) consciência e a vontade ( o elemento normativo – consciência atual da ilicitude – é transformado em requisito da própria culpabilidade, não mais atual e sim potencial).

Valoração paralela na esfera do profano: é analise do dolo normativo, em seu elemento da consciência atual da ilicitude, não na esfera do letrado em ciência do letrado, mas sim na esfera do profano, ou seja, leigo.

Obs: o doente mental e o inimputável têm dolo, tem vontade dentro do seu precário mundo valorativo.

Tem doutrina considerando que o tipo de dolo, interfere na pena. Como por exemplo o dolo direto deve ser mais severamente punido do que dolo eventual.

14.2 - CRIME CULPOSO Art. 18, II CP.

Consiste numa conduta voluntaria que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitável se o agente atuasse com o devido cuidado.

Conceito no CPM Art. 33, II

II – culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.

b1)Elementos da culpa:

1 – conduta: ação ou omissão

2 – violação de um dever de cuidado objetivo: o agente atua em desacordo com o que esperado pela lei e sociedade.

-analise aqui modalidades de culpa, ou seja, forma de violação do dever objetivo:

- imprudência: afoiteza

- negligência: falta de precaução

- imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte, oficio ou profissão.

** A denúncia tem descrever a modalidade de culpa, com se consistiu a culpa. Se não se resultará inepta.

-Questão: se o MP denúncia por negligencia e durante a instrução apura imprudência. Agora o juiz deve determinar a mutatio libeli com aditamento. De acordo com novo procedimento do 384 CPP.

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MUTATIO LIBELI ANTES DA LEI 11719 – Lei de mudança do procedimento

MUTATIO LIBELI DEPOIS DA LEI 11719 – Lei de mudança do procedimento

a) sem aditamento: nova pena não era superior.

Só existe com aditamento, pouco importando a nova pena seja menor ou maior.

b) com aditamento: nova pena é superior.

3 – resultado: exigindo o resultado naturalístico, assim entendemos que todo crime culposo é crime material, mas há exceções tais como: Art. 38 LD (crime formal) – a mera entrega da receita não exige o uso da substancia pelo paciente.

CRIME MATERIAL O tipo penal descreve a conduta e resultado naturalístico ( sendo este indispensável sem ele o tipo não se consuma)

CRIME FORMAL O tipo é composto de conduta e resultado naturalístico, só que o tipo se consuma com a mera pratica da conduta sem necessidade de resultado

CRIME DE MERA CONDUTA

O tipo só descreve a conduta.

4 – nexo de causalidade.

5 – previsibilidade: o resultado deve ter sido abrangido pela previsibilidade do agente. (possibilidade de conhecer o perigo).

Exceção de crime que não tem o elemento previsibilidade: é os crimes de culpa consciente o agente não tem mera previsibilidade, tem sim efetiva previsão.

6 – tipicidade: tem estar previsto expressamente previsto em lei.

Nos delitos culposos a ação do tipo não esta determinada legalmente. Seus tipos são, por isso, “abertos”, dependendo de complementação judicial durante a analise do caso concreto.

Alguma corrente fala que fere o mandato de certeza, do princípio da legalidade,mas o tipo culposo traz o mínimo de determinação necessário para obedecer o princípio da legalidade.

b2) Espécies de culpa:

1 – culpa consciente: o agente prevê o resultado decidindo prosseguir sua conduta, acreditando não ocorrer ou que pode evitá-lo com suas habilidades. (culpa com previsão)

Page 37: Direito penal geral   rogerio sanches

2 – culpa inconsciente: a agente não prevê o resultado que, entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível. Nesse caso qualquer outra pessoas naquelas circunstancias poderia prever a ocorrência do evento. (culpa sem previsão)

3 – culpa própria: é aquela que o agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado. É gênero da qual são espécies soa espécies a culpa consciente e inconsciente.

4 – culpa imprópria (extensão, equiparação e assimilação): é aquela que o agente por erro, fantasia certa situação de fato, supondo estar acobertado por excludente da ilicitude (descriminante putativa), e razão disso, provoca intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de ação ser dolosa responde por culpa se o erro é evitável por razões de política criminal. (Art. 20, §1°). Ex: se desafeto põe mão atrás do bolso, você achando que estava sacando uma arma, você saca da sua e dispara, matando, quando na verdade ele estava sacando um pente. Você agiu com dolo, mas achando que estava em descriminante putativa, há incidência de culpa imprópria.

Cai em concurso:

CONSIENCIA VONTADE

DOLO DIRETO PREVISÃO QUER

DOLO EVENTUAL PREVISÃO ACEITA

CULPA CONSCIENTE: culpa com previsão

PREVISÃO NÃO QUER

NÃO ACEITA

Acredita poder evitá-lo.

CULPA INCONSCIENTE.

Culpa sem previsão

PREVISIBILIDADE XXXXXXXXXXXXX

EX: Racha competição automotiva em via pública sem autorização: há dolo eventual ou culpa consciente? STJ diz que racha é dolo eventual. Sanches acha que é por razões de política criminal por dolo eventual.

CONPENSAÇÃO DE CULPAS: somente no direito civil há compensação, ao contrario do que acontece no direito penal. Assim a culpa concorrente da vitima não exclui a do agente, mas atenua a culpa do agente.

14.3 – CRIME PRETERDOLOSO

Previsão Art. 19 CP.

Page 38: Direito penal geral   rogerio sanches

É uma espécie de crime agravado pelo resultado

1 – crime doloso -- agravado dolosamente: ex: Art. 121

2 – crime culposo -- agrado culposamente: ex: incêndio culposo agravado pela morte culposamente

3 – crime culposo -- agravado dolosamente: ex: homicídio culposo CTB Art. 302 agravado pela omissão dolosa.

4 - crime doloso -- agravado culposamente: ex: lesão corporal seguida de morte. Art.

129,§3° CP. CRIME PRETERDOLOSO : DOLO NO ANTECEEDENTE CULPA NO CONSEQUENTE

14.3.1 – Elementos do preterdolo

1 – conduta dolosa visando crime menos grave (lesão)

2 – resultado culposo mais grave do que o inicialmente querido (morte)

3 – nexo entre conduta e resultado (lesão morte)

-Questão:agente empurra uma pessoa, essa pessoa bate a cabeça é morre. Que crime responde o agente? R: por ser o empurrão vias de fato, e não ter previsão legal do homicídio. O agente respondera por homicídio culposo.

15 - ERRO DE TIPO

Previsão legal: Art. 20 CP.

1 – conceito:

É a falsa percepção da realidade. Entende-se por erro de tipo aquele que recais sobre elementares (configurando hipótese de atipicidade absoluta ou relativa), circunstancias (podendo excluir majorantes, agravantes ou presunções legais), justificantes ou qualquer outro dado que se agregue a determinada figura típica.

ERRO DE TIPO

Falsa percepção da realidade

O agente não sabe o que faz.

Ex: leva o guarda-chuva de outro enganado.

ERRO DE PROIBIÇÃO

Conhece a realidade, mas não a proibição da conduta

O agente sabe, de fato, o que faz, mas ignora ser proibido.

Ex: marido que força a conjução carnal, acha que esta no direito pelas obrigações do casamento

Page 39: Direito penal geral   rogerio sanches

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TIP

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ESSENCIAL Recai sobre dados principais do tipo.

Se alertar o agente ele erra, o mesmo para de agir daquele modo.

Ex: do caçador que atira em homem achando tratar-se de veado.

ACIDENTAL Recai sobre dados periféricos do tipo

Se alertar o agente que ele erra, o mesmo corrige o erro e continua agindo do mesmo modo

Ex: agente vai ao supermercado e quer furtar um sal, mas furta açúcar.

AULA 8 23/08/2008

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L INEVITÁVEL Não há consciência e não previsibilidade

Se não consciência não há dolo.

Se não previsibilidade não há culpa.

- Conseqüência não crime

EVITÁVEL Não há consciência, mas há previsibilidade

Se não consciência não há dolo

Permanece a culpa se prevista em lei.

Para diferenciar os dois acima:

1 cr.: considera-se a figura do homem médio. Critica: quem é o homem médio, é de difícil rotulação.

2 cr.: analisa o agente no caso concreto. Idade, grau de instrução da vitima, circunstancia que rodeiam o caso concreto.

Page 40: Direito penal geral   rogerio sanches

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Conceito: representação equivocada do objeto material coisa. O agente quer atingir determinada coisa, mas acaba atingindo outra.

Ex: quero subtrair sal, mas acabo subtraindo açúcar.

Conseqüência jurídica:

-Não exclui dolo e não culpa.

-Não isenta o agente de pena.

-Responde pelo crime considerando-se o objeto material efetivamente atingido.

Obs: ZAFFARONI – discorda, se não tem previsão legal, somente doutrinaria, em duvida pro réu.

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Conceito:Representação equivocada do objeto material pessoa. O agente representa determinada pessoa, porém, em razão de erro, acaba por atingir outra. A execução é perfeita, mas a vitima foi mal representada.

Ex: quero matar meu pai, mas por má representação acabo por matar meu tio, seu irmão gêmeo.

Conseqüência jurídica:

-não exclui dolo e culpa

-não isenta de pena

-responde pelo crime considerando as qualidades da vítima pretendida, e não da vitima efetivamente atingida.

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Conceito: O agente, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, atinge pessoa diversa da pretendida. Não confundir Art. 20,§3[representa mal e executa bem] com Art. 73[representa bem e executa mal], pois tem a mesma conseqüência.

Ex: agente mira o pai, porem por erro na execução mas atinge o tio que está do lado.

Conseqüência jurídica:

-não exclui dolo e culpa

-não isenta de pena

-responde pelo crime considerando as qualidades da vítima pretendida, e não da vitima efetivamente atingida.

-Somente aplica se os dois objetos forem pessoa para pessoa. Não aplica de coisa a coisa que é tratado no erro sobre objeto. Se pessoa a coisa aplica o Art.74 CP.

Obs: A doutrina moderna diferencia em duas espécies o ABERRATIO ICTUS: por acidente [A vitima pretendida pode não estar no local. Ex: pai pelo tio] ou por erro no uso do meios execução[A vitima pretendida encontra-se no local. Ex: marmita com veneno, para o marido, mas quem come é o filho]

Page 41: Direito penal geral   rogerio sanches

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Conceito: O agente por acidente ou erro no uso dos meios de execução, provoca resultado diverso do pretendido, ofendendo bem jurídico diverso.

Ex: quero danificar o patrimônio de fulano, mas na execução acabo por atingi-lo. Quer acerta a pedra no carro, mas mata o motorista.

Art. 73

- O resultado produzido é igual ao resultado pretendido

- O agente atinge o mesmo bem jurídico.

- conseqüência:

As acima.

Art. 74

- O resultado produzido é diferente do pretendido.

-o agente atinge bem jurídico diverso do pretendido

- conseqüência:

* não isenta de pena

* responde pelo resultado produzido a titulo de culpa.

Obs: De acordo com ZAFFARONI não se aplica o Art. 74 CP se o resultado pretendido visava atingir bem jurídico, mais valioso do que o bem jurídico efetivamente lesado, sob pena de instalar a impunidade. Neste caso, o agente responde por tentativa do resultado pretendido.

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Conceito: O agente por erro, produz o resultado pretendido, porém com nexo diverso do desejado.

Espécies:

Erro sobre nexo em sentido estrito: o agente, mediante um ato, produz o resultado desejado, porém com outro nexo. ex: empurra a pessoa no mar para afoga-la, mas na queda bate a cabeça nas pedras e morre antes de chegar no mar.

Dolo geral: o agente, mediante conduta desenvolvida de dois ou mais atos, produz o resultado desejado, porém com outro nexo. Ex: Isabella nardoni. Aperta o pescoço da criança e achando que estava morta, joga a menina pela janela achando que estava morta, para simular um queda, mas esta morre da queda.

Conseqüência jurídica:

-não exclui dolo e culpa

-não isenta de pena

-vai responder pelo resultado produzido, mas pelo nexo:

1cr. O agente responde pelo crime, considerando o nexo pretendido.[nexo imaginário e não ocorrido], para evitar a responsabilidade penal objetiva.

2cr. O agente responde pelo nexo ocorrido, real.

3cr. Zaffaroni: em duvida aplica-se o nexo mais favorável a réu.

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Conceito: Erro que recai sobre valorações jurídicas equivocadas, sobre interpretações jurídicas errôneas. O agente interpreta equivocadamente o sentido jurídico do seu comportamento.

Ex: o agente de emissão de cheque sem fundo de banco privado, não sabendo que cheque é documento público.

Conseqüência:

-não exclui dolo ou culpa

-não isenta de pena

-responde pelo crime, podendo o erro, no máximo, gerar uma atenuante 66 CP.

Questão: homicida querendo matar investigador federal mata investigador estadual. O agente pelo Art. 73cp, responderá como se estivesse matado o investigador federal, mas não desloca a competência da justiça estadual, pois isso não interfere na competência.

ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO

Previsão legal: Art. 20, §2° CP.

Conceito: No erro de tipo, o agente erra por conta própria, por si só. Já no erro determinado por terceiro há um terceiro individuo que induz o agente em erro.

Ex: O Medico quer matar o paciente, enganando a enfermeira a ministrar veneno como fosse medicamento.

Conseqüência:

-quem determina o erro dolosamente, responde pelo crime doloso;

- quem determina culposamente responde por crime culposo. [hipótese de autoria mediata]

ERRO DE TIPO X DELITO PUTATIVO

ERRO DE TIPO DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO

O agente não sabe o que faz. O agente não sabe o que faz.

O agente imagina estar agir licitamente. O agente imagina estar agindo ilicitamente.

O agente ignora a presença de elementar O agente ignora a ausência de elementar.

Pratica fato típico sem querer Pratico fato atípico sem querer.

ex: atira em arbusto pensando matar um veado, mas mata um homem

Ex: atira em arbusto querendo matar o desafeto, mas mata é um animal.

16 – AÇÃO OU OMISSÃO

Page 43: Direito penal geral   rogerio sanches

16.1 – CRIME COMISSIVO

Tipo proibitivo – no crime comissivo o direito penal protege bens jurídicos, proibindo algumas condutas desvaliosas.

-O agente pratica o crime infringindo a proibição. [regra]

16.2 – CRIME OMISSIVO

Tipo mandamental – no crime omissivo o direito penal protege bens jurídicos, determinando realização de condutas valiosas.

-O agente pratica o crime deixando de agir de acordo com o que determinado por lei.

A norma mandamental pode derivar:

a) do próprio tipo penal: são tipos que traz a expressões: [deixar de....]

*OMISSIVO PRÓPRIO – DERIVAR DO PROPRIO TIPO

b) de uma clausula geral: [Art.13,§2°]

*OMISSIVO IMPROPRIO – DERIVA DE CLAUSULA GERAL

§ 2o A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

OMISSIVO PRÓPRIO [TIPO] OMISSIVO IMPROPRIO [CLAUSULA GERAL]

O agente tem dever genérico de agir. [recai sobre todos]

O agente tem o dever especifico de agir ou impedir o resultado. [recai sobre determinadas pessoas]

A subsunção[fato/norma] direta. O dever de agir está na própria norma. (a omissão está prevista no tipo incriminador)

A subsunção é indireta. O dever de impedir o resultado deriva de uma clausula geral. (a omissão não está no tipo incriminador)

Responde pelo crime comissivo, do qual deveria evitar. Como se estivesse praticado por ação.

Não admite tentativa Admite tentativa

Natureza jurídica: ausência de ação esperada. Não fazer o que juridicamente se esperava.

Natureza jurídica: uma realidade onde falta a causalidade.

O agente responde porque não age para evitar o resultado naturalístico.

Page 44: Direito penal geral   rogerio sanches

-Questão: O que é crime de conduta mista?

R: é o crime para ocorrer precisa dos dois comportamentos, ação e omissão. Mas devem estar descritos no tipo. Ex: Art.169, II CP.[apropriar-se de coisa achada, deixar de entregar a autoridade competente]. É um exemplo de crime a prazo. | Art. 168–A [deixar de passar a previdência social, as contribuição recolhidas dos contribuintes].(diverte neste artigo)

AULA 9 – 30/09/2008

17 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RESULTADO:

RESULTADO

17.1 - ESPÉCIES:

1 – Resultado naturalístico: Da conduta do agente resulta efetiva alteração física no mundo exterior. Ex.: A morte no homicídio; A diminuição patrimonial nos crimes contra o patrimônio.

2 – Resultado normativo (jurídico): Da conduta do agente, resulta lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.

17.2 - Classificação doutrinaria do crime quanto ao resultado:

a) Crime material: o tipo penal descreve = uma conduta + resultado naturalístico. Mas uma modificação do mundo exterior, sendo este resultado indispensável para consumação. Ex: art. 121, 155, 213, etc...

b) Crime formal: o tipo penal descreve = uma conduta + resultado naturalístico. Porém neste o resultado naturalístico é dispensável. A consumação é antecipada, para o momento da conduta, é chamado também de crime de consumação antecipada. É mero exaurimento a consumação do crime, considerando-o o juiz na fixação da pena. Ex: art. 158, 159 e crimes contra a honra.

**Este crime admite tentativa. Tem doutrina que diz que não. Mas o que vai dizer se admite ou não tentativa é se o resultado pode ser fracionado ou não.

b2) Tipo incongruente: A vontade do agente é maior do que a vontade do legislador exige. Ex: Extorsão mediante seqüestro a vontade do agente é locupletamento da vantagem obtido com seqüestro a vontade do legislador se satisfaz com a mera exigência da vantagem através do seqüestro.

-Elemento objetivo (exige menos que o subjetivo) - constrangimento

-Elemento subjetivo – constrangimento e enriquecimento.

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c) Crime de mera conduta: o tipo penal descreve uma mera conduta. Ex: Art. 150.

A regra é que crime de mera conduta não admite tentativa, mas comporta exceções.

-Questão: O que é um delito de tendência interna transcendente?

R: É uma espécie de delito de intenção, ou seja, é espécie de crime formal. Quer mais do que o legislador exige, não deixa de ser um delito formal. Mas pode ser este delito se dividir em delito de resultado cortado ou delito de resultado atrofiado de 2 atos.

-Questão: O que é um delito de tendência interna transcendente de resultado cortado?

O resultado naturalístico dispensável depende de comportamento de 3º alheios a execução. Ex: art. 159 CP, o recebimento do resgate depende de um resultado de 3º.

-Questão: O que é delito de tendência interna transcendente atrofiado de 2 atos?

O resultado dispensável (crime formal) depende de um novo comportamento do agente. Ex: O crime de moeda falsa, pois ela dispensa colocar moeda falsa, no mercado, não depende de 3º, basta um novo comportamento dele para colocá-la em circulação.

-Questão: Todo crime tem resultado naturalístico?

O material tem resultado, o formal dispensa e os de mera conduta não gera alteração do mundo exterior. Ex: o de mera conduta.

-Questão: Todo crime tem resultado normativo (lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado)? R: Sim.

-Questão: Qual o resultado integra o fato típico, o naturalístico ou o normativo?

1cr.: se v. Responde que é o naturalístico, v. Está querendo dizer que somente crime material são dotados de nexo de causalidade, tipicidade, resultado, conduta, nos formais ou mera conduta, é constituído de conduta e tipicidade apenas. Fundamenta no Art. 13 CP.

2cr.: Se responder que é o normativo e v. Sabe que todo crime tem resultado normativo, então v. Sabe que todo crime é formado de conduta, nexo causal, resultado e tipicidade. Essa corrente do resultado normativo vem prevalecendo hoje, fundamentado pelo funcionalismo. Fundamenta numa releitura do Art. 13 CP.

RESULTADO NATURALISTICO RESULTADO NORMATIVO

CRIME MATERIAL CRIME NÃO MATERIAL CRIME MATERIAL OU NÃO MATERIAL

C C C

R - R

NC - NC

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T T T

18 - RELAÇÕES DE CAUSALIDADE

Conceito: é o nexo causal, vinculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado, como um fato, ocorreu da ação e se pode ser atribuído, objetivamente, ao sujeito ativo, inserindo-se na sua esfera de autoria por ter sido ele o agente do comportamento.

-Questão: A relação de causalidade é requisito essencial do fato tipico?

Se entendermos que integra o fato tipo é o resultado naturalístico haverá nexo somente nos crimes materiais e não haverá nos crimes não materiais. Mas se respondermos que a resultado normativo, obviamente existira o nexo causal.

** o funcionalismo trabalha com nexo normativo.

Art. 13 CP, não há resultado sem causa.

Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Consi dera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

O art. 13 caput, adotou a causalidade simples, generalizando as condições, é dizer, todas as causas concorrentes se põem no mesmo nível de importância, equivalendo-se em seu valor, é a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS. [teoria da conditio sine quo non]

18.1 – CAUSA: TEORIA EQUIVALENCIA DOS ANTECEDENES CAUSAIS:

Segundo a teoria dos antecedentes causais, olho os comportamentos anteriores se esse comportamento for imprescindível para o resultado é causa.

**Para saber se foi causa devo somar com a teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causais.

18.2 - TEORIA DA ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS:

No campo mental da suposição e da cogitação, o aplicador deve proceder a eliminação da conduta do sujeito ativo para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo não é causa; desaparecendo é causa.

Se o resultado deixou de acontecer é causa. Se não deixou de acontecer não é causa.

Ex: o agente comprou um bolo em seguida comprou veneno no bolo, ele convidou a vitima para ir até sua casa, tomaram o suco e aí ele serviu o bolo pra vitima que come e morre.

-Questão: O que foi causa do resultado morte?

Se não tivesse comprado bolo não morreria, como morreu então é causa. O fato de tomar suco não é causa, pois se tirar o suco, não interfere na morte.

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***A teoria da equivalência poderia levar ao infinito, ou seja a causalidade simples poderia regressar ao infinito. Ex: eliminem do mundo o pai e a mãe do Fernandinho beira mar, Fernandinho beira mar não teria cometido crime, ou então retire Adão e Eva, não haveria crime.

Para a causalidade simples a causa pode regressar ao infinito.

TEQ + T. ELIM HIP = CAUSA que difere da responsabilidade

Obs.: responsabilidade exige dolo ou culpa, ilicitude, culpabilidade, já causa refere ao nexo físico, logo o pai e mãe do Fernandinho beira mar são causas do resultado dos crimes que ele pratica, mas não são responsáveis pois não tem dolo ou culpa, ilicitude e nem culpabilidade.

A causa regressa ao infinito, mas a responsabilidade é que encontra limites.

É exatamente contra esse regresso ao infinito é que se insurge a imputação objetiva.

A imputabilidade objetiva faz o seguinte: quer limites para responsabilidade e também para a causa, esta é importante para efeitos morais.

18.3 - CAUSALIDADE SIMPLES: 18.4 - TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

Causa : basta nexo físico [relação de causa e efeito. Causa: a) nexo físico;

b) nexo normativo:

1 - Criação ou incremento de perigo não permitido [ que a sociedade não tolera]. Ex: dar um bolo envenenado para outro criou um risco proibido, a sociedade não tolera, já a tia boleira não criou risco proibido, pois fazer bolo não é proibido.

2 – Resultado na mesma linha de desdobramento causal normal da conduta. [o resultado morte esta linha de desdobramento da conduta de dar o bolo envenenado.]

Responsável: precisa-se de dolo ou culpa; ilicitude; culpabilidade

Responsável: se presente o dolo ou culpa; ilicitude; culpabilidade

Explicação através do exemplo da tia boleira:

A tia boleira foi causa da morte da vitima por envenenamento, mas não tem responsabilidade, isto pela teoria da causalidade simples. Já analise feita pelo assassino que coloca o veneno no bolo, tanto numa teoria como na outra será ele responsável.

***Teoria da imputação objetiva nada mais fez do que acrescentar o nexo normativo para limitar a causa e não regressar ao infinito.

Insurgindo-se contra o regresso ao infinito decorrente da causalidade simples, a teoria da imputação objetiva enriquece a relação de causalidade acrescentando o nexo normativo composto de: a) criação ou incremento de um risco não permitido (não tolerado pela sociedade); b) a exigência de que o resultado esteja na linha de desdobramento causal normal da conduta.

*Para a parcela da doutrina a imputação objetiva consiste no corretivo do nexo causal (um

Page 48: Direito penal geral   rogerio sanches

limite, um novo filtro antes de se chegar a responsabilidade).

*Para LFG a criação ou incremento de um risco não permitido deve ser analisado na tipicidade material (é um corretivo da tipicidade).

*Causalidade no CP é uma causalidade simples, art. 13 caput CP.

*O Problema é permitir regredir ao infinito, exatamente contra isso veio a imputação objetiva.

18.5 - CONCAUSAS:

Conceito: É a pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento.

Introdução:

Ex: A quer matar C, mas B também quer matar C, enquanto A da um tiro, B da veneno, nem A nem B se conhecem, se C morre por veneno, B responde por Homicídio, mas como responde A que não causou o resultado morte mas buscou o resultado?

O assunto concausa nasceu para explicar o que acontece com aquele que não causou o resultado.

18.5.1 - Concausas podem ser divididas em: Absolutamente independente e relativamente independente.

a)Absolutamente independente: a causa efetiva do resultado não se origina direta ou indiretamente de outra.

Podem ser:

1) Pré-existente: a causa efetiva é anterior as outras que concomitantemente concorreu.

Ex: [A] às 19 horas deu veneno a [C], [B] às 20 horas deu tiro em [C], este morreu às 21 horas por veneno. (há pluralidade de causas logo tenho concausa).

São Concausas absolutamente independente, porque veneno não tem nada a ver com o tiro.

São causas pré-existentes – causa foi anterior.

Concausa absolutamente independente pré-existente: sempre [B] responde por tentativa.

Conseqüência [A] responde pelo art. 121 CP; [B] responde por Tentativa sempre.

b) Relativamente independente – a causa efetiva do resultado decorre direta ou indiretamente de outra.

Podem ser:

1) Pré-existente: a causa efetiva é anterior as outras que concomitantemente concorreu.

Ex: [A] deu facada em [B], mas este é hemofílico e morre. A facada foi insuficiente para matar por si só, a causa efetiva da morte foi hemorragia anormal por causa da hemofilia.

É concausa relativamente independente, pois se não desse a facada a doença que já existia não iria se manifestar.

Como ele já era hemofílico antes da facada é pré-existente, disso resulta que [A] responde por consumação.

Concausa relativamente independente pré-existente: sempre [A] responde por crime

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2) Concomitante: a causa efetiva é concomitante a outra que com ela concorreu.

[A] as 19 horas envenena [C], chega [B] as 19 horas atira em [C] que morre de envenenamento.

É concausa (pluralidade de causa)

*Para aquele que concorreu e viu o resultado ocorrer de forma diversa da que pretendia, responde por tentativa

Concausas absolutamente independente concomitante ao envenenamento. [B] responde por tentativa.

Conseqüência [A] responde pelo art. 121 CP; [B] responde por Tentativa sempre.

3) Superveniente: a causa efetiva é posterior a outra que com ela concorreu.

[A] às 19 horas envenena [C], às 20 horas ocorreu a queda do lustre na cabeça de [C], este morre às 21 horas por traumatismo craniano.

A causa do resultado morte foi à queda do lustre, o que ocorre com [A]? Tentativa

Envenenamento não tem nada a ver com a queda do lustre, são absolutamente independentes.

Concausa absolutamente independente superveniente: Tentativa

Conseqüência [A] responde por tentativa do art. 121 CP;

Sempre que for absolutamente independente a concausa é vista como TENTATIVA.

consumado.

Conseqüência [A] responde pelo art. 121 CP;

Obs.: E se ele não sabia que era hemofílico, não seria uma hipótese de responsabilidade objetiva? Segundo a jurisprudência e doutrina moderna, desde que a circunstancia seja do conhecimento do agente responde por consumação, se não conhecia não poderá responder por tentativa, pois ao contrario estaria se fazendo uma imputação objetiva.

2) Concomitante: a causa efetiva é concomitante a outra que com ela concorreu.

Dou um tiro, mas a pessoa tem ataque cardíaco e morre, o resultado é consumação.

Concausa relativamente independente concomitante : Quem deu o tiro responde por consumação.

3) Superveniente: a causa efetiva é posterior a outra que com ela concorreu.

Concausa relativamente independente superveniente:

- Art. 13 §1º: Trabalha com causalidade adequada e não simples.

§ 1o A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Há duas espécies:

1 – aquela “que por si só” produziu o resultado:

O resultado sai da linha de desdobramento causal normal da conduta.

É evento imprevisível ao agente.

Agente responde por tentativa

Ex: queda do teto: Se dou um tiro e quando ele esta se convalescendo cai o teto sobre ele,

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quem deu o tiro responde por tentativa. Não era previsível que o teto cairia.

2 – aquela “que não por si só” produziu o resultado.

O resultado está na linha de desdobramento causal normal da conduta (estou diante de um evento previsível).

Agente responde pela consumação.

Ex: Erro médico ou infecção hospitalar. Eu dou o tiro, mas o paciente morre por erro medico ou infecção hospitalar.

Resumo:

CONSUMAÇÃO NÃO POR SI SÓ

TENTATIVA POR SI SÓ

REGRA: TODAS HIPOTESE SÃO REGIDAS PELO Art. 13 CAPUT – CAUSALIDADE SIMPLES.

EXCEÇÃO: CONCAUSA SUPERVINIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE [POR SI SÓ – TENTATIVA] QUE É DA CAUSALIDADE ADEQUADA. Art. 13,§1° CP.**

**Causalidade adequada – Somente haverá imputação do resultado ao agente se, no conjunto das causas, fosse sua conduta, consoante as regras de experiência comum, a mais adequada a provocação do resultado ocorrente.

-Art. 13 § 1º é o berço da imputação objetiva no Brasil, ele tem predicados da imputação objetiva, ou seja, a imputação objetiva está positivada no nosso ordenamento jurídico, é a causalidade adequada.

19 - CAUSALIDADE NA OMISSÃO

-Questão: Existe nexo causal em crime omissivo?[dissertação delegado em minas]

Primeiramente é importante lembrar que temos dois crimes omissivos:

-Crime omissivo próprio ou puro - há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando, via de regra, a relação de causalidade naturalística (são delitos de mera conduta). [aqui puno uma não ação e não o resultado dessa não ação].

-Crime omissivo impróprio ou impuro – o dever de agir é para evitar um resultado concreto. Estamos diante de um crime de resultado material, exigindo, conseqüentemente, a presença do

Page 51: Direito penal geral   rogerio sanches

nexo causal entre a conduta omitida (esperada) e o resultado. Esse nexo, no entanto, para a maioria da doutrina, não é naturalístico (do nada não pode vir nada). Na verdade o vinculo é jurídico, isto é, o sujeito não causou, mas como não o impediu é equiparado ao verdadeiro causador do resultado (é o nexo de não impedimento).

(deve haver nexo entre a não ação e o resultado, por isso ele é equiparado ao causador do resultado.

-Questão: O que é nexo de evitação [é nexo presente nos crimes omissivos impróprios] (quem usa esse termo é Zaffarone)?

É sinônimo de nexo de não impedimento, ou seja, é a relação entre conduta omitida e resultado nos crimes omissivos impróprios.

AULA 10 – 07/10/2008

19 - TIPICIDADE

1° Momento 2° Momento (roxin) 3° Momento (zaffaroni)

Tipicidade penal = Tipicidade formal [ajuste, subsunção, adequação típica fato\norma]

Tipicidade penal = Tipicidade formal + Tipicidade material [relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado]

Tipicidade penal = Tipicidade formal + Tipicidade conglobante[tipicidade material + atos antinormativos (são atos não determinados e não incentivados por lei]

Tipicidade formal: ajuste, subsunção, adequação típica fato\norma

Tipicidade material: relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado

Tipicidade conglobante: tipicidade material + atos antinormativos (são atos não determinados e não incentivados por lei

19.1 - TIPICIDADE CONGLOBANTE

Trata-se de um corretivo da tipicidade penal. Esta[tipicidade penal] tem como requisitos a tipicidade formal[operação de ajuste] e tipicidade conglobante, constituída de tipicidade material [relevância da lesão] e a anti-normatividade do ato [não determinado ou não incentivado por lei].

Conseqüências:

O estrito cumprimento de um dever legal e o exercício regular de um direito incentivado deixam de excluir a ilicitude, passando a excluir a própria tipicidade.

PENSAMENTO DE ZAFARONNI Ordenamento jurídico pressupõe ordem, sendo que processo civil determina o que direito penal proíbe. Isto é uma incoerência, assim isso não é ordem jurídica e sim desordem jurídica. Se um ramo de mesma base incentiva a conduta a outra

Page 52: Direito penal geral   rogerio sanches

não pode proibir. [oficial de justiça que penhora bem de devedor, retirando da esfera de proteção do devedor o bem juridicamente protegido]

19.2 – TIPICIDADE FORMAL

ESPECIES:

a) Direta: existe perfeita e imediata operação de ajuste fato/lei incriminadora. (adequação típica imediata). Ex: Art. 121 – matar a alguém = de fato acontece A mata B.

b) Indireta: não existe perfeito ajuste fato/lei incriminadora, pressupondo normas de extensão. (adequação típica mediata).

NORMAS DE EXTENÇÃO

Ex: Art. 121 – matar alguém = de fato acontece A tentou matar B. para se chegar punir a tentativa, necessita norma de extensão[Art. 14, I CP norma de extensão temporal = estende a incriminação no tempo]

Ex2: C vigia enquanto A mata B. C responde: Art. 29 CP(quem de qualquer modo contribui)

[norma de extensão pessoal] c.c Art. 121 CP. E A responde homicídio.

Ex3: norma de extensão causal. Art. 13,§2° CP.

Encerra o fato típico (conduta, resultado, nexo causalidade, tipicidade penal), agora vai se estudar ilicitude.

ILICITUDE [2° substrato do crime]

1cr. Não vê diferença entre ilicitude e antijuridicidade.[LFG]

2cr. Esta errado falar antijuridicidade: 1° CP fala em ilicitude, não encontra a outra expressão; 2° antijuridicidade é uma incoerência: como pode o fato típico ser um fato jurídico e depois ser fato antijurídico. [FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO]

CONCEITOS:

Analítico: segundo substrato do crime[BETTIOL]

Material:

Contrariedade do fato a todo ordenamento jurídico. [não é um simples fato, mas sim o fato típico] ( conceito errôneo)

Por ilicitude ou antijuridicidade, entende-se uma relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico como um todo, inexistindo qualquer exceção determinando, incentivando ou permitindo a conduta típica.

Em resumo, trata-se de uma conduta típica não justificada.

Page 53: Direito penal geral   rogerio sanches

RELAÇÃO DE TIPICIDADE ILICITUDE

1cr. Autonomia ou Absoluta independe: a tipicidade não gera qualquer juízo de valor no campo da ilicitude. O fato pode ser típico e não ser ilícito.

2cr. Teoria da indiciariedade ou ratio cognoscendi: a tipicidade gera suspeitas, indícios ou presunções de ilicitude. (o ônus é do réu de provar a legitima defesa)

3cr. Absoluta dependência ou ratio essendi: a ilicitude é a essência da tipicidade. TIPO TOTAL DO INJUSTO. O fato típico somente permanece típico se também é ilícito. (a ausência de legitima defesa é ônus do MP)

4cr. Teoria dos elementos negativos do tipo: o tipo penal é composto de elementos positivos [ explícitos, devem ocorrer para o fato ser típico] e elementos negativos [implícitos, não devem ocorrer para que o fato seja tipo]. (a ausência de legitima defesa é ônus do MP)

Ex: Art.121 – mata alguém: elementos positivos [matar alguém] e elementos negativos [legitima defesa, estado necessidade, e.r. direito, e.c. dever legal]

EXCLUDENTES DA ILICITUDE [JUSTIFICANTES, DESCRIMINANTES]

Previsões legais:

Parte geral: Art. 23 CP.

Parte especial: Art. 128 CP[aborto] e 142 CP[imunidade de crime contra honra]

Legislação extravagante: lei 9605/98 [crimes ambientais]

CRF 88: apesar de controvertida a tese (imunidades parlamentares absolutas)

Supra legal: Consentimento do ofendido.

ESTADO DE NECESSIDADE

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.§ 1o Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.§ 2o Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um terço a dois terços.

Dois bens jurídicos em perigo, o estado permite na salvaguarda de um sacrificar bem jurídico de outrem.

1 - Requisitos objetivos:

a) perigo atual: advêm de comportamento humano, fatos da natureza e comportamento de animais.

Obs.: o perigo não pode visar destinatário certo.

Este perigo abrange o iminente?

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1cr. Abrange o perigo iminente. Apesar do silencio da lei, ninguém é obrigado aguardar o perigo iminente transforma-se em atual para salvar um direito.

2cr. Não abrange. Perigo iminente é perigo de um perigo, muito distante, para permitir que se sacrifique bem jurídico alheio (capez)

b) situação de perigo não causada voluntariamente pelo agente:

O que significa causador voluntario? Dolosamente ou culposamente?

1cr. Ser causador voluntario, significa agir dolosamente, buscando o perigo. Na forma culposa pode alegar estado de necessidade [majoritária, LFG]

2cr. Ser causador voluntario, significa agir com dolo ou culpa, nenhuma das duas condutas pode alegar estado de necessidade. Esta corrente alega o Art. 13,§2°, ‘c’ CP torna garantidor (mirabete)

c) preciso agir para salvar direito próprio ou alheio.

Estado de necessidade próprio: busca salvar direito próprio

Estado de necessidade de terceiro: busca salvar direito alheio.

Questão: é preciso autorização do terceiro, para salvar seu direito?

1cr. O consentimento do terceiro é dispensável. [majoritária]

2cr. O consentimento do terceiro só é dispensável, quando o bem jurídico é indisponível (vida), se o bem for disponível é necessário o consentimento do terceiro.

d) inexistência do dever legal de enfrentar o perigo:

-o dever deve ser legal e não contratual, pois este não obriga o agente.

O agente que tem o dever legal de agir, vai enfrentar, enquanto o perigo comportar o enfretamento.

Se tiver dois bens de igual valor (duas vidas), fica a critério discricionário do agente qual salvar.

e) inevitabilidade do comportamento lesivo:

-Não pode haver sacrifício, norteado por mero comodismo.

No estado da necessidade a fuga é um caminho a ser tomado pelo agente.

f) inexigibilidade do sacrifício do direito ameaçado: é requisito da proporcionalidade entre o direito protegido e o sacrificado.

1cr. Teoria diferenciadora: (ADOTADA PELO CPM Art.39)

BEM PROTEGIDO BEM SACRIFICADO

1.1 – EN justificante: exclui a ilicitude

[+] VIDA [-] PATRIMONIO

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1.2 – EN esculpante: exclui a culpabilidade

[=] OU [-] [=] OU [+]

2cr. Teoria unitária: reconhece somente o EN JUSTIFICANTE – exclui a ilicitude, mas aqui o bem jurídico protegido pode valer [+] ou [=]. Se o bem jurídico protegido valer [-] é causa de diminuição de pena. (ADOTADA PELO CP Art. 24,§2°).

2 – Requisito subjetivo

-Conhecimento da situação de fato justificante, isto é, ciência de que esta diante de perigo atual. A ação do estado de necessidade como única possibilidade de afastar o perigo deve ser objetivamente necessária e subjetivamente conduzida pela vontade de salvamento.

- Questão: é possível estado de necessidade em crime habitual e crime permanente? [casa de prostituição como meio de sobrevivência] r: A maioria da doutrina entende que não, pois exigindo a lei como requisito a inevitabilidade do comportamento lesivo, bem como referindo-se “às circunstancias do fato”, não se tem admitido estado de necessidade em crimes permanentes ou habitual. O estado de necessidade é de momento não tem como prolongá-lo no tempo.

-Questão: Furto famélico é caso de EN? R: configura EN desde que presente os requisitos. a) que o fato seja praticado para mitigar a fome; b) que seja o único e derradeiro comportamento do agente; c) que haja subtração de coisa capaz de mitigar a fome.

-Questão: é possível furto famélico para quem está empregado ou é alegação de quem está empregado? R: quarto requisito. d) insuficiência de recursos auferidos ou inexistência de recursos.

3 – Classificação doutrinaria para o EN

1- Quanto á titularidade:

EN próprio e EN de terceiro

2 – Quanto ao elemento subjetivo

EN real: o perigo existe

EN putativo: o perigo é fantasiado

Obs.: se o perigo não existe há ilicitude permanece, pois também não há EN.

3 – Quanto ao terceiro que sobre a ofensa:

EN defensivo: é sacrificado bem do próprio causador do perigo.

EN agressivo: é sacrificado bem de pessoa alheia a provocação do perigo.

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-Questão: o EN é um ilícito penal? Não, mas pode ser ilícito civil. No defensivo não há ilícito civil e nem penal. No agressivo não tem ilícito penal, mas permanece o ilícito civil, gerando direito de indenizar.

AULA 11 – 21/10/2008

LEGITIMA DEFESA

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

1 - Conceito é do Art. 25 CP.

2 - ESTADO DE NECESSIDADE X LEGITIMA DEFESA

ESTADO DE NECESSIDADE LEGITIMA DEFESA

Conflito de vários bens jurídicos, diante de uma situação de perigo.

Ataque ou ameaça a um bem jurídico

O perigo recorre: comportamento humano, comportamento animal e fato da natureza

Perigo decorre de uma agressão humana.

O perigo não tem destinatário certo O perigo tem destinatário certo.

Os interesses em conflito são legítimos

Sendo possível dois agentes conflitares EN x EN.

Os interesses do agressor são ilegítimos

Aqui não é possível dois agentes em LD X LD. Pois um tem interesse diferente do outro.

-Questão: é possível LD X LD putativo? Sim é possível. Pois o putativo é ilegítimo.

-Questão: é possível LD putativa x LD putativa? A doutrina admite. Dois neuróticos começam atirar um no outro. Sendo os dois interesses ilegítimos.

***O Art. 25 traz todos os requisitos objetivos.

3 – REQUISITOS OBJETIVOS:

a) Agressão injusta: comportamento humano contrario ao direito atacando ou colocando em perigo bens jurídicos.

-ataque de um animal: pode configurar:

Ataque espontâneo Perigo atual: estado de necessidade fuga é opção desejada.

Provocado [açular] pelo donoAgressão injusta: legitima defesa não se exige fuga.

-Questão: Existe legitima defesa de conduta omissiva?

Page 57: Direito penal geral   rogerio sanches

É possível. Ex: Agressão a carcereiro que se recusa a cumprir alvará de soltura.

-Questão: Ataque de inimputável, esta agressão é injusta?

Perigo atual: estado de necessidade fuga é opção desejada.

Agressão injusta: legitima defesa não se exige fuga.

***A injustiça da agressão ela deve ser vista sob a ótica do agredido e não no campo do agressor. Assim o ataque de doente mental é uma agressão injusta permitindo a legitima defesa.

-Questão: Existe agressão injusta, que não configura fato típico, e permitida a legitima defesa?

R: Repelir furto simples insignificante, que pela aplicação do princípio da insignificância, não é típico. Ex: furto de uma laranja é dono da banca de verdura repele.

Repelir furto de uso é atípico, mas autoriza legitima defesa.

Em resumo furtos de bagatela e de uso permanecem injustos, apesar de não serem típicos.

b) Atual ou iminente

Atual – é agressão presente

Iminente – é agressão prestes a ocorrer

-Agressão passada: revidar é vingança.

-Agressão futura: a ação é mera suposição

-Agressão futura e certa: é uma hipótese de inexigibilidade de conduta diversa. Não exclui a ilicitude, mas exclui a culpabilidade. É causa supra-legal de exclusão de culpabilidade. Ex: ameaça de morte de Fernandinho beira-mar, você não vai pagar pra ver, mata ele na hora.

c) uso moderado dos meios necessários:

Meios necessários: é o meio menos lesivo a disposição do agente, porém capaz de repelir a injusta agressão.

-Se não usa do meio necessário de maneira moderada, estamos diante de excesso de legitima defesa.

-Quesitos antes e após a lei de reforma 11689\08:

ANTES DEPOIS

AUTORIA + MATERIALIDADE MATERIALIDADE + NEXO

NEXO AUTORIA

TESES DA DEFESA JURADO ABSOLVE O REU? – TESES DEFESIVAS [os jurados analisam de uma só vez todas as teses defensiva]

TESE DA ACUSAÇÃO (qualificadas) CAUSAS DIMINUIÇAO

Page 58: Direito penal geral   rogerio sanches

AGRAVANTES E ATENUANTES TESES DA ACUSAÇÃO. OBS.: o jurados não decidem mais sobre agravantes e atenuantes

-Quesitos da legitima defesa antes e depois da lei de reforma:

ANTES DEPOIS

MATERIALIDADE + AUTORIA MATERIALIDADE + NEXO

NEXO AUTORIA

LEGITIMA DEFESA: houve agressão injusta? Não [não se prosseguia], sim[prosseguia] a agressão é atual? A agressão e iminente? Usou do meio necessário? Moderação? [os jurados teria que dizer sim para todos] No campo da moderação se jurados negassem a moderação. O excesso brotava neste momento naturalmente, mesmo que as partes não houvessem debatidos.

Quesito: O jurado absolve o réu?

Aqui se está implícita a legitima defesa.

Agora para os jurados manifestarem sobre o excesso, as partes deverão formular em plenário em suas teses.

d) Salvar direito próprio ou alheio:

4 – REQUISITOS SUBJETIVOS

Subjetivo: conhecimento do estado de agressão injusta.

5 – ESPECIES DE LEGITIMA DEFESA

DEFENSIVA: A reação do agredido não constitui fato típico

AGRESSIVA: A reação do agredido constitui fato típicos

SUBJETIVA: É o excesso escusável na legitima defesa, pois qualquer pessoas nas mesmas circunstancias de fato se excederia. [ elimina a culpabilidade]

SUCESSIVA: ocorre na repulsa contra o excesso abusivo do agente agredido.

SIMULTANEA: NÃO existe legitimas defesas simultâneas dos dois lados.

ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

Previsão legal: Art. 23, III, [1° parte]

1 - Conceito doutrinário: os agentes públicos no desempenho de suas atividades, não rara as vezes, devem agir interferindo na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegurar o

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cumprimento da lei. Essa intervenção redunda em agressão a bens jurídicos tais como: liberdade, integridade física ou ate mesmo a própria vida. Dentro de limites aceitáveis, tal intervenção é justificada pelo estrito cumprimento de um dever legal.

2 – REQUISITOS

Objetivos:

a) estrito cumprimento: se agir fora estrito cumprimento, confira excesso, deve o agente agir com proporcionalidade e razoabilidade.

b) dever legal: a expressão tem dois sentidos um restrito e amplo. Restrito somente lei. Amplo qualquer espécie normativa [portaria, decreto]. Prevalece na doutrina que a expressão legal deve ser tomada no sentido amplo.

FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO: abrange também os costumes. (minoritária)

Subjetivo:

O agente tem que ter ciência de que esta agindo no estrito cumprimento do dever legal.

*** Adotada a teoria da tipicidade conglobante o estrito cumprimento de um dever legal [ ato normativo determinado por lei] deixa de excluir a ilicitude, para excluir a própria tipicidade penal [muda sua natureza jurídica: deixa de ser excludente de ilicitude para ser o da tipicidade]

EXERCICIO REGULAR DE UM DIREITO

Previsão legal: Art. 23, III, [2° parte]

1 - Conceito doutrinário: compreende ações do cidadão comum autorizadas pela existência de direito definido em lei e condicionadas a regularidades do exercício desse direito.

2 - Espécies de exercícios de regular de um direito:

a) PRO MAGISTRATU – são situações em que Estado não pode estar presente para evitar lesão à bem jurídico ou recompor a ordem pública. Nesses casos o cidadão está autorizado a agir.

Ex: Desforço imediato na proteção da posse. Aqui o agente já perdeu a posse. Pois se tivesse perdendo seria legitima defesa.

Ex2: Penhor legal de bagagem se o hospede quer sair sem pagar.

Ex3 [recompor a ordem pública] : Flagrante facultativo: qualquer do povo poderá.

b) DIREITO DE CASTIGO – corresponde ao dever de educação. Exercício do poder familiar ou exercício da tutela educacional. Mas o agir de acordo com a proporcionalidade e razoabilidade.

3 – REQUISITOS

Page 60: Direito penal geral   rogerio sanches

Objetivos:

a) indispensabilidade: impossibilidade de recurso aos meios úteis, coercitivos e normais para evitar a lesão.

b) proporcionalidade: é um exercício regular, pois se não haver proporcionalidade pode haver excesso.

Subjetivo: ciência de que esta agindo no exercício regular de um direito.

***Adota a teoria da tipicidade conglobante o exercício regular de um direito, fomentado por lei [não abrangendo o meramente autorizado ou tolerado] deixa de excluir a ilicitude a tipicidade penal.

ZAFFARONI

Exercício Regular de um Direitos:

INCENTIVADO EXCLUI A TIPICIDADE = FLAGRANTE FACULTATIVO (Art. 301 CPP –ATO NORMATIVO.

TOLERADO EXCLUI A ILICITUDE = VIOLENCIA ESPORTIVA , CIRUGIA PLASTICA

CRITICA: não existe comportamento tolerado em exercício regular do direito. Não existe exemplos.

4 - OFENDÍCULOS:

Constituem aparatos pré-ordenados para defesa do patrimônio. [cacos de vidro no muro, cerca elétrica, lança na murada]

4.1 - Natureza jurídica:

1cr.: PREVALECE [ DAMASIO]

Enquanto não acionado: configura o ERD

Quando acionado: configura LD [agressão injusta]

2cr.: Acionado ou não: configura sempre ERD

3cr.: Acionado ou não: L.D pré-ordenada.

4cr.: Diferencia o ofendículo de defesa mecânica predisposta.

OFENDÍCULO DEFESA MECANICA PREDISPOSTA

É aparato visível configurando ERD Aparato oculto, configurando LD.

-Questão: o animal pode configurar ofendículo? R: sim pode ser configurar ofendículo.

Page 61: Direito penal geral   rogerio sanches

CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA DO EXCESSO

1 – EXCESSO CRASSO: ocorre quando o agente desde o inicio, já atual completamente fora dos limites legais. Ex: matar criança que furta laranja.

2 – EXCESSO ESTENSIVO OU EXCESSO NA CAUSA: ocorre quando agente reage antes da efetiva agressão, pois apesar de futura e certa. Não exclui a ilicitude, podendo configurar inexigibilidade de conduta diversa [elimina a culpabilidade].

3 – EXCESSO INTENSIVO: ocorre quando o agente, que inicialmente agia dentro do direito diante de uma situação fática agressiva, intensifica a reação justificada e ultrapassa os limites permitidos em lei.

3.1 – Se o excesso foi doloso: agente respondera por crime doloso.

3.2 – Se o excesso foi culposo: respondera por crime culposo.

3.2 – Se não houve dolo ou culpa o excesso é exculpante, força de caso fortuito ou força maior.

Excesso exculpante: Legal: no CPM [Art. 45,§ú]; Supra-legal: CP

Excesso culposoArt. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da necessi dade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.Excesso escusávelParágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação.

4 – EXCESSO ACIDENTAL: ocorre quando agente ao reagir moderadamente, por força de acidente, causa lesão alem da reação moderada.

CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

A renúncia do titular a proteção do seu bem jurídico configura causa supra-legal de exclusão da ilicitude quando:

REQUISITOS:

a) Dissentimento [o não consentimento] não configurar elementar do tipo.

b) Ofendido capaz de consentir

c) Consentimento válido, isto é, livre e consciente

d) bem disponível

e) consentimento: antes ou durante a execução.

Posterior: pode configurar renuncia ou perdão, causas extintivas da punibilidade.

f) bem próprio, não existe consentimento de bens de terceiro

g) consentimento deve ser expresso. A doutrina moderna tem admitido a presumida.

-doutrina clássica: integridade física = bem indisponível = não aceita consentimento do ofendido

Page 62: Direito penal geral   rogerio sanches

-doutrina moderna: integridade física = bem relativamente disponível = disponível: [1-lesão leve, 2-lesão não contraria a moral e bons costumes] ex: piercing no umbigo.

Art. 88 da lei 9099/95 – depende de representação a lesão leve. É prova que legislador concordou com a doutrina moderna.

DESCRIMINANTES PUTATIVAS:

Descriminante: Causa excludente da ilicitude.

Putativa: imaginaria, fantasiada.

DESCRIMINANTE PUTATIVA = ERRO – o agente cometeu o erro. Mas de tipo ou de proibição?

1 – Espécies:

a) agente erra quanto a autorização (agente supõe esta autorizado). Ex: marido supõe estar autorizado a estuprar a esposa.

b) agente erra quanto ao limites. Ex.: supõe poder reagir com um tiro a lesão de um soco.

***O AGENTE CONHECE A SITUAÇÃO DE FATO. Nas duas primeiras hipóteses configura erro de proibição.

c) o agente erra quanto aos requisitos das discriminantes: [o agente supõe situação de fato que não existe] ex: agente imagina que desafeto, ao tirar um celular do bolso, esta tirando uma arma.

*** O AGENTE DESCONHECE A SITUAÇAO DE FATO.

1cr.:[TEORIA EXTREMADA DA CULPABILIDADE] Erro de proibição: se inevitável provoca a isenção de pena, se evitável diminui a pena.

2cr.:[TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE] Erro de tipo: se inevitável exclui dolo e culpa, se evitável exclui dolo.

Art. 20, §1° CP.

Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.Descriminantes putativas§ 1o É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Por conta disso LUIS FLAVIO GOMES, FLAVIO MONTEIRO DE BARROS considerando a redação do Art. 20, §1° CP, onde em sua primeira parte, adota a teoria extremada e na segunda parte a limitada, conclui que o Brasil adotou uma TEORIA EXTREMA SUI GENERIS,isto é, teoria extremada no erro inevitável, porem punido a titulo de culpa quando evitável por razoes de política criminal.

Argumentos do ROGERIO para provar que o Brasil adotou a teoria limitada:

1 – exposição de motivos do CP.

2 – posição topográfica do parágrafo 1°: que esta no erro de tipo.

Page 63: Direito penal geral   rogerio sanches

3 – exclui dolo e culpa = isenção de pena, que serve tanto para excluir culpabilidade e tipicidade.

AULA 12 – 28/10/2008

CULPABILIDADE – [3° SUBSTRATO DO CRIME]

A culpabilidade integra o crime, ou seja, esta junto de fato típico e ilicitude?

1 cr.: BIPARTIDA – a culpabilidade não integra o crime. Objetivamente para existência do crime, é prescindível a culpabilidade. O crime existe por si mesmo com os requisitos: fato típico e ilicitude. Mas, o crime só será ligado ao agente se este for culpado. A culpabilidade é mero juízo de reprovação, pressuposto de aplicação da pena. Se esta diante de uma dirimente, o crime permanece, apenas isenta de pena. Adotam esta corrente: [RENE ARIEL DOTTI; DAMASIO; MIRABETE]

2cr.: TRIPARTIDA – a culpabilidade é o terceiro substrato do crime. Juízo de reprovação extraído da analise como sujeito ativo, se situou e posicionou, pelo seu conhecimento e querer, diante do episodio com qual se envolveu [fato típico e ilícito]. Adotam esta corrente: [Maioria da doutrina]

1- TEORIAS DA CULPABILIDADE:

Teoria Psicológica Teoria Psicológica Normativa

Teoria Normativa pura [Extremada]

Teoria limitada da culpabilidade

Base: Causalista Base: NEOKANTISTA

Base: Finalista Base: Finalista

Reconhece espécies de culpabilidade:

a) dolo

b) culpa

Reconhece a culpabilidade sem espécies.

__ __

Reconhece o Elemento da culpabilidade:

a) imputabilidade

Reconhece Elementos na culpabilidade:

a) imputabilidade

b) exigibilidade de conduta diversa

c) dolo ou culpa

Reconhece Elementos na culpabilidade:

a) imputabilidade

b) exigibilidade de conduta diversa

c) Potencial consciência da ilicitude.

Reconhece Elementos na culpabilidade:

a) imputabilidade

b) exigibilidade de conduta diversa

c) Potencial consciência da ilicitude.

Critica: reunir como espécies da culpabilidade

Critica: Dolo e culpa integrarem a

Critica: __

Page 64: Direito penal geral   rogerio sanches

fenômenos tão distintos [dolo e culpa].

culpabilidade.

Explicações: Migrou: o dolo e culpa da espécie para elementos da culpabilidade e acrescentou em elementos a exigibilidade de conduta diversa.

- o dolo é constituído dos elementos: consciência; vontade e consciência atual da ilicitude[elemento normativo], o dolo aqui é chamado de dolo normativo.

Explicações: Migrou o dolo e culpa da culpabilidade para o fato típico. Mas o dolo que vai para fato típico vai despido do elemento normativo, ficando assim o dolo do fato típico constituído somente consciência e vontade, tornando-se o dolo natural. O elemento normativo do dolo que ficou na culpabilidade, torna-se elemento: e de consciência atual da ilicitude vai para Potencial consciência da ilicitude.

Explicações: há uma só diferença entre a teoria anterior e esta: No tratamento da Descriminante putativa sobre situação de fato: é tratada erro tipo, ao contrario da teoria normativa pura que trata como erro de proibição.

Dolo normativo: adotado pelos neokantista, adeptos da teoria: teoria- psicológico normativa da culpabilidade, integra a própria culpabilidade. Sendo formado por:

a)consciência; b)vontade;

c) consciência atual da ilicitude(elemento normativo).

Dolo natural: adotados pelos finalista, adeptos da teoria normativa pura da culpabilidade, passa integrar o fato típico constituído de consciência e vontade. O elemento consciência da ilicitude não mais pertence a dolo, mais sim a culpabilidade, porem como potencial consciência.

Questão: Qual importância de da consciência deixar de ser atual para ser potencial na teoria normativa pura?

-Questão: o que valoração paralela da esfera do profano?

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R: quando na teoria psicológica normativa, a consciência atual da ilicitude, composição do dolo. Não se exige uma consciência de jurista para saber que esta praticando o crime, basta um conhecimento leigo.

-Questão: A culpabilidade é do fato ou do autor do fato?

Lfg e maioria da doutrina: diz que culpabilidade é do fato, e critica que quem defende do autor é um direito penal do autor.

[Fernando de Almeida Pedroso, Rogério rebate: a imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude são do agente, sendo assim a culpabilidade é do autor.

O direito penal é do fato, só se tipifica fato, pois somente fato pode ser crime.

A culpabilidade é do autor, se censura o autor do fato.

2 – Destrinchando a culpabilidade:

2.1 – IMPUTABILIDADE

A imputabilidade entendida como pressuposto da culpabilidade, conjunto de condições pessoais que confere ao sujeito ativo a capacidade de discernimento e compreensão, para entender seus atos e determinar-se conforme esse entendimento. É capacidade de ser responsabilizado penalmente pelos seus atos.

-Questão: imputabilidade é sinônimo de responsabilidade? R: tem doutrina que diz que sim, mas para Rogério a responsabilidade é uma decorrência da imputabilidade. A imputabilidade é pressuposto e responsabilidade é sua conseqüência.

-Questão: Todo imputável é responsável? Não, é caso das imunidades, como imunidade parlamentar absoluta. Ex: parlamentar, diplomata. São imputáveis mas não tem responsabilidade.

O CP não traz definição imputabilidade, mas traz conceitos de inimputabilidade, assim se extrai o conceito de imputabilidade.

2.1.1 – Critérios para definir a imputabilidade:

a) Biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento mental do agente. [doença mental ou idade], independentemente da sua capacidade de entendimento no momento da conduta.

b) Psicológico: oposto do biológico, considera-se apenas se o agente, ao tempo da conduta tinha capacidade de entendimento, independentemente da sua condição mental.

c) Biopsicológico: é inimputável o agente com desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que ao tempo da conduta não tinha capacidade de entendimento.

Em regra o Brasil adotou o critério biopsicológico, mas em exceção o biológico.

2.1.2 – Hipóteses de inimputabilidade:

Page 66: Direito penal geral   rogerio sanches

a) inimputabilidade em razão de anomalia psíquica [Art. 26 caput]:

Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

-Questão: o Art. 26 caput, adotou qual critérios de imputabilidade? Amarelo biológico [doença mental, deve ser tomada em sua maior amplitude e abrangência, isto é, qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psíquicas] e azul psicológico, assim biopsicologico, no Brasil tem todo louco é inimputável.

- No processo há uma absolvição IMPROPRIA, pois impõe a medida de segurança, que é uma espécie de sanção penal.

Obs.: O § único traz hipótese imputabilidade, com responsabilidade diminuida. Não traz hipótese de inimputabilidade.

-No processo há uma condenação, o juiz opta por pena diminuída ou substituição de medida de segurança.

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 98. Na hipótese do parágrafo único do artigo 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tra tamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de um a três anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1o a 4o.

-Ao invés da nomenclatura de semi-imputação, prefira imputável com responsabilidade penal diminuída.

-Questão: O semi-imputável pode responder por causas de aumento subjetivas, ou qualificadoras subjetivas [ligados ao motivo ou estados anímico do agente]?

1cr.: é compatível pois a semi-imputabilidade não exclui dolo.[prevalece]

2cr.: a semi-imputabilidade, é incompatível, não coaduna com circunstâncias subjetivas do crime.

b) inimputabilidade em razão da idade do agente [Art. 27]

Art. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.- Art. 228 da CF.- Art. 1o da Lei no 2.252, de 1o-7-1954 (Lei da Corrupção de Menores).- Art. 7o, parágrafo único, da Lei no 7.170, de 14-12-1983 (Lei da Segurança Nacional).- Art. 104 do ECA.

-O Art. 27, adotou o critério biológico.

-Questão: A razão dos 18 anos?R:

Art. 5°, 5 – Convenção americana de DH. [NÃO DA IDADE DO MENOR]

Art. 228 CRF [ESTABELECEU A MENORIDADE EM 18 ANOS]

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CP seguiu a CRF. [a idade de 18 anos foi ditados por critérios de política criminal e não postulados científicos]

-Questão: Pode alterar a menoridade na constituição?

1cr. Art. 228 CRF – é clausula pétrea não pode ser alterado. [LFG E MAIORIA]

2cr. Não dá ao Art. 228 CRF status de clausula pétrea, logo poderá ser alterado por emenda. [CAPEZ]

- A imputabilidade é analisada no Art. 4° CP.

- Eventual emancipação no cível, não antecipa a responsabilização penal.

b1) Emoção e Paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:

I – a emoção ou a paixão;

Emoção: é um estado súbito e passageiro.

Paixão: sentimento crônico e duradouro.

-Dependendo do grau da paixão, o desequilíbrio pode ser considerado doente mental, sendo suscetível de tratamento.

-Emoção pode gerar atenuante [Art.65, III, c] privilegio [Art.121, §1°]

Mas nenhuma delas exclui a imputabilidade.

c)inimputabilidade em razão de embriaguez

Art. 306 CTB – embriaguez [prova-se: bafômetro(não sou obrigado); exame de sangue (não sou obrigado); exame clinico (prova a embriaguez, mas não prova a quantidade); outro meio(apura a embriaguez, mas não a quantidade). Só responde pelo crime, que não souber a lei ou quiser. O STJ não aceito o bafômetro, por analisa o álcool na concentração de ar; o perito da Unicamp diz que o exame de sangue também não serve.

EmbriaguezII – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.§ 1o É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.§ 2o A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Embriaguez: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool, cujos efeitos, pode progredir de uma ligeira excitação ate o estado de paralisia e coma. O CP compara o álcool qualquer substancia de efeitos análogos.

ORIGEM GRAU

ACIDENTAL: Completa [II,§1°, Art. 28] do: Isento de pena.

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Caso Fortuito:

Força maior: o agente é obrigado a ingerir a substancia inebriante.

Incompleta: diminuição de pena [II, §2° do Art. 28]

NÃO ACIDENTAL:

Voluntaria: o agente quer beber e embriagar-se.

Culposa: advêm de negligência do agente.

Completa: Não exclui a imputabilidade

Incompleta: Não exclui a imputabilidade.

Art. 28,II

PATOLOGICA [DOENTIA] Completa ou incompleta: Deve ser tratada como doença mental.

PREORNDENADA

Embriaga-se para praticar o crime.

Completa: não exclui imputabilidade e gera agravante de pena.

Incompleta: não exclui imputabilidade e gera agravante de pena.

Na embriaguez NÃO ACIDENTAL completa e na PREORDENADA completa, aplica-se a teoria ACTIO LIBERA IN CAUSA, que permite punir os agentes que se encontram em embriaguez completa.

ACTIO LIBERA IN CAUSA:

O ato transitório revestido de inconsciência decorre de ato antecedente que foi livre na vontade, transferindo para esse momento anterior a constatação da imputabilidade.

-A aplicação indiscriminada desta teoria, pode redundar em responsabilidade penal objetiva. [JACOBS]

ATO ANTECEDENTE LIVRE NA VONTADE

ATO TRANSITÓRIO REVESTIDO DE INCONSCIENCIA.

RESPONDE

-Bebe

-Prevê atropelamento e quer realizá-lo

-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre

DOLO DIRETO

-Bebe

-Prevê atropelamento e assume o risco

-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre

DOLO EVENTUAL

-Bebe

-Prevê atropelamento e não assume o risco, entende poder evitar.

-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre

CULPA CONSCIENTE

-Bebe -Completamente bêbado, atropela CULPA

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-Não prevê o atropelamento, mas era previsível

e mata o pedestre. INCONSCIENTE

-Bebe

-Não prevê o atropelamento, mas o resultado era imprevisível [ex: bêbado dormindo no meio da rodovia]

-Completamente bêbado, atropela e mata o pedestre

SEM DOLO E SEM CULPA.

OBS: não se pode aplicar a teoria actio libera in causa, sob pena de aplicar a responsabilidade penal objetiva.

2.2 – POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

Para que o fato típico e ilícito seja também culpável não basta o seu agente ser imputável, sendo indispensável que este mesmo agente tenha a possibilidade de conhecer a ilicitude do seu comportamento.

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Agente:

1° - Ignorar a lei – há possibilidade de conhecer a ilicitude Atenuante de pena

2° - Ignorar a lei – ignora a ilicitude [não sendo possível conhecer a proibição do

comportamento Erro de proibição[isenta de pena, se inevitável]

3° - Conhece a lei – ignora a ilicitude Erro de proibição [isenta de pena, se inevitável]

ERRO DE TIPO – O agente não sabe o que faz.

Divide em:

Inevitável: exclui dolo e culpa.

Evitável: exclui dolo

O erro de tipo, exclui o dolo, porque exclui a consciência. O erro de tipo inevitável exclui a previsibilidade por isso exclui a culpa.

ERRO DE PROIBIÇÃO – o agente sabe o que faz, mas desconhece sua ilicitude.

Divide em:

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Inevitável: isenta de pena

Evitável: diminui a pena

O erro de proibição inevitável isenta de pena, porque não há atual e nem potencial consciência da ilicitude. O evitável apenas diminui a pena, porque não há atual mas permanece a potencial ou possibilidade de conhecer a ilicitude.

****Qual o interesse pratico da atual consciência da ilicitude da teoria psicológica normativa passar a ser potencial consciência da ilicitude na teoria normativa pura?

****Qual a repercussão da passagem da teoria psicológica normativa para normativa pura no campo do erro de proibição?

R: para a teoria psicológica normativa a consciência da ilicitude, para que o fato seja culpável deve ser atual. Assim, qualquer erro quanto a ilicitude [inevitável ou evitável] isenta o agente de pena. Já para teoria normativa pura, para que o fato seja culpável a consciência da ilicitude basta ser potencial [possível de ser conhecida] desse modo, apenas o erro inevitável quanto a ilicitude isenta o agente de pena, pois o evitável reconhece que a ilicitude era possível de ser conhecida.

Psicológica normativa Teoria normativa pura

Culpabilidade:

a) imputabilidade

c) exigibilidade de conduta diversa

-culpa

-dolo:

*consciência

*vontade

* atual consciência da ilicitude

Culpabilidade:

a) imputabilidade

b)exigibilidade conduta diversa

c) potencial consciência ilicitude

2.3 – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

Não é suficiente que o sujeito seja culpável e tenha cometido fato com possibilidade de lhe conhecer o caráter ilícito para que surja a reprovação social [culpabilidade]. Exige-se ainda que nas circunstâncias de fato fosse possível o agente agir de maneira diversa.

Dirimente da culpabilidade:

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

a) Coação irresistível: só é punível o autor da coação. Do coato era inexigível conduta diversa.

Ex: [A] coagiu moral e de forma irresistível [b] que mata [c].

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[A] : na condição de autor mediato será denunciado por homicídio [Art. 121] e tortura [Art. 1, I, b da lei 9455]

Requisitos:

I - Deve ser moral: a doutrina define a coação no Art. 22, como moral, em razão de exclusão da coação física que exclui a tipicidade.

O mal prometida não precisa atingir diretamente o coagido, pode se dirigir a parentes.

Obs.: a coação física, exclui conduta, logo exclui o próprio fato típico.

II – Deve ser irresistível: é aquela em que o coato não tem condições de subtrair-se, ou seja, tem que se render a situação.

Obs.: coação resistível: pode configurar atenuante de pena [Art. 65, III, ‘c’ CP]

-Questão: pode se alegar coação moral irresistível da sociedade? R: A sociedade não pode delinqüir, pois onde ela existe, ai está o direito. Assim, a coação irresistível há que partir de uma pessoa, ou de um grupo, nunca da sociedade.

b) Obediência Hierárquica

b1) Requisitos:

I – que a ordem não seja manifestamente ilegal [claramente]

Deve ser entendida segundo as circunstancias do fato e condições de inteligência e cultura do subordinado. [analise do caso concreto]

II – que a ordem oriunda de superior hierárquico

Ordem de superior hierárquico é manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado, no sentido de que realize uma conduta [positiva ou negativa].

Estão excluídas as hierarquias privadas, familiares e religiosas ou eclesiásticas.

-O subordinado que limitar ao cumprimento da ordem.

b2) Conseqüências: só é punível o autor da ordem.

Três situações: responde pelo que?

-ordem manifestamente ilegal: superior:crime \ subordinado: crime

-ordem legal: ambos estão no estrito cumprimento de um dever legal.

-ordem não manifestamente ilegal: superior:crime \ subordinado: não culpável.

CULPABILIDADE EXCLUIDA OS ELEMENTOS

ROL É?

IMPUTABILIDADE Art. 26, 27, 28,§1° CP TAXATIVA

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POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE

Art. 21- ERRO DE PROIBIÇAO SE INEVITAVEL

TAXATIVA

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

Art. 22, 1° PARTE

Art. 22, 2° PARTE

EXEMPLIFICATIVA

-Questão: Existe causa supra-legal de exclusão da culpabilidade? Por mais previdente que seja o legislador não pode prever todos os casos em que a inexigibilidade de outra conduta deve excluir a culpabilidade. Assim, é possível outras hipóteses excludentes figurando como causas supra-legais.

Ex: legitima defesa futura e certa – Rogério x Fernandinho beira-mar.

-Cláusula de consciência: nos termos da clausula de consciência estará isento de pena aquele que, por motivo de consciência ou crença praticar algum delito desde que não fira direitos fundamentais individuais. [ex: pai que não permita a transfusão de sangue por ser testemunha de Jeová – desde que não resulte morte da criança]

Desobediência civil: a desobediência civil é o fato que objetiva em ultima instância, mudar o ordenamento sendo, no final das contas, mais inovador do que destruidor. Exige-se:

a) que desobediência esteja fundada na proteção de direitos fundamentais.

b) que dano causado não seja relevante.

[Ex: Invasões de terras pelo MST, mas sem depredação do patrimônio]

-Questão: o que culpabilidade funcional? R: é culpabilidade construída por ROXIN. Pois ele diz que o crime é [FT, ILIC, REPROVABILIDADE (imputabilidade; potencial consciência da Ilicitude; exigibilidade conduta diversa; necessidade da pena [culpabilidade: é analisada como limite da pena). Assim culpabilidade funcional é analise do limite da pena.

TERMINOU OS SUBSTRATOS DO CRIME [FATO TIPICO; ILÍCITO E CULPAVEL] Começa agora a punibilidade: que não integra o crime, aparece como conseqüência jurídica.

PUNIBILIDADE

1 - Conceito: é o direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou ação ou omissão descrita no preceito primário, causando dano ou lesão jurídica.

Page 73: Direito penal geral   rogerio sanches

A punibilidade não é requisito do crime, mas sua conseqüência jurídica.

[FREDERICO MARQUES]

2 - Direito de punir sofre limites:

a) Limite temporal: prescrição

b) Limite espacial: princípio da territorialidade

c) Limite modal: princípio da humanização das penas[proibidas penas: cruéis, desumanas e degradantes]

CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE

1- Previsões legais:

Art. 107 [parte geral]

Art. 107. Extingue-se a punibilidade:I – pela morte do agente;II – pela anistia, graça ou indulto;III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;IV – pela prescrição, decadência ou perempção;V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;VII e VIII – Revogados. Lei no 11.106, de 28-3-2005;IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 312,§3°[parte especial] – peculato culposo:

§ 3o No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Transação penal – suspensão condicional processo da lei 9099 [ legislação penal extravagante]

Imunidade parlamentar absoluta (divergente) [CRF 88]

-mas para o STF exclui a tipicidade.

sumula 554 STF [supra-legal]

CAUSAS SUPRA-LEGAL DE EXCLUSÃO.

FATO TIPICO ILICITUDE CULPABILIDADE PUNIBILIDADE

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICANCIA

CONSEQUENCIA OFENDIDO

DESOBEDIENCIA CIVIL

ABORTAMENTO DE FETO ANENCEFALICO

SUMULA 554 – pagamento do cheque sem fundo, antes do recebimento da denúncia, porque depois não impede prosseguimento da ação penal.

Page 74: Direito penal geral   rogerio sanches

ANALISE DO ART. 107 CP:

1 - MORTE DO AGENTE:

extingue a punibilidade a qualquer tempo. É fundamento pelo princípio da pessoalidade da pena. Art. 5°, XLV CRF.

Agente: significa indiciado, réu, recorrente, reeducando, abrange o autor do crime em qualquer momento da persecução penal.

-a morte do agente extingue alem da punibilidade, todos os efeitos penais da condenação, mas permanece os efeitos extra-penais, ou seja, direito de reparação do dano.

A morte do agente é comprovada pela certidão de óbito original, a vista do MP. Art. 62 CPP. É uma exceção da liberdade de provas, pois é uma prova tarifaria.

A doutrina moderna admite a sentença que presume a morte gerar a extinção de punibilidade.

- A extinção da punibilidade fundada em certidão de óbito falsa: conseqüências:

1cr. Considerando o transito em julgado da sentença e a vedação da revisão criminal “pro societate”, só resta ao MP deflagrar investigação do crime falsidade documental.

2cr. A certidão certificou fato inexistente, a sentença baseada em fato inexistente não sofrem qualidade de coisa julgada material. Respondera pelo crime de falsidade documental e pelo crime anterior.

O STF adota a 2 corrente. HC 60095-6 RJ

-Questão: a morte do condenado impede a revisão criminal? Não impede. É possível a revisão criminal, pelo fato dos efeitos extra-penais. Não é possível a reabilitação.

A morte da vitima na ação penais personalíssimas, extingue a punibilidade do agente. Art. 236 CP – induzir o erro o contraente de casamento.

2 - ANISTIA, GRAÇA E INDULTO:

Forma de o Estado renunciar ao seu direito de punir.

Questão: É possível este institutos na APPriv? R: Se o direito punir continua com Estado, pois so se passa ao particular transfere somente a titularidade da ação, assim pode o Estado aplicar anistia, graça e indulto a APPriv.

2.1) ANISTIA

É uma espécie de ato legislativo federal (congresso nacional), ou seja, lei penal devidamente sancionada pelo executivo através do qual Estado em razão de clemência política ou social, esquece um fato criminoso, apagando todos efeitos penais de eventual condenação.

Questões de concurso:

Não se concede através decreto, mas sim por lei penal anômala.

Page 75: Direito penal geral   rogerio sanches

Apaga os efeitos penais da condenação, os efeitos civis, ou seja, extra-penais permanecem.

** Não confunda anistia com abolitio criminis:

ANISTIA ESQUECE O FATO [O tipo incriminador permanece]

FATO CASO CONCRETO

ABOLITIO CRIMINIS

SUPRESSÃO DE FIGURA CRIMINOSA

[O tipo incriminador é abolido]

LEI FATO ABSTRATO

2.1.1) Classificação doutrinaria:

1) PROPRIA E IMPRÓPRIA

1.1 – própria: quando concedida antes da condenação.

1.2 – imprópria: quando concedida após a condenação.

2) RESTRITA E IRRESTRITA

2.1 – restrita: quando a lei exige condição pessoal do destinatário. Ex: ser primário.

2.2 – irrestrita: tem destinatário indeterminado, não se exige qualidade especial do destinatário

3) CONDICIONADA E INCONDICIONADA

3.1 – condicionada: exige o preenchimento de certas condições para a concessão do beneficio. Ex: reparação do dano.

3.2 – incondicionada: não depende de condição para concessão do beneficio.

4) CRIMES COMUNS E ESPECIAIS

4.1 – comum: quando atinge crime comum

4.2 – especial: quando atinge crime político

-Questão: o congresso discute projeto de lei, que visa anistiar os crimes do mensalão, e aprova a lei, vai para o presidente sanciona, a população se revolta, o congresso faz outra lei revogando a anistia, é válido esse processo, evita anistia dos mensaleiros? R: Uma vez concedida, não pode a anistia ser revogada, porque a lei posterior prejudicaria os anistiados e clara violação ao princípio constitucional do que a lei não pode retroagir para prejudicar o acusado.

2.2) GRAÇA E INDUTO

Beneficio concedido pelo Presidente ou por delegado seu, via decreto presidencial extinguindo os efeitos executórios penais da condenação. Os demais efeitos penais e civis permanecem.

Conceito: Espécies de renuncia estatal ao direito de punir. Institutos extintivos da punibilidades concedidos ou delegados pelo presidente da república, via decreto presidencial [Art. 84, XII CRF] atingindo apenas os efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime e efeitos secundários.

Page 76: Direito penal geral   rogerio sanches

GRAÇA INDUTO

Tem destinatário certo. [beneficio individual] Não tem destinatário certo. [beneficio coletivo]

Depende de provocação. Não depende de provocação.

Conhecido com indulto individual Conhecido indulto coletivo

Sempre se ensinou que graça e indulto pressupõem transito em julgado da condenação. Mas a doutrina moderna, acompanhada pela jurisprudência, admite graça e indulto com mera condenação provisória.

Vedava-se a execução provisória, hoje permitindo tal execução.

Condenado provisório preso – pode ser objeto de execução provisória, para antecipar os benefícios da execução penal

Sumula 716 STF. [Admite-se execução provisória pró réu]

716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

Resolução 19 CNJ. Art. 1°.: A guia de recolhimento provisório será expedida quando da prolação da sentença ou acórdão condenatórios, ainda sujeitos a recursos, sem efeitos suspensivo.

Condenado provisório solto – não pode ser objeto de execução provisória.

2.2.1) Classificação doutrinaria:

1) PLENO E PARCIAIS

1.1 – Plenos: extingue totalmente a pena

1.2 – Parciais: diminui ou comutam [substituem] a pena. Ex: restritiva de liberdade para restritiva de direito

2) CONDICIONADA E INCONDICIONADA

2.1 – condicionada: exige condição para a concessão do beneficio. Ex: reparação do dano.

2.2 – incondicionada: não depende de condição para concessão do beneficio.

2.2.2) CRIMES INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA [Art. 5°, XLIII]

Crimes hediondos:

Page 77: Direito penal geral   rogerio sanches

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Evolução histórica legislativa:

a) A constituição: Insuscetíveis: graça e anistia

b) Lei 8072\90: Insuscetíveis: graça, anistia e indulto

-Questão: é constitucional acrescentar indulto na lei de hediondos?

1cr.: Inconstitucional. A constituição traz vedações máximas, não pode o legislador ordinário acrescentar outras. Argumentando a corrente as hipóteses de prisão civil estão na CRF e não pode acrescentar outras o legislador ordinário. [LFG]

2cr.: Constitucional: a constituição traz vedações mínimas. Argumento que inciso é aberto pois fala em ‘a lei definirá’. Graça é espécie de indulto em sentido amplo. [STF decide desta maneira]

c) lei 9455\97 lei de tortura (Art. 1°, §6°): insuscetível: anistia, graça

1cr.: houve uma revogação tácita do Art. 2° da lei 8072\90 – princípio da isonomia: permitindo para o indulto, permite-se para os demais.

2cr.: A lei de tortura é lei especial – princípio da especialidade: o indulto é só para tortura. [STF]

d)Lei 11343\06(Art. 44): insuscetíveis: anistia, graça e indulto.

-Questão: é possível conceder indulto a medida de segurança? Tem doutrina, admitindo [lfg], mas a maioria discorda quem deve atestar a cessação da periculosidade é o medico através de pericia e não o presidente.

3 – DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO E PRECLUSÃO

3.1)DECADÊNCIA Art. 38 CPP, 103 CP:

Conceito:

É a perda do direito de ação pela consumação do termo prefixado pela lei para oferecimento da queixa (nas ações penais de iniciativa privada) ou representação (nas ações publicas condicionadas), demonstrando, claramente, a inércia do seu titular.

O titular perde o direito de ação e Estado conseqüentemente perde o direito de punir.

Termo em regra: 6 meses. Art. 103. Salvo disposição em contrario:

Exceção:

Lei de impressa: 3 meses – prazo suspenso pela ADPF 130. Está aplicando o prazo regra de 6 meses.

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Este prazo é contado pelo Art. 10 CP.: computo o dia do inicio, excluindo o dia do fim. - A data em que a vitima tomou conhecimento da autoria.

- Exceção: APPriv subsidiaria da publica é do dia esgotar o prazo para MP oferecer denuncia. Art. 38 CP.

A.P.Priv. subs Pub

MP – tem 15 dias ---- vitima tem 6 meses (queixa substitutiva)-----hipótese de co-

legitimidade ---- passados o 6 meses volta para o MP a legitimidade --- não extingue o direito de punir do Estado.

Legitimidade:

Menor 18 anos = representante legal

Antes do CC a vitima entre 18 e 21 anos tinha co-legitimidade

Depois do CC a vitima de 18 anos tem legitimidade total.

1 cr.: Se o representante legal não representar quando a vitima era menor de 18, decai no seis meses do fato.

2 cr.: Se o representante legal não representar quando a vitima era menor de 18, quando a vitima completar 18 passa ter um prazo decadencial próprio.

Situação

-Se a vitima tem 17 e 10 meses, o representante tem 2 meses, e a vitima tem o restante de 4 meses.

-No caso de continuidade delitiva o prazo é para cada crime.

Questão:

É possível prescrição sem decadência? Prescrição vença ante da decadência? R: é possível por ter termos iniciais diferentes.

Termo inicial:

A decadência: ciência da autoria.

A prescrição: da data da consumação.

Ex: crime de estupro.

O fato ocorre em 01/01/1990-----prosseguindo o prazo sem conhecer o agente.

O prazo decadencial diferentemente do prescricional, não se interrompe; não se suspende; não se prorroga.

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3.2) PEREMPÇÃO

Previsão legal: Art. 60 CP.

Conceito: Instituto decorrente do principio da disponibilidade da APPriv. Significa a morte da ação penal já proposta. É uma sanção processual imposta ao querelante inerte ou negligente.

Em APPriv subsidiaria da Publica existe a perempção para querelante subsidiário, e o MP retoma a titularidade da ação penal. Este fenômeno do MP retomar a titularidade e chamada de Ação penal indireta.

3.2.1) Hipóteses de perempção:

1 – Deixar de dar andamento 30 dias seguidos pelo querelante.

O prazo de 30 dias corre independentemente de intimação, trata de sanção automática, mas tem jurisprudência minoritária exigindo a intimação.

O prazo de ser 30 dias corridos, não pode somar negligencias parciais.

2 – Falecimento do querelante, e não aparecer ninguém no 60 dias

3 – duas hipóteses:

*Querelante não aparece ato processual sem justo motivo:

-Se querelante não comparece na audiência de conciliação antes do recebimento da queixa pelo juiz:

1 cr. perempção: ato de comparecimento obrigatório.

Equivoco: a audiência de conciliação não é obrigatória; aplicar perempção, que sanção processual, pois ainda não existe ação penal ainda pois o juiz não recebeu a queixa.

2 cr. significa que não quer conciliar prosseguimento da petição.

*Pedido de condenação em alegações finais.

Nas alegações o querelante deve demonstrar pelas argumentações a intenção de condenação do querelado.

Se autor pedir absolvição o juiz pode condenar?

Se autor for MP pode condenar, se for querelante não pode pela perempção.

4 – pessoa jurídica se extingue sem deixar sucessor.

Exemplo de crime: Pj vitima de difamação

Questões:

Querelante ganha a condenação do querelado, este apresenta apelação,e querelante não apresenta contra-razoes?

R: Ocorre a perempção, na não apresentação de contra razoes na apelação.

Page 80: Direito penal geral   rogerio sanches

Apresentação das razoes em recurso fora do prazo ocorre a perempção?

R: não gera perempção a apresentação intempestiva.

**Ocorrida a perempção não se pode intentar novamente ação penal.

3.2.2) RENUNCIA E PERDAO: desdobramento lógico do principio da oportunidade da ação privada, de exercício facultativo.

3.2.2.1) RENUNCIA:

Conceito: ato unilateral do ofendido ou representante legal, abdicando do direito de promover a ação privada.

Questão:

É possível a renuncia e APPriv sub da Pub? Existe a renuncia do querelante subsidiário, voltando ao MP a titularidade.

É possível a renuncia e APPubl ? R: é possível Art. 74 da L. 9099/99, nas infrações penais menor potencial ofensivo condicionada a representação.

Classificação:

Renuncia antecede a ação penal:

EXTRAPROCESSUAL:

1 – expressa: Art. 50 CPP.

2 – tácita: Art. 104, § ú CP.

Questões:

-O acordo entre as partes de reparação de danos não gera renuncia, salvo no juizado.

-Se a vitima renuncia a um dos autores, renuncia com relação a todos. Art. 49 CP. Chamado de critério de extensibilidade da renuncia em razão do principio da indivisibilidade da ação penal.

-Se a duas vitimas cada uma tem o direito autônomo e independe de renunciar ou não.

-Não existe retratação da renuncia.

3.2.2.2)PERDÃO DO OFENDIDO

Conceito: Instituto decorrente do principio da disponibilidade da ação privada. É o ato pelo qual ofendido ou seu representante legal, desiste de prosseguir. Com andamento do processo já em curso, desculpando o ofensor pela pratica do crime.

Questões:

Page 81: Direito penal geral   rogerio sanches

É possível perdão em APPriv subsidiaria? Sim, mas não extingue a punibilidade, fazendo surgir ação penal indireta, que o MP retoma a titularidade.

É possível perdão em APP? Nunca. Só na privada.

-diferentemente da renuncia o perdão do ofendido pressupõe processo em curso. ´

-diferentemente da renuncia o perdão é ato bilateral, deve ter anuência das duas partes.

-o perdão pode ser ato condicionado? Não existe perdão condicional, e nem aceitação condicionado.

Não cabe perdão na fase de execução. Art. 106, §2° CP.

PERDÃO ACEITAÇÃO RECUSA

EXTRA PROCESSUAL: em cartório

EXTRA EXTRA

PROCESSUAL PROCESSULAL PROCESSUAL

EXPRESSO EXPRESSA EXPRESSA

TÁCITO TACITA NUNCA(SILENCIO CONFIGURA ACEITAÇAO TACITA.

Pluralidade de réus: o perdão de um réu, estende aos demais. Mas depende de aceitação do réus expressamente, se um não aceitar o processo continua.

Vitimas diversas: direitos autônomos e independentes.

Diferenças:

RENUNCIA PERDÃO DO OFENDIDO

Decorre do P. da oportunidade Decorre do P. da disponibilidade

Ato unilateral Ato bilateral

Cabe em APP condicionada L. 9099/95 Somente APPrivada

Obsta a formação do processo Pressupõe processo em curso

Somente Extra processual Pode ser Extra ou processual

4) RETRATAÇÃO: Art.107, VI CP

Page 82: Direito penal geral   rogerio sanches

VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

Conceito: Retratar-se não significa simplesmente negar ou confessar o fato. É mais: é retirar totalmente o que disse, trazendo a verdade novamente à tona.

HIPOTESES DE RETRATAÇÃO:

1 – Calunia[Art. 138 CP]

2 – difamação [Art. 139]

Essas previstas no Art. 143 CP

Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

3 – Falso testemunho

4 –Falsa pericia

Essas prevista no Art. 342, §2° CP

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

Obs: Na lei de imprensa: era permitido por injuria,difamação, calunia,mas não esta em vigor, dispositivos suspensos pelo STF.

-A retratação é possível até a sentença de primeiro grau, nos crimes de difamação e calunia, e nos crimes de falso, até a sentença de primeiro grau nos processos onde ocorreu o falso.

Comunicação em concursos:[MAGISTRATURA SP]

Art. 143 – o querelado fica isento de pena circunstancia subjetiva= é incuminavel a participes.

Art. 342, §2° - o fato deixa de ser punível circunstancia objetiva = é comunicável a participes.

Mas tem parcela da doutrina que não aceita que retratação comunique com os demais agentes.

5) PERDÃO JUDICIAL

É o instituto pelo qual o juiz, não obstante a pratica de um injusto penal por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar a pena, nas hipóteses taxativamente previstas em lei. Levando em consideração determinadas circunstancias que concorrem para o evento. Em caso tais o Estado perde o interesse de punir.

Perdão judicial, diferentemente do perdão do ofendido, é ato unilateral, dispensa a concordância do perdoado.

É direito subjetivo do réu, uma vez preenchido os requisitos legais.

Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial:

1cr.: sentença condenatória.

Page 83: Direito penal geral   rogerio sanches

-Interrompe a prescrição

-Serve como titulo executivo

-Pressupõe devido processo legal [CAPEZ]

- Não pode ser concedido na fase do I.P.

Art.120 CP- pressupõe sentença condenatória

-Para segunda fase defenda essa.

2cr.: sentença declaratória extintiva da punibilidade[PREVALECE]

-Não interrompe a prescrição

-Não serve como titulo executivo

-Pode ser concedida na analise do IP. [CAPEZ]

SUMULA 18 STJ:

18. A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

6 - PRESCRIÇÃO

Conceito: é a perda em face do decurso do tempo, do direito do Estado punir(direito de o Estado punir) ou executar punição já imposta. (direito do Estado concretizar a pena aplicada)

Os crimes por mais grave que sejam, prescrevem, o Estado não pode eternizar no seu direito de punir.

Exceções:

a) Art. 5° XLII - racismo

b) Art. 5° XLIV – crime de grupos armados contra ordem constitucional

O examinador costuma colocar genocídio, este prescreve.

Fundamento da prescrição pode assim ser resumido:

Genérico: o tempo faz desaparecer o interesse social de punir.

-O tempo torna inócua a finalidade da pena.

-O tempo faz que Estado puna pessoa diversa psicologicamente da que praticou o crime.

-O tempo faz desaparecer a segurança da punição. Pois o tempo desaparecer as provas.

-O tempo faz com que a pena deixa ser um exemplo a sociedade e sim mera vingança.

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6.1) ESPECIES DE PRESCRIÇÃO:

Quando ocorre? Tipos?

PRESCRIÇÃO PRETENSÃO PUNITIVA

-Ocorre antes do transito em julgado da condenação.

-Apagando todos efeitos de eventual condenação provisória.

1 – PPP em abstrato: Art. 109 cp

2 – PPP superveniente: Art. 110 §1° cc 109 cp

3 – PPP retroativa: Art. 110, §2° cc 109 cp

4 – PPP em perspectiva/ por prognose/ antecipada/ virtual: criação jurisprudencial

PRESCRIÇÃO EXECUTÓRIA

(jamais prescreve)

Art. 110 c.c

-Pressupõe transito em julgado da condenação.

-Faz desaparecer apenas os efeitos executórios (subsistindo os efeitos secundários da condenação. )

6.2) TIPOS DE PRESCRIÇAO:

6.2.1) PRESCRIÇÃO PUNITIVA

6.2.1.1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM ABSTRATO OU PROPRIAMENTE DITA: ART. 109 CP:

Tendo o Estado, a tarefa de buscar a punição do agente deve dizer quando essa punição já não mais o interessa. Eis a finalidade do Art. 109 CP que considera a pena máxima em abstrato previsto no tipo.

Na busca de pena máxima ou em abstrato considera-se:

CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO:

a) causa de aumento: se for variável a causa de aumento [ 1/3 ou metade de aumento] -- se a pena é máxima busca a causa de aumento de pena máximo. TEORIA DA PIOR DAS HIPOTESES.

b) causa de diminuição: a menor possível que sempre piora a situação do réu. No caso de diminuição for variável [ex: 1\3 a 2\3 ] considera a menor diminuição]

Page 85: Direito penal geral   rogerio sanches

Não se considera: pois a lei não diz nem o mínimo nem máximo, fica a critério do juiz.

CIRCUNSTANCIA AGRAVANTE E ATENUANTE: não se considera para encontrar a pena máxima para o crime.

Art. 119 CP = concurso formal e nem material não são considerados na busca da pena máxima a analise e na pena de cada um.

Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.

Exceção:

Art. 115 CP – menoridade e maioridade de 70.

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos.

6.2.1.1.1) RECONHECIDA A PRESCRIÇÃO:

CONSEQÜÊNCIAS:

a) desaparece para o Estado seu direito de punir, inviabilizado qualquer analise do mérito, mas também com mudança do CPP 2008, o novo Art. 397, IV CPP, o instituto da absolvição sumária:

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:IV – extinta a punibilidade do agente.

b) eventual condenação provisória é RESCINDIDA, não é anulada o extinta, apenas rescindida. Não operando qualquer efeito, penal ou extra-penal.

c) acusado não será responsabilizado pela custas processuais.

d) direito a restituição da fiança se a houver prestado.

6.2.1.1.2) QUANDO SE INICIA O PRAZO PARA CONTAR P.P.P.ABSTRATO.

a) TERMO INICIAL: Art. 111 CP.

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

I – do dia em que o crime se consumou; (REGRA)II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; [ULTIMO ATO EXECUTÓRIO]III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (CASO VILMA SEQUESTRADORA)IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.(CASO VILMA SEQUESTRADORA)

É crime habitual (crime de reiteração de ato (casa de prostituição) começa quando?

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R: Deve ser tratado como crime permanente. Min. Marco Aurélio – discorda. Inicia-se a partir da segunda pratica do crime, pois se tratá-lo como crime permanente estaria se fazendo analogia in malen part.

6.2.1.1.3) PERIODO PRESCRICIONAIS (111 c.c 117 CP)

111 CP – termo inicial 117 CP – causa interruptivas (zeram o cronometro)= esta combinação resultam em balizas prescricionais, analisados nos ritos diversos ou do júri.

Até o inciso IV é causa da extinção punitiva as outra são da executória:

Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se:I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa;II – pela pronúncia;III – pela decisão confirmatória da pronúncia;IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

(Questão MP SP) - §1° - A interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.

a) Rito que não é do júri:

Termo inicial: data do fato: [Art.111]

1 – baliza – vai ate o recebimento da inicial[Art. 117, I]

2 – baliza – vai ate publicação da condenação[Art. 117, IV]

3 – baliza – até o transito em julgado definitivo

b) Rito que é do júri:

Termo inicial: data do fato: [Art.111]

1 – baliza – recebimento da inicial

2 – baliza – pronúncia[Art. 117,II]

3 – baliza – confirmação da pronuncia[Art. 117,III]

4 – baliza – condenação dos jurados

5 – baliza – até transito em julgado final para as partes.

-Questão: Se na condenação há uma desclassificação criminal no procedimento júri de onde começa contar a prescrição no rito do juri ou diverso do juri?

191. A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.

R: continua valendo a pronúncia, como baliza da prescrição.

Obs.: sendo a prescrição matéria de ordem de oficio, podendo ser reconhecido a prescrição a qualquer tempo de oficio.

-Questão: Existe prescrição de ato infracional?

Page 87: Direito penal geral   rogerio sanches

R: No ato infracional o Estado educa não pune.

1 cr. não tem prescrição, pois Estado não tem direito de punir para ser extinto. O Estado tem o direito de educar.

2 cr. tem prescrição. Sumula 338 STJ – A PRESCRIÇAO PENAL É APLICAVEL NAS MEDIDAS SOCIO – EDUCATIVAS.

AULA 5\12\2008

6.2.1.2) PRESCRIÇAO PRETENÇAO PUNITIVA SUPERVINIENTE. Art. 110,§1° CP:

Antes da sentença recorrível não se sabe a quantidade ou tipo de pena a ser fixada pelo juiz, razão pela qual o lapso prescricional regula pela pena máxima prevista em lei.

Contudo fixado a pena e transitando em julgado para acusação, ou sendo seu recurso improvido, não mais existe razão para se levar em conta a pena máxima em abstrato, já que veda-se a reformatio in pejus. Conclusão trabalha-se com pena em concreto.

6.2.1.2.1) CARACTERISTICAS:

a) pressupõe sentença ou acórdão penal condenatório.

b) os prazos prescricionais são os mesmos do Art. 109 CP.

c) conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória ate o transito em julgado final.

d) pressupõe transito em julgado para a acusação, no que diz respeito a pena aplicada (SE NÃO TIVER ESSA É ABSTRATO)

e) trabalha com a pena efetivamente imposta na sentença.

f) tem as mesmas conseqüência da prescrição da pretensão punitiva em abstrato.

-Obs: se o MP recorre só quanto ao regime, a prescrição começa correr da pena em concreto. Se recorrer de tudo a prescrição é a PPP Abstrato.

-O Juiz deve reconhecer a prescrição antes mesmo do tribunal.

6.2.1.3) PRESCRIÇAO DA PRETENÇAO PUNITIVA RETROATIVA. Art. 110§2° c.c 109 CP.

A PPPR tem o mesmo fundamento, e as mesmas características e conseqüências da PPPR, com a diferença de que o seu termo inicial é da publicação da condenação para trás.

a) pressupõem sentença condenatória

b) pressupõem transitado em julgado

Quando de acordo com pena em concreto se estabelece o prazo prescricional em certo prazo, se este já se passou antes da condenação ocorre a prescrição.

Page 88: Direito penal geral   rogerio sanches

EX: Réu condenada em 1 ano o prazo de prescrição é de 4 anos. Se o Estado demorou por exemplo 6 anos para processar e julgar. A prescrição retroativa acontece.

6.2.1.3.1 ) PRESCRIÇÃO PRETENÇAO PUNITIVA EM PERSPECTIVA[prognose, virtual, antecipada] (CRIAÇÃO JURISPRUDENCIA)

É quando, por exemplo, a prescrição vai ser de 4 anos, e o juiz vai dar 1 ano, e o recebimento da denuncia demorou 7 anos. Antes mesmo de receber o juiz vê que já tem prescrição.

A Prescrição em perspectiva, considerando as circunstancias do fato, bem como as condições pessoais do agente, antevê [antecipa] a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva retroativa, configurando clara hipótese de carência de interesse de agir.

Na defesa escrita, pede a absolvição sumaria [Art. 397]:

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:IV – extinta a punibilidade do agente.

OBS: O STF NÃO RECONHECE A PRESCRIÇÃO PERSPECTIVA.

6.2.2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Art. 110 CP.

6.2.2.1) Características:

1 – pressupõe transito em julgado para duas partes

2 – regula-se pela pena em concreto

3 – os prazos prescricionais são os mesmos do Art. 109 CP

4 – este prazo prescricional é aumentados em 1\3 se o condenado é reincidente[somente válido PPE e não PPP]

Reconhecida a prescrição da pretensão executória, extingue-se a pena aplicada, sem, contudo, rescindir a sentença condenatória [que produz os demais efeitos penais e extrapenais].

Exemplo: crime de furto de

PPA

PPA

PPA

DF |-----| RI |-----| PUBL.

COND

|-----| T. JULG. DEFIN

PPR

PPR

PPPS

PPE

[termo inicial no TJ para o MP] e no caso de fuga computa a diminuição do que já foi

Page 89: Direito penal geral   rogerio sanches

cumprido da pena em concreto, faz-se nova conta do resto da pena no Art. 109

6.3 ) TERMO INICIAL DA PRETENSAO EXECUTÓRIA;

Art. 112. No caso do artigo 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.

Assim condenado por um ano em 10/10/90 ocorre o transito em julgado em 08/11/90 para o MP e transito em julgado para ambas as partes em 23/01/93.

A prescrição começa a contar de 08/11/90.

No caso de revogação de livramento ou fuga: desconta o tempo cumprido de pena e restante que falta faz a conta para prescrição que falta.

Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

6.4) INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

No caso do inciso II aplica:

Art. 117 CP:

V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

VI – pela reincidência.

Basta a pratica do novo crime, não precisa ser julgado pelo novo crime, e maioria entende não ferir o princípio da presunção de inocência.

Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

Obs.: I A IV – P.P.PUNITIVA; V e VI – P.P EXECUTORIA

6.5) REDUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.

O Art. 115 aplica-se a todas as espécies de prescrição seja executiva ou punitiva:

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos.

Page 90: Direito penal geral   rogerio sanches

O novo CC não aboliu a causa de redução de prescrição para os menores de 21 anos, o CP preocupa-se com idade biológica.

Para o menor de 21 anos - no momento da ação ou omissão.

Para o maior de 70 anos – o beneficio vale apenas na data da 1° sentença que primeiro o condena. Se for ter mais de 70 apenas no acórdão confirmatório, aqui não vale. Ressalvada se na primeira condenação foi absolvido, e no acórdão condena e tem mais 70 anos, aplica o Art. 115.

Obs.: o STF afirma que o estatuto do idoso que escabele ser idoso com 60 anos, não mudou o Art. 115 CP.

6.6) SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO.

Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

INTERRUPÇÃO DO PRAZO SUSPENSÃO DO PRAZO

-desconsidera o tempo pretérito

-começa novo lapso prescricional

- Art. 117

-zera o cronometro

- considera o tempo pretérito

-aproveita o lapso anterior

- Art. 116

-para o cronometro.

Art. 116:

INCISOS I e II – suspensão para prescrição punitiva

EX: do inciso I : bigamia – enquanto não resolver por exemplo ação de anulação de casamento no cível, suspende o criminal. [isto é uma questão prejudicial]

Questão prejudicial: [Art. 92 a 93 CPP ]- obrigatória – suspende e a facultativa – suspende se o juiz acatá-la.

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputá vel à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o pro cesso, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir ime diatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.

Page 91: Direito penal geral   rogerio sanches

Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.

PAR. ÚNICO – suspensão para prescrição executória.

Ex: só vai correr a prescrição da nova pena depois que cumprir pena de crime anterior.

Existem outras causas suspensivas fora do Art. 116:

1 – parcelamento de debito tributário

2 – Art. 366 CPP – o STF diz fica suspenso ate o réu ser encontrado.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no artigo 312.

3 – Art. 53 da CRF.

4 – suspensão condicional do processo. [Art.89,§6° da Lei 9099/95]

Causa extra:

Denunciado e no decorrer do processo sobreveio doença mental, o juiz suspende o processo, mas NÃO suspende a PRESCRIÇÃO.

6.7) PRESCRIÇÃO COM PENA DE MULTA.

Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá:

I – em dois anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

Obs:

Deve se combinar ao Art. 114 com as causas suspensiva e interruptiva da prescrição da execução fiscal.

O prazo é do CP.

PPPUNITIVA CONSEQUENCIA PPEXECUTIVA CONSEQUENCIA

Priv.lib ou multa Prescreve junto com pena

Priv. Lib. e multa Prescreve junto com pena

Priv. Lib e multa Prescreve junto com pena

Multa Prescreve em 2 anos

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Multa Prescreve em 2anos

Com advento da 9268\96 a multa não paga deve ser executada como divida ativa. Neste casos as causas suspensivas e interruptivas são da Lei de execução fiscal.

OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:

1 - MEDIDA SEGURANÇA:

Prescreve:

PPP ABSTRATO: PENA MAXIMA.

PPP SUPERVINEITE: O PRAZO MINIMO DE INTERNAÇÃO.(1ANO)

PP EXECUTORIA: PRAZO MINIMO DE INTERNAÇÃO.

A sentença de medida de segurança é absolutória imprópria. Ai conta do recebimento da denuncia. Se é um ano, o prazo é de 4 anos.

INTER CRIMINIS

Caminho percorrido pela infração penal.

1 – CONCEITO: É conjunto de fases que se sucedem cronologicamente no desenvolvimento do delito doloso. É divido em duas macrofases: interna [cogitação e atos preparatórios] e externa [execução e consumação]

OBS.: Em regras 4 fases:

-O crime doloso material percorre as 4 fases.

-O crime culposo não percorre a duas primeiras.

-O crime formal e de mera conduta dispensa o sequer tem resultado naturalístico.

2 - FASES DO CRIME:

2.1 – cogitação: fase interna do ‘inter’. Obs. Em razão do Principio da materialização do fato, esta fase jamais é punida.

2.2 – atos preparatórios: inaugura uma fase externa do ‘inter’. Chamada de fase “conatus remotus”.Aqui o agente procura criar condições para realização da conduta delituosa.

Obs. Em regra considerando o Princípio da lesividade esta fase impunível.

Exceção Art. 288 CP a formação de quadrilha e bando, houve aqui uma impaciência do legislador em punir. A doutrina moderna tem criticado esta exceção, o ato preparatório também

Page 93: Direito penal geral   rogerio sanches

é impunível; a quadrilha não é ato preparatório e sim ato executório do tipo de quadrilha, pode ser preparatório de crime futuro que não precisa nem acontecer. A corrente que prevalece é que admite exceção.

Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:Pena – reclusão, de um a três anos.

2.3 – execução: traduz pela qual a maneira o agente atua exteriormente para realizar o núcleo do tipo.

2.3.1 ) Teorias que diferenciam de atos preparatórios e executórios: [MP minas e mpf]

a) teoria da hostilidade ou critério material: há execução quando ato ataca o bem jurídico, provocando concreto perigo de lesão. (Hungria).

b) teoria objetiva formal: ato executório é que inicia a realização do núcleo do tipo. (Frederico marques e Fernando Capez)

c) teoria objetivo-individual: atos executórios são aqueles de acordo com plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior a execução do núcleo do tipo. (Eugenio Raúl Zaffaroni) – Teoria que prevalece.

FLAVIO MONTEIRO DE BARROS: fala que deve se aplicar as três teorias concomitantemente.

ex: furto de veiculo:

a) é muito ambíguo: a critério do juiz quando se inicia.

b) é preciso iniciar o núcleo do tipo: é preciso roubar o carro

c) agente so de subir o muro para roubar o carro já é punível

2.4 – resultado ou consumação: assinala o instante da composição plena do fato criminoso.

2.4.1 - CONSUMAÇÃO: considera-se crime consumado a realização do tipo penal por inteiro, nele encerrado o inter criminis.

Conceito legal: I, Art. 14 CP.

Art. 14. Diz-se o crime:Crime consumadoI – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Sumula 610 STJ: latrocínio é subtração tentada e morte consumada. Esta sumula ofende o Art. 14, I, CP. O STF esta considerando a consumação do crime por partes e não por inteiro. [Rogério Greco]

610. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

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**A consumação não se confunde com exaurimento. Diz-se crime exaurido (esgotado plenamente) os acontecimentos posteriores ao termino do inter criminis, ou seja, os acontecimentos posteriores ao fim pretendido pelo agente. O crime exaurido deve ser mais severamente punido, é considerado na fixação da pena.

Ex: concussão exigir propina (consumação), receber a vantagem (exaurimento).

Crime permanente é aquele cuja consumação se protrai no tempo, cessando com encerramento do comportamento ilícito do agente. Ex. extorsão mediante seqüestro.

3 - CLASSIFICAÇÃO DO DELITO QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO

a) delito material: o tipo penal descreve: uma conduta mais resultado naturalístico que é indispensável[imprescindível] à consumação. Ex. 121, 155, 157.

b) delito formal: chamado também de crime de consumação antecipada; o tipo penal descreve conduta mais resultado naturalístico, mas é dispensável[prescindível] o resultado para consumação, se ocorre é mero exaurimento. Ex: Art. 158, 159, 316.

c) delito mera conduta: o tipo penal descreve uma mera conduta; crime que não tem resultado naturalístico. Ex. ato obsceno 135; omissão de socorro 235, 150 e maioria dos omissivos próprios.

Doutrina moderna diferencia consumação formal e consumação material do delito:

Consumação formal: Se dá quando ocorre o resultado naturalístico nos crimes materiais o quando o agente concretiza a conduta descrita no tipo formal e mera conduta.

Consumação material: Se dá quando presente a dá relevante e intolerável lesão ou perigo lesão ao bem jurídico lesado.

Obs.: se reparte a tipicidade formal e material deve repartir a consumação formal e material.

4 – CRIME TENTADO

4.1 - Conceito doutrinário e legal: Art. 14 , ll CP.

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

4.2 - NATUREZA JURIDICA: Norma de extensão temporal. Amplia a proibição contida na norma incriminadora a fatos humanos praticados de forma incompleta.

Obs1.: O correto é falar tentativa de crime e não crime de tentativa, porque a tentativa não constitui crime sui generis, com pena autônoma. É ela violação incompleta da mesma norma de que o crime consumado representa a violação plena. Portanto, não há crime de tentativa e sim tentativa de crime.

É adequação típica indireta. Ex: tentar matar alguém, o Art. 14, ll ajuda subsumir ao tipo do 121. Se não houvesse esse artigo, seria fato atípico.

-Questão: Qual o único crime só é punível se tentado se consumado é atípico?

Page 95: Direito penal geral   rogerio sanches

R: Crimes de lesa pátria. Gênero da espécie de crimes da lei de segurança nacional. São crimes que se pune tentativa, mas a consumação é atípica. Art. 11 da lei 7170\83

Art. 9º Tentar submeter o Território Nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro País.Pena – reclusão, de quatro a vinte anos.Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até um terço; se resulta morte, aumenta-se até a metade.Art. 11. Tentar desmembrar parte do Território Nacional para constituir País independente.Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

4.3 - Elementos da tentativa:

1 – inicio da execução

2 – não consumação por circunstancia alheias a vontade do agente.

-Tem doutrina que coloca o terceiro elemento.

3 – dolo de consumação. (LFG e Fabio Monteiro de Barros)

4 – resultado possível – [NÃO COLOQUE EM CONCURSO [ ROGÉRIO SANCHES]

4.4 – Conseqüência da tentativa [§ ú Art.14 CP.]:

Pune-se a tentativa com pena correspondente do crime consumado, diminuída uma a dois terços.

Em regra: o Brasil adotou o critério objetivo, é chamado de tipo manco. Pois critério de subjetivo é completo e objetivo incompleto.

CRIME CONSUMADO CRIME TENTADO SUBJETIVAMENTE COMPLETO SUBJETIVAMENTE COMPLETOOBJETIVAMENTO COMPLETO OBJETIVAMENTE INCOMPLETO

[ REDUÇAO DE PENA]Excepcionalmente há crimes que a tentativa é punida com mesma pena do crime consumado, adotando o critério subjetivo.

São chamados os crimes de atentado ou de empreendimento. É caso que a tentativa vai ter a mesma pena da consumação, adotando critério subjetivo.

Exemplos:

-Evadir ou tentar evadir

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

-No código eleitoral- votar o tentar votar no nome de outro

-Abuso de autoridade.

-Genocídio

AULA 12\12\2008

4.5 - CLASSIFICAÇÃO

1 – QUANTO A ‘INTERCRIMINIS’ PERCORRIDO

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a) tentativa imperfeita (tentativa inacabada): o agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar atos executórios a sua disposição.

b) tentativa perfeita (tentativa acabada) (crime falho): o agente esgotou os atos executórios que pretendia realizar, não consumando o intento por circunstancias alheias a sua vontade.

Crime falho sinônimo de crime de tentativa perfeita.

Obs.: Tentativa perfeita (onde se esgota os atos executórios) somente é compatíveis com os crimes materiais. Nos crimes formais ou mera-conduta a tentativa perfeita torna o crime consumado, assim não existindo este instituto para estes crimes.

Obs.: quanto à dessimetria da pena na tentativa:

1cr.: Tem jurisprudência norteando a redução da pena na tentativa conforme o maior percurso percorrido no caminho do crime. Quanto mais atos executórios, menor a redução, quanto menos atos executórios, maior a redução.

2cr.: Prevalece, no entanto, que a redução da pena na tentativa, deve ser inversamente proporcional a proximidade do resultado. Quanto mais próximo de causar o resultado menor a redução, quantos menos próximo maior a redução. [prevalece]

2 – QUANTO AO RESULTADO PRODUZIDO NA VÍTIMA

a) cruenta: a vitima é atingida. [Tentativa vermelha] – maior punição

b) incruenta: a vitima não é atingida. [Tentativa branca]

3 – QUANTO A POSSIBILIDADE DE ALCANÇAR O RESULTADO PRETENDIDO

a) idônea: o resultado apesar de não alcançado por circunstâncias alheias à vontade do agente era possível. – é punível

b) inidônea: o resultado não alcançado era absolutamente impossível em face de ineficácia do meio ou impropriedade do objeto. Sinônimo de crime impossível. – é impunível

4 – QUANTO A VONTADE DO AGENTE

a) Tentativa simples: o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente.

b) Tentativa qualificada [abandonada]: o resultado não ocorre por circunstâncias inerentes à vontade ao agente. É gênero da desistência voluntária e arrependimento eficaz.

INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA

a) crime culposo: não tem vontade no resultado, este é involuntário.

obs: Tem doutrina admitido tentativa na culpa imprópria, que na verdade é um crime voluntário punido culposamente por razões de política criminal. Ex: o agente erra, imagina estar na iminência de ser atacado, e contra-ataca seu desafeto, se este não morre, e sendo o erro do

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agente evitável, responderia por tentativa de Art. 121,§3° CP, mas prevalece que responderá pela lesão corporal culposa consumada Art. 129, §6°CP

b) crime preterdoloso: não tem vontade no resultado, este é involuntário.

A doutrina admite tentativa no crime preterdoloso, quando, apesar de ocorrido o resultado culposo, ficou frustrada a conduta antecedente dolosa. Ex: tentativa de aborto pela morte da gestante = age com dolo no aborto e culpa na morte da gestante, se no caso concreto o aborto fica frustrado, e ocorre a morte da gestante. Resultando assim tentativa no crime preterdoloso

c) crime unissubsistentes: a execução pode ser fracionada.

c1: omissivos puros: omissão de socorro

c2: mera conduta:

Obs.: temos crimes mera conduta que admite tentativa, que por sua vez não é unissubsistente: ex: tentar entrar em residência – violação de domicilio. FLAVIO MONTEIRO DE BARROS

d) contravenção penal: não se pune a tentativa. Art. 4° da LCP. Significa ser possível de fato a tentativa, somente não é punível.

e) crime de atentado: a tentativa é punida na mesma pena do crime consumado.

Para ROGERIO GRECO o crime de atentado admite tentativa, ficando impedido somente da redução de pena.

f) crime habitual: para sua consumação depende de reiteração de atos. Se você tem um ato, fato atípico, precisa de reiteração de atos para consumação. Assim não se admite tentativa.

Tem jurisprudência admitindo a tentativa: Art. 216 –A : insistente oportunação [ assedio sexual admite tentativa? R: para maioria admite. Constrangimento por bilhete escrito interceptado.]

g) crimes que só são puníveis quando ocorre determinado resultado.

Crime material + plurissubsistente que não admite tentativa? R: Induzir ou instigação ao suicídio. Mesmo se suicídio não se consuma o crime já ocorreu.

CESAR BITENCURT – admite tentativa na forma de lesão grave. [minoria]

h) dolo eventual: não admite tentativa. O agente não quer resultado admite, apenas assumindo o risco de produzi-lo.

Obs.: prevalece na jurisprudência que admite a tentativa.

DESISTENCIA VOLUTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ – Art. 15 CP

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

1 Desistência voluntaria: o agente abandona a execução do crime, quando ainda lhe sobra do ponto vista objetivo uma margem de ação. [Art. 15, 1° parte]

2 Arrependimento eficaz [RESIPISCÊNCIA- ZAFFARONI]: ocorre quando o agente, desejando retroceder na atividade delituosa percorrida, desenvolve nova conduta, após terminada a execução criminosa. [Art. 15, 2° parte]

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No arrependimento esgota os atos executórios, e passa agir de maneira inversa para impedir o resultado, e desistência voluntária o agente abandona no meio da execução.

Somente em crime materiais, admite arrependimento eficaz, pois nos de mera conduta e formais já se consumou o resultado.

Art. 14, II CP

TENTATIVA

Art. 15 CP 1° parte

DESISTÊNCIA VOLUNTARIA.

Art. 15 CP 2° parte

ARREPENDIMENTO

EFICAZ

EL

EM

ET

OS

1 - inicio da execução

2 – não há consumação por virtudes alheias a vontade do agente

3 – eu quero prosseguir, mas não posso.

4 - Se a causa que determina a desistência é circunstancia exterior, uma influencia objetiva externa que compele o agente o agente a renunciar o propósito criminoso haverá tentativa. Ex: acende a luz da casa e o furtador foge.

1 - inicio da execução

2 - não consumação por circunstancia inerente a vontade do agente.

3- eu posso prosseguir, mas não quero.

4 – A desistência deve ser voluntária, não necessariamente que deva ser espontânea. Voluntaria é desistência sugerida ao agente e ele assimila, subjetiva e prontamente. Trata-se de sugestão, influencia externa de outra pessoa.

1- início da execução

2 – não consumação por circunstâncias inerentes a vontade do agente.

3 – arrependimento deve ser voluntario e eficaz, pois se for ineficaz é mera atenuante.

CONSEQUÊNCIA Mesma pena do crime consumado com redução

Responde pelos atos ate praticados

Responde pelos atos ate então praticados.

-Questão: Adiamento da execução configura desistência voluntaria? R:

1cr.: A desistência momentânea é irrelevante, pois deve ser sempre definitiva para configurar a tentativa abandonada.

2cr.: Se o agente apenas suspende a execução e continua a praticar posteriormente, aproveitando-se dos atos já cometidos responde por tentativa[ponte de ouro de VOLLIST. Se não renova a execução por sua própria vontade, configura desistência voluntária.

NATUREZA JURIDICA DO Art. 15 CP

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A desistência voluntária e arrependimento eficaz não respondem por tentativa. Razão:

1cr.: o Art. 15 configura hipótese de atipicidade da tentativa.[doutrina moderna – prevalece hoje]

2cr.: o Art. 15 extingue a punibilidade da tentativa, por razões de política criminal.

3 ARREPENDIMENTO POSTERIOR Art. 16

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

3.1 - Natureza jurídica: é causa geral de diminuição de pena.

- É direito subjetivo do réu e não mera faculdade do juiz. O critério para diminuição da pena é ligada a rapidez da reparação do dano.

3.2 - REQUISITOS:

1) cometidos sem violência ou grave ameaça

-Não impede o beneficio a violência culposa, somente violência dolosa

-Violência contra a coisa não impede o beneficio.

-Violência presumida não impede o beneficio somente violência real.

Ex: não há violência no roubo com boa noite cinderela. Art. 157. Tem doutrina que discorda, (reduzir a impossibilidade de resistência- violência imprópria, mas não deixa de ser violência.)

2) reparação e restituição integral ate o recebimento da denuncia

Obs: se restituir depois do oferecimento da denuncia é mera circunstância diminuição de pena.

- Estelionato mediante cheque sem fundo. Sumula 554 STF - é causa extintiva de punibilidade. Não instaura a ação penal.

554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

- Crime contra ordem tributaria: reparado o dano não se instaura ação. Extingue a punibilidade, não aplicando o Art. 16.

- Peculato culposo: Art. 312,§3° - extinção da punibilidade e antes da sentença e não recebimento da denúncia.

Tem jurisprudência que não admite com arrependimento posterior, no peculato doloso, pois a moralidade administrativa não consegue ser integralmente reparada.

LEI 11719\08 – lei de reforma do CPP sobre o momento do recebimento da inicial:

Procedimento ordinário:

1° corrente 2° corrente

1 – oferecimento inicial 1 – oferecimento da inicial

Page 100: Direito penal geral   rogerio sanches

2 – recebimento – Art. 396

3- citação

4 – defesa escrita

5 – possibilidade absolvição sumaria

6 – audiência concentrada de instrução, debates e julgamentos.

2 – citação

3 – defesa escrita

4 – possibilidade de absolvição sumaria

5 – recebimento – Art. 399

6- audiência concentrada.

** O recebimentos das duas correntes são diferentes, repercutindo na prescrição e no arrependimento posterior.

Prevalece a 1° corrente: fundamentos

- Art. 363 – o processo se completa após a citação, como recebe a inicial depois de citar o réu.

- absolvição sumaria na 2° corrente e antes do recebimento, como se absolve, se nem acusado formalmente está.

Diferença do arrependimento eficaz e posterior.

ARREPENDIMENTO EFICAZ ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Abandono no fim da execução Abandono depois da consumação

Impede consumação A consumação já ocorreu

Impossível nos crimes formais e mera conduta Cabível no vários crimes

Conseqüência: responde pelos atos ate então praticados

Conseqüência: diminuição de pena

Natureza jurídica: extinção da punibilidade Natureza jurídica: diminuição de pena

O ARREPENDIMENTO POSTERIOR COMUNICA AOS COOATORES

1 CR. exigindo voluntariedade é circunstancia subjetiva incomunicável. (Luiz Regis prado)

2 CR. é circunstancia objetiva comunicável. (prevalece): ela não olha a voluntariedade e sim a restituição do bem.

CRIME IMPOSSIVEL

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Page 101: Direito penal geral   rogerio sanches

1 – CONCEITO: diz-se impossível o crime quando o comportamento do agente é inapto a produção [consumação] do crime, quer em razão dos meios empregados quer por falta do objeto material.

2 – TEORIAS:

São contaminadas pelo direito penal do autor: a, b.

a) teoria sintomática: com sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela qual deve ser punido, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado.

b) teoria subjetiva: sendo a conduta, subjetivamente perfeita [vontade consciente de praticar o crime], deve o agente sofrer a mesma pena da tentativa.

c) teoria objetiva:

c1 – objetiva pura: a impossibilidade absoluta e relativa são impuníveis.

c2 – objetiva temperada: somente a impossibilidade absoluta é impunível a relativa gera tentativa. [ADOTADA NO BRASIL]

AULA 16\12\2008

Crime impossível é sinônimo de tentativa inidônea que sinônimo de crime oco. Há uma outra expressão “quase crime”

3 – ELEMENTOS

TENTATIVA INDONEA TENTATIVA INIDÔNEA – CRIME IMPOSSIVEL

1 – Inicio da execução 1 – Inicio da execução

2 – Não consumação por circunstancia alheias a vontade do agente

2 – Não consumação por circunstancia alheias a vontade do agente

3- Dolo de consumação 3- Dolo de consumação

4 – Resultado possível 4 – Resultado impossível

4.1 – absoluta ineficácia do meio

4.2 – absoluta impropriedade do objeto material

** Inidoneidade absoluta do meio: configura falta de potencialidade causal, pois os instrumentos postos a serviço da conduta não são eficazes, em hipótese alguma, para produção do resultado. [ex: acionar arma desmuniciada; abortamento por meio de rezas e despachos]

** Inidoneidade absoluta do objeto: ocorre quando a pessoa ou coisa que representa o ponto de incidência da conduta não serve a consumação do delito. [ex: tentar matar cadáver; mulher supondo-se grávida pratica manobras abortivas]

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-Questão de concurso: Sistema de vigilância em supermercados torna o crime patrimonial em crime impossível? O sistema por si só não torna o crime impossível.

-Questão: crime impossível x flagrante preparado.

FLAGRANTE ESPERADO FLAGRANTE PROVOCADO

-postura da autoridade é de espera, aguardando a prática do delito anunciado.

- postura da autoridade é de induzir a prática criminosa, pressuposto para a prisão.

- é espécie de flagrante preparado - é espécie de flagrante preparado.

-prepara o flagrante sem induzir o delito - prepara o flagrante induzindo o delito.

É CRIME POSSIVEL É CRIME IMPOSSIVEL: é delito putativo por obra do agente provocador.

Crime não consumado: estuprador que tenta estupra investigadora disfarçada, o estupro nunca irá se consumar.

Crime não consumado: empregada pega dinheiro deixado pelo patrão e este pega ela na saída do serviço.

Crime consumado: empregada pega dinheiro deixado pelo patrão, a empregada pega o dinheiro e sai correndo.

145. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

Rogério diz que há preparação nas duas espécies de flagrantes, em suma nas duas pode ou não haver a consumação do crime, havendo ocorre o flagrante. [mirabete]

CONCURSO DE PESSOA

1 - LOCALIZAÇÃO LEGISLATIVA:

2 - CONCEITO:

Concursos delinquentitun: concursos de pessoas. numero plural de pessoas concorrendo para o mesmo evento.

Concursos delictorum: concursos de crimes. Uma ou mais pessoas praticando vários delitos.

3 - CLASSIFICAÇAO DOUTRINA DO CRIME QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS

3.1 – MONOSSUBJETIVO: pode ser praticado por uma ou mais pessoas, [concurso eventual]. Ex: 121, 213, 312...

3.2 – PLURISSUBJETIVO: só pode ser praticado por número plural de agentes [concurso necessário]

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3.2.1 – De condutas paralelas: as várias condutas dos vários agentes auxiliam-se mutuamente. Ex: quadrilha ou bando. (Art.288 CP)

3.2.2 – De condutas contrapostas: as condutas se contrapõem, as condutas dos agentes dirigem-se uma contra as outras. Ex: rixa (Art.137 CP)

3.2.3 – De condutas convergentes: as condutas se convergem para o mesmo fim. Encontram-se para o mesmo objetivo. Ex: Adultério.(Art. 240 CP – revogado); bigamia

4 - Conceitos:

4.1 - AUTOR:

a) Teoria restritiva (objetiva): autor é aquele pratica a conduta descrita no tipo.

b) Teoria extensiva (subjetiva/unitária): Situação oposta a conceito restritivo considera-se como autor todo aquele que de alguma concorre para crime. Não diferencia autor e participe.

c) Teoria do domínio do fato: autor é quem tem o domínio final sobre fato. É quem tem o poder de decisão.

Obs1: o autor nem sempre realiza o verbo nuclear, podendo ser agente intelectual.

Obs2: o autro intelectual é agravante de pena [Art. 62, I].

Obs3: esta teoria só tem aplicação nos crimes dolosos, sendo inaplicável nos culposos.

* Prevalece que o Brasil adotou a teoria restritiva. Mas a doutrina moderna[LFG e Zaffaroni] e o STF têm adotado a teoria domínio do fato.

4.2 - CO-AUTOR: É autoria plural, reunião de vários autores.

Para teoria do domínio do fato: haverá co-autoria quando há pluralidade de agentes senhores da decisões, ou seja, exerce domínio sobre fato

Para teoria restritiva co-autor é numero plural de praticantes do núcleo do tipo.

-Co-autoria funcional: todos tem o domínio o fato, porém, dividem as funções.

-Co-autor sucessivo: a regra é que todos os co-autores iniciem juntos, a empreitada criminosa. Pode, no entanto, acontecer que alguém o mesmo um grupo, já tenha começado a percorrer o inter criminis. Ingressando na fase de execução, quando outra pessoa adere a conduta criminosa daquela, e agora, unidos passam a praticar a infração penal.

Se o crime está consumado não se fala mais em co-autoria. Qualquer um que aderir pós consumação responde por crime autônomo. Ex: A e B furtam veiculo.(responde pelo 155, §5°) C transportou o veiculo para outro Estado. C é preso.(responde: a) de qualquer modo concorrer

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para o furto(foi idealizador por exemplo) responde pelo furto qualificado por participação. b) não concorreu para o furto, mas sabia da origem do veiculo, responde por receptação do 180 CP. C) não concorreu; não sabia da origem, Art. 180, 3°(receptação culposa) ou fato atípico.

Questão de concurso: É possível co-autoria em crime de mão própria?

a) Crime comum: 1 – não exige condição especial do agente.

2 – admite: 2.1) co-autoria 2.2) participação

b)Crime próprio: 1 – exige condição especial do agente

2 – admite: 2.1) co-autoria 2.2) participação

3 – crime de mão-propria (crime de conduta infungível) :

1 – exige condição especial do agente

2 – somente participação.

Exceção jurisprudencial: O STF tem admitido co-autoria no crime de falso testemunho entre advogado e testemunha orientada. O falso testemunho que é um crime de mão-propria, deixou de ser pois o STF adotou a Teoria do domínio do fato, em que advogado foi mentor intelectual do crime.

Exceção legal: crime de falsa pericia. No processo penal vai acabar a exigência de dois peritos L.11690/08. Aqui a co-autoria pelos dois peritos em crime de mão própria é dada por lei.

3.3 – PARTICIPE:

Entende-se por participe o coadjuvante do crime (concorre para fato determinado, praticado por autor conhecido e individualizado), significa para o fato certo. Se o fato for incerto ou autor desconhecido não há participação.

O participe não realiza, sequer em parte, o núcleo do tipo.

3.3.1 - Espécies de participação:

a) moral: a agente induz (faz nascer a idéia criminosa) ou instiga (reforça idéia que já existe).

b) material: auxiliar – prestar assistência material.

Ex: emprestar arma para homicídio e roubo.

Ex: A induz B a auxiliar C a suicidar. C morre.

A – responde: participação no crime do Art. 122. De forma moral. Não é fato atípico.

B – responde: crime do Art. 122.

Natureza jurídica: de conduta acessória. É a teoria da acessoriedade.

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*** Se analisado o comportamento com tipo legal violado, para efeito de verificação da tipicidade será manifesta a falta de adequação, pois o participe não realiza ato de configuração típica. [Art. 29 CP – norma de extensão pessoal-espacial].

3.3.2 - Teorias quanto a punibilidade do participe:

a) Teoria da acessoriedade mínima: somente se pune o participe se a conduta principal for: TÍPICA.

Critica: se o autor age legitima defesa, o participe responde pelo crime (NÃO PREVALECE)

b) Teoria da acessoriedade media ou limitada: somente se pune o participe quando a conduta principal for: TÍPICA + ANTIJURIDICA. (PREVALECE)

c) Teoria da acessoriedade máxima: somente se pune o participe quando a conduta principal for: TÍPICA + ANTIJURIDICA + CULPAVEL. (ADOTADA EM MINAS POR BEATRIZ VARGAS)

d) Teoria da acessoriedade hiperacessoriedade: somente se pune o participe a conduta principal for: TIPICA+ANTIJURIDICA+CULPAVEL+ PUNIVEL.

Importância: imunidade parlamentar absoluta.

Natureza jurídica:

1cr. Atipicidade[STF] exclui tipicidade = não pune o participe pela teoria adotada no Brasil.

2cr. Descriminante especial exclui a ilicitude = não pune o participe pela teoria adotada no Brasil.

3 cr. Dirimente especial = pune o participe pela teoria adotada no Brasil.

4cr. Isenção de pena = pune o participe pela teoria adotada no Brasil.

Ex: parlamentar injuriou alguém auxiliado por seu assessor. Não pode punir o assessor se adotar 1cr, 2cr. Somente pune na 3cr.4cr. Pois somente se pune participe se for típico e ilícito.

3.4 - AUTOR MEDIATO:

Aquele que sem realizar diretamente a conduta descrita tipo, comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu instrumento.

3.4.1 - Hipóteses de autoria mediata:

1 – Erro determinado por terceiro: Art. 20, §2° CP

2 – Coação moral irresistível: Art. 22 CP

3 – Obediência hierárquica: Art. 22 CP.

4 – Instrumento impunível: Art. 62, II CP.

II – coage ou induz outrem à execução material do crime;

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-Questão: é possível autoria mediata em crime próprio?

1 - Crime próprio:

1cr: admite e ilimitadamente.

2 cr. (LFG, PAULO QUEIROZ E ALEXANDRE CARVALHO) se o autor mediato reúne a condições especiais do autor imediato descrito na tipo penal.

-Questão: Admite autoria mediata no crime de estupro? Por exemplo, mulher assistindo homem estuprar, a uma mulher ou homem assistindo um doente mental estuprar a mulher.

Homem como autor mediato perfeitamente possível, pois possui qualidade do tipo, já a mulher segundo parte da doutrina só admite autoria mediata, caso autor mediato caso possua qualidade ou condições especiais exigidas pelo tipo. Para segundo esta corrente, não possuindo as qualidades de homem a mulher não pode ser autora mediata de estupro.

-Questão: Crime mão própria: não admite autoria mediata, se for de conduta infungível. O STF tem exceção: falso testemunho

3.5 – AUTOR ESCRITÓRIO:

Forma especial de autoria mediata, pressupondo uma maquina de poder determinando a ação de funcionário, aos quais, no entanto não podem ser considerados como mero instrumento nas mãos do “chefões”. ZAFFARONI.

4 – REQUISITOS

1 – PLURALIDADE DE AGENTES: há quem coloque “culpáveis”, então envolvendo menor, não haveria qualificadora, não prevalece, ma há decisões no STJ.

2 – RELEVANCIA CAUSAL DA VARIAS CONDUTAS;

3 – LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES: não se significa que precisa de acordo prévio.

Deve esta o concorrente estar animado da consciência que coopera e colabora para o ilícito, convergindo sua vontade ao ponto comum da vontade dos demais participantes.

Obs1.: É indispensável homogeneidade de elementos subjetivos. Concurso doloso em crime doloso e concurso culposo em crime culposo, não se misturam.

Obs2.: Não se exige acordo de valores [basta vontade de cooperar na ação de outrem]

Se faltar este terceiro elemento não há concursos de pessoas, restando as duas primeiras teremos as espécies abaixo:

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1 – AUTORIA INCERTA: quando dois ou mais agentes, embora convergindo suas condutas para praticas de determinado fato criminoso não atuam unidos pelo liame subjetivo. Assim é uma espécie de autoria colateral, porem não se consegue determinar qual dos comportamentos causou o resultado.

Ex: A e B atiram em C ao mesmo tempo. Não se sabe quem matou é A ou B. Aplica-se indubio por réu. E os dois responder por homicídio tentado. Se souber, um responde por homicídio consumado e outro por tentativa de homicídio.

2 – AUTORIA COLATERAL: quando dois agentes embora convergindo suas condutas para a pratica de determinado fato criminoso, não atuam unidos pelo liame subjetivo. O resultado pode ser imputado a um dos agentes, conhece a o provocador do resultado. Ex: A e B atiram em C, mas quem mata é A. A – homicídio e B – homicídio tentado.

**AUTORIA IGNORADA: É matéria de processo penal, não se apurando a identidade dos autores do crime.

*Tem doutrina que acrescenta 4° requisito:

4 – IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL: (doutrina moderna discorda, não seria requisito, seria conseqüência-regra, Art. 29, caput – adoção de teoria unitária ou monista)

4.1 – TEORIA MONISTA ou UNITARIA: pluralidade de agentes com identidade de infrações. (adotada como regra no Brasil)

4.2 – TEORIA PLURALISTA: prevê pluralidade de agentes com pluralidade de infrações penais. Adotada no Brasil com exceções.

Casos de exceção de teoria pluralista a teoria monista: concorrem para o mesmo eventos, porem sofrem tipos penais diversos:

a) abortamento consentido pela gestante e o terceiro abortador (Art. 124 e 126)

b) corrupção ativa e passiva (Art. 317 e 333)

c) facilitação de contrabando e descaminho (Art. 318 e 334)

d) falso testemunho e suborno (Art. 342§1°-testemunha subornada e 343 – quem suborna a testemunha)

5 – PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTANCIA

Previsão legal: Art. 29,§1°

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.§ 1o Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

-Menor importância: é participação é aquela de insignificância relevância causal, com ou sem ela, ocorreria o crime do jeito que ocorreu, ou seja, a aquela de pequena eficiência para execução do crime.

Somente aplicável a participe, não se aplica ao co-autor.

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Ex: piloto de fuga – não é participação de menor importante.

6 – PARTICIPAÇÃO DE CRIME MENOS GRAVE

Previsão legal: Art. 29, §2° CP.

§ 2o Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

É o que a doutrina chama de Cooperação dolosamente distinta. É um beneficio para participe e co-autor.

Ex: A e B – B furta residência e atira e mata morador C e A fica de vigia \ ou B pratica um estupro na casa.

Se o resultado era para A:

a) imprevisível: Art. 157 CP

b) previsível: o latrocínio é doloso ou preterdoloso, [A] assim responde por latrocínio preterdoloso.

E no caso do estupro respondera por Art. 155 majorado a pena até a metade.

c) previsto: Art. 157§3° CP ou Art. 213 CP.

concorrentes é gênero: aplica-se tanto ao participe quanto ao co-autor.

AULA 19\12\2008

7 – CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICAVEIS.

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Elementares: faltando, o fato deixa de ser crime ou passa a configurar outro delito. Ex: violência: do Art. 155 para o Art. 157; e funcionário público: Art. 168 para 312.

Circunstancias: faltando, o tato permanece o mesmo crime, alterando somente a pena. ex: Domínio de violenta emoção: + Art. 121: homicídio privilegiado[penas mais leve]; - Art.121: homicídio simples

1 – ELEMENTARES:

OBJETIVAS; meio ou modo de execução. Ex: meio cruel

- são comunicáveis: somente se os concorrentes a conhecerem.

SUBJETIVAS: Estado anímico ou finalidade do agente.

- são incomunicáveis, salvo quando elementares do crime, o concorrente deve ter ciência delas.

2 - CIRCUNSTANCIAS:

OBJETIVAS: meio ou modo de execução. EX: modo surpresa

- são comunicáveis

SUBJETIVAS: Estado anímico e finalidade do agente

- são incomunicáveis.

Ex: A reincidência

Page 109: Direito penal geral   rogerio sanches

Ex: o Estado puerperal é elementar do Art. 123, no modo subjetivo. Pois se retira-la passará a ser Art. 121.

QUESTÕES:

1 - [A] funcionário público apropria de coisa pública e [B] particular o induz.Que crime praticou [B]? R: se [b] tiver conhecimento das condições pessoais de [a], responde por 312 CP, se não tem conhecimento responde por apropriação 168 CP.

2 - Como fica participação punível na desistência ou arrependimento eficaz? O autor desistindo de furtar objeto, o participe que induziu será beneficiado pela desistência?

R: Depende da teoria adotada, no Art. 15 CP, se é atipicidade da tentativa ou de não punibilidade.

1cr: Art. 15 CP – se causa de atipicidade da tentativa: pela teoria acessoriedade limitada se o fato principal não é típico o participe não é punível.

2cr: Art. 15 CP – é causa de extinção da punibilidade: pela teoria acessoriedade limitada o participe é punido pela tentativa, arrependimento não comunica, torna circunstância alheia a vontade do participe.

3 – Se o arrependimento for do participe, este responde pelo crime? R: Se o participe houver induzido o autor, nele incutindo a idéia criminosa, ao se arrepender somente não será responsabilizado se conseguir fazer com que agente principal não pratique a conduta delituosa.

4 – é possível participação da participação, participação em cadeia? É perfeitamente possível, A induz B a instigar C a auxiliar D em seu suicídio.

8 – PARTICIPAÇAO POR OMISSÃO

É possível desde que o omitente: Exemplo: é possível participação no crime de estupro? Mãe que sabe que filha é estuprada pelo padrasto.

a) não tem o dever jurídico de evitar o resultado. [Art. 13,§2° CP]

b) adira (aderir) subjetivamente: quer ou aceita o risco da ação. Para evitar a responsabilidade penal subjetiva.

c) relevância da omissão.

Se agente não tem dever jurídico, é mera conivência ou participação negativa, sendo impunível.

9 – CONCURSO DE AGENTE EM CRIME CULPOSO

Ex: dois pedreiros jogam tabua do alto de uma obra e atingem pedestre, os dois pedreiros são co-autores em homicídio culposo.

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1cr.: É possível, para maioria co-autoria em crime culposo, mas não participação. Pois a concausação culposa, isto é a violação de um dever objetivo de cuidado importa sempre autoria. [majoritária]

2cr.: Rogério Greco: Admite também a participação.

CASOS DE IMPUNIBILIDADE:

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

A ressalva é concernente ao crime de quadrilha ou bando.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS

1 – CONCEITO: ocorre o conflito aparente de normas, quando a um só fato, aparentemente, duas ou mais normas vigentes são aplicáveis.

2 – Requisitos: a) fato único; b) duas ou mais normas vigentes aparentemente aplicáveis: se uma delas não está vigente, temos conflito de lei penal no tempo, que tem regras próprias.

3 – Fundamentos:

a) o direito penal é um sistema coerente

b)ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. “non bis in idem”

obs.: O conflito aparente de norma não se confunde com o concurso de crimes: no primeiro temos duas leis vigente disputando aplicação em só fato, no segundo temos vários crimes ajustando-se a várias normas.

4 – Princípios orientadores aplicáveis:

a) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: por este princípio a lei especial derroga a lei geral. A lei é especial quando contém todos os elementos típicos da lei geral mais alguns específicos [especializantes].

Ex: homicídio: pune matar alguém; infanticídio: pune matar alguém [especializante:sujeitos (parturiente, neonato), cronológico (logo após), pessoal (puerperal)].

Não é requisito a norma especial ser mais grave.

b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: uma lei tem caráter subsidiário relativamente a outra[dita principal], quando o fato por ela incriminado, é também incriminado pela outra[mais grave], tendo âmbito de aplicação comum.

A relação entre as norma subsidiária e principal é de maior e menor gravidade[e não de espécie e gênero como na especialidade].

A subsidiaria é menos grave, sendo um soldado de reserva, para evitar o bis in idem aplica-se a mais grave.

Subsidiariedade:

-Expressa\explicita: quando a lei determina expressamente a subsidiariedade.

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Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

-Implícita\tácita: quando um delito de menor gravidade integra a descrição típica de um delito de maior gravidade

Art. 311 ctb. [se atropela alguém] aplica Art. 302 ctb. [passando de crime de perigo para crime de dano]

Obs.: Em ambas as hipóteses [subsidiariedade expressa ou implícita] ocorrendo o delito principal [mais grave], afasta-se a aplicação da regra subsidiária.

c) princípio da consunção: verifica-se a relação de consunção quando o crime previsto por uma norma [consumida] não passa de uma fase de realização do crime previsto em outra norma [consuntiva] ou é uma forma normal de transição para o ultimo [crime progressivo].

As normas aqui não se acham em relação espécie e gênero, mas parte a todo, de meio a fim.

O crime consumido e o crime consuntivo devem proteger o mesmo bem jurídico. A jurisprudência não entende isso, pois o crime de falsidade documental que protege um bem e absolvido pelo estelionato que protege outro bem.

Hipótese aplicação do princípio:

1 – crime progressivo: se dá quando o agente para alcançar um resultado \ crime mais grave passa, necessariamente por um crime menos grave.

Ex: lesão corporal [crime de ação de passagem] homicídio.

Crime progressivo não se confunde com progressão criminosa. Progressão criminosa é um crime que se da em dois momentos [dois atos], primeiro o agente quer cometer crime menos grave, depois de cometê-lo delibera a realizar crime maior. No crime progressivo desde o inicio o agente deliberou o crime mais grave.

2 – Fato anterior impunível [antefactum]: São fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da ofensa mais grave [relação de crime meio para crime fim].

No crime progressivo o crime meio é obrigatório, no Ante-fato impunível o crime meio foi escolhido dentre os possíveis para atingir o fim.

3 – Fato posterior impunível [posfactum]: retrata o exaurimento do crime principal praticado pelo agente, por ele não podendo ser punido.

Ex: furtar o carro e vender como fosse seu. Estelionato posterior ao furto, fica absolvido.

Subtração de talão de cheque seguido de sua emissão. O estelionato não é absolvido pelo furto, configurando concurso material, não aplica subsunção. [FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO] [NÃO PREVALECE]. O estelionato fica absolvido pelo furto. A emissão é mero exaurimento do furto.

d) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE: para doutrina moderna este princípio resolve conflito interno

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Tem aplicação nos crimes plurinucleares [ação múltipla ou conteúdo variado], são crimes compostos de pluralidades de verbos nucleares [ações típicas]. Art. 33 da LD.

Nesses casos a prática de pluralidade de núcleos dentro do mesmo contexto fático não desnatura a unidade do crime. Ex: importar e vender cocaína.

Fraciona o crime se importar maconha, e vende cocaína.

CLASSIFICAÇÕES DOUTRINARIAS DO CRIME:

1 – crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanentes:

1.1 – crimes instantâneos: são os que se completam num só momento. A consumação se dá em determinado instante, sem continuidade temporal. Ex: homicidio, furto.

1.2 – crimes permanentes: são os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo. ex: seqüestro.

1.3 – crimes instantâneos de efeitos permanentes: ocorre quando consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem independentemente da vontade da vontade do sujeito ativo.

Obs.: instantâneo o não o crime, todo crime gera efeito permanente, a doutrina critica esta ultima classificação.

2 – crimes acessórios e crimes principais:

2.1 – crimes principais: são os que existem independentemente de outros. Ex. homicídio.

2.2 – crimes acessórios: são crimes que para existirem pressupõem outros. Ex: receptação.

Obs.: o crime acessória somente quanto a tipicidade é autônomo e independente quanto punição. Ex: pode punir o receptador sem descobrir quem é o furtador. Art. 180,§4° CP.

3 – Crime vago: são os que tem por sujeito passivo entidade sem personalidade jurídica,como a família, o público ou a sociedade. Ex: ato obsceno é um crime carente de objeto material.

4 – crime de opinião: consiste em abuso de liberdade de pensamento, seja pela palavra, imprensa ou qualquer outro meio de transmissão. Os parlamentares são imunes aos crimes de opinião.

5 – crime de ímpeto: é aquele em que a vontade delituosa é repentina, não havendo deliberação. Ex: homicídio emocional.

6 – crime gratuito: crime praticado sem motivo [cuidado!: não se confunde com motivo fútil]

7 – delito de circulação: crime praticado por intermédio de automóvel.

8 – delito transeunte e não transeunte:

8.1 – transeunte: é crime que não deixa vestígios, sendo indispensável a pericial

8.2 – não transeunte: é crime que deixa vestígios.

9 – delito monossubjetivo, plurissubjetivo e eventualmente coletivos

9.1 – monossubjetivo: praticado por uma ou mais pessoas.

Page 113: Direito penal geral   rogerio sanches

9.2 – plurissubjetivo: crime de concurso necessário

9.3 – eventualmente coletivos: é o crime que se praticado pelo numero plural de agentes tem a pena aumentada.

10 – crime de greve e lock out

10.1 – crime de greve: crimes praticados durante a paralisação dos empregados.

10.2 – crime lock out: são crimes praticados durante a paralisação dos empregadores.

11 – delito de preparação: é aquele que retrata atos preparatórios que foram tipificados como crime autônomo. Ex: quadrilha ou bando.

12 – delito de obstáculo ou delito de perigo de perigo: refere-se a incriminações que antecipam a intervenção penal a momentos anteriores a realização do perigo concreto e imediato. Ex. 264 CP.

13 – crime bagatelar próprio e impróprio

13.1 – bagatelar próprio: a conduta não gera relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico [hipótese de atipicidade material].

13.2 – bagatelar impróprio: apesar de a conduta gerar relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico, as circunstancia demonstram que sanção penal é desnecessária. Ex: perdão judicial.


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