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  • DIRETRIZES PARA ELABORAO DO PROJETO DE PESQUISA TCC I Profa. Esp. Michelle Fonseca Coelho

    So Lus 2013

  • No se faz antes pesquisa, depois

    educao, ou vice versa, mas, no mesmo

    processo, educao atravs da pesquisa.

    Pedro Demo

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Modelo da capa .................................................................................. 27

    Figura 2 Modelo de folha de rosto .................................................................... 28

    Figura 3 Modelo de sumrio ............................................................................. 29

    Figura 4 Delimitao do tema ........................................................................... 31

    Figura 5 Delimitao do problema .................................................................... 32

    Figura 6 Delimitao do tema e problema ........................................................ 32

    Figura 7 Delimitao dos objetivos ................................................................... 33

    Figura 8 Delimitao de tema e objetivos ......................................................... 34

    Figura 9 Delimitao dos objetivos especficos ................................................ 34

    Figura 10 Verbos .............................................................................................. 34

    Figura 11 Modelo de cronograma ..................................................................... 37

    Figura 12 - Modelo de referncias ....................................................................... 38

    Figura 13 Modelo de glossrio ......................................................................... 39

    Figura 14 - Modelo de apndice .......................................................................... 40

    Figura 15 Modelo de anexo .............................................................................. 41

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................ 6

    2 A LEITURA NA EDUCAO SUPERIOR .............................................. 7

    3 A LINGUAGEM CIENTFICA .................................................................. 9

    3.1 Formas e funes .................................................................................. 9

    3.2 Estilo e propriedades ............................................................................ 10

    4 REDAO CIENTFICA ......................................................................... 14

    4.1 Estrutura do trabalho acadmico ......................................................... 15

    5 A PESQUISA: conceitos classificaes .................................................. 17

    5.1 Conceitos ............................................................................................... 17

    5.2 Classificaes ........................................................................................ 18

    5.2.1 Do ponto de vista da sua natureza .......................................................... 18

    5.2.2 Do ponto de vista de seus objetivos ........................................................ 18

    5.2.3 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos ....................................... 19

    5.2.4 Do ponto de vista da abordagem do problema, coleta ou tratamento

    dos dados ................................................................................................ 20

    6 AS TCNICAS OU INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ........... 21

    6.1 Observao ............................................................................................ 21

    6.2 Entrevista ............................................................................................... 22

    6.3 Questionrio .......................................................................................... 22

    6.4 Formulrio .............................................................................................. 23

    7 PROJETO DE PESQUISA ...................................................................... 25

    7.1 Estrutura do projeto de pesquisa ......................................................... 25

    7.1.1 Elementos pr-textuais ............................................................................ 26

    7.1.1.1 Capa ........................................................................................................ 26

    7.1.1.2 Folha de rosto .......................................................................................... 27

    7.1.1.3 Sumrio ................................................................................................... 29

    7.1.2 Elementos textuais .................................................................................. 29

    7.1.2.1 Tema e sua delimitao ........................................................................... 30

    7.1.2.2 Introduo ................................................................................................ 31

    7.1.2.3 Problema ................................................................................................. 31

    7.1.2.4 Hipteses ................................................................................................. 32

    7.1.2.5 Objetivos .................................................................................................. 33

  • 7.1.2.6 Justificativa .............................................................................................. 35

    7.1.2.7 Referencial terico ................................................................................... 35

    7.1.2.8 Metodologia ............................................................................................. 36

    7.1.2.9 Cronograma ............................................................................................. 36

    7.1.3 Elementos ps- textuais .......................................................................... 37

    7.1.3.1 Referncias ............................................................................................. 37

    7.1.3.2 Glossrio ................................................................................................. 38

    7.1.3.3 Apndice(s) ............................................................................................. 39

    7.1.3.4 Anexo(s) .................................................................................................. 41

    8 REGRAS GERAIS PARA REDAO DO PROJETO DE PESQUISA ... 42

    8.1 Formato .................................................................................................. 42

    8.2 Margens .................................................................................................. 42

    8.3 Espaamento ......................................................................................... 42

    9 CITAES: como fazer? ........................................................................ 43

    9.1 Tipos de citaes ................................................................................... 43

    9.1.1 Citao direta .......................................................................................... 43

    9.1.2 Citao indireta ........................................................................................ 44

    9.1.3 Citaes de citaes ................................................................................ 44

    9.2 Formas de apresentar as citaes ....................................................... 45

    9.3 Sistemas de chamadas das citaes ................................................... 48

    9.3.1 Sistema numrico de chamadas.............................................................. 49

    9.3.2 Sistema autor-data ou alfabtico ............................................................. 49

    10 REFERNCIAS DE DOCUMENTOS: como fazer? ................................ 51

    10.1 Tipos de referncias por diferentes documentos e suportes ............ 52

    10.1.1 Livro, folheto, manual, guia, catlogo, enciclopdia, dicionrio etc ......... 52

    10.1.2 Captulos de livros, volumes fragmentados e outras partem de um

    documento ............................................................................................... 53

    10.1.3 Trabalhos apresentados em eventos (congressos, simpsios,

    seminrios etc.) ....................................................................................... 54

    10.1.4 Trabalhos acadmicos (monografias, dissertaes e teses) ................... 54

    10.1.5 Peridicos, como revistas, boletins etc. (volumes, fascculos, nmeros

    especiais, suplementos e outros) ............................................................ 54

    10.1.6 Artigos e/ou matrias de revistas, boletins, etc ....................................... 54

    10.1.7 Artigos e/ou matrias de jornais (comunicaes, editoriais, entrevistas,

  • recenses) ............................................................................................... 55

    10.1.8 Documentos jurdicos (legislao, jurisprudncia, doutrina) .................... 55

    10.1.9 Documentos em meio eletrnico ............................................................. 56

    REFERNCIAS ....................................................................................... 58

  • 6

    1 INTRODUO

    A metodologia tem como objetivo principal levar o discente a encontrar

    caminhos, meios para fazer uma pesquisa e relatar o resultado da investigao por

    meio de qualquer tipo de trabalho acadmico, seja ele resumos, resenhas e

    esquemas. Deve ajud-lo a refletir, investigar e adotar um novo olhar sobre o

    mundo: um olhar curioso, indagador, criativo e refletir diante dos fatos e das

    respostas encontradas.

    A elaborao de um projeto de pesquisa e o desenvolvimento do mesmo,

    seja, monografia, uma dissertao ou tese, para que seus resultados sejam

    satisfatrios, necessita estar baseado em um planejamento cuidadoso e alicerado

    em conhecimentos j existentes. Portanto, toda pesquisa de campo, experimental ou

    qualquer tipo de investigao emprica, parte de outras pesquisas j elaboradas.

    Assim, necessrio antes, fazer-se um estudo exploratrio, por meio da pesquisa

    bibliogrfica, a fim de se conhecer melhor o objeto que ser investigado, sendo este,

    a base de todo e qualquer tipo de pesquisa.

    Pesquisar um trabalho que envolve um planejamento minucioso, o qual

    dever considerar: o que ser pesquisado? Como se pesquisar? Que recursos

    sero utilizados? Quanto tempo ser gasto para a execuo da pesquisa? Tudo isso

    dever estar presente num plano de trabalho. Ento, cada passo da pesquisa

    dever ser bem planejado. Haja vista que no decorrer do processo podero ocorrer

    surpresas, algo que no estava previsto, o sucesso de uma pesquisa tambm

    depender do procedimento a ser seguido, do envolvimento do pesquisador com a

    pesquisa e de sua habilidade em escolher o caminho para atingir os objetivos

    propostos. Ento, pode-se dizer que a pesquisa um trabalho em processo no

    totalmente controlvel ou previsvel. Precisa-se, por isso, no somente de regras,

    como tambm de muita criatividade e imaginao.

    Assim, percebendo e analisando as dificuldades que o discente

    comumente encontra na fase de elaborao do projeto de monografia, resolveu-se

    elaborar este trabalho que parte integrante da disciplina Metodologia do Trabalho

    Cientfico que visa fornecer informaes bsicas e precisas de metodologia da

    pesquisa, servindo de guia elaborao do projeto de monografia (TCC I), requisito

    indispensvel para elaborao do trabalho monogrfico.

  • 7

    2 A LEITURA NA EDUCAO SUPERIOR

    Dentre muitas habilidades exigidas aos universitrios, a leitura tem sido o

    objeto de estudo principal, pois a falta desta tem dificultado a aprendizagem dos

    alunos. Muitos, por falta de costume, tm dificuldade em compreender os textos

    cientficos especficos de seus cursos, o que implica um baixo nvel de suas

    produes acadmicas.

    Portanto, necessrio ler muito, continuada e constantemente, pois a

    maior parte dos conhecimentos obtida por intermdio da leitura. Ler significa

    conhecer, interpretar, decifrar, distinguir os elementos mais importantes e

    secundrios e, optando pelos mais representativos e sugestivos, utiliz-los como

    fonte de novas ideias e do saber, atravs dos processos de busca, assimilao,

    reteno, crtica, comparao, verificao e integrao do conhecimento [...]

    (SOARES apud MARCONI; LAKATOS, 2010).

    E que, ao lermos um texto, interagimos com o autor, em um primeiro

    momento, valendo-nos de suas ideias, para depois buscarmos nossas prprias

    concluses, entendendo o contedo a partir de nossas prprias concepes, de

    modo a nos tornarmos capazes de agir com autonomia e depreendermos o sentido

    do que foi lido, aplicando valores ao texto.

    Assim, cada leitor tem seu prprio entendimento acerca de um mesmo

    texto, visto que os dados pr-existentes que interferem diretamente na obteno

    desse entendimento, transformando-o em algo novo e diferenciado.

    A leitura, ento, adquire um papel que vai alm de informar as normas ou

    de uma imposio sem fins definidos. Atualmente, espera-se que atravs desta, o

    indivduo adquira no s conhecimentos, mas que seja capaz de interpretar aquilo

    que l e introduzir essas concepes em diferentes aspectos de sua vida.

    Tem-se o leitor como algum que possui sua prpria opinio, sujeito

    capaz de agir com criticidade e determinao, modificando seu modo de pensar, agir

    e de ver o mundo ao seu redor. Em qualquer ambiente, a interpretao se faz

    presente e necessria, considerando que vivemos em sociedade, e, at para as

    menores atividades de nosso cotidiano ir precisaremos da habilidade de extrair

    conhecimentos daquilo que pode ser lido.

    Na vida social, a informao, seja ela cultural, cientfica, literria, tcnica

    ou didtica est presente tanto na linguagem falada quanto na escrita [...].

    (OLIVEIRA, 2008).

  • 8

    Convm salientar, todavia, que hoje, se tem um amontoado de

    informaes que so partilhadas sem ao menos se ter a noo se vm de fontes

    confiveis e se podem ser consideradas relevantes aos indivduos que as leem. Por

    isso, existe a preocupao com a formao de leitores proficientes, que levem em

    considerao diversos aspectos no ato de sua leitura, para que tenham capacidade

    de dicotomizar as informaes que recebem, discernindo e fazendo uma conexo

    com os recursos que j possuem para fundamentar suas ideias.

    Como salienta Kleiman (2010, p. 55).

    O leitor proficiente tem duas caractersticas bsicas que tornam a sua leitura uma atividade consciente, reflexiva e intencional: primeiro, ele l porque tem algum objetivo em mente, isto , sua leitura realizada sabendo para que esteja lendo, e, segundo, ele compreende o que l, o que seus olhos percebem seletivamente interpretado, recorrendo a diversos procedimentos para tornar o texto legvel quando no consegue compreender.

    Porm, mesmo sabendo da importncia que a leitura tem na sociedade,

    sabido que muitos leitores so analfabetos funcionais, ou seja, leem mas no

    conseguem interpretar, desconhecendo o real sentido da mesma.

    Sendo assim, o hbito de ler primordial para que aos poucos, seja

    possvel analisar-se com criticidade daquilo que se l, no importando a que tipo de

    leitura a pessoa tenha acesso. Pois, mesmo que seja um jornal ou livro de romance,

    de alguma maneira estar ampliando os horizontes do saber para, a partir da, estar

    aberto a outros tipos de leituras.

    Segundo Faulstich (2008, p.13),

    [...] Para que o leitor se informe necessrio que haja entendimento daquilo que ele l. H textos cujo assunto inteiramente inteligvel ao leitor, como jornais, revistas no especializadas etc. H outros, porm, que a pessoa tenta ler, sabendo, a princpio, que no entende completamente seu contedo. Neste ltimo caso o leitor deve estar predisposto a superar essa dificuldade.

    Portanto, s atravs de muitas leituras que surge um leitor proficiente, e

    esse leitor possui algumas caractersticas evidentes, quais sejam: por prazer, com

    calma, busca o real sentido da leitura e consegue interferir, questionando as ideias.

    E o autor que, no incio, era possuidor de uma nica verdade absoluta, agora

    comea a fazer parte de questionamentos e reflexes que, derivam das prprias

    revises de informaes obtidas pelo leitor a cada nova leitura.

  • 9

    3 A LINGUAGEM CIENTFICA

    Ao nos reportarmos ao trabalho cientfico, este deve ser redigido de

    maneira compreensvel para que alcance um nvel de qualidade. Escrever de modo

    claro e convincente ainda um desafio para muitos estudantes universitrios. O

    caminho mais seguro para ultrapassar as barreiras a leitura de trabalhos

    cientficos, livros, publicaes, bem como o exerccio da escrita, pois escrever auxilia

    as pessoas a organizarem seus pensamentos e, consequentemente, a planejar seus

    trabalhos.

    Outro aspecto relevante para que o processo da comunicao seja

    eficiente levar em considerao o Princpio da Cooperao, que resultou nas

    quatro mximas conversacionais postuladas por Grice (apud THOMAS, 1999). So

    elas:

    a) Qualidade: no afirme o que cr ser falso;

    b) Quantidade: no informe alm do necessrio;

    c) Relevncia: seja relevante, isto , diga o que for pertinente ao objetivo

    da conversa;

    d) Modo: evite obscuridade de expresso e ambiguidade. A interao

    conversacional deve ser ordenada, clara e breve.

    Assim, os escritos cientficos devem ser planejados e devidamente

    revisados. O pesquisador no pode se esquecer tambm de adotar o estilo e as

    expresses que so prprias da linguagem cientfica. Um acadmico que no segue

    os padres pertinentes a essa linguagem corre o risco de no ter seu discurso

    legitimado pela comunidade cientfica.

    3.1 Formas e funes

    A linguagem como meio de comunicao ou meio de transmisso de

    conhecimento [...] em seu sentido lato, a utilizao de um sistema de signos, de

    qualquer natureza, capaz de servir comunicao. Destaca-se, de todos esses

    sistemas de signos, o mais importante, o mais complexo, a linguagem (a fala)

    humana. (ANDRADE; MEDEIROS, 2006, p. 3).

    Complementando essa ideia, pode-se dizer que, a linguagem, por ser um

    exerccio oriundo da faculdade humana, permite ao homem a capacidade de

    comunicao.

    Desse modo, A linguagem tem um lado individual e um lado social sendo

    impossvel conceber um sem o outro (SAUSSURE apud MARTINS; JILBERKNOP,

  • 10

    2008, p. 33).

    Considerando seu lado social, tendo em vista que ela se diverge em

    funo de diferentes contextos, pblicos e/ou ocasies, a linguagem, como meio de

    comunicao, adota vrias formas de expresso, a saber:

    a) Forma coloquial prpria da linguagem informal, pois espontnea e

    descontrada, sua expresso subjetiva, concreta e afetiva;

    b) Forma literria usada para fins estticos, predominando a conotao

    e o subjetivismo;

    c) Forma tcnica caracterstica da linguagem cientfica, pois exige um

    vocabulrio mais ou menos preciso e rico.

    Ao lado dessas formas, podem-se tambm encontrar as funes da

    linguagem. Deve-se ao psiclogo Karl Bhler a primeira contribuio sistemtica das

    funes da linguagem. Estas podem aparecer em trs possibilidades:

    a) Funo representativa ou informativa tem a finalidade de transmitir

    conhecimento ou informaes, predominantemente cognitiva, neste

    caso, centrada no referente (contexto);

    b) Funo expressiva ou emotiva tem a finalidade de comunicar ou

    expressar emoes, sentimentos ou vivncias psicolgicas, centrada no

    emissor;

    c) Funo apelativa ou persuasiva tem a finalidade de atuar sobre a

    conduta dos homens, como na propaganda, centrada no destinatrio.

    A linguagem cientfica reconhecida como informativa e tcnica. Como

    informativa dissertativa, pois visa discutir ideias, opinies, conhecimentos ou

    informaes, com base em anlises, argumentos, discusses e concluses. de

    ordem racional cognoscitiva, enquanto a linguagem tcnica acadmica e didtica,

    pois a inteno transmitir conhecimentos com exatido e objetividade.

    3.2 Estilo e propriedades

    O estilo a maneira ou a arte de escrever e envolve no s a clareza,

    conciso e correo, mas tambm a criao de uma linguagem prpria.

    Segundo Houaiss, Villar e Franco (2011, p. 835), entende-se por estilo a

    maneira de exprimir-se utilizando palavras, expresses que identificam e

    caracterizam o feitio de determinados grupos, classes ou profisses.

    Conforme o conceito acima, o estilo identifica o modo de escrever de um

    determinado grupo de pessoas. Nesse sentido, considerando a comunidade

  • 11

    acadmica, este grupo dever seguir com rigor um estilo prprio consagrado como

    linguagem cientfica.

    Sabe-se que cada autor/pesquisador possui seu prprio estilo, mas

    obedecer ao estilo e s propriedades da linguagem cientfica se torna obrigatrio

    para aqueles que fazem cincia.

    Partindo dessa premissa, apresentam-se alguns itens que devem ser

    levados em considerao no momento da redao do trabalho. De acordo com

    Turner (apud SANTOS, 2001), estes podem ser:

    a) Brevidade usar palavras, frases e pargrafos curtos, pois so mais

    fceis de serem compreendidos e, por outro lado, ajudam a evitar erros

    de gramtica;

    b) Concretude expor claramente o tema, para reduzir interpretaes

    vagas. Isto se obtm evitando-se substantivos abstratos, sentenas

    ambguas, eufemismos e hiprbole;

    c) Consistncia utilizar termos correntes e aceitos pela comunidade

    acadmica sempre o ideal. Isso se adquire pelo uso de terminologia

    uniforme;

    d) Decoro evitar linguagem coloquial, grias, profanidades (palavres)

    que venham a empobrecer e a vulgarizar o trabalho;

    e) Franqueza chegar ao ponto que deseja objetivamente, sem desvios

    ou contornos polticos. Neste caso, evitam-se os circunlquios e as

    digresses;

    f) Fluncia utilizar com fluidez vocabulrio, regras gramaticais,

    pontuao e composio. Para isso, se faz necessria a leitura de bons

    textos, uso do dicionrio e de jarges aceitos;

    g) Frescor evitar estilo gasto e estril, preferir a individualidade, com

    sabor de novidade, abominando clichs e estilos de terceiros;

    h) Impessoalidade apresentar a viso objetiva dos fenmenos, dados

    ou eventos, evitando fazer referncias pessoais como: meu trabalho,

    meus estudos, minha tese, substituindo-as por prope-se

    apresentar.... Isto , deve-se usar a terceira pessoa do singular ou a

    primeira do plural (plural majesttico, como em verificamos,

    observamos), tendo, porm, o cuidado de manter a mesma forma em

    todo o trabalho;

  • 12

    i) Linguagem positiva indicar sempre a forma positiva do verbo. Neste

    caso, devemos evitar o que pelo que no . Vejamos o exemplo: O

    pesquisador jnior, quase sempre, no lembra as normas alusivas s

    citaes. e O pesquisador jnior, quase sempre, esquece as normas

    alusivas s citaes. (TARGINO, 2005, p. 373);

    j) Lgica conduzir as ideias e os argumentos sempre pelo raciocnio

    lgico, evitando frases dependentes para expressar situaes que so

    independentes;

    k) Moderao restringir tendncias pessoais como emoes e

    exageros, portanto, evitam-se palavras de conotao emocional ou que

    emitam juzos de valor (bom, mau, superior, inferior);

    l) Modstia construir um meio termo entre arrogncia/vaidade e

    subservincia/autodepreciao. No se devem transmitir os

    conhecimentos de forma pretensiosa, mas de forma simples e modesta;

    m) Naturalidade evitar os artifcios de linguagem, de sofismas, fugindo

    da retrica vazia, da falsa elegncia da linguagem e das palavras

    desnecessrias que venham a prejudicar a compreenso do texto;

    n) Preciso usar linguagem precisa sem rodeios, as definies exatas

    apoiadas quando conveniente em dados numricos ou mensuraes

    fidedignas;

    o) Simplicidade dar preferncia s explicaes mais simples que se

    ajuste a todas as evidncias, portanto, as sentenas complicadas devem

    ser evitadas.

    Reconhecem-se esses diferentes estilos. E quanto propriedade, sendo

    esta entendida como qualidade ou caracterstica do que prprio. Pode-se dizer que

    estas so atributos ou caractersticas especiais de um texto, que se encontram

    inseridas no texto cientfico.

    Desse modo, com base em Turner (apud SANTOS, 2001), as

    propriedades de um texto so:

    a) Acabamento um trabalho bem acabado, bem organizado, demonstra

    que houve repetidas revises e correes;

    b) Autoridade o autor inspira confiana, porque sabe o que est

    falando e, consequentemente, se apoia em afirmaes lgicas e precisas;

    c) Clareza a apresentao de um texto inteligvel, lmpido, ntido,

  • 13

    transparente, isto , com redao clara, sentido direto e simples;

    d) Coerncia as partes do texto aparecem devidamente interligadas,

    conferindo sustentao estrutura de sentido;

    e) Controle o autor comunica dados, fatos e no expressa emoes,

    nem quer despert-las no leitor, por isso, os exageros e subtendidos

    devem ser evitados;

    f) Dignidade a compostura e o autorrespeito so fatores de dignidade

    da profisso de quem escreve. Isto se obtm quando se d ateno aos

    elementos de autoridade, de fluncia, de frescor, de naturalidade,

    componentes do bom estilo;

    g) Direo todo autor deve indicar o caminho que deseja seguir.

    Para isso, precisa da organizao, da inteireza e, principalmente, da

    unidade de pensamento;

    h) Eticalidade a tica um aspecto que denota responsabilidade de

    quem escreve, pois a sinceridade e a conformidade com os costumes e

    normas so fatores relevantes da boa redao;

    i) Fidelidade o autor deve cumprir o contrato implcito com o leitor, ou

    seja, cumprir sempre o que prometeu;

    j) Inteireza um produto acabado, sem nenhuma parte abreviada, velada

    ou subentendida, o que deve prescrever no enunciado;

    k) Objetividade o princpio da objetividade se d pela iseno da

    ambiguidade ou impreciso. Expresses como: eu acho, parece que,

    eu penso e outras similares so incoerentes com a linguagem cientfica;

    l) Seletividade o autor se atm apenas a materiais importantes, dando

    maior nfase quilo que principal em detrimento do que secundrio;

    m) Tato o texto no deprecia, no acusa e muito menos ofende;

    n) Veracidade a verdade deve ser a alma de qualquer cincia.

    A obteno de tal item se d quando o autor se atm aos fatos, evitando

    equvocos e evasivas.

  • 14

    4 REDAO CIENTFICA

    A palavra texto significa tecido. No caso, porm, de textos, no sentido dos

    objetos especiais que transmitem pensamentos e documentam tradies, a acepo

    de tecido d-se em outro contexto. considerado como um todo organizado de

    sentido, a unidade bsica com que se deve trabalhar no processo de ensino-

    aprendizagem. no texto que o usurio da lngua exercita a sua capacidade de

    organizar e transmitir ideias, informaes, opinies em situaes de interao

    comunicativa.

    Segundo Costa Val (2010), [...] ocorrncia lingustica falada ou escrita, de

    qualquer extenso, dotada de unidade sociocomunicativa, semntica e formal.

    Dessa forma, o texto como unidade de sentido, pressupe que:

    a) O significado de uma parte no autnomo, mas depende das outras

    partes com que se relaciona;

    b) O significado global do texto no o resultado de uma mera soma das

    partes, mas de certa combinao geradora de sentidos.

    Quando se estudam os principais tipos de trabalhos acadmicos: resumo,

    resenha crtica, fichamento, paper, artigo cientfico, relatrio tcnico-cientfico,

    monografia, entre outros. Percebe-se que estes necessitam de alguns elementos

    vinculados qualidade redacional que devem atender s exigncias do professor,

    do avaliador ou at mesmo de outros leitores.

    Em outros nveis de ensino, tais como fundamental e mdio, era comum

    que os alunos tivessem apenas o trabalho ou a preocupao de localizar o texto

    escrito ou a fonte onde encontraria o assunto da pesquisa. Bastando, para isso,

    apenas confeccionar a capa, incluindo o nome no espao reservado autoria e

    adequar o texto s exigncias de formatao solicitadas pelo professor ou pelo

    curso.

    Este procedimento ainda utilizado, mas no adequado s normas do

    trabalho no meio universitrio. Os trabalhos acadmicos devem ser planejados,

    escritos, construdos, elaborados por seus autores. Transcrever, em parte, ou na

    ntegra, informaes ou ideias produzidas por outros autores, sem mencionar a

    fonte, no prprio texto, plgio. E este tipo de ato crime!

    Na produo de um trabalho cientfico, necessrio primeiramente que o

    autor se coloque na condio de leitor, esforando-se em pensar nas qualidades e

    expectativas deste, pois o objetivo maior dessa produo fazer com que as ideias

  • 15

    expostas sejam compreensveis, isto , coesas e coerentes, de modo a possibilitar a

    de trocar informaes e, ao mesmo tempo, desenvolver o processo de comunicao

    efetivo entre ambos.

    Sabe-se que, Nem tudo que se escreve e est escrito comunica

    conhecimento, justamente porque no comunica realidade e no comunica mundo.

    Permanece ao nvel das regras, dos sons, das palavras vazias (LUCKESI, 2003, p.

    165).

    Assim, os elementos da redao cientfica so caracterizados quanto

    natureza como estrutura narrativa e estrutura dissertativa.

    Segundo a reflexo de Cunha (2008), observam-se as seguintes

    diferenas:

    a) Estrutura narrativa

    - Construda com utilizao de imagens, aes, personagens, cenas,

    etc.

    - A leitura implica envolvimento emocional, identificao afetiva,

    afinidade entre os valores do leitor e do texto.

    - A mensagem estar completa desde que sejam projetados os

    sentimentos do leitor.

    b) Estrutura dissertativa

    - O texto construdo por meio de ideias que se encadeiam umas s

    outras.

    - No h aes, nem personagens, nem tempo de ocorrncia de fatos.

    - H relaes de coerncia e consequncia lgica, de contradio ou

    de afirmao entre uma ideia e outra.

    4.1 Estrutura do trabalho acadmico

    A estrutura geral dos trabalhos acadmicos compreende trs elementos,

    sendo estes: pr-textuais, textuais e ps-textuais.

    Ao retratar-se, a redao cientfica, sero estudados, nesta seo,

    somente os elementos textuais, os quais correspondem estrutura lgica do

    trabalho.

    Para Severino (2000), Todo trabalho cientfico, seja ele uma tese, um

    texto didtico, um artigo ou uma simples resenha deve constituir uma totalidade de

    inteligibilidade, estruturalmente orgnica, deve formar uma unidade com sentido

    intrnseco e autnomo [...].

  • 16

    A estrutura lgica do trabalho acadmico compreende trs etapas a

    seguir relacionadas: introduo, desenvolvimento e concluso. Esta estrutura

    reproduz as fases caractersticas do pensamento reflexivo: do sincrtico, pelo

    analtico, ao sinttico.

    a) A introduo representa o momento da sncrese, pois apenas

    apresenta uma viso geral do trabalho. O objetivo principal da introduo

    apresentar o assunto de maneira clara e precisa e, tambm, a maneira

    como a pesquisa foi desenvolvida. Os principais requisitos para a redao

    da introduo so: Definio do assunto; Objetivos; Justificativa;

    Metodologia.

    OBS: Vale lembrar que, a Introduo deve ser a ltima parte do trabalho

    a ser elaborada. A redao dever ser iniciada pelo desenvolvimento do

    trabalho.

    b) O desenvolvimento representa a anlise, pois o seu contedo est

    analiticamente dividido em partes; partes estas extensas, apresentando

    os resultados de tudo aquilo que se pesquisou. O desenvolvimento

    corresponde ao corpo do trabalho. Salomom (apud SEVERINO, 2000)

    afirma que esta a fase de fundamentao lgica do trabalho e tem por

    objetivo explicar, discutir e demonstrar. Explicar tornar evidente ou

    compreensvel o que estava obscuro ou complexo; descrever,

    classificar, definir. Discutir aproximar, comparativamente, questes

    antagnicas ou convergentes. Demonstrar argumentar, provar,

    apresentar ideias que se sustentam em premissas admitidas como

    verdadeiras.

    c) A concluso representa a sntese, pois articula de forma breve as

    principais ideias contidas em cada parte do desenvolvimento do trabalho.

  • 17

    5 A PESQUISA: conceitos e classificaes

    Para se falar de projeto de pesquisa, necessrio primeiramente fazer-se

    uma abordagem sobre os diversos tipos de pesquisa, pois todo e qualquer trabalho

    monogrfico dever ser enquadrado num tipo de pesquisa, segundo objetivos

    propostos.

    5.1 Conceitos

    Nos mais variados manuais de metodologia, encontra-se diversos

    conceitos de pesquisa, e percebe-se que estes por sua vez, tm um sentido mais

    amplo: significa busca, investigao, indagao; no mbito da cincia, o seu

    significado adquire amplitude maior, pois a busca do conhecimento auxilia a

    compreenso da realidade, com o objetivo de solucionar problemas.

    Para Gil (2008), pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e

    sistemtico que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que so

    propostos.

    O interesse e a curiosidade do homem pelo saber levam-no a investigar a

    realidade sob os mais diversificados aspectos e dimenses. Assim, Gil (2008)

    salienta ainda que a pesquisa requerida quando se dispe de informao

    suficiente para responder ao problema, ou ento quando a informao disponvel se

    encontra em tal estado de desordem que no possa ser relacionada ao problema.

    Afinal, o que pesquisa? Esta indagao pode ser respondida de

    diversas formas. Minayo (2008), sob o ponto de vista filosfico, considera a pesquisa

    como atividade bsica das cincias na sua indagao e descoberta da realidade.

    uma atitude e uma prtica terica de constante busca que define um processo

    intrinsecamente inacabado e permanente. uma atividade de aproximao

    sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinao particular

    entre teoria e dados.

    Demo (2003) apresenta a pesquisa como atividade cotidiana,

    considerando-a como uma atitude, um questionamento sistemtico crtico e criativo,

    mais a interveno competente na realidade, ou o dilogo crtico permanente com a

    realidade em sentido terico e prtico.

    Para Gil (2009), a pesquisa tem um carter pragmtico, um processo

    formal e sistemtico de desenvolvimento do mtodo cientfico. O objetivo

    fundamental da pesquisa descobrir respostas para problemas mediante o emprego

    de procedimentos cientficos.

  • 18

    Andrade (2007) destaca a pesquisa como um o conjunto de

    procedimentos sistemticos baseados no raciocnio lgico que tem por objetivo

    encontrar solues para problemas propostos mediante a utilizao de mtodos

    cientficos.

    Em suma, pesquisa um conjunto de aes, propostas para encontrar

    solues para um problema, que tem por base procedimentos racionais e

    sistemticos. realizada quando se tem um problema e no se tem informaes

    para solucion-lo e ento se buscam respostas.

    5.2 Classificaes

    Existem tambm, vrias formas de classificar as pesquisas dependendo

    dos critrios a serem adotados. Em concordncia com Gil (2008), Andrade (2007) e

    Marconi e Lakatos (2010), elas podem ser classificadas quanto sua natureza e

    seus objetivos.

    5.2.1 Do ponto de vista da sua natureza

    a) Pesquisa bsica - objetiva gerar conhecimentos novos teis para o

    avano da cincia, sem aplicao prtica prevista. Envolve verdades e

    interesses universais.

    b) Pesquisa aplicada - objetiva gerar conhecimentos para aplicao

    prtica dirigida soluo de problemas especficos. Envolve verdades e

    interesses locais.

    5.2.2 Do ponto de vista de seus objetivos

    a) Pesquisa exploratria - visa proporcionar maior familiaridade com o

    problema, com vistas a torn-lo explcito ou a construir hipteses. Envolve

    levantamento bibliogrfico; entrevistas com pessoas que tiveram

    experincias prticas com o problema pesquisado; anlise de exemplos

    que estimulem a compreenso.

    Exemplos: Pesquisas bibliogrficas e Estudos de caso.

    b) Pesquisa descritiva - visa descrever as caractersticas de

    determinada populao ou fenmeno, ou o estabelecimento de relaes

    entre variveis. Envolve o uso de tcnicas padronizadas de coleta de

    dados: questionrio e observao sistemtica.

    Exemplo: Levantamento ou survey.

    c) Pesquisa explicativa - visa identificar os fatores que determinam ou

    contribuem para a ocorrncia dos fenmenos, aprofunda o conhecimento

  • 19

    da realidade porque explica a razo, o por que das coisas, o motivo pelo

    qual determinado fenmeno ocorre, ou identificar os fatores que

    determinam ou contribuem para sua ocorrncia. Quando realizada nas

    cincias naturais, requer o uso do mtodo experimental, e nas cincias

    sociais requer o uso do mtodo observacional.

    Exemplos: Pesquisa experimental e Pesquisa expost-facto.

    5.2.3 Do ponto de vista dos procedimentos tcnico

    a) Pesquisa bibliogrfica - quando elaborada a partir de material j

    publicado, constitudo principalmente de livros, artigos de peridicos

    cientficos, teses, dissertaes e atualmente com materiais

    disponibilizados em diversos meios eletrnicos. Pode-se fazer pesquisa

    exclusivamente com fontes bibliogrficas, contudo, toda e qualquer

    pesquisa deve iniciar com a pesquisa bibliogrfica.

    b) Pesquisa documental - quando elaborada a partir de materiais que

    no receberam tratamento analtico. Ex.: mapas, cartas, fotografias,

    balanos, notas fiscais etc.

    c) Pesquisa experimental - quando se determina um objeto de estudo,

    selecionam-se as variveis que seriam capazes de influenci-lo, definem-

    se as formas de controle e de observao dos efeitos que a varivel

    produz no objeto. Pode ser realizada em laboratrio ou em ambiente

    natural.

    d) Levantamento - quando a pesquisa envolve a interrogao direta das

    pessoas selecionadas cujo comportamento se deseja conhecer. Quando

    o levantamento recolhe todo o universo da pesquisa, tem-se um censo.

    e) Estudo de caso - tipo de pesquisa muito utilizada nas cincias

    biomdicas e sociais; envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou de

    poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado

    conhecimento.

    f) Pesquisa-ao - quando concebida e realizada em estreita associao

    com uma ao ou com a resoluo de um problema coletivo. Os

    pesquisadores e participantes representativos da situao ou do problema

    esto envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

    g) Pesquisa participante - quando se desenvolve a partir da interao

    entre pesquisadores e membros das situaes investigadas.

  • 20

    h) Estudo de coorte - quando feita com um grupo de pessoas que tm

    caractersticas em comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada

    por um determinado perodo de tempo, com a finalidade de observar e

    analisar o que acontece com elas, fazendo-se, assim, um controle do

    caso. Este tipo de estudo muito utilizado nas cincias da sade.

    Ex.: Pesquisa com o objetivo de verificar a exposio passiva fumaa de

    cigarro e a incidncia de cncer no pulmo. Seleciona-se uma amostra

    daqueles que so expostos ao fator de risco (grupo experimental) outro

    dos que no so expostos (controle). Em seguida, faz-se o seguimento de

    ambos os grupos e, aps determinado perodo, verifica-se quanto os

    indivduos expostos esto mais propensos a desenvolver o cncer de

    pulmo em relao queles que no foram expostos.

    5.2.4 Do ponto de vista da abordagem do problema, coleta ou tratamento dos dados

    a) Pesquisa quantitativa- considera que tudo pode ser quantificvel, o

    que significa traduzir em nmeros opinies e informaes para classific-

    las e analis-las. Requer o uso de recursos e de tcnicas estatsticas

    (percentagem, mdia, moda, mediana, desvio-padro, coeficiente de

    correlao, anlise de regresso, etc.) tanto na coleta quanto no

    tratamento dos dados.

    b) Pesquisa qualitativa- considera que h uma relao dinmica entre o

    mundo real e o sujeito, isto , um vnculo indissocivel entre o mundo

    objetivo e a subjetividade do sujeito que no pode ser traduzido em

    nmeros. A Interpretao dos fenmenos e a atribuio de significados

    so bsicas no processo de pesquisa qualitativa. No requer o uso de

    mtodos e tcnicas estatsticas. O ambiente natural a fonte direta para

    coleta de dados e o pesquisador o instrumento- chave. descritiva. Os

    pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo

    e seu significado so os focos principais de abordagem.

  • 21

    6 AS TCNICAS OU INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

    Para a coleta de dados nos levantamentos, so utilizadas as tcnicas de

    interrogao. Para Gil (2008), qualquer que seja o instrumento utilizado, convm

    lembrar que as tcnicas de interrogao possibilitam a obteno de dados a partir do

    ponto de vista dos pesquisados.

    Tais tcnicas ou instrumentos so os meios utilizados para coletar as

    informaes referentes ao problema. Segundo Lakatos e Marconi (2010), a tcnica

    um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma cincia ou arte; a

    habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prtica. Toda cincia utiliza

    inmeras tcnicas na obteno de seus propsitos.

    A definio do instrumento de coleta de dados depende dos objetivos

    que se pretendem alcanar, com a pesquisa, e do universo a ser investigado. Os

    instrumentos de coleta de dados tradicionais mais utilizados so:

    6.1 Observao

    Para Lakatos e Marconi (2010), a observao uma tcnica de coleta de

    dados para conseguir informaes e utiliza os sentidos na obteno de

    determinados aspectos da realidade.

    Dessa forma, a observao no consiste em apenas ver e ouvir, mas

    tambm em examinar os fatos ou fenmenos que se pretendem investigar. A

    observao pode ser:

    a) Observao no estruturada ou assistemtica quando no se tem

    planejamento e controle previamente elaborados, observam-se os fatos

    como ocorrem espontaneamente e recolhem-se dados sem interferncia

    do pesquisador ou uso de tcnicas especiais.

    b) Observao estruturada ou assistemtica quando se tem o

    planejamento daquilo quer se quer observar, faz-se com uso de

    instrumentos para coleta os dados ou fenmenos. Realiza-se em

    condies controladas para responder aos propsitos preestabelecidos;

    c) Observao no participante - o pesquisador presencia o fato, mas

    no participa; aqui exerce o papel de espectador;

    d) Observao participante o pesquisador participante se integra ao

    grupo, tornando-se membro da comunidade el pesquisa exercendo as

    atividades normais deste;

    e) Observao individual - realizada por um pesquisador;

  • 22

    f) Observao em equipe - feita por um grupo de pessoas;

    g) Observao na vida real - registro de dados medida que estes

    ocorrem;

    h) Observao em laboratrio - feita de forma que haja condies de

    controle das variveis.

    6.2 Entrevista

    Segundo Lakatos e Marconi (2010), a entrevista um encontro entre duas

    pessoas, a fim de que uma delas obtenha informaes a respeito de determinado

    assunto, mediante uma conversao de natureza profissional. um procedimento

    utilizado na investigao social, para coleta de dados ou para ajudar no diagnstico

    ou tratamento de um problema social.

    Em suma, a obteno de informaes de um entrevistado, sobre determinado

    assunto ou problema. A entrevista pode ser:

    a) Padronizada ou estruturada quando h um roteiro previamente

    estabelecido;

    b) Despadronizada ou no estruturada quando no existe rigidez de

    roteiro. Podem-se explorar mais amplamente algumas questes na

    medida em que se for entrevistando.

    6.3 Questionrio

    Segundo Lakatos e Marconi (2010), questionrio um instrumento de

    coleta de dados, constitudo por uma srie ordenada de perguntas, que devem ser

    respondidas por escrito e sem a presena do entrevistador.

    Consiste em traduzir os objetivos especficos para alcanar o geral. O

    questionrio deve ser objetivo, limitado em extenso e estar acompanhado de

    instrues. As instrues devem esclarecer o propsito de sua aplicao, ressaltar a

    importncia da colaborao do informante e facilitar o preenchimento. Os

    questionrios podem ser com perguntas:

    a) Abertas tambm chamadas de livres ou no limitadas, so as que

    permitem ao informante responder livremente, usando linguagem prpria,

    e emitir opinies.

    Exemplo: Qual a sua opinio?

    b) Fechadas tambm chamadas de perguntas de mltiplas escolhas.

    Apresentam uma srie de possveis respostas, abrangendo vrias facetas

    do mesmo assunto.

  • 23

    Exemplo: duas escolhas do tipo: sim ou no;

    H uma srie de recomendaes teis construo de um

    questionrio

    Dentre elas, destacam-se:

    a) O questionrio dever ser construdo em blocos temticos,

    obedecendo a uma ordem lgica na elaborao das perguntas;

    b) A redao das perguntas dever ser feita em linguagem compreensvel

    ao informante. A linguagem dever ser acessvel ao entendimento da

    mdia da populao estudada.

    A formulao das perguntas dever evitar a possibilidade de

    interpretao, sugerir ou induzir a resposta. Assim:

    a) cada pergunta dever focar apenas uma questo para ser analisada

    pelo informante;

    b) o questionrio dever conter apenas as perguntas relacionadas aos

    objetivos da pesquisa. Por isso devem ser evitadas perguntas que, de

    antemo, j se sabe que no sero respondidas com honestidade.

    6.4 Formulrio

    Para Gil (2008), o formulrio enquanto tcnica de coleta de dados situa-se

    entre o questionrio e a entrevista. Logo, sua adequada aplicao exige que se

    considerem as recomendaes referentes tanto elaborao do questionrio quanto

    condio da entrevista.

    uma coleo de questes e anotadas por um entrevistador numa

    situao face a face com a outra pessoa (o informante). O instrumento de coleta de

    dados escolhido dever proporcionar uma interao efetiva entre o pesquisador, o

    informante e a pesquisa que est sendo realizada.

    A coleta de dados estar relacionada com o problema, a hiptese ou os

    pressupostos da pesquisa e objetiva obter elementos para que os objetivos

    propostos na pesquisa possam ser alcanados. Nesta fase, escolhem-se tambm as

    possveis formas de tabulao e apresentao de dados e os meios (os mtodos

    estatsticos, os instrumentos manuais ou computacionais) que sero usados para

    facilitar a interpretao e anlise dos dados.

    Vale ressaltar ainda que alguns instrumentos de coleta de dados, tais

    como o questionrio, o formulrio e a entrevista estruturada devem passar por um

    pr-teste. Este feito a partir de uma amostra selecionada do grupo pesquisado, a

  • 24

    fim de avaliar o instrumento de coleta. Somente assim estar validado para o

    levantamento.

    Para Gil (2008), o pr-teste no visa captar qualquer dos aspectos que

    constituem os objetivos do levantamento, no pode trazer nenhum resultado

    referente a esses objetivos. Ele est centrado na avaliao dos instrumentos

    enquanto tais, visando garantir que meam exatamente o que pretendem medir.

    7 PROJETO DE PESQUISA

    Para realizar uma monografia, necessrio organizar primeiro um guia do

    pesquisador em relao aos passos a seguir. o momento de construir o projeto,

    apesar de ser um roteiro pr-estabelecido e rigorosamente elaborado, o projeto no

    imutvel, ao contrrio, o caminho percorrido ao longo da pesquisa acaba por

    imprimir-lhe novas caractersticas, colocando novas exigncias ao

    pesquisador/investigador.

    Afinal, o que o projeto de pesquisa?

    O projeto de pesquisa o planejamento minucioso da ao de sua

    pesquisa, com o objetivo de prever as barreiras que prejudiquem o bom andamento

    da mesma.

    A ABNT (Associao Brasileira de Normas e Tcnicas), conforme a NBR

    nos 15.287:2011, itens 3.13 e 3.14, define projeto como descrio da estrutura de

    um empreendimento a ser executado e projeto de pesquisa como sendo uma das

    fases da pesquisa. a descrio da sua estrutura.

    O projeto deve ser entendido como instrumento de ao. Ele existe para

    dar uma direo, para ajudar o discente a descobrir pistas, para compreender alguns

    problemas e no para criar um obstculo para o entendimento do pesquisador.

    Como salienta Lakatos e Marconi (2010), o projeto uma das etapas

    componentes do processo de elaborao, execuo e apresentao da pesquisa.

    O projeto deve ser entendido como um produto pois um documento

    escrito resultante de um exerccio acadmico e cientfico - e tambm como um

    processo pois um instrumento dinmico, que tem a importante caracterstica de

    ser flexvel.

    Importante lembrar que, tem surgido, com certa frequncia, a exigncia

    de pr-projetos ou anteprojetos (que a mesma coisa). So esboos preliminares

    do projeto de pesquisa, ou seja, simples estudos preliminares daquilo que se tem em

    mente realizar.

  • 25

    7.1 Estrutura do projeto de pesquisa

    A elaborao do projeto de pesquisa uma condio indispensvel antes

    da execuo da pesquisa, pois antes de se inici-la necessrio fazer-se um

    planejamento o qual se expressa em um projeto.

    A estrutura bsica dos Projetos de Pesquisa definida pela NBR no

    15.287/2011. No entanto, cada instituio de ensino pode promover adequaes

    realidade local sem desvirtuar as determinaes normativas da ABNT. Dessa forma,

    os Projetos de Pesquisa desenvolvidos no IFMA devero compor-se dos seguintes

    elementos:

    7.1.1 Elementos pr-textuais

    Os elementos pr-textuais so aqueles que antecedem o texto contendo

    informaes para identificar o tipo de projeto. Os elementos pr-textuais so:

    7.1.1.1 Capa

    A capa um elemento obrigatrio (Figura 1) e deve conter os elementos

    abaixo apresentados(importante lembrar que o projeto dever ser redigido em

    recurso tipogrfico arial ou times new roman, folha tamanho A4).

    a) Nome da entidade para qual vai ser submetido a 3 cm da borda

    superior, centrado, sem negrito e letras versais, tamanho 12;

    b) Nome (s) do (s) autor (es) a 5 cm da borda superior, centrado, em

    negrito e letras versais, tamanho 12;

    c) Ttulo principal do trabalho centrado na pgina, horizontal e

    verticalmente, em negrito e letras versais, tamanho 12;

    d) Subttulo se houver na linha seguinte, espao simples, centrado,

    sem negrito, letras minsculas, tamanho 12.

    e) Local (cidade) da instituio, onde ser apresentado a 2 cm da borda

    superior, centrado, letras minsculas, tamanho 12;

    f) Ano de entrega do projeto na linha seguinte, espao simples,

    centrado, letras minsculas, tamanho 12.

  • 26

    Figura 1 Modelo da capa

    3 cm

    INSTITUTO FEDERAL DO MARANHO - IFMA CURSO DE

    NOME DO DISCENTE 3 cm 2 cm

    TTULO: Subttulo

    So Lus

    2013 2 cm

    Fonte: Coelho, 2013.

    7.1.1.2 Folha de rosto

    Deve ser feita da mesma forma que a folha de rosto dos demais trabalhos

    cientficos. Os elementos que devem ser apresentados na folha de rosto (Figura 2)

    so:

    a) Nome do autor a 5 cm da borda superior, centrado, em negrito e

    letras versais, tamanho 12;

    b) Ttulo principal do trabalho a 11 cm da borda superior, centrado, em

    negrito e letras versais, tamanho 12;

    c) Subttulo (se houver) uma linha abaixo do ttulo, espao simples;

    [M1] Comentrio: Margem superior 3 cm.

    [M2] Comentrio: Inserir a Curso a que est vinculado, ou seja, Licenciatura em Qumica ou informtica.

    [M3] Comentrio: Margem esquerda 3 cm e margem direita 2 cm.

    [M4] Comentrio: Margem inferior 2 cm

  • 27

    centrado, em negrito e letras versais, tamanho 12, precedido de dois

    pontos no ttulo;

    d) A 17 cm da borda superior, do centro para a direita, em letras

    minsculas, tamanho 12, deve conter a natureza do trabalho, o objetivo

    do trabalho (aprovao da disciplina, formao do curso, grau

    pretendido), o nome da Instituio; e a rea de concentrao (disciplina

    ou matria);

    e) Nome do orientador e co-orientador (quando houver) a 22 cm da

    borda superior, recuo para esquerda, letras minsculas, espaamento

    simples, tamanho 12.

    Figura 2 Modelo de folha de rosto

    3 cm NOME DO DISCENTE

    TTULO: Subttulo

    Projeto de pesquisa apresentada ao Curso de Licenciatura em Qumica, do Instituto Federal do Maranho, como requisito para elaborao do trabalho de concluso de curso.

    So Lus 2013 2 cm

    Fonte: Coelho, 2013.

  • 28

    7.1.1.3 Sumrio

    O sumrio (Figura 3) um elemento obrigatrio conforme ABNT - NBR

    6027 deve conter todos os elementos que compem a estrutura do projeto de

    pesquisa, tais como: elementos textuais e ps-textuais, ou seja, colocar no sumrio

    todos os itens a partir do tema, no se coloca no sumrio os itens que aparecem

    antes dele.

    Figura 3 Modelo de sumrio

    3 cm

    SUMRIO

    1 INTRODUO

    2 PROBLEMA

    3 HIPTESES

    3 OBJETIVOS

    3.1 Geral

    3.2 Especficos

    4 JUSTIFICATIVA

    5 REFERENCIAL TERICO

    6 METODOLOGIA

    7 CRONOGRAMA

    REFERNCIAS

    APNDICES

    ANEXOS

    Fonte: Coelho, 2013.

  • 29

    7.1.2 Elementos textuais

    Os elementos textuais do projeto, as fases ou elementos so: o tema, a

    introduo, o problema, a(s) hiptese(s), objetivos gerais e especficos, a

    justificativa, o referencial terico, a metodologia, o cronograma (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011). Estes devem ser apresentados

    conforme orientaes abaixo descritas:

    7.1.2.1 Tema e sua delimitao

    o assunto escolhido sobre o qual versar o trabalho, ou seja, o que se

    deseja provar ou desenvolver. Dever responder questo: O que pretendo

    abordar?. Para Furast (2012), trabalhar um assunto que no seja do agrado

    tornar a pesquisa num exerccio de tortura e sofrimento. Dessa forma, escolher um

    tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo limites

    ou restries para o desenvolvimento da pesquisa pretendida. Devemos ter a

    conscincia das nossas limitaes quanto quilo que propomos.

    Para Lakatos e Marconi (2010), o tema , nessa fase, necessariamente

    amplo, precisando bem o assunto geral, sobre o qual se deseja realizar a pesquisa.

    A escolha do tema o fator primordial, deve ser apresentado de forma

    delimitada observando alguns critrios tais como:

    a) Relevncia do tema verificar se o tema merece uma investigao

    cientfica como condies de ser formulado e delimitado tecnicamente por

    meio da pesquisa. Um tema deve ter importncia de alguma forma, a uma

    questo de interesse geral ou social;

    b) Originalidade do tema verificar se h outra pesquisa sobre o tema,

    mesmo que haja, ele dever ser apresentado sob outro enfoque, novos

    argumentos devem surgir, abordar sobre novas perspectivas, novo ponto

    de vista, trazer alguma novidade, contribuir de alguma forma para o

    esclarecimento do assunto;

    c) Viabilidade do tema observar se h realmente condies de realizar

    o trabalho no prazo determinado, verificar se h bibliografias disponveis

    ou outros estudos feitos que tratem do assunto ou do objeto de pesquisa

    para que possa servir de referencial terico;

    d) Delimitao do assunto (amostragem) selecionar um tpico ou

    uma parte para ser focalizada, dentro do universo de pesquisa. Tratar o

    tema sob outra perspectiva. Para Furast (2012), a delimitao do tema,

  • 30

    a definio de qual ou quais os enfoques do tema sero explicitados no

    decorrer do trabalho. Delimitar indicar qual ser a abrangncia do

    estudo a ser realizado, estabelecendo os limites do tema. Para que fique

    mais compreensvel o assunto, importante situ-lo em sua respectiva

    rea de conhecimento.

    Vamos observar abaixo exemplos de temas, bem como, suas

    delimitaes:

    Figura 4 Delimitao do tema

    TEMA: (AMPLO)

    Educao e Internet

    DELIMITAO DO TEMA: (TEMA DELIMITADO)

    Uso de ferramentas de informtica para auxlio educacional

    7.1.2.2 Introduo

    a primeira seo do projeto, pois definem brevemente os objetivos do

    trabalho, as razes de sua realizao, o enfoque dado ao assunto e sua relao com

    outros estudos. No projeto de pesquisa, a introduo. onde devem ser

    apresentados vrios tpicos que comporo a pesquisa. A Associao Brasileira de

    normas e Tcnicas NBR 15287:2011, inclusive em seu texto, fala em parte

    introdutria e no em introduo. O texto da introduo pode ser feito topicalizado,

    ou seja, em tpicos, apresentando respectivamente a delimitao, o problema da

    pesquisa, as hipteses, os objetivos, as justificativas, relevncia e possveis

    contribuies.

    7.1.2.3 Problema

    O problema deve representar uma questo que exige explicaes. Esse

    problema o foco central da pesquisa a ser realizada. Todas as atividades que

    sero executadas devem levar resposta para o problema. Assim, ao definir o

    problema de pesquisa este depende de alguns elementos tais como: a (s) hipteses,

    objetivos, justificativa, referencial terico, metodologia e cronograma.

    Todos esses elementos devem estar correlacionados com o problema.

    Entretanto, tambm existem alguns critrios sugeridos por Lakatos e Marconi (2010),

    que podero orientar o pesquisador na formulao do problema, alm de servir

  • 31

    como indicativo para avaliar se realmente foi bem definido. Ento, verificar se o

    problema:

    Figura 5 Delimitao do problema

    a) Pode ser resolvido atravs do processo cientfico?

    b) Apresenta relevncia a ponto de justificar a realizao da

    pesquisa?

    c) original, qual o enfoque?

    d) adequado ao momento?

    e) Pode levar a uma concluso valiosa?

    Fonte: Coelho, 2013.

    No h regras para se criar um problema, mas alguns autores sugerem

    que ele seja expresso em forma de pergunta. Veja o exemplo abaixo:

    Figura 6 Delimitao do tema e problema

    TEMA: Incentivos e desempenhos nos recursos humanos.

    PROBLEMA: Qual a relao entre os incentivos salariais e o

    desempenho dos trabalhadores, e o que eles ocasionam?

    Fonte: Coelho, 2013.

    7.1.2.4 Hipteses

    So as possveis causas ou respostas ao problema levantado que

    antecedem a constatao dos fatos, com caractersticas de formulaes provisrias

    que sero testadas atravs da analise da evidncia dos dados coletados. As

    hipteses podem explicar os fatos ocorridos. Tambm podem servir de guia para a

    pesquisa, pois orientam a busca de outras informaes.

    Para Severino (2007), preciso no confundir hiptese como

    pressuposta, com evidncia prvia, esta por sua vez, o que se pretende

    demonstrar e no o que j se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida.

    O ponto bsico do tema, especificado na formulao do problema, sendo

    uma dificuldade sentida, compreendida e definida, necessita de uma resposta,

    provvel, suposta, e provisria, isto , uma hiptese, como afirma Lakatos e

    Marconi (2011). Portanto, a hiptese a proposio testvel que pode vir a ser a

    soluo ou causa do problema.

    7.1.2.5 Objetivos

  • 32

    A especificao do objetivo de uma pesquisa responde s questes:

    Figura 7 Delimitao dos objetivos

    Fonte: Coelho, 2013.

    A definio dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com

    a realizao do trabalho da pesquisa. Objetivo sinnimo de meta. So as metas

    que o pesquisador pretende alcanar, verificar, analisar, constatar. Para Furast

    (2012), a definio, com preciso e clareza, das metas, propsitos e resultados

    concretos a que se pretende chegar.

    Os objetivos so fixados quando se estabelece quais as observaes a

    se quer fazer, aos fatos a analisar, as hipteses a testar, e aos procedimentos a

    serem aplicados.

    Desta forma, os objetivos consistem em o que se deseja atingir, quais os

    fins pretendidos com a execuo do projeto de acordo com a problemtica

    diagnosticada. Os objetivos so justificados de forma geral e especficos.

    a) Objetivo geral - indica o que se pretende realizar na pesquisa, mas

    para a sua concretizao, apoiam-se nos objetivos especficos. O objetivo

    geral explicita os resultados que se pretende alcanar, o que se deseja

    atingir, tendo em vista os problemas diagnosticados e a ao pretendida.

    Deve ser formulado de forma ampla, abrangente, relacionado diretamente

    com o tema do trabalho.

    Figura 8 Delimitao de tema e objetivos

    TEMA: A importncia da leitura para os cursos de graduao em Qumica.

    DELIMITAO DO TEMA: A leitura no processo de ensino e

    aprendizagem dos alunos do 5 ano do ensino fundamental em uma escola

    particular em So Lus Ma.

    Para qu Para quem?

  • 33

    OBJETIVO GERAL: Conscientizar aos alunos do 5 ano, quanto

    importncia da leitura no processo de ensino e aprendizagem.

    Fonte: Coelho, 2013.

    b) Objetivos especficos Derivam do objetivo geral, devem explicar de

    modo claro e preciso as aes a serem desenvolvidas para alcanar o

    objetivo geral.

    Importante lembrar que os objetivos especficos devem ser compostos

    por no mnimo 3, e mximo 5 objetivos. Estes por sua vez, bem como, o

    objetivo geral, deve se iniciar SEMPRE com o verbo no infinitivo.

    Figura 9 Delimitao dos objetivos especficos

    OBJETIVO ESPECFICO: Propor ciclos, rodas e dirios de leitura a fim de

    fomentar a importncia da mesma.

    Fonte: Coelho, 2013.

    Relao de verbos que visam auxiliar a pesquisa.

    Figura 10 Verbos

    Conhecimento: definir, dizer, enunciar, citar, nomear, relatar, redefinir, expor, detalhar,

    identificar, assinalar, marcar, sublinhar, listar, registrar, especificar, mostrar, repetir,

    distinguir, reconhecer, recordar, definir.

    Compreenso: deduzir, codificar, converter, descrever, identificar, definir, demonstrar,

    distinguir, ilustrar, interpretar, explicar, expor, exemplificar, parafrasear, concretizar,

    narrar, argumentar, decodificar, relacionar, extrapolar, opinar, inferir, predizer, generalizar,

    resumir, induzir, organizar, compreender, codificar, converter.

    Aplicao: resolver, interpretar, dizer, expor, redigir, explicar, usar, manejar, aplicar,

    empregar, utilizar, comprovar, demonstrar, produzir, aproveitar, praticar, relacionar,

    dramatizar, apresentar, discriminar, traar, localizar, operar, ilustrar.

    Anlise: identificar, distinguir, descrever, diferenciar, relacionar, isolar, separar, fracionar,

    desarmar, decompor, examinar, localizar, abstrair, discriminar, detalhar, detectar, omitir,

    dividir, seccionar, especificar, descobrir.

    Sntese: narrar, expor, explicar, sumariar, esquematizar, compilar, construir, formular,

    compor, organizar, projetar, simplificar, inventariar, classificar, agrupar, distinguir,

    reconstruir, modificar, recompor, combinar, gerar, reorganizar, estruturar, planejar,

    conceber, programar, produzir.

    Avaliao: sustentar, justificar, criticar, valorizar, escolher, selecionar, verificar, contatar,

    comprovar, estimar, medir, revisar, eleger, decidir, concluir, precisar, provar, comprovar,

    avaliar, categorizar, fundamentar, opinar, demonstrar, contrastar, julgar.

    Fonte: Coelho, 2013.

    7.1.2.6 Justificativa

    A justificativa de uma pesquisa responde a questo: POR QU FAZER?

    So as razes da escolha do objeto de estudo (tema). Ao se fazer uma investigao

    ser necessria expressar o motivo pelo qual escolheu a temtica ou o objeto de

  • 34

    investigao. A realizao da pesquisa teve ter relevncia social e cientfica,

    principalmente, em termos acadmicos, ou seja, ressaltar a importncia social da

    escolha do tema para o seu curso de formao acadmica e as possveis

    contribuies para futuras pesquisas.

    Para Lakatos e Marconi (2010), consiste numa exposio sucinta, porm

    completa, das razes de ordem terica e dos motivos de ordem prtica que tornam

    importante a realizao da pesquisa. Assim a justificativa : qual a razo que

    levou o pesquisador a escolher o tema de sua pesquisa, ou do objeto de estudo.

    7.1.2.7 Referencial terico

    Respondendo a questo O QUE J FOI ESCRITO SOBRE O TEMA?,

    aparecem nesta seo os elementos de fundamentao terica da pesquisa,

    tambm conhecida, como embasamento terico, e fundamentao terica.

    O referencial terico apresenta a viso dos autores estudados em relao

    ao tema abordado. o levantamento feito nas principais fontes de informaes

    (livros, peridicos cientficos, dissertaes, teses, etc.) com o objetivo de

    fundamentar o objeto de pesquisa. O autor do projeto dever relacionar estudos e

    pesquisas que h sobre o tema proposto e construir um quadro terico, ou seja,

    quem so os tericos que sero pesquisados para dar resposta ao seu problema.

    Para Furast (2012), trata-se da apresentao do embasamento terico

    sobre o qual se fundamentar o trabalho. So os pressupostos que daro suporte

    abordagem do trabalho.

    Portanto, o uso das citaes no texto fundamental para apresentar as

    ideias colhidas de outros autores e possam sustentar o objeto de estudo. Sua

    apresentao pode ser tanto literal ou parafraseada. Entretanto, as citaes devem

    figurar no referencial terico de forma lgica, de acordo o contexto, ligadas ao

    assunto tratado no projeto. Importante lembrar, que para a elaborao do projeto

    desta instituio, recomenda-se a citao de no mnimo cinco autores diferentes

    relacionados ao tema.

    As citaes devem ser apresentadas de acordo com a NBR 10520 da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).

    7.1.2.8 Metodologia

    A especificao da metodologia da pesquisa a que abrange maior

    nmero de itens, pois, responde, h um tempo s questes, COMO?, COM QU? ,

    ONDE? QUANDO?

  • 35

    Furast (2012) define metodologia, como uma explicao minuciosa,

    detalhada, rigorosa e exata dos procedimentos tcnicos, das modalidades de

    atividades, dos mtodos que sero utilizados.

    A metodologia consiste em descrever quais os caminhos que sero

    utilizados para alcanar os objetivos, deve ser coerente com a linha terica proposta

    no projeto e os objetivos a que o estudo se prope, implicando na definio do tipo

    de pesquisa a realizar (pesquisa documental, pesquisa bibliogrfica, estudo de caso

    etc); universo e amostra coletada, como ser a coleta e a verificao dos dados,

    quais so as tcnicas ou instrumentos de coleta de dados questionrios, entrevistas,

    formulrios e outros, como ser feita anlise e interpretao dos dados, alm de

    outros procedimentos prprios a cada sistemtica definida.

    Para Roesch (2009) qualquer tipo projeto pode ser abordado da

    perspectiva qualitativa e quantitativa, ou seja, de que forma os dados sero

    coletados e interpretados, tambm, dependendo dos objetivos e do tema, uma

    pesquisa pode ser feita por meio de alguns procedimentos, tais como:

    a) Pesquisa documental feita a partir de fontes primrias em diversos

    tipos de arquivos (pblicos e privados);

    b) Pesquisa bibliogrfica feita em fontes secundrias tais como: livros,

    revistas, publicaes diversas;

    c) Pesquisa de campo feita atravs de observaes direta, entrevistas,

    questionrio, formulrios etc. Ressalta-se, portanto, que h diversos tipos

    de pesquisas j apresentadas anteriormente, as citadas, so para

    exemplificar.

    7.1.2.9 Cronograma

    A elaborao do cronograma responde pergunta QUANDO? No

    cronograma so descritos as atividades que sero devolvidas no decorrer da

    pesquisa e o tempo necessrio para a execuo de cada atividade planejada,

    podendo ser apresentado em ano, meses ou semana.

  • 36

    Figura 11 Modelo de cronograma

    ATIVIDADES Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

    Levantamento bibliogrfico

    Coleta dos dados

    Anlise dos dados

    Redao preliminar do trabalho

    Elaborao e interpretao

    Entrega do projeto

    Fonte: Coelho, 2013

    7.1.3 Elementos ps- textuais

    So os elementos que se encontram aps o texto do projeto, e todos eles

    devem seguir as mesmas indicaes feitas para os demais trabalhos acadmicos.

    So eles:

    7.1.3.1 Referncias

    Consiste na lista em ordem alfabtica ou numrica de todos os autores

    que se encontram no referencial terico. (ABNT 6023/2002).

    OBS: (Ver seo 9 como fazer referncias de documentos)

  • 37

    Figura 12 - Modelo de referncias

    REFERNCIAS

    BEZERRA. Edson Alves. A importncia do jogo na educao infantil. Disponvel em: . Acesso em: 06 dez. 2009. CHATEAU, J. O jogo e a criana. So Paulo: Summus, 1987. GONZLEZ, E. Necessidades educacionais especficas: interveno psicoeducacional. Porto alegre: Artmed, 2007. VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1987.

    Fonte: Coelho, 2013

    7.1.3.2 Glossrio

    uma relao de palavras, expresses, termos tcnicos de uso restrito

    utilizado no texto, acompanhados das suas respectivas definies.

    [M5] Comentrio: Recurso tipogrfico sem negrito, letras versais, centrado, arial ou times, tamanho 12.

  • 38

    Figura 13 Modelo de glossrio

    Fonte: Coelho, 2013.

    7.1.3.3 Apndice (s)

    Pode ser um texto ou documento elaborado pelo autor do projeto com a

    finalidade de completar a argumentao do autor do trabalho.

    GLOSSRIO

    AMOSTRA - Subconjunto de elementos de uma populao. ARTIGO o texto com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, mtodos, tcnicas, processo e resultados nas diversas reas do conhecimento.

    [M6] Comentrio: Recurso tipogrfico sem negrito, letras versais, centrado, arial ou times, tamanho 12.

    [M7] Comentrio: Recurso tipogrfico sem negrito, letras versais, centrado, tamanho 12.

    [M8] Comentrio: Letras minsculas, tamanho 12, espaamento simples.

  • 39

    Figura 14 - Modelo de apndice

    APNDICE A Questionrio

    LOGO Instituio

    OBJETIVO DA PESQUISA

    1. Dados Gerais:

    1.2 Idade _____

    1.3 Formao profissional

    ( ) Pedagogia ( ) Magistrio ( ) Outras licenciaturas__________________

    ( ) Ps-doutorado: ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor(a)

    2. Na sua escola a educao moral est inserida na formao do aluno?

    ( ) sim ( ) no

    3.Voc acha importante trabalhar valores morais na escola?

    ( ) sim ( ) no

    4. Voc conhece algum material com contedos que dizem respeito educao

    de valores morais?

    ( ) sim ( ) no

    Qual (is)? ________________________________________________

    Fonte: Coelho, 2013.

    [M9] Comentrio: Recurso tipogrfico sem negrito, letras versais, centrado, arial ou times, tamanho 12.

  • 40

    7.1.3.4 Anexo(s)

    Pode ser um texto ou documento no elaborado pelo autor, que serve de

    fundamentao, comprovao e ilustrao.

    Figura 15 Modelo de anexo

    ANEXO A Relao dos entrevistados na pesquisa campo.

    Fonte: Coelho, 2013.

    [M10] Comentrio: Recurso tipogrfico sem negrito, letras versais, centrado, arial ou times, tamanho 12.

    [M11] Comentrio: Letras minsculas, tamanho 12, espaamento 1,5 entre linhas.

  • 41

    8 REGRAS GERAIS PARA REDAO DO PROJETO DE PESQUISA

    O projeto de pesquisa deve obedecer algumas regras no trabalho escrito,

    tais como:

    8.1 Formato

    O texto deve ser digitado em papel branco A4 (21 cm x 29,7 cm),

    digitados no anverso das folhas, impresso e encadernado em cor preta, outras cores

    somente nas ilustraes. A digitada deve ser fonte tamanho 12 Arial ou Times New

    Roman, para todo o texto, com excees das citaes diretas que devem ter um

    recuo de 4 cm da margem esquerda e tamanho menor, notas de rodap, paginao

    e legendas das ilustraes e das tabelas que devem ter fonte menor que o texto, de

    preferncia fonte 10;

    8.2 Margens

    As pginas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 cm,

    direita e inferior de 2 cm.

    8.3 Espaamento

    Todo o texto deve ser digitado com espao 1,5 entrelinhas, excetuando-

    se as citaes com mais de trs linhas, nota de rodap, referncias no final,

    legendas das ilustraes e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa e nome da

    entidade que devem ter espao simples. Os ttulos das sees e subsees devem

    ser separados do texto que os procede ou que os sucede por um espao de 1,5 cm.

    Na capa e na folha de rosto os elementos devem ser centralizados excetuando o

    tipo de projeto de pesquisa, nome da entidade a que submetido e o nome do

    coordenador devem ser alinhado do meio para margem direita.

  • 42

    9 CITAES: como fazer?

    As citaes so os elementos retirados dos documentos pesquisados

    durante a leitura de documentao e que se revelam teis para corroborar as ideias

    desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocnio. (SEVERINO, 2007, p.174).

    Ou seja, Citar colocar em nosso texto alguma informao, palavras ou ideias que

    pertencem a outro autor. As citaes podem ser colocadas no decorrer do prprio

    texto ou em notas de rodap (NBR 10520:2002)

    Portanto, as citaes tm objetivos de ilustrar, esclarecer ou sustentar a

    argumentao do autor do trabalho confiando-lhe maior credibilidade quanto s

    informaes apresentadas.

    As citaes podem aparecer no texto, com a indicao da fonte

    consultada e em notas de rodap. Estas so usadas principalmente na seo do

    referencial terico. importante lembrar que todas as citaes diretas ou indiretas

    devero conter a origem das informaes, a referncia do documento, caso

    contrrio, pode-se caracterizar o trabalho como plgio. necessrio ressaltar

    tambm, que todos os autores citados no trabalho devem, obrigatoriamente, constar

    na lista de referncias ao final do trabalho.

    9.1 Tipos de citaes

    Conforme a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (2002) h trs

    tipos de citaes, so elas: citao direta; citao indireta e citao de citao.

    9.1.1 Citao direta

    Consiste na transcrio literal das palavras do autor, respeitando todas as

    suas caractersticas. Devem ser transcritas sempre entre aspas e seguidas pelo

    sobrenome do autor, data de publicao e pginas da fonte a que foram retiradas,

    separados por vrgula e entre parnteses. Essa citao bibliogrfica remete para a

    referncia completa, que figura no final do trabalho. (LAKATOS, MARCONI, 2010, p.

    270).

    As citaes diretas podem ser:

    a) Citaes breves (at 3 linhas) transcritas entre aspas, incorporadas

    ao texto, sem destaque, com indicao da fonte consultada.

    Exemplos: A eficincia do estudo depende do mtodo. Mas o mtodo

    depende de quem o aplica. (SALOMOM, 2001, p. 38).

    Segundo EPA4, um pesticida qualquer substncia ou mistura de

  • 43

    substncias com a capacidade de prevenir, destruir ou atenuar

    qualquer peste (CHUI, BISPO, IAMASHITA, 2004, p. 69).

    b) Citaes longas (mais de 3 linhas) transcritas sem aspas,

    destacadas com recuo de 4,0 cm da margem esquerda, utilizando fonte

    tamanho 10;

    Exemplos:

    [...] Indicar normas de estudo baseadas apenas na prpria experincia, no bom senso ou por julgamento de valor no atitude cientifica, e, talvez, no seja correto, o caminho apontado o da investigao: propor, observar, experimentar, analisar e tirar as concluses. (SALOMON, 2001, p. 34).

    Medio em anlises qumicas quer sejam para o controle da qualidade de processos e produtos ou destinados ao acompanhamento de trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, quando consideradas erradas ou no suficientemente confiveis, podem representar desperdcio de tempo e dinheiro. (CHUI, BISPO, IAMASHITA, 2004, p. 25).

    9.1.2 Citao indireta

    Quando o autor do projeto comenta, parafraseia ou adapta a ideia do

    autor consultado. Neste caso dispensvel o uso de aspas, mas deve conter a

    indicao da fonte consultada.

    Exemplos:

    Bobbio (1995) com muita propriedade comenta que os juristas medievais

    justificam formalmente a validade do direito romano ponderando que este era o

    direito do Imprio Romano que tinha sido reconstitudo por Carlos Magno com o

    nome de Sacro Imprio Romano.

    9.1.3 Citaes de citaes

    Transcrio direta ou indireta de um texto citado por outro autor quando

    no se tem acesso ao documento original. Neste caso, usa-se a expresso latina

    apud (citado por). Este tipo de citao somente feita quando no se tem acesso ao

    documento original da informao citada. Recomenda-se no fazer uso excessivo de

    citao de citao.

    Na impossibilidade de recuperar os dados do documento original (o

    primeiro), citam-se as informaes que possuir seguidas de apud, sobrenome do

    autor da obra consultada (a segunda), ano e pgina.

  • 44

    Exemplos:

    Conforme Abreu (apud SIMONSEN, 1957, p. 336): [...] mas este ato foi

    mais tarde, muitas vezes invocado e usado como ttulo de posse.

    ou

    [...] mas este ato foi mais tarde, muitas vezes invocado e usado como

    ttulo de posse. (ABREU apud SIMONSEN, 1957, p. 336).

    REFERNCIA

    SIMONSEN, Roberto C. Histria econmica do Brasil: So Paulo: Nacional, 1957.

    457p.

    9.2 Formas de apresentar as citaes

    Quando fazemos citaes no projeto de pesquisa, ou em quaisquer

    trabalhos acadmicos, h algumas orientaes bsicas a seguir:

    a) Obrigatoriedade da identificao da fonte citada.

    Exemplo: As citaes so elementos retirados dos documentos durante

    a leitura e que servem para corroborar com as ideias desenvolvidas

    pelo autor no decorrer do raciocnio. (SEVERINO, 2007).

    b) As citaes diretas devem conter a indicao da(s) pgina(s),

    volume(s), ou sees da fonte consultada. Enquanto nas citaes

    indiretas seu uso opcional.

    Exemplo: A concluso a parte mais importante de um trabalho

    (NAHUZ, 1995, p.95).

    c) Quando o(s) sobrenome(s) do autor(s) ou instituio responsvel

    ou ttulo de entrada no estiverem includos na sentena; a

    indicao da fonte ser em caixa alta seguida pela data da

    publicao e pela pgina entre parnteses nas citaes diretas.

    Quando for citao indireta colocar a fonte consultada e data da

    publicao [...].

    Exemplo: Sees primrias tambm chamadas de captulos so as

    principais partes em que se divide o texto de um trabalho.

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011).

  • 45

    d) Quando o(s) sobrenome(s) do(s) autor(s), instituio responsvel

    ou ttulo de entrada estiver (em) includo(s) na sentena, colocam-

    se apenas as iniciais destes em letras maisculas com data e a

    pgina da citao, entre parnteses.

    Exemplos: Demo (2005, p. 29) O aluno precisa ser motivado a,

    partindo dos primeiros passos imitativos, avanar na autonomia da

    expresso prpria.

    Para Lakatos e Marconi (2010) a elaborao do plano de trabalho

    (esquema) obedece estrutura comum dos trabalhos cientficos.

    De acordo com a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (2003, p.1)

    as sees primrias, chamadas tambm de captulos so as principais

    partes em que se divide o texto de um trabalho.

    e) Quando houver coincidncia de sobrenome e de autores,

    acrescentam-se as iniciais de seu pronome, ainda havendo

    coincidncia colocam-se os pronomes por extenso.

    Exemplos: (CARNEIRO, B., 1996).

    (CARNEIRO, O., 1999).

    (CARNEIRO, Benedito, 1996).

    (CARNEIRO, Bento, 1999).

    f) Quando houver citaes de diversos documentos de um mesmo

    autor publicados num mesmo ano, so distinguidos pelo

    acrscimo e letras minsculas, em ordem alfabtica, aps a data e

    sem espacejamento, conforme a lista de referncias.

    Exemplos: (FERREIRA, 1985a)

    (FERREIRA, 1985b)

    Por outro lado o fato de no existir uma enzima universal faz com que a

    metodologia no seja geral ou aplicvel a qualquer sequncia peptdica

    (BORDUSA, 2002a; LIRIA et al., 2002). [...] por essa razo, para

    maximizar os rendimentos de snteses recomenda-se: utilizar

  • 46

    substratos mimticos (BORDUSA, 2002b; IVANOV et al., 1997).

    g) As citaes indiretas de diversos documentos da mesma autoria,

    publicados em anos diferentes formas e mencionados

    simultaneamente, tm as suas datas separadas por vrgula.

    Exemplo: (SILVA, 1991, 1995, 1999)

    (MARTINS; CORREA, 2001, 2006)

    h) As citaes indiretas de diversos documentos de vrios autores

    mencionados simultaneamente devem ser separadas por ponto-e-

    vrgula, em ordem alfabtica.

    Exemplo: (MACIEL, 1997; CRUZ, 2002; SILVA, 2005).

    (MATTOS, 2000; PAIVA, 2001).

    i) Nas citaes de citao, quando o sistema utilizado for autor data,

    a indicao da fonte, dever ser feita da seguinte forma: registra-se

    o sobrenome do autor do documento original, data de publicao,

    seguidos da expresso apud e do sobrenome do autor, data e

    pgina do documento consultado.

    Exemplos: Bandeira (1999 apud MACIEL, 2000, p.19).

    ou

    (BANDEIRA, 1999 apud MACIEL, 2000, p.19)

    ou

    (BANDEIRA, 1999, p.28 apud MACIEL, 2000, p. 19).

    ou

    Bandeira (1999, p. 28 apud MACIEL, 2000, p. 19).

    ou

    (BANDEIRA, 1999 apud MACIEL, 2000).

    j) Podem-se fazer supresses (no incio, no meio ou no fim da

    citao).

    Exemplo: [...] O pesquisador profissional ser aquele dedicado

    reconstruo do conhecimento sistematicamente [...]

    (DEMO, 2003, p.78)

  • 47

    k) Podem-se fazer, entre colchetes, interpolaes, acrscimos ou

    comentrios a uma citao.

    Exemplo: To importante quanto ler um livro ter a capacidade de

    separar o joio do trigo [de distinguir o verdadeiro e o falso], de uma

    obra literria [...] (PARRA FILHO, 2000, p.35).

    l) Pode-se fazer nfase ou destaque.

    Exemplo: [...] note-se que as citaes bem escolhidas apenas

    enriquecem o trabalho; o que no se pode admitir em hiptese alguma

    a transcrio literal de uma passagem de outro autor sem se

    fazer a devida referncia. (SEVERINO, 2003, p.107, grifo do autor).

    m) Devem-se indicar no texto e entre parnteses a expresso

    informao verbal as informaes retiradas sobre (palestras,

    debates, comunicaes, entrevistas, etc.).

    Exemplo: As novas alteraes do cdigo processual civil estaro

    disponveis at o ms de dezembro 2010(informao verbal).

    Exemplo no rodap: _________________ Informao fornecida pelo Ministro do STF Nelson Jobim, em Maro 2010.

    n) Quando utilizar no texto uma citao traduzida deve-se fazer

    identificao com a expresso traduo nossa, entre parntese,

    aps a chamada de citao, independente do sistema de chamado

    adotado.

    Exemplo: O fenmeno turstico uma atividade humana baseada em

    uma srie de disciplinas relacionadas com as cincias sociais e

    humanas. (MONTEJANO, 1999, p.21, traduo nossa).

    Importante lembrar que, como regra geral, todas as citaes devem ter a

    indicao da fonte, a origem das informaes apresentadas, para tal necessrio

    utilizar um sistema de chamada, conforme se segue.

    9.3 Sistemas de chamadas das citaes

    Os sistemas de chamada so recursos usados para indicar as fontes

    citadas no trabalho que foram extradas de outro documento. Portanto, as citaes

  • 48

    feitas no trabalho devem ser indicadas por um sistema de chamada. H dois tipos de

    sistema de chamadas. So elas: numrica e autor-data.

    O autor do trabalho deve escolher um sistema de chamada, us-lo em

    todo o texto, ou seja, no deve ser usado no mesmo trabalho os dois sistemas ao

    mesmo tempo. Recomenda-se que se faa uso, de preferncia, do sistema autor-

    data por ser considerado de fcil compreenso.

    9.3.1 Sistema numrico de chamadas

    feita uma numerao nica e sequencial, ou para todo o trabalho, ou

    por captulo ou por parte, utilizando-se algarismos arbicos. No se reinicia a

    numerao a cada pgina. A chamada pode ser feita entre parnteses, alinhada ao

    texto ou como expoente. O algarismo da chamada deve ser colocado aps a

    pontuao que fecha a citao. (FURAST, 2012)

    Exemplos:

    O nmero de cetano representa uma das mais importantes propriedades

    do diesel automotivo 44. [...]

    O Cdigo pode ser definido como um programa ou uma instruo que

    cria, e depois controla a relao entre significante e significado. 1

    O Cdigo pode ser definido como um programa ou uma instruo que

    cria, e depois controla a relao entre significante e significado. (1)

    Monyem e Vangespen (14) tambm observaram que a desempenho do

    motor com biodiesel puro e sua misturas [...].

    Importante: O sistema numrico no deve ser usado quando h notas de

    rodap, para que no haja confuso. Segundo Furast apud Associao Brasileira

    de Normas e Tcnicas (2012), esse sistema de chamada est sendo utilizado para

    identificar as citaes, e a