UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM INSTITUTO FACULDADE INTEGRADA
A ANDRAGOGIA NA DOCÊNCIA SUPERIOR EM ENFERMAGEM
Por: Dasymar Martins da Silva Lucas
Orientador
Prof ª MONICA FERREIRA DE MELO
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ANDRAGOGIA NA DOCÊNCIA SUPERIOR EM ENFERMAGEM
Apresentação de monografia à AVM Instituto A Vez do
Mestre como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Docência do Ensino Superior
Por: Dasymar Martins da Silva Lucas
3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e professores pelos incentivos e
colaboração.
4
DEDICATÓRIA
Esta pesquisa é dedicada à minha mãe, meu
marido, meus filhos, neto e genro, pela
paciência e pelo amor a mim dedicados.
5
RESUMO
A construção do conhecimento vem acontecendo e se desenvolvendo em
paralelo ao próprio desenvolvimento da humanidade. Esse estudo trata-se de uma
pesquisa bibliográfica sobre a andragogia na docência superior em enfermagem. A
andragogia é a arte ou a ciência de ensinar adultos, respeitando as experiências
vividas por cada ser em formação, que vem em contraposição ao ensino tradicional
baseado nos conceitos pedagógicos. A pesquisa mostrou que a aplicação de
métodos andragógicos na formação do discente de graduação em enfermagem pode
trazer resultados positivos por considerar que a abordagem educacional de jovens e
adultos necessita levar em consideração as características desta faixa etária.
6
METODOLOGIA
Este estudo foi construído através do levantamento de dados encontrados na
literatura já existente durante o período de Março a Abril de 2014. Foram realizadas
pesquisas bibliográficas por meio de livros dispostos no acervo da Biblioteca Parque
Estadual do Rio de Janeiro e na internet, utilizando as bases de dados BIREME, Sielo
e a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), publicados nos anos de 1992 a
2013. Inicialmente foi realizada uma busca sobre a temática, utilizando-se como
palavras chaves: Educação, educação em enfermagem, pedagogia e andragogia.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A ANDRAGOGIA E SEU CAMINHAR HISTÓRICO 11
CAPÍTULO II - PEDAGOGIA X ANDRAGOGIA 19
CAPÍTULO III – A ANDRAGOGIA E A DOCÊNCIA SUPERIOR
EM ENFERMAGEM 25
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
O ensino universitário das profissões da saúde vem sendo cada vez mais objeto
de análise e discussão na atualidade, em decorrência do reconhecimento de seu
papel significativo na formação de recursos humanos para este setor.
Partindo deste entendimento ampliado podemos perceber a educação em
enfermagem como sendo alvo de constante preocupação, no panorama atual, em
decorrência da necessidade de fortalecimento também das diversas atividades
acadêmicas voltadas para a realidade de saúde do país.
Nesse sentido, o aprofundamento nessa questão tem proporcionado um repensar
das ações educativas e o do desenvolvimento da aprendizagem dos adultos, o que
sempre esteve intimamente relacionado à evolução do homem, ás percepções que
este tem sobre si mesmo e do outro e ás transformações sociais do meio no qual este
se encontra inserido.
Para Rodrigues (2001), educar é acionar meios intelectuais do aprendiz para que
ele consiga assumir plenamente seus potenciais físicos, intelectuais e morais, para
que consiga se construir como sujeito livre e independente.
Devemos levar em consideração que na área de enfermagem o aprendiz busca
durante o período formação, superar desafios que o capacite na solução de
problemas relacionados a manutenção da saúde e a sobrevivência humana.
Nesse contexto o acúmulo de experiências do aluno fará diferença no exercício
de suas atividades laborais, por ser esta superação de desafios uma necessidade
sempre presente em sua vida futura em decorrência das características particulares
da própria profissão.
Segundo Felli et all (2011), o enfermeiro deve procurar em seu curso, durante sua
graduação em enfermagem, desenvolver competências e habilidades que contribuam
9
para torna-lo apto a organizar e coordenar os diferentes processos de trabalho
profissional que sua profissão exige e que tem haver com o cuidado do ser humano
em uma abordagem holística.
Portanto, o estudo da enfermagem diante das atuais diretrizes curriculares, tem
como principal característica a proporcionar a superação dos desafios cruciais que se
apresentam na formação do enfermeiro durante sua formação tanto em sala de aula
quanto nas aulas laboratoriais e nas instituições de saúde.
Buscando uma abordagem que venha desenvolver no educando a capacidade de
privilegiar o cuidar em um mundo onde há uma valorização excessiva da tecnologia, o
que se por um lado este é um fator que traz benefícios por outro acentua a
padronização de experiências anulando a subjetividade nas relações dos sujeitos.
Podemos afirma que desenvolver competências para cuidar em seu aspecto
mais amplo e holístico no mundo de hoje, é na verdade um desafio, portanto educar
para o cuidar em enfermagem também o é.
Nesse contexto a busca por compreender os processos educativos na docência
superior em enfermagem levou a buscar em compreender o desenvolvimento do
aprendizado do homem adulto a partir de seu componente histórico, biológico e social
e despertou um grande interesse em torno do estudo da Andragogia. Portanto, o
objeto deste estudo é a “Andragogia” (do grego: andros=adulto e gogos=educar), por
significar “ensino para adultos” ou de acordo com Gil (2012), a arte ou a ciência de
orientar os adultos a aprender, e que leva em consideração fatores como a motivação
do adulto a aprende e as sua experiência de vida.
A andragogia, ainda segundo Gil (2012), é um termo que se popularizou quando
Malcom Knowles passou a utilizá-lo na década de 70, que surgiu como uma proposta
em contraposição à Pedagogia (termo Grego que se refere à educação de crianças).
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A relevância da escolha deste tema tem como justificativa o fato de que os
acadêmicos do curso de graduação em enfermagem encontram-se próximo desta
faixa etária (idade adulta) ou por já serem adultos; portanto tendo como característica
não serem aprendizes sem experiência, uma vez que sua vivência proporciona o
conhecimento que vem da realidade (escola da vida) nos quais a aplicação dos
princípios andragógicos durante sua formação pode contribuir para se alcançar êxito
no que se pretende: ensinar a esses indivíduos, futuros enfermeiros, as competências
gerais e específicas para o exercício da enfermagem e a qualidade na assistência do
cuidado prestado ao ser humano.
Portanto, o presente estudo tem como objetivo: oportunizar a reflexão sobre a
andragogia na docência superior em enfermagem ao fornecer subsídios teóricos que
possam contribuir para identifica-la como uma estratégia educacional facilitadora do
aprendizado na docência superior durante este curso de graduação.
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CAPÍTULO I
A ANDRAGOGIA E SEU CAMINHAR HISTÓRICO
1.1 – O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO SABER
A construção do conhecimento vem acontecendo e se desenvolvendo em paralelo ao próprio desenvolvimento humano. No entanto, segundo Vogelmann (2011), apesar do planeta
estar ocupado por seres humanos a mais de dois milhões de anos, faz somente dez mil anos
que o cultivo de sementes, a domesticação de animais selvagens e o registro nas paredes
das cavernas e rochas foram apreendidos. O que pode significar que a busca de transmissão
do saber necessitou de uma elaboração e reflexão crítica sobre as práticas realizadas, de
forma a instrumentalizar o homem a intervir no mundo.
A sociedade primitiva, a partir dos materiais que a vida oferecia, tinha como característica
habilitar os jovens a intervir no seu ambiente físico e social a partir da aquisição das
experiências das gerações anteriores, e por meio da imitação dos mais velhos na realização
de cerimônias ou rituais de feitiçarias. Para Niskier (2011), no momento em que o feiticeiro se
tornou uma espécie de sacerdote a “escola primitiva” passou a um estágio superior.
Diferentemente dos outros animais, que são apenas
inacabados, mas não históricos, os homens se sabem
inacabados. Têm a consciência de sua inconclusão. Ai se
encontram as raízes da educação humana (FREIRE, 2014, p.
101).
Nos primórdios da humanidade, Segundo Maceno (2011), a educação tem como
principais características a universalização e realização igualitária, já que o homem primitivo
encontrava-se bastante preso e submisso ao mundo natural tendo como exigência, para a
própria sobrevivência o acesso ao saber acumulado.
12
No entanto, o mesmo autor afirma ainda que apesar da educação ter surgido no
mesmo período em que também surgiu o homem, os critérios biofísicos são insuficientes para
determinar seu aparecimento, e nem os avanços palenteológicos, arqueleológicos e das
ciências podem determinar um momento absoluto para o nascimento do homem social.
No entanto, estudos sobre a pré-história nos mostram que a organização do homem
para a convivência em grupo criou a necessidade de comunicabilidade onde o
desenvolvimento da linguagem e da cultura surgiu como forma de expressão, contribuindo
para preservação da própria humanidade.
Portanto, é possível concordar com a seguinte afirmativa: “O homem é, portanto, um ser
plenamente biológico, mas se não dispusesse plenamente da cultura, seria um primata do
mais baixo nível”. (MORIN, 2005. pg.52)
Neste contexto, o saber, transmitido de forma oral e espontânea, que retratava
simplesmente ações isoladas, mudou de qualidade passando a uma inquietação indagadora
que consolidou as características da forma de conhecimento determinada pelo senso comum.
Para Brito (2008), o ser humano, ao longo de seu desenvolvimento, produz
conhecimento e o torna sistematizado, modificando e alterando o que é necessário a sua
sobrevivência, onde suas ações são também determinadas pela apropriação das
experiências e dos conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração onde o
conhecimento, nas suas diferentes formas, dentre as quais o senso comum, encontra-se
entrelaçado em uma rede de concepções do mundo e da vida. Para a mesma autora, o senso
comum se baseia em conhecimentos espontâneos e intuitivos, uma forma de saber que fica
no limite das nossas crenças e nosso dia-a-dia.
Esta afirmativa vai ao encontro do pensamento de Casagranda (2008), que nos diz
que o senso comum é o acúmulo das informações e experiências que dão suporte a uma
concepção de mundo.
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O desenvolvimento da escrita tornou possível que pessoas especializadas garantissem
uma espécie de “formação”, e com a mudança da sociedade de uma sociedade organizada
geneticamente para uma sociedade organizada politicamente a educação assumiu um
caráter formal tendo diferentes formas de realização ao confrontar-se com a necessidade de
preparar o homem para determinado papel social. Por exemplo, Esparta priorizava o
treinamento físico e preparação de guerreiros enquanto em Atenas dava-se destaque a uma
visão universal da cultura, já os romanos valorizavam a formação patriótica.
É possível observar que não existe um significado exclusivo para o que é educação.
Seu sentido pode ser mutável conforme a época, o local, e os conceitos ideológicos de cada
momento. Na atualidade, esta característica se torna mais aparente, uma vez que a cada
momento ocorrem novas descobertas em todas as áreas do saber tornando o conhecimento
rapidamente obsoleto.
Desta forma, os profissionais da educação, necessitam ampliar seus conceitos a
respeito das diferentes visões do homem e do mundo buscando compreender as teorias da
aprendizagem que foram elaboradas nas diversas linhas dos pensamentos pedagógicos e
mais recentemente na andragogia desenvolvendo uma consciência crítica que contribua para
torná-lo em um agente de transformação.
Num breve levantamento histórico a respeito da educação do adulto, pode-se contatar
que apesar de ser uma prática muito antiga, realizada por Jesus Cristo, Confúcio, Aristóteles,
Sócrates, Platão, Cícero e outros sábios, só recentemente ela tem sido objeto de pesquisa
científica.
Segundo Oliveira (2007), no início do século VII, em diversas regiões na Europa foram
criadas escolas conhecidas como Catedrais ou Escolas Monásticas para preparar crianças
(jovens rapazes) para o serviço religioso onde os professores tinham a missão doutriná-los na
crença, fé e rituais da igreja.
Para que conseguissem realizar seus propósitos educacionais de forma satisfatória
identificaram a necessidade de subsidiar suas ações a partir da utilização de uma série de
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pressupostos sobre aprendizagem aos quais deram o nome de "pedagogia"- Que significa "a
arte e ciência de ensinar crianças" (A etimologia da palavra é grega: "paido", que significa
criança, e "agogus" que significa educar). Esse modelo educacional perdurou por muito
tempo como base organizacional do sistema educacional.
1.2 – A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO ANDRAGÓGICO
“A história avança, não de modo frontal como um rio, mas por desvios que
decorrem de inovações ou criações internas e de acontecimento ou acidentes
externos”. (Morin, 2005. pg.81).
Somente após a Primeira Guerra Mundial, nos Estados Unidos e na Europa, começou
a se pensar sobre a necessidade de desenvolvimento de uma abordagem diferenciadas para
a aprendizagem do adulto em decorrência das características específicas desta faixa etária.
Cavalcante (1999), afirma que essa idéia se desenvolveu e assumiu formato a partir das
teorias de alguns pensadores como Linderman, que muito contribuiu para a pesquisa da
educação de adulto, e que afirmava basicamente que nós aprendemos aquilo que fazemos.
Linderman em 1926, pesquisando as melhores formas de educar adultos para a
"American Association for Adult Education" percebeu algumas impropriedades nos métodos
utilizados para a educação do adulto e observou que o sistema acadêmico se desenvolvia em
numa ordem inversa da ideal uma vez que assuntos e professores eram os pontos de
principais no processo ensino e os alunos secundários. Ele descreveu que no modelo da
época o aluno era solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido e grande parte do
aprendizado consistia na transferência passiva para o estudante da experiência e
conhecimento de outrem.
Com o objetivo de propor soluções para estes dilemas Linderman desenvolveu
algumas teorias, como a teoria de que nós aprendemos aquilo que nós fazemos, sendo a
experiência o livro-texto vivo do adulto aprendiz. Ao apresentar suas ideias ele lança as bases
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para o aprendizado centrado no estudante, e do aprendizado tipo "aprender fazendo".
Infelizmente sua percepção ficou esquecida durante muito tempo.
Mais tarde este conceito foi retomado por Knowles que além de trazer a tona as ideias de
Linderman, também introduziu o termo andragogia na aprendizagem do adulto para
expressar a "arte e ciência de ajudar adultos a aprenderem". No entanto vale ressaltar que o
termo andragogia (do grego: andros => adulto e gogos => educar) foi usado primeiramente
por Alexandre Kapp, em 1833 para descrever elementos da teoria de educação de Platão.
O professor alemão chamado Alexandre Kapp criou o termo andragogia em 1933 e usou
em um livro que escreveu sobre teorias educacionais de Platão para descrever a
necessidade do adulto de continuar aprendendo ao longo da vida. Kapp argumentou que os
adultos precisam continuar seu desenvolvimento intelectual por toda sua existência. Ele
entendia que apesar de haver um espaço para a educação formal para os adultos, também a
andragogia desenvolveria a aprendizagem a partir da reflexão sobre as experiências do
aprendiz e sobre a formação profissional recebida durante o trabalho.
No entanto, a teoria de Kapp não se tornou popular porque outras teorias sobre a
educação de adultos já estavam sendo usadas.
Ao Utilizar o modelo andragógico de educação, Knowles o concebeu como a antítese do
modelo pedagógico o qual segundo sua análise preconiza total responsabilidade do professor
para as decisões sobre o que será ensinado, como será ensinado e se foi aprendido,
caracterizando uma educação dirigida pelo professor, que deixa para o aprendiz apenas o
papel de submissão às suas instruções.
Malcolm Knowles foi professor da universidade de Boston e que também trabalhou por
muitos anos como diretor executivo na Associação de Educação de Adultos. Após ler Dewey
e Linderman, discorreu sobre suas teorias em seu livro “O aluno adulto: Uma espécie
negligenciada”, escrito em 1973.
16
Knowles, conhecido como pai da andragogia, ressaltou que adultos precisavam de
métodos de aprendizados específicos para evitar o tédio, as inibições e crenças negativas
captadas durante tentativas anteriores de educação. Destacou que o comportamento do
aprendiz adulto pode variar em função de diversos fatores dentre os quais se encontram suas
experiências passadas e a própria aprendizagem, sendo que esse grupo etário consegue
aprender mais no contexto da vida real, quando motivados em aprender para encontrar
solução de problemas. Ele também promoveu a ideia de que indivíduos adultos já são
autossuficientes e devem ser ensinados a acessar informações sozinhos.
Na atualidade qualquer teoria educacional, ou programa que siga os princípios de
Knowles, é classificada como uma forma de andragogia, no entanto a transição da pedagogia
para a andragogia ainda não se deu de forma satisfatória na maioria das instituições
formadoras. Na atualidade ainda é pouco utilizado um modelo educacional no qual a
andragogia é adotada para a aprendizagem do adulto, sendo possível afirmar que os
sistemas de ensino ainda mantêm as mesmas técnicas didáticas usadas para o ensino da
criança, conferindo a educação um caráter tradicional.
Segundo Fontoura et all (2011), o termo didática deriva da expressão grega techné
didaktiké e pode ser traduzido como “arte ou técnica de ensinar”. Onde uma de suas
principais funções é a de sistematizar da ação pedagógica, levando os professores a refletir
sobre a necessidade de sistematização de ideias e práticas em torno dos elementos que
compõem o fazer docente.
No entanto a mesma autora afirma que falar em didática no meio educacional atual pode
provocar reações adversas como associação ao tecnicismo, neste sentido deve-se
compreender que ela necessita ser apresentada como um campo do saber que tem um
sentido maior do que um mero guia de ações pedagógicas, estando sua complexidade
fundamentada no sentido da relação, da religação dos saberes expressa na própria
complexidade do ensinar e do aprender.
Quando Knowles começou a construir o modelo andragógico de educação, ele o
concebeu como a antítese do modelo pedagógico. Mais tarde a escola secular começou a se
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organizar dentro do mesmo modelo, dando origem à Escola Pública no Século XIX. Mesmo
assim, o sistema educacional, incluindo a educação de alto nível, ficou congelado dentro do
modelo pedagógico por longo tempo.
No modelo pedagógico a educação é dirigida pelo professor e deixa para o aprendiz
apenas o papel de submissão às suas instruções. Isto porque suas premissas, acerca do
aprendiz, resumem-se na ideia de que necessita saber somente o que ele tem a ensinar se
quer ser aprovados e não precisa saber como aplicará o ensinamento em sua vida.
O conceito do professor sobre o educando na pedagogia é o de uma pessoa dependente,
por isto, o autoconceito do aprendiz se torna o de personalidade dependente, uma vez que
sua experiência de vida tem pouco valor como fonte de aprendizagem.
Na pedagogia as únicas experiências consideradas são a do professor, do livro didático,
do escritor e dos recursos audiovisuais. Por isto, técnicas de transmissão leituras, dever de
casa, etc., são a essência da metodologia pedagógica que possui uma orientação de
aprendizagem voltada para disciplinas onde o aprendizado é visto como uma aquisição de
conteúdos, organizados de acordo com a lógica de conteúdo programático. Neste modelo a
motivação para aprender vem através de motivadores externos, tais como notas,
aprovação/reprovação, pressões dos pais, etc.
Diante dos pressupostos pedagógicos mencionados anteriormente, a Andragogia se
dispôs a contrapor e questionar a validade dos mesmos para o relacionamento educacional
com adultos por compreender que o respeito à vivência da pessoa madura é o ponto
fundamental para se estabelecer uma relação de efetiva aprendizagem. Esse respeito passa
pela compreensão de que o adulto é sujeito da educação e não o objeto da mesma.
Oliveira (2012), afirma que Paulo Freire, conhecido pelo seu trabalho com alfabetização
de adulto, foi um dos precursores da Andragogia no Brasil, pois era bastante preocupado
com a educação do adulto, e com o número do analfabetismo no país.
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Freire começou a analisar como o adulto aprendia, ou porque não aprendia, notou que
era necessário ensinar o adulto a ler seu próprio mundo, respeitando assim seus
conhecimentos e sua própria cultura, propondo em seu método uma educação
problematizadora e libertadora, contra o que mencionava o princípio de uma educação
bancária, onde o aluno era meramente condicionado a memorizar.
Segundo o mesmo autor, com base na Andragogia Freiriana a estrutura pedagógica
necessita ser, acima de tudo, uma relação dialógica entre educador/educando, conhecimento
e aprendizagem.
No livro que escreveu intitulado Pedagogia do Oprimido, Freire afirma que ninguém
educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho, e que todos nós homens aprendemos
através do mundo que nos cerca. Para ele a educação, tem como objetivo promover a
ampliação da visão do mundo e isso só acontece quando essa relação é mediada pelo
diálogo.
E em seu outro livro Pedagogia da Autonomia, afirma ainda que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Neste sentido, a andragogia se dispôs a questionar o relacionamento educacional dos
adultos, onde o respeito à pessoa madura é o ponto fundamental para se estabelecer a
aprendizagem onde o professor não pode ser visto como principal referência da relação
educacional e fonte do conhecimento a ser depositado no reservatório do aprendiz gerando
assim uma relação entre educando e educador que poderia se descrita como uma educação
depositária, ou como Freire denomina: “Educação Bancária”.
Portanto, a aplicação da andragogia na docência superior em enfermagem pode contribuir
para que o educando ganhe autonomia e criticidade, ampliando sua consciência sobre as
próprias práticas, a partir da sala de aula, e da entidade formadora.
19
CAPÍTULO II
PEDAGOGIA X ANDRAGOGIA 2.1 – COMPREENDENDO A PEDAGOGIA Deseja-se uma revolução das ações pedagogias, no entanto, é possível afirmar que
qualquer forma de aprendizagem e ensino se constrói sobre as fortes bases culturais que
compõem os povos e pelas relações interpessoais presentes em tudo que o homem
desenvolve ou realiza.
Considerando o que afirma Niskier, (1997), devemos ter a consciência de antes de tudo é
necessário recuperar o status do professor. Segundo o mesmo autor, não há como pretender
melhorias no ensino que resulte em um aluno apto a enfrentar a sociedade se não
pensarmos na figura do professor. É importante lembrar que o caminho para a construção do
saber é amplo e diferenciado e não restrito e exclusivo.
“As ações que desenvolvem em sala de aula podem ser expressas pelo verbo
ensinar ou correlatos, como: instruir, orientar apontar, guiar dirigir, treinar,
formar, amoldar, preparar, doutrinar e instrumentar.” (GIL, 2012, p.6).
Neste contexto, é importante ressaltar que podemos considerar a área educativa como
multifacetada e dependente das características do local onde está sendo trabalhada e
relações estabelecidas entre o educando e o educador.
Nesta análise o grande desafio está em compreende todos os aspectos que envolvem os
conceitos educacionais dentre os quais estão a Pedagogia e Andragogia que podem
modificar o indivíduo como um todo, bem como modificar suas próprias identidades sociais.
Considerando que estes dois termos descrevem duas formas variadas de transmissão do
conhecimento, dimensões de modelos educacionais, mas que apresentam como proposta
final o desenvolvimento do indivíduo em seu meio social e em permanente transformação.
A reflexão sobre a educação em enfermagem estimula a busca de novos paradigmas
de formação/ capacitação, sustentados em novas propostas de inovações. O que nos remete
ao conhecimento do conceito de andragogia.
20
A palavra pedagogia vem do grego, sendo composta por duas palavras: pela palavra
paidós, que tem como significado criança, e pela palavra agodé, que tem como significado
condução. Segundo Tamarozzi (2008), a união desses dois termos deu origem à palavra
pedagogo que era usada em grego para descrever o escravo que conduzia crianças.
Este escravo geralmente tinha como características ser de boa índole, ser educado e
de confiança. A mesma autora afirma ainda que em decorrência deste fato, em nossos dias
utilizamos o termo pedagogia para identificar os estudos e reflexões sobre educação, onde o
pedagogo é visto como uma pessoa de padrões morais e éticos elevados, e que
identificamos como capaz de realizar os processos educativos.
Portanto, a história nos mostra que o campo de ação da pedagogia, inicialmente foi
somente à educação da infantil podendo ser descrita como a arte e a ciência da educação de
crianças. Mas e posteriormente o conceito de pedagogia foi ampliado á toda forma de
abordagem educativa, e que se preocupa com a educação, a instrução e o ensino. No
entanto, ela não se preocupou particularmente com o ensino dos adultos ou com a forma
como o adulto é ensinado.
Na atualidade a Pedagogia abrange o campo teórico da educação, do ensino, da
aprendizagem e do trabalho pedagógico que se realiza na práxis social. Ela se ocupa de
diversas atividades profissionais que envolvem a docência, dentre as quais a gestão dos
processos educativos em ambientes escolares e não escolares, a produção e disseminação
de conhecimentos da área da educação, a educação Infantil, disciplinas pedagógicas do
curso de ensino médio, educação Profissional, áreas de serviços e apoio escolar, além de
outras áreas da educação (educação de jovens e adultos, de portadores de necessidades
especiais, e outras áreas emergentes no campo sócio educacional, tal como a Educação e
Saúde).
Para Borges (2008), A educação de adultos somente foi considerada de modo especial
após a II Guerra Mundial:
21
“A educação de adultos assume-se de forma substantiva após a II Guerra
Mundial, período durante o qual impõe, com necessidade, a mobilização do
conhecimento, sobretudo por razões de necessidades de reconstrução
econômica, política e social. Em consequência, desenvolveram-se esforços no
âmbito da alfabetização, a fim de preparar letrados para novas ocupações
profissionais”. (BORGES, 2008, p. 68).
É possível afirmar que é neste momento que a andragogia entra em cena para fornecer
uma abordagem mais adequada a educação do adulto.
2.2 – CONCEITUANDO ANDRAGOGIA
O termo Andragogia vem da mesma fonte linguística da palavra pedagogia, do Greco,
sendo formada pela palavra andros, que significa homem (do grego: anner, andros = homem,
pessoa psicologicamente madura, adulto e gogos = guiar, conduzir) podendo ser definida
como um caminho educacional que busca compreender o adulto.
Portanto, a Andragogia se caracteriza pela arte e ciência que auxilia seres maduros a
aprender. Para Oliveira 1992, a palavra que inicialmente indicava apenas educação de
adultos, tornou-se bem mais abrangente e passa a descrever ou designar o que hoje
chamamos de formação ou educação permanente de adultos.
Segundo Borges (2008), a educação de adultos corresponde a um conceito amplo que
contempla contexto e objetivos diferentes, que interliga várias dimensões do saber tais como
ações relativas aos programas de alfabetização, formação profissional, educação
permanente e educação popular, objetivando ao desenvolvimento e integrando o ser humano
a sociedade na qual se encontra inserido.
O conceito de adulto que defendermos é do indivíduo maduro o suficiente para assumir
responsabilidades por seus atos diante da sociedade. Entretanto, a maturidade humana
22
apresenta certa complexidade para a definição dos seus limites e por isso varia de cultura
para cultura.
No entanto é possível concordar com Freire quando ele afirma: “A educação que se
impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundamentar-se
numa compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo “encha” de conteúdos”.
(Freire, 2014, pg.94)
Para Lopes (2010), a andragogia que significa ensino para adultos se caracteriza por ser
um caminho educacional que busca compreender o adulto em todos os componentes
humanos como um ser psicológico, biológico e social, desta forma respeitando as
características de seu universo.
Canário (1999), ressalta ainda que a educação, quando encarada como um processo
permanente de auto construção da pessoa humana propõe uma atribuição de importância
fundamental ao sujeito e a sua experiência como ocorre na andragogia.
A andragogia fundamenta-se em alguns princípios para seu desenvolvimento, onde o
primeiro princípio descreve o conceito de aprender, considerando o aprendente responsável
por sua aprendizagem determinando que é ele quem estabelece e delimita o seu percurso
educacional.
O segundo princípio da andragogia encontra-se baseado no reconhecimento das
necessidades específicas de aprendizagem e conhecimento do adulto, de acordo com seus
interesses.
Como terceiro princípio está à motivação do adulto em aprender por fatores internos que
podem estar relacionados com a vontade de crescimento, reconhecimento, autoconfiança,
melhor auto-estima e atualização das potencialidades pessoais mais que a determinada por
fatores externos como o salário, por exemplo.
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A valorização da experiência do educando é o quarto princípio da andragogia. Neste
conceito, está a compreensão de que os adultos entram no processo educativo com
experiências bastante diversas e é a partir delas que eles se dispõem a participar ou não de
algum programa educacional.
No quinto e último princípio encontra-se a prontidão do adulto para o aprendizado de
experiências que possam contribuir para melhorar seu desempenho em determinado aspecto
de sua vida e que tenha sentido e sejam adequadas as tarefas que irá realizar.
Portanto, segundo Gil 2012, no contexto da andragogia, a educação requer uma
elaboração de diagnóstico das necessidades e interesses dos aprendentes, uma definição de
objetivos e planejamento de tarefas com participação dos estudantes,
e uma seleção de conteúdos significativos para quem está aprendendo.
Para o mesmo autor, faz-se necessário a definição dos contratos e projetos de
aprendizagem previamente, sendo fundamentalmente importante o desenvolvimento de um
clima cooperativo, informal e de suporte a construção do saber, onde haja a valorização da
discussão e solução de problemas em grupo.
Neste contexto, a aprendizagem é orientada para tarefas ou centrada em problemas,
tendo o processo de avaliação relação direta com a proposta educativa desenvolvida:
“Embora a adoção do conceito de andragogia não seja consensual, pode-se afirmar que a
prática docente do professor universitário pode ser significativamente melhorada com a
adoção de seus princípios”. (pg. 13).
2.3 – PEDAGOGIA OU ANDRAGOGIA?
Podemos observar no quadro abaixo as diferenças entre as propostas educacionais
desenvolvidas pela Pedagogia e pela Andragogia:
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Características da Aprendizagem Pedagogia Andragogia
Relação professor/aluno Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem
A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem
Razoes da Aprendizagem Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um currículo padronizado)
Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação pratica na vida diária).
Experiência do aluno O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor
A experiência é rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo.
Orientação da Aprendizagem Aprendizagem por assunto ou matéria
Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar à solução
Fonte: Cavalcanti, Revista clinica Cirúrgica da Paraíba, nº6, Ano 4 , Julho de 1999
Enquanto que para o aluno adulto o mais importante não é a experiência do professor.
Aquele que aprende de acordo com os métodos da pedagogia tem na figura do professor o
centro das ações, sendo ele quem decide o que ensinar como ensinar e como avalia a
aprendizagem. Gil, 2012 afirma que na visão andragógica uma vez que os adultos possuem
mais experiências que as crianças suas experiências são recursos para desenvolvimento de
suas próprias aprendizagens.
Na andragogia, o processo de aprendizagem preocupa-se em buscar a utilidade dos
conhecimentos adquiridos para a vida pessoal e profissional do adulto, enquanto a pedagogia
é voltada às finalidades de êxito escolar.
Nos processos pedagógicos, a aprendizagem se dá pelo ensino de conteúdos, e não a
partir da resolução de problemas. Na proposta da andragogia, a aprendizagem é desfocada
de conteúdos, sendo dirigida para a resolução de problemas e tarefas que se confrontam na
vida cotidiana.
No plano pedagógico a motivação decorre de fatores externos como as notas. Já no plano
andragógico são os estímulos internos como auto-estima e qualidade de vida que motivam o
adulto para a aprendizagem.
25
Na atualidade, convivemos com mudanças constantes e em todas as áreas e quanto mais
rápidas são essas mudanças, maior o seu impacto sobre os estudantes em geral, pela
necessidade de uma readaptação a novas situações.
Todo processo de aprender deve ser visto como um processo evolutivo, onde os
envolvidos devem participar das decisões para a elaboração e construção de sua habilidade
de “aprender a aprender”. As instituições de ensino superior precisam estimular no estudante
a desenvolver sua capacidade de auto-avaliação e autocrítica, além das habilidades
profissionais, e da capacidade de trabalhar em equipes.
É possível concordar com a seguinte afirmativa: “Nada melhor na formação que incentivar
as pessoas a fazer perguntas a si, às suas convicções, às suas evidências e ao mundo
fechado que se lhe impõe”. (Libânio, 2002. pg. 23), e desta forma dividir com o aprendente a
responsabilidade pessoal pelo próprio aprendizado e a necessidade e capacitação para a
aprendizagem continuada.
CAPÍTULO III
A ANDRAGOGIA E A DOCÊNCIA SUPERIOR EM ENFERMAGEM
3.1- A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
O desenvolvimento da enfermagem enquanto ciência, do mundo primitivo ao mundo
moderno, tem como cenário as relações da enfermagem com a estrutura política e social de
cada período da própria história.
Segundo Schollle et all, 2002, podemos considerar que a enfermagem foi Institucionalizada
na Inglaterra no século XIX, através de Florence Nightingale e no Brasil no início do século
XX. No entanto, é possível afirmar que esta teve sua origem determinada muito antes, no
seio da comunidade tribal primitiva, expressa pelo ato instintivo de cuidar, que pode ser
percebido como garantia de preservação da própria espécie humana.
26
Para eles, em sua trajetória histórica a enfermagem enquanto ato instintivo de cuidar só
teve seu saber organizado e sistematizado a partir de sua institucionalização promovida por
Florence Nightingale.
E ainda segundo os mesmos autores, Florence possuía algum conhecimento de
enfermagem adquirido com religiosas com as quais conviveu por certo tempo. Estudos
mostram que ela foi a precursora da enfermagem, principalmente por fundar uma escola de
enfermagem que serviu de modelo para orientar a estruturação das escolas que seriam
criadas posteriormente, além de contribuir com seus conhecimentos sobre higiene e cuidado
com o ambiente do paciente: “Após a guerra, Florence fundou uma escola de enfermagem no
Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas, que foram
fundadas posteriormente” (SCHOELLER et all, 2004, p.26).
Florence, enfermeira britânica, famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra,
durante a Guerra da Crimeia, ficou conhecida na história pelo apelido de "A dama da
lâmpada", pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na iluminação ao tratar dos
feridos durante a noite no campo de batalha.
Sua contribuição foi grande na Enfermagem, sendo pioneira na utilização do Modelo
biomédico durante o cuidado, baseando-se na medicina praticada pelos médicos. Por ser
religiosa (da igreja Anglicana), acreditava que Deus a havia chamado para ser enfermeira.
Também contribuiu no campo da Estatística, sendo pioneira na utilização de métodos de
representação visual de informações, para melhoria da qualidade assistencial, como por
exemplo, o uso do gráfico setorial (habitualmente conhecido como gráfico do tipo "pizza").
Nightingale lançou as bases da enfermagem profissional com a criação, em 1860, de
sua escola de enfermagem no Hospital St. Thomas, em Londres, a primeira escola secular de
enfermagem do mundo.
Assim, a enfermagem surge como ocupação assalariada que vem atender a necessidade
de mão-de-obra qualificada nos hospitais, e na medida em que o nível de complexidade
27
técnico-cientifica da medicina se cresce, maior é a necessidades de um desenvolvimento
intelectual específico para a realização de suas práticas.
O Ensino superior de enfermagem no Brasil desenvolve-se nos anos de 1920 tendo sua
expansão em 1960, acentuada pela promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
em 1996.
Neste panorama, a expansão da graduação em enfermagem exigiu novos saberes, que
por sua vez determinou novos perfis para os profissionais, que implicou na necessidade de
maiores embasamentos educacionais para uma melhor qualificação profissional.
A reflexão sobre a educação em enfermagem nos mostra que, ao longo de sua
existência, a educação em enfermagem e no Brasil e no mundo vem passando por
transformações do seu papel frente às necessidades de saúde da população e na produção
de conhecimento inovadores e úteis à sociedade.
Neste contexto a Universidade de Enfermagem, preocupada em promovem uma boa
formação enfrenta grandes desafios: Manter um padrão de qualidade compatível com as
exigências contemporâneas e com o desenvolvimento tecnológico e científico da área busca
incorporar novos conceitos educacionais que propiciem ao aluno capacidade de
desenvolvimento de seu aprendizado.
Diante desta realidade devemos considerar o fato de que dentro do panorama atual
emergem um aumento no número de pessoas interessadas no ensino superior, estimuladas
por um desenvolvimento econômico, político social e cultural que gera a e de busca de um
nível de instrução mais elevado.
Neste processo, se por um lado há pessoas que desejam ensinar, e que para isto se
preocupam com uma capacitação específica a esta atividade (docentes), por outro lado
devemos considerar as outras que desejam aprender e que, portanto demonstram uma
predisposição em aceitar as elaborações educacionais que lhes são apresentadas (alunos).
28
Por este parecer, vale ressaltar o papel do professor de enfermagem que deve deter
conhecimento sobre docência, assistência, promoção e educação em saúde. Observa-se que
promover uma reflexão crítica sobre o trabalho do professor de enfermagem denota uma
busca em se repensar o ensino como um ato envolvido de um sentido ético, político e
epistemológico, portanto, compreende as competências que este deve deter, no contexto
atual, é tão importante quanto elaborar estratégias educacionais que favoreçam ao
desenvolvimento da aprendizagem.
Segundo Draganov (2011), bons aprendizes são formados por docentes competentes,
que detenham, entre outras, as competências ideais para desenvolver programas educativos
para a aprendizagem de adultos e esta também é uma realidade na formação de
enfermeiros.
Para Friedlander (2006), a educação formal inclui um ser humano que, teoricamente, age
sobre outro ser humano, o professor e o aprendiz, na qual o primeiro introduz o segundo na
arte e na ciência do que esta sendo ensinado com a finalidade de capacitá-lo para o exercício
da profissão, nesta perspectiva, o aprendiz de enfermagem deve ao final do curso estar
plenamente capacitado a identificar e prestar um conjunto de cuidados que atenda às
necessidades de saúde do ser humano“.
Nesse cenário, o sucesso da aprendizagem nas ciências da saúde está relacionado aos
meios ideais de apresentação e discussão de conteúdos com propostas educativas que
promovam à elaboração do saber, que esteja adequada a assimilação do conhecimento.
Atualmente o ensino de graduação em enfermagem tem sido conduzido por meio de
Diretrizes Curriculares Nacionais que tem como propósito estimular uma formação mais atual
e dinâmica voltada para o ensino pesquisa e extensão.
Felli et all (2011), nos fala que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de
Graduação de Enfermagem, apontam que ao final do curso os formandos devem ter como
habilidades e competências a capacidade para coordenar os diferentes processos de
trabalho profissional no campo assistencial de enfermagem.
29
Tais Diretrizes, instituídas em novembro de 2001 pela Câmara de Ensino Superior
(órgão do Concelho Nacional de Educação), além de definirem os princípios, os fundamentos
e as condições da formação do enfermeiro, também determinam os procedimentos que
devem ser respeitados para o alcance dos objetivos propostos deste processo formativo.
Neste sentido, este documento foi elaborado com o propósito de promover a organização
e avaliação dos projetos pedagógicos do curso de nível superior de enfermagem das
instituições do sistema de ensino superior.
Portanto, são as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Graduação de
Enfermagem que determinam que as instituições de formação superior em enfermagem
devem elaborar seus projetos pedagógicos de maneira a desenvolver como competências e
habilidades gerais indispensáveis ao exercício profissional da enfermagem a capacidade de
avaliar, sistematizar, e tomar decisões efetivas e eficazes na promoção do cuidado ao
paciente, além do preparo do educando para que consiga assumir uma posição de liderança
frente à equipe de enfermagem, sendo capaz de gerenciar e administrar tanto a força de
trabalho quantos os recursos físicos e materiais caracterizando-o como um profissional de
caráter empreendedor, e com condições de até mesmo ser um verdadeiro líder dentro da
equipe de saúde.
No entanto, para Machado (2012), nas avaliações educacionais é percebido que os
currículos desempenham importante papel como instrumento de organização das ações.
Mas, nas últimas décadas eles têm contribuído para uma fragmentação excessiva das
disciplinas. Para o mesmo autor esta fragmentação faz com que pareçam mais uma
prateleira de supermercado do que um instrumento para orientar as ações educativas.
O mesmo autor afirma ainda que na elaboração da estrutura curricular, é fundamental
construir e alimentar espaços de igualdades e de diferenças, articular e mediar à
convergência de interesses pessoais e coletivos.
30
Nesse contexto, cabe, portanto, no que se refere à formação do discente de enfermagem,
propor o uso da andragogia, que é a arte e a ciência de conduzir adultos ao aprendizado, Já
que o modelo andragógico se baseia em princípios que levam em conta vários fatores que
podem influencia positivamente a elaboração do ensino das teorias e práticas da
enfermagem.
Assim o conhecimento dos princípios da andragogia pelos responsáveis pela educação do
aprendente de enfermagem, no ensino superior, pode ser considerado ferramenta bastante
útil na aquisição de melhores resultados na aprendizagem.
No ensino andragógico a preocupação com o processo de elaboração do saber inicia-se já
com cuidados tais como com o ambiente do aluno, a começar pela arrumação da sala de
aula, e das cadeiras de modo a facilitar discussões em pequenos grupos.
Portando, o uso da andragogia na docência superior em enfermagem pode ser uma
proposta bastante favorável por promover um processo educativo que na saindo de um
modelo tradicional, sugere um equilíbrio entre a transformação e a conservação como uma
necessidade vital para evolução do fazer em educação.
No entanto, é devemos ter a percepção de que não começamos do zero a cada novo dia,
nem é possível desconsiderar a necessidade de mudanças. A consciência do que deve ser
transformado e o deve ser conservado é o objetivo maior do ato educativo.
Vale dizer que as ações educativas são numerosas e variadas, podem ser exercidas em
níveis diferentes, podendo ser efetivada em uma abordagem ampliada, onde mesmo cientes
de que nas culturas, e em diversas sociedades a educação tem o sentido de acolher os mais
jovens no quadro social existente, o que poderia ressaltar sua dimensão conservadora, é
importante desenvolver a consciência de que a educação também significa dar voz a quem
chega, abrindo a possibilidade de transformações, resignificando valores e desenvolvendo
novas formas de pensar a elaboração do saber.
31
3.2 - A ANDRAGOGIA APLICADA Á ENFERMAGEM
Segundo Draganov, (2011), embora seja um conceito formulado no final do século XIX,
a Andragogia ganhou adeptos e despertou o interesse dos estudiosos na segunda metade do
século XX, mas somente mais tarde atingiu os interessados no ensino. Na educação em
enfermagem, só recentemente a adoção dessa teoria vem despertando interesse em
decorrência de algumas publicações nesse campo, que tiveram repercussões favoráveis e
chamaram a atenção sobre o assunto.
No entanto é possível aceitar a seguinte afirmativa: “Desenhar programas educativos
na perspectiva andragógica é uma tarefa que requer preparo e experiência e comporta um
processo bastante diferente da pedagogia tradicional que costumeiramente é utilizada na
educação de adultos”. (Draganov, 2011. p. 544).
Uma das primeiras questões que pode ser considerada está no fato de que os
estudantes universitários de enfermagem, egressos recentes do ensino médio, não são
exatamente adultos, mas estão bastante próximos desta fase de suas vidas. Portanto, o
ensino clássico pode resultar, para muitos deles, num retardamento da maturidade
necessária ao desempenho às atividades do profissional de enfermagem, que necessita ter
maturidade para tomada de decisões que podem significar um limite tênue entre a
sobrevivência ou a morte do paciente, já que exige dos alunos uma total dependência dos
professores e dos currículos estabelecidos.
Portanto, é possível perceber que no ensino tradicional as iniciativas do aluno não
encontram apoio, nem são estimuladas, já que nas instituições onde ainda são utilizadas é o
professor que decidem o que, quando e como os alunos devem aprender cada assunto ou
habilidade. É pré-determinado aos estudantes que se “encaixem” nas regras fixas, e muitas
vezes ultrapassadas, impostas pelas universidades.
32
Na formação do enfermeiro, o uso da andragogia pode trazer resultados positivos por
proporcionar ao educando a percepção deque ao longo de sua existência pode ter vivenciado
situações análogas e similares ao que esta sendo discutido ou ensinado, e que poderão ser
consideradas como fontes de aprendizado, onde os aprendentes, a partir da compreensão e
percepção da realidade que o cerca, promoverão a elaboração de seu próprio conhecimento
e poderão, em suas práticas acadêmicas, a partir dessa identificação de similaridade, aplicar
a abordagem teórica apreendida na universidade nas situações que irá enfrentar em sua
prática profissional.
Em decorrência do fato deque a maioria dos Universitários se encontra na de transição
entre a fase da adolescência e a fase adulta, não pode haver um abandono definitivo dos
métodos clássicos uma vez que eles precisarão ainda de que lhes seja dito o que aprender e
lhes seja indicado o melhor caminho a ser seguido.
No entanto é necessário que sejam introduzidos conceitos andragógicos nos currículos
e nas abordagens didáticas dos cursos superiores, onde os estudantes devem ser
estimulados a trabalhar em grupos, a desenvolver idéias próprias, a desenvolver um método
pessoal para estudar e a aprender como utilizar de modo crítico e eficiente os meios de
informação disponíveis para seu aprendizado.
Migrar do ensino clássico para os novos enfoques andragógicos é, no mínimo,
trabalhoso e o corpo docente envolvido nesta migração precisa ser bem preparado, inclusive
através de programas de treinamento andragógicos especificamente voltados á estes
profissionais (afinal, são também adultos em aprendizagem).
Para isso, o educador precisa de preparo e informação para possa se transformar num
tutor eficiente das atividades dos grupos e ser um avaliador com conceito ampliado do
processo de avaliação do discente além de estar permanentemente preocupado em
demonstrar a importância prática do assunto que esta sendo estudado.
Esse professor deve transmitir entusiasmo pelo aprendizado, despertando no aprendiz à
consciência de que aquele conhecimento fará diferença em sua vida profissional futura. Ser
um profissional consciente da importância do seu dever de transmitir força e esperança,
33
despertando a sensação de que aquela atividade será importante para mudança de vida de
todos e não simplesmente preenchendo os espaços dos cérebros vazios.
Indivíduos mais adultos têm experiências de vida mais numerosas e mais diversificadas
que criança. Isto significa que, quando formam grupos, estes têm como características o fato
de serem mais heterogêneos em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos. Por
outro lado, as experiências dos participantes podem representar uma rica fonte de consulta a
ser exploradas através de métodos como discussões de grupo, exercícios de simulação,
aprendizagem baseada em problemas e discussões de casos. Estas estratégias educacionais
permitem o compartilhamento dos conhecimentos já existentes por todos os envolvidos do
grupo.
Métodos de ensino onde as discussões do grupo são baseadas em problemas ou em
casos reais poderão ser de grande utilidade. Muitas vezes será necessária uma avaliação
prévia sobre as necessidades do grupo para que os problemas ou casos propostos estejam
bem sintonizados com o grupo. A independência e a responsabilidades podem ser
estimuladas pelo uso das simulações realísticas, apresentações de casos, aprendizagem
baseada em problemas, bem como nos processos de avaliação de grupo e auto-avaliação.
Efetivar ações educativas que permitam ao aluno de enfermagem perceber suas próprias
deficiências, ou a diferença entre o status atual de seu conhecimento e o ponto ideal de
conhecimento ou habilidade que necessita desenvolver, pode produzir motivação. Podendo
ser utilizadas técnicas como: revisão a dois, revisão pessoal, auto-avaliação e/ou
detalhamento acadêmico do assunto.
No que se refere ao ensino, devido a toda uma cultura desenvolvida ao longo dos tempos,
onde o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, muitos ainda precisam de
um professor para lhes dizer o que fazer, no entanto permitir ao futuro enfermeiro participar
do planejamento e execução das atividades educacionais pode significar uma maior
participação e envolvimento dos estudantes. Esta estratégia pode ser conseguida através de
uma avaliação das necessidades do grupo, cujos resultados serão enfaticamente utilizados
no planejamento das atividades.
Estímulos externos são classicamente utilizados para motivar o aprendizado, como notas
nos exames e premiações. Entretanto as motivações mais fortes nos adultos são internas,
34
relacionadas com a satisfação pelo trabalho realizado, melhora da qualidade de vida e
elevação da auto-estima. A proposta educativa de maior sucesso, portanto, será a que
estiver voltada ao estímulo e desenvolvimento de motivações pessoais e for capaz de
realmente atender aos anseios íntimos dos estudantes.
O estimulo a participação nas atividades proposta é um importante aspecto a ser
observado já que os alunos poderão adotar uma postura reservada durante as atividades de
grupo até se sentirem seguras de que não serão ridicularizadas, uma vez que adultos não
gostam de ficar embaraçados frente a outras pessoas. Neste sentido, pessoas tímidas
levarão mais tempo para se sentirem à vontade a participar e falar durante as discussões de
grupo. Como estratégia elas podem ser incentivadas a escrever suas opiniões.
Na andragogia, o professor raramente deve responder diretamente a alguma pergunta do
discente. A forma mais adequada de aprendizagem envolve a devolução da questão à classe
para que a resposta suja de uma elaboração coletiva, fundamentada no conhecimento
científico que o grupo está adquirindo. Onde o educador não classifica as respostas
apresentadas como erradas. Cada resposta sempre terá alguma ponta de verdade que deve
ser trabalhada.
35
CONCLUSÃO
Seja qual for o ângulo de análise e retomada do passado histórico do desenvolvimento da
aprendizagem do adulto é possível perceber que a trajetória dessas práticas traz consigo a
influência das diversas estruturas sociais associadas aos diferentes momentos de
desenvolvimento da própria humanidade.
Sempre em articulação com os princípios organizacionais e culturais de cada época o
desenvolvimento do saber não se isenta de incorporar avanços indiscutivelmente necessários
que promovam novas abordagens para o desenvolvimento inovações na educação.
Amaneira de o indivíduo perceber o mundo norteia sua forma de se relacionar e se
comportar, por consequência, reflete dentro do sistema social no qual se encontra inserido
sua forma de traduzir e transmitir o saber que vai desenvolvendo ao longo de sua existência,
inovando, portanto, a elaboração de transmissão do saber criando novas formas de pensar a
educação enquanto um processo formativo do próprio homem.
Nesse contexto, o desenvolvimento de ações relacionadas ao exercício da enfermagem,
seja no âmbito hospitalar ou fora dele, implica na realização de um conjunto de funções ou
atividades que requerem habilidades e conhecimentos específicos necessários ás
intervenções relativas ás diversas dimensões do saber em enfermagem.
Neste contexto é importante ressaltar que o mundo do trabalho na atualidade, exige
profissionais cada vez mais bem formados e capacitados a enfrentar os novos desafios sejam
eles quais forem.
Também a de ponderar que a proposta educacional tradicional com base na pedagogia,
muito útil na infância, é ainda hoje muito utilizada, de forma inadequada, para educar um
quase adulto ou a um adulto plenamente desenvolvido.
A cerca deste contexto, podemos afirmar que a andragogia apesar, de cuidar do ensino
de jovens e adultos e se apresentar como uma proposta de ensino baseada nas
36
necessidades e nas experiências anteriores dos mesmos sejam experiências escolares ou
adquiridas na escola da vida, ainda é muito pouco utilizada nas organizações de ensino
superior como prática educacional para uma abordagem mais adequada dos graduandos em
enfermagem.
No entanto, pensar em termos de andragogia como uma inovação na docência superior
em enfermagem pode ser associada à necessidade de um repensar sobre as questões que
envolvem a qualidade dos recursos humanos disponibilizados ao trabalho em saúde.
Quando compreendemos a educação de aprendizes adultos através dos princípios da
andragogia notamos que os papéis do professor e das organizações educacionais devem ser
inovados, tornando-os capazes de avaliar e promover os fatores indispensáveis ao
crescimento físico e intelectual de seus educandos.
Ao se perceber que a educação não pode ser considerada como uma é tarefa privativa do
professor compreende-se que e a escola não pode ser determinada como sendo o único
espaço físico para se trabalhar o aprender. A aprendizagem deve ser oportunizada nos mais
diversos espaços físicos que retratem o contexto social dos sujeitos envolvidos.
Portanto, ensinar, particularmente nos cursos superiores e nas áreas da saúde, vai muito
além da transmissão de conteúdo programático, requer certa afetividade entre professor e
aluno, sempre na busca de soluções de dificuldades da aprendizagem do educando, que
resultem em propostas de ações que o qualifiquem academicamente a responder as
necessidades do desenvolvimento profissional idealizado.
Na formação do discente de enfermagem, é possível propor o uso da andragogia, por esta
ser é a arte e a ciência de conduzir adultos ao aprendizado, considerando que o modelo
andragógico leva em conta vários fatores que podem influencia positivamente a elaboração
do ensino das teorias e práticas da enfermagem.
37
Repensar a formação do enfermeiro, é essencial para contribuir na melhor qualidade da
assistência prestada aos pacientes que necessitam de um cuidado especifico para a
promoção de sua saúde e/ou para a manutenção de sua vida.
Uma vez que a utilização de um modelo educacional no qual as necessidades dos
educandos são consideradas caracteriza uma forma de favorecer a capacidade do futuro
enfermeiro em manter as diretrizes necessárias a uma boa organização do trabalho, com
ações voltadas para a segurança e a qualidade assistencial dos que apresentam algum tipo
necessidade de cuidado, promover ações que subsidiem espaços de transformação
dinâmicas no aprendizado indica e exprime uma intenção de melhorar as ações irão garantir
melhorias nas ações de saúde como um todo.
Portanto, a formação sustentada em modelos participativos, que levem em consideração
as experiências dos envolvidos, as condições de trabalho dos educadores e o ambiente no
qual o processo de desenvolvimento do saber esta sendo construído é sem duvida uma
postura organizacional facilitadora da aprendizagem que deve ser cada vez mais estimulada
nas instituições de docência superior em enfermagem.
Uma das principais limitações deste estudo refere-se ao período de realização da
pesquisa, no entanto, é possível sugerir que este estudo possa servir como ponto de partida
para outros estudos sobre a temática abordada.
38
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42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I 11
A ANDRAGOGIA E SEUCAMINHAR HISTÓRICO 10
CAPITULO 1.1 - O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
DO SABER 10
CAPITULO 1.2 - A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO
ANDRAGÓGICO 14
CAPITULO II
PEDAGOGIA X ANDRAGOGIA 19
CAPITULO 2.1 - COMPREENDENDO A PEDAGOGIA 19
CAPITULO 2.2 - CONCEITUANDO ANDRAGOGIA 21
CAPITULO 2.3 - PEDAGOGIA OU ANDRAGOGIA? 24
CAPITULO III
A ANDRAGOGIA E A DOCÊNCIA SUPERIOR EM ENFERMAGEM 25
CAPITULO 3.1 - A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM 25
CAPITULO 3.2 - A ANDRAGOGIA APLICADA Á ENFERMAGEM 31
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
INDICE 42