Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
Editorial Mais novidades, umas frescas
outras não, coisas que não
devem ficar esquecidas... elas
aqui estão!
Agora que estamos a mudar de
instalações vamos todos tentar
fazer da escola um lugar
diferente! Mais empenho, mais
atenção, mais produção e
muita alegria!
E não te esqueças, se queres
relembrar actividades em que
tenhas participado, deixar
registado algum testemunho
ou qualquer outra coisa,
colabora no PáginasTantas, o
nosso jornal de Escola!
Luísa Lopes
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Centenário da República –
Vamos Comemorar
Curiosidades Vem aí uma geração de rapazes
frustrados
Em quase todos os países ocidentais, os rapazes abandonam cada vez mais o ensino no final da escolaridade obrigatória. Têm capacidades para ir mais longe, mas as escolas poderão estar a avaliá-los mal, privilegiando as raparigas. Podemos estar a criar (ou já criámos?) uma geração de excluídos e uma nova classe baixa - a dos homens.
Por Clara Viana
Um calafrio: investigadores portugueses, ingleses e norte-
americanos, entre outros, têm vindo a constatar que as mudanças introduzidas nas últimas duas décadas no sistema de ensino e de avaliação dos alunos estão a contribuir activamente para afastar da escola um número cada vez maior de rapazes.
Produziu-se uma inversão. O fenómeno, que é comum à maioria dos países ocidentais, Portugal incluído, está a alargar o fosso entre rapazes e raparigas no sistema educativo. As raparigas têm hoje melhores notas e vão mais longe; os rapazes desistem, muitos deles logo no fim da escolaridade obrigatória. Nos 27 países da União Europeia, só a Alemanha mantém, no ensino superior, valores equilibrados de participação dos dois sexos.
Para o director do instituto britânico de políticas para o ensino superior (HEPI, na sigla em inglês), Bahram Bekhradnia, estamos já numa corrida contra-relógio. "Penso que corremos o perigo de estar a criar uma nova classe baixa", constituída só por rapazes, diz, depois de um estudo recente daquele organismo ter confirmado a dimensão crescente do fosso entre raparigas e rapazes, e lançado algumas pistas inquietantes sobre os motivos que explicam o fenómeno.
O problema não são os bons resultados alcançados pelas raparigas, mas as fracas classificações obtidas pelos rapazes e aquilo que isso implica: a responsabilidade da escola nesta situação, o que isto está a provocar neles e nelas, e as consequências
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sociais do insucesso escolar masculino. "Vamos ter uma geração de rapazes frustrados e excluídos dos sistemas escolares e profissionais por incapacidade de rivalizar com o género oposto", prevê a socióloga da educação Alice Mendonça nas respostas que enviou, por e-mail, às questões do P2.
Em países como o Reino Unido e os EUA, mas não só, a questão já entrou na agenda política. Em Portugal não. Existe investigação sobre o tema, há estatísticas à espera de serem interpretadas e... muito silêncio. Alice Mendonça sublinha, porém, que "os pais têm de ser alertados para as consequências" do que se está a passar.
Isto está a acontecer não por os rapazes se terem tornado, de repente, mais estúpidos, mas em grande medida, avisam os investigadores, por eles estarem a ser ensinados e avaliados num sistema que valoriza as características próprias das raparigas e penaliza as dos rapazes.
Zero em comportamento
Nos últimos anos, Alice Mendonça, também docente na Universidade da Madeira, centrou a sua investigação, precisamente, no insucesso escolar na perspectiva do género. Percorreu todos os ciclos escolares. Sustenta que, para os professores, na sua esmagadora maioria mulheres, o modo como as raparigas se comportam e trabalham é "mais conforme com as suas representações do bom aluno ou aluno ideal" - o que
poderá conduzir a uma "sobreavaliação" das alunas e a uma "discriminação" dos alunos.
Para a sua tese de doutoramento, a socióloga e investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, Teresa Seabra analisou, por seu turno, os resultados escolares de estudantes do 2.º ciclo do ensino básico (11-12 anos). Comprovou que "os resultados dos rapazes e das raparigas se igualavam quando excluía da amostra os alunos com problemas disciplinares", o que a leva a concluir, disse ao P2, que, "como o comportamento afecta de modo significativo o aproveitamento, a pouca conformidade às regras escolares estará na base dos piores resultados dos rapazes". A "atitude", o comportamento dos rapazes, estará a comprometer irreversivelmente os resultados da sua avaliação.
Especialista em assuntos de Educação, o sociólogo francês Christian Baudelot defende que, antes de mais, aquilo que é pedido pela escola é a interiorização das suas regras, mas que estereótipos sociais ainda dominantes valorizam nos rapazes o desafio, a violência e o uso da força - um verdadeiro "arsenal antiescolar". As raparigas, pelo contrário, são socializadas na família em moldes que facilitam a adaptação às exigências escolares: mais responsabilidade, mais autonomia, mais trabalho. "Trata-se de um conjunto de competências que as torna menos permeáveis à indisciplina", observa Teresa Seabra. No ano passado, em Espanha, 80 por cento dos alunos com problemas disciplinares eram do sexo masculino.
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Alice Mendonça confirma que as raparigas, "mais conformes às regras escolares", ganham uma "vantagem decisiva" sobre os rapazes quando chega o momento da avaliação. Em Portugal, como também noutros países, o comportamento passou a contar para a contabilização da nota final atribuída aos alunos.
Teresa Seabra defende que se tornou indispensável lançar um debate sobre
a actual forma de avaliar. "No momento actual, a escola é chamada a avaliar também o "saber ser", mas nem sempre foi assim e não tem que assim ser", argumenta.
Vida futura afectada
"É perverso que se avaliem instâncias cognitivas com base em comportamentos. Se um aluno indisciplinado aprende, a sua aprendizagem tem de ser reconhecida", sustenta Nuno Leitão, antropólogo, mestre em Ciências da Educação e director da cooperativa A Torre, um colégio de Lisboa que tem a sua matriz inicial no Movimento Escola Moderna, que propõe uma pedagogia alternativa àquela que é comum aos sistemas oficiais de ensino.
No Reino Unido, o estudo divulgado pelo HEPI, que esteve na base do alerta lançado por Bekhradnia, dá conta de que os alunos do sexo masculino poderão estar a ser vítimas da reforma do sistema de avaliação adoptada em 1982. Antes, para a conclusão da escolaridade obrigatória, eram determinantes as
classificações obtidas nos exames finais. Depois de 1982, passou a vigorar um sistema misto, com os exames a contribuir apenas com uma parcela, sendo as outras derivadas do trabalho ao longo do ano na sala de aula e fora dela.
Após comparar os resultados antes e depois, o HEPI constatou que os rapazes começaram a ficar sistematicamente atrás das raparigas depois desta reforma. "É preciso reconhecer que o problema existe", alerta. E chama a atenção para o seguinte: "Se o fosso entre os sexos no final da escolaridade obrigatória (e as consequentes diferenças na participação no ensino superior) se deve em grande parte à mudança do tipo de exames e de avaliação - e existem provas de que esta mudança é, pelo menos, parte da razão -, então, nos últimos 20 anos, os rapazes têm alcançado menos do que eram capazes, e isso afectou a sua vida futura."
O dobro dos chumbos
Em Portugal, como em vários países, a entrada maciça do sexo feminino nas escolas e universidades é um fenómeno relativamente recente, tornado possível pela igualização das oportunidades de acesso. Hoje as raparigas são mais numerosas, valorizam mais os estudos, têm mais
êxito. "A diferença de resultados entre rapazes e raparigas tem vindo a acentuar-se, aumentando exponencialmente à medida que acrescem os ciclos de escolaridade, e atinge o seu auge no ensino universitário", refere Alice Mendonça.
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Logo aos 7 anos, no 2.º ano do ensino básico, há mais rapazes a ficar para trás. À entrada do segundo ciclo, no 5.º ano, as taxas de retenção masculinas têm quase duplicado as femininas. No 7.º, ano de estreia do 3.º ciclo do ensino básico, as percentagens de chumbos entre eles permanecem acima dos 20 por cento. Entre as raparigas, este é também o ano mais complicado, mas nos últimos tempos a taxa de insucesso não foi além dos 17 por cento.
No 9.º ano, o último da escolaridade obrigatória, as taxas de retenção das raparigas têm oscilado entre os 11 e os 16 por cento; as dos rapazes nunca estão abaixo dos 16 por cento e têm ultrapassado os 20 por cento.
Antes de entrar na Torre, em 1996, Nuno Leitão deu aulas no ensino oficial. Começou pelo 12.º ano, acabou no 2.º ciclo. Lembra-se de os ter à frente, alunos com 15 anos a marcar passo no 7.º ano. De como estavam magoados, encurralados: "Já não são repetentes, são resistentes à escola."
Mão-de-obra barata
Continuam a nascer mais rapazes do que raparigas (em cada 100 nascimentos, 105 são do sexo masculino). Por causa disso o seu número é superior nos primeiros anos de escolaridade. Mas, devido a taxas de retenção muito superiores às do género oposto, e também porque são largamente maioritários entre os jovens que abandonam precocemente a escola, em grande parte por causa da experiência de insucesso quando lá estão, em Portugal os rapazes começam logo a estar em minoria no 9.º ano.
Para além de ser uma resposta ao fracasso experimentado na escola, este abandono precoce, maioritário nos rapazes, é também fomentado, em Portugal, por um "mercado de trabalho que procura mão-de-obra barata (desqualificada), especialmente masculina", observa Teresa Seabra.
Pelo contrário, as raparigas vêem nos estudos "um modo de assegurar a sua independência enquanto adultas". É uma forma de emancipação. No conjunto do ensino superior, já representam mais de 50 por cento dos inscritos e ultrapassam os 70 por cento em cursos como os de Direito ou os que estão ligados à saúde. Entre os que conseguem chegar ao fim de um curso e obter uma licenciatura, 60 por cento são mulheres.
Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) confirmam que uma pessoa licenciada tem muito mais hipóteses de vir a auferir um rendimento superior ao de uma que o não seja. Em Portugal, no caso dos homens, aquela organização situou a diferença nos oito por cento.
Num artigo publicado no jornal britânico Observer, Bahram Bekhradnia lembra outras vantagens de ter um diploma: sabe-se que "a educação superior acarreta benefícios sociais e académicos", que "uma pessoa que esteve na universidade tende a apresentar uma melhor saúde física e mental", que esta formação e experiência têm "um enorme efeito socializante".
No passado, estes benefícios foram negados à maioria das mulheres. Agora, são os homens que, "ao não
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irem para a universidade em tão larga escala", estão a ser privados disto tudo. "Penso que é uma verdadeira desgraça", diz Bekhradnia.
No Reino Unido, para igualar a taxa de participação feminina, teria sido preciso que, s?? no ano passado, entrassem, nas universidades britânicas, mais 130 mil estudantes do sexo masculino.
Diferentes apetências
"Se os professores não aprendem a lidar com as diferenças, os alunos acabam por chumbar. E isto verifica-se sobretudo com os rapazes", avisou, numa entrevista à Visão, o filósofo norte-americano Michael Gurian.
Para além das diferenças entre os géneros que são culturalmente induzidas, vários estudos neurológicos têm demonstrado que as raparigas têm mais apetência para a comunicação verbal e para movimentos finos, "tarefas" a cargo do hemisfério esquerdo do cérebro, que se desenvolve nelas bem mais cedo do que nos rapazes. E os rapazes têm mais apetência para tarefas visuo-espaciais, uma vez que o hemisfério direito, "construtor e geómetra", é mais activo no sexo masculino. "Têm vias e tácticas diferentes para aprender o mesmo", disse ao diário espanhol El País o neurologista Hugo Liano.
O projecto PISA, lançado pela OCDE para medir a capacidade dos jovens, de 15 anos, na literacia em Leitura, Matemática e Ciências, demonstrou, com a série de três provas já realizadas nos 32 países-membros, que os melhores resultados a Matemática tendem a ser alcançados
por alunos provenientes de famílias em que os níveis de educação e o status profissional são mais elevados. Mas, em média, foram os rapazes que apresentaram melhores resultados em Matemática e Ciências e as raparigas em Leitura.
Os exames nacionais do 9.º e 12.º ano têm, em Portugal, confirmado esta tendência. Mas no ano passado a média das raparigas nos exames de Matemática do secundário foi superior à dos rapazes. E esta inversão poderá não ser esporádica, avisa Alice Mendonça: "O aumento da discrepância na capacidade de leitura entre os sexos faz com que as raparigas comecem a ultrapassar os rapazes nestas matérias." Por enquanto, e apesar de maioritárias no ensino superior, elas continuam a ser franca minoria nos cursos de Informática, Arquitectura e nos de Engenharia Técnica.
Separá-los resulta?
Para conter a maioria feminina, em Portugal, há alguns anos, houve quem chegasse a propor a introdução de quotas para homens nas faculdades de Medicina. Em países onde o debate está lançado, há quem defenda o regresso às escolas separadas. Mas são mais os que propõem estratégias de ensino diferenciado que coabitem no mesmo espaço. Seja através de aulas separadas para as disciplinas onde as diferenças são maiores, seja através de reforços específicos de certos conteúdos pedagógicos.
Nos Estados Unidos, onde os rapazes estão a abandonar o equivalente ao ensino secundário a um ritmo superior ao das raparigas (em cerca de 30 por cento), as escolas oficiais
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foram autorizadas a abrir turmas diferenciadas.
No Reino Unido, as escolas do pré-escolar receberam instruções do Governo para, a partir deste mês, reforçarem os exercícios de escrita com "materiais engraçados", junto dos rapazes de 3/4 anos, de modo a reduzir as fortes diferenças entre os sexos na escrita e leitura, que se fazem sentir pouco depois, à entrada na primária.
Esta iniciativa está a ser contestada por especialistas de desenvolvimento infantil que chamam a atenção, entre outros factores, para o facto de muitas crianças, e especialmente as do sexo masculino, não terem ainda adquirido, nestas idades, as capacidades de motricidade fina necessárias ao desenvolvimento da escrita.
Alice Mendonça vê a adopção de estratégias diferenciadas nas escolas como "um novo desafio social" a que urge deitar a mão. Em Portugal, não fazem parte do programa do Governo. Resposta ministerial ao P2: "Não existe qualquer orientação expressa pelo Ministério da Educação sobre a abordagem diferenciada por género, como estratégia de aprendizagem."
O ministério lembra que a Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1986, atribui ao Estado a responsabilidade de "assegurar a igualdade de oportunidade para ambos os sexos", e que, no ensino pré-escolar, "cada educador tem autonomia e responsabilidade para gerir o currículo", devendo "estimular o desenvolvimento da criança tendo em conta as suas características individuais".
Nuno Leitão concorda que, no geral, e não só no pré-escolar, os programas oficiais deixam um bom espaço de manobra: "É o professor quem decide, na sala de aula, a organização das aprendizagens. Pode fazê-lo optando pela que lhe dá mais jeito, mas também pode escolher, em vez disso, a que é melhor para os alunos."
Defende que os professores devem estar sensibilizados para as diferenças entre os dois géneros, mas não apoia a adopção de estratégias diferenciadas. Na sua escola, que funciona do pré-escolar ao 2.º ciclo, incentivam-se as perguntas dos alunos (uma "pedagogia preciosa"), o debate colectivo, as experiências feitas pelas próprias crianças (em vez de estarem a ver o professor a fazê-las), a curiosidade, a memorização.
"Dá-se a oportunidade aos alunos de conseguirem, de forma autónoma, construir um sentido para as coisas, que é o que eles procuram antes de mais, criando assim uma motivação intrínseca que os leva a querer saber mais."
É quase uma ilha. E não só pelo facto de não se registar ali o hiato de resultados entre raparigas e rapazes que anda a sobressaltar meio mundo. Esse hiato, frisa Teresa Seabra, é também fomentado pelos modelos veiculados pelos media: "Ser bom aluno, sendo rapaz, funciona, em alguns grupos de pares, como um handicap."
Se os rapazes passarem a interiorizar, maioritariamente, a ideia de que desafiar a escola e
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ser mau aluno é "normal", estarão criadas as condições para que os homens sejam, amanhã, uma nova classe baixa das sociedades desenvolvidas ocidentais.
NOTÍCIA:
A Prof. Teresa Câncio reformou-se.
Gostaria de lhe dedicar algumas linhas
de admiração por ter chegado ao fim de
uma carreira que nem sempre nos traz
grande reconhecimento mas que
certamente nos traz sempre a alegria de
ajudar e acompanhar jovens no seu
crescimento.
Apesar de ter tido pouca convivência
com a Prof. Teresa C. sinto a sua falta e
pesa-me o vazio que ela deixou. Todos
fazemos falta afinal!
XADREZ NA BIBLIOTECA
O João Reis e o Miguel Janela, do 11.º
A, foram os primeiros alunos a jogar
xadrez na biblioteca.
Vem descobrir esta actividade.
Foto e texto: Prof.ª Lurdes Fonseca
Da Matemática...
Jogo H E X
O jogo Hex foi inventado na década de 1940, pelo físico dinamarquês Piet Hein. Anos mais tarde, o matemático americano John Forbes Nash – prémio Nobel da Economia – reinventou-o pois não sabia que o mesmo já tinha sido inventado. O Hex é um jogo de tabuleiro que, semelhantemente ao jogo das Damas ou Xadrez, por exemplo, é jogado por duas pessoas. O objectivo do jogo é construir uma sequência contínua de peças até unir duas margens opostas. Ao mesmo tempo que se constrói a sequência, é indispensável impedir o adversário de o fazer. Ganha quem concluir primeiro a sequência, ou seja, quem conseguir primeiro fazer uma “linha” contínua de peças que toque nas duas margens opostas.
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Abaixo, passo a transcrever as regras que retirei do site www.ludicum.org: «O jogo inicia-se no tabuleiro vazio. Em cada turno, cada jogador coloca uma peça da sua cor num hexágono vazio. O jogador das pretas ganha a partida se criar um caminho que una as margens negras no diagrama, noroeste e sudeste). Por sua vez, o jogador das brancas ganha a partida se criar um caminho que una as margens brancas (no diagrama, nordeste e sudoeste). Troca de cores: O segundo jogador, no seu primeiro lance (se vir vantagem nisso) pode aproveitar o lance efectuado pelo seu adversário, impondo a troca de cores. Neste exemplo, as pretas ganham o jogo (se for a sua vez de jogar) colocando uma peça na casa g2. No âmbito do campeonato de Hex que se realizará no presente ano lectivo na nossa escola, o professor de MACS dedicou uma aula à prática deste jogo. Grande parte dos alunos, senão mesmo a totalidade, teve contacto com o jogo pela primeira vez quando o professor nos falou do mesmo. Penso que os resultados foram positivos. O jogo despertou interesse nos alunos, sendo um jogo de lógica que exige muita concentração. Foi possível observar que os alunos estiveram interessados em fazer “combates” com diversas pessoas, inclusive com o professor.
Beatriz Esteves, nº7 da turma 10º N
OFICINA DE Escrita
temática
Auto-apresentação Encostado a uma porta,
contemplo os seus movimentos, os
seus gestos e os seus tiques. Neste
momento, encontra-se a observar
um mapa-múndi; possivelmente,
está a imaginar o seu futuro na Grã-
Bretanha, rodeada por pessoas
com hábitos e costumes muito
diferentes dos do povo português,
os malditos ingleses. Talvez seja por
isso que está a ler Pride and
Prejudice (Orgulho e Preconceito)
de Jane Austen, na versão original,
e ficou fascinada com um filme que
falava da relação de amor/ódio da
autora do livro.
Fartou-se do mapa-múndi e
encostou-se a uma cadeira a ouvir
a música que passa na rádio.
Consigo ler-lhe os pensamentos;
deve estar a pensar como é que
vai começar um texto ou o que
terá de importante para escrever
no diário. Leva as mãos à cabeça,
num acto de desespero e
frustração – já deve estar a pensar
que a vida é ingrata e que não lhe
arranja motivos para escrever e
para sorrir. Está tão enganada,
basta olhar à sua volta. Fecha os
olhos e adormece. Pudera, com o
pouco que anda a dormir e com o
muito que anda a sonhar…
Enquanto dorme, eu vou
aproveitar para decifrar um pouco
mais o que vai naquela cabecinha.
Reina o mistério naquele metro e
setenta e dois de altura. Ninguém,
por muito bem que a conheça,
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consegue desvendar aquilo que ela
está a pensar, em determinada
altura. Guarda para si qualquer tipo
de sentimentos, não os
demonstrando com facilidade,
especialmente nos dias que correm
porque mesmo estando triste por se
ter separado dos seus dois
compinchas, não o revela a
ninguém. Mas eu sei que ela sente
a falta deles e do seu apoio
incondicional.
Penso que acordou. Será que teve
algum sonho? Teve, só que não foi
com o príncipe encantado
montado num cavalo branco.
Aquela personalidade muito fria e
racional faz com que não queira
perder tempo com questões do
foro amoroso. Tem muito para
estudar e este ano não se está a
revelar nada fácil. Enquanto que o
11º ano correu lindamente e às mil
maravilhas, tirando o exame de
Física e Química A, o 12º começa a
revelar-se problemático e instável,
com particular atenção à
Matemática. A continuar assim, e
iremos ter uma nova Geometria
Descritiva; tão depressa tira positiva
como no teste seguinte vai por ali
abaixo, surgindo as tão odiadas
negativas.
A Joana odeia mediocridade.
Não suporta a falta de esforço das
pessoas, detestando ver pessoas
inteligentes a não tirarem proveito
das suas capacidades. Vai daí, ficar
pior que estragada quando tira
uma negativa. É que as negativas
não levam a lado nenhum e, se
pretende seguir Ciências
Farmacêuticas (é verdade, depois
de ponderar tantas opções,
acabou por escolher a menos
previsível), tem que se esforçar mais
e não pode andar na brincadeira
como andou neste período, em
especial para o teste de Português.
Achou que não precisava de
estudar e foi o que se viu; para o
segundo, já se agarrou aos livros,
com unhas e dentes. Agora resta
esperar para ver se os resultados
correspondem.
Por fim, acho que ela já reparou
em mim a observá-la com um
bloco e um lápis na mão. Ficou
vermelhíssima e irritada. Odeia que
a observem fixamente. Deve ter
imaginado que estava a desenhar
o seu retrato, mas nada disso.
Quem tem jeitinho para desenhar é
ela. Só é pena não saber aproveitar
o seu tempo livre, porque já não
desenha nem escreve estórias
interessantes há tanto tempo. E
como eu adoro aquelas estórias
dela! Joana Ribeiro
Páginas perdidas
Enquanto espero vou
Escrevendo
Falando e olhando
Ocupando o tempo
Vê-lo passar
E sentindo o ar
Sinto que está frio
Os cobertores são
No mínimo convidativos.
Marisa Carrasqueira
12ºI
Lá vai ela descalça pela rua Lá vai ela, pobre criança indefesa Pela rua descalça. Já não tem pai nem mãe, Foram uns tios que tomaram conta por pena,
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Desde quando ainda ela era pequena. O seu choro causa-me angústia, Soluça quase roxa por um bocado de atenção. Não tem amor nem o aconchego de uma família, Não tem carinho nem um beijo de boa noite. Lá vai ela descalça pela rua, Gritando por uma luta que não é apenas a sua. E eu tenho vontade de a agarrar pela mão, Trazê-la comigo, dar-lhe um abrigo e um pedaço de pão. Lança-me um olhar enternecido que quero ser capaz de agarrar. Tão pequena e com ela traz um cruz tão grande que nem consegue carregar. Toda ela é sofrimento, condensada num pigmento de gente, Todos a vêem e não entendem que é apenas uma criança diferente. Tem um primo que a vem acalmar, Mas as lágrimas correm-lhe pela cara sem cessar. Ela afoga-se em tristeza e solidão E eu impotente não lhe posso servir de salvação.
Joana Rodrigues
12ºI
Não tem casa nem abrigo,
Nem um tecto que o abrigue da noite
fria.
O seu cobertor é um jornal,
Onde alguém num discurso bonito disse
que ia reduzir a pobreza.
Mais pobre do que ele,
Que não tem nem um cêntimo nem
carteira,
É o homem pobre de espírito, sem tom
de brincadeira.
Do egoísmo e da inveja humana,
Ninguém distingue crueldade tamanha.
É visível até aos olhos de um cego,
Mas a riqueza ao homem só serve para
lhe alimentar o ego.
Entre o homem rico e o rico homem,
Já se sabia a diferença desde ontem,
Mas é hoje que ela tem de ser atenuada
Para que amanhã não seja mais
lembrada.
O pobre que não tem um tostão para
viver,
Sobrevive da generosidade alheia,
Que tanto o rico dá como pode vender,
Porque ganhando ou roubando tem
sempre a sua barriga cheia.
Joana Rodrigues
12ºI
Apenas mais um dia
De um longo ano
Que vem por aí fora
Mas a ansiedade e expectativa
Pessoas e possíveis acontecimentos
Fazem com que eu queira
Que esse dia
Chegue e se apresente
Dizendo “é hoje”
Marisa Carrasqueiro 12ºI
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ESTILOS DE VIDA
SAUDÁVEL !!!!
ALIMENTAÇÃO EM TEMPOS DE GRIPE
Agora que o Inverno chegou e, com ele todas as adversidades climatéricas associadas, que nos deixam mais susceptíveis de contrair infecções, uma questão impera entre todos nós: Como preparar-se para evitar a gripe? Esta é uma questão que preocupa famílias, escolas e organizações.
Uma boa alimentação não previne os vários tipos de gripe, mas pode ajudar o organismo a reagir melhor à doença, alertam os nutricionistas. Por isso, a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação do Porto elaborou um guia para ajudar os portugueses a superar a pandemia, disponível na internet. Todos vós poderão encontrar e consultar estas e outras informações, em http://sigarra.up.pt/fcnaup/noticias_geral.ver_noticia?P_nr=586.
"Uma pessoa bem nutrida está mais apta a aguentar melhor qualquer doença. Os sintomas são atenuados", explica a nutricionista Maria Daniel Almeida, uma das coordenadoras do guia "Alimentação em Tempo de Gripe". "Qualquer doença infecciosa tem tendência a espalhar-se em corpos subnutridos. Por isso, um corpo bem alimentado está mais protegido", concorda o infecciologista Fernando Maltez. Além disso, também responde melhor à vacinação, acrescenta.
A endrocrinologista, Isabel do Carmo explica que, as pessoas com distúrbios alimentares, como a anorexia, estão muitas vezes subnutridas e, por isso, mais fragilizadas. Assim, são pessoas que têm um maior risco de contraírem infecções e, consequentemente, enfrentarem um maior número de complicações. "Qualquer doença crónica ou aguda deixa as pessoas mais frágeis à gripe. São duas agressões", acrescenta Maria Daniel Almeida.
No entanto, a alimentação não previne o aparecimento de determinadas infecções, como é o caso da divulgada Gripe A, já que como referem os especialistas trata-se de uma infecção. Ou seja, por mais sumo de laranja que beba, se entrar em contacto com o vírus H1N1 é provável que adoeça. Isto porque se trata de um vírus novo, para o qual ainda não temos defesas e anti-corpos desenvolvidos.
“A gripe é uma doença que requer cuidados alimentares simples", alerta Maria Daniel Almeida. O fundamental é a hidratação. Os sintomas como: febres altas, vómitos, diarreia e tosse provocam, naturalmente, perda de líquidos, o que pode agravar o estado do doente.
Por tudo isto, durante a gripe, é essencial manter o corpo bem hidratado: recorra à ingestão de água, sumos, chá, tisanas, leite e iogurtes. E, deve beber sempre que tiver sede ou mesmo que não tenha, tentando chegar aos três litros por dia, no caso das mulheres e, perto dos quatro no caso dos homens. Por outro lado, há que ter especial atenção às bebidas que desidratam, como são os exemplos das bebidas alcoólicas e de outras muito açucaradas.
Também é importante que os doentes combatam a falta de energia e falta de apetite típicas da doença. Os doentes muitas vezes perdem o apetite, mas deixar de comer enfraquece o doente e dificulta a recuperação. Por isso devem fraccionar as refeições, comer pouco e mais vezes ao longo do dia.
E existem ainda mitos que, devem ser combatidos. Como é o caso, da ideia de que, as bebidas e comidas quentes são boas para combater as gripes. Na realidade, as comidas quentes fazem com que a pessoa transpire ainda mais e desidrate mais facilmente.
Para terminar, cito Alexandra Bento, presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, elogia ideia e realça a importância de "consumir alimentos que
reforçam as nossas defesas: vitaminas
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e minerais. Ou seja, muita fruta e hortícolas".
Rita Antunes
Outras páginas soltas
Adoração
Acordam e recordarão…
O dia de ontem foi ontem!
Para quê aceitar um não?!
Oh dia de hoje, oh amanhã…
Procura uma resposta nos teus lábios,
um carinho nas tuas mãos.
Procura a verdade e o afecto,
encara o mundo com compreensão.
Ouve ao longe um suspiro…
Será a razão?
… Corre desesperada nessa direcção.
Louca olha para o abismo
“Acolhe-me.
Suga-me esta solidão.”
Odeia o tempo!
Passa rápido
quando quer a sua lentidão,
Lento quando pede
um momento,
um soar de compaixão.
A cair…
Apenas consegue pensar
um mundo iludido
com a sua imaginação.
O tempo atraiçoa-a
“Outra vez não!”
O fim?
Sua aparência… adoração!
Leonor Neto, 10 de Novembro 2009- 12ºA
Quem foi?
Bartolomeu de Gusmão
Pesquisa e manda para o jornal o teu
trabalho de recolha de informação
INVASÕES
http://linhasdetorres.wordpress.com/
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
Páginas soltas
Retalhos de umas infernais idas
ao médico
É dia de levar uma vacina,
essa coisa medonha e
assustadora que se encontra
inserida numa horripilante
seringa. Tem uma agulha na
ponta, que é temida por uma
menina pequenina com cabelo
à rapazola e suspensórios. Olha
para o objecto, com
desconfiança, e sente um nó na
garganta. "Nem pense que me
vai picar, eu não vou deixar",
pensa ela para si, olhando ora
para a seringa ora para os seus
pais, que começavam a prever
uma desgraça. É então que, ao
ver a seringa cada vez mais
perto, as lágrimas começam a
correr pela cara da menina e
esta desata numa choradeira
infernal. Ninguém a consegue
acalmar, nem mesmo os pais
que pacientemente estavam ali,
naquele momento doloroso, ao
seu lado. A menina chora, a
menina grita, a menina
esperneia e olha com um olhar
feroz a enfermeira, que
aparenta um ar de bruxa má,
com direito a verruga e tudo. Se
o olhar matasse, a enfermeira já
tinha sido aniquilada há muito,
tal era a raiva que a menina dos
suspensórios nutria por aquela
bruxa. Levantando-se da
marquesa num ápice, a
pequena foge para junto dos
seus pais, adiando o dia em que
a tão receada agulha iria
penetrar a sua carne jovem e
sensível.
Passados três ou quatro anos, a
menina já não tem mais aquele
cabelo à rapazola nem usa
suspensórios; deixou o cabelo
crescer e furou as orelhas.
Cresceu e já vê o mundo com
outros olhos, excepto as idas ao
laboratório de análises, onde a
bruxa má, aquela carcaça
velha, ainda a aguarda com um
sorriso desdentado e maléfico e
com uma verruga que não
prima pela beleza. Passou
também a odiar tudo o que
envolve batas brancas e
estetoscópio ao pescoço,
devido a uma pequena cirurgia
que não o chegou a ser.
Em pleno mês de Agosto, um
sol abrasador despertava por
entre as poucas nuvens que
surgiam, convidando a umas
idas à praia com toda a pompa
e circunstância. A menina, como
a maioria dos portugueses que
se encontravam de férias, não
foge à regra e dirige-se também
à praia, não sem antes verificar
se estava tudo em ordem - o
fato de banho estava em
condições, a toalha de praia
também estava a postos, tal
como o protector solar. Só havia
uma coisa a mais: um
desconfortável cravo no braço
esquerdo, que só lhe dava
preocupações. Arreliados com a
situação, os pais pegam a
menina pela mão e consultam
um dermatologista, que apesar
de não ter semelhança alguma
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com a bruxa má do laboratório,
era igualmente assustador.
Aquele ar de cromo da banda,
a bata branca impecavelmente
engomada e uns óculos que
pareciam diminuir o globo
ocular, transformavam-no num
ser estranho, que não inspirava
grande confiança. Agarrando e
analisando o braço da menina,
sem dó nem piedade, lá
concluiu que se tratava de um
furúnculo, uma espécie de
erupção cutânea; tinha
portanto, um braço com
propriedades vulcânicas, capaz
de entrar em erupção. Após
reflectir sobre aquilo que
acabara de concluir, retorquiu a
solução que a frágil criança mais
temia: "essa bolinha que tens no
braço só sai daí com uma
pequena cirurgia". Ela sabia o
que isso era e sabia que existiam
anestesias, bisturis e pontos ou
agrafes envolvidos.
Chegado o dia da cirurgia, a
menina dirige-se com os seus
pais a um hospital, do mais
chique que pode existir, talvez a
instituição mais privada do país,
com todas as mordomias
necessárias para agradar ao
enfermo. Mas, nem esse luxo e
essa ostentação chegavam
para consolar e acalmar a
garota que lutava internamente
contra o seu nervosismo. Com a
aproximação da hora,
terrivelmente esperada, a família
dirige-se a uma sala onde uma
enfermeira que, tal como a
outra, de meiga não tinha nada,
pega numa seringa e manda a
menina deitar-se na marquesa e
tirar a blusa. Revoltada, já com
uma lágrima no canto do olho,
pergunta à sua mãe por que
razão é que a enfermeira se
estava a dirigir para ela com
uma seringa na mão, pelo que a
mãe lhe explica que se tratava
da anestesia. "Mas, é que, nem
pensar!", protesta a
rapariguinha, ao mesmo tempo
que chora baba e ranho. Chora,
chora, chora e insiste que não
lhe podem tocar com aquilo,
aquela coisa assustadora,
aquele objecto de tortura.
Depois de uma hora a chorar e
a protestar, os pais, já fartos de
tamanha teimosia e mimo,
regressam a casa
acompanhados pela menina e
pelo cravo, que se tornou um fiel
companheiro até ao dia em
que, após umas quantas
aplicações de água oxigenada
e muita água do mar à mistura,
acabou por cair.
Hoje em dia, a menina já
deixou de o ser e tornou-se
numa jovem quase adulta,
prestes a entrar para a
universidade e a tirar a carta. O
medo face às agulhas continua,
mas já provou que não vai voltar
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a chorar; seria uma vergonha se
o fizesse. Quanto às cirurgias, já
está mais calma e até nutre um
certo fascínio por blocos
operatórios, batas e bisturis.
Contudo, se puder evitar estes
dois procedimentos, fará tudo o
que estiver ao seu alcance.
Quanto mais não seja, utilizando
água oxigenada.
Joana Firmino Ribeiro Nº 13 12º D
2 de Dezembro de 2009
Texto de Reflexão Agora que é Inverno, está frio e húmido. Cheira a Natal, a chuva. Aquele cheiro a molhado, a estrada e a terra que a chuva tem, faz-me sempre lembrar o Natal. É como o cheiro de yougurt de pêssego me faz lembrar o verão, não sei explicar. E hoje cheira tão bem no meu quarto, a chuva e a frio, que decidi reflectir a partir dos cheiros. Sim, parece-me original. Quando o período começou cheirava a protector solar. Ah, como eu gosto do cheiro do protector solar. Acabou tão depressa o verão que eu nem dei por isso, e quando vim para a escola tinha acabado de chegar a casa, tinha ido acampar com os meus amigos e quando vim para casa cheirava a minha casa depois do verão. A minha casa depois do
verão cheira a “Lar, doce lar” como diz a minha irmã. O cheiro a “lar, doce lar” não é mais que a cera para os móveis e a flores, é um cheiro muito leve e muito calmo, é agradável, é familiar. No dia seguinte, vim para a escola, cheira a obras e a perfume. Toda a gente parecia ter despejado o frasco inteiro do perfume. Não, não era um cheiro particularmente agradável, admito. Agora, no último ano do secundário, a escola torna-se pequena para nós, as pessoas à nossa volta tornam-se um tanto ou quanto infantis e demasiado familiares.
E a rotina, essa cheira a café. O café pela manhã ali, no “Padeiro”, rotina de todos os dias, todas as semanas, com o mesmo grupo, a ler os mesmos jornais e a ter as mesmas conversas. Não gosto de
rotina, mas esta é uma boa rotina, a conversa é boa, o café é bom, o tempo passa. Durante o período, não senti muito este cheiro a escola porque felizmente o nosso horário permite-nos uma certa liberdade para fazermos o nosso trabalho extra-curricular e não só.. Durante este período, cheirou sobretudo a mudança, a passado e a
futuro. Tivemos um sem conta de conversas sobre a nossa infância, o infantário, a escola primária, as férias, as festas de aniversário e os que deixámos para trás. Lembrámo-nos , quer dizer lembrei-me, do cheiro às tostas mistas do bar do ciclo, do cheiro a velho da nossa primeira sala de aulas, do cheiro
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das minhas primeiras sapatilhas de ballet. Uma certa nostalgia no ar, as vezes, cheira a vida. Tivemos um outro sem número de conversas sobre o futuro, os sonhos de cada um, as faculdades, os carros, a independência. Compreendam-me, aqui estive a vida toda, faço o mesmo percurso todos os dias, cumprimento as mesmas pessoas, bebo o mesmo café, sento-me na mesma carteira, todos os dias, como é normal, com o tempo o cheiro torna-se enjoativo, não só para mim, para todos. E, assim, vamo-nos interrogando e desconversando sobre o que ainda não conhecemos e queremos conhecer, sobre os horizontes maiores. Necessito desenjoar, preciso do cheiro do ar fresco. Este período, cheirou a livros e a laboratórios, foi-nos dada muito maior autonomia e uma maior liberdade de escolhas. Estou feliz com o percurso até aqui, demonstro evolução. E agora, agora cheira a Natal, deve ser o melhor cheiro de todos. Este é o cheiro dos melhores momentos da vida, cheira aos meus avós e aos meus primos, à minha lareira e a bolo-rei. Estou a aproveitar com o olfacto inteiro este cheiro a natal, a vitória e a mudança. Quero aproveitar a vida assim não só com o olfacto, com todos os sentidos.
15/12/2009 Diana Branco
Nenhum olhar
Vejo-te partir.
Mas não olho…
Não posso!
Olhar era mostrar o sentir,
sofrer com a despedida!
Vejo…
Aprecio a tua saída
com um sorriso.
E como se quisesse olhar,
como se pudesse,
uma lágrima de desabafo
obriga-me a fechar os olhos.
Com a vista já limpa,
com o olhar tapado,
não vejo ninguém.
Meu amor… partiste!
Deixaste-me e eu…
O que posso dar?
Apenas…
Nenhum olhar!
Leonor Neto, 12ºA
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S. VALENTIM e o AMOR
DDDeeettteeessstttooo---ttteee pppooorrr ttteee aaammmaaarrr
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pppooorrr vvveeezzzeeesss ttteeennntttaaavvvaaa jjjuuussstttiiifffiiicccaaarrr eeesssssseee
ssseeennntttiiimmmeeennntttooo qqquuueee mmmeee dddooommmiiinnnaaavvvaaa,,, mmmaaasss
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dddiiiaaa qqquuueee pppaaassssssaaavvvaaa dddeeettteeessstttaaavvvaaa---ttteee cccaaadddaaa
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cccooommmiiigggooo,,, pppooorrrqqquuueee mmmeee cccooonnntttrrraaarrriiiaaavvvaaasss,,,
pppooorrrqqquuueee fffaaalllaaavvvaaasss,,, pppooorrrqqquuueee
sssiiimmmpppllleeesssmmmeeennnttteee eeexxxiiissstttiiiaaasss,,, eee aaaccciiimmmaaa dddeee
tttuuudddooo pppooorrrqqquuueee mmmeee fffiiizzzeeesssttteee aaammmaaarrr---ttteee...
EEErrraaa iiinnnsssuuupppooorrrtttááávvveeelll cccooonnnvvviiivvveeerrr
cccooonnntttiiigggooo,,, nnnaaa mmmiiinnnhhhaaa cccaaabbbeeeçççaaa eeessstttaaavvvaaa
tttuuudddooo cccaaadddaaa vvveeezzz mmmaaaiiisss cccooonnnfffuuusssooo,,, aaasss
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SSSeeerrrááá qqquuueee ééé iiissstttooo ooo aaammmooorrr???!!! EEEssstttaaa
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ttteeemmmpppooosss...
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ttteeennnhhhooo aaaccceeerrrcccaaa dddooo aaammmooorrr...
Neuza Amaral
PPPrrrooojjjeeeccctttooo dddeee
SSSooollliiidddaaarrriiieeedddaaadddeee SSSoooccciiiaaalll
Os fenómenos de pobreza e
exclusão social são consequência de
vários factores e, por isso, tocam todos
os sectores da sociedade. Para combatê-
los, é necessário compatibilizar e
articular todos os esforços possíveis,
tanto a nível escolar como local.
Neste âmbito, a Escola pretende
ajudar os alunos de famílias mais
carenciadas que frequentam este
estabelecimento de ensino bem como
outros membros da comunidade escolar.
Propõe-se, assim, intervir em acções de
solidariedade social, nomeadamente,
numa campanha de recolha de bens
alimentares, donativos monetários, entre
outros.
Os objectivos deste Projecto são:
contribuir para a melhoria da
qualidade da vida escolar dos
alunos com mais dificuldades
económicas;
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
contribuir para a melhoria da
qualidade de vida de outros
membros da comunidade
escolar;
promover o envolvimento de
todos os elementos da
comunidade educativa e local;
promover a capacidade de
interacção da comunidade com
atitudes solidárias.
Colaboradores do Projecto
Este Projecto nasceu devido à
situação muito precária de um aluno do
Curso Profissional de Informática.
Dada a sua dimensão social,
houve necessidade de integrar vários
professores e funcionários para cumprir
os objectivos propostos. Assim, os
intervenientes neste projecto são:
Coordenadora Professoras Funcionárias
Fernanda
António
Eugénia
Pestana
Célia
Gonçalves
Helena
Ferreira
Lurdes Dias
Luísa
Fachada
Margarida
Cachão
Teresa
Prelhaz
Acções desenvolvidas para angariação de
fundos
Para dar cumprimento ao
Projecto, os colaboradores encetaram
várias acções, nomeadamente:
reuniões de trabalho para
planificação das acções a
desenvolver:
- 30-09-2009
- 21-10-2009
- 28-10-2009
- 04-11-2009
- 02-12-2009
- 21-12-2009
sensibilização dos alunos através
dos Directores de Turma para a
problemática e importância da
sua colaboração com donativos;
sensibilização da comunidade
educativa, professores e
funcionários para a angariação
de donativos;
envio de correspondência a
várias entidades da comunidade
mafrense a solicitar apoio
monetário ou outros.
Estas acções tiveram como
suporte textos informativos que se
encontram em anexo, bem como a
informação sobre os donativos
recebidos.
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Actividades desenvolvidas
Tendo em conta os donativos recebidos,
foi possível realizar a seguinte
actividade:
entrega de cabazes de Natal a
seis famílias da comunidade
escolar no valor total de 261,30
€ (duzentos e sessenta e um
euros e trinta cêntimos).
Angariação de donativos
através de bens alimentares
e outros
Novembro e Dezembro de 2009
Data Nome
16 de Novembro –
2ª feira
Eugénia Pestana
19 de Novembro –
5ª feira
Fernanda António
23 de Novembro –
2º feira
Luísa Fachada
26 de Novembro –
5ª feira
Luísa Fachada
2 de Dezembro –
2ª feira
Margarida Cachão
3 de Dezembro –
5ª feira
Teresa Prelhaz
7 de Dezembro –
2ª feira
Ana Ribeiro
10 de Dezembro –
5ª feira
Teresa Oliveira
14 de Dezembro –
2ª feira
Helena Ferreira
17 de Dezembro – Ana Paula Luis
5ª feira
Data Nome Valor
Angariado
16 de
Novembro – 2ª
feira
Eugénia
Pestana
30 euros
19 de
Novembro – 5ª
feira
Fernanda
António
19 euros
23 de
Novembro – 2º
feira
Luísa
Fachada
12 euros
26 de
Novembro – 5ª
feira
Luísa
Fachada
12 euros
2 de Dezembro
– 2ª feira
Margarida
Cachão
10 euros
3 de Dezembro
– 5ª feira
Teresa
Prelhaz
10 euros
7 de Dezembro
– 2ª feira
Ana Ribeiro 12 euros
9 de Dezembro
– 4ª feira
Teresa
Oliveira
12 euros
14 de
Dezembro – 2ª
feira
Helena
Ferreira
11 euros
Total 128 euros
Data Nome Valor
Angariado
Dezembro Ana Gonçalves 10 euros
Dezembro Café Cerâmica 20 euros
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Dezembro Caixa de
Crédito
Agrícola de
Mafra1
500 euros
Dezembro Castelão 6 bolos reis
Dezembro Intermarché Desconto de
10% nas
compras
Angariação de donativos – 12ºanos
Turma Valor
Angariado
Euros
A 15,45
B -------
C -------
D 9,53
E 17,07
F -------
G 14,75
H 2,57
I 8,80
J -------
L -------
M 9,21
O3 -------
1 O dinheiro dado por esta entidade encontra-se
em poder da escola. Não foi utilizado para os
cabazes.
P3 -------
Q3 -------
Total 77,38 euros
Total de dinheiro angariado: 128 + 30 +
77,38 = 235,38 €
Valor das compras com 10% de desconto =
263,97 – 2,672= 261,30 €
Débito = 261,30 - 235,38 = 25,92 €
Alma sem título Por entre linhas escrevo o que me vai na
alma, é tanta coisa que nem sei por onde
começar, sei que quero gritar e a alguém
dizer que amo, mesmo que não conheça,
simplesmente dizer que a amo, pois
todos nós estamos de alguma forma
ligados uns aos outros.
Tantas vezes eu me questiono, como
podem as pessoas ser tão cruéis umas
com as outras, não pode ser apenas
deficiência de Cérbero, deficiências a
nível genético ou mesmo a tal teoria de
que as pessoas cruéis ou más são assim
devido aos factores que lhes são
exteriores, tal como o ambiente que que
estão inseridos.
Como, mas como se pode ser assim?
Ignorar o mal dos outros, quando nós
estamos mal, também gostaríamos de
ter apoio?
O que é que se pode fazer para chamar a
atenção das pessoas, chamá-las há
realidade e tentar mudar o mundo,
porque nada é impossível, recuso me a
acreditar nisso, que uma só pessoa não
pode mudar o mundo, vemos tantas
pessoas que sozinhas conseguiram
mudar o mundo, e sempre que o vejo
nunca é para bem, sempre para mal,
2 Valor acumulado no cartão intermarché
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
será que somos mesmo maus por
natureza? Será que não existe o triunfo
do bem sobre o mal?
As respostas são visíveis e cada vez
mais, parece que somos maus por
natureza, não consigo encontrar
nenhuma resposta ou explicação
racional para tudo isto que acontece.
Será que não é possível sermos todos
iguais e todos difrentes, já que os nossos
objectivos são os mesmos e fisicamente
somos iguais ?
O que muda são as personalidades, a
individualidade de cada um, mesmo que
hoje o que se veja são grupos “iguais”,
parece deixar de haver a tal
individualidade, mas não é sobre isto
que quero escrever, o que eu quero
escrever, e por a minha ideia em algum
sitio, é que todos nós temos o objectivo
de ser felizes, e temos o mesmo coração
que bate e bombeia o sangue no nosso
corpo de modo a podermos viver, acho
tão fascinante o modo de como fomos
criados, tão perfeitos, tão complexos…
Para muitos estes textos que escrevo,
podem parecer confusos , embora de
certo modo sejam pois têm tanto
sentimento por entre estas palavras,
quero dizer tanta coisa que não sei por
onde começar, por isso deixo fluir,
tentado criar a minha própria escrita,
sem base ou apoio noutros textos.
Porque é que já não existe respeito
hoje em dia uns pelos outros,
porque é que tem de haver este
desacordo entre as religiões, quando
Deus é um e um só, o mesmo para todas
elas , porque é que as pessoas são
ignorantes ao ponto de abrir os olhos, o
que se deve ter é fé e religiosidade, pois
isso leva a preconceitos, e males piores,
pois ninguém é perfeito, todos erramos,
por isso o que a religiosidade quer é que
se seja perfeito, mas isso não será
possível, enquanto pensarmos da
maneira que temos vindo a pensar, que
só nós sabemos, eu sei, eu eu e mais eu,
não se dão oportunidades, não se dão ao
respeito, na minha vida eu tento ser o
melhor possível, dando me ao respeito
para que me respeitem também,
defendendo as minhas convições duma
maneira racional e com educação sem
partir para “violência verbal”, tento ser
o máximo possível humilde e ao mesmo
tempo ter a noção daquilo que sou, pois
eu tenho tantas qualidades quanto
defeitos.
Digo isto porque o que para mim é bom,
para ti pode ser mau e o que pode para
mim ser mau para ti ser bom, por isso
digo que tenho tantas qualidades quanto
defeitos.
Por causa do desrespeito pelos outros
cada vez mais vemos guerras e mais
guerras, e quando falo de guerras não
são aquelas do género da primeira ou
segunda guerra mundial, falo das
guerras travadas nas vidas de todos nós,
por causa do não haver respeito
sentimo-nos feridos interiormente e
decidimos fazer o mesmo aos outros, e
então leva a uma bola de neve, criando
uma avalanche, por isso cada vez mais
vemos desgraça, é tão estranho eu estar
sempre a pensar negativo, sempre que
escrevo são só sentimentos negativos,
não sei porquê mas tudo o que vejo no
mundo entristece-me, fazendo-me ter
vontade de escrever sobre o que vejo, e
tentar de algum modo ir fazendo mudar
as pessoas.
Limito-me a observar as atitudes e
comportamentos que nós temos, mesmo
eu me ponho a estudo, e tantas vezes
vejo falsidade, mentira, rancor, raiva,
ira, descrença em si própria, “morte”
tudo o que é mau, mas, alegro-me
quando olho para a televisão e oiço não
sei quem salvou aquela pessoa, não sei
quem impediu que algo de mau
acontecesse, alegro-me tanto
Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
quando as televisões se
enchem de boas atitudes, de
atitudes de benovelência,
tolerância, por isso não acredito
totalmente na nossa “má natureza”,
parece que ainda vai havendo alguém
com o poder sufeciente de enfrentar o
mundo, mesmo que sozinhas, para mim
os heróis são aqueles que pensam tanto
em si como nos outros, mostra carácter,
mostra coragem, ousadia para ser
diferente…
Espero um dia poder vir a provar a mim
mesmo e ao mundo que também sou
assim ou posso vir a ser assim, espero
um dia ver o sol nascer, encher o peito
de ar, e gritar de alegria, espero um dia
estar ao entardecer na praia com a brisa
a dar me nos ombros ao lado de quem
amo, e apenas dizer lhe que a amo, sem
grandes conversas, espero um dia poder
voar pelo céu estrelado, espero um dia
nunca parar de sonhar, espero, espero,
ter, e nunca deixar de ter esperança,
pois a esperança é algo que nunca, mas
NUNCA pode ser tirando de nós, é a
única coisa que nos vai mantendo vivos,
a esperança é uma coisa boa, algo que
nos alimenta…
MIGUEL ÂNGELO CASTRO OLIVEIRA
08-02-2010
12ºM
O que é para mim
Deus? Deus, tal como em quase
tudo o que nos rodeia, por
enquanto é algo abstracto, nunca
saberemos a total verdade nem
nunca ficaremos totalmente
esclarecidos, e é por isso, que para
cada um de nós há um significado
diferente de tudo, e este assunto
não é excepção.
Quando há algo que não
está a bater certo, quando estamos
ou pensamos estar perdidos,
quando já ninguém parece estar do
nosso lado, existe uma força que
nos consegue levantar. Uma força
que muitos consideram o resultado
de ter fé e acreditar, e outros
consideram uma força de vontade
interior, mas tudo isto tem uma
origem.
Para mim, existe um só Deus,
mas que está repartido por cada um
de nós, isto é, existe uma parte de
Deus bem no nosso interior, no
interior do nosso coração e mente.
Este pouco de Deus está mais
presente do que pensamos, é o nosso
juiz de valores, é a nossa consciência,
é a nossa noção de bem e mal, certo
e errado, é o poço de onde retiramos
as nossas ideias e a árvore de onde
colhemos as nossas decisões. É a
terra onde caminhamos, o ar que
respiramos, a lata de tinta com que
pintamos o mundo, é a escola da
vida. É o nosso detector de erros, é o
nosso “anjo da guarda”, é o nosso
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porto seguro, quando sabemos que
não temos mais nada.
Micaela Ferreira Nº11, 12ºM
ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES
A Lista M venceu as eleições para a Associação de Estudantes. Programa eleitoral DIRECÇãO Presidente: Ricardo Batista Vice-presidente: Joana Martinho Braço direito: Pedro Barão e Carolina Vazquez Secretário: Tiago Robalo Tesoureira: Joana Pereira Directora Cultural: Carolina Ferreira Director Desportivo: Tiago Lourenço Directora Sócio-recreativo: Alexandra Borges Directora Acção Social: Rita Pereira Directora Comunicação e Multimédia: Mafalda Santos Director Baile de Gala e Viagem de Finalistas: Paulo Jorge DEPARTAMENTOS: Departamento Sócio-Cultural Coordenador: Nádia Lourenço Realização de: •Exposições o Pintura; o Desenho; o Trabalhos Manuais (Esculturas); o Fotografia; o Literatura; o Trabalhos Plásticos; • Semana das artes; • Criação do blog com os trabalhos dos alunos; Departamento Desportivo Coordenador: João Marques Realização de: • Um torneio de (Basquetebol, Voleibol, Futebol, Badmington) em parceria com as turmas na área de desporto;
• Um torneio de cartas; • Um torneio de Xadrez; • Um torneio de Matraquilhos; • Um torneio de Snooker; • Um torneio inter-turmas; Departamento Sócio-Recreativo Coordenador: Carolina Marcelino Realização de: • Festas de final de período; • Festas temáticas ao longo do ano; • Um baile de Máscaras;
• Uma festa de fecho da campanha; Departamento Acção Social Coordenador: Bárbara Gouveia Realização de: • Palestras; • Recolhas de bens de 1ª necessidade para causas humanitárias e sua distribuição pelos sem-abrigo; • Campanha de sensibilização ao abandono dos animais; • Sensibilização contra o racismo; • Campanha de sensibilização para os diferentes tipos de descriminação social;
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Comunicação e Multimédia Coordenador: Francisco Moreira Realização de: • Exposições sobre as tecnologias; • Elaboração do site da associação de estudantes; • Criação de um perfil nas redes sociais mais conhecidas; • Colaboração na campanha eleitoral; • Recuperação da rádio da escola; • Realização de uma LAN party. Baile de Gala e Viagem de Finalistas Coordenador: Pedro Machado Organização da: • Viagem de Finalistas: o Andorra; o Benalmadena; • Elaboração do Jantar e Baile de Gala; • Colaboração na semana de campanha. *Pedido de sugestões aos alunos através de inquéritos realizados em cada período.*
É BOM VIAJAR É bom viajar. Eu gosto e não me
importo que o destino seja o mesmo há
17 anos. Durante cerca de três horas
sinto-me como que abandonando
qualquer coisa. Deixo a minha vida para
trás e vou em busca de outra.
A ansiedade rouba-me o sono no
momento da partida, porque sei de
antemão o que me espera lá em cima.
Não estou no meu reino mas quase.
Durante o tempo que permaneço longe
da minha vida de todos os dias esqueço-
me dela, esqueço-me de a viver.
Esqueço-me das pessoas, esqueço-me
dos lugares e até me esqueço de
momentos, porque durante a minha
viagem tudo se dissipa e aí fico eu e
apenas eu.
A única lembrança que tenho
ocorre-me através de um sonho, o sonho
que é a minha luta na vida de todos os
dias e a mesma que é ganha enquanto
durmo na cama de alguém longe daqui.
E é longe que sou feliz, porque
não penso na vida. Sorriu para a vida
porque ela me sorri. E sonho porque
estou a dormir longe do inimigo.
E na manhã, em que a chuva
bate no parapeito da janela, acordo ao
ouvir o seu toque na portada semi-
serrada. Abro os olhos a custo, porque
não me apetece ir embora. Trocava tudo
na vida para agarrar a natureza que está
do lado de fora da janela, mas tão longe
da minha casa.
O momento da partida
aproxima-se com o progredir do tic-tac
do relógio, que marca o compasso da
vida acelerada de todos os dias deixada
para trás. Em breve terei de a agarrar de
novo.
São mais três horas de viagem
de regresso. Três horas que passam
mais devagar do que as três horas da
chegada. Distância separada pelo
tempo. Distância igual que demora mais
para baixo do que para cima. Para cima
somos levados pela alegria e pela
saudade, ouvem-se risos na viagem.
Para baixo somos levados pela tristeza e
pela monotonia da vida de todos os dias,
ouve-se o silêncio aterrorizante do vazio
que preenche a estrada atrás de nós.
O outro lado da estrada espera-
nos no próximo ano, para uma nova
viagem.
Janeiro de 2010
Joana Rodrigues,12ºI
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ÁREA DE PROJECTO
Idadismo – Portugal e
os idosos
Idadismo é como racismo ou
sexismo, mas desta vez o preconceito
está relacionado com a idade,
nomeadamente a idade avançada.
Infelizmente, Portugal integra-se nas
sociedades industrializadas que tendem
a desvalorizar as pessoas de idade
avançada (superior a 65 anos), onde o
seu estatuto social é inferior ao das de
meia-idade (entre os 35 e os 65 anos) e
ao das jovens (entre os 18 e os 35 anos).
Ainda assim, segundo estudos europeus,
não é o pior país nesta matéria.
Em Portugal, o modo como os
idosos são tratados reflecte uma
imagem negativa do envelhecimento.
Um exemplo disso é o pictograma dos
transportes públicos ou filas de espera: a
imagem de um indivíduo curvado com
uma bengala. O termo “velhos” é
negativo porque estão-lhe sempre
associados doença, incapacidade e
incompetência. É preferível utilizar
outros termos como “idosos” ou
“seniores”, uma vez que estes englobam
aspectos negativos, mas desta vez
também positivos, como sabedoria e
tranquilidade.
Então porque existe este estigma
em relação aos mais velhos? Os
especialistas salientam três factores
mais importantes: o primeiro é o facto
da maioria destas pessoas não estarem a
trabalhar activamente, o que numa
sociedade que tanto valoriza a
produtividade se traduz numa perda de
riqueza e poder. O segundo trata-se da
questão de serem um fardo para a
sociedade, tendo o estado de assegurar o
pagamento de reformas e cuidados de
saúde, entre outros. Finalmente o
terceiro: o envelhecimento dos outros
lembra-nos a inevitabilidade do que nos
espera. Todos temem perder a
vitalidade, beleza e saúde da juventude
e muitas vezes isso traduz-se na
negligência às pessoas idosas.
Outro problema dos idosos é que
estão mais vulneráveis a sofrer
comportamentos negativos. O
preconceito está associado a
discriminação, que pode assumir-se
mais explicitamente, originando
violência, ou mais subtilmente,
negligenciando (má alimentação, falta
de limpeza, perigosas condições de
habitação, etc.). Sabe-se até que 40 mil
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idosos que vivem em suas casas lidam
com dificuldades na sua alimentação.
Existem outros tipos de abuso, como o
financeiro, onde se utilizam dinheiro e
bens da pessoa sem o seu conhecimento
ou autorização, ou ainda o abandono de
idosos, por exemplo nos hospitais ou
em suas casas sem qualquer tipo de
apoio. Os seus “agressores” são
principalmente pessoas próximas, como
os cuidadores, companheiros ou filhos.
Contrariamente ao que se possa pensar,
nem sempre se age intencionalmente:
muitas vezes as pessoas que têm idosos
a seu cargo simplesmente não sabem
como devem agir. Como é óbvio, toda
esta violência deixa marcas nas pessoas
de idade, não só marcas corporais mas
também diminuição da dignidade e
auto-estima de cada um.
Sendo assim, o que nos torna
diferentes dos outros países?
Mundialmente, a China tem uma longa
tradição de honra e culto às pessoas
mais velhas, onde o respeito se mantém
como um valor essencial na família e,
em muitos casos, várias gerações vivem
juntas na mesma habitação, lideradas
pelo membro mais velho. Em Portugal,
estão neste momento a ser introduzidas
grandes mudanças relativas ao
acompanhamento individual de cada
utente, quer a nível psicológico quer a
nível da sua saúde física. O Instituto de
Segurança Social lançou guias de
qualidade para os serviços sociais
essenciais para a melhoria, ainda que
gradual (devido ao aperto financeiro),
da oferta social para as pessoas idosas
no nosso país. Para além disso, já é
visível a sua grande participação em
universidades seniores.
A psicóloga Síbila Marques,
investigadora na área da acção social,
elaborou uma tese que procura
compreender como a activação de
diferentes conteúdos de estereótipo
associado ao envelhecimento pode
influenciar as percepções e
comportamentos na saúde dos idosos.
Em termos gerais, o objectivo consistia
em colocar as pessoas idosas num
“cenário” fictício em que são activadas
imagens mais positivas ou mais
negativas do envelhecimento. Os
resultados da actividade foram muito
surpreendentes: quando se utilizava um
panfleto, para apresentar uma
instituição, com uma imagem “positiva”
das pessoas idosas, os inquiridos
apresentavam significativamente mais
bem-estar, menor percepção de risco de
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doença e ansiedade. Desta forma, é
legítimo concluir-se que a quantidade
de estímulos (essencialmente negativos)
a que estas pessoas estão sujeitas na
sociedade actual, podem afectar o seu
desempenho. É por isso que se
consideramos as pessoas idosas
incompetentes e doentes, elas irão,
provavelmente, tornar-se incompetentes
e doentes.
Quando pediu às pessoas idosas
que realizassem uma tarefa muito difícil
(contar para trás a partir de cem em três
minutos), a investigadora confessa ter
sido afectada por pensamentos
“idadistas”, uma vez que estava
convencida de que os inquiridos não
estavam aptos para a concretizar.
Resultado: dos sessenta que
participaram, não houve um que fosse
incapaz de realizar a tarefa.
O que é facto é que fazia falta
em Portugal um Instituto de Estudos
para o Envelhecimento (IEE), como o
que acabou e ser inaugurado, uma vez
que terá um papel importante ao nível
da caracterização da realidade dos
idosos em Portugal e na mudança das
atitudes idadistas prevalecentes na nossa
sociedade. Para além de isto, a
formação nas escolas poderá ser uma
forma adequada de intervenção precoce.
Sempre que pensamos nas
viagens que não fizemos, nos livros que
não lemos, nos momentos com os netos,
no descanso que não tivemos, ocorre-
nos que, reformados, haverá tempo para
tudo isso, mas a verdade é que o que
não faltam são idosos deprimidos,
desocupados e sozinhos. O nosso
modelo social não permite assegurar
uma qualidade de vida adequada aos
cidadãos nos seus últimos anos de vida.
Até porque mesmo que queiramos
regressar ao mercado de trabalho,
encontramos sempre as portas fechas.
Somos sempre considerados demasiado
“velhos” neste mercado capitalista e
idadista.
Fazendo agora uma associação
entre jovens e idosos, como podem e
devem eles assegurar a “dignidade” da
sua velhice? Planeamento e poupança
são fundamentais desde a infância.
Contudo, identificam-se razões para a
ausência de comportamentos de
poupança dos portugueses, como é o
caso da confiança no sistema de
segurança social público - não querem
sacrificar o bem-estar presente por um
destino que ainda vem longe, o que
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mostra que ainda não há uma
consciência clara do problema que se
nos avizinha. Se pensarmos num futuro
negativo, temos mais dificuldade em
poupar. Se o futuro se nos afigura
positivo, mais facilmente planeamos o
nosso envelhecimento.
Como se pode ver, muitos de
nós são idadistas. Mesmo sem querer, o
perconceito está intrínseco na nossa
sociedade, é inevitável. Por isso, cabem-
nos as tarefas de actuar e pensar que
esta parte de população merece o nosso
apoio e consideração. Já chega de fechar
os olhos!
Ana Catarina Serra, Anna Carolina
Luzia, Catarina Lima, Sara Malheiro
12ºE
Um livro sobre a máquina
do pensamento
No âmbito da disciplina de Área de
Projecto, o nosso grupo (“Os Quebra-
Cabeças”), do 12º Ano Turma D,
propôs-se elaborar um livro sobre o
cérebro humano, e a deixar na
biblioteca da escola, onde trataremos
vários aspectos sobre as características
do mesmo, nomeadamente o
funcionamento, as emoções, a
inteligência e a saúde. Muitos de vós já
tiveram um primeiro contacto com o
nosso projecto, através da resposta a um
inquérito que realizámos em algumas
turmas da escola mas, desta vez, vimos
mostrar-vos um dos assuntos que
aprendemos e que irão figurar no
projecto final.
“Neurónios espelho”
Alguma vez sentiram um impulso para
imitar ou copiar o que os outros fazem?
É natural, até porque existe uma
explicação neurológica para este tipo de
comportamento. Desde pequenos que
copiamos os movimentos daqueles que
nos rodeiam, gesto essencial para
apreender comportamentos e
competências sociais básicas e receber
conhecimentos e informações.
Toda esta tendência para imitar quem
nos rodeia tem origem numa região do
cérebro onde estão alojadas as
chamadas células “neurónios espelho”.
A descoberta desta área partiu de uma
experiência em macacos, onde se
verificou que uma região do cérebro era
activada sempre que havia movimento
gestual, quer fosse com a mão ou com a
boca. O mais curioso é que esta mesma
área se activava também quando o
animal via outro realizar esses mesmos
movimentos, ou seja, simulava esse
mesmo movimento como forma de a
interpretar.
Graças a estes “neurónios espelho”,
somos capazes de interpretar o que os
outros fazem. É esta também a
explicação para o facto de o riso e o
choro, entre outras emoções, serem
contagiantes. Ao vermos outra pessoa
expressar um sentimento, nós próprios
sentimos e identificamo-nos com esse
sentimento. Esta capacidade está
intimamente ligada ao surgimento da
linguagem. Ao sermos capazes de
interpretar os gestos dos outros, ter-se-á
criado um código gestual comum e, a
partir daí, terá surgido a linguagem.
Para além da linguagem, estes
neurónios terão sido extremamente
importantes no desenvolvimento das
capacidades artísticas no Homem,
apesar de o cérebro ter o actual tamanho
há 250.000 anos, a arte e a música
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apenas se desenvolveram há 40.000
anos, altura em que os “neurónios
espelho” terão começado a ser
activados.
No entanto, a sua função não se fica por
aqui. Quando vemos uma pessoa a fazer
algo, no nosso cérebro activam-se os
“neurónios espelho” e a actividade
passa a ganhar sentido para cada um de
nós, com excepção da não activação da
função motora. Esta descoberta revelou-
se muito importante, uma vez que fica
demonstrado o entendimento do nosso
cérebro relativamente à actividade dos
outros e ainda entende e prevê a acção
seguinte. Esta é a razão e a causa da
nossa inteligência, ao invés da
esperteza, uma vez que somos capazes
de prever o que vai acontecer
futuramente, baseado no presente.
“Os Quebra-Cabeças” - 12ºD: Gonçalo
Bonifácio, Vanessa Barros, Marjolene Serra,
Rita Valentim
Próteses – O
mecanismo do futuro?
Hoje, por condicionalismos de vária ordem, como acidentes, problemas de saúde, deficiências congénitas, entre outras, assistimos a casos de pessoas que desenvolvem o seu percurso e projecto de vida de uma forma muito natural, com o recurso a próteses. Estas podem ser da mais variada natureza e nós, geralmente, nem sempre estamos atentos nem nos apercebemos de tal facto, face à qualidade que este equipamento tem vindo a ser colocado à disponibilidade do ser humano.
Somos um grupo de alunos do 12º ano, turma D que está a desenvolver na disciplina de Área de Projecto o tema: “Próteses”. Iniciámos o nosso projecto com alguma pesquisa, visitámos a Escola Superior de Tecnologia e Saúde de Lisboa, munimo-nos de toda a informação específica e tivemos o apoio de especialistas na área. Pela pertinência desta temática, e uma vez que o futuro é uma incógnita para todos nós, pretendemos dar a conhecer à comunidade em geral, o que é possível fazer para o ser humano se tornar útil, se sentir bem consigo próprio, inserido numa sociedade que compreende perfeitamente a sua inclusão. Planificámos a criação de um blogue – “Próteses Escola Secundária José Saramago” http://protesesesjs.blogspot.com – onde vamos introduzindo toda a informação pertinente sobre esta temática e gostaríamos de vos convidar para visitarem o nosso blogue. Abordaremos os vários tipos de próteses e para apresentar o produto final do nosso projecto, realizaremos uma exposição no 3º período, com possíveis exemplares de maquetes de próteses. Pela pertinência do projecto, consideramos relevante dar a conhecer os valores e a atitude de cada um de nós para transformar esta sociedade num espaço de maior solidariedade e integração.
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“Os Pernas de Pau” do 12º Ano –D : David Mestre,
Guilherme Cerqueira, João Carrasqueira,
Tatiana Costa
Eficiência Energética –
Muda a tua atitude!
Actualmente, o planeta caminha a passos largos para a destruição, com a ocorrência de fenómenos atmosféricos extremos, como tempestades, secas e degelo. Estes fenómenos derivam do agravamento das alterações climáticas, que têm vindo a interferir com os ritmos naturais da Terra. Para tentar combater a gravidade destas situações, nasce a eficiência energética, que pode ser traduzida como o aproveitamento de energia de uma forma rentável, com o propósito de evitar perdas da mesma. A eficiência energética é uma das melhores formas de ajudar a reduzir as emissões de GEE (Gases com Efeito de Estufa), uma vez que usufrui o mais possível das fontes de energia renováveis, de uma forma inteligente. Ao pertencermos a um grupo de Área de Projecto cujo tema são as Alterações Climáticas e a Eficiência Energética (tendo por detrás um concurso a nível nacional que tem como objectivo principal sensibilizar a comunidade escolar para o tema, levando a cabo acções que permitirão uma maior racionalização do uso da energia eléctrica na escola), pensámos que seria correcto fazer uma breve avaliação
ao consumo energético da escola. Como tal, no passado mês de Janeiro, realizámos uma “saída de campo” (ainda na zona antiga, que incluiu os pavilhões A, C, D e F, os monoblocos e a “portaria”), na qual falámos com algumas funcionárias e observámos o estado em que se encontravam as instalações. Pudemos verificar que quanto à iluminação, as luzes exteriores encontravam----se desligadas das 8h às 17h (período de Inverno) e ligadas até às 24h, e que as luzes interiores, nos pavilhões A, C e D, estavam ligadas durante o dia, o que era completamente desnecessário já que havia iluminação natural suficiente; também as salas de aulas tinham as luzes ligadas, durante um dia de sol. O facto de a maioria dos estores se apresentarem danificados também faz com que seja necessária a luz artificial no decorrer do dia. Quanto às árvores de folha caduca, perto das janelas, aferimos que eram inexistentes, tal como o isolamento nessas mesmas janelas. A não existência de isolamento nas janelas, os estores são fechados para fornecerem uma certa protecção à comunidade escolar, nos dias mais frios, o que, mais uma vez, obriga a que a iluminação interior esteja ligada. Quando estamos em aula, numa das salas com computadores, apercebemo-nos que estes permanecem em modo stand-by, desperdiçando, desta guisa, energia, o mesmo sucedendo nos monoblocos, quando a maioria das salas de aulas tinham o ar condicionado em funcionamento, ao mesmo tempo em que as janelas estavam abertas. Quanto aos ecopontos, pudemos
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observar que só existiam na zona do bar e perto do portão antigo, sendo que estes últimos não eram praticamente utilizados devido à sua localização. Para terminar, averiguámos, ainda, que as torneiras das casas de banho estavam todas fechadas e que a televisão do pavilhão F se encontrava desligada - dois bons exemplos. É portanto, com base na recolha destes dados que iremos sugerir medidas e soluções que podem, e devem, ser tomadas no recinto escolar. Acerca da iluminação exterior, pensamos que não haja nada a referir, desde que os horários de Inverno e de Verão sejam tidos em conta. Já quanto à iluminação interior, é importante afirmar que ao existirem condições de luz naturais propícias e adequadas para iluminar o interior de um pavilhão, estas devem ser aproveitadas. De forma a conseguirmos aproveitar essa tal luz natural nas salas de aulas, os estores devem estar em condições e em funcionamento. Quanto ao aquecimento, as janelas devem estar isoladas, de modo a impedir que haja fuga de calor no Inverno e que entre no Verão. A calafetagem das janelas permitirá uma poupança de consumo de energia, na ordem dos 5 %. Não devemos, também, recorrer a aparelhos de climatização, como o ar condicionado, quando as portas e janelas se encontram abertas, já que estaríamos a desperdiçar a energia produzida pelo aparelho. É na parte do aquecimento que entram as árvores de folha caduca. A plantação de árvores deste tipo, perto de janelas, permitiria que no
Inverno, quando não têm folhas, a luz e o calor entrassem no edifício. Já no Verão, a sua folhagem impediria a entrada directa da luz, contribuindo para a manutenção de uma temperatura mais fresca no interior do mesmo. No que se refere às salas de aulas com computadores, deveriam ser utilizadas tomadas com várias entradas e que permitissem desligar a passagem da corrente, através de um pequeno interruptor. Ao interromper a passagem da corrente, haverá uma maior poupança de energia já que os aparelhos (neste caso, os computadores) deixam de estar em stand-by, ficando totalmente desligadas. Contudo, nem todo o nosso trabalho de investigação de dados foi negativa. Constatámos com prazer que as torneiras das casas de banho se encontravam fechadas, permitindo, assim, desperdício de água de forma desnecessária de um bem tão escasso e essencial. O mesmo sucedeu com o aparelho de televisão do pavilhão F que pudemos concluir ser uma boa prática, uma vez que este se encontrava desligado. Quanto aos ecopontos, há que mencionar que, embora a escola disponha de alguns, a sua localização não é a melhor. Face a exposto, sugerimos que, na actual sala de convívio do pavilhão B praticamente disponível, sejam colocados e sinalizados alguns ecopontos, seguindo o exemplo do ponto electrão. Estas são pequenas sugestões que poderão a tornar a nossa escola uma zona melhor e mais eficiente, a nível energético, já que ser eficiente significa gastar menos energia,
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nunca perdendo o conforto, condição essencial para que a comunidade escolar se sinta bem e integrada.
Joana Firmino Ribeiro, 12ºD
III Passeio Nocturno do
GJCheleiros
Terceiro passeio nocturno, e em
todos os anteriores existiram situações
de que jamais me esquecerei, este não
foi excepção.
Era 20h30 quando começamos
por nos reunir na sede do Grupo Jovens,
perto de 60 pessoas divididas por 11
grupos. O relógio deveria rondar as
21h30 quando o primeiro grupo saiu,
seguido dos outros grupos com minutos
de diferença para evitar colagens
iniciais. O meu grupo era o penúltimo,
ao sairmos tiraram a típica foto para
registo dos aventureiros, e sinceramente
não se pode chamar outro nome a quem
se mete em coisas destas.
Os primeiros metros estavam
perfeitos mas logo na primeira descida
errámos o caminho, virámos para a
esquerda em vez de virar para a direita
embora tenhamos chegado onde se
deveria passar.
Entramos para o “rio da Borrija”
(só tem água quando chove) e passamos
por uma passagem subterrânea que
existe por baixo das casas que dá
direcção ao rio, dando assim com o
primeiro ponto. Saímos do túnel e
fomos em direcção ao rio pela estrada,
entrámos num caminho de terra batida e
mais à frente estava o segundo ponto,
local em que ficamos a saber que dos
onze grupos apenas e só apenas quatro
tinham passado por ali (contando o
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grupo que saíra depois de nós) -
cambada de aldrabões a cortarem
caminho - subimos até às “Cardozas”
voltámos a olhar para o mapa e
encontrámos a palavra trilho, ou seja,
tínhamos de chegar a um local
designado por “Ribeira” através daí,
como vimos um trilho descemos o
monte e quando chegámos lá abaixo
qual não foi o nosso espanto, caminho
errado – volta para cima que faz bem
andar – novamente no caminho das
“Cardozas” desta acertámos com a
saída. Mais um pé dentro de
água…mais um monte para subir!
Agora o ponto a atingir era a aldeia das
Broas (uma aldeia pequena, desabitada,
situada no meio do mato a meio de uma
colina, existe também uma lenda/mito
sobre este local).
O pessoal já estava com os bafos
de fora, não tínhamos chegado a meio e
estávamos parcialmente mortos – o que
é sempre bom!
Seguindo o mapa virámos à
esquerda, onde encontraríamos um
trilho, expressão utilizada no mapa:
“não percas o trilho”, estávamos no
meio do mato, no meio do nada, com
ervas consideravelmente grandes e
tínhamos de andar a ver trilhos para
caracóis! Fomos parar nos moinhos da
Cabrela (aldeia no concelho de Sintra),
passámos campos, saltámos muros,
abrimos caminho pelas silvas, voltámos
a passar por campos, a saltar muros e a
desbravar mato! Passámos pelos
mesmos sítios e pelos outros grupos
umas dezenas de vezes! Conclusão
simples, fácil e rápida…PERDIDOS!
Depois disso cada grupo seguiu
um caminho. Apenas o primeiro, o meu
e várias pessoas de outros grupos
ficaram naquela área. Formou-se dois
grupos. Já não sabíamos a nossa
localização embora soubéssemos que
tínhamos de chegar pelo menos a meio
do monte que estava do outro lado do
vale, à nossa frente. Entretanto, alguém
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teve uma ideia “Vamos experimentar
descer a encosta”, tipo esperto sim
senhor não podia ter melhor ideia?! a
encosta era bastante íngreme mas como
já estávamos por tudo para pudermos
sair dali fomos em cima das costas da
proposta…sorte, sorte!
Seria assim tão óbvio?! Não
chegámos a lado nenhum e tivemos
obrigatoriamente de voltar para trás,
pois chegou a um ponto em que se
continuássemos a descer a parva e
estúpida pergunta “o que queres
fazer..morrer, morrer ou morrer?” iria
fazer sentido!
E lá andávamos nós, às voltas,
aos ziguezague, para a esquerda e para a
direita, até que surgiu novamente uma
ideia – bem melhor do que a outra sem
sombra de duvida, e que deveria ter sido
a primeira a surgir – “Vamos descer as
Broas!” sinceramente gostei desta!
Chegando relativamente ao fim da
descida das Broas demos com um
caminho que nos dava acesso onde
teríamos de ir. Quem quis desistir,
desistiu, quem quis continuar juntou-se
formando um grupo.
Saímos daquele monte e
subimos o outro, voltando de novo a
palavra “trilhos” (que raio de palavra,
por causa de trilhos, novo trilho, segue
o trilho, não percas o trilho, continua no
trilho, trilho…trilho…trilho…acabámos
perdidos) cheguei mesmo a dizer para
que quem organizou o passeio os fosse
fazer e os metesse no sítio certo.
Finalmente vimos o único posto
de abastecimento, a meio do percurso e
prestes a rifar quem fez o mapa,
comemos e bebemos (as nossas garrafas
de água estavam vazias à horas)
podíamos ali mas não era a mesma
coisa. Queríamos mostrar a todos que
apesar de termos andado perdidos íamos
chegar ao fim. Para cúmulo, faltava
ainda, meio para subir e o único
caminho possível era por um terreno
lavrado! Mesmo cansados continuámos!
À nossa frente havia mais dois
grupos, no topo cruzámos com um
grupo que se tinha enganado, unimo-nos
e fomos até à estrada principal, aí eles
desceram para Cheleiros enquanto nós
seguimos o mapa indo até Rebanque
(uma localidade).
O grupo restante, para além de
nós, também andara perdido e ao
aperceber-se mudaram de caminho para
a Rebanque, escondemo-nos para os
enganar mas não valeu de nada porque
nos viram! E ali nasceu o último grupo,
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constituído por doze pessoas. Seguimos
caminho mas não dando caminho
errado, quem mandou virar no sítio
antes?!... Mais uma encosta íngreme,
claro que depois do que passámos, mais
uma menos uma, a diferença era
nenhuma!
O resto do pessoal, já todo na
sede, gozava connosco pois eles
conseguiam ver-nos devido às luzes das
lanternas.
A maneira mais fácil para descer
sem cair de cabeça lá em baixo, era pôr-
nos de cócoras e ir descendo, coisa que
fiz mas deu para o torto…escorreguei e
vim por ali abaixo de rabo no chão,
cheguei viva! Atravessámos o rio e
partimos em direcção à sede do GJ.
Fomos os últimos a chegar mas
consideramo-nos como vencedores com
v grande! Andámos perdidos, ás voltas
com trilhos, “enrolados” nas silvas e
conseguimos fazer com que o percurso
fosse mais longo do que devia – que
piada!!! Aproximadamente, o passeio
tinha 13km, que segundo o organizador:
“faz-se bem em apenas 3h30minutos!”.
Enfim, com tudo isto andámos por volta
de 20km devido ás voltas
interminavelmente perdidas, desde que
saímos da sede até chegarmos foram
quase 5h!
Digam lá que não deveríamos
ganhar?!
Só rotos que ali estavam à espera
de nós! Cheguei toda feliz da vida,
quando parei tive uma bruta cäimbra na
perna, tinha dores, uns quantos
arranhões e uns picos espetados mas
além disso fiquei também com
memórias e recordações deste passeio
que jamais esquecerei.
Atribulado mas divertido e
parecendo que não, são coisas únicas,
espectaculares, começo a achar que
quando andamos perdidos tem muito
mais piada do que possamos imaginar.
Marisa Carrasqueira
12ºI
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NOVOS LIVROS
«Ciência é Cultura»
António Alberto Silva publica obra
onde junta a física à poesia e a
ciência ao quotidiano
“Escreva num processador de texto, navegue na Internet em consultas ou jogos de bolsa, brinque com jogos de consolas, vá leccionar aulas de cultura apoiado num quadro interactivo, nos intervalos fale ao telemóvel, apanhe um táxi e vá fazer um TAC ao hospital” é um dos parágrafos iniciais do «Ciência é Cultura − notas pendentes para a Filosofia de um professor pendente da Física», da autoria de António Alberto Silva que mais à frente afirma “Ah pois a técnica dá muito jeito”, para ilustrar a importância da ciência no nosso quotidiano. Este livro, que vai surpreendendo o leitor ao longo dos capítulos, não pretende apenas dizer que a ciência faz parte da cultura mas vai mais longe, afirmando desde a introdução que «Ciência é Cultura».
Como o próprio autor explica “pretende-se ir para além dos estereótipos da cigarra versus
formiga; de artistas criativos e livres versus cientistas produtores de salsichas de saber em programadas máquinas metodológicas”.
Beethoven , Lewis Carrol, Da Vinci, Newton, Einstein, Eco e Kundera juntam-se a António Alberto Silva para nos fazer crer na sua teoria inicial e no título desta obra.
O autor destas notas pendentes é na verdade mestrado em Física pela Universidade do Porto e doutorado em Didática pela Universidade de Aveiro. Desde 1976 que António Alberto Silva é docente do ensino superior e é autor de diversos livros a artigos, a nível nacional e internacional. No final, ainda somos surpreendidos por uma análise do livro de Hugo Monteiro, doutorado em Filosofia, que desconstrói e remete a atenção dos leitores para pormenores desta obra.
Teorias e quotidiano
António Alberto Silva, autor do livro
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O livro, que alterna entre metáforas, exemplos do dia-a-dia ou antigas teorias, consegue divertir ao mesmo tempo que nos obriga a pensar. «Ciência é Cultura» é sempre dirigido ao leitor e não se trata de um livro apenas para cientistas ou para intelectuais, mas sim para todos aqueles que se interessam pelo mundo que nos rodeia. Sob a chancela da Politema, Editorial do Politécnico do Porto, a obra, já disponível na biblioteca da Escola Superior de Educação, será lançada em breve para as livrarias.
NÂO É NOVO MAS VALE
A PENA LER OU RELER
Os filhos da Liberdade Autor: Marc Levy Dados biográficos do autor: Nascido a 16/10/1961 em Boulogne-Billancourt, Hauts-de-Seine (França). Fará este ano 50 anos de
existência. Nascido e criado em França, nunca abandou o país. Não obstante, criou uma empresa (1983) de gráficos de computador que englobaria o seu país natal e os EUA. Acabaria por sair da empresa em 1989, posto isto, não desistiu e acabaria por criar outra empresa, desta vez de design de interiores e construção com dois amigos, tornando-se esta uma das primeiras “firmas”/empresas neste ramo de actividade em França. Diz-se que a sua carreira começou quando escreveu um romance sobre o seu filho e o que ele poderia vir a ser um dia (If Only it Were True – 1999), resolvendo a sua irmã publicá-lo. Esse livro, foi de tal forma importante para a sua carreira, que viria a ser exibido nos grandes ecrãs por Steven Spielberg. Com tanto sucesso, desta forma, directa ou indirectamente, Marc Levy tornar-se-ia um dos autores Franceses mais lidos em todo o Mundo (Fonte: Ipsos/Livres Hebdo/Le Figaro) Este livro fala-nos sobre um grupo de meia dúzia de amigos, todos adolescentes, provenientes de França, Espanha, Itália e outros países da Europa, muito embora, o livro retrate principalmente um grupo de adolescentes que se tornaram amigos logo após se conhecerem. Curiosamente, conheceram-se com o mesmo espírito, isto é, já se conheciam, já se identificavam, já se amavam muito antes de se conhecerem fisicamente, pois, o acto de se conheceram
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fisicamente em nada pode ser equiparado ao espírito de revolta, justiça, indignação e angústia que todos nutriam para com a Alemanha de Hitler e para com Philipe Pétain. Embora não fossem apoiantes do General De Gaulle, lutavam todos por uma França livre e queriam terminar o que diziam ser um “governo fantoche” liderado por Pétain na sua França. Jeannot, que era Raymond, e seu irmão Claude, vêem-se “obrigados” a entrar para a Resistência, pois, sendo adolescentes judeus, a sua vida em França não tinha sido das melhores e, com a chegada de Pétain ao poder, seus pais acabariam por ser enviados para os campos de concentração nazis na Alemanha. Como tal, também eles se sentiram revoltados e “aptos” para lutar contra o futuro dos seus pais e dos milhares de outros por essa França fora. Ironicamente, a França havia sido divido em duas partes (norte e sul). A norte estava ocupada pelos Alemães e a Sul (parte livre) as condenações a comunistas e judeus, as leis contra liberdade de expressão, os condicionalismos por parte do poder à população acabariam por aumentar, acabando também a Milícia por patrulhar, constantemente, as ruas do Sul de França. Como referi anteriormente, Raymond e Claude acabariam por se juntar à Resistência, mais propriamente, à 35ªBrigada “sedeada” em Toulouse. Esta, e tantas outras, tinham por objectivo
principal combater nas ruas das cidades francesesas, lutar contra as Milícias, provocar pequenos motins, chamar a atenção da população (fugindo sempre às represálias das Milícias e mudando, constantemente, de identificação), recuperar mercadoria, passar mensagens e, se fosse esse o caso, matar um qualquer Miliciano ou um Chefe de Governo (incluindo os diferentes Ministros e os Comandantes das Milícias). Como se pode constatar ao longo do livro, esta adolescência não é,por um lado, desejável a ninguém porque todos estes jovens acabaram privados de um dos períodos mais importantes das suas vidas, a adolescência. Por outro lado, e apesar de estarem longe das famílias, longe de quem os amava, dão a entender que a sensação de luta por algo que consideramos ser benéfico para a sociedade, a constante roda vida a que estes jovens foram sujeitos, parece dar ao leitor uma sensação de invenja, pois, as emoções seriam, certamente, as sensações mais distintas e mais brilhantes da história de cada um. Nas diferentes brigadas, existiam “camaradas” franceses, polacos, húngaros, polacos, italianos, espanhóis, ou seja, apesar de Pétain e outros (nomeadamente chefes da Milícia) os considerarem apátridas, o sentimento de Francês para com os outros existia e todos confiavam nesse mesmo sentimento. Não havia discussões por serem ou não imigrantes, por serem ou não judeus, por serem pretos, brancos,
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amarelos ou por deixarem de o ser, pois, nesse momento, nada disso importava. O que importava era o futuro do país, e era para isso que todos “trabalhavam”. “Trabalhavam” em prol do país. Outro dos sentimentos presentes no livro, é o desejo de amar. Com a confiança, e por se tratarem de adolescentes, os rapazes e raparigas que entravam nas diferentes brigadas acabariam muitos por se apaixonar, mas, por estarem dentro das diferentes Brigadas, não se poderiam apaixonar, e todos os sentimentos em redor do amor eram imediatamente “eliminados” pelo chefe da Brigada, que acabaria por os trocar de lugar ou até de cidade. Qualquer pormenor poderia comprometer o secretismo das Brigadas e da Resistência, portanto, nada poderia correr mal e todos esses “erros” teriam, necessariamente, de ser eliminados. Uma das figuras referidas, constantemente, ao longo da obra é o nome de Marcel Langer. Um jovem comunista polaco, cuja família ver-se-ia obrigada a emigrar para a Palestina por causa dos constantes ataques à integridade pessoal das políticas e dos actos anti-semitas, que acabaria por morrer na prisão de Saint-Michell (Toulousse). Todos os elementos da 35ªBrigada o admiravam devido à sua coragem e, por não ser Francês, representava o espírito de união entre os diferentes povos. Esta herança, transmitida de pai para filho (a história é contada com leveza mas com muita emoção, pois,
o pai do romancista, não conseguira até à data contar-lhe o que se passara em França durante a ocupação Nazi e durante o período da II Guerra Mundial) é-nos contada sobre um país que, também ele, foi vítima de um dos ataques mais violentos (a todos os níveis) ao povo. O livro tenta, também, descrever as condições desumanas das prisões que eram “atribuídas” aos Resistentes, aos Judeus, aos estrangeiros e a tantos outros, as condições desumanas existentes nos combois que transportavam as pessoas para os campos de concentração na Alemanha e o sofrimento diário e sentido em todo o cidadão comum no mais ínfimo pormenor do quotidiano, aquando da liberdade de expressão e de opinião. Esta é, não só uma história verídica, como é também uma história de milhares de Resistentes que ainda hoje lutam por esse Mundo fora. É, portanto, uma história de liberdade, uma história de mais uns “filhos da liberdade”.
Ricardo Farinha, 12ºI
Ficha técnica: Colaboraram nesta edição: Prof.ª Lurdes Fonseca, Beatriz Esteves, Joana
Ribeiro, Marisa Carrasqueira, Joana
Rodrigues, Rita Antunes, Leonor Neto, Diana
Branco, Neuza Amaral, Fernanda António,
Miguel Angelo Oliveira, Micaela Ferreira,
Bárbara Lourenço, Ana Catarina Serra, Anna
Carolina Luzia, Catarina Lima, Sara Malheiro,
Gonçalo Bonifácio, Vanessa Barros,
Marjolene Serra, Rita Valentim, David
Mestre, Guilherme Cerqueira, João
Carrasqueira, Tatiana Costa, Ricardo Farinha.
Coordenação: Luísa Lopes