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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
CURSO DE TURISMO BACHARELADO
Edna Neylma da Silva Araújo
ATUAÇÃO DO SEBRAE NO TURISMO: UM ESTUDO SOBRE
PROJETOS TURÍSTICOS NO POLO SERIDÓ
CURRAIS NOVOS-RN
2016
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Edna Neylma da Silva Araújo
ATUAÇÃO DO SEBRAE NO TURISMO: UM ESTUDO SOBRE PROJETOS
TURÍSTICOS NO POLO SERIDÒ
Trabalho de Conclusão de Curso,
apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, campus Currais
Novos, para obtenção do grau de bacharel
em turismo.
Orientador: Prof. Rodrigo Cardoso da Silva
CURRAIS NOVOS-RN
2016
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior
do Seridó - CERES Currais Novos
Araújo, Edna Neylma da Silva.
Atuação do SEBRAE no turismo: um estudo sobre os projetos
turísticos no Polo Seridó / Edna Neylma da Silva Araújo. -
Currais Novos, 2016.
61f.: il. color.
Orientador: Prof. Me. Rodrigo Cardoso da Silva.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino
Superior do Seridó. Departamento de Ciências Sociais e Humanas.
Curso de Turismo.
1. Turismo - Monografia. 2. Projetos turísticos - Polo Seridó
- Monografia. 3. SEBRAE - Projetos turísticos - Monografia. I.
Silva, Rodrigo Cardoso da. II. Título.
RN/UF/BSCN CDU 338.48
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ATUAÇÃO DO SEBRAE NO TURISMO: UM ESTUDO SOBRE PROJETOS
TURÍSTICOS NO POLO SERIDÓ
O trabalho apresentado foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de bacharel em
turismo, no curso de graduação em turismo bacharelado da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte-UFRN.
Currais Novos-RN, 23, Novembro, 2016.
______________________________
Prof. Carolina Todesco Coordenador do Curso de Turismo
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Rodrigo Cardo da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Orientador
___________________________________________________
Prof. Marcelo da Silva Taveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Examinador
___________________________________________________
Prof. Carolina Todesco
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Examinador
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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo total
responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN, à Coordenação do Curso, a Banca Examinadora e o Orientador
de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte ideológico empregado ao mesmo.
Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a
propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena – detenção,
de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º, consignam,
respectivamente:
§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte, sem
autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a
4 (quatro) anos, e multa, (...).
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga,
introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro,
original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação de direito
autoral.
Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente que
poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja comprovado
plágio integral ou parcial do trabalho,
Currais Novos-RN, ___ de ____________ de ____.
________________________________
Edna Neylma da Silva Araújo
5
A minha família: Edilma (mãe), Neilton (pai),
Helder (irmão) e Michell (namorado).
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pelas oportunidades colocadas no meu
caminho, por me dar ânimo quando pensei que tudo ia dar errado, por colocar paz e
tranquilidade no meu coração fazendo com que eu toma-se as melhores decisões
nesses quatro anos de curso.
Aos meus países, Francisca Edilma e Neilton Alves e meu irmão Helder, que
sempre me deram muito amor e apoio pra enfrentar as dificuldades que aparecem
durante nossa vida, e que me ensinaram a nunca desistir perante as dificuldades.
Ao meu namorado Jackson Michell, por nunca me deixar desistir e sempre me
dar apoio e compreensão suportando todo meu estresse e ansiedade,
continuamente oferecendo palavras de incentivo, amor e carinho.
Á minha família, pelo apoio, amizade e compreensão das minhas ausências
do convívio.
Á todos meus amigos, em especial á Aline Marinho, Isabela Morais, Manuela
Marília, Lucrécia Fernandes, Lidiane Santos, Marinelma Feitoza, Ludimila Lopes e
principalmente Wilma de Souza que esteve comigo até o fim do curso e me ajudou
durante momentos de dificuldade.
Á Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por meio de todos os
professores que contribuíram para minha formação acadêmica, ampliando meus
conhecimentos e auxiliando nos momentos necessários.
Ao meu orientador, Rodrigo Cardoso, pela competência, profissionalismo,
paciência, dedicação e por compartilhar seus conhecimentos.
Ao SEBRAE que contribuiu com toda material necessário para realização
desse trabalho.
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A persistência é o caminho do êxito.
(Charles Chaplin)
http://pensador.uol.com.br/autor/charles_chaplin/
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RESUMO
O turismo é uma atividade que movimenta a economia, impulsionando o desenvolvimento local e permitindo a geração de emprego e renda. Diante disso, o presente trabalho tem como foco discorrer sobre o desenvolvimento do turismo e o SEBRAE: um estudo sobre a implementação de projetos turísticos no Polo Seridó. O qual tem como objetivo central: Avaliar como os projetos do SEBRAE contribuem para desenvolvimento do turismo no Polo Seridó, tendo como objetivos específicos: levantar os projetos de desenvolvimento do turismo no Seridó feitos pelo SEBRAE; avaliar como está sendo implementado os projetos; sugerir melhoria de desenvolvimento do turismo no Seridó com base nos projetos do SEBRAE. Quanto à metodologia usada nesse estudo, a pesquisa é de natureza básica com abordagens qualitativa, exploratório e documental. Utilizando procedimentos técnicos foi usada a técnica bibliográfica e documental. A analise dos dados foi pautada nos registros e documentos, os resultados permitem conhecer a realidade dos projetos turísticos realizados no Polo Seridó pelo SEBRAE.
Palavras-Chave: Turismo; SEBRAE; Polo Seridó; Projetos Turísticos.
.
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ABSTRACT
Tourism is an activity that drives the economy, boosting local development and allowing the generation of jobs and income. In view of this, the present work focuses on the development of tourism and SEBRAE: a study on the implementation of tourism projects in Polo Seridó. Its main objective is to evaluate how the SEBRAE projects contribute to the development of tourism in Polo Seridó, with the following specific objectives: to raise SEBRAE's tourism development projects in Seridó; Evaluate how the projects are being implemented; Suggest improvement of tourism development in Seridó based on SEBRAE projects. As for the methodology used in this study, the research is of a basic nature with qualitative, exploratory and documentary approaches. Using technical procedures, the bibliographical and documentary technique was used. The analysis of the data was based on the records and documents, the results allow to know the reality of the tourism projects carried out at Polo Seridó by SEBRAE.
Keywords: Tourism; SEBRAE; Polo Seridó; Tourism Projects.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1: Instituições que fazem parte do Sistema S 19
Quadro 2: Desafios encontrados pelas MPE´s que trabalham com turismo 23
Quadro 3: Modelo de gestão do PRT. 30
Quadro 4: Módulos operacionais do PRT. 31
Quadro 5: Polo Seridó: Indicadores Populacionais. 34
Quadro 6: Numero de Atrativos turísticos por segmentos do Polo Seridó 37
Quadro 7: Cursos de capacitação realizados pelo o SEBRAE e SENAC. 40
Quadro 8: 23 roteiros que compõe o projeto Talentos do Brasil Rural 47
Quadro 9: Empreendimentos de agricultura familiar. 48
Quadro 10: Ações a serem executadas pelo Cama, Café e Rede. 51
Figura 1: Macro programas do Plano Nacional de Turismo (2007-2010). 29
Figura 2: Municípios do Roteiro Seridó. 43
Mapa 1: Regiões turísticas do RN (2005-2015). 33
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABDE: Associação Brasileira de Instituição Financeira de Desenvolvimento
BID: Banco Interamericano do Desenvolvimento
BNDE: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
BNB: Banco do Nordeste do Brasil
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CEBRAE: Centro Brasileiro de Apoio ás Pequenas e Médias Empresas
CDN: Conselho Deliberativo Nacional
CNA: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
CNI: Confederação Nacional da Indústria
CNC: Confederação Nacional do Comércio
EMBRATUR: Instituto Brasileiro de Turismo
FINEP: Financiadora de Estudos e Projetos
FIPEME: Programa de Financiamento á Pequena e Média Empresa
GEAMPE: Grupo Executivo de Assistência á Média e Pequena Empresa
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MIC: Ministério da Indústria e Comércio
MPE: Micro e Pequenas Empresas
MTUR: Ministério do Turismo
PRONAGRO: Programa Nacional de Apoio á Empresa Rural
PDITS: Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – Polo Seridó
PRODETUR: O Programa de Desenvolvimento do Turismo
PRODETUR-RN: O Programa de Desenvolvimento do Turismo – Rio Grande do
Norte
PROPEC: Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Pecuária
PNMT: Programa Nacional de Municipalização do Turismo
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PNT: Plano Nacional de Turismo
PRT: Programa de Regionalização do Turismo
RMN: Região Metropolitana de Natal
RN: Rio Grande do Norte
SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas
SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAR: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESC: Serviço Social do Comércio
SESI: Serviço Social da Indústria
SESCOOP: Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
SEST: Serviço Social do Transporte
SETUR/RN: Secretaria do Estado doTurismo do Rio Grande do Norte
SUDENE: Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 13
2 A HISTÓRIA DO SEBRAE ........................................................................................................ 18
2.1 O PAPEL DO SEBRAE NO TURISMO ........................................................................... 21
3 POLITICAS PÚBLICAS DE TURISMO ................................................................................... 26
4 POLOS TURÍSTICOS DO RN E O POLO SERIDÓ ............................................................. 32
5 OS PROJETOS DO SEBRAE NO POLO SERIDÓ .............................................................. 39
5.1 ROTEIRO SERIDÓ ............................................................................................................. 42
5.2 TALENTOS DO BRASIL RURAL ......................................................................................... 46
5.3 CAMA, CAFÉ E REDE ............................................................................................................ 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 57
APÊNDICE .......................................................................................................................................... 60
13
1 INTRODUÇÃO
O turismo cada vez mais, vem assumindo um papel importante na
economia, por ser uma atividade que se desenvolve em todo o mundo. Um dos
fatores que ajudaram na evolução do setor foi à globalização que foi um processo de
expansão capitalista, isso possibilitou aos países uma maior interação não só
econômica, mas também social, cultural e política. O turismo se beneficiou com esse
processo que aconteceu em todo o mundo e afetou diretamente as atividades
voltadas ao setor, por isso, a globalização possibilitou um enriquecimento maior do
setor como ainda aumentou a competitividade da área, esse efeito foi observado
com maior ênfase no exterior. No Brasil o setor turístico teve que aprimorar
estratégias e começar a utilizar técnicas mais elaboradas e avançadas.
Para Trigo (2005) “quanto mais competitivo, volátil e globalizado o
mercado, maior a necessidade de planejar estrategicamente os negócios e praticar o
marketing de forma ética, equilibrada e com base no princípio de inovação.”
O turismo está sempre inovando, com isso os empreendedores desse
setor devem sempre estar atualizados, para que se possam planejar e gerenciar
meios estratégicos no desenvolvimento de qualquer atividade turística.
O setor turístico desenvolve-se e acompanha a transformação do mundo,
ele se tornou uma atividade muito respeitada na sociedade, pois com o mundo
globalizado as pessoas têm suas vidas corridas e procuram uma forma de
entretenimento como válvula de escape para viverem experiências diferentes do seu
cotidiano, fazendo com que se sintam motivadas, realizadas, relaxadas e satisfeitas.
O desenvolvimento de uma atividade turística em uma localidade se torna
uma ação muito complexa, pois, para que ela possa ser realizada é necessário que
seja feito um planejamento adequado, para que os serviços prestados por esse setor
obtenham melhores resultados para os turistas e também para sociedade.
O Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
é um serviço social autônomo, sem fins lucrativos, instituído por escritura publica,
sob a forma de entidade associativa de direito privado. Suas ações são em conjunto
com iniciativas públicas e privadas, possibilitando uma ampliação no aumento das
oportunidades econômicas das micro e pequenas empresas.
14
Seus projetos têm como norte a consolidação de um modelo de
desenvolvimento nacional baseado na facilitação do acesso a
insumos produtivos, entre os quais conhecimento, crédito, tecnologia
e capacitação, em favor de micro e pequenos negócios e
empreendimentos emergentes. (SEBRAE, 2014).
Portanto, o SEBRAE está sempre buscando forma de trazer
desenvolvimento para as localidades e promover o aumento de oportunidades, com
isso, trabalhar com as micros e pequenas empresas, tanto na sua ampliação,
desenvolvimento econômico e capacitação profissional.
O Seridó norte-rio-grandense, segundo o Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Seridó PDSS (2000), é composto pelos municípios: Acari, Caíco,
Currais Novos, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Parelhas, São João do
Sabugi, Serra Negra, Cruzeta, Carnaúbas dos Dantas, Ouro Branco, São Vicente,
Florânia, Ipueira, Jucurutu, Lagoa Nova, Santana do Seridó, São Fernando, São
José do Seridó e Timbaúba dos Batistas. Como a região tem um potencial turístico
que aos poucos vem sendo explorado, é uma terra repleta de patrimônios naturais,
culturais, gastronômicos e com peculiaridades.
Possui um clima semiárido e tem como bioma a caatinga, encontrada
apenas no Nordeste brasileiro, condições naturais bastante homogêneas, uma
região que apresenta uma média de pluviométrica de 500 mm/ano, com clima
quente e seco. Visionando essas potencialidades o SEBRAE promoveu projeto para
valorizar os elementos intrínsecos da região.
O SEBRAE um instituto que trabalha com as MPE’s, vendo que o turismo
é um setor com potencial de desenvolvimento no Seridó, busca idealizar e apoiar
projetos e ações que visam melhorar o aumento da atividade turística. E através
disso, os pequenos negócios posam atuar de maneira produtiva gerando um
desenvolvimento social, cultural, econômico na região.
Essa entidade tem projetos que estão ligadas a expansão turística e
tendem a melhorar a economia local, tais como os que serão apresentados neste
trabalho como: Roteiro Seridó são roteiros que buscam promover uma
regionalização e uma relação do homem com a natureza fazendo com que gere uma
maior sustentabilidade ambiental, econômica, cultural social e política; Talentos do
Brasil Rural aborda atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, com intuito de
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promover a agricultura familiar e colocar os serviços dos agricultores do setor
turístico e Cama, Café e Rede é um modelo de hospedagem que buscar receber os
turistas em casa residencial, assim torna possível o maior contato da população com
o turismo, bem como minimizar o déficit de meios de hospedagem.
Com base nessas informações, tem-se como questionamentos do estudo:
Qual a relevância do SEBRAE nos últimos 10 anos no desenvolvimento do turismo
na região do Seridó? Quais os principais projetos implementados na região que
beneficiaram o turismo? Quantas empresas ou pessoas foram capacitadas?
Desta forma, este trabalho tem como objetivo geral: avaliar como os
projetos do SEBRAE contribuem para desenvolvimento do turismo no Polo Seridó; e
específicos levantar os projetos feitos pelo SEBRAE que contribuem para
desenvolvimento do turismo no Polo Seridó; apresentar as principais ações
derivadas dos projetos, descrevendo de forma clara e objetivas as contribuições da
instituição; levantar as oficinas, cursos e capacitações feitas pela instituição no setor
de turismo.
A metodologia usada nesse estudo tem um caráter de pesquisa
bibliográfica, pois, tem como finalidade gerar conhecimentos para o aproveitamento
de materiais e apontar soluções de problemas característicos. A pesquisa é de
natureza básica, com abordagem tanto qualitativa buscando considera que há uma
semelhança dinâmica entre o mundo real e o sujeito, com isso sendo descritivo com
alvo, considerar as informações indutivamente.
Gil (1996) defende que a pesquisa qualitativa possui um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados
são fatores básicos no processo de pesquisa qualitativa, que não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas.
Quanto de natureza exploratório que, Cervo (2007), afirma que os
estudos exploratórios têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter uma
nova percepção dele e descobrir novas ideias. Realiza descrições precisas da
situação e quer descobrir relações existentes entre seus elementos componentes.
Requer planejamento flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos
aspectos e de um problema ou de uma situação. Recomendada quando há pouco
conhecimento sobre o trabalho estudado.
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Também foi usada a técnica bibliográfica que é eficaz para que a
pesquisa consiga alcançar um conhecimento através informações procedentes de
matérias que já forram publicadas. E documental que é elaborada através de
materiais que ainda não receberam tratamento analítico Gil (2009). Sendo assim, é
importante ressaltar que a escolha do tema se deu através do potencial turístico do
polo Seridó, buscando analisar os projetos desenvolvidos pelo SEBRAE a região. O
qual busca identifica esses projetos e como se deu o desenvolvimento deles quais
benefícios eles apresentaram para região.
Projeta-se como um valor pessoal colocar em prática todos os
conhecimentos adquiridos durante o curso e que este trabalho possa ser avaliado.
Sob a ótica acadêmico-científica tem uma temática muito importante devido os
projetos turísticos serem assuntos de suma importância pra o desenvolvimento do
setor nas regiões, e trará contribuições para estudos na área de planejamento
turístico, utilizando os projetos do SEBRAE/RN. Proporcionando para que seus
residentes possam analisar os benefícios para localidade que vislumbra o turismo
como uma oportunidade de emprego e renda.
A iniciativa deste trabalho se deu pela da carência de estudos que
abordam os projetos que foram implementados no polo Seridó, por meio do
SEBRAE, que é uma entidade que promove vários projetos no setor turístico.
Esse trabalho está dividido em cinco capítulos que abordaram o tema
exposto. O primeiro capítulo aborda os percursos históricos da entidade, sua criação
como CEBRAE no ano de 1972 (Centro Brasileiro de Apoio ás Pequenas e Médias
Empresas) até sua formação atual SEBRAE (Serviço de Apoio ás Micro e Pequenas
Empresas) que auxilia a micros e pequenas empresas no seu desenvolvimento
empresarial, fazendo que seus serviços sejam prestado com excelência, abordando
também a ligação do SEBRAE e o setor turístico.
No segundo capítulo da enfatizamos as políticas públicas do turismo
como se deu seu desenvolvimento na região do Rio Grande do Norte, os programas
e projetos que influenciaram no aumento da atividade turística dessa região, dando
ênfase no Plano Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), Plano Nacional
de Turismo (PNT) e o Programa de Regionalização do Turismo (PRT).
No capítulo terceiro discorremos os polos de turísticos do RN
contextualizando-os e dando um maior enfoque no Polo Seridó. No quarto capítulo
reflete sobre os projetos implementados pelo SEBRAE no polo Seridó, como eles
17
foram idealizados e que trouceram de benefícios para o desenvolvimento da
atividade turística e para a sociedade local. No quinto capítulo são exposto os
resultados da pesquisa com uma análise sobre a atuação dos projetos do SEBRAE
realizados no Polo Seridó.
18
2 A HISTÓRIA DO SEBRAE
A procedência do SEBRAE tem início muito antes do nascimento dessa
instituição que conhecemos hoje, a história dela está ligada diretamente com a
preocupação de apoiar as empresas de pequeno porte, devido a sua capacidade de
gerar emprego e renda para a população.
A partir do ano de 1960, iniciam um esforço articulado voltado para o
segmento de pequenas empresas com a criação do Grupo Executivo de Assistência
a Média e Pequena Empresa – Geampe, que tinham como objetivo melhorar a
produtividade e fortalecer a estrutura econômica e financeira das empresas
indústrias.
Segundo Baião (2003), Em 1964, o então Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE), hoje BNDES, cria o Programa de
Financiamento á Pequena e Média Empresa (FIPEME), que começou a operar em
1965. O FIPEME oferecia aos empresários de pequenos e médios
empreendimentos, assistência em aspecto financeiro e administrativo, para melhorar
o desenvolvimento dos seus negócios.
Em 1972, foi identificado problemas na gestão das pequenas e médias
empresas, com isso, foi criado um sistema de apoio gerenciado á este tipo de
negócio que tinha como foco auxiliar os empreendimentos, visto que, uma pesquisa
realizada mostrou que essas empresas estavam com dificuldades econômicas e
financeiras, que só aumentavam por causa da má administração.
Com isso, por uma ação do BNDE e Ministério do Planejamento, foi
criado o CEBRAE (Centro Brasileiro de Apoio ás Pequenas e Médias Empresas),
fundado no Brasil em 1972, constituía em uma estrutura da administração pública.
Foi a primeira entidade governamental de apoio ás pequenas e médias empresas,
com objetivo de orientação ao crédito. O CEBRAE assumiu a forma de uma
sociedade civil, sem fins lucrativos, operando a fundo perdido e teve seu conselho
deliberativo formado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), pela
Associação Brasileira dos Bancos de Desenvolvimento (ABDE) e pelo próprio
(BNDE).
O Estatuto do CEBRAE estabelecia como finalidades do órgão:
A assistência às pequenas e médias empresas, em aspectos tecnológicos, econômicos, financeiros e administrativos, em
19
treinamento de dirigentes e pessoal técnico-administrativo e na realização de pesquisas, bem como a implantação de um sistema brasileiro de assistência à pequena e média empresa. (BAIÃO, 2003, p. 2).
Portanto, para a entidade era relevante disponibilizar, ás pequenas e
médias empresas, assistência que protegesse as mesmas, a progredir com os
avanços tecnológicos, econômicos, financeiros e administrativos.
Nesse período a instituição passou por uma etapa de concretização do
sistema, deu início ao processo de criação dos programas específicos para obter o
desenvolvimento das pequenas e médias empresas.
A partir do ano de 1979 começa uma fase importante, pois, foi quando
surgiram programas voltados para cada setor, como o Programa Nacional de Apoio
á Empresa Rural (Pronagro) e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da
Pecuária (Propec), esses programas favoreciam ao empresariado, trazendo mais
conhecimento sobre diferentes áreas.
Nos anos de 1982, o CEBRAE passa a operar com a política da micro,
pequenas e médias empresas, além disso nessa mesma época teve o surgimento
de programas de desenvolvimento regional.
Em 9 de outubro de 1990, não mais vinculada á administração pública
transformado em um serviço social autônomo, passando a fazer parte do chamado
“Sistema S” que prepara as pessoas para entrarem no mercado de trabalho,
apoiando as empresas com soluções tecnológicas e estimulando o
empreendedorismo, junto com outras entidades que fazem parte desse sistema. O
quadro 1 mostra as instituições que fazem parte desse sistema S e as áreas que
atuam.
Quadro 1. Instituições que fazem parte do Sistema S
INSTITUIÇÃO ATUAÇÃO
Serviço Social do Comércio (SESC) COMÉRCIO
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)
COMÉRCIO
Serviço Social da Indústria (SESI) INDÚTRIA
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
INDÚTRIA
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)
AGRICULTURA
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP)
COOPERATIVISMO
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Serviço Social do Transporte (SEST) TRASPORTE
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT)
TRASPORTE
Serviço de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
EMPREENDEDORISMO
Fonte: adaptado de SEBRAE, 2014.
Essas instituições do quadro 01 estão espalhadas por todo o país e estão
sempre em busca de inovar e melhorar a qualidade dos serviços prestados, e
também visam à responsabilidade social e ambiental.
Quando passou para a designação SEBRAE (Serviço de Apoio ás Micro e
Pequenas Empresas) pelo Decreto n° 99.570, que complementa a Lei n° 8029, de
12 de abril. Com unidades operacionais estaduais que são dotadas de
personalidade jurídica própria sempre obedecendo à mesma composição
organizacional de SEBRAE Nacional.
O Decreto n°. 99.370 de 09 de outubro de 1990 determina a forma de
custeio e a composição do Conselho Deliberativo e Diretorias do SEBRAE. Os
recursos do SEBRAE advêm de uma alíquota de 0,3% sobre o total das
remunerações pagas pelas empresas contribuintes como SESI, SENAI, SESC e
SENAC aos seus funcionários. Ao que se refere á distribuição dos recursos, fica
estipulado que: 45% se destinam ao custeio de despesas dos estados e DF, sendo
metade proporcional ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação (ICMS) e o restante proporcional ao numero de habitantes; 45¨%
se destinam ás políticas e diretrizes do Conselho Deliberativo; 5% ás despesas de
custeio do SEBRAE Nacional, e 5% ás despesas de custeio dos SEBRAEs
estaduais. Esses recursos são essenciais para o desenvolvimento das atividades e
ações promovidas pela entidade. Pela Medida Provisória n° 241 de 09 de outubro de
1990 ficou instituído um recurso exclusivamente para a manutenção do SEBRAE.
(MELO, 2008, p.33)
No estatuto dessa entidade fica explicito a definição dos objetivos:
Art. 5° - O SEBRAE tem por objetivo fomentar o desenvolvimento sustentável, a competitividade e o aperfeiçoamento técnico das microempresas e das empresas de pequeno porte industriais, comerciais, agrícolas e de serviços, notadamente nos campos da economia, administração, finanças e legislação; da facilitação do acesso ao crédito; da capitalização e fortalecimento do mercado secundaria de títulos de capitalização daquelas empresas; da
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ciência, tecnologia e meio ambiente; da capacitação gerencial e da assistência social, em consonância com as políticas nacionais de desenvolvimento (Estatuto ano 2003).
Pelos objetivos da instituição nota-se que preza pelo bom
desenvolvimento empresarial, fazendo com que seus serviços sejam diferenciados e
prestados com excelência e qualidade. Assim, nota-se que é uma instituição que
busca o desenvolvimento.
O setor turístico entra nesse objetivo com área de serviços que
movimenta a economia da região e gerando oportunidades para que os pequenos e
microempreendedores possam trabalhar no ramo turístico.
Segundo SEBRAE (2010), o turismo também é umas das prioridades do
Sistema SEBRAE, cogitada pelas quantidades de projetos e recursos investidos no
setor. Isso não se fez por uma eventualidade, pois, o turismo está entre os setores
que obteve um grande crescimento em todo o mundo e alcançou um impacto
econômico em torno de 50% (Fonte: OMT, 2014) na ultima década. Através desse
crescimento cerca de 90% de micro e pequenas empresas acolheram os serviços
produtivos do setor.
Portanto, a instituição tem iniciativas que buscam contribuir na
participação das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) no turismo, visando obter
melhor evolução empresarial e também dar apoio para a sociedade das localidades
que são contempladas por seus projetos e ações, contribuindo para a geração de
condições adequadas que valorizam a população, gerando competitividade entre as
empresas e produtos.
Para concluir, o SEBRAE identifica o turismo como uma ferramenta
importante para continuar promovendo o desenvolvimento das localidades, vendo
que a atividade turística provoca uma oferta diferenciada e proporciona a
dinamização dos produtos e da cultura local.
2.1 O PAPEL DO SEBRAE NO TURISMO
O turismo é uma atividade do terceiro setor e cada vez mais se desenvolve no
Brasil. Ele vem assumindo um papel relevante na economia nacional com o
crescimento da atividade turística que da origem a competição do mercado, fazendo
que os empreendimentos turísticos para se manterem vivos no mercado tenham que
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ser mais competitivos, buscando aprimorar cada vez mais os serviços oferecidos
com intuito de satisfazer e encantar os clientes.
A indústria do turismo pode ser importante alternativa, não apenas para elevar o nível de emprego, mas também a renda média do trabalho no Brasil. Considerando-se que o custo de geração de um emprego no turismo é relativamente baixo, especialmente quando comparado á indústria manufatureira, pode-se inferir que políticas públicas visam geração de emprego e renda teriam, no turismo, opção de postos de trabalho a baixo custo e com geração de renda relativamente elevada. (ARBACHE, 2001, p. 67)
As pessoas utilizam cada dia mais as viagens como uma forma de
desopila, sair da rotina do dia-a-dia, procurando uma melhor qualidade de vida. Isso
faz supor que a atividade turística é bem aceita pela população mundial, isso
contribuir para geração de emprego e renda pra sociedade.
No período da globalização o turismo teve um crescimento de escala
mundial, devido a esse processo ter impulsionado o mercado mundial.
Portanto, o turismo é uma atividade que permitir uma relação social entres
os povos de diferentes culturas, isso o torna uma atividade rica, possibilitando as
pessoas a terem experiências sociais, culturais e econômicas das mais diversas
formas.
Uma vez que o turismo é um setor que sempre está atrelado a várias
mudanças que podem acontecer no mundo, se faz necessário que esse mercado
esteja sempre atento aos avanços tecnológicos e inovações, com objetivo de
fortalecer o vinculo com o turista que está á procura de novidades.
A Organização Mundial do Turismo (OMT), vendo que o turismo é um
forte gerador de renda em 2004, começou a utilizar o slogan “turismo é riqueza”.
Essa campanha prioriza destacar os benefícios do turismo. Discorrendo que:
O turismo internacional é o primeiro setor de exportação do mundo e um fator importante na balança de pagamentos de muitos países. É uma atividade que constitui-se num importante gerador de empregos, que dá trabalho a milhões de pessoas em todo mundo. Os postos de trabalho e as empresas de turismo são criados normalmente nas regiões menos desenvolvidas, o que ajuda a equipar as oportunidades econômicas na extensão do país ao longo do tempo e incentiva os habitantes a permanecer na zonas rurais, em lugar de migrar para as cidades causando superpopulação. As viagens e o turismo promovem enormes investimentos em novas infraestruturas, cuja maioria ajuda a melhorar as condições de vida dos residentes locais, ao mesmo tempo em que favorece os turistas. A atividade turística proporciona aos governos muitos milhões de dólares através de impostos (OMT, 2004).
23
Como foi visto, o turismo tem vários fatores positivos que beneficiam as
regiões, mas se forem mal planejados e executados poderá trazer vários fatores
negativos.
Com isso, o turismo também pode vir a auxiliar as empresas locais, pois
esse setor abre oportunidades aos empreendedores. Como o SEBRAE é uma
instituição que tem como foco principal dar assistência ás MPE’s, visualizou na
atividade turística uma oportunidade de desenvolver regiões, dando maior enfoque a
esses empreendimentos.
Deve-se dar máxima atenção ás microempresas, pequenas e médias empresas que, de um modo geral, apresentam um vinculo maior com a comunidade local. São pequenos hotéis, pousadas, restaurantes, lanchonetes, microempresas de população local de artesanato, prestação de serviços etc. que se desenvolvem com o crescimento do fluxo turístico. (PIMENTA; DIAS 2005, p. 26)
Observando que o turismo está tão expressivo mundialmente e encontra-
se em destaque por ser uma atividade promissora, passar a ser vista como forma de
progresso para o desenvolvimento regional e também para empreendimentos que
trabalham ou querem trabalhar com o setor.
Segundo SEBRAE (2010, p.18), as micro e pequenas empresas que
trabalham com a atividade turística enfrentam desafios para ingressarem e se
manterem no mercado.
O quadro 2 mostra, os desafios que ás micro e pequena empresas
enfrentam diariamente no mercado na área de turismo.
Quadro 2: Desafios encontrados pelas MPE´s que trabalham com turismo
01 Grande sensibilidade às variações no poder de compra da população e da economia.
02 Atendimento deficitário às MPEs nas negociações com grandes parceiros do trade turístico.
03 Dificuldade na definição dos indicadores de gestão para mensuração dos resultados alcançados pela empresa.
04 Dificuldade em analisar e focar nas necessidades do turista-alvo.
05 Dificuldade de acesso à tecnologia da informação e comunicação (TIC).
06 Não reconhecimento das MPEs como elo da cadeia produtiva do turismo.
07 Baixo grau de maturidade na capacidade empresarial, no desenvolvimento de negócios e na identificação de oportunidades.
08 Aplicação do capital inicial em infraestrutura necessária, sobrando pouco ou quase nada para o capital de giro.
09 Falta de conhecimento da estrutura de acesso aos serviços financeiros e microcrédito.
10 Dificuldade de propiciar capacitação continuada aos colaboradores, como ocorre nas
24
empresas de maior porte.
11 Rotatividade dos colaboradores em função de formas inadequadas de contratação e deficiência de políticas de pessoal nas MPEs.
12 Isolamento das MPEs e falta de cooperação e de associativismo.
13 Baixo índice de formalização das empresas.
Fonte: SEBRAE (2010).
Essas dificuldades encontradas pelas pequenas empresas são geradas
por diversos motivos tanto internos e externos dos empreendimentos. São muitos
impactos para as MPE’s brasileiras que atuam no setor turístico, mas existe o lado
positivo que são a oportunidade gerada por esses empreendimentos, entre elas o
aumento de emprego.
A instituição está sempre atenta a todas as ações que contribuem com
técnicas ligadas à assistência e preservação dos interesses das empresas em todos
os processos.
O SEBRAE incorpora em suas intervenções além das diversas parcerias,
a integração com a comunidade, as manifestações do artesanato, agronegócios,
possibilitando a viabilização das economias locais, associativismo e outros,
resgatando e aflorando as várias formas das culturas e dos seus importantes valores
intangíveis, além de estimular a participação efetiva das comunidades, contribuindo
para a elevação da autoestima. Tudo isso emoldurado com a cara Brasileira,
importante projeto desenvolvido pelo SEBRAE. Identifica o turismo com importante
instrumento para o incremento regional, social, cultural e econômico, para que isso
possa acontecer se faz necessária a participação coletiva dos atores envolvidos
direta e indiretamente na construção da atividade.
“Essa atividade por si só não pode ser vista como solução para os
problemas sociais que existem nos lugares, mas sim como uma contribuição para
diminuição de tais efeitos” (SETUR, 2006, p.5).
O desempenho do SEBRAE parte do princípio de que o turismo, acima de
tudo é um negócio, com uma particularidade por ser um negócio coletivo, pois os
negócios gerados pela atividade turística não podem ser entendidos individualmente,
já que buscam trabalhar com vários empreendimentos de diferentes finalidades e
juntos procuram atrair os clientes, constituindo a oferta turística de um determinado
território, devido os serviços necessitarem um dos outros, tornando-se uma ciclo
produtivo onde todos são beneficiados. Cabe destacar que o sucesso da atuação do
SEBRAE dependerá em grande medida de futuras parcerias entre os empresários e
25
as entidades empresariais e governamentais que prestam apoio às empresas desse
setor (SEBRAE, 2010, p. 17).
A união do SEBRAE e o Turismo não aborda só a promoção da
competitividade das MPE’s, mas também busca obter uma harmonia onde
planejamento e a organizações dos espaços turísticos possam agir em conjunto com
o desenvolvimento cultural, fazendo com que o destino tenha uma base segura para
a ampliação dos negócios assim melhorando a qualidade de vida da população.
Após as discussões e reflexões acima, percebe-se que o SEBRAE está
agindo em conjunto com o turismo para ampliar seus objetivos, prestando serviços a
empreendimento do setor e amparando a sociedade.
26
3 POLITICAS PÚBLICAS DE TURISMO
Com o crescente aumento da atividade turística, as políticas públicas de
turismo se fazem necessárias para o melhor planejamento estratégico para o
desenvolvimento da atividade. Com isso, o planejamento turístico adequado operar
de maneira a diminuir os resultados negativos que existem na atividade e
potencializa os resultados positivos. Para podemos ter uma melhor compreensão,
Beni (2001, p.177) assegura que:
A política de turismo é a espinha dorsal do “formular” (planejamento), do “pensar” (plano), do “fazer” (projetos, programas), do “executar” (preservação, conservação, utilização e ressignificação dos patrimônios natural e cultural e sua sustentabilidade), do “reprogramar” (estratégia) e do “fomentar” (investimentos e vendas) o desenvolvimento turístico de um país ou de uma região e seus produtos finais.
Dessa maneira, pode-se observar que a política pública tem intervenção
do Estado, permitindo um melhor desenvolvimento da atividade turística. O turismo
instiga o desenvolvimento de vários campos da economia e da administração
pública, está particularmente ligado aos setores do meio ambiente, educação,
saúde, saneamento básico, transporte, segurança entre outra, sendo uma atividade
de suma importância que ocasiona um maior desdobramento social em uma região.
A política de turismo deve ser entendida em sua complexa totalidade, agregando todos os seus componentes, afinal a atividade apresenta uma grande diversidade de atuação e as políticas, vale ressaltar, apresentam-se intersetorizadas, cabendo ao Estado a obrigatoriedade de ações de proteção do meio ambiente, preservação do patrimônio e do bem estar social. (VIEIRA, 2011, p.21).
Apesar de que devemos destacar que é reponsabilidade do Estado
disponibilizar uma infraestrutura urbana e de acesso adequada, quando isso é feito,
facilita que os setores privados invistam no turismo.
Assim, a política de turismo corresponde a um conjunto de fatores
condicionantes e de diretrizes básicas que propagam a direção que deve seguir para
atingir seus objetivos globais para o turismo no país (BENI, 2001, p. 178).
Conforme Hall (2004), para que as políticas públicas de turismo se
desenvolvam de maneira aceitável é indispensável monitorar suas ações no setor. A
avaliação e monitoramento são elementos básicos na medida em que:
27
1. Avaliam o grau de necessidade políticas e intervenções do governo;
2. Possibilitam o teste de hipóteses referentes ao funcionamento do processo, a
natureza de resultados e a eficiência dos programas;
3. Especificam sobre resultados e impactos da política;
4. Medem a eficiência e relação custo-benefício das políticas e planos de
turismo em termos dos recursos financeiros, humanos e de capital.
As políticas públicas de turismo se tornam muito complexas, isso faz com
que acabe ocorrendo uma demora na aplicação delas no país, se tratando ainda de
um país como o Brasil com uma grande dimensão geográfica.
Na década de 90 aconteceu a melhora da politica pública de turismo,
nesse período obteve-se a composição de um novo Plano Nacional de Turismo
(Plantur) que tinha apenas objetivos e diretrizes, sem ter sido formulado de forma
completa, pois, foi criada antes mesmo da política de turismo de acordo com Cruz
(2001). Demostrando uma falha operacional, já que a política tem que acontecer no
plano.
Em 1994, surgiu um importante programa, Programa Nacional de
Municipalização do Turismo (PNMT), esse programa foi o primeiro que pensou na
descentralização do planejamento turístico ressaltando a função dos municípios na
gestão da atividade. Desse modo, o PNMT tinha como objetivo geral:
Fomenta o desenvolvimento turístico dos municípios, com base na sustentabilidade econômica, social, ambiental ,cultural e política enquanto os específicos permeiam a operacionalização dos princípios de descentralização, Sustentabilidade, Parcerias, Mobilização e Capacitação. (EMBRATUR, 2002)
Com o apoio da Organização Mundial de Turismo (OMT), o PNMT foi o
programa que deu um alicerce para o turismo se desenvolver, trabalhando com
importantes parceiros como: SEBRAE, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
Comunidade Solidária, entre outros que visam o crescimento da atividade como uma
fonte de desenvolvimento econômico e social.
Segundo EMBRATUR (2002), Os princípios que nortearam o PNMT
foram:
A descentralização que possibilita ao poder público municipal assumir a responsabilidade, em parceria com a iniciativa privada e os representantes comunitários, da definição e da gestão das políticas,
28
programas e ações relacionados ao planejamento do turismo sustentável; A sustentabilidade permite que a comunidade possa antever ações que mantenham equilibrados os aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticos do município; As parcerias identificar meios técnicos, econômicos e financeiros, em organizações públicas ou privadas, que possibilitem o fomento e o desenvolvimento das atividades turísticas do município; A mobilização sensibilizar a comunidade a participar e estabelecer os objetivos comuns, que expressem a visão de futuro da comunidade, e desta forma delinear as diretrizes que orientam a elaboração de projetos de turismo sustentável e a capacitação - qualificar as pessoas envolvidas com a atividade turística no município, objetivando elevar os níveis de qualidade e eficiência na prestação de serviços, e também para planejar e executar ações direcionadas para o desenvolvimento do setor.
A estrutura do Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT)
foi constituída por coordenação de várias entidades nacionais parceiras. Mais sua
coordenação geral foi dada pela EMBRATUR que era responsável pelo
planejamento, a execução, acompanhamento e avaliação do programa.
No Rio grande do Norte o programa (PNMT) trabalhou com a mobilização
e conscientização dos locais que apresentavam um potencial turístico.
Desse modo, também na mesma década foi criado, o Programa de
Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR-NE), que de início foi
idealizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS),
pois, solicitou a recomendação de atividades econômicas que poderiam crescer de
maneira competitiva no Nordeste, visando o turismo como atividade viável.
Em 2003, com a mudança de presidente foi reestruturado o Plano
Nacional de Turismo, no mesmo ano foi criado o Ministério do Turismo (MTur) que é
composto por Secretaria de Programas de Desenvolvimento e o Instituto Brasileiro
de Turismo (EMBRATUR).
O Plano Nacional de Turismo (PNT 2007-2010) Uma Viagem de Inclusão,
um instrumento de planejamento e gestão que coloca o turismo como indutor de
desenvolvimento e da geração de emprego e renda no país. Possui a base de
política descentralizada e participativa.
Os objetivos gerais do Programa são: Desenvolver o produto turístico
brasileiro com qualidade; Promover o turismo como um fator de inclusão social;
Fomentar a competitividade do produto turístico brasileiro nos mercados nacional e
internacional (PNT, 2007, p.16). .
Com a ampliação do setor turístico, essa atividade deve ser desenvolvida
29
com base em um planejamento estratégico que busque beneficiar o destino e a
sociedade local por diversas maneiras sendo elas econômicas e sociais.
O PNT 2007-2010 possuía nove macros programas, a seguir a estrutura e
distribuição desses macros programas (figura 01).
Figura 1: Macro programas do Plano Nacional de Turismo (2007-2010).
Fonte: MTUR, (2007)
Esses macros programas são divisões temáticas agregados, escolhidas
pelo seu potencial de contribuição para atingir os compromissos estabelecidos nas
metas.
Em 2003, o governo federal por meio do Ministério do Turismo criou a
principal politica pública de turismo da atualidade, o Programa de Regionalização do
Turismo (PRT) que foi visto como uma ampliação das ações do (PNMT), mais atual
e completa.
A regionalização do turismo é importante para compor a atratividade regional, pois uma região pode ofertar um número mais ampliado de atrativos do que um município sozinho. Isto serve para motivar a demanda turística, insaciável por novidades, a retornar para conhecer melhor a região e suas peculiaridades (SALINI, 2006).
30
Regionalização oferece uma maior oportunidade de uma região se
sobressair na atividade turística, pois, gerar uma conexão entre localidades com
objetivo de agir em conjunto com o setor turístico promovendo seu desenvolvimento.
Um dos objetivos gerais do programa de regionalização é aumentar o
turismo no interior, fazendo com que a atividade não seja apenas concentrada no
litoral, com isso, a atividade e seus benefícios podem ser distribuídos no geral.
O Programa de Regionalização do Turismo fundamenta-se:
Num modelo de gestão política descentralizada, coordenada e integrada, e para facilitar o desenvolvimento desse Programa, foram criados os polos de turismo, que são um conjunto de municípios que possuem atratividade turística e se localizam relativamente perto, formando um polo específico para o desenvolvimento do turismo naqueles municípios que o compõe. (VIRGINIO, 2011, p. 67).
Portanto, o programa tem ambições de tornar possível o surgimento das
diversidades dos territórios, tornando eles atrativos e fonte econômica para a
sociedade local, desenvolvendo a atividade turística.
O PRT definiu um modelo de gestão que está fixado numa gestão
compartilhada, que estrutura-se nos seguintes níveis de atuação: em âmbito
nacional e em âmbito estadual, regional e municipal.
No quadro 3, pode-se observar os modelos de gestão e os seus âmbitos.
Quadro 3: Modelo de gestão do PRT.
ÂMBITO INSTITUIÇÃO COLEGIADO EXECUTIVO
NACIONAL Ministério do Turismo Conselho Nacional Comitê Executivo
ESTADUAL Órgão oficial de turismo da UF
Conselho/ Fórum Estadual
Interlocutor Estadual
REGIONAL Instância de Governança Regional Interlocutor Regional
MUNICIPAL Órgão Oficial de Turismo do Município
Conselho/ Fórum Municipal
Interlocutor Municipal
Fonte: Diretrizes Programa de Regionalização do turismo (2013)
No quadro podemos observar que, em todos os âmbitos o PRT são
apoiados por interlocutores que tem como missão acompanhar o ciclo de gestão do
PRT e articular com o âmbito nacional para que o programa possa desenvolver com
inovação, intercâmbio, criatividade e diversidade cultural.
Em 2007, o programa obtém o status de macro programas que seguem
alguns passos para que consiga se consolidar nos destinos ou nas regiões turísticas
de todo o Brasil.
31
No quadro 4, observa-se os módulos operacionais as estratégias que o
PRT segue para obter maior desenvolvimento no programa.
Quadro 4: Módulos operacionais do PRT.
MÓDULOS OPERACONAIS
Sensibilização
Mobilização
Institucionalização da Instância de governança.
Elaboração do PDT
Implementação do PDT
Sistema de Informações tur. do programa
Roteirização Turística
Promoção e apoio á comercialização
Sistema de monitoria e avaliação do programa
Fonte: Adaptado de Ministério do Turismo (2004).
Os módulos (diretrizes) operacionais são princípios norteadores das
estratégias de gestão utilizada no programa. Segundo o Ministério de Turismo
(2009) essas diretrizes foram divididas em nove módulos que tem a como objetivo
orientar as ações que devem ser implementadas nas regiões.
Para concluir, o PRT possibilitou a formação de diversas parcerias com
foco no turismo, aumentou a visibilidades dos destinos, contribuiu também para o
alargamento da oferta turística, aumentou a visibilidade do desenvolvimento das
regiões e com o projeto alcançou impacto na economia local.
32
4 POLOS TURÍSTICOS DO RN E O POLO SERIDÓ
Podemos observar que o turismo está com grande inserção no Rio
Grande do Norte (RN), o setor tem como um objetivo desenvolver o território
nordestino que sempre foi visto como uma região problemática, devido a
dificuldades hídricas e pelo seu subdesenvolvimento. Com isso, o turismo é uma
atividade econômica e uma prática social que atrair investimentos que expandem
esse setor.
Foram delimitadas cincos regiões turísticas no território potiguar: Polo Costa das Dunas (CD), Polo Costa Branca (CB), Polo Serrano (SR), Polo Agreste/Trairi (AT) e Polo Seridó (SE). Alguns esforços têm sido desenvolvidos no sentido de interiorizar a atividade turística, que se concentra na faixa litorânea oriental (Polo CD, baseado no turismo de sol e praia). Muitos gestores municipais e estaduais alegam a importância desta atividade se desenvolver nos municípios interioranos dinamizando a economia local. No entanto, após cerca de dez anos de implementação desta política verifica-se muitas dificuldades para alcançar os objetivos traçados pela política no âmbito do Rio Grande do Norte. (SILVA, Rodrigo, 2014, p.19)
Segundo MTur (2016), o estado reduziu de 75 para 65 o número de
municípios participantes de suas cinco regiões turísticas: Polo Agreste Trairi (11
cidades); Polo Costa Branca (10); Costa das Dunas (17); Polo Seridó (9); e o novo
Polo Serrano (18). Mas no trabalho irá discorrer sobre a antiga formação dos polos.
A formação 2016 de municípios que compõe o Polo Seridó: Acari, Caicó,
Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Florânia, Lagoa Nova, Parelhas e Santana do
Mato. Essa formação, mas enxuta podendo ter um foco mais destinado nos
resultados de ações.
A seguir no Mapa 01 – as regiões ou polo turísticos desenvolvidos no RN.
Vale salientar que essa configuração de polos e de municípios foi modificada no
início de 2016, porém esse mapeamento é de 2005 a 2015.
33
Mapa 1: Regiões turísticas do Rio Grande do Norte.
Fonte: SILVA, Rodrigo, 2015.
Podemos identificar que, apesar do estado estar dividido em cinco polos
turísticos, o desenvolvimento do setor não ocorre de forma igualitária entre eles.
Criado oficialmente no ano de 2005, o Polo Seridó era formado por 17
municípios e na sua formação, pode-se localizar em algumas cidades a atividade
turística em desenvolvimento, nas quais se encontrar as ações que objetivam
favorecer sistematicamente o seu desenvolvimento sustentável.
O polo Seridó, de onde se originou o Roteiro Seridó, abrange uma região situada no centro-sul do estado do Rio Grande do Norte, composta de 24 municípios que são distribuídos em três Zonas Homogêneas (Serras Centrais, Currais Novos e Caicó). Ocupa uma área de 12.965 km², apresentando uma população de aproximadamente 300 mil habitantes equivalentes a 11% de toda a população do estado potiguar (ROTEIRO SERIDÓ, 2005).
Para tanto, apresenta-se o quadro 05, as cidades que fazem parte do polo
Seridó e os indicadores populacionais, a quantidade da população em 2010 e uma
estimativa de 2015.
34
Quadro 5: Polo Seridó: Indicadores Populacionais.
Município População 2010 População estimada 2015
Acari 11.035 11.344
Caicó 62.709 67.709
Carnaúba dos Dantas 7.429 8.045
Cerro Corá 10.916 11.318
Currais Novos 42.652 44.887
Equador 5.822 6.087
Florânia 8.959 9.254
Jardim do Seridó 12.113 12.553
Jucurutu 17.692 18.450
Lagoa Nova 13.983 15.274
Ouro Branco 4.699 4.871
Parelhas 20.354 21.483
Santana do Seridó 2.526 2.675
São João do Sabugi 5.922 6.218
Serra Negra do Norte 7.770 8130
Tenente Laurentino Cruz 5. 406 5.757
Timbaúba dos Batistas 2.295 2.418
Fonte: Adaptado do Censo IBGE (2015)
Observa-se no quadro 05, que os municípios que tem o maior número de
habitantes são; Caíco e Currais Novos. Que são considerados importantes
potenciais turísticos do polo.
O Polo Seridó é uma região conhecida por ter grandes atrativos, diversos
segmentos de turismo podem ser encontrados nessa região como: turismo rural,
agroturismo, turismo de aventura, arqueológico, cultural. Uma região que sofre com
problemas hídricos, isso é um fato prejudicial a atividade turística. Mas também pode
ser vista como atrativo, pois, muitos turistas acham a caatinga como um bioma
extremamente interessante.
O turismo no Polo Seridó foi favorecido com as políticas públicas de
turismo. Logo em seguida foi criado o Programa Nacional de Municipalização do
Turismo – PMNT que visava uma maior participação dos municípios e dos
habitantes no setor turístico.
Com isso, os municípios começaram a querer participar do programa, a
partir deste contexto visualizaram esforços por parte do Governo para o processo de
35
interiorização do turismo no RN, 86 municípios norte-rio-grandense aderiram ao
PMNT, entre eles estavam: Caíco, Currais Novos, Acari, Parelhas, Carnaúbas dos
Dantas, Ouro Branco, Santana do Seridó, Jardim do Seridó, Cerro Corá, Lagoa
Nova, Florânia e Timbaúba dos Batistas , mas nenhum conseguiu concluir todo o
processo de municipalização do turismo, pois, tinham implantar dois instrumentos: O
Conselho de Turismo e o Plano, poucos conseguiram criar um conselho, os que
conseguiram foram: Acari, Caicó, Carnaúbas dos Dantas, Cerro Corá, Currais
Novos, Jardim do Seridó, Lagoa Nova e Parelhas. Mas nenhum consegui elaborar
um plano (PDTIS, 2011).
O PMNT foi de grande importância para o Polo Seridó, pois foi através
dele que a região teve uma base no turismo, assim podendo identificar estratégias
no planejamento da atividade turística para envolver a comunidade, turistas, poder
privado entres outros.
O Programa de Regionalização do Turismo surge consagrando a base
que o PMNT tinha proporcionado, com esse novo programa os municípios começam
a agir de maneira conjunta para articular e coordenar a atividade turística, obtendo
uma maior eficácia de ação, tornando-se mais competitivos e abonando maiores
resultados. Alguns dos objetivos que o PRT definiu foi a interiorização das ações
do turismo, participação das comunidades; qualificação do produto turístico;
envolvimento da base local e da população como protagonista do processo
decisório; aumento da taxa de permanência e gasto médio do turista (PDTIS, 2011,
p. 122).
Com a regionalização surge no RN os roteiros turísticos temáticos
começam a implementar o turismo, valorizando a diversidade local, criando produtos
turísticos que têm as características de cada região e município.
Na região era notável a necessidade de um plano para o setor turístico
desenvolver da melhor forma possível com o incentivo do poder público. Com isso,
foi elaborado o PDITS (Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável
– Polo Seridó), sua preparação foi um pré-requisito para os investimentos, em
regiões turísticas. Teve seu processo de elaboração relativamente extenso, sua
primeira apresentação foi em 2009, sendo aprovado apenas em 2011. O PDITS tem
como objetivo geral:
Desenvolver o turismo no Polo Seridó a partir de pequenas escalas de operação e baixos efeitos impactantes dos investimentos locais
36
em infraestrutura turística, especialmente relacionado às atividades do turismo cultural-arqueológico, de modo a favorecer a conservação do meio ambiente e da rusticidade local, num processo de valorização dos elementos naturais da paisagem e dos traços culturais das populações nativas, como fundamento da atratividade turística. (PDITS, 2011, p. 121).
Portanto, o PDITS procura promover o turismo no Polo Seridó, buscando
implementar ações que auxiliem no desenvolvimento da região favorecendo suas
características socioculturais.
Demonstrando estudo da dinâmica socioeconômica da região, aspectos
ambientais, institucionais, infraestrutura, oferta turística, demanda, atrações e
produtos turísticos, emprego, setor privado, gasto turístico, investimentos do setor
privado, pontos fortes, pontos fracos, riscos e as oportunidades. Com todos os
dados fornecidos o PDTIS possibilitou uma visão real da situação do polo no
turismo, apresentando informações e principais indicadores turísticos, foram
expostos os dados turísticos, econômicos, sociais, ambientais, comunitários e de
gestão.
Segundo o PDITIS (20011, p.125), os segmentos encontrados no Polo
Seridó são: Naturais que compreendem os elementos da natureza que são
utilizados para fins turísticos; Histórico-culturais são elementos da cultura que, ao
serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos turísticos; Manifestações
e usos tradicionais e populares são criações culturais de natureza imaterial que,
ao serem apropriadas pelo turismo, passam a serem chamados atrativos, como
festas, celebrações, rituais, folguedos, jogos, saberes e fazeres e seus produtos,
músicas, danças, práticas culturais coletivas concentradas em determinados
espaços, fundadas na tradição e manifestadas por indivíduos ou grupos de
indivíduos, como expressão de sua identidade cultural e social; Realizações
técnicas e científicas contemporâneas são os elementos da natureza ou da
cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos turísticos.
Esta categoria engloba exploração de minério, exploração agrícola pastoril,
exploração industrial, obras de arte, centros científicos e técnicos, etc;
Acontecimentos programados são eventos realizados na localidade e que fazem
parte do calendário da cidade há pelo menos três edições. Como podemos ver no
quadro a seguir a distribuição desses segmentos pelos municípios do polo.
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No quadro 06 podemos observar os atrativos acima citado, descrevendo
em quantidades cada segmento.
Quadro 6: Numero de Atrativos turísticos por segmentos do Polo Seridó
Município
Naturais
Histórico-culturais
Manifestações e Usos Tradicionais Populares
Realizações Técnico-Científicas e Contemporâneas
Acontecimentos Programados
Total
Acari 03 06 15 01 07 32
Caicó 02 11 11 01 06 31
Carnaúba dos Dantas
00 12 04 00 02 18
Cerro Corá 02 04 10 00 03 19
Currais Novos 03 04 07 01 06 21
Equador 01 00 03 00 00 04
Florânia 07 03 00 00 00 10
Jardim do Seridó
02 07 05 01 01 16
Jucurutu 05 01 10 01 04 21
Lagoa Nova 03 03 05 00 01 12
Ouro Branco 01 01 03 01 00 06
Parelhas 02 05 07 01 02 17
Santana do Seridó
02 04 04 00 00 10
São João do Sabugi
01 01 04 01 00 07
Serra Negra do Norte
03 04 05 01 01 14
Ten. Laurentino Cruz
03 07 07 00 02 19
Timbaúba dos Batistas
01 02 02 00 01 06
Total 41 75 102 09 36 263
Fonte: Adaptado de PDITS (2011)
Esses atrativos acima citados são os que compõem a oferta turística do
Polo Seridó, ou seja, são os elementos naturais e culturais que atraem os visitantes
para as localidades. Portanto ainda pode-se se identificar que os atrativos que os
acontecimentos programados tem um boa porção de atratividade e as realizações
técnico-científicas e contemporâneas tem a menor atratividade da região.
As manifestações e usos tradicionais populares são uma ferramenta
fundamental na atividade turística seridoense, pois, são elas que atraem visitantes
anualmente, esses visitantes vem dos municípios vizinhos e da capital. As
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manifestações populares proporcionam o reencontro de parentes e amigos que
geralmente escolhem o período de manifestações culturais para visitar a região.
Podemos observar, os municípios que tem mais atrativos diversos são;
Acari, Caíco, Currais Novos e Jucurutu eles possuir um potencial de segmentos
turísticos maiores que os demais.
39
5 OS PROJETOS DO SEBRAE NO POLO SERIDÓ
A atuação do SEBRAE com a atividade turística é acima de tudo um
negócio coletivo, pois os negócios turísticos agem de maneira em cadeia com outros
negócios, isso vai fazer a demanda de um a região aumentar e assim beneficiar o
conjunto de empreendimentos.
Ademais, o Rio Grande do Norte tem diversas potencialidades turísticas
que envolvem vários segmentos que podem ser utilizados para desenvolver a
economia regional. Foi identificado que a região do litoral do RN possui um maior
desenvolvimento do turismo, fundamentado no segmento de sol e praia. Porém, nos
últimos anos a partir de algumas políticas se desenvolveram programas e projetos
com a finalidade de expandir a atividade turística para regiões distantes do litoral,
tais como o PNMT, e o Programa Regionalização do Turismo, com o foco na
interiorização da atividade.
Com isso, podemos perceber que a participação do SEBRAE na atividade
turística não está ligada apenas na promoção das micro e pequenas empresas, mas
a entidade assume um papel de indutor do desenvolvimento regional procurando
investir nas regiões que tem carência empresarial e possui um potencial turístico.
Para isso, criou uma relação próxima com o planejamento e a
organização de projetos em espaços turísticos que estejam aliados ao
desenvolvimento sociocultural, construindo assim uma base segura para o aumento
de empreendimentos no setor turístico que alavancam na economia local.
O SEBRAE tem uma integração com o setor turístico e desenvolve a
produção associada ao turismo, que segundo a instituição:
A Produção Associada ao Turismo deve servir como estratégia de desenvolvimento local e/ou territorial, visando, por meio da oferta de produtos associados, o fortalecimento e incentivo à atividade turística, com a criação de novos postos de trabalho, valorização dos aspectos culturais e geração de renda para as regiões envolvidas, promovendo o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos e o estímulo à inclusão de iniciativas empreendedoras (SEBRAE, 2010, p.35).
Portanto, podemos identificar que no Polo Seridó foram realizados e
apoiados pelo SEBRAE projetos com objetivo de desenvolver não só o turismo como
ás MPE’s da região seridoense. Três projetos grandes projetos foram analisados
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dentre eles: Roteiro Seridó, Talentos do Brasil Rural e Cama, Café e Rede. Todos
com a participação do SEBRAE na elaboração e execução.
Com a idealização desses projetos surgiram alguns benefícios para a
população local entre eles cursos de capacitação, que auxiliaram os residentes a se
profissionalizarem em atividades do setor turístico. Como podemos observar no
quadro a seguir:
Quadro 7: Cursos de capacitação realizados pelo o SEBRAE e SENAC.
CURSO PERFIL DO CONCLUINTE
Garçom/ Garçonete PEC Ser capaz de atuar em estabelecimentos de Bares e Restaurante na recepção e acolhimento ao cliente do serviço de alimentos e bebidas e dos cuidados com a arrumação e higiene do ponto de venda e/ou serviço, colaborando para criação de ambientes de trabalho que favoreçam a qualidade de vida, baseando suas atitudes em princípios éticos.
Aperfeiçoamento para garçom o participante será capaz de aprimorar técnicas de atendimento , etiqueta , higiene pessoal e do ambiente e serviços de alimentos e bebidas, visando a melhoria da qualidade dos serviços
Gestão de pequenos meios de hospedagem o participante deverá ser capaz de planejar e implantar uma pousada, gerenciar equipes, identificar as melhores formas de divulgação de seu estabelecimento de acordo com o mercado vigente além de desenvolver métodos e técnicas de serviços que garantam a otimização do estabelecimento.
Recepcionista PEC será capaz gerar conhecimento autônomo, mantendo o espírito de cooperação a partir da compreensão do direito individual e do dever para o coletivo, com atitudes favoráveis à preservação do meio ambientes.
Manipulação segura de alimentos Ao concluir o curso, o participante será capaz de receber, armazenar, preparar, manter e distribuir alimentos com segurança, tendo por base a legislação vigente do Ministério da Saúde.
Guia de turismo regional O participante ao concluir o curso de Guia de Turismo Regional deverá, conforme Lei n.º 8.623 de 28/01/93 e Deliberações Normativas da Embratur n.ºs 325/94 e 377/97 , acompanhar grupos de turistas em suas viagens pelo Estado do Rio Grande do Norte, dando assistência e permanentes informações sobre os roteiros e atrativos turísticos existentes entre as diferentes localidades, exercitando as habilidades necessárias ao desempenho da função valorizando a ética e a cidadania.
Aprendizagem em serviços de hotelaria Ao concluir o curso Aprendizagem em Serviços de Hotelaria,
Cozinheiro profissional O Cozinheiro Profissional ocupa-se da execução de receitas compreendendo o preparo de molhos básicos e derivados, assados e frituras,
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elaboração de menus e cardápios, preparos frios, além de coordenar os trabalhos dos auxiliares, compreendendo os processos de elaboração, preparação, montagem e apresentação de saladas, pratos quentes e frios, guarnições, fundos , molhos e sobremesas. Quando decorrido 320h desse curso, existe a certificação de Cozinheiro Auxiliar.
Fonte: Dados fornecidos por entrevistado.
O SEBRAE está sempre apoiando às micros e pequenas empresas, com
isso, os cursos de capacitação servem para melhorar a qualidade dos futuros
funcionários dessas empresas. Segundo o entrevistado:
O SEBRAE disponibiliza uma série de soluções para o desenvolvimento dos pequenos negócios, desde capacitações gerenciais a consultorias em diversas áreas. Ações de mercado como apoio e acesso a feiras, rodadas de negócios, famtours,
fampess, produção de material promocional dos destinos, etc.
Essas soluções são atrativas tanto para os empresários com para
pessoas que buscam se qualificar.
De acordo com o entrevistado, a atividade turística para o SEBRAE,
possui grande relevância pela potencialidade que o segmento tem de agregar
diversas atividades econômicas que envolvem. Um reflexo disto, são os diversos
projetos e atividades que o SEBRAE desenvolve não só no RN, mas em todo o
Brasil no setor de turismo.
Com intuito, de analisar os projetos realizados pelo SEBRAE no Polo
Seridó, foi utilizada uma analise de material referente aos projetos e um formulário
respondido por Yves Guerra Carvalho, Analista Técnico da Unidade de Comércio e
Serviços. Os resultados dessa análise serão discutidos no decorrer dos próximos
tópicos.
No decorrer da pesquisa algumas dificuldades foram identificada na fase
de coleta de materiais sobre os projetos realizados pelo SEBRAE no Polo Seridó,
pois, houve certa resistência da filial de Currais Novos, que não disponibilizaram os
materiais referentes ao tema, também foi observado que todos os dados desses
projetos, estão concentrados em um responsável, Yves Carvalho que participou da
formulação dos projetos e teve um papel fundamental para obtenção dos dados
desta pesquisa.
No início se pensou em fazer uma entrevista como não foi possível,
devido isso, foi elaborado um formulário, dados formais retirados do site do SEBRAE
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e materiais disponibilizados pela entidade. Diante disso, teve como documentos
norteadores:
1° Materiais disponibilizados pelo SEBRAE;
2° Formulário realizado com o Analista Técnico da Unidade de Comércio
e Serviços do SEBRAE de Natal.
O formulário foi respondido por Yves Guerra Carvalho no dia 29 de Maio
de 2016, via e-mail. E houve também contatos telefônicos, com os responsáveis
pela pasta. A seguir será feito um levantamento e analise dos três principais
projetos desenvolvidos pelo o SEBRAE no Polo Seridó nos últimos 10 anos.
5.1 ROTEIRO SERIDÓ
Os roteiros são para os turistas a possibilidade de poder conhecer melhor
uma destinação, são elaborados com a intenção de apresentar suas melhores
atrações sejam elas culturais, arquitetônicas, pedagógicas e naturais entre outras.
Através desse raciocínio pode-se concluir que os roteiros são percursos de visitação
onde obtêm informações detalhadas desse percurso e se faz necessário um
planejamento do que o roteiro vai abordar.
Portando, para obter um melhor desenvolvimento do roteiro, esses
objetivos são essenciais: oferecer ao consumidor a maior gama de informações de
forma objetiva; mostrar o local que será visitado e seus principais diferenciais,
aguçando no turista seu interesse para conhecer cada atrativo; organizar as
visitações da melhor forma possível, de acordo com as possibilidades técnicas,
levando em consideração os interesses do turista ou grupo de turista (SILVA,
NOVO, 2010, p.39).
Segundo CREATO (2005), a principal finalidade do roteiro é se tornar um
instrumento que facilite a promoção e a venda do destino. Sua estrutura se
caracteriza por combinar atividades histórico-culturais e naturais, que devem ser
conduzidas por guias especializados, utilizando transporte apropriado e associando
uma gastronomia regional. Essas ações, somadas à valorização do artesanato e da
cultura local, buscam a construção de uma imagem própria para o incentivo à
permanência no destino.
Com isso, o roteiro é uma ferramenta necessária para o turismo, pois,
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com ele pode-se promover a região e trazer mais visibilidade para o setor,
aumentando o fluxo de visitante que se sentem atraídos a conhecer a localidade.
No Rio Grande do Norte, mais precisamente no Polo Seridó foi criado em
2005, o Projeto Roteiro Seridó que se deu por meio de uma proposta de roteirização
da região e tem como finalidade promover a visitação e o contado com a natureza e
com a cultura local. O Projeto encontra-se encerrado.
Em 2003, comprova os ideais de gestão descentralizada e participativa, inaugurando um novo Programa de Regionalização Roteiros do Brasil, pautado nas orientações contidas no Plano Nacional de Turismo (2003-2007), com o propósito de criar uma oferta de produtos e serviços diversificados, qualificados e exigidos pelo mercado nacional e internacional. Investindo nesse aspecto de orientar o desenvolvimento regional do turismo, refletido nas diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo Roteiros do Brasil, o SEBRAE em parceria com a SETUR reforçou os argumentos da promoção e da estruturação e diversificação da oferta turística proposto no programa anterior, de 2001, e criou em 2005 o projeto Roteiros do Seridó. (PDITS, 2011, p. 123).
O Roteiro Seridó veio como forma de alavancar o turismo seridoense, já
que não se tinha projetos de grande porte com o intuito de desenvolver o turismo.
A figura 2, mostrar a cidades que fazem parte do Roteiro Seridó.
Figura 2. Municípios do Roteiro Seridó.
Fonte: SEBRAE, 2005.
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Segundo o SEBRAE (2005), a região do Seridó tem 24 municípios, e 17
deles possui um potencial turístico, mas somente oito integraram o Roteiro Seridó.
No seu começo os municípios que faziam parte do Roteiro eram apenas: Acari,
Caíco, Carnaúbas dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Jardim do Seridó e
Parelhas. Em 2008, Lagoa Nova começa a fazer parte do Roteiro.
Tomando como princípios os quatro grandes encantos do Seridó a
caatinga e a arqueologia; a religiosidade e a fé; a cultura e o artesanato; e, a
gastronomia.
As principais metas a serem cumpridas era captação de fluxo turístico
para cinco roteiros: ecocultural, de aventura, pedagógico, da melhor idade e
arqueológico. São roteiros que tem uma vinculação que permite uma extensa
temática.
Os municípios acoplados nesse roteiro possuem características parecidas
por serem cidades que cultivam a hospitalidade do povo seridoense, e que tem
tradições únicas que sobrevivem no meio a caatinga bioma único no mundo que se
caracterizar com clima semiárido ou Polígono das secas e vegetação baixa.
O Roteiro Seridó tinha como objetivo geral:
Criar um novo produto turístico, diferenciado e inovador, em roteiros que promovam a regionalização e a integração do homem com a natureza, dentro de limites que garantam a sustentabilidade ambiental, econômica, cultural, social e política, gerando novos empregos e melhorando a renda da população seridoense, com respeito à cultura e ao meio-ambiente. Roteiro Seridó (2005).
Através desse objetivo, o projeto tem como compromisso desenvolver a
atividade turística, por meio de roteiros praticados nos municípios que auxiliavam a
comunidade num processo de incremento regional, tanto econômico, social, cultural,
ambiental e político.
O SEBRAE vem atuando em consonância com a Política Nacional de
Regionalização do Turismo, fortalecendo a governança regional através do
Conselho de Turismo do Polo Seridó.
Um das principais ferramentas de divulgação do roteiro foi através do site
www.roteiroserido.com.br que oferecia sugestões de roteiros compostos com os
atrativos regionais, e apresentava diferentes modalidades de roteiros para cada tipo
de público.
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Os cincos roteiros criado pelo CREATO (2005) em parceria com o
SEBRAE são:
O Roteiro Ecocultural possui a característica de ser mais eclético. Um roteiro capaz de agradar a públicos diversificados e pessoas interessadas em viagens com atividades temáticas, que não exigem esforços físicos intensos. Este roteiro envolve caminhadas na natureza, visita a comunidades, atrativos religiosos, refeições típicas, além de oficinas, artesanato e compras. Idealizado para ser realizado em 10 dias/09noites. O Roteiro de Aventura possui característica mais arrojada. Inclui passeios que podem chegar a quase um dia inteiro, com caminhadas e outras atividades de natureza e aventura. Este roteiro é direcionado a pessoas com disposição física e interesse pelo convívio respeitoso com a natureza. Por estes motivos atrai um público mais específico. As Atividades Opcionais podem oferecer práticas verticais e outras opções de atividades ao ar livre. Idealizado para ser realizado em 07 dias/ 06 noites. O Roteiro Pedagógico é focado no público estudantil dos ensinos pré-escolar, fundamental, médio e superior. Oferece programações variadas de acordo com os assuntos trabalhados em sala de aula pelos professores. Normalmente as atividades de campo, ou as vivências fora de sala de aula, são ligadas a um tema específico. Durante a viagem é comum existirem momentos de lazer e descontração. Idealizado para se realizado em 03 dias/02 noites. O Roteiro para a Melhor Idade atende a diversos interesses, oferecendo atividades de lazer cultural para as pessoas que procuram em suas viagens uma boa gastronomia, espaços para entretenimento e atividades manuais voltadas para os saberes e ofícios locais. O aspecto religioso é também muito valorizado. Idealizado para ser realizado em 05 dias/04noites.
Os roteiros criados pelos CREATO visualizou toda potencialidade turística
da região, tendo em vista diferentes públicos de diversas idades.
O Roteiro Seridó obteve como resultados, a divulgação dos roteiros
criados no seu desenvolvimento, até hoje os roteiros são apreciados por diversos
turistas são eles:
O Roteiro Arqueológico, que é uma viagem ao passado por meio de trilhas a procura de pinturas rupestre; Roteiro Eco-cultural, passeios pelas serras, açudes, Trekking, museus e castelos; Roteiro Pedagógico, conhecimento dos aspectos naturais e culturais da região destacando o principal recurso natural: a água; Roteiro Melhor Idade, mistura de artesanato, apresentações culturais e religiosidade e por último não menos importante o Roteiro de Aventura, passeios feitos com remo ou pedalando conhecendo a história dos principais ancestrais (SEBRAE, 2004).
Portando, este Projeto foi muito importante para a região do Polo Seridó,
pois, o Seridó ganhou visibilidade no senario do turismo nacional, desfazendo a
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imagem que os turístas tiham dessa região que por muito tempo foi vista com pobre,
seca e improdutiva.
De acordo com entrevistado, o Roteiro Seridó seguiu todo um processo
de planejamento e desenvolvimento de ações de consultorias para o
desenvolvimento de roteiros, aliada às ações de capacitação, acesso a mercados,
produção de material promocional. As informações coletadas pelo entrevistado
2016, afirmam que teve cursos de capacitação, mas o entrevistado nem a SEBRAE
informou a quantidade de pessoas capacitadas e nem as empresas e regiões
beneficiadas, a informações coletadas pelo entrevistado 2016, afirmam que teve
cursos de capacitação.
5.2 TALENTOS DO BRASIL RURAL
Observando que o Brasil é um país que disponibiliza vários segmentos
turísticos, e entre eles o turismo rural que tem um caráter de integração, procurando
valorizar o meio ambiente, as atividades agropecuárias e a cultura de uma região,
auxiliando também na diminuição do êxodo rural. O turismo rural tem como principal
característica utilizar rudimentos e condições de uma paisagem rural e tem a
ruralidade como fundamental atrativo.
Turismo rural é um conjunto de atividade turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. (MTUR, 2010, p.18).
O projeto Talentos do Brasil rural foi elaborado com intuito de promover a
agricultura familiar e aprimorar a oferta turística do Brasil, buscando colocar os
produtos e serviços dos agricultores no mercado do turismo. O projeto foi uma
parceria realizada pelo Ministério do Turismo, Ministério do Desenvolvimento
Agrário, Ministério do Meio Ambiente, SEBRAE e Agência de Cooperação Alemã -
GTZ.
Com isso os objetivos do projeto foram:
Inserir produtos e serviços da agricultura familiar no mercado turístico, agregando valor à oferta turística brasileira. Conhecer e alinhar oferta e a demanda do mercado turístico de produtos e serviços da agricultura Familiar. Qualificar e agregar valor aos