MARCO AURÉLIO NEMITALLA ADDED
EFICÁCIA DA ADIÇÃO DO MÉTODO KINESIO TAPING AO TRATAMENTO
DE FISIOTERAPIA BASEADA NAS DIRETRIZES DE PRÁTICA CLÍNICA
EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA INESPECÍFICA: UM
ENSAIO CONTROLADO ALEATORIZADO
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2015
MARCO AURÉLIO NEMITALLA ADDED
EFICÁCIA DA ADIÇÃO DO MÉTODO KINESIO TAPING AO TRATAMENTO
DE FISIOTERAPIA BASEADA NAS DIRETRIZES DE PRÁTICA CLÍNICA
EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA INESPECÍFICA: UM
ENSAIO CONTROLADO ALEATORIZADO
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2015
Defesa apresentada ao Programa de Mestrado eDoutorado em Fisioterapia da UniversidadeCidade de São Paulo, para obtenção do título deMestre, sob orientação da Profa. Dra. Lucíola daCunha Menezes Costa e co-orientação do Prof. Dr.Leonardo Oliveira Pena Costa.
Banca Examinadora
Prof. Dra. Lucíola da Cunha Menezes Costa ___________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Prof. Dr. Rodrigo Antunes de Vasconcelos_____________________________
Universidade de São Paulo
Prof. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral______________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação a minha família. Paulo Alberto Added, Myrtis Elizabeth Morelli
Added, Caroline Added e Bruna Added. Sempre me incentivaram ir em busca dos meus
sonhos, independente do quão distante estão. Os constantes ensinamentos e conselhos,
ajudaram a chegar ao final de mais uma etapa em minha vida. Vocês são minhas
´´pernas´´, que guiam os caminhos corretos da vida.
Também dedico este trabalho a Danielle Lacreta Toledo Colonezi, exemplo de que o
companheirismo, amizade e o amor, estão presentes em momentos bons e ruins. Estar
ao seu lado faz a vida ser vivida com mais amor.
Obrigado por todos vocês existirem, sem vocês minha vida não seria a mesma.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter colocado este novo desafio na minha vida.
Ao mais que amigo Diego Galace de Freitas, um exemplo de ser humano e profissional,
que todos deveriam seguir. Uma pessoa que faz a fisioterapia valer a pena.
Infinitos agradecimentos aos meus orientadores, Lucíola da Cunha Menezes Costa e
Leonardo Oliveira Pena Costa, que fazem o mundo girar em torno da ciência, sempre
incentivando a busca da perfeição acadêmica e pessoal.
Aos meus colegas Renan Lima Monteiro, Evelyn Cassia Salomão e Flávia Cordeiro de
Medeiros. Parte fundamental para realização deste estudo, sem vocês este trabalho não
teria sido concluído.
Ao amigo e braço direito Samir Asbahan de Araújo, responsável por fazer um dos meus
sonhos virarem realidade.
À Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) e Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo apoio e financiamento do
estudo.
vi
SUMÁRIO
Páginas
Sumário...................................................................................................................... vi
Prefácio..................................................................................................................... viii
Resumo ..................................................................................................................... ix
Abstract .................................................................................................................... xi
Capítulo 1: Contextualização................................................................................... 1
1.1 Epidemiologia da dor lombar .................................................................... 2
1.2 Diagnóstico e classificação da dor lombar.................................................. 2
1.3 Prognóstico da dor lombar.......................................................................... 4
1.4 Intervenções realizadas para o tratamento da dor lombar........................... 4
1.5 Tratamentos utilizados na Fisioterapia baseada nas diretrizes de prática
clínica ...............................................................................................................6
1.6 Kinesio Taping............................................................................................ 7
1.7 Justificativa.................................................................................................. 11
1.8 Objetivo....................................................................................................... 12
1.9 Referências Bibliográficas ......................................................................... 13
Capítulo 2: Efficacy of adding the Kinesio Taping method to guideline -
endorsed conventional physiotherapy in patients with chronic nonspecific low
vii
back pain: a randomised controlled trial………………………..………………. 18
2.1 Background.…….………………………………………………………... 20
2.2 Objective..………………………………………………………………... 20
2.3 Methods/Design.…………………………………………………………. 21
2.4 Discussion………………………………………………………………... 24
2.5 References………………………………………………………………... 25
Capítulo 3: Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento de
fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica em pacientes com dor
lombar crônica inespecífica: um estudo controlado aleatorizado........................
27
3.1 Resumo............................................................................................. 29
3.2 Introdução................................................................................................... 31
3.3 Métodos...................................................................................................... 33
3.4 Resultados................................................................................................... 42
3.5 Discussão.................................................................................................... 49
3.6 Referências................................................................................................. 53
Capítulo 4: Considerações finais............................................................................. 56
Anexos........................................................................................................................ 58
Anexo 1............................................................................................................. 59
Anexo 2............................................................................................................. 62
viii
Anexo 3 ............................................................................................................ 78
ix
PREFÁCIO
Esta dissertação de mestrado aborda tópicos relacionados a eficácia do método
Kinesio Taping; especificamente sobre eficácia da adição do uso do método Kinesio
Taping com um tratamento de fisioterapia baseada nas diretrizes prática clínicas, em
pacientes com dor lombar crônica inespecífica, para os desfechos intensidade da dor,
incapacidade e percepção do efeito global. É constituída por quatro capítulos, em que
cada capítulo apresenta sua própria lista de referências bibliográficas. O Programa de
Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
permite a inclusão de artigos publicados, aceitos ou submetidos para publicação em seu
formato de publicação ou submissão no corpo do exemplar da dissertação.
O capítulo 1 fornece uma contextualização de tópicos relevantes sobre a dor
lombar, bem como a sua definição, prevalência, custos, classificação, prognóstico e as
principais intervenções realizadas para tratar tal condição. Neste mesmo capítulo são
fornecidas informações a respeito do método Kinesio Taping e os objetivos desta
dissertação. O capítulo 2 apresenta o projeto do estudo, publicado na revista BMC
Musculoskeletal Disorders. O capítulo 3 apresenta o resultado do estudo realizado nesta
dissertação de mestrado, que se encontra no formato de um artigo científico, ainda em
português, seguindo as orientações para autores da revista Physical Therapy, em que
iremos submetê-lo para publicação. Este capítulo consta de uma introdução, métodos,
resultados, discussão e referencias bibliográficas. Por fim o capítulo 4 apresenta as
considerações finais desta dissertação.
x
RESUMO
Contextualização: A dor lombar crônica inespecífica é um importante problema de
saúde pública altamente prevalente a nível mundial e está associada a enormes custos
para a sociedade. As diretrizes de prática clínica apontam técnicas utilizadas
convencionalmente na fisioterapia, como terapia manual e programas de exercícios de
fortalecimento de músculos gerais e específicos da coluna lombar, como opções de
tratamento eficazes. Uma nova intervenção que vem sendo muito utilizada nesses
pacientes são as bandagens elásticas denominadas Kinesio Taping.
Objetivo: Determinar a eficácia, em relação ao alívio da dor e a melhora da
incapacidade funcional, da adição do uso do Kinesio Taping em pacientes com dor
lombar crônica inespecífica que recebem tratamento de fisioterapia segundo as
recomendações das diretrizes de prática clínica.
Desenho do estudo: Ensaio controlado aleatorizado, com avaliador cego, registrado
prospectivamente.
Local: Esta pesquisa foi realizada no departamento de fisioterapia no centro de
Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).
Pacientes: 148 pacientes com dor lombar crônica inespecífica.
Intervenções: Programa de dez sessões de tratamento, durante cinco semanas (duas
vezes por semana), de fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica, que consistiu
no uso combinado de técnicas de terapia manual, exercícios gerais e exercícios
específicos de estabilização segmentar da coluna vertebral (Grupo fisioterapia baseada
nas diretrizes de prática clínica) ou para receber os mesmos tratamentos do grupo
anterior adicionado a aplicação de fitas Kinesio Taping na região lombar (Grupo
fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica + Kinesio Taping) de acordo com os
princípios do método.
xi
Desfechos: Os desfechos clínicos primários (intensidade da dor, incapacidade
funcional) foram medidos em avaliações realizadas na linha de base e em 5 semanas
após randomização, já os desfechos secundários (intensidade da dor, incapacidade
funcional) foram mensurados na linha de base e após 3 e 6 meses, além da satisfação
com o tratamento recebido (mensurado após 5 semanas de tratamento) após a
distribuição aleatória dos pacientes nos grupos. Os dados foram coletados por um
examinador cego a distribuição dos grupos aos quais os pacientes foram alocados.
Resultados: Não foram observadas diferenças significativas nos resultados primários da
intensidade da dor (média das diferenças = -0,01 pontos, IC 95% -0,88 a 0,85, p=0,98) e
incapacidade (média das diferenças = 1,14 pontos, IC 95% -0,84 a 3,13, p=0,26) após 5
semanas de tratramento. Não foram observadas diferenças entre os grupos para todos os
demais desfechos secundários (intensidade da dor, incapacidade fucnional e percepção
do efeito global), com exceção no desfecho incapacidade na avaliação após 6 meses de
aleatorização (média das diferenças = 2,01 pontos, IC 95% 0,03 a 4,00, p=0,05) a favor
do grupo que não recebeu a aplicação da Kinesio Taping.
Conclusão: Pacientes que recebem tratamento fisioterápico beaseado nas
recomendações das diretrizes de prática clínica não necessitam do uso adicional do
método Kinesio Taping.
xii
ABSTRACT
Background: The chronic nonspecific low back pain is a serious public health issue
that affects a large part of the world population, resulting huge costs for the society.
Clinical practice guidelines shows techniques conventionally used in physical therapy,
as manual therapy and exercises to strength the muscles in general and the lumbar
spine’s muscles, as options to an efficient treatment. A new intervention that has been
widely used in these patients is the Kinesio Taping.
Objective: Determine the efficacy, with respect to pain relief and improvement of
disability, the addition of the Kinesio Taping use in patients with chronic nonspecific
low back pain who receive physiotherapy treatment according to the recommendations
of clinical practice guidelines.
Trial Design: Randomized controlled trial, with blind assessor, prospectively recorded.
Local: This research was conduct in the physiotherapy department, at the rehabilitation
center of Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).
Patients: 148 patients with chronic nonspecific low back pain
Interventions: Program of ten treatment sessions for five weeks (twice a week), of
physical therapy based on clinical practice guidelines. The patients were treated with
manual therapy techniques, exercises and specific exercises for the stabilization of the
cervical spine (Physical therapy based on clinical practice guidelines group) or they
were treated with the same way as the previous group added the application of the
Kinesio Taping in the lumbar region (Physical therapy based on clinical practice
guidelines + Kinesio Taping group) in accordance with the principles of the method.
Outcomes: The clinical outcomes (the intensity of pain; functional incapacity,
perception of overall effect) were measured in evaluations conducted on the baseline,
after 5 weeks, 3 and 6 months after the random distribution of patients on the groups.
xiii
Were also collected the satisfaction with the treatment received in the revaluation five
weeks after randomization. Data were collected by a blinded examiner distribution of
the groups to which patients were allocated
Results: No significant differences were observed in primary outcomes of pain intensity
(mean difference = -0.01 points, 95% CI -0.88 to 0.85, p = 0.98) and disability (mean
difference = 1.14 points, 95% CI -0.84 to 3.13; p = 0.26). Differences between groups
for all other secondary outcomes were observed, except in the outcome disability in the
evaluation after 6 months of randomization (mean difference = 2.01 points, 95% CI
0.03 to 4.00, p = 0 , 05) for the group not receiving the application of Kinesio Taping.
Conclusion: Patients receiving physical therapy of high quality does not require the
additional use of Kinesio Taping method.
2
1.1 Epidemiologia da dor lombar
A dor lombar é definida como dor ou desconforto entre as margens costais e
pregas glúteas inferiores, podendo apresentar dor referida para os membros inferiores1.
Os sintomas da dor lombar estão associados com altas taxas de absenteísmo no trabalho,
incapacidade funcional e utilização frequente de serviços de saúde1, 2. Assim sendo,
torna-se uma condição muito prevalente na população mundial, em que cerca de 39%
das pessoas irão apresentar tal desconforto em algum momento da vida3, 4. Estimativas
apontam que este número pode aumentar com o envelhecimento da população3. Após o
levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2010)5, a dor
de coluna (dor cervical, torácica e lombar) ocupou a segunda colocação entre as
condições de saúde crônicas mais prevalentes no Brasil, ficando atrás apenas da
hipertensão arterial sistêmica5.
Por ser um importante problema de saúde, a dor lombar gera altos custos para a
realização do seu tratamento6. Estudos europeus apontam que anualmente o custo direto
e indireto da dor lombar varia entre 2 a 4 bilhões de Euros2. Dentro deste montante, os
custos indiretos, como afastamento e redução na produção no trabalho, representam
80% desta parcela6. Por outro lado, apenas 20% desse montante é atribuída aos custos
diretos, entre eles a fisioterapia; que apresenta uma pequena parcela de 3,4% dos gastos
totais; além dos serviços médicos, emergenciais, ambulatoriais e hospitalares,
medicamentos e exames para realizações de diagnósticos6.
1.2 Diagnóstico e classificação da dor lombar
A classificação de indivíduos que sofrem de dor lombar é de fundamental
importância na prática clínica, pois visa descartar doenças graves, predizer prognóstico
e identificar o tratamento mais adequado para cada paciente1. Visando a escolha do
3
melhor tratamento para os pacientes com dor lombar, foi realizada uma divisão que
classifica a dor lombar em três grupos1, 2: 1) doenças severas da coluna (como por
exemplo: tumores, fraturas e doenças infecciosas e inflamatórias); 2) comprometimento
da raiz nervosa (como por exemplo: prolapso discal, estenose do canal lombar ou
fibroses pós-cirúrgicas com compressão das raízes nervosas); e 3) dores lombares
inespecíficas (dor mecânica de caráter musculoesquelético)1, 2. As doenças severas
acometem menos de 1% dos casos, 5% estão associados a comprometimento da raiz
nervosa e cerca de 95% dos casos apresentam alterações mecanoposturais, ou seja, de
caráter inespecífico2, 7.
A dor lombar inespecífica também é sub-classificada de acordo com a duração
dos sintomas apresentados. Quando mantida por menos de 6 semanas é classificada
como aguda, episódios que variam de 6 a 12 semanas são classificados como sub-
agudos e quando persistido por mais de 12 semanas, são classificados como crônicos2, 7.
Essa classificação é de fundamental importância perante o prognóstico e tomada de
decisão clínica, referente à melhor intervenção a ser realizada8.
A classificação quanto a duração dos sintomas e suas subdivisões da dor lombar,
auxilia os profissionais da saúde na elaboração e tomada de decisão clínica, além de
evitar gastos abusivos e predizer o prognóstico de cada paciente1. Existem outros
modelos de sub-classificação de pacientes com dor lombar baseados na apresentação
clínica do paciente, como os métodos de Mckenzie9, Treatment-Based Classification10,
Cognitive Functional Therapy11 entre outros. Apesar de serem abordagens promissoras,
esses métodos de sub-classificação não foram utilizados nessa dissertação.
4
1.3 Prognóstico da dor lombar
O prognóstico dos pacientes que sofrem de dor lombar está intimamente
relacionado ao tempo que os sintomas persistem, portanto quanto maior o tempo da
duração dos sintomas pior o prognóstico12, 13. Uma revisão sistemática com meta
análise8 observou que em todos os níveis da dor lombar, seja ela aguda, subaguda ou
crônica, os sintomas tendem a ter uma melhora da dor e função, logo após seis semanas
do início dos sintomas. Por outro lado, quando analisados os mesmos desfechos após
um ano do início destes sintomas, os pacientes com dor lombar aguda apresentavam
menores níveis de dor e incapacidade, quando comparados aos pacientes com dor
lombar subaguda e crônica. Outro dado interessante em relação aos pacientes com dor
lombar crônica é que aproximadamente 60% dos pacientes não se consideram
totalmente recuperados mesmo após um ano do início dos sintomas8.
O prognóstico dos pacientes com dor lombar crônica parece ser menos favorável
nas seguintes situações: quando o próprio indivíduo considera que seus sintomas serão
persistentes, pacientes com baixo nível educacional, além de indivíduos que foram
afastados do trabalho devido a dor lombar12. Em geral, pelo fato dos sintomas
persistirem por um período maior em pacientes com dor lombar crônica, estes
indivíduos se tornam frequentadores de serviços de saúde, com o intuito de buscar
intervenções que reduzam seu quadro álgico e que melhorem sua condição de vida14.
1.4 Intervenções realizadas para o tratamento da dor lombar
Atualmente a literatura apresenta uma gama de recursos visando à melhora da
dor lombar, porém estes tratamentos diferem de acordo com a classificação e duração
dos sintomas de cada indivíduo2, 7. Na fisioterapia estes tratamentos variam desde
programas educacionais15, à terapia cognitiva comportamental16, recursos eletrofísicos17
5
(entre eles a eletroterapia e a termoterapia), técnicas de terapia manual18-21, exercícios
gerais22 e específicos23.
Dentre os recursos citados acima, alguns apresentam melhores evidências
científicas, de acordo com as diretrizes de prática clínica2, 7. Estas diretrizes são
recomendações destinadas a otimizar o atendimento do paciente2, 7. Elas são elaboradas
sobre estudos de alto rigor científico sendo utilizadas para fundamentar a tomada de
decisões dos profissionais de saúde sobre situações clínicas específicas. No caso da dor
lombar crônica as técnicas de terapia manual18-21, 24 e exercícios terapêuticos, tanto
gerais22 quanto os específicos23, são recomendados pelas diretrizes de prática clínica
como opções eficazes para essa população.
Apesar das diretrizes relatarem os recursos descritos acima como opções de
tratamento para indivíduos com dor lombar crônica inespecífica, ensaios clínicos
sugerem que quando realizado de forma isolada, a melhora clínica destes tratamentos é,
na melhor das hipóteses, moderada2, 19, 23. Devido a modesta melhora clínica e a falta de
supremacia de um determinado tratamento, novas técnicas e intervenções vêm sendo
testadas, dentro do arsenal da fisioterapia. Em teoria, essas novas intervenções poderiam
aumentar o efeito dos tratamentos já realizados e com isso aumentar a satisfação dos
pacientes que recebem cuidados fisioterapêuticos.
Uma nova alternativa de tratamento muito popular no meio esportivo, e na área
da fisioterapia musculoesquelética é denominada Kinesio Taping. Essa técnica vem
sendo proposta para pacientes com dor lombar. Esse método foi criado no Japão por
Kenso Kase nos anos 7025 e consiste em aplicações de fitas adesivas e elásticas sobre a
pele, visando a redução do quadro álgico26-28 e a diminuição da tensão muscular, através
do mecanismo de inibição neuromuscular exercido pelas fitas25. Estes tratamentos serão
descritos com maiores detalhes a seguir.
6
1.5 Tratamentos utilizados na fisioterapia baseada nas diretrizes de prática
clínica.
Dentre os recursos descritos nas diretrizes de prática clínica2, 7, as técnicas de
terapia manual e os exercícios de fortalecimento muscular, gerais e específicos, são
convencionalmente utilizados pela fisioterapia18-23, 29. Na terapia manual, destacam-se as
mobilizações articulares e as liberações miofasciais18, 20, 21.
As mobilizações articulares são baseadas em movimentos repetitivos e
oscilatórios de velocidade baixa e constante, realizados em segmentos vertebrais
hipomóveis (diminuição do movimento) ou dolorosos24. Estas mobilizações
restaurariam os movimentos fisiológicos da articulação através da diminuição da
hiperatividade muscular superficial (eretor da espinha) da coluna lombar30, 31, além de
estimular a emissão das informações inibitórias dos mecanoreceptores ao sistema
nervoso central, através da liberação de substâncias não-opióideas, resultando em efeito
analgésico local e sistêmico31, 32. Os efeitos promovidos pela técnica irão depender do
grau que esta mobilização é realizada24. Quando o intuito for promover analgesia,
movimentos mais curtos (graus baixos) são indicados, porém quando o objetivo for a
restauração da amplitude de movimento, movimentos mais amplos são as melhores
opções (graus altos) 24.
Outra técnica de terapia manual frequentemente utilizada, são as liberações
miofasciais18, 20, 21. A técnica consiste em compressões isquêmicas manuais, nas bandas
de tensões20. Estas bandas, semelhantes a nódulos, são regiões hiperirritáveis
encontradas nos músculos, sendo dolorosas a palpação20.
Os exercícios de fortalecimento gerais visam o aumento dos níveis de atividade
física dos pacientes (através de exercícios aeróbicos e fortalecimento de grandes grupos
7
musculares como o glúteo máximo e o reto do abdome)2, 7, 22. Enquanto os exercícios
específicos de estabilização segmentar têm como principal objetivo promover
estabilidade e controle dinâmico da coluna lombar através de exercícios de
fortalecimento e de melhoria do controle motor dos músculos transverso do abdome e
os multífidos lombares23, 33-36.
Para o estudo apresentado nesta dissertação de mestrado, os pacientes receberam
o tratamento de acordo com a sua necessidade, uma vez que as avaliações eram
realizadas previamente ao início de cada sessão. O fisioterapeuta responsável poderia
escolher entre as modalidades terapêuticas, qualquer técnica (ou uma combinação
dessas técnicas) que apresente suporte pelas diretrizes de tratamento, descrita nos
parágrafos acima.
1.6 Kinesio Taping
Este método foi criado no Japão nos anos 70 pelo quiropraxista Kenso Kase25 e
tinha como principal objetivo auxiliar músculos e demais estruturas a buscar a
homeostase entre os intervalos de sessões de quiropraxia37. A técnica ganhou grande
visibilidade após as olimpíadas de Atenas, Pequim e Londres, onde as mesmas serviram
de divulgação e conhecimento mundial do método37. Atualmente a aplicação da Kinesio
Taping, é realizada desde centros olímpicos até clínicas de reabilitação em todo o
mundo37.
A técnica consiste na aplicação de fitas elásticas sobre a pele dos pacientes.
Estas fitas possuem características próprias, começando pelo fato de ser composta por
uma adesivo hipoalérgico, ser resistente a água, sensível ao calor, além de não conter
fármacos37. É composta por tecidos com 100% de algodão e acrílico termoativo, são
porosas e não restringem as amplitudes de movimento. Os criadores da técnica relatam
8
que durante a sua fabricação as bandagens já são coladas no papel com uma tensão de
10-15% de sua elasticidade25, porém a literatura atual aponta que as bandagens são
coladas com apenas 10% de tensão37 . Outro dado da fabricação da Kinesio Taping que
diverge da literatura é em relação a variação do seu comprimento, os criadores relatam
que a bandagem poderia variar em até 140% do seu tamanho original25, porém os livros
mais recentes descrevem que a variação pode chegar em até 60%37 do seu tamanho
original, desta forma produzindo maior ou menor tensão sobre a pele, de acordo com o
objetivo do terapeuta25, 37, 38.
De acordo com os criadores da técnica, os benefícios gerados após a aplicação
da Kinesio Taping, seriam divididos em quatro funções, entre elas a função linfática,
muscular, articular e dérmica25, 37. Esta última visa a redução do quadro álgico através
de estímulos sensoriais nos mecanorreceptores por pressão, descompressão, tensão,
elevação e tração37. A tração exercida pela faixa promove uma elevação da epiderme
que diminui a pressão nos mecanoreceptores logo abaixo da derme, que por
consequência, diminui os estímulos nociceptivos, além de melhorar a circulação
sanguínea e linfática, reduzir quadro álgico, realinhar as articulações e diminuir tensão
muscular25, 38. De acordo com estes mecanismos a Kinesio Taping poderia alterar o
recrutamento das fibras musculares, através dos mecanismos de inibição e excitação
neuromuscular26, 28, porém, até o momento, nenhum estudo explica como a bandagem
atuaria fisiologicamente em pacientes com dor lombar.
Uma grande parte da teoria desenvolvida pelos criadores da Kinesio Taping
diverge em relação aos mecanismos fisiológicos dos nociptores e mecanoreceptores. De
acordo com os princípios da modalidade específica, cada receptor reage de uma forma
diferente perante aos estímulos recebidos39. Assim sendo, os nociceptores não
responderiam a estímulos mecânicos, como no caso a Kinesio Taping39. Já os
9
mecanoceptores, dependendo da sua localização, são capazes de detectar qualquer
deformação do tecido, sendo classificados como de baixa adaptação (emitem estímulos
em resposta a uma pressão contínua sobre a pele) ou de rápida adaptação (emitem
informações em resposta a um movimento na pele, porém são inibidos quando ocorre
uma pressão constante)39.
De acordo com a fisiologia dos mecanoceptores, após a aplicação de um
estímulo (como por exemplo a Kinesio Taping) as fibras de adaptação rápida se
acomodariam rapidamente, já as fibras de adaptação lenta iriam se acomodar após
alguns instantes da aplicação da bandagem. Do ponto de vista prático, logo após a
aplicação das bandagens os pacientes irão sentir a sua presença, porém logo se
adaptarão a tal estímulo, tornando a presença da bandagem imperceptível, assim, o
efeito da Kinesio Taping poderia se limitar apenas por alguns minutos ou horas.
Diversos ensaios clínicos40-44 em diferentes áreas já foram publicados utilizando
a Kinesio Taping, porém muitos destes estudos utilizam indivíduos assintomáticos e
atletas45-48. Cerca de cinco revisões sistemáticas49-53 e duas meta análises48, 54 já foram
publicadas com o intuito de analisar os desfechos clínicos em diferentes patologias.
A mais recente revisão sistemática53, incluiu 495 indivíduos em 12 estudos de
diferentes patologias do corpo, entre elas: síndrome femoro-patelar, síndrome do
impacto no ombro, tendinite dos rotadores laterais do ombro, dor lombar crônica, dor
cervical e fasceíte plantar, publicados entre 2008 e 2013, analisando os seguintes
desfechos: intensidade da dor, nível de funcionalidade, qualidade de vida, retorno ao
trabalho e efeito de percepção do efeito global. Entre os estudos elegíveis, um analisou
apenas a aplicação da Kinesio Taping sem outras intervenções, quatro compararam a
diferença da aplicação da Kinesio Taping com uma aplicação placebo isolada, outros
10
quatro estudos compararam a eficácia da bandagem elástica em relação a outras
intervenções; entre elas exercícios e manipulação vertebral; e cinco analisaram a
aplicação da Kinesio Taping como adição de outras intervenções e de forma isolada,
sendo que dois estudos analisaram mais de um desfecho. Após a análise dos resultados
foi constatado que não existe diferença significativa para a utilização da Kinesio Taping,
desta forma não haveria evidência que suporte o uso desta intervenção para essas
comparações acima citadas.
Os ensaios controlados aleatorizados incluídos nessa revisão sistemática53
apresentam moderada qualidade metodológica e muitos destes estudos apresentam baixo
número amostral53. Porém vale ressaltar que a qualidade da evidência, avaliada pelo
GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation) da
Colaboração Cochrane para as comparações mensuradas nesta revisão sistemática53,
variou de muito baixa a baixa qualidade (o que significa, que novos estudos podem
alterar as conclusões da revisão). Desta forma se faz necessário novos estudos robustos
e com baixo risco de viés à fim de entendermos melhor os efeitos proporcionados por
esta técnica.
A utilização da Kinesio Taping no tratamento da dor lombar vem aumentado na
prática clínica, porém a literatura ainda é escassa. Após um levantamento em bases de
dados, foram encontrados apenas três estudos controlados aleatorizados que
investigaram a utilização da Kinesio Taping26, 28, 55 e surpreendentemente dois destes
trabalhos26, 28 não realizaram cálculo amostral adequado nem avaliações a médio e
longo prazo. Apenas o trabalho de Parreira et al (2014)55, realizou cálculo amostral.
O estudo de Paoloni28 avaliou a intensidade da dor e incapacidade de 39
pacientes, em três diferentes grupos (13 participantes por grupo) após quatro semanas
de tratamento. Um grupo recebeu aplicação da Kinesio Taping, no segundo, exercícios
11
de fortalecimento de abdome, extensores lombares e torácicos, psoas, isquiotibiais,
musculatura pélvica, além de técnicas de relaxamento muscular, e por fim o terceiro
grupo recebeu a combinação das intervenções anteriores. Foi observada uma redução da
dor e melhora da função em todos os grupos, porém tal diferença não foi observada
quando realizada a comparação intergrupos.
O segundo ensaio clinico26 além de avaliar dor e incapacidade, também avaliou a
resistência muscular e cinesiofobia de 60 participantes, divididos em dois grupos. Em
um dos grupos foi realizada a aplicação da Kinesio Taping e no outro uma bandagem
placebo, em ambos os grupos os participantes mantinham a bandagem aplicada por uma
semana. Após quatro semanas de tratamento, não foi observada diferença entre os
grupos quando analisados todos os desfechos.
Por fim, o estudo de Parreira et al55, teve como objetivo avaliar o efeito das
circunvoluções causadas após a aplicação da Kinesio Taping, em 148 pacientes com dor
lombar inespecífica. Para isso dois grupos foram necessários: grupo experimental, onde
74 pacientes receberam a aplicação da faixa elástica com a formação da circunvoluções,
como preconiza a técnica; e grupo controle, em que os outros 74 pacientes receberam a
aplicação da Kinesio Taping, porém sem a formação das circunvoluções. Como
resultado os autores não observaram diferença significativa entre as duas formas de
aplicação.
Os resultados do estudo de Paoloni et al 28, devem ser analisados com cautela,
uma vez que o número de indivíduos alocados nos grupos foi baixo, houve elevada taxa
de perda da amostra e ausência de um avaliador cego. Por outro lado Castro-Sanchez et
al (2012)26 e Parreira et al (2014)55 apresentaram boa qualidade metodológica, porém
não foram pragmáticos quanto a prática clínica,uma vez que os estudos publicados até o
12
momento tiveram como objetivo analisar apenas os efeitos da aplicação isolada do
método Kinesio Taping, e até o momento nenhum ensaio controlado aleatorizado foi
publicado utilizando o método Kinesio Taping como um método adicional a um
tratamento de fisioterapia baseada nos princípios das diretrizes de prática clínicas.
Sendo assim, o objetivo desta dissertação de mestrado foi comparar por meio de
um estudo controlado aleatorizado a eficácia da adição do método Kinesio Taping em
pacientes com dor lombar crônica inespecífica, que receberam os tratamentos de
fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica, comparado com pacientes que
recebem apenas os cuidados da fisioterapia baseados nas diretrizes de prática clínica
13
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Capítulo 2
Efficacy of adding the Kinesio Taping method to guideline-endorsed conventional
physiotherapy in patients with chronic nonspecific low back pain: a randomised
controlled trial
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STUDY PROTOCOL Open Access
Efficacy of adding the kinesio taping method toguideline-endorsed conventional physiotherapyin patients with chronic nonspecific low backpain: a randomised controlled trialMarco Aurélio Nemitalla Added1,2, Leonardo Oliveira Pena Costa2,3, Thiago Yukio Fukuda1,Diego Galace de Freitas1, Evelyn Cassia Salomão2, Renan Lima Monteiro1 and Lucíola da Cunha Menezes Costa2*
Abstract
Background: Chronic nonspecific low back pain is a significant health condition with high prevalence worldwideand it is associated with enormous costs to society. Clinical practice guidelines show that many interventions areavailable to treat patients with chronic low back pain, but the vast majority of these interventions have a modesteffect in reducing pain and disability. An intervention that has been widespread in recent years is the use of elasticbandages called Kinesio Taping. Although Kinesio Taping has been used extensively in clinical practice, currentevidence does not support the use of this intervention; however these conclusions are based on a small number ofunderpowered studies. Therefore, questions remain about the effectiveness of the Kinesio Taping method as anadditional treatment to interventions, such as conventional physiotherapy, that have already been recommendedby the current clinical practice guidelines in robust and high-quality randomised controlled trials. We aim todetermine the effectiveness of the addition of the use of Kinesio Taping in patients with chronic nonspecific lowback pain who receive guideline-endorsed conventional physiotherapy.
Methods/design: One hundred and forty-eight patients will be randomly allocated to receive either conventionalphysiotherapy, which consists of a combination of manual therapy techniques, general exercises, and specificstabilisation exercises (Guideline-Endorsed Conventional Physiotherapy Group) or to receive conventionalphysiotherapy with the addition of Kinesio Taping to the lumbar spine (Conventional Physiotherapy plus KinesioTaping Group) over a period of 5 weeks (10 sessions of treatment). Clinical outcomes (pain intensity, disability andglobal perceived effect) will be collected at baseline and at 5 weeks, 3 months, and 6 months after randomisation.We will also collect satisfaction with care and adverse effects after treatment. Data will be collected by a blindedassessor. All statistical analysis will be conducted following the principles of intention to treat, and the effects oftreatment will be calculated using Linear Mixed Models.
Discussion: The results of this study will provide new information about the usefulness of Kinesio Taping as anadditional component of a guideline-endorsed physiotherapy program in patients with chronic nonspecific lowback pain.
* Correspondence: [email protected] and Doctoral Programs in Physical Therapy, Universidade Cidade deSão Paulo, Rua Cesário Galeno 475, 03071-000 São Paulo-SP, BrazilFull list of author information is available at the end of the article
© 2013 Added et al.; licensee BioMed Central Ltd. This is an Open Access article distributed under the terms of the CreativeCommons Attribution License (http://creativecommons.org/licenses/by/2.0), which permits unrestricted use, distribution, andreproduction in any medium, provided the original work is properly cited. The Creative Commons Public Domain Dedicationwaiver (http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/) applies to the data made available in this article, unless otherwisestated.
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BackgroundLow back pain is a significant public health condition andit is associated with a high rate of absenteeism from work,disability, and frequent use of health services [1]. Approxi-mately 39% of the population suffers from low back painat some stage in their lives [2,3]. The Brazilian NationalSurvey by Household Sample (PNAD, 2010) [4] rankedback pain as the second most prevalent health conditionafter systemic arterial hypertension [4]. This high preva-lence explains the vast amounts expended on treatmentfor patients with this condition. The most recent system-atic review on the cost associated with low back pain indi-cates that the majority of direct costs were spent onphysiotherapy (17%), followed by medication (13%) andother primary health care (13%), however these costs ac-count for less than 20% of the total costs of this condition,i.e. most of the costs are related to indirect expenses withabsenteeism from work and lower productivity [5].Current literature provides several possibilities for the
treatment of low back pain that vary according to durationof symptoms and classification of this condition [6,7].These treatments range from educational programs [8] tobehavioural cognitive therapy [9], medication [10], electro-physical agents [11], manual therapy [12-14] (e.g. jointmobilisation/manipulation, myofascial release), general ex-ercises [15] and specific spinal stabilisation exercises [16],among others [7]. Although clinical practice guidelinesrecommend the aforementioned treatments for patientswith chronic nonspecific low back pain, most randomisedcontrolled trials, from which the guidelines are taken, haveshown that these treatments provide only mild to moder-ate clinical improvement in these patients when used inisolation [7,12,16]. These same clinical practice guidelinesalso state that there is no difference between the variousmodalities of exercise-based therapy as well as the variousmanual therapy techniques [7].Given the modest clinical improvement and the lack of a
leading therapy, new interventions are being tested withinthe variety of physiotherapy techniques to enhance theeffect size of the treatment being used and thus increasepatient satisfaction. A new treatment option that is verypopular in athletes is the Kinesio Taping and it is beingwidely used in patients with low back pain. This methodwas created in Japan by Kenso Kase in the 70's [17]. Thetechnique uses an elastic tape that is extremely thin andmuch more elastic than conventional bandages and appliesit to the patient’s skin. This tape can be stretched to 140%of its original length, producing less mechanical retentionand restriction to movement [17]. During assessment, thetherapist decides which technique and level of traction togive the bandage, generating more or less tension on theskin. According to its developers, this traction elevates theepidermis increasing the pressure on the mechanorecep-tors below the dermis, thus decreasing nociceptive stimuli.
The creators of the Kinesio Taping also state that the tapeis able to improve blood and lymphatic circulation, reducespain, realigns joints, and reduces muscle tension [17,18].Additionally, the use of Kinesio Taping is likely to changethe pattern of recruitment of muscle fibres [18-20]. In thecase of the latter, which involves great activation of theparavertebral musculature in response to pain, it is ex-pected that the use of bandages (such as Kinesio Taping)would inhibit this excessive activation, thus increasingrange of motion and, subsequently, will improve function-ality and would reduce pain intensity [19-21].There are three systematic reviews on the use of
the Kinesio Taping in patients with musculoskeletal condi-tions [22-24]. All reviews were consistent in concludingthat there is no high-quality evidence of the use of KinesioTaping in patients with musculoskeletal conditions, in-cluding patients with chronic low back pain. However,most of the clinical trials used Kinesio Taping in isolation,had small samples, and had high risk of bias. From a prag-matic standpoint, Kinesio Taping is not used by physio-therapists as an isolated form of intervention, but as anadditional component in the treatment of patients withlow back pain in order to increase and prolong the effectof pain reduction and disability in these patients.Given that most patients with chronic nonspecific low
back pain receive a variety of interventions within thescope of conventional physiotherapy (advice/counselling,manual therapy techniques, general exercise, and specificspinal stabilisation exercises), the present study intends toinvestigate whether the addition of Kinesio Taping to con-ventional physiotherapy treatment can provide greater painrelief and functionality than conventional physiotherapyalone in patients with chronic nonspecific low back pain.
ObjectiveThe primary objective of this trial protocol will be toinvestigate the efficacy of the addition of the use ofKinesio Taping in relieving pain and improving disabilityin patients with chronic nonspecific low back paintreated according to the principles of conventionalphysiotherapy (based on the clinical practice guidelines)compared to patients treated only with conventionalphysiotherapy. An assessment will be conducted imme-diately after the treatment (5 weeks after randomisation)(primary outcomes).The secondary objectives of this study will be:
– To analyse the difference between the group thatwill receive Kinesio Taping in addition toconventional physiotherapy treatment and the groupthat will be treated only with conventionalphysiotherapy in the outcomes pain intensity (painrelief ) and disability assessed 3 and 6 months afterrandomisation (secondary outcomes).
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– To analyse the difference between the group thatwill receive Kinesio Taping in addition toconventional physiotherapy treatment and the groupthat will be treated only with conventionalphysiotherapy in the outcome global perceived effectassessed 5 weeks, 3 months, and 6 months afterrandomisation (secondary outcomes).
– To analyse the patient’s adherence to andsatisfaction with the treatment (secondaryoutcomes).
HypothesisThe hypothesis of this study is that the patients withchronic nonspecific low back pain who receive conven-tional physiotherapy treatment in addition to KinesioTaping will have greater reduction in pain intensity levels,better global perceived effect, and less disability comparedto patients who receive only conventional physiotherapytreatment as assessed immediately after the 5 week inter-vention and that these benefits will be maintained untilthe reassessments 3 and 6 months after randomisation.
Methods/DesignStudy designThis study will be a two-arm randomised controlledtrial, prospectively registered, and with blinded assessor.
Approval and registrationThe procedures and consent form were approved by theResearch Ethics Committee of Universidade Cidade de SãoPaulo (protocol no. 254.063), and the study is being fullyfunded by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (FAPESP) (2013/02075-8). The study willbe conducted at the outpatient physiotherapy clinic ofIrmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, inSão Paulo, Brazil. This study was prospectively registeredat ClinicalTrials.gov - NCT01866332.
Sample size calculationThe sample size calculation for this study was based onthe detection of a one-point difference between groupsfor the outcome pain intensity assessed by the Pain Nu-merical Rating Scale [25] (estimated standard deviationof 1.84) and a four-point difference for the outcome dis-ability measured by the Roland Morris Disability Ques-tionnaire [25,26] (estimated standard deviation of 4.9points) with a statistical power of 80%, alpha of 5%, andpossible sample loss of up to 15% [16]. Therefore, 74participants were needed per group or 148 in total.
ParticipantsWe will recruit participants of both genders between 18and 60 years of age with chronic nonspecific low back painfor more than three months and who are seeking
treatment for low back pain. Participants will be excludedif they have any contraindications to physical exercise ac-cording to the guidelines of the American College ofSports Medicine [27]; serious spinal pathologies (fractures,tumors, and inflammatory pathologies such as ankylosingspondylitis); nerve root compromise (disc herniation andspondylolisthesis with neurological compromise, spinalstenosis, and others); contraindications to the use of Kine-sio Taping (allergy or intolerance), serious cardiorespira-tory diseases or pregnancy.
Assessment proceduresThe potential study participants will be referred to theirrespective medical doctors for all assessments and rou-tine examinations, such as imaging tests, prescription ofmedication, and referral for physiotherapy. The partici-pants will be sent to the physiotherapy clinic where theywill be assessed and included or excluded from the studyaccording to the aforementioned eligibility criteria. Theywill be informed about the study’s objectives, timeline,and eligibility criteria, then asked to sign an informedconsent form if they agree to take part in the study.If the participant is considered eligible, the assessor will
collect the baseline data prior to randomisation. This asses-sor will be blinded to patient allocation to treatmentgroups. The following instruments will be used to assessthe participants: 1) Assessment Form; 2) Pain NumericalRating Scale [25]; 3) Roland Morris Disability Question-naire [25,26]; 4) Global Perceived Effect Scale [25]; and 4)MedRisk Instrument for Measuring Patient SatisfactionWith Physical Therapy Care [28,29]. All scales and ques-tionnaires have been translated and cross-culturally adaptedto the Brazilian population, and their respective measure-ment properties have been assessed by our research group[25,29,30]. A detailed description of each of the instrumentsis given below.
Assessment instrumentsAssessment formParticipant characteristics will be collected with the useof an assessment form designed specifically for thisstudy. This form will contain questions regarding demo-graphic and anthropometric data, as well as the partici-pant’s health condition, such as use of medication, levelof physical activity, educational level, history of low backpain and duration of symptoms.
Pain numerical rating scaleThe Pain Numerical rating Scale assesses the pain inten-sity levels perceived by the patient using an 11-pointscale (ranging from 0 to 10), with 0 representing “nopain” and 10 representing “the worst possible pain”. Theparticipants will be instructed to report the level of painintensity in the last seven days [25].
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Roland Morris disability questionnaireThe Roland Morris Disability Questionnaire assess dis-ability associated with low back pain by means of 24questions that describe daily tasks that the patients havedifficulty performing due to low back pain [25,26]. Thepatients will be instructed to answer the questions thatactually apply to them over the last 24 hours. The totalscore is the sum of the points obtained, ranging from 0to 24 points. The higher the number of answers is, thehigher the disability.
Global perceived effect scaleThe Global Perceived Effect Scale assessed the global im-pression of recovery as perceived by the participant com-paring the onset of symptoms to the last few days. It is an11-point numerical scale ranging from −5 (vastly worse)to 0 (unchanged) to +5 (completely recovered). To meas-ure the global impression of recovery, the participants willbe asked: “Compared to when this episode first started,how would you describe your back these days?”. Higherscores indicate better recovery [25,31].
MedRisk instrument for measuring patient satisfaction withphysiotherapy careMedRisk is an instrument used to assess the satisfaction ofpatients who receive physiotherapy care. It is composed of20 items, including 10 items related to physiotherapist-patient interaction, such as “My therapist answers all ofmy questions” (item 14); 8 items are not related tophysiotherapist-patient interaction, e.g. the office recep-tionist’s courtesy (item 1); and, finally, 2 items that areconsidered global items, such as “I would return to thisclinic for future services” (item 20). The patients will selecttheir level of satisfaction for each item on a Likert-typescale that varies from 1 (strongly disagree) to 5 (stronglyagree) or use the option “not applicable”, with high scoresrepresenting high satisfaction [28,29].All of these assessment instruments will be collected
at baseline and 5 weeks, 3 months, and 6 months afterrandomisation, except for the assessment form, whichwill be completed only at baseline, and the MedRisk in-strument, which will be applied during the 5-week as-sessment to describe satisfaction with the treatmentreceived. We will also monitor any adverse events thatcould happen over the treatment period, such as exarce-bation of pain, allergy and others.
Primary outcomes:
1 Pain intensity perceived by the participant measuredby the Pain Numerical Rating Scale at 5 weeks afterrandomisation;
2 Disability measured by the Roland Morris DisabilityQuestionnaire at 5 weeks after randomisation;
Secondary Outcomes:
1 Pain intensity perceived by the participant measuredby the Pain Numerical Rating Scale [25] at 3 monthsand 6 months after randomisation;
2 Disability measured by the Roland Morris DisabilityQuestionnaire [25,26] at 3 and 6 after randomisation;
3 Global impression of recovery measured by theGlobal Perceived Effect Scale [25] at 5 weeks, 3 and6 months after randomisation.
Other outcomes:Patient satisfaction with physiotherapy care measured bythe MedRisk scale [28,29] at 5 weeks after randomisation.Adverse events will be monitores over the course of
treatment and at 5 weeks after randomisation.The assessor who will collect the data related to the
assessment instruments in every assessment of the study(baseline, 5 weeks, 3 months, and 6 months after ran-domisation) will not be aware of the treatment the par-ticipants will receive.
Allergy testAll participants considered eligible for the study willundergo a Kinesio tape allergy test immediately after theinitial assessment (but before randomisation). This testconsists of sticking a small piece of Kinesio tape to thethoracic spine and leaving it for 24 hours. The patientswho develop an allergic reaction to the tape will beasked to remove it immediately and will not be includedin the study. After this allergic test, the allergy-free pa-tients will be randomised to the treatment groups.
Random allocation of patientsImmediately after the initial assessment and the allergytest, the participants will be referred to the therapist over-seeing the treatment. Before the start of treatment, theparticipants will be randomly allocated to two groups:Guideline-Endorsed Conventional Physiotherapy Groupsubmitted to manual therapy techniques, general exercise,and specific spinal stabilisation exercises or Guideline-Endorsed Conventional Physiotherapy Group plus KinesioTaping submitted to the same treatment as the previousgroup plus Kinesio Taping. Allocation will be conductedaccording to a computer-generated randomisation sched-ule performed by a researcher not involved in participantrecruitment, assessment or treatment. Participant alloca-tion will be concealed using a random numerical sequencein sealed opaque envelopes. Before beginning the inter-vention, the therapist overseeing treatment will open theenvelope in front of the patient and will disclose the treat-ment technique that corresponds to the number in theenvelope. Figure 1 provides a visual reference of the studydesign.
22
Pain, Disability, Global Perceived Effect
Randomisation
n=148
Pain, Disability, Global Perceived Effect and Satisfaction with Treatment
Guideline-Endorsed Conventional Physiotherapy
n=74
Guideline-Endorsed ConventionalPhysiotherapy plus Kinesio Taping
n=74Participant Allocation
Pain, Disability, Global Perceived Effect and Satisfaction with Treatment
3-monthfollow-up
5-week follow-up
Pain, Disability, Global Perceived Effect
Initial assessment; Informed consent;
Application of baseline
questionnaires
Triage to determine participant eligibility
Allergy test
Pain, Disability, Global Perceived Effect
6-monthfollow-up
Pain, Disability,Global Perceived Effect
Figure 1 Study flow diagram.
Added et al. BMC Musculoskeletal Disorders 2013, 14:301 Page 5 of 8http://www.biomedcentral.com/1471-2474/14/301
InterventionsIn this study, 148 participants will be randomly allocatedto receive 10 treatment sessions of conventional physio-therapy, consisting of manual therapy techniques, generalexercise, and specific spinal stabilisation exercises (Guide-line-Endorsed Conventional Physiotherapy Group) or ap-plication of Kinesio Taping to the lumbar spine in additionto the aforementioned treatment (Guideline-EndorsedConventional Physiotherapy plus Kinesio Taping Group).Sessions will last 30 to 60 minutes and will be held twice aweek for 5 weeks, for a total of 10 sessions. Before the startof the treatment period, the participants will receive basicorientation regarding the methods that will be used.The participants allocated to the Guideline-Endorsed
Conventional Physiotherapy Group will receive the fol-lowing treatment: 1) manual therapy techniques consist-ing of joint mobilisation using the Maitland approach[32], in which the posteroanterior central (PAC) pressure
technique will be applied in three series of one minuteeach (1-minute interval between series) to the vertebralsegment that is hypomobile or painful; another manualtherapy technique that will be used is myofascial release[13,14,33], with manual ischemic compression of thepreviously assessed band of tension for 30 to 60 seconds.These manual techniques aim to reduce muscle activityand stiffness, improving lumbar range of motion; 2) gen-eral exercise aimed at increasing the patients’ level ofphysical activity (including simple exercises such asshort walks, stretching, and strengthening of the majormuscle groups, such as gluteus and rectus abdominis)[6,7]; and 3) specific spinal stabilisation exercises con-sisting of motor control training of the transversus ab-dominis and multifidus muscles in static and functionalactivities [16,34-37]. The therapist will teach the patientsto contract these muscles by using verbal commandsand palpation. Once the participant learns to contract
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the muscles, the contractions will be combined with ex-ercises following a protocol previously developed by theresearchers [16], which will include breathing exercises,active movement of upper and lower limbs, change fromsupine to prone, and increase in difficulty level accord-ing to individual ability to maintain muscle contraction.If a particular exercise is too difficult for the participant(due to sedentarism, weakness or pain), it will be inter-rupted, and the protocol will continue starting with theprevious exercise. The main objective of the specific ex-ercises is to restore the patterns of muscle contraction,improve movement of spinal muscles, and increase jointprotection through muscle contraction.The participants allocated to the Guideline-Endorsed
Conventional Physiotherapy plus Kinesio Taping Group willreceive the same treatment as the Guideline-Endorsed Con-ventional Physiotherapy Group (joint mobilisation, myofas-cial release, and segment stabilisation) and, at the end ofeach session, Kinesio Taping will be applied to the lumbarspine. The Kinesio Taping technique uses elastic bandages(5 cm wide and 0.5 mm thick) that are fixed to the skin ofthe area being treated. These bandages are 100% cotton,breathable, and do not restrict range of motion. The adhe-sive is heat-activated and latex-free, considerably reducingthe risk of allergy or skin reactions. During the manufactur-ing process, the bandage is fixed to the backing paper at10-15% tension. Its durability is 3–5 days and it can even beworn in the water as it only expands longitudinally [17]. Inthis study, the bandage will be positioned on the paraver-tebral muscles (bilaterally) parallel to the spinous processesof the lumbar spine, starting near the posterior superioriliac spine at the level of the T12. Firstly, the initial anchorpoint will be applied to the sacral region (at the S1) withouttension (0%). After that, the participant will be asked to flexthe trunk and the bandage will be applied in the shape ofan “I” over the skin in the paravertebral region up to theextremity of the T12 vertebra at 10-15% tension (tensionfrom the backing paper), and finally the final anchor pointwill be fixed directly above the T12 with 0% tension, ac-cording to the principles of the technique (Figure 2) [17].This technique was used in another clinical trial performedby our research group [38].
Figure 2 Application of Kinesio Tape [38].
Both treatments will be conducted by physiotherapiststrained in the methods of joint mobilisation (Maitland),myofascial release, and segment stabilisation and in theKinesio Taping method. The chief investigator of thisstudy is a certified Kinesio Taping therapist (levels KT 1and KT 2). These treatments will be applied accordingto the participant’s clinical status, therefore the exercisesand the manual therapy techniques will be individualisedaccording to the clinical examination. This procedurefaithfully represents the procedures of physiotherapistsin clinical practice.
Statistical analysisAll statistical procedures will be performed according tothe principles of intention to treat [39]. First, descriptiveanalyses will be conducted to determine data normality(or lack thereof ). The between-group comparisons toobtain the mean effects of the treatments will be con-ducted by means of interaction terms (group versus timeinteractions) using Linear Mixed Models. The statisticalanalysis will be conducted by a researcher who will notbe involved in any of the phases of data collection andwill receive data in coded form and therefore is consid-ered as blinded. The SPSS 19 will be used for theseanalyses.
DiscussionThis study will investigate a condition that is clinically sig-nificant for physiotherapists, and the results will providereliable information that will guide the future use of theKinesio Taping method in patients with non-specific lowback pain. Regardless of the findings of the present study,the results will be considered important. For example, ifadding Kinesio Taping to guideline-endorsed conventionalphysiotherapy provides greater pain relief and functional-ity improvement than conventional physiotherapy alone,this method could be confirmed as an effective treatmentfor these patients. If, on the other hand, the present studydoes not find any difference between the interventiongroups, the role of Kinesio Taping in assisting pain reduc-tion and functionality improvement will have to be recon-sidered, especially taking into account the added costs of
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treating patients with chronic nonspecific low back painwith this increasingly popular method in clinical practice.
Competing interestsThe authors declare that there is no conflict of interest related to thismanuscript.
Authors’ contributionsMANA, LOPC, TYF, DGF, ECS, RLM, LCMC were responsible for the design ofthe study. LCMC and LOPC procured funding. MANA and LCMC drafted themanuscript and all authors have contributed to the manuscript. All authorshave read and approved the final manuscript.
AcknowledgmentThe authors wish to thank Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado deSão Paulo (FAPESP) for funding this study (Grant 2013/02075- 8, São PauloResearch Foundation (FAPESP)).
Author details1Physical Therapy Department, Santa Casa Misericórdia de São Paulo, Brazil,Rua Dr Cesário Motta Jr, 112, 01221-020 São Paulo-SP, Brazil. 2Masters andDoctoral Programs in Physical Therapy, Universidade Cidade de São Paulo,Rua Cesário Galeno 475, 03071-000 São Paulo-SP, Brazil. 3MusculoskeletalDivision, The George Institute for Global Health, Sydney, NSW, Australia.
Received: 16 September 2013 Accepted: 21 October 2013Published: 24 October 2013
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38. Parreira PCS, Menezes Costa LC, Takahashi R, Hespanhol Junior LC, Silva TM,Luz Junior MA, Costa LOP: Do convolutions in kinesio taping matter? Acomparison of two kinesio taping approaches in patients with chronicnon-spcific low back pain: a protocol of a randomised controlled trial.J Physiother 2013, 59(1):52.
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doi:10.1186/1471-2474-14-301Cite this article as: Added et al.: Efficacy of adding the kinesio tapingmethod to guideline-endorsed conventional physiotherapy in patientswith chronic nonspecific low back pain: a randomised controlled trial.BMC Musculoskeletal Disorders 2013 14:301.
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27
Capítulo 3:
Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento de fisioterapia baseada
nas diretrizes de prática clínica em pacientes com dor lombar crônica inespecífica:
um ensaio controlado aleatorizado
28
Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento de fisioterapia baseada
nas diretrizes de prática clínica em pacientes com dor lombar crônica inespecífica:
um ensaio controlado aleatorizado
Marco Aurélio Nemitalla Added¹, Leonardo Oliveira Pena Costa¹ Diego Galace de
Freitas2, Tiago Yukio Fukuda2, Renan Lima Monteiro2, Evelyn Cassia Salomão¹, Flávia
Cordeiro de Medeiros¹ e Lucíola da Cunha Menezes Costa¹.
¹Programa de Mestrado e Doutorado em fisioterapia, Universidade Cidade de São
Paulo; ²Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
E-mail para correspondência: [email protected]
Endereço para correspondência: Rua Cesário Galeno 448, CEP 03071-100, Tatuapé,
São Paulo, Brasil.
29
3.1 RESUMO
Introdução: Diretrizes de prática clínica apontam terapia manual e exercícios, como
opções eficazes de tratamento para pacientes com dor lombar. À fim de otimizar os
efeitos dos tratamentos já realizados, uma nova intervenção muito utilizada nesses
pacientes são as bandagens Kinesio Taping, que segundo os criadores da técnica auxilia
na diminuição da dor e melhora dos níveis funcionais Objetivo: Determinar a eficácia,
no alívio da dor e a melhora da incapacidade funcional, da adição do uso do Kinesio
Taping em pacientes com dor lombar crônica inespecífica que recebem tratamento de
fisioterapia segundo as diretrizes de prática clínica. Desenho: Ensaio controlado
aleatorizado, com avaliador cego, registrado prospectivamente. Local: Departamento de
Fisioterapia no centro de Reabilitação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo. Pacientes: 148 pacientes com dor lombar crônica inespecífica.
Intervenções: Dez sessões (duas vezes por semana), de fisioterapia baseada nas
diretrizes de prática clínica, combinando técnicas de terapia manual, exercícios gerais e
específicos de fortalecimento da coluna vertebral (Grupo fisioterapia baseada nas
diretrizes de prática clínica) ou os mesmos tratamentos do grupo anterior adicionado à
aplicação de fitas Kinesio Taping na região lombar (Grupo fisioterapia baseada nas
diretrizes de prática clínica + Kinesio Taping). Desfechos: Os desfechos primário foram
mensurados através da intensidade da dor e incapacidade functional (após 5 semanas de
randomização dos pacientes) e os desfechos secundários foram mensurados através da
intensidade da dor, incapacidade functional (após 3 e 6 meses da randomização dos
pacientes) e a satisfação com o tratamento recebido (após 5 semanas de tratamento). Os
dados foram coletados por um examinador cego a distribuição dos grupos. Resultados:
Não houve diferenças significativas para os desfechos primários de dor (média das
diferenças = -0,01 pontos, IC 95% -0,88 a 0,85, p=0,98) e incapacidade (média das
30
diferenças = 1,14 pontos, IC 95% -0,84 a 3,13, p=0,26) e nenhum dos desfechos
avaliados na análise intergrupos, com exceção no desfecho incapacidade após 6 meses
de aleatorização (média das diferenças = 2,01 pontos, IC 95% 0,03 a 4,00, p=0,05) a
favor do grupo que não recebeu a aplicação da Kinesio Taping. Conclusão: Pacientes
que recebem tratamento fisioterápico baseado nas recomendações das diretrizes de
prática clínica não necessitam do uso adicional do método Kinesio Taping.
Número de palavras: 4.703
31
3.2 INTRODUÇÃO
A dor lombar é um importante problema de saúde pública1, 2 e está presente em
aproximadamente 39% da população mundial em algum momento da sua vida3, 4.
Devido esta alta prevalência, diretrizes de tratamento foram desenvolvidas à fim de
otimizar o atendimento destes pacientes, além de qualificar os recursos utilizados na
prática clínica2, 5. Vários recursos fisioterápicos, como técnicas de terapia manual e
exercícios são apontados nessas diretrizes como recursos de alta qualidade para
pacientes com dor lombar2, 5. Porém o efeito destas técnicas é na melhor das hipóteses
moderada 2, 6, 7. Sendo assim, novas intervenções têm sido testadas com o intuido de
aumentar os efeitos dos tratamentos já existentes.
Um novo método que vem sendo difundido para milhares de pessoas em todo
mundo, desde pacientes em clínicas de reabilitação à atletas olímpicos e jogadores de
futebol, são as bandagens elásticas Kinesio Taping®. Sua principal divulgação
aconteceu a partir dos jogos olímpicos de Atenas e desde então tem ganhado cada vez
mais visibilidade8.. Um dos principais objetivos da aplicação do método segundo os
criadores, é reduzir o quadro álgico, através da inibição dos estímulos nociceptivos,
proporcionados após a aplicação da faixa elástica8-10.
Por mais que esta técnica estaja muito difundida na prática clínica, a ciência
ainda é escassa em relação aos benefícios proporcionados pela aplicação da Kinesio
Taping em pacientes com dor lombar. Três ensaios controlados aleatorizados foram
publicados até o momento11-13 sendo que dois não realizaram cálculo amostral nem
acompanhamento de médio e longo prazo12, 13 e outro estudo apenas analisou o efeito
isolado dessa técnica11. Entre as revisões sistemáticas publicadas14-18, a mais recente14
incluiu 12 estudos com qualidade de evidência que variou de baixa a muito baixa de
acordo com o GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development, and
32
Evaluation) da Colaboração Cochrane, sendo que os resultados apontam que não há
evidência atual que apoei o uso deste método14. Baixa qualidade de evidência significa
que novos estudos tem o potencial de modificar os resultados da evidência vigente19.
Todas as revisões sistemáticas publicadas até o momento apontam a necessidade de
ensaios controlados aleatorizados com alta qualidade metodológica e com
acompanhamento de médio a longo prazo14-18.
Desta forma o objetivo deste ensaio controlado aleatorizado foi comparar a
eficácia da adição do método Kinesio Taping em pacientes com dor lombar crônica
inespecífica, que receberam os tratamentos de fisioterapia baseada nas diretrizes de
prática clínica, comparado com pacientes que recebem apenas os cuidados da
fisioterapia baseados nas diretrizes de prática clínica.
33
3.3 MÉTODOS
Delineamento do estudo
Trata-se de um ensaio controlado aleatorizado, de dois braços, com avaliador
cego. Esse ensaio clínico obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Cidade de São Paulo (protocolo número 254.063) e foi registrado
prospectivamente no www.ClinicalTrials.gov - NCT01866332. Todos os detalhes
metodológicos do estudo foram publicados previamente ao início da coleta de dados20.
Participantes
Os participantes foram recrutados e tratados no departamento de reabilitação da
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo/Brasil entre Junho de 2013 a
Novembro de 2014. Para ser considerado elegível o paciente poderia ser de ambos os
sexos com idade entre 18-60 anos, com dor lombar crônica inespecífica com mais de
três meses de duração, que estavam procurando tratamento fisioterapêutico. Indivíduos
que apresentavam contraindicação para prática de exercícios físicos segundo o
American College of Sports Medicine21, doenças severas de coluna, comprometimento
radicular, contraindicação ao uso da Kinesio Taping devido alergia e intolerância à fita,
doenças cardiorrespiratórias e gestantes, foram excluídos do estudo.
Desfechos e acompanhamento
Um avaliador cego realizou as coletas de dados na linha de base, previamente a
randomização dos pacientes. Foram utilizados uma ficha de avaliação (com informações
sobre características clínicas e sócio-demográficas dos pacientes), escala numérica de
dor22, que avalia a intensidade da dor, questionário de incapacidade Roland Morris22, 23,
que avalia o nível de incapacidade do paciente, escala de percepção do efeito global22 e
o instrumento MedRisk24-26, que avalia a satisfação do tratamento recebido (Tabela 1).
34
Todas as escalas e questionários já foram traduzidos e transculturalmente adaptados
para a população brasileira e foram feitas as avaliações das suas respectivas
propriedades clinimétricas/psicométricas22, 26.
Tabela 1: Descrição dos instrumentos de avaliação utilizados nos desfechos coletadosInstrumento de avaliação Desfecho Descrição
Escala Numérica Verbal de
Dor
Intensidade da dor Avaliada por uma escala de 11 pontos,variando de 0 (´´nenhuma dor´´) a 10(´´pior dor possível´´). Osparticipantes foram orientados arelatar o nível da intensidade da dorbaseados nos últimos sete dias.
Questionário Roland Morrisde Incapacidade
Incapacidade Avalia a incapacidade funcionalassociada à dor lombar através de 24itens avaliando as atividades diáriasnas quais os pacientes têm dificuldadede realizar devido a dor lombar,variando de 0 a 24 pontos. Altosescores significam alta incapacidade.
Escala de Percepção doEfeito Global
Percepção do EfeitoGlobal
Avalia o efeito global do tratamentopercebido comparando o início dossintomas com os últimos dias. Escalanumérica de 11 pontos que varia ´´-5´´(extremamente pior), ´´0´´ (semmodificações) a ´´+5´´(completamente recuperado).
Medrisk Satisfação dotratamento recebido
Avalia a satisfação dos cuidadosfisioterapêuticos recebidos, através deum questionário de 13 itens. Cada itemvaria de 1 “discordo completamente” a5 “concordo completamente”, quantomaior o escore, maior é a satisfação dopaciente. Este instrumento é divididoem 3 dimensões: 1- interpessoal –contém 6 itens referentes a interaçãodo terapeuta e funcionários, com opaciente; 2- conveniência e eficiênciacontém 3 itens referentes ao horário deatendimento e a atenção recebida; 3-educação do paciente contém 2 itensreferentes ao comprometimento doterapeuta perante o tratamento; alémde 2 perguntas globais. A pontuaçãovaria de 0 a 5 pontos, quanto maior apontuação, maior a satisfação dopaciente.
35
As medidas de desfechos primários foram a intensidade da dor e incapacidade
funcional, avaliados após 5 semanas da randomização. As medidas de desfechos
secundários foram dor e incapacidade, medidos após 3 e 6 meses de randomização e a
percepção do efeito global, após 5 semanas, 3 e 6 meses de randomização. Outro
desfecho avaliado foi a satisfação do tratamento fisioterapêutico recebido, após 5
semanas de randomização. A grande maioria dos dados colhidos durante os
seguimentos de avaliações foram coletados através de telefonemas.
Todos os pacientes considerados elegíveis para o estudo foram submetidos a um
teste alérgico da fita Kinesio Taping realizado antes da randomização. O teste consistiu
em uma aplicação de um pequeno pedaço da fita Kinesio Taping na coluna torácica dos
pacientes, onde a mesma persistiu por 24 horas. Caso o paciente desenvolvesse alergia
ou intolerância a fita, era excluído do estudo, no contrário poderia ser alocado para
algum dos grupos de tratamentos.
Randomização e Intervenções
Logo após o teste alérgico o terapeuta realizava um check-list à fim de conferir
se os critérios de elegibilidade dos pacientes estavam corretos e então abria o envelope
da randomização previamente ao início da primeira sessão de tratamento.
A sequência dos números de randomização foi gerada por um computador,
através do programa Microsoft Excel (Microsoft Corporation, Redmond, Washington) e
lacrada em envelopes numerados, ordenados consecutivamente e opacos, por um
pesquisador que não fez parte da avaliação e tratamento dos pacientes. Uma vez que o
envelope era aberto o paciente poderia ser alocado para dois grupos: grupo fisioterapia
baseada nas diretrizes de prática clínica ou grupo fisioterapia baseada nas diretrizes de
prática clínica e Kinesio Taping.
36
Ambos os grupos receberam tratamento fisioterápico, que consistia de
intervenções respaldadas pela literatura de acordo com as diretrizes de prática clínica2,5.
Alguns dos tratamentos descritos nas diretrizes são as técnicas de terapia manual e
exercícios. Seguindo as normas destas diretrizes os terapeutas poderiam realizar
técnicas de terapia manual que fosse indicada para o paciente (entre elas a mobilização
articular e a liberação miofascial), além de exercícios gerais (ex: exercício aeróbico e
fortalecimento de grandes grupos musculares como reto do abdome e glúteos) e
exercícios específicos de fortalecimento da coluna lombar (ex: fortalecimento de
transverso do abdome e multifidos lombares).
As mobilizações articulares são baseadas em movimentos repetitivos e
oscilatórios de velocidade baixa e constante, realizados nos segmentos vertebrais
hipomóveis (diminuição do movimento) ou dolorosos. Estas mobilizações auxiliam na
restauração dos movimentos articulares através da diminuição da hiperatividade
muscular superficial (eretor da espinha) da coluna lombar27,28, além de estimular a
emissão das informações inibitórias dos mecanoreceptores ao sistema nervoso central,
através da liberação de substâncias não-opióideas, resultando em efeito analgésico local
e sistêmico28,29. Outra técnica de terapia manual frequentemente utilizada, são as
liberações miofasciais30-32. A técnica consiste em compressões isquêmicas manuais, nas
bandas de tensões31. Estas bandas, semelhantes a nódulos, são regiões hiperirritáveis
encontradas nos músculos, sendo dolorosas a palpação31.
Já os exercícios de fortalecimento gerais visam o aumento dos níveis de
atividade física dos pacientes (através de exercícios aeróbicos e fortalecimento de
grandes grupos musculares como o glúteo máximo e o reto do abdome)2,5,33. Enquanto
os exercícios específicos de estabilização segmentar têm como principal objetivo
promover estabilidade e controle dinâmico da coluna lombar através de exercícios de
37
fortalecimento e de melhoria do controle motor dos músculos transverso do abdome e
os multífidos lombares7,34-37.
Estas técnicas foram aplicadas de acordo com a necessidade de cada paciente,
uma vez avaliadas rotineiramente pelo terapeuta. As intervenções visaram desde a
diminuição do quadro álgico e fortalecimento muscular, à melhora do controle motor e
promoção da independência do paciente perante os exercícios propostos. Os tratamentos
foram realizados seguindo os princípios da terapia cognitivo-comportamental, uma vez
que os indivíduos recebiam informações de como lidar com seus problemas devido a
dor lombar e encorajamento para que os mesmos retornem as suas atividades de vida
diária normalmente. A tabela 2 fornece maiores informações quanto a forma de
aplicação de cada técnica utilizada.
38
Tabela 2: Descrição das técnicas aplicadas durante os tratamentosIntervenção Ilustração
Liberação Miofascial
Paciente em decúbito ventral e terpeuta realiza
compressões isquêmicas manuais em bandas
musculares tensas, compressão mantida por 1 minuto
ou até o paciente relater diminuição do quadro álgico.
Mobilização Articular (Maitland)
Paciente em decúbito ventral e terapeuta realiza a
mobilização nos segmentos vertebrais hipomóveis
(diminuição do movimento) ou dolorosos, 3x1 minuto
em cada segmento.
Exercícios Globais
Orientado exercícios aeróbicos e fortalecimento de
grandes grupos musculares como o glúteo máximo e
o reto do abdomen, como por exemplo o exercício de
ponte.
Exercícios Específicos
Exercícios específicos de estabilização segmentar
tiveram como principal objetivo promover
estabilidade e controle dinâmico da coluna lombar
através de exercícios de fortalecimento e de melhoria
do controle motor dos músculos transverso do
abdome (foto superior) e os multífidos lombares (foto
inferior)
39
O grupo fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica e Kinesio Taping,
além de receberem as intervenções descritas anteriormente, ao final das sessões
recebiam a aplicação da bandagem elástica na coluna lombar. Previamnte a aplicação da
faixa elástica foi realizado a tricotomia (quando necessária) e higienização da pele, para
promover uma melhora aderência da bandagem. A Kinesio Taping foi posicionada
sobre os músculos paravertebrais (bilateralmente) paralelas aos processos espinhosos
das vértebras da região lombar, iniciando próximo a região da espinha ilíaca póstero
superior até nível de T12. Inicialmente, a ancoragem foi aplicada na região sacral (nível
S1) sem tensão na bandagem elástica (tensão 0%). Posteriormente, o participante era
solicitado a realizar uma flexão do tronco e a bandagem elástica foi aplicada em “I”
sobre a pele na região dos paravertebrais até a extremidade da vértebra T12 com uma
tensão de 10-15% (tensão a partir do papel) e finalmente a ancoragem final era fixada
logo acima de T12 com 0% de tensão, seguindo os princípios da técnica (Figura 1).
Após a aplicação da Kinesio Taping, o paciente era orientado a permanecer com
a mesma por uma periodo de 48 horas, podendo realizar todas as atividades prévias a
aplicação da bandagem, como por exemplo: tomar banho com a KT, realizar os afazeres
domésticos, trabalhar, entre outros. Caso o indivíduo desenvolvesse qualquer tipo de
irritação com a pele era orientado que retirasse a bandagem.
Figura 1. Aplicação da Kinesio Taping seguindo os princípios propostos pelos seuscriadores.
40
As sessões tiveram uma duração aproximada de 30-60 minutos, 2 vezes na
semana, durante 5 semanas. Todos os pacientes foram instruídos em realizar os
exercícios de fortalecimento muscular em sua residência, uma vez por dia (com 3 séries
de 10 repetições para cada exercício indicado). Porém esses exercícios domiciliares não
foram monitorados. A quantidade de sessões e a duração do tratamento visou o
pragmatismo realizado convencionalmente nas clínicas de fisioterapia. Os terapeutas
envolvidos na pesquisa eram certificados em todas as técnicas realizadas no estudo.
Cegamento
Neste estudo o avaliador foi cego quanto à alocação dos pacientes nos
respectivos grupos, porém, devido a natureza das intervenções, não foi possível cegar
tanto o terapeuta quanto o paciente.
Cálculo amostral
O cálculo amostral foi baseado na detecção de diferença de 1 ponto para o
desfecho dor, através da escala numérica de dor (DP estimado em 1,84) e 4 pontos para
o desfecho incapacidade, através do questionário Roland Morris de Incapacidade (DP
estimado em 4,9). Utilizamos poder estatístico de 80%, alfa de 5% e uma possível perda
de 15% da amostra. Desta forma foram necessários 74 indivíduos por grupo, totalizando
uma amostra de 148 pacientes.
Análise Estatística
Todos os procedimentos estatísticos foram realizados seguindo os princípios de
intenção de tratamento. Inicialmente, realizamos as análises descritivas e inspeção de
histogramas para determinar a normalidade (ou não) dos dados. A comparação entre
grupos para obtenção dos efeitos médios dos tratamentos foi realizado através de termos
de interação (grupo versus tempo) através do teste de Modelos Lineares Mistos. A
análise estatística foi realizada por um pesquisador que não teve envolvimento com
41
nenhuma das etapas de coleta de dados e recebeu os dados de forma codificada. As
diferenças eram consideradas como estatisticamente significantes, quando o valor p <
0,05. O software Statistical Package for Social Sciences, versão 19.0 foi utilizado para
essas análises.
42
4.4 RESULTADOS
Durante o recrutamento, 198 potenciais participantes procuraram o tratamento
para dor lombar. Deste total, 50 foram considerados inelegíveis (Figura 2). As razões
pelas quais os pacientes foram excluídos foram: dor lombar por comprometimento de
raiz nervosa (n=17), doenças cardiovasculares descompensadas (n=6), desistência
prévia ao início do estudo (n=5), idade superior a 60 anos (n=3), fratura da coluna
(n=3), cirurgias prévias na coluna lombar (n=2), cirurgia de joelho marcada para o
período do estudo (n=2), paciente não possui contato telefônico para realização dos
acompanhamentos (n=2), tumor de membro inferior (n=1), dor lombar aguda (n=1),
contra-indicações ao uso da Kinesio Taping (n=1), dor na coluna torácica (n=1), cirurgia
de transplante medular marcada durante o período do tratamento (n=1), mieloma
múltiplo da coluna (n=1), realiza quimioterapia (n=1), realiza tratamento para síndrome
do pânico (n=1), realiza fisioterapia (n=1) e hepatomegalia (n= 1).
Quando analisada a quantidade de sessões realizadas, das 1480 sessões previstas
(n=148) apenas 47 faltas foram computadas, correspondendo 3,17 % do total de sessões.
Em média cada paciente realizou 9,70 sessões (DP=1,00) para o grupo fisioterapia
baseada nas diretrizes de prática clínica e 9,66 sessões (DP=1,17) para o grupo
fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica e Kinesio Taping, refletindo
portanto, uma excelente aderência aos tratamentos, para esta análise não foi observado
diferença estatisticamente significativa. Em 5 casos (6,7%) observamos algum tipo de
irritação da pele devido a aplicação da faixa elástica Kinesio Taping. Tais irritações
porém não impossibilitou que os pacientes continuassem recebendo a aplicação da faixa
elástica, uma vez que na sessão seguinte a irritação causada na pele já havia cessado, os
casos de irritação. Um paciente do grupo fisioterapia baseada nas diretrizes de pratica
clínica a partir da quinta sessão recebeu a aplicação da Kinesio Taping, mas foi
43
analisado no grupo em que foi alocado previamente, seguindo as recomendações da
análise de intenção de tratamento.
Durante a reavaliação do acompanhamento de três meses após a randomização,
um paciente do grupo fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica e Kinesio
Taping recusou-se a responder os questionários devido à alta intensidade da dor e o
fato de querer receber mais sessões do que o protocolo permitia. Durante os períodos
de acompanhamentos de ambos os grupos, tivemos apenas três perdas de avaliações,
(Figura 2).
44
Figura 2 – Diagrama de fluxo do estudo
A Tabela 3 representa as características demográficas dos pacientes nos seus
respectivos grupos. Em sua maioria o estudo é composto por mulheres solteiras que
possuem o ensino fundamental completo. Como podemos observar os grupos são
similares quanto as suas características.
Alocação dospacientes
74 pacientes alocados para o grupo FisioterapiaBaseado nas Diretrizes de Prática Clínica e KinesioTaping
74 pacientes alocados para o grupo FisioterapiaBaseado nas Diretrizes de Prática Clínica
Follow-ups74 pacientes (100%) avaliados em 5 semanas73 pacientes (98,6%) avaliados em 3 meses72 pacientes (97,3%) avaliados em 6 meses
74 pacientes (100%) avaliados em 5 semanas73 pacientes (98,6%) avaliados em 3 meses73 pacientes (98,6%) avaliados em 6 meses
Analisados74 pacientes analizados74 pacientes analizados
Indivíduos Avaliados (n=198)
Randomizados (n=148 )
Excluídos (n=50)
45
Tabela 3 – Características da amostra
Variáveis
GrupoFisioterapiaBaseada nas
Diretrizes
GrupoFisioterapiaBaseada nasDiretrizes +
KTGênero
Masculino 21 (28,4%) 21 (28,4%)Feminino 53 (71,6%) 53 (71,6%)
Idade (anos) 44,6 (11,7) 45,2 (11,6)Duração do sintomas (meses)* 36 (102,2) 48 (92,0)Peso (Kg) 70,2 (14,2) 72,7 (12,2)Altura (m) 1,64 (0,1) 1,66 (0,9)Índice de massa corpórea (IMC) 26,1 (4,4) 27,1(5,0)Estado Civil
Solteiro 58 (42,6%) 31 (41,9%)Casado 53 (39%) 29 (39,2%)Divorciado 15 (11%) 8 (10,8%)Viúvo 7 (5,1%) 3 (4,1%)Outros 3(2,2%) 3 (4,1%)
EscolaridadeFundamental 56 (42,7%) 29 (39,2%)Médio 52 (39,7%) 24 (32,4%)Superior 20 (15,3%) 17 (23,0%)Especialização 2 (1,5%) 3 (4,1%)Mestrado 0 (0%) 0 (0,0%)Doutorado 1 (0,8%) 1 (1,4%)
Uso de medicamento 39 (52,7%) 34 (45,9%)Episódio recente de dor lombar 36 (26,9) 17 (23,0%)Pratica atividade física 36 (26,5%) 21 (28,4%)Fumante 18 (13,2%) 8 (10,8%)Afastado do trabalho 7 (9,5%) 3 (4,1)Recebe remuneração devidoafastamento 3 (2,2%) 1 (1,4%)Intensidade da dor (0 a 10) 7,4 (1,69) 7,55 (1,76)Percepção do efeito global (-5 a+5) -1,28(2,88) -1,85 (1,76)Incapacidade funcional (0 a 24) 14,07 (5,75) 12,97 (5,57)Variáveis categóricas estão representadas em números e percentuais (%), enquanto variáveiscontínuas estão representadas em média e desvio-padrão, *Mediana e intervalo interquartil.
46
A Tabela 4 apresenta as médias (DP) da intensidade da dor, incapacidade e
percepção do efeito global, em todos os pontos de coleta de dados. Podemos observar
que os sintomas melhoraram com as intervenções e que esta melhora foi mantida com o
passar do tempo. A Tabela 5 apresenta média (DP) intragrupos e intergrupos para todos
os desfechos, nos respectivos pontos de coleta de dados. Podemos observar na análise
intragrupos que os tratamentos realizados reduziram a dor, incapacidade e aumentaram
a percepção de melhora dos pacientes. Por outro lado, quando realizada a análise
intergrupos, não observamos diferença entre os mesmos, com exceção no desfecho
incapacidade na análise 6 meses após aleatorização, a favor do grupo que não recebeu a
aplicação da Kinesio Taping (grupo fisioterapia baseadas nas diretrizes de prática
clínica).
Outro desfecho avaliado foi a satisfação do tratamento fisioterapêutico recebido
após as cinco semanas de tratamento. No domínio interpessoal o grupo fisioterapia
baseada nas diretrizes de prática clínica apresentou médias de 4,7 (DP = 0,38), 4,7 (DP
= 0,59) e 4,6 (DP = 0,77) para os domínios interpessoal, conveniência e eficiência e
educação do paciente, respectivamente. Já o grupo fisioterapia baseada nas diretrizes de
prática clinica mais Kinesio Taping apresentou médias de 4,6 (DP = 0,36), 4,7 (DP =
0,60) e 4,5 (DP= 0,93) respectivamente, não apresentando diferença estatisticamente
significativa após avaliação intergrupos. Em geral, podemos observar o alto grau de
satisfação que os pacientes de ambos os grupos apresentaram após os cuidados
recebidos.
47
Tabela 4 – Valores obtidos intragrupo (média e desvio padrão) na linha de base, após 5 semanas 3 e 6 meses após a
randomização, para intensidade da dor, incapacidade e efeito global.
Desfechos Grupos
Linha de Base 5 semanas 3 meses 6meses
FDC(n = 74)
FDC+KT(n = 74)
FDC(n = 74)
FDC+KT(n = 74)
FDC(n = 73)
FDC+KT(n = 73)
FDC(n = 73)
FDC+KT(n = 72)
Intensidade Dor(0-10)
7,40(1,69)
7,55(1,76)
4,70(2,77)
4,86(3,00)
5,91(2,84)
5,59(2,76)
5,67(2,98)
5,74(3,10)
Incapacidade Funcional(0-24)
14,07(5,95)
12,97(5,57)
9,03(7,51)
9,07(7,56)
9,70(7,63)
9,46(7,96)
8,61(8,20)
9,51(7,67)
Percepção do Efeito Global(+5 a -5)
-1,28(2,88)
-1,85(3,05)
2,74(2,34)
2,30(3,00)
1,60(3,17)
1,68(3,18)
1,15(3,15)
0,83(3,58)
FDC = Fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica; FDC+KT = Fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica + Kinesio Taping.
48
Tabela 5 – Valores obtidos intragrupos e intergrupos (média e desvio padrão) na linha de base, após 5 semanas 3 e 6 meses após a randomização, com intervalos de 95%
de confiança, para intensidade da dor, incapacidade e efeito global.
Desfechos Diferença intragrupos Diferença intergrupos
Semana 5 menos linha de base Mês 3 menos linha de base Mês 6 menos linha de base Semana 5 menoslinha de base
Mês 3 menoslinha de base
Mês 6 menos linhade base
FDC FDC+ KT FDC FDC+ KT FDC FDC+KT FDC – (FDC+KT) FDC – (FDC+KT) FDC – (FDC+KT)
Intensidade Dor(0-10)
2,70(2,03 a 3,38)
2,69(2,03 a 3,35)
1,50(0,85 a 2,17)
1,99(1,30 a 2,67)
1,75(1,03 a 2,47)
1,89(1,18 a 2,59)
-0,01(-0,88 a 0,85)
0,47(-0,39 a 1,34)
0,07(-0,80 a 0,94)
Incapacidade(0-24)
5,04(3,48 a 6,60)
3,89(2,48 a 5,30)
4,31(2,91 a 5,72)
3,49(2,02 a 4,97)
5,41(3,60 a 7,22)
3,61(2,20 a 5,02)
1,14(-0,85 a 3,13)
0,87(-1,12 a 2,85)
2,01*(0,03 a 4,00)
Efeito Global(+5 a -5)
-4,03(-4,83 a -3,23)
-4,15(-5,12 a -3,18)
-2,93(-3,81 a -2,05)
-3,60(-4,42 a -2,78)
-2,48(-3,39 a -1,57)
-2,83(-3,79 a -1,87)
-0,12(-1,30 a 1,06)
-0,64(-1,83 a 0,54)
-0,25(-1,44 a 0,94)
FDC = Fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica; FDC+KT = Fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica + Kinesio Taping.*Valor estatisticamente significante.
49
3.5 DISCUSSÃO
Este ensaio controlado aletorizado teve como objetivo comparar a eficácia da
adição do método Kinesio Taping em pacientes com dor lombar crônica inespecífica,
que receberam os tratamentos de fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica,
comparado com pacientes que receberam apenas os cuidados da fisioterapia baseada nas
diretrizes de prática clínica. Após cinco semanas de tratamento, quando realizada a
comparação entre os grupos, os níveis de dor e função (desfechos primários) não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Estes dados também se
mantiveram no decorrer do tempo para todos os outros desfechos avaliados (desfechos
secundários), com exceção no desfecho incapacidade na análise 6 meses após
aleatorização, a favor do grupo que não foi submetido a aplicação da Kinesio Taping.
Podemos observar que em nenhum momento a adição da Kinesio Taping no tratamento
fisioterapêutico que segue as diretrizes de prática clínica, foi superior quando
comparado com apenas a realização destas intervenções. Outro desfecho mensurado foi
o nível de satisfação que os pacientes tiveram com os cuidados fisioterapêuticos
recebidos, em que foi observado alto nível de satisfação. Similarmente, não houve
diferenças em níveis de satisfação entre os grupos.
O presente estudo abordou um tópico que vem sendo alvo de muitas discussões e
estudo na literatura. Atualmente existem uma meta análise referente a prevenção e
tratamento de lesões esportivas38 e cinco revisões sistemáticas, em que duas16, 17
apresentam diferentes condições clínicas e três 14, 15, 18, que avaliam as condições
musculoesqueléticas dos efeitos da Kinesio Taping, e nenhum dos estudos citados acima
apresentam resultados favoráveis a sua utilização. Os ensaios controlados aleatorizados
que avaliaram as condições musculoesqueléticas publicados até o momento apresentam
moderada qualidade metodológica14-16 e em sua grande maioria, possuem amostras
50
reduzidas14, 28. Podemos ainda ressaltar que a qualidade que evidencia o uso da Kinesio
Taping14 varia de baixa a muito baixa, outro motivo pelo qual este estudo acaba se
tornando importante não só para comunidade científica, mas para os clínicos uma vez
que este estudo visou minimizar os riscos de viés e utilizar uma amostra adequada de
pacientes, a fim de entendermos melhor os efeitos da adição que o método Kinesio
Taping proporciona para os pacientes com dor lombar crônica, uma vez que o
pragmatismo da prática clínica esteve presente em ambos os grupos durante as semanas
de tratamento proposta.
Nossos dados corroboram com os resultados dos três ensaios controlados
aleatorizados descritos na literatura em pacientes com dor lombar crônica inespecífica,
que em suma não apresentam resultados satisfatórios em relação à aplicação da Kinesio
Taping. O estudo de Paoloni12 teve como objetivo avaliar a intensidade da dor e
incapacidade de 39 pacientes com dor lombar crônica após 4 semanas de tratamento. Os
pacientes foram alocados em três diferentes grupos, sendo aplicação isolada da Kinesio
Taping; exercícios de fortalecimento muscular e técnicas de relaxamento; e combinação
das intervenções anteriores. Assim como no presente estudo, os resultados de Paoloni 12
não apresentaram diferença estatisticamente significante na análise intergrupos.. Já o
ensaio clínico de Castro-Sanchez et al13 analisou além da dor e incapacidade, a
resistência muscular e cinesiofobia de 60 indivíduos, divididos em dois grupos
(aplicação da Kinesio Taping e no outro grupo aplicação de bandagem placebo) e não
foi observada diferença em todos os desfechos mensurados entre os grupos após quatro
semanas de aplicação da bandagem. E por fim o estudo de Parreira et al 201411 avaliou
os efeitos das circunvoluções causadas após a aplicação da Kinesio Taping, comparado
com a não formação das circunvoluções, em 148 pacientes, como resultado os autores
não observaram diferença entre as duas formas de aplicação.
51
Uma das diferenças que podemos observar entre os ensaios clínicos, é em
relação ao tempo de acompanhamento dos pacientes. Paoloni et al 201112 e Castro-
Sanchez et al 201213 realizaram as reavaliações em um curto período de tempo,
enquanto no presente estudo optamos em manter o acompanhamento em até seis meses
após o início da coleta de dados. Os três ensaios clínicos publicados até o momento11-13
avaliaram o efeito da Kinesio Taping com diferentes objetivos; isolada, combinada com
exercícios de fortalecimento globais e a sua forma de aplicação. Nosso estudo visou
replicar a prática clínica e adicionar outras intervenções no tratamento destes pacientes,
desta forma utilizamos recursos descritos nas diretrizes de prática clínica para o
tratamento de pacientes com dor lombar crônica inespecífica, com o intuito de
analisarmos se a adição da Kinesio Taping poderia potencializar os efeitos de
tratamentos já respaldados pela literatura.
De acordo com os criadores da técnica8, 9 a tração exercida pela bandagem
promove elevação da epiderme, que diminui a pressão dos mecanorreceptores e por
consequência os estímulos nociceptivos. Porém no presente estudo o grupo que recebeu
o tratamento de fisioterapia baseada nas diretrizes de prática clínica com a aplicação da
Kinesio Taping não apresentou, valor superior para em nenhum dos desfechos avaliados
quando comparado ao grupo que realizou apenas o tratamento de fisioterapia baseada
nas diretrizes de prática clínica. A melhora apresentada em ambos os grupos, após o
período de tratamento pode ser explicada pelo fato de utilizarmos intervenções
respaldadas pela literatura, uma vez que todos os pacientes de ambos os grupos
receberam as técnicas de acordo com a sua necessidade, avaliadas rotineiramente pelo
terapeuta. Tais intervenções visaram a diminuição da hiperatividade muscular e do
quadro álgico, por consequência promovendo uma melhora da mobilidade da coluna
52
vertebral, além do aumento da força muscular tanto de músculos específicos da coluna
lombar como músculos globais e melhora do controle-motor dos pacientes.
Este estudo seguiu os passos apresentados no protocolo publicado20, não
apresentando quaisquer alterações do planejamento inicial. O delineamento deste estudo
visou minimizar os riscos de viés, porém não foi possível cegar o terapeuta e os
pacientes, o que pode ser considerado como uma limitação do nosso estudo.
A literatura aponta que a aplicação da Kinesio Taping de forma isolada não
proporciona nenhum benefício aos pacientes com dor lombar crônica, da mesma forma
que utiliza-la como um método adicional em um tratamento de boa qualidade não altera
os resultados, como pode ser observado em nosso estudo. A adição dessa intervenção,
além de ser ineficaz, aumenta os custos dos tratamentos e potencialmente pode causar
danos aos pacientes devido ao potencial alérgico das fitas. Sendo assim, sugerimos que
esse método não seja mais utilizado nessa população.
Agradecimentos
Agradecemos Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), por financiar este estudo.
53
3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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26. de Fatima Costa Oliveira N, Oliveira Pena Costa L, Nelson R, et al.Measurement properties of the Brazilian Portuguese version of the MedRiskinstrument for measuring patient satisfaction with physical therapy care. JOrthop Sports Phys Ther. Nov;44(11):879-889.
27. Krekoukias G, Petty NJ, Cheek L. Comparison of surface electromyographicactivity of erector spinae before and after the application of centralposteroanterior mobilisation on the lumbar spine. J Electromyogr Kinesiol.2009;19(1):39-45.
55
28. Willett E, Hebron C, Krouwel O. The initial effects of different rates of lumbarmobilisations on pressure pain thresholds in asymptomatic subjects. ManTher.15(2):173-178.
29. Krouwel O, Hebron C, Willett E. An investigation into the potential hypoalgesiceffects of different amplitudes of PA mobilisations on the lumbar spine asmeasured by pressure pain thresholds (PPT). Man Ther.15(1):7-12.
30. Giesbrecht RJ, Battie MC. A comparison of pressure pain detection thresholds inpeople with chronic low back pain and volunteers without pain. Phys Ther.2005;85(10):1085-1092.
31. Hanten WP, Olson SL, Butts NL, Nowicki AL. Effectiveness of a home programof ischemic pressure followed by sustained stretch for treatment of myofascialtrigger points. Phys Ther. 2000;80(10):997-1003.
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33. Hayden JA, van Tulder MW, Malmivaara A, Koes BW. Exercise therapy fortreatment of non-specific low back pain. Cochrane Database Syst Rev.2005(3):CD000335.
34. Hodges PW, Ferreira PH, Ferreira ML, . Scientific Foundations and Principles ofPractice in Musculoskeletal Rehabilitation2007.
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57
O ensaio clínico apresentado nesta dissertação teve como objetivo analisar a
eficácia de aplicação da bandagem elástica Kinesio Taping em indivíduos com dor
lombar crônica inespecífica, que recebem os cuidados da fisioterapia baseada nas
diretrizes de prática clínica, comparados com indivíduos que apenas recebem os
cuidados da fisioterapia baseada nestas diretrizes, nos desfechos intensidade da dor,
incapacidade e percepção do efeito global, após cinco semanas e 3 e 6 meses do início
da coleta de dados. Quando realizada a análise dos resultados, podemos observar que
ambos os grupos não apresentaram diferenças significativas, com exceção no desfecho
incapacidade na análise 6 meses após aleatorização, a favor do grupo que não foi
submetido a aplicação da Kinesio Taping. Desta forma, podemos concluir que quando
utilizadas técnicas eficazes, a aplicação da Kinesio Taping não proporciona nenhum
benefício aos pacientes com dor lombar crônica inespecífica.
Previamente ao início deste estudo ainda havia uma pergunta a ser respondida,
se a adição da Kinesio Taping em um programa de fisioterapia de boa qualidade,
poderia proporcionar um maior benefício para estes pacientes, uma vez que os estudos
publicados até o momento já haviam comprovado que a aplicação de forma isolada da
KT não apresenta resultados favoráveis na redução da dor e na melhora da
incapacidade. Os dados encontrados no ensaio clínico conduzido nesta dissertação de
mestrado corroboram com os dados já existentes na literatura, em que a aplicação da
Kinesio Taping não proporciona nenhum benefício adicional ao paciente que apresenta
dor lombar crônica. Os próximos passos a serem tomados deveriam visar a divulgação
destes resultados tanto para os profissionais que buscam a formação do método, quanto
para a comunidade que é submetida diariamente a aplicação da Kinesio Taping.
63
Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento baseadonos princípios da Fisioterapia Convencional em pacientes com dorlombar crônica inespecífica: Um estudo controlado aleatorizado
Livro do Paciente
Por favor, confira se as seguintes informações foram preenchidas antes do paciente irembora e então, date e assine.
AvaliaçõesAssinale a caixa para cada
item concluído Assinatura e Data
Critérios de inclusão
Termo de consentimento
Dados e contatos dopaciente
Linha de base
Follow-up 5 semanas
Follow-up 3 meses
Follow-up 6 meses
64
Paciente está interessado em participar do estudo? Sim Não
Critérios de inclusão e de exclusão
Critérios de inclusãoTodas as questões devem ser respondidas SIM para determinar a entrada do paciente no estudo
Sim Não Dor lombar há pelo menos 3 meses; Idade entre 18 e 60 anos; Pacientes que estiverem procurando tratamento para dor lombar.
Critérios de exclusãoTodas as questões devem ser respondidas NÃO para determinar a entrada do paciente no estudo
Sim Não Contra-indicações ao uso do Kinesio Taping (alergia ou intolerância ao material-
esparadrapos, fitas, band-aid, etc);
Patologias graves de coluna (fraturas, tumores e patologias inflamatórias comoespondilite anquilosante, etc);
Condições radiculares da coluna (hérnia discal e espondilolistese comcomprometimento neurológico, estreitamento de canal medular e outros);
Doenças cardiorespiratórias graves;
Gravidez;
Cirurgias prévias na coluna lombar.
Intensidade da dor ≤ 2 (NOTA: será avaliada adiante na página 7)
Outros: _____________________________________________
Comentários (Se o sujeito for inelegível, por favor registrar abaixo o motivo):
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
65
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
As informações que seguem estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária nesta pesquisacujo título é “Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento baseado nos princípios daFisioterapia Convencional em pacientes com dor lombar crônica inespecífica: Um estudo controladoaleatorizado”.
Objetivos do estudo: determinar a eficácia, em relação ao alívio da dor e a melhora daincapacidade funcional, da adição do uso do Kinesio Taping em indivíduos com dor lombar crônicainespecífica que recebem tratamento baseado nos princípios da fisioterapia convencional, ondeconsistem em movimentos aplicados na coluna pelo terapeuta, massagens nos músculos da coluna efortalecimento da musculatura abdominal. Segue abaixo o planejamento da pesquisa:
1ª etapa - decisória para sua participação na pesquisaPreenchimento da ficha de avaliação, que conterá informações como: dados pessoais, história doquadro da dor, características da dor e critérios de elegibilidade que determinarão sua participação ounão nessa pesquisa (apresentar dor lombar há 3 meses ou mais, não apresentar doença grave de coluna,não apresentar restrição médica para realização de exercício físico, cirurgias prévias na coluna lombarou alergia a fias adesivas).----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2ª etapa – avaliação-Avaliação da intensidade dor na coluna - Pain Numerical Rating Scale;-Avaliação do quanto essa dor interfere na realização de suas atividades diárias - Roland MorrisDisability Questionnaire-Como os sintomas se apresentam no momento - Escala de Percepção do Efeito Global;----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3ª etapa: Após a avaliação, o examinador sorteará um número que determinará com qual técnica vocêserá atendido: movimentos nas vértebras da coluna, massagens terapêuticas e fortalecimento, ou astécnicas anteriores com a adição da fita elástica. Serão realizadas 10 sessões de tratamento (2 vezes porsemana com dois dias de intervalo entre elas), durante cinco semanas.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4ª etapa: a avaliação será realizada novamente com 5 semanas, 3 meses e 6 meses pós randomizaçãoda mesma forma descrita na 2ª etapa. Na 5° semana, será analisado a satisfação dos cuidadosfisioterapêuticos recebidos durante o tratamento – Medrisk.
O presente estudo é orientado pela Profª Lucíola da Cunha Menezes Costa, sendo realizado peloaluno do curso de mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, Marco AurélioNemitalla Added.
Existe a possibilidade de um aumento discreto dos sintomas da dor lombar após a aplicação dasbandagens. Além disso, é possível observar uma pequena reação alérgica a fita. Essas aplicações são
66
feitas rotineiramente por fisioterapeutas e geralmente pacientes não relatam exacerbação dos sintomas,mas é possível que ocorra. Você também tem a garantia de que terá acesso aos pesquisadoresresponsáveis para o esclarecimento de eventuais dúvidas. Se desejar, é garantida a liberdade da retiradade consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo. As informações obtidasserão analisadas em conjunto com as dos demais participantes, não sendo divulgada a identificação dosmesmos. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Também não hácompensação financeira relacionada à sua participação. Os pesquisadores se comprometem a utilizaros dados coletados somente para esta pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foramlidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo,seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos. Concordovoluntariamente em participar desta pesquisa e poderei retirar o meu consentimento a qualquermomento, antes ou durante a mesma, sem penalidades ou prejuízo.
Eu, ______________________________________________________________________________,RG.: ___________________________________de __________________, do sexo ______________,Nascido em ________________, residente à _________________________________________________________________________________________________na cidade de ____________________,declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo sobre astécnicas e procedimentos e que estarei sendo submetido e sobre os riscos e desconfortos que poderãoocorrer. Recebi garantias de total de sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Seique minha participação esta isenta de despesas e que tenho direito a tratamento hospitalar (ou outro),se necessário. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meuconsentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer beneficio (caso osujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada).
Data: ___/___/_____
_________________________________________Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAPesquisador responsável / orientador
Eu, Marco Aurélio Nemitalla AddedResponsável pela pesquisa “Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento baseado nosprincípios da Fisioterapia Convencional em pacientes com dor lombar crônica inespecífica: Um estudocontrolado aleatorizado”,declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito depesquisa para realizar este estudo.Data:___/___/____
___________________________________________Assinatura Pesquisador
67
DADOS DO PACIENTE
Informações gerais
Duração da dor lombar:____________________(Meses)
Idade_____ (anos) Data de nascimento:___/___/____ Gênero:Masculino Feminino
Estado civil: Solteiro Casado Divorciado Viúvo Outros
Peso (em quilos):___________ Altura (em metros):___________
Alfabetizado: Não Sim
Escolaridade completa: Fundamental Médio Superior Especialização
Mestrado Doutorado.
Profissão:_________________
Você utiliza algum medicamento para a dor lombar? Sim Não Qual?_____________
Você teve algum episódio de dor lombar recentemente? Sim Não
Você pratica alguma atividade física? Sim Não
Se sim, qual___________________ Há quanto tempo________ Frequência/Duração_________
Fumante? Sim Não
Está afastado do trabalho? Sim Não
Recebe alguma remuneração financeira devido afastamento? Sim Não
Dados para contato
Por favor escreva abaixo seus dados para contato:
Telefone residencial: __________Telefone celular: __________Telefone comercial: ____________
E-mail:____________________________________________________________________________
Endereço: Rua/Av________________________________________nº_______Complemento:_______
Bairro:________________________________Cidade:________________ CEP:__________________
Contato de um parente ou amigo
Para nos ajudar e entrar em contato com você caso você se mude de casa, por favor escreva os dados
de contato de um parente ou amigo seu que não more com você mas saiba para onde você vai mudar:
Nome do parente/amigo:___________________________________________
O que essa pessoa é sua:__________________________________________
Telefone residencial:____________Telefone celular:__________Telefone comercial:_____________
E-mail:_____________________________________________
68
Linha de Base
Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente
Escala Numérica de Dor
Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dorpossível. Por favor, dê um número para descrever sua média de dor nos últimos setedias.
Escala de Percepção do Efeito Global
69
Questionário Roland-Morris de Incapacidade
Instruções:Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisasque normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado parase descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frasespoderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a listapense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, respondasim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase.Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje.
1 Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.2 Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.3 Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.4 Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos
que geralmente faço em casa.5 Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.6 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente.7 Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me
levantar de uma cadeira normal.8 Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as
coisas por mim.9 Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.10 Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas
costas.11 Sim Não Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.12 Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas
costas.13 Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo.14 Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas.15 Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.16 Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das
dores em minhas costas.17 Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas.18 Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas.19 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.20 Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.21 Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.22 Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado com
as pessoas do que o habitual.23 Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o
habitual.24 Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.
Pontuação: _____
70
Follow-up 5 semanas (pós randomização)
Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente
Escala Numérica de Dor
Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dorpossível. Por favor, dê um número para descrever sua média de dor nos últimos setedias.
Escala de Percepção do Efeito Global
Você recebeu algum outro tratamento, além do tratamento recebido neste estudo,durantes as cinco semanas de terapia?
Não Sim Qual?_________________
Você continua afastado ou conseguiu retornar ao trabalho, durante as cinco semanas deterapia?
Afastado Retornou
71
Questionário Roland-Morris de Incapacidade
Instruções:Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisasque normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado parase descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frasespoderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a listapense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, respondasim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase.Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje.
1 Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.2 Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.3 Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.4 Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos
que geralmente faço em casa.5 Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.6 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente.7 Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me
levantar de uma cadeira normal.8 Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as
coisas por mim.9 Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.10 Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas
costas.11 Sim Não Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.12 Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas
costas.13 Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo.14 Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas.15 Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.16 Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das
dores em minhas costas.17 Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas.18 Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas.19 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.20 Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.21 Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.22 Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado com
as pessoas do que o habitual.23 Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o
habitual.24 Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.
Pontuação: _____
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Instrumento MedRisk para Avaliação da Satisfação do Paciente com o TratamentoFisioterápico
Por Favor, responda as questões abaixo circulando a resposta que melhor descreve suaopinião a respeito de seu tratamento
Discordocompletamente Discordo Neutro Concordo
Concordocompletamente
1 A(o) recepcionista(o) foi cortês 1 2 3 4 5 NA2 O processo de registro foi adequado. 1 2 3 4 5 ■
3A sala de espera era confortável (iluminação,temperatura, móveis). 1 2 3 4 5 NA
4 A localização da clínica não era conveniente. 1 2 3 4 5 ■5 Esta clínica oferece estacionamento adequado. 1 2 3 4 5 NA
6Eu esperei muito tempo para ser atendido(a) pelomeu fisioterapeuta. 1 2 3 4 5 ■
7Os horários de atendimento desta clínica foramconvenientes para mim. 1 2 3 4 5 ■
8Meu fisioterapeuta não ficou tempo suficientecomigo. 1 2 3 4 5 ■
9Meu fisioterapeuta me explicou cuidadosamente ostratamentos que eu recebi. 1 2 3 4 5 ■
10 Meu fisioterapeuta me tratou respeitosamente. 1 2 3 4 5 ■11 Os funcionários da clínica foram respeitosos. 1 2 3 4 5 NA12 O estagiário de fisioterapia foi respeitoso. 1 2 3 4 5 NA13 Meu fisioterapeuta não escutou as minhas queixas. 1 2 3 4 5 ■
14Meu fisioterapeuta respondeu a todas as minhasquestões. 1 2 3 4 5 ■
15Meu fisioterapeuta aconselhou-me sobre formas deevitar futuros problemas. 1 2 3 4 5 ■
16 A clínica e suas dependências estavam limpas. 1 2 3 4 5 ■17 A clínica utilizou equipamentos atualizados. 1 2 3 4 5 ■
18
Meu fisioterapeuta forneceu-me instruçõesdetalhadas sobre meu programa de exercícios paracasa. 1 2 3 4 5 ■
19
De uma forma geral, eu estou completamentesatisfeito(a) com os serviços que eu recebi do meufisioterapeuta. 1 2 3 4 5 ■
20Eu retornaria a esta clínica para futuros serviços outratamento. 1 2 3 4 5 ■
■ = a resposta tem que ser um número de 1 a 5NA = não se aplica
73
Follow-up 3 meses (pós randomização)
Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente
Escala Numérica de Dor
Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dorpossível. Por favor, dê um número para descrever sua média de dor nos últimos setedias.
Escala de Percepção do Efeito Global
Você recebeu algum outro tratamento, além do tratamento recebido neste estudo,durante estes 3 meses após ao termino terapia recebida?
Não Sim Qual?_____________
Você continua afastado ou conseguiu retornar ao trabalho, após os três meses dotérmino da terapia?
Afastado Retornou
74
Questionário Roland-Morris de Incapacidade
Instruções:Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisasque normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado parase descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frasespoderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a listapense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, respondasim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase.Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje.
1 Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.2 Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.3 Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.4 Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos
que geralmente faço em casa.5 Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.6 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente.7 Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me
levantar de uma cadeira normal.8 Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as
coisas por mim.9 Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.10 Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas
costas.11 Sim Não Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.12 Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas
costas.13 Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo.14 Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas.15 Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.16 Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das
dores em minhas costas.17 Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas.18 Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas.19 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.20 Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.21 Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.22 Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado com
as pessoas do que o habitual.23 Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o
habitual.24 Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.
Pontuação: _____
75
Follow-up 6 meses (pós randomização)
Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente
Escala Numérica de Dor
Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dorpossível. Por favor, dê um número para descrever sua média de dor nos últimos setedias.
Escala de Percepção do Efeito Global
Você recebeu algum outro tratamento além do tratamento recebido neste estudo, duranteestes 6 meses após ao termino terapia recebida?
Não Sim Qual?_____________
Você continua afastado ou conseguiu retornar ao trabalho, após os seis meses dotérmino da terapia?
Afastado Retornou
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Questionário Roland-Morris de Incapacidade
Instruções:Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisasque normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado parase descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frasespoderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a listapense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, respondasim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase.Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje.
1 Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.2 Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.3 Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.4 Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos
que geralmente faço em casa.5 Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.6 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente.7 Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me
levantar de uma cadeira normal.8 Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as
coisas por mim.9 Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.10 Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas
costas.11 Sim Não Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.12 Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas
costas.13 Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo.14 Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas.15 Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.16 Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das
dores em minhas costas.17 Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas.18 Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas.19 Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.20 Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.21 Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.22 Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado com
as pessoas do que o habitual.23 Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o
habitual.24 Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.
Pontuação: _____
77
Apenas para o avaliador:Em que grupo você acho que este paciente foi randomizado? Fisioterapia ConvencionalOU Fisioterapia Convencional + Kinesio Taping
Comentários:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
79
Ficha de evolução
Eficácia da adição do método Kinesio Taping ao tratamento baseadonos princípios da Fisioterapia Convencional em pacientes com dorlombar crônica inespecífica: Um estudo controlado aleatorizado
80
Tratamento:
Fisioterapia Convencional
Fisioterapia Convencional + Kinesio Taping
1° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulComentários:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto Azul
Seguiu todas as recomendações? (permaneceu com as bandagens por ____ diasconsecutivos e ficou sem a bandagem por ___ horas)
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele durante o uso da fita oumesmo após a sua retirada?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
81
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
82
4° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
83
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
84
7° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
85
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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10° - SESSÃOCor da bandagem Cor da pele Preto AzulSeguiu todas as recomendações?
Sim Não, porque?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Apresentou alguma irritação, alergia ou escoriação na pele?
Não Sim, qual tipo de irritação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________