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EJA

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EJA DO NÚCLEO COSTEIRA –

FLORIANÓPOLIS/SC

LIGIA MARA KULEVICZ DA SILVA

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“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo,

os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

Paulo Freire

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INTRODUÇÃ0

Com a constatação de resultados positivos com a realização do curso de Educação de Jovens e Adultos, da Prefeitura Municipal de Florianópolis, entre os núcleos que se distribuem em diversos bairros da cidade, pela experiência vivenciada no bairro da Costeira do Pirajubaé, no ano de 2007, surgiram à idéia de realizar um relato demonstrando as práticas pedagógicas realizadas nesse núcleo. Assim como propor uma estratégia científica de divulgação desta prática, de maneira a divulgar, organizar e promover inovações na metodologia da Pesquisa na EJA

Procura – se relatar neste trabalho a prática pedagógica realizada no núcleo da Costeira, que funcionou na Escola Básica Municipal Adotiva Liberato Valentin, no

ano de 2007.1 Para isso pretende-se demonstrar os modos diversificados de utilizar o método,

assim como relacionar algumas ações dos professores com exemplos das atividades praticadas durante o curso.

Levando em conta que a atividade planejada é realizada no processo via pesquisa, necessitam da participação de todos os professores, coordenação e alunos.

Essa integração se caracteriza por ter o aluno como responsável na produção do que vai sendo construído, trazendo a possibilidade de adquirir o conhecimento.

1 Costeira do Pirajubaé é um bairro localizado no Sul da ilha de Santa Catarina, município de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina.

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Sendo o professor um orientador e organizador das pesquisas, intervindo com possibilidades de estabelecer relações, transmitindo formas de aprendizagens, mostrando como e aonde buscar o conhecimento, bem como instrumentos que possam levar á apropriação desse conhecimento.

Foram feitas revisões dos planejamentos e atividades do núcleo, com a análise dos relatórios das reuniões pedagógicas realizadas, cujas

atividades ficaram registradas em atas. Resgatou-se no processo da elaboração da pesquisa a análise dos trabalhos individuais de alguns alunos, cadernos, relatórios, avaliações, portfólios, apresentações finais, relatórios dos professores, fotos e vídeos que documentaram as atividades durante o ano de 2007.

A integração do aluno com seu grupo e com a pesquisa, que foram discutidos nas diversas reuniões, bem como o registro dos processos de avaliações do núcleo pesquisado, puderam ser revistos pelos registros feitos durante o curso.

O trabalho é composto de cinco capítulos onde se procura demonstrar algumas das diversas possibilidades de realização de atividades inseridas nas áreas do conhecimento, dentro do processo educativo via pesquisa, adotado pela PMF.

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CAPÍTULO 1 – HISTÓRICO A EJA teve seu início em 1949, com a Conferencia Internacional de E.J.A. em Elsinore,

Dinamarca, tendo como foro políticas públicas para a Educação de Adultos. Em 1997, aconteceu a Conferencia Internacional de Adultos em Hamburgo na Alemanha,

onde foi reconhecido o Direito da Educação para toda a vida para adultos e também a inclusão de jovens.

Metas foram estabelecidas e a preocupação da interação ESCOLA-TRABALHO-COMUNIDADE e RELAÇÕES SOCIAIS.

Em 2003, na Tailândia, convocada pela UNESCO, diante do diagnóstico do número muito alto de analfabetismo, obrigou-se a reafirmar as metas e objetivos de 1997. Principalmente na América Latina, onde é grande o analfabetismo, reafirmou-se a necessidade da EJA, com objetivos de liberar a força criativa das pessoas, dos movimentos sociais e das nações, a paz, a justiça, o desenvolvimento econômico, a coesão social, como metas e obrigações indispensáveis para a Educação de Jovens e Adultos.

Especialmente no Brasil, em 1988, a constituição assume “Direito de Educação Fundamental para Todos”, independente da idade.

Em 1990, (Collor), ocorre a extinção de a Fundação Educar, substituindo por ANAC, que nunca se materializou. A Educação de Adultos tornou – se uma necessidade pelo fracasso da Escola Básica da Criança, tirando o sentido de Educação para toda a vida dos jovens e adultos.

Persistiu essa situação, devido à continuidade de diferenças de classes que não tinham acesso a escolarização. Até 2002, onde se criou o Programa de Alfabetização Solidária (PAS), fazendo parcerias com universidades públicas e privadas.

Com a mobilização de fóruns criados para discussão de problemas relacionados com a Educação de Jovens e Adultos, foi conseguido o reconhecimento pelo governo da necessidade da Alfabetização, o que responde às exigências do mundo contemporâneo: “Aprender para toda a Vida”.

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A Educação de Jovens e Adultos vem existir também para reparar a desigualdade existente na sociedade, e ambiente escolar.

Seja pelo preconceito a negros, mulheres, pobreza ou necessidade de ascensão social e no trabalho, a educação deveria ser acompanhada do desenvolvimento de aspectos que desenvolvam a cidadania do indivíduo e também características que contemplem a individualidade, a cultura, arte e lazer.

Alem disso o aluno da Educação de Jovens e Adultos, deverá ter a oportunidade de conhecer o mundo em que vive e ser capaz de interagir com ele, também receber conhecimento de todas as áreas que fazem parte do ensino fundamental.

Os freqüentadores da Educação de Jovens e Adultos devem ter consciência do curso que estão fazendo, recebendo informações de sua duração, métodos de ensino e avaliações.

Devido ao perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos, que é diferenciado dos alunos da escola regular, requerem um tratamento de acordo com suas vivencias e idade. Por isso preciso ofertar capacitação aos professores da EJA, segundo o parecer numero 11/2000 e a resolução numero01/2000, da Câmara de Educação Básica (CEB), do Conselho Nacional de Educação (CNE), que regulamenta a E.J.A.

Os cursos de Educação de Jovens e Adultos podem emitir o certificado de conclusão do ensino médio ou fundamental, desde que os alunos sejam avaliados durante a duração do curso e a escola reconhecida pelo poder público, em especial pelos Conselhos de Educação e pelas Secretarias de Educação.

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CAPITULO II – OS NÚCLEOS DA EJA DA PMF

A EJA é um segmento da Educação Fundamental Básica, que visa à inclusão do jovem e do

adulto na escola (Lei n. 9634, das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos - parecer 11/2000 da Câmara de Educação Básica do Ministério da Educação).

Em conformidade com o que foi acordado na Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos:

“A Educação de Adultos engloba todo o processo de aprendizagem formal ou informal, onde pessoas consideradas “adultas” pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seu conhecimento e aperfeiçoam suas qualidades técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adulto inclui a educação formal e não formal e o aspecto da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos “(V Conferencia Internacional sobre Educação de Adultos V CONFINTEA/julho de 1997, p.3).

Os alunos que procuram se matricular na EJA, são jovens e adultos que por alguma razão não complementaram o ensino fundamental, sendo que atualmente, existe uma demanda de adolescentes provenientes do ensino fundamental regular.

Segundo Eliane Ribeiro Andrade – Os sujeitos educandos na EJA: “São tidos como alunos provenientes de um “fracasso escolar”, sem considerar sua condição

humana, como integrante da sociedade, procurando a existência de processos educacionais adequados a esse grupo de indivíduos que procuram a inserção na escola e sociedade novamente.” (Eliane Ribeiro Andrade-Os sujeito educandos na EJA saltofuturo_eja_set2004).

A Prefeitura Municipal de Florianópolis oferece, no segmento de Educação Para Jovens e Adultos, um curso com certificação correspondente à oitava série do Ensino Fundamental, com duração mínima de 800 (oitocentas horas) de produção.

efetiva e também curso de Alfabetização. As atividades educacionais organizam-se a partir de ciclos de pesquisa, com problemáticas escolhidas de acordo com o interesse do aluno, desenvolvida com grupos de alunos em conjunto com a equipe pedagógica.

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Percebe - se a importância do interesse dos alunos como sendo uma necessidade ligada ao conhecimento - ler e escrever, no trecho de McLuhan:

“Onde o interesse do estudante já estiver focalizado, aí se encontra o ponto natural para a elucidação de outros problemas e interesses. A tarefa educativa não é fornecer, unicamente, os instrumentos básicos da percepção, mas também desenvolver a capacidade de julgamento e discriminação através da experiência social corrente.” (Revolução na comunicação/Edmund Carpenter e Marshall McLuhan. Zahar Editores).

O curso oferecido a Jovens e Adultos pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, ocorre em vários núcleos de EJA, situados em Escolas Municipais de alguns bairros da cidade, com a estrutura de uma equipe pedagógica formada de sete professores, sendo um de cada área do ensino fundamental, um coordenador e dois auxiliares de ensino.

Embora o método aplicado em toda a rede seja o mesmo para todos os núcleos, como também as formações continuadas durante o ano para os professores e auxiliares, cada núcleo organiza sua prática pedagógica característica, visto que as atividades são planejadas duas vezes, semanalmente, pelos professores e coordenadores, procurando atender aos alunos de determinada comunidade onde se localiza o núcleo.

Essa diferença se dá pela criatividade individual de cada professor e pela diversidade dos alunos, que vem de diferentes comunidades, em questão de idade, gênero, cultura, etnias, etc..

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2.1 SELEÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS

Os professores participam de uma formação oferecida pelo Departamento de Educação Continuada da PMF, no inicio do ano letivo, recebendo um “caderno do professor”, com a proposta aplicada pela EJA da PMF, onde é sistematizada e

organizada a partir do acúmulo de experiências e reflexão de profissionais e pessoas que participaram da Educação de Jovens e Adultos da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Essas formações se repetem durante o ano, com palestrantes e assuntos diversos.

No início das atividades, os alunos são informados de como funciona o curso, as atividades exigidas e regulamentos, sendo entregue um “caderno diário” onde será feito o registro de suas atividades diariamente.

Os alunos precisam escolher uma problemática a partir da qual será desenvolvida a pesquisa, etapa fundamental no processo, que contempla um dos saberes trabalhado na prática educativa: “Saber identificar e analisar suas necessidades de conhecimento atuais buscando soluções.

A próxima etapa e a realização da JUSTIFICATIVA, após escolher a pergunta,o aluno cita as razões que o levaram a desenvolver a pesquisa, com orientação dos professores..

Em seguida os SABERES PRÉVIOS, onde o aluno escreve sobre o conhecimento que possui sobre o assunto que escolheu. Individual e em grupo.

Após, são feitas as HIPÓTESES, o que o aluno irá encontrar como resposta para sua problemática na pesquisa que irá realizar individual e em grupo.

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2.2 MAPA CONCEITUAL DA PESQUISA Os grupos, sempre orientados pelos professores, desenvolvem um “mapa da

pesquisa”, ou mapa conceitual, que é uma orientação das etapas do processo. Em cada mapa, os professores constroem com o grupo os tópicos que irão pesquisar.

Procura-se incluir as diversas dimensões para elaboração do mapa, como as sugeridas pelo Departamento de Educação continuada, que consta no caderno do professor:

Algumas dimensões: - Filosófica: debate, construção de conceitos. - Histórica: origem do problema, evolução, contextualização. - Espacial: o onde, o espaço. - Sócio-cultural: identidades, diversidade, classe, gênero, minorias. - Quantitativa: números do problema, amostragem, tabulação, gráficos, modelagem. - Legal: legislação pertinente, jurisprudências. - Política: políticas e ações governamentais, não governamentais, populares. - Científico-tecnológica: definição de termos, fenômenos, saberes científicos. - Econômica: custos, benefícios, influências. - Artística: Expressões diversas, musicais, dramáticas, plásticas, sensibilizações. - Lingüística: Etimologia, gêneros discursivos, revisão gramatical e ortográfica. - Metodológica: planejamento, coleta de dados, informática, socializações, relatórios.

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Os professores de língua estrangeira devem transitar pelas dimensões produzindo comunicação verbal e escrita, colaborando com possíveis translações e traduções de textos, músicas, filmes.

Segundo orientação do Departamento de Educação Continuada, os diversos núcleos têm procurado criar formas específicas para o planejamento das atividades, como os mapas de planejamento por pesquisa elaborada por alunos e professores (Subsídios para o processo de planejamento dos núcleos de E.J.A. da P.M.F. – 2007)

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A elaboração do Mapa Conceitual (Fig. 1) é de importância para o aluno e professor por possuírem um parâmetro para a pesquisa. Sendo um recurso adotado por vários educadores, como citado na dissertação de mestrado:

“Mapas conceituais são representações gráficas, que indicam relações entre conceitos”. Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos inclusivos. Sua utilização é destaque para a ordenação dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno.

A proposta de trabalho com mapas conceituais está fundamentada na idéia da Psicologia Cognitiva de Ausubel que estabelece que a aprendizagem ocorra por meio da assimilação de novos conceitos e proposições na estrutura cognitiva do aluno. Nessa perspectiva parte-se do pressuposto que o indivíduo constrói o seu conhecimento partindo da sua predisposição afetiva e seus acertos individuais. “Os mapas conceituais servem então para tornar significativa a aprendizagem do educando, que transforma o conhecimento sistematizado em conteúdo curricular”. (. De Rosane Maria Rudnick dos Santos (O ensino de geografia e o lugar como objeto de estudo [dissertação]: uma proposta de mapa conceitual para a educação fundamental 1a. a 4a. série / Rosane Maria Rudnick dos Santos; orientadora, Christianne Coelho de Souza Reinisch Coelho).

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Os mapas conceituais, desenvolvidos por Joseph Novak, são uma ferramenta para organizar e representar conhecimento (NOVAK, 1977). Eles são utilizados como uma linguagem para descrição e comunicação de conceitos e seus relacionamentos, e foram originalmente desenvolvidos para o suporte à Aprendizagem Significativa (AUSUBEL, 1968).

Pode-se observar o reconhecimento da importância do uso do mapa conceitual no processo de pesquisa, em trecho de uma monografia:

“Um aspecto muito interessante desse momento de construção do mapa conceitual é que a sua elaboração não está submetida a nenhuma das disciplinas”.

Ele está “descolado” de todas. A partir deste mapa percebe-se o delineamento do currículo da Educação de jovens e Adultos de Florianópolis.

No centro do mapa está o foco da pesquisa, ou seja, a problemática e por volta desse ponto central, todos os conteúdos conceitos, levando em conta as dimensões do conhecimento que envolve a problemática, como dimensões espaciais, temporais, sociológicas, filosóficas, artísticas, culturais, econômicas, entre outras “(Jose Maria R. Trindade, Sandra Bernadete Ramos - O Sistema avaliativo Na EJA Da Prefeitura Municipal De Florianópolis – Florianópolis/SC 2007).

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No decorrer do processo de pesquisa, o mapa conceitual pode ser modificado, acrescentando ou retirando itens, dependendo do caminho que vai se construindo para obtenção da resposta da problemática escolhida.

Encontra-se referencia ao mapa conceitual na dissertação de mestrado:

“No planejamento e na organização do currículo, os mapas conceituais têm a vantagem de servir para separar a informação significativa da trivial, assim como para escolher exemplos. A partir de um determinado mapa, professores e alunos podem incluir novos elementos, encontrar novas relações entre vários deles, trocar idéias diferentes sobre um mesmo conceito incluso, “negociar” os significados, etc.” (Educação Matemática na rede pública estadual de São Paulo: registros e perspectivas. Mutsu-ko Kobashigawa. SílvioGomesBispo. Agosto/2007).

Na metodologia via pesquisa não existe um currículo pré determinado, no final da pesquisa, o mapa conceitual se mostra fazendo parte do currículo, ou seja, é construído no decorrer do processo.

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2.3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 2.3.1 Processo de Aprendizagem “via pesquisa”

No processo de aprendizagem “via pesquisa”, o professor é um gestor e organizador de trabalhos realizados pelos alunos, devendo estar preparado para colaborar com o seu conhecimento nos projetos e respeitar o ritmo e dificuldades enfrentadas pelos alunos, podendo intervir tanto no planejamento da pesquisa, como trazer materiais de leitura, ou chamar outro professor para tratar de algum assunto específico. Pois é a leitura o primeiro passo de iniciar a pesquisa, como define Luckesi:

”A leitura é um processo que se faz dinamicamente na prática do leitor, ou seja, processa simultaneamente a decodificação mecânica dos símbolos gráficos, entende a mensagem, posiciona-se criticamente a respeito dos tópicos de assuntos lidos. Ao mesmo tempo em que se lê, manifestam-se as dificuldades e os limites do conteúdo transmitido.” (LUCKESI, Cipriano, 1989).

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O decorrer da pesquisa é trabalhado um conjunto de saberes que irão compor o currículo de cada pesquisa elaborada:

Conteúdos conceituais: Em função do interesse dos alunos.

Conteúdos procedimentais: Trabalhados durante as atividades.

Conteúdos atitudinais: Valores a atitudes trabalhados nas atividades.

O professor organiza situações de ensino para obter interação e participação com todos educandos, atendendo as necessidades concretas de cada um. Utiliza diversas estratégias metodológicas e adapta as tarefas de aprendizagem às possibilidades dos alunos, usando sua criatividade e respeitando o ritmo individual de cada um.

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A intervenção dos professores durante o assessoramento da pesquisa, traz a pratica de suas habilidades adquiridas em sua formação tradicional nas Universidades, demonstrando aos alunos como formalizar resultados, ou “matematizar” as questões que estão tratando, por exemplo, tratando a Matemática: Incluindo no processo da pesquisa temas relacionados ao custo de vida, à inflação, aos cálculos de reajustes salariais, formação de cooperativas, etc.

Citando Maria Conceição Fonseca: “No caso da aprendizagem de Matemática, no adulto seria uma

relação utilitária, e o aspecto formativo da matemática tem uma característica de atualidade, uma realização no presente, ou seja, a necessidade de aprender o que está precisando de imediato. “Buscando contemplar conteúdos e formas que ajudem a entender, participar e mesmo apreciar melhor o mundo em que vivemos (ou usadas na solução de problemas da vida particular do aluno)”.(EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DE JOVENS E ADULTOS Especificidades,desafios e contribuições, FONSECA, Maria Conceição)

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Não deixando a Matemática separada dos problemas sociais, pois a vinculação entre as disciplinas tradicionais e as necessidades sociais é importante e tem sido destacado por muitos autores. Não perdendo de vista o próprio conhecimento do conteúdo, de uma forma que se reproduzam os processos de evolução deste conteúdo, fazendo com que os alunos observem o uso das diversas disciplinas na sua vida cotidiana, recriando e avaliando os seus sistemas individuais (OLIVEIRA, Betty A. Socialização do saber escolar. 2. Edição. Editora CORTEZ/1986).

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Essa importância de relacionar os conteúdos das disciplinas à realidade do cotidiano, obtendo a percepção de fazer parte historia e do mundo se observa com as palavras de Freire (1996):

“Porque não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e córregos e os baixos níveis de bem-estar da população, os lixões e os riscos que oferecem a saúde das gentes”.

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Assim se dando com a Geografia: Trabalhando de região para região, se situaram espacialmente, questões políticas, etc. Na História, linhas do tempo, origens e estudo de povos, etc. Nas Ciências, noções de que os fenômenos mudam através do tempo, relação com o ambiente, etc.

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2.4 CURRÍCULO

2.4.1 Currículo na Educação de Jovens e Adultos

Na Educação de Jovens e adultos, sente-se uma necessidade de se obter um currículo adequado que atenda a diversidade de alunos que fazem parte dessa modalidade, atendendo a todos sem exclusão.

A EJA vem sendo tratada pelas entidades governamentais, como uma tentativa de eliminar o analfabetismo.

Mas pela demanda de jovens vindo pelo fracasso no ensino regular, a faixa etária da EJA passou a ser em grande parte de jovens de 15 a 18 anos.

Haddad (2000) verificou que o currículo da EJA é voltado para a educação de adultos, sendo que a preocupação seria para contemplar o numero maior de jovens que não conseguiram terminar o ensino regular e procuram a EJA para terminar o ensino fundamental. Foi realizada uma pesquisa em Belo Horizonte, obtendo-se contribuições para o estudo do currículo na EJA, com base em estudos de Michael Apple.

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O educador analisa o que se ensina nas escolas e verifica que precisa ser considerado como uma distribuição de bens e serviços numa sociedade mais ampla. Ou seja, não pensar na escola como um local para verificar somente o rendimento dos alunos, mas interpreta – la relacionando-a com a sociedade, cultura e sua estrutura.

Para sua analise propôs três questões: 1 - A quem pertence o conhecimento inserido no currículo, 2 - Quem o selecionou 3 - Por que é organizado e transmitido nessa forma. Também por que esse conhecimento é tido como importante e outros não.

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Segundo Apple o currículo deveria ser um processo continuo e constantemente construído. Para Apple a escola desempenha três amplas atividades: acumulação, produção e legitimação. Sendo que esses processos refletem as pressões culturais que a sociedade capitalista exerce sobre as escolas e, sobretudo sobre os currículos e a pratica pedagógica dos professores.

É definido currículo, na escola fundamental, o conjunto de conteúdos programados para serem trabalhados durante o período escolar, sendo posteriormente cobrado do aluno, através de provas, sendo na maioria das vezes uma avaliação quantitativa, expressa através de notas.

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Na Educação de Jovens e Adultos, da PMF, essa proposta curricular passa por um processo de construção, com aluno, professor, comunidade e a própria vivencia individual do aluno.

Seria um conjunto de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, em um processo de construção coletiva, tendo uma visão integral do conhecimento, levando o indivíduo a compreender o mundo e saber agir no meio em que vive aberto a mudanças e possibilidades de transformação.

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Segundo Jane Paiva:

A proposta curricular para um projeto de educação de jovens e adultos precisa passar, necessariamente, pelas vivencias do aluno, construídas em seu cotidiano da casa e do trabalho, pelos saberes produzido pelas relações sociais e de produção, pela cultura que traz-ponto de partida, de onde o caminho deve ser iniciado, para que seja compreendida e ampliada (JANE PAIVA Serie EJA – Programa N*8 1997).

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Faz-nos entender que não é só na escola que aprendemos, segundo Mészáros:

”A aprendizagem é, verdadeiramente, a nossa própria

vida”. E como tanta coisa decidida dessa forma, para o bem e para o mal (Paracelso), o êxito depende de se tornar consciente esse processo de aprendizagem, no sentido amplo do termo, de forma a maximizar o melhor e a minimizar o pior. (Mészáros István, A educação para além do capital).

Também a existência do currículo “oculto”, que seria as aprendizagens não formais, pois além das aprendizagens formais é necessário que se inclua o que faz parte do cotidiano e do meio do individuo, construindo um currículo voltado para valores humanos e democráticos.

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No processo da pesquisa o professor, nas suas intervenções, pode diagnosticar uma situação de aprendizagem, orientando o caminho que o aluno pode seguir. Segundo Bachelard:

“Criar e manter um interesse vital pela pesquisa desinteressada é o dever do educador, em qualquer estágio de formação”.

“ Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta, se não há pergunta não pode haver conhecimento científico. Nada é gratuito, tudo é construído. ( BACHELARD, A formação do espírito cientifico, Contraponto, 1996)”.

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Em algumas formações de professores, onde foi perguntado aos professores o que entendem por currículo na EJA da PMF, obtiveram-se algumas respostas às quais cito algumas:

- Na EJA não existe currículo pré determinado, vai se construindo um currículo.

- Nas intervenções, é preciso ter o cuidado de não interferir na opinião de outro professor, ou aluno.

- No desenvolvimento da problemática existe uma formação de um currículo pessoal, provocando um acréscimo ou mudança de conhecimento.

- No que o aluno está aprendendo, sofre influencia da vivencia e do meio em que vive.

- Aprende-se a relacionar com as diferenças. - O professor perde a posição central, dividindo, aprendendo a

partilhar opiniões, aceitar “o diferente”. Deixa de ser de uma área, também precisa pesquisar para levar ao aluno.O professor também aprende.

- Tem o exercício de ver o geral e conseguir direcionar a pesquisa, de acordo com o caminho que o aluno está querendo seguir.

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O currículo na EJA da Prefeitura Municipal de Florianópolis è processual é construído no presente, sem deixar o já vivido ou o vir a ser.

No ano de 2005, Foi sugerido pela Secretaria de Educação Continuada a adoção de eixos temáticos, que os núcleos seguiriam para elaboração das pesquisas:

1 - Questões filosóficas e diversidade cultural 2 - Questões de saúde 3 - Questões de ciência tecnologia e natureza 4 - Questões atuais e históricas Foi uma experiência que envolveu todos os núcleos, com as

problemáticas se tratando do mesmo tema. No terceiro ciclo de pesquisa, voltou a ser livre a escolha da problemática, ficando decidido que seria do interesse do aluno.

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2.5 AVALIAÇÃO

Em todas as etapas da pesquisa devem acontecer momentos de reflexões e avaliações do processo da pesquisa numa proposta de discussão da noção de senso comum e de compreensão e atuação crítica do mundo. Consistindo em verificar a evolução dos alunos no processo da aprendizagem

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2.5.1 Avaliação de forma continuada A avaliação é feita de forma contínua, sistemática,

permanente, diagnóstica, individual e coletivamente a partir de observações, debates e instrumentos de registros mantidos pelo núcleo como:

- Diários e cadernos individuais dos alunos; - Pastas de projetos; - Cadernos das pesquisas e assessoramento; - Caderno diário do núcleo; - Textos produzidos; - Registro dos encontros pedagógicos; - Planilha de controle das horas de produção efetiva; - Questionários formais: fim de cada ciclo e

certificação.

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O ato de avaliar é bem definido por Luckesi:

“O ato de avaliar a aprendizagem implica acompanhamento e reorientação permanentes.”.....”Trabalhar com avaliação implica buscar a inclusão” (Luckesi,Cipriano.2004).

No final de cada ciclo de pesquisas, os alunos fazem uma avaliação individual do processo, respondendo algumas perguntas, nessa auto avaliação relata como organizou a pesquisa, as dificuldades, o que aprendeu, os recursos que usou.

Também a apresentação final de cada ciclo de pesquisa é avaliada individualmente e em grupo, por dois ou mais professores, resultando em um documento

Quando o aluno completa a quantidade de horas exigidas, tem três pesquisas completadas e apresentadas, mais um relatório individual, responde um questionário de pedido de certificação que é analisado em uma entrevista, juntamente com a equipe pedagógica.

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CAPITULO IV – NÙCLEO COSTEIRA: UMA EXPERIENCIA VIVENCIADA

O processo educacional via pesquisa, adotado pela PMF, com características próprias, em que o aluno aprende a identificar seus interesses, sistematiza-los,defende-los, se posicionar com eles para os colegas, escola, comunidade e o mundo. Através de escolhas de problemáticas de seu interesse, que são desenvolvidas durante o curso, faz desse processo uma alternativa para a Educação de Jovens e Adultos, indicando um caminho a seguir, tornando realidade alguns pensamentos de educadores como Paulo Freire e outros.

No ano de 2006 o curso sofreu algumas modificações como eixos sugeridos pela Secretaria de Educação Continuada e a presença de um professor orientador em cada turma, sendo todos os núcleos, com o mesmo perfil, como o núcleo Bacia da Lagoa :

“No primeiro momento destinava-se a pesquisa e contava-se com um professor orientador fixo na turma...no terceiro momento o conteúdo especifico de uma disciplina era trabalhado em sala de aula, sempre inter relacionado com o conteúdo especifico, com a pesquisa que o aluno estava trabalhando” (monografia de Elizangela Gonzatto Martins, 2007).

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O principal foco do relato nesse trabalho é apresentar algumas atividades realizadas no núcleo Costeira no ano de 2007.

O Departamento de Educação Continuada determina várias etapas que devem ser cumpridas como as relacionadas neste trabalho, mas sofre algumas modificações a cada ano, sendo os núcleos livres para adotarem algumas práticas pedagógicas, mas que estejam de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso.

O Núcleo Costeira foi composto de 5 turmas; (4 turmas de 5 a 8 série) e (1 turma de 1a 4 série), com média de 30 alunos por turma.

• As turmas geralmente foram orientadas por dois professores, uma turma ficava com um professor e /ou mais a coordenadora do núcleo. No decorrer da pesquisa, os professores realizaram intervenções em todas as turmas, planejado nas reuniões semanais. A seguir é relatado o andamento das pesquisas e alguns destaques do EJA Costeira 2007, seguindo as etapas que são determinadas pelo Departamento de Educação Continuada da PMF.

• Primeiramente é dado aos alunos um roteiro para o desenvolvimento da pesquisa. (Anexo 1)

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4.1 A ESCOLHA DA PROBLEMÁTICA

As atividades educacionais organizam-se a partir de ciclos de pesquisa, com problemáticas escolhidas de acordo com o interesse do aluno, desenvolvida com grupos de alunos em conjunto com a equipe pedagógica.

Percebe - se a importância do interesse dos alunos como sendo uma necessidade ligada ao conhecimento - ler e escrever, no trecho de McLuhan:

“Onde o interesse do estudante já estiver focalizado, aí se encontra o ponto natural para a elucidação de outros problemas e interesses. A tarefa educativa não é fornecer, unicamente, os instrumentos básicos da percepção, mas também desenvolver a capacidade de julgamento e discriminação através da experiência social corrente.” (Revolução na comunicação/Edmund Carpenter e Marshall McLuhan. Zahar Editores). Para escolha da problemática, foi realizada uma atividade, na qual cada aluno formulava três perguntas de seu interesse, como opções para sua pesquisa.

Essas perguntas foram entregues aos professores, e socializadas para toda a turma. As problemáticas são lidas e selecionadas pelos Grupos. De acordo com o interesse do aluno em desenvolver a pesquisa, são formados grupos de dois a três alunos, desenvolvendo um dos saberes das situações educativas, que é o saber conduzir projetos individualmente e em grupo.

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• Reafirmando, segundo CHARLOT:

• “Toda relação consigo é também relação com o outro, e toda relação com o outro é também relação consigo próprio.... Aí, também um princípio fundamental para compreender-se a experiência escolar e para analisar-se a relação com o saber a experiência escolar é indissociavelmente, relação consigo relação com os outros (professores e colegas), relação com o saber. (CHARLOT, 2000, p.47).

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Após a formação dos Grupos, é realizada outra atividade que é a socialização ou desenvolvimento das problemáticas.

É analisada cada problemática e discutida com os colegas, o que cada um quer saber sobre aquela pergunta, o que se quer pesquisar, uma troca de opiniões entre colegas e professores.).

Depois da problemática definida é elaborado a JUSTIFICATIVA, SABERES PRÉVIOS e HIPÓTESE.

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4.2 ELABORAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL

Os grupos, sempre orientados pelos professores, desenvolvem

um “mapa da pesquisa”, ou mapa conceitual, que é uma orientação das etapas do processo. Em cada mapa, é procurado incluir as várias dimensões já citadas.

A utilização do Mapa Conceitual tem importância na elaboração, junto com os alunos, na verificação em reunião com toda a equipe pedagógica, o cuidado em não elaborar um “questionário”. O seu conteúdo pode ser modificado no decorrer do processo, conforme a direção da pesquisa, pois alguns itens pesquisados podem levar a procura de novas respostas.

No núcleo EJA Costeira os mapas conceituais foram elaborados pelos alunos, depois levados às reuniões pedagógicas, onde os professores relacionavam as áreas do conhecimento, para planejamento das oficinas ou aulas. Exemplo (fig.1)Exemplo (fig.1)

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QUAIS AS CARACTERÍSTICAS CULTURAIS DOS ESTADOS DA REGIÃO SUL, SUAS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS?

Conceito de cultura

Importância da cultura em cada povo

Relações das pessoas com a cultura

Quando chegaram os diferentes povos

Porque os imigrantes escolheram o Brasil

Quando chegaram os diferentes povos

Uso e costumes de cada povo

Quais as culturas que predominam em cada estado do sul do Brasil

A arte em cada região

Influencia da culinária

Historia de cada região

Influencia da língua

1 - Mapa Conceitual da Pesquisa

Estes mapas são socializados em sala de aula e levados à reunião pedagógica.

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4.3 O PROCESSO DA PESQUISA

Após as etapas iniciais, os alunos recebem um modelo de cronograma onde são planejadas pelo grupo as fontes de pesquisa (internet, biblioteca, entrevistas, visitas, etc.), a divisão de tarefas dentro do grupo, o material que irá ser usado e previsão do tempo para cumprir a pesquisa. Após realizarem a coleta de dados onde os alunos praticam a leitura, realizando interpretações e resumos do material, orientados pelos professores o processo continua até o grupo desenvolver os itens do mapa conceitual e chegar a conclusão de que conseguiu responder a problemática escolhida. Durante esse processo são feitas socializações parciais. Paralelamente à pesquisa são realizadas atividades chamadas Horas não Presenciais (HNP), fora da escola, mas entregues e socializadas na escola. Modelo do cronograma. (Anexo 2)

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4.4 AS APRESENTAÇÕES

Para o aluno obter a certificação é necessário a conclusão de três pesquisas, apresentadas no final de cada ciclo de pesquisa.

O produto final de um projeto já é planejado no cronograma da pesquisa e aprovado em reunião pedagógica. Além da apresentação oral do grupo com recursos audiovisuais diversos, pode ser em diversas formas na parte escrita: relatório, folder, jornal, redação, folheto, podendo ser também com teatro, música e exposição oral de cada elemento do grupo.

As apresentações são feitas geralmente em um auditório onde todas as turmas e professores assistem e elaboram uma avaliação de cada apresentação. Nas figuras (2) e (3) estão alguns exemplos que ilustram estas apresentações.

No final de cada ciclo de pesquisa foram feitas avaliações do próprio aluno do ciclo de pesquisa e também a construção de um currículo do que o aluno aprendeu com aquela pesquisa, seguindo um modelo (Currículo – anexo). Reforçando o que diz José Carlos Líbano:

Citando Pedra, 1977: Currículo: Um modo pelo qual a cultura é representada e reproduzida no cotidiano das organizações escolares (Jose Carlos Líbano, I* Seminário Nordestino de Educação, 2002).

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Essas avaliações finais, bem como os relatórios de palestras, saídas pedagógicas, oficinas, aulas, apresentações, e resumos de textos pesquisados, resultam em textos criados pelo aluno, sempre orientado pelos professores, e que constituem o seu aprendizado no decorrer da pesquisa, formando um currículo, que determina o que o aluno conseguiu aprender. Pode-se ver essa importância da leitura e interpretação, em artigo publicado:

“Um destaque especial no processo de aprendizagem pela própria função da EJA é o objetivo de ler para aprender, que implica a organização de propostas coletivas que abordam informações, conhecimentos e competências substanciais para o tratamento de temas e problematizações.

A apropriação desses textos pelos estudantes estaria atravessada por oportunidades de aprender estratégias de estudo, que vão acompanhá-los no enfrentamento de atividades nos mais variados âmbitos. (Práticas de leitura na EJA: do que estamos falando e o que estamos aprendendo - Cláudia).” Revista de Educação de Jovens e Adultos - REVEJ@, v. 1, p. 50-59, 2007. Cláudia Lemos Vóvio.

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4.5 AS PRATICAS EDUCATIVAS

Outro fator importante que foi procurado manter no núcleo Costeira, foi as aulas, relacionadas com as diversas pesquisas, planejadas nas reuniões semanais, com horários em que todas as turmas eram beneficiadas.

Também as oficinas, dependendo das necessidades dos alunos como: Artes, Português, Matemática, e todas as demais, planejadas semanalmente.

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4.5.1. Oficinas No segundo ciclo de pesquisas do Núcleo da E.J.A. da Costeira (Prefeitura

Municipal de Florianópolis – 2007), foram planejadas oficinas relacionadas com as problemáticas das pesquisas, envolvendo os professores das diversas áreas do conhecimento.

Os professores em grupo de três planejaram as aulas, pensando nas problemáticas, por exemplo, os professores: de artes, espanhol e matemática, juntos, deram aulas sobre as formas geométricas. A professora de artes confeccionou com os alunos as formas das figuras geométricas em papelão, apresentou obras de artistas que trabalham com as formas geométricas, concluindo composições plásticas com as formas.

Exemplo de atividade de uma aluna(fig.4)

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O professor de Matemática apresentou as fórmulas matemáticas

das figuras planas e espaciais. A professora de Espanhol ensinou as formas geométricas em

espanhol, concluindo com a confecção com os alunos de um mosaico de figuras antigas.

Outro exemplo: Os professores de Geografia, História e Ciências deram aulas

integradas com o mesmo tema: Ecossistema. Estas oficinas foram planejadas em conjunto, buscando

relacionar os conteúdos de História, Ciências e geografia com o tema “Ecossistema”.

A maioria das atividades foi realizada na sala informatizada, aonde os alunos participavam e debatiam nas exposições que eram feitas.

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Outra atividade que demonstrou resultados excelentes foi a integração das áreas de

Artes e Português.

A professora de Português propôs aos alunos escreverem uma estória criada por eles, que depois de apresentada e corrigida, seria transformada em história em quadrinhos, com desenhos feitos pelos próprios alunos, orientados pela professora de Artes.

O resultado desta atividade foi vários livrinhos de estória, confeccionados pelos alunos. (Fig.6)

Figura 6 - Estória confeccionada por aluna

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4.5.2 As Oficinas de teatro

No primeiro ciclo de pesquisas foi observado que a maioria dos alunos teve certa dificuldade em se apresentar, devido a isso foi pensado em criar uma oficina de teatro, que deram suporte aos alunos com essa carência e reforçou a prática dos demais alunos. Essas oficinas serviram para desinibir os alunos e faze-los ver que poderiam ter mais liberdade para criar suas próprias peças pautadas em suas problemáticas.

Como resultado, foi verificado que no segundo ciclo de pesquisas as apresentações foram bem sucedidas por causa das oficinas, e pelo simples fato dos grupos realizarem um ensaio antes da socialização final.

No terceiro ciclo, a prática teatral mobilizou a todos, mesmo aqueles alunos que não apresentavam a problemática em forma de teatro, pois o que se constatou que estes auxiliavam os colegas que socializaram através do teatro.

Nas oficinas de Teatro buscou-se reforçar o conteúdo da problemática e desinibir os alunos: Criação da peça – Ensaio – Socialização final. (Fig.7)

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Figura 7 - Oficina de teatro: Ensaio de alunas.

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4.5.3 Produção textual

Os textos foram criados pelos alunos, assim como as ilustrações. A atividade ocorreu na seguinte ordem: primeiramente os alunos ouviram a música Aquarela, no mesmo instante foi incentivada a ilustrá-la, e assim desenharam... Após algumas explicações sobre textos descritivos literários e técnicos os alunos produziram textos a partir de seus próprios desenhos, e assim escreveram... Nesta atividade foi desenvolvida a criatividade, leitura e interpretação. (Fig.8).

Figura 8 - Desenho de aluna, atividade ouvindo música aquarela

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• A gincana cultural na EJA Costeira foi planejada em reunião de professores, no início do ano, pensando na integração entre os alunos e professores em forma de entretenimento.

• Essa gincana teve os objetivos:• 1- Integração entre alunos e professores.• 2- Verificação se os alunos assimilaram os conteúdos de suas

pesquisas e das aulas dadas.• Através do resultado foi observado excelente concentração e

empenho dos grupos no cumprimento das atividades da gincana.• Como intervenção dos professores, foi relatada a experiência de

Oficinas de Teatro:• Devido à dificuldade de alguns alunos apresentarem as pesquisas,

foi pensado em criar uma oficina de teatro, que deram suporte aos alunos com essa carência e reforçou a prática dos demais alunos. Essas oficinas serviram para desinibir os alunos e faze-los ver que poderiam ter mais liberdade para criar suas próprias peças pautadas em suas problemáticas.

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• 4.7 PESQUISA DE DESTAQUE NA EJA COSTEIRA 2007:• O grupo foi formado por dois alunos, sendo que um deles era

classificado como aluno problema e outro, muito tímido.• Os alunos não demonstraram nenhum interesse inicial para a

escolha da problemática.• Nas reuniões semanais, onde é analisado o andamento das

pesquisas, foi percebido que um dos alunos em questão se interessava por música.

• Alguns professores se dedicaram a incentivá-los, com a orientação da professora de Artes, chegaram a definir a problemática que iriam pesquisar: ”Qual a evolução da música e dos instrumentos musicais”.

• Os alunos construíram vários instrumentos musicais, criaram e gravaram músicas, além da parte histórica escrita, produziram um folder como produto final. (Exemplo Folder - FIG. 10, 11)

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Figura 10 - Folder

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• Citando Inês Barbosa de Oliveira, Dirceu Castilho Pacheco,(Escola currículo,avaliação – cap.6 – Avaliação e Currículo no Cotidiano Escolar, CORTEZ 2008):

• “As inúmeras e variadas respostas folder obtidas pelas diversas produções dos alunos e alunas convocam, nesta atividade, a possibilidade de algumas interessantes reflexões acerca das relações entre currículo, processos de construção do conhecimento e avaliação.”

• Os alunos realizaram a apresentação final da pesquisa para o grande grupo de alunos e professores, com distribuição de folder, apresentação dos instrumentos musicais criados por eles e música. (Fig. 12, 13).

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Figura 12 - Alunos confeccionando os instrumentos musicais

Figura 13 - Alunos apresentando o instrumento musical

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• No decorrer da pesquisa observou-se o entrosamento dos alunos e professores, foram muito bem sucedidos, observando uma melhora da postura social dos alunos que se mostraram mais educados e responsáveis.

• Através desse exemplo pode - se perceber a importância do tratamento com carinho, dedicação e incentivo da parte da equipe pedagógica, para se obter um resultado positivo.

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• Sendo a EJA um segmento da Educação, para jovens e adultos, com a idade mínima para matrícula de 15 anos (art. 38 da LDB).

• É notado um aumento na procura da EJA, por adolescentes.• Esses jovens iniciam o curso da EJA, buscando a

metodologia já conhecida no seu trajeto no ensino regular, achando que não irão se adaptar com o método de pesquisa.

• Porém, com o andamento do curso, reconhecem um modo novo de aprender a buscar o conhecimento.

• Pode-se notar esse fato com o exemplo citado na monografia de especialização em E.J.A. com o relato de um aluno.

• “No começo de 2006 eu fiz a minha matrícula na EJA e hoje estou aqui, parei de bagunçar, porque a bagunça me prejudicou muito no passado e agora quero ser alguém, me arrependo e espero passar este ano” (ALUNO) - (Monografia -Educação de Jovens e Adultos: Uma Reflexão Sobre a Juvenilização em FLORIANOPOLIS-SC - Florianópolis – SC 2007 - Julie Cristiane Teixeira Davet, Murilo Genazio Magalhães, Rosemar Ucha Peres).

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• A existência da oportunidade dessa modalidade “via pesquisa” é notada principalmente nos alunos mais jovens, que foram excluídos do ensino fundamental regular e encontraram na E.J.A. uma alternativa para resgatar a oportunidade de inclusão na sociedade. Observação de um artigo:

• “Além das dificuldades de acesso e permanência na escola, os jovens enfrentam a realidade de instituições públicas que se orientam predominantemente para a oferta de conteúdos curriculares formais e considerados pouco interessantes pelos jovens (Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance” (Paulo Carrano REVEJ@ - Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p. 1-108, ago. 2007) “

• Mesmo os alunos com maior idade, trazem na memória o método convencional de ensino, com questionamentos sobre o método “via pesquisa”,sem entender como irão aprender e conseguir resgatar todo o conhecimento que deixaram para trás.

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• Com a pesquisa, o aluno aprende a se relacionar com os outros, respeitar a opinião dos colegas, relatar oralmente seus trabalhos e opinião. Citando artigo em revista:

• “Escutar a si e ao outro se torna, portanto, a condição para o reconhecimento e a comunicação”. Esta parece ser uma das mais importantes tarefas educativas, hoje: educar para que os sujeitos reconheçam a si mesmos e aos outros em esferas públicas democráticas. Isso, talvez, seja mais significativo do que ensinar conteúdos que podem ser aprendidos em muitos outros espaços e tempos.

• É assim que enxergo o desafio cotidiano de organização de currículos flexíveis capazes de  comunicar aos sujeitos concretos da EJA, sem que com isso se abdique da busca de inventariar permanentemente a unidade mínima de saberes em comum que as escolas devem socializar” (Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance” Paulo Carrano REVEJ@ - Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p. 1-108 , ago. 2007).”

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• Com a pesquisa, o aluno aprende a se relacionar com os outros, respeitar a opinião dos colegas, relatar oralmente seus trabalhos e opinião. Citando artigo em revista:

• “Escutar a si e ao outro se torna, portanto, a condição para o reconhecimento e a comunicação”. Esta parece ser uma das mais importantes tarefas educativas, hoje: educar para que os sujeitos reconheçam a si mesmos e aos outros em esferas públicas democráticas. Isso, talvez, seja mais significativo do que ensinar conteúdos que podem ser aprendidos em muitos outros espaços e tempos.

• É assim que enxergo o desafio cotidiano de organização de currículos flexíveis capazes de  comunicar aos sujeitos concretos da EJA, sem que com isso se abdique da busca de inventariar permanentemente a unidade mínima de saberes em comum que as escolas devem socializar” (Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance” Paulo Carrano REVEJ@ - Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p. 1-108 , ago. 2007).”

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• Como proposta seria interessante a criação efetiva de um Evento da EJA, no final de cada semestre, como:” Mostra de Atividades das pesquisas Realizadas no Núcleo”.

• Essa Mostra seria na escola aonde o núcleo se estabelece, com exposições dos trabalhos dos alunos, apresentações, relatórios das práticas pedagógicas, para divulgação científica para o corpo docente e discente da EJA, e reconhecimento da comunidade do método “via pesquisa” como sendo uma modalidade de um segmento de ensino que contempla os objetivos do ensino fundamental de quinta à oitava série.