UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS
EM SAÚDE BASEADO EM INDICADORES SOCIAIS: O CASO DA
CIDADE JOÃO PESSOA
Geórgia de Sousa Ferreira Soares
Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB
Prof° Dr° Bruno Ferreira Frascaroli Professor do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO O município de João Pessoa, além de capital do estado da Paraíba, é sua maior e principal cidade. Destacada no turismo, possui vantagens em relação à capitais do centro sul do país, como ampla costa marítmica e proximidade com os continentes europeu e africano. Como tantas cidades brasileiras, enfrenta problemas na área da saúde, dentre os quais a concentração de usuários. Para suprir os déficits e engessamento do setor público, elencamos nesse trabalho alguns indicadores sociais com relações diretas e indiretas na saúde, e identificamos alguns órgãos e dispositivos públicos e privados com planos e disposição de interação com o setor da saúde. Palavras-chave: Captação de recursos. Indicadores sociais. Saúde. João Pessoa.
1 INTRODUÇÃO
O município de João Pessoa é a capital do Estado da Paraíba, com uma área geográfica
de 210,80 km², clima quente e úmido, localizado na porção mais oriental da Paraíba (Figura
1), limita-se ao norte com o município de Cabedelo; ao sul com o município do Conde; a leste
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com o Oceano Atlântico; e a oeste com os municípios de Bayeux pelo rio Sanhauá e Santa
Rita pelo rio Mumbaba.
João Pessoa é o centro de uma região metropolitana que inclui atualmente 8
municípios, e que tem mais de 1.000.000 de habitantes (IBGE, 2000). Se considerarmos
apenas o sentido geográfico do aglomerado de municípios de fluxos mais intensos e processos
de conurbação mais claros, teríamos o aglomerado formado, além da capital, pelos municípios
de Bayeux, com 96.198 habitantes; Cabedelo, com 51.865 habitantes; Conde, com 20.849
habitantes e Santa Rita, com 126.775 habitantes. Este aglomerado mais somaria a população
de 997.992 habitantes, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística -
IBGE.
O conhecimento sobre o tamanho e distribuição da população é de extrema
importância para os gestores municipais, proporcionando desta forma uma boa gestão do
gasto público de maneira que permita a diminuição dos gastos contribuindo para uma
melhoria nas políticas sociais, tais como: saúde, educação, renda, entre outras.
Figura 1- Localização dos principais municípios da Paraíba e destaque para a cidade de João Pessoa e seus barirros (site PMJP: Jampa em Mapas, 2011).
O único porto do estado e da região metropolitana situa-se no município de Cabedelo.
O aeroporto regional, recentemente reformado, localiza-se no município de Bayeux. Ambos
os municípios são vizinhos e conurbados com o município da Capital.
João Pessoa apresenta tanto patrimônio natural quanto patrimônio histórico e cultural.
Sua condição urbanística também mostra muita adequação e atratividade (Figura 2), com
recentes investimentos em um Centro de Convenções (em fase de construção) e a Estação
Ciência, esta última com um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
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Ainda referente a situação urbanística, a cidade também possui atrativos que a tornam
em situação privilegiada no âmbito nacional e global.
Figura 2 - Parte histórica do centro: Praça Antenor Navarro (Site: PMJP, 2011).
A economia da capital paraibana está interligada no seu comércio e indústria. A pesca
também é uma das principais atividades econômicas, além da extração de caju e de coco. Em
relação ao turismo existe um litoral privilegiado, com 30 km de praias (PMJP, 2011).
Estudos a respeito da eficiência em saúde vem elevando-se anualmente no cenário
internacional.(LAVADO; CABANA, 2009). O Relatório nº. 36601-BR (2007) do Banco
Mundial, que evidencia a Qualidade do Gasto Público e Gestão de Recursos no Sistema
Único de Saúde do Brasil, evidencia a sua preocupação com a eficiência do gasto em saúde,
focando que a qualidade do gasto em saúde se diferencia como o que proporciona o melhor
resultado possível.
A pertinência de se analisar a eficiência nos gastos do setor público torna-se evidente
para os países em desenvolvimento, onde os recursos públicos normalmente são insuficientes.
A partir do momento em que os serviços são fornecidos pelo poder público, a avaliação da
eficiência torna-se uma inevitável ferramenta de gestão; quando a ineficiência permanece os
usuários desses serviços sofrem. Para isso, uma das medidas necessárias é aumentar o aporte
de recursos nos diversos indicadores de saúde abordados que conduzirá o aumento no
desenvolvimento humano (LAVADO; CABANDA, 2009).
Segundo o IBGE (2009), a cidade de João Pessoa possui 2 estabelecimentos de saúde
federais, 15 estaduais, 135 municipais e 294 privados, possuindo uma participação relativa
deste último setor maior que o percentual paraibano e brasileiro. Tanto a Paraíba quanto o
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Brasil apresentam um maior percentual de estabelecimentos de saúde municipais que João
Pessoa, como mostrado na Figura 4.
Figura 4 – Censo dos estabelecimentos de saúde em João Pessoa-PB e comparação com os percentuais da Paraíba e Brasil (Fonte: IBGE, 2009).
A estrutura da saúde pública no Brasil conta também com atuação das secretarias
estaduais e municipais de saúde. A Constituição Federal de 1988 promoveu um importante
passo na garantia do direito à saúde com a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS. Seus
princípios estão direcionados para a democratização nos serviços de saúde, que deixam de ser
restritos e passam a ser universais, deixam de ser centralizados e passam a ser norteados pela
descentralização, com os estados e municípios assumindo suas responsabilidades e
prerrogativas diante do SUS, bem como desenvolvendo ações que promovam à prevenção e à
promoção da saúde (BRASIL, 2011).
Segundo a Secretaria de Saúde de João Pessoa, dentro da construção da rede
progressiva de cuidados em saúde do município de João Pessoa, a Coordenadoria de Gestão
Hospitalar é responsável por promover a integração dos hospitais municipais dentro dessa
rede em construção, acompanhando os parâmetros de gestão, buscando melhor acolhimento e
maior resolutividade para as necessidades dos usuários que buscam socorro em situações de
urgência e emergência nos hospitais.
A rede hospitalar do município de João Pessoa é responsável pelo atendimento da
população da cidade, como também de todos os usuários do Sistema único de Saúde-SUS que
porventura necessitem de uma intervenção hospitalar. A cidade atende a uma demanda de
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aproximadamente 50% de usuários de regiões circunvizinhas e até mesmo de outros estados.
Em João Pessoa, a rede hospitalar municipal é assim distribuída: Hospital Geral Santa Isabel,
Hospital Valentina Figueiredo, Instituto Cândida Vargas e Complexo Hospitalar Mangabeira.
A Gestão da Política de Saúde tem como objetivo promover a equidade na atenção
integral à saúde, aperfeiçoar os mecanismos de financiamento reduzindo as desigualdades
regionais e ampliando o acesso da população a ações e serviços de qualidade, oportunos e
humanizados.
Um aspecto a ser abordado neste tema é que muitos municípios não possuem pessoas
capacitadas para elaborar projetos para captar recursos e desconhecem também os órgãos de
fomentos os quais devem recorrer. É sabido que o poder público sozinho não consegue acabar
ou resolver todos os problemas do município. Nos dias atuais, os grupos organizados têm
demonstrado uma grande eficácia no poder de ação e através da procura de parcerias,
conseguem financiamentos para seus projetos.
Diante deste cenário objetiva-se elencar fontes e definir estratégias para elaboração de
projetos para captação de recursos em saúde a partir de indicadores sociais, identificando os
principais problemas englobando saúde, educação e renda do município de João Pessoa, e
com isso identificar parcerias para a resolução destes problemas. Essas parcerias podem ser
buscadas dentro do próprio município, com o poder público, com o comércio e outras
parcerias como órgãos de fomento em âmbito nacional (Federal e Estadual), Universidades,
entre outros.
2 FUNDAMENTAÇÃO
2.1 Indicadores sociais
Indicadores sociais são ferramentas de avaliação quantitativa, obtidas aplicando-se
métodos estatísticos de seleção e classificação de variáveis, de modo a expressar um aspecto
social aparentemente isolado e qualitativo numa expressão matemática, que deve ser
interpretada de maneira científica e política, de forma ilustrativa ou para tomadas de decisão.
Nesse sentido, os indicadores sociais devem ser continuamente atualizados, permitindo o
ajuste dinâmico das equações que os predizem (podendo incluir a variável "tempo"), de modo
que as políticas adotadas para a melhoria de qualidade social sejam as mais adequadas
possíveis, antecipando-se a fenômenos não detectados imediatamente por análises
qualitativas.
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O caráter multifatorial que levam à composição dos indicadores sociais já é fato
consolidado (OMS, 2010). Para os leigos no assunto, indicadores sociais seriam uma medida
direta da condição econômica de uma população, justificando o fato de que os indicadores
econômicos foram os primeiros a serem definidos e usados para medir o desenvolvimento de
Estados em termos do seu desempenho econômico. Tais indicadores eram modestos do ponto
de vista matemático, e apenas com a aplicação de modelos estatísticos mais robustos,
passaram a tratar sistemas complexos.
Mesmo com sofisticados modelos de predição e descrição econômica de países,
observou-se que os mesmos não eram capazes de descreverem sozinhos aspectos relacionados
à qualidade de vida das referidas populações. Informações como: expectativa de vida, taxa de
mortalidade, taxa de mortalidade infantil, taxa de analfabetismo, renda nacional bruta, saúde,
alimentação, acesso à saúde, condições médico-sanitárias, acesso aos consumos, dentre
inúmeros outros, compõem indicadores sociais aceitos na atualidade.
Ao longo das últimas décadas, a Organização das Nações Unidas-ONU no seu
Relatório de Desenvolvimento Humano, vem introduzindo novas medidas para avaliar o
progresso na redução da pobreza e as diferenças de gênero. Esses índices são (ONU, 2011):
• Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): mede as realizações médias de um país
em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável,
acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente.
• Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado pela Desigualdade (IDHAD): ajusta
o IDH pela desigualdade na distribuição de cada dimensão entre a população. O
IDHAD é igual ao IDH quando não há desigualdade entre as pessoas, mas é menor do
que o IDH com o aumento da desigualdade. Assim, o IDHAD pode ser visto como o
nível real de desenvolvimento humano (responsável por essa desigualdade), enquanto
o IDH pode ser visto como um desenvolvimento "potencial" humano, pois refere-se ao
máximo que aquela população teria se dela fosse excluída a desigualdade entre seus
indivíduos. A "perda" pela desigualdade pode ser obtida pela diferença entre esses
dois índices e expresso como porcentagem. A título de ilustração, o Brasil cai 13
posições no ranking da ONU quando o IDH é ajustado pela desigualdade.
• Índice de Desigualdade de Gênero (IDG): reflete a perda no desenvolvimento
humano devido à desigualdade entre realizações femininas e masculinas sob três
dimensões: saúde reprodutiva, ampliação de poderes (empowerment) e mercado de
trabalho. O IDG varia de 0 (homens e mulheres exatamente no mesmo pé de
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igualdade) a 1 (indica que as mulheres sairão tão mal quanto possível para todas as
medidas possíveis nas três dimensões).
• Índice de Pobreza Multidimensional (IPM): reflete múltiplas privações a nível
individual em saúde, educação e padrão de vida. Ele difere do IDHAD no que tange ao
banco de dados utilizado, sendo nesse caso um banco de micro dados de pesquisas
domiciliares, onde cada pessoa em uma mesma casa pode ser classificada como pobre
ou não pobre, dependendo das privações individuais. Esses dados são posteriormente
agregados na medida nacional de pobreza.
Consonante ao Brasil, temos na Tabela 1 os respectivos índices, seguido das posições
e informações sobre países bem posicionados e alguns vizinhos próximos do Mercosul. A
tabela completa pode ser observada nos relatórios da ONU de 2011.
Tabela 1 - Índices de Desenvolvimento Humano da ONU.
País Classificação IDH IDH (posição) IDHAD (perda %) IDG (posição)
Noruega Muito Alto 0.943 (1º) 0.890 (5.6) 0.075(6º)
EUA Muito Alto 0.910 (4º) 0.771 (15.3) 0.299(47º)
Japão Muito Alto 0.901 (12º) - 0.123(14º)
Argentino Muito Alto 0.797 (45º) 0.641 (19.5) 0.372(67º)
Uruguai Alto 0.783 (48º) 0.654 (16.4) 0.352(62º)
Cuba Alto 0.776 (51º) - 0.337(58º)
Rússia Alto 0.755 (66º) 0.670 (11.3) 0.338(59º)
Brasil Alto 0.718 (84º) 0.519 (27.7) 0.449(80º)
Paraguai Médio 0.665 (107º) 0.505 (24.0) 0.476(87º)
Bolívia Médio 0.663 (108º) 0.437 (34.1) 0.476(88º)
Fonte: Relatórios da ONU, 2011.
Na Figura 5 são mostradas as evoluções no IDH e índices como Educação, Saúde e
Renda nos períodos de 1980 a 2011 em escala mundial, incluindo todos os afiliados da ONU,
com destaque para o país com maior potencial de desenvolvimento humano (Noruega), o
menor do ranking (Congo) e o Brasil. Observa-se um considerável avanço a nível global,
principalmente em educação, enquanto que saúde e renda apresentaram menores saltos, em
geral.
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Figura 5 – Evolução do IDH e indicadores de educação, saúde e renda no período de 1980 a 2011. Em destaque o Brasil em verde, Congo em vermelho e Noruega em Azul (Fonte: PNUD, 2011).
A nível municipal, existem alguns índices que permitem de certa forma entender e
separar fatores em escala global ou nacional do cenário municipal, como o IDH-M e o IFDM.
Este último é um índice desenvolvido pela FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro.
2.2 Fontes de captação de recursos para Saúde
Nos dias atuais, a expressão “mobilização de recursos”, que tem um sentido mais
amplo do que “captação de recursos”, atende melhor a conceituação que o setor envolve.
“Mobilizar recursos” não significa apenas assegurar recursos novos ou adicionais, mas
também otimizar os recursos existentes (aumento da eficácia e eficiência dos planos);
conquistar novas parcerias e encontrar fontes alternativas de recursos financeiros. O termo
recursos pode ser utilizado para representar recursos financeiros ou pessoas (recursos
humanos), materiais e serviços (SPEAK; MCBRIDE; SHIPLEY, 2002).
Os recursos, físicos e humanos devem ser captados e mobilizados de forma eficiente,
envolvendo os seguintes aspectos: análise, planejamento, pesquisa de fonte de recursos e
estratégias de captação de recursos.
O início do processo de captação deve conter um profissional capacitado para
desenvolver da melhor maneira um plano de captação. É perceptível que a teoria sobre a
captação de recursos vem se desenvolvendo muito no Brasil nos últimos anos. Em relação às
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fontes de recursos, estas podem ser provenientes de empresas, fundações, pessoas, agências
internacionais de financiamento, instituições locais, governo, venda de serviços e eventos
(DIMENSTEIN, 2005).
Segundo Cicca (2009), é de grande relevância mencionar que para a saúde da
organização devem-se captar recursos de diferentes fontes e que nenhuma delas represente
60% ou mais da receita. As estratégias de captação de recursos devem ser aplicadas de acordo
com o tipo de fonte, que podem ser institucionais, empresariais, ou individuais.
Desta forma, Dimenstein (2005) destaca que a captação de recursos deve se pautar em
alguns princípios básicos, quais sejam:
i. definição exata da verba necessária para realizar a ação;
ii. pesquisa dos potenciais doadores;
iii. levantamento dos contatos no entorno da entidade;
iv. confecção de uma lista ou banco de dados;
v. elaboração de uma proposta bem estruturada, com orçamento;
vi. montagem de uma apresentação sobre a proposta;
vii. abordagem clara e objetiva;
viii. realização de contato de retorno;
ix. encaminhamento de agradecimento;
x. prestação de contas.
Speak, Mcbride e Shipley (2002) compreendem que um plano de captação deve conter
as diretrizes para direcionar as ações. Desta forma, a missão da organização é o ponto de
partida para a construção do plano de captação.
Infelizmente muitos municípios não possuem corpo técnico capaz de montar um
projeto e os mesmos precisam captar recursos financeiros, mas não conseguem elaborar um
projeto adequadamente por ausência de pessoal qualificado, inviabilizando, desta forma, a
captação de recursos.
Para formação e capacitação de recursos em saúde, são necessários mecanismos de
articulação entre setores de desenvolvimento de recursos humanos do SUS, órgãos de
fomento e instituições de ensino e de educação, de maneira a garantir a formação e
capacitação de profissionais de saúde, gestores e pesquisadores. É de extrema importância
identificar a demanda de recursos humanos motivados pelas prioridades de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico e pelos processos de aplicação do conhecimento e incorporação
de tecnologias no sistema de saúde (BRASIL, 2001).
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As três principais fontes de recursos são: recursos governamentais (próprios ou
transferidos), renda gerada pela venda de serviços e recursos captados através de doações (de
indivíduos ou instituições).
É importante para os profissionais e gerentes locais conhecerem a situação
epidemiológica da comunidade, suas demandas e sua condição de vida, no momento da
organização das ações básicas que responderão às necessidades regionais.
Um dos grandes desafios para qualidade em saúde é a definição de responsabilidades
entre trabalhadores e as instituições de saúde, pressupondo a autonomia e o envolvimento
para atender os problemas de saúde da população. A necessária conformidade da Política de
Gestão do Trabalho com os princípios do SUS, implica a ampliação da descentralização, o
respeito à autonomia das diferentes esferas de gestão. Requer, finalmente, a construção de
estratégias políticas inovadoras para ampliar a relação entre gestores, trabalhadores e usuários
do SUS e promover a reorganização do processo de trabalho e a instituição da gestão
democrática (PLANO NACIONAL DE SAÚDE, 2001).
A política na assistência de saúde no Brasil encontra-se dividida em linhas principais
de ação nas quais a é baseada “na criação de estruturas permanentes que visam à integração
de ações de distintas instâncias de governo e da sociedade”, é caracterizada pelas ações de
caráter emergencial, para atender problemas de saúde mais evidentes, preconizando a
promoção de ações eficazes e eficientes no curto prazo, com ênfase na ação “em si mesma” e
no processo de mobilização social e em captação de recursos para garantir o funcionamento
da estrutura já existente (PLANO NACIONAL DE SAÚDE, 2001).
2.3 Estratégias para captação de recursos
Projetos sociais têm relação direta com a captação de recursos, pois bons projetos
trazem recursos para ação social como contrapartida. Tais projetos são resultado de avançada
relação entre governo e sociedade civil, modificando o paradigma tradicional onde os gestores
públicos não ouviam as partes diretamente beneficiadas com os recursos. Essa mudança levou
a modificação ao longo do tempo das relações de implementação de políticas sociais e o
avanço das articulações governo/sociedade civil, caracterizando um verdadeiro processo de
democratização da gestão de recursos.
Atualmente, o governo federal possui vários projetos no âmbito social, com repasses
para estados, municípios,Organizações Não Governamentais- ONGs e empresas privadas, ou
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projetos em outras áreas, mas com contrapartida com esse caráter, gerando uma
descentralização do Estado e reduzindo as barreiras de desigualdade social no país.
Define-se Projetos Sociais como ferramentas de ação que delimitam uma intervenção
quanto aos objetivos, metas, formas de atuação, prazos, responsabilidades e avaliação.
Projetos sociais são uma forma de organizar ações para transformar determinada realidade
social ou alguma instituição.
Alguns riscos são inerentes aos projetos sociais, como a fragmentação das ações, a
excessiva dependência, a falta de legitimidade ou representatividade, indefinição de
responsabilidades e méritos, descontinuidade de ações e pessoas, baixo controle da
efetividade das ações e dificuldade de interpretar desdobramentos.
Dentre as tendências e desafios dos projetos sociais pode-se elencar: gestão
compartilhada, ênfase na ação local, articulação entre esferas de governo (união, estados e
municípios), gestão em rede, flexibilização de programas e serviços, participação social nas
decisões, controle e execução de projetos ou programas.
Para enfrentar esses desafios, o gestor dos recursos deve ter compreensão dos
contextos políticos, sociais e institucionais, capacidade de comunicação e negociação, de
definir, delegar e cobrar responsabilidades. Ainda faz-se necessário agilidade de avaliação,
propor mudanças, motivar pessoas, administrar conflitos e frustrações, ou seja, capacidade de
gerenciamento global, além da capacidade de valorizar e promover a visibilidade do projeto e
seus resultados.
Entretanto, um bom gestor isolado não é capaz de realizar ou dirigir um projeto. Faz-
se necessária organização de uma equipe com pessoas apitas, boa articulação política e social
no contexto de aplicação do projeto, visibilidade e sustentabilidade, e principalmente
transparência.
Em nível de articulação um projeto se relaciona com a captação de recursos
financeiros e a articulação global de políticas. Diversos órgãos de fomento e parceiros podem
tornar praticável um projeto para saúde (lembrando que saúde engloba o completo bem-estar
físico, psíquico e social), como doadores privados, associações, agências de cooperação,
fundos de investimento, bancos, igrejas, universidades e centros de ensino, pesquisa e
extensão entre outros. É importante perceber as condições de possíveis financiadores e as
relações políticas decorrentes destes possíveis apoios. Deve haver um equilíbrio entre
captação de recursos financeiros e articulação de parcerias em torno do projeto. Assim, as
articulações em torno de políticas públicas têm sua importância relacionada com a construção
de projetos em comum, o que implica nas definições em torno da missão de cada organização.
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A mediação e articulação podem envolver organizações não-governamentais,
organizações sociais ou comunitárias, organismos públicos e redes solidárias. Os primeiros
passos na captação de recursos para saúde com base em indicadores sociais pode ser feita
elencando: necessidades da população; quais necessidades se traduzem em demandas; quais
as prioridades; quais as potencialidades de organização; como podem ser organizadas as
reivindicações; quais personagens e agentes podem apoiar as ações e quais destes se opões ao
projeto; quem pode ser conquistado para o projeto; viabilidade do projeto.
No contexto da viabilidade do projeto, deve-se observar os aspectos econômicos tais
como: identificação de fontes de financiamento, conhecimento dos procedimentos e condições
das fontes de recursos, negociação de visões, expectativas e formatos entre financiadores,
financiados e beneficiários, e indicação das possibilidades da comunidade..
Na fase de captação, deve-se fundamentar o porquê de o projeto ser implementado,
apresentando-se a relação do mesmo com problemas sociais importantes, destacando os seus
benefícios à população, ressaltar a qualificação da organização e destacar o papel estratégico
do projeto.
Quanto ao orçamento, o mesmo deve conter todas as ações do projeto. Em mão dupla,
tudo que for calculado deve fazer parte do projeto. Pontos relevantes merecem evidência:
deve estar atento às condições de financiadores; deve ser objetivo em relação aos gastos; deve
ser detalhado e claro quanto aos gastos e receitas; quando possível, indicar contrapartidas;
fontes de contribuição local são importantes; quando possível, indicar possibilidades de
sustentação própria; citar outros apoios recebidos e outras fontes em negociação.
3 METODOLOGIA
Para o levantamento da literatura, realizou-se consulta nas seguintes bases de dados:
Ministério do Planejamento e da Saúde, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline),
Google acadêmico, nos sites de órgãos internacionais, nacionais e estaduais: organização
Mundial de Saúde (OMS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
Organização das Nações Unidas (ONU).
Os critérios de inserção estabelecidos para a seleção dos artigos foram: artigos
publicados em português, inglês e espanhol; artigos na íntegra que abordassem a temática
referente à revisão e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos
dez anos. Para a síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma descritiva,
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permitindo narrar com a finalidade de reunir o conhecimento produzido sobre o tema
abordado na revisão.
Nesse trabalho foram utilizados os indicadores sociais IDH-M e IFDM do município
de João Pessoa, como parâmetro do desenvolvimento socioeconômico e outros bancos de
dados como o DATASUS, Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM), IBGE e
Ministério da Educação (Senso Escolar).
A partir desses dados, serão discutidas estratégias que mostrem o impacto de fatores
sociais sobre os gastos em saúde, de modo a gerar captação de recursos para essa área, como o
indicador de Óbitos por Causas Mal Definidas, que está relacionado ao acesso aos serviços
básicos de saúde, pois permite inferir a cerca da qualidade da atenção médica, que, em geral,
varia na mesma direção das variações da qualidade no preenchimento das declarações de
óbito (IBGE, 2009).
4 RESULTADOS
Em relação ao município de João Pessoa, alguns indicadores do índice IDH-M nos
anos de 1991 e 2000 são mostrados na Tabela 2.
Tabela 2 - Índices de Desenvolvimento Humano da ONU.
Índice 1991 2000 Variação (%)
IDH-M 0,719 0,783 + 8,9
IDH-M Renda 0,693 0,743 + 7,2
IDH-M Longevidade 0,660 0,720 + 9,1
IDH-M Educação 0,803 0,885 + 10,2 Fonte: Relatórios PNUD/ONU 2000
Embora não estejam disponíveis dados da década corrente, foi possível verificar um
aumento discreto em todos os indicadores do IDH-M, como renda, longevidade e educação,
seguindo a tendência nacional, como visto na Figura 5. O maior ganho percentual e em
valores absolutos foi para o indicador de educação.
Apesar de não possuirmos os indicadores relacionados à saúde para esse período,
sabe-se que os aumentos nas taxas de alfabetização e tempo de estudo de uma população
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refletem em medidas de saúde pública, como redução nos casos de gravidez precoce (abaixo
dos 20 anos), número de filhos, ciência de hábitos de saúde em geral, entre outros.
No ano 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do município de João
Pessoa estava calculado em 0,783, estando situado um pouco acima do índice nacional
(0,766). Entre as capitais do Nordeste, ocupava um índice intermediário, superado apenas
pelas 3 metrópoles regionais (Salvador, Recife e Fortaleza) e pelas capitais Aracaju e Natal.
Entre as capitais de porte médio nacional, entre os anos de 1991 e 2000 a cidade foi a que
mais cresceu no seu índice de desenvolvimento humano.
Atualmente, o índice nacional é de 0,813, já considerado um índice alto, uma vez que
a faixa entre 0,800 e 1,000 é considerada faixa de alto IDH, e o índice da cidade deve estar
situado na faixa entre 0,820 e 0,830, podendo ser calculado mais precisamente após o Censo
2010.
Outro índice pesquisado foi o índice FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro - de Desenvolvimento Municipal (IFDM). A atualização desse índice provém
de um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os 5.564
municípios brasileiros em três áreas: Emprego & Renda, Educação e Saúde.
Ele é elaborado, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais,
disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. Para o município de João
Pessoa, o IFDM é mostrado junto com os indicadores na Figura 6.
Figura 6 – IFDM e indicadores de educação, saúde e emprego e renda no período no ano de 2009 (Fonte: FIRJAN, 2011).
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Diferentemente do IDH-M, o IFDM aponta uma maior tendência de crescimento para
emprego e renda, em detrimento à educação. Além dos dados serem referentes a anos
diferentes, a base de cálculo de cada índice é diferente, podendo superestimas ou subestimar
alguns indicadores.
De modo simplificado, o IFDM varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento da localidade. Além disso, sua metodologia possibilita determinar, com
precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de
políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais
municípios, envolvidos em um cenário globalizado ou de políticas nacionais.
Na Figura 7 observa-se uma discreta melhoria do IFDM no período de 2000 a 2009 no
município de João Pessoa, com um pequena variação negativa nos anos de 2007 e 2008.
Figura 7 – Evolução anual do IFDM e dos indicadores de educação, saúde e emprego e renda no período no ano de 2000 a 2009 (Fonte: FIRJAN, 2011).
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A análise considerando o tempo é mais fidedigna que uma análise pontual, onde
inúmeros fatores podem convergir para um aumento o diminuição brusca dos índices sociais.
Observa-se na Figura 7 que houve uma queda no índice de emprego e renda de 2007 e
2008 em relação a 2006, possivelmente decorrente da crise econômica de 2008-2011, também
chamada de Grande Recessão. Haja vista a globalização dos mercados, o desdobramento da
crise financeira internacional, precipitada pela falência do tradicional banco de investimento
estadunidense Lehman Brothers, fundado em 1850, gerou um efeito dominó, onde outras
grandes instituições financeiras quebraram, gerando desaceleração da economia mundial, com
menor impacto no Brasil. O mesmo decréscimo na disponibilidade de emprego e renda
também pode ser observado para outros municípios no mesmo período (FIRJAN, 2011)
A relação entre saúde, emprego e renda pode refletir efeitos mais elásticos no longo
prazo devido a maior demanda da máquina pública com a diminuição da condição sócio-
econômica de uma população. Esse ponto, associado às estatísticas relacionadas a doenças do
mundo subdesenvolvido, deve ser um ponto-chave para a captação de recursos quando
eventos dessa natureza são observados. Assim, medidas de saúde pública e os investimentos
no setor da Atenção Básica de Saúde devem ser voltadas (bairro a bairro) para áreas de
expansão suburbana sem estrutura adequada. Para os setores da cidade onde os índices de
desenvolvimento mostram-se maiores em valores absolutos (onde os ganhos percentuais ao
longo dos anos podem não ser determinantes para a classificação), outras medidas de saúde-
pública podem ser adotadas, deslocando recursos humanos (profissionais de saúde)
especializados em doenças negligenciáveis para o subúrbio.
Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal em 2007 atingiu R$
6.760.023.000,00, o que significava um PIB per capita médio de R$ 10.018,00, para o mesmo
ano.A renda nominal média mensal das pessoas residentes, no ano 2000 foi de R$ 684,75,
mas segundo a evolução verificada no período a renda média mensal atualmente está superior
aos R$ 900,00. Contudo, são índices que apresentam grandes desigualdades entre os
segmentos da sociedade e entre os bairros de alta renda e os de baixa renda. Os bairros de alta
renda atingem atualmente níveis de renda per capita média superior aos R$ 3.000,00,
enquanto os bairros de menor renda não chegam a 50% do atual salário mínimo.
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Figura 8 – Taxa de desemprego da população de 15 anos ou mais em 2000. (Fonte: Atlas Municipal de Desenvolvimento Humano, 2008).
Vale ressaltar que o destacamento de bairros da cidade com relação a renda superior à
média não pode ser critério de ausência do estado frente a seus deveres impostos pela
Constituição mais recente. Quando isso ocorre, observa-se a substituição de atividades
precípuas do estado sendo realizados e supridos pelo setor privado. O problema maior é
observado (não só em João Pessoa) quando o poder público se ausenta de regiões onde a
população não tem condições financeiras para acessar dispositivos de saúde e educação a que
têm direito. Na região metropolitana de João Pessoa, isso é observado pelo grau de
concentração de atendimentos especializados sob um mesmo ponto de referência, atraindo
pacientes de várias localidades, que não apresentam os comprovantes de residência e
encaminhamento dos municípios provenientes para que os mesmos repassem os recursos à
João Pessoa, ocasionando em uma população virtualmente aumentada na capital do estado.
Em relação à saúde, o IFDM – Saúde foca na saúde básica e utiliza bancos de dados
considerados pelos especialistas como relevantes e confiáveis, como os bancos de dados dos
Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e os bancos de dados sobre Nascidos Vivos
(SINASC). Os indicadores variáveis são muito locais para evitar elevados graus de exigência
para todos os municípios do Brasil. Esses indicares básicos são:
• Quantidade de Consultas Pré-Natal = 33,33%
• Taxa de Óbitos Mal-Definidos = 33,33%
• Taxa de Óbitos Infantis por Causas Evitáveis = 33,33%
Considerando a importância que o financiamento da saúde (SUS) é, em parte, regido
pela Emenda Constitucional 29/2000. Nela estão definidos os limites mínimos que cada esfera
de governo deve investir em saúde: a União investe o equivalente ao do ano anterior mais a
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variação do PIB nominal, que considera a inflação (aproximadamente 1,75% do PIB); o
estado 12% e o município 15% dos recursos próprios.
Acompanhando a evolução dos gastos com a saúde, no município de João Pessoa,
observa-se que ela vem sendo crescente e acumulou de 2004 a 2009, um aumento de 242% de
investimentos com recursos próprios.
O investimento com recursos próprios, associados com plenárias do programa
municipal de Orçamento Democrático, permitiram a expansão do número de unidades de
saúde em João Pessoa (Figura 9).
Figura 9 – Distribuição das unidades de saúde do município de João Pessoa (Fonte: GeoMapas/PMJP, 2011).
Quanto a educação, é perceptível uma grande evolução, com progressos na taxa de
alfabetização e na escolaridade das ultimas gerações em relação às anteriores. Verifica-se
ainda que apesar da carência econômica de algumas secções da sociedade, várias famílias de
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baixa renda mantêm seus filhos estudando, onde um dos fatores contribuintes foi o programa
bolsa-escola e bolsa-família.
Pela Figura 7 observa-se que João Pessoa avançou 1 nível no IFDM-Educação em
uma década. A taxa de analfabetismo media foi de 13,76% menor, abaixo do índice médio
brasileiro de 17,6% segundo a pesquisa do INEP (2001) e melhor que o índice médio da
região Nordeste (28,7%).
Desta forma, dados internos da Prefeitura Municipal mostram que os índices revelam
uma grande diferença entre os bairros, com bairros de maior renda, apresentando índices de
analfabetismo até menores que 2% como os municípios brasileiros de maior índice de
escolaridade (Niterói, São Caetano, Santos, Florianópolis, etc.). Ao mesmo tempo, os bairros
periféricos de baixa renda, particularmente os bairros da borda semi-rural chegam a índices
próximos de 50%.
Na Figura 10 é mostrada a distribuição espacial das unidades educacionais do
município de João Pessoa.
Figura 10 – Distribuição das unidades de educação do município de João Pessoa (Fonte: GeoMapas/PMJP, 2011).
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Pela definição da OMS, “saúde é o completo bem-estar físico, psíquico e social”, o
que justifica a mobilização de recursos para atividades não apenas de saúde na forma de
postos de atendimento, mas também como medidas de prevenção associadas ao bem-estar
social. Recentemente a prefeitura de João Pessoa seguiu o modelo adotados em outras cidades
do Brasil no que tange à reestruturação de praças públicas, incluindo pistas de caminhada,
equipamentos de musculação e alongamento e a contratação de educadores físicos para
orientação de atividades e recreação. Essa é uma vertente a ser explorada dentro do conceito
de indicadores sociais e de qualidade de saúde de uma população. Estudos diversos apontam
na melhoria da qualidade de vida, tempo de redução de internação e redução do número de
internações por ano para pessoas que praticam atividade física.
Diante dos indicadores apresentados, diretamente entrelaçados no que concerne
educação, saúde e emprego e renda, podemos elencar algumas instituições nacionais
(públicas, privadas ou sem fins lucrativos) financiadoras de projetos cujos pré-requisitos
residem muitas vezes em contrapartidas sociais ou mesmo podem ser usadas como fontes de
recursos humanos (e.g. Universidades que disponibilizam seus estudantes para projetos de
extensão em saúde e educação). São elas (MELO 2007):
• Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
• Embaixadas da Alemanha, Canadá, Reino Unido
• Fundação Abrinq
• Fundação José Silveira
• Grupo de Institutos Fundações Empresas
• Instituto Alcoa
• Instituto CREDICARD
• Ministério da Saúde – SUS
• PETROBRAS
• UNICEF
• VOLKSWAGEM Brasil
• BROT FUR DIE WELT – PÃO PARA O MUNDO
• CATHOLIC RELIEF SERVICES – CRS
• CHEVRON OVERSEAS PETROLEUM
• DUPONT
• GENERAL MOTORS
• JOHNSON&JOHNSON
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• USAID – Estados Unidos
• Universidades e Centros de Pesquisas; Farmácias-Escola; Clínicas-Escola; Projetos de
Extensão, etc
Cada órgão, instituto, fundação ou empresa acima citada possui suas próprios editais
voltados para inúmeras áreas, dentre elas a saúde, ou apenas uma área, como o Ministério da
Saúde.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do cenário exposto nesse trabalho, percebemos que a utilização de indicadores
sociais que compõem e consolidados índices sociais para municípios podem ser utilizados
como fonte de ancoramento para captação e mobilização de recursos para saúde.
As variáveis que podem oferecer parâmetros têm grande relevância para medir o
sucesso ou o fracasso de um projeto, seja em relação à consecução dos objetivos e metas
definidos em seu próprio escopo, seja comparativamente a projetos similares já desenvolvidos
ou em desenvolvimento no enfrentamento da mesma problemática.
Assim a correlação e entrelaçamento de indicadores sociais com os de saúde, educação
e emprego e renda, permite a mobilização de recursos junto aos órgãos financiadores e a
posterior prestação de contas por meio da sua avaliação e atualização continuada, permitindo
inferir a cerca de medidas de cunho local.
Os indicadores sociais podem atuar, portanto, como uma fonte adicional para se
recorrer em uma elaboração de projetos para captação de recursos em saúde, em vez de
apenas os próprios indicadores em saúde.
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Geórgia de Sousa Ferreira Soares
Possui Graduação em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba (2004). Especialista em Nutrição Clínica Funcional pela UNIP-São Paulo/SP(2006), Especialista em Saúde Pública (2007) e Especialista em Gestão Pública (2011) Departamento de Economia pela Universidade Federal da Paraíba com ênfase em Elaboração de Projetos para Captação de Recursos em Saúde. Mestre em Ciências da Nutrição (2010) pela Universidade Federal da Paraíba com ênfase em Caracterização e Purificação de Proteínas, Atividade Antiinflamatória e Pró-inflamatória. Atualmente é doutoranda bolsista CNPq em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco na área de Fisiologia e Nutrição, com concentração em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Neurofisiologia, Desnutrição e desenvolvimento fisiológico, Depressão alastrante cortical, Nutrição e neurotransmissores, Neurofarmacologia e Nutrição.
Email: [email protected]
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REFERÊNCIAS
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