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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Língua:É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas

se comunicam e interagem entre si.

O conhecimento de várias regras gramaticais e a capacidade de usá-las eficiente e apropriadamente para a comunicação. (Língua)

Linguagem: Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a

comunicação e a interação entre as pessoas.

Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.

Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc.

A linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.

A linguagem é mais do que um simples sistema de regras. Segundo Nunan (1989), ela pode ser encarada como um recurso dinâmico para gerar significados;

Comunicação: A comunicação se caracteriza por ter o foco no sentido, no significado e na interação

propositada entre os sujeitos que estão aprendendo uma nova língua.

O modelo clássico tricotômico definido por Aristóteles é fundamentado na formulação teórica para os estudos de comunicação. Este sistema linear perdura até os dias atuais:

FONTEFONTE MENSAGEM MENSAGEM RECEPTORRECEPTOR

A comunicação é um processo que viabiliza a troca de mensagens entre pessoas. É, portanto, uma atividade cada vez mais utilizada nas relações sociais humanas modernas. Devido à sua complexidade atual e aos amplos campos de interesse fica cada vez mais conflitante a sua definição. Na verdade, comunicação é uma atividade que praticamos todos os dias, conhecemos mas, não sabemos defini-la satisfatoriamente.

Comunicação é uma palavra que vem do latim communicare, que tem o significado de: trocar opiniões, partilhar, tornar comum, conferenciar.

No ato da comunicação verificamos:

Emissor: aquele que diz algo a alguém Receptor: aquele com quem o emissor se comunica Mensagem: tudo que é transmitido do emissor para o receptor Código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem. Ex: Língua

Portuguesa.

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O canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor: Ex: a língua oral O referente: o assunto da mensagem

0bs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação.

NÍVEIS DE LINGUAGEM

Em português, temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência de nossa mensagem.

Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação.

Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem.

Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros:

O informal ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;

O formal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas gramaticais.

Exemplos:a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)

d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal

AS FUNÇÕES DA LINGUGEM

Quando comunicamos desejamos, acima de tudo, materializar nossas intenções. Onde não há intenção, não há necessidade de comunicação. O sujeito falante se comunica, portanto, quando quer colocar em cena uma intenção qualquer. Quais são essas intenções?

Emocionar, julgar, influenciar. Construir uma ação. Informar/ descrever o mundo e os acontecimentos. Explicar o significado de um signo, de uma palavra. Estabelecer uma relação com o outro, iniciar ou finalizar uma comunicação.

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Cada função da linguagem expressa uma intenção específica do sujeito que comunica. Ao elaborar uma frase, escrita ou oral, estamos representando uma intenção através de uma das 6 funções da linguagem.Quais são essas funções?

1- FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMOTIVA:

Centrada no emissor: exprime a atitude dele em relação ao conteúdo.

Características:- discurso em 1ª pessoa; - julgamentos subjetivos;- interjeições com valor emotivo;- entonações características (oral);- figuras literárias e - criações literárias.Exemplos:No texto:“Ah! Perdi a tramontana! Agarrei a garrafa que estava na minha frente e abri a cabeça de santa criatura com uma pancada horrível! De nada mais me lembro. Ouvi um berro, um clamor. Senti o pânico em redor de mim e corri para a rua como um ébrio. Foi quando...”(Monteiro Lobato – “Cidades mortas” – p. 91)

Na propaganda:Quando o comercial efeito através do testemunho de pessoas conhecidas publicamente (artistas, desportistas, empresários e profissionais de destaque), que expressam suas opiniões em relação ao produto ou serviço anunciado.

2- FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA:

Centrada no receptor (destinatário). Os anunciados visam influenciar o comportamento do destinatário da mensagem.

Características:- verbos no imperativo- emprego de vocativos1

- uso de pronomes de 2ª pessoa (tu/vós ou você/vocês)

Aplicação:Textos publicitários, políticos e linguagem comum.

Exemplos:Antes de escolher seu carro para 97, vá a uma concessionária Ford.Beba Coca Cola.Vote em “Basílio Eficiente”. A escolha do eleitor inteligente.Ah! Finalmente um novo banco.Sente-se. Saia. Aguarde na fila. Não fume.

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3- FUNÇÃO REFERENCIAL:

Centrada no referente. O importante é o conteúdo da informação. A linguagem é precisa, direta e objetiva.

Características:- neutralidade do emissor- objetividade e precisão - conteúdo informacional e - uso de 3ª pessoa

Aplicação:Jornalismo, cartas comerciais, redações técnicas, manuais de instruções, bulas de remédios, relatórios, resenhas, resumos, informes e descrições. Na propaganda – informações gerais sobre o produto ou serviço.

Exemplos: Museu de Arte Contemporânea – Aberto de 9:00 as 18:00 horas - Rua Ouvidor, nº 507 – Rio de Janeiro / RJ.

SOFT – a espuma de banho com hidratante, umectante e vitamina E.

4- FUNÇÃO FÁTICA:

Centrada no receptor. Tudo o que na mensagem serve para estabelecer, manter ou cortar o contato. O objetivo é chamar a atenção do receptor e assegurar que este não se distraia. O conjunto organizado de expressões traz pouca informação.

Características:- Manifestação da necessidade ou desejo de comunicação e- Manutenção dos vínculos sociais.

Aplicação:Conversas telefônicas e informais, propaganda e música.

Exemplos:Olá, como vai?Eu vou indo, e você, tudo bem?Tudo bem, eu vou indo, correndo,Pegar meu lugar no futuro. E você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sonoTranqüilo, quem sabe?Quanto tempo...(Sinal fechado - Paulinho da Viola – 1974)

Psiu! É com você que eu estou falando.

Hei! Hei! Vocês lembram da minha voz?

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5- FUNÇÃO METALINGÜISTICA:

Centrada no código, serve para dar explicações ou dar precisão ao código utilizado pelo emissor. Metalinguagem é uma linguagem que fala da própria linguagem. Tem por objetivo a língua usada como forma de expressão.

Características:- fornecer informações conceituais- definições e - explicações

Aplicação: Textos explicativos e didáticos, linguagem científica, dicionários, comentários explicativos ou descritivos de fotografia (imagem) e análises.

Exemplos: Na escola: uma aula sobre o vocabulário (sinônimos), o diálogo entre o professor e os alunos constitui uma metalinguagem.

Na definição: o ventanista foi agarrado. O que quer dizer ventanista, ventanista quer dizer: ladrão que penetra nas casas pela janela.Na propaganda: você sabe o que é injeção eletrônica? É um processo de ... (o texto explica que é e mostra as vantagens do carro “y”, que é equipado com esse dispositivo).

Cabernet ou Merlot? O texto define e comenta os dois tipos de vinho e encaminha o consumidor à adega do anunciante.

6- FUNÇÃO POÉTICA OU ESTÉTICA:

Centrada na própria mensagem. A função poética não abrange só a poesia, no entanto é nessa forma de expressão que a função é dominante. A função poética está sempre presente onde a forma e a estrutura da mensagem reforçam ou modificam o seu conteúdo. Ela suplementa ou modifica o sentido denotativo da mensagem.

Características:- ritmo- jogo das sonoridades- estrutura- grafismo- espacialidade- figuras de harmonia, repetição e pensamento

Exemplos:Na propaganda: pneu carecou? Hm trocou. (HM – Hermes Macedo – revendedor de pneus)A força do novo, a força do povo. (propaganda política)“Kuka Fresca” (assistência técnica de geladeiras e freezers)Verão colorido. Verão colorama. (batons Colorama)

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Análise da função poética pelo aspecto fonético: “Coca Cola é isso aí.”O caráter onomatopaico do verso é realçado pelo som fricativo “ss”, ao ranger o ruído que é produzido quando se abre o refrigerante. O som simboliza um convite ao consumidor para abrir uma garrafa do refrigerante.

Observação: as seis funções da linguagem não se excluem, mas também não se encontram, necessariamente, todas reunidas numa mesma mensagem. Numa mensagem, é muito raro encontrar apenas uma dessas seis funções. Há sobreposição das funções, mas sempre um será dominante de acordo com o objetivo da mensagem.

F. Referencial

REFERENTE

F. Poética

EMISSOR MENSAGEM RECEPTORF. Expressiva F. Conativa

CÓDIGOCANAL

F. Metalingüística F. Fática

Elementos da Comunicação Funções da LinguagemReferente (Contexto) Referencial

Emissor Emotiva/ExpressivaMensagem PoéticaReceptor Conativa/Apelativa

Canal (Contacto) FáticaCódigo Metalingüística

A linguagem humana tem sido concebida de três maneiras, assim sintetizadas.

a) como representação (“espelho”) do mundo e do pensamento;b) como instrumento (“ferramenta”) de comunicação;c) como forma (“lugar”) de ação ou interação.

A mais antiga destas concepções é, sem dúvida, a primeira, embora continue tendo seus defensores na atualidade. Segundo ela, o homem representa para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar (= refletir) seu pensamento e seu conhecimento de mundo.

A segunda concepção considera a língua como um código através do qual um emissor comunica a um receptor determinadas mensagens. A principal função da linguagem é, neste caso, a transmissão de informações.

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A terceira concepção, finalmente, é aquela que encara a linguagem como atividade, como forma de ação, ação interindividual finalisticamente orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes.

Essa interação se realiza de maneiras diferentes conforme a modalidade de uso da língua: na língua escrita, por exemplo, o emissor não está em intercâmbio direto com o receptor, e, por isso, a explicitação de todos os elementos é fundamental para a compreensão da mensagem e o contexto extralingüístico deve ser descrito em detalhe; na conversação natural, são muitas as informações que não precisam aparecer sob a forma de palavras, já que o contexto situacional e os dados que falante e ouvinte dominam, um do outro, permitem a seleção das informações que serão subtendidas.

Na língua falada, portanto, a compreensão não depende apenas de uma decodificação linear dos componentes semânticos2 dos vocábulos utilizados no enunciado – a compreensão deve ir mais além. É aí que surge o conceito de implicatura conversacional, exigindo inferências3 por parte do interlocutor.

Quando alguém se dirige a outra pessoa, dizendo: “Ufa, que calor, hein!”, pode estar querendo abrir a janela, ou ligar o ventilador, sem um pedido direto. A mensagem só será entendida se o interlocutor estiver ligado na situação, decodificando possíveis gestos e expressões faciais do falante. Também as piadas são textos que exigem inferências por parte do ouvinte, já que seu conteúdo ultrapassa o âmbito da mera significação das palavras, jogando sim com uma contextualização mais ampla e com dados que são de conhecimento restrito de um grupo social, de uma comunidade específica, de um momento histórico. Não é à toa que não entendemos piadas de americanos e ingleses, por exemplo, que se consideram grandes humoristas. Por não dominarmos as referências culturais, contextuais ou situacionais das suas piadas, não conseguimos fazer as inferências necessárias.

“As funções da linguagem”,de Louis Hjelmslev.

A linguagem – a fala humana – É uma inesgotável riqueza de múltiplos valores.

A linguagem é inseparável do homem eSegue-o em todos o seus atos.A linguagem é o instrumento graças ao qualO homem modela o seu pensamento,Seus sentimentos,Suas emoções,Seus esforços,Sua vontade e seus atos,O instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado,A base última e mais profunda da sociedade humana.Mas é também o recurso último e indispensável do homem,Seu refúgio nas horas solitárias em que o espíritoLuta com a existência,E quando o conflito se resolve no monólogo do poeta

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E na meditação do pensador.Antes mesmo do primeiro despertar de nossa consciência,As palavras já ressoavam à nossa volta,Prontas para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamentoE a nos acompanhar inseparavelmente através da vida,Desde as mais humildes ocupações da vida quotidianaAos momentos mais sublimes e mais íntimosDos quais a vida de todos os dias retira,Graças às lembranças encarnadas pela linguagem, força eCalor.A linguagem não é um simples acompanhante,Mas sim um fio profundamente tecido na trama doPensamento;Para o indivíduo, ele é o tesouro da memória eA consciência vigilante transmitida de pais para filho.Para o bem e para o mal,A fala é a marca da personalidade,Da terra natal e da nação,O título de nobreza da humanidade.

GÊNEROS DISCURSIVOS

“A riqueza e a diversidade dos gêneros discursivos são ilimitadas, porque as possibilidades de atividade humana são também inesgotáveis e porque cada esfera de atividade contém um repertório inteiro de gêneros discursivos que se diferenciam e se ampliam na mesma proporção que cada esfera particular se desenvolve e se torna cada vez mais complexa (Bakhtin, 1986, p.).”

A palavra “gênero” sempre foi bastante utilizada pela retórica e pela literatura com acepção designadamente literária. Segundo Todorov (1978), essa palavra tem sido usada desde Platão, cujo objetivo era distinguir o lírico, em que apenas o autor falava; o épico, em que o autor e personagem falam; o dramático ,em que apenas a personagem falava. Brandão (2001, apud Santos, 2004) dizia que o estudo de gêneros foi uma constante temática, interessava aos antigos... tanto na retórica quanto às pesquisas em , semiótica literária e teorias lingüísticas.

Os gêneros aparecem na perspectiva da fala e da escrita dentro de um continuum tipológico das práticas sociais de produção textual. Embasamo-nos em Bakhtin (1992/1979), Marcuschi (2003), dentre outros teóricos. Marcuschi (2003. p. 17), diz: a oralidade e a escrita são práticas e uso da língua característica própria, mas não tão suficiente oposta para caracterizar dois sistemas lingüísticos.

Bakhtin (1995) define a enunciação como um produto da relação social e completa que qualquer enunciado fará parte de um gênero. Defende ainda que, em todas as esferas da atividade humana, a utilização da língua realiza-se em formas de enunciado (orais e escritos), concretos e únicos. Esse autor agrupa os gêneros em dois grupos: os gêneros primários – ligados às relações cotidianas (conversa face a face, linguagem familiar, etc; em um ângulo mais direto, esses gêneros são os mais comuns no dia-a-dia do falante e os secundários – mais complexos (discurso cientifico, literatura, documentos oficiais, jurídicos, empresariais, etc.), referem-se a outras esferas de interação social, mais desenvolvida.

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Seguindo essa linha de pensamento, Bakhtin (1995. p.248) vê os GD como: coerções estabelecidas entre as diferentes atividades humanas e o uso da língua nessas atividades, ou seja, as concepções das práticas discursivas: Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua. Não é de se surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da atividade humana, o que não contradiz a unidade nacional de uma língua.

Para Bakhtin (1979), os gêneros são aprendidos no curso de nossas vidas como participantes de determinado grupo social ou membro de alguma comunidade. Logo, tem-se que gêneros são padrões comunicativos, que, socialmente utilizados, funcionam com uma espécie de modelos comunicativos globais que representam em conhecimento social localizado em situação concreta.

Exemplos de gêneros discursivos: carta argumentativa, resenha crítica, ata, carta pessoal, carta oficial, carta comercial, bilhete, inquérito, alvará, telegrama, edital, artigo (científico, jornalístico), currículo, conferência, crônica, conto, diário, fábula, e-mail, crítica de cinema, biografia, música, placa de sinalização, verbete de dicinário, poema, propaganda, reportagem, requerimento, cheque, classificados de jornal, nota fiscal, cartaz, guia turísticos, recibo, charge, cartão de felicitações, paródia, rótulo, mapa, notícia, entre tantos outros.

CONCEPÇÃO DE TEXTO E DE SENTIDO

O próprio conceito de texto depende das concepções que se tenha de língua e de sujeito.

Na concepção de língua como representação do pensamento e de sujeito como senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto como produto – lógico – do pensamento (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, exercendo, pois, um papel essencialmente passivo.

Na concepção de língua como código – portanto, como mero instrumento de comunicação – e de sujeito como (pre) determinado pelo sistema, o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explicito. Também nesta concepção o papel do “decodificador” é essencialmente passivo.

Já na concepção interacional (dialógica) da língua, na qual os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos, ativos que – dialogicamente – nele se constroem e são construídos. Desta forma há lugar, no texto, para toda uma gama de implícitos, dos mais variados tipos, somente detectáveis quando se tem, como pano de fundo, o contexto sociocognitivo dos participantes da interação.

Adotando-se esta última concepção – de língua, de sujeito, de texto – a compreensão deixa de ser entendida como simples “captação” de uma representação mental ou como a decodificação de mensagem resultante de uma codificação emissor. Ela é, isto sim, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente, com base nos elementos lingüísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes (enciclopédia) e sua reconstrução deste no interior do evento comunicativo. (Koch, 2002:16)

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Definição de TEXTO:

Vem do Latim – Textum tecido – teia, entrelaçamento, fios que se entrecruzam de diferentes maneiras. Esses tecidos, essas tramas são a narrativa, a argumentação, a descrição ea convenção.

É uma unidade semântica onde os vários elementos da significação são caracterizados através das categorias lexicais, sintáticas, semânticas e estruturais. (Ângela Kleiman – Texto e leitor)

A palavra texto designa um enunciado qualquer oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (Guimarães, 2000:14). Nesta definição “ampla” de texto, não estão contemplados os aspectos interacionais que levam em conta a figura do produtor, o momento de produção, e a participação do leitor, considera-se, apenas a organização das palavras, no papel.

Unidade lingüística e pragmática de significado pleno (Delhs e Filliolet – Lingüística e prática)

CONTEXTO

O contexto é o reflexo das “... informações que acompanham o texto, cuja compreensão depende destas informações. Assim, não basta à leitura do texto, é preciso retornar os elementos do contexto em que ele foi produzido”. (Medeiros, 2000:119). Para Medeiros “o contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. Este contexto acrescenta informações, quer históricas, quer geográficas, quer sociológicas, quer literárias, para maior eficácia da leitura que se imprime ao texto.”

A compreensão de um texto vai além da simples decodificação de termos nele impressos, como se apresenta no ensino tradicional, não basta o simples reconhecimento de palavras, parágrafos, é preciso levar em conta em que situação ele é produzido. A compreensão exige do leitor uma sintonia com os fatos situados no seu dia-a-dia, que aparecem subliminarmente impressos na mensagem textual, daí a importância de se colocar o aluno em contato com material que possibilita a ele este contato com a língua em funcionamento.

O contexto engloba todos os tipos de conhecimentos arquivados na memória dos actantes sócias, que necessitam ser mobilizados por ocasião do intercâmbio verbal (cf.Koch,1997): o conhecimento lingüístico propriamente dito, o conhecimento enciclopédico, quer declarativo, quer episódico (frames, scripts), o conhecimento da situação comunicativa e de suas “regras” (situacionalidade), o conhecimento superestrutural (tipos textuais), o conhecimento estilístico (registros, variedades de língua e sua adequação às situações comunicativas), o conhecimento sobre os variados gêneros adequados ás diversas práticas sociais, bem como o conhecimento de outros textos que permeiam nossa cultura (intertextualidade). (Koch,2002:24)

INTERTEXTUALIDADE

A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio. O individuo utiliza em sua vida cotidiana o que ele já sabe, o

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conhecimento adquirido ao longo do tempo. Desta forma, só há jogo intertextual a partir do conhecimento arquivado mentalmente em cada individuo.

Atualmente, há uma dificuldade em conceituar a intertextualidade, pois, nossa cultura é marcada por traços impessoais e anônimos e pelo desaparecimento gradativo do sujeito.

Segundo Nancy Maria Mendes (1994), “A intertextualidade vem a ser o discurso emitido por cada um de nós, apesar de certos traços particulares conterem falas, concepções e posturas dos outros. Por trás de nossa voz estão não só as vozes de nossos contemporâneos mas também a voz de uma humanidade de milênios, cujos ecos de alguma forma chegaram até nós.”

Assim, a nossa identidade vai se formando e definindo com a interferência das pessoas. Tudo que vivenciamos como a moda, as músicas, os livros e textos que lemos, incorporam-se a nós e, desse modo podemos afirmar que o nosso “eu” é formado de outros “eus”. Se nossa individualidade está mesclada de tantos “eus”, não há de se esperar textos isolados em um contexto.

A esta relação entre textos ou, entre texto e contexto, é que chamamos de intertextualidade.

Existem várias modalidades de manifestações intertextuais. Entre elas destacamos, a alusão que é uma referência mais evidente ou mais vaga. O produtor do texto refere-se ou reporta-se a outro (s) texto (s).

Outra modalidade intertextual chama-se reminiscência, que são lembranças. Um estilo marcante, uma forma de se expressar lembrando determinado autor. Muitas vezes, há uma inconsciência por parte do autor ao usar essa modalidade.

Há também a paráfrase que constitui a retomada de um texto anterior, em que seu sentido é reproduzido sem alterar-lhe as idéias originais, entretanto, com outras palavras. E finalmente, a paródia, outra manifestação intertextual, ele é a imitação cômica de uma composição literária ou não, o sentido do texto é alterado numa atitude irônica.

Portanto, a identificação da intertextualidade depende do conhecimento de mundo que temos. Quando mais lemos, ouvimos, dialogamos, teremos maior facilidade em compreender os vários textos com os quais nos deparamos e vivenciamos no cotidiano.

COESÃO

Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si.

A título de exemplificação do que foi dito, observe o texto que vem a seguir:“É sabido que o sistema do império romano dependia da escravidão, sobretudo para a

produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre prisioneiros de guerra.

Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a população escrava.

Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa população”.

Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.

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A essa conexão interna, entre os vários enunciados presentes no texto, dá-se o nome de coesão . Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais, são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.

No caso do texto citado acima, pode-se observar a função de alguns desses elementos de coesão. A palavra ainda no primeiro parágrafo (“é sabido que, ainda que...”) serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que o recrutamento de escravos era feito junto dos prisioneiros de guerra.

O segundo parágrafo inicia-se com a expressão em vista disso, que estabelece uma relação de implicitação causal ente o dado anterior e o que vem a seguir: a pacificação das fronteiras diminui o fornecimento de escravos porque estes eram recrutados principalmente entre os prisioneiros de guerra.

O terceiro parágrafo inicia-se pelo conectivo como, que manifesta uma outra relação causal, isto é : foi necessário encontrar outra forma de fornecimento de escravos porque o sistema não podia prescindir deles.

São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:

- as preposições: a, de, para, com, por, em, entre, etc;- as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.- os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.;- os advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.

O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a expressão clara das idéias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis.

ELEMENTOS DE COESÃO

Vamos ainda tratar da coesão do texto e do uso dos elementos lingüísticos adequados para estabelecer conexões ente os vários enunciados do texto.

O PAPEL DOS ELEMENTOS DE COESÃO

Consideramos como elementos de coesão todas as palavras ou expressões que servem para estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso tais como: então, portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e tantas outras.

O que se coloca como mais importante no uso desses elementos de coesão é que cada um deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem entre elas um certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição, etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer.

O porém, por exemplo, presta-se para manifestar uma relação de contradição: usado entre dois enunciados ou entre dois segmentos do texto, manifesta que um contraria o outro. Observe-se o exemplo que segue:

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Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos produtos agrícolas.

No caso, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados existe uma contradição. Seria descabido permutar o porém pelo porque, que serve para indicar causa. De fato, a exportação de produtos agrícolas não pode ser vista como a causa de Israel ter um solo árido.

Muitas pessoas, ao redigir, não atinam para as diferentes relações que os elementos de coesão manifestam e acabam empregando-os mal, criando, com isso, paradoxos semânticos.

Esses elementos não são formas vazias que podem ser substituídas entre si, sem nenhuma conseqüência. Pelo contrário, são formas lingüísticas portadoras de significado e exatamente por isso não se prestam para ser usadas sem critério. A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão inadequado.

Vejamos, a título de exemplo, as relações que alguns elementos de coesão estabelecem:a) assim, desse modo : têm um valor exemplificativo e complementar.

A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes. O governador resolveu não se comprometer com nenhuma das facções em disputa

pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.

b) e : anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição que foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:

Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.

O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova. Por isso seu uso é apropriado. Mas, ao dizer:

Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.

O segmento introduzido pelo e não adiciona nenhuma informação nova. Trata-se portanto, de um uso inadequado.

c) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.

O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes.

d) aliás, além do mais, além de tudo, além disso : introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.

Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra... além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.

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e) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras : introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente.

Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.

f) mas, porém, contudo e outros conectivos adversativos : Marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos que não se opõem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.

Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio.

g) embora, ainda que, mesmo que : são termos que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.

Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens da técnica e da ciência, afirma-se uma desvantagem maior. O uso do embora e conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado descabido. Exemplo:

Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver o problema da fome.

h) certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala, outros, como ao menos, situam-na no plano mais baixo.

O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.

Ou É preciso garantir ao homem seu bem-estar: O lazer, a cultura, a liberdade, ou, no

mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.

Para encerrar essas considerações sobre o uso de elementos de coesão, convém dizer que, ás vezes, cria-se o paradoxo semântico provocando determinados efeitos de sentido. Pode-se conseguir, por exemplo, um efeito de humor ou de ironia ou revelar preconceitos estabelecendo-se uma relação de contradição entre dois segmentos que, usualmente, não são vistos como contraditórios. Sirva de exemplo uma passagem como esta:

Ela é mulher, mas é capaz.Como se nota, o mas passa a estabelecer uma relação de contradição entre ser mulher e

ser capaz. Essa relação revela humor ou preconceito do enunciador. Nos dois casos, no entanto, pressupõe-se que as mulheres não sejam capazes.

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É claro que o uso desses paradoxos deve ser feito com cuidado e dentro de um contexto que não dê margem à ambigüidade.

COERÊNCIA

Um texto é coerente quando funciona bem no processo de comunicação, isto é, quando o autor consegue dizer o que pretende para um leitor que consegue entendê-lo. É claro que em toda situação de comunicação há uma margem de diferenças, mal entendidos e interditos que é inevitável e incontrolável. Entretanto, a cooperação entre os interlocutores é buscada sempre que alguém escreve ou fala algo para alguém.

Sendo a interação entre o autor e leitor a base para que aconteça a coerência, é necessário que se leve em conta os seguintes aspectos:

1. As intenções do autor devem transformar-se sem texto, em linguagem, em comunicação, para poderem chegar ao leitor.

2. O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja partilhado pelo produtor e receptor do texto.

3. O tipo de conhecimento lingüístico exigido na leitura deve fazer parte do universo do leitor, ele depende de previsões adequadas por parte do autor no momento da escrita, de modo que seu destinatário possa de fato interpretá-los. Assim, afirma KOCK, Travaglia (1995:18): “A quantidade de informação nova, se muito alta, pode levar alguém a ver uma seqüência lingüística como um texto incoerente, porque o mesmo não fará sentido para esta pessoa”.

4. Vão interferir na comunicação as informações prévias em poder do leitor, as experiências do passado, assim como as suas expectativas.

5. As leituras anteriores, o repertório textual que o autor joga para dentro do seu texto, devem ser partilhadas pelo “leitor ideal”. Assim afirma KOCK, Travaglia (1995: 19): “O sentido que damos a um texto pode depender (e com freqüência dependente), do conhecimento de outros textos, com os quais ele se relaciona.”

TEXTO COERENTE

São quatro os requisitos que satisfazem um texto coerente:a) continuidade – retomada de elementos no decorrer do discurso; quanto à coesão: emprego de recursos lingüísticos específicos que obedece a regras específicas. Tais recursos fazem parte da gramática intuitiva de todo falante.

b) Progressão – presença de novas informações a propósito dos elementos retomados sem limitar-se à repetição. No plano da coerência é soma de idéias novas que às que vinham sendo tratadas. No plano da coesão, a língua dispõe de mecanismos especiais para manifestar as relações entre o dado e o nome.

c) Não-contradição – requisito que deve ser observado tanto no âmbito interno, quando no das relações do texto com o mundo a que se refere. No planto conceitual (da coerência), o texto precisa respeitar princípios lógicos elementares, suas ocorrências não podem se

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Isto não tem coerência.Esta frase não tem coerência.O seu texto está incoerente.

contradizer, e o texto não pode contradizer o mundo a que se refere. No plano da expressão (coesão), através de emprego dos tempos e aspectos verbais, o texto instaura um sistema próprio de situação dos fatos a que alude no momento da comunicação ou num momento determinado pelo próprio texto.

Segundo Carolles, “regime enunciativo” (a menos que intencionais e visando efeitos estilísticos), são contradições, e “criadores de mundo” (emprego contraditório de recursos lingüísticos como verbos, expressões e construções) podem causar embaraço, estranheza e distúrbios a interpretação do discurso.

Há também a contradição léxico-semântica, ou seja, a inadequação quanto ao uso do vocabulário.

d) Articulação – maneira como os fatos e conceitos apresentados no texto se encadeiam, papéis e valores que exercem e assumem uns em relação aos outros. No plano lógico – semântico conceptual (o da coerência) a presença e pertinência das relações entre os fatos e os conceitos apresentados. No plano da coesão, há recursos específicos para a expressão formal dessas relações:- mecanismos de junção;- articulações;- recursos lingüísticos, que permitem estabelecer relações temporais entre os elementos.

Considerações sobre o conceito de coerência

No nosso dia-a-dia, são comuns comentários do tipo:

O que leva as pessoas a fazerem tais observações, provavelmente, é o fato de perceberem que, por algum motivo, escapa a elas o entendimento de uma frase ou de todo o texto.

Coerência está, pois, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação daquilo que se diz ou escreve. Assim, a coerência é decorrente do sentido contido no texto, para quem ouve ou lê. Uma simples frase, um texto de jornal, uma obra literária (romance, novela, poema...), uma conversa animada, o discurso de um político ou do operário, um livro uma canção ..., enfim, qualquer comunicação, independente de sua extensão, precisa ter sentido, isto é, precisa ter coerência.A coerência depende de uma série de fatores, entre os quais vale ressaltar.

O conhecimento do mundo e o grau em que esse conhecimento deve ser ou é compartilhado pelos interlocutores;

O domínio das regras que norteia a língua – isto vai possibilitar as várias combinações dos elementos lingüísticos;

Os próprios interlocutores considerando a situação em que se encontram, as suas intenções de comunicação, suas crenças, a função comunicativa do texto.

Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa; ela é a responsável pelo sentido que um texto deve ter quando partilhado por esses usuários, entre os quais existe

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um acordo pré estabelecido, que pressupõe limites partilhados por eles e um domínio comum da língua.

A coerência se manifesta nas diversas camadas de organização do texto. Ela tem uma dimensão semântica – caracteriza por uma interdependência semântica entre os elementos constituintes do texto. Tem principalmente uma dimensão pragmática – é fundamental, no estabelecimento da coerência, o nosso conhecimento de mundo, e esse conhecimento é acumulado ao longo de nossa existência, de maneira ordenada.

Ainda com respeito ao conhecimento partilhado de mundo, devemos dizer que a ele se acrescentam as informações novas. Se estas forem muito numerosas, o texto pode-se tornar incoerente devido à não-familiaridade do ouvinte/leitor com essa massa desconhecida de informações. É isto que acontece, por exemplo, quando lemos um texto muito técnico, de uma área na qual somos leigos.

Na verdade, quando dizemos que um texto é incoerente, precisamos esclarecer que motivos nos levaram afirmar isto. Ele pode ser incoerente em uma determinada situação, porque quem o produziu não soube adequá-lo ao receptor, não valorizou suficientemente a questão da comunicabilidade, não obedeceu ao código lingüístico, enfim, não levou em conta o fato de que a coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer no sentido para o texto.

Embora nosso objetivo não seja teorizar em demasia o conceito da coerência, achamos necessário retomar algumas afirmações feitas por Koch e Travaglia (1989), como pontos de partida para o trabalho com textos que se segue:

“A coerência é profunda, subjacente à superfície textual, não linear, não marcada explicitamente na estrutura da superfície. (...) Ela tem a ver com a produção do texto, à medida que quem faz quer que seja entendido por seu interlocutor. (...) A coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos. (...) A coerência, portanto, longe de constituir mera qualidade ou propriedade do texto, é resultado de uma construção feita pelos interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional.”

Observando o grupo de frases abaixo, consideradas do ponto de vista estritamente referencial,

podemos notar que as quatro primeiras não oferecem qualquer problema de compreensão. Dizemos, então, que elas têm coerência. Já não ocorre o mesmo com relação às duas últimas. Em As árvores estão plantadas no deserto, há duas idéias opostas, uma contraria a outra. Em A árvore está grávida, há uma restrição na combinatória ser vegetal + grávida, o que não ocorre em A mulher está grávida, em que temos a combinatória possível ser racional + grávida.Examinemos agora as frases:

a) O pássaro voa.

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O homem construiu uma casa na floresta.O pássaro fez o ninho.

O lenhador derrubou a árvore.O trabalhador acompanhou o noticiário criticamente.

As árvores estão plantadas no deserto.A árvore está grávida.

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b) O homem voa.A frase a tem um grau de aceitação maior do que a frase b, que depende de uma

complementação para esclarecer qual o meio utilizado pelo homem para voar – O homem voa de asa delta, por exemplo. A combinação de homem com voa tem outras significações no plano da conotação: O homem sonha, o homem delira, o homem anda rápido. Neste plano, muitas outras combinações são possíveis:

As nuvens estão prenhes de chuva.Sua boca cuspia desaforos.

Observe os três pares que se seguem:

1.a) Todo mundo destrói a natureza menos eu. b)Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo.

2.a) Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não. b)Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não vi o sabiá cantar.

3.a) Apesar de estar derrubando muitas árvores, a floresta sobrevive.c) Apesar de estar derrubando muitas árvores, a floresta não tem muitas árvores.

as frases de letra a de cada par são facilmente compreendidas, têm coerência; as frases de letra b de cada par apresentam problema de compreensão.

1.a. Todo mundo destrói a natureza menos eu.

O vocábulo menos indica exclusão de uma parte do grupo, portanto, neste caso, pode ser combinado com o pronome eu

1.b. Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo.

Há uma restrição, porque o vocábulo menos indica exclusão de uma parte do grupo, portanto, neste caso, não pode ser combinado com todo mundo, que indica o grupo inteiro

2.a. Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não.

Mas introduz uma idéia oposta, que é perfeitamente aceitável, porque todo mundo se diferencia de eu

2.b. Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar

Mas introduz uma idéia oposta, que é inaceitável porque o conteúdo da idéia introduzida por mas não é o contrário da idéia anterior. Assim, a primeira parte Todo mundo viu o mico-leão não pode ser combinada com eu não ouvi o sabiá cantar por intermédio do vocábulo mas

3.a. Apesar de estarem derrubando muitas árvores, a floresta sobrevive

O uso de apesar de pressupõe a presença de idéias contrárias, qualquer que seja a ordem: negativa/positiva, positiva/negativa

3 b. Apesar de estarem derrubando muitas árvores, a floresta não tem muitas árvores

O uso de apesar de pressupõe a presença de idéias contrarias, qualquer que seja a ordem:negativa/positiva, positiva/negativa. Daí a incoerência da frase b, em que ocorrem duas negativas simultâneas

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Estas observações mostram que a coerência de uma frase, de um texto, não se define apenas pelo modo como elementos lingüísticos se combinam; depende também do conhecimento do mundo partilhado por emissor e receptor, bem como do tipo de texto em questão. Podemos ainda dizer que, nas frases de letra b, os elementos de coesão não foram usados de forma adequada, por isso não contribuíram para estabelecer a coerência.

A história infantil A Casa Sonolenta, um texto narrativo e descritivo, é mais um bom exemplo de como a seqüência é fundamental para que se estabeleça a coerência textual.

Era uma vez uma casa sonolenta onde todos viviam dormindo

Nessa casa Tinha uma camaUma cama aconchegante, Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.Nessa cama Tinha uma avó,Uma avó roncando,Numa cama aconchegante,Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.

Em cima dessa avóTinha um menino,Um menino sonhando,Em cima de uma avó roncando,Numa cama aconchegante,Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.

Em cima desse meninoTinha um cachorro,Um cachorro cochilando,Em cima de um menino sonhando,Em cima de uma avó roncando,Numa casa aconchegante,Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.

Em cima deste cachorro tinha um gato Um gato ressonando,Em cima de um cachorro cochilando,Em cima de um menino sonhando,Em cima de uma avó roncando,Numa cama aconchegante,Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.

Em cima desse gatoTinha um rato,Um rato dormitando,Em cima de um gato ressonando,Em cima de um cachorro cochilando,Em cima de um menino sonhando,Em cima de uma avó roncando,Numa cama aconchegante,Numa casa sonolenta,Onde todos viviam dormindo.

E em cima desse ratoTinha uma pulga...

Será possível?Uma pulga acordada,Que picou o rato,Que assustou o gato,Que arranhou o cachorro,Que caiu sobre o menino,Que deu um susto na avó,Que quebrou a cama,Numa casa sonolenta,Onde ninguém mais estava dormindo.

A história se estrutura com base em dois momentos:1º momento – todos estão dormindo.2º momento – todos acordam, cada um por sua vez, movidos pela ação da pulga.

A coerência, na primeira parte, se da pela escolha de vocábulos do campo semântico de dormir – cama, sonolenta, aconchegante, roncando, sonhando, ressonando, dormitando, cochilando. Não houve repetição de nenhum verbo, e cada um deles foi combinado

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coerentemente com cada habitante da casa. O caráter descritivo desta parte se apóia em adjetivos (caracterizando os seres inanimados) e verbos no gerúndio e pretérito imperfeito (atribuídos aos seres animados).

A segunda parte do texto apresenta mudança desencadeada a partir da picada da pulga. Os verbos estão no pretérito perfeito, marcando a ação finalizada.

Casa sonolenta Casa acordadaDormindoRoncandoSonhandoRessonandoCochilandoViviamTinha

PicouAssustouArranhouCaiuDeuQuebrou

PARÁGRAFO

CRIANDO IDÉIAS E PLANEJANDO O PARÁGRAFO

Muitas pessoas se sentem bloqueadas na hora de elaborar uma redação, pois não encontram idéias para o seu desenvolvimento. Na verdade, é preciso esclarecer uma coisa: não há um mundo de idéias, residindo em algum lugar, que deve ser encontrada como em passe de mágica ou por meio de uma iluminação divina. As idéias existem nos livros, nos textos já publicados, nas informações que recebemos pela televisão, pelo rádio, pelos jornais, nas discussões formais e informais com grupos de pessoas, na escola. Estas são as verdadeiras fontes de inspiração. Aquele que não lê terá, é claro, uma dificuldade bem maior em encontrar idéias do que o amante da leitura. A verdadeira fonte das idéias é a leitura constante. O espírito criativo e o raciocínio investigativo e curioso são os reforços fundamentais da capacidade de expressão. Portanto, para se criar idéias é preciso que o escritor faça uma reflexão crítica sobre o estado atual de sua enciclopédia mental. Avaliando criticamente a sua própria enciclopédia, ou seja, a quantidade e a qualidade das informações armazenadas em sua memória, assim poderá ter uma idéia mais concreta de sua capacidade expressiva e de seu potencial criador.

COMO PLANEJAR E CRIAR IDÉIAS PARA UM TEXTO

Antes de planejar um parágrafo será bastante útil investigar o que já se sabe sobre o assunto, ou seja, o que sua enciclopédia mental – conhecimentos prévios armazenados na memória – registra sobre o assunto escolhido. A maioria das pessoas escreve espontaneamente, esperando que a inspiração divina ilumine suas idéias e o texto “surja” naturalmente. Quando já se é experiente na atividade da escrita, a redação espontânea pode até funcionar em alguns momentos. De qualquer modo, o melhor método – e o mais eficiente – é planejar sempre. Portanto, antes de iniciar a redação, faça um esboço de itens e tópicos que poderão servir para o desenvolvimento dos períodos e dos parágrafos.

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Construindo uma árvore de idéias com os tópicos subordinados e relacionados:

VIOLÊNCIA

Tipos Causas Conseqüências Soluções

Urbana - Rural Policial Sociais Morais Políticas Insegurança Políticas Penais

Trafico Disputa Repressão Miséria Éticas Corrupção Sociais Sistema prisional por terra

A árvore temática acima permitirá desenvolver suas idéias relativas a cada galho da árvore, ou seja, a cada tópico. O resultado da árvore é, de certa forma, um retrato de sua enciclopédia mental sobre o assunto proposto. Se o escritor descobre que não é capaz de construir uma árvore temática interessante sobre o tema proposto, é sinal de que precisa ler mais sobre o assunto, pois sua enciclopédia relativa a esse tema é ainda pobre. Ele precisa, portanto, pesquisar o assunto. Se ele conseguir construir a árvore e organizar as idéias relativas aos tópicos (galhos), poderá em seguida desenvolver o texto com maior organização e de maneira menos improvisada e mais interessante. O planejamento dá racionalidade ao trabalho de redação. Sem ele, só nos resta a intuição e a espontaneidade que nem sempre satisfazem os critérios de coerência, complexidade e maturidade que um texto de natureza acadêmica exige. O procedimento acima ajuda o escritor a delimitar tópicos de desenvolvimento e decidir em que momento ele fará uso de cada um deles. Ele pode também optar pelo desenvolvimento em texto de apenas um ou outro aspecto interessante da árvore temática.

Exemplo 2: árvore temática sobre “administração”.

ADMINISTRAÇÃO

História Funções

Científica Burocrática Clássica Organizar Planejar Liderar Controlar

F. Taylor M. Weber H. Fayol Tarefas Recursos Metas Equipes Pessoas Trabalho

Conseqüências / resultados

Racionalização do processo produtivo; maior organização, regulamentação interna/burocratização, estrutura organizacional mais eficaz; implementação de formas e técnicas gerenciais.

d) A árvore temática acima pode variar substancialmente de acordo com os objetivos do texto ou do trabalho proposto. O exemplo acima busca somente mostrar que, após planejar

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os tópicos relativos ao macrotema Administração e seus macrotemas subordinados História e Funções, pode-se propor subtópicos a eles subordinados. Cada subtópico da árvore pode ser utilizado para se redigir um parágrafo ou alguns períodos de um parágrafo. O esboço de uma árvore temática funciona, portanto, como um esboço de plano de texto que ajudará o escritor a organizar melhor as informações em sua redação. Sem planejamento, tudo dependerá da inspiração e da intuição. Gastar alguns minutos planejando idéias é pesquisar em sua própria enciclopédia mental os itens e tópicos mais interessantes a serem desenvolvidos, o que facilitará bastante o trabalho efetivo de redação.

COMO PLANEJAR OBJETIVOS PARA OS PARÁGRAFOS

O planejamento do parágrafo é fundamental para a construção de um texto bem organizado e complexo. Organizar bem os parágrafos em um texto pressupõe a definição prévia de objetivos para cada um deles, planejando as idéias e desenvolvendo-as em momentos apropriados e predeterminados. Vamos propor aqui um trabalho sistemático com 8 formas diferentes de planejamento do parágrafo que possibilitarão organizar melhor o seu texto e dispor suas idéias dentro de objetivos predeterminados. A forma de planejamento é, portanto, uma etapa importante de fixação de objetivos na redação de parágrafos. As 8 formas que proporemos, e que já tornaram clássicas na literatura, são:

TEMPO Histórico sobre o assunto, datas, origens, narrativa histórica. Quando?

ESPAÇO Locais, situações no espaço, onde?

DEFINIÇÃO O que é? Definir, conceituar, explicar o significado de um conceito.

ENUMERAÇÃO Lista de característica, funções, princípios, fatores, fases, etapas etc.

COMPARAÇÃO Estabelecer relações de semelhança e de diferença, contrastar.

CAUSAS/EFEITOS Resultados, conseqüências, fatores causais.

EXEMPLIFICAÇÃO Fatos concretos, provas factuais.

CONCLUSÃO /DEDUÇAO Dedução geral sintetizando os dados e informações contidas nos parágrafos anteriores.

I - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR TEMPO E ESPAÇO (HISTÓRICO)

Dependendo do tema da redação será importante, antes de desenvolver o assunto, situá-lo no tempo, fazendo um breve percurso histórico sobre suas origens, seu contexto histórico, o local privilegiado de emergência dos fatos marcantes relacionados com sua origem. O parágrafo organizado por tempo e espaço cumpre exatamente a função de fornecer, no texto, uma informação cronológica, histórica, temporal sobre eventos e, de modo geral, inclui também informações sobre espaço. O período temporal pode ser preciso (datas precisas e completas) ou impreciso (expressões temporais que indicam época ou seqüência de eventos, sem precisar a data certa dos acontecimentos).

Exemplo de parágrafo ordenado por tempo preciso e espaço: Entre 1890 e 1930 Taylor e outros conceberam a administração cientifica. Taylor iniciou seus estudos nos Estados Unidos, no final do século XIX e o desenvolvimento das primeiras teorias sobre administração coincide com início do século XX. Durante esse período, em 1916, Henry Fayol, na França, idealizou a teoria clássica das

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organizações, enquanto Max Weber, na Alemanha, por volta de 1910, desenvolveu seu trabalho sobre a escola burocrática de administração. Já Frederick Taylor, em 1900, pôs em prática algumas de suas idéias no chão de fábrica, demonstrando que as novas teorias podiam ser úteis ao aumento da produção e do lucro.

Nota-se que o parágrafo acima tem o objetivo de passar informações históricas precisas sobre o surgimento das teorias clássicas da administração. Seu objetivo é puramente histórico. O parágrafo não fornece ainda nenhuma informação conceitual mais detalhada sobre a significação dessas teorias, apenas as situa no tempo e no espaço. Um parágrafo como esse poderia ser seguido por um outro com o objetivo de explicar o significado das teorias mencionadas. O escritor poderia então construir ou um segundo parágrafo ordenado por definição, no qual cada uma das três teorias citadas acima seriam definidas e explicativas para que o leitor pudesse compreendê-las melhor. O texto ganharia uma maior complexidade e uma melhor organização.

II - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR DEFINIÇÃO

Trata-se de uma forma de organização cujo objetivo é definir um conceito teórico, um termo técnico, uma teoria, um objetivo de natureza complexa etc. Ao definir um conceito, este é explicitado para o leitor, que passa a compreendê-lo melhor. Além disso, a compreensão do significado de um termo chave é crucial para o desenvolvimento da leitura. O exemplo abaixo, elaborado por aluno de administração, é um parágrafo organizado com o objetivo de definir e explicitar 3 conceitos: “Administração Cientifica”, “Administração Clássica” e “Administração Burocrática”:

A administração científica, conhecida como Taylorismo, buscava aplicar os métodos da ciência aos problemas da administração das empresas, elaborando métodos de funcionamento das indústrias, visando à organização e à sistematização do processo produtivo. A escola clássica de Henri Fayol interessava-se igualmente pela sistematização, mas, no seu caso, visava sobretudo compreender melhor o comportamento dos administradores e dos processos de gerenciamento. Por fim, Max Weber formulava, com a escola burocrática, as bases da administração burocrática, sistematizando a empresa através de regulamentos, normas, procedimentos, organização hierárquicas etc.

De forma sucinta, o parágrafo acima busca definir conceitualmente as três teorias citadas no primeiro parágrafo, sem ainda detalhar os princípios que norteiam cada uma delas. Isto porque, antes de detalhar cada uma das teorias, faz-se necessário informar ao leitor o que significa cada uma delas. O parágrafo de definição pode limitar-se, assim, a definir o conceito no que ele tem de mais essencial, deixando para o parágrafo seguinte o detalhamento das explicações. Por exemplo, o parágrafo seguinte pode ter o objetivo de enumerar os princípios essenciais de cada teoria.

III - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR ENUMERAÇÃO

Trata-se de um parágrafo cujo objetivo predominante é listar princípios, exemplos, características, fatos e eventos, (ações, acontecimentos), por considerar importante essa listagem descritiva. Seguindo o tema que iniciamos, um parágrafo enumerativo poderia ser construído da seguinte forma:

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Taylor propôs a adoção de quatro princípios para uma administração científica: o primeiro estabeleceu a importância do desenvolvimento cientifica e da educação do trabalhador, especializando-o em funções; o segundo ressaltou a importância da aliança íntima entre patrões e empregados; o terceiro propôs a adoção de métodos de gerência; por fim, o quarto princípio enfatizou a necessidade da racionalização do processo produtivo através do estudo dos tempos e dos movimentos. Com esses princípios, Taylor buscou sistematizar o processo produtivo e impor a racionalização do trabalho. Henry Fayol também propôs vários princípios, os chamados 14 princípios da escola clássica. Por outro lado, 4 princípios norteavam a escola burocrática de Weber.

Os princípios de Fayol e de Weber podem fazer parte de outros dois parágrafos organizados também por enumeração, onde seriam listados explicados cada um dos seus princípios. Outras formas de enumeração podem ser também utilizadas, pois os parágrafos organizados dessa maneira variam bastante. Esses parágrafos podem ser organizados em itens, como no exemplo abaixo:

Henry Fayol propôs 14 princípios essenciais para a organização administrativa que serviram para caracterizar a administração clássica e sua visão sobre os comportamentos gerenciais. Destacaremos os seguintes: a) princípio da ..............., que visava ..............b) princípio de ..............., podendo ser definido como................c) princípio de ..............., que tinha como objetivo ....................d) princípio de ..............., caracterizando-se por ........................e) princípio da ..............., que buscava.................

Esses princípios podem ser considerados os mais importantes dentro da visão organizacional de Fayol.

Essa forma de enumeração é bastante utilizada e permite destacar cada um dos itens, que devem ser, em seguida, devidamente explicados. Seguindo essas formas de planejamento do parágrafo, a redação vai se tornando interessante e organizada, fornecendo ao leitor três tipos importantes de informação: situa as teorias no tempo (tempo) e no espaço (espaço); define conceitualmente cada uma delas (definição) e, no terceiro parágrafo, enumera os princípios essenciais de cada teoria. O escritor pode pensar agora em construir um quarto parágrafo seguindo um novo objetivo: comparar as três teorias. É a meta do próximo parágrafo.

IV - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR COMPARAÇÃO(ASSOCIAÇÃO – DISSOCIAÇÃO)

Como o próprio nome diz, o objetivo do parágrafo é estabelecer relações e comparação (associação) e de contraste (dissociação), buscando idéias que demonstrem similaridades e diferenças entre dois ou mais objetivos, eventos ou conceitos. O escritor deve buscar, portanto, informações que permitam comparar e contrastar esses objetos, eventos ou conceitos. Veja o exemplo abaixo, em redação de aluno de curso de Administração de empresas:

Enquanto Taylor se preocupava essencialmente com a sistematização do processo produtivo, determinando métodos capazes de aumentar a

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produtividade das empresas, Fayol se interessava pela organização total, ou seja, pelas formas de gerenciamento e pelos aspectos comportamentais do trabalhador. Weber, de seu lado, interessava-se mais pela organização burocrática e normativa das organizações. Os três se distinguiam pela importância menor ou maior que cada um dava a certos aspectos, porém, tinham todos uma preocupação comum: a sistematização rigorosa dos processos que envolvem as organizações.

Uma comparação breve, mas que fornece algumas informações sobre as diferenças e semelhanças entre os três autores citados: Taylor, Fayol e Weber. O parágrafo permite ao leitor compreender um pouco mais as relações entre uma teoria e outra. Na comparação é sempre interessante, quando possível, mostrar diferenças – pontos divergentes – mas também similaridades, ou seja, pontos convergentes.

V - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR CAUSA E EFEITO

Um quinto parágrafo poderia agora oferecer uma informação fundamental ainda não presente no texto: as conseqüências dessas teorias para as organizações, para o processo produtivo e para os trabalhadores, respondendo às seguintes perguntas: essas teorias serviram afinal para alguma coisa? Foi possível obter resultados significativos com a implementação dessas teorias? Os resultados foram positivos? Houve resultados negativos, efeitos contraditórios, não desejáveis? É o que se faz com um parágrafo ordenado por causa e efeito. Nessa forma de planejamento, o objetivo é buscar informações sobre resultados, ou seja, os fatores causais e suas conseqüências. Sobre o tema desenvolvido aqui, é solicitado ao escritor buscar informações que apontem relações de causas e de conseqüências, ou seja, respostas às perguntas O quê? Por quê? Com quais resultados?

A teoria da administração cientifica produziu os resultados desejados na época de sua aplicação. A produtividade das empresas aumentou significativamente por força da adoção da racionalização da força produtiva, sobretudo através da gestão dos tempos e dos movimentos. Como conseqüência, houve também um aumento importante dos salários, que se elevaram e atingiram padrões significativos para época. Com a produtividade aumentando, crescia também o consumo e o rendimento de empresários e trabalhadores. Por outro lado, os sindicatos começaram a desconfiar dos métodos utilizados e da racionalização excessiva, por medo de demissões, o que resultou em greves importantes em várias organizações.

O parágrafo acima busca identificar relações de causa e efeito entre a aplicação das teorias da administração e certos fatos que resultaram dessa aplicação. Trata-se, portanto, de identificar as conseqüências factuais da aplicação das teorias.

VI - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR EXEMPLIFICAÇÃO

Como o próprio nome indica, trata-se de fixar o objetivo de apresentar exemplos em um novo parágrafo. Assemelha-se ao parágrafo ordenado por enumeração, mas se diferencia, de maneira sutil, na intenção expressa de fornecer exemplos que sustentem alguma afirmação contida em um parágrafo anterior. Devemos ressaltar que o exemplo deve ser sempre fatual, ou seja, algo concreto, ocorrido na realidade. Exemplos inventados não servem, pois tornam-

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se apenas ilustração e conjectura. Por exemplo, se seguirmos o tema proposto para os parágrafo acima, nosso novo parágrafo poderia citar exemplos concretos que ilustrem as conseqüências ressaltadas no parágrafo anterior, ordenado por causa e efeito:

Um exemplo importante de aumento de salário em decorrência da aplicação de métodos administrativos racionais foi o caso da Ford, onde os salários chegaram a aumentar em até 80%, com os operários recebendo no sistema de 5 dólares por dia, o que para a época era significativo. Nesta mesma empresa, o aumento da produção decorrente da implantação da linha de montagem, que racionalizava ao extremo os tempos e os movimentos, foi espetacular. Dezenas de automóveis eram produzidos diariamente. Exemplos atuais da racionalização do processo produtivo são as empresas que atualmente trabalham no ramo de produção em larga escala como a distribuição de alimentos nos hipermercados e empreendimentos como o da rede Macdonald’s.

O parágrafo por exemplificação se fixa, portanto, no objetivo claro de fornecer exemplos concretos que ilustrem e comprovem os argumentos anteriores. Situa-se, assim, no contexto de uma argumentação desempenhando um papel demonstrativo de prova.

VII - PARÁGRAFO ORGANIZADO POR CONCLUSÃO-DEDUÇÃO

Trata-se de um parágrafo cujo objetivo é o de finalizar o texto e a argumentação na forma de uma dedução geral dos seus objetivos e das informações apresentadas e discutidas nos parágrafos anteriores. Ao propor um último parágrafo para finalizar o texto, a ordenação conclusiva e dedutiva funciona como procedimento clássico na estrutura textual. O importante é que o parágrafo conclusivo cumpra realmente o seu papel: não introduzir elementos novos, limitando-se a elaborar uma síntese global que se apresente como uma dedução das informações constantes nos parágrafos anteriores. O que se espera, portanto, de um parágrafo de conclusão é que ele exercite e explicite o raciocínio dedutivo de quem o escreveu. Na linha da argumentação de nosso texto sobre administração científica, esse parágrafo poderia tomar a seguinte forma:

Nota-se que as teorias da administração científica cumpriam seu papel histórico de transformar a dinâmica do processo produtivo e inseri-lo na modernidade e no contexto da industrialização crescente. Embora novas teorias de estudos sobre métodos e técnicas de organização da produção tenham sido desenvolvidos e novos problemas de administração tenham surgido, não há como negar a importância dos estudos clássicos para o mundo empresarial. Ainda hoje pode-se observar, na dinâmica concreta das organizações, a atualidade dos métodos tayloristas de racionalização da produção em larga escala. A massificação e a reprodução em série de modelos, técnicas, produtos e empreendimentos encontram-se no centro do que fora a preocupação central da administração científica: a racionalização da produção e das organizações.

O parágrafo de conclusão deve ser, assim, uma síntese de caráter dedutivo, ou seja, deve tratar os parágrafos anteriores como premissas com base nas quais se deduz alguma coisa. Deve-se evitar, por exemplo, incluir informações novas no parágrafo dedutivo, pois ele deve ser a síntese das informações anteriores e a dedução que se tira dessas informações deve parecer natural e lógica.

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INTRODUÇÃO DE MODALIZADORES E EXPRESSÕES DE ESTILO EM FORMULAS TEXTUAIS

Quando escrevemos necessitamos de certos instrumentos lingüísticos para introduzir idéias, explicitar posicionamentos e atitudes a favor ou contra certas teses, objetar, concordar e explicar, denotar certa veemência ou, ao contrário, hesitação, enfim, demonstrar uma certa atitude argumentativa. Certas expressões da língua podem ser bastante úteis para construção estilística do texto argumentativo. Há algumas expressões, por exemplo, que são utilizadas com intenção de atenuar ou de reforçar o valor de verdade das afirmações. Essas expressões são chamadas de “modalizadores” e indicam graus de certeza, de probabilidade, de dúvida, de hesitação ou de flexibilidade do sujeito que argumenta em relação ao conteúdo das proposições. Os modalizadores funcionam como importantes articuladores da enunciação. Vamos propor aqui uma lista, não exaustiva, que poderá auxiliar o aluno a construir melhor o seu texto, constituindo um novo elemento nas construções de estruturas textuais planejadas. As expressões abaixo poderão servir de auxilio para organizar uma discussão oral ou para escrever textos argumentativos.

a) expressões que indicam certeza:

Sem dúvida; Certamente; Realmente; Visivelmente; Notoriamente; Não há dúvida alguma; É sabido que; Com toda certeza; É óbvio que; É evidente que; Evidentemente; Sabidamente; Necessariamente; É claro que; É mais do que notório que; Definitivamente, parece que...; Sem nenhuma dúvida... Incontestavelmente...; Com certeza...;

b) expressões que indicam dúvida:

Não é totalmente certo que; Poderíamos, talvez, afirmar que;

c) expressões que indicam possibilidade:

É possível que...; É bem provável que; Seria desejável que; Parece que...; Em aparência;

d) expressões que indicam flexibilidade:

De modo menos dogmático; A afirmação é, em parte, interessante, mas...; Devo conceder-lhe a razão nesse caso...; Não posso, realmente, negar a pertinência dessa afirmação...;

e) para introduzir um assunto:

- Trata-se aqui de...- De inicio...- Em primeiro lugar...- A fim de compreender melhor o problema...- Nós proporemos portanto...- Nós nos encontramos aqui diante de uma questão...

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f) para concluir:

- Para pôr um termo a esse debate (a essa controvérsia...)...- Em resumo...- Para concluir...- Comparemos, para concluir, (a opinião) ...... de .... com a de ....

g) para expor seu ponto de vista ou dar a sua opinião:

- Na minha opinião...- Quanto a mim...- Estimo que...- Estima-se que...- Tenho impressão de que...- Estou convencido de que...- É preciso dizer que...- Não estou bem certo, mas...- Pouco importa que...- O que me parece importante é ...- Parecer relevante ressaltar...- O que conta para mim é...- No que me diz respeito...- Penso que...- Creio que...- Estou certo de que...- Por algumas razões, sou levado a crer que...- Por razões evidentes...- Nada disto tem importância, pois...- Não tenho opinião precisa sobre o assunto...

h) para propor alternativas:

- De um lado..... do outro lado.....- Não poderíamos dizer, de preferência, que...- Não seria mais uma questão de ....- Por outro lado...- Entretanto, podemos pensar que...- Se é verdade que...., podemos também admitir que....- Se é justo dizer que..., não seria também pertinente afirmar que....?- Não poderíamos igualmente afirmar que.....?- Seria mais pertinente avaliar as relações entre .... e .... sob a seguinte forma:- Poderíamos ressaltar...

i) para expressar uma concordância:

- Estou totalmente de acordo com o que você disse...- Participo inteiramente de sua opinião...- Concordo em absoluto com....- É exatamente o que penso...- É realmente indiscutível....- Não há como negar....

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j) para refutar, discordar:

- Este julgamento não nos parece....- É seu ponto de vista, mas....- Depende...- Sim, mas por outro lado...- Não estou certo de que tenha razão ...- Discordo totalmente ...- Absolutamente, você está equivocado...- Não concordo inteiramente com o que você diz...- Discordo de você nesse ponto...- Talvez você tenha razão, mas...- Você se esqueceu de dizer que...- Não compreendo porque.....- Gostaria de ressaltar, porém, que...- É preciso considerar igualmente que...- Não se pode perder de vista/esquecer de que...- Você não conseguirá me convencer de que...; nada conseguirá me convencer de que...- É totalmente absurdo afirmar que...- Não apenas... mas também ....

l) outras expressões próprias a organizar idéias no período:

- Notemos que...- Encontramos uma idéia similar em ....- O que significa que....- Precisemos que....- Se considerarmos (tal aspecto), perceberemos que...- Do mesmo modo...- A título de exemplo, vejamos, o caso....- É possível que..., mas...- Seria realmente surpreendente que... - Como exemplo, podemos citar...- Contrariamente ao que se pensa em geral...- Em segundo lugar...- Em terceiro lugar...- Quanto a...- É preciso reconhecer...- Num primeiro momento...- Vamos nos limitar a...- Precisamos agora nos perguntar se...- Voltemos ao problema...- Deve-se admitir que...- Todavia...- Entretanto...- Finalmente...- Entretanto, é bom frisar que...- Essas observações são suficientes para mostrar, de início, que...- É importante lembrar que...- Gostaríamos de salientar...- Não se trata de descartar, em absoluto, a importância...

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- Seria inútil...- Não se deve todavia...- Em que medida podemos realmente afirmar...- Vale ressaltar...

TEXTO E TEXTUALIDADE

Noções básicas acerca do texto

TIPO TEXTUAL.

Tipo textual designa uma espécie de construção teórica {em geral uma seqüência subjacente aos textos} definida por natureza lingüística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}. O tipo caracteriza-se muito mais como seqüências lingüísticas (seqüências retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar. Quando predomina um modo num dado texto concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou descritivo ou injuntivo (MARCUSCHI, 2005).

NOÇÕES BÁSICAS ACERCA DA PRODUÇÃO TEXTUAL

Quando organizamos um texto, quer oral, quer escrito, o fazemos com algum propósito de comunicação, com um objetivo específico e o direcionamos a um dado leitor. Para que o processo sócio-comunicativo seja concretizado de maneira efetiva e com sucesso é necessário que, no momento da produção textual, sejam levados em consideração alguns princípios responsáveis por permitir a estruturação coesa e coerente do texto. Caso contrário, instauram-se ruídos na comunicação e, em conseqüência, a interrupção do processo de significação.

MACROESTRUTURA DO TEXTO: SITUACIONALIDADE/ ACEITABILIDADE

Situacionalidade. O texto deve adequar-se ao momento de produção (real ou imaginário) no qual é redigido; afinal, a situação (o contexto) determina o discurso (religioso, político etc), o tipo textual (narração, argumentação etc), o gênero textual (carta, artigo etc) e a linguagem utilizada (nível formal ou informal, linguagem culta ou coloquial).

Aceitabilidade. O texto só é texto a partir do momento que alguém se dispuser a lê-lo; logo, no momento da produção textual deve-se ter em mente para qual leitor – real ou imaginário - o texto será direcionado. Isso faz com que tenhamos a noção de aceitabilidade, o que nos induz a estruturarmos o texto sob um foco, uma dada direção.

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MICROESTRUTURA TEXTUAL: UNIDADE, PROGRESSÃO, NÃO CONTRADIÇÃO E RELAÇÃO.

Unidade. Todo texto que vise à comunicação tem que manter uma unidade semântico-informacional entre os elementos que o compõe.

Progressão. Refere-se ao desenvolvimento textual, quer temático (a partir da apresentação de novos temas e subtemas relacionados ao tema central), quer remático (a partir de novas declarações, novos comentários), no alargar as fronteiras comunicativas do texto. O texto tem que ter um desenvolvimento, não podendo ficar estagnado nas suas informações e enunciados.

Não contradição. Diz respeito à sustentação da lógica do texto, tanto interna quanto externamente. No âmbito interno, os elementos semânticos não podem confrontar-se, “desmentir-se” criando uma zona de atrito entre informações e conteúdos. No âmbito externo, o texto tem que estar adequado à situação sócio-comunicativa na qual (o contexto do produtor) e para quem foi formulado (o contexto do receptor).

Relação. Refere-se à necessidade de haver uma articulação semântica (um encadeamento de idéias) entre as relações expressas ou sugeridas no texto, sendo essas articulações determinadas pelo uso de articuladores e conectivos. Daí, na produção textual, a necessidade de usá-los conscientemente.

PRODUÇÃO DE TEXTO – TEORIA E PRÁTICA.

TIPOS TEXTUAIS

NARRAÇÃO

É o tipo de texto (real ou ficcional) no qual é contada uma história, é explanado um acontecimento, um fato ocorrido. É também chamado de narrativa. Os principais elementos constituintes são:

Narrador. É aquele que conta a história. Personagem. São as “pessoas” que atuam na narrativa (são os objetos do ato de

contar, são os “indivíduos” que têm sua história narrada). Enredo. É a narrativa propriamente dita (a história contada). Pode ser linear (há o

encadeamento constante dos acontecimentos narrados) ou retrospectiva (há rupturas e retomadas na ordem dos acontecimentos narrados). É chamada também de ação.

Ambiente. É o espaço físico e social onde é desenvolvida a ação dos personagens. Trata-se do plano de fundo, o cenário da história.

Tempo. É o elemento, fortemente ligado ao enredo, que determina a sequenciação dos fatos narrados. É a noção de presente, passado e futuro. Pode ser cronológico, quando avança no tempo do relógio, assim como psicológico, quando medido pela repercussão emocional, estética e psicológica dos personagens.

Foco narrativo. Refere-se às diferentes formas de narrar. Resume-se em duas:- narrador onisciente: Conta a história como observador que sabe tudo. Usa a terceira pessoa (conta a história do outro).- narrador empenhado. Conta a história encarnando-se como personagem principal ou secundário. Usa a primeira pessoa.

Discurso.1- Nesta acepção, refere à maneira como o narrador reproduz as falas dos personagens. Pode ser:

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- direto. Os personagens têm suas falas expostas por meio de diálogos (uso do travessão), sem a interferência do narrador.

Ex: Maria disse a João:- Vamos andar de charrete e colher flores no campo?

- indireto. Não há a presença de diálogos, sendo o narrador que transmite o que os personagens “disseram” ou “pensaram”.

Ex: Maria convidou João para andar de charrete e colher flores no campo.

- indireto livre. Consiste na fusão entre narrador e personagem, isto é, a fala da personagem insere-se no discurso do narrador, sem o uso dos verbos de elocução (afirmar, perguntar, responder, pedir etc).

Ex: Maria estava feliz: convidara João para andar de charrete e colher flores no campo.

Discurso 2. Nesta acepção, Discurso é uma teoria lingüística que se refere aos modos como se articulam a linguagem e a ideologia nos dizeres que circulam pela sociedade. Aqui se fala em formações ideológicas e formações discursivas: a primeira referindo-se aos diferentes pensares de uma determinada classe social, a segunda, referindo-se aos dizeres provenientes de tais formações.

ARGUMENTAÇÃO

É o tipo de texto que objetiva, por parte do organizador (ou autor), à manifestação de uma dada opinião por intermédio de argumentos diversos. Por parte do receptor (ou leitor), visa ao convencimento e à mudança de opinião.

Argumentar é selecionar informações, hipóteses e afirmações, organizando-as de modo a afirmar um ponto de vista.

EXPOSIÇÃO

Denomina-se texto expositivo aquele que traz uma narração minuciosa sobre algum fato, uma situação, um acontecimento. O texto objetiva apenas a expor, sendo, normalmente, construído de maneira imparcial, a enfocar a situação em si, o modo de ocorrência etc.

DESCRIÇÃO

É o tipo de texto no qual são listadas as características, particularidades e peculiaridades de um dado objeto, cenário ou pessoa. Quando exercitamos o ato de descrever, podemos fazer de dois modos:

Objetivamente: quando descrevemos o objeto, as pessoas etc, usando uma linguagem comum a todas as pessoas (as palavras são usadas no sentido denotativo, isto é, no sentido convencional, do entendimento de todos, comprometido com a realidade). É também chamada de descrição expressionista ou, ainda, descrição realista. Neste tipo de descrição, os detalhes sobre o objeto descrito são expressos de forma nítida: tamanho, forma, cor, peso, cheiro, consistências são mostrados claramente ao leitor.

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Subjetivamente: quando descrevemos os objetos, as pessoas etc, usando uma linguagem mais pessoal, produto da impressão que temos do objeto descrito. A descrição subjetiva é também conhecida como descrição impressionista ou, ainda, como descrição psicológica. Nela fica refletido o estado de espírito do autor do texto: ele vê o objeto como ele quer ver, e não como o objeto está para ser visto. O retrato do objeto descrito não é feito conforme a realidade do mundo objetivo, mas de acordo com as impressões psicológicas e pessoais do observador. Usa-se a linguagem conotativa, as comparações, metáforas etc.

INJUNÇÃO

É o texto que, estando aberto, requer uma resposta direta (ou indireta) de quem está lendo. É construída, a partir de dadas circunstâncias, uma situação favorável à indução do leitor, à maneira de uma imposição – é organizado de modo a incidir diretamente sobre os sentidos: linguagem instigante, verbos no imperativo, perguntas direcionadas, trabalho com a identidade etc.

TÉCNICAS PARA A ELABORAÇÃO DOS TRABALHOS DE GRADUAÇÃO

TÉCNICAS DE SUBLINHAR PARA ESQUEMATIZAR E RESUMIR

Sublinhar é a técnica indispensável não só para elaborar esquemas e resumos, mas também para ressaltar as idéias importantes de um texto, com as finalidades de estudo, revisão ou memorização do assunto ou mesmo para utilizar em citações.

O requisito fundamental para aplicar a técnica de sublinhar é a compreensão do assunto, pois este é o único processo que possibilita a identificação das idéias principais e secundárias, permitindo fazer a seleção do que é indispensável e do que pode ser omitido, sem prejuízo do entendimento global do texto.

Há, porém, certas normas que devem ser obedecidas, para que a técnica de sublinhar produza resultados eficazes.

Não se deve sublinhar parágrafos ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave, palavras nocionais ou, quando muito, grupos de palavras. Isto porque, ao sublinhar uma frase inteira, além de sobrecarregar a memória e o aspecto visual, corre-se o risco de, ao resumir, reproduzir-se as frases do autor, sem evidenciar as idéias principais, visto que o resumo dever ser uma condensação de idéias, não de frases ou palavras.

Deduz-se daí que a preocupação de usar o vocabulário próprio ou o vocabulário do autor é improcedente, pois não importam apenas as palavras, não se resumem apenas as palavras, mas as idéias contidas no texto.

A técnica de sublinhar pode ser desenvolvida a partir dos seguintes procedimentos:

a) Leitura integral do texto, para tomada de contato;b) Esclarecimento de dúvidas do vocabulário, termos técnicos e outras;c) Releitura do texto, para identificar as idéias principais;d) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que contém a idéia-núcleo e os

detalhes mais importantes;e) Assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, os tópicos mais importantes;f) Assinalar, à margem do texto, com um ponto de interrogação, os casos de

discordâncias, as passagens obscuras, os argumentos discutíveis;

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g) Ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido;h) Reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras

sublinhadas como base.

ELABORAÇÃO DE ESQUEMAS

O esquema corresponde, grosso modo, a uma radiografia do texto, pois nela aparece apenas o “esqueleto”, ou seja, as palavras-chave, sem necessidade de se apresentar frases redigidas.

Utiliza-se o esquema como trabalho preparatório do resumo; para explicar, mais concretamente, determinadas idéias ou para memorizar mais facilmente o conteúdo integral de um texto.

Para elaborar o esquema usam-se setas, linhas retas ou curvas, círculos, colchetes, chaves, símbolos diversos, prevalecendo o gosto pessoal do autor.

Um esquema pode ser montado em linha vertical ou horizontal, pois o importante é que nele apareçam as palavras que contêm as idéias principais, de forma clara, compreensível. As setas, por exemplo, são usadas quando há relação entre a palavra (idéia) do ponto de partida e as palavras (idéias) que são apontadas. Chaves são usadas para ordenar diversos itens etc.

ESQUEMA CARACTERÍSTICAS DE EM ESQUEMA ÚTIL

Flexibilidade: o esquema deve adaptar-se à realidade e não esta ao esquema. Fidelidade ao original: esquematizar não é deturpar, mas sintetizar. Estrutura lógica do assunto: organiza-se pelo esquema a relação da idéia importante

e seu desenvolvimento.Adequação ao assunto estudado: mesmo que funcionalidade. Utilidade de emprego: o esquema tem por objetivo auxiliar a captação do conjunto e

servir para comunicar algo. Cunho Pessoal: o esquema traduz atitudes e modo de agir de cada um – varia de

pessoa para pessoa” ( SALOMON, 1977: 88).

REDAÇÃO DE RESUMOS DE LIVROS

O resumo de textos mais longos ou de livros inteiros, evidentemente, não poderá ser feito parágrafo por parágrafo, ou mesmo capítulo por capítulo, a partir do que foi sublinhado. Neste caso, o aluno deve adotar os seguintes procedimentos:

a) Leitura integral do texto para conhecimento do assunto;b) Aplicar a técnica de sublinhar, para ressaltar as idéias importantes e os detalhes relevantes,

em cada capítulo;c) Reestruturar o plano de redação do autor, valendo-se para isto, do índice ou sumário, isto

é, identificar, pelo sumário, as principais PARTES do livro; em cada parte, os CAPÍTULOS, os títulos e subtítulos. De posse desses elementos, elaborar um plano ou esquema de redação do resumo;

d) Tomar por base o esquema ou plano de redação, para fazer um rascunho, resumindo por capítulos ou por partes;

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e) Concluído o rascunho, fazer uma leitura, para verificar se há possibilidade de resumir mais, ou se não houve omissão de algum elemento importante. Refazer a redação, com as alterações necessárias, e transcrever em fichas, segundo as normas de fichamentos.

Nesse tipo de resumo, a técnica de sublinhar é útil para ressaltar as idéias principais do texto, mas, como a redação não pode ser feita a partir do que foi sublinhado, é preciso sintetizar, procurar no sublinhado apenas o indispensável à compreensão global do assunto.

Nem sempre há necessidade de manter todos os títulos e subtítulos; a natureza da obra, do processo do raciocínio do autor e de sua forma de argumentação é que apontarão a necessidade de se conservar ou não a divisão do livro em partes e capítulos.

É indispensável considerar o resumo como uma recriação do texto, uma nova elaboração, isto é, uma nova forma de redação que utiliza as idéias do original.

Segundo ANDRADE (1992:53), o resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens:

Apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra; Não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais; Respeitar a ordem das idéias e fatos apresentados; Empregar linguagem clara e objetiva; Evitar a transcrição de frases do original; Apontar as conclusões do autor; Dispensar a consulta ao original para a compreensão do assunto.

O RELATÓRIO

Relatar é basicamente “contar o que se observou”. É tipicamente o primeiro texto produzido após uma pesquisa de campo ou de laboratório. O relatório é por natureza descritivo, podendo também constituir um trabalho de conclusão de curso, após o estágio.

As partes essenciais de um relatório são:

Introdução: descreve-se a importância ou relevância (social, científica ou acadêmica) do trabalho, objetivos, as relações com o contexto social. Pode-se também elaborar um histórico sucinto da área de atuação

Desenvolvimento

Referencial teórico: é o texto resultante de levantamento bibliográfico, de qualquer extensão, que indica ao leitor o tratamento científico atual do tema/problema. Inclui definição de conceitos, a menção de trabalhos já realizados a respeito do assunto, a teoria que dá sustentação ao trabalho realizado.

Metodologia: faz-se a descrição detalhada dos procedimentos desenvolvidos no estágio, além dos recursos humanos e materiais envolvidos

Apresentação das atividades desenvolvidas/resultados/: Relatam-se as atividades desenvolvidas, expondo os resultados obtidos e ordenados pelos objetivos do trabalho. Caso queira ressaltar normalmente os aspectos quantitativos, é comum a utilização abundante de gráficos, tabelas que ilustrem esses aspectos.

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Conclusão: (Sugestões/ recomendações) devem constar, de forma sintética, os elementos desenvolvidos no decorrer do corpo do trabalho. Conclui-se comparando esses dados ao objetivo que norteou o estágio, estabelecendo-se o quanto foi conseguido em relação ao objetivo proposto.

Bibliografia: conforme as normas da ABNT

Apêndices e Anexos: documentos como: programas, fotografias, gráficos e tudo o que se considera importante. (apêndice- documento elaborado pelo próprio autor/ anexo – documento não elaborado pelo próprio autor)

A RESENHA

Tipo de resumo crítico, contudo, mais abrangente: permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às outras do mesmo. É talvez, o nível mais elementar de pesquisa científica, e caracteriza-se apenas como pesquisa exploratória; pois, embora possa conter uma crítica, o texto base já está pronto. É, também, excelente exercício inicial de autonomia intelectual, uma vez que o exame de obras já prontas oportuniza treinamento de compreensão e crítica, além do contato mais aproximado com bons autores e com o pensamento já elaborado, o que, para o iniciante, servirá de modelo interessante de produção científica. (Santos)

Identificação da obra - autor(es), título (subtítulo), imprenta (local de edição, editora, data),número de páginas, ilustrações (tabelas, gráficos, fotos, etc.).

Credenciais do autor- formação, publicações, atividades desenvolvidas na área. Conhecimento - resumo detalhado das idéias principais, assunto da obra, forma como

foi abordado. Conclusão do autor – localização e breve explicação das conclusões do autor. Quadro de referências do autor – teoria que serviu de embasamento, método

utilizado. Apreciação

a . Julgamento da obra: autor em relação às correntes científicas, filosóficas e culturais/ circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas.b . Mérito da obra: contribuição / idéias verdadeiras, originais, criativas/ conhecimentos novos, amplos.c . Estilo: conciso, objetivo, simples/ Claro, preciso, coerente.d . Forma: lógica, sistematizada/ originalidade e equilíbrio na disposição das partes.e . Indicação da obra: grande público, especialistas, estudantes.

BIBLIOGRAFIA

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa.

46. ed. São Paulo 2005.

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