ELECTRICIDADE (nvel 1)
As informaes tcnicas apresentadas nestes documentos no devem ser utiliza-
das por pessoas no-especializadas no domnio da reparao automvel. Estas
informaes destinam-se execuo de trabalhos de reparao e demanuteno
de veculos da marca RENAULT, realizados exclusivamente por profissionais da
reparao automvel com as competncias necessrias para efectuar estas ope-
raes. A RENAULT no poder, em caso algum, ser responsvel pelos trabalhos
efectuados, sendo a sua realizao da exclusiva responsabilidade dos seus au-
tores.
O utilizador das informaes tcnicas RENAULT dever assegurar-se de que es-
tas informaes correspondem ltima actualizao efectuada pela RENAULT.
A RENAULT no assumir qualquer responsabilidade pelos resultados da utili-
zao de informaes tcnicas que no correspondam ltima actualizao por
ela realizada.
1
2
NDICENoes de electricidade 4
Frmulas gerais e tipos de circuitos 12
Medio das grandezas elctricas 20
Verificao e carregamento da bateria 24
Procedimentos a efectuar depois de se desligar a bateria 32
Verificao do circuito de arranque 36
Verificao do circuito de carga 40
Ligaes e cablagens 44
Diagnstico e reparao de um circuito elctrico 47
Questionrio 52
3
NOES DEELECTRICIDADE
Corrente elctrica 5
Energia elctrica 6
Circuito elctrico simples 7
Grandezas elctricas e respectivas unidades 8
Proteco dos circuitos 11
4
Noes de electricidade
Corrente elctrica
A electricidade faz parte de nossa vida quotidiana. utilizada nos veculos para
efectuar as seguintes operaes:
- alimentar os sistemas elctricos;
- fazer circular informaes sob a forma de sinais.
Definio de corrente elctrica
A matria contm cargas positivas, os protes, e cargas negativas, os electres.
Normalmente, existem tantos electres quantos os protes : a matria neutra,
ou seja, a carga elctrica nula.
A corrente elctrica criada pela deslocao de cargas.
Sentido da corrente elctrica
Convencionalmente, diz-se que a corrente desloca-se do borne positivo para o
borne negativo.
Sentido da corrente
5
Noes de electricidade
Energia elctrica
A electricidade uma forma de energia.
Produo de energia elctrica
Para produzir uma corrente elctrica, necessria uma outra fonte de energia,
como, par exemplo:
- a bateria transforma energia qumica em energia elctrica;
- o alternador transforma energia mecnica em energia elctrica.
Produtores de energia elctrica
Consumo de energia elctrica
A electricidade produzida pode ser transformada numa outra forma de energia,
como, por exemplo:
- uma lmpada transforma energia elctrica em energia luminosa;
- um motor elctrico transforma energia elctrica em energia mecnica.
Consumidores de energia elctrica
6
Noes de electricidade
Circuito elctrico simples
Composio de um circuito elctrico simples
Um circuito elctrico simples um circuito com uma fonte de corrente elctrica e
um consumidor ligados por fios condutores.
Circuito elctrico simples
Circulao da corrente num circuito elctrico
Um circuito elctrico deve ser fechado para que a corrente possa circular desde
a fonte at ao consumidor e voltar fonte.
7
Noes de electricidade
Massa da carroaria
Num veculo, utiliza-se habitualmente a carroaria para o retorno da corrente.
aquilo a que se chama massa da carroaria.
Massa da carroaria
Grandezas elctricas e respectivas unidades
As caractersticas dos diferentes elementos de um circuito elctrico so definidas
por trs grandezas:
tenso
resistncia
intensidade
Para medir estas grandezas, utiliza-se um multmetro.
Tenso
A tenso definida como uma diferena de potencial entre dois pontos de um
circuito.
8
Noes de electricidade
Tenso
A tenso uma grandeza elctrica simbolizada pela letra U.
A unidade de medio da tenso o volt simbolizado pela letra V.
Resistncia
D-se o nome de resistncia oposio circulao da corrente num circuito
elctrico.
Resistncia
9
Noes de electricidade
A resistncia uma grandeza elctrica simbolizada pela letra R.
A unidade de medio da resistncia o ohm simbolizado pela letra grega (omega).
Um material que ope pouca resistncia circulao da corrente um condutor.
Um material que ope muita resistncia circulao da corrente um isolante.
Intensidade
A intensidade a quantidade de corrente que atravessa num dado momento um
ponto do circuito.
Intensidade
A intensidade uma grandeza elctrica simbolizada pela letra I.
A unidade de medio da intensidade o ampere simbolizado pela letra A.
Proteco dos circuitos
Noo de curto-circuito
Quando o percurso inicial da corrente desviado num circuito em que a resistn-
cia quase nula, fala-se em curto-circuito.
Utilizao do fusvel
O fusvel protege os circuitos das correntes com intensidade excessiva.
10
Noes de electricidade
Quando um fusvel se funde, indispensvel identificar a causa da sobreintensi-
dade e elimin-la. A intensidade do fusvel de substituio deve ser semelhante
ao de origem.
Utilizao do fusvel
11
FRMULAS GERAIS ETIPOS DE CIRCUITOS
Lei de Ohm 13
Circuitos em srie e paralelo 14
Potncia elctrica 15
Noes de electromagnetismo 16
Motor elctrico 18
12
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Lei de Ohm
Definio
A lei de Ohm uma das leis fundamentais da electricidade. Relaciona, atravs
de uma frmula, as grandezas que vimos anteriormente. A tenso U igual
resistncia R multiplicada pela intensidade I.
Esta lei representada pela frmula: U = R x I.
Lei de Ohm
Perante uma tenso constante, quando a resistncia aumenta, a intensidade di-
minui Ao contrrio, quando a resistncia diminui, a intensidade aumenta.
Exemplos de utilizao da lei de Ohm
Calcular a resistncia de um elemento atravessado por uma corrente de 2 A e
cuja tenso nos terminais de 12 V.
Resultado: sabendo que a resistncia R igual tenso U dividida pela intensi-
dade I, a resistncia de 6 (12 V 2 A).Noo de queda de tenso
A queda de tenso a descida de potencial constatada num condutor de grande
comprimento.
13
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Circuitos em srie e paralelo
Em electricidade, existem dois tipos principais de circuitos : os circuitos em
srie e os circuitos em paralelo.
Circuito em srie
A corrente efectua um s percurso e atravessa os componentes um aps outro.
A intensidade a mesma em qualquer ponto do circuito.
A tenso total nos terminais do conjunto dos consumidores elctricos igual soma das tenses nos terminais de cada consumidor.
A resistncia total equivalente igual soma das resistncias individuais.
Circuito em srie
Circuito em paralelo
A corrente divide-se para atravessar os componentes situados em diferenteslocais.
A tenso a mesma em cada um desses locais.
A intensidade total a soma das intensidades que passam por todos os locais.
A resistncia total equivalente inferior menor das resistncias individuais.
14
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Circuito em paralelo
Potncia elctrica
Definio
A potncia corresponde quantidade de energia que um componente absorve
para funcionar.
Num circuito elctrico, a potncia elctrica P igual tenso U multiplicada pela
intensidade I (P = U x I).
Potncia elctrica
A potncia uma grandeza fsica simbolizada pela letra P.
A unidade de medio da potncia o watt simbolizado pela letra W.
15
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Exemplo de clculo de uma potncia
Calcular a potncia de um motor elctrico atravessado por uma corrente de 100A
e cuja tenso nos terminais de 12V.
Resultado: sabendo que a potncia P igual tenso U multiplicada pela inten-
sidade I, a potncia de 1200 W (12 V x 100 A).
Noes de electromagnetismo
Magnetismo
Um man um corpo dotado de propriedades magnticas, ou seja, tem a capaci-
dade de atrair metais ferrosos. Nas suas extremidades, existem dois plos: um
plo norte e um plo sul. Em volta dos plos, existe um espao onde se exerce
uma fora de atraco chamada "campo magntico.
Se se aproximarem os plos idnticos (S/S ou N/N) de dois manes, eles repelem-
se. Ao contrrio, se se aproximarem os plos opostos (N/S), eles atraem-se.
Electromagnetismo
A electricidade e o magnetismo so dois fenmenos associados. De facto, se
se fizer circular uma corrente elctrica num fio condutor enrolado em volta de um
ncleo de ferro macio, obtm-se um man. Quando se corta a corrente, o campo
magntico desaparece. A um man deste tipo d-se o nome de electroman.
16
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Electromagnetismo
Induo electromagntica
Deslocar um man perto de um fio condutor gera uma corrente neste fio condutor.
A este fenmeno d-se o nome de induo electromagntica.
Induo electromagntica
17
Frmulas gerais e tipos de circuitos
Aplicao do electromagnetismo: o rel
O rel uma aplicao do electromagnetismo. constitudo por uma bobina ali-
mentada por um circuito de comando e por um contactor que, por aco de uma
mola, se mantm aberto. Quando se fecha o interruptor do circuito de comando, a
corrente circula na bobina. A bobina torna-se um electroman e atrai o contactor,
fazendo-o fechar-se.
Aplicao do rel
Graas a uma corrente de fraca intensidade dentro da bobina do rel, possvel
comandar a circulao de uma corrente de forte intensidade no circuito de potn-
cia. Num veculo, o rel permite reduzir o comprimento dos fios de grande seco
e reduzir a intensidade da corrente nos interruptores e na cablagem.
Motor elctrico
O motor elctrico constitui uma outra aplicao do electromagnetismo.
O motor converte a energia elctrica em energia mecnica.
Num veculo, os motores elctricos so alimentados por uma corrente contnua
(exemplos: o motor de elevador de vidros, o motor de arranque e os motores de
ventilador).
Constituio de um motor elctrico
Um motor elctrico simplificado constitudo principalmente por um electroman
montado num veio entre os dois plos (sul e norte) de um man permanente.
Cada extremidade do electroman est ligada a um segmento do colector do in-
duzido montado no veio. Os segmentos do colector do induzido esto isolados
18
Frmulas gerais e tipos de circuitos
tanto do veio como entre eles. Quando o veio roda, os segmentos so alimentados
electricamente atravs das escovas. As interaces entre os campos magnti-
cos do electroman e man permanente criam e mantm o movimento transmitido
ao veio do motor.
""
1) Electroman
2) man permanente
3) Colector do induzido
4) Escova
Num motor real, existem vrias bobinas e segmentos de alimentao.
19
MEDIO DASGRANDEZASELCTRICAS
Multmetro 21
Medio das grandezas elctricas 23
20
Medio das grandezas elctricas
Multmetro
A maioria das medies elctricas pode ser efectuada com um multmetro.
Descrio do multmetro
Um multmetro apresenta-se, geralmente, com os seguintes elementos:
- um ecr de afixao
- um selector
- trs, ou mais, terminais de ligao
- dois cabos de testes de cores diferentes, um preto e outro vermelho
Multmetro
O selector permite definir a funo do multmetro, consoante a grandeza elctrica
a medir. Esta seleco deve ser feita antes de cada medio. Para isso, basta
colocar o selector em frente do smbolo correspondente grandeza a medir.
21
Medio das grandezas elctricas
O terminal de ligao, designado pelas letras COM de comum, destina-se ex-
clusivamente ligao do cabo preto. Os outros terminais, designados pelos
smbolos das funes a medir, esto reservados ligao do cabo vermelho e
so utilizados em funo da medio a efectuar. Uma das extremidades de cada
cabo est equipada com uma ponta de teste que assegura o contacto com o ele-
mento a medir.
O ecr do multmetro afixa o valor da grandeza medida. Uma barra-grfico per-
mite observar as variaes de cada valor no tempo.
Medio das grandezas elctricas
Medio de tenso
- Seleccionar a posio de voltmetro no multmetro.
- Ligar o cabo vermelho no terminal correspondente do multmetro e o cabo preto
no terminal COM.
- Colocar a ponta de teste vermelha do multmetro no terminal positivo e a preta
no terminal negativo.
Medio de intensidade
- Seleccionar a posio de ampermetro no multmetro.
- Cortar a corrente no circuito.
- Ligar o cabo vermelho no terminal protegido com a marca 10 A e o preto em
COM.
- Inserir o multmetro em srie no circuito.
- Restabelecer a corrente no circuito.
O multmetro permite medir correntes de fraca intensidade. Devido sua cons-
truo, no pode suportar intensidades superiores a 10 A.
Para intensidades superiores a 10 A, utiliza-se a pina amperimtrica, que se
aplica no cabo em que se pretende fazer a medio.
Medio de resistncia
- Seleccionar a posio de ohmmetro no multmetro.
- Cortar a corrente no circuito.
- Retirar ou isolar o componente do circuito.
22
Medio das grandezas elctricas
- Ligar o cabo vermelho no terminal correspondente do multmetro e o cabo preto
no terminal COM.
- Aplicar as pontas de teste nos terminais do componente.
ATENO
Para medir a resistncia, o ohmmetro gera uma corrente. formalmente
interdito medir a resistncia dos elementos pirotcnicos de airbags e pr-
tensores dos cintos de segurana. De facto, esta corrente pode provocar
o disparo dos airbags.
CLIP em multmetro
O CLIP, equipado com a caixa de medies fsicas, tambm pode medir a tenso,
a intensidade e a resistncia.
CLIP
23
VERIFICAO ECARREGAMENTO
DA BATERIAComposio e funcionamento da bateria 25
Instrues de segurana 27
Verificao visual da periferia da bateria 28
Verificao da bateria com os aparelhos de medio 28
Carga da bateria 30
24
Verificao e carregamento da bateria
Composio e funcionamento da bateria
A funo da bateria armazenar energia sob forma qumica e devolv-la sob
forma elctrica.
Bateria
A bateria apresenta-se com a forma de uma caixa equipada com dois terminais:
um positivo e outro negativo. O vaso, de polipropileno, est dividido em seis com-
partimentos. Cada compartimento da bateria contm um elemento constitudo
por uma sobreposio de placas positivas ligadas ao terminal positivo e de placas
negativas ligadas ao terminal negativo. O conjunto destas placas est mergu-
lhado num lquido condutor designado por electrlito, que uma mistura de gua
e cido.
A produo de energia elctrica o resultado de reaces qumicas entre os di-
ferentes elementos da bateria.
25
Verificao e carregamento da bateria
Etiqueta da bateria
As principais caractersticas elctricas da bateria esto indicadas numa etiqueta.
Geralmente, so mencionados trs valores, como, por exemplo 12 V 65 Ah
720 A:
- 12 V a tenso nominal da bateria expressa em volts,
- 65 Ah indica a capacidade em amperes-hora da bateria.
- 720 A a intensidade mxima, em amperes, que a bateria pode fornecer a
baixa temperatura.
Etiqueta de bateria
Instrues de segurana
O cido sulfrico, utilizado na bateria, um produto perigoso. Antes de manipular
uma bateria, indispensvel calar luvas e colocar culos de proteco. Se o
cido entrar em contacto com a pele ou com os olhos, lavar abundantemente
com gua limpa e consultar um mdico.
Devido presena de matrias activas, recomenda-se vivamente evitar a proximi-
dade de pontos quentes (cigarro aceso, zona de soldadura, etc.), dado que existe
perigo de exploso.
Para evitar um curto-circuito, no colocar objectos metlicos sobre a bateria.
Antes de ligar ou desligar a bateria, desligar todos os consumidores elctricos do
veculo.
26
Verificao e carregamento da bateria
Oxidao (sulfatao) da bateria
A oxidao de uma bateria provocada, geralmente, por uma m manuteno
(cido totalmente utilizado, bateria descarregada durante muito tempo, etc.).
Bateria oxidada
Correntes de fuga
As correntes de fuga so consideradas normais quando no ultrapassam algu-
mas dezenas de mA. Os veculos recentes esto equipados com dispositivos de
temporizao de alimentao. Por conseguinte, necessrio aguardar alguns
instantes depois de desligar a ignio e fechar as portas antes de medir as cor-
rentes de fuga.
O aparelho mais apropriado para efectuar esta medio o multmetro. De facto,
a pina amperimtrica no mede com preciso correntes inferiores a 1 A. A me-
dio efectua-se directamente na bateria ou no local do fusvel corta-consumidor.
27
Verificao e carregamento da bateria
Verificao visual da periferia da bateria
Antes de verificar a bateria com um aparelho de medio, necessrio de verificar
os seguintes aspectos:
ausncia de fissuras ou golpes no vaso e na tampa
estado dos terminais
aperto correcto das ligaes elctricas
nvel do electrlito (que depende do modelo da bateria). Geralmente, o nvel indicado por uma marca. Quando o nvel no est indicado, o lquido deve
encontrar-se cerca de 20 mm acima das placas.
Aspectos perifricos da bateria
Verificao da bateria com os aparelhos de medio
Midtronics
""
O Midtronics permite verificar a
bateria sem a desligar. O nvel
de carga indicado a branco no
ecr. A principal vantagem do
Midtronics a sua facilidade de
utilizao.
28
Verificao e carregamento da bateria
Multmetro
""
O multmetro permite no s medir
a tenso da bateria, como tambm
efectuar a maioria das verificaes
elctricas.
CLIP
""
O CLIP, equipado com a caixa
de medies fsicas, permite
tambm efectuar verificaes
elctricas.
29
Verificao e carregamento da bateria
Carga da bateria
Carregadores
O servio de mtodos da RENAULT homologou dois carregadores de bateria:
OPTELEC e BOSCH.
Carregador de bateria
Instrues de segurana para o carregamento da bateria
- O local deve ser arejado, porque a mistura gasosa produzida durante a carga
detonante.
- O carregamento de vrias baterias em srie interdito.
- O carregamento de vrias baterias em paralelo pode ser feito excepcionalmente.
Importante: para desligar a bateria do veculo, aconselha-se a retirar primeiro o
terminal de massa da bateria.
Ligao do carregador na bateria
- Desligar e extrair a bateria do veculo.
- Ligar o terminal positivo do carregador ao terminal positivo da bateria (fio ver-
melho).
- Ligar o terminal negativo do carregador ao terminal negativo da bateria (fio preto).
30
Verificao e carregamento da bateria
Caractersticas de carga
Velocidade de carga
A carga lenta efectua-se com uma corrente fraca, geralmente entre 1/20 e 1/40da capacidade da bateria. Este mtodo aconselhado para baterias em muito
mau estado (bateria descarregada h vrias semanas).
A carga normal efectua-se com uma corrente de 1/10 da capacidade nominalda bateria. Uma recarga completa demora vrias horas.
A carga rpida permite recarregar, sem desgastar, baterias carregadas a cercade 80%.
Importante: se a carga continuar depois da bateria estar carregada, produz-se um
rudo de borbulhar nos compartimentos da bateria. Existe o perigo de exploso.
Rendimento de carga
O rendimento de carga de uma bateria , aproximadamente, de 80%. Este valor
significa que uma bateria que tenha absorvido 100 Ah fornecer apenas 80 Ah.
Uma bateria de 40 Ah absorve cerca de 50 Ah para se carregar. Uma carga
completa demora entre 4 e 10 horas, consoante a carga inicial da bateria.
31
PROCEDIMENTOS AEFECTUAR DEPOISDE SE DESLIGAR A
BATERIADesempanagem 33
Consequncias possveis por se ter desligado a bateria 35
Procedimentos a efectuar depois de se desligar a bateria 35
32
Procedimentos a efectuar depois de se desligar a bateria
Desempanagem
Para desempanar um veculo cuja bateria esteja descarregada ou fora de servio,
utiliza-se uma bateria exterior e cabos de arranque ou ummotor de arranque aut-
nomo. Estes meios permitem pr o motor do veculo a trabalhar.
Bateria exterior e cabos de arranque
- Utilizar cabos elctricos de arranque em bom estado e de seco suficiente.
- As duas baterias devem ter uma tenso nominal idntica (12 V).
- A capacidade da bateria dadora de corrente deve ser, pelo menos, igual da
bateria descarregada.
- Uma bateria gelada deve ser descongelada antes de ser alimentada.
Cabos de arranque
Respeitar a ordem de ligao dos cabos: positivo receptor depois positivo dador,
massa dador depois massa receptor.
Motor de arranque autnomo
Omotor de arranque autnomo um aparelho porttil que tem uma bateria interna
de 12 V.
Permite pr a trabalhar o motor de qualquer veculo cuja bateria est avariada e
salvaguardar as memrias dos equipamentos electrnicos de bordo, durante as
intervenes nos circuitos elctricos.
33
Procedimentos a efectuar depois de se desligar a bateria
O aparelho liga-se corrente geral ou tomada do isqueiro, para recarregar a
sua bateria interna. O seu nvel de carga indicado num ecr por dodos.
Motor de arranque autnomo
Consequncias possveis por se ter desligado abateria
Quando se desliga uma bateria para a substituir, geralmente as consequncias
no so imobilizantes. Iremos apresentar estas consequncias e os procedimen-
tos que devem ser realizados por se ter desligado a bateria.
Consequncias
- o relgio desregula-se,
- o cdigo do rdio tem de ser novamente introduzido,
- a funo impulsional dos elevadores de vidros fica inactiva,
- a funo impulsional do tecto abrvel fica inactiva.
O facto de se desligar a bateria no tem repercusses:
- nas regulaes memorizadas do posto de conduo (bancos, retrovisores, ar
condicionado)
- na regulao dos faris
34
Procedimentos a efectuar depois de se desligar a bateria
Procedimentos a efectuar depois de se desligar abateria
Os procedimentos a efectuar por se ter desligado a bateria esto descritos na
Documentao Tcnica:
- Manual de Reparao (particularmente, no captulo 8);
- Notas Tcnicas;
- Manual do Utilizador do veculo.
35
VERIFICAODO CIRCUITO DE
ARRANQUECircuito de arranque 37
Verificaes prvias 38
Verificaes com os aparelhos de medio 39
36
Verificao do circuito de arranque
Circuito de arranque
Principais componentes do circuito de arranque :
- bateria
- motor de arranque
- coroa dentada
- contactor de arranque
- cabos de ligao elctrica
A bateria foi descrita anteriormente.
O motor de arranque composto por trs partes distintas :
- o solenide, que desloca o carreto "bendix" atravs da forquilha e, ao mesmo
tempo, fecha o circuito de potncia elctrica para alimentar o motor de arranque
- o motor elctrico de corrente contnua, que pe o motor do veculo a trabalhar.
- o conjunto forquilha e carreto "bendix", que permite a ligao entre o motor de
arranque e a coroa dentada do volante de motor.
Corte de um motor de arranque
1
2
3
4
1. Solenide
2. Motor
3. Forquilha
4. Carreto "bendix"
37
Verificao do circuito de arranque
A coroa dentada est instalada no volante de inrcia do motor trmico. Transmite
o binrio de rotao do motor de arranque ao motor trmico
O contactor de arranque comanda distncia o solenide do motor de arranque
(directamente, ou atravs de um rel ou da caixa de interligao).
Os cabos de ligao elctrica formam dois circuitos de alimentao distintos:
1. o circuito de potncia, que transmite ao motor de arranque a corrente vinda da
bateria.
2. o circuito de comando, que transmite ao solenide a corrente de comando em
condio de arranque.
Verificaes prvias
Verificaes visuais
Efectuar previamente uma verificao visual (vestgios de lquido, fixao dos ca-
bos de ligao, estado e integridade dos diferentes elementos do circuito de ar-
ranque).
Verificaes auditivas
Problemas mais comuns constatados sob a aco do motor de arranque:
- No h nenhum rudo: em princpio, isso significa que o solenide no foi exci-
tado. A pesquisa deve ser feita ao nvel da alimentao do solenide, do estado
dos enrolamentos do solenide ou das escovas domotor de arranque. necess-
rio no esquecer que a causa pode estar em elementos exteriores (antiarranque,
caixa automtica com relao engrenada, etc.).
- H um rudo metlico intermitente, mas nem o motor de arranque, nem o
motor do veculo parecem rodar : pode suspeitar-se de um problema numa das
bobinagens do solenide ou na alimentao do motor de arranque.
- Omotor de arranque roda, mas o motor trmico no: isso significa que existe
um problema de engrenamento (forquilha, carreto "bendix").
- Omotor trmico roda, mas no pega: necessrio efectuar testes mais rigoro-
sos no circuito de arranque. O problema pode ser provocado por outros sistemas
do veculo (sistema antiarranque, caixa de velocidades automtica, etc.).
38
Verificao do circuito de arranque
Verificaes com os aparelhos de medio
Verificao das alimentaes e dos pontos de massa
Tambm necessrio verificar as alimentaes e os pontos de massa no circuito
de carga. Esta verificao pode identificar ligaes elctricas deterioradas.
Pontos de verificao nos circuitos de carga e de arranque
Verificao da corrente consumida
A corrente consumida sob a aco do motor de arranque varia entre 100 A (motor
a gasolina de baixa cilindrada) e 250 A (motor diesel de elevada cilindrada). Esta
medio deve ser efectuada com uma pina amperimtrica.
Se a corrente for muito fraca, possvel que se trate de um problema no motor
de arranque, de uma bateria fraca ou de ligaes elctricas deterioradas.
Se a corrente for muito elevada, pode tratar-se de um curto-circuito ao nvel do
motor de arranque ou de um elemento mecnico que esteja a bloquear o motor
de arranque.
39
VERIFICAO DOCIRCUITO DE CARGA
Circuito de carga 41
Verificao prvia do circuito de carga 42
Verificaes com aparelhos de medio 42
40
Verificao do circuito de carga
Circuito de carga
Principais componentes do circuito de carga :
- bateria
- alternador
- regulador de tenso
- correia de motricidade do alternador
A bateria foi descrita anteriormente.
O alternador uma mquina rotativa elctrica accionada pelo motor do veculo
atravs de uma correia. A sua funo transformar uma energia mecnica numa
energia elctrica para alimentar os consumidores elctricos e manter o nvel de
carga da bateria.
Alternador
O regulador de tenso, integrado no alternador, adapta a produo do alternador
s necessidades da bateria e do veculo. Quando a tenso sada do alternador
demasiado fraca, o regulador aumenta a corrente de excitao nos enrolamentos
do indutor. Quando a tenso de sada demasiado alta, o regulador diminui a
corrente de excitao nos enrolamentos do indutor.
41
Verificao do circuito de carga
A correia de motricidade transmite a energia mecnica do motor ao alternador.
necessrio verificar o estado e a tenso da correia, de acordo com as preconi-
zaes do construtor.
Correia de motricidade
Verificao prvia do circuito de carga
Efectuar previamente uma verificao visual (fixao dos cabos de ligao, estado
e integridade dos diferentes elementos do circuito de carga).
Verificaes com aparelhos de medio
Verificaes das alimentaes e dos pontos de massa
Tambm necessrio verificar as alimentaes e os pontos de massa no circuito
de carga. Esta verificao pode identificar ligaes elctricas deterioradas (m
fixao, corroso).
Pontos de verificao nos circuitos de carga e de arranque
42
Verificao do circuito de carga
Medio da intensidade
A corrente produzida pelo alternador deve ser superior corrente utilizada pelos
consumidores elctricos do veculo:
- I descarga a corrente utilizada pelos consumidores elctricos;
- I carga a intensidade da corrente sada do alternador.
O balano de carga a diferena entre o valor de carga e o valor de descarga.
O resultado deve ser um valor positivo. Se for negativo, isso significa que o alter-
nador no consegue satisfazer o consumo elctrico, sendo por isso solicitada a
bateria que, portanto, se descarrega.
Medio da tenso
Medir a tenso permite verificar o bom funcionamento do regulador.
Um valor demasiado baixo indica que o alternador no consegue corresponder
ao consumo elctrico.
Uma valor demasiado alto pode provocar danos elctricos importantes nos con-
sumidores, particularmente nos calculadores. Neste caso, possvel que o regu-
lador esteja avariado.
Verificaes automticas
As outras verificaes so efectuadas atravs de teste automtico com o CLIP.
43
LIGAES ECABLAGENS
Introduo s ligaes 45
Desmontagem/Montagem das ligaes 46
Reparao das ligaes e das cablagens 46
44
Ligaes e cablagens
Introduo s ligaes
A ligao est associada noo de unio elctrica. Compreende, nomeada-
mente, os elementos abaixo indicados:
- fichas: macho (porta-terminais macho) ou fmea (porta-terminais fmea)
- terminais: macho ou fmea
- unies de fios: agrupamentos de vrios fios por soldadura
- caixas de juno: agrupamentos de fios por cravamento
- caixas de derivaes: ligaes de fios por ponte
Todos estes componentes podem estar sujeitos a esforos variados.
1. Ficha porta-terminais fmeas
2. Ficha porta-terminais machos
3. Travamento
4. Junta de estanqueidade
5. Posicionador
6. Suporte para fixao
7. Bainha termo-retrctil
8. Mastique de estanqueidade
45
Ligaes e cablagens
Verificao prvia das fichas
Verificar a posio e a integridade das fichas.
Verificar a ausncia de algum elemento parasita susceptvel de danificar asfichas.
Desmontagem/Montagem das ligaes
Desmontagem
- Em todos os casos, consultar a NT 8074 (de 01.07.2003) e os MR.
- Nunca puxar pelos fios para desligar o porta-terminal macho do porta-terminal
fmea.
- Ter ateno s fixaes da cablagem no veculo.
- Uma vez desmontada a ligao, verificar o seu estado (sinais de frico, zona
fundida, espigo de centragem ausente, caixa de travamento partida, junta de
estanqueidade danificada, etc.).
Montagem
- Respeitar os modos de montagem de origem, para garantir a mxima fiabilidade.
- Verificar a presena de um espigo de posicionamento e respeit-lo.
- Verificar se a eventual junta de estanqueidade no fica trilhada ao montar.
- A aco de travamento de uma ficha , geralmente, acompanhada de um rudo
perceptvel.
Substituio ou reparao das cablagens
As cablagens esto indicadas nas Notas Tcnicas "Esquemas elctricos". A eti-
queta de referncia pode estar indicada na NTSE, o que facilita a sua localizao
no veculo.
Reparao das ligaes e das cablagens
indispensvel consultar a Documentao Tcnica e verificar se as peas ne-
cessrias esto disponveis em sobressalentes e se possvel obter um nvel de
qualidade pelo menos equivalente ao da primeira montagem (dimetro do fio, ter-
minal de fixao, etc.). Utilizar uma ferramenta adaptada reparao.
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DIAGNSTICO EREPARAO DE UMCIRCUITO ELCTRICO
Mtodo de diagnstico 48
Consulta da NTSE 50
Verificaes elctricas 50
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Diagnstico e reparao de um circuito elctrico
Mtodo de diagnstico
Etapas do mtodo de diagnstico
1. Recolha de informaes
2. Anlise
3. Identificao da origem da disfuno
4. Eliminao da causa da disfuno
5. Reparao da avaria
6. Validao da reparao
Documentao tcnica: MR e NTSE
Para diagnosticar e reparar uma avaria elctrica, consultar o captulo 8 do Manual
de Reparao do veculo, onde est explicado o funcionamento dos diferentes
elementos do veculo. Este documento constitui uma ajuda ao diagnstico.
Entre a documentao disponvel, podem ser consultadas as Notas Tcnicas "Es-
quemas elctricos" (NTSE). Para efectuar a pesquisa de uma NTSE, necessrio
identificar o veculo atravs da sua designao comercial e do ano do modelo.
Documentao tcnica
48
Diagnstico e reparao de um circuito elctrico
Consulta da NTSE
A utilizao da Nota Tcnica "Esquemas elctricos" aqui explicada resumida-
mente. O mtodo de consulta da NTSE descrito em pormenor no mdulo Elec-
tricidade nvel 2.
OBSERVAO
O incio de cada NTSE apresenta um guia de utilizao, onde so dadasinformaes mais precisas.
1) ndice das funes
Esta parte permite encontrar os nmeros das pginas correspondentes funo
avariada do veculo
2) Esquemas de princpio
O ndice das funes remete para um conjunto de pginas. A lista das verses
permite determinar a pgina correspondente ao veculo em anlise.
Para ler os esquemas, necessrio de realizar as seguintes operaes:
- identificar as alimentaes e as massas,
- identificar os rgos,
- identificar as fichas.
3) Reportrios rgos e Ligaes
O reportrio rgos permite identificar cada rgo pelo seu nmero.
O reportrio Ligaes permite saber a pgina Trajectria das cablagens
4) Trajectria das cablagens
Este captulo localiza os circuitos elctricos no veculo. Esta etapa permite esco-
lher os "melhores" pontos de verificao (facilidade de acesso, pertinncia).
Verificaes elctricas
Medio de resistncia
A resistncia elctrica mede-se com um ohmmetro. O ohmmetro liga-se em pa-
ralelo (ou em derivao) na parte a verificar.
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Diagnstico e reparao de um circuito elctrico
Na funo ohmmetro, o multmetro envia uma corrente fraca (algumas dezenas
de mA), sob uma tenso baixa, ao circuito a verificar. Consoante o que se est
a medir, deduzido daqui um valor de resistncia elctrica. Por conseguinte,
imperativo que o circuito em anlise esteja isolado de qualquer fonte de energia
elctrica.
ATENO
Como o ohmmetro gera uma corrente, formalmente interdito de medir
a resistncia dos elementos pirotcnicos de airbags e pr-tensores dos
cintos de segurana.
Verificao de continuidade
Esta verificao permite detectar um aumento da resistncia de uma cablagem
elctrica, um corte no circuito ou um defeito de ligaes ou de unio de fios.
Verificao de isolamento entre dois fios
Esta verificao permite detectar curtos-circuitos entre dois fios ou cablagens.
Verificao de isolamento em relao massa ou ao + 12 V
Esta verificao permite detectar curtos-circuitos massa ou ao + permanente
(antes de contacto).
Medio de tenso
A tenso mede-se com um multmetro na posio de voltmetro. As pontas de
teste so aplicadas nos terminais do elemento para saber a sua tenso. uma
medio em paralelo.
A medio de uma queda de tenso permite detectar perdas de potencial num
cabo. Esta queda de tenso causada por uma resistncia demasiado elevada
do cabo ou por uma m ligao (terminal mal fixo ou corrodo)
Medio de intensidade
A intensidade mede-se com um multmetro aplicado em srie no circuito, ou com
uma pina amperimtrica.
O multmetro exacto na medio de correntes de fraca intensidade, como so,
por exemplo, as correntes de fuga. A necessidade de o aplicar em srie no circuito
50
Diagnstico e reparao de um circuito elctrico
elctrico limita a sua utilizao. De facto, o multmetro suporta geralmente 10 A,
no mximo.
ATENO
A medio de uma corrente de forte intensidade pode danificar o mult-
metro.
A pina amperimtrica permite medir correntes de grande intensidade. Para a uti-
lizar, no necessrio abrir o circuito. Todavia, a sua pouca preciso no permite
que seja utilizada para medir correntes de fraca intensidade.
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