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Ano 13 • Nº 147

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N 1

414-

0152

Janeiro 2007 • R$ 9,90

LÍGIA RAMOS, DA BOBY BLUES:

SEGREDOS DO SUCESSO

BRASIL COMPETITIVO

NO SÉCULO 21

MERCADO ANIMADO

DAS CONSULTORIAS

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2 – Empreendedor – Janeiro 2007

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 3

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Nesta Edição

Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós[[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Camila Stähelin, CarolHerling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel MartinsEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira,Casa da Photo, Lio Simas , Index Open e Tomas MayProdução e Arquivo: Carol HerlingFoto da capa: Index OpenRevisão: Renato Tapado

Sedes

São PauloGerente Comercial: Fernando Sant’Anna BorbaExecutivos de Contas: Gesner C. Vieira, Márcia Marafone Ronaldo D. LiparelliProjetos Especiais: José Lamônica (Lamônica Associados)Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis01239-010 - São Paulo - SPFone: (11) 3214-1020[[email protected]]

FlorianópolisExecutiva de Contas: Vione Hartmann Corrêa[[email protected]]Executiva de Atendimento: Luana Paula Lermen[[email protected]]Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C -9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SCFone: (48) 3224-4441

Escritórios Regionais

Rio de JaneiroTriunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda.Milla de Souza [[email protected]]Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro20010-020 - Rio de Janeiro - RJFone: (21) 3231-9017BrasíliaJCZ Comunicação Ltda.Ulysses C. B. Cava [[email protected]]SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarialbloco C - conjunto 33070140-907 - Brasília - DFFone: (61) 3322-3391ParanáMerconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda.Ricardo Takiguti [[email protected]]Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 1Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PRFone: (41) 3079-4666Rio Grande do SulAlberto Gomes Camargo [[email protected]]Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu91380-010 - Porto Alegre - RSFone: (51) 3340-9116PernambucoHM Consultoria em Varejo Ltda.Hamilton Marcondes [[email protected]]Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384Minas GeraisSBF RepresentaçõesSérgio Bernardes de Faria [[email protected]]Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

Assinaturas

Serviço de Atendimento ao AssinanteDiretora: Luzia Correa WeissFone: 0800-48-0004[[email protected]]

Produção Gráfica

Impressão e Acabamento: Gráfica Pallotti - Porto AlegreDistribuição: Distribuidora Magazine Express dePublicações Ltda.- São Paulo

Empreendedor.com

http://www.empreendedor.com.br

Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

O impacto das supernovasEmpresas gigantes surgem da noite para o dia e causam impacto nomercado, desencadeando forças empreendedoras para todos os la-dos. Elas nascem grandes e com visibilidade instantânea no univer-so empreendedor. Emitem um brilho único, como os provocados pelaexplosão de supernovas. Quando surgem, geram impacto no merca-do e ajudam a criar um ambiente propício para o desenvolvimentode negócios, atraindo empresas satélites, que atuam como fornece-doras e parceiras na cadeia produtiva, e mão-de-obra com maior qua-lificação.

PG. 22

Marcas do café finoDesde 2000, o segmento de cafés premium cresce, em média, de 15% a20% ao ano no mercado interno, conforme estimativas da Associação Bra-sileira da Indústria do Café (ABIC). O fenômeno puxa a expansão do con-sumo total de cafés no Brasil durante o período, em torno de 5% ao ano,bem acima da taxa média de crescimento anual do consumo no mundo,de 1,5%. E a tendência é os brasileiros tomarem cada vez mais café.

De porta em portaA venda direta é um sistema de comercialização de bens de consumoe serviços baseado no contato pessoal, entre vendedores e comprado-res, fora de um estabelecimento comercial fixo. Praticada sob formasdistintas – pessoa a pessoa, catálogos –, presente em todo o mundo eenvolvendo os mais diversos setores da economia – de produtos delimpeza a automóveis –, se destaca por sua capacidade de expandir-segeograficamente.

PG. 40

O valor da consultoriaConsultores são uma das categorias de empre-endedores que mais crescem em todo o mun-do. São importantes aliados nos negócios, masum empreendedor escolher um profissionalcom destaque no mercado e que ajude a em-presa a resolver os problemas ainda é um de-safio. É preciso saber o que pensam, o quevendem e quanto cobram. Eles se apresentamcomo vencedores num mercado com as mais di-ferentes soluções e estratégias.

PG. 36

IND

EX O

PEN

IND

EX O

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 7

Entrevista: Gilberto Lima Júnior

Empreendedorismodo século 21Um novo conceito de indústria, o cruzamen-to de novas tecnologias com nichos tradici-onais, a imposição da ética nos negócios, anecessidade de trabalhar em sintonia como meio ambiente: nas principais tendênciasdas atividades produtivas deste início deséculo, o Brasil tem chances de criar umacultura competitiva, segundo a análise deGilberto Lima Júnior, consultor da Gerên-cia Geral da ABDI – Agência Brasileira deDesenvolvimento Industrial e coordenadorda Renapi – Rede Nacional de Agentes de Política Industrial.

Janeiro/2007

LEIA TAMBÉM

Cartas .............................................. 9

Empreendedores ............................. 10

Não Durma no Ponto ...................... 20

Pequenas Notáveis ......................... 48

Empreendedor na Internet ............. 82

GUIA DO EMPREENDEDOR ............. 6 9

Produtos e Serviços........................ 70

Leitura ............................................. 72

Análise Econômica .......................... 76

Indicadores ..................................... 77

Agenda ............................................ 78

PG. 14

Perfil: Lígia Ramos

A evolução de um sonhoIrmã do meio de uma família de três filhos,Lígia Ramos morava ao lado da fábrica Têx-til Renaux, onde o pai trabalhava como ope-rário. “Minha brincadeira preferida quan-do criança era fazer roupinhas para as mi-nhas bonecas.” Para chegar à Boby Blues,três estabelecimentos próprios e 16 franqui-as distribuídas pelos Estados de São Paulo,Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,além de 200 lojas multimarcas espalhadaspor todo o país, ela precisou insistir no seusegredo: curiosidade e insatisfação.

PG. 44

Cursos geram franquiasAo se destacar nos cursos da área jurídica, o Grupo Prima criou aEditora Premier, o canal corporativo Unyca e toda a estrutura defranquias. Começou assim: duas advogadas e professoras prepa-ravam recém-formados em Direito para o exame da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB) há 14 anos, em São Paulo. Aos pou-cos, elas contrataram professores e passaram a oferecer cursospreparatórios para concursos públicos, exames profissionais ecarreiras variadas.

PG. 59

Caderno de TI

GRANJA DIGITAL .................... 50Coleta automatizada de dados au-

menta a eficiência no agronegócio.

UPGRADE CRIATIVO .............. 52Novas soluções sobre produtos con-

sagrados dinamizam as oportunida-

des de negócios.

INTERCÂMBIO DETECNOLOGIA........................... 55Dez empresas brasileiras de TI foram

selecionadas para instalar uma repre-

sentação em Portugal.

REDE AUTO-SUSTENTÁVEL ... 54A inclusão digital de pequenas e mé-

dias empresas ganha força no país.

COMPRAS PELO CELULAR .... 53Sistema permite uso de telefones ce-

lulares para realização de compras

acima de R$ 300 de qualquer lugar.

CARLOS PEREIRA

LIO SIMAS

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8 – Empreendedor – Janeiro 2007

de Empreendedorpara Empreendedor

AssinaturasPara assinar a revista Empreendedor ou solicitar

os serviços ao assinante, ligue 0800-48-0004. O

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receba um desconto de 20%, pagando somente

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sexta-feira, das 8 h às 18h30. Se preferir, faça

sua solicitação de assinatura pela internet

(www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail

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São Paulo: (11) 3214-6093

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Recife: (81) 3327-3384

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Reprints EditoriaisÉ possível solicitar reimpressões de reportagens

das revistas da Editora Empreendedor (mínimo

de 1.000 unidades).

InternetAnote nossos endereços na grande rede:

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CorrespondênciaAs cartas para as revistas Empreendedor,

Jovem Empreendedor, Revista do Varejo,

Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de

Franquias, publicações da Editora

Empreendedor, podem ser enviadas para

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92 - Higienópolis - 01239-010 - São Paulo - SP

Rio de Janeiro: Rua São José, 40 - sala 31 - 3º

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Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS

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88015-900 - Centro - Florianópolis - SC

Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 -

conjunto 1 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR

Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE

Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 -

17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 -

Belo Horizonte - MG

Os artigos deverão conter nome completo,

assinatura, telefone e RG do autor, e estarão

sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes

que os editores julgarem necessários.

Editorial

experiência ensina que só existeruptura se houver tradição e só

existe evolução se houver parâmetrossólidos que a sustentem. Essa relaçãode trocas entre o que é conhecido e anovidade faz com que o trabalho hu-mano se aprimore obedecendo aos mo-vimentos cíclicos. Todo passo à frentesó é possível se houver antecedentes.Não se avança de maneira contínua semprestar contas ao que já foi feito. Nãodeve haver mais a ilu-são de que o mundo éum eterno presente e quebasta romper com tudoo que já foi assimilado.

Nos negócios, acon-tece a mesma coisa.Como está destacado naentrevista desta edição,é o cruzamento entre asnovas etapas do conhe-cimento com nichos tra-dicionais que se detec-tam as grandes tendên-cias do empreendedorismo deste sécu-lo. Temos condições de ser competiti-vos nesta fase em que muitas barreirasserão rompidas, mas é preciso evitaras ações erradas que costumam inven-tar décadas perdidas ou perdas suces-sivas de bondes da história. A ciênciaaplicada à indústria, o comércio e osserviços podem nos ajudar a sair daencruzilhada em que nos metemos, com

A uma economia com grande potencialde crescimento e ainda amarrada avelhas estruturas antinegócios.

Precisamos cruzar o que temos demais conhecido com o que existe demais promissor. Damos um exemploconcreto: as marcas de café fino, queenfim conquistam o Brasil. Exporta-dor secular do produto, nosso país aindaestava engatinhando no que os outrosprodutores já sabiam há décadas: que

o aroma e o sabor daqualidade são muitomais rentáveis, em cur-to e longo prazos, doque o imediatismo davenda fácil em cima daprodução preguiçosa.

Oferecer na praça oque temos de melhorimplica empreendedo-rismo dentro dos novosparâmetros competiti-vos: respeito ao meioambiente, foco no con-

sumidor, ética e uso de ferramentasadequadas. Isso é mais do que um pro-jeto, é uma realidade para um mundotodo conectado, com grande capaci-dade de reação quando há algum erro.Não podemos mais nos dar ao luxo deerrar: esta deve ser a convicção nesteano que começa.

Nei Duclós

CedocO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aosinteressados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para maisinformações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo e-mail [email protected].

Cartas para a redaçãoCorrespondências por e-mail devem ser enviadas [email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-cação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescenta-dos o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 9

Cartas

VotosEspero que a revista Empreendedor continue assim, abordando

temas tão interessantes e que dão valiosas dicas para quem abraçou ouquer abraçar a carreira do empreendedorismo. Em 2007, continuare-mos atentos às informações contidas neste veículo raro, que não sedobra a modismos, não se limita a temas recorrentes e consegue umperfeito equilíbrio entre o conteúdo jornalístico e o apoio publicitário.

Pedro Paulo Mackenzie Jr.São Paulo – SP

Aproveito o início do ano novo para desejar muito sucesso a toda aequipe desta revista, composta de tantos talentos. É difícil enfocar omundo dos negócios sem cair no lugar-comum. E é o que vocês con-seguem. Parabéns. Um bom exemplo desse trabalho foi a edição definal do ano. Lá temos a trajetória de dez pessoas que têm valiosaslições para transmitir. E vocês conseguiram nos trazer a síntese dessasatuações, que nos enchem de esperança e de orgulho.

Antonio Cintra Bon JoviCuritiba – PR

Jóias das estrelasFiquei muito impressionada com o perfil de

Pedro Brando, o joalheiro que conquistou asestrelas de Hollywood. Ele conseguiu vencer fa-zendo o que gosta, inspirado nas paisagens doseu país e estimulado pelas pessoas que o cer-cam. É um exemplo de como obter sucessosem renegar a família ou o país e, ao mesmotempo, sem se conformar com os limites im-postos pelo nascimento e a formação.

Marilia Veiga AlbernattiPorto Alegre – RS

ERRATAPor um lamentável equívoco, o perfil deValentina Caram, publicado na edição número146, de dezembro, da revista Empreendedor,saiu com o crédito errado. A autora do perfil éa jornalista Camila Stähelin.

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Empreendedores

10 – Empreendedor – Janeiro 2007

Silvia Schaefer Tavares

Projeto especialConhecida por desenvolver há duas

décadas um trabalho de inclusão depacientes especiais, a dentista SilviaSchaefer Tavares inaugurou um con-sultório odontológico totalmente adap-tado às necessidades deste público.Projetado com o auxílio da arquitetaBeatriz Leite, Silvia idealizou um espa-ço de atendimento totalmente dimensio-nado, com portas grandes, corredoreslargos e salas amplas. “Fizemos tudomuito bem pensado para garantir o má-ximo de conforto e facilitar os deslo-camentos internos e o atendimento depacientes com dificuldades motoras, atémesmo na própria cadeira de rodas ouna maca, quando a situação exigir”, dizSilvia. A dentista também pensou emdetalhes do mobiliário, como louças sa-nitárias com altura específica, barrasde apoio, modelo de lavatório própriopara o encaixe da cadeira de rodas etorneiras especiais, e também nas con-dições de atendimento. “Para evitar acontaminação do ambiente, aplicamosum piso de porcelanato com baixo co-eficiente de absorção, assim como atinta das paredes. As portas não têmdetalhes, e as luminárias são fechadas,para evitar acúmulo de poeira.”

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Sileni de Arruda Rolla

Toque socialPela primeira vez em quase 50

anos de história, o Clube Painei-ras do Morumby, um dos mais tra-dicionais da sociedade paulistana,elegeu uma mulher para a sua pre-sidência: a socióloga Sileni de Ar-ruda Rolla, que iniciou um novomodelo de gestão com foco no as-sociado. “Hoje, contamos comcerca de 20 mil sócios, e paraatender um contingente tão gran-

de de pessoas de maneira produti-va, vamos realizar pesquisas em to-dos os departamentos e uma avalia-ção da qualidade dos serviços ofe-recidos no clube para implantarcondutas de trabalho que valorizemo sócio.” Para Sileni, o grande de-safio será mudar a imagem que aspessoas têm dos clubes em geral,além de trabalhar o lado da respon-sabilidade social. “Vamos procurar

parcerias, inclusive com o PoderPúblico, para nos transformarmosem agentes de inclusão social.”Entre as atividades já definidaspor Sileni, está a realização de gin-canas, envolvendo as crianças,para a arrecadação de alimentos eroupas. “Queremos desde cedoque nossas crianças aprendam aimportância da solidariedade.”www.clubepaineiras.com.br

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 11

Tina Laus e Beatriz Rebello

Novas roupagensReconhecidas pela precisão e pelo capricho de seus projetos re-

sidenciais e de escritórios, as arquitetas Tina Laus e Beatriz Rebelloagora inovam em técnicas para conquistar um novo filão da arquite-tura: a concepção inteligente de espaços comerciais. Um dos casesdo portfólio das arquitetas é o projeto da boutique feminina Coloritá,onde priorizaram o conforto através de uma ambientação clean esegmentaram a loja em espaços funcionais, como o Espaço do Café(com TV de plasma e frigobar para os homens aguardarem suasesposas durante as compras) e a Sala dos Provadores (que propor-ciona às clientes privacidade total). Outro toque dado pelas arquitetasfoi a iluminação direta nas araras, que destaca as roupas expostas emelhora a visualização das peças, e a concepção das vitrines, queprivilegia o espaço de desenho irregular no qual a loja foi instalada.Para a dupla, o espaço comercial deve seduzir o consumidor e fazerdo ato de comprar uma experiência prazerosa. “É importante estabe-lecer uma relação estreita com o cliente, pois foi-se a época em que aspessoas só se contentavam em comprar; hoje, elas querem mais, que-rem ser envolvidas.” [email protected]

Marcelo Rocha

Biquínis de exportaçãoA Nana Carana, grife de moda praia do

jovem empresário Marcelo Rocha, começa adespontar no mercado internacional de biquí-nis da Austrália e da Itália. Com peças quemisturam cores vibrantes, modelagem e cor-tes exclusivos, Marcelo aposta no Light, umtecido diferente da lycra convencional, alémde aplicações de strass, crochês, sedas, tri-colines e rendas. A grife, que fez um estudorigoroso para adaptar as peças de acordo comas modelagens internacionais sem deixar delado a sensualidade característica do biquínifeito no Brasil, criou uma coleção especial parao mercado de Nápoles e já vendeu mais demil peças no mercado australiano. O próximopasso, segundo Marcelo, é repetir o feito nosEstados Unidos, mercado que aprecia a modapraia com um toque brasileiro, mas que é maisexigente que a média. “Além das diferençasno corte, também investimos nas cores e emestampas, dando destaque para temas florais,camuflados, com borboletas e serpentes, alémde motivos com inspiração africana”.www.nanacarana.com.br

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Empreendedores

12 – Empreendedor – Janeiro 2007

Marcos Sebben

Talento premiadoO designer Marcos Sebben foi um

dos grandes vencedores da última edi-ção do iF Design Awards, que premiaos melhores profissionais do setor nomundo. O júri, baseado na Alemanha,avaliou mais de dois mil projetos ins-critos por profissionais de 35 países.O Brasil ganhou com 19 projetos, sen-do três deles criados pela Design In-verso, empresa da qual Marcos fazparte. O escritório acumula os tro-féus Abre, Abiplast, Museu da CasaBrasileira, Talentos Empreendedoresdo Sebrae, WPO e agora o iF Design.No portfólio de clientes, destacam-se empresas como Laboratório Cata-rinense, Amanco, Bretzke, Montana,Wanke, FGM e Rudnick.www.designinverso.com.br

Aragão de Mattos Leão Neto

Novos artistasApós trabalhar nos empreendimentos de sua família,

que se dedica ao agronegócio, o paranaense Aragão deMattos Leão Neto decidiu mudar totalmente de ramo epassou a atuar como investidor de grandes shows musi-cais e também no apoio de novos talentos da música po-pular. Em sua casa de shows, localizada em Guarapuava(PR), Aragão sempre leva artistas que estão começando acarreira musical, mas com estilo do gosto de seu público-alvo, que prioriza coisas como axé e sertanejo. Em poucomais de um ano de atividades, Aragão já co-produziu dezgrandes eventos com artistas de renome internacional eque reuniram mais de 150 mil pessoas. Apesar de jovem,Aragão é conhecido no meio de shows por sua visibilida-de e “faro” para a escolha dos locais e cantores, e sabeque planejamento é fundamental para um ramo tão instá-vel. “Temos, sempre, que fazer o melhor para que abso-lutamente nada dê errado e para que o público fique satis-feito.” [email protected]

MA

FIA

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S

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 13

Peter Hammer

Na ponta da faca

Fernanda e Mônica de Brito

Ponte da modaAs empresárias Fernanda (foto) e

Mônica de Brito resolveram ser a pon-te entre Bali e o Brasil, e passaram ainvestir em moda oriental. Depois deuma viagem de passeio à Indonésia,há 13 anos, as duas irmãs tornaram-se empreendedoras e hoje comercia-lizam, nas quatro lojas da rede Via Bali,produtos que trazem da Ásia para re-vender no Brasil. O toque especial dosartigos, principalmente das roupas,está nos desenhos das peças, que sãocriadas com base nas preferências enos padrões nacionais. Para garantira variedade de produtos e renovar osestoques, Fernanda passa pelo me-nos dois meses por ano em Bali, ondeescolhe e compra milhares de metrosde tecidos e trabalha pessoalmente notrabalho de personalização, que en-volve os processos de pigmentação,cortes, bordados e aplicações. “Fa-zemos tudo o que é possível paragarantir peças de roupas exclusivasno mercado nacional”, diz. As irmãsBrito também comercializam acessó-rios, artesanatos, utilidades domésti-cas, objetos de decoração e obras dearte locais, e também criam artigosde moda masculinos. “Apesar de aloja ser direcionada ao público femi-nino, muitos homens apreciam a arteda Indonésia, então decidimos fazercamisetas para quem quer um estilocasual sem deixar de ser fashion.”www.viabali.com.br

Rodrigo Romariz

Gestão de marcaseletrônica, além de todas as demandasespecíficas em design. Para Romariz,a marca ideal vai muito além da identi-ficação de um negócio. “A empresa quepossui um sistema de design claro eobjetivo, seja em sua linha de produ-tos, seja no material impresso com quese relaciona com seu público-alvo,transmite uma imagem de empresaavançada e de alto padrão organizacio-nal.” Uma boa identidade visual, segun-do o jovem empresário, pode desenca-dear estímulos visuais, que afetam tantoas vendas quanto a própria empresa.www.s1gular.com.br

Com quase duas décadas de dedi-cação à arte da cutelaria, Peter Ham-mer tornou-se conhecido por ser o pri-meiro profissional a criar facas espe-ciais e também por dedicar-se à for-mação de novos profissionais, comoas cuteleiras Marina Farão e SilvanaMouzinho (consideradas as únicasmulheres a atuarem neste ramo). Alémdos trabalhos realizados para a ForçaAérea Brasileira e também para pro-duções cinematográficas e televisivas,Peter Hammer assina a nova coleçãode produtos da Corneta, empresa com220 anos de tradição na Europa queretorna ao mercado brasileiro. Um dos

destaques da nova linha é a faca Wo-tan, forjada em uma única peça de aço.Própria para caça ou defesa, a facaWotan tem como diferencial o trata-mento térmico – têmpera – que con-fere dureza de 57 a 58 pontos na es-cala Rockwell. Outros detalhes con-cebidos por Hammer neste novo pro-duto são a empunhadura de borrachasintética Kraton (que garante firmezano manejo mesmo quando a faca estáumedecida) e a proteção anticorrosi-va, elaborada com uma camada deresina epóxi negra fosca que a isolada umidade do ar. www.cornetacutelaria.com.br

“Marca não é o que você diz ser, esim o que os outros dizem.” Com baseneste ponto de vista – e também emsintonia com as estatísticas, que apon-tam que cada real investido em designgera outros cinco em lucro –, o em-presário Rodrigo Romariz aproveitouseus conhecimentos em Arquitetura eDireção de Arte para fundar e gerir aSingular, empresa especializada em de-sign voltado para criação e gestão demarcas. Entre os serviços prestadospelo escritório, estão os projetos de ar-quitetura comercial, criação de proje-tos editoriais, promocionais e de mídia

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14 – Empreendedor – Janeiro 2007

Janelas donovo mundoBiotecnologia, informática, nanotecnologia,meio ambiente, responsabilidade social:o Brasil tem chances de ser competitivo noempreendedorismo do novo século

Entrevista Gilberto Lima Júnior

por Camila Stähelin

Um novo conceito de indústria, ocruzamento de novas tecnologias comnichos tradicionais, a imposição da éti-ca nos negócios, a necessidade de tra-balhar em sintonia com o meio ambien-te: nas principais tendências das ativi-dades produtivas deste início de século,o Brasil tem chances de criar uma cul-tura competitiva, segundo a análise deGilberto Lima Júnior. Formado em Ad-ministração com habilitação em Comér-cio Exterior e pós-graduado em Gestãoda Tecnologia da Informação pela Uni-versidade de Brasília, Lima foi o criadordo primeiro consórcio de exportação desoftware no país, intitulado Brains – Bra-zilian Intelligence in Software. Partici-pou da elaboração do Programa Brasi-leiro de Exportação de Software da Sof-tex – Associação para Promoção da Ex-celência do Software Brasileiro em par-ceria com a APEX-Brasil – Agência dePromoção de Exportação e Investimen-tos do Brasil, programa esse que inclui104 empresas brasileiras.

Lima atuou como consultor de em-presas em Brasília/DF, Espírito Santo,São Paulo e Goiás. É consultor da Ge-rência Geral da ABDI – Agência Brasi-leira de Desenvolvimento Industrial e co-ordenador da Renapi – Rede Nacionalde Agentes de Política Industrial, que jáformou cerca de 2 mil agentes em dezcidades do país.

Empreendedor – Que nichos seto-riais da indústria brasileira podemapresentar oportunidades paraempreender?

Gilberto Lima Júnior – O concei-to do que é indústria atualmente preci-sa ser revisto. A idéia de que a indústriasão fábricas, com equipamentos, má-quinas, no conceito tradicional, nãocabe mais no mundo do século XXI.O melhor exemplo que podemos darsobre isso é a indústria da tecnologiada informação. Uma amazon.com nãotem a forma de indústria tradicional. Éextraordinariamente virtual, com um fa-

FOTOS CARLOS PEREIRA

Page 15: Empreendedor 147

Janeiro 2007 – Empreendedor – 15

turamento anual muito superior a ou-tras empresas tradicionais, algumasdelas até seculares.

Quando tratamos das janelas deoportunidade para empreender em seg-mentos da indústria, precisamos per-guntar: as chances estão nos segmen-tos que dizem respeito aos chamadossetores estratégicos da política indus-trial brasileira ou aos setores portado-res de futuro? E que setores são es-ses? Nós estamos falando da Tecnolo-gia da Informação e da Comunicação(TIC), microeletrônica, com ênfase emsemicondutores, fármacos – é irracio-nal que o Brasil tenha, ao mesmo tem-po, uma das maiores biodiversidadesdo mundo e um rombo de balança naárea de fármacos –, e também o seg-mento de bens de capital. Quando vocêfala na área de portadores de futuro,nós estamos analisando biotecnologia– e aí eu volto a falar do setor de fár-macos, a biotecnologia aplicada à in-dústria farmacêutica é um nicho extra-ordinário a ser explorado no Brasil.

E também me refiro à nanotecnolo-gia. O mundo inteiro está vivendo ummomento de mesma oportunidade. OBrasil não está atrás de ninguém no quediz respeito ao que virá através da na-notecnologia, que é o desenvolvimento,a inovação de produtos trabalhando naestrutura da matéria. Quando se fala emum nano, estou falando em um bilioné-simo do metro. No mundo, hoje, o de-senvolvimento da nanotecnologia estátão avançado que já tem experiência, in-clusive no Brasil, na ordem de 100, 200nanos. Significa que nós estamos tra-balhando cem bilhões de vezes a menosno metro. Um exemplo claro, um teci-do inteligente nanotecnológico. O teci-do passa por uma nova revolução, umareinvenção a partir da nanotecnologia.

Num curtíssimo espaço de tempo,os nossos netos, por exemplo, certamen-te vão rir de nós e vão nos questionarpor que razão nós gastávamos bilhõesde litros d’água do planeta para lavarroupas, já que um tecido nanotecnoló-gico não suja, nem assimila sudorese e

Inovação significamaneiras diferentesde fazer coisas quesempre se fizeram,

podendo terresultados melhores

não precisa passar. Você aplica nano-tecnologia na área de tintas e conseguecarros que não precisam ser lavados enão arranham. Caso ocorra um arranhãona lata, a tinta se recompõe na sua fren-te. Na indústria de fármacos, nanocáp-sulas vão permitir o depósito da medi-cação nas células que estão prejudica-das. É uma reinvenção do processo in-dustrial. Para confundir um pouco, va-mos imaginar o que seria a mistura dis-so tudo: a bionanoinformática. Existemanálises dos padrões bioquímicos docorpo feitas por sistema de informática

que podem ser introduzidos no organis-mo e controlados.

Empreendedor – Qual deve ser apostura dos empreendedores dian-te dessas mudanças?

Lima Júnior – Os novos empreen-dedores devem entender o que é cadauma dessas tecnologias e quais camposde aplicação, quais processos essas tec-nologias podem favorecer. Isso abre ummundo novo para o empreendedor. Écurioso imaginar que talvez, numa or-dem máxima de 50 anos, 70% das coi-sas que serão importantes para o mun-do ainda não foram inventadas. E isso éo que eu chamo, numa visão industrial,de nicho de oportunidades. Mas o gran-

de nicho não é este ou aquele segmen-to, mas a postura de inovação que o em-preendedor precisa assumir no proces-so de liderança da indústria brasileira.

A inovação é um conceito, algumasvezes muito abstrato, e em outras, con-fundido como algo extraordinário, ain-da mais no mundo da tecnologia. Mas ainovação são maneiras diferentes de fa-zer coisas que sempre se fizeram, po-dendo ter resultados melhores. E a ino-vação, se não estiver a serviço da vida,também não faz sentido. O empreende-dor do século XXI jamais poderá aban-donar a questão ética. Porque a tecno-logia em si não é boa nem ruim. É igualà energia elétrica, se bem aplicada, elate dá a luz de uma lâmpada, se mal apli-cada, ela te dá uma bomba nuclear.

O empreendedorismo social, paramim, é indiscutivelmente um segmentoque permeia qualquer setor da indústria.O ecoempreendedorismo hoje é umapostura independente de qualquer seg-mento em que a indústria atue. É preci-so ter a sensibilidade das oportunidadesque afetem as questões ambientais. Aomesmo tempo, não se deve enxergar issosó como oportunismo, mas como umareflexão humana de coexistência.

Empreendedor – Já existem proje-tos para vencer essas dificuldades?

Lima Júnior – A Universidade Fe-deral do Pará apóia um projeto inte-ressantíssimo de uma empresa cha-mada Flora Gás. Eles inovaram, fo-ram buscar tecnologia na Índia e con-seguiram desenvolver uma máquinaem que a população que mora dentroda floresta isolada pega resíduos domato, o resto do açaí, a casca da se-mente, galhos, enfim, biomassa e geraprocessado de gás, que alimenta omotor e gera energia pra casa. Umamáquina como essa é capaz de gerarenergia para toda uma comunidade.

O empreendedor precisa atentarpara a questão das energias renováveise da biomassa. Essa área pode colocaro país como uma matriz energéticamundial. No Acre, eles já desenvolve-

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16 – Empreendedor – Janeiro 2007

Entrevista Gilberto Lima Júnior

ram um projeto premiado de um fogãoa lenha que é altamente renovador.Quem usa fogão a lenha enfrenta umproblema de saúde, causado pela inala-ção da fuligem. Eles desenvolveram umfogão em que a tampa, nas quais aspanelas são postas em cima, isola eabsorve toda a fuligem, que não se pul-veriza no ambiente. Além disso, todo ovapor do cozimento da comida é cana-lizado para uma minicaldeira que ali-menta baterias. Se forem quatro horasde cozimento, por exemplo, são acu-mulados quatro horas de baterias quealimentam a casa com energia elétrica.

Se, por um lado, nós estamos falan-do de inovação com enfoque na nano-tecnologia, na bioinformática, na biotec-nologia, por outro lado, nós estamos fa-lando na simplicidade de reinventar, decriar novas aplicações diferenciadas parao que já existe, gerando grande benefí-cio para toda a sociedade. A visão doempreendedor, independente de qual sejao seu nicho de atuação, se comércio va-rejista, se segmento industrial ou seg-mento de serviços, o mais importante éque ele adicione ao modelo mental deleas questões que envolvam a inovação.

Empreendedor – Na prática, comoestão sendo os investimentos nes-sas áreas específicas da indústria?

Lima Júnior – Quando se fala emdesenvolvimento industrial no Brasil, épreciso fazer uma referência histórica.Se o Brasil tem indústria hoje e existeum emprego industrial, é porque essaindústria foi construída no período dosanos 1950, 60 e 70. Nesse período, opaís tinha uma política industrial e, porconta disso, programas estratégicosdefinidos. Não por acaso, são desse pe-ríodo o Programa Nacional de Siderur-gia, o Programa Nacional de Petróleo,que faz com que hoje sejamos autôno-mos, a área de Telecomunicações e aindústria aeronáutica, que nos possibi-litou uma Embraer, por exemplo. Issotudo foi construído naquele período.Depois de levar três décadas constru-

indo a indústria brasileira, diretamenteorientada e conduzida pela ação gover-namental, entram os anos 1980, quan-do há é uma saída do governo desseprocesso indutor do desenvolvimento.Os empresários queriam uma certa au-tonomia, achavam que, por uma heran-ça militar, o governo sempre tinha umapostura muito integracionista, e come-çaram a não querer mais o governoparticipando do processo de mercado,já que, a partir de então, a indústria es-tava constituída.

Acontece que os governos se escon-deram atrás dessa realidade e ficarammais quase 30 anos, dos anos 80 a 2004,sem uma visão de política industrial. Aausência do governo na indução do de-senvolvimento via uma política indus-trial colocou o país numa situação mui-to crítica, sobretudo quando começa,nos anos 90, o grande impacto da glo-balização econômica. Então, nós vive-mos situações complicadas. De repen-te, se abriu a economia, e muitos nãoestavam preparados para essa competi-ção, porque alguns setores do Brasil ti-nham reservas de mercado, como era ocaso da informática, da automobilísti-ca, que, realmente, era muito defasada.Houve muitos benefícios, mas tambémessa coisa não foi muito bem planejada.O impacto para o empreendedor brasi-leiro foi muito ruim.

Os anos 90 trazem uma única boanovidade em termos de governo orien-tando o processo de desenvolvimento,que foi o Programa Brasileiro de Quali-dade e Produtividade (PBQP), que trou-xe um conceito de um choque de ges-tão pela qualidade total. Os modelos ja-poneses, que demoraram, finalmentechegaram por aqui. Mas isso ainda nãopode ser caracterizado como uma polí-tica industrial. Somente no ano 2004,quando os empresários perceberam ogrande aperto que estavam sofrendocom a competição global, é que eles,então, reivindicam a volta de uma polí-tica industrial e, em conjunto com o go-verno brasileiro, escrevem uma nova

política para o país chamada PolíticaIndustrial Tecnológica e de ComércioExterior (PITCE), lançada em março.

A ABDI é criada em dezembro de2004, para que o país retome seus áu-reos tempos de desenvolvimento. Maso governo fala que não adianta ter maisuma política industrial dos anos 50, 60e 70. Os desafios que os novos indus-triais têm para encarar são terrivelmen-te diferentes e muito mais complexosem uma economia globalizada. A inva-são de produtos asiáticos, quebrandosegmentos da indústria nacional, e aconcorrência com países de alta tecno-logia de ponta nos fizeram resgatar esse

período da história e ter uma política in-dustrial diferenciada, com ênfase nesseaspecto de que ela é tecnológica e decomércio exterior.

“Ah, mas eu não penso em exportaro meu produto”; mas se você não seadequar para uma competição global,não terá capacidade de defender o seupróprio quintal, o seu próprio mercado.Os modelos de gestão, de empreenderum negócio hoje, precisam respeitaresse princípio globalizado que a econo-mia mundial atingiu e que atinge o Brasildiretamente. É daí que a ABDI começa

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a estruturar seus programas e criar in-terfaces com os setores da indústria paraque entendam todo o impacto dessasmudanças. Ela vai atuar rápida e forte-mente na desoneração de algumas ca-deias produtivas, na medida em que eladefiniu os setores prioritários: software,microeletrônica, fármacos, bens de ca-pital, portadores de futuro (biotecnolo-gia, biomassa, energias renováveis e na-notecnologia).

Por exemplo, o software, é impos-sível imaginá-lo como uma indústria iso-lada. Ele, além de ser uma nova indús-tria da economia limpa do século XXI,impacta em todas as cadeias produtivas,

na moveleira, na calçadista, na farma-cêutica. Todo mundo tem o impacto dosoftware. No modelo de gestão, no pro-cesso produtivo, na forma de inovar ediferenciar produtos. Outro exemplo:como a biotecnologia impacta a indús-tria de cosméticos? Então, é preciso fa-zer a transversalidade desses setores pri-oritários com essa necessidade de ino-vação que tem a indústria tradicional.

Eu não consigo enxergar que estassão questões reduzidas a este ou aquelesetor. Um mesmo segmento, um mes-mo nicho de atuação, dois concorren-

tes. Um tem postura empreendedora, ooutro não tem, o que vai fazer a dife-rença é realmente essa postura. Nãoconsigo visualizar tanto pelo “o que sefaz”, mas “como se faz”.

O governo tanto está investindo, quehoje esses setores prioritários são par-tes essenciais dessa política de desen-volvimento industrial, no resgate de 30anos. O governo está estruturando pro-gramas nessas áreas, e o contato com aABDI é muito importante para aquelesque têm interesse específico de se apro-fundar nesse tema, têm oportunidade deentender melhor e perceber suas formasde atuação.

Empreendedor – Entender esse pro-cesso ajudará o Brasil a ocupar umlugar identificável e competitivo emescala global?

Lima Júnior – Você pode identifi-car, por exemplo, no segmento de ener-gias renováveis, uma das melhores opor-tunidades de o Brasil dar um salto quân-tico na corrida da competição global. Aquestão dos recursos naturais e do meioambiente está sintonizada com a próprianecessidade do estabelecimento da pazmundial. Há um segmento hoje no mundoque chega a ser um absurdo. Um exem-plo: 30% de toda a produção de grãosdo planeta é destinada ao consumo deanimais, como ração. É paradoxal quegrande parte desses alimentos sejam pro-duzidos na África. O que se conclama éuma nova ordem econômica mundial,uma visão de equilíbrio social maior.

Fico preocupado um pouco quandose vê essa realidade do empreendedo-rismo social, do ecoempreendedorismocom uma visão estrita de oportunidadepara negócios. Elas trazem em si gigan-tescas oportunidades de negócios, maso aspecto do compromisso com a pró-pria existência humana, com a prospe-ridade do planeta de forma mais equili-brada, mais balanceada, deveria ser umapostura natural do empreendedor do sé-culo XXI. Se é verdade que no mundoantigo a lógica era competir e no novo é

cooperar; se é verdade que o paradigmaantigo de um líder era aquele que con-trolava e exigia, e o novo perfil de umlíder é aquele que facilita e que buscacontribuir também para ter a contribui-ção; se é verdade que nós estamos ob-servando que há uma ascensão extraor-dinária da presença da mulher na lide-rança dos negócios; se é verdade queos segmentos coorporativos estão per-mitindo refletir um pouco mais a pró-pria questão religiosa e filosófica; en-tão, é preciso ter uma visão diferente.

Há exemplos de empresas multina-cionais bilionárias que hoje mantêm prá-tica de meditação, de massagem tera-pêutica, ginástica laboral. Se é verdadeque nós estamos percebendo que há essecaminho, é também verdade que nós te-mos que enxergar, ao mesmo tempo,uma mudança de consciência. As coi-sas só estão ocorrendo como nichos deoportunidade, porque existe uma neces-sidade de repensar da vida humana. Opróprio modelo do capital está migran-do para uma visão do capital social, lite-ralmente. De um capital humanizado,que permite que esse tempo de reflexãoé o que vai evitar que verdadeiras frau-des milionárias continuem acontecendono planeta. Há casos de escândalos en-volvendo corporações em que os exe-cutivos deram jeito de maquiar os seusbalanços pra poder com isso ganhar di-nheiro e uma participação maior no ne-gócio. Em detrimento de uma corpora-ção gigantesca que, quando quebrou, ge-rou um caos social de problemas de de-sempregos, quebra de fornecedores. Échegada a hora de repensar essa éticaempreendedora, empresarial.

Empreendedor – O senhor acreditaque essa mudança de consciência épossível em larga escala?

Lima Júnior – Não é uma questãode crença e, sim, de números de comose podem apresentar as vantagens deser ético. O empreendedor do novoséculo tem que conduzir as suas inici-ativas dentro da ética. As empresas de

O segmento deenergias renováveisé uma oportunidadepara o Brasil dar um

salto quântico nacompetição global

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18 – Empreendedor – Janeiro 2007

responsabilidade social se destacam,por exemplo, no mercado norte-ame-ricano. Enquanto, em média, as empre-sas tradicionais que não adotam um pro-grama de valorização de responsabili-dade social têm uma valorização embolsa de valores na ordem de 35% a40%, as empresas que abraçam a res-ponsabilidade social chegam a atingiraté 100%, 130%. Significa que, cadavez mais, há consciência do próprioconsumidor em relação a exigir um pro-duto que não agrida o meio ambiente,que não utilize uma mão-de-obra es-crava ou infantil, à medida que há a no-ção do consumo responsável – quecresce muito fortemente no mundo eno Brasil começa a chegar com muitaênfase –, notoriamente aquele produtopassa a ter uma prioridade por parte doconsumidor consciente.

Hoje, já se tem uma sensibilizaçãomuito mais forte sobre a qualidade nu-tricional de um alimento, por exemplo.O Brasil tem uma outra grande janela deoportunidade na área do agronegócio,que são os alimentos orgânicos. A pre-sença do país na feira mundial de ali-mentos orgânicos, na Alemanha, mos-trou que não só nós somos um dosmaiores países de produção agrícola,como agora temos, sim, oportunidadede, em vez de falar em produtos trans-gênicos, falar em produtos orgânicos,porque o mundo está valorizando umaqualidade de vida melhor. Eu acreditodefinitivamente que sim, e isto está sereproduzindo no consumo responsável,na exigência de uma postura de respeitoà vida humana da parte de quem pro-duz, de quem industrializa.

Casos interessantíssimos, como aadoção dos princípios do Protocolo deKyoto, estão permitindo, por exemplo,que empresas como a Sadia enfrentemas dificuldades na relação com os for-necedores de suínos. Os dejetos des-ses animais estavam se alastrando pararios, lagos e gerando para a Sadia pro-blemas judiciais e ambientais muito sé-rios. A empresa contratou consultoriana área ambiental, que agora está trans-

formando esses dejetos, via biodiges-tores, em dinheiro, a partir de créditode carbono. É, sim, um bom negócioser ecologicamente correto, e as em-presas vêm colhendo resultados em pro-gramas de responsabilidade social. Eunão consigo acreditar que o desenvol-vimento industrial no Brasil vá saltar nosmoldes que já saltaram outros paísesno século passado, para atingirem seuapogeu na base do polua se puder, façao que quiser, porque as regras mundi-ais, atualmente, nos impõem algumasexigências para que esse nosso desen-volvimento seja comparável às exigên-cias de um novo mundo.

Empreendedor – Tem como fiscali-zar isso num país da dimensão doBrasil?

Lima Júnior – A pequena empresano país é quem gera o maior número deempregos. A partir de algumas iniciati-vas do governo que estão sendo toma-das, como a Lei Geral aprovada recen-temente, que, certamente, terá um ex-celente impacto na sociedade, essas em-presas tendem a ter um impulso maior.A última pesquisa do Gem sobre em-preendedorismo no Brasil constatou setemilhões de empreendedores por opor-tunidade contra seis milhões por neces-sidade. O que a gente percebe é que cadavez mais se impõe o modelo de lidar coma pequena empresa, através dessas ini-ciativas do governo, mas também pelareestruturação dessas pequenas empre-sas em torno de consórcios, cooperati-vas ou mesmo de Arranjos ProdutivosLocais (APLs). Sem essas estruturações,que são uma tendência, elas não conse-guem isoladamente ter o mesmo fôlegode competição para atingir qualidade,uma exigência ambiental.

Muitas vezes, a empresa não cum-pre sua responsabilidade social ou am-biental porque não possui sozinha umaestrutura para fazer jus a isso. Se, poroutro lado, o modelo de desenvolvimentodo país está encontrando uma basemuito sólida no processo associativista,também já estão sendo mais fáceis as

linhas de apoio e os recursos do gover-no, e todo o trabalho que desenvolvemas federações de indústrias, o Sebrae eoutras entidades levam esses conceitospara o bojo dessas ações cooperadas,dos arranjos produtivos, de forma queas empresas percebam a agregação devalor que elas podem ter com essa novapostura. E, nesse sentido, sim, quantomenos necessidade de fiscalização, na-turalmente será melhor. Mas será maisfácil conscientizar estando em grupo.

Empreendedor – Como a Renapi(Rede Nacional dos Agentes dePolítica Industrial) contribui nes-se sentido?

Lima Júnior – É uma rede ideali-zada, estruturada e coordenada pelaABDI, e já tem uma verdadeira históriaempreendedora. Nós começamos a de-sonerar várias cadeias produtivas. A leido bem, por exemplo, que desonerou aindústria eletroeletrônica, de bens de ca-pital. Criamos esses programas estra-tégicos para estruturar e permear as ca-deias produtivas.

De repente, nós percebemos o se-guinte: não basta a gente, do ponto devista governamental, gerar simplesmenteos benefícios de desoneração. É preci-

Entrevista Gilberto Lima Júnior

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Linha Direta

Gilberto Lima Jú[email protected]

so que se chegue ao conhecimento dapequena empresa, lá na ponta dos mu-nicípios deste gigantesco país, que é pra-ticamente um continente, com diferen-ças absurdas. Percebemos que tambémera necessária uma mudança de culturana qual o tema desenvolvimento indus-trial efetivamente acontecesse, que nãoé em Brasília. Apoiados pela Cepal (Co-missão Econômica para a América Lati-na e o Caribe), refletimos uma necessi-dade de disseminar uma cultura de de-senvolvimento industrial, de inovação.E, finalmente, idealizamos uma capaci-tação como essa que vem acontecendodesde o mês de março, com dois diasde evento tratando de inovação e desen-

volvimento, que já foi realizada em dozeEstados diferentes.

O enfoque dessa iniciativa, que jápossui 2.500 agentes formados dentrodo conceito de política industrial, émostrar que o governo brasileiro dis-põe de mais de 180 linhas de recursospara apoiar o desenvolvimento indus-trial de inovação e, naturalmente, queninguém conhece. Nós fizemos um tra-balho minucioso e juntamos todas es-sas centenas de linhas em um guia ele-trônico, entregue num CD aos partici-pantes das capacitações. O paradoxo

da realidade empreendedora brasileiraé que se, por um lado, as empresas e oEstado garantem essas linhas de crédi-to, por outro elas as desconhecem. Se,por um lado, sem apoio e recursos nãoé possível competir, inovar, por outrolado, é contrastante perceber que so-bram muitos recursos nas instânciasgovernamentais por falta de projetos.

Empreendedor – Será que não exis-te uma burocracia excessiva parase ter acesso a esses financiamen-tos?

Lima Júnior – Em determinadaslinhas, sem dúvida alguma. Mas não po-deria concordar que essa realidade sejadominante em 180 linhas de crédito dis-poníveis. Há, por exemplo, linhas derecursos não reembolsáveis, mas quevão exigir certas contrapartidas, é cla-ro. Existem outras com taxas extrema-mente interessantes e atraentes, outrascom taxas não tão adequadas, que es-tamos tentando melhorar. Mas o fato éque há um escopo de linhas com umgigantesco volume de recursos sobran-do todos os anos, efetivamente. E nãonecessariamente porque há uma buro-cracia na sua busca. O que há é umafalta absoluta e completa de informa-ção, um verdadeiro desconhecimento.Muitas vezes, o empresário, indepen-dente de pequeno, médio ou grande, seesconde nesse automatismo de dizer“dinheiro vindo de governo é compli-cado”. O empresário se tornou um bi-cho desconfiado da figura de governo.Como o governo se ausentou quase 30anos de um processo de indução, o em-presário teve que se virar sozinho. Eletem um sócio muito difícil chamado go-verno, que é muito prático no proces-so de arrecadar, mas nem sempre é tãoprático no processo de apoiar. Mas essamentalidade precisa ser alterada, urgen-temente, porque aqueles que já muda-ram a forma de pensar hoje estão secandidatando a editais, estão participan-do de projetos, aprendendo a escreverprojetos e os candidatando para a bus-ca do recurso de que precisam. Esta-

mos divulgando os recursos que exis-tem e como podem ser utilizados. Nãotenho dúvida de que crédito é, indiscu-tivelmente, um fator diferencial com-petitivo, e temos que romper com arealidade paradoxal de haver demandapor crédito e crédito sobrando nas ins-tâncias do governo.

O empreendedor no Brasil ainda nãotem, por parte da grande sociedade, oreconhecimento merecido. Cada donode padaria, drogaria, mercadinho da es-quina mereceria um busto em praça pú-blica. Porque ele é um ser que trabalhaespecialmente motivado pela sua fé,porque ninguém garante de forma ne-nhuma que, ao final do mês, aqueles40, 50 fornecedores de quem o mer-cadinho compra vão ter a sua duplica-ta quitada por ele, porque deu conta devender todas aquelas mercadorias. Nin-guém garante que ele vai vender, que aenergia elétrica, remuneração da mão-de-obra, encargos sociais e tributári-os, que vai atingir o faturamento ne-cessário no final do mês para cobrirtudo isso. É claro que não acredito queempreender seja algo intangível, no sen-tido da subjetividade. Há metodologiasde como empreender, ter um plano denegócios, ser competitivo, isso tudoexiste. Mas o que está por trás do em-preendedor é quase intangível, é a ca-pacidade de acreditar no invisível, deadentrar terrenos nunca antes explora-dos, de não ter medo do desconheci-do. É essa postura mental do empre-endedor brasileiro, atrelada a essa vi-são de busca de novos nichos, de per-ceber as gigantescas oportunidades des-sas novas janelas, mas também da pos-tura ambiental, da responsabilidade so-cial e da ética que vão dar para ele umatecnologia interna capaz de fazê-lo gal-gar uma dimensão de resultados aindamaior. O modelo mental é que faz comque o tamanho da atividade empresari-al seja maior ou menor.

O governo é um sóciomuito prático no

processo dearrecadar, mas

nem sempre tãoprático no de apoiar

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Não Durma no Ponto

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Carta aberta a você, que empreendeSei que você trabalha muito. Nem

precisa me dizer. Estou certo de quededica a maior parte do seu tempopara a sua empresa, para os seus ne-gócios. Você vive quase exclusiva-mente para eles. Muitas vezes é gra-tificante, você se realiza, outras ve-zes se frustra, mas não importa: estaé a sua vida! A empresa talvez seja oseu mais importante projeto. É claroque você não admite isso com todasas letras, mas a resposta está justa-mente na quantidade de tempo quevocê dedica a ela, em comparação aoreservado às outras áreas da vida.Inclusive sua família. É despropor-cional, não é? E aposto que você con-tinua pensando na sua empresa, mes-mo quando está em outras atividadesextra trabalho. Então, não podemosesconder o Sol com a peneira. Vocêé uma pessoa empreendedora e dedi-cada, em busca de sucesso.

Você costuma dizer que faria umaporção de outras coisas se a empresanão lhe tomasse tanto tempo. Reduzas férias a uma ou outra ponte, entreferiados. Ainda assim, sempre dá umjeitinho de entrar na internet para che-car as mensagens... Então, você nun-ca está no aqui/agora. Você sempreestá com a cabeça lá.

É certo que você se acostumoucom essa adrenalina e talvez nem sou-besse o que fazer, caso sobrasse tem-po. Mas reconheça uma coisa impor-tante: você não é apenas o seu cargode diretor ou sócio-proprietário; vocênão é a sua empresa; você não se re-duz ao seu papel de pessoa de negó-cio. É importante tomar consciênciadisso, caso contrário, você estaráoferecendo para a sua empresa ape-nas uma parte de você. E, certamen-te, não o seu melhor.

Tenho comigo que conselho nun-ca se dá. Se alguém pedir, ofereço, emesmo assim de maneira bem come-

Nem todoempreendedor é bom

líder. Dedique-se aaprender sobre

liderança. Caia foradesse mito de que

o líder é nato

dida. Mas, inspirado pela chegada donovo ano, sinto-me estimulado a in-trometer-me onde não sou chamado,para dar algumas dicas e pistas. Fazsentido, porque resultam da experi-ência acumulada nesses últimos vin-te anos, em que estou fortemente vin-culado a empreendedores e líderes.Espero que o pacote, embrulhadopara presente, contribua de algumaforma para a sua trajetória, a suaempresa, quem sabe até a sua vida.

Vou reforçar a idéia: você não é a

sua empresa. O papel de proprietáriodeve ser abandonado, em favor do deempresário. Sim, porque ser propri-etário é uma coisa, ser empresário éoutra. Quando se é proprietário, tem-se a empresa como um patrimônio,tal como é a casa ou o carro. Muitasvezes, a gente se apega a esses bens.E o apego não contribui em nada paraa vida de um empreendimento.

É por conta desse apego que nãose constrói uma equipe de alto de-sempenho. É por conta desse apegoque não se desenvolve líderes com-petentes e comprometidos. É por

conta desse apego que a empresa nãodeslancha e não cresce. Afinal, a queminteressa a propriedade? A você, ape-nas. E a mais ninguém. Como toda aregra tem exceção, talvez interesse apessoas com desempenhos medío-cres, acostumadas a trocar empregopor salário. Mas o que elas têm a con-tribuir para com a empresa? Muitopouco, quase nada. Na verdade, nãolevarão o empreendimento a nenhumlugar, da mesma forma que elas tam-bém não evoluem, em razão dessamentalidade.

Também é por conta desse apegoque o seu tempo não é bem investido.Vou arriscar! Digo, sem medo de er-rar, que 80% do que faz com o seutempo não serve para nada. Antes quese exalte, deixe-me esclarecer. Apos-to que gasta suas preciosas horas maisno controle do que no resultado; maisno custo do que na receita; mais nastarefas do que nos projetos. Se esti-ver certo, está aí algo de que vocêprecisa urgentemente se livrar: das ta-refas que não servem para nada e quesimplesmente devem ser eliminadas edas tarefas que precisam ser delega-das. Em seu lugar, passe a fazer aqui-lo pelo qual você é efetivamente pago:empresariar! E isso significa olharmais para fora e para o futuro, do quepara dentro e para o passado.

Também penso que você passaboa parte do seu tempo resolvendoproblemas. Alguns são clássicos: re-petem-se há anos. Sabe por que vocênão os resolve? Porque se resume aopapel de proprietário de empresa e,portanto, faz parte dela. Assim comoum dedo não pode se tocar, nem oolho se enxergar, você não conseguever as verdadeiras razões que impe-dem a resolução desses problemasclássicos e repetitivos como moto-contínuos. Você faz parte do proble-ma! E aí é que está o problema. Quem

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 21

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

(11) 3873-1953 – www.cempre.net – [email protected]

Se você age comoproprietário,tenderá a se

preservar. Se agecomo empresário,apostará em novas

empreitadas

cuidará de enxergar uma solução?Apenas alguém que consiga olhar defora. O ideal é que essa pessoa sejavocê mesmo, o principal líder.

É importante olhar para fora eolhar de fora. Um músico não conse-gue escutar o som de seu próprio ins-trumento, enquanto a banda toca. Épreciso um certo distanciamento paraouvir o som que a sua empresa estáfazendo. Será que está afinado? Seráum som de boa qualidade? Ou seráum ruído grotesco?

Você não é a sua empresa! Isso éuma boa notícia. Significa que vocêestá livre para criar e contribuir ain-da mais para a evolução do empreen-dimento. Significa que outros podemcrescer na empresa e oferecer o seutalento criativo. E a essa junção decompetências dá-se o nome de equi-pe de alto desempenho. E uma equi-pe de alto desempenho é muito maiscapaz de resolver problema; cria mui-to mais do que seria capaz, isolada-mente, um proprietário controlador ecentralizador.

Começa um novo ano! Sei quevocê tem muitos sonhos, da mesmaforma como no final do ano anterior,e as coisas não mudaram nada, nada!É certo que você planejou. Sim, pla-nejar é necessário, mas não é sufici-ente. É preciso realizar! Entenda porrealização criar as condições para queas coisas aconteçam. Significa nãoatrapalhar! Sim, porque, com as me-lhores intenções, alguns líderes to-lhem o potencial criativo das pessoasna empresa.

Nem todo empreendedor é bomlíder. Dedique-se a aprender sobreliderança. Caia fora desse mito deque o líder é nato. Nato é o ser hu-mano com todas as suas potenciali-dades, inclusive de liderança. Estacompetência, como tantas outras,pode ser aprendida e aperfeiçoada.

Mas não confunda liderança com ad-ministração, algo prometido nos cur-sos de Administração e correlatos,como os MBAs. Todos eles são úteis,mas não garantem excelência na li-derança. Esta, você terá de apren-der em cursos específicos, leiturase experimentações. Importante:aprenda! Não corra o risco de lide-rar a sua empresa empiricamente epor intuição. Existem ferramentasúteis e conceitos importantes, fun-damentais para que você expanda seu

potencial e obtenha o máximo da suaequipe e do seu negócio.

E não esqueça de criar ou recriar asua empresa, sempre com propósitoe significado. A maior parte das em-presas que conheço não possui umaclara definição de propósito. Quandopeço um exemplo de propósito, quasesempre os proprietários de empresaapresentam uma meta, uma cifra, umdado financeiro. Com o tipo de res-posta recebida, aprendi a diferenciarum empresário de um proprietário deempresa. O primeiro possui uma vi-são de futuro, algo inspirador que de-

seja fazer ao longo do tempo. O se-gundo possui uma meta de curto e mé-dio prazos, em geral pouco estimulantee desafiadora. Então, é importante quehaja um propósito. E que esse propó-sito seja revestido de significado. Algopelo qual valha a pena todo e qualqueresforço bem direcionado.

Sei que você tem ambição positi-va e que chegou aonde chegou porméritos próprios. Parabéns! Mas sai-ba que mais importante do que che-gar é caminhar. Todos os dias. E quea cada novo dia, algo acontece. E quenão somos os mesmos de ontem. Eque nos criamos e recriamos na me-dida em que avançamos. Isso é que éimportante nessa travessia.

Por isso, não pense na sua em-presa apenas como um agente eco-nômico, transformador de matérias-primas ou prestador de serviços. As-sim como você é mais do que o seucargo, a sua empresa é mais do queo ramo de atividade em que ela se si-tua. Se você pensar com amplitude,enxergará grandeza em si e no seunegócio. Enxergará abundância, ondeantes só via escassez. Enxergaráprosperidade, onde pensava existirapenas o estrito necessário para asobrevivência. Enxergará resultados,onde antes conseguia ver custos.

Finalmente, lembre-se: a sua ati-tude é determinante para o sucessodo seu empreendimento. Se você agecomo proprietário, certamente tende-rá a se resguardar e se preservar. Sevocê age como empresário, assumi-rá riscos e apostará em novas em-preitadas. Está na hora de pensar nonovo ano. Está na hora de dar umsalto qualitativo no negócio. Está maisdo que na hora de construir uma em-presa progressista, preparada paraobter os mais impactantes resultadosno próximo ano.

Sucesso!

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Cafés de qualidade conquistam o paladar dosbrasileiros e expandem o consumo da bebida

O sabor daoportunidade

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por Alexsandro Vanin

O médico Cícero Viegas Cavalcantide Albuquerque e a professora VandaGonçalves procuravam uma atividadepara desempenhar durante a aposenta-doria que se aproximava. Em 2002, ocasal comprou uma propriedade ruralno sul de Minas Gerais. Quatro anosdepois, de apreciadores de um bomcafé, eles passaram a produtores domelhor café do Brasil. O grão produzi-do na Fazenda Esperança foi eleito ven-cedor do Prêmio Cup of Excellencede 2006, o principal concurso da bebi-da no país. “É uma bebida estritamen-te mole (gosto doce, agradável e áci-do) e com traços cítricos”, diz Vanda.

A aposta dos proprietários da Fa-zenda Esperança não poderia ter sidofeita em melhor hora. Desde 2000, osegmento de cafés premium cresce, emmédia, de 15% a 20% ao ano no mer-cado interno, conforme estimativas daAssociação Brasileira da Indústria doCafé (ABIC). O fenômeno puxa a ex-pansão do consumo total de cafés noBrasil durante o período, em torno de5% ao ano, bem acima da taxa médiade crescimento anual do consumo nomundo, de 1,5%. E a tendência é osbrasileiros tomarem cada vez mais

café. Hoje, somos o segundo maiorpaís consumidor da bebida, 16

milhões de sacas anuais, masdentro de uma década devemosultrapassar os Estados Uni-dos, quando a demanda seráde 21,5 milhões de sacas porano, de acordo com as pro-jeções oficiais. “O café é abebida do século”, diz Na-than Herszkowicz, diretor-

executivo da ABIC.Desde o primeiro ano de cultivo, a

Fazenda Esperança tem seus frutosclassificados entre os melhores do Bra-sil. Em 2002, alcançou o quarto lugarno Cup of Excellence, avaliado pormeio de provas cegas feitas por umjúri nacional e outro internacional. Nosegundo ano, após os tratos necessá-rios, teve sua produção classificadacomo a segunda melhor do país, e semanteve nos primeiros lugares nasedições seguintes. Na segunda sema-na de janeiro, o café da Fazenda Es-perança e 28 lotes selecionados deoutras fazendas participam do LeilãoCup of Excellence, uma oportunidadepara torrefadores adquirirem grãos deextrema qualidade.

A propriedade está situada na Serrado Gaspar, na cidade de Carmo de Mi-nas, tradicional região cafeicultora.Localizada a 1,6 mil metros de altitude,tem uma área total de 102,41 hectares,sendo 40 deles dedicados exclusiva-mente à plantação de café. No últimoano, devido às condições meteorológi-cas desfavoráveis, 600 sacas foram

colhidas. “É uma fazenda pequena, masde grande qualidade”, diz Vanda, que,mesmo morando no Rio de Janeiro, nãoabre mão de supervisionar todas as ati-vidades da fazenda, administrada porum cafeicultor local.

Estar em terras de grande altitudeé o primeiro requisito para obter umaprodução de alta qualidade a partir doplantio da espécie arábica. A escolhada variedade, no caso o Bourbon Ama-relo, é outro fator determinante. MasVanda diz que, para obter bons frutos,não existe segredo. “Basta ter experi-ência e dedicação, e atenção aos cui-dados necessários.” A colheita na Fa-zenda Esperança está de acordo comos mais altos padrões, e ocorre entreos meses de maio e setembro. A seca-gem é realizada em terreiro. O maqui-nário é de última geração, e, recente-mente, foi construído um novo gal-pão para armazenagem. Aliado às mo-dernas técnicas e equipamentos, ocontrole de qualidade, realizado emconjunto com a Cooperativa Café Valedo Rio Verde, é outro esforço para atin-gir a excelência.

Mapa do bom gosto Bahia: Corpo leve, acidez cítrica e aroma intenso. Minas Gerais:Chapada de Minas: Aroma intenso.Cerrado: Corpo intenso e acidez equilibrada.Mata de Minas: Corpo equilibrado e aroma intenso.Sul de Minas: Corpo equilibrado e acidez cítrica. Espírito Santo: Corpo equilibrado com acidez agradável e suave. São Paulo (Mogiana): Aroma intenso, encorpado, com acidez equilibrada. Paraná: Com aroma intenso e encorpado.

Fonte: BSCA e Pão de Açúcar Cafés

Cícero e Vanda, e aFazenda Esperança: esforço

para atingir a excelência

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24 – Empreendedor – Janeiro 2007

Cresce a demanda2003Consumidor ............................ 91%Não Consumidor .......................9%

Fonte: ABIC

Um conjunto de fatores impulsio-nou o consumo de cafés de qualida-de, a começar pelas campanhas insti-tucionais até a firmação do costumede tomar café fora de casa. Mas nadaadiantaria, se não houvesse disponibi-lidade do produto. No começo da dé-cada de 1990, um grupo de fazendei-ros do Cerrado Mineiro se uniu paramudar a qualidade e a imagem do pro-

O cultivo da imagem

duto, criando a Associação Brasileirade Cafés Especiais (BSCA, na sigla eminglês). Padrões rigorosos de cultivoe processamento foram estabelecidos,assim como certificações para garan-tir que uma fazenda cumpra os maisde 150 requisitos para produzir umcafé realmente especial. Um númerode série de cada lote certificado per-mite conhecer o histórico do produto,

Trabalho de marketing, promoção e pesquisaproporcionou o surgimento de um novo nicho

do plantio à embalagem, apenas comuma consulta no site da entidade(www.bsca.com.br).

A oferta de grãos de alta qualidadeno mercado interno se consolidou a par-tir de 2000. Isso permitiu um verdadei-ro boom de cafeterias no Brasil. Entre2004 e 2005, o consumo em estabeleci-mentos comerciais saltou de 17% para29%. Atualmente, 42% dos consumido-res preferem tomar o café fora de casa,uma escolha de 54% da classe A e 48%da classe B, conforme levantamento daABIC. A pesquisa também aponta o au-mento do consumo de capuccino eexpresso fora de casa – os preferidosnessa ocasião – desde 2003. Nos últi-mos dois anos, a variação do consumototal de expresso foi de 63%. SegundoHerszkowicz, o ambiente agradável e apraticidade das cafeterias, aliados à qua-lidade do produto oferecido, foram fun-damentais na expansão do consumo.

Mas, para que o mercado desse umaresposta, foi necessário um intenso tra-balho de marketing, promoção e pesqui-sa, reconhecido como modelo pela Or-ganização Internacional do Café (OIC).Já em 1989, a ABIC lançou o Selo dePureza, focado nos produtores e indús-trias. De lá para cá, o consumo da bebi-da no país mais que dobrou. A estraté-gia foi ampliada em 2004 com a implan-tação do Programa de Qualidade do Café(PQC), mais voltado para a educaçãode consumidores a respeito dos caféspremium. Por exemplo, os novos selosda ABIC classificam o produto comotradicional, superior ou gourmet, e in-formam sobre aroma, corpo, sabor epadrão de torra. São considerados ca-fés gourmet aqueles que recebem notaacima de 73 na avaliação de degustado-res, e a BSCA classifica como especiaisaqueles avaliados acima de 80 pontos.

“Há um esforço conjunto e bem co-ordenado de marketing que otimiza osrecursos do Funcafé (Fundo de Defesada Economia Cafeeira)”, diz Herszko-wicz. O Conselho Deliberativo da Polí-tica do Café (CDPC), formado por re-presentantes do governo federal e dainiciativa privada, estabelece diretrizes

2006Consumidor ............................ 94%Não Consumidor .......................6%

Consumo de bebidasno Brasil em 2006*Água natural/mineral ................94%Café .........................................92%Leite .........................................82%Refrigerante .............................81%Suco natura ..............................71%*Percentual de entrevistados que afir-maram ter tomado a bebida no dia dapesquisa ou anterior.

IND

EX O

PEN

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A diferença de um café especial co-meça com a seleção da área e da varie-dade a ser plantada. O impacto dessasescolhas é essencial para a sustentabili-dade do cultivo e a qualidade final dabebida, que não pode ser modificadadepois por práticas culturais ou tiposde processamento. O clima da regiãodeve ser moderado e seco na época dacolheita. Quanto mais elevada a lavou-ra em relação ao nível do mar, mais sole ventos moderados as plantas recebe-rem, mais refinada é a bebida.

Existem várias espécies de café, sen-do as mais conhecidas no mundo as es-pécies coffea arábica (café arábica) ecoffea canephora (café robusta ou coni-lon). O arábica é um café mais fino, queapresenta uma bebida de qualidade su-perior, com mais aroma e sabor. Mes-mo assim, existem variações de aro-mas e sabores dentro dessa espécie. Eo robusta é utilizado nos blends, com oarábica, para conferir mais corpo e di-minuir a acidez.

As regiões produtoras de café espe-cial no Brasil estão localizadas em di-versas latitudes e climas, o que permitea produção de uma gama diversificada

de sabores e qualidades. Os invernos se-cos dos planaltos da Bahia e norte de Mi-nas e sua proximidade do Equador favo-recem a produção de cafés aromáticos. OCerrado de Minas Gerais beneficia-se deestações bem definidas, maturação unifor-me e muito sol durante a colheita para pro-duzir cafés com perfeito equilíbrio entrecorpo e acidez. As montanhas do sul deMinas e da Mogiana paulista são conheci-das por cafés com corpo e aroma exce-lentes, e uma doçura natural não encon-trada em outras partes do mundo.

As práticas culturais utilizadas são sus-tentáveis e ecologicamente corretas. Oespaçamento entre as plantas, os cuida-dos com adubações e o controle de doen-ças e pragas têm grande influência na qua-

Um processo seletivo

para o setor e promove campanhas queenvolvem a publicação de anúncios nasprincipais revistas do país, a veiculaçãode filmes publicitários em rede nacionale salas de cinema, e distribuição de fo-lhetos institucionais. Na luta pela con-quista de novos consumidores, o prin-cipal alvo são os jovens, e a mensagemé uma bebida natural e saudável, quereúne, anima e alegra as pessoas. Umdos principais entraves ao aumento doconsumo, seu status de vilão da saúde,vem sendo derrubado por outro progra-ma do CDPC, o Café & Saúde. As pes-quisas demonstram que, além de nãofazer mal à saúde, quando tomada semexcesso, a bebida pode auxiliar na pre-venção de doenças.

Na ponta do crescimento da pro-dução – sem aumento da área plantada– e na melhoria da qualidade, está a ex-

lidade do produto final. Resíduos sóli-dos e líquidos são usados como fertili-zantes orgânicos.

O processamento é a chave final daprodução de um café de qualidade. Acolheita seletiva, manual ou mecânica,é realizada no pico da maturação paragarantir o volume máximo de café cere-ja. E os grãos devem ser colhidos semque entrem em contato com a terra, paraevitar a contaminação por microorga-nismos. Após a colheita, devem passarpela pré-limpeza, retirando as impure-zas vindas do campo (folhas, torrões epaus), e serem lavados o mais rápidopossível, para retirar poeira e separaros frutos com diferentes fases de matu-ração (cereja, verde e seco).

A secagem ao sol em camadas finas,controlada por mão-de-obra experien-te e bem treinada, pode ser completadaem secadores modernos onde a seca-gem lenta e o controle preciso da tem-peratura garantem cafés de qualidadeconsistente durante toda a colheita.Após secagem completa, o café passarápelo beneficiamento (retirada da casca)e pelo rebeneficiamento, no qual serãoretirados grãos verdes, pretos, defeitu-osos, ardidos, brocados, ficando pron-to para o comércio e a industrialização.

Paulo César: regiões mudaram de perfil com a adesão de novas técnicas

Fase cereja da maturaçãoFonte: ABIC e BSCA

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Influências da torra e da moagem

Jeitinho mineiroProdutores do Cerrado de Minas buscamreconhecimento das marcas nobres

O Brasil, maior produtor de café domundo, sempre teve seus grãos reco-nhecidos no exterior como de baixa qua-lidade. Mas essa percepção mudou.“Hoje, se fala de café por suas qualida-des, e não mais pelos seus defeitos”,diz Nathan Herszkowicz, diretor-exe-cutivo da Associação Brasileira da In-dústria do Café (ABIC). Segundo ele,isso ocorre porque as estratégias deli-neadas pelo Conselho Deliberativo daPolítica do Café (CDPC) são dissemi-nadas por órgãos públicos e entidadessetoriais de toda a cadeia, com açõesamplificadas de forma sinérgica. É ocaso do programa “Café do Cerrado:Consumindo, você valoriza o que énosso!”, iniciativa tomada por associa-ções e cooperativas de produtores daregião, onde se localiza Patrocínio.

O município é o segundo maior pro-dutor de café do país em área e volumede produção, segundo dados do Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Com o programa, as institui-

ções pretendem projetar a cidade comoprodutora do melhor café do Brasil. “Sa-bemos que a região produz um café finohá muito tempo, mas procuramos ago-ra reconhecimento no resto do país eno exterior”, diz Wilson José de Olivei-ra, presidente da Associação dos Cafei-cultores da Região de Patrocínio (Acar-pa). Ainda em 1992, os produtores daregião foram procurados pela multina-cional italiana Illy. Participaram de umconcurso e ficaram em primeiro lugar.Hoje, 70% do café beneficiado pela Illyé comprado na região.

O objetivo exige uma mudança cultu-ral e de infra-estrutura. Com o apoio doSebrae, funcionários de estabelecimen-tos comerciais estão sendo treinados atirar e servir uma bebida de qualidade.Os proprietários são assessorados nacompra de equipamentos e de café. Umlote de grãos de alta qualidade foi doadopara dar início à nova prática. “Quere-mos estabelecer uma cumplicidade devalorização do nosso café, para que o

periência centenária do país em pes-quisa e desenvolvimento do café. Coma criação, em 1997, do Consórcio Bra-sileiro de Pesquisa e Desenvolvimentodo Café (CBP&D/Café), que reúnemais de 40 instituições de ensino e pes-quisa sob coordenação da Embrapa, autilização de tempo e recursos foi oti-mizada, e a disseminação de tecnologi-as, intensificada. Conforme estimativade Elessandra Bento Mourão, pesqui-sadora da Embrapa Café, para cada R$1 aplicado na geração de tecnologiaspor meio do CBP&D/Café, obtêm-seno mínimo R$ 31,10 como valor agre-gado à economia cafeeira, podendo che-gar até R$ 93,30.

Segundo Paulo César Afonso Júnior,supervisor de pesquisas da instituição,algumas regiões, como a Zona da Matade Minas Gerais, mudaram de perfil coma adesão de novas variedades, e técni-cas de colheita e pós-colheita mais efi-cientes. Com a conclusão do mapeamen-to do genoma do café, em 2004, varie-dades mais resistentes a doenças e àseca, e de frutos com mais aroma e sa-bor serão desenvolvidas a partir de mo-dificações genéticas. “O Brasil é van-guarda mundial na pesquisa de café”,diz Herszkowicz.

A torra é um processo de tempo etemperatura, em que ocorrem mu-danças nos grãos crus. A tempera-tura é em média de 220º C, e o tem-po varia entre 12 e 15 minutos, mascada tipo de grão exige um grau detorra diferente para obter suas me-lhores características sensoriais. Osgraus são avaliados pela cor exter-na do grão torrado e do desenvolvi-mento de sabor e aroma.

A torra escura dá ao grão um as-pecto oleoso, devido à perda dos óle-os aromáticos do café, e produz umabebida com pouco aroma e sabormais amargo. A torra clara preservamais os óleos aromáticos (grãos per-manecem secos), mas acentua a aci-dez da bebida. Já a moagem define aforma de preparo do café. Fonte: ABIC

Grau Características Equipamentode torra

Clara Acentuada acidez, suavidade do Ideal para máquinasaroma e sabor, menos amargor de café expresso

Média Acentua o aroma e o sabor Ideal para coador depano ou filtro de papel

Escura Diminui a acidez, acentua sabor Pouco aconselhávelamargo, bebida mais escura

Grau de moagem* PreparoPulverizado Café árabe, no qual o pó não é coadoFina/Média Filtração (filtros de papel, coador de pano)Média Café expressoGrossa Percolação – cafeteira italiana*O tempo de preparação é influenciado pela moagem, pois numa moagemmuito fina, a água levará mais tempo para passar pelo pó, resultando numaextração superior.

INDEX OPEN

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consumidor, visitante ou morador, se sintarealmente satisfeito ao tomar a bebida.Faltava um lugar para tomar um bom caféna cidade”, diz Oliveira. Em uma segun-da etapa, pretende-se difundir o hábitode tomar um café de qualidade em em-presas comerciais e escritórios. Maisadiante, está prevista a criação de umprograma de incentivo ao consumo dabebida entre crianças e adolescentes, pormeio da merenda escolar e da divulgaçãode informações sobre o produto. Estu-da-se ainda a construção de uma cafete-ria institucional.

Uma série de ações para a firmaçãoda qualidade do café produzido na re-gião precede o programa. Há dois anos,foi registrado no Instituto Nacional daPropriedade Industrial (INPI) a marcaCafé do Cerrado – existe apenas outramarca do agronegócio registrada nopaís, os vinhos do Vale do Vinhedo, noRio Grande do Sul. Atualmente, Cafédo Cerrado é marca registrada em 38países. Foi criado no mesmo períodoo selo de origem, concomitante à cer-tificação das fazendas – 40 já estãocertificadas, e mais de 50 encontram-se em processo de averiguação. “O Cer-rado mineiro é a única região cafeeiracom área demarcada”, diz Oliveira.Segundo ele, os produtores sentem osresultados diretamente no preço, antesmenor do que o pago a cafés de outrasregiões e agora acima dos demais.

AcidezSensação obtida na parte lateral da

língua, onde, se for intensa, pode causaruma certa salivação. Este atributo é per-ceptível em certos cafés e pode variarde acordo com a região produtora, cli-ma e secagem dos grãos. No Brasil, oscafés são pouco ácidos.

AromaSão os elementos perceptíveis pelo

olfato. Os aromas podem ser: frutado,florado, achocolatado, semelhante aopão torrado ou outros. Bons cafés têmaroma pronunciado.

AmargorÉ o gosto produzido pela cafeína e

deve ser leve ou equilibrado nos cafésde melhor qualidade. A intensidadedeste atributo varia de acordo com oblend, torra e moagem. Amargor forteou muito forte, que molesta a garganta,é proveniente de cafés piores e tam-bém de uma torra muito acentuada (es-cura) ou de um tempo excessivo decontato da água com o pó de café (mo-agem fina).

Características sensoriais do café

CorpoÉ uma sensação na boca causada por

uma persistência no paladar, e que enri-quece a bebida do café. Um café podeter corpo leve, normal (médio) ou in-tenso (encorpado).

DoçuraOs cafés mais finos apresentam um sa-

bor adocicado, o que permite que se-jam bebidos sem adição de açúcar. Oscafés podem ter doçura variando de nula(sem doçura) até "muito boa".

SaborMole: gosto doce, agradável, ácido.Duro: gosto amargo e adstringente (sen-sação de secura na boca).Riado: gosto ligeiramente químico.Rio: gosto químico medicinal.

Sabor residual (after taste)É o sabor que permanece na boca

após a degustação do café. Ele pode serintenso e agradável nos cafés de melhorqualidade. Uma característica de umcafé com after taste positivo remete àdegustação da segunda xícara.

O café é uma bebida como o vinho, admite uma infinidade decaracterísticas sensoriais. Elas são responsáveis pelos gostos e percepçõesobtidas no paladar quando se toma uma xícara de café. Os gostos sãopercebidos em diferentes regiões da língua: o doce na ponta, acidez naparte lateral e posterior, e o amargor no fundo, ao engolirmos. O corpo eo sabor residual (after taste) são sensações na boca, abrangem todo opaladar. Conheça as características sensoriais do café em detalhes.

Fonte: Pão de Açúcar Cafés

Nathan Herszkowicz: açõesamplificadas de forma sinérgica

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A Associação Brasileira da Indústriado Café (ABIC) vem registrando em seuslevantamentos a queda do uso de filtrosde papel e coador de pano, e o aumentodo uso de cafeteira elétrica. Entre 2005 e2006, os decréscimos foram de 6% e8%, respectivamente, e o incremento, de42%. Começam a se popularizar outrostipos de cafeteiras, especialmente entreas pessoas da classe A. O uso de máqui-nas de café expresso dobrou entre 2004e 2006, e entre os consumidores da clas-se A sua utilização triplicou no mesmoperíodo. “O conceito de que tomar caféé prazeroso e saudável está conquistan-do o país”, diz João Zangrandi, presidenteda Saeco do Brasil.

As máquinas de café expresso exis-tem há muito tempo. Em 1976, a Sae-co, líder mundial na fabricação de má-quinas de café expresso, lançou a ver-são doméstica. “Isso levou o expressoa todos os lugares”, diz Zangrandi. Ho-je, elas podem ser encontradas em re-sidências, lojas e escritórios, clínicasmédicas e estéticas, e salões de beleza.Outro fator que estimula a aquisição

Prazer em casaNovo conceito ajuda a popularizar o expressoe as máquinas para uso doméstico

desses equipamentos é a preferênciacada vez maior do brasileiro pela quali-dade, o sabor e o aroma do café nahora da compra, conforme pesquisa daABIC. Sabor e aroma são também osprincipais motivos alegados pelos en-trevistados, após tradição familiar, parainiciar o consumo da bebida. “O con-sumidor está mais exigente, tem maisconhecimento, e as cafeterias ajudarama difundir o gosto pelo café de qualida-de”, diz José Henrique Ribeiro, diretorda rede Fran’s Café.

A vedete da Saeco é a linha superau-tomática, máquinas em que é necessárioapertar apenas um botão, que respondepor 70% das vendas. Em 2005, foramvendidas 13 mil unidades, e no ano se-guinte, 30 mil. Para 2007, espera-se umavenda de 50 mil unidades, e a meta para2008 é atingir a marca de 100 mil máqui-nas superautomáticas vendidas em umano. Nos últimos dois anos, 5 milhões deeuros foram investidos no país. Os pla-nos da Saeco para o Brasil, onde possuiescritório próprio há seis anos, são deabrir uma indústria, caso a meta seja al-

cançada, informa Zangrandi.A tendência tem chamado a aten-

ção também das cafeterias, que lançamno mercado blends próprios. Uma daspioneiras é a rede Fran’s Café. Desde1994, a empresa oferece para venda aopúblico um blend da Mellita. Entre 2001e 2004, criou seu próprio blend, mas afabricação continuou a cargo da multi-nacional alemã. A partir de 2005, o blendpassou a ser feito por uma torrefadorado interior paulista. A Fran’s trabalhacom grãos produzidos no sul de Mi-nas, Cerrado mineiro, Mogiana paulis-ta e Espírito Santo. “É uma bebida desabor bem adocicado”, diz Ribeiro.

O café vendido ao consumidor vemem embalagens de 1 quilo em grão oude 20 unidades de sachês, com preçomédio de R$ 35 o quilo. A partir de ja-neiro deste ano, também serão ofereci-dos em embalagens de meio quilo emgrão e de 250 gramas moído em pó. Osprodutos são encontrados nas unidadesda rede e estabelecimentos do Pão deAçúcar, Sams Club do All Mart e da redepaulista Mambo. Recentemente, tambémpassou a ser vendido no site de comér-cio eletrônico Submarino, o que deveelevar a taxa de crescimento, atualmen-te em 15% ao ano, para 20% em 2007,segundo Ribeiro. Atualmente, são ven-didos de 700 quilos a mil quilos por mês.

João Zangrandi:versão domésticalevou o expresso atodos os lugares

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 29

Pode parecer um paradoxo, mas avenda de café pela internet segue umprocesso todo artesanal. No site de co-mércio eletrônico Ateliê do Café(www.ateliedocafe.com.br), o clienteescolhe o café e a quantidade (mínimode 250 gramas), que é torrado duas ve-zes por semana (terças e quintas) eembalado e despachado no mesmo dia,por meio de uma transportadora espe-cializada em e-commerce, que entregao pedido em mãos. “É a melhor formade levar ao consumidor final o café maisfresco possível e com toda a comodi-dade de comprar e receber o produtosem sair de casa ou do escritório, dojeito que ele quer”, diz Cristina Assump-ção, administradora do negócio.

A história surgiu quando um grupode cafeicultores, ao participar de umevento em Paris, em 2004, a convite daAssociação Brasileira de Cafés Especiais(BSCA), teve a idéia de montar um lugarno Brasil para vender os seus cafés dire-tamente para o consumidor final. Elespesquisaram pontos em São Paulo, masa locação dos imóveis era muito cara.Segundo Cristina, a possibilidade de co-mercializar via supermercados foi logodescartada, pois o objetivo era oferecerum produto com a maior qualidade pos-sível, e o café após torrado mantém suaspropriedades sensoriais, especialmente oaroma, por pouco tempo.

Um dos membros do grupo era daFazenda Daterra, da D'Paschoal, gru-po que também engloba o Auto-Z, sitede comércio eletrônico para o ramo au-tomotivo. Foi então que surgiu a idéiade utilizar a internet como meio de co-mercialização, aproveitando o café dealta qualidade, até então vendido ape-nas no exterior, e o know-how do gru-po. Em fevereiro de 2005, foi dado iní-cio ao desenvolvimento do site, que em

Aroma virtualVenda pela internetgarante frescordo produto

janeiro de 2006 registrou sua primeiravenda. Atualmente, 700 clientes estãocadastrados, e a média de vendas se-manal é de 40 quilos.

No Ateliê do Café, se encontram oscafés mais finos do Brasil, reconheci-dos pela origem da produção, como osvinhos. São vendidos no site apenas ocafé Daterra e de fazendas premiadaspela BSCA, avaliados por degustado-res próprios e externos com nota mí-nima de 85. Toda avaliação é oferecidaaos consumidores, como forma de ins-truí-los e criar uma cultura. “O traba-lho do setor está apenas no começo,ainda vai levar uns dez anos para a cul-tura do café de qualidade madurar”, diz

Cristina. A divulgação também ocorrepor meio da participação em eventosde degustação e minicursos, além deanúncios em revistas especializadas.

Entre as opções, está o Daterra Bru-zi, que recebeu o selo Great TasteAward, medalha de ouro na categoriaCafé Expresso, prêmio entregue pelarevista inglesa Guild of Fine Food Re-tailers a produtores de alimentos e bebi-das especiais. Todos os produtos pre-miados são listados no guia Taste Bri-tish Gold. Outra preciosidade do Ateliêdo Café é o Collection, usado pelos ba-ristas campeões nos dois últimos cam-peonatos mundiais. Os preços variam deR$ 20 o quilo a R$ 40, em média.

Cristina Assumpção: as comodidades de comprar sem sair de casa

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Há bastante espaço para o nichocrescer no Brasil. Os cafés premiumrepresentam apenas 2% da produçãototal e 4% das vendas no mercado in-terno, conforme dados da Associa-ção Brasileira da Indústria do Café(ABIC). Demanda concentrada prin-cipalmente entre consumidores dasclasses A e B. Segundo pesquisa daABIC, o consumo da bebida cresceu100% entre pessoas da classe A e 45%da classe B, em decorrência da ofer-ta maior de cafés mais elaborados –expressos e capuccinos em diferen-tes apresentações – e cafeteiras defácil manuseio.

A rede de franquias Lucca CafésEspeciais, com sede em Curitiba, re-gistra um crescimento médio de 20%ao ano nas vendas de café. A cafeteriatrabalha apenas com cafés certifica-dos pela Associação Brasileira de Ca-fés Especiais (BSCA), fornecidos porcinco fazendas, localizadas no Para-ná, Bahia, sul de Minas, Cerrado mi-

Mercado classe AOferta de cafés especiais despertou demandanas classes de maior poder aquisitivo

neiro e Mogiana paulista, além de umcafé orgânico produzido na Bahia. Sãonove opções ao consumidor, com pre-ços que variam de R$ 32 por quilo aR$ 40. O estabelecimento também pro-move cursos para profissionais e cli-entes interessados em aprender a tirarum bom expresso.

Criada em 2002, atualmente a redeconta com torrefação própria e cincolojas de rua (quatro em Curitiba e umaem Belo Horizonte), três em shoppings(duas em Salvador e uma em Balneá-rio Camboriú) e quatro store in store,em Curitiba. Fora das lojas próprias,os blends e single origins (de origemespecífica) da Lucca podem ser en-contrados apenas no Armazém SantaLuzia, de São Paulo. “O frescor é es-sencial para a qualidade do produto, efazemos questão da torrefação arte-sanal, dentro da loja, sempre à vistados clientes, para garantir um cafésempre fresco como ‘pão quente’”, dizGeórgia Franco de Souza, barista e

proprietária da Lucca Cafés Especiais.A qualidade é também verificada nosprofissionais da casa. Os baristas darede classificam-se constantementeentre os finalistas do concurso nacio-nal promovido pela BSCA.

Expansão

O potencial desse mercado no paísvem despertando o interesse de gi-gantes internacionais, como a Star-bucks e a Nespresso (marca da Nes-tlé), instaladas em dezembro em SãoPaulo. A rede norte-americana, lídermundial em cafés premium, com maisde 12 mil pontos em 37 países, apor-tou no Brasil com duas lojas no Mo-rumbi Shopping, após nove anos deestudo. Segundo Martin Coles, pre-sidente da Starbucks Coffee Interna-tional, a maior cidade do país será umtrampolim para uma cuidadosa estra-tégia de expansão no Brasil. “Segui-mos a filosofia de servir uma xícarade cada vez”, diz Maria Luisa Roden-beck, gerente geral da Starbucks Bra-sil. De acordo com ela, os esforçosestão concentrados nas lojas recém-inauguradas. Mas há estudos para aabertura de mais três unidades em São

Buck, Maria e Martin:produtos certificadosfornecidos por cinco fazendas

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Paulo, neste ano, e em outras regiõesa partir de 2008.

“A Starbucks chegou para somare oferecer ao mercado uma experi-ência antes nunca vivida pelos brasi-leiros.” Maria refere-se ao conceito“Experiência Starbucks”, a oferta dediversas opções de cafés premium domundo e acompanhamentos com umatendimento impecável e acolhedor.Buck Hendrix, presidente da Starbu-cks para a América Latina, diz estarparticularmente feliz em trazer o con-ceito para uma região que é produto-ra de muitos dos cafés exclusivos darede. Dois cafés oferecidos nas lojaspaulistas são brasileiros: o StarbucksBrasil Blend e o Brazil Ipanema Bour-bon. O primeiro é uma mistura degrãos elaborados com três métodosde processamento, o que lhe garanteleve acidez e uma nuance um poucoadocicada. O segundo é um raro eespecial café brasileiro, de sabor com-plexo e elegante, bem balanceado ecom toque de cacau e nozes. Essaedição limitada foi primeiramente lan-çada na América do Norte, em 1999,e novamente em 2004.

A Nespresso também chegou aoBrasil embebida em um conceito de

qualidade total de ponta a ponta, sus-tentado por três pilares: cafés espe-ciais, modernas máquinas de expres-so e serviço de primeira. Uma Bouti-que Bar, que existia apenas em Muni-que, Praga e Frankfurt, foi aberta nosJardins, quase que simultaneamentea outra em Nova York. Trata-se deum ambiente sofisticado, que prometeuma experiência única na degustaçãodo café, para consumo imediato, edisponibiliza produtos Nespresso paravenda ao consumidor. “Nosso com-

promisso é servir um café perfeito,em todos os sentidos, em nossa bou-tique ou na sua casa”, diz Martin Pe-reyra, gerente Nespresso no Brasil.Segundo ele, está prevista a aberturade uma loja no Rio de Janeiro, e maisuma em São Paulo, possivelmente ain-da em 2007.

A marca trabalha com 12 blendsfixos e a cada ano oferece dois ca-fés de regiões específicas. Os grãosnão são comprados nas bolsas, sãoescolhidos diretamente nas planta-ções do Brasil, Costa Rica e Colôm-bia e depois exportados para a Suí-ça. Lá eles são torrados, moídos eencapsulados – o que mantém ofrescor por até um ano – e depoisenviados para as Boutiques Bar detodo o mundo. As máquinas possu-em design premiado e um sistemaexclusivo que promete extrair todosos aromas voláteis sob alta pressão,com uma espuma que conserva o sa-bor e os aromas no momento de con-sumo. Há ainda uma linha completade acessórios para o ritual de consu-mo da bebida, como xícaras de por-celana, coqueteleiras, pratos e coposespeciais, maletas para transporte dasmáquinas e porta-cápsulas.

Pereyra: compromisso é servir umcafé perfeito, em todos os sentidos

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Valor

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Tomar café é uma tradição, qua-se sempre herdada dos pais, comodemonstram as pesquisas da Asso-ciação Brasileira da Indústria do Café(ABIC). Mas com o aumento da ofer-ta de cafés de qualidade e de cafete-rias, cada vez mais o brasileiro passaa ver o ato como um momento de

Grãos de culturaA arte do encontro ao redor de uma xícara

prazer e distração, de encontro comamigos, até mesmo como um ritual queanima. A mudança não é nenhuma sur-presa para o setor cafeeiro, que há maisde uma década se esforça para sedi-mentar a cultura do café de qualidade,saboroso e saudável, a exemplo do quejá ocorre com o vinho.

É cada vez mais comum encon-trar cafés premium nas prateleiras dosmelhores supermercados do país. Atendência foi puxada pela rede Pão deAçúcar, a partir de 2003, com a assi-natura de um protocolo de intençõescom a Associação Brasileira da Indús-tria do Café (ABIC). A empresa vinhapercebendo o aumento da procura eda oferta do produto de torrefadorastradicionais que passaram a adquirirgrãos premiados em concursos esta-duais e nacionais.

A iniciativa teve uma resposta tãoanimadora, que no ano seguinte os ca-fés premium ganharam uma seção ex-clusiva em mais de 40 lojas do Pãode Açúcar em São Paulo, e neste ano

Invasão das gondôlasExposição privilegiada em supermercadosimpulsiona as vendas no varejo

a empresa instalou a primeira mini-indústria de café dentro de um su-permercado do Brasil, na unidade RealParque, em parceria com o Café Da-masco. Trata-se de uma ilha totalmen-te dedicada aos cafés de alta qualida-de, onde os clientes têm a oportuni-dade de montar o seu próprio blendpara consumo no local ou levar paracasa. De hora em hora, é promovidauma degustação de café vendido naminiindústria para que os clientes pos-sam perceber as diferenças e especi-ficidades de sabor e aroma de cadagrão comercializado.

Para montar a combinação de suapreferência, o consumidor encontracafés originados de fazendas da Mo-

O trabalho é uma boa oportunida-de para a indústria cultural. Há umainfinidade de nuances para explorar,voltadas tanto para produtores quantoapreciadores, como a história da be-bida e lendas, características das plan-tas e benefícios para a saúde, formasde preparo e receitas, além de curiosi-dades em geral. A Dialeto Latin Ame-rican Documentary, por exemplo, lan-çou em dezembro o livro Café – Umgrão de história, com texto do jorna-lista Sérgio Túlio Caldas e fotos do

giana paulista, Cerrado mineiro, Bahiae Paraná. Depois de selecionados, osgrãos são torrados e moídos na hora,de acordo com a cafeteira a ser utili-zada (expresso, filtro de papel ou ca-feteira italiana). Todas as etapas doprocesso são realizadas por funcioná-rios especialmente treinados e podemser acompanhadas pelo consumidor.

Nas seções exclusivas, que no anopassado receberam o Prêmio Popai, oscafés são divididos por tipos, e pai-néis trazem informações sobre os pro-dutos, processos de produção e em-balagens. Funcionários são preparadospara solucionar dúvidas e orientar acompra dos clientes. “Boa informaçãoé fundamental para os usuários de cafécomum e não consumidores da bebi-da aderirem aos produtos diferencia-dos”, diz Eliana Relvas de Almeida,consultora de café do Pão de Açúcar– somente a Hediard de Paris contavacom a assessoria de uma cafeóloga.

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também jornalista Vito D’Aléssio, alémda reprodução de imagens históricasinéditas. A obra, que se propõe refe-rência histórica para os apreciadoresda bebida, traça os passos da plantadesde a sua mais provável origem, aatual Etiópia, até o Brasil. Ela pode serencontrada em livrarias e nas lojas darede Fran’s Café.

Também em dezembro, foi abertano Centro de Referência e Memóriado Café do Rio de Janeiro a exposi-ção “Café: seu melhor amigo”. É uma

série de cartazes feita pelo cartunistaZiraldo nas décadas de 1970 e 80. Asobras foram encomendadas pelo Ins-tituto Brasileiro do Café para divul-gação internacional de um dos prin-cipais produtos de exportação do país.Seis dos cartazes trazem escrita a fra-se “Seu melhor amigo”, em diversosidiomas. Na época, além dos carta-zes, Ziraldo também desenhou calen-dários e fôlderes para a campanha. Aexposição fica em cartaz até feverei-ro de 2007.

Na área de materiais educacio-nais, um bom exemplo é Chico Sil-va – Planto café, colho magia, pro-duzido pela Fundação EducarD’Paschoal. Voltada principalmentepara crianças, a obra, de autoria dePatrícia Engel Secco, conta o dia-a-dia de um agricultor brasileiro deforma especial e com ilustrações.Este e outros materiais de mesmocunho podem ser consultados nosite da Associação Brasileira de Ca-fés Especiais (www.bsca.com.br).

Livro: Café – Um grãode história – Texto:Sérgio Túlio Caldas –Fotografia: VitoD’Aléssio – 120 páginas– Preço: R$ 98,00

Ela, que coordena o treinamento defuncionários, também ministra pales-tras oferecidas gratuitamente aos cli-entes e coordena o conteúdo disponi-bilizado no site Pão de Açúcar Cafés(www.pacafes.com.br).

No endereço eletrônico, os con-sumidores têm acesso a textos sobre

Livro: Chico Silva –Planto café, colho magia– Autoria:Patrícia Engel Secco

os diferentes tipos de café, dados dezonas de produção, história, além dereceitas e agenda de cursos, pales-tras e degustações, e até promoçõesespeciais na rede Pão de Açúcar. Emhorários preestabelecidos, o site pro-move bate-papo on-line com especia-listas em café. “O site tem objetivo

de divulgar e, principalmente, educaras pessoas que têm interesse emaprender cada vez mais sobre o mun-do encantado dos cafés”, diz Eliana.A venda de cafés premium crescemais de 30% ao ano e já representaum quarto da vendagem total de ca-fés dentro da rede.

Eliana: boa informação éfundamental para os usuáriosaderirem às novidades

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Valor

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Uma das barreiras existentes aoaumento do consumo do café é o es-tigma de prejudicial à saúde que elecarrega há séculos. Consideradas pri-oritárias pelo Programa Nacional dePesquisa e Desenvolvimento do Café(PNP&D/Café), as investigações daárea buscam acabar com a fama devilão, mostrando à sociedade, a par-tir de estudos científicos da área mé-dica, que, além de fazer bem à saú-de, o café pode, inclusive, ter efeitosnutracêuticos (nutritivos e farmacêu-ticos). O trabalho é coordenado pelopesquisador Darcy Roberto Lima,

numa parceria entre o Consórcio Bra-sileiro de Pesquisa e Desenvolvimen-to do Café e a Universidade de Van-derbilt, em Nashville, nos EstadosUnidos.

Embora o café seja um produto na-tural e não cause doenças em pessoassaudáveis quando consumido de for-ma diária e moderada (até quatro xí-caras grandes para adultos e a metadeda dose para crianças, preferencial-mente com leite), ele pode causar efei-tos indesejáveis em algumas pessoas.Existem alguns que naturalmente nãogostam de café, uma questão pessoal,

Um hábito saudávelConsumo de forma moderada produz efeitos nutritivose farmacêuticos, auxiliando no tratamento de doenças

mas também existem pessoas normaise saudáveis que são mais sensíveis aosefeitos de um dos compostos do café,a cafeína. Essas podem apresentar an-siedade, tremores, insônia e mesmo umquadro de pânico.

Pessoas que possuem doençascomo gastrite, doença do refluxo gas-troesofágico, úlcera péptica, transtor-no de ansiedade generalizada, trans-torno do pânico, palpitações devido aarritmias cardíacas, hipertensão ar-terial ou doença isquêmica do cora-ção devem ter cuidado no consumode café. Aconselha-se, neste caso,buscar orientação médica, pois elepode agravar os sintomas ou a doen-ça, principalmente se consumido emexcesso. É importante lembrar que ocafé não é remédio, isto é, não curadoenças, mas pode ser um agente a

Efeitos atribuídos ao caféAumenta o estado de alerta (vigília)

Ajuda e estimula o córtex pré-frontal

Ajuda a memória em curto prazo (aprendizado)

Possui antioxidantes (ácidos clorogênicos) que ajudam na remoção dos radicais livres reduzindo o estresse oxidativo nos tecidos

Possui compostos com efeito antitóxico

Reduz o risco de cirrose hepática

Reduz o risco de desenvolvimento de diabetes do adulto

Previne cálculo da vesícula

Seu consumo está inversamente relacionado com o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer

Possui uma atividade genérica protetora contra o câncer

Protege contra o câncer de cólon, fígado, pele e outros

Ajuda na prevenção de cáries dentárias

Possui atividade antiinflamatória e protetora sobre o sistema cardiovascular

Possui atividade antagonista opióide (bloqueia o desejo por álcool, tabaco, drogas)

Possui um discreto efeito antiobesidade

Aumenta a performance durante o exercício prolongado (em atletas treinados)

Ajuda no alívio dos sintomas de asma

Ajuda a manter crianças hiperativas relaxadas

Ajuda no alívio dos sintomas da coréia de Huntington

Ajuda a prevenir a depressão e o suicídio

Ajuda a reduzir o jet-lag em vôos internacionais para o Leste

Fonte: Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café/Colaboração de Marino Petracco, da Illy Café da Itália

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mais na prevenção de várias doençase problemas.

O preconceito tem origem religio-sa e militar, deriva das Cruzadas lan-çadas contra os turcos para recupe-rar territórios cristãos. O café erauma bebida consumida intensamentepelos turcos pagãos, que assim setornavam mais despertos e ativos paraas lutas. E por isto, era evitada com

veemência pelos cristãos, mesmosendo conhecida desde o início do se-gundo milênio. Apenas no final doséculo XVI é que seu consumo regu-lar foi permitido entre os cristãos,depois que o Papa Clemente VIII(1592–1605) provou e gostou da be-bida, que lhe permitia ficar acordadoaté mais tarde para se dedicar às suasorações a Deus.

Linha DiretaAssociação Brasileirade Cafés Especiais (BSCA)(35) 3293-2416Associação Brasileirada Indústria do Café (ABIC)21 2206-6161Associação dos Cafeicultores daRegião de Patrocínio (Acarpa)34 3831-8080Ateliê do Café19 3728-8304Embrapa Café61 3448-4551Fazenda Esperança35 3334-1527Fran’s Café11 5056-0043Lucca Cafés Especiais41 3342-9243Nespresso0800-7702411Pão de Açúcar11 3886-0465Saeco do Brasil11 3186-9666Starbucks11 5181-2108

Cafeterias surgiram na Inglaterra(1650) e na França (1671), criandonovos costumes. As pessoas reuniam-se para descansar, relaxar, aprender asnovidades, para vender barganhas eaté mesmo para conspirar. Receoso deque algum complô fosse tramado, oRei Carlos II da Inglaterra proibiu ascafeterias. Mas onze dias após suaproibição, elas foram reabertas e pro-liferaram de forma avassaladora.

O uso de café disseminou-se ain-da mais com a conquista das Améri-cas. Devido às condições climáticas,o cultivo tornou-se viável apenas empaíses pobres e subdesenvolvidos. Ospaíses ricos queriam um produto bome barato. A melhor maneira que elesencontraram foi pechinchar. E criti-car o objeto de compra para diminuirseu valor no mercado.

INDEX OPEN

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Consultoria

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Quanto valeum bomconselho?

por Wendel Martins

Consultores são importantes alia-dos nos negócios, mas um empreen-dedor escolher um profissional comdestaque no mercado e que ajude aempresa a resolver os problemas ain-da é um desafio. O que pensam, o quevendem e quanto cobram difere emcada caso. Porque estão sempre bemna foto, com novas idéias e histórias,podem ser interpretados como um ex-cesso de zelo no marketing ou umamaneira de vender a si mesmos. Elesse apresentam como vencedores nummercado com as mais diferentes so-luções e estratégias.

Por que o mundo corporativo nãoconsegue viver sem eles, essa é umapergunta sem resposta. Talvez umaexplicação esteja no papel dos consul-tores nas economias modernas: cole-tar, processar, disseminar e fornecerinformações relevantes para os toma-dores de decisão. O trabalho de con-sultor envolve também a manutençãoou ampliação de postos de trabalho,com a resolução de problemas, comoa liderança de equipes.

As diferenças entre aconselhar eempreender estão cada vez mais tênues,tendo em vista a profissionalização dasgrandes consultorias, que podem sermaiores em faturamento ou funcioná-rios do que as empresas que assesso-ram. Uma dessas gigantes é a MercerHuman Resource Consulting, que tem235 funcionários no Brasil, cerca de16.500 no mundo, faturamento globalde US$ 2,7 bilhões e uma carteira de600 clientes. Entre os serviços que aempresa oferece, estão a consultoriaem previdência privada e planos de saú-de corporativos, e a consultoria de ca-pital humano e gestão de talentos – quepode incluir pesquisa de clima organi-zacional e até uma definição e revisãode políticas de recursos humanos.

O rápido crescimento das consul-torias levanta uma série de questiona-mentos, uma delas é a necessidade devender novidades o tempo inteiro ou

Consultores são uma das categorias deempreendedores que mais cresce em todo mundo

36 – Empreendedor – Janeiro 2007

INDEX OPEN

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 37

incentivar a adoção de modismos ge-renciais. O consultor sênior da Mer-cer, Willian Bull, diz que consultorias econsultores experientes não se deixamlevar por modismos, e, como todo ne-gócio, as empresas do ramo precisamalcançar resultados. Também afirmaque a construção de relacionamentosduradouros é pautada no profissiona-lismo e na confiança adquirida nos ser-viços que presta.

“Agora, é importante refletir que ummodelo serve para solucionar um de-terminado tipo de problema. Se o pro-blema muda, o modelo talvez tenha quemudar também. O conhecimento, aspessoas e as organizações evoluem, emuitas mudanças ocorrem em funçãodisto”, diz Bull. Um consultor vendeserviços e credibilidade. Se achar queos modismos podem fazê-lo alcançaros resultados, prejudicará o relaciona-mento com os seus clientes e a suaimagem profissional. “Todo profissio-nal, independente de ramo, se defron-tará com questões éticas no exercíciodo seu trabalho. Agir com integridadefará dele um profissional respeitado. Sea solução ou o modelo não serve parao seu cliente, não vale a pena trocar acredibilidade por um resultado de cur-tíssimo prazo.”

Entre as dicas que Bull dá para evi-tar a contratação de profissionais des-qualificados, uma é avaliar bem todasas alternativas possíveis antes de umacontratação de serviços. E questionarbastante, até estar certo de que deter-minada opção faz sentido para o negó-cio. “Tenha sempre em mente que, an-tes da mágica da resposta, sempre de-verá existir a mágica da pergunta.”

Outro alerta é do diretor do Institu-to Brasileiro dos Consultores de Orga-nização, Luiz Afonso Romano. “Com aqueda no nível do emprego, que dimi-nui a cada dia, muitos profissionaismigram para a atuação em consultoriapor tempo determinado, até encontra-rem outro posto de trabalho, um planode saída.” Ele relata que essa situaçãofoi muito comum durante a década de

importante ou mesmo essencial oaprendizado de outras áreas, para queos profissionais desenvolvam continu-amente suas habilidades. Um curso deformação de consultores, se houves-se, poderia complementar a experiên-cia adquirida dentro de uma empresaou dentro de uma consultoria. As gran-des empresas do setor investem na for-mação metodológica de profissionaisegressos de universidades e daquelesque obtiveram experiência organizacio-nal, ocupando cargos técnicos ou ge-renciais. “O mercado valoriza muito aexperiência do consultor em determi-nados assuntos e no segmento de mer-cado. Uma formação isolada, numa hi-potética escola de formação de consul-tores, por si só, não traria credibilida-de”, diz Bull. Opinião compartilhada porRomano, que analisa o ofício de con-sultor como multidisciplinar, e por isso“não cabe numa faculdade”.

Ele aponta as certificações como aCMC, sigla em inglês de certificaçãode gerenciamento de consultores, umaferramenta interessante para analisaro grau de embasamento e comprome-timento de um profissional. CMC é umdiploma internacional e significa queseu detentor é um consultor com re-conhecimento mundial. As certifica-ções permitem aos consultores identi-ficar quais competências devem serdesenvolvidas para melhorar seu de-sempenho, além de aumentar sua com-petitividade. “Essa cada vez mais vaiser uma exigência do mercado, masainda depende da avaliação de quemcontrata. O mercado é senhor nessashoras”, diz Romano.

Paulo Araújo, consultor na área devendas, diz que certificação traz quali-dade ao mercado, mas ressalta que cadaempresa utiliza uma estratégia diferen-te, e o empreendedor deve ponderar seos caminhos apontados agregam valorao negócio. “O bom consultor é o quevem para aprender. Sou contra o auto-ritarismo engravatado que acha sabermais do que todo mundo”, diz. O perfilde que profissional que as consultorias

1980, e é aconselhável o empreende-dor colher informações sobre o profis-sional que vai contratar para não ficarcom um trabalho incompleto. Para che-car referências, um bom índice é o nú-mero de contratos renovados, tempono mercado, ou procurar algum clien-te do consultor para pegar informa-ções. “É como escolher médico, peçasempre uma segunda opinião.”

Capacitação

Outra questão delicada é a falta deum diploma específico, o que torna

Como escolherum consultor

Não se deixar levar por modismosempresariais.

Avaliar bem todas as alternativaspossíveis antes de uma contratação.

Questionar o consultor a todomomento.

Procurar clientes do consultorpara checar informações e referên-cias.

Selecionar consultores com boaexperiência no mercado que asses-soram.

Exigir certificações como a a CMC,sigla em inglês de certificação degerenciamento de consultores.

Aspectos como liderança e boacomunicação também são funda-mentais para um consultor.

Desconfiar de profissionais compostura arrogante ou que não sa-bem ouvir a opinião do cliente.

Procurar empresas e consultorescom claras regras de tratamento deinformações e dados. Se necessá-rio, estabelecer acordos de confi-dencialidade com o consultor paraque informações sigilosas não cai-am em domínio público.

Não misturar serviços de consul-toria com de auditoria.

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Consultoria

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estão buscando é o inquieto, que “querconhecer um pouco de tudo e é vol-tado para a curiosidade”, diz Roma-no. Como áreas promissoras, eleaponta as de finanças, marketing, saú-de para idosos e educação. Afirmatambém que setores tradicionais,como contabilidade, estão entrandoem desuso graças à tendência da au-tomação e informatização. “Conciliarhoje a máquina com a preparação daspessoas que vão ao mercado ofere-cer serviços é um dos maiores desa-fios da atualidade”, diz Romano.

Aspectos como liderança e boa co-municação também são fundamentaispara um consultor. De nada adianta terbons conhecimentos técnicos se nãosabe transmiti-los adequadamente. Ri-cardo Bevilácqua, diretor da ThomasCase & Associados – consultoria detransição de carreira do país, com ob-jetivo de auxiliar o profissional na re-colocação de postos de trabalho –, dizque a gestão da equipe é essencial paraatingir resultados. Comenta que o con-sultor tem o dever de passar o máxi-mo de informação quando precisaremitir uma opinião. “O empreendedorcorre bem mais risco; se ele errar, vaipagar. Cabe ao consultor formar ocapital humano para perceber o que ébom e o que não é.”

Já Luiz Fernando Garcia, da Ren-der Capacitação, criou o conceito deprofissional Orientado a Resultados(OR) após uma pesquisa com 1.200pessoas. Constatou que 198 se desta-cavam, positivamente, e destas, 93%tinham em comum sete característicascomo capacidade de visualização, su-peração de desafio, manutenção defoco, criação de mapa de percurso,manutenção da expectativa e do pro-pósito, tolerância à incerteza e auto-re-forço para auto-estima. “O OR é oempreendedor que consegue visualizaro futuro mesmo estando no presente.”

Dilemas éticos

Um dos mistérios associados aomundo das consultorias está relaciona-

do aos escassos dados disponíveis eàs suas formas de atuação, que recor-rem ao sigilo em diversas ocasiões,como uma importante alavanca de cri-ação de confiança entre cliente e con-sultor. É interessante o empreendedorprocurar empresas e consultores comclaras regras de tratamento de infor-mações e dados. “É muito comum queos clientes ou a própria consultoriatome a iniciativa de estabelecer acor-dos de confidencialidade com os seusclientes. Isto é normal e desejável. Nãoquer dizer que não deva existir trans-parência quanto ao esclarecimento defontes de informações e das metodolo-gias utilizadas”, diz Bull.

Outro dilema é as empresas deconsultoria organizacional venderemtambém serviços de auditoria financei-ra, que é considerada uma prática nor-mal de mercado. Como garantir queesses serviços vão contar com a trans-parência necessária é um importantequestionamento. Vários episódios nahistória recente, como da Arthur An-dersen, aumentaram a preocupaçãodas empresas com a governança cor-porativa. “As lições também foramaprendidas por várias prestadoras de

serviço que anteriormente exerciampapéis concomitantes de auditoria econsultoria. Hoje, existe maior preo-cupação na seleção de fornecedorespara assegurar a governança”, diz Bull.

Ele afirma que erros fazem partedo aprendizado, e desenvolvimento depessoas e organizações. “Não creio quealguém caminhe sem tropeços. O quenão se pode tolerar é a persistência noerro ou as omissões. Afinal, se vocêestivesse a caminho de um centro ci-rúrgico que tivesse um cartaz “Erraré humano”, ficaria confiante ou teme-roso? A excelência em qualquer áreavem da repetição e das melhorias. Seerrar é humano, persistir nos acertosé inteligente.”

Ricardo Bevilácqua: se oempreendedor errar, ele vai pagar

Luiz Fernando Garcia: pesquisaidentifica potencial de resultados

LIO

SIM

AS

Linha DiretaLuiz Afonso Romano(11) 3289-4152Luiz Fernando Garcia(48) 3334-0782Paulo Araújo(41) 3267-6761Ricardo Bevilácqua(11) 3177-0780Willian Bull(11) 3048 1800

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Mercado

40 – Empreendedor – Janeiro 2007

De porta em porta

por Camila Stähelin

Garantir um complemento na ren-da, buscar uma nova oportunidade denegócio, ser seu próprio patrão, ter fle-xibilidade de horário, arrumar um em-prego: alguns desses motivos impor-tantes levam empreendedores a atua-rem no mercado de venda direta, setorque conquista cada vez mais adeptosno país. Trata-se de um sistema de co-mercialização de produtos e serviços,realizado através do contato pessoalentre vendedor e comprador, fora deum ambiente comercial fixo. O clientenão tem relação com a empresa, é umintermediário (na maioria dos casos,chamado de representante de vendas,distribuidor ou revendedor) e se dis-põe a bater de porta em porta à procu-ra de consumidores para os bens deconsumo da empresa que representa.Esse tipo de trabalho não garante uma

A venda direta representa uma alternativavantajosa para empresas e trabalhadores

remuneração segura no fim do mês,muito menos oferece os benefícios deum vínculo empregatício, como car-teira de trabalho assinada ou férias re-muneradas, mas hoje quem garante al-guma coisa no mundo do trabalho?

De acordo com dados da Associa-ção Brasileira de Empresas de VendaDireta (ABEVD), 1,6 milhão de pesso-as trabalharam como revendedores ati-vos no terceiro trimestre de 2006, sen-do 8,7% a mais do que no ano passa-do. Isso possibilitou um crescimentonominal de 21,4% no volume comer-cializado. Foram movimentados R$ 3,7bilhões neste período, enquanto em2005, R$ 3,1 bilhões. No último levan-tamento feito pela World Federation ofDirect Selling Association (WFDSA) –entidade mundial de vendas diretas –,em 2004, o Brasil apareceu em quartolugar no ranking mundial, ficando atrásapenas da Coréia, do Japão e dos EUA.

Um exemplo clássico do setor devenda direta são as empresas que co-mercializam enciclopédias. É difícilquem nunca tenha sido abordado em suacasa por um dos seus vendedores. AEditora Barsa Planeta, dedicada a essamodalidade de comércio desde a déca-da de 1950, já atendeu dois milhões declientes e possui 1.560 representantessó no país. Além da Barsa (antiga Enci-clopédia Britânica), atualmente disponí-vel no formato multimídia, a marca ven-de outros 17 produtos e atua tambémnos mercados argentino, chileno, mexi-cano, venezuelano, português e espanhol.

Em maio próximo, Guiomar Trin-dade Motta completa 22 anos comovendedora da editora. “Durante essetempo, consegui comprar três imóveis,formar três filhos na universidade efazer um pecúlio. Sempre morei nosmelhores bairros de São Paulo, e meusfilhos estudaram em escolas particula-res. Também fiz 19 viagens internacio-nais totalmente bancadas pela Barsa”,diz a ex-professora, que consegue rea-lizar uma venda a cada três demons-

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trações completas que faz.A oportunidade de ingressar na em-

presa surgiu por acaso. A filha estavanum aeroporto com o pai, se interes-sou pela enciclopédia, e agendaram umavisita para demonstração do produto.“O vendedor ficou surpreso, pois, alémde não conseguir fazer com que eu fi-casse com o material, ainda comprouuns produtos importados que ofereci aele. Antes de sair da minha casa, dissepara eu tentar vender no escritório daBarsa. Acabei sendo convidada paratrabalhar na empresa.”

Desde quando Guiomar começou aatuar o mercado de vendas diretas, ocenário mudou bastante. “Em cada épo-ca, o consumidor tem algo que usacomo desculpa para não querer com-prar enciclopédia. Já foi o videocasse-te, depois o computador e, em seguida,a internet. Mas sempre se dá um jeito.”

Nos grandes centros, como São Pau-lo e Rio de Janeiro, por exemplo, onde écada vez mais difícil se abrir a porta paraum desconhecido, a indicação de con-sumidores por outros possíveis clientestem funcionado. “Pedimos que a pes-soa que visitamos indique de quatro aseis nomes. Se um desses aceitar mar-car uma visita, já é um primeiro passoimportante para a venda se concretizar”,diz a ex-professora.

O treinamento é indispensável paraajudar a superar essas dificuldades.Todas as empresas que atuam no setorpossuem uma série de ações para pre-parar e reciclar seus novos vendedo-res. “Os recém-contratados recebemvárias aulas, sendo a mais importantepara nossa empresa a de administraçãofinanceira pessoal. Ensinamos a pou-par dinheiro, o que é muito importantena área em que trabalhamos. O queganhamos num mês, não necessaria-mente será o mesmo do seguinte”, diza diretora de treinamento e marketingSandra Cabral.

“Quando você faz um porta-a-por-ta, encontra de tudo. Desde a dona decasa, mãe de três filhos, o empresário,a professora universitária.” É o atendi-mento ao cliente que garante o suces-

so ou o fracasso do sistema de vendadireta. É preciso saber lidar com dife-rentes tipos de pessoa, e não apenasentender do produto que se está ven-dendo. “É mais fácil vender olhandono olho do possível cliente. Se a pes-soa pergunta ‘quanto custa?’ ao ven-dedor, já deu a margem necessária paramostrar e, muito provavelmente, con-cluir a venda”, diz.

Para estimular seus vendedores, aeditora investe 35% do que é arrecada-do nas vendas em campanhas promo-cionais para seus representantes. “Em2006, demos quatro automóveis Peu-geot e 72 motos, fora as comissões emdinheiro. No ramo editorial, a Barsa é aempresa que melhor paga. Sempre, nomês de janeiro, há um congresso emque participam todos os representan-tes que conseguiram atingir a meta es-tabelecida durante o ano”, diz. Aumen-tar a equipe, indicando novos vende-dores, é outra forma de o vendedor au-mentar seu ganho. Essa é uma carac-terística das empresas de venda diretaque trabalham com o sistema multiní-vel, que atrai cada vez mais pessoas.Na Barsa, por exemplo, através da “fór-mula 1%” a cada indicação que um re-presentante fizer de um novo vende-dor, ganha 1% sobre todo e qualquerproduto vendido por ele. “E o valor nãoé descontado da venda ou do lucro denenhum dos vendedores, e sim dadopela própria empresa”, diz Cabral.

Praticamente, tudo pode ser vendi-do através de venda direta, mas, segun-do dados da ABEVD, as empresas dosetor que têm os maiores faturamentossão as que comercializam produtos paracuidados pessoais (86%) e complemen-tos nutricionais (11%). Foi apostandonisso que Marcelo Antonio Venturellafundou a Luminalife, situada na cidadede São José (SC). O empreendimentofabrica e comercializa produtos parasaúde e bem-estar. “A vida moderna émuito estressante, sua qualidade é afe-tada pelo desequilíbrio. Nosso objetivoé, justamente, buscar o equilíbrio, aju-dar as pessoas a viverem muito tempo,mas com qualidade. Nenhum dos nos-

Nome: Sandra CabralIdade: 45 anosLocal de nascimento:São Paulo (SP)Formação: Propaganda e MarketingEmpresa: Editora PlanetaCidade-sede: São Paulo (SP)Ano de fundação: 1949Ramo de atuação: editora de livrosSite: www.barsa.com.br

BarsaNome: Guiomar Trindade MottaIdade: 58 anosLocal de nascimento:Mundo Novo (BA)Formação: ProfessoraEmpresa: Editora PlanetaCidade-sede: São Paulo (SP)Ano de fundação: 1949Ramo de atuação: editora de livrosSite: www.barsa.com.br

Sandra: é mais fácil venderolhando no olho do cliente

Guiomar:convite

depois devenderpara o

vendedor

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Mercado

42 – Empreendedor – Janeiro 2007

Sistemasde Venda“Door to door” ou porta a porta:o revendedor vai até a residência oulocal de trabalho do consumidor, eatravés de folhetos faz ademonstração e vende os produtos.Revendedores de algumas empresaspossuem produtos de maior procurapara pronta entrega.

Catálogo: o revendedor deixa ocatálogo ou folheto na residênciado consumidor e depois passapara retirar o pedido (sistemáticapouco utilizada no Brasil).

“Party plan”: o revendedor,através de um consumidor

denominado anfitrião, promove umchá para diversos clientes empotencial e lá demonstra e revende osprodutos (sistemática adotada porpoucas empresas).

Fonte: Estatuto do Vendedor Direto

Sistemas deCompensaçãoMononível: o revendedor compra oproduto e o revende com umamargem de lucro média de 30%(mark up). Nesse sistema, não háqualquer pagamento feito pelasempresas aos revendedores. Estaforma de compensação também édenominada “desconto”.

Multinível: a remuneração é pagapela empresa de venda direta aorevendedor que indicar outrosrevendedores. Neste caso, orevendedor exerce duas relaçõesdistintas: a primeira de compra evenda (mononível) e a segunda deprestação de serviços deagenciamento em que recebe umbônus (multinível) referente a cadaindicação, que varia de uma empresapara outra.

Fonte: Estatuto do Vendedor Direto

sou pelo que chama “processo de ges-tação”. Criou um plano de negócio, osprodutos, a marca e um sistema nainternet para acompanhar as vendas.“O emprego, da maneira como co-nhecemos, é um modelo em transfor-mação e está acabando no mundo.Além disso, abrir um negócio no Bra-sil é muito caro. Por isso, atuamosatravés da venda direta, que é umagrande oportunidade como um com-plemento da renda ou, inclusive, fa-zer daquilo um negócio pessoal, cominvestimento muito baixo. Mas há ain-da a opção de franquia. Temos ummodelo de vendas híbrido em que ovendedor escolhe o que melhor seadapta às suas necessidades.”

Para se tornar um revendedor dosprodutos da Luminalife, é preciso ad-quirir um “kit do empresário” no valorde R$ 300. Cada representante com-pra os produtos para revender com 30%de desconto. A indicação de novos ven-dedores rende comissões. “As pesso-

as precisam se tornar multiplicadorespara, a partir de então, ganharem di-nheiro de fato.”

Venturella fez um investimento ini-cial de R$ 400 mil para abrir o empre-endimento e estima faturar R$ 7 mi-lhões em 2007. Além disso, pretendeatingir o mercado latino-americano emcinco anos e criar um plano de previ-dência privada para seus colaborado-res. “Em 2010, os 20 campeões devendas da Luminalife irão para a Copado Mundo, na África do Sul, com tudopago”, diz.

A Vicenzzo Parfums, no mercadodesde 2002, é outra que escolheu amodalidade de venda direta através dosistema multinível. “Em 2006, a em-presa cresceu 65%. E a nossa meta éconquistar ainda mais espaço no setor”,diz Ronaldo Sperdutti, presidente damarca. A indústria de perfumaria finatrabalha com as fragrâncias Espelho –uma linha sofisticada de perfumes de-senvolvida na Europa por profissionais

sos produtos desenvolve uma ação quí-mica no metabolismo das pessoas, tra-balhamos com fitoterápicos, tudo 100%natural.” São quatro linhas de produtos:imunologia, cardiovascular, redução depeso e envelhecimento precoce.

Durante um ano, o empresário pas-

IND

EX O

PEN

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 43

reconhecidos internacionalmente, masque é diferente dos atuais por possuirmais qualidade e poder de fixação su-perior aos contratipos usuais.

Toda a estrutura da empresa foimontada para facilitar a vida de seuscolaboradores. Embora esteja sediadaem Catanduva, interior paulista, ondetambém há a única loja do empreendi-mento, a Vicenzzo trabalha com o sis-tema de revenda e distribuição paraoutras localidades, e trilha caminhooposto de outras empresas de cosmé-ticos, que saem da capital para con-quistar novos nichos. Seus produtospodem ser encontrados em Santa Ca-tarina, Rio Grande do Sul, Mato Gros-so, Espírito Santo, Minas Gerais, Cea-rá, Acre e Rondônia. Há reuniões men-sais, reciclagens, e contato constante

por telefone e MSN entre a empresa eseus colaboradores.

Para ser um distribuidor master, porexemplo, é preciso ter um telefone fixo,um local para armazenar produtos, aten-der distribuidores e revendedores e, ain-da, um investimento inicial de R$ 7 aR$ 10 mil em produtos. Um distribui-dor comum necessita investir cerca deR$ 1.150 mil em produtos para obterlucros a partir de R$ 3.825 por mêscom suas vendas pessoais e da equipe.E os revendedores investem somenteR$ 25 no kit de apresentação e podemlucrar até R$ 810,00 por mês venden-do dois frascos de perfume por dia. Aempresa não cobra royalties ou qual-quer tipo de taxa de franquia.

“A venda direta é vantajosa para to-dos. Para empresa e distribuidores, pelo

baixo custo de investimento e boa mar-gem de retorno; e para os consumido-res, pela comodidade de poder com-prar bons produtos sem sair de casa”,diz Sperdutti.

LuminalifeNome: Marcelo Antonio VenturellaIdade: 28 anosLocal de nascimento: Lages (SC)Formação: AdministraçãoEmpresa: LuminalifeCidade-sede: São José (SC)Ano de fundação: 2006Ramo de atuação:Saúde e bem-estarFaturamento: R$ 20 milhões(previsto para 2007)Site: www.luminalife.com.br

Vicenzzo ParfumsNome: Ronaldo SperduttiIdade: 33 anosFormação: Administração deEmpresasEmpresa: Vicenzzo ParfumsCidade-sede: Catanduva (SP)Ano de fundação: 2002Ramo de atuação: PerfumariaFaturamento: R$ 20 mil (mensal)Site: www.vicenzzo.com.br

Marcelo: R$ 400 mil paraabrir o empreendimento

Ronaldo: baixocusto de

investimento eboa margem de

retorno

Linha DiretaAssociação Brasileira de Empresasde Venda Direta (ABEVD)www.abevd.com.brGuiomar Trindade Motta (Barsa)(11) 9676-8386/3772-0732Marcelo Venturella (Luminalife)(48) 3357-4431Ronaldo Sperdutti (Vicenzzo)(17) 9727-1160Sandra Cabral (Barsa)(11) 3225-1935

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44 – Empreendedor – Janeiro 2007

Perfil Lígia Helena RamosLI

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 45

Das bonecaspara a modaA brincadeira de criança tornou-se a profissãoda empresária e estilista Lígia Ramos

por Camila Stähelin

“Cresci ouvindo o som dos tea-res e as chaminés das caldeiras, queindicavam a hora das trocas de tur-nos das fábricas.” Essa foi a infân-cia de Lígia Ramos, proprietária dagrife catarinense de moda femininaBoby Blues. A empresária deixou apequena cidade de Brusque, consi-derada pólo da indústria têxtil cata-rinense, para criar e vender modapara o Brasil. “Ser empreendedor ésaber arriscar, ser curioso e não termedo de experimentar”, afirma.

Irmã do meio de uma família detrês filhos, Lígia morava ao lado dafábrica Têxtil Renaux, onde o pai tra-balhava como operário. “Minha brin-cadeira preferida quando criança erafazer roupinhas para as minhas bo-necas.” Quem ensinou a menina acosturar foi a mãe, que era dona decasa e quem fazia as roupas para afamília. “Naquele tempo, não existi-am lojas de roupa próximas, as op-ções praticamente inexistiam.”

Ao completar 12 anos de idade,não queria mais vestir o que a mãeconfeccionava. “Eu já era uma moci-nha, então comecei a fazer minhaspróprias roupas, gostava de desenharpeças diferentes. Só que eu era tãopequena que não alcançava com ospés no pedal da máquina de costura,por isso não podia ficar sentada.”

Outra fonte importante de ensina-

mento para a pequena aprendiz foi arevista alemã de moda feminina Bur-da, no mercado editorial há mais decinqüenta anos. Aos poucos, seus do-tes estilísticos foram sendo aprimo-rados, e começou a costurar para asamigas. “Às vezes, alguma tinha umafesta e não sabia o que usar, eu cos-turava algo para ela.”

Quando terminou o Ensino Secun-dário, aos 16 anos, decidiu que erahora de deixar Brusque. “Tinha so-nhos maiores do que continuar ali.”Foi para Florianópolis e, em seguida,já estava trabalhando e estudando.“Trabalhava de manhã no Besc (Ban-co do Estado de Santa Catarina) e, àtarde, fazia graduação em Biologia, naUFSC (Universidade Federal de San-ta Catarina). Escolhi essa faculdadeporque, na época, a moda era quanto

mais alternativa a opção, melhor. Enada mais alternativo do que cursarBiologia.”

Na universidade, fez amigos quedespertaram nela o interesse pelomundo dos esportes. Durante esseperíodo, aprendeu a surfar, por exem-plo. “Apesar de não mais pegar onda,ainda tenho prancha. Até cinco anosatrás, também jogava tênis, pratica-va windsurf e voava de parapente.Mas, durante umas férias de fim deano em Nova Iorque, quebrei meu péenquanto patinava no gelo. Desdeentão, estou um pouco parada, mas,em breve, pretendo voltar a fazer al-gum exercício.”

Foi justamente essa aproximaçãocom os esportes que possibilitou, decerta forma, a jovem voltar ao ofícioque aprendera durante a infância emsua terra natal. Depois de um ano tra-balhando no banco, uns amigos sur-fistas a convidaram para ser vende-dora de uma loja de surfware que pre-tendiam abrir na capital catarinense,uma das primeiras da cidade nesseestilo. “Meus pais quase me mataram.Eles não aceitavam que eu deixasseum emprego estável no banco paraser balconista de uma loja, ainda maisde roupas de surfe. Mas eu via aquilocomo uma oportunidade bacana, por-que, além de ser atendente, eu tam-bém poderia confeccionar.”

Aos 21 anos, casou-se com um en-genheiro, com quem teve três filhos.

LÍGIA HELENA RAMOS

Idade: 50 anos

Local de nascimento: Brusque (SC)

Formação: MBA em Varejo de Moda

Empresa: Boby Blues

Ramo de atuação: Confecção

Ano de fundação da empresa: 1992

Cidade-sede: São José (SC)

Número de funcionários:90 (diretos) 400 (indiretos)

Site: www.bobyblues.com.br

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Logo depois de casados, ela e o mari-do resolvem abrir um negócio. O ramojá era mais do que certo: confecção.Montaram, ainda em Florianópolis,uma loja multimarcas de moda femi-nina e masculina, a Contato, que tam-bém vendia algumas peças feitas pelaproprietária. Com a separação, o ma-rido ficou com o empreendimento, eela fundou, em 1992, uma nova mar-ca, a Boby Blues, destinada ao públi-co jovem feminino.

A aposta inicial da empresária foiinvestir em jeans para as adolescen-tes com preços inferiores aos dasgrandes marcas. Atualmente, a grifeoferece duas coleções por ano for-madas por, aproximadamente, 500modelos cada, com valores que de-monstram sua expansão e seu reco-nhecimento. “Acredito que a BobyBlues tenha surgido dessa minha iden-tificação com os anseios das meni-nas. Hoje, posso dizer que conheçobem o que elas querem e procuramem uma roupa”, afirma.

“Meu acerto maior é na criação.Também sou competente nas ques-tões administrativas e comerciais daempresa, mas gosto mesmo é de pôra mão na massa.” Até quatro anosatrás, Lígia Ramos era a única esti-lista da grife e fazia toda a criaçãodas coleções. Com a expansão, foi ne-cessária a constituição de uma equi-pe, atualmente formada por quatropessoas, incluindo a empresária, paradar conta de toda a demanda.

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Boby Blues: trêsestabelecimentospróprios, 16 franquiasdistribuídas porquatro Estados epresença em 200lojas multimarcaspor todo o país

1956 - Nasce em Brusque (SC).

1968 - Começa a costurar suas próprias roupas.

1973 - Muda-se para Florianópolis. Ingressa na faculdade de Biologia e arrumaum emprego no Besc.

1975 - Sai do banco para trabalhar de balconista em uma loja de surfware, ondepassa a confeccionar algumas peças de roupa.

1977 - Casa-se com um engenheiro.

1979 - Ela e o marido inaugu-ram a Contato, uma loja mul-timarcas que também comer-cializa roupas feitas por Lígia.

1981 - Nasce o primeiro filhodo casal.

1984 - Nasce uma filha.

1985 - Nasce a segunda filha.

1992 - Funda a grife de modafeminina Boby Blues.

2002 - Com a expansão damarca, Lígia deixa de ser aúnica estilista da empresa.Contrata mais três profissi-onais e monta uma equipe decriação.

2007 - A Boby Blues come-mora 15 anos de existênciacomo uma marca reconhe-cida no mercado da modanacional.

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Perfil Lígia Helena Ramos

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 47

De acordo com a estilista e pro-prietária da Boby Blues, as fontes deinspiração para conceber as duas co-leções anuais são variadas. “Costu-mo dizer que o DNA da marca são asjovens de 16 anos, mais ou menos.Então, o ponto de partida é, basica-mente, observar essas pessoas.”Acredita que é preciso estar onde seupúblico está. Sendo assim, freqüentabaladas, shoppings centers e shows.“Fui e vou a todas as edições do Pla-neta Atlântida, em Florianópolis (doisdias de shows que acontecem todosos anos, no mês de janeiro).”

Além disso, a equipe de estilo daBoby Blues faz pesquisa de tendênciasnos principais centros de moda domundo: Paris, Londres, Nova Iorquee Milão. As tendências são adaptadaspara o mercado nacional, e recebeminfluências e inspirações locais. “Via-jo bastante. Ando em feiras, brechóse em todo o tipo de evento que possainspirar novas idéias. Teve um ano quevi uma exposição do (Paul) Gauguin,em Londres, e me interessei muito pelopersonagem, que veio de uma cidadetêxtil, assim como eu. A Edina (Siem-sen – estilista) foi para o Taiti pesqui-sar, e criamos uma coleção.”

Para a coleção de verão de 2007,por exemplo, as estilistas buscaraminspiração nas telas da artista plásti-ca catarinense Tercília dos Santos.“Vi um quadro dela num espaço, emSanto Antônio de Lisboa (bairro dacapital catarinense), e me apaixonei.

Na hora, decidi que as obras da pin-tora inspirariam esta coleção”, diz adona da grife, que ganhou projeçãovestindo a modelo Maryeva, as can-toras Luiza Possi e Débora Blando, ea apresentadora Eliana.

A criação de moda em Santa Ca-tarina é considerada um processo re-cente, mas a Boby Blues está na listade uma série de marcas que vêm con-quistando os mercados local, nacio-nal e estrangeiro. Os estilistas bus-cam cada vez mais se aperfeiçoar, eas empresas estão reconhecendo aimportância de absorver a mão-de-obra oriunda das universidades.

A grife é parte do projeto que pre-tende transformar o Estado num pólode moda. Chamado de Santa Catari-na Moda Contemporânea, a iniciativaconta com a participação de empre-sas de projeção nacional de ramosdistintos (calçados, surfwear, confec-ção, cama, mesa e banho) e de enti-dades de ensino reconhecidas. Atra-vés da promoção de palestras,workshops e concursos, espera-sedespertar a consciência para a modacomo sendo uma alternativa de es-tratégia empresarial.

Seguindo esta tendência, a empre-endedora faz com que a sua empresanão pare de crescer e se atualizar. Sehá treze anos a única loja atendia àdemanda, atualmente o público podeoptar por comprar em um dos trêsestabelecimentos próprios ou nas 16franquias distribuídas pelos Estados

de São Paulo, Paraná, Santa Catarinae Rio Grande do Sul, ou, ainda, emuma das 200 lojas multimarcas espa-lhadas por todo o país. “90% do nos-so mercado está concentrado na Re-gião Sul. Temos o Brasil inteiro paracrescer”, diz a proprietária.

Recentemente, a grife abriu umafranquia no Shopping Ibirapuera, nacapital paulista, e lança mais quatrolojas: Shopping Iguatemi, em PortoAlegre, Shopping Farol, em Tubarão,e Floripa Shopping e Shopping Igua-temi, em Florianópolis. A marca en-cerrou o ano de 2005 com fatura-mento 11,58 % maior em relação aoano anterior. Uma das razões foi ocrescimento de 109,39 % no núme-ro de peças em lojas multimarcas. Noprimeiro semestre de 2006, o fatu-ramento da Boby Blues foi 36,63 %maior em relação ao mesmo períododo ano passado.

Para dar conta de toda a produ-ção, a empresária optou por terceiri-zá-la. “São 400 empregos indiretos.Mas, mesmo assim, é muito mais fá-cil me encontrar na fábrica do queno showroom”. Os outros 90 funcio-nários se ocupam das questões ad-ministrativas, comerciais e de desen-volvimento do empreendimento.

Lígia Ramos dá a receita do su-cesso da sua marca: “O segredo são acuriosidade e a insatisfação. É sem-pre estar fazendo mais e não se aco-modar. É olhar para uma coleção, que-rer e fazer a próxima melhor.”

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Pequenas Notáveis

48 – Empreendedor – Janeiro 2007

Editado por Alexandre Gonçalves

ESPECIAL

Por dentro da Lei GeralA Lei Geral expressa 28 atividades quepodem aderir ao Simples Nacional.Desse total, 17 setores foram incluídosagora com a nova lei. São eles:

1) veículos de comunicação, de radio-difusão sonora, e de sons e imagens, emídia externa;

2) empresas que se dedicam à constru-ção de imóveis e obras de engenhariaem geral, inclusive sob a forma de su-bempreitada;

3) operadores autônomos de transpor-te de passageiros;

4) empresas montadoras de estandespara feiras;

5) escolas livres, de línguas estrangei-ras, artes, cursos técnicos e gerenciais;

6) produção cultural e artística;

7) produção cinematográfica e de artescênicas;

8) administração e locação de imóveis

de terceiros, cumulativamente;

9) academias de dança, de capoeira, deioga e de artes marciais;

10) academias de atividades físicas, des-portivas, de natação e escolas de esportes;

11) decoração e paisagismo;

12) elaboração de programas de com-putador, inclusive jogos eletrônicos, des-de que desenvolvidos em estabeleci-mento do optante;

13) licenciamento ou cessão de direitode uso de programas de computação;

14) planejamento, confecção, manuten-ção e atualização de páginas eletrôni-cas, desde que realizados em estabele-cimento do optante;

15) escritórios de serviços contábeis;

16) serviço de vigilância, limpeza ouconservação;

17) representação comercial e corre-toras de seguros.

Novos segmentos no Simples NacionalA máxima “ano novo, vida nova”nunca fez tanto sentido para asmicro e pequenas empresas bra-sileiras quanto agora, com a en-trada em vigor da Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas,sancionada em dezembro pelopresidente Luís Inácio Lula daSilva, após quase três anos demobilização de lideranças empre-sariais e entidades como o Se-brae. Para comprovar que 2007será um ano de vida nova paraas micro e pequenas empresas,é unânime entre todos os queparticiparam efetivamente doprocesso de elaboração, apro-vação e sanção da nova legisla-ção a opinião de que se cons-truiu um novo ambiente, muitomais favorável para os empreen-dedores de menor porte. E paraquem ainda possa ter dúvidasquanto a isso, basta conferir osprincipais benefícios da Lei Ge-ral em conteúdo produzido peloSebrae, via Agência de NotíciasSebrae, e que Pequenas Notá-veis reproduz nesta edição.

EUGÊNIO NOVAES/AGÊNCIA SEBRAE

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 49

O espaço da micro e pequena empresa

ExportaçõesAs exportações de pequenas empresasserão desoneradas, levando a esse segmen-to benefícios já usufruídos pelas grandesempresas. Os optantes do Simples terãouma grande redução de custos tributáriosnas suas exportações.

Segmentos que continuamno Simples NacionalA Lei Geral mantém no Simples Nacio-nal os 11 tipos de atividade que já podi-am pagar tributos pelo antigo Simples.São eles:

1) creche, pré-escola e estabelecimentode Ensino Fundamental;

2) agência terceirizada de correios;

3) agência de viagem e turismo;

4) centro de formação de condutores deveículos automotores de transporte ter-restre de passageiros e de carga;

5) agência lotérica;

6) serviços de manutenção e reparaçãode automóveis, caminhões, ônibus, outrosveículos pesados, tratores, máquinas eequipamentos agrícolas;

7) serviços de instalação, manutenção ereparação de acessórios para veículosautomotores;

8) serviços de manutenção e reparaçãode motocicletas, motonetas e bicicletas;

9) serviços de instalação, manutenção ereparação de máquinas de escritório e deinformática;

10) serviços de reparos hidráulicos, elé-tricos, pintura e carpintaria em residên-cias ou estabelecimentos civis ou empre-sariais, bem como manutenção e repara-ção de aparelhos eletrodomésticos;

11) serviços de instalação e manutençãode aparelhos e sistemas de ar condiciona-do, refrigeração, ventilação, aquecimentoe tratamento de ar em ambientes contro-lados.

Cálculo e pagamentode impostosPagamento único dos impostos fede-rais, estaduais e municipais, por meiode um percentual reduzido que incidirásobre o faturamento do mês. ICMS,INSS patronal, PIS, Cofins, IRPJ e CSLLserão unificados. No lugar de váriasguias de recolhimento, com várias da-tas e cálculos diferentes, haverá ape-nas um pagamento, com data e cálculoúnicos de quitação.

Abertura e formalizaçãode empresasGrande desburocratização, com a facili-tação da abertura, racionalização das exi-gências de documentos e comprovantespara os empreendedores. Em vez de vá-rios números de identificação (inscriçãoestadual, municipal, CNPJ, entre outros),será um único número, baseado no CNPJ.A abertura da empresa será efetuada me-diante registro simplificado dos seus atosconstitutivos, dispensando a microempre-sa e a empresa de pequeno porte de ins-crição em qualquer outro cadastro. Alémdisso, todas as exigências para a aberturada empresa serão consolidadas e disponi-bilizadas de uma só vez, para que o em-presário saiba o que deve fazer para for-malizar o seu negócio.

Licenças para funcionamentoda empresaOs órgãos envolvidos na abertura e no fe-chamento de empresas que sejam respon-sáveis pela emissão de licenças, alvará eautorizações de funcionamento somenterealizarão vistorias após o início de ope-ração do estabelecimento, na grande mai-oria dos casos. Para o funcionamento ime-diato da empresa, será emitido o Alvaráde Funcionamento Provisório.

Fechamento da empresaA baixa da empresa será automática, mes-mo que tenha débitos tributários, que po-derão ser assumidos pelos sócios, liberan-do-os para abrir outros negócios. Nãoserá mais necessário esperar meses.

Preferência nascompras públicasNas licitações públicas, está previsto queas compras de bens e serviços de até R$ 80mil serão feitas exclusivamente de peque-nos negócios, e também há permissão paraa sua subcontratação por empresas demaior porte, possibilidade de fornecimen-tos parciais de grandes lotes, entre outrosdispositivos que farão com que as peque-nas empresas efetivamente consigam parti-cipar de licitações em condições de igual-dade com as grandes empresas. Com isso,as prefeituras, por exemplo, poderão reali-zar as compras de empresas da próprialocalidade, beneficiando a economia local.

Planejamento dos negóciosOs empreendedores que não desejarem seassociar a ninguém para abrir seu negóciopoderão fazê-lo sozinhos, somente respon-dendo pelas dívidas empresariais com osbens e direitos vinculados à atividade daempresa. Seus bens pessoais não mais serãoenvolvidos com a atividade empresarial.Além disso, a contabilidade da empresa po-derá efetivamente se voltar para seu plane-jamento, e não mais para o simples cumpri-mento de obrigações fiscais e burocráticas.Será uma verdadeira ferramenta de gestão.

Inovação tecnológicaEstá previsto que, no mínimo, 20% dos re-cursos públicos voltados para pesquisa,desenvolvimento e capacitação tecnológi-ca sejam investidos em micro e pequenasempresas. Como isso, ficarão mais compe-titivas, agregando valor aos seus produtos.

Obtenção de créditoHaverá condições para melhoria nas ga-rantias de crédito, o que facilitará o aces-so dos pequenos negócios a empréstimose financiamentos. Além disso, haverá umreforço ao cooperativismo de crédito eao microcrédito.

Formação de consórciopara compra e vendaCriação do consórcio simples, tipo de as-sociação empresarial com a qual os peque-nos negócios poderão se associar visandoa ganhos de escala, competitividade e aces-so a novos mercados. Com maior poderde negociação, as micro e pequenas em-presas poderão comprar melhor e tambémvender melhor, fortalecendo o que se fazhoje por meio das centrais de negócios.

Para ler a íntegra da Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas, acesse:www.empreendedor.com.br/ext/leigeral.php

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TI

50 – Empreendedor – Janeiro 2007

Coleta automatizada de dados aumenta a eficiência no agronegócio

Granja digital

A gestão informatizada é um pro-cesso irreversível no agronegócio.Mesmo com uma grande carênciade investimentos nessa área, sejapor parte do governo, seja dos em-preendedores rurais, existe umamaior conscientização no país dosbenefícios gerados pelas aplica-ções desenvolvidas. Ajuda a melho-rar a produtividade e contribui paraa sobrevivência no campo, pois ouso da tecnologia está diretamen-te ligado à agilidade na coleta dedados, diminuição de gastos, e or-ganização e aprimoramento cons-tante do negócio. Como confirma-ção dessa tendência, o mercado de

soluções voltadas a esse nicho res-ponde em pleno crescimento.

A oportunidade de negócio vi-sualizada pela Agriness, criada em1999 e especializada em ferramen-tas de gestão técnica e estratégicada cadeia de suínos e de bovinosde conf inamento, é justamenteapostar nesse mercado. A confian-ça na reabilitação da suinoculturabrasileira, que ano passado nãoteve um bom ano, é tamanha quea empresa investiu no desenvolvi-mento do Agriness S2, sistema decoleta digital de dados para o soft-ware de controle de granjas. O ob-jetivo da ferramenta é gerenciar

todas as etapas de produção de su-ínos, contemplando a gestão zoo-técnica e econômica da atividade.“Temos consciência do momentodifícil e também sabemos da impor-tância da gestão cada vez mais pro-fissional e por isso mantivemos nos-sa política de venda em quilos suí-nos. Então, mesmo com o preçodo suíno muito baixo no mercado,a tecnologia é acessível a produ-tores de todos os portes”, diz o di-retor de Negócios, Everton Gubert.

Implantada em 48 granjas, a fer-ramenta gerencia um total de 54 milmatrizes. O sistema foi desenvolvi-do para automatizar a coleta digi-

Software foiimplantado em48 granjas egerencia umtotal de 54 milmatrizes

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tal de dados, que é feita por meiode Palm Top (computador demão), trazendo ganhos, confor-me Gubert, em rapidez, confia-bilidade e segurança. Tambémpossui várias “travas” que impe-dem a coleta de dados errados.“Por exemplo, uma pessoa queestá coletando os dados e digi-tando no Palm não consegue fa-zer nenhuma ação com uma ma-triz, se o brinco do animal nãoestiver 100% correto. No papel,isso pode passar, o que acabagerando erro na coleta, perda detempo e retrabalho”, diz.

A meta da empresa para 2007é aprimorar ainda mais seus pro-dutos e implantar o Palm em 40%de seus clientes. “O nosso único li-mite é a capacidade de processa-mento do Palm. Não podemos es-quecer que a tecnologia dos com-putadores de mão ainda possui li-mitações de potência, memória eforma de armazenamento dos da-dos”, diz.

Novo Sisbov

Para garantir a segurança sani-tária no processo de produção dacarne no Brasil, o governo criou oSistema Brasileiro de Identificaçãoe Certificação de Origem Bovina eBubalina (Sisbov) em 2001. A metafoi identificar os animais brasileiros,ou os que chegassem ao país, efazer um registro com informações,desde o seu nascimento até o con-sumo do produto final, para quepudessem ser monitorados. Comas novas regras do Sisbov, defini-das pela a Instrução Normativa nº017, de 13 de julho de 2006, os pro-dutores vão poder optar por utili-zar em seus animais o chip eletrô-nico ou o brinco de identificação.Não haverá obrigatoriedade na ade-

são, que fica restrita apenas a quemexporta para países que exigem ras-treabi l idade, por exemplo, daUnião Européia.

Hoje, existem sistemas atualiza-dos de identificação, como o sis-tema Bólus, no qual é colocadoum microchip dentro de um invó-lucro e introduzido no animal pelaboca, ou injetado por dentro docouro na região do umbigo (rú-men). Mas como o sistema é usa-do somente para leitura, muitosprodutores optaram por continuarut i l izando apenas o t radic ionalbrinco. Nesse caso, a funcionali-dade é a mesma. É realizada acontratação de um veterinário, quefará uma visita à fazenda e cadas-trará todos os animais.

Encontrar uma solução para in-centivar o uso da tecnologia portodos os produtores é o objetivode um projeto que utiliza brincoseletrônicos para rastreamento eidentificação. Idealizado por Ricar-do Mayer, especialista em informá-tica, o sistema contém os dadosexigidos pelo Sisbov como a iden-tif icação de propriedade de ori-gem, data do nascimento do ani-mal ou de ingresso na proprieda-

de, sistema de criação e alimen-tação, vacinação, tratamentos eprogramas sanitários.

A inovação do projeto, em re-lação a outros modelos já exis-tentes no mercado, é que a fer-ramenta permite a inserção, nobrinco eletrônico, de quaisquerinformações necessárias e exigi-das pela fiscalização, além deoutras, como por exemplo: diae hora de nascimento, genealo-gia, donos, vacinações, doençasadquiridas e demais informaçõessolicitadas para exportação. “Asinformações serão inseridas atra-vés de um software homologa-

do pela fiscalização, que existiráem um aparelho específico. Esteaparelho poderá ser adquirido pelofazendeiro, por uma associação oupor um veterinário”, diz Mayer. Es-sas informações funcionam comoum relatório vitalício, permanecen-do no animal até o dia do seu aba-te, e podem ser coletadas e con-sultadas a qualquer momento pormeio do mesmo aparelho.

Juntamente com o brinco, é rea-lizada uma tatuagem na face inter-na do pavilhão auricular para evitarqualquer alteração da identificaçãodo animal. Nela constará o númerodo chip, evitando dessa forma a suatroca por outro com outras infor-mações. “A resistência do brinco ea durabilidade e eficiência do chipserão um investimento único, sema necessidade de um novo investi-mento até o seu abate, ou seja, oanimal poderá passar de donossem a necessidade de novas alte-rações nas peças”, diz. “É tambémmais econômico que o sistema atu-al, pois consistirá na aquisição debrincos e tatuagens. A utilização doleitor digital portátil ficará a crité-rio do fazendeiro, que pode alugar,tomar emprestado ou comprar.”

Everton Gubert: ganhosem rapidez, confiabilidadee segurança

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TI

52 – Empreendedor – Janeiro 2007

Novas soluções sobreprodutos consagradosdinamizam asoportunidadesde negócios

Upgrade criativo

O avanço da tecnologia contribuipara o aparecimento de ramificaçõesem nichos de mercado já estabele-cidos. Muitas vezes, as oportunida-des estão associadas à segmenta-ção, que implica terceirizar ou ofe-recer produtos e serviços comple-mentares diretamente a determina-dos empreendimentos. Mas essetambém é o clima propício ao surgi-mento de novas ferramentas e ativi-dades desenvolvidas a partir de so-luções e negócios consagrados. Oobjetivo é atender à demanda na re-solução de possíveis problemas exis-tentes e no preenchimento de lacu-nas deixadas no mercado.

O VoIP está incentivando o desen-volvimento de novas soluções, volta-das à área de telecomunicações, ba-seadas no protocolo de internet. Umadelas é o Flizy Link, sistema de tele-fonia que utiliza a rede de computa-dores e transforma qualquer PC emramal, possui os atributos de umPABX e agrega todas as funcionali-dades de um PABX IP. A ferramentacriada pela Principal Telecom, comtecnologia 100% nacional, é umaaposta na substituição das estruturastelefônicas tradicionais por sistemasvia internet. “Acreditamos tanto noFlizy que devolvemos o investimentoem 60 dias, caso o cliente não apro-ve o produto”, diz Alexandre Flit, di-retor geral da Principal Telecom.

Conectado à internet, o usuáriopode utilizar o telefone em qualquerparte do mundo como um ramal, semcusto de ligação, independentemen-te da distância. É possível utilizar fo-nes de ouvido e telefones IP com ousem fio utilizando a rede Wi-fi. A solu-

ção incorpora também as principaiscaracterísticas de um PABX IP, alémde um Sistema Unificado de Mensa-gem, que integra a caixa postal aosistema de e-mail, SMS (Short Mes-sage System) e web. O Flizy tem ain-da sistema de conferência, gravação,servidor de fax, módulo para call cen-ter, painel de gerenciamento para te-lefonista e bilhetagem. “Disponibiliza-mos ramais em quantos locais foremnecessários para a operação do cli-ente, e ele fala o quanto quiser, semse preocupar com pulso telefônico ouinterurbano”, diz Flit.

A constante atualização das so-luções VoIP também fomenta a cria-ção de plug-ins (programas comple-mentares, utilizados para personali-zar ou melhorar uma ferramenta). Osoftware chamado TalkAndWrite,

plug-in do Skype, é um exemplo.Desenvolvido pela empresa brasilei-ra TalkAndWrite, permite a criação dechats públicos. Os usuários podemescrever, desenhar, apagar, grifar edigitar sobre qualquer documento,de qualquer extensão, e conversar aomesmo tempo.

O princípio do software, classifi-cado como whiteboard (quadro bran-co), é simular a interação entre duaspessoas trabalhando lado a lado so-bre um mesmo documento. “OTalkAndWrite é como se fosse umafolha de papel mágica, sobre a qualduas pessoas podem fazer anota-ções simultaneamente, ainda que seencontrem em localidades geografi-camente opostas no globo terrestre”,explica Marcelo Rezende, sócio daTalkAndWrite.

Alexandre Flit:“Devolvemos o

investimento em 60dias caso o cliente não

aprove o produto”

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Dez empresas brasileiras de TI fo-ram selecionadas para instalar umarepresentação em Portugal. Depois depassar por um processo seletivo queteve início em julho de 2005, as parti-cipantes da Incubação Cruzada, pro-grama desenvolvido pelo InstitutoGene, incubadora tecnológica ligadaà Universidade de Blumenau, em par-ceria com o Parkurbis, incubadoratecnológica da cidade portuguesa deCovilhã, vão ter a oportunidade deingressar no mercado europeu. Nasmesmas condições, empresas dePortugal vão poder se instalar na ci-dade catarinense de Blumenau. “Asempresas catarinenses se organiza-ram mais rapidamente, apresentaramseus projetos e já estão prontas para

Incubação cruzadaentre Blumenau ePortugal viabilizainternacionalização

Intercâmbio de tecnologia

Empresas participantesEmpresaEmpresaEmpresaEmpresaEmpresa Cidade-sedeCidade-sedeCidade-sedeCidade-sedeCidade-sede Produto a ser exportadoProduto a ser exportadoProduto a ser exportadoProduto a ser exportadoProduto a ser exportado

Alto QI Florianópolis Tecnologia aplicada à Engenharia

Dsprez Florianópolis Solução de gerenciamento de processos

HBSIS Blumenau Gerenciamento e atendimento a clientes via web

Megasul Informática Blumenau Sistema de automação comercial

Virtos Informática Florianópolis Software de backup nacional certificado pelo MCT

Diativa Informática Blumenau Sistema que gera documentos eletrônicos

Extra Digital Florianópolis Software para auxiliar na gestão de fazendas produtorasde flores e plantas ornamentais

Lector Tecnologia Blumenau Comunicação a distância para web, conferências e eventos

QuickSoft Blumenau Desenvolvimento de software sob medida

Microton Informática Blumenau Sistema de bases cadastrais e cartográficas

começar a atuar”, diz Carlos Eduar-do Negrão Bizotto, diretor executivodo Gene. “Nosso objetivo é permitira internacionalização de pequenas

empresas de base tecnológica, e, nocaso das empresas brasileiras, o pro-grama facilita o acesso ao mercadoeuropeu.”

Bizotto: programa facilita acesso ao mercado europeu

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TI

54 – Empreendedor – Janeiro 2007

Parcerias entre empresas de diferentes ramos vãocontribuir para a inclusão digital corporativa

Rede auto-sustentável

A inclusão digital de pequenas emédias empresas ganha força nopaís. Com o objetivo de promoveressa prática de forma auto-sustentá-vel, foi criada a Associação de Tele-centros de Informações e Negócios(ATN). A entidade vai articular e inte-grar vários serviços de conteúdos dealfabetização digital e treinamentocorporativo para empresas, por meiodos dois mil telecentros espalhadospelo Brasil, número que deve chegara três mil em 2007. Com isso, devediminuir a exclusão que atinge 92%dos empresários brasileiros, de acor-do com o IBGE e o Sebrae. Outros

dados relevantes são os do ComitêGestor da Internet: 55% dos brasilei-ros nunca tiveram contato com com-putador, e 68% nunca tiveram aces-so à internet. Do total de municípios,apenas 18% possuem provedor local.

Os telecentros funcionam comoespaço de acesso à informação e àtecnologia, voltado à comunidadeempresarial, no qual se podem bus-car capacitação, prestação de servi-ços e realização de negócios. Como serviço, é possível obter dados so-bre diversos temas, por exemplo, co-mércio eletrônico, alfabetização digi-tal, e treinamento de usuários e cola-

Nos telecentros, as empresaspodem obter informações so-bre o governo, bancos, forne-cedores e parceiros, novosmercados, novas tecnologias,compras, vendas, controle deestoques, cadastro de clien-tes, cadastro de fornecedores,contas a pagar, contas a rece-ber, folha de pagamento, cál-culo do simples, contabilida-de, comércio eletrônico ou,então, ter acesso à elaboraçãoe impressão de documentos,correio eletrônico, hospeda-gem, alfabetização digital, trei-namento de usuários e cola-boradores, uso de tecnologiade ensino a distância, treina-mento para gestores e cursopara suporte em microcompu-tadores e Windows.

Acesso às informações

boradores, uso de tecnologia de en-sino a distância, treinamento paragestores e curso para suporte em mi-crocomputadores.

Mas é por meio da sustentabilida-de que o serviço pretende se firmar econtribuir para ampliar a inclusão cor-porativa. A estratégia é formar parce-rias entre empresas de diferentes ra-mos como o de tecnologia (hardwa-re e software), telecomunicações, edu-cação, setor bancário, corretoras eseguradoras, que se utilizam dos te-lecentros como canal de distribuiçãode seus produtos e serviços para pe-quenas e médias empresas, fortale-cendo e incentivando a realizaçãodos negócios. De carona, também sepretende fomentar o uso da tecnolo-gia e da comunicação na obtençãode financiamentos, aumento das ven-das, compras mais rentáveis, realiza-ção de cursos, melhoria na adminis-tração e aumento nos lucros. Os ser-

OBJETIVOS E ATUAÇÃO:OBJETIVOS E ATUAÇÃO:OBJETIVOS E ATUAÇÃO:OBJETIVOS E ATUAÇÃO:OBJETIVOS E ATUAÇÃO:

Alfabetização digital – Alfabetização digital – Alfabetização digital – Alfabetização digital – Alfabetização digital – Oferecer me-lhores condições para a população exer-cer seus direitos de cidadania, comba-tendo a exclusão digital.

TTTTTreinamentos de usuários e de co-reinamentos de usuários e de co-reinamentos de usuários e de co-reinamentos de usuários e de co-reinamentos de usuários e de co-laboradoreslaboradoreslaboradoreslaboradoreslaboradores – Auxiliar o administradorda microempresa e empresa de pequenoporte na realização de seus negócios.

Orientação e busca de conteúdos –Orientação e busca de conteúdos –Orientação e busca de conteúdos –Orientação e busca de conteúdos –Orientação e busca de conteúdos –Possibilitar o conhecimento e domíniodas novas tecnologias da informação.

Compartilhamento de experiênciasCompartilhamento de experiênciasCompartilhamento de experiênciasCompartilhamento de experiênciasCompartilhamento de experiências––––– Reduzir o hiato tecnológico que sepa-ra as MPE das empresas mais favoreci-das economicamente e possibilitar o au-mento da competitividade, e da geraçãode emprego e renda das micro e peque-na empresas.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e Peabirus (www.peabirus.com.br)

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Primeiro, nas lojaseletrônicas. Depois,todo tipo de transação

Compras pelo celular

Um sistema criado pela M-Cash, empresa de TI que tem comoprincipais acionistas a Megadata,empresa do Grupo Ibope, e a Al-batroz Participações, holding deinvestimentos, vai revolucionar a for-ma de efetuar transações comer-ciais. A plataforma, batizada como mesmo nome da empresa, é aprimeira que permite uso de tele-fones celulares para realização decompras acima de R$ 300 de qual-quer lugar, como um cartão de cré-dito ou de débito funcionando adistância e pagamentos em qual-quer tipo de estabelecimento.“Existem hoje mais de 90 milhõesde celulares em operação no Bra-sil. Isso significa um enorme mer-cado”, diz Gastão Mattos, presi-dente da empresa.

O início está previsto para 2007,e sua primeira aplicação, desenvol-vida em parceria com o bancoHSBC, se destina a compras emlojas do comércio eletrônico. A pre-visão para o próximo ano é um vo-lume de 20 milhõesde transações e deque a maioria dasempresas responsá-veis por 90% do vo-lume de compras nainternet já tenhamaderido ao novomeio de pagamen-to. Até 2009, a esti-mativa é ampliarpara dez o númerode bancos brasilei-ros que vão utilizar aplataforma. “O focoinicial de utilizaçãoserá no comércioeletrônico, mas, numfuturo bem próximo,

os donos de celulares com acesso aoM-Cash poderão usar seus aparelhospara fazer compras e efetuar pagamen-tos em qualquer estabelecimento domundo físico”, diz Mattos.

Ao usar o sistema, o compradorrecebe uma ligação em seu celular,onde uma voz o orienta sobre a com-pra, pedindo a digitação, no apare-lho, da senha previamente cadastra-da junto ao banco onde o usuáriotem conta. O banco reconhece a se-nha e autoriza a transação em tem-po real. A senha não fica gravadano telefone (uma vez que o usuáriorecebe a chamada de confirmação),o que impede que seja conhecidapor terceiros, mesmo se o aparelhofor roubado ou clonado. “Será ne-cessário apenas que a pessoa te-nha o celular, seja correntista de umbanco que faça parte do sistema eque a loja ou outro local para o qualo pagamento é destinado tenha con-ta em qualquer dos bancos que uti-lizem o M-Cash.”

A tecnologia permite seu usotambém na modalidade crédito oucomo um cartão de loja, entre ou-tras formas de pagamento. “Nãoexistem limitações tecnológicas queatrapalhem o uso do M-Cash por

qualquer telefone ce-lular operando no Bra-sil, pré-pago ou pós-pago”, diz Mattos.“Mesmo os aparelhosmais simples ou des-pojados podem serusados no sistema, etambém não há qual-quer limitação no quediz respeito às opera-doras.” O investimen-to inicial no projeto éde R$ 10 milhões nes-se primeiro ano deoperação, e a proje-ção de faturamento éde R$ 3,5 bilhões emtrês anos.

Mattos: mercado de 90milhões de aparelhos

viços serão automaticamente acessa-dos de todas as duas mil unidadesem funcionamento.

Ambiente de relacionamentos

O Peabirus é uma plataforma demídia que fornece valor e potencialagregado às redes que têm interessescomuns. Por meio dele, as redes po-dem se articular num processo quepermite o alinhamento estratégico. Ameta é estimular o relacionamento, con-siderado o melhor caminho para atin-gir objetivos coletivos de forma maisintegrada e com maior escala do queantes. Além de promover a integraçãoentre os participantes da rede, ele podese alinhar com outras sub-redes e co-munidades dentro da própria platafor-ma. A ferramenta dá visibilidade profis-sional e institucional, e ajuda a expan-dir as suas possibilidades de desenvol-vimento e ampliar os negócios.

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Rede outdoorA Vex, empresa pioneira na insta-

lação de redes sem fio em locais pú-blicos no Brasil, firmou parceria coma prefeitura de Campos do Jordãopara implementar a primeira redeWMesh outdoor da América Latina.O projeto, que contempla três ante-nas, realizará a cobertura de um es-paço de 400.000 m². Semelhante aoWi-Fi, a tecnologia WMesh conta como diferencial de ausência de cabea-mento estruturado para as antenas –pois a comunicação é feita via rádio–, e proporciona a transmissão digi-tal de dados e voz, por meio de pon-tos de comunicação e acesso interli-gados que enviam informações atra-vés de uma freqüência de 2,4 GHz. “Aimplementação da rede em Camposdo Jordão fornecerá comodidade de

Cursos gratuitos

Tecnologia SAPA Walar IT Business, integradora

de soluções para gestão e consul-toria em tecnologia de informação,estruturou uma área comercial ex-clusiva para negócios relacionadosà tecnologia SAP e contratou um triode executivos para gerenciar o novodepartamento. “O conhecimentodesses profissionais será peça fun-damental para maximizar a atuaçãono universo SAP, um mercado comforte tendência de crescimento paraos próximos anos, e embora a açãoseja parte do planejamento que tra-çamos para 2007, nossa expectati-va é aumentar as vendas da compa-nhia em 10% ainda este ano”, dizLuis Carlos Watanabi Lara, presiden-te da Walar IT Business. Especialistaem implementação de ERPs, a em-presa possui parcerias com Oracle,SAP e Microsoft, e detém em seuportfólio de clientes empresas comoGrupo Alcoa, TAM e Sadia.www.walar.com.br

Procura-seCom cerca de 3.000 empresas

responsáveis pela geração de maisde 20 mil empregos diretos e indi-retos, o setor de tecnologia de San-ta Catarina ainda encontra dificul-dades em contratar profissionaiscom formação compatível para exer-cer funções na área. Para estreitar adistância entre profissionais de TI ede Comunicação e as empresas dosetor, o Conselho de Entidades deTecnologia da Informação e Comu-nicação de Santa Catarina (Cetic–SC) – em parceria com a Associa-ção de Usuários de Informática e Te-lecomunicações de Santa Catarina(Sucesu-SC) – lançou um banco decurrículos on-line, no qual os pro-fissionais podem cadastrar seus cur-rículos e aprimorar o relacionamen-to com as empresas de tecnologiade forma gratuita. Informações nosite www.cetic-sc.org.br/cetic.

tiva oferece às universidades aoportunidade de treinar professo-res e estudantes, e proporcionar ocontato com as tecnologias e equi-pamentos indispensáveis para o pro-fissional em formação”, afirma JoséLuis Sanchez, diretor mundial deProgramas Estratégicos para Edu-cação da Sun Microsystems. As ins-tituições interessadas devem aces-sar o link www.sun.com/products-n-solutions/edu/programs/sai/ epreencher o formulário de inscrição.

acesso não só aos moradores, mastambém aos turistas em visita à cida-de”, diz Roberto Ugolini Neto, presi-dente da Vex. O projeto será estendi-do nos próximos anos para outrascidades, ampliando cada vez mais onúmero de usuários desta tecnologiano Brasil. www.vexcorp.com

Os estudantes das universidadesselecionadas através do programaSun Academic Initiative, recém-im-plantado no Brasil, terão acessoaos cursos on-line disponíveis noSun Web Learning Center. Ao todo,dez universidades brasileiras forampré-selecionadas para o processode avaliação, e as instituições apro-vadas receberão todo o conteúdode treinamento da companhia, queengloba mais de 120 opções decursos, de forma gratuita. “A inicia-

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Franquia

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produtos

Ao se destacar nos cursos da área jurídica, oGrupo Prima criou a Editora Premier, o canalcorporativo Unyca e toda estrutura de franquias

Duas advogadas e professorascomeçaram a preparar recém-forma-dos em Direito para o exame da Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB)há 14 anos, em São Paulo. O pri-meiro investimento foi a compra deuma mesa e dez cadeiras, como contaEduardo Machado, também advoga-do e marido de uma das professo-ras, Ângela Machado. A procura pe-las aulas começou a crescer, e Ân-

Os cursos na origem

Franquia

gela, junto com a outra professora,Maria Ângela Copelli, e o marido, re-solveram estruturar melhor o negó-cio, e assim nasceu o Curso Prima.Aos poucos eles contrataram profes-sores e passaram a oferecer cursospreparatórios para concursos públi-cos, exames profissionais e carrei-ras variadas.

Depois de 12 anos, veio a neces-sidade de transformar as apostilas

em livros, e então foi aberta a Edito-ra Premier Máxima. Mais tarde, sur-giu a possibilidade de transformar oCurso Prima em franquia. No entan-to, diz Eduardo Machado, para man-ter a qualidade de ensino já reconhe-cida no mercado, era preciso trans-mitir as aulas via satélite. Isto é, au-las telepresenciais, nas quais os alu-nos assistem ao professor através deum telão com a possibilidade de in-teragir nos momentos determinadospelo próprio professor. Assim, sur-giram mais duas empresas, a fran-queadora Prima e o canal corporati-vo via satélite Unyca. O Grupo Pri-ma está formado.

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Franquia

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O sócio Eduardo Machado afirmaque uma empresa foi complementan-do a outra, e hoje o Curso Prima tem190 unidades, onde são realizadas au-las que podem estar ocorrendo em umdos três estúdios de São Paulo, ou nosdois do Rio de Janeiro, ou ainda emCuritiba, Brasília e Salvador. “Para daruma cara nacional ao curso, optamospor buscar os melhores professoresnas diversas áreas em que atuamos emtodas as regiões e levá-los para algunsdestes estúdios. Se temos um exce-lente professor de Direito Civil noNordeste, e levamos até Salvador paraministrar o conteúdo.” A rede tem hoje30 mil alunos e divulga que consegueatingir o maior número de aprovaçõesnos principais exames jurídicos. Mascom a expansão, outros ramos pro-fissionais foram sendo absorvidos. OGrupo Prima possui cursos prepara-tórios para vestibulares, carreiras fis-cais e de Ensino Médio, e, mais re-centemente, iniciou a modalidade decurso para os médicos que se prepa-ram para fazer residência médica. “Sãomuitos cursos de Medicina, portantoa busca pelas melhores opções de re-sidências são cada vez mais disputa-das”, diz Eduardo.

As outras empresas do Grupo nãosão franqueadas, mas cresceram so-zinhas para atender as oportunidadesque vão aparecendo. A Editora, queno início lançava livros somente naárea jurídica, hoje está publicando li-vros em diversas áreas e prioriza aconstante revisão das obras editadas.O canal Unyca oferece transmissãode treinamentos, eventos e palestraspara clientes e colaboradores de to-das as regiões do Brasil. O sinal étransmitido pelo satélite Amazonas,estrategicamente posicionado paragarantir total cobertura em todo o ter-ritório na América do Sul, América doNorte, parte da Europa e África, comexcelente qualidade de imagem. “Osigilo das informações na transmis-são é nosso grande compromisso com

franqueados e clientes corporativos”,diz Eduardo.

Ele garante que a empresa está emcrescente expansão: “Com as sobrasde horários na transmissão via satéli-te, passei a oferecer para alguns cli-entes e amigos empresários a possi-bilidade de realizar treinamentos comfuncionários em várias filiais, confe-rências em unidades distantes, e as-sim a procura foi aumentando. O ser-viço passou a ser comprado, não davamais tempo de vendê-lo, por isso es-truturamos a Unyca.” Atualmente, umdos serviços oferecidos pelo canalcorporativo é a cobertura de feiras,congressos e seminários, com trans-missões ao vivo do que ocorre nosauditórios enquanto os participantesestão em outros locais do evento.

A rede de cursos preparató-rios via satélite, com aulas tele-presenciais, oferece uma fran-quia que exige dos franqueadosum acompanhamento de pertodo negócio. O sócio do GrupoPrima avisa que é fundamentalo atendimento ao cliente. “Osalunos que procuram este tipode curso geralmente estão ávi-dos por resultados, em momen-tos decisivos da carreira, às ve-zes estressados. Por isso, a pon-te entre a boa aula e este clienteé o franqueado.” O chamadopós-venda é um dos pontos im-portantes para que a franquia dêresultado, deixando o aluno sa-tisfeito e à vontade para voltarcaso esteja se preparando paraoutro desafio.

Para quem quiser abrir umaunidade do Prima, não é preci-so experiência na área de edu-cação ou mesmo na área jurídi-ca ou outro ramo dos cursosoferecidos. A parte pedagógicaé centralizada pela franqueado-ra, que prepara os materiais eorganiza os cursos de acordocom as demandas em cada re-gião. Ainda há o suporte dadopela franqueadora, como treina-mento operacional, manuais, in-formativos diários, consultoriade campo e de gestão. A estru-tura de cada unidade requer sa-las climatizadas com equipamen-tos multimídia e confortáveis.

“O franqueado precisa serparticipativo e estar atento aoque ocorre na sua região de atu-ação. Não precisa ser experien-te, mas vai precisar se acostu-mar, a partir de então, com edi-tais de concursos, por exem-plo”, diz Eduardo Machado.

Conforto eeficiência

Como participarInvestimento inicial: R$ 65 milRoyalties: 50% por alunoTaxa de publicidade:R$ 2,00 por alunoFaturamento médio: R$ 20 milPrazo de retorno: 24 a 36 mesesPrazo de contrato: 60 mesesNúmero de funcionários porunidade: de 5 a 7(11) 2167-4730 ouwww.grupoprima.com.br

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Marketing nas redesO marketing pode ser um aliado poderosíssimo, quando há ruído na rela-

ção entre franqueador e franqueado. A consultora do Grupo Cherto, Filome-na Garcia, com a experiência de quem atua na área do franchising desde1990, afirma que atrito é o que não falta no franchising, e nada melhor do queo entendimento promovido por ferramentas adequadas. Pois “muitos fran-queadores querem impor suas decisões à rede, também não são raros osfranqueados que descobrem que não sabem seguir as regras do negócio, umreclama do outro, e por aí vai”. Para virar o jogo e transformar a convivênciaem algo harmonioso e bom para todos, ela dá dicas:

Por meio de uma comunicação eficiente entre as duas partes vai ficarmais fácil alinhar as expectativas e perceber o quanto um é importantepara o outro. O ideal é utilizar intranet, newsletters eletrônicas, mala-direta, e-mails,fóruns virtuais e tudo mais que puder facilitar a comunicação com toda arede e assim estreitar a relação franqueado-franqueador. Divulgue casos de sucesso de franqueados, reportagens que enalteçama franquia e outras informações que poderão ajudar o franqueado a valo-rizar a rede que integra. www.grupocherto.com.br

Fábio Muller, dire-tor de expansão darede de ensino deidiomas SkillQual o perfilde um bomfranqueado?“O franqueado ide-al é aquele que temperfil empreende-dor, comportamento pró-ativo, e boacapacidade de comunicação e de moti-vação de equipes. Para estar à frentede uma unidade Skill, é preciso ter ní-vel superior, mas não necessariamentedominar um segundo idioma. O funda-mental é ter tempo para se dedicar aonegócio por ser uma prestação de ser-viço, no qual o franqueado precisa es-tar atento à parte operacional e à partepedagógica.” www.skill.com.br

FidelidadeA rede de lavanderias 5 à Sec lançou

um Programa Fidelidade que inclui umcartão a ser oferecido aos clientes parasomar pontos na própria rede e tambémem estabelecimentos parceiros da cam-panha. “Esperamos atrair novos clien-tes para as lojas e também motivar osatuais”, explica a diretora de marketingda empresa, Silvia Amaral. A cada R$ 1gasto nas lojas, o usuário ganha um pon-to. “Ao apresentar o cartão em algunsestabelecimentos credenciados, o clientevai desfrutar de vantagens”, afirma opresidente da 5 à Sec, Nelcindo Nasci-mento. Entre os parceiros, estão TAM,Le Postiche, Cinemark, Casa dos So-nhos da Estrela, Editora Abril, Hertz,Hopi Hari e Siciliano. (11) 4197-6400

Peixe no GiraffasNovo cardápio da rede de refeições rápidas Gira-

ffas inclui diferentes opções de sobremesas, como opetit gateau, grelhados como o filé de tilápia e lanches apreços especiais, como o sanduíche de picanha. Para o público adepto de refei-ções light, o filé de tilápia grelhado oferece três opções de acompanhamento.Para atender a garotada, tem batata frita em forma de girafinhas. A rede entra em2007 com metas atingidas no ano passado, quando completou 25 anos. São 210pontos-de-venda em dez Estados e no Distrito Federal. (61) 2103-1800

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Cordão umbilicalfranqueado. O investimento total no ne-gócio gira em torno de US$ 600 mil,sendo US$ 120 mil de taxa de franquiae o restante referente à montagem deum laboratório com tecnologia de pon-ta. O retorno do investimento aconteceem até 36 meses. No México, a rede écomposta por 20 unidades, com histó-rico de faturamento médio em torno deUS$ 90 mil ao mês. Atualmente, no Brasilexiste um único fornecedor desse tipode serviço, o Hospital Israelita AlbertEinstein, em São Paulo. No BCU, o cus-to para armazenamento das células-tron-co deverá chegar a R$ 1,5 mil na horada retirada do cordão umbilical (nasci-mento do bebê), mais taxa anual de ma-nutenção de R$ 1 mil. (11) 3749-3309ou www.globalfranchise.net

PALA

VRA

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FRAN

QU

EAD

OR

Chegou ao Brasil o Banco de CordãoUmbilical (BCU), franqueadora mexica-na pioneira no mercado mundial de cole-ta e armazenamento do sangue presenteno cordão umbilical de recém-nascidos.A biotecnologia utilizada pela empresaconsiste na extração de células-tronco dosangue do bebê, que podem ser aprovei-tadas mais tarde para a criação dos prin-cipais componentes sangüíneos e do sis-tema imunológico desta criança. A par-tir dessas células, é possível salvar a vidado próprio doador, ainda na fase infantilou já adulto, por meio da geração de gló-bulos vermelhos, glóbulos brancos (quecombatem casos graves de infecções)e plaquetas (responsáveis pela coagula-ção). A operação no país está a cargo daGlobal Franchise, que busca um master

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 63

Locação pelo mundo

EvoluçãoOs 86 anos de história da Fotópti-

ca não a deixaram parada no tempo,ao contrário. Ao acompanhar a evolu-ção das tecnologias, a rede mantém odesafio de aliar a tradição com equipa-mentos de última geração, produtosexclusivos e serviços com consulto-ria personalizada, tanto na área foto-gráfica quanto na venda de óculos elentes. A Fotóptica propicia um inves-timento inicial flexível, variando entreR$ 150 mil a R$ 500 mil, dependendodo perfil do negócio. A gerente de áreada empresa, Patrícia Alvim, diz que “épossível montar uma franquia Fotópti-ca, de até 70 metros quadrados, comserviços de revelação digital e con-vencional em uma hora, com R$ 270mil.” A rede conta com 75 pontos-de-venda, entre lojas próprias e fran-quias, nos Estados de São Paulo, Riode Janeiro, Minas Gerais e Santa Ca-tarina. Desde 1997, a Fotóptica fazparte do fundo Patrimônio Brazil Pri-vate Equity Fund I, administrado peloPátria – Banco de Negócios, empre-sa brasileira especializada em gestãode investimentos diferenciados e emassessoria corporativa. (11) 3175-1400 ou www.fotoptica.com.br.

a Caixa Econômica Federal para garan-tir benefícios no financiamento de ta-xas de franquia e aquisição de frotas,além dos demais investimentos neces-sários. O diretor diz que a Europcar par-ticipará das negociações com montado-ras, para garantir descontos em novasaquisições de veículos. A operação bra-sileira da Europcar foi adquirida pelo TheColleman Group, grupo nacional comatuação no exterior e especializado emfusões e aquisições, que tem em suaholding empresas dos mais diversos seg-mentos – alimentos, tecnologia, marke-ting esportivo, fertilizantes, entre outros.0800-7033876 ouwww.europcarbrasil.com.br

Uma nova fran-quia na área educa-cional foi lançadano Brasil e envolveos Centros deAprendizagem A+ ,de Matemática, cri-ados há quatroanos nos EstadosUnidos para auxiliaralunos com dificul-dades na disciplinaou mesmo aperfei-çoar o aprendizado para quem gosta decálculos e números. Os responsáveispela rede no país dizem que há grandesdiferenças em relação ao já conhecidométodo Kumon. Nos Estados Unidos,a franquia chama-se Mathnasium, e aqui

são e negócios, a expec-tativa é contar com 30franqueados em um mêse terminar 2007 com 100franquias. Os Centros deAprendizagem A+ são di-recionados a alunos a par-tir da 2ª série do EnsinoFundamental até o 3º anodo Ensino Médio. A meto-dologia já está presente emPortugal, Taiwan, Guate-mala e Japão. O futuro

franqueado terá à disposição uma equi-pe especializada que o auxiliará na mon-tagem dos Centros de Aprendizagem,além de treinamentos administrativo epedagógico permanentes, oferecidospelo franqueador. www.amaiss.com.br

ela chega pelas mãos de Luís AntônioNamura Poblacion, presidente da Fu-turekids, e com nome de A+. As metasde crescimento da franquia no Brasilsão ambiciosas. De acordo com Ro-berta Bento, coordenadora de expan-

A Europcar, empresa mundial de lo-cação de veículos, reformulou sua ope-ração brasileira e assim espera cresci-mento significativo no faturamento atéo final de 2007. Os investimentos levamem conta a expansão das franquias,aproveitando regiões ainda pouco explo-radas, como cidades de até 500 mil ha-bitantes. Hoje, a empresa possui 18 lo-jas em 13 Estados brasileiros. “Capitaiscomo Salvador ainda apresentam umenorme potencial de crescimento, porisso, estamos fazendo investimentosfortes para novas unidades e para forta-lecer as já existentes”, diz Marcelo Bas-tos, diretor Comercial da Europcar noBrasil. A empresa fez uma parceria com

sem traumasMatemática sem traumas

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Page 65: Empreendedor 147

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-sional faz parte do ProAcade-mix, maior grupo educacionaldo Brasil detentor das marcasWizard, Alps e Proativo. Trata-se de uma nova modalidade defranquias com o objetivo depreparar o jovem para o pri-meiro emprego ou adultos quebuscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem eManutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento aoCliente.

Entre os diferenciais daWorktek está a qualidade domaterial e do método de en-sino, além do comprometi-mento com a recolocação quevai além das salas de aula atra-vés do POP, Programa deOrientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas:70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF,FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 meses

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FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps fazparte do grupo ProAcademix, tambémdetentor das marcas Wizard eWorktek. Atualmente, ela é a rede defranquias de idiomas que mais cresceno Brasil, com 101 unidades espalha-das por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatrohabilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, oaprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial,através de um siste-ma exclusivo de en-sino, e dá assessoriana seleção do pontocomercial, na adequa-ção do imóvel e naimplantação e opera-ção da escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

Page 67: Empreendedor 147

A Wizard Idiomas é amaior rede de franquias nosegmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior quegeram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamentedidático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-geiros. A Wizard étambém pioneira noensino de inglês emBraille.

* Fonte: AssociaçãoBrasileira de Franchi-sing e Instituto Fran-chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI,PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 meses

ZetsNegócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos

Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) [email protected]

www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mãoA Ezconet S.A. detentora da

marca Zets é uma empresa de tec-nologia e distribuição de telefoniacelular e aparelhos eletrônicos que,através de um sistema revolucioná-rio denominado “BBC” (business tobusiness to consummer) agrega novosserviços e valores a cadeia de distri-buição. Realiza a integração entre ocomércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções com-pletas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizarpara pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negóciopróprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, semriscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. ComoFunciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtualZets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, cata-logo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. QuaisProdutos são comercializados: Celulares e acessórios para

celulares, calculadoras, telefo-nes fixos, centrais telefônicas,acessórios para informática, ba-terias para filmadoras, bateriaspara note-book e câmeras digi-tais, pilhas, lanternas, filmespara maquina fotográfica, car-tuchos para impressoras, etc.A franquia estuda a inclusão denovos produtos.

Nº de unidades próp. e franq.: 20Áreas de interesse: BrasilApoio: PP, TR, OM, FI, MPTaxa de Franquia: R$ 5 milInstalação da empresa: R$1.500,00Capital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 6 a 12 mesesContato: Shlomo Revi

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

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68 – Empreendedor – Janeiro 2007

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 69

Guia do Empreendedor

Durante muito tempo, o recruta-mento de líderes acontecia fora dos li-mites da empresa. Mas as organizaçõescomeçam a seguir a tendência inversae passam a investir nas “pratas da casa”como solução para reduzir o tempo eeliminar as dificuldades na busca.

O desafio atual, segundo a diretorade marketing da Associação Brasileira deRecursos Humanos (ABRH-RS), Luci-ane Beretta, é realizar as ações e os in-vestimentos necessários para a identifi-cação e o desenvolvimento desses líde-res, pois o tal “espírito de liderança”não surge de uma hora para outra. “Oprimeiro passo é a identificação dos ta-lentos que têm potencial para assumiruma posição de liderança, e esta des-

Líderes dentro de casacoberta deve ter o máximo possível deexatidão, pois, caso contrário, podecriar uma expectativa de promoções ir-real dentro da empresa.

Uma solução para identificar os can-didatos a líderes são as ferramentas deacompanhamento e análise, ou entãouma pesquisa para conhecer a fundocada um dos colaboradores. Após estaetapa, a empresa deve proporcionar umplano de desenvolvimento individual, quepode envolver cursos técnicos, compor-tamentais e trabalhos em equipes multi-disciplinares. “Tudo depende das com-petências que o profissional precisa aper-feiçoar para se tornar um bom líder;geralmente, as empresas valorizam o lí-der que sabe conduzir sua equipe pormeio de transmissão de conhecimento,apoio e feedbacks que favorecem ocrescimento do time”, diz Luciane.

Este investimento na formação delíderes ocorre principalmente em em-presas de grande porte e multinacio-nais, porém já se percebe um esforçonas companhias menores ou familiares.Um exemplo é a Transportadora Pli-mor, que decidiu formatar, em 2003, oProjeto Crescer, programa específicopara a capacitação e formação de líde-res. Com duração de quatro anos e meiodividido em seis módulos (comporta-mental, comunicação, mercadológico,financeiro, planejamento (pessoal e pro-fissional) e liderança), o Projeto Cres-cer conta atualmente com 80 partici-pantes – destes, 90% já ocupam umcargo de liderança. “O objetivo do pro-jeto é a qualificação dos colaboradorescom funções de liderança, pois perce-bemos que estas pessoas podem ren-der muito mais se adotarem um com-portamento pró-ativo, desejoso por co-nhecimento, por trocas de experiência,com motivação e dinamismo”, diz Ro-zimari Spinelli, gerente de RecursosHumanos da Plimor. São oito horas

Funcionários formadospara cargos de liderançaevitam custos comrecrutamento e agilizamprocessos internos

Raio XÉ receptivo a mudanças

Confia na sua equipe e passa estaconfiança

Tem “jogo de cintura”

É autocrítico

Acompanha o trabalho da equipe epassa feedback

Faz da sua postura um exemplo

Decide pelo bem de todo o grupo

Estimula a equipe a expressarargumentos e opiniões

Conduz o time sem autoritarismo eimposições

Sempre busca atualização profissional

www.plimor.com.br

mensais, e as aulas são ministradas porprofessores da Universidade Coopera-tiva do Varejo (Univarejo).

Segundo Rozimari Spinelli, a empre-sa registra ótimo aproveitamento doprograma, que já está em sua quintaetapa. “Os participantes percebem ocrescimento profissional e a melhoriado trabalho no dia-a-dia, e já promove-mos algumas pessoas de cargo.” Apóso término do primeiro ciclo, previstopara outubro de 2007, a Plimor preten-de preparar outros funcionários, quevão compartilhar dos conhecimentos daprimeira turma de líderes. “Os colabo-radores que participam atualmente doprograma se tornaram multiplicadoresde conhecimento, beneficiando tam-bém os colegas e ajudando a fortalecero espírito de equipe.”

Luciane Beretta: identificaros talentos com potencial

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Guia do Empreendedor

70 – Empreendedor – Janeiro 2007

Certificados digitais

Descarte com segurançaProcura-seA PTC, líder no segmento de soft-wares 3D para desenvolvimento deprodutos, procura canais de distri-buição no Paraná, em Santa Cata-rina e no Rio Grande do Sul. Cominvestimentos de 1,5 milhão dedólares na operação brasileira, acompanhia já tem 11 revendas nopaís e pretende encontrar mais seisnos Estados da Região Sul. Comdez anos no Brasil, a empresa con-ta com 550 clientes e pretende am-pliar a cobertura geográfica paravender sua solução para indústriasnacionais de porte médio que, hoje,utilizam software 2D para projetar.www.ptc.com

Reforço na estruturaA Denver Impermeabilizantes

disponibiliza no mercado o Denver-grout, um graute de alta performan-ce, à base de cimento, agregadosselecionados e aditivos, para grau-teamentos e execução de reparosem concreto. O graute é minicon-creto formulado para preencherpequenos espaços entre os blocosde fundações e a base dos equipa-mentos, e pode ser usado comomaterial de enchimento em refor-ços estruturais em zonas de con-centrações de tensões e quando senecessita armar as estruturas. In-dicado para fixação de trilhos ebases de equipamentos, chumba-mentos e reparos semiprofundosem estruturas de concreto, o Den-vergrout permite ajuste de consis-tência na própria obra, adequando-se às condições de aplicação. Porse tratar de um material pré-dosa-do em sacos de 25 kg, o produtoevita os riscos da dosagem em obra,e seu preparo é feito à base de água,de acordo com a dosagem reco-mendada na embalagem. www.denverimper.com.br

A Elgin ampliou sua linha defragmentadoras de papel, ideaispara destruir papéis com sigi-lo e segurança em casa ou noescritório, e lançou o modeloFR-9803. Com funcionamen-to automático pelo contato dasfolhas e chave seletora de trêsposições, o novo produto daElgin vem com fenda de 22 cm,capacidade de fragmentação de8 folhas por vez em tiras de 6mm e cesto de papel de 17 litrospara o descarte. O produto contacom seis meses de garantia con-tra defeitos de fabricação (peças)e três meses para itens consumíveis(faca de corte). www.elgin.com.br

Declarar o Imposto de Renda comcertificado digital, segundo a ReceitaFederal, proporciona algumas vanta-gens, como acesso a informações so-bre o trâmite da declaração e resgateantecipado da restituição. De olho noscontribuintes que, literalmente, prefe-rem a grande rede para lidar com o leão,a BRy Tecnologia fechou uma parceriacom a Certisign para a comercializa-ção dos certificados digitais ICP-Bra-

sil, como o e-CPF e o e-CNPJ, cobra-dos pela Receita Federal para a decla-ração on-line do Imposto de Renda. ABRy é a primeira empresa catarinensea ter uma parceria desse tipo com aCertisign, pioneira e líder no mercadode certificação digital brasileiro e res-ponsável por mais de 90% dos certifi-cados emitidos no país. A expectativada BRy Tecnologia é ampliar a comer-cialização a partir deste mês, por causada proximidade da entrega da declara-

ção de rendimentos. www.bry.com.br

IND

EX O

PEN

Page 71: Empreendedor 147

Produtos & Serviços

Janeiro 2007 – Empreendedor – 71

Mapeando o RH

Estacionamento (quase) grátis

À prova d’águaA DartBag aperfeiçoou sua linha de

bolsas plásticas, que funcionam comoembalagens estanques e que permitemcarregar equipamentos eletrônicos depequeno porte em ambientes comorios, praias e lagos, e fotografar a pro-fundidades de até 5 metros. A novida-de é o afastador de lente, que facilita odeslocamento do dispositivo do“zoom” da máquina digital e as bolsaspara rádios nos modelos HT e Talka-bout, desenvolvidas para as mais ad-versas situações, desde a prática deesportes como rafting e rapel até paraprofissionais que necessitam de co-municação, como salva-vidas e bom-beiros. Além de possibilitar acesso fá-cil aos controles do equipamento, abolsa é flutuante, possui um lacre queimpede a entrada de água e uma lenteque não interfere na qualidade da ima-gem. www.dartbag.com.br

Seguro para bares e restaurantes

to, segundo a Pro IT, faz com que oprocesso seja mais bem controlado,dentro do período estabelecido. As res-postas ficam armazenadas e à disposi-ção dos gestores, permitindo o desen-volvimento das pesquisas sem o envol-vimento da área de informática, cons-trução de gráficos e formatação de apre-sentações sobre os resultados obtidos.A idéia da Embaré é facilitar os proces-sos internos de comunicação, lidar comos funcionários de forma personaliza-da e facilitar o crescimento profissio-nal de seus colaboradores.www.proit.com.br

De olho na otimização de sua áreade recursos humanos, a Embaré adqui-riu a solução BI Pro AD, desenvolvidapela Pro IT (empresa integradora desoluções em tecnologia de informação).Com a ferramenta, os gestores do RHpoderão criar questionários de avalia-ção de desempenho de forma flexível eanalisar as informações obtidas a partirde um módulo de Business Intelligenceincorporado ao produto. A solução éutilizada através de uma ferramenta100% web, e os colaboradores são in-formados, via e-mail, que devem pre-encher a avaliação. Este procedimen-

A partir de uma pesquisa realizadacom empresários do segmento ali-mentício, a Porto Seguro mapeou asprincipais necessidades de coberturapatrimonial e lançou um seguro espe-cífico para o setor. Direcionado aosempreendedores que atuam em bares,restaurantes, padarias, pizzarias, cho-perias e salões de buffet, o Porto Se-guro Bares e Restaurantes oferececoberturas que prevêem indenização

em caso de contaminação ou deterio-ração de mercadorias em ambientesfrigorificados, responsabilidade civilno fornecimento de alimentos e bebi-das, reembolso de despesas paraeventuais acidentes sofridos por fun-cionários, assistência especial paraproblemas cotidianos como quebra delouças e cobertura para ocorrênciasnas áreas externas ao estabelecimen-to. www.portoseguro.com.br

A Airis, uma das maiores marcas debens de consumo eletrônico da Euro-pa, fechou parceria com a empresa ViaFácil para oferecer o Sem Parar/ViaFácil para clientes Airis. Na compra de

um navegador T920, o consumidorganha a taxa de adesão, a instalação dodispositivo eletrônico (TAG) e seismensalidades do Sem Parar, para po-der rodar as estradas e as cidades semperder tempo com pedágios e estacio-namento de shoppings. Os usuários doSem Parar/Via Fácil também terão des-conto de R$ 200,00 na compra do GPS.Por seis meses, o cliente pagará ape-nas pelo custo de pedágios e estacio-namentos, que é cobrado uma única vezao mês pela Via Fácil, ficando isentoda taxa de instalação e de manutençãomensal durante este período. A promo-ção é válida até o dia 30/7/2007.www.airis.com.br/www.semparar.com.br

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Guia do Empreendedor

72 – Empreendedor – Janeiro 2007

Persistência é a palavra-chave. Édiferente da teimosia, como alertam oengenheiro e administrador de empre-sas Jorge Duro e o consultor de mar-keting e comunicação J. R. Bonavitano livro Desperte o empreendedor emvocê. Insistir num esquema vocacio-nado para o fracasso não significa per-sistir, e sim errar com convicção. Épreciso dar o passo certo em direçãoao objetivo principal, passando pormetas predeterminadas. Leva tempo,dirá o desistente. Pode até levar, mas otempo não é importante, o que vale é ovalor agregado ao tempo disponível.

O que atrapalha o livro é o excessode obviedades e um tom de auto-ajudajá excessivamente explorado. Há um

O hábito de empreenderIncorporar a mudança nas rotinas é uma aparentecontradição, com soluções bem menoscomplicadas do que parece. Qual o segredo?

cruzamento desnecessário entre boasdicas e aquele vício de marketing deachar que todo consumidor está na pri-meira infância mental. Isso cria umparadoxo que em algumas partes deixao livro fazendo água, mas a persistên-cia dos autores em dar um recado útilacaba se impondo em todo o trabalho.É uma pena que boas idéias tenham quevir acompanhadas sempre desse prima-rismo da abordagem, como se a sobri-edade fosse algum pecado mortal.

Os autores desse ramo precisam se-guir os próprios conselhos e inovar deverdade, procurando novos caminhospara despertar no leitor a vontade derealmente partir para um novo tipo devida. Do jeito que está, em que existem

muitos exemplos redundantes e conclu-sões superficiais, os livros ficam muitoparecidos. Fica difícil selecionar a ori-ginalidade de cada lançamento, já que opúblico confia na credibilidade dos con-teúdos e acaba tendo que navegar emparágrafos inteiros que são pura perdade tempo. Nada se faz, ou se deveriafazer, apenas para vender livros, e simpara ajudar de verdade quem precisa sesoltar das amarras e conseguir criarnovas soluções de vida. Mas o “façavocê mesmo” dos aconselhamentos en-che de dúvidas qualquer leitor.

A qualidade deste livro não é, comoos autores devem pensar, a apresenta-ção didática dos passos que devem serseguidos até se alcançar o objetivo pro-posto. Mas a aposta que eles fazem nadiferenciação das decisões, na posturaque o empreendedor em potencial deveter para sair do lugar-comum sem cairna aventura. O bom senso ao lado deuma estimulante seqüência de cases for-mam um conjunto de lições fáceis deassimilar, mas não tão fáceis de colo-car em prática.

Grandes projetos de engenharia paraobras de infra-estrutura são sempre ne-cessários em qualquer época. Como,nesse aspecto, o Brasil ficou defasado,pois atualmente, segundo especialistas,não pode crescer 5% ao ano com a atualinfra-estrutura, o assunto ganha impul-so e oportunidade. Este livro se destinaa engenheiros e administradores, e tra-ta-se de um roteiro de se viabilizar con-tratos-padrão, gerências de riscos, pro-

jet finance e de proces-sos EPC.

Para quem, porcuriosidade e/ou ne-cessidade, está ini-ciando seu trabalho naárea, o estudo apre-senta as diferentes fa-cetas do processo, tanto do ponto devista da proprietária quanto das empre-sas contratadas, abordando aspectosque vão desde a forma do contrato, me-canismos de pagamento, sistemas definanciamento até a finalização e entre-ga do empreendimento.

Luis Alberto Gómez é técnico me-cânico eletricista pelo Conet, engenheiroeletrônico pela UNR, mestre em Enge-

nharia Eletrônica pelo Nu-ffic (Holanda) e doutor emEngenharia pela UFSC. Atu-almente, é professor daUFSC, onde leciona discipli-nas de CAD, Tecnologia daInformação e Instrumenta-ção. Christiane C. S. Reinis-

ch Coelho é engenheira química e dou-tora em Engenharia de Produção pelaUFSC (2001). Elo Ortiz Duclós é en-genheiro eletricista pela UFRGS e atuacomo gerente de contratos em diver-sos empreendimentos do Setor Elétri-co. Sayonara Mariluza Tapparo Xavieré administradora de empresas pelaESAG, filósofa e mestre em Engenha-ria de Produção pela UFSC.

A vez da infra-estruturaContratos EPC TurnkeyLuis Alberto Gómez, Christiane C.S. Reinisch Coelho, Elo OrtizDuclós Filho, Sayonara MariluzaTapparo XavierVisual Books, 112 páginas

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Leitura

Janeiro 2007 – Empreendedor – 73

DESTAQUES

“Depois de tomada a decisão deseguir seu sonho, é preciso disciplinapara planejar suas ações e executá-las.” – Pg. 30

“A maior parte dos entraves dedecisões se dá por conflitos de valorese percepções distorcidas.” – Pg. 51

“Treinar para estar sempre atento aoque estamos fazendo, principalmenteno trabalho, é a melhor maneira deestar preparado para asoportunidades.” – Pg. 93

DESPERTE OEMPREENDEDOREM VOCÊJorge Duro eJ. R. BonavitaSenac RioEditoraEmpreendedor112 páginasR$ 25,00

O livro fornece informação su-cinta a respeito dos assuntos maisatuais e relevantes da área de Ad-ministração. É recomendado paraestudantes de Administração, do-centes, pesquisadores e pessoasque trabalham com inovação tec-nológica no âmbito organizacional.Aborda a evolução do conceito deinovação tecnológica, sua impor-

A crescente utilização da grafologiapor profissionais de diversas áreas,como Recursos Humanos e Psicologia,tornou necessária a atualização da téc-nica. Paulo Sergio de Camargo, um dosmais conceituados grafólogos brasilei-ros, reuniu informações para fazer destelivro referência na compreensão dapersonalidade por meio da escrita. Oautor indica os caminhos para explorara grafologia como ciência que ajuda amostrar características pessoais pelamaneira de escrever. A obra ofereceinstrumentos para interpretar essa for-ma de expressão. Aos conceitos já es-tabelecidos pelas escolas alemã, suíçae francesa, o autor soma a influênciaitaliana e apresenta seus estudos sobreo Brasil e a América Latina.

O livro classifica tipos de observa-ção, estudos dos gêneros, divisão por

espécies, sinaisnas assinaturas,perfil psicológicoe uma revisão,passos que organizam as análises gra-fológicas. Os capítulos tratam de temascomo ambiente gráfico, ordem, dimen-são, pressão, forma e velocidade. Nocapítulo intitulado “Síndrome”, o autorconsidera fatores como inibição, expan-são ou impulsividade como traços de ca-ráter representados na escrita.

No capítulo “Assinaturas”, Camargousa os chamados cartões de visitas gra-fológicos para explicar essa marca indi-vidual de identificação. “Presente em di-versos atos cotidianos e documentos, taiscomo certidões, contratos, cheques, re-gistros e cartas, a assinatura será sem-pre verdade, mesmo que o que esteja noconteúdo do texto seja mentira”, afirma.

Revelações na escritaGrafologia expressivaPaulo Sergio de CamargoÁgora – 280 pgs. – R$ 49,90

Mudança bem amarradaGestão da inovação tecnológicaColeção Debates emAdministraçãoTales Andreassi88 págs. – R$ 25,00

tância como fatorpropulsor do cresci-mento e ações volta-das ao fomento dainovação, além da re-lação universidade-empresa.

Tales Andreassi éprofessor da Eaesp/FGV. A coleção Deba-tes em Administração,recém-lançada pelaThomson e dirigidapara estudantes e do-centes da área, quer introduzir o leitorem temas específicos da área de Ad-

ministração. Fornecedesde as primeiras indi-cações para a compre-ensão do assunto até asfontes de pesquisa paraaprofundamento. Esseconceito atende a umanecessidade manifesta-da por acadêmicos eprofissionais, que sen-tem dificuldade em ma-pear as principais cor-rentes de pensamento,especialmente quando

precisam elaborar trabalhos de con-clusão de curso.

Page 74: Empreendedor 147

74 – Empreendedor – Janeiro 2007

Guia Serasa ensina a

fazer doações a projetos

sociais e deduzi-las do IR

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA

Do leão para as “ferinhas”

P ara estimular doações aprojetos sociais com de-dução no Imposto de Ren-da, a Serasa lançou o Guia

Eduardo PannunzioAdvogado, coordenador do Pro-

grama Marco Legal do Terceiro Se-tor e Políticas Públicas do GIFE –Grupo de Institutos, Fundações eEmpresas. Mestre (LL.M.) em Di-reito Internacional dos Direitos Hu-manos pela Universidade de Essex(Reino Unido), foi gerente do Pro-grama Federal de Assistência a Víti-mas e a Testemunhas Ameaçadas doMinistério da Justiça entre os anos2000 e 2001.

Eduardo SzaziAdvogado e professor de Direito

do Terceiro Setor da FGV e FIA/USP. Bacharel em Direito pela Uni-versidade de São Paulo, especialista

em Administração de Empresas pelaFundação Getúlio Vargas, doutorandoem Direito Internacional pela LeidenUniversity (Holanda). Consultor jurídi-co e sócio emérito do GIFE (Grupo deInstitutos, Fundações e Empresas).

José Fernando da SilvaLicenciando em História pela Uni-

cap (Universidade Católica de Pernam-buco). Tem artigos publicados sobreInfância, Adolescência, Violência e Di-reitos Humanos; integra a coordenaçãocolegiada do Centro de Cultura LuizFreire (Olinda – PE); conselheiro doConselho Nacional dos Direitos da Cri-ança e do Adolescente (Conanda) nasgestões 1999/2000 e 2001/2002, repre-sentando o CCLF (Centro de Cultura

Luiz Freire); e em 2003/2004 (quandofoi vice-presidente) e 2005/2006, re-presentando a Abong (Associação Bra-sileira das Organizações Não-Governa-mentais). Desde 2005, é presidente doConanda.

Marlova Jovchelovitch NoletoMestre em Serviço Social pela Pon-

tifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul. Estudou nos EUA comobolsista das Fundações Kellogs e Eisen-hower, e na Suécia, observando o Es-tado de bem-estar social. Atualmente,é coordenadora da Área Programáticada Unesco (Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciência e aCultura) no Brasil. Tem vários livrospublicados nas áreas de Serviço Social,

Conheça os colaboradores do Guia

Serasa de orientação ao cidadão –Saiba como fazer doações para pro-jetos sociais, distribuído gratuitamenteno Serviço Serasa Gratuito de Orien-

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 75

tação ao Cidadão, em todo o país.Criou também o serviço Canal Aber-to dentro do Espaço do Terceiro Se-tor, um canal virtual criado pela Se-rasa e pela organização Filantro-pia.org, de Stephen Kanitz, para darmais visibilidade às organizações não-governamentais e oferecer informa-ções tanto para apoiar decisões de in-vestidores sociais quanto para incen-tivar a transparência nesse setor.

O Guia, elaborado a partir deentrevistas com profissionais dereconhecida competência, numalinguagem bastante didática, reve-la que há um meio praticamenteignorado no país de financiar ini-ciativas sociais voltadas para a cri-ança e o adolescente.

Os contribuintes, sejam eles pes-soas físicas, sejam jurídicas, podem,com fundamento na lei, fazer doaçõesa projetos sociais voltados à infânciae à juventude e deduzi-las do Impos-

O esforço da Serasa se soma a trabalhos desenvolvidos por organizaçõescomo Fundação Abrinq, Unafisco, Gife, Instituto Telemig Celular e Conanda,entre outros, engajados em campanhas para aumentar as doações.

municipalização, Terceiro Setor (par-cerias e alianças estratégicas) e direi-tos humanos, além de vários artigos emrevistas especializadas.

Sandra Amaral de Oliveira FariaSuperintendente executiva da Fun-

dação Abrinq pelos Direitos da Cri-ança. Graduada em AdministraçãoPública e pós-graduada em Adminis-tração Geral e Relações Industriaispela FGV – Fundação Getúlio Vargasde São Paulo. Assessorou a presidên-cia da Agência Nacional do Petróleo(ANP). Foi diretora executiva da Fun-dação de Amparo ao Trabalhador Pre-so (Fundap), onde atuou por mais dedez anos nas áreas de ensino, con-sultoria e pesquisa.

to de Renda a pagar. No entanto, se-gundo estimativas da Receita Fede-ral, apenas 0,09% do que hoje é de-duzido nas declarações tem esse des-tino. A intenção do Guia é, justamen-te, orientar o contribuinte e mostrarcomo fazer para destinar parte de seuImposto de Renda a projetos volta-dos para esse público.

“É um manual da boa vontade ali-ada à racionalidade financeira. O go-verno permite isenções fiscais para asdoações, e é importante conhecê-las,pois esta é uma forma de ampliar osrecursos destinados aos nossos se-melhantes mais carentes, principal-mente a criança e o adolescente. Arelação é muito simples: mais doaçõessignificam menos imposto a pagar e,portanto, mais pessoas beneficiadas.É fazer o bem aproveitando seus di-reitos, muitas vezes desconhecidos”,afirma Elcio Anibal de Lucca, presi-dente da Serasa. A publicação está

disponível na internet e pode ser aces-sada no endereço eletrônicowww.serasa.com.br/guiadoacoes.

O lançamento da publicação con-tou com a presença de Marcos Fu-chs, conselheiro da ANDI (AgênciaNacional dos Direitos da Criança),que falou sobre a elaboração de pro-jetos sociais. Cerca de 100 gestoresdas ONGs, líderes e voluntários doProcesso Serasa Social também par-ticiparam do lançamento, com o ob-jetivo de promover o intercâmbio deexperiências e informações sobre aatuação voluntária e a gestão do Ter-ceiro Setor, agregar conhecimento,desenvolver ferramentas e planejarações futuras, incentivando o deba-te entre voluntários e gestores deONGs parceiras.

O Guia Serasa de orientação aocidadão – Saiba como fazer doaçõespara projetos sociais é o décimo se-gundo título da Série Serasa Cidada-nia, que tem o objetivo de investir empublicações que contribuam paramelhorar a vida dos brasileiros, ala-vancar o espírito de cidadania e ci-vismo, e construir um país melhor.

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Guia do Empreendedor

76 – Empreendedor – Janeiro 2007

Efeitos práticosdo otimismo

As pessoas vivem, em grande par-te, por expectativas quanto ao que vaiacontecer no futuro. Se acham queos próximos meses vão ser de fartu-ra, costumam gastar por antecipação,se acham que vai faltar na mesa, pro-curam economizar hoje. Podemosdizer que esse é um comportamento-padrão, senão de todos, mas da maio-ria das pessoas.

A economia no Brasil nas últimasdécadas viveu momentos bastantedistintos, dos quais podemos desta-car o Plano Cruzado; o Plano Collor(que deu um calote na poupança dapopulação); o Plano Real; e a mudan-ça radical no câmbio em janeiro de1999, quando passamos a ter um sis-tema de câmbio livre ao invés do sis-tema de bandas cambiais. Em todosesses momentos, podemos conside-rar que houve uma mudança forte nasexpectativas da população.

A idéia de que se podia “congelar”os preços acabou mexendo com osânimos do povo na década de 1980.Muita gente passou a fiscalizar os pre-ços, como se as forças de mercado pu-dessem ser vencidas pela vontade dapopulação. Ficou claro, meses depois,que isso não era possível.

No início dos anos 90, a “saudosa”ministra Zélia acabou decretando o con-fisco da poupança dos brasileiros, noque foi chamado de Plano Collor. Nes-se momento, as expectativas passarama ser sombrias, já que o povo havia fi-cado sem os seus recursos poupados

O novo ano cria expectativas numa economiagerenciada pelo governo que, apesar dasdenúncias, ganhou mais um voto de confiança

a duras penas. Podemos dizer que foium período de depressão forçada.

Quando veio o governo do ex-pre-sidente Itamar Franco, e dentro de umcenário de inflação ainda sem controle,surgiu o Plano Real com o então mi-nistro da Fazenda Fernando HenriqueCardoso. Tivemos aí uma melhora gra-dativa e positiva das expectativas dapopulação, tendo como âncora a esta-bilidade real da moeda.

O sistema de bandas cambiais, im-plantado no Plano Real, mostrou aolongo do tempo não ser o mais indica-do, visto que trouxe uma valorizaçãoalém do normal para a nossa moeda,analisando-se aquele momento da eco-nomia brasileira. Tínhamos aí uma taxade juros também elevada, e como ocâmbio era quase fixo e o dinheiro ex-terno podia entrar livremente, houveum grande fluxo de dinheiro especu-lativo que tinha como objetivo o lucrofácil e quase garantido. Os dólares en-travam e saíam do país praticamentepela mesma taxa de câmbio, mas comos juros bastante elevados a perma-nência no Brasil era muito interessan-te. Foi dessa maneira, basicamente,que tivemos uma elevação rápida dasreservas cambiais, que chegaram aaproximadamente US$ 72 bilhões an-tes de a engrenagem entrar em colap-so em janeiro de 1999.

Com a mudança abrupta no câmbioe a disparada do preço do dólar, as ex-pectativas da população foram nova-mente alteradas, e para pior.

É difícil afirmar se todos os gover-nos que passaram, se os ministros eseus planos econômicos se preocupa-ram efetivamente com os reflexos desuas medidas junto às expectativas dapopulação, mas é fato que um maiorou menor otimismo tem efeitos práti-cos na economia. Em todos os momen-tos econômicos citados anteriormen-te, a mudança nas expectativas se fezsentir no dia-a-dia.

Chegamos agora ao início de 2007,que coincide com o início de mais qua-tro anos de governo Lula. Ele foi ree-leito, se sente agora prestigiado pelopovo, apesar dos escândalos do seu go-verno. Experiência adquirida versuscompromissos assumidos... O paísdeu um novo voto de confiança, e pa-rece mesmo querer acreditar que podehaver uma melhora da atual situação.

O crescimento econômico é aindatímido para as nossas necessidades,mas como ponto positivo, e para me-lhorar a cena, temos uma expectativaotimista da maioria da população. Esseé o nosso principal sustentáculo.

Esperamos que o próprio gover-no não provoque uma deterioraçãodesse quadro por vias tenebrosas,como no caso de novos escândalos ede atitudes pouco representativas daética e da moral.

Roberto MeurerConsultor da Leme Investimentos e

professor do Departamentode Economia da UFSC

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Análise Econômica

Janeiro 2007 – Empreendedor – 77

N O M E T I P O PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % ANOA Ç Ã O A Ç Ã O I B OV E S PA (ATÉ 15/12/2006)

Acesita PN 0,41 89,5ALL América Latina UNT N2 0,67 107,10Ambev PN 1,17 19,10Aracruz PNB 0,87 46,50Arcelor BR ON 1,62 56,10Bco Itaú Hold Finan PN 3,37 36,60Bradesco PN 4,95 28,90Bradespar PN 1,60 83,40Brasil T Par ON 0,70 37,30Brasil T Par PN 0,77 7,60Brasil Telecom PN 1,51 12,90Brasil ON 1,52 62,60Braskem PNA 2,28 -15,00CCR Rodovias ON 1,12 57,10Celesc PNB 0,54 28,10Cemig ON 0,159 29,6Cemig PN 2,11 16,90Cesp PNB 0,47 -Comgas PNA 0,33 47,8Copel PNB 1,27 39,40Eletrobras ON 1,25 32,60Eletrobras PNB 1,97 25,20Eletropaulo Metropo PNB 0,37 -Embraer ON 1,05 32,10Gerdau Met PN 1,13 41,30Gerdau PN 2,82 37,30Ibovespa 100,00 30,30Ipiranga Pet PN 0,49 43,40Itausa PN 1,73 44,40Klabin PN 0,58 33,80Light ON 0,88 50,00Natura ON 0,66 46,00Net PN 2,28 50,10Pão de Açúcar PN 0,70 -3,70Perdigão ON 0,95 36,40Petrobras ON 2,14 33,00Petrobras ON 4,00 -Petrobras PN 12,48 33,70Sabesp ON 0,72 91,50Sadia PN 1,38 18,70Sid Nacional ON 2,57 41,60Souza Cruz ON 0,53 44,90TAM PN 0,72 59,40Telemar Norte Leste PNA 0,84 -17,40Telemar-Tele NL Par ON 1,61 11,40Telemar-Tele NL Par PN 4,70 -20,40Telemig Celul Part PN 0,47 -6,20Telesp PN 0,39 30,4Tim Participações ON 0,43 105,80Tim Participações PN 1,11 26,40Transmissão Paulist PN 0,46 18,00Unibanco UnN1 1,97 36,40Usiminas PNA 4,33 47,60Vale Rio Doce ON 2,97 36,80Vale Rio Doce PNA 12,72 31,90Vivo Part PN 2,27 -2,70Votorantim C P PN 0,91 46,80

Juros/Aplicação (%)

Novembro AnoCDI 1,02 13,91Selic 1,02 13,95Poupança 0,63 7,70CDB * 1,03 15,32Ouro BM&F 1,69 8,76* (até 15/12)

Indicadores imobiliários (%)

Novembro AnoCUB SP 0,06 3,75TR (dezembro) 0,15 2,04

Juros/Crédito

Dezembro Dezembro15/dezembro 14/dezembro

Desconto 2,15 2,20Factoring 4,01 4,02Hot Money 2,20 2,25Giro Pré * 2,35 2,40

Câmbio

CotaçãoDólar Comercial Ptax R$ 2,1470Euro US$ 1,3067Iene US$ 0,0085

Mercados futuros(em 15/12/2006)

Janeiro Fevereiro Março

Dólar R$ 2,149 R$ 2,163 2,173,08Juros DI 13,13% 13,13% 13,08%

Inflação (%)

Índice Novembro AnoIGP-M 0,75 3,50IGP-DI 0,57 3,52IPCA 0,31 2,65IPC - Fipe 0,42 1,48

Carteira teórica Ibovespa

FevereiroIbovespaFuturo 44.520

(em 15/12/2006)

(em 15/12/2006)

(em % mês)

* taxa mês

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Guia do Empreendedor Agenda

78 – Empreendedor – Janeiro 2007

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acessea seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)

Em destaque

25/1 a 28/1/2007

MOTOBOY FESTIVAL 2007Centro de Exposições ImigrantesSão Paulo/SP(11) 3044-7551www.motoboyfestival.com.br

Estima-se que, anualmente, o mercado de motoboysmovimente só na cidade de São Paulo US$ 1 bilhão entresalários, compra de equipamentos e acessórios,combustível, manutenção das motos e serviços prestados.Ao todo, cerca de 200 mil profissionais estão em atividade,percorrendo diariamente 200 km. O consumo decombustível chega a 1 milhão de litros por dia, com trocade pneus a cada 1,5 mês. De olho neste filão, a AM3Feiras e Promoções organiza o Motoboy Festival 2007,com investimento inicial de R$ 1 milhão e expectativa deatrair 30 mil pessoas nos quatro dias de evento comdiversas atrações voltadas ao varejo e entretenimento.

IND

EX O

PEN

27/1 a 31/1/2007

25º CIOSPPavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SP0800 128555www.ciosp.com.br

6/2 a 9/2/2007

VITÓRIA STONE FAIRParque de Exposições de CarapinaSerra/ES(27) 3337-6855www.feiradomarmore.com.br

6/2 a 11/2/2007

NÁUTICA FAIR 2007CentroSul FlorianópolisFlorianópolis/SC(48) 3251-4000www.centrosul.net

9/2 a 12/2/2007

ABIMAD 2007Centro de Exposições ImigrantesSão Paulo/SP(11) 5067-6767www.abimad.com.br

13/1 a 17/1/2007

SHOWROOM DA MODA 2007Hotel PestanaSão Paulo/SP(21) 2254-6927www.showroomdamoda.com.br

15/1 a 18/1/2007

COUROMODA 2007Pavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SP(11) 6224-0400www.couromoda.com

22/1 a 25/1/2007

ENCONTRO DA MODAFEMININACentro de Convenções Frei CanecaSão Paulo/SP(11) 3472-2000www.encontrodamoda.com.br

23/1 a 26/1/2007

FIT 0/16 OUTONO/INVERNO2007Expo Center NorteSão Paulo/SP(11) 6224-5900www.fit016.com.br

27/2 a 2/3/2007

NT&TT 2007Pavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SP(11) 6283-5011www.feimaco.com.br

6/3 a 8/3/2007

TELEXPO 2007Expo Center NorteSão Paulo/SP(11) 6224-5900www.telexpo.com.br

12/3 a 16/3/2007

MOVELPAR 2007Centro de Eventos ExpoaraArapongas/PR(43) 3172-5000www.movelpar.com.br

13/3 a 17/3/2007

FEICON 2007Pavilhão de Exposições do AnhembiSão Paulo/SP(11) 6224-0400www.feicon.com.br

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Janeiro 2007 – Empreendedor – 81

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82 – Empreendedor – Janeiro 2007

www.empreendedor.com.brO conteúdo que faz toda a diferença

As novidades do site direto no seu e-mailAcesse o site Empreendedor e, na página inicial, cliqueem “Cadastre-se”, na área “Login”, no canto superiordireito, ao lado do cabeçalho do site. Em seguida,preencha o cadastro e assinale a opção: “Quero recebera newsletter e-Empreendedor”.

Assine a newsletter

Formato RSS – Acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e saiba comoreceber as manchetes, um resumo e o link de cada novo conteúdo publicado.

Site elege o mais empreendedorNeste mês de janeiro, a enquete do site Empreen-

dedor vai fazer uma consulta diferente aos leitores. Emvez de uma pergunta sobre um tema da atualidade, os

leitores serão convidados a esco-lher o mais empreendedor entreos dez empreendedores de 2006,eleitos na edição de dezembro darevista Empreendedor (publica-ção da Editora Empreendedor,responsável pelo site e que tam-bém edita a Revista do Varejo).Para ajudar na escolha, o site des-tacará a partir do dia 2 o perfil decada um dos escolhidos.

Enquete

Página inicial

Categorias e RSS: use à vontadeO site Empreendedor encerrou

2006 com ótimos resultados em ter-mos de audiência e manteve umaposição de destaque nas buscas rea-lizadas no Google, por exemplo. Maisdo que a preocupação diária de equi-librar quantidade com qualidade dainformação publicada, o site se pre-ocupou também em facilitar o aces-so dos leitores ao conteúdo. Para isso,inovou ao adotar a organização doconteúdo por categorias e ao ofere-cer avisos sobre atualização via RSS.

A primeira ação – conteúdo porcategorias – tem um efeito direto eprático para quem acessa o site àprocura de informações sobre umdeterminado assunto. Todas as notí-cias, entrevistas, os artigos e repor-tagens, quando publicados, são clas-sificados por assunto. Por exemplo,todo o conteúdo sobre a Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresas foie é classificado na categoria “Lei Ge-

Espaço para publicação de artigosPara 2007, o site Empreendedor quer contar ainda

mais com a participação dos leitores. Para isso, reforçaseu compromisso de abrir espaço não apenas para suges-tões de pauta, mas também para a publicação de artigoscom temas do interesse dos leitores do site. Os artigosdevem ser enviados para [email protected] a palavra “Artigo” no campo “Assunto”.

ral”. Ao clicar nessa categoria, o leitorvisualiza uma lista com todo o materialpublicado sobre o assunto. Em resumo,através da categorização, o leitor vai di-reto ao seu ponto deinteresse e, a partir detodo o conteúdo pu-blicado, tem uma no-ção mais ampla doque acontece em re-lação a um determi-nado assunto.

Já o RSS é umformato que temmuitos adeptos e pas-sou a ser mais utili-zado pela mídia nosúltimos dois anos. Éa ferramenta idealpara manter o vínculo entre site e leito-res por avisar sempre que um novo con-teúdo é publicado. Assim, o leitor rece-be um aviso em seu leitor de RSS e cli-ca no link disponibilizado para acessar

automaticamente aquele assunto re-cém-publicado. Em relação ao e-mail(leia abaixo como assinar a newslet-ter do site), o RSS tem uma série de

vantagens e, mesmoque ainda necessite demaior popularidade, éuma ferramenta quetem se mostrado degrande utilidade paraa maioria dos sites,entre os quais o Em-preendedor, no quese refere justamente àproximidade com oleitor que o formatoproporciona.

É com ações co-mo a categorização e

o RSS que o site Empreendedor en-tra em 2007 disposto a vencer no-vos desafios e se firmar cada vezmais como o ponto de referência doempreendedor brasileiro na internet.

IND

EX O

PEN

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