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Equações Diferenciais Ordinárias

Prof. Guilherme Jahnecke Weymar

AULA 03

Equações diferenciais de primeira ordem

Equações separáveis

Fonte:

Material Daniela Buske, Boyce, Bronson, Zill,

diversos internet

1

Equações separáveis

2

As equações diferenciais ordinárias separáveis são equações que podem ser escritas na forma (1) Seja Então Substituindo-se g(y) por dh/dy na equação (1) obtemos (2)

)()( xfdx

dyyg

dyygyh )()(

)(ygdy

dh

)(xfdx

dy

dy

dh

Mas pela regra da cadeia O que implica que (2) pode ser escrita como: (3) A eq. (3) é do tipo (1.3) ( , vista na aula 02), ou seja, é da forma Em que Y(x) = h(y(x)). Assim, integrando-se (3) dos dois lados obtemos que a solução geral de (1) é dada implicitamente por

Equações separáveis

3

dx

dy

dy

dhxyh

dx

d))((

)(tqdt

dy

)())(( xfxyhdx

d

)(xfdx

dY

Cdxxfxyh )())((

Equações separáveis

4

Também podemos obter a solução anterior da seguinte maneira: Integrando-se em relação a x ambos os membros de (1) obtemos Que pode ser reescrita como Fazendo a substituição y’dx = dy obtemos Observação: As curvas que são soluções de uma equação separável podem ser vistas como curvas de nível da função

Cdxxfdxdx

dyyg )()(

Cdxxfdxyyg )(')(

Cdxxfdyyg )()(

dxxfxyhyxFz )())((),(

Exemplo 1: Modo de resolução 1

Encontrar a solução geral da EDO:

A EDO pode ser reescrita como:

ou pela regra da cadeia:

Assim a solução geral é dada implicitamente por:

As soluções são elipses (ver fig. 1) que são curvas de nível da função

O gráfico da função F(x,y) dada é um parabolóide elíptico (ver fig. 2)

Equações separáveis

5

xdx

dyy 42

xdx

dyy

dy

d4)( 2

xydx

d4)( 2

Cxdxxy 22 2)4(

22 2),( xyyxFz

Equações separáveis

6

Exemplo 1: Modo de resolução 2

Encontrar a solução geral da EDO:

Integrando-se em relação a x ambos os membros obtemos:

Fazendo a substituição y’dx = dy obtemos:

Assim a solução geral é dada implicitamente por

As soluções são elipses (ver fig. 1) que são curvas de nível da função

O gráfico da função F(x,y) dada é um parabolóide elíptico (ver fig. 2)

xyyxdx

dyy 4'2ou 42

Cxy 22 2

22 2),( xyyxFz

Cdxxdxyy 4'2

Cdxxydy 42

Equações separáveis

7

Figura 1: Soluções da equação diferencial do exemplo 1

Equações separáveis

8

Figura 2: Soluções da equação diferencial do exemplo 1 como curvas de nível do parabolóide elíptico z = F(x,y) = 2x2+y2.

Equações separáveis

9

Exemplo 2: a) Encontre a solução do PVI

b) Determine o intervalo de validade da solução, ou seja, o maior intervalo contendo x0=1 para o qual a solução y(x) e sua derivada dy/dx estão definidas.

c) Determine os pontos onde a solução tem um máximo local.

d) Faça um esboço do gráfico da solução.

0)1(33

122

yy

x

dx

dy

Equações separáveis

10 Exercício: Fazer pela primeira metodologia para verificar

Equações separáveis

11

Equações separáveis

12

Equações separáveis

13

Equações separáveis

14

Figura 3: Solução do PVI do exemplo 2.

Equações separáveis

15

Figura 4: Soluções da EDO e do PVI do exemplo 2.

Equações separáveis

16

Figura 5: Soluções da EDO do exemplo 2 como curvas de nível de uma função de duas variáveis z=f(x,y)=y3-3y-x2+x.

17

Soluções por Substituições

Muitas Equações Diferenciais, o primeiro passo para resolvê-la é

transformar em outra E.D. “conhecida” por meio de uma substituição.

Equações Homogêneas;

Equações de Bernoulli;

Equações de Riccati;

Equações Homogêneas

18

Definição: Função homogênea

Se uma função f satisfaz

Para algum número real n, então dizemos que f é uma função

homogênea de grau n .

),(),( yxfyxf n

Equações Homogêneas

19

Exemplo 1: 𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑥2 − 𝑦2

),()(),(

),(

22222222

22

yxfyxyxyxf

yxyxf

f é homogênea de grau 2

Exemplo 2: : 𝑓 𝑥, 𝑦 = 3𝑥2 − 𝑥𝑦2 + 1

),(13),(

13),(

32233

23

yxfyxxyxf

xyxyxf

f não é homogênea

Equações Homogêneas

20

Exemplo 3: : 𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑒𝑥

𝑦 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥

𝑦

),()/()/(),(

)/(),(

0//

/

yxfyxseneyxseneyxf

yxseneyxf

yxyx

yx

f é homogênea de grau zero

OBS: 1. Nos exemplos 2 e 3 observamos que uma constante adicionada à

função destrói a homogeneidade, a menos que a função seja homogênea de grau zero.

2. Uma função homogênea pode ser reconhecida examinado o grau de cada termo

Equações Homogêneas

21

Definição: Equação homogênea

Uma equação diferencial da forma

é chamada de homogênea se ambos os coeficientes M e N

são funções homogêneas do mesmo grau.

0),(),( dyyxNdxyxM

Equações Homogêneas

22

Método de solução: Equação homogênea

Uma equação diferencial homogênea

pode ser resolvida por meio de uma substituição algébrica. Neste

caso a substituição:

transformará a equação em uma equação diferencial de 1ª ordem

separável.

0),(),( dyyxNdxyxM

vxy

xdvvdxdyvxy ;Lembrando:

Equações Homogêneas

23

Exemplo 1:

0)( 22

22

dyyxxydx

yx

xy

dx

dy

xdvvdxdyvxy ;Substituição:

fç homog. de mesmo grau

ccv

vx

v

dvv

x

dx

v

dvv

x

dxx

dvvxdxxv

dvvxdxxv

dvxvxdxxvvxvx

xdvvdxxvxxvxdx

2

2y/xv

2

3

2

3

2

3

2

2323

2323

3232322

222

2y

xlny

2

1lnln

)1()1(

)1(

)separáveis (variáveis 0)1(

0)()(

0))((

Exercícios

• Resolva as equações diferenciais homogêneas: 1) 𝑥2 + 𝑦2 − 2𝑥𝑦𝑦′ = 0 Sol. Geral: 𝑦2 − 𝑥² = 𝐶𝑥

2) 𝑥2 + 2𝑥𝑦 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0 Sol. Geral: ln 𝑥 + 𝑦 +𝑥

𝑥+𝑦= 𝐶

3) 𝑥𝑦′ cos𝑦

𝑥= 𝑦 cos

𝑦

𝑥− 𝑥 Sol. Geral: 𝑠𝑒𝑛

𝑥

𝑦= ln

𝐶

𝑥

4) 𝑦𝑦′ = 2𝑦 − 𝑥 Sol. Geral: 𝑦 − 𝑥 = 𝐶𝑒𝑥/(𝑦−𝑥)

5) 𝑦 − 𝑥𝑦′ = 𝑥 + 𝑦𝑦′ Sol. Geral: ln 𝑥² + 𝑦² +arctan(𝑦/𝑥) = 𝐶

6) 𝑦′ = 4 +𝑦

𝑥+

𝑦

𝑥

2; 𝑦 1 = 2

Sol. Particular: arctan(𝑦/2𝑥) = ln 𝑥 + 𝜋/4 24

Equações Homogêneas

25

Observações: Caso M(x,y) e N(x,y) sejam funções de trinômios lineares

em x e y, ou seja

(1)

Teremos de analisar se os coeficientes a1, a2, b1 e b2 são proporcionais

ou não.

0)()( 222111 dycybxadxcybxa

Equações Homogêneas

26

1º caso:

Os coeficientes a1, a2, b1 e b2 são proporcionais , ie,

Substituindo em (1):

(2)

A transformação

reduz (2) à forma de uma equação de variáveis separáveis.

0)(])([ 222122 dycybxadxcybxaR

022

11

ba

ba

21212

1

2

1 e RbbRaaRb

b

a

a

2

222 ;

b

dxadtdyybxat

Equações Homogêneas

27

Exemplo 1º caso:

−𝟐𝒙 − 𝒚 + 𝟏 𝒅𝒙 + 𝟒𝒙 + 𝟐𝒚 + 𝟓 𝒅𝒚 = 𝟎

Equações Homogêneas

28

2º caso:

Os coeficientes a1, a2, b1 e b2 não são proporcionais , ie,

A transformação

onde h e k são coordenadas da solução do sistema

reduz (1) à forma de uma equação homogênea.

022

11

ba

ba

dYdy

dXdx

kYy

hXx

0

0

222

111

cybxa

cybxa

Equações Homogêneas

29

Exemplo 2º caso:

𝒙 − 𝒚 + 𝟒 𝒅𝒚 + −𝒙 − 𝒚 + 𝟐 𝒅𝒙 = 𝟎

Transformação:

h e k são coordenadas da solução do sistema

𝑘 = 3; ℎ = −1

reduz à forma de uma equação homogênea.

1 11 1 2 0

1 1

dYdy

dXdx

kYy

hXx

2 0

4 0

h k

h k

𝑋 − 𝑌 𝑑𝑌 + −𝑋 − 𝑌 𝑑𝑋 = 0

Equações Homogêneas

30

Exemplo 2º caso:

𝑋 − 𝑌 𝑑𝑌 + −𝑋 − 𝑌 𝑑𝑋 = 0 Eq. Homogênea de Grau 1

𝑌 = 𝑣𝑋; 𝑑𝑌 = 𝑣𝑑𝑋 + 𝑋𝑑𝑣 Substituição:

𝑋 − 𝑣𝑋 (𝑣𝑑𝑋 + 𝑋𝑑𝑣) + −𝑋 − 𝑣𝑋 𝑑𝑋 = 0

1 − 𝑣 𝑋2𝑑𝑣 + 𝑣𝑋 − 𝑣2𝑋 − 𝑋 − 𝑣𝑋 𝑑𝑋 = 0

𝑣−1

𝑣2+1𝑑𝑣 +

𝑑𝑋

𝑋= 0 −tan−1 𝑣 +

1

2ln |𝑣2 + 1| + ln |𝑋| = 𝐶

−tan−1 𝑌

𝑋+

1

2ln |

𝑌2+𝑋2

𝑋2 | + ln |𝑋| = 𝐶 −tan−1 𝑦−3

𝑥+1+ ln | (𝑦 − 3)2+(𝑥 + 1)2| = 𝐶

Equações de Bernoulli

31

Seja a equação diferencial:

𝑑𝑦

𝑑𝑥+ 𝑃 𝑥 𝑦 = 𝑓 𝑥 𝑦𝑛, (1)

Onde 𝑛 ∈ ℝ

E.D. Não linear

Note que: 𝑛 = 0 𝑒 𝑛 = 1 a equação se torna linear. Para 𝑛 ≠ 0 𝑒 𝑛 ≠ 1, a substituição 𝑢 = 𝑦1−𝑛 reduz qualquer equação

da forma (1) a uma equação diferencial linear.

Equações de Bernoulli

32

Seja a E.D. na forma (1):

𝑑𝑦

𝑑𝑥+ 𝑃 𝑥 𝑦 = 𝑓 𝑥 𝑦𝑛, (1)

Metodologia para resolver Equações de Bernoulli:

1. Dividir a eq. (1) por 𝑦𝑛;

2. Substituir 𝑢 = 𝑦1−𝑛 e d𝑢

𝑑𝑥= (1 − 𝑛)𝑦−𝑛𝑑𝑦

𝑑𝑥

3. Pelos passos 1 e 2, obtém-se a seguinte equação:

1

1−𝑛

𝑑𝑢

𝑑𝑥+ 𝑃 𝑥 𝑢 = 𝑓 𝑥 (2)

Note que a eq. (2) é uma Equação Linear de 1ª Ordem na função

incógnita 𝑢 (Pode ser resolvida multiplicando pelo Fator Integrante!)

Equações de Bernoulli

33

𝑑𝑦

𝑑𝑥− 𝑦 = 𝑒𝑥𝑦2

Exemplo:

Exercícios: Resolva a equação diferencial dada utilizando uma substituição apropriada.

a) 𝑥𝑑𝑦

𝑑𝑥− −(1 + 𝑥)𝑦 = 𝑥𝑦2

b) 𝑡2 𝑑𝑦

𝑑𝑡+ 𝑦2 = 𝑡𝑦

c) 𝑥2 𝑑𝑦

𝑑𝑥− 2𝑥𝑦 = 3𝑦4

Equações de Riccati

34

Uma E.D. na forma (3):

𝑑𝑦

𝑑𝑥= 𝑃 𝑥 𝑦2 + 𝑄 𝑥 𝑦 + 𝑅(𝑥) (3)

é chamada de uma eq. de Riccati.

Obs: Se 𝑃 𝑥 = 0 ⇒ Eq. é Linear! Se 𝑃 𝑥 ≠ 0 e conseguirmos de alguma forma obter uma solução particular da Equação Diferencial de Riccati (E.D.R.) 𝑦𝑝(𝑥), então fazemos a seguinte troca de variável:

𝑦 = 𝑦𝑝 𝑥 +1

𝑧

Note que esta troca de variável transforma a E.D.R. em uma equação

diferencial linear em x e z.

Se não for dada a sol. Particular testar: 𝑦𝑝 𝑥 =

𝑓𝑢𝑛çõ𝑒𝑠 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠: 𝑐𝑡𝑒; 𝑓𝑢𝑛çõ𝑒𝑠 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟𝑒𝑠;

𝑓𝑢𝑛çõ𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑎𝑠; etc

Equações de Riccati

35

Exemplo:

𝑑𝑦

𝑑𝑥=

1

𝑥𝑦2 +

1

𝑥𝑦 −

2

𝑥

𝑦𝑝 𝑥 = 1 ⇒ 𝑦 = 1 +1

𝑧

Obs: Eq. de Bernoulli X Eq. de Riccati

𝑑𝑦

𝑑𝑥+ 𝑃 𝑥 𝑦 = 𝑓 𝑥 𝑦𝑛

𝑑𝑦

𝑑𝑥= 𝑃 𝑥 𝑦2 + 𝑄 𝑥 𝑦 + 𝑅(𝑥)


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