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i PONTIFICIUM CONSILIUMPRO LAICIS

2827/ 97/AIC-75

DECRETO 

Conforme o pedido de ereção a Associação pública internacional apresentado pela PiaUnião da Milícia da Imaculada ao Pontifício Conselho para os Leigos, com carta datada de29 de agosto de 1996 (Prot. N. 79/96), da parte do Procurador Geral da Ordem dos FradesMenores Conventuais, sob instância do Ministro Geral da mesma Ordem;

Tendo presente a longa e benemérita história associativa da  Milícia da Imaculada,nascida a 16 de outubro de 1917, e cujo fundador, P. Maximiliano M. Kolbe, OFMConv., que posteriormente foi declarado santo e mártir por Sua Santidade João Paulo II (10 de outubrode 1982). Erigida a Pia União a 2 de janeiro de 1922 pelo Vicariato de Roma, a  Milícia da

 Imaculada recebeu atenção e solicitude particulares da parte dos Sumos Pontífices, entre asquais o Breve Pio XI (18 de dezembro de 1926), que concede indulgências e privilégios, e osucessivo Breve do mesmo Pontífice Die XVIII mensis Decembris (23 de abril de 1927), como qual a Milícia da Imaculada é elevada a Pia União Primária. Aos 8 de novembro de 1975o Pontifício Conselho para os Leigos aprovou os Estatutos Gerais da mesma, aprovação quefoi renovada ad experimentum usque ad accommodationem novo Codici juris canonici,datada de 20 de dezembro de 1980.

Tendo sido feita a apreciação da atualização dos Estatutos com a finalidade deconformar suas orientações e estruturas à nova normativa canônica;

Considerando que a   Milícia da Imaculada atualmente está presente nos cincocontinentes, em 46 nações, com numerosas sedes eregidas canonicamente, 27 Centros Nacionais e diversas obras de formação cristã e propagação do Evangelho, somando um totalde quase quatro milhões de inscritos;

Acolhendo com gratidão a definição da  Milícia da Imaculada feita pelo mesmo P.Kolbe: “Uma visão global da vida católica sob uma nova forma, que consiste na união coma Imaculada, nossa Mediadora universal junto de Jesus (Scritti Kolbiani 1220)”;

Apreciando vivamente a finalidade da Milícia da Imaculada , “universal como a suamissão”, segundo quanto rezam os novos estatutos:

“1º... colaborar na conversão de todos, “porque através da intercessão da VirgemMaria, Rainha dos Apóstolos, os povos sejam o quanto antes conduzidos ao conhecimento daverdade” (AG 42), à observância da lei de Deus e à comunhão com a Igreja, “a fim de que,com o auxílio da Mãe de deus, se tornem uma só coisa” (OE 30; MC 33)”,

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“2º... colaborar com a santificação de todos e de cada um em particular, conforme oexemplo da Imaculada, na qual a Igreja “contempla com alegria, como em uma imagem puríssima, aquilo que toda ela deseja e espera ser” (SC 103); de modo a

“3º... dar a máxima glória à Santíssima e indivisível Trindade” (cf LG 69);

Observando que a  Milícia da Imaculada está sempre sob o “altius moderamen” doMinistro Geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais, encontrando entre osseus convictos sustentadores e membros entusiastas não poucos Em.mos Cardeais, Ex.mosBispos e outros prelados;

Tendo estudado atentamente os novos Estatutos gerais elaborados pela DireçãoInternacional da Milícia da Imaculada,

Depois de amplas consultas:

O PONTIFÍCIO CONSELHO PARA OS LEIGOS

DECRETA

a ereção da Milícia da Imaculada como Associação pública internacional , a norma do can.312, 1, 1º e ss. Do Código de Direito Canônico, aprovando ao mesmo tempo os seusEstatutos gerais conforme o texto original apresentado e depositado nos Arquivos doDicastério.

Stanislaw Rylko J. Francis Stafford  Secretário Presidente

Cidade do Vaticano16 de outubro de 1997

80º aniversário da Fundação

 Programa original 

O Objetivo:

Procurar que todos os homens se convertam a Deus, sejam estes pecadores, ou nãocatólicos ou não crentes, de modo particular os maçons; e que todos se tornem santos, sob a proteção e mediação da Virgem Imaculada.

As condições:

1.Total doação de si mesmo à Virgem Imaculada, pondo-se livremente comoinstrumento dócil e generoso nas suas mãos.

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2. Levar consigo a Medalha Milagrosa.

3. Inscrever o próprio nome junto a uma Sede canonicamente ereta (condição nãoindispensável ).

Os meios de apostolado:

1. Orar, fazer penitência, oferecer a Deus as fadigas e os sofrimentos cotidianos davida, voltar-se, possivelmente cada dia à Imaculada com esta jaculatória: Ó, Maria,concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós, e por todos que não recorrem avós, de modo especial pelos maçons”.

2. Usar outros meios válidos e legítimos para a conversão e santificação dos homenssegundo as possibilidades, nos diversos estados e condições de vida, nas ocasiões que seapresentam; isto é confiado ao zelo e à prudência de cada um. Meios particularmente

recomendados são: a difusão da Medalha Milagrosa e o apostolado exercitado através doexemplo, da palavra e da revista do movimento.(SK 21)

Estatutos Gerais da Milícia da Imaculada

Natureza

Art.1

A Milícia da Imaculada fundada em Roma por São Maximiliano Kolbe a 16 de outubrode 1917 com a denominação latina  Milítia Immaculatae (M.I.),é uma associação pública defiéis, universal e internacional. Esta é aberta a leigos e clérigos e se rege à norma dos cânones312-320 do CJC, das diretrizes da Igreja e dos presentes Estatutos.

Segundo a inspiração do Fundador, esta pode assumir denominações diversificadasconforme as exigências das diferentes culturas e ambientes, conversando porémcoerentemente a sigla internacional M.I.

Art.2

É, portanto, uma associação na qual seus membros, conscientes da vocação de todos oscristãos à santidade pessoal e à evangelização, e da missão de graça de Maria na Igreja e nomundo, fruto de sua perfeita união com o Espírito Santo (cf SK 634, 1224, 1229, 1310,1318), reconhecem no mistério de sua Imaculada Conceição o ponto focal de suaespiritualidade, teologia e apostolado (Paulo VI, disc. Por ocasião da Beatificação de P. Kolbe, 17.10.1971).ii

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Art. 3

A Milícia da Imaculada foi definida pelo mesmo P. Kolbe: “uma visão global de vidacatólica sob nova forma, que consiste na união com a Imaculada, nossa Mediadora universal junto de Cristo” ( SK 1220).

A Milícia da Imaculada se propõe essencialmente a trabalhar para a expansão do Reinode Cristo no mundo através da ação da Imaculada, estimulando todos os cristãos – leigos,religiosos e contemplativos – a colocar-se a serviço dela (Maria) naquela que é a sua missãocomo Mãe da Igreja.

Finalidade

Art. 4

A finalidade da M.I., universal quanto à sua missão, consiste em:1º colaborar na conversão de todos, para que “mediante a intercessão da Virgem Maria,

Rainha dos Apóstolos, os povos sejam o quanto antes conduzidos ao conhecimento daverdade” (  AG 42)iii, à observância da lei de Deus e à comunhão com a Igreja, “para que,com o auxílio da Mãe de Deus, nos tornemos uma só coisa” ( OE 30iv;  MC 33v);

2º colaborar com a santificação de todos e de cada um em particular, conforme oexemplo da Imaculada, na qual a Igreja “ contempla com alegria, como uma imagem puríssima, aquilo que toda ela deseja e espera ser” (SC 103)vi, e deste modo

3º procurar a máxima glória da Santíssima e Indivisível Trindade (cf  LG 69)vii.

Espiritualidade e formação

Art. 5

A espiritualidade da M.I. consiste no viver a consagração batismal à luz da Imaculada,Dom do Redentor. Ele no Calvário cumpriu o primeiro ato de entrega, ao confiar Maria aodiscípulo e o discípulo a Maria (cf  Jo 19, 25-27). A vida do discípulo é caracterizada pela presença da Mãe (cf  RM 45)viii.

Padre Kolbe viveu sua relação vital com Maria de modo singular, entendido como uma“transformação através Dela”, um tornar-se como Ela” (SK  508) para alcançar mais perfeitamente a união com Cristo.

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Art. 6

A M.I. afirma o primado da vida interior nos cristãos, segundo o princípio caro a S.Maximiliano: “antes de mais nada dedica-te completamente a ti mesmo e assim poderásentregar-te completamente aos outros... dando a superabundância da tua plenitude” (SK 

971,980). Na oração pessoal, os mílites darão atenção particular à recitação diária da jaculatória:

“Ó Maria, concebida sem pecado...” unida às intenções sugeridas mensalmente pelo CentroInternacional.

  Não deve ser negligenciado o louvável costume de trazer consigo devotamente a Medalha Milagrosa, sinal exterior da própria pertença à M.I. (cf  Prog. Orig.).

Art. 7

A exemplo de Maria, Virgem que ouve, Virgem em oração, Virgem Mãe, Virgemoferente (cf  RM  17-20)ix, os membros da Milícia da Imaculada reconhecem os valoresfundamentais do ouvir a palavra de Deus, da celebração litúrgica, da oração, da caridade paracom todos, da oferta do próprio ser, para colaborar com Cristo na salvação do mundo.

Art. 8

Visto que a doação de si mesmo à Imaculada não é um ato transitório, mas uma

responsável e dinâmica aceitação do estado de “conformação” com Ela, para crescer noespírito de fé e serviço, é necessário que os mílites sejam adequadamente formados segundoos ideais da Associação e no estilo apostólico que a caracteriza.

Portanto, os membros empenhem-se no aprofundamento da própria formaçãoespiritual, teológica e pastoral, nutrindo-se da riqueza do magistério da Igreja e das váriasiniciativas propostas pela Associação.

Art. 9

Os Membros da M.I. amem a Igreja, Mãe e Mestra, e coloquem-se como presençaviva e operante para contribuir no crescimento da comunidade eclesial.

Missão

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Art. 10

Três são os campos de atuação do Mílite da Imaculada: sua própria pessoa, o ambienteno qual vive, e o mundo. De fato, aquele que decide-se por fazer parte da M.I.:

1º inicia sua missão a partir da conversão e santificação pessoal: a conquista de simesmo para Deus é seu primeiro ato indispensável;

2º encontra, em seguida, na família, nos vizinhos, no âmbito de seu trabalho e de seutempo livre o terreno providencial para evangelizar com o exemplo, a boa palavra e adifusão da imprensa (SK 1127);

3º enfim, visto que a M.I. é um movimento com dimensões eclesiais, alarga o seucoração a todas as pessoas e ao mundo inteiro.

Art. 11Os membros da Milícia da Imaculada fazem própria a missão da Igreja: levar o

Evangelho de Cristo como fonte de esperança para o ser humano e como renovação dasociedade ( ChL 29).x

Art. 12

Reconhecendo na Imaculada “a nova criatura”, a M.I. contempla em Maria, perfeita

discípula do Senhor, o modelo de pessoa de fé.

Art. 13

O específico da M.I. consiste em promover o mistério da Imaculada Conceição, ouseja: “semear esta verdade de fé nos corações de todas as pessoas [...] e cuidando de seuincremento e frutos de santificação” (SK  486), contribuindo na formação cristã dasconsciências e na nova evangelização. Maria, sinal da vitória sobre o mal e a morte, “por sua íntima participação na história da salvação, ao mesmo tempo que é anunciada ehonrada, conduz os fiéis a seu Filho, a seu sacrifício e ao amor do Pai” (  LG 65). xi

Art.14

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Os mílites empenham-se, portanto, em comunicar o amor à Imaculada através dotestemunho nos vários setores da atividade social, permeando com o espírito evangélicotoda a realidade humana.

São chamados a desenvolver com particular dedicação toda a atividade, a promover atutela da vida, a serviço da dignidade integral da pessoa, propondo os valores dafraternidade, justiça e solidariedade.

Art. 15

Todos os membros da M.I., conscientes de serem sempre e em todo lugar missionários, o são na medida em que vivem unidos a Cristo Redentor a exemplo deMaria.

Ao reconhecer que o verdadeiro missionário vive na santidade, colocam em primeirolugar os meios evangélicos da oração, do sacrifício, do testemunho de vida (cf  Rmi 90).xii

Padre Kolbe recomendava fervidamente também a difusão da Medalha Milagrosa,sinal do amor materno de Maria pelos pecadores e propícia ocasião para a conversão dosmesmos.

Art. 16

Um elemento significativo na Associação é a presença em seu seio de muitas pessoasque sofrem. A sua consagração à Imaculada na oferta de suas próprias dores faz com quetoda a Associação participe do mistério redentor de Cristo e renova o empenho missionário.

Art. 17

Particular atenção é reservada à presença dos jovens. Cada Centro Nacional empenhe-se na organização do  Movimento de Jovens M.I., como parte integrante da Associação. Paratal Movimento o Diretório nacional trará um itinerário formativo e pastoral específico.

Art. 18

Os membros da M.I., segundo as disposições do art. 8, orientem-se pelos meios quePadre Kolbe utilizou com espírito profético e franciscano, tornando-se assim apóstolos “daescrita, do microfone, da tela televisiva, ou de qualquer outro meio” (SK 382). Estes operam:

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1º no âmbito da evangelização (anúncio da Palavra, catequese, atenção ao mundo dos  jovens, missões populares, cursos de formação espiritual, de “atualização” e de culturamariana);

2º no campo da caridade (promoção humana, atenção às necessidades emergentes);

3º no setor dos meios de comunicação de massa (atividade editorial, rádio-televisiva,etc.).

Organização e governo

Art. 19

Ato essencial para pertencer à M.I. é a total entrega, isto é, a consagração de si mesmoà Imaculada: corpo e alma, capacidades humanas e bens espirituais.

 Ninguém pode ser inscrito na Milícia da Imaculada sem uma adequada preparação,conforme as normas do Diretório nacional.

O rito de inscrição é celebrado segundo as modalidades do lugar, evidenciando os doisaspectos essenciais do mesmo: o ato de consagração e a imposição da Medalha Milagrosa.

O ato vem transcrito no registro da Associação junto a um Centro ou uma Sede juridicamente erigida.

Art. 20

Segundo as indicações de Padre Kolbe, na M.I. a consagração pode ser vivida:

1º singular e espontaneamente, segundo o   Estatuto Original escrito pelo própriofundador . É a M.I./1;

2º em forma de grupos, à norma do art. 1 dos presentes Estatutos. É a M.I./2;

3º de forma total e incondicionada, em organizações legitimamente autônomas,dedicando-se de modo exclusivo à causa da Imaculada. É a  M.I./3. É o caso próprio daCidade da Imaculada, dos Centros diretivos, das Casas de Maria (ou  Niepokalanów, Maritown), dos Institutos e Congregações masculinas e femininas de inspiração kolbiana.

Art. 21

As estruturas da Associação são:

- o Centro Internacional

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- os Centros Nacionais

- os Centros Regionais

- as Sedes Filiais e os Centros Locais.

Art. 22

O Centro Internacional desenvolve a atividade de direção e coordenação da Associaçãono mundo. Sua função é aquela de fazer com que o ideal e a doutrina de Padre Kolbe sejamreforçados e se desenvolvam através do aprofundamento e novos projetos, caminhando com aIgreja, fazendo-se valer também da contribuição dos Institutos de inspiração kolbiana,testemunho vivo da multiforme herança do Santo.

Art. 23

O Centro Internacional é composto:

- pelo Presidente-  pelo Assistente-  pelo Conselho de Presidência.

De maneira análoga se estruturam os demais Centros nos respectivos âmbitos.

Art. 24

Os órgãos de governo da Associação são:

- o Moderador Supremo- a Assembléia Geral- o Presidente Internacional- o Conselho de Presidência.

Órgão de controle administrativo é o Colégio dos Revisores de Contas.

Art. 25O Moderador Supremo da M.I. é o Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais.

Ele garante a exata interpretação do carisma kolbiano e renova os laços históricos que unema Associação com a Ordem à qual pertence São Maximiliano Kolbe.

O Delegado do Moderador Supremo é o Assistente Internacional, nomeado por eledentre os Religiosos da mesma Ordem.

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Art. 26

As principais funções do Assistente Internacional são:

1º garantir a continuidade nas relações entre a Associação e a Ordem dos fradesMenores Conventuais;

2º dar indicações orientativas sobre os princípios doutrinais que devem guiar asdiversas ações do Conselho de Presidência;

3º suscitar um clima de oração dentro do Conselho, que anime toda a sua atividadeapostólica;

4º nomear o Assistente Nacional, designado pela competente Autoridade religiosa, ànorma do Diretório nacional e segundo as disposições do art. 38 dos presentes Estatutos.

Art.27Tendo em vista a universalidade da Associação, a Assembléia Geral dos sócios é

constituída de forma representativa:

-   pelo Presidente Internacional-  pelo Assistente Internacional-  pelo Conselho de Presidência-  pelos Presidentes Nacionais-  pelos Assistentes Nacionais-  pelos delegados do Movimento de Jovens, à norma do Diretório.

Em caso de eleição, preside a Assembléia o Moderador Supremo ou um seu delegado,que possui a faculdade de confirmar a eventual eleição de um Religioso para o cargo dePresidente Internacional.

Art. 28

Compete à Assembléia Geral:

1º eleger, à norma do direito comum, o Presidente – que pode ser um Religioso ou umLeigo – e, sob sua proposta, os membros do Conselho de Presidência;

2º discutir e aprovar as linhas essenciais da atividade a ser desenvolvida nas diversasrealidades eclesiais;

3º eleger o Representante legal da Associação;4º eleger o Colégio dos Revisores de Contas composto por três sócios;5º discutir e aprovar o relatório do Presidente e os balanços do Centro Internacional;6º examinar e avaliar as propostas do Conselho de Presidência e dos sócios em vista do

incremento da M.I. no mundo, tendo presente também o aspecto administrativo;

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7º examinar os relatórios dos Centros Nacionais.A eleição de um religioso para a função de Presidente deve ser confirmada pelo

Superior Maior de competência.

Art. 29Ao Presidente Internacional, em colaboração com o Assistente compete:

1º convocar duas vezes por ano e presidir o Conselho de Presidência;2º convocar a cada seis anos a presidir a Assembléia Geral;3º erigir os Centros Nacionais, ouvindo o parecer do Conselho de Presidência;4º coordenar a atividade dos Centros Nacionais e favorecer a comunhão com os

Ordinários locais;5º representar a Associação junto aos organismos da Santa Sé;6º promover encontros, convênios de estudos e a participação em iniciativas

 promovidas por outras instituições, levando, onde mostrar-se útil e oportuno, a contribuiçãodo carisma da M.I.;7º coenvolver na realização do programa oficial da Associação os responsáveis a nível

nacional, regional e local;8º agregar novas Sedes M.I. e suprimir por justa causa ou transferir Sedes já agregadas;9º com o parecer do Conselho de Presidência e de acordo com o Moderador Supremo,

dirimir eventuais conflitos internos da Associação.

Art.30

É competência do presidente, apresentar a cada ano ao Moderador Supremo umrelatório escrito sobre a atividade da Associação e sua gestão administrativa, segundo osditames do can. 319 do CJC.

Art. 31

A Associação não é lucrativa. Seus meios de manutenção provém das atividadesespecíficas do Centro Internacional, das contribuições dos Centros Nacionais, coletas,doações e ofertas várias, de subsídios de terceiros, de eventuais subvenções de entidades públicas e privadas.

Art. 32

A administração dos bens toca ao Conselho de Presidência, o qual é investido dafaculdade de cumprir e autorizar todos os atos e operações permitidas pela Associação, desdeque não sejam reservadas à Assembléia Geral, e entrem nas finalidades da instituição.

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Art.33

Compõem o Conselho de Presidência Internacional:

- o Presidente- o Assistente- o Vice- Presidente- o Secretário- o Ecônomo- dois Conselheiros

Art. 34

Os encargos ou funções a nível internacional têm duração sexenal e são renováveis.As prestações feitas pelos sócios no exercício de qualquer função ou encargo assumido

no âmbito da Associação têm caráter voluntário entendendo-se, para todos os efeitos, comogratuitas, salvo reembolso de despesas sob apresentação de nota justificativa.

Art. 35

Compete ao Conselho de Presidência Internacional:

1º propor, examinar e aprovar projetos e iniciativas segundo as finalidades da M.I.;2º discutir e examinar o relatório do Presidente Internacional e o orçamento preventivoe consultivo apresentado pelo Ecônomo;

3º exprimir o parecer para a ereção dos Centros Nacionais;4º sob indicação do Presidente, predispor a terna de nomes para o Colégio dos

Revisores de Contas a ser apresentado para nomeação da Assembléia geral;5º aprovar os orçamentos anuais do Centro Internacional.É ainda competência do mesmo Conselho, sob proposta do Presidente e prévia consulta

ao Moderador Supremo, nomear o Diretor do   Miles Immaculatae, órgão oficial daAssociação.

Art. 36

É competência do Colégio dos Revisores de Contas examinar o orçamento consultivoe preventivo a ser apresentado para a aprovação da Assembléia Geral.

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Art. 37

O Centro Internacional M.I. é estabelecido em Roma junto à “Casa Kolbe”, Via SanTeodoro 42, dos Frades Menores Conventuais, historicamente Sede Primária onde SãoMaximiliano instituiu a Milícia da Imaculada.

Todas as demais Sedes, erigidas como Sedes Filiais, têm como ponto de referência osrespectivos Centros Nacionais.

Art. 38

Os Centros Nacionais dependem do Centro Internacional no que se refere à fielinterpretação e realização das finalidades da Associação, e são guiados por um Diretório  próprio, ratificado pelo Colégio de Presidência Internacional, com base nos presentesEstatutos.

Compete ao Presidente Nacional apresentar à Autoridade religiosa, à norma do

Diretório Nacional, uma terna de nomes propostos pela Assembléia, para a nomeação doAssistente Nacional.A nomeação do Assistente Regional ou Provincial segue a mesma regra.

Art. 39

Salva a unidade da Associação, cada Centro Nacional, com prévio consenso doConselho de Presidência Internacional, opera para obter o reconhecimento da personalidade jurídica segundo as leis do Estado.

Um representante do Centro Internacional é o primeiro dentre os sócios fundadores

da nova entidade jurídica.Pede-se o consenso do Centro Internacional para aqueles atos econômicos que

superem o limite estabelecido pelo Diretório Nacional.Em caso de cessão de um ente, será de competência do Conselho Internacional a

liquidação patrimonial com amplos poderes para realizar o ativo e satisfazer o passivo. Orestante será atribuído ao mesmo Centro Internacional.

 Na eventualidade de vazios legislativos, os casos singulares serão resolvidos comoportunas convenções.

Art. 40

Em unidades geograficamente vastas, pode ser reconhecido e instituído mais de umCentro, Provincial ou Regional, com características e funções de Centro Nacional.

Art. 41

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Para a constituição de um Centro Nacional se requer pelo menos cinco Sedes locais,canonicamente erigidas, salvaguardando a unidade geográfica como previsto pelo DiretórioInternacional.

Compete ao Centro Nacional coordenar e promover a Associação em toda a nação,através da obra dos Centros Regionais, locais e Sedes Filiais.

O Presidente Nacional, eleito pela Assembléia à norma do direito comum e dos  presentes Estatutos, é confirmado pelo Presidente Internacional que por direito preside asessão.

Será competência do Presidente submeter as iniciativas de maior importância àaprovação do Centro Internacional, ao qual também enviará anualmente um relatóriodetalhado, inclusive administrativo, aprovado pelo respectivo Conselho de Presidência.

Art. 42Para a manutenção das atividades do Centro Internacional, os Centros Nacionais

contribuam economicamente com uma quota anual estabelecida pela Assembléia geral.

Art. 43

As Sedes Filiais sejam erigidas nas igrejas ou oratórios, através de pedido formal que o pároco/reitor ou o superior de uma comunidade religiosa dirige ao Ordinário do lugar, o qualnomeia o Assistente eclesiástico.

 Naquelas nações onde já existe um Centro Nacional, o pároco/reitor ou o superior dacomunidade religiosa deve agir de acordo com o Presidente Nacional.

A ereção de uma Sede Filial seja comunicada ao Presidente internacional o qual procede à agregação com ato conjunto do Assistente Internacional.

Os Centros locais não necessitam de ereção canônica.

Art. 44

As Sedes Filiais e/ou os Centros locais constituem ponto de referência para os gruposconstituídos junto a paróquias, comunidades religiosas, seminários ou outras realidadeseclesiais.

Cada grupo desenvolve a própria atividade em harmonia com as linhas programáticasdos Centros Regionais e Nacionais.

Validade das normasArt. 45

Eventuais modificações dos presentes Estatutos devem ser decididos pela AssembléiaGeral e submetidos à aprovação do Moderador Supremo e da Santa Sé (cf can. 314).

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Art. 46

As matérias não expressamente previstas nestes Estatutos são enviadas às disposiçõescanônicas vigentes.

Normas transitórias

1. O Conselho de Presidência Internacional preparará um Diretório Internacional a ser submetido à aprovação da Assembléia Geral.

2. Os presentes Estatutos entrarão em vigor na data de aprovação por parte dacompetente autoridade eclesiástica.

Abreviações

 AG Ad GentesChL Christifideles LaiciCJC  Codex Juris Canonici LG Lumen Gentium MC  Marialis Cultus

OE  Orientalium EcclesiarumOFMConv Ordine Francescano dei Frati Minori Conventuali RM  Redemptores Mater  Rmi Redemptores MissioSC  Sacrosanctum Concilium

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i Código de Direito Canônico: Capítulo IIDAS ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS DE FIÉISCân. 312 § 1. É autoridade competente para erigir associações públicas:1° - a Santa Sé, para as associações universais e internacionais;2° - a Conferência dos Bispos, em seu território, para as associações nacionais, isto é, asque desde sua ereção se destinam a exercer atividade em toda a nação;3° - o Bispo diocesano, as não o Administrador diocesano, em seu território, mas não o

Administrador para as associações diocesanas; exceto, porém, as associações cujo direitode ereção, por privilégio apostólico, foi reservado a outros.§ 2. Para erigir validamente na diocese uma associação ou uma sua seção, mesmo que issose faça por privilégio apostólico, requer- se o consentimento escrito do Bispo diocesano;mas o consentimento do Bispo diocesano para a ereção de uma casa de instituto religiosovale também para a ereção de uma associação própria do instituto na mesma casa ou naigreja anexa.Cân. 313 Pelo mesmo decreto com que é erigida pela autoridade eclesiástica competente,de acordo com cân. 312, uma associação pública, bem como uma confederação deassociações públicas, constitui- se pessoa jurídica e recebe, enquanto se requer, a missãopara os fins que ela se propõe alcançar em nome da Igreja.Cân. 314 Os estatutos de qualquer associação pública, sua revisão e modificação, exigem

aprovação da autoridade eclesiástica competente para erigi-la, de acordo com o cân. 312 §1.Cân. 315 As associações públicas podem por própria iniciativa assumir atividadescondizentes com a sua índole, e se regem de acordo com seus estatutos, sob a alta direçãoda autoridade eclesiástica mencionada no cân. 312 § 1.Cân. 316 § 1. Não pode ser recebido validamente em associações públicas quempublicamente tiver abjurado a fé católica, ou abandonado a comunhão eclesiástica, ouestiver sob excomunhão irrogada ou declarada.§ 2. Aqueles que, legitimamente inscritos, incorrerem nos casos mencionados no § 1,depois de advertência, sejam demitidos da associação, observados os estatutos e salvo odireito de recurso à autoridade eclesiástica mencionada no cân. 312 § 1.Cân. 317 § 1. Salvo determinação contrária dos estatutos, compete à autoridade

eclesiástica mencionada no cân. 312 § 1, confirmar o moderador da associação pública porela eleito, instituir o apresentado ou nomeá-lo por direito próprio; a mesma autoridadeeclesiástica nomeia o capelão ou assistente eclesiástico, depois de ouvidos, se oportuno, osoficiais maiores da associação.§ 2. A norma estabelecida no § 1 vale também para as associações erigidas por membrosde institutos religiosos em virtude de privilégio apostólico, fora das próprias igrejas oucasas; todavia, nas associações erigidas por membros de institutos religiosos na própriaigreja ou casa, a nomeação ou confirmação do moderador e do capelão pertencem aoSuperior do instituto, de acordo com os estatutos.§ 3. Nas associações que não são clericais, os leigos podem exercer o encargo demoderador; o capelão ou assistente eclesiástico não seja designado para tal encargo, salvodeterminação contrária dos estatutos.§ 4. Nas associações públicas de fiéis, destinadas diretamente ao exercício do apostolado,não sejam moderadores os que exercem cargo de direção nos partidos políticos.Cân. 318 § 1. Em circunstâncias especiais, onde graves causas o exijam, a autoridadeeclesiástica mencionada no cân. 312 § 1, pode designar um comissário que, em seu nome,dirija temporariamente a associação.§ 2. Quem nomeou ou confirmou um dirigente de associação pública pode, por justa causa,destituí-lo, tendo, contudo, ouvido o próprio dirigente e os responsáveis maiores daassociação, segundo os estatutos; quem nomeou o capelão pode destituí-lo, de acordo comos cân. 192 - 195.

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Cân. 319 § 1. Uma associação pública legitimamente erigida, se outra coisa não fordeterminada administra os bens que possui, de acordo com os estatutos, sob a superiordireção da autoridade eclesiástica mencionada no cân. 312 § 1, à qual ela deveanualmente prestar contas da administração.§ 2. Deve também fazer a essa autoridade uma fiel prestação de contas da aplicação dasofertas e óbolos recebidos. Cân. 320 § 1. As associações erigidas pela Santa Sé não podemser supressas, a não ser por ela mesma.

§ 2. Por causas graves, podem ser supressas pela Conferência dos Bispos as associaçõespor ela erigidas; pelo Bispo diocesano, as associações por ele erigidas, bem como asassociações erigidas, mediante indulto apostólico, por membros de institutos religiososcom o consentimento do Bispo diocesano.§ 3. Uma associação pública não deve ser supressa pela autoridade competente, sem antester ouvido seu moderador e os outros oficiais maiores.ii SOLENNE BEATIFICAZIONE DI PADRE MASSIMILIANO MARIA KOLBE - OMELIA DI PAOLOVI - Domenica, 17 ottobre 1971

Massimiliano Maria Kolbe, Beato. Che cosa vuol dire? Vuol dire che la Chiesa riconosce in luiuna figura eccezionale, un uomo in cui la grazia di Dio e l’anima di lui si sono cosìincontrate da produrre una vita stupenda, nella quale chi bene la osserva scopre questasimbiosi d’un duplice principio operativo, il divino e l’umano, misterioso l’uno,sperimentabile l’altro, trascendente ma interiore l’uno, naturale l’altro ma complesso edilatato, fino a raggiungere quel singolare profilo di grandezza morale e spirituale chechiamiamo santità, cioè perfezione raggiunta sul parametro religioso, che, come si sa,corre verso le altezze infinite dell’Assoluto. Beato dunque vuol dire degno di quellavenerazione, cioè di quel culto permissivo, locale e relativo, che implica l’ammirazioneverso chi ne è l’oggetto per qualche suo insolito e magnifico riflesso dello Spiritosantificante. Beato vuol dire salvo e glorioso. Vuol dire cittadino del cielo, con tutti i segnipeculiari del cittadino della terra; vuol dire fratello e amico, che sappiamo ancora nostro,anzi più che mai nostro, perché identificato come membro operoso della comunione deiSanti, la quale è quel corpo mistico di Cristo, la Chiesa vivente sia nel tempo chenell’eternità; vuol dire avvocato perciò, e protettore nel regno della carità, insieme conCristo «sempre vivo da poter intercedere per noi (Hebr . 7, 25; cfr. Rom. 8, 34); vuol direfinalmente campione esemplare, tipo di uomo, al quale possiamo uniformare la nostra artedi vivere, essendo a lui, al beato, riconosciuto il privilegio dell’apostolo Paolo, di poter direal popolo cristiano: «siate imitatori di me, come io lo sono di Cristo» (1 Cor . 4, 16; 11,1; Phil. 3, 17; cfr. 1 Thess. 3, 7).

VITA ED OPERE DEL NUOVO BEATO

Così possiamo da oggi considerare Massimiliano Kolbe, il nuovo beato. Ma chi èMassimiliano Kolbe?

Voi lo sapete, voi lo conoscete. Così vicino alla nostra generazione, così imbevuto della

esperienza vissuta di questo nostro tempo, tutto si sa di lui. Forse pochi altri processi dibeatificazione sono documentati come questo. Solo per la nostra moderna passione dellaverità storica leggiamo, quasi in epigrafe, il profilo biografico di Padre Kolbe, dovuto ad unodei suoi più assidui studiosi.

«Il P. Massimiliano Kolbe nacque a Zdusnka Wola, vicino a Lodz, l’otto gennaio 1894.Entrato nel 1907 nel Seminario dei Frati Minori Conventuali, fu inviato a Roma percontinuare gli studi ecclesiastici nella Pontificia Università Gregoriana e nel “Seraphicum”del suo Ordine.

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Ancora studente, ideò un’istituzione, la Milizia della Immacolata. Ordinato sacerdote il 28aprile 1918 e tornato in Polonia cominciò il suo apostolato mariano, specialmente con lapubblicazione mensile Rycerz Niepokalanej (il Cavaliere della Immacolata), che raggiunse ilmilione di copie nel 1938.

Nel 1927 fondò la Niepokalanbw (Città dell’Immacolata), centro di vita religiosa e di diverseforme di apostolato. Nel 1930 partì per il Giappone, ove fondò un’altra simile istituzione.

 Tornato definitivamente in Polonia si dedicò interamente alla sua opera, con diversepubblicazioni religiose. La seconda guerra mondiale lo sorprese a capo del più imponentecomplesso editoriale della Polonia.

Il 19 settembre 1939 fu arrestato dalla Gestapo, che lo deportò prima a Lamsdorf (Germania), poi nel campo di concentramento preventivo di Amtitz. Rilasciato il giorno 8dicembre 1939, tornò a Niepokalanow, riprendendo l’attività interrotta. Arrestato di nuovonel 1941 fu rinchiuso nel carcere di Pawiak, a Varsavia, e poi deportato nel campo diconcentramento di Oswiecim (Auschwitz).

Avendo offerta la vita al posto di uno sconosciuto condannato a morte, quale rappresaglia

per la fuga d’un prigioniero, fu rinchiuso in un Bunker per morirvi di fame. Il 14 agosto1941, vigilia dell’Assunta, finito da una iniezione di veleno, rendeva la sua bell’anima R Dio,dopo aver assistito e confortato i suoi compagni di sventura. Il suo corpo fu cremato»(Padre Ernesto Piacentini, O.F.M. Conv.).

IL CULTO DELL'IMMACOLATA CONCEZIONE

Ma m una cerimonia come questa il dato biografico scompare nella luce delle grandi lineemaestre della figura sintetica del nuovo Beato; e fissiamo per un istante lo sguardo suqueste linee, che lo caratterizzano e lo consegnano alla nostra memoria.

Massimiliano Kolbe è stato un apostolo del culto alla Madonna, vista nel suo primo,originario, privilegiato splendore, quello della sua definizione di Lourdes : l’Immacolata

Concezione. Impossibile disgiungere il nome, l’attività, la missione del Beato Kolbe daquello di Maria Immacolata. È lui che istituì la Milizia dell’Immacolata, qui a Roma, ancoraprima d’essere ordinato Sacerdote, il 16 ottobre 1917. Ne possiamo oggi commemorarel’anniversario. È noto come l’umile e mite Francescano, con incredibile audacia e constraordinario genio organizzativo, sviluppò l’iniziativa e fece della devozione alla Madre diCristo, contemplata nella sua veste solare (Cfr. Apoc. 12, 1) il punto focale della suaspiritualità, del suo apostolato, della sua teologia. Nessuna esitazione trattenga la nostraammirazione, la nostra adesione a questa consegna che il nuovo Beato ci lascia in eredità ein esempio, come se anche noi fossimo diffidenti d’una simile esaltazione mariana, quandodue altre correnti teologiche e spirituali, oggi prevalenti nel pensiero e nella vita religiosa,quella cristologica e quella ecclesiologica, fossero in competizione con quella mariologica.Nessuna competizione. Cristo, nel pensiero del Kolbe, conserva non solo il primo posto, ma

l’unico posto necessario e sufficiente, assolutamente parlando, nell’economia dellasalvezza; né l’amore alla Chiesa e alla sua missione è dimenticato nella concezionedottrinale o nella finalità apostolica del nuovo Beato. Anzi proprio dalla complementarietàsubordinata della Madonna, rispetto al disegno cosmologico, antropologico, soteriologico diCristo, Ella deriva ogni sua prerogativa, ogni sua grandezza.

Ben lo sappiamo. E Kolbe, come tutta la dottrina, tutta la liturgia e tutta la spiritualitàcattolica, vede Maria inserita nel disegno divino, come «termine fisso d’eterno consiglio»,come la piena di grazia, come la sede della Sapienza, come la predestinata alla Maternitàdi Cristo, come la regina del regno messianico (Luc. 1, 33) e nello stesso tempo l’ancella

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del Signore, come l’eletta a offrire all’Incarnazione del Verbo la sua insostituibilecooperazione, come la Madre dell’uomo-Dio, nostro Salvatore, «Maria è Colei mediante laquale gli uomini arrivano a Gesù, e Colei mediante la quale Gesù arriva agli uomini» (L.BOUYER, Le trône de la Sagesse, p. 69).

Non è perciò da rimproverare il nostro Beato, né la Chiesa con lui, per l’entusiasmo che èdedicato al culto della Vergine; esso non sarà mai pari al merito, né al vantaggio d’un tale

culto, proprio per il mistero di comunione che unisce Maria a Cristo, e che trova nel Nuovo Testamento una avvincente documentazione; non ne verrà mai una «mariolatria», comenon mai sarà oscurato il sole dalla luna; né mai sarà alterata la missione di salvezzapropriamente affidata al ministero della Chiesa, se questa saprà onorare in Maria una suaFiglia eccezionale e una sua Madre spirituale. L’aspetto caratteristico, se si vuole, ma persé punto originale, della devozione, della «iperdulia», del Beato Kolbe a Maria èl’importanza ch’egli vi attribuisce in ordine ai bisogni presenti della Chiesa, all’efficaciadella sua profezia circa la gloria del Signore e la rivendicazione degli umili, alla potenzadella sua intercessione, allo splendore della sua esemplarità, alla presenza della suamaterna carità. Il Concilio ci ha confermati in queste certezze, ed ora dal cielo Padre Kolbeci insegna e ci aiuta a meditarle e a viverle.

Questo profilo mariano del nuovo Beato lo qualifica e lo classifica fra i grandi santi e glispiriti veggenti, che hanno capito, venerato e cantato il mistero di Maria.

 TRAGICO E SUPERNO EPILOGO

Poi il tragico e sublime epilogo della vita innocente e apostolica di Massimiliano Kolbe. Aquesto è principalmente dovuta la glorificazione che oggi la Chiesa celebra dell’umile, mite,operoso religioso, alunno esemplare di S. Francesco e cavaliere innamorato di MariaImmacolata. Il quadro della sua fine nel tempo è così orrido e straziante, che preferiremmonon parlarne, non contemplarlo mai più, per non vedere dove può giungere ladegradazione inumana della prepotenza che si fa dell’impassibile crudeltà su esseri ridottia schiavi indifesi e destinati allo sterminio il piedistallo di grandezza e di gloria; e furono

milioni codesti essere sacrificati all’orgoglio della forza e alla follia del razzismo. Ma bisognapure ripensarlo questo quadro tenebroso per potervi scorgere, qua e là, qualche scintilla disuperstite umanità. La storia non potrà, ahimé!, dimenticare questa sua paginaspaventosa. E allora non potrà non fissare lo sguardo esterrefatto sui punti luminosi che nedenunciano, ma insieme ne vincono l’inconcepibile oscurità. Uno di questi punti, e forse ilpiù ardente e il più scintillante è la figura estenuata e calma di Massimiliano Kolbe. Eroecalmo e sempre pio e sospeso a paradossale e pur ragionata fiducia. Il suo nome resterà frai grandi, svelerà quali riserve di valori morali fossero giacenti fra quelle masse infelici,agghiacciate dal terrore e dalla disperazione. Su quell’immenso vestibolo di morte, eccoaleggiare una divina e imperitura parola di vita, quella di Gesù che svela il segreto deldolore innocente: essere espiazione, essere vittima, essere sacrificio, e finalmente essereamore: «Non vi è amore più grande che quello di dare la propria vita per i propri amici» (Io.

15, 13). Gesù parlava di sé nell’imminenza della sua immolazione per la salvezza degliuomini. Gli uomini sono tutti amici di Gesù, se almeno ascoltano la sua parola. Padre Kolberealizzò, nel fatale campo di Oswiecim, la sentenza dell’amore redentore. A duplice titolo.

IL SACERDOTE, «ALTER CHRISTUS»

Chi non ricorda l’episodio incomparabile? «Sono un sacerdote cattolico», egli disse offrendola propria vita alla morte - e quale morte! - per risparmiare alla sopravvivenza unosconosciuto compagno di sventura, già designato per la cieca vendetta. Fu un momentogrande: l’offerta era accettata. Essa nasceva dal cuore allenato al dono di sé, come

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naturale e spontanea quasi come una conseguenza logica del proprio Sacerdozio. Non è unSacerdote un «altro Cristo»? Non è stato Cristo Sacerdote la vittima redentrice del genereumano? Quale gloria, quale esempio per noi Sacerdoti ravvisare in questo nuovo Beato uninterprete della nostra consacrazione e della nostra missione! Quale ammonimento inquest’ora d’incertezza nella quale la natura umana vorrebbe tal volta far prevalere i suoidiritti sopra la vocazione soprannaturale al dono totale a Cristo in chi è chiamato alla suasequela! E quale conforto per la dilettissima e nobilissima schiera compatta e fedele deibuoni Preti e Religiosi, che, anche nel legittimo e lodevole intento di riscattarla dallamediocrità personale e dalla frustrazione sociale, così concepiscono la loro missione: sonoSacerdote cattolico, perciò io offro la mia vita per salvare quella degli altri! Sembra questala consegna che il Beato lascia particolarmente a noi, ministri della Chiesa di Dio, eanalogamente a quanti di essa ne accettano Io Spirito.

FIGLIO DELLA NOBILE E CATTOLICA POLONIA

E a questo titolo sacerdotale un altro si aggiunge; un altro comprovante che il sacrificio delBeato aveva la sua motivazione in una amicizia: egli era Polacco. Come Polacco eracondannato a quell’infausto «Lager», e come Polacco egli scambiava la sua sorte conquella a cui il connazionale Francesco Gajownicek era destinato; cioè subiva la pena

crudele e mortale in vece di lui. Quante cose sorgono nell’animo a ricordo di questo aspettoumano, sociale ed etnico della morte volontaria di Massimiliano Kolbe, figlio lui pure dellanobile e cattolica Polonia! Il destino storico di sofferenza di questa Nazione paredocumentare in questo caso tipico ed eroico la vocazione secolare del Popolo Polacco atrovare nella comune passione la sua coscienza unitaria, la sua missione cavalleresca allalibertà raggiunta nella fierezza del sacrificio spontaneo dei suoi figli, e la lo8ro prontezza adarsi gli uni per gli altri per il superamento della loro vivacità in una invitta concordia, il suocarattere indelebilmente cattolico che lo sigilla membro vivente e paziente della Chiesauniversale, la sua ferma convinzione che nella prodigiosa, ma sofferta protezione dellaMadonna è il segreto della sua rinascente floridezza, sono raggi iridescenti che si effondonodal novello martire della Polonia e fanno risplendere l’autentico volto fatidico di questoPaese, e ci fanno invocare dal Beato suo tipico eroe la fermezza nella fede, l’ardore nella

carità, la concordia, la prosperità e la pace di tutto il suo Popolo. La Chiesa e il mondo negodranno insieme. Così sia.

iii Do documento Ad GentesCONCLUSÃO42. Os Padres do Concílio, em união com o Romano Pontífice, sentindo vivamente aobrigação de difundir por toda a parte o reino de. Deus, saúdam muito afetuosamentetodos os pregadores do Evangelho, sobretudo aqueles que sofrem perseguição pelo nomede Cristo, e associam-se aos seus sofrimentos (20). Também eles se sentem inflamados do mesmo amor em que Cristo ardia pelos homens.Mas, conscientes de que Deus é quem faz com que o seu reino venha ao mundo, unem as

suas preces às de todos os cristãos para que, por intercessão da Virgem Maria, Rainha dosApóstolos, as nações sejam quanto antes conduzidas ao conhecimento da verdade (21) e aglória de Deus, que resplandece no rosto de Jesus Cristo, comece a brilhar para todos peloEspírito Santo (22).

iv Do documento DECRETO ORIENTALIUM ECCLESIARUM - SOBRE AS IGREJASORIENTAIS CATÓLICASCONCLUSÃOColaboração na consecução da unidade

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30. Muito se alegra este sagrado Concílio pela frutuosa e activa colaboração entre asIgrejas católicas Orientais e Ocidentais, e ao mesmo tempo declara: todas estasdisposições do direito se estabelecem em função das presentes condições até quando aIgreja católica e as Igrejas Orientais separadas se encontrarem na plenitude da comunhão.Por ora, contudo, todos os cristãos, orientais e ocidentais, são vivamente exortados a quefaçam fervorosas, frequentes e mesmo quotidianas orações a Deus para que, com o auxílioda Santíssima Mãe de Deus, todos sejam um. Peçam ainda que aflua a plenitude do

conforto e da consolação do Espírito Paráclito a tantos cristãos de toda a Igreja que,confessando corajosamente o nome de Cristo, sofrem è se angustiam.Que nos amemos todos uns aos outros com caridade fraterna, porfiando em honrar-nosmutuamente (35).

v Do documento Marialus Cultus:33. Estamos conscientes de que existem não leves discordâncias entre o pensamento demuitos irmãos de outras Igrejas e comunidades eclesiais, e a doutrina católiea "acerca (...)da função de Maria na obra da Salvação" (UR 20); e, por conseqüência, acerca do culto aprestar-lhe. Todavia, porque a mesma potência do Altíssimo que cobriu com a sua sombraa Virgem de Nazaré (cf. Lc 1,35) age também no hodierno Movimento ecumênico e ofecunda, desejamos exprimir a nossa confiança em que a veneração da humilde Serva do

Senhor, na qual o Onipotente fez grandes coisas (cf. Lc 1,49), se há de tornar, se bem quelentamente, não já um obstáculo, mas sim um trâmite e ponto de encontro para a união detodos os crentes em Cristo.Sentimos alegria, de fato, ao verificar que uma melhor compreensão do lugar de Maria nomistério de Cristo e da Igreja, também da parte dos irmãos separados, torna maisdesimpedido o caminhar para o encontro. E como em Caná a Virgem Santíssima, com a suaintervenção, obteve que Jesus realizasse o primeiro dos seus milagres (cf. Jo 2,1-12), assimtambém na nossa época ela poderá, com a sua intercessão, propiciar o advento da horaem que os discípulos de Cristo reencontrem a plena comunhão na fé. E esta nossaesperança é corroborada pela observação que já fazia o nosso predecessor Leão XIII: acausa da união dos cristãos é algo que "faz parte especificamente da sua (de Maria) funçãoda maternidade espiritual. Na verdade, aqueles que são de Cristo, Maria não os gerou nempoderia gerar, senão numa única fé e num único amor: porventura "estará Cristo dividido"(lCor 1,13)? E assim, nós devemos, todos conjuntamente, viver da vida de Cristo, afim de,num só e mesmo corpo, "produzirmos frutos para Deus" (Rom 7,4)".(64)

vi Do documento Sacrosantum Concilium:103. Na celebração deste ciclo anual dos mistérios de Cristo, a santa Igreja venera comespecial amor, porque indissolùvelmente unida à obra de salvação do seu Filho, a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, em quem vê e exalta o mais excelso fruto daRedenção, em quem contempla, qual imagem puríssima, o que ela, toda ela, com alegriadeseja e espera ser.

vii Do documento Lumen GentiumMedianeira para a unidade da Igreja69. E é uma grande alegria e consolação para este sagrado Concílio o facto de não faltarentre os irmãos separados quem preste à Mãe do Senhor e Salvador o devido culto;sobretudo entre os Orientais, que acorrem com fervor e devoção a render culto à sempreVirgem Mãe de Deus (194). Dirijam todos os fiéis instantes súplicas à Mãe de Deus e mãedos homens, para que Ela, que assistiu com suas orações aos começos da Igreja, tambémagora, exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados, interceda, junto de seu Filho, nacomunhão de todos os santos, até que todos os povos, tanto os que ostentam o nomecristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reunam felizmente, em paz e harmonia,

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no único Povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade.

viii Do documento Redemptoris Mater45. É algo essencial à maternidade o facto de ela envolver a pessoa. Ela determina sempreuma relação única e irrepetível entre duas pessoas: da mãe com o filho e do filho com amãe. Mesmo quando uma só "mulher" é mãe de muitos filhos, a sua relação pessoal comcada um deles caracteriza a maternidade na sua própria essência. Cada um dos filhos, de

facto, é gerado de modo único e irrepetível; e isto é válido tanto para a mãe como para ofilho. Cada um dos filhos é circundado, de modo único e irrepetível, daquele amor maternoem que se baseia a sua formação e maturação em humanidade.Pode dizer-se que "a maternidade na ordem da graça" tem analogia com o que "na ordemda natureza" caracteriza a união da mãe com o filho. A luz disto, torna-se maiscompreensível o motivo pelo qual, no testamento de Cristo no Gólgota, esta maternidadede sua Mãe é por Ele expressa no singular, em relação a um só homem: "Eis o teu filho".Pode dizer-se, ainda, que nestas mesmas palavras está plenamente indicado o motivo dadimensão mariana da vida dos discípulos de Cristo: não só de São João, que naquela horaestava aos pés da Cruz, juntamente com a Mãe do seu Mestre, mas também de todos osdemais discípulos de Cristo e de todos os cristãos. O Redentor confia sua Mãe ao discípuloe, ao mesmo tempo, dá-lha como mãe. A maternidade de Maria que se torna herança do

homem é um dom: um dom que o próprio Cristo faz a cada homem pessoalmente. ORedentor confia Maria a João, na medida em que confia João a Maria. Aos pés da Cruz teveo seu início aquela especial entrega do homem à Mãe de Cristo, que ao longo da história daIgreja foi posta em prática e expressa de diversas maneiras. Quando o mesmo Apóstolo eEvangelista, depois de ter referido as palavras dirigidas por Jesus do alto da Cruz à Mãe e asi próprio, acrescenta: "E, a partir daquele momento, o discípulo levou-a para sua casa" (Jo19, 27), esta afirmação quer dizer, certamente, que ao discípulo foi atribuído um papel defilho e que ele tomou ao seu cuidado a Mãe do Mestre que amava. E uma vez que Maria lhefoi dada pessoalmente a ele como mãe, a afirmação indica, embora indirectamente, tudo oque exprime a relação íntima de um filho com a mãe. E tudo isto pode encerrar-se napalavra "entrega". A entrega é a resposta ao amor duma pessoa e, em particular, ao amorda mãe.

A dimensão mariana da vida de um discípulo de Cristo exprime-se, de modo especial,precisamente mediante essa entrega filial em relação à Mãe de Cristo, iniciada com otestamento do Redentor no alto do Gólgota. Confiando-se filialmente a Maria, o cristão,como o Apóstolo São João, acolhe "entre as suas coisas próprias" 130 a Mãe de Cristo eintrodu-la em todo o espaço da própria vida interior, isto é, no seu "eu" humano e cristão:"levou-a para sua casa". Assim procura entrar no âmbito de irradiação em que se actuaaquela "caridade materna", com que a Mãe do Redentor "cuida dos irmãos do seu Filho",131 para cuja regeneração e formação ela coopera", 132 segundo a medida do domprópria de cada um, pelo poder do Espírito de Cristo. Assim se vai actuando tambémaquela maternidade segundo o Espírito, que se tornou função de Maria aos pés da Cruz eno Cenáculo.

ix Da encíclica Redmptoris Mater

17. Depois da morte de Herodes, quando se dá o retorno da sagrada família aNazaré, inicia-se o longo período da vida oculta. Aquela que "acreditou nocumprimento das coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor" (Lc 1, 45) vive nodia a dia o conteúdo dessas palavras. O Filho a quem deu o nome de Jesus estáquotidianamente ao seu lado; assim, no contacto com ele, usa certamente estenome, o que não devia, aliás, causar estranheza a ninguém, tratando-se de umnome que era usual, desde havia muito tempo, em Israel. Maria sabe, no entanto,

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que aquele a quem foi posto o nome de Jesus, foi chamado pelo Anjo "Filho doAltíssimo" (cf. Lc 1, 32). Maria sabe que o concebeu e deu à luz "sem ter conhecidohomem", por obra do Espírito Santo, com o poder do Altíssimo que sobre elaestendeu a sua sombra (cf. Lc 1, 35), tal como nos tempos de Moisés e dosantepassados a nuvem velava a presença de Deus (cf. Ex 24, 16; 40, 34-35; 1 Rs 8,10-12). Maria sabe, portanto, que o Filho, por ela dado à luz virginalmente, é

precisamente aquele "Santo", "o Filho de Deus" de que lhe havia falado o Anjo.

Durante os anos da vida oculta de Jesus na casa de Nazaré, também a vida deMaria "está escondida com Cristo em Deus" (cf. Col 3, 3) mediante a fé. A fé,efectivamente, é um contacto com o mistério de Deus. Maria está constante equotidianamente em contacto com o mistério inefável de Deus que se fêz homem,mistério que supera tudo aquilo que foi revelado na Antiga Aliança. Desde omomento da Anunciação, a mente da Virgem-Mãe foi introduzida na "novidade"radical de autorevelação de Deus e tornada cônscia do mistério. Ela é a primeiradaqueles "pequeninos" dos quais um dia Jesus dirá: "Pai, ... escondeste estas coisasaos sábios e aos sagazes e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11, 25). Na verdade,

"ninguém conhece o Filho senão o Pai" (Mt 11, 27). Como poderá então Maria"conhecer o Filho"? Certamente, não como o Pai o conhece; e no entanto, ela é aprimeira entre aqueles aos quais o Pai "o quis revelar" (cf. Mt 11, 26-27; 1 Cor 2,11). Se, porém, desde o momento da Anunciação lhe foi revelado o Filho, queapenas o Pai conhece completamente, como Aquele que o gera no "hoje" eterno(cf. Sl 2, 7), então Maria, a Mãe, está em contacto com a verdade do seu Filhosomente na fé e mediante a fé! Portanto, é feliz porque "acreditou"; e acredita dia adia, no meio de todas as provações e contrariedades do período da infância de Jesus e, depois, durante os anos da sua vida oculta em Nazaré, quando ele "lhesera submisso" (Lc 2, 51): submisso a Maria e também a José, porque José, diantedos homens, fazia para ele as vezes de pai; e era por isso que o Filho de Maria era

tido pela gente do lugar como "o filho do carpinteiro" (Mt 13, 55).A Mãe, por conseguinte, lembrada de tudo o que lhe havia sido dito acerca desteseu Filho, na Anunciação e nos acontecimentos sucessivos, é portadora em simesma da "novidade" radical da fé: o início da Nova Aliança. Este é o início doEvangelho, isto é, da boa nova, da jubilosa nova. Não é difícil, porém, percebernaquele início um particular aperto do coração, unido a uma espécie de "noite dafé" - para usar as palavras de São João da Cruz - como que um "véu" através doqual é forçoso aproximar-se do Invisível e viver na intimidade com o mistério. 36Foi deste modo, efectivamente, que Maria, durante muitos anos, permaneceu naintimidade com o mistério do seu Filho, e avançou no seu itinerário de fé, à medida

em que Jesus "crescia em sabedoria ... e graça, diante de Deus e dos homens" (Lc2, 52). Manifestava-se cada vez mais aos olhos dos homens a predilecção que Deustinha por ele. A primeira entre estas criaturas humanas admitidas à descoberta deCristo foi Maria que, com Ele e com José, vivia na mesma casa em Nazaré.

 Todavia, na ocasião em que o reencontraram no templo, à pergunta da Mãe: "Porque procedeste assim connosco?", Jesus - então menino de doze anos - respondeu:"Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?"; e o Evangelistaacrescenta: "Mas eles (José e Maria) não entenderam as suas palavras" (Lc 2, 48-

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50). Portanto, Jesus tinha a consciência de que "só o Pai conhece o Filho" (cf. Mt 11,27); tanto assim, que até aquela a quem tinha sido revelado mais profundamente omistério da sua filiação divina, a sua Mãe, vivia na intimidade com este mistériosomente mediante a fé! Encontrando-se constantemente ao lado do Filho, sob omesmo tecto, e "conservando fielmente a união com o Filho" Ela "avançava naperegrinação da fé", como acentua o Concílio. 37 E assim sucedeu também durante

a vida pública de Cristo (cf. Mc 3, 21-35) pelo que, dia a dia, se cumpriram nela aspalavras abençoantes pronunciadas por Isabel, aquando da Visitação: "Felizdaquela que acreditou".

18. Estas palavras abençoantes atingem a plenitude do seu significado, quandoMaria está aos pés da Cruz do seu Filho (cf. Jo 19, 25). O Concílio afirma que isso"aconteceu não sem um desígnio divino": "padecendo acerbamente com o seuUnigénito, associando-se com ânimo maternal ao seu sacrifício e consentindo comamor na imolação da vítima que ela havia gerado", foi deste modo que Maria"conservou fielmente a união com seu Filho até à Cruz", 38 a união mediante a fé: amesma fé com a qual tinha acolhido a revelação do Anjo no momento da

Anunciação. Nesse momento ela tinha também ouvido dizer: "será grande ..., oSenhor Deus dar-lhe-á o trono de seu pai David..., reinará eternamente na casa de Jacob e o seu reinado não terá fim" (Lc 1, 32-33).

E agora, estando ali aos pés da Cruz, Maria é testemunha, humanamente falando,do desmentido cabal dessas palavras. O seu Filho agoniza, suspenso naquelemadeiro como um condenado. "Desprezado e rejeitado pelos homens; homem dasdores...; era menosprezado e nenhum caso fazíamos dele" ... como que destruído(cf. Is 53, 3-5 ). Quão grande e quanto foi heróica então a "obediência da fé"demonstrada por Maria diante dos "insondáveis desígnios" de Deus! Como ela se"abandonou nas mãos de Deus" sem reservas, "prestando o pleno obséquio da

inteligência e da vontade" 39 Àquele cujas "vias são imperscrutáveis!" (cf. Rom 11,33). E, ao mesmo tempo, quanto se mostra potente a acção da graça na sua alma equanto é penetrante a influência do Espírito Santo, da sua luz e da sua virtude!

Mediante essa sua fé, Maria está perfeitamente unida a Cristo no seudespojamento. Com efeito, "Jesus Cristo, ... subsistindo na natureza divina, não julgou o ser igual a Deus, um bem a que não devesse nunca renunciar; masdespojou-se a si mesmo tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aoshomens": precisamente sobre o Gólgota "humilhou-se a si mesmo, fazendo-seobediente até à morte, e morte de Cruz" (cf. Flp 2, 5-8). E aos pés da Cruz, Mariaparticipa mediante a fé no mistério desconcertante desse despojamento. Isso

constitui, talvez, a mais profunda "kénose" da fé na história da humanidade.Mediante a fé, a Mãe participa na morte do Filho, na sua morte redentora; mas,bem diferente da fé dos discípulos, que se davam à fuga, a fé de Maria era muitomais esclarecida. Sobre o Gólgota, Jesus confirmou definitivamente, por meio daCruz, ser "o sinal de contradição" predito por Simeão. Ao mesmo tempo,cumpriram-se aí as palavras dirigidas pelo mesmo ancião a Maria: "E tu mesmaterás a alma trespassada por uma espada".

19. Sim, verdadeiramente, "feliz daquela que acreditou"! Estas palavras,pronunciadas por Isabel já depois da Anunciação, parecem ressoar aqui, aos pés da

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Cruz, com suprema eloquência; e a força que elas encerram, torna-se penetrante.Da Cruz ou, por assim dizer, do próprio coração do mistério da Redenção, seesparge a irradiação e se dilata a perspectiva daquelas palavras abençoadoras dasua fé. Elas remontam "até ao princípio" e, como participação no sacrifício deCristo, novo Adão, tornam-se, em certo sentido, o contrabalanço da desobediênciae da incredulidade presentes no pecado dos nossos primeiros pais. Assim o

ensinam os Padres da Igreja, especialmente Santo Ireneu, citado na ConstituiçãoLumen Gentium: "O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência deMaria; e aquilo que a Virgem Eva atou, com a sua incredulidade, a Virgem Mariadesatou-o com a sua fé". 41 À luz desta comparação com Eva, os mesmos Padres -como recorda ainda o Concílio - chamam a Maria "mãe dos vivos" e afirmam muitasvezes: "A morte veio por Eva, a vida por meio de Maria".

Com razão, portanto, podemos encontrar na expressão "feliz daquela queacreditou" como que uma chave que nos abre o acesso à realidade íntima de Maria:daquela que foi saudada pelo Anjo como "cheia da graça". Se como "cheia degraça" ela esteve eternamente presente no mistério de Cristo, agora, mediante a

fé, torna-se dele participante em toda a extensão do seu itinerário terreno:"avançou na peregrinação da fé" e, ao mesmo tempo, de maneira discreta, masdirecta e eficazmente, tornava presente aos homens o mesmo mistério de Cristo. Eainda continua a fazê-lo. E mediante o mistério de Cristo, também ela está presenteentre os homens. Deste modo, através do mistério do Filho, esclarece-se também omistério da Mãe

3. Eis tua Mãe

20. O Evangelho de São Lucas regista o momento em que "uma mulher ergueu avoz do meio da multidão e disse", dirigindo-se a Jesus: "Ditoso o ventre que tetrouxe e os seios a que foste amamentado!" (Lc 11, 27). Estas palavras constituíamum louvor para Maria, como mãe de Jesus segundo a carne. A Mãe de Jesus talveznão fosse conhecida pessoalmente por essa mulher; de facto, quando Jesus inicioua sua actividade messiânica, Maria não o acompanhava, mas continuava a viver emNazaré. Dir-se-ia que as palavras dessa mulher desconhecida a fizeram sair, dealgum modo, do seu escondimento

. Através de tais palavras lampejou no meio da multidão, ao menos por uminstante, o evangelho da infância de Jesus. É o evangelho em que Maria estápresente como a mãe que concebe Jesus no seu seio, o dá à luz e maternamente oamamenta: a mãe-nutriz, a que alude aquela mulher do povo. Graças a estamaternidade, Jesus - Filho do Altíssimo (cf. Lc 1, 32 ) - é um verdadeiro filho do

homem. É "carne", como todos os homens. é "o Verbo (que) se fez carne" (cf. Jo 1,14). É carne e sangue de Maria!

Mas, às palavras abençoantes proferidas por aquela mulher em relação à suagenetriz segundo a carne, Jesus responde de modo significativo: "Ditosos antes osque ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11, 28). Ele quer desviar aatenção da maternidade entendida só como um vínculo do sangue, para a orientarno sentido daqueles vínculos misteriosos do espírito, que se formam com o prestarouvidos e com a observância da palavra de Deus.

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A mesma transferência, na esfera dos valores espirituais, delineia-se ainda maisclaramente numa outra resposta de Jesus, relatada por todos os Sinópticos. Quandofoi anunciado ao mesmo Jesus que a sua "mãe e os seus irmãos estavam lá fora edesejavam vê-lo", ele respondeu: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles queouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (cf. Lc 8, 20-21). Disse isto"percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele", como lemos em

São Marcos (3, 34) ou, segundo São Mateus (12, 49), "indicando com a mão os seusdiscípulos".

Estas expressões parecem situar-se na linha daquilo que Jesus - então menino dedoze anos - respondeu a Maria e José, quando foi reencontrado, depois de três dias,no templo de Jerusalém.

Agora, uma vez que Jesus já tinha saído de Nazaré para dar início à sua vida públicapor toda a Palestina, estava doravante completa e exclusivamente "ocupado nascoisas do Pai" (cf. Lc 2, 49). Ocupava-se em anunciar o Reino: o "Reino de Deus" eas "coisas do Pai", que dão também uma dimensão nova e um sentido novo a tudo

aquilo que é humano; e, por conseguinte, a todos os laços humanos, em relaçãocom os fins e as funções estabelecidos para cada um dos homens. Com esta novadimensão, também um laço, como o da "fraternidade" significa algo de diverso da"fraternidade segundo a carne", que provém da origem comum dos mesmos pais. Eaté mesmo a "maternidade", vista na dimensão do Reino de Deus, na irradiação dapaternidade do próprio Deus, alcança um outro sentido. Com as palavras referidaspor São Lucas, Jesus ensina precisamente este novo sentido da maternidade.

 Ter-se-á afastado, por causa disto, daquela que foi sua mãe, a sua genetrizsegundo a carne? Desejará, porventura, deixá-la na sombra do escondimento, queela própria escolheu? Embora assim possa parecer, se nos ativermos só ao sommaterial daquelas palavras, devemos observar, no entanto, que a maternidadenova e diversa, de que Jesus fala aos seus discípulos, refere-se precisamente aMaria e de modo especialíssimo. Não é, acaso, Maria a primeira dentre "aquelesque ouvem a palavra de Deus e a põem em prática"? E portanto, não se referirãosobretudo a ela aquelas palavras abençoantes pronunciadas por Jesus, em respostaàs palavras da mulher anónima? Maria é digna, sem dúvida alguma, de taispalavras de bênção, pelo facto de se ter tornado Mãe de Jesus segundo a carne("Ditoso o ventre que te trouxe e os seios a que foste amamentado"); mas é dignadelas também e sobretudo porque, logo desde o momento da Anunciação, acolheua palavra de Deus e porque nela acreditou e sempre foi obediente a Deus; ela, comefeito, "guardava" a palavra, meditava-a "no seu coração" (cf. Lc 1, 38-45; 2, 19.

51) e cumpria-a com toda a sua vida. Podemos, portanto, afirmar que as palavrasde bem-aventurança pronunciadas por Jesus não se contrapõem, apesar dasaparências, àquelas outras que foram proferidas pela mulher desconhecida; masantes, que com elas se coadunam na pessoa desta Mãe-Virgem, que a si mesma sedesignou simplesmente como "serva do Senhor" (Lc 1, 38). Se é verdade que"todas as gerações a chamarão bem-aventurada" (cf. Lc 1, 48), pode dizer-se queaquela mulher anónima foi a primeira a confirmar, sem disso ter consciência,aquele versículo profético do Magnificat de Maria e a dar início ao Magnificat dosséculos.

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Se Maria, mediante a fé, se tornou a genetriz do Filho que lhe foi dado pelo Pai como poder do Espírito Santo, conservando íntegra a sua virgindade, com a mesma féela descobriu e acolheu a outra dimensão da maternidade, revelada por Jesus nodecorrer da sua missão messiânica. Pode dizer-se que esta dimensão damaternidade era possuída por Maria desde o início, isto é, desde o momento daconcepção e do nascimento do Filho. Desde então ela foi "aquela que acreditou".

Mas, à medida que se ia esclarecendo aos seus olhos e no seu espírito a missão doFilho, ela própria, como Mãe, se ia abrindo cada vez mais para aquela "novidade"da maternidade, que devia constituir a sua "parte" ao lado do Filho. Não declararaela, desde o princípio: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tuapalavra"? (Lc 1, 38). Maria continuava, pois, mediante a fé, a ouvir e a meditaraquela palavra, na qual se tornava cada vez mais transparente, de um modo "queexcede todo conhecimento" (Ef 3, 19), a autorevelação de Deus vivo. E assim,Maria Mãe tornava-se, em certo sentido, a primeira "discípula" do seu Filho, aprimeira a quem ele parecia dizer: "Segue-me", mesmo antes de dirigir estechamamento aos Apóstolos ou a quaisquer outros (cf. Jo 1, 43).

x Da encíclica Christefidelis laiciFormas agregativas de participação

29. A comunhão eclesial, já presente e operante na acção do indivíduo, encontra umaexpressão específica no operar associado dos fiéis leigos, isto é, na acção solidária que elesdesenvolvem ao participar responsavelmente na vida e na missão da Igreja.

Nestes tempos mais recentes, o fenómeno da agregação dos leigos entre si assumiuformas de particular variedade e vivacidade. Se na história da Igreja tal fenómenorepresentou sempre uma linha constante, como o provam até aos nossos dias as váriasconfrarias, as ordens terceiras e os diversos sodalícios, ele recebeu, todavia, um notávelimpulso nos tempos modernos que têm visto o nascer e o irradiar de múltiplas formasagregativas: associações, grupos, comunidades, movimentos. Pode falar-se de uma novaera agregativa dos fiéis leigos. Com efeito, « ao lado do associativismo tradicional e, porvezes, nas suas próprias raízes, brotaram movimentos e sodalícios novos, com fisionomia efinalidade específicas: tão grande é a riqueza e a versatilidade de recursos que o Espíritoinfunde no tecido eclesial e tamanha é a capacidade de iniciativa e a generosidade donosso laicado ».

Estas agregações de leigos aparecem muitas vezes bastante diferentes umas das outrasem vários aspectos, como a configuração exterior, os caminhos e métodos educativos e oscampos operativos. Encontram, porém, as linhas de uma vasta e profunda convergência nafinalidade que as anima: a de participar responsavelmente na missão da Igreja de levar oEvangelho de Cristo, qual fonte de esperança para o homem e de renovação para a

sociedade.

A agregação dos fiéis leigos por motivos espirituais e apostólicos brota de várias fontes evai ao encontro de diversas exigências: exprime, de facto, a natureza social da pessoa eobedece ao imperativo de uma mais vasta e incisiva eficácia operativa. Na verdade, aincidência « cultural » fonte e estímulo e, simultaneamente, fruto e sinal de todas asdemais transformações do ambiente e da sociedade, só se pode alcançar com a acção, nãotanto dos indivíduos, mas de um « sujeito social », isto é, com a acção de um grupo, deuma comunidade, de uma associação, de um movimento. E isso é particularmente verdadeno contexto de um a sociedade pluralista e fragmentada — como é, em tantas partes do

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mundo, a actual — e perante os problemas tornados enormemente complexos e difíceis.Por outro lado, sobretudo num mundo secularizado, as várias formas agregativas podemrepresentar para muitos uma ajuda preciosa em favor de uma vida cristã coerente, com asexigências do Evangelho e de um empenhamento missionário e apostólico.

Para além destes motivos, a razão profunda que justifica e exige o agregar-se dos fiéisleigos é de ordem teológica: uma razão eclesiológica, como abertamente reconhece o

Concílio Vaticano II, ao apontar o apostolado associado como um « sinal da comunhão e daunidade da Igreja em Cristo ».

é um « sinal » que deve manifestar-se nas relações de « comunhão », tanto no interiorcomo no exterior das várias formas agregativas, no mais vasto contexto da comunidadecristã. É a própria razão eclesiológica apontada que explica, por um lado o « direito » deagregação próprio dos fiéis leigos e, por outro, a necessidade de « critérios » dediscernimento sobre a autenticidade eclesial das suas formas agregativas.

Antes de mais, é necessário reconhecer-se a liberdade associativa dos fiéis leigos na Igreja.Essa liberdade constitui um verdadeiro e próprio direito que não deriva de uma espécie de« concessão » da autoridade, mas que promana do Baptismo, qual sacramento que chama

os fiéis leigos para participarem activamente na comunhão e na missão da Igreja. OConcílio é muito explícito a este propósito: « Respeitada a devida relação com a autoridadeeclesiástica, os leigos têm o direito de fundar associações, dirigi-las e dar nome às jáexistentes ».E o recente Código textualmente diz: « Os fiéis podem livremente fundar edirigir associações para fins de caridade ou de piedade, ou para fomentar a vocação cristãno mundo, e reunir-se para alcançar em comum esses mesmos fins ».  Trata-se de umaliberdade reconhecida e garantida pela autoridade eclesiástica e que deve ser exercidasempre e só na comunhão da Igreja: nesse sentido o direito dos fiéis leigos em agregar-seé essencialmente relativo à vida de comunhão e missão e à própria Igreja.

xi Do documento Lumen Gentium

65. Mas, ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquelaperfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cfr. Ef. 5,27), os fiéisainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e porisso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudessobre toda a família dos eleitos. A Igreja, meditando piedosamente naVirgem, e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, penetra maisprofundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da Encarnação,e mais e mais se conforma com o seu Esposo. Pois Maria, que entrouintimamente na história da salvação, e, por assim dizer, reune em si ereflecte os imperativos mais altos da nossa fé, ao ser exaltada e

venerada, atrai os fiéis ao Filho, ao Seu sacrifício e ao amor do Pai. Por suaparte, a Igreja, procurando a glória de Cristo, torna-se mais semelhanteàquela que é seu tipo e sublime figura, progredindo continuamente na fé,na esperança e na caridade, e buscando e fazendo em tudo a vontadedivina. Daqui vem igualmente que, na sua acção apostólica, a Igreja olhacom razão para aquela que gerou a Cristo, o qual foi concebido por acçãodo Espírito Santo e nasceu da Virgem precisamente para nascer e crescertambém no coração dos fiéis, por meio da Igreja. E, na sua vida, deu a

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Virgem exemplo daquele afecto maternal de que devem estar animadostodos quantos cooperam na missão apostólica que a Igreja tem deregenerar os homensxii Da encíclica Redemptoris Missio

O verdadeiro missionário é o santo

90. O chamamento à missão deriva por sua natureza da vocação à santidade. Todo omissionário só o é autenticamente, se se empenhar no caminho da santidade: « asantidade deve-se considerar um pressuposto fundamental e uma condição totalmenteinsubstituível para se realizar a missão de salvação da Igreja ».

A universal vocação à santidade está estritamente ligada à universal vocação à missão:todo o fiel é chamado à santidade e à missão. Este foi o voto ardente do Concílio aodesejar, « com a luz de Cristo reflectida no rosto da Igreja, iluminar todos os homens,anunciando o Evangelho a toda a criatura ». A espiritualidade missionária da Igreja é umcaminho orientado para a santidade.

O renovado impulso para a missão ad gentes exige missionários santos. Não basta explorar

com maior perspicácia as bases teológicas e bíblicas da fé, nem renovar os métodospastorais, nem ainda organizar e coordenar melhor as forças eclesiais: é preciso suscitarum novo « ardor de santidade » entre os missionários e em toda a comunidade cristã,especialmente entre aqueles que são os colaboradores mais íntimos dos missionários.

Pensemos, caros Irmãos e Irmãs, no ímpeto missionário das primitivas comunidadescristãs. Não obstante a escassez de meios de transporte e comunicação de então, oanúncio do Evangelho atingiu, em pouco tempo, os confins do mundo. E tratava-se dareligião de um Homem morto na cruz, « escândalo para os judeus e loucura para os pagãos» (1 Cor 1, 23 ) ! Na base deste dinamismo missionário, estava a santidade dos prímeiroscristãos e das primeiras comunidades.


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