ESTUDO DE CASO – HIPERTENÃO ARTERIAL
Este estudo de caso vem relatar a história clínica de uma paciente hipertensa
que não mantém hábitos alimentares corretos, não pratica nenhuma atividade
física e não consegue manter controle da pressão.
1 IDENTIFICAÇÃO
M.M.S tem 74 anos, é do sexo feminino, de cor branca, viúva, tem seis filhos,
brasileira natural de Boa Vista, e reside na Rua Sergipe – Bairro dos Estados em
Boa Vista-RR.
2 EXPECTATIVAS E PERCEPÇÕES
Tem grande preocupação em ter derrame e ficar sem andar.
3 QUEIXA PRINCIPAL
Dores de cabeça constante e intensa, tontura, vontade de vomitar e fraqueza
muscular.
4 HISTÓRIA DADOENÇA ATUAL
Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardiacongestiva e diabetes.
5 HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA
Na infância refere ter tido sarampo e caxumba, não sabe dizer se está
imunizada, tomou a vacina influenza na campanha; foi hospitalizada à 4 meses
com crise hipertensiva, está fazendo uso de captopril de 25mg de 12/12 horas,
hidroclorotiazida de 25mg 1 vez ao dia.
6 HISTÓRIA FAMILIAR
Mãe(falecida) hipertensa e diabética, pai faleceu de câncer próstata, filha
mais nova hipertensa, avó paterno faleceu de infarto.
7 HISTÓRIA PESSOAL E SOCIAL
Acorda diversas vezes durante a noite, dorme de 01:00hs da madrugada
até as 06:00hs da manhã, porém repõe seu sono durante o dia.
Não pratica exercícios físicos, se alimenta mal, queixa falta de apetite,
reclama dores intensas no estömago, principalmente, quando come “comidas
pesadas”, almoça as 13:00hs e janta as 19:00hs, se hidrata bem, geralmente
come diariamente: feijão, arroz, verdura cozidas, e cruas, frutas, leite apesar de
não sentir apetite, informa mastigar e deglutir sem nenhuma dificuldade.
Evacua a cada 5 dias, as vezes tem que utilizar laxantes, tem emissão
involuntária de urina e reclama nicturia.
Toma banho duas vezes diária, mas, pelo seu estado debilitado não
consegue manter sua higiene pessoal efetiva e consequentemente os seus
cuidados gerais necessários.
Reside em casa própria, mora com a filha mais nova, genro e neto, pois a
mesma não tem condições de manter a casa devido suas condições de saúde, é
aposentada.
Fumou durante 15 anos de sua vida, ingeria bebida alcoólica (cachaça)
todos os dias antes do almoço e jantar, apesar de ter prótese dentaria removível
não tem ido ao odontólogo; já ao medico tem ido de vez em quando devido a
seu estado de saúde.
8 EXAME FÍSICO
Paciente consciente orientada no espaço, encontra-se em repouso no
leito.
Couro cabeludo integro mucosa hipocorada, pele hidratada, olhos sem
alterações, narinas sem presença de secreção higienizadas, cavidade oral
ausência de fissuras, língua integra, usando prótese inferior e superior, ausência
de gânglios auriculares e retroauricular, pavilhão auricular sm presença de
cerume. Tórax simétrico, dispnéica. Seios sem alterações, simétricos. Abdômen
flácido presença de gases no flanco esquerdo. MSE com venóclise. MMII
ausência de edema, com eliminações fisiológicas presentes.
9 DIAGNÓTICO MÉDICO
Paciente com hipertensão, insuficiência cardíaca e diabetes.
10 PRESCRIÇÃO MÉDICA
Dieta hiposódica;
Soro fisiológico IV 7gt/min.
Hidroclorotiazida de12/12hs.
Captopril de 25g 2 comprimidos de 12/12hs.
11 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A pressão arterial é o produto do debito cardíaco multiplicado pela
resistência periférica. O produto débito cardíaco é o produto da freqüência
cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Na circulação normal, a pressão é
exercida pelo fluxo de sangue através do coração e dos vasos sanguíneos. A
pressão arterial elevada, conhecida como hipertensão, pode resultar de uma
alteração no debito cardíaco e/ou uma modificação na resistência periférica.
Oficialmente, a hipertensão é definida como uma pressão arterial elevada
sistólica superior a 140 mmhg e uma pressão diastólica maior que 90 mmhg
durante um período sustentado.
Em 95% dos casos de hipertensão não há uma causa subjacente específica e
esta condição é conhecida como hipertensão primária ou essencial. Os
restantes 5% das pessoas têm um problema com seus rins ou com pequenas
glândulas chamadas adrenais. Os médicos referem a esta condição como
hipertensão secundária
Ao se levar em consideração todos os tipos de hipertensão que afetam as
pessoas acima de 60 anos, cerca de 35% a 40% dos homens e mulheres do
Brasil necessitam de avaliação posterior motivada por pressão alta, diastólica ou
sistólica. Entretanto, esta porcentagem é mais baixa entre as pessoas cujo
consumo de sal é menor que a média nacional.
A hipertensão é por vezes chamada de "o assassino silencioso", porque
as pessoas que a tem mostram-se, com freqüência, isentas de sintomas.
Hipertensão arterial: uma de suas causas pode ser pela diminuição do
debito cardíaco, ocorre principalmente em pacientes obesos, pois, estes
pacientes têm uma grande dificuldade de retorno venoso, com essa dificuldade
de retorno venoso o coração deve bombear mais sangue para que possa chegar
uma quantidade necessária no coração e continuar a circulação sistêmica, para
que isso ocorra deve haver auxilio do sistema nervoso simpático, que
juntamente com os barrorecepitores enviam informações para o bulbo que é
localizado no tronco encefálico; bulbo este que ira secreta noradrenalina para os
átrios e ventrículos; nos átrios, este estimulo de noradrenalina chega por um
local especifico chamado nodo sinuatrial e nos ventrículos se ramifica pelas
fibras de purking, com toda esta sistemática do sistema cardiovascular o
coração ira conseguir bombear quantidade necessária de sangue para que haja
uma boa circulação sistêmica, porém ira Ter o aumento exacerbado da pressão
arterial, isso se deve principalmente pelo sedentarismo da paciente e obesidade
da mesma que irá dificultar o retorno venoso, no sentido de pequena circulação
para grande circulação.
A hipertensão é resultado de:
- Atividade aumentada do sistema nervoso simpático ligada a disfunção do
sistema nervoso autônomo.
- Reabsorção renal de sódio, cloreto e água aumentada ligada a uma variação
genética nas vias pelas quais o rim manuseia o sódio.
- Atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-aldosterona, resultando
em expansão do volume de liquido extracelular e resistência vascular sistêmica
aumentada.
- Vasodilatação diminuída das arteríolas ligadas à disfunção do endotélio
vascular.
Numerosos fatores podem contribuir para a hipertensão dentre eles: a
idade, historia familiar, peso corporal excessivo estilo de vida sedentário, ingesta
de sódio (embora continue a atual controvérsia sobre a função do sal na
hipertensão). Existe ainda a identificação de pacientes hipertensos em risco de
problemas cardiovasculares e os principais fatores além da hipertensão são:
fumo, diabetes melito, idade acima de 60 anos, dislipdemia, sexo (homens e
mulheres pós menopausa), história familiar de doença cardiovascular (em
parentes do sexo feminino com menos de 65 anos de idade ou homens com
menos de 55 anos de idade).
Podem ser observadas alterações da retina, como hemorragias,
exsudato, estreitamento arteriolar e manchas algodoadas.
12 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Déficit de conhecimento sobre a relação entre o esquema terapêutico e o
controle da patologia.
Não – aderência com o esquema terapêutico relacionado aos efeitos
colaterais da terapia prescrita.
13 PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
Ensinar o paciente a aderir ao esquema terapêutico por meio de
implementação das alterações necessárias no estilo de vida.
Ensinar a paciente a posologia exata dos medicamentos conforme
prescritos e incentivá-la a agendar consultas regulares de acompanhamento
com o profissional de saúde para monitorar ou identificar e tratar quaisquer
complicações da doença ou terapia.
Manter a ingesta diária adequada de cálcio e magnésio na dieta para a
saúde geral.
Perda de peso, quando com excesso de peso e incentivar atividade física
aeróbica (30 a 45minutos na maioria dos dias da semana).
Limitar a ingesta de álcool e o uso do tabaco ressaltando os malefícios
desse habito.
Reduzir a ingesta de sódio a não mais do que 100mmol por dia (2,4g de
sódio ou 6g de cloreto de sódio).
Manter a ingesta adequada de potássio na dieta.
Reduzir a ingesta de lipídios saturados e colesterol na dieta para a saude
cardiovascular geral.
14 PROGNÓSTICO
De uma maneira geral é bom, porém vai depender da conscientização da
paciente em relação as informações, e da necessidade de mudanças de seus
hábitos de vida, pessoal, familiar e social.
15 RESULTADOS ESPERADOS COM A INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
Abstenção do tabaco e da ingesta excessiva de álcool;
Mudança de hábitos alimentares;
Monitorização e controle da hipertensão;
Aderência de medicamentos conforme prescritos.
Modificação do estilo de vida;
Aderência de atividade física diária.
16 MEDICAMENTOS
CAPTOPRIL
Nome farmacológico: Captopril: hipotensor arterial – inibidor das ECA.
Vasodilatador coronariano
Nome comercial: captopril, catoprol, cardilom, hipoten
Propriedades: inibe a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um
vasodilatador potente. Reduz a formação de angiotensina II diminuindo a
resistência arterial periférica. Reduz as retenções de sódio e água, diminuindo a
PA.
Farmacocinética: uso oral, inicio de ação :15-30min; nível sanguíneo:1-2h;
eliminação: 6-12h.
Reações adversas
CV: ICC, taquicardia, hipotensão.
Dermatológico: rash maculopapular, prurido.
GI: irritação gástrica, úlcera péptica, constipação.
GU: proteinuria, síndrome nefrótica, glomerulopatia membranosa.
Hematológicas: leucopneia, agranulocitopenia, pancitopenia.
Respiratório: tosse seca e persistente.
SNC: anorexia, tontura.
Outras: febre, hipercalemia, linfoadenopatia.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Instrua o paciente a tomar a medicação, exatamente conforme
recomendado, e a não interromper o tratamento, sem o conhecimento do
médico, ainda que alcance melhora.
A medicação não deve ser usada durante a gestação ou lactação. No
caso de gravidez, ou, ainda se a paciente estiver amamentando, o médico
deverá ser comunicado imediatamente.
Informe ao paciente as reações adversas mais freqüentes relacionadas
ao uso da medicação.
Durante a terapia, o paciente deverá receber hidratação adequada.
Pode causar tontura. Recomende que o paciente evite dirigir e outras
atividades que requerem estado de alerta, até que a resposta à medicação seja
conhecida.
HIDROCLOROTIAZIDA
Nome farmacológico: hidroclorotiazida: diurético depletor de potássio
Nome comercial: clorana, diurepina, drenol, hidroclorozil, hidroflux.
Propriedades: inibe a reabsorção de sódio no tubo distal, aumentando as
excreções renais de sódio e água.
Reações adversas
CV: hipotensão postural, trombose venosa, dor no peito.
Dermatológico: fotossensibilidade, rash, púrpura, dermatite esfoliativa.
GI: náuseas, vômito, boca seca, diarréia, constipação.
GU: hipopotassemia, poliúria, noctúria.
Hematológicas: leucopneia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia aplásica,
neutropenia.
Metabólica: perda de peso, gota.
SNC: anorexia, tontura, parestesia, fraqueza, cefaléia, sonolência, fadiga.
Outras: febre, rubor.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Instruir o paciente a tomar a medicação, exatamente conforme
recomendado, e a não interromper o tratamento, sem o conhecimento do
médico, ainda que alcance melhora.
A medicação não deve ser usada durante a gestação ou lactação. No
caso de gravidez, ou, ainda se a paciente estiver amamentando, o médico
deverá ser comunicado imediatamente.
Informe ao paciente as reações adversas mais freqüentes relacionadas
ao uso da medicação.
Durante a terapia, o paciente deverá receber hidratação adequada.
Pode causar tontura. Recomende que o paciente evite dirigir e outras
atividades que requerem estado de alerta, até que a resposta à medicação seja
conhecida.
Recomende ao paciente, quando possível, o acompanhamento de um
nutricionista para orientar uma dieta rica em potássio.
Recomende ao paciente verifique o seu peso e que, diante sinais e
sintomas de retenção hídrica, febre, dor muscular entre outros comunique
imediatamente ao médico.
Recomende ao paciente que evite o consumo de álcool e o uso
concomitante de álcool sem conhecimento do médico durante a terapia.
CONCLUSÃO
Este estudo de caso foi de grande importância, pois serviu para ampliar
os conhecimentos sobre essa patologia clínica, e assim estando apta a cuidar e
dar orientações aos hipertensos, sobre suas conseqüências, caso não haja
aderência de tratamento e a não utilização das informações na mudança do
estilo de vida e hábitos alimentares, social, familiar. Podem ocorrer danos
maiores que venha comprometer outras patologias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNNER E SUDDART. Tratado de enfermagem médico-cirurgica. Nona
edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
MENDES, B. Roger. A dimensão da hipertensão arterial. [s.ed]. [s.cidade]. [s.
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Web:http://www.hipertensaoarterial.com.br/artigo.html
AME- Dicionário de Administração de Medicamentos Na
Enfermagem 2005/2006 – Rio de Janeiro: EPUB, 2004.