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Page 1: Estudo de Caso Anemia Falciforme

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1 INTRODUÇÃO

Trata-se de um estudo de caso apresentado à disciplina Pratica de Campo de Ensino Clinico

como requisito de avaliação do curso de Enfermagem

Para o estudo foi escolhido o paciente A.A.G.M., sexo masculino, 07 anos portador

da doença falciforme internado no Hospital São José para tratamento de pneumonia

As crianças com Anemia Falciforme têm maior incidência de infecção bacteriana,

particularmente pneumonia, septicemia, meningite e osteomielite, que as crianças que não têm

a doença (CASTELO, 2009).

A Política Nacional de Atenção Integral as Pessoas com doença falciforme tem como

objetivo promover a mudança na historia natural da doença falciforme no Brasil, reduzindo a

taxa de morbimortalidade, promovendo longevidade com qualidade de vida as pessoas

acometidas com a doença, instituindo ações de educação permanente para os trabalhadores de

saúde (BRASIL, 2008).

O diagnostico da doença falciforme, bem como das suas manifestações clinicas, tem

um sentido universal, generalizado, que descreve uma regularidade. No entanto, esse

diagnóstico pode produzir uma igualdade ilusória entre sujeitos que experimentam de

maneiras singulares essa doença (BRASIL, 2008).

A assistência as pessoas com doença falciforme, como toda doença crônica, deve

privilegiar a ação MULTIPROFISSIONAL e MULTIDISCIPLINAR. Ate pouco tempo, a

assistência a essas pessoas se dava apenas na media complexidade (hemocentros, hospitais de

referencia e emergências) deixando-as fora da atenção básica, portanto excluídas dos

programas da criança, da mulher, da saúde bucal, da vigilância nutricional e outros, alem de

não privilegiar o autocuidado e a atenção integral (BRASIL, 2008).

Estudamos o caso do paciente A.A.G.M., com o objetivo de adquirir conhecimento

teórico-prático sobre doença, bem como suas complicações. Listar os diagnósticos de

enfermagem Planejar intervenções que visem uma melhor condição da saúde do cliente. 

A relevância em se realizar este estudo está em poder subsidiar a nossa formação,

neste problema de saúde pública que requer os cuidados de enfermagem; tanto na promoção

quanto na educação em saúde do paciente falcemico.

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2- Histórico

2.1- Anamnese

A.A.G.M. sexo masculino, 07 anos de idade, nascido e domiciliado na cidade de

Nova Serrana MG, em 30 de março de 2011, foi admitido no Hospital São José, com o

quadro de tosse produtiva e febre, hospital esse onde o mesmo nasceu de parto normal, em

10/02/2004. Segundo dados coletados através de M.LC.M 29 anos, mãe da criança,

A.A.G.M., foi submetido ao teste do pezinho no seu 5° dia de vida, sendo diagnosticado

Anemia Falciforme. A mãe relata ter mais dois filhos, um de 9 anos e um de 11 anos, e que

ambos apresentaram ao teste do pezinho, traço falciforme, porém ao procurar a Unidade de

Saúde, nada lhe foi esclarecido sobre o problema, apenas lhe foi dito que esse traço não era

de importância médica e que era muito comum crianças apresentarem esse traço falciforme,

que ela não deveria se preocupar com isso. A mãe ficou tranqüila e somente após o

diagnóstico de Anemia Falciforme para A.A.G.M., é que ela e o marido, de 31 anos foram

alertados sobre o que realmente era o traço falciforme, e que ambos deveriam fazer o teste,

pois provavelmente um dos dois poderia também ser portador do traço falciforme. Fizeram

então o teste, e descobriram que ambos eram portadores do traço. Relata ter 4 sobrinhos (02

filhos de um irmão dela e 02 filhos de um irmão de seu marido) que também possuem o

traço, e que após o nascimento de A.A.G.M. os pais dessas crianças fizeram vasectomia,

para evitarem ter mais filhos, agora que sabem que correm o risco de nascerem com anemia

falciforme, temendo passar pelo o sofrimento que tem passado M.LC.M com o filho.

A.A.G.M. é uma criança ativa, comunicativa, adapta a escolinha, onde cursa a 2° série do 1°

grau e leva praticamente uma vida normal, apesar do grande numero de internações que faz

durante o ano, devido a quadros de pneumonia. A mãe relata que há 02 anos colocou o filho

na natação, e que depois disso, houve uma diminuição na freqüência das internações. “Ele

colabora muito com o tratamento!” Cita a mãe; complementando que o filho está sempre

atento aos horários e ás doses dos medicamentos que faz uso em casa – ácido fólico 0,4mg, 2

½ ml ( toma desde os 6 meses de vida) e hidroxiuréia 500 mg, 1 comprimido ao dia diluído

em 2 ml de água. Ao ser perguntado se sente dores fortes nas articulações, A.A.G.M., diz

que sente pouca dor, e que apenas uma vez teve uma crise fortíssima de dor no joelho e que

teve até mesmo que se internar por essa causa. Como os pais trabalham fora, A.A.G.M.,

juntamente com seus irmãos, fica sob os cuidados da vizinha.

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Ao exame físico: BEG, hipocorado, ictérico hidratado, acianótico, BNR/NF em 2T,

presença de crepitações à ausculta respiratória, abdome livre e indolor à

palpação.Temperatura axilar média: 36,7°, freqüência cardíaca: 64 bpm, freqüência

respiratória: 30 irpm.

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3- Diagnóstico Médico

PNEUMONIA -ANEMIA FALCIFORME

A anemia falciforme é uma doença hereditária e genética decorrente de anormalidade

que ocorre em uma proteína das hemácias, é uma anemia hemolítica, autossômica recessiva,

devido uma mutação da posição 6 do gene da globina beta da hemoglobina (Hb).

Segundo DOVER, 1992 “Este ponto de mutação promove a substituição do ácido

glutâmico pelo aminoácido valina, induzindo a produção de uma hemoglobina anômala”.

A doença falciforme é resultante de uma alteração genética, caracterizada pela

presença de um tipo anormal de hemoglobina chamada hemoglobina S (HbS). A HbS faz

com que as hemácias adquiram a forma de foice em ambiente de baixa oxigenação,

dificultando sua circulação e provocando obstrução vascular. Como conseqüência, os

pacientes apresentam isquemia, necrose, dor, disfunção e danos irreversíveis a tecidos e

órgãos( MINAS GERAIS, 2005).

O portador do traço falciforme é o indivíduo que apresenta a hemoglobina AS

(HbAS). Ele não é doente, não tem anemia e terá uma vida normal. Para cada 1.000 crianças

triadas, espera-se encontrar 1 caso de doença e 30 casos de portadores Os portadores de traço

falciforme não necessitam de cuidados especiais, exceto para aconselhamento genético dos

pais e, no futuro, para a criança, já que ela tem chance de gerar filhos com a doença, caso o

parceiro tenha hemoglobina S, seja portador ou doente. Portanto, para os portadores de traço

falciforme, é importante esclarecer que: O traço não é doença, e não há necessidade de

qualquer tratamento ou encaminhamento. O traço não se transforma em doença falciforme, a

sua condição não interfere em seus limites, não o impede de exercer suas atividades normais:

trabalhar, praticar esportes, fazer sexo, ter filhos, etc. Há possibilidade de gerar filhos com a

doença, caso o parceiro seja portador ou doente ( MINAS GERAIS, 2005).

Os glóbulos vermelhos, na anemia falciforme perdem a forma discóide, enrijecem-se

e deformam-se, tomando o formato de "foice". Os glóbulos deformados, alongados, nem

sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a

circulação do sangue nas áreas ao redor. Como resultado causa dano ao tecido circunvizinho

e provoca dor. O curso da doença é variável. “Há doentes que apresentam problemas sérios

com mais freqüência e outros têm problemas esporádicos de saúde (BRASIL,1996).

A anemia falciforme é de origem desconhecida, porém de acordo com fatos

históricos ela já se manifestava á milhares de anos na Ásia Menor onde a mutação genética

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causada por ela propiciava uma forma de defesa do organismo humano contra a malária,

aqueles que tinham o gene anormal e os seus descendentes que tiveram suas hemoglobinas

modificadas geneticamente apresentavam a capacidade de dificultar a evolução da malária

em seu corpo quando picados pelo mosquito transmissor (MOREIRA; ETAL, 2002).

Por causa dessa modificação alguns descendentes de filhos de pais com alteração

parcial, sem sintomas, geravam filhos com anemia falciforme. Com o passar do tempo e no

rastro das grandes migrações que ocorreram na África, as regiões tropicais e equatoriais,

passaram a ser o local preferencial da malária e os sobreviventes eram os que apresentavam

as alterações da hemoglobina. Isto fez com que certas populações da raça negra da região se

apresentassem com percentuais extremamente elevados de alterações na hemoglobina, mas

adaptados ao seu meio em convívio com a malária. Foram estes contingentes populacionais

africanos, a partir do Século XVII, os responsáveis pela introdução do gene da hemoglobina

S no Brasil."Estima- se que existam dois milhões de portadores da forma heterozigótica e

mais de oito mil afetados com a doença (homozigotos)”, (BRASIL, 1996).

O casamento entre portadores do gene, denominados como portadores do traço

falcêmico, pode gerar a cada 500 nascimentos, uma criança com anemia falciforme. Diante

deste quadro é possível concluir que a diversidade racial existente no Brasil está gerando a

continuidade desta anemia, conforme ratifica a literatura científica brasileira, apontando de

forma contundente que anemias hereditárias no país constituem um grave problema de saúde

pública (MOREIRA, ETAL, 2002).

A Triagem Neonatal, também conhecida como teste do pezinho, é uma estratégia

para o diagnóstico precoce de algumas doenças congênitas que são quase sempre

imperceptíveis ao exame médico no período neonatal, mas que evoluem desfavoravelmente,

levando ao aparecimento de seqüelas como, por exemplo, a deficiência mental. O

diagnóstico precoce possibilita intervenções também precoces que previnem seqüelas e

complicações, reduzindo a morbimortalidade e permitindo que as crianças tenham uma

melhor qualidade de vida. Toda criança nascida em território nacional tem direito ao Teste

do Pezinho. O programa nacional de triagem neonatal prevê o diagnóstico de quatro

doenças: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença falciforme e fibrose cística. Em

Minas Gerais, o programa já está implantado para a triagem das quatro doenças (Fase III de

Implantação) e recebe o nome de Programa Estadual de Triagem Neonatal (PETN-MG)

(MINAS GERAIS, 2005).

As gestantes devem ser orientadas, ao final da gestação, sobre a importância do Teste

do Pezinho e a época do procedimento. A coleta de sangue para o teste é realizada na UBS,

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pelo auxiliar de enfermagem, fazendo parte das Ações do 5º dia. O momento para a coleta

nunca deve ser inferior a 48 horas de alimentação protéica (amamentação) e nunca superior a

30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 7º dia de vida. A coleta é feita por punção no calcanhar

da criança, e o sangue deverá ser pingado no cartão de papel-filtro, previamente identificado

nas circunferências destinadas a esse fim. A amostra colhida é encaminhada ao Núcleo de

Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (NUPAD), onde os exames são processados. O

resultado dos exames é enviado pelo Setor de Controle do Tratamento do PETN-MG às

UBS, com encaminhamentos específicos para cada necessidade: resultado normal,

necessidade de nova amostra, pedido de teste do suor ou encaminhamento médico ( MINAS

GERAIS, 2005).

Todas as crianças que apresentam alterações no teste do pezinho são

automaticamente encaminhadas para os serviços de referência para cada doença, onde são

acompanhadas ( MINAS GERAIS, 2005).

A criança com diagnóstico de doença falciforme, após uma primeira abordagem pela

equipe de saúde da família, será encaminhada para consulta em uma das Unidades da

Fundação Hemominas e será acompanhada com a co-participação dos Profissionais da UBS.

No acompanhamento na UBS, as consultas deverão ser mensais para crianças até 1ano de

vida e de três em três meses até 5 anos

Sinais e sintomas

Síndrome mão-pé

Geralmente este é o primeiro sinal da doença. É uma inflamação aguda nas

articulações dos tornozelos, punhos, mãos e pés. A região pode ficar avermelhada e quente.

A dor é muito intensa e a criança fica extremamente irritada, inquieta, chorosa e com

dificuldade de movimentar estas partes do corpo. Ocorre no primeiro ano de vida,

principalmente após o quarto mês. Pode estar associado à febre alta (BRASIL, 2006).

Crises dolorosas

Geralmente a dor acomete principalmente os músculos, os ossos e as articulações

(juntas) atingindo mais as mãos, os pés, os braços e as pernas. Podem ter também dor

torácica e abdominal intensa. Normalmente estão associadas a fatores desencadeantes como:

• Exposição ao frio;

• Mudanças bruscas de temperatura;

• Infecções;

• Febre;

• Diarréia;

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• Período menstrual;

• Gravidez;

• Problemas, nervosismo e preocupações.

As dores podem ser de leves a intensas podendo levar as crianças à irritabilidade,

agitação e choro intenso e o tempo de duração varia de pessoa a pessoa (BRASIL, 2006).

Infecção E Febre

Os doentes falciformes são mais propensos à infecção principalmente os menores de

5 anos. Isto obriga às crianças, nos primeiros 5 anos, a fazer uso diário de penicilina oral ou

penicilina injetável de 21 em 21 dias, as vacinas usuais e as especiais (antipneumocóccica,

antivaricela e antimeningocócica). Estas últimas disponíveis nos Centros de Referência. A

FEBRE NO DOENTE FALCIFORME REQUER ATENÇÃO IMEDIATA, pois pode

desenvolver infecção grave em menos de 24 horas. A infecção deve sempre ser investigada e

acompanhada com muito zelo pela equipe de saúde, pois ela é responsável pela primeira

causa de mortalidade nesta doença. São sinais de alerta:

• diarréia;

• vômitos;

• tosse com secreção;

• falta de ar.

• Febre maior que 38,5°C em menores de 5 anos ou pacientes sem o baço

(esplenectomizado), deve ser encarada como situação de emergência e os pacientes

encaminhados aos serviços de saúde para o pronto tratamento da infecção (BRASIL, 2006).

Icterícia – olhos amarelados

Os doentes falciformes geralmente têm icterícia devido à destruição rápida das

células vermelhas do sangue. Quando essas células são destruídas é produzido um pigmento

chamado bilirrubina que se o fígado não conseguir eliminar por completo, se deposita na

pele e na esclera (branco dos olhos). Além disso, o seu excesso sai pela urina transformando-

a em cor de chá preto (colúria). Tais sinais podem ser de alerta para o diagnóstico de doença

falciforme para aqueles que não possuem diagnóstico. Lembrar que outras doenças, como a

hepatite viral, também podem apresentar olhos amarelos (BRASIL, 2006).

Crise De Seqüestro

É a retenção de grande volume de sangue dentro do baço de forma repentina e

abrupta. Pode estar ou não associado com infecção. O baço está localizado no lado esquerdo

do abdômen, embaixo das costelas. Isto ocorre normalmente nos primeiros 5 anos de vida e

muito raramente após esta idade. É um quadro agudo e extremamente grave, o paciente deve

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ser levado imediatamente para emergência. Ocorre palidez intensa com anemia aguda,

prostação e aumento do abdômen. É importante que os pais de crianças menores de 5 anos

aprendam na Unidade de Saúde a medir o tamanho do baço de seus filhos com anemia

falciforme (BRASIL, 2006).

Úlceras De Pernas

São feridas que surgem ao redor do tornozelo e na parte lateral da perna. São muito

dolorosas e normalmente cronificam levando meses e, às vezes, anos para cicatrizar. Iniciam

na adolescência e normalmente surgem após picadas de insetos e traumas mal cuidados. São

limitantes, pois muitas vezes podem impedir atividades sociais como ir à praia, usar

bermudas, etc (BRASIL, 2006).

Cuidados Básicos

• Checar calendário vacinal; Em todas as consultas deve ser verificado, através da carteira de

vacinação, se o esquema de vacinação está sendo realizado. Os pacientes com doença

falciforme que porventura não tenham recebido as vacinas para hepatite, anti-hemófilus,

antipneumocócica, antimeningocócica na idade adequada, devem ser encaminhados para os

Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, para proceder à vacinação.

• Checar alimentação;

• Checar higiene oral;

• Checar uso de ácido fólico;

• Checar uso de penicilina profilática em menores de 5 anos e esplenectomizados (teve o

baço retirado);

• Checar freqüência escolar;

• Gestantes com suspeita de doença falciforme devem ser encaminhadas à Unidade de Saúde

para confirmação ou não do diagnóstico e aquelas com doença falciforme deverão fazer o

pré-natal na Unidade de Referência;

• Checar com os pais das crianças menores de 5 anos se estão orientados com relação ao

tamanho do baço de seus filhos (BRASIL, 2006).

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3-1 Exames Complementares

O acompanhamento ambulatorial visa não só a avaliação periódica dos diversos órgãos e

sistemas, a fim de precocemente serem detectadas alterações, mas também a orientação do

paciente e de seus familiares sobre a doença ( ZAGO,2001)

A avaliação periódica dos diversos órgãos e sistemas é necessária, a fim de que precocemente

sejam detectadas alterações, devendo ser ressaltado junto ao paciente e seus responsáveis

sobre a necessidade da realização dos exames de rotina, uma vez que essas alterações

(cardíacas, renais, pulmonares, presença de cálculos biliares, lesões retinianas, etc) podem se

instalar de modo insidioso, sem expressão clínica exuberante ( ZAGO,2001)

Os níveis de hemoglobina devem ser solicitados e avaliados a cada consulta, o

paciente deve ter conhecimento dos seus valores médios de hemoglobina, a fim de que sejam

evitadas transfusões desnecessárias. A cada retorno reavaliar se a profilaxia contra as

infecções através das vacinas e do uso da penicilina está sendo realizada adequadamente

(ZAGO, 2001)

Hemograma

O Hemograma Completo é um exame que avalia as células sanguíneas de um paciente. O

conjunto da contagem e morfologia das células do sangue que permite conclusões

diagnósticas e prognósticas, uma vez observados os dados clínicos (VALLADA, 1999).

Plaquetas São as células responsáveis pelo processo de coagulação do sangue.

Elevações são chamadas de trombocitose e a diminuição de Trombocitopenia. Pacientes com

plaquetas muito baixas são mais propensos a sangramentos. Plaquetas muito elevadas

podem favorecer a formação de trombos. A dosagem das plaquetas é necessária antes de

cirurgias ou procedimentos susceptíveis a sangramentos. Também são importantes na

distinção da forma hemorrágica e clássica da dengue (LOPES, et al. 2008).

.Série Branca Ou Leucocitária: Uma contagem elevada de leucócitos (Leucocitose),

com freqüência assinala uma infecção, como, por exemplo, um abscesso, pneumonia,

meningite, apendicite ou amigdalite. Uma contagem alta de leucócitos pode também resultar

de leucemia e necrose tecidual devido a queimaduras, infarto do miocárdio (LOPES, et al.

2008).

Uma contagem diminuída de leucócitos (Leucopenia) indica depressão da medula

óssea, que pode resultar de infecções virais ou de reações tóxicas, como, por exemplo, as que

acompanham o tratamento com antineoplásicos, ingestão de mercúrio ou outros metais

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pesados, ou exposição ao benzeno ou arsênicos. A Leucopenia caracteristicamente

acompanha a gripe, febre tifóide, sarampo, hepatite infecciosa, mononucleose e rubéola.

Além da contagem total de leucócitos, deve ser realizada a contagem diferencial, que irá

definir patologias especificas e determinar muitas vezes a gravidade de uma infecção. De

forma a assegurar um diagnóstico preciso, os resultados de testes diferenciais devem ser

interpretados em relação à contagem de glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml).

(LOPES,et al. 2008).

Série Vermelha Ou Eritrocitária: Para cada um dos itens avaliados, existem valores de

referência. Por exemplo, em uma pessoa adulta, estes valores variam entre o sexo feminino e

masculino e os valores destes índices são padrões normalmente estabelecidos e

padronizados. Por exemplo, os valores de referência em adultos, no caso do homem para as

hemácias em milhões/mm3 varia de 4,10 a 5,70 e na mulher, este número varia entre 4,00 até

5,20. Nas Crianças varia de 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso e nos bebês

a termo de 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento, diminuindo

para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em

diante (LOPES ,et al. 2008).

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3-2 Resultados dos Exames Complementares

Hemograma A.A.G.M Sexo Masculino 7 anos Valores Valores Normais Hemácias.................................2.030.000/mm3 4.000.000 a 5.100.000/mm3

Hemoglobina..............................6,6 g/dl 11.5 a 15.5 g/dl Hematócrito..............:................20,50 % 25. 0 a 33.0%

VCM..........................:.................. 101,1 fl 79. a 95.0 fl

HCM..........................:...................... 32,5 pg 33 a 52 pg

CHCM.......................:................... 32,2 % 31. a 37.0 %

Global de Leucócitos:......... 14.000/mm3 5.000 a 13.000 /mm3

Bastonetes................:...... 0 % 0/mm3 0 a 5 % 0 a 500/mm3

Segmentados ...................: 71 % 9940/mm3 40 a 80 % 2.000 a 8.000/mm3

Eosinófilos .................:....... 3% 420/mm3 1 a 6% 100 a 1000/mm3

Basófilos ...................:....... 0 % 0/mm3 0 a 2 % 0 a 100/mm3

Monócitos ...................:......2,0% 280/mm3 2 a 10% 100. a 1.000/mm3

Linfócitos Típicos......:........24 % 3360/mm3 20 a 40 % 1.000 a 5000/mm3

Linfócitos Atípicos.......: ............0 % 0/mm3

Plaquetas....................................... 443.000/mm3

Hipocromia moderada, presença de hemácias falciformes.

Acentuada Anisopoiquilocitose com Macrocitose

Global de Leucócitos confirmados

Plaquetas morfológicas e numericamente normais

- Anemia macrocítica e anisopoiquilocítica esperada na anemia falciforme.

(no hemograma o vcm está dentro da referência, mas a visualização do esfregaço mostra

anisopoiquilocitose - que é um mosaico muito grande de variabilidade no tamanho das

hemácias) (VALLADA, 1999).

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Leucocitose com desvio para direita.

O desvio a direita normalmente acontece após um estado infeccioso e mesmo já na melhora

clínica do paciente após alguns dias, porque o recrutamento dessas células jovens já acabou,

mas elas se tornaram maduras, ocorrendo então um predomínio de segmentados no

hemograma, ou seja, um predomínio de neutrófilos maduros (VALLADA, 1999).

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3.3 Medicamentos

NOVALGINA

Dipirona Sódica

Apresentação

Dipirona 1g, 500mg/ml, caixa com 100 ampolas de 2ml .Dipirona 2,5g, 500mg/ml, caixa

com 100 ampolas de 5ml.

Composição

Dipirona sódica .................... 1g

Veículo q.s.p. .................... 1 ampola de 2ml

Dipirona sódica .................... 2,5g

Veículo q.s.p. .................... 1 ampola de 5ml

Indicações

Analgésico e antipirético.

Contra-indicações

A Dipirona está contra- indicada em pacientes com intolerância conhecida aos derivados

pirazolônicos (antipirina, aminopirina e dipirona) ou pacientes com discrasias sangüíneas. É

contra-indicado no primeiro trimestre da gestação. Na porfiria hepática e deficiência

congênita de glicose 6-fosfato desidrogenase. Dipirona não deve ser administrada em altas

doses ou por períodos prolongados, sem controle médico.

Posologia e Administração

Criança de 5,5 a 7,5 Kg : 0,1 à 0,2 ml - somente intramuscular.Criança de 8 a 10 Kg : 0,1 à

0,3 ml - somente intramuscular.

Criança de 11 a 15 Kg : 0,2 à 0,5 ml - IM ou IV.

Criança de 16 a 23 Kg : 0,3 à 0,8 ml - IM ou IV.

Criança de 24 a 30 Kg : 0,4 à 1 ml - IM ou IV.

Criança de 31 a 45 Kg : 0,5 à 1,5 ml - IM ou IV.

Criança de 46 a 53 Kg : 0,8 à 1,8 ml - IM ou IV.

Adultos e adolescentes acima de 15 anos : 2 à 5 ml - IM ou IV.

Se necessário Dipirona pode ser dada até 4 vezes ao dia, não excedendo a dose diária de 6 ml

para adultos e acima de 15 anos. Doses maiores, somente à critério médico. Aplicar a injeção

endovenosa lentamente,  1 ml/minuto. Não misturar medicamentos na mesma seringa.

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Reações Adversas

Dipirona pode provocar, em pacientes sensíveis, reações de hipersensibilidade, com

manifestações cutâneas do tipo alérgica. A reação de hipersensibilidade de maior

importância, embora rara, é a ocorrência da forma alérgica da granulocitopenia ou

agranulocitose. Se durante o uso de Dipirona surgirem  manifestações cutâneas ou nas

mucosas, principalmente na boca ou garganta, o tratamento deve ser imediatamente suspenso

e consultar o médico. Pacientes com hipersensibilidade a outras drogas ou substâncias

podem constituir um grupo de maior risco e apresentar efeitos colaterais mais intensos, até

mesmo choque. Quando isto ocorrer deve- se suspender imediatamente o tratamento e tomar

as providências médicas adequadas: colocar o paciente deitado com as pernas elevadas e as

vias aéreas livres. Diluir 1 ml de Adrenalina 1:1000 em 10 ml de água para injeção e aplicar

1 ml desta diluição por via endovenosa e , a seguir, uma dose alta de glicocorticóide.

Pode ocorrer hipotensão em caso de aplicação intravenosa muito rápida. É possível ocorrer

dor e ou reações no local da injeção.

Rocefin

Indicações

Infecções causadas por germes sensíveis à ceftriaxona.

Apresentação

Solução injetável IV: caixa com 1 frasco-ampola contendo pó estéril equivalente a 500 mg e

1 g de ceftriaxona. Acompanham ampolas de diluente de 5 ml ou 10 ml (água bidestilada)

respectivamente, para aplicação IV.

Composição

Ceftriaxona(6R,7R)-7-(Z)-2-(2amino-4-tiazolil)-2-[metoxiimi no]aceta-mido-3-[(2,5-diidro-

6-hidroxi-2-metil-5 -oxo-as-triazin-3-il)tio]metil-8-oxo-5-tia-1-azo biciclo[4,2,0]-oct-2-en-2-

ácido carboxílico, sob a forma de sal dissódico. Rocefin contém aproximadamente 83 mg

(3,6 mEq) de sódio por grama de ceftriaxona.

Efeitos Colaterais

Distúrbios gastrintestinais: fezes moles ou diarréia, náusea, vômito, estomatite e glossite.

Alterações hematológicas: eosinofilia, leucopenia, granulocitopenia, anemia hemolítica,

trombocitopenia. Reações cutâneas: exantema, dermatite alérgica, prurido, urticária, edema e

eritema multiforme. - Efeitos colaterais raros: cefaléia, tontura, elevação das enzimas

hepáticas, sedimento sintomático de ceftriaxona cálcica na vesícula biliar, oligúria, aumento

da creatinina sérica, micose do trato genital, tremores, reações anafiláticas ou anafilactóides.

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Enterocolite pseudomembranosa e distúrbios da coagulação foram descritos como reações

adversas raríssimas. - Superdosagem: em casos de superdosagem, a concentração da droga

não deve ser reduzida por hemodiálise. Não há antídoto específico. O tratamento deve ser

sintomático.

Contra indicações

Pacientes com reconhecida hipersensibilidade aos antibióticos do grupo das cefalosporinas.

Em pacientes hipersensíveis à penicilina deve-se levar em conta a possibilidade de reações

alérgicas cruzadas. Rocefin não deve ser adicionado a soluções que contenham cálcio como

a solução de Hartmann ou solução de Ringer. Baseado em artigos de literatura, ceftriaxona é

incompatível com amsacrina, vancomicina, fluconazol. - Gravidez e lactação: embora as

pesquisas pré-clínicas não tenham revelado efeitos mutagênicos e teratogênicos, o Rocefin

não deve ser usado durante a gravidez (principalmente nos 3 primeiros meses), a não ser que

seja absolutamente necessário. Como Rocefin é excretado no leite em baixas concentrações é

recomendado cuidado em mulheres que amamentam.

Precauções

Como ocorre com outras cefalosporinas, a ocorrência de choque anafilático não pode ser

afastada mesmo na ausência de antecedentes alérgicos. A ocorrência de choque anafilático

exige imediata intervenção. Em casos raros, o exame ultra-sonográfico da vesícula biliar

revelou imagens sugestivas de sedimento que desaparecem com a descontinuação ou

conclusão da terapêutica com Rocefin. Recomenda-se tratamento clínico conservador,

mesmo nos casos em que tais achados se acompanham de sintomatologia dolorosa. A colite

pseudomembranosa tem sido descrita com quase todos os agentes antibacterianos. Estudos in

vitro demonstraram que a ceftriaxona, como outras cefalosporinas, podem deslocar a

bilirrubina da albumina sérica. Rocefin não é recomendado para neonatos, especialmente

prematuros que apresentem risco de desenvolver encefalopatia devido à hiperbilirrubinemia.

Durante tratamentos prolongados, deve-se fazer controle regular do hemograma. Dados não

indicam efeitos adversos em pessoas que trabalham com máquinas ou veículos automotores.

- Interações medicamentosas: até o momento, não se observou quaisquer alterações da

função renal após administração simultânea de doses elevadas de Rocefin e potentes

diuréticos, como a furosemida, em altas doses. Não existe também qualquer evidência de que

o Rocefin aumente a toxicidade renal dos aminoglicosídeos. Rocefin não apresentou efeito

similar ao provocado pelo dissulfiram após administração de álcool. A ceftriaxona não

contém o radical N-metiltiotetrazol que está associado a uma possível intolerância ao álcool

e a sangramentos observados com outras cefalosporinas. O probenicide não tem influência

Page 16: Estudo de Caso Anemia Falciforme

18

sobre a eliminação do Rocefin. Em estudos in vitro efeitos antagônicos foram observados

com o uso combinado de cloranfenicol e ceftriaxona. Nos pacientes tratados com Rocefin o

teste de Coombs pode raramente se tornar falso positivo, assim como o teste para

galactosemia. Os métodos não enzimáticos para a determinação de glicose na urina podem

fornecer resultados falsos positivos. Por este motivo a determinação de glicose na urina deve

ser feita por métodos enzimáticos. - Tolerabilidade: o Rocefin é geralmente bem tolerado.

Durante o uso de Rocefin foram observadas as seguintes reações adversas reversíveis

espontaneamente ou após a retirada do medicamento.(Prods. Roche Químs. Farms. S.A.)

Eriflogin

Rocefin

Apresentação

Caixa com 20 comprimidos revestidos de 250 mg e caixa com 12 e 48 comprimidos

revestidos de 500 mg. Suspensão 125 mg e 250 mg em frasco com 100 ml com copo-

medida.

Composição

Comprimido: cada comprimido contém 250 mg ou500 mg de estolato de eritromicina

equivalente à eritromicina base. Excipiente/veículo q.s.p. 1 comprimido revestido.

Suspensão: cada 5 ml (meio copo-medida) de suspensão contém 125 mg ou 250 mg de

estolato de eritromicina equivalente à eritromicina base. Excipiente/veículo q.s.p. 5 ml.

Indicações

Infecções causadas por microorganismos sensíveis à eritromicina. O tratamento deve sempre

ser orientado pela resposta clínica do paciente e por estudos bacteriológicos (antibiogramas).

Efeitos Colaterais

As reações adversas mais freqüentes relacionadas à eritromicina são gastrintestinais, como

cólicas abdominais e mal-estar. Náuseas, vômitos e diarréia são raros. Os sintomas de colite

pseudomembranosa podem ter início durante ou após o tratamento antibiótico. Nas

terapêuticas prolongadas, pode ocorrer superinfecção por fungos ou bactérias resistentes.

Nestes casos, deve-se suspender a droga e instituir terapêutica adequada. Podem também

ocorrer reações alérgicas leves, como urticária e outras erupções cutâneas. Foram relatadas

reações alérgicas graves, incluindo anafilaxia. Há relatos isolados da ocorrência de perda de

audição e/ou zumbido em pacientes tratados com eritromicina. O efeito ototóxico é

geralmente reversível com a interrupção do tratamento. Em casos raros, quando da

administração intravenosa da eritromicina, o efeito ototóxico foi irreversível. O efeito

Page 17: Estudo de Caso Anemia Falciforme

19

ototóxico ocorre principalmente em pacientes com insuficiência renal ou hepática e em

pacientes recebendo altas doses de eritromicina. A eritromicina foi associada com raros

casos de arritmia ventricular, incluindo taquicardia ventricular Torsade des Pointes, em

indivíduos com intervalos QT prolongados.

Contra-Indicações

Hipersensibilidade à eritromicina. Doença hepática preexistente. A administração conjunta

com terfenadina é contra-indicada.

Precauções

A eritromicina é excretada principalmente pelo fígado, devendo-se, portanto, administrar

este produto cuidadosamente a pacientes com disfunção hepática. A eritromicina é mais

ativa em meio alcalino do que em meio ácido ou neutro. Por este motivo, quando a

eritromicina for prescrita para infecções urinárias, recomenda-se a administração de agentes

alcalinizantes da urina, como bicarbonato de sódio. Devido à ausência de estudos adequados,

a eritromicina só deve ser utilizada durante a gravidez quando absolutamente necessário. A

eritromicina é excretada no leite materno; deve-se, portanto, administrar a droga com

cuidado a mães que estejam amamentando. Interações com exames laboratoriais: a

eritromicina interfere com a determinação fluorométrica das catecolaminas na urina e na

determinação de transaminases (TGO) pelo método colorimétrico com difenilhidrasina ou

violeta B. - Advertências: a administração do estolato de eritromicina, bem como de outras

formas de eritromicina, tem sido associada a raros casos de hepatite colestática. Os testes

laboratoriais demonstraram valores anormais da função hepática, eosinofilia e leucocitose.

Tem-se observado disfunção hepática com ou sem icterícia, acompanhadas de mal-estar,

náuseas, vômitos, cólicas abdominal e febre. Em alguns casos, uma dor abdominal intensa

poderá simular a dor de cólica biliar, pancreatite, úlcera perfurada ou um problema de

abdômen agudo cirúrgico. Se isto ocorrer, deve-se descontinuar a droga imediatamente.

Estes sintomas podem aparecer nos primeiros dias de tratamento, embora na maioria dos

casos só apareçam após 1 ou 2 semanas de tratamento. Pacientes sensíveis poderão

manifestar novamente tais reações 48 horas após a readministração da droga. Esta síndrome

parece resultar de uma forma de sensibilização e ocorre principalmente em adultos. Tem sido

reversível com a interrupção da medicação. Com o uso de estolato de eritromicina e outros

antibióticos de amplo espectro tem sido relatados casos de colite pseudomembranosa, de

leve a gravíssima. Caso o paciente apresente diarréia após a administração da droga, é

importante levar em consideração este diagnóstico. Casos leves de colite

pseudomembranosas usualmente respondem com a interrupção do tratamento; nos casos

Page 18: Estudo de Caso Anemia Falciforme

20

moderados a graves, medidas apropriadas devem ser tomadas. Interações medicamentosas: o

metabolismo da terfenadina é alterado significativamente pela eritromicina. A administração

conjunta das duas drogas é contra-indicada. Foram observados raros casos de reações

cardiovasculares graves, incluindo parada cardíaca, inversão de pontos no ECG, outras

arritmias ventriculares e morte. A probenecida inibe a reabsorção tubular e prolonga a

manutenção dos níveis plasmáticos da eritromicina. O tratamento com lincomicina ou

clindamicina deve ser evitado em infecções causadas por microorganismos resistentes à

eritromicina. A administração de Eriflogin e xantinas, incluindo a teofilina, pode causar

aumento dos níveis séricos e da toxicidade das xantinas. Neste caso, a dose de xantina deve

ser reduzida. Há relatos de aumento dos níveis séricos de digoxina quando da administração

concomitante de digoxina e eritromicina. A eritromicina pode aumentar o efeito de

anticoagulantes orais, podendo este efeito ser mais pronunciado em idosos. Alguns casos de

toxicidade aguda do ergot (caracterizada por vasoespasmo periférico grave e disestesia)

foram relacionados ao tratamento concomitante de eritromicina com ergotamina e

dihidroergotamina. O clearance do triazolam e midazolam pode ser diminuído pela

eritromicina, podendo aumentar os efeitos farmacológicos destes benzodiazepínicos. Pode

haver elevação dos níveis séricos de drogas metabolizadas pelo sistema citocromo P450

quando administradas em conjunto com eritromicina. Foi relatada elevação da concentração

sérica das seguintes drogas quando utilizadas com eritromicina: alfentanil, bromocriptina,

carbamazepina, ciclosporina, disospiramida, fenitoína, hexobarbital e lovastatina.

(Asta Médica Ltda.)

Berotec

Bromidrato de Fenoterol

Apresentação

BEROTEC 100: Aerossol dosificador + Aerocâmera ®: Frasco com 10 ml (corresponde a

200 doses). BEROTEC 200: Aerossol dosificador + Aerocâmera ®: Frasco com 15 ml

(corresponde a 300 doses). Gotas: Frasco com 20 ml. Xarope adulto: Frasco com 120 ml.

Xarope pediátrico: Frasco com 120 ml. Comprimidos: Embalagem com 20 comprimidos

Indicações

Tratamento sintomático de crises agudas de asma. Profilaxia da asma induzida por esforço.

Tratamento sintomático da asma brônquica e outras enfermidades com constrição reversível

das vias respiratórias, como bronquite obstrutiva crônica, enfisema e transtornos

broncopulmonares (silicose, bronquiectasias, tuberculose, carcinoma bronquial) e na

Page 19: Estudo de Caso Anemia Falciforme

21

bronquite espástica da criança. É interessante considerar a adoção de um tratamento

antiinflamatório concomitante. Para eliminação do broncoespasmo agudo antes da

aerossolterapia com secretomucolíticos, corticosteróides, soluções salinas fisiológicas e

cromoglicato dissódico, para favorecer a penetração destas substâncias nas pequenas vias

aéreas.

Contra indicações

Hipertireoidismo, estenose aórtica subvalvular, sensibilidade a simpaticomiméticos,

cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica, taquiarritmias, hipersensibilidade ao bromidrato de

fenoterol.

Efeitos Colaterais

Em geral, BEROTEC é bem tolerado. Efeitos indesejáveis freqüentes, atribuídos a

BEROTEC, são leves tremores dos músculos esqueléticos e nervosismo. Menos freqüentes

são taquicardia, inquietação, vertigens, palpitações, fadiga, cefaléia (principalmente em

pacientes hipersensíveis), sudorese, secura da boca e transtornos ventriculares do ritmo

cardíaco ou moléstias pectanginosas. Em casos muito raros foram observadas irritações

locais ou reações alérgicas. Como com outros broncodilatadores foram observadas, em

alguns casos, tosse e, excepcionalmente, broncoconstrições paradoxais. O tratamento com

Beta-2-agonista pode ter como conseqüência uma hipocalemia potencialmente grave.

Ipratrópio

Atrovent

Contra-indicações

Atrovent é contra-indicado a pacientes c/ história de hipersensibilidade a quaisquer

componentes da fórmula, à atropina ou a seus derivados. A forma farmacêutica do aerossol é

contra-indicada a pacientes c/ história de hipersensibilidade conhecida à lecitina de soja ou a

produtos alimentícios correlatos, como soja e amendoim. Para tais pacientes pode-se utilizar

Atrovent solução para inalação, isento de lecitina de soja.

Reações adversas / Efeitos colaterais

As reações adversas não-respiratórias mais comumente relatadas em ensaios clínicos foram

distúrbios da motilidade gastrintestinal (p. ex. constipação, diarréia e vômito), cefaléia e

secura da boca. Além disso, observaram-se as seguintes reações adversas com Atrovent:

aumento da freqüência cardíaca, palpitações, taquicardia supraventricular e fibrilação atrial,

distúrbios na acomodação visual, náusea e retenção urinária. Estas reações adversas são

reversíveis. O risco de retenção urinária pode estar aumentado em pacientes com obstrução

Page 20: Estudo de Caso Anemia Falciforme

22

pré-existente do trato urinário. Relataram-se reações adversas oculares (ver Precauções

especiais-). Como ocorre com outras terapias incluindo broncodilatadores, tem-se observado

tosse, irritação local e broncoespasmo induzido por inalação. Relataram-se reações alérgicas

como rash cutâneo, angiodema de língua, lábios e face, urticária (incluindo urticária

gigante), laringospasmo e reações anafiláticas com recorrência positiva, em alguns casos.

Muitos pacientes tinham um histórico de alergia a outras drogas e/ou alimentos, incluindo a

soja .

Eritromicina

Indicação

A Eritromicina é um antibacteriano [Eritromicina lactobionato; macrolídeo].

Contra indicações 

Posologia

Infusão Intravenosa – Eritromicina (pó) 500 mg

Reconstituição

Diluente: Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%.

Volume: 10 mL.

Diluição

Diluente: Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%.

Volume: pelo menos 100 mL.

Estabilidade após reconstituição com Cloreto de Sódio 0,9%: Temperatura ambiente (15-

30ºC): 8 horas.

Estabilidade após reconstituição com Glicose 5%: Temperatura ambiente (15-30ºC): 2 horas.

Duração da infusão: 20 a 60 minutos

Infusão Intravenosa – Eritromicina 1 g

Reconstituição

Diluente: Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%.

Volume: 20 mL.

Diluição

Diluente: Cloreto de Sódio 0,9% ou Glicose 5%.

Volume: pelo menos 200 mL.

Estabilidade após reconstituição com Cloreto de Sódio 0,9%: Temperatura ambiente (15-

30ºC): 8 horas.

Estabilidade após reconstituição com Glicose 5%: Temperatura ambiente (15-30ºC): 2 horas.

Page 21: Estudo de Caso Anemia Falciforme

23

Duração da infusão: 20 a 60 minutos

Ácido Fólico

Composição

Cada comprimido contém: 5 mg de ácido fólico. Excipiente: amido de milho, lactose,

gelatina, estearato de magnésIndicações

Prevenção e tratamento dos estados de carência do ácido fólico.

Posologia e Administração

Para tratamento de anemia megaloblástica, em adultos, por deficiência de ácido fólico: dose

usual: 1 comprimido (5 mg) ao dia durante 4 meses. Em casos de má absorção poderá ser

empregada a posologia de 15 mg (3 comprimidos) ao dia. - Superdosagem: doses superiores

a 15 mg podem levar à precipitação de cristais de ácido fólico no rim. Caso ocorra,

suspender a administração do produto e tomar medidas gerais de suporte apropriadas ao

quadro.

Reações adversas

A presença de coloração amarela na urina, que ocorre com doses elevadas, não requer

atenção médica. Pode ocorrer alteração do sono, irritabilidade, excitabilidade, reações

psicóticas, convulsões, náuseas , distensão abdominal, gosto amargo e reações alérgicas,

especialmente broncoespasmo , eritema , febre e exantema , urticárias e rash cutâneo. Doses

elevadas e contínuas de ácido fólico podem reduzir concentrações de vitamina B12 no

sangue. Os antibióticos podem interferir com o método de ensaio microbiológico utilizado

para determinar as concentrações de ácido fólico no soro e em eritrócitos, produzindo

resultados falsamente básicos.

Contra-Indicações

Não deve ser administrado até que se tenha descartado o diagnóstico da anemia perniciosa,

já que corrige as manifestações hematológicas e mascara a anemia perniciosa, possibilitando

a evolução irreversível de danos neurológicos. Hipersensibilidade a qualquer um dos

componentes da formulação. - Advertências: a deficiência do ácido fólico não se produz em

indivíduos sadios que recebam uma dieta equilibrada e suficiente. A ingestão de uma dieta

inadequada normalmente dá lugar à deficiência múltipla. Sempre que possível, é preferível

melhorar a dieta do que suplementá-la com vitaminas. Não se recomenda o ácido fólico no

tratamento da anemia perniciosa, nem de outras anemias megaloblásticas secundárias a uma

deficiência de vitamina B12, pois pode produzir uma remissão hematológica, sem interferir

sobre as manifestações neurológicas que continuam evoluindo. Metrotexato, pirimetamina,

Page 22: Estudo de Caso Anemia Falciforme

24

triantereno, trimetoprima, atuam como antagonistas do folato pela inibição da diidrofolato

redutase: esse antagonismo é mais significativo com doses elevadas, e ou, uso prolongado.

Nos pacientes em que se administra esses medicamentos, deve-se utilizar folinato de cálcio

em lugar do ácido fólico. - Interações medicamentosas: as necessidades de folatos podem

aumentar em razão do uso prolongado de corticosteróides, analgésicos, anticonvulsivos,

estrógenos, anticoncepcionais orais e salazosulfapiridina. O ácido fólico em grandes

quantidades pode bloquear o efeito antiepiléptico do fenobarbital, da fenitoína e de

primidona, além de aumentar a freqüência de convulsões em crianças sensíveis. A reposição

de ácido fólico em pacientes folato-deficientes recebendo fenitoína, pode aumentar o

metabolismo da fenitoína, resultando em um acréscimo nas concentrações de fenitoína

sérica. O uso simultâneo com ácido fólico pode diminuir os efeitos dos anticonvulsivos do

grupo hidantoína. Interage, ainda, com antiácidos, antibióticos, colestiramina, metrotexato,

sulfonamidas e suplementos de zinco.

Page 23: Estudo de Caso Anemia Falciforme

25

4. Diagnósticos de Enfermagem

O diagnóstico de enfermagem representa uma das mais importantes fontes de

conhecimento científico específico de enfermagem, fornecendo critérios mensuráveis para

avaliação da assistência, além de direcionar o cuidado, facilitar a pesquisa e o ensino,

estimular o cliente a participar de seu tratamento e do plano terapêutico e contribuir para

expansão de um corpo de conhecimento próprio para a enfermagem (GALDEANO, ROSSI,

PEZZUTO, 2004).

Corresponde à segunda fase do processo de enfermagem, em que os dados coletados

são analisados para o levantamento dos problemas de enfermagem. Esses problemas irão

direcionar a assistência de enfermagem (GALDEANO, ROSSI, PEZZUTO, 2004).

Com o objetivo de classificar os diagnósticos de enfermagem, contribuir para

uniformização da linguagem, fornecer dados para pesquisa em enfermagem e desenvolver um

corpo de conhecimento próprio da profissão, a North American Nursing Association

(NANDA) construiu uma estrutura conceitual de classificação denominada Taxonomia I dos

Diagnósticos de Enfermagem (GALDEANO, ROSSI, PEZZUTO, 2004).

DIAGNÓSTICOS :

Perfusão tissular ineficaz relacionada a natureza vaso-oclusiva da anemia falciforme

secundária a anemia falciforme.

Meta: Demonstrar melhoria na perfusão tissular, como evidenciado por ausência de dor e

pulsos periféricos fortes.

Planos de cuidados: Orientar o cliente a manter a extremidade em uma posição que alivie a

dor.

Dor relacionada a hipóxia, evidenciada por aglutinação das células falciformes dentro

dos vasos sangüíneos.

Meta: O indivíduo deverá ter alivio satisfatório após uma intervenção evidenciada por

melhora da dor.

Planos de cuidados: Reduzir ou eliminar os fatores que aumentam a experiência dolorosa.

Discutir com o individuo como determinar que métodos podem ser usados para reduzir a

intensidade da dor. Proporcionar o alivio ideal da dor com os analgésicos prescritos. Auxiliar

Page 24: Estudo de Caso Anemia Falciforme

26

a família a reagir positivamente á experiência dolorosa do individuo. Auxiliar após o episodio

de dor.

Risco de infecção relacionado a defesas secundárias inadequadas, evidenciado por

diminuição de hemoglobinas.

Meta : O individuo deverá relatar os fatores de risco associados a infecções e as precauções

necessárias.

Intervenções: Reduzir a susceptibilidade do cliente a infecções. Encorajar a manter a ingesta

protéica e calórica na dieta, investigar quanto a imunizações adequadas contra doenças da

infância, infecções bacterianas (por exemplo vacina pneumocócica e Haemophilus influenzae)

e outras infecções virais, observar as manifestações clinicas de infecção nos indivíduos de alto

risco , minimizar a permanência no hospital para evitar colonização por organismos

hospitalares, observar o desenvolvimento da super infecção nos clientes submetidos a terapia

antimicrobiana.

Page 25: Estudo de Caso Anemia Falciforme

27

5- Considerações Finais

Para anemia falciforme não existe tratamento específico; assim, a melhora da

sobrevida e da qualidade de vida desses pacientes se baseia em medidas gerais e preventivas

(BRAGA, 2007)

Ao realizar este estudo ficou nítida a necessidade de apoderarmos do conhecimento,

pois somente através dele é que seremos profissionais competentes e responsáveis para

realizar uma assistência com qualidade, planejando e executando ações como: orientação e

educação em saúde para os pacientes e seus familiares sobre a doença falciforme, bem como

capacitar nossa equipe, só assim conseguiremos melhorar a sobrevida e a qualidade de vida

dos pacientes falcêmicos.

Page 26: Estudo de Caso Anemia Falciforme

28

Referências

BRAGA, JOSEFINA A. P. Medidas gerais no tratamento das doenças falciformes, Rev.

bras. Hematol. Hemoter<disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v29n3/v29n3a09.pdf.

2007; 29(3): 233-238> acesso em 30/05/2011.

BULARIO NET ( http://www.pfizer.com.br-acesso em 15/102010).

CARPENITO-MOYET, LP. Manual de Diagnósticos de Enfermagem. 11ª ed. Porto

Alegre: Artmed, 2008.

CASTELO BRANCO; LEONARDO DE SOUSA. Cuidados de Enfermagem em Disturbios-

Hematologicos, 17/04/2009 < disponível em http://www.webartigos.com/articles/16817/1/>

acesso em 22/05/2011

GALDEANO, L, E; ROSSI, L, A; PEZZUTO ,T, M. Diagnósticos de enfermagem de

pacientes no período pré-operatório de cirurgia cardíaca Rev. Esc. Enfermagem USP

2004; 38(3):307-16. Acesso em 18/05/2011<disponível em

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n3/09.pdf>

GUIA DE REMÉDIOS. 6ª ed. Escala: São Paulo: 2003.

LOPES .A. C, GROTTO. H. Z. W.Interpretação Clínica do Hemograma, ISBN:

9788573793109 2008 1ºEd , Editora: Atheneu

Page 27: Estudo de Caso Anemia Falciforme

29

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção

Especializada Manual de Anemia Falciforme para Agentes Comunitários de Saúde. Série A.

Normas e Manuais Técnicos, Brasília – DF 2006.

MOREIRA, ETAL, Aspectos Fisiológicos Da Atividade Física Em Portadores De Anemia

Falciforme São Paulo 2002. acesso em 20/052011< disponível em

http://www.botucatu.com.br/portal/index.php/comportamento/universidades/215-aspectos-

fisiologicos-da-atividade-fisica-em-portadores-de-anemia-falciforme.html>

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. Atenção A Saúde Da

Criança 1ª Edição Belo Horizonte, 2005 acesso em 25/05/2011<disponível

emhttp://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-guia/linhas

VALLADA, E.P. Manual de técnicas hematológicas. São Paulo: Atheneu, 1999

ZAGO MA. Considerações gerais. In: Manual e Diagnóstico e Tratamento da Doença

Falciforme, eds Anvisa, Brasil, MA 2001, 9-11.