GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
Blairo Borges Maggi
Governador
SECRETARIA DE ESTADO DE SA DE
Marcos Henrique Machado
Secretário
ESCOLA DE SA DE P BLICA
Marta Maciel Metello Mansur Bumlai
Diretora
Nilene Duarte
Diretora Adjunta
COORDENADORIA PEDAGÓGICA
Maria de Lourdes Alonso Botura
Coordenadora
COODENADORIA DE FORMAÇÀO TÉCNICA EM SA DE
Eliete Balbina S. Saragiotto
Coordenadora
COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE SAÒDE
Divalmo Pereira Guimarães
Coordenador
2
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO
FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO NA
ÁREA DE SAÚDE
MÓDULO I
CONTEXTUALIZANDO O TRABALHADOR DA SAÚDE NO CENÁRIO DA
SAÚDE BRASILEIRA
BIOÉTICA
CUIABÁ
2004
3
¬ 2004 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
Elaboração técnica:
Equipe CFTS
Marcia Regina De Magalhães Baicere
Comissão Permanente de Ética:
Elza Melo Gomes Machado œ Presidente Da Comissão
Rute Gomes Ferreira œ Membro Titular
Valdevina Rosa Capistrano Da Silva œ Membro Titular
Colaboradora :
Ronelize Marcelle Costa Leite œ Organizadora / Digitadora
Equipe de revisão
Valéria Binato Santili Depes
Ficha catalográfica
MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Saúde. Escola de Saúde Pública do Estado
de Mato Grosso. Coordenadoria de Formação Técnica em Saúde.
Formação profissional para técnico de nível médio na área de
saúde: módulo I: contextualizando o trabalhador da saúde no cenário da
saúde brasileira: bioética, Cuiabá : SES, 2004. 50p.
1. Saúde do trabalhador 2. Educação I. Título
Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso
Coordenadoria de Formação Técnica em Saúde - CFTS
Avenida Adauto Botelho s/n°
Bairro Coophema
78085-200 Cuiabá œ MT
Tel.: (65) 613-2223/613-2225 Fax: (65) 613-2221/2233
email : [email protected]
Este material destina-se exclusivamente ao uso interno pelos alunos dos
Cursos de Formação Profissional de nível técnico da Êrea de Saúde, oferecidos
pela Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso-ESP/MT, sendo
proibida sua reprodução, venda ou qualquer forma de comercialização.
4
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETRIA DE ESTADO DE SA DE DE MATO GROSSO
ESCOLA DE SA DE P BLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO
COODENADORIA DE FORMAÇÀO TÉCNICA EM SA DE
APRESENTAÇÃO
Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de
Nível Médio, base para a elaboração das matrizes curriculares dos cursos técnicos da
ESP, o novo perfil dos trabalhadores dos serviços de saúde aponta que esses
profissionais devem ser detentores de uma melhor qualificação profissional, tanto na
dimensão técnica especializada quanto na dimensão ético-política, comunicacional e de
relações interpessoais, pois o que se observa atualmente é que a postura ética, os
valores e princípios, que pertencem ao domínio das atitudes dos profissionais, não
acompanharam a evolução científico-tecnológica.
As questões éticas, permeiam o trabalho humano em qualquer atividade e
adquirem uma conotação peculiar e toda especial quando voltadas ao fazer dos
profissionais de saúde. É fundamental que esses profissionais coloquem,
prioritariamente, em suas ações, a ciência, a tecnologia e a ética a serviço da vida. A
ética a serviço da vida diz respeito ao comprometimento com a vida humana em
quaisquer condições, independentemente da fase do ciclo vital, do gênero a que
pertença ou do posicionamento do cliente/paciente na pirâmide social.
Este material de Bioética foi elaborado com o objetivo de instrumentalizar os
alunos para uma conduta profissional e de vida baseadas nos princípios éticos.
Observa-se ainda, que o mesmo contém um capítulo que aborda a ética na
administração pública, elaborado pela Comissão Permanente de Ética da Secretaria
Estadual de Saúde, no intuito de fornecer ao aluno outra aplicação da ética.
Como é política desta escola, aguardamos sugestões de alunos e professores,
de forma que o material seja cada vez mais adequado às necessidades dos
profissionais de saúde.
Valéria Binato Santili Depes
Membro da Coordenadoria de Formação Técnica em Saúde
5
SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO A BIOÉTICA ................................................................................ 07
II – ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 11
2.1.Doutrinário ...................................................................................................... 11 2.2.Constitucional ................................................................................................. 11
II.I - ESPÉCIES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................. 13
2.1.1.Patrimonialista ............................................................................................. 13 2.1.2.Burocrática .................................................................................................. 13 2.1.3.Gerencial ..................................................................................................... 13
II.II - PRÍNCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................... 14 2.2.1.Legalidade ................................................................................................... 14 2.2.2 Impessoalidade ........................................................................................... 14 2.2.3 Moralidade .................................................................................................. 14 2.2.4 Publicidade ................................................................................................. 15 2.2.5 Eficiência ..................................................................................................... 15
II.III - ESTADO / INICIATIVA PRIVADA / CARACTERÍSTICAS ........................ 16
2.3.1 Características Comuns e Antagônicas ...................................................... 16
II.IV- FUNDAMENTOS LEGAIS DA ÉTICA NA SAÚDE PÚBLICA .................... 17
III - FUNDAMENTOS DA CONDUTA PROFISSIONAL ............................................ 19
IV – PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA ............................................................................... 26
V – DEVERES E RESTRIÇÕES A QUE FICAM SUJEITOS OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE ...................................................................................................................... 31
VI – ÉTICA PROFISSIONAL É COMPROMISSO SOCIAL ....................................... 33
VII – CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL .......................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 48
6
a) Conceito
Este termo foi utilizado, em 1971, pelo médico oncologista norte-americano Van
Rensselder Potter e definido por ele como o “conhecimento dos valores humanos
(ética) e o conhecimento biológico (bio)”, que procurando sensibilizar os biólogos para a
situação existente e preocupada com o meio ambiente e com que, uma ação invasiva
do homem, pudesse causar ao ecossistema, revelou esse cuidado, com o
comportamento humano que poderia vir a prejudicar a existência futura no planeta.
Bios – vida
Éthos – comportamento, ética e
conduta. A palavra bioética vem sendo entendida e usada com diferentes sentidos e
conceituada por diversas definições. Dois dos mais completos dicionários brasileiros
apesar de estabelecerem tratar-se de um substantivo feminino de origem grega (bio +
ética) ao referirem-se ao significado da palavra discordam. Para o Aurélio Século XXI
bioética é:
“o estudos dos problemas éticos suscitados pelas pesquisas biológicas e pelas suas
aplicações por pesquisadores, médicos, etc.”
Para Michaelis a bioética é:
“conjunto de considerações que pressupõe a responsabilidade moral dos médicos e biólogos em suas pesquisas teóricas e na aplicação delas”.
7
A Enciclopédia 2000 refere à ética já de modo mais conciso e trata como
sinônimo de ética médica trazendo como explanação: “Ética Médica ou Bioética, estudo
de aspectos morais no campo do tratamento médico e da pesquisa”. Outra publicação
de grande importância e referência obrigatória, quando se trata do assunto em pauta, é
a “Encyclopedia of Bioethics” que em seu volume primeiro apresenta o seguinte:
“Bioética é o estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e
da saúde, enquanto esta conduta é encaminhada à luz de valores e princípios morais”.
No editorial do “Bioética Informa”, publicação do Programa Regional de Bioética
da Organização Panamericana de Saúde, o diretor do Programa, Fernando Lolas
Stepke, referindo-se ao Quinto Congresso Mundial de Bioética ocorrido em 2000
escreve: “Bioética não significa o mesmo para todos que usam a palavra. Há uma
aceitação ampla, que a assemelha a uma parte de” ética global “, e inclui a reflexão
moral sobre a vida, a morte, o meio ambiente e a humanidade futura”.
Se questionarmos, sobre a definição, do significado conceitual de uma palavra
tão conhecida e falada, constataremos que a elaboração de uma conceituação própria
de bioética ou a explicação daquela com a qual nos identificamos não é uma tarefa
fácil.
Indiscutivelmente, a palavra bioética representa uma daquelas palavras que as
pessoas costumam com o seu uso, mas não se preocupam muito com a definição de
seu significado, e quando são solicitadas a apresentarem uma definição, constatam que
não possuem grande segurança para discorrer sobre o tema.
Esta situação é semelhante ao que ocorre com palavras como justiça, liberdade,
amor, felicidade, Deus, ética e outras que, também, são termos conceituais e têm
provocado, ao longo da história, prolongadas reflexões e grandes discussões filosóficas
em torno de seus significados.
Correia (1995) define a Bioética como:
“Estudo sistemático da conduta humana no campo das
ciências biológicas e de atenção de saúde, na medida
em que esta conduta seja examinada à luz de valores
e de princípios morais”.
8
b) Origem
O uso do termo bioética se tornou, para alguns ou para muitos, um modismo, o
que fez com que surgissem imprecisões na sua aplicação, incorreção na sua definição
e conseqüentemente uma conceituação totalmente desviada da sua origem.
Após a divulgação de uma variedade de abusos feitos durante pesquisas
médicas realizadas nas mais conceituadas universidades e nos mais avançados
centros médicos do Estados Unidos da América. O artigo divulgava inúmeras violações
éticas incluindo pesquisas feitas sem a permissão das pessoas envolvidas no estudo.
Essa revelação levou a muitas discussões no meio médico e fora dele. A sociedade
começou, nesse momento, a ter reflexões sobre o relacionamento entre os profissionais
de saúde – os médicos em particular – e seus clientes. Outros profissionais não ligados
diretamente, mas envolvidos com as atividades referentes à vida e a saúde – até
mesmo como simples clientes – passaram a se preocupar com as mesmas e a discutir
a validade dos processos relacionados com essas atividades. Estava assim
consolidada a interdisciplinaridade dessa preocupação com a conduta humana em
relação à saúde e a vida.
Desde esse tempo os aspectos éticos, ou seja, o comportamento dos
profissionais de saúde, passou a ser interesse de leigos que começaram a intervir e a
discutir as atividades realizadas. A ética relacionada aos aspectos da saúde deixava de
ser algo que se fixava em uma ou mais categorias profissionais, para ser assunto de
todos. Esse movimento intelectual surgiu não como algo inventado ou descoberto, não
como tese estudada e defendida, não como uma composição ou obra prima da
inspiração de um artista, nem mesmo como uma disciplina proposta por um pedagogo,
mas sim, como produto de um pensamento social, que não propunha normas de
códigos ou princípios a serem obedecidos. Na realidade, surgiu como um modelo que
gradativamente foi sendo aceito pela comunidade científica e pela sociedade.
A aceitação criava discussões com abordagem dos problemas de maneira
global, examinando o fato por todos os prismas, de modo holístico, partindo da posição
das diversas disciplinas, porém ultrapassando os limites de cada uma delas e de todas
elas. Baseando-se no racional, sofrendo pressões do emocional, das crenças e dos
9
valores culturais, a discussão emergiu como uma preocupação em estudar a conduta
humana no âmbito das ciências da saúde, enquanto ela é examinada a luz dos valores
da sociedade.
10
Para Vicente Masip, a “Ética é à parte da filosofia que aborda o comportamento
humano, seus desejos e vontades, e as normas que ao longo dos tempos foram sendo
instituídas por grupos e comunidades”.Falar sobre Ética na Administração Pública
requer a compreensão e o domínio de alguns conceitos básicos inerentes ao ato de
Administrar.
Ética na Administração Pública consiste na dimensão da conduta do
Funcionário Público, num sistema administrativo, tendo como fundamento a eficiência,
as normas e legislações, que objetivam as ações do poder, nas tomadas de decisões.
Complementando, Gilberto Cotrim 1 ensina que a Ética busca refletir sobre o
comportamento humano, considerando as noções de Bem e de Mal, de Justo e de
Injusto, com duplo objetivo:
a – Orientar a pessoa humana para uma ação moralmente correta;
b – Refletir sobre os sistemas morais elaborados pela humanidade.
Para tanto, elegeram-se conceitos de caráter administrativo-doutrinário e
Constitucional, quevisam facilitar a compreensão dos conteúdos abordados,
pertinentes à Administração Pública.
Administrativo-Doutrinário:
“Administração Pública numa visão global é todo aparelhamento do Estado
preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades
coletivas.” (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 2003)
Constitucional:
Artigo 127: “A Administração Pública é o conjunto dos órgãos e funções dos
Poderes do Estado e das entidades descentralizadas aplicadas à execução de
atividades e serviços administrativos com a finalidade de promoção do bem-estar
1 COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo. ed. Saraiva.2000.
11
geral e da satisfação das necessidades coletivas”. (Constituição do Estado de
Mato Grosso/89)
Desta feita trazendo a teoria filosófica à prática funcional, Ética na Administração
Pública não se resume e nem se mede apenas pelo custo direto da corrupção,
mas também pela falta de motivação, desencanto e deterioração dos serviços
públicos. Estes comportamentos reforçam a insatisfação e a desconfiança da
sociedade na relação administradores/administrados.
Para dar cumprimento aos ditames legais que normatizam a Ética na
Administração Pública, a SES/MT faz a sua parte, através da Comissão Permanente de
Ética:
• Normatizando – fazendo existir e sendo disponibilizado um conjunto de regras de
condutas simples, que revela os valores éticos que se deseja sejam seguidos no
quadro organizacional;
• Implantando a Função Educativa: capacitando, divulgando e orientando a
aplicação das regras e situações que compreendem a rotina dos agentes,
consoante às suas funções e responsabilidades;
• Monitorando Comportamentos – identificando pontos inobservados sobre as
regras estabelecidas, bem como os resultados positivos emanados das ações
dos servidores, frente à Administração da Saúde /MT/SUS e aplica,
• Sistema de Conseqüências: atuando sobre as ações que integram as funções e
responsabilidades, aplicando sanções, quando for o caso.
A Administração da Saúde Pública no Estado de Mato Grosso, por determinação
da Lei Complementar 112/02, instituiu o Código de Ética que, imputa a todos os
servidores desta Pasta comportamentos a serem cumpridos.
Para finalizar é Mister reforçar o ensinamento da já citada doutrinadora Maria
Silva Zanella Di Pietro:
Os Atos de Administração, “tanto no Direito Privado como no Direito Público,
limitam-se ao de guarda, conservação e percepção de frutos dos bens administrados.
Neles há sempre uma vontade externa ao administrador, impondo-lhe a
orientação a seguir vinculada ao princípio da finalidade, devendo ser útil ao interesse
que o administrador deve satisfazer e dependendo de uma vontade externa, individual
12
ou coletiva”, subordinados à Norma Jurídica, enquanto “regra social de conduta que
tem como base o poder social coercitivo do Estado sobre a população que habita o seu
território”.
Neste sentido, independe da Liberdade, ou seja, da “possibilidade de escolha,
exercida dentro das limitações impostas pelas circunstâncias histórico-legais”.
Os servidores e gestores da Saúde/MT, têm a Responsabilidade de arcar com
as conseqüências dos atos praticados”. Condição esta que garante a autonomia na
gestão do potencial humano, dos recursos materiais e financeiros da SES/MT, para a
satisfação do bem-comum.
Neste sentido, a Comissão de Ética elaborou um Manual que contempla 16
(dezesseis) Matérias, as quais se traduzem num total de 169 (cento e sessenta e nove)
Comportamentos, distribuídos no referido Manual. Este contém a Legislação que
disciplina o assunto e os responsáveis pelo cumprimento dos referidos
Comportamentos, bem como a quem cabe tomar as providências administrativas,
quando do descumprimento daqueles Comportamentos, pelos Gestores e Servidores
da SES/MT.
II.I. ESPÉCIES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Patrimonialista – a coisa pública não é diferenciada da particular. A corrupção e o
nepotismo permeiam este tipo de administração.
Burocrática – a partir de 1850 – o Estado Liberal Burguês se instala tendo como
suporte o controle rígido de processo, voltando-se para si mesmo. A
intenção era combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.
Gerencial – deixa de basear-se nos processos, para concentrar-se nos resultados,
tendo como estratégias:
a) Eficácia – fazer o que é necessário.
b) Eficiência – usar a melhor técnica para realizar uma tarefa ou atividade.
c) Efetividade – alcançar os objetivos a que se propôs.
A administração Gerencial tem como paradigma os princípios: da confiança,
13
descentralização de decisão, formas flexíveis de gestão, horizontalização das funções e
descentralização de poder, e por fim, o incentivo à criatividade.
II.II. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O regime jurídico-administrativo se fundamenta em dois princípios básicos: a
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e a Indisponibilidade, pela
Administração dos Interesses Públicos, conforme ensinamento de Celso Antônio B. de
Mello2 .Ensina o professor Bandeira de Mello, que estes Princípios3, bem como os deles
decorrentes, coordenam e orientam a atuação do poder público em sua função estatal.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu art. 37, define
como princípios da Administração Pública:
Legalidade
“O administrador público está sujeito aos mandamentos da lei e
às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de
praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal”.
Impessoalidade
“Impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu
fim legal, vedando a prática de ato administrativo sem interesse público ou
conveniência à Administração. Pública.”
“Na Administração Pública não deverá ocorrer favoritismos ou
perseguições, simpatias ou animosidades, de ordem pessoal, política, religiosa ou
ideológica.”
“Impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal, vedando a
prática de ato administrativo sem interesse público ou conveniência à Administração
Pública.”
Moralidade:
2 Curso de Direito Administrativo. “São Paulo:Malheiros, 2003. p....” 3 Apesar do vocábulo comportar vários significados, Marcelo Neves define Sistema como “um conjunto de elementos (partes) que entram em relação formando um todo unitário” (Teoria da Inconstitucionalidade das Leis. São
Paulo: Saraiva, 1988. p. 02).
14
“A Administração Pública e seus agentes devem agir de acordo
com os princípios éticos, lealdade e boa-fé, sendo interdito qualquer comportamento
astucioso, eivado de malícia, dificultando o exercício de direitos.”
Publicidade:
“Consiste na divulgação oficial do ato para conhecimento público e
início de seus efeitos legais, perante as partes e terceiros.”
Eficiência:
“Exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional.”(Introduzido na Constituição Federal através da
Emenda Constitucional N°. 19, de 4/6/98)
Além destes, a Administração Pública por força constitucional,
também se submete aos Princípios:
Segurança Jurídica;
Motivação;
Ampla Defesa e Contraditório;
Devido Processo Legal;
Controle Judicial dos Atos Administrativos, e outros.
O suporte principiológico da Carta Magna se destina a todos que direta ou
indiretamente fazem funcionar o aparelho Administrativo do Estado. Contingente este
compreendido pelo servidor público, que para a Lei Complementar n.º 112/2002, é “
todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços
de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão ou entidade do
Poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado de Mato Grosso.” (Art. 3º).
O servidor público para o exercício da função necessita da investidura em um cargo,
enquanto: “o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um servidor.” (Estatuto do Servidor
15
Público/MT) Estes cargos são criados por lei, organizados e providos em carreira,
implicando:
a) Posse – “É a investidura no cargo público mediante a aceitação expressa das
atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público com o
compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do termo pela
autoridade competente e pelo empossado.”
b) Exercício – “É o efetivo desempenho das atribuições do cargo.”
c) Estágio Probatório: Prazo de 36 meses de efetivo exercício no cargo que tomou
posse por força de concurso público de provas ou de provas e títulos.
Finalidade: Avaliação para o desempenho do cargo (aptidão e
capacidade); para estabilidade (provisória) no serviço público.
II.III. ESTADO / INCIATIVA PRIVADA /CARACTERÍSTICAS
° Comuns:
° Servir à Sociedade em Geral;
° Antagônicas:
I-Estado: mediante pagamento indireto
(tributos);
II – Privada: mediante pagamento direto;
° Submissão à Lei; I- Estado: mediante a expressa previsão
legal (só é permitido o que a Lei
expressamente autorizar);
I-Privada: é lícito fazer o que a Lei não
proíbe;
° Estabelecem Objetivos e Metas.
° Outros
I-Estado: trabalha em prol da
coletividade (Supremacia do Interesse
Público sobre o Privado);
II- Iniciativa Privada: trabalha visando os
interesses pessoais ou de grupos
16
A Constituição Federal/88, em seu artigo 170 esclarece que: a Administração
Privada consiste no exercício de atividades de caráter fundamentalmente empresarial,
nos mais diversos segmentos da sociedade, ficando o administrador (gerente,
supervisor, empresário, etc.), submetido a normas/regulamentos/leis, positivadas ou
não, de caráter geral e/ou específico, buscando a harmonização dos interesses do
Estado e do Indivíduo (empresário), de forma a garantir a livre iniciativa.
O exercício do cargo/função na Administração Pública tem como exigência
precípua, determinados comportamentos Ético-Legais, determinados pela Deontologia,
os quais para André Lalande 4, decorre da “teoria que estuda empiricamente os
diferentes deveres, relativos a uma situação social·”.
II.IV. FUNDAMENTOS LEGAIS DA ÉTICA NA SAÚDE PÚBLICA/MT
Após os referidos conceitos, fora elencado um rol sobre as Legislações que
fundamentam a Ética na Gestão Pública, facilitando a localização das matérias
reguladas e o suporte legal que as regulamentam:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – CF/88
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO – CP Leis Nacionais
Lei 7.716/89 (Define os crimes de Preconceito racial)
Lei 7.853/89 (Dispõe sobre pessoa Portadora de Deficiência)
Lei 8.080/90 (Regulamenta o SUS)
Lei 8.213/91 ( Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social)
Lei 8.429/92 (Define os crimes de Improbidade Administrativa)
Lei 8.666/93 (Dispõe sobre a Licitação)
Lei 9.459/97 (Altera os arts. 1º e 2º da lei 7.716/89)
4 LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia.3º ed. São Paulo: Martins Fontes,1999.
17
Lei 9.983/00 (Altera o Código Penal incluindo os arts. 313-A e 313-B, Dec.
2848/1940 arts. 153 § 1º A e 327 § 1º)
Lei 10.224/01 (Altera o Decreto-Lei 2848/1940 e CP, disciplinando o Assédio
Sexual)
Lei 8.213/91 ( Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social)
Leis Estaduais
Constituição do Estado de Mato Grosso (1.989)
Lei Complementar 04/90 (Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos
da Administração Direta das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais)
Lei 7.692/02 (Regula o Processo Administrativo no âmbito da Adm. Pública
Estadual)
Lei Complementar 80/00 (Dispõe sobre Avaliação de Desempenho dos
Servidores Públicos Civis do Estado de Mato Grosso)
Lei Complementar 112/02 (Institui o Código de Ética do Servidor Público
Civil do Estado de Mato Grosso)
Lei 7.360/00 / 7.392/03 / 8.049/03– Dispõe sobre a carreira dos
Profissionais do SUS e do Estágio Probatório
Lei 8.038/03 – Regula Atos Administrativos relativos à Pessoal no âmbito do
Poder Executivo)
Decretos Estaduais
Decreto 4.858/02(Regulamenta o funcionamento da Comissão de Permanente de
Ética no âmbito da Administração Pública Estadual)
Decreto 4.487/02 (Regulamenta o art. 13 da Lei Nacional 8.429/92)
Decreto 5.263/02 (Regulamenta Perícias Médicas)
Decreto 5.924/02 (Estabelece normas para a elaboração de atos Administrativos
relativos à Pessoal, e dá outras providências)
Decreto 1.317/03 (Regulamenta a concessão de férias dos Servidores Públicos
Civis do Estado de MT)
18
Decreto 2.129/03 (Dispõe sobre a Jornada de Trabalho dos Servidores da Adm.
Direta Autárquica e Fundacional Poder Executivo)
Decreto 3.006/04 (Disciplina a avaliação anual do desempenho para fins de
progressão vertical dos Servidores Públicos Civis no âmbito estadual).
Introdução
O ser humano depende em alto grau da natureza, dos seus semelhantes e da
organização social para satisfazer suas necessidades. Ele é o único dos seres vivos
que pode pensar, criar uma linguagem, planejar a sua ação e produzir seus meios de
subsistência. O meio ambiente do ser humano é um ambiente social, do qual provém o
estímulo fundamental para a formação e organização de suas qualidades psicológicas e
de suas condutas.
Ética Profissional
A preocupação do homem em determinar o que é certo e o que é errado, o que é
bom e o que é ruim, não faz parte apenas da história atual. Há mais de dois mil anos o
cristianismo tenta incutir valores morais em todo o mundo, como: não matar, não
roubar, não mentir, não cobiçar, etc. Desde então, a humanidade vem se defrontando
com a necessidade de regular seu comportamento por normas que se julgam mais
apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas. Estas normas devem ser aceitas
intimamente; de acordo com elas, os indivíduos se ajustam em comportamentos de
convívio mais civilizados e de mais dignidade humana.
Nós, enquanto profissionais da saúde precisamos conhecer as normas que
foram estabelecidas para a nossa profissão e procurar refletir sobre a aplicação destas
19
na prática, pois estamos a serviço do ser humano, nas mais diversas situações e
circunstâncias da vida.
Acreditamos que, para uma boa existência humana e para que as pessoas
possam viver harmoniosamente no seu grupo social e profissional, faz-se necessário
que assumam compromissos éticos entre si. O principal compromisso ético que todo
ser humano deve assumir é o de tratar as pessoas como pessoas. Para isso, é
necessário desenvolver o respeito mútuo, procurando entender o ponto de vista do
outro.
A Conduta Humana
O termo conduta ou comportamento humano refere-se ao conjunto de
manifestações (emocionais, mentais, verbais, fisiológicos, motrizes) pelas quais o ser
humano reduz as tensões e realiza suas possibilidades. Entre outras palavras, a
conduta ou comportamento é a maneira de agir das pessoas.
Numa visão geral, a conduta humana pode ser determinada por dois momentos
distintos. O primeiro momento é interno, refere-se aos aspectos psíquicos ou mentais; é
quando a pessoa pensa no que vai fazer e decide de acordo com sua consciência, seus
valores e sua vontade. O segundo momento é caracterizado pela ação; é quando a
pessoa executa sua decisão ou manifesta uma reação.
A ação pode ser considerada voluntária ou involuntária. Entendemos por ação
voluntária quando a ação é de acordo com a sua vontade, ou seja, você refletiu e
decidiu, conscientemente, antes de agir. A ação é considerada involuntária quando a
pessoa não teve condições de pensar e/ou decidir sobre sua ação. O ato involuntário
geralmente é praticado sob coação, ameaças, risco de vida ou fortes condicionantes
psíquicos. Então a ações involuntárias acontecem em situações diversas. Ex.: Inspeção
em Locais pertencentes a Autoridades onde encontramos irregularidades e não
podemos muitas vezes atuar devidamente, devida a pressão exercida pela chefia .
Nesse contexto, acreditamos que a maneira de agir das pessoas é em grande
parte determinada pelo subconsciente, isto é, nem sempre as pessoas estão
conscientes dos seus atos, do que querem ou acreditam. Assim, a intenção consciente
da ação é o que determina a classificação de um ato como voluntário ou não.
20
Por outro lado, podemos constatar que não existe um indivíduo com
comportamento igual a outro. Todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo,
comportam-se de maneiras diferentes umas das outras. No entanto, podemos observar
que é comum encontrar comportamentos semelhantes num mesmo grupo social. As
características comportamentais semelhantes normalmente acontecem por influência
dos costumes do meio em que a pessoa vive. Exemplo: o hábito de tomar chimarrão
pela manhã. Você pode observar que este é um comportamento semelhante num
grande número de pessoas que moram no sul do Brasil. Porém, é raro encontrar uma
pessoa do norte do país, que não morou ou nasceu no sul, tendo este comportamento.
O meio em que se desenvolve o ser humano é, em grande parte, criado por ele
mesmo. Podemos considerar que os costumes são criados pelos homens. Por este
motivo, assim como os costumes podem influenciar na conduta humana, o homem por
sua vez pode intervir nos costumes. Exemplificando: se o grupo social em que você
vive procurar desenvolver as condutas ou comportamentos voluntários, refletindo
constantemente sobre suas ações, a influência dos costumes sobre as pessoas do
grupo poderá ser menor. Em contrapartida, a possibilidade das pessoas deste grupo
intervir nos costumes poderá ser maior.
Ex: mulher durante o puerpério não pode lavar a cabeça;
Normas de Conduta
Normas de conduta são regras de agir. Os estudiosos sobre o comportamento
humano não deixam de considerar uma preocupação universal pela retidão da conduta
humana. Esta preocupação se revela nas normas, orais ou escritas, presentes em
todas as comunidades do mundo. Estas normas estabelecem regras gerais de agir,
cujo cumprimento os seres humanos exigem seriamente uns dos outros, e até punem
quem se nega a observá-las. As normas podem apresentar-se sob várias formas: Lei,
Decreto-lei, Decreto, Regulamento, Resolução, Código, Estatuto, Regimento, Rotina,
etc.
As normas podem, também, não serem escritas, como você pode observar, por
exemplo, nas normas de “boas maneiras” (ao sentar-se, ao alimentar-se, aos cuidados
de higiene pessoal e muitas outras), ou ainda, nas comunidades indígenas. Todas
21
impõem ao indivíduo normas de conduta compatível com a ética, a moral, os costumes
e os valores do grupo social ao qual representa.
Assim, escritas ou não, as normas estabelecidas pelos diversos grupos sociais,
devem ser cumpridas para que possa existir um convívio harmonioso entre as pessoas.
Todavia, se as normas estabelecidas não estão atendendo os anseios e necessidades
da sociedade, as pessoas têm o direito e o dever de questioná-las e intervir para que
ocorram mudanças nestas normas.
Nas últimas décadas, as pessoas que estudam e escrevem sobre a conduta
humana, demonstram preocupação com as grandes mudanças das normas de conduta
em nossa época. A facilidade e agilidade com que estas normas estão mudando,
podem ser consideradas como uma demonstração da crise de valores éticos e morais
que a humanidade vem enfrentando. Esta afirmação poderá ficar mais claramente
entendida depois que você ler os itens sobre moral, valores e ética.
Moral
A palavra moral tem origem no latim – morus – significando os usos e costumes.
Segundo Vázques (1992, p.25), moral é “um conjunto de normas e regras
destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social”.
Nesta mesma direção, Gelain (1987, p. 5), conceitua moral como sendo “a
ciência que ser preocupa com os atos humanos, os bons costumes, os deveres do
homem individual, grupal e perante seu grupo profissional”.
Com base nestes dois conceitos, podemos constatar que o comportamento
moral se encontra no homem desde o início de sua existência, ou seja, desde as
comunidades mais primitivas. Entendemos que os princípios da moral podem mudar e
se desenvolver a medida em que a sociedade vai se desenvolvendo. Como exemplo,
você pode observar as normas de conduta referentes ao vestuário. Há algumas
décadas atrás, em nosso país, era imoral a mulher usar saia acima dos joelhos ou
roupas de praia que mostrassem a barriga. Hoje, você pode constatar que esta
realidade é outra, as normas de conduta moral mudaram a medida em que a sociedade
foi se modificando.
22
As normas de comportamento moral, também, podem variar entre os diversos
grupos sociais. Citamos como exemplo, os grupos religiosos. Você deve conhecer ou já
ouviu falar, de algumas religiões que adotam normas de comportamento moral, por
vezes, bastante diferenciadas das normas gerais da sociedade, tais como: não beber
bebidas alcoólicas, não fumar, não ouvir rádio nem televisão (exceto programas
religiosos), não usar vestuários que possam induzir a provocação sexual e outros.
Exemplos como estes, em que as normas morais são diferenciadas da grande
maioria da população, também devem ser respeitados, principalmente na relação
profissional, onde você irá encontrar pessoas (clientes ou trabalhadores) dos mais
diversos grupos sociais, religiosos, políticos, etc. Entretanto, é importante que você
tenha em mente que, respeitar o direito das pessoas em seguir determinadas normas
morais, não implica em aceitar estas normas para si, mas sim, respeitar o direito que as
pessoas têm de optar por seguir tais normas.
Assim podemos entender que a moral tende a fazer com que as pessoas
harmonizem de maneira consciente e livre, seus interesses pessoais com os interesses
coletivos de determinado grupo social ou da sociedade inteira.
Ética
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é a
palavra grega éthos, com e curto (pronúncia), que pode ser traduzida por costume, a
segunda também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do
caráter.
Para Vázquez (1992, p. 12), “a ética é a teoria ou ciência do comportamento
moral dos homens em sociedade”. Assim, podemos entender de uma forma mais
simples, que ética é a ciência que estuda as normas de conduta moral, para aperfeiçoá-
las. A ética se preocupa com os atos conscientes, voluntários, em que o indivíduo
reflete e decide de modo responsável e que, conseqüentemente, sua decisão pode
afetar outras pessoas, comunidades ou a sociedade em seu conjunto.
Agora que você já leu sobre conduta humana, regras de conduta e moral, deve
ter entendido com maior clareza o conceito de ética. Como você pode observar, ética e
23
moral, se relacionam; ambas dizem respeito ao comportamento humano. A moral está
relacionada com as regras estabelecidas para nortear os atos humanos em grupos
sociais e a ética estuda estas regras num sentido mais amplo e universal.
Atualmente, a humanidade vem demonstrando uma forte tendência no
questionamento dos seus valores éticos. Observamos que as pessoas sentem-se
insatisfeitas com os valores rígidos voltados para os direitos e deveres, com
características repressivas, normalmente criadas pela pressão social. O mundo atual
busca uma ética orientada para a ciência, a tecnologia e as organizações, a fim de
salvar a vida do planeta e a integridade dos grupos sociais.
Assim, é importante que você esteja em constante questionamento. Pode-se
observar, existem várias formas de entender a ética, não é necessário que conheça
todas as doutrinas de estudo, porém, você deve saber que elas existem para que possa
compreender porque as pessoas decidem se comportar de formas diferentes.
Valores
Valor é uma variável da mente que faz com que o ser humano decida ou escolha
se comportar numa determinada direção e dentro de determinada importância (Weil,
1993, p. 47).
Em outras palavras, podemos dizer que valor é aquilo com que se preza ou se
rejeita uma coisa, pessoa ou idéia. È a distinção do que é o bem e o mal, do que é o
certo e o errado, do que é o belo e o feio, do que é agradável e desagradável, para
então decidir como devemos nos comportar.
Os valores podem ser classificados, de uma maneira geral, como valores
construtivos ou positivos e valores destrutivos ou negativos. Parece que esta
classificação torna-se mais adequada porque rompe a tradicional dicotomia do “certo-
errado” ou “bem-mal” (Weil, 1993).
Consideramos construtivos os valores que favorecem comportamentos que
aprimoram a vida e a existência dos seres vivos, tanto do ponto de visto de sua
manutenção, quanto na busca da felicidade e da participação social.
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Consideramos destrutivos os valores que favorecem comportamentos que
contribuem para a desagregação da existência dos seres vivos, impedindo ou
prejudicando a sua evolução natural.
A lista de valores é imensa. Weil (1993), cita que, em 1986, a Enciclopédia de
Problemas Humanos e Potencial Humano recenseou 2000 valores diferentes. O autor
cita, ainda, que foi realizada uma pesquisa sobre aceitação e rejeição dos valores sem
questionamentos; nesta pesquisa conseguiram listar 960 valores construtivos e 1040
valores destrutivos.
Exemplos de valores considerados por Weil como construtivos: paz, conforto,
defesa, tranqüilidade, coragem, saúde, vida, alegria, decência, disciplina, fidelidade,
lealdade, sexualidade, dignidade, direito, dever, justiça, liderança, modéstia,
obediência, respeito, afeição, amizade, amor, ajuda, bondade, caridade,
companheirismo, cuidado, dedicação, tolerância, paciência, gratidão, harmonia, união,
criatividade, bom senso, coerência, franqueza, imparcialidade, integridade, reflexão,
responsabilidade, retidão, sabedoria, solidariedade, verdade, felicidade, espiritualidade,
maturidade, etc.
Exemplos de valores considerados destrutivos: agressão, destruição, roubo,
violência, ciúme, libertinagem, luxúria, pornografia, possessividade, matança, ambição,
desprezo, dominação, orgulho, tirania, vaidade, crueldade, egoísmo, frieza, indiferença,
mágoa, maldade, ódio, raiva, vingança, cinismo, desonestidade, engano, falsidade,
hipocrisia, mentira, parcialidade, desconfiança, discriminação, ceticismo, etc.
Tanto no exercício profissional como na vida pessoal, você deve estar bem
consciente destes valores; deve procurar continuamente aprimorar e fortalecer os
valores construtivos, como a responsabilidade, a solidariedade, a disciplina, a lealdade,
a vida, a saúde, entre outros já citados anteriormente. E inibir, bloquear e se libertar dos
valores destrutivos, como a indiferença, a raiva, o cinismo, a desonestidade, a mentira,
a discriminação e outros. Assim, você conseguirá trabalhar e viver em harmonia, com
felicidade e em equilíbrio com as suas necessidades humanas, pois acreditamos que à
medida que se aprimoram os valores, encontramos o sentido da vida. Em contrapartida,
à medida que se perdem os valores, perdemos o sentido da vida.
25
A Bioética abarca a ética médica, porém não se limita a ela. A ética médica, em
sentido tradicional dos problemas relacionados a valores que surgem da relação entre
médico e pacientes. A bioética constitui conceito mais amplo, com quatro aspectos
importantes:
‹ Compreende os problemas relacionados a valores que surgem em todas as
profissões de saúde;
‹ Aplicam-se as investigações biomédicas e as do comportamento
independentemente de influírem ou não de forma direta na terapêutica;
‹ Aborda uma ampla gama de questões sociais, como as que se relacionam com
a saúde ocupacional e com a ética do controle da natalidade entre outras;
‹ Vai além da vida e da saúde humana, enquanto compreende questões relativas
à vida dos animais, das plantas, por exemplo, no que concerne as
experimentações com animais e às demandas ambientais conflitivas.
A publicação, em 1979, do livro chamado “Principles of Biomedical Ethics”, que
expõem uma teoria, fundamentada em quatro princípios básicos – não maleficência,
beneficência, respeito à autonomia e justiça, tornar-se-ia fundamental para o
desenvolvimento da Bioética e ditaria uma forma peculiar de definir e manejar os
valores envolvidos nas relações dos profissionais de saúde e seus pacientes.
Estes quatro princípios, que não possuem um caráter absoluto, nem tem prioridade
um sobre o outro, servem como regras gerais para orientar a tomada de decisão frente
aos problemas éticos e para ordenar os argumentos nas discussões de casos.
Em seu livro “The Right and the Good”, de 1930, William David Ross expressa o
conceito de que a vida moral está fundamentada em alguns princípios básicos,
evidentes e incontestáveis, que todos os seres humanos consideram obrigatórios,
chamando-os de deveres prima facie.
26
Mas o que é dever prima facie?
Sir David Ross, em 1930, propunha que não há, nem pode haver regras sem
exceção. O dever prima facie é uma obrigação que se deve cumprir, a menos que ela
entre em conflito, numa situação particular, com outro dever de igual ou maior porte.
Segundo este mesmo autor, estes deveres podiam ser categorizados como:
1. Deveres para com os outros devido a atos prévios de você mesmo:
Fidelidade (manter as promessas...)
Reparação (compensar as pessoas por danos ou lesões causadas)
Gratidão (agradecer as pessoas pelos benefícios que conferiram a
você)
2. Deveres para com os outros não baseados em ações prévias:
Beneficiência (ajudar aos outros em necessidade)
Não-Maleficência (não causar danos a outros sem uma razão
poderosa)
Justiça (tratar os outros de forma justa)
3. Deveres para consigo mesmo
Aprimorar-se física, intelectual e moralmente para alcançar o seu pleno
potencial.
O ponto de partida para orientar qualquer discussão ética deve ser a análise
destas quatro condições, de como elas podem ser mais bem respeitadas em cada
caso.
Desde o seu aparecimento, o principalismo gerou crítica. O problema reside no
caráter relativo dos princípios, fazendo com que surjam conflitos ente eles porque, na
prática, nem sempre se pode respeita-los igualmente. Por outro lado, tem a vantagem
de ser operacional, constituindo-se em parte necessária, apesar de nem sempre
suficiente, para a tomada de decisão. Os princípios facilitam e ordenam a análise dos
casos concretos e, a partir de então, se pode necessitar de outros valores para
aprofundar a análise ética.
27
Princípio De Não Maleficência
De acordo com este princípio, o profissional de saúde tem o dever de,
intencionalmente, não causar mal e/ou danos. Considerado por muitos com o
princípio fundamental da tradição hipocrática da ética médica, tem suas raízes em uma
máxima que preconiza: “cria o hábito de duas coisas: socorrer (ajudar) ou, ao menos,
não causar danos”. Este preceito, mais conhecido em sua versão para o latim (primum
non nocere), é utilizado freqüentemente como uma exigência moral da profissão
médica. Trata-se portanto, de um mínimo ético, um dever profissional, que, se não
cumprido, coloca o profissional de saúde, numa situação de má prática ou prática
negligente da medicina ou das demais profissões da área biomédica.
Princípio da Beneficência
A beneficência tem sido associada à excelência profissional desde os tempos da
medicina grega, e esta expressa no juramento de Hipócrates: “Usarei o tratamento para
ajudar os doentes, de acordo com minha habilidade e julgamento e nunca o utilizarei
para prejudica-los.”
Beneficência œ quer dizer
fazer o bem
A beneficência, conforme alguns dos autores representativos da filosofia moral
que usaram o termo, é uma manifestação da benevolência.
De uma maneira prática, isto significa que temos a obrigação moral de agir para
o benefício do outro. Este conceito significa fazer o que é melhor para a população, não
só do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista ético. É usar todos os
conhecimentos e habilidades profissionais a serviços da população, considerando, na
tomada de decisão, a minimização dos riscos e a maximização dos benefícios do
procedimento a realizar.
De forma geral, a benevolência, tem as seguintes características:
1) É uma disposição emotiva que tenta fazer bem aos outros;
28
2) É uma qualidade boa do caráter das pessoas, uma virtude;
3) É uma disposição para agir de forma correta;
4) De forma geral, todos os seres humanos normais a possuem.
Este princípio obriga o profissional de saúde a ir além da não maleficência (não
causar danos intencionalmente) e exige que ele contribua para o bem estar da
população promovendo ações:
a) Para prevenir e remover o mal ou dano;
b) Para fazer o bem, entendido aqui como a saúde física, emocional e
mental.
Princípio de Respeito à Autonomia
Autonomia é um termo derivado do grego “auto” (próprio) e “nomos” (lei, regra,
norma).
Autonomia:
Auto: próprio;
Nomos: lei, regra, norma;
Autonomia é a capacidade de uma pessoa para decidir fazer ou buscar aquilo que ela
julga ser o melhor para si mesma. Para que ela possa exercer esta autodeterminação
são necessárias duas condições fundamentais;
a) Capacidade para agir intencionalmente, o que pressupõe compreensão,
razão e deliberação para decidir coerentemente entre as alternativas que
lhe são apresentadas;
b) Liberdade, no sentido de estar livre de qualquer influência controladora
para esta tomada de posição.
Já o respeito à Autonomia significa ter consciência deste direito da pessoa de
possuir um projeto de vida próprio, de ter seus pontos de vista e opiniões, de fazer
escolhas autônomas, de agir segundo seus valores e convicções. Respeitar a
autonomia é, em última análise, preservar os direitos fundamentais do homem,
aceitando o pluralismo ético-social que existe na atualidade.
29
Este princípio obriga o profissional de saúde a dar a população a mais completa
informação possível, com o intuito de promover uma compreensão adequada dos
problemas existentes. Respeitar a autonomia significa, ainda, ajudar as pessoas a
encontrar uma solução para os problemas.
Princípio da Justiça
Justiça está associada preferencialmente com as relações entre grupos sociais,
preocupando-se com a equidade na distribuição de bens e recursos considerados
comuns, numa tentativa de igualar as oportunidades de acesso a estes bens.
O conceito de justiça, do ponto de vista filosófico, tem sido explicado com o uso
de vários termos. Todos eles interpretam a justiça como um modo justo, apropriado e
eqüitativo de tratar as pessoas em razão de alguma coisa que é merecida ou devida a
elas. Estes critérios de merecimento, ou princípios materiais de justiça, devem estar
baseados em algumas características capazes de tornar relevante e justo este
tratamento.
A ética, em seu nível público, além de proteger a vida e a integridade das
pessoas, objetiva evitar a discriminação, a marginalização e a segregação social. Neste
contexto, o conceito de justiça deve fundamentar-se na premissa que as pessoas têm
direito a um mínimo decente de cuidados com sua saúde. Isto inclui garantias de
igualdade de direitos, equidade na distribuição de bens, riscos e benefícios, respeito às
diferenças individuais e a busca de alternativas para atende-las, liberdade de expressão
e igual consideração dos interesses envolvidos nas relações do sistema de saúde, dos
profissionais e dos usuários.
30
b) Adequação das condições do ambiente
profissional, para a prática das ações que
Dr. Hélio Pereira Dias Procurador Geral da ANVISA
As profissões e ocupações de saúde serão declaradas e definidas em cada país,
por lei ou atos emanados de órgãos competentes conforme as suas necessidades, e
controladas, no seu exercício, pelas autoridades de saúde e pelos organismos
incumbidos de zelar pelas condutas ética e disciplinar.
No Brasil, a fiscalização sanitária das condições de exercício de profissões e
ocupações técnicas e auxiliares, relacionadas diretamente com a saúde, se realiza por
meio da verificação, “in loco”, com observância dos seguintes requisitos:
a) Capacidade legal do agente, pelo exame dos documentos de habilitação
inerentes ao seu âmbito profissional ou ocupacional, compreendendo as
formalidades intrínsecas e extrínsecas do diploma ou certificado respectivo, tais
como registro, expedição por estabelecimento vigentes no País e inscrição dos
seus titulares, quando for o caso, nos conselhos regionais pertinentes, ou em
outros órgãos competentes previstos na legislação federal básica de ensino;
onde se processa a atividade
visem à promoção, proteção e
recuperação da saúde;
c) Existência de instalações, equipamentos e aparelhagens indispensáveis e
condizentes com as suas finalidades, e em perfeito estado de funcionamento;
d) Meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, dos
clientes, dos pacientes e dos circunstantes;
31
e) Métodos ou processos de tratamentos, de acordo com critérios científicos não
vedados por lei, e técnicas de utilização de equipamentos.
Além de registrar nos organismos definidos em cada País os seus títulos, os
profissionais de saúde devem cooperar com a autoridade sanitária em casos de
emergência.
Além disso, sujeitar-se-ão, no exercício de suas atividades, às regras do código de
ética profissional vigente e, inexistindo esse, às regras ditadas pela autoridade de
saúde, sem prejuízo das obrigações que, direta ou indiretamente, sejam impostas pela
lei de saúde e outras especiais.
32
Rosana Soibelmann Glock José Roberto Goldin
O que é Ética Profissional?
É extremamente importante saber diferenciar a Ética, da Moral e do Direito.
Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até
mesmo sobreposições.
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma
certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de
garantir o seu bem-viver. A moral independe das fronteiras geográficas e garante uma
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo
referencial moral comum.
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pela
fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns
autores afirmam que o direito é um sub-conjunto da moral. Esta perspectiva pode gerar
a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram
a existência de conflitos entre a moral e o direito, apesar de referirem-se a uma mesma
sociedade, podem ter perspectivas discordantes.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou
injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas
para as regras propostas pela moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – Moral e
direito – pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que
caracteriza a ética.
33
Ética Profissional: Quando se inicia esta reflexão?
Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve
iniciar bem antes da prática profissional.
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes já
deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao
escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente,
quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que
está preste ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e
habilidades referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a
reflexão, desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível
superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com
a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da
chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras
estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.
Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou
paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os
estudos ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da
responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa trabalhar
numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como
emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde não
pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que
temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.
Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o
dia e, á noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará pensando
sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua pratica atual.
ÉTICA PROFISSIONAL: Como é esta reflexão
Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito
incorporado ao dia-a-dia.
34
Por exemplo, uma pessoa pode perguntar sobre os deveres assumidos ao
aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo suas
responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como deve
fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.
Pode perguntar a si mesmo:
V Estou sendo um bom profissional?
V Estou agindo adequadamente?
V Realizo corretamente minha atividade?
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as
atividades que uma pessoa pode exercer.
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a
atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de
atividades que dependem do bom desempenho desta.
Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram
dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja
temporário.
Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo,
mas você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água
quando chover. Você pode atender num balcão de informações respondendo
estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever, mas
se você mostrar-se mais disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas
que você atende também serão assim com você, e seu dia será muito melhor.
Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que
você esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a
cada dia, seja qual for sua atividade profissional. E, se não surgir, outro trabalho,
certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você faz e sem perder, nunca, a
dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando, aprendendo,
experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades, aberto
35
a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer
uma grande diferença na sua realização profissional e pessoal. Isto tudo pode
acontecer com a reflexão incorporada a seu viver.
E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode
ter de ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus empregados, um
colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.
Ética Profissional E Relações Sociais
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água
da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado
para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos
internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a
limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude
ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza
o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo
que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do
que com os deveres profissionais, com as Pessoas.
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os
profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele
profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte
do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que,
independente de receber elogios, faz a coisa certa.
Ética Profissional e atividade voluntária
Outro conceito interessante de examinar é o de profissional, como aquele que é
regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce atividade
voluntária não seria profissional, e está é uma conceituação polêmica.
Em realidade, Voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática
Profissional não-remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em
beneficência, por um período determinado ou não.
36
Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que age,
na atividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo exercício
profissional se este fosse remunerado.
Seja esta atividade voluntária na mesma profissão da atividade remunerada ou em
outra área. Por exemplo: um engenheiro que faz a atividade voluntária de dar aulas de
matemática. Ele deve agir, ao dar estas aulas, como se esta fosse sua atividade mais
importante. E isto que aquelas crianças cheias de dúvidas em matemática esperam
dele.
Se a atividade é voluntária, foi sua opção realiza-la. Então, é eticamente adequado que
você a realize da mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida.
Ética Profissional: Pontos para sua reflexão
É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as
mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos
aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-
disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas,
confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento,
afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas,
responsabilidade corresponder à confiança que é depositada em você...
Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis
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Estamos apresentando o Código de Ética Profissional que serve de referência
para todo servidor público no exercício de usa profissão.
Quando existe ética no trabalho, existe confiança. A confiança permite a
agilização das tarefas e ganhos na produtividade. A instituição precisa de funcionários
que “vistam a camisa”, para que se comprometam a exercer uma função e a buscar
soluções para os problemas que surgem, respeitando os colegas de trabalho e as
normas da sociedade.
É preciso, acima de tudo, que cada um seja honesto consigo mesmo, aceitando
seus limites e valorizando seus potenciais.
LEI COMPLEMENTAR N° 112, DE 1º DE JULHO DE 2002 - D.O. 1º.07.02.
Autor: Poder Executivo
Institui o Código de Ética
Funcional do Servidor Público
Civil do Estado de Mato Grosso.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o
que dispõe o art. 45 da Constituição Estadual, sanciona a seguinte lei complementar:
CAPÍTULO I
Seção I Das Regras Deontológicas
Art. 1º Esta lei complementar institui o Código de Ética Funcional do
Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso.
38
Art. 2º O exercício de cargo efetivo ou em comissão, emprego público
ou função de confiança exige conduta compatível com os preceitos deste Código e com
os demais princípios da moral individual, social e funcional, em especial com os
seguintes:
I - a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício de cargo, emprego ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da
vocação do próprio Poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos
estaduais;
II - o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no artigo
37, caput, e § 4º, da Constituição Federal;
III - a moralidade da Administração Pública Estadual não se limita
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre
o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo;
IV - a remuneração do servidor público é custeada pelos tributos
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento
indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em
fator de legalidade;
V - o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que,
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como
seu maior patrimônio;
VI - a função pública integra-se na vida particular de cada servidor
público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional;
39
VII - salvo os casos de investigações policiais ou interesse
superior do Estado e da Administração Pública Estadual, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar;
VIII - toda pessoa tem direito à verdade. O servidor público não
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa
interessada ou da Administração Pública Estadual. O Estado de Mato Grosso não pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da
mentira, que sempre aniquila a dignidade humana;
IX - a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao
serviço público estadual caracterizam o esforço pela disciplina;
X - tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou
indiretamente significa causar-lhe dano moral;
XI - causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio
público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado de Mato Grosso, mas a todos os
homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e
seus esforços para construí-los;
XII - deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não
caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente
dano moral aos usuários dos serviços públicos estaduais;
XIII - o servidor público deve prestar toda a sua atenção às ordens
legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim,
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios
tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no
desempenho da função pública;
XIV - toda ausência injustificada do servidor público de seu local
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público estadual, o que quase sempre
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conduz à desordem nas relações humanas;
XV - o servidor público que trabalha em harmonia com a estrutura
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode
receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o
crescimento e o engrandecimento do Estado de Mato Grosso.
Seção II
Dos Deveres Fundamentais do Servidor Público
Art. 3º Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se
por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que
sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão
ou entidade do Poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado de Mato Grosso.
Art. 4º São deveres fundamentais do servidor público:
I - desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo efetivo ou em
comissão, emprego público ou função de confiança de que seja titular;
II - exercer suas atribuições, com rapidez, perfeição e rendimento,
pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos
serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao
usuário;
III - ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade
do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e
a mais vantajosa para o bem comum;
IV - jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
V - tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos
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estaduais, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;
VI - ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos estaduais;
VII - ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários dos serviços
públicos estaduais, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição, abstendo-se, dessa forma,
de causar-lhes dano moral;
VIII - ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o
Poder estatal;
IX - resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-
las;
X - zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
XI - ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o
sistema;
XII - comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer
ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
XIII - manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
XIV - participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem
comum;
exercício da função;
XV - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
XVI - manter-se atualizado com as instruções e normas de
serviço, bem como com a legislação pertinente ao órgão ou entidade onde exerce suas
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funções;
XVII - cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
instruções superiores, as tarefas de seu cargo, emprego ou função, tanto quanto
possível com critério, segurança e rapidez, mantendo sempre em boa ordem;
XVIII - facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por
quem de direito;
XIX - exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais
que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
interesses dos usuários dos serviços públicos estaduais e dos jurisdicionados
administrativos;
XX - abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as
formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
XXI - divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
sobre a existência deste Código de Ética Funcional, estimulando o seu integral
cumprimento.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
Art. 5º É vedado ao servidor público:
I - o uso do cargo, emprego ou função, bem como facilidades,
amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
para outrem;
II - prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores
públicos ou de cidadãos que deles dependam;
III - ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
IV - usar de artifícios para procrastinar o exercício regular de
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
V - deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
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alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
VI - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público ou com
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
VII - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou
para influenciar outro servidor público para o mesmo fim;
VIII - alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;
IX - iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos estaduais;
X - desviar servidor público para atendimento a interesse
particular;
XI - retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado,
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público estadual;
XII - fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito de
seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
XIII - apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele;
XIV - dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a
moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
XV - exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Art. 6º Em todos os órgãos e entidades do Poder Executivo, bem assim
nos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de Mato Grosso, deverá ser criada,
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através de portaria do respectivo Secretário de Estado ou do dirigente máximo da
entidade ou Poder, uma Comissão de Ética, integrada por 03 (três) servidores públicos
efetivos e respectivos suplentes, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
funcional do servidor público, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público
estadual, competindo-lhe conhecer concretamente de atos susceptíveis de advertência
ou censura ética.
Parágrafo único A portaria a que se refere o caput deverá ser
publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, com a indicação dos nomes dos
membros titulares e dos respectivos suplentes.
Art. 7º À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos
encarregados da execução do quadro de carreira, os registros sobre a conduta ética
dos servidores públicos, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos
os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.
Art. 8º O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao
preceituado neste Código será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício ou em
razão de denúncia fundamentada formulada por autoridade, servidor público, qualquer
cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente
constituídas.
de 05 (cinco) dias.
§ 1º O servidor público será oficiado para manifestar-se no prazo
§ 2º Os interessados, bem como a Comissão de Ética, de ofício,
poderão produzir provas documental e testemunhal.
§ 3º A Comissão de Ética poderá promover as diligências que
considerar necessária.
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§ 4º Concluídas as diligências mencionadas no parágrafo anterior,
a Comissão de Ética oficiará o servidor público para nova manifestação, no prazo de 03
(três) dias.
§ 5º Se a Comissão de Ética concluir que o servidor público
praticou ato em desrespeito ao preceituado neste Código, adotará uma das cominações
previstas no artigo posterior, com comunicação da decisão ao faltoso e ao seu superior
hierárquico.
Art. 9º A violação das normas estipuladas neste Código acarretará as
seguintes cominações:
I - advertência, aplicável aos servidores públicos no exercício do
cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de confiança;
II - censura ética, aplicável aos servidores públicos que já tiverem
deixado o cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de confiança.
Parágrafo único A cominação aplicada será transcrita na ficha
funcional do faltoso, por um período de 05 (cinco) anos, para todos os efeitos legais, em
especial para o disposto no art. 6º deste Código.
Art. 10 Sempre que a conduta do servidor público ou sua reincidência
ensejar a imposição de penalidade, deverá a Comissão de Ética encaminhar a sua
decisão à autoridade competente para instaurar o processo administrativo disciplinar,
nos termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Mato Grosso e,
cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o
servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da
própria Comissão, cabendo à autoridade acima citada o seu conhecimento e
providências.
Art. 11 As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato
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ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa
e, com a omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprio órgão ou
entidade, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de
formação da consciência ética na prestação de serviços públicos estaduais.
Parágrafo único Todo o expediente deverá ser remetido à
Secretaria de Estado de Administração, por translado, em se tratando de servidor do
Poder Executivo.
Art. 12 A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o
julgamento da falta ética do servidor publico ou do prestador de serviços contratado,
alegando a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos
costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões.
Art. 13 Em cada órgão e entidade do Poder Executivo, bem como nos
Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de Mato Grosso, em que qualquer cidadão
houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado,
perante a respectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e
observância das regras estabelecidas por este Código de Ética Funcional e de todos os
princípios éticos e morais estabelecidas pela tradição e pelos bons costumes.
publicação.
Art. 14 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
Art. 15 Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 1º de julho de 2002.
as) JOSÉ ROGÉRIO SALLES
Governador do Estado
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.Decreto 5924/2002 (Estabelece normas para a elaboração de atos
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SITE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, Comissão de Ética. Citação de referencias e
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Acessado em 10 de abril de 2004.