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Material didtico destinado sistematizao do contedo da disciplina Direito Civil IVI
Publicao no semestre 2014.1
no curso de Direito. Autor: Vital Borba de Arajo Jnior
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
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Dados de acordo com: AACR2, CDU e Cutter Biblioteca Central SESP / PB
C979e Arajo Jnior, Vital Borba de
Excludentes da Responsabilidada Civil/ Vital Borba de Arajo
Jnior. Cabedelo, PB: [s.n], 2014.1.
8 p.
Material didtico da disciplina Direito Civil IV Instituto de
Educao Superior da Paraba (IESP) - Curso de Direito, 2014.1.
1. Responsabilidae civil e excludentes. 2. Material didtico. I. Ttulo.
CDU 802.10(064)
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1. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
Como excludentes de responsabilidade civil devem ser
entendidas as circunstncias que, por atacar um dos elementos ou
pressupostos da responsabilidade civil, rompendo o nexo causal,
terminam por fulminar qualquer pretenso indenizatria.
So elas: o estado de necessidade, a legtima defesa, exerccio
regular de direito e estrito cumprimento de dever legal, o caso
fortuito e a fora maior, a culpa exclusiva da vtima e o fato de
terceiro.
a. Estado de Necessidade
Tem sua previso legal, no art. 188, incido II, do Cdigo Civil, in
verbis:
Art. 188. No constituem atos ilcitos: I - os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito reconhecido; II - a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Pargrafo nico. No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente quando as circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.
Consiste em uma situao de agresso a um direito alheio , de
valor jurdico igual ou inferior quele que se pretende proteger, para
remover perigo iminente, quando as circunstncias fticas no
autorizarem outra forma de atuao. Trata-se de coliso de
interesses tutelados.
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o caso do sujeito que desvia seu carro de uma criana, para
no atropel-la e acaba por atingir o muro de uma casa, causando
danos materiais.
Pela dico do nico do art. 188, do CC, o ser legtimo
somente quando as circunstncias o tornarem absolutamente
necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a
remoo do perigo.
Portanto, o agente, atuando em estado de necessidade tem o
dever de atuar nos estritos limites de sua necessidade, para remoo
da situao de perigo.
Difere da legtima defesa, por no ser uma situao de reao a
uma situao injusta, mas uma situao no sentido de subtrair um
direito do agente ou de outrem de uma situao de perigo concreto.
Frise-se que se o terceiro atingido, no for causador da situao
de perigo, poder exigir indenizao do agente que atuou em estado
de necessidade, cabendo a este, ao regressiva contra o verdadeiro
culpa ( o pai no exemplo anterior que abandonou o filho sozinho).
b. Legtima Defesa
Tem fundamento no art. 188, inciso I, primeira parte, do Cdigo
Civil:
Art. 188. No constituem atos ilcitos: I - os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito reconhecido; II - a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Pargrafo nico. No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente quando as circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.
Na legtima defesa o indivduo se encontra em situao atual ou
iminente, de injusta agresso, dirigida a si ou a terceiro., que no
obrigado a suportar.
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Pressupe a reao proporcional a uma injusta agresso, atual ou
iminente, utilizando-se moderadamente dos meios de defesa postos
disposio do ofendido.
Se o agente exercendo o seu mais ldimo direito de defesa, atinge
terceiro inocente, ter de indeniz-lo,
cabendo-lhe, no entanto, o direito de ao regressiva contra o
verdadeiro agressor (art. 929 e 930, CC):
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistir-lhes- direito indenizao do prejuzo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao regressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao lesado. Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
A legitima defesa putativa no isenta o seu autor da obrigao
de indenizar. Nessa hiptese, mesmo em face do prprio sujeito que
sofre a agresso, o agente agressor deve indenizar o dano.
A conduta continua sendo um ilcito civil, a despeito de o agressor
poder esquivar-se da reprimenda penal. H apenas o
reconhecimento deuma dirimente penal.
c. Exerccio Regular de Direito e Estrito cumprimento
de Dever Legal
A previso legal, est na segunda parte do inciso I, do art. 188, do
CC.
Portanto, no haver responsabilidade civil, se algum age no
exerccio regular de um direito reconhecido.
Tal hiptese ocorre quando se empreende alguma atividade
desportiva como futebol, boxe, em que podem surgir agresso
integridade fsica de terceiros, que so admitidas, desde que no
haja excesso.
Se o agente extrapola os limites racionais do ldimo exerccio de
seu direito, ocorre o abuso de direito. O abuso de direito o
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contraponto de seu regular exerccio. Ex: empregada domstica
suspeita de furto que trancada no apartamento. Na sequencia, o
prdio desaba.
Em relao responsabilidade civil por abuso de direito, o
Conselho da Justia Federal editou o Enunciado n 37, sobre o art.
187, do CC: a responsabilidade civil decorrente do abuso de direito
independe de culpa e fundamenta-se somente no critrio objetivo-
finalstico. Isto , trata-se de responsabilidade objetiva.
Na mesma esteira encontra-se o estrito cumprimento de dever
legal, posto que est contido no conceito de exerccio regular de
direito, eis que, atua no exerccio regular de direito aquele que
pratica um ato no estrito cumprimento de dever legal. Ex: agente de
polcia que arromba uma residncia para cumprimento de ordem
judicial.
d. Caso Fortuito e Fora Maior
O Cdigo Civil condensou o significado das expresses em
preceptivo nico, consoante se depreende da leitura do art. 393:
Art. 393. O devedor no responde pelos prejuzos resultantes de caso fortuito ou fora maior, se expressamente no se houver por eles responsabilizado. Pargrafo nico. O caso fortuito ou de fora maior verifica-se no fato necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar ou impedir.
Tecnicamente, a doutrina e a jurisprudncia tentam estabelecer
diferenas entre as duas figuras.
Assim, a fora maior tem por caracterstica bsica a sua
inevitabilidade, mesmo sendo a sua causa conhecida e, at,
previsvel. Ex: terremoto, chuvas de janeiro nas grandes cidades. H
quem associe o conceito de fora maior a um evento protagonizado
pela natureza, ausente, portanto, o elemento volitivo, isto a vontade
humana.
J o conceito de caso fortuito est intrinsecamente ligado
imprevisibilidade do ato e, alguns autores associam a sua produo a
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uma conduta humana. Ex: greve que impede entrega do produto;
atropelamento ou roubo que impede cumprimento de obrigao, etc.
e. Culpa Exclusiva da Vtima.
A exclusiva atuao culposa da vtima tem o condo de romper o
nexo de causalidade, eximindo o agente da responsabilidade civil.
Ex; pessoa que se lana na frente de um automvel em movimento
para prtica de suicdio.
Somente se houver atuao exclusiva da vtima haver a referida
excludente de responsabilidade. Havendo culpas concorrentes, a
indenizao deve ser mitigada, na proporo da atuao de cada
sujeito.
f. Fato de Terceiro
A princpio, desde que haja a atuao causal de um terceiro, sem
que se possa imputar participao causal do autor do dano, o elo de
causalidade resta rompido, excluindo-se, portanto, o dever de
indenizar. Ex: automvel fusca ultrapassando pelo lado esquerdo da
pista, um caminho, e o motorista deste, imprudentemente o
arremessa para fora da pista, vindo o fusca a atropelar um pedestre.
O dever de indenizar, no exemplo, incumbe ao motorista do
caminho, ou seu dono. Perceba-se que, no caso, o veculo foi
utilizado, apenas como mero instrumento na cadeia causal dos
acontecimentos.
g. Clusula de No Indenizar
Tem cabimento apenas na responsabilidade civil contratual.
Trata-se de conveno, pela qual, as partes excluem o dever de
indenizar, no caso de inadimplemento de obrigao.
Essa clusula no pode violar princpios superiores de ordem
pblica.
Apesar de no ser vedada pelo Cdigo Civil, a sua aplicabilidade
est limitada e condicionada a alguns parmetros como igualdade
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entre estipulantes e no-infringncia de superiores preceitos de
ordem pblica.
Assim, por exemplo, o CDC estatui em seu art. 25 a vedao de
clusula que impossibilite , exonere ou atenue a responsabilidade
civil do fornecedor.
Art. 25. vedada