Fernando Pessoa Ortónimo e Heterónimos
FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa;
13 de Junho de 1888 —30 de Novembro de 1935
Poeta, escritor e tradutor;
Solitário
Muito retraído
Pouca vida amorosa/social
Bem sucedido
Caraterísticas Temáticas
Identidade perdida
Nostalgia da infância
Dor de viver
Dor de pensar
Ironia
Caraterísticas Temáticas
Tentativa de superação da dor através de:
Evocação da infância;
Refúgio no sonho;
Ocultismo (correspondência entre o visível e o invisível);
Criação dos heterónimos
Fernando Pessoa – O que me dói não é
O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão...
São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Analise interna
O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão...
São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Ausência
Refugio no sonho
Ocultismo
Analise externa
O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão...
São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Qua
dra
Qua
dra
Qua
dra
Cruzada
Cruzada
Cruzada
Redondilha menor
ALBERTO CAEIRO
Caraterísticas Temáticas
Objectivismo Sensacionismo
Anti-metafísico Panteísmo Naturalista
Caraterísticas estilísticas
Discurso em verso livre; Ausência de preocupações estilísticas; Indisciplina formal e ritmo lento mas
espontâneo; Vocabulário simples e familiar; Número reduzido de vocábulos e de classes de
palavras; Pouca adjectivação, predomínio de substantivos
concretos, uso de verbos no presente do indicativo ou no gerúndio;
Frases predominantemente coordenadas; Uso de paralelismos de construção, de
comparações simples;
Alberto Caeiro – Guardador de Rebanhos
O que nós vemos das cousas são as cousas. Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra? Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê Nem ver quando se pensa. Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!), Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender E uma sequestração na liberdade daquele convento De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas E as flores as penitentes convictas de um só dia, Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas Nem as flores senão flores, Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
RICARDO REIS
Caraterísticas Temáticas
É um poeta clássico e romântico, da serenidade epicurista
Tem crença nos deuses enquanto as nossas emoções e sentimentos
Estoicista
Caraterísticas Temáticas
A filosofia do poeta é de um epicurismo triste
Ataraxista (tranquilidade capaz de evitar a perturbação)
Carpe Diem
Caraterísticas Temáticas
Ricardo Reis acredita que a felicidade e a tranquilidade não é 100% alcançável
Tem um ideal ético de apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade.
É um poeta Inexorável
Ricardo Reis – Amor o que vejo
Amo o que vejo porque deixarei Qualquer dia de o ver. Amo-o também porque é.
No plácido intervalo em que me sinto, Do amar, mais que ser, Amo o haver tudo e a mim.
Melhor me não dariam, se voltassem, Os primitivos deuses, Que também, nada sabem.
Ricardo Reis, in "Odes" (Inédito)
Análise Externa
Divisão Métrica
A/mo/ o /que/ ve/jo/ por/que/ dei/xa/rei (Decassílabo)
Estrofes
Tem três estrofes, cada estrofe composta por três versos chamando-
as de Terceto.
Rimas
Este poema é composto por versos soltos e por uma rima
interpolada (“(…) dia de o ver,/(…)mais que ser,”)
Análise Externa
Recursos Estilísticos
Eufemismo (“Amo o que vejo porque deixarei/Qualquer dia de o ver.”)
Hipérbato (“Melhor não me dariam (…)”)
Hipérbole (“(…) amo o haver tudo e a mim.”)
Perífrase (“No plácido intervalo em que me sinto, (…)”)
Análise Interna
O poema tem como principais características:
Efemeridade da vida
A inevitabilidade da morte e por sua vez a sua aceitação calma e serena da ordem das coisas
ÁLVARO DE CAMPOS
Nasceu a 15 de Outubro de 1890, em Tavira, por volta das 13:30;
Altura: 1,75m;
Magro;
Cabelo liso pertado ao lado;
Cara tapada, tipo judeu português;
Educação vulgar de Liceu;
Extremo oposto a Ricardo Reis.
Biografia
Caraterísticas Temáticas
Fase decadentista Fase futurista/sensacionista
Fase intimista e pessoa
Fase decadentista
Fase de tédio, da abulia e do cansaço
Procura de novas sensações
“É antes do ópio que a minh'alma é doente. Sentir a vida convalesce e estiola E eu vou buscar ao ópio que consola Um Oriente ao oriente do Oriente. “
Opiário
Fase futurista/sensacionista
Atração pelas máquinas, pelo progresso e pela vida moderna
Sensações provocadas por esta atração
Angústia existencial
Fase futurista/sensacionista
“...
Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas,
E ser levado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!”
Ode Triunfal
Fase intimista e pessoa
Apatia, melancólica e abulia, angustia, tédio, cansaçoEncontro com Pessoa ortónimo
Nostalgia da infância
Dor de pensar
Fragmentação do eu
Angústia existencial
Fase intimista e pessoa
“NÃO: Não quero nada. Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. “
Lisbon Revisited (1923)
Álvaro De campos – Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De os ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excessoDe expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!
Ode triunfal
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical -Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força -Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.Porque o presente é todo o passado e todo o futuroE há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricasSó porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século
cem,Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por
estes volantes,Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando,Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ode triunfal
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!Ser completo como uma máquina!Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passentoA todos os perfumes de óleos e calores e carvõesDesta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Analise externa e interna
Qua
dra
Rim
a brancaBárbaro
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De os ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excessoDe expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!
Analise externa e internaN
ona
RimaCruzada
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical -Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força -Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.Porque o presente é todo o passado e todo o futuroE há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricasSó porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do
século cem,Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e
por estes volantes,Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferrejando,Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à
alma.
Analise externa e interna
Irre
gula
r
RimaEmparelhada
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!Ser completo como uma máquina!Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passentoA todos os perfumes de óleos e calores e carvõesDesta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
Analise externa e interna
Séti
ma
(red
ondi
lha
mai
or)
RimaEmparelhada
FIM