Download pdf - FM-Peru _Março 2011_

Transcript
Page 1: FM-Peru _Março 2011_

Mercados

informação global

Peru Ficha de Mercado Março 2011

Page 2: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

2

Índice

1. O País em Ficha 03

2. Economia 04

2.1. Situação económica e Perspectivas 04

2.2. Comércio Internacional 08

2.3. Investimento 10

2.4. Turismo 11

3. Relações Económicas com Portugal 13

3.1. Comércio 13

3.2.Serviços 18

3.3. Investimento 18

3.4 Turismo 18

4. Relações Internacionais e Regionais 18

5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 20

5.1. Regime Geral de Importação 20

5.2. Regime de Investimento Estrangeiro 22

5.3. Quadro Legal 24

6. Informações Úteis 25

7. Endereços Diversos 27

8. Fontes de Informação 30

8.1. Informação Online aicep Portugal Global 30

8.2. Endereços de Internet 31

Page 3: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

3

1. O País em Ficha

Área: 1.285.216 Km2

População: 29,8 milhões de habitantes (estimativa 2011)

Densidade populacional: 23,2 habitantes / km2

Designação oficial: República do Peru

Forma de Governo: República Constitucional

Chefe de Estado e do Governo: Alan García Pérez (desde 28 de Julho de 2006, eleito por 5 anos).

Próximas eleições em 10 de Abril de 2011

Data da actual Constituição: Promulgada em 29 de Dezembro de 1993 (em processo de revisão)

Principais partidos políticos: Governo: Partido Aprista Peruano (PAP ou APRA). Oposição: Unión por

El Perú (UPP); Unidad Nacional (UN); Partido Nacionalista Peruano (PNP);

Alianza por el Futuro (AF)

Capital: Lima (7,6 milhões de habitantes)

Outras cidades importantes: Cusco; Piura; Arequipa; La Libertad; Junín; Cajamarca; Lambayeque;

Puno; Áncash

Religião: A maioria da população é Católica (81,3%), mas existe total liberdade de

culto para as minorias étnicas

Língua: O Castelhano (80%), o Quechua (16,2%) e o Aymara são as línguas oficiais

Unidade monetária: Novo Sol (PEN)

1 EUR = 3,7478 PEN

1 USD = 2,6860 PEN

OANDA – 14 de Março 2011

Risco país: Risco político – BB

Risco de estrutura económica – BBB

(AAA = risco menor; D = risco maior)

“Ranking” em negócios: Índice 6,40 (10 = máximo)

“Ranking” geral: 45 (entre 82 países)

(EIU – 08 Março 2011)

Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Janeiro 2011 - http://cgf.cosec.pt)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 33,2% (2010)

Imp. / PIB = 16,0% (2010)

Imp. / Imp. Mundial = 0,17% (2009)

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU): Country Report – Fevereiro 2011; ViewsWire – 08 Março 2011

Banco de Portugal / OANDA

COSEC; OMC; Instituto Nacional Estadística e Informática (INEI)

CIA – The World Factbook

Page 4: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

4

2. Economia

2.1. Situação Económica e Perspectivas

O Peru é o 5º país mais populoso da América Latina (depois do Brasil, México, Colômbia e Argentina),

país onde as migrações rurais têm aumentado fortemente a população urbana (de 35,4% em 1940,

estimando-se para 74,6% presentemente).

Com o desenvolvimento económico, um melhor acesso à educação e as migrações em larga escala, das

zonas rurais para as zonas urbanas, desenvolve-se uma cultura nacional com menores desigualdades,

principalmente ao longo da costa, zona também mais próspera. Contudo, existem regiões geográficas

bastante diferenciadas, que evidenciam grandes diferenças socioeconómicas, essencialmente entre a

cultura daqueles que habitam na costa e as culturas andinas (mais diversificadas), tradicionais das

montanhas e terras altas.

A economia deste país baseia-se em importantes fontes naturais: na exploração de minérios,

essencialmente a prata, o zinco, o estanho, o cobre e o ouro (o Peru está considerado dentro dos 5

principais países produtores mundiais) e o petróleo. Beneficia, igualmente, de uma posição sectorial

favorável, principalmente na agricultura e na indústria agro-alimentar. Destacam-se a cana-de-açúcar, o

açúcar, o algodão, o café e o trigo. A agricultura é de subsistência e à base de milho e batata. No litoral

desenvolve-se a actividade pesqueira, sendo o Peru um dos maiores produtores mundiais. Também

merece referência a indústria têxtil/vestuário, face às facilidades aduaneiras acordadas com os EUA.

Com cerca de metade da população a viver em situação de pobreza, o presidente Alan Garcia, reeleito

em Julho de 2006, e a poucos dias de novas eleições (Abril de 2011), na implementação das suas

políticas tinha como objectivo uma maior expansão para o sector da construção, sector mineiro, do

investimento privado, das exportações e do consumo privado, além da implementação de várias políticas

sociais, no sentido da redução das desigualdades.

O Economist Intelligence Unit (EIU) refere que o crescimento de PIB foi consequência da expansão da

procura interna e do investimento. A continuação de elevados índices de crescimento destes factores –

evidenciando, no seu conjunto, uma grande procura de bens alimentares, de bebidas, de produtos

químicos, maquinaria e equipamentos – os altos preços dos minerais e dos metais e uma política

agressiva, por parte do Governo, na liberalização de estratégias comerciais, foram os grandes

responsáveis pelo crescimento do PIB em 2008 (9,8%). Refira-se que o substancial consumo privado

resultou do crescimento do emprego na construção (programa de construção de casas de baixo custo) e

na orientação para as exportações de várias indústrias, que proporcionaram elevadas receitas,

objectivos do Governo já atrás referidos. Mas em 2009 o PIB caiu para menos de 1%, perante a crise

económica e financeira que prosperou internacionalmente, visível na descida dos preços das

exportações das commodities e na grande quebra do investimento (neste caso superior à inicialmente

prevista).

Page 5: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

5

Os acréscimos do PIB esperados para os anos seguintes relacionam-se com a recuperação do consumo

privado e o aumento das exportações, embora em 2011 sofra alguma quebra, devido à prevista

deterioração das condições externas e algumas incertezas sobre o próximo acto eleitoral (Abril 2011).

A economia peruana encerrou em 2010 com um crescimento anual de 8,78%, após o registo em

Dezembro, de um crescimento de 8,93% face ao mesmo mês do ano anterior. O resultado de 2010

mostra uma recuperação total do impacto da crise internacional financeira, na economia peruana, ao que

não foi alheia a produção nacional que cresceu apenas 1,02% em 2009, depois de 12 anos consecutivos

de expansão.

O sector produtivo mais importante em 2010 foi o da indústria manufacturada que, depois da redução de

6,93%, em 2009, teve uma taxa de crescimento anual de 13,64% (a maior taxa de crescimento dos

últimos 16 anos – 16,64% em 1994). Este é o resultado de um maior dinamismo da produção

manufacturada não primária (de maior valor acrescentado), que cresceu 16,88%, pelo incremento da

produção de bens de consumo (15,12%), de bens intermédios (18,28%) e de bens de capital (56,40%) e

atenuada pelo resultado do sector primário (-2,32%).

O outro sector com forte crescimento em 2010 é a construção, com um crescimento de 17,44%, o que

confirma o boom imobiliário e a expansão das obras de infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento

do país.

Em contrapartida, os sectores que caíram em 2010 foram o mineiro e o do petróleo (-0,81%) e o sector

das pescas (-16,63%).

O crescimento em 2010 de 8,78% está associado à recuperação tanto da procura interna como externa.

A evolução favorável da procura interna em 2010 reflecte-se no aumento de vendas de commodities

(8,67%); de veículos ligeiros (51,43%; e das importações de bens de consumo em 36,0%. Além disso,

observamos um aumento do investimento na construção em 17,44% e na importação de bens de capital

e de materiais de construção em 31,2%. O aumento da procura externa reflecte-se nos maiores valores

de exportação a preços constantes (4,5%), especialmente os não-tradicionais (14,8%), produtos agro-

-pecuários, de pesca, metalúrgicos, siderúrgicos e minerais não-metálicos. Na área de produtos

tradicionais cresceram: a cana-de-açúcar, o café, o cobre, o ferro, o chumbo, o zinco, o petróleo e o gás

natural.

Para os anos seguintes espera-se uma significativa recuperação nos sectores primários, na actividade

agrícola e pesqueira, assim como também no sector mineiro, este relacionado com aumentos de

produção do cobre, associado ao aumento de produção de algumas minas e/ou entrada em produção de

outras. Espera-se uma estabilização no crescimento destes sectores, por volta dos 6%, embora o sector

da construção possa alcançar 12%, o que está de acordo com o elevado ritmo de crescimento do

investimento privado.

Page 6: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

6

A taxa de inflação de 5,8% em 2008, devido aos aumento dos preços do petróleo e dos bens

alimentares, sendo que 2009 imediatamente espelhou as baixas que se registaram nos preços destes

produtos. Atinge o seu mínimo em 2010 (1,6%), ano a partir do qual voltará a subir, muito devido à

combinação entre a procura interna e a um aumento do preço do petróleo, aumento este devido a dois

factores: subida do preço internacional e uma outra subida adicional, esta devido a uma redução de

subsídios por parte do Governo. Contudo, a política do Banco Central traduzida numa robusta taxa de

câmbio, auxiliará a que a inflação possa ser mais controlada e apresente em 2012 uma taxa muito

próxima, mas ligeiramente mais baixa, face à de 2011.

Relativamente ao comércio externo, refira-se os acordos comerciais que o Peru vem assinando, desde

2006, com os EUA, Canadá, Singapura e China, bem como o concluir das negociações com a EU e o

início de conversações, principalmente, com a Rep. da Coreia e o Japão. O Trade Promotion Agreement

(PTPA), acordo bilateral de livre comércio entre o Peru e os EUA, que entrou em fase de

desenvolvimento em Fevereiro de 2009, proporcionou um maior nível de comércio e de investimento,

entre ambos os países. Recorde-se que quando o Peru se tornou membro da APEC (Asia-Pacific

Economic Cooperation), as relações económicas entre o Peru e os países asiáticos ficaram bastante

mais facilitadas.

Em 2010, um acordo de livre comércio (FTA) com a China entrou em vigor; sendo que os maiores

benefícios para o Peru recaem sobre as exportações de produtos não tradicionais, assim como a

possibilidade de novos investimentos (o sector mineiro, a indústria florestal, a agricultura e a pesca são

áreas onde se esperam maiores frutos).

Page 7: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

7

Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2008a 2009a 2010b 2011c 2012c 2013c

População Milhões 29,2 29,6b 30,0 30,4 30,8 31,2

PIB a preços de mercado 109 PEN 372,6 381,7 441,5 472,0 500,8 533,3

PIB a preços de mercado 109USD 127,4 126,7 156,4 170,9 184,6 193,7

PIB per capita USD 4.371 4.288b 5.220 5.627 5.999 6.214

Crescimento real do PIB % 9,8 0,9 8,7 5,1 5,2 5,4

Consumo privado Var. % 8,7 2,4 5,6 4,9 5,7 5,1

Consumo público Var. % 2,1 16,5 9,6 6,5 6,0 6,8

Formação bruta de capital fixo Var. % 25,0 -20,9 32,3 8,0 7,5 7,1

Taxa de desemprego % 8,1 8,1 7,7 7,9 7,2 6,8

Taxa de inflação % 5,8 2,9 1,6 2,1 2,7 3,0

Dívida externa % do PIB 22,4 24,5b 24,6 24,3 23,7 24,2

Dívida externa 109 USD 28,6 31,1b 38,4 41,5 43,7 46,9

Balança corrente 106 USD -4.212 246 -2.762 -2.919 -4.276 -5.530

Balança corrente % PIB -3,3 0,2 -1,8 -1,7 -2,3 -2,9

Taxa de câmbio (média) 1 USD= XPEN 2,92 3,01 2,86 2,76 2,71 2,75

Taxa de câmbio (média) 1 EUR= XPEN 4,30 4,20 3,74 3,45 3,26 3,25

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU); ViewsWire – 08 Março 2011

Notas: a) valores efectivos

b) estimativas

c) previsões

PEN – moeda local Novo Sol

O crescimento do investimento, que desde 2005 foi uma das maiores contribuições do PIB, abrandou em

2008, atingindo o seu pico mais baixo em 2009. Espera-se que em 2010 o investimento privado cresça

de novo, bastante motivado por oportunidades no importante sector mineiro, nos hidrocarbonetos, nas

infra-estruturas e no sector do retalho. O investimento público permanecerá firme até meados de 2011,

devido às obras públicas em acção, não obstante a implementação de uma reforma gradual dos

respectivos estímulos, a implementar no referido período.

Por último, se os indicadores da actividade económica interna mostram uma recuperação substancial,

que evidenciam a necessidade de menores apoios financeiros, no âmbito da recuperação externa as

diferentes economias ainda apresentam alguns riscos. Não obstante, o Peru é um país de forte

interesse, dado manter como atractivo a possibilidade de exploração no sector mineiro, além de ser um

dos países com maior potencial de consumo, na zona onde se insere.

Page 8: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

8

2.2. Comércio Internacional

No período entre 2006-2010, a balança comercial do Peru apresenta saldos positivos, com ambos os

fluxos a crescerem no período de 2006 a 2008 (32,4% e 90,6%), para regredirem em 2009 (-14,6% e

-26,1%) e voltarem a subir de forma significativa em 2010 (30,0% e 42,9%), respectivamente, nas

exportações e nas importações. No período em análise assistiu-se a uma taxa média de crescimento de

44,5% nas exportações e de 93,2% nas importações, especialmente motivado pelos preços crescentes

das commodities e dos minerais. Contudo e em paralelo, os gastos com as importações aceleraram,

dominados pelo grande crescimento das importações de bens de capital, para uso na agricultura e no

sector dos transportes.

A evolução de retrocesso, de 2008-2009, deveu-se à crise económica e financeira que se fez sentir

globalmente, situação que também se repercutiu no Peru.

Evolução da balança comercial

(109USD) 2006 2007 2008 2009 2010a

Exportação fob 23,8 27,9 31,5 26,9 34,7

Importação fob 14,9 19,6 28,4 21,0 30,0

Saldo 8,9 8,3 3,1 5,9 4,7

Coeficiente de cobertura (%) 159,7 142,3 110,9 128,1 115,7

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 58ª 59ª 61ª 58ª nd

Como importador 68ª 67ª 65ª 65ª nd

Fontes: EIU, OMC

Nota: nd – não disponível

Segundo fonte local (Banco Central de Reserva del Peru), o saldo da balança comercial em 2010 não

terá a dimensão inicialmente prevista, devido a um maior incremento das importações, de acordo com o

crescente dinamismo da actividade económica; há uma aceleração nas importações de bens e serviços,

tendo em conta o cenário de recuperação do ritmo de crescimento do PIB, particularmente no caso do

investimento privado. Esta fonte indica também um acréscimo por parte da procura externa, provocando

um aumento nas exportações de produtos não tradicionais, assim como preços mais elevados relativos

aos produtos tradicionais.

Os vários acordos de comércio assinados com um conjunto de países e o acordo com os EUA, já atrás

referidos, fazem prever uma evolução muito positiva do comércio externo do Peru, além de que uma boa

performance das exportações do sector mineiro, dos produtos agrícolas e de produtos industriais, indicia

que o Peru continue a apresentar um excesso da sua balança comercial.

Page 9: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

9

Prevê-se que o excedente da balança comercial se reduza de 2011 para 2012, principalmente devido a

elevadas importações de bens de capital, relacionadas com projectos de investimento na construção que

ocorrerão neste período. De destacar que, caso esta previsão se torne realidade, a economia peruana

registará 11 anos consecutivos de excedentes comerciais.

No entanto, se atendermos às estatísticas do EIU, a evolução das exportações de 2010-2012 crescem

30,6% e as importações 25,0%.

No que se refere à evolução dos principais clientes do Peru, no período 2007-2009, os EUA manteve-se

na posição de 1º cliente, embora com quebras nas respectivas quotas de mercado. Os três primeiros

clientes em 2007, coincide com os de 2009, embora em 2008 se tenha verificado uma alteração nas

posições dos 4º e 5ª clientes, em que o Canadá relegou para a 5ª posição o Japão, situação que se

manteve em 2009. Cabe destacar as quotas de mercado crescentes, por parte da China e da Suíça.

Principais Clientes

2007 2008 2009 Mercado

quota posição quota posição quota posição

EUA 19,4% 1ª 18,7% 1ª 17,2% 1ª

CHINA 10,9% 2ª 11,9% 2ª 15,3% 2ª

SUIÇA 8,4% 3ª 10,9% 3ª 14,8% 3ª

CANADÁ 6,6% 5ª 6,2% 4ª 8,6% 4ª

JAPÃO 7,8% 4ª 5,9% 5ª 5,1% 5ª

Fonte: ITC – International Trade Centre

Segundo o Banco Mundial (2009), a China é a terceira economia mundial, em resultado, essencialmente,

de um acelerado crescimento e de uma maior abertura ao mundo. E para a América Latina, é uma

grande oportunidade. As trocas comerciais entre a China e a América Latina crescem, ano após ano.

Considera-se que grande parte do crescimento desta região depende da sua relação com a China, pela

elevada procura de matérias-primas por parte deste país, que está, basicamente, a assegurar o seu

fornecimento, quer em África, quer na América Latina. Mas não se pode esperar que o ciclo económico

positivo da China seja permanente e mantenha este ritmo de crescimento. No entanto, se for o caso

deste cenário se inverter, as instituições da América Latina deverão estar preparadas com parceiros

alternativos.

Entre 2007 e 2009, no que aos fornecedores diz respeito, os EUA também nesta vertente continua a

posicionar-se em 1º lugar, com uma quota de mercado oscilante; de novo a China, que tendo sido em

2007 o 11º fornecedor com uma quota de mercado de 2,3%, em 2008 subiu ao segundo lugar, mantendo

a mesma posição em 2009, com quotas, respectivamente de 13,6% e de 14,9%. O Brasil que em 2007

ocupou a 4ª posição, a partir deste ano subiu para o teceiro lugar, com quotas, respectivamente de 8,1%

e de 7,7%. O Equador que subiu da 15ª posição em 2007; para a 4ª posição no ano seguinte, onde se

manteve em 2009 e, por último o Japão que tem vindo a subir gradualmente.

Page 10: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

10

Principais Fornecedores

2007 2008 2009 Mercado

quota posição quota posição quota posição

EUA 33,0% 1º 18,9% 1ª 19,8% 1ª

CHINA 2,3% 11ª 13,6% 2ª 14,9% 2ª

BRASIL 6,0% 4º 8,1% 3ª 7,7% 3ª

EQUADOR 0,1% 15º 5,9% 4ª 4,7% 4ª

JAPÃO 2,7% 9º 4,3% 6ª 4,3% 5ª

Fonte: ITC – International Trade Centre

Os principais produtos transaccionados em 2009 (últimos dados disponíveis) coincidem com as

características económicas que o país atravessava na altura: se do lado das exportações temos um

elevado peso dos minérios, do lado das importações temos os bens industriais e os combustíveis.

Contudo, um aspecto que se evidencia nas exportações peruanas é a sua diversificação, abrangendo

produtos minerais, agrícolas, da pesca, hidrocarbonetos e diversos produtos industriais, muito embora

vários destes não atinjam valores que os coloquem nos primeiros lugares do respectivo ranking.

Principais Produtos Transaccionados – 2009

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Minérios, escórias e cinzas 25,3 Caldeiras, maquinaria, reactores nucleares, etc 16,1

Pérolas, pedras preciosas, metais, etc. 26,3 Combustíveis minerais, óleos, prod. destilados 14,1

Cobre e seus produtos 8,3 Máquinas, aparelhos e materiais eléctricos, etc 9,6

Fonte: ITC – International Trade Centre

2.3. Investimento

Como se pode verificar pelos dados publicados pela UNCTAD, o Peru não se encontra entre os

principais mercados receptores e emissores mundiais de investimento, ocupando posições modestas em

ambos os fluxos.

Investimento Directo

( 106 USD) 2005 2006 2007 2008 2009

Investimento estrangeiro no Peru 2.579 3.467 5.491 6.924 4.760

Investimento do Peru no estrangeiro 174 428 66 736 396

Posição no “ranking” mundial

Como receptor 50ª 55ª 51ª 43ª 47ª

Como emissor 88ª 90ª 74ª 56ª 60ª

Fonte: World Investment Report 2010

Page 11: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

11

Os valores do IDE aplicados no Peru, entre 2005 e 2009 mostram uma tendência crescente até 2008,

retraindo-se em 2009 em 31,3% e 46,2%, respectivamente para os fluxos de entrada de investimento e

de saída de investimento.

Ainda segundo a UNCTAD, as condições económicas favoráveis que o país vem atravessando e que se

perspectivam para os próximos anos, têm grande sustentação na divulgação de importantes projectos de

investimento, acompanhando as elevadas expectativas do consumo interno. Ou seja, o investimento

privado está muito dependente da execução de projectos e das expectativas favoráveis da evolução da

economia do Peru, após o período de retracção económica porque o país passou e de desaceleração

económica mundial.

Ultimamente, os investimentos estiveram fortemente ligados a processos de fusões e de aquisições no

país, o que implicou a entrada de novos investidores (ProInversión – Ag. de Promoción de la Inversión

Privada – Peru).

Segundo esta mesma fonte, destacam-se como sectores prioritários: agronegócios, florestal, pesca e

aquacultura, mineiro, fibras e têxteis, turismo, serviços (a globalização, as novas tecnologias e as novas

formas de comércio contribuem para o acréscimo e variedade de serviços de que se passam a dispor,

com especiais vantagens para a atracção do investimento, destacando-se os subsectores em pleno

desenvolvimento: os contact centers e o desenvolvimento de software e infra-estruturas (a carência de

infra-estruturas de vária ordem, tornam esta área de vital importância em termos de IDE). Além da

diversificação sectorial há também a referir a diversificação geográfica, fora de Lima (Piura, La Libertad,

Arequipa, Chimbote, Juliaca e Cusco, entre outros).

O sector mineiro concentra a maior parte de stock de IDE (21%), seguindo-se o sector das

comunicações, o sector industrial, o financeiro e o energético (grande potencial hidroeléctrico).

A Espanha e o Reino Unido são os principais investidores no Peru, responsáveis por 57,5% do stock de

IDE, conquanto os 10 principais países emissores de investimento (ou seja, juntando os EUA, Holanda,

Chile, Panamá, Colômbia, Brasil, México e Singapura), originaram em 2009 cerca de 87,8% do

investimento acumulado.

Para finalizar uma simples referência à irrelevância actual dos valores do investimento do Peru, no

estrangeiro.

2.4. Turismo

Pela sua localização estratégica, o Peru é um destino privilegiado para o turismo e um dos mais

atractivos sectores de investimento. No seu conjunto, podemos concluir a existência de uma verdadeira

miscelânea de diferentes culturas que convivem, conseguindo com o seu esforço, a esperança de um

futuro melhor.

Page 12: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

12

A indústria do turismo representa uma parte significativa da economia peruana. Pela sua localização

estratégica, o Peru é um destino privilegiado para o turismo. Herdeiro de culturas milenárias e de uma

rica tradição colonial, o Peru é também um lugar mágico num continente com mais de 300 milhões de

habitantes, onde alberga uma das maiores biodiversidades do planeta: turismo urbano, história

(associação à civilização Inca), cultura, natureza, aventura, cultura viva, sol e praia são os principais

motivos que atraem o turista ao Peru.

As planícies costeiras ocidentais (conhecidas como Costa) estão separadas pelas terras baixas orientais

cobertas pela selva da bacia do Amazonas (a Selva) e pelas altas e escarpadas montanhas dos Andes

(a Sierra). Na fronteira com a Bolívia situa-se o lago Titicaca, o lago navegável de maior altitude do

mundo, a 3 821 m. Do ponto de vista ecológico, o Peru dispõe de mais de 50.000 espécies de plantas

diferentes.

A UNESCO declarou no Peru 10 lugares como Património Cultural e Natural da Humanidade, onde se

destacam, entre vários outros e sem pretensão de hierarquizar, a cidade de Cusco, o santuário de

Machu Picchu, a zona arqueológica de Chan Chan e o centro histórico de Lima. A título de exemplo

refira-se que entre 1997-2007 os turistas estrangeiros que visitaram o santuário de Machu Picchu

tiveram um crescimento de perto de 200%.

Em 2007, cerca de 100 milhões de pessoas votaram na escolha das Sete Novas Maravilhas do Mundo

feitas pelo homem. Machu Picchu foi seleccionada e hoje é considerada uma das Sete Maravilhas do

Mundo Moderno.

De acordo com dados publicados pela OMT – Organização Mundial do Turismo, as entradas de turistas

na América do Sul recuperaram a partir de 2003, depois de nos anos de 2001 e 2002 terem sido

afectadas pela situação geopolítica. Entre 2005 e 2009 o Peru registou uma evolução sempre crescente,

com o número de turistas a apresentarem um aumento de 44,0%, com as respectivas receitas a

crescerem 56,4%.

Seguiu-se um período de crise internacional, que na área do turismo não fustigou esta zona. A América

do Sul é a única região do continente americano (e a única região mundial, excepto África), na qual as

chegadas de turistas, ao longo de 2009, não sofreram quebras significativas, o que não quer dizer que

não se tenham registado decréscimos, muito particularmente nos meses de Julho e de Agosto. A boa

recuperação económica que se tem feito sentir nos países desta região, é propensa para que não

existam grandes restrições na área do turismo, mais particularmente nas viagens de médio curso, ou

seja, nos países de proximidade geográfica.

Page 13: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

13

Indicadores do Turismo

2005 2006 2007 2008 2009

Turistas (103) 1.486 1.635 1.916 2.058 2.140

Receitas (103 ) 1.308 1.381 1.723 1.991 2.046

Fonte: WTO – World Tourism Organisation 2011

Nota: Valor – USD

O PromPerú indica-nos quais os dez principais países emissores de turistas, em 2009: Chile, EUA,

Equador, Argentina, Bolívia, Colômbia, Brasil, Espanha, Canadá e Alemanha, cujos números de entrada

variam entre os 456.896 e os 50.228 visitantes. Portugal surge com 3.305 turistas que visitaram o Peru,

no mesmo ano.

Para finalizar, uma breve observação sobre este sector: sendo o turismo, em períodos de crise, uma das

áreas mais rapidamente afectadas, altamente vulnerável, neste caso mostrou uma grande resiliência,

especialmente quando a crise é bem gerida, permitindo reacções adequadas ao desafio que se impõe.

3. Relações Económicas com Portugal

3.1. Comércio

Os fluxos comerciais entre Portugal e o Peru têm tido pouco significado na estrutura do comércio

internacional português, mas no período entre 2006 e 2010, registaram-se algumas alterações, sendo de

realçar uma melhoria significativa da posição do mercado como cliente de Portugal, passando da

posição 91ª em 2006, tendo descido à 96ª em 2008, para subir à 71ª em 2010, bem como uma ligeira

melhoria, enquanto fornecedor, subindo da 73ª em 2006, para a 70ª posição em 2009, não obstante

oscilações intermédias, como por exemplo ter alcançado a 66ª posição em 2007 e ter descido à 87ª

posição em 2009.

Assim, perante estatísticas mais recentes que nos mostram o comportamento destes fluxos relativos ao

ano de 2010, podemos concluir pela evolução positiva em ambos, tanto nas posições conseguidas,

como nas respectivas quotas de mercado, ambas de 0,05..

Importância do Peru nos Fluxos Comerciais com Portugal

2006 2007 2008 2009 2010

Posição 91ª 94ª 96ª 92ª 71ª Como cliente

% 0,02 0,01 0,01 0,02 0,05

Posição 73ª 66ª 77ª 87ª 70ª Como fornecedor

% 0,03 0,05 0,03 0,03 0,05

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Page 14: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

14

Os valores relativos às trocas comerciais entre Portugal e o Peru, publicados pelo INE, no período 2006-

-2010, mostram uma taxa anual média de crescimento das exportações de 44,4% e das importações de

18,0%. No que se refere às exportações, registam uma quebra em 2007 (-4%), para depois voltarem a

recuperar consecutivamente, até 2010 (ano excepcional em relação ao período). As importações, que se

encontram a níveis de valor bastante superiores, oscilam consoante os anos em causa (recessão nos

anos de 2008 e 2009), para subiram ao valor superior do período em 2010.

O saldo da balança comercial entre Portugal e o Peru é tendencialmente deficitário, sendo que o

coeficiente de cobertura mais elevado foi registado em 2010 e o mais baixo em 2007.

Evolução da Balança Comercial Bilateral

(103 EUR) 2006 2007 2008 2009 2010 Var.a 06/10

Var.b

09/10

Exportações 5 871 5 646 5.710 6.313 17.033 44,4% 169,8%

Importações 19 562 29 547 18 643 14.051 25.663 18,0% 82,6%

Saldo -13 691 -23 901 -12 933 -7.738 -8.631 -- --

Coef. Cobertura (%) 30,0 19,1 30,6 44,9 66,4 -- --

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010;

(b) Taxa de variação homóloga

A evolução destes mesmos movimentos entre os anos de 2009-2010, no que às exportações se refere,

parece confirmar a tendência de subida, apresentando neste período uma taxa de crescimento bastante

elevada (169,8%), quando comparada com o período homólogo do ano anterior, paralelismo que já não

acontece com as importações. De facto, as importações, que vinham a baixar desde 2007, apresentam

agora uma taxa média de crescimento de 82,6%, com o coeficiente de cobertura a mostrar a sua taxa

mais elevada, tal como referido no ano de 2010.

Os grupos de produtos que mais contribuíram para o incremento destes fluxos foram, nas exportações,

as máquinas e aparelhos; os veículos e outro material de transporte; e os plásticos e borracha.

Fazendo agora uma breve análise à evolução destes grupos de produtos exportados para o Peru,

durante o período 2006-2010, é possível destacar o seguinte:

• Que o grupo de produtos “máquinas e aparelhos” representou 41,5% do total exportado em 2010,

sendo desde 2007 o grupo que ocupa o primeiro lugar na estrutura das exportações para este

mercado;

• O segundo grupo de produtos com maior volume de exportação em 2010, foi o dos “veículos e outro

material de transporte”, com um peso de 10,3%, sendo de realçar que em 2010 este grupo

apresentou um aumento de 125,0% em relação ao ano anterior;

Page 15: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

15

• O terceiro grupo de produtos, os plásticos e borracha, com uma percentagem do total de 9,5% em

2010, registou um aumento significativo de 290,0% relativamente ao ano de 2009.

O conjunto destes 3 grupos de produtos representou 61,3% das nossas exportações para o Peru, em

2010. O mesmo conjunto representou, em 2009, 48,5% do total exportado para este mercado.

Exportações por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2006 % 2009 % 2010 %

Máquinas e aparelhos 2.357 40,1 1.866 29,6 7.062 41,5

Veículos e outro mat. transporte 7 0,1 779 12,3 1.754 10,3

Plásticos e borracha 490 8,3 417 6,6 1.626 9,5

Produtos químicos 560 9,5 701 11,1 1.220 7,2

Pastas celulósicas e papel 814 13,9 477 7,6 1.192 7,0

Metais comuns 707 12,0 190 3,0 639 3,8

Combustíveis minerais 0 0,0 1 0,0 479 2,8

Matérias têxteis 227 3,9 41 0,7 302 1,8

Madeira e cortiça 122 2,1 112 1,8 141 0,8

Minerais e minérios 54 0,9 155 2,4 138 0,8

Produtos alimentares 98 1,7 23 0,4 50 0,3

Vestuário 9 0,2 0 0,0 48 0,3

Instrumentos de óptica e precisão 2 0,0 2 0,0 36 0,2

Calçado 0 0,0 1 0,0 12 0,1

Peles e couros 38 0,6 42 0,7 9 0,1

Produtos agrícolas 8 0,1 0 0,0 0 0,0

Outros produtos 21 0,4 106 1,7 157 0,9

Valores confidenciais 356 6,1 1.399 22,2 2.168 12,7

Total 5.871 100,0 6.313 100,0 17.033 100,0

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística

Se quisermos fazer uma análise mais pormenorizada, sobre a evolução de vários produtos,

considerados a 4 dígitos da NC, entre 2009-2010 tem-se:

• Transformadores eléctricos, conversores, bobinas de reactância e auto-indução (produto não

exportado em 2009);

• Veículos automóveis para transporte de mercadorias (+127,1%);

• Máquinas e aparelhos impressão, exc pp 8471; máquinas auxiliares p/ impressão (141,5%);

Page 16: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

16

• Papel e cartão, n/ revestidos, tipo usados p/ escrita ou out. fins gráficos, etc. (+103,1%);

• Polímeros de etileno, em formas primárias (coefic. de variação> = 1000%);

• Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho (+22,4%);

• Máquinas-ferramentas p/ forjar/estampar etc; máq-ferramentas p/ enrolar, etc. (produto não

exportado em 2009);

• Outras máq-ferramentas p/ trabalhar metais/ceramais operando s/ eliminação mat. (produto não

exportado em 2009);

• Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc. (coefic. de

variação> = 1000%);

• Borracha regenerada, em formas primárias, ou em chapas folhas ou tiras (produto não exportado em

2009).

Considerando estas exportações por grau de intensidade tecnológica (fonte: GEE - Gabinete de

Estratégia e Estudos do MEI), verifica-se que a maior representatividade, em 2009, tem a classificação

média-alta com 43,1% (em 2005 foi de 21,8%) e a classificação baixa com 32,4% (em 2005 foi de

43,6%). Por outro lado, o rácio entre as exportações de produtos industriais transformados e as

exportações totais foi de 100% em 2009 (em 2005 foi de 99,9%).

Em 2009 e tendo em consideração a região geo-económica em que está inserido – América Central e do

Sul – o Peru foi o nosso 12º mercado em termos de valor das nossas exportações para aquela região,

tendo sido o 9º mercado em 2008.

O número de empresas exportadoras para o Peru, foi de 71 em 2005 e de 91 em 2009 (últimos dados

disponíveis).

Quanto às importações portuguesas provenientes do Peru, destaca-se, desde logo, o acréscimo de

2009-2010, de 82,6%, conforme já assinalado no quadro da respectiva balança comercial.

Relativamente a 2010, regista-se uma grande concentração das nossas importações em 3 grupos de

produtos – os metais comuns, os produtos agrícolas, e os produtos químicos – que no seu conjunto

representaram 93,3% do total importado. O primeiro registou um grande crescimento relativamente ao

ano anterior (292,6%), enquanto os produtos agrícolas reflectem um aumento de 24,4%, e os produtos

químicos de 96,3%.

Page 17: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

17

Importações por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2006 % 2009 % 2010’ %

Metais comuns 11.670 59,7 2.835 20,2 11.127 43,4

Produtos agrícolas 4.102 21,0 6.954 49,5 8.653 33,7

Produtos químicos 2.226 11,4 2.120 15,1 4.162 16,2

Produtos alimentares 816 4,2 1.127 8,0 947 3,7

Peles e couros 214 1,1 85 0,6 215 0,8

Plásticos e borracha 225 1,2 363 2,6 176 0,7

Combustíveis minerais 0 0,0 0 0,0 153 0,6

Vestuário 162 0,8 194 1,4 141 0,5

Minerais e minérios 7 0,0 27 0,2 26 0,1

Instrumentos de óptica e precisão 2 0,0 19 0,1 18 0,1

Máquinas e aparelhos 2 0,0 279 2,0 10 0,0

Madeira e cortiça 20 0,1 3 0,0 7 0,0

Calçado 0 0,0 0 0,0 6 0,0

Pastas celulósicas e papel 1 0,0 1 0,0 5 0,0

Matérias têxteis 96 0,5 2 0,0 1 0,0

Veículos e outro mat. transporte 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Outros produtos 18 0,1 42 0,3 17 0,1

Valores confidenciais 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Total 19.562 100,0 14.051 100,0 25.663 100,0

Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística

Se fizermos uma análise mais pormenorizada, verificando a evolução dos produtos a 4 dígitos da NC,

temos a referir os principais desvios, entre 2009-2010:

• Zinco em formas brutas (+300,4%).

• Legumes de vagem, secos, ou em grão, mesmo pelados ou partidos (+28,4%);

• Moluscos c/ ou s/ concha, vivos, etc.; invertebrados aquáticos, etc.; farinhas (+20,4%);

• Cloretos/oxicloretos/hidroxicloetos; brometos/oxibrometos; iodetos/oxiiodetos (+204,2%);

• Café, mesmo torrado ou descafeinado (+114,5%);

• Uvas frescas ou secas (+3,1%);

• Materiais corantes de origem vegetal/animal, mesmo de constituição química definida; etc. (+6,8%);

• Sulfatos; alúmenes; peroxossulfatos (persulfatos) (+67,9%);

• Insecticidas, herbicidas, desinfectantes e produtos semelhantes (+97,0%);

• Preparações e conservas de peixes; caviar e seus sucedâneos de ovas de peixes (15,9%).

Page 18: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

18

Analisando as importações por grau de intensidade tecnológica, em 2009 verifica-se que a classificação

baixa é a de maior peso com 41,1% (40,6% em 2005), segue-se a média-baixa com 32,1% (7,2% em

2005) e a média-alta com 26,6% (52,2% em 2005). Por outro lado, o rácio entre as importações de

produtos industriais transformados e as importações totais foi de 66,6% em 2009, quando em 2005 foi de

76,6%.

Em 2009 e segundo a região geo-económica em que está inserido – América Central e do Sul – o Peru

foi o nosso 12º mercado em termos de valor das nossas importações daquela região, tendo sido o 11º

mercado em 2008.

O número de empresas importadoras do Peru, foi de 93 em 2005 e de 88 em 2009 (últimos dados

disponíveis).

3.2. Serviços

Não existem dados disponíveis que nos permitam fazer uma análise dos fluxos relativos aos Serviços

3.3. Investimento

Não existem dados disponíveis que nos permitam fazer uma análise dos fluxos relativos ao Investimento.

3.4. Turismo

Não existem dados disponíveis que nos permitam fazer uma análise dos fluxos relativos ao Turismo.

4. Relações Internacionais e Regionais

A República do Peru é membro do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) e da Organização

das Nações Unidas (ONU) e suas agências especializadas, de entre as quais se destacam o Banco

Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Integra a Organização Mundial do Comércio desde 1 de Janeiro de 1995.

A nível regional este país faz parte da Comunidade Andina (CAN), da Associação Latino-Americana de

Integração (ALADI), do Sistema Económico Latino-Americano e do Caribe (SELA), da Organização dos

Estados Americanos (OEA) e tem estatuto de membro associado do MERCOSUL.

A CAN (http://www.comunidadandina.org/), criada em 1969, pelo Acordo de Cartagena (Pacto Andino),

visava a criação no prazo de 10 anos, de uma União Aduaneira entre os Estados-membros. No entanto,

face às dificuldades verificadas na concretização dos seus objectivos de integração ao longo de três

décadas, houve necessidade de se proceder a reformas importantes que foram consignadas no

Page 19: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

19

Protocolo de Trujillo (Maio de 1996), com o fim de redefinir um modelo institucional que permitisse ao

Grupo Andino adaptar-se ao novo contexto mundial, caracterizado pela abertura das economias, a

globalização das trocas e a integração no mercado internacional.

Actualmente, esta organização sub-regional é composta por 4 membros efectivos (Bolívia, Colômbia,

Equador e Peru), 5 países associados (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) e 2 observadores

(México e Panamá) e visa o crescimento e a cooperação económica, o fortalecimento da solidariedade

regional e a elaboração de políticas direccionadas para o acréscimo da qualidade de vida dos seus

cidadãos.

Estabelecida pelo Tratado de Montevideu, em 1980, a ALADI (organismo intergovernamental) procura

fortalecer as relações entre os seus membros, através da celebração de acordos bilaterais, modernizar a

estrutura produtiva dos países signatários, harmonizar as respectivas políticas macroeconómicas e

promover uma participação mais activa dos diferentes grupos sociais no processo de integração. Como

objectivo final, visa a criação, de forma gradual e progressiva, de um mercado latino-americano, através

da aplicação de uma Preferência Tarifária Regional (PTR), ou seja, redução de direitos aduaneiros entre

as partes. Para além do Peru, integram a ALADI (http://www.aladi.org/) os seguintes países: Argentina;

Bolívia; Brasil; Chile; Colômbia; Cuba; Equador; México; Paraguai; Uruguai e Venezuela.

O SELA (http://www.sela.org/view/index.asp), formado por 27 países, foi criado em 1975 com o objectivo

de acelerar o desenvolvimento económico e social dos seus membros, através da cooperação inter-

regional e do estabelecimento de um sistema permanente de consulta e coordenação em assuntos de

natureza económica e social.

A OEA/OAS (http://www.oas.org/pt/), instituída em 1948 por 21 nações, alargada posteriormente a outras

14 (sendo que Cuba suspendeu a sua ligação desde 1962 a 2009, ano em que optou por não a retomar,

e as Honduras suspenderam também em 2009 a sua ligação), tem como objectivos promover práticas de

boa gestão governamental, fortalecer os direitos humanos, incentivar a paz e a segurança, expandir o

comércio, e encontrar soluções para os problemas provenientes da pobreza, drogas e corrupção entre

os “povos das Américas”.

No que respeita às relações entre a União Europeia e o Peru estas enquadram-se fundamentalmente no

contexto regional com os países da Comunidade Andina. O diálogo entre as partes iniciou em 1996

(Declaração de Roma), tendo sido assinado em 2003 um Acordo de Associação.

Posteriormente, as negociações entre a União Europeia e os quatro membros da Comunidade Andina,

com vista a um acordo de associação região a região que inclua diálogo político, cooperação para o

desenvolvimento e liberalização do comércio, foram encetadas em Junho de 2007, mas suspensas em

Junho de 2008, após três rondas de conversação, devido às crescentes dissensões internas entre os

países andinos quanto à abordagem de determinadas questões comerciais essenciais.

Page 20: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

20

O Peru e a Colômbia solicitaram formalmente à Comissão Europeia a negociação individual de acordos

bilaterais de comércio livre. Em Janeiro de 2009, tiveram lugar novas negociações para um acordo

comercial multilateral com perspectiva regional, entre a UE e a Colômbia, o Equador e o Peru.

As negociações comerciais entre a União Europeia e o Peru e a Colômbia foram concluídas em 1 de

Março de 2010.

De referir, ainda, que a Comunidade financia medidas destinadas a promover a cooperação com os

países, territórios e regiões em desenvolvimento. Assim, o Regulamento n.º 1905/2006, de 18 de

Dezembro, institui um instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento com

aplicação entre 1 de Janeiro de 2007 e 31 de Dezembro de 2013.

Para a América Latina (o Peru consta dos países elegíveis) a assistência comunitária incide

especialmente nos seguintes domínios de cooperação:

• Promoção da coesão social (luta contra a pobreza, a desigualdade e a exclusão);

• Promoção de uma maior integração regional;

• Apoio ao reforço da boa governação e das instituições públicas, bem como da protecção dos direitos

do homem;

• Apoio à criação de um espaço comum UE-América Latina do ensino superior;

• Promoção do desenvolvimento sustentável, em todas as suas dimensões, com especial atenção à

protecção da floresta e à diversidade biológica.

5. Condições Legais de Acesso ao Mercado

5.1. Regime Geral de Importação

A importação da esmagadora maioria das mercadorias é livre, no entanto, alguns produtos estão sujeitos

a restrições ou proibições.

As restrições à importação constam de vários diplomas legislativos, sendo que as mercadorias

submetidas a este regime na entrada necessitam de cumprir requisitos de licença, autorização,

certificação e registo sanitário, a cumprir junto das diversas entidades competentes (Ministérios).

Page 21: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

21

Entre os produtos de importação restrita encontram-se: armas, munições e acessórios; explosivos para

uso civil; produtos químicos para o tratamento de narcóticos; equipamentos para transmissão de

radiodifusão; textos geográficos e cartográficos; produtos farmacêuticos; instrumentos médico-cirúrgicos;

produtos de higiene pessoal, doméstica e cosméticos; produtos e sub-produtos de origem animal e

vegetal; produtos alimentares; espécimes da fauna e flora silvestres; e substâncias psicotrópicas.

Finalmente são proibidas as importações das seguintes mercadorias: pesticidas organoclorados, bem

como os seus derivados e compostos; resíduos perigosos ou radioactivos; alguns produtos pirotécnicos;

vestuário e calçado usados; pneus usados; bebidas fabricadas no estrangeiro que tenham a

denominação PISCO ou outra que inclua esta palavra; e fontes radioactivas para uso medicinal.

De referir que existem regras especiais para a importação de produtos alimentares, farmacêuticos e

materiais considerados perigosos ou tóxicos, no que respeita à respectiva embalagem e rotulagem.

Assim, estes produtos deverão conter nos rótulos todas as informações consideradas necessárias ao

consumidor, tais como, designação do produto, lote e data de fabricação, código de barras, prazo de

validade e composição, sendo obrigatória a utilização da língua castelhana.

As plantas, sementes, produtos agrícolas e produtos alimentares no seu estado natural (ou processados)

terão de ser acompanhados de um certificado fitossanitário emitido pelo país de origem, que assegura

que os mesmos não têm qualquer doença.

Já os produtos suínos, leite, manteiga, farinha e animais vivos deverão também ser importados com os

respectivos certificados sanitários. Os certificados zoossanitários deverão ser legalizados junto do

consulado peruano do país de origem.

Os certificados de origem não são obrigatórios, salvo se solicitados pelo importador ou para efeitos da

Carta de Crédito.

No que respeita a outro tipo de formalidades importa mencionar que os medicamentos, produtos

veterinários, cosméticos e perfumes importados têm de ser registados junto do Ministério da Saúde

peruano – http://www.minsa.gob.pe/portada/.

O Peru não possui um sistema único de regras de qualidade/standardização. O INDECOPI, O Instituto

Peruano da Propriedade Intelectual e Industrial, acredita e mantém um registo das normas internacionais

que podem ser utilizadas pelos agentes económicos –

http://www.indecopi.gob.pe/0/modulos/JER/JER_Interna.aspx?ARE=0&PFLl=0&JER=1091.

Relativamente à Pauta Aduaneira o Peru aplica a Nomenclatura Comum dos Países Membros do Acordo

da Comunidade Andina (NANDINA), que se baseia no Sistema Harmonizado de Designação e

Codificação das Mercadorias. Os direitos aduaneiros são ad valorem e incidem sobre o valor CIF dos

produtos.

Page 22: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

22

Para além dos direitos, os produtos importados estão, ainda, submetidos ao pagamento de vários

impostos/taxas adicionais, com destaque para os seguintes:

• Imposto Geral de Vendas – idêntico ao IVA, recai sobre a importação de bens no país à taxa única

de 19%. Este valor inclui uma taxa de 2% a título de Imposto de Promoção Municipal.

• Imposto Selectivo ao Consumo – incide (a taxas variáveis) sobre a importação de produtos

específicos como: bebidas alcoólicas (20%); cerveja (27,5%); tabaco (50%); e outros produtos

considerados de luxo.

• Taxa de Seguro – recai sobre a generalidade dos bens a taxas reduzidas que variam consoante os

produtos.

No âmbito do relacionamento comercial com a UE, o Peru beneficia do Sistema de Preferências

Generalizadas (SPG) que permite a uma grande variedade de produtos um acesso privilegiado ao

mercado comunitário (isenção ou redução de direitos aduaneiros), desde que acompanhados do

documento comprovativo de origem (Certificado Form A).

As tarifas aplicadas na entrada de produtos no Peru podem ser consultadas na página «Market Access

Database», da responsabilidade da União Europeia – http://mkaccdb.eu.int (clicar em «Tariffs Applied

Database»).

5.2. Regime de Investimento Estrangeiro

Em matéria de investimento estrangeiro o Governo adoptou um regime liberal das operações a realizar

no país, sendo permitido o acesso à grande maioria das actividades económicas (com excepção, por

exemplo, da comunicação social ou de qualquer forma de estabelecimento nas zonas fronteiriças) sem

restrições ou necessidade de obtenção de autorização prévia por parte das autoridades locais.

A Constituição do Peru, de 1993, consagra os princípios essenciais para garantir um enquadramento

favorável ao desenvolvimento do investimento directo estrangeiro, nomeadamente:

• Igualdade de tratamento entre promotores nacionais e estrangeiros;

• Garantia da livre repatriação de lucros e capitais;

• Acesso ao crédito interno nas mesmas condições que o investidor nacional;

• Celebração de contratos de transferência de direitos de propriedade industrial e de tecnologias;

• Acesso à propriedade privada (carácter excepcional da expropriação, sempre com direito a justa

indemnização).

Para além do previsto na Lei principal, o restante enquadramento jurídico peruano estabelece regras

claras e seguras para o desenvolvimento do investimento estrangeiro – Decreto Legislativo n.º 662, de

Page 23: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

23

Agosto de 1991, complementado pelo Decreto Legislativo n.º 757, Decreto Supremo n.º 162-92-EF e

subsequentes alterações – os interessados podem aceder aos textos legislativos em:

http://www.proinversion.gob.pe/0/0/modulos/JER/PlantillaStandard.aspx?ARE=0&PFL=0&JER=2906.

Os promotores externos têm direito a organizar e desenvolver a sua actividade da forma que considerem

mais adequada e conveniente, de acordo com a legislação relativa aos tipos de sociedades existentes e

observando, com rigor, as regras sobre a segurança industrial, conservação da natureza e protecção da

saúde pública. Os procedimentos (formulários) a que os projectos estão sujeitos são consultáveis em –

http://www.proinversion.gob.pe/0/0/modulos/JER/PlantillaSectorHijo.aspx?ARE=0&PFL=0&JER=2989

O organismo responsável pela promoção e execução da política de investimento directo, nacional e

estrangeiro, é a Agencia de Promoción de la Inversión Privada – PROINVERSIÓN

(http://www.proinversion.gob.pe), cabendo-lhe, também, a negociação de instrumentos de carácter

bilateral, regional e multilateral em matéria de investimentos, de forma a estabelecer garantias e acesso

a mecanismos de solução de conflitos que possam surgir no âmbito do desenvolvimento de projectos.

O processo de estabelecimento de um investidor estrangeiro deverá seguir os seguintes passos:

• Escolha da forma social pretendida;

• Elaboração (assinada por advogado) da minuta de contrato social;

• Abertura de conta bancária num banco local;

• Registo da sociedade junto da Superintendencia nacional de los Registros Publicos;

• Obtenção do Registro del Contribuyente (RUC);

• Abertura e legalização da documentação contabilística, com obtenção junto do Ministro do Trabalho

do Libro de Planillas, assim como obtenção da licença municipal;

• Registo da sociedade junto do Registo de Investimento estrangeiro.

No que respeita aos incentivos o Governo peruano criou apoios ao investimento que se traduzem,

designadamente:

• Devolução do Imposto Geral de Vendas que incidiu na exportação e/ou na importação e aquisição

local de bens empregues directamente na execução de projectos de investimento, cuja actividade de

produção seja orientada para a exportação;

• Incentivos fiscais e acesso a regimes especiais a nível laboral e de segurança social às indústrias

agrícolas e agro-pecuárias consideradas de interesse prioritário (com excepção da indústria

florestal);

Page 24: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

24

• A “Lei da Amazónia”, cuja finalidade é promover o desenvolvimento sustentável da Amazónia,

estabelece condições fiscais favoráveis (isenção do pagamento do Imposto Geral de Vendas e do

Imposto Selectivo de Consumo) às empresas situadas na região que se dediquem principalmente ao

exercício de actividades económicas como a agricultura, a agro-pecuária, a pesca e o turismo;

• Centros de Exportación, Transformación, Industria, Comercialización y Servicios (CETICOS) – áreas

geográficas delimitadas que funcionam como pólos de desenvolvimento industrial e que

disponibilizam às empresas instaladas um conjunto significativo de isenções fiscais (ex.: Imposto de

Renda; Imposto Geral de Vendas; Imposto Selectivo de Consumo; Imposto de Promoção Municipal;

entre outros);

• Zona Franca de Tacna (ZOFRATACNA) – permite às empresas que aí se estabeleçam, para o

desenvolvimento de actividades industriais, agro-industriais, de reparação, acondicionamento,

embalagem, entre outras, o acesso a isenções fiscais, nomeadamente de natureza aduaneira.

Existem também no Peru zonas de livre comércio: zonas de exportação, em In Chimbote, Ilo, Matarini,

Paita e Trujillo; zonas turísticas; zonas especiais de comércio; e zonas de desenvolvimento.

Finalmente importa referir que entre Portugal e o Peru foi celebrado um Acordo sobre a Promoção e

Protecção Recíproca de Investimentos e respectivo Protocolo em vigor desde 2 de Outubro de 1995.

5.3. Quadro Legal

Regime de Importação

• Decreto Supremo n.º 10/2009-EF – Regula a Lei Geral Aduaneira.

• Decreto Legislativo n.º 1053/2009 – Aprova a nova Lei Aduaneira.

• Lei n.º 29176/2008 – Relativa à simplificação aduaneira.

• Decreto Supremo n.º 119/1997-EF – Aprova a Pauta Aduaneira baseada na Nomenclatura da

Comunidade Andina (NANDINA).

Regime de Investimento Estrangeiro

• Decreto Supremo n.º 039-2006-EF – Define as atribuições da Proinversión.

• Decreto Supremo n.º 027-2002-PCM – Cria a Agencia de Promoción de la Inversión Privada

(Proinversión).

Page 25: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

25

• Decreto Supremo n.º 136-1997-EF – Aprova disposições complementares relativas ao regime de

garantia do investimento privado.

• Decreto Supremo n.º 162-1992-EF – Regula o regime de garantia do investimento privado.

• Decreto Legislativo n.º 757 – Aprova a Lei-Quadro para o crescimento do investimento privado.

• Decreto Legislativo n.º 662, 1991 (com alterações posteriores) – Aprova o regime da estabilidade

jurídica aplicável ao investimento estrangeiro.

Legislação Relevante

• Decreto n.º 23/1995, de 15 de Julho – Aprova o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíproca

de Investimentos e Respectivo Protocolo entre Portugal e o Peru.

Para mais informação sobre mercados externos, consulte o Site da aicep Portugal Global, na seguinte página –

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/SobreMercadosExternos/Paginas/SobreMercadosExternos.aspx ou a “Livraria

Digital” – http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx

6. Informações Úteis

Formalidades na Entrada

Passaporte: Exigido a todos os visitantes.

Os cidadãos portugueses não necessitam de visto pelo prazo de 90 dias. Após os 90 dias deverão

comparecer no serviço Migrações (Av. Espanã - Lima) para pedir o prolongamento por mais 30 dias.

Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro

A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de

cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos

de natureza política, monetária e catastrófica.

No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice

individual, a cobertura para o mercado do Peru é a seguinte (Fevereiro de 2011):

Curto prazo: Aberta sem condições restritivas;

Medio/Longo prazo: Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados:

Aberta, caso a acaso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da

Direcção Internacional da COSEC.

Page 26: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

26

Hora Local

- 5 horas GMT (no Peru não existe horário de Verão e Inverno, a hora mantém-se igual todo o ano)

Horários de Funcionamento

Os horários mais comuns são os seguintes:

Serviços Públicos:

Das 9h00 / 17h00 no Inverno e das 8h00 / 15h00 no Verão

Bancos:

Das 09h00 / 13h00 e das 15h00 / 18.00 (de segunda a sexta-feira).

A maioria dos bancos abre aos sábados, até ao meio-dia.

Empresas:

Das 8h00 às 18h00 (a maior parte das empresas fecha aos Domingos e sábados da parte da tarde)

Comércio:

Das 9h00 / 20h00

Geralmente as lojas, os shoppings e os mercados de artesanato abrem todos os dias (inclusive nos

feriados).

Feriados

Feriados Fixos:

1 de Janeiro - Dia de Ano Novo

1 de Maio - Dia do Trabalhador

7 de Junho – Dia da Bandeira

28-29 de Julho – Festas da Independência

29 de Junho – Dia de S. Pedro

30 de Agosto – Dia de Santa Rosa de Lima (Santa Padroeira do Peru e da América)

8 de Outubro – Dia de Batalha de Angamos

1 de Novembro – Dia de Todos os Santos

2 de Novembro – Dia dos Fiéis Defuntos

8 de Dezembro – Dia da Imaculada Conceição

25 de Dezembro – Dia de Natal

Feriados móveis:

5ª feira Santa

6ª feira Santa

Sábado de Aleluia

Page 27: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

27

Corrente Eléctrica

220 volts, 50 Hz

Sistemas de pesos e medidas

O Sistema Métrico Internacional, incluindo também medidas espanholas antigas, espacialmente em zonas

rurais.

7. Endereços Diversos

Em Portugal

Embaixada do Peru

Rua Castilho, 50 – 4º Dtº

1250-071 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 213 827 470 I Fax: (+351) 213 827 479

E-mail: [email protected]

aicep Portugal Global (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE)

O’ Porto Bessa Leite Complex

Rua António Bessa Leite, 1430, 2.º

4150-074 Porto – Portugal

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

aicep Portugal Global (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE)

Av. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217909500 | Fax: (+351) 217909581

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

COSEC – Companhia de Seguros de Créditos

Direcção Internacional

Avª. da República, nº. 58

1069-057 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 913 821 I Fax: (+351) 217 913 839

E-mail: [email protected] I http://www.cosec.pt

Page 28: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

28

Turismo de Portugal, I.P.

Rua Ivone Silva, Lote 6

1050-124 Lisboa

Tel.: (+351) 211140 200 I Fax: (+351) 211140 830

E-mail: [email protected] I http://www.turismodeportugal.pt

No Peru

Embaixada de Portugal

Calle Antequera, 777 – 3er. piso

Lima – Peru

Tel.: (+511) 4409 905 I Fax: (+511) 4215 979

E-mail: [email protected]

Cámara de Comercio de Lima

Av. Giuseppe Garibaldi nº 396,

Jesús Maria

Lima 11 – Peru

Tel.: (+511) 4633 434 I Fax: (+511) 2191 674

E-mail: [email protected] I http://www.camaralima.org.pe/

Banco Central de Reserva del Peru

Jr. António Miró Quesada, 441-445

Lima 1 – Peru

Tel.: (+511) 6132 000

E-mail: [email protected] I http://www.bcrp.gob.pe/

Ministerio de Economia y Finanzas

Jr. Junín 319, Cercado de Lima

Lima 1 – Peru

Tel.: (+511) 311 5930

E-mail: [email protected] | http://www.mef.gob.pe

Ministerio de Comercio Exterior y Turismo

Calle Uno Oeste N 050 Urb.

Córpac – San Isidro

Lima – Peru

Tel.: (+511) 5136100

E-mail: [email protected] | http://www.mincetur.gob.pe

Page 29: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

29

Ministerio de Relaciones Exteriores del Perú

Jr. Miro Quesada N° 263

Pasaje Acuña N° 155,

Lima – Peru

Tel.: (+511) 204 2400 I Fax: (+511) 204 3328

E-mail: [email protected] | http://www.rree.gob.pe

Ministerio de Energia y Minas

Av. Las Artes Sur 260 - San Borja

Lima – Peru

Tel.: (+5111) 1 6188700

Email: [email protected] I http://www.minem.gob.pe/

Superintendência Nacional de Administración Tritutaria – Sunat

Av. Garcilaso de la Vega N° 1472

Lima - Peru

Tel.: (+511) 315 3300

E-mail: [email protected] I www.aduanet.gob.pe/

Superintendência Nacional Adjunta de Aduanas

Av. Gamarra Nº 680 – Chucuito

Callao – Lima – Peru

Tel.: (+511) 219 5150

E-mail: [email protected] www.aduanet.gob.pe/

Zona Franca de Tacna (ZOFRATACNA

Panamericana Sur Km. 1308

Tacna – Peru

Tel.: (+511) 31 7090 I Fax: (+511) 31 7000

http://www.zofratacna.com.pe

Agencia de Promoción de la Inversión Privada

Paseo de la República 3361, Piso 9º - San Isidro

Lima – Peru

Tel.: (+511) 612 1200 I Fax: (+511) 221 2941

http://www.proinversion.gob.pe/

Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y Protección a la Propiedad Intelectual (INDECOPI)

Calle de la Prosa 104, San Borja.

Lima – Peru

Tel.: (+511) 224 7777 | Fax: (+511) 224 7800

E-mail: [email protected] I http://www.indecopi.gob.pe

Page 30: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

30

8. Fontes de Informação

8.1. Informação Online AICEP Portugal Global

Documentos Específicos sobre o Peru

• Título: “Peru – Relações Económicas Bilaterais com o Peru 2006-2010”

Edição: 02/2011

• Título: “Peru – Relações Económicas com Portugal”

Edição: 11/2010

• Título: “Peru – Condições Legais de Acesso ao Mercado”

Edição: 07/2010

• Título: “Peru – Sites Seleccionados”

Edição: 07/2010

• Título: “Peru – Endereços Úteis”

Edição: 06/2010

• Título: “Peru – Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos”

Edição: 06/2005

Documentos de Natureza Geral

• Título: “Apoios Financeiros à Internacionalização – Guia Prático”

Edição: 09/2010

• Título: “Acordos Bilaterais Celebrados por Portugal”

Edição: 03/2010

• Título: “Aspectos a Acautelar num Processo de IDPE”

Edição: 04/2009

• Título: “Marcas e Desenhos ou Modelos – Regimes de Protecção”

Edição: 02/2009

• Título: “Normalização e Certificação”

Edição: 11/2008

Page 31: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

31

• Título: “Como Participar em Feiras nos Mercados Externos”

Edição: 08/2008

• Título: “Seguros de Créditos à Exportação”

Edição: 06/2008

• Título: “Seguro de Investimento Directo Português no Estrangeiro”

Edição: 06/2008

• Título: “Guia do Exportador”

Edição: 02/2008

A Informação On-line pode ser consultada no site da aicep Portugal Global, na Livraria Digital em –

http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx

8.2. Endereços de Internet

• Agencia de Promoción de la Inversión Privada (Proinversión) – http://www.proinversion.gob.pe

• Asociación Latinoamericana de Integración (ALADI) – http://www.aladi.org/

• Banco Central de Reserva del Perú – http://www.bcrp.gob.pe/

• Comisión de Promoción del Perú para la Exportación y el Turismo (PROMPERU) –

http://www.prompex.gob.pe/

• Comunidad Andina – http://www.comunidadandina.org/

• Congreso de la República – http://www.congreso.gob.pe/

• Diario Oficial El Peruano – http://www.elperuano.com.pe/

• Instituto Nacional de Estadística e Informática (INEI) – http://www.inei.gob.pe/

• Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la Propiedad Intelectual

(INDECOPI) – http://www.indecopi.gob.pe/0/home.aspx?PFL=0&ARE=0

• Lexadin (Legislation Peru) – http://www.lexadin.nl/wlg/legis/nofr/oeur/lxweper.htm

Page 32: FM-Peru _Março 2011_

aicep Portugal Global

Peru – Ficha de Mercado (Março 2011)

32 Agência para o Investimento e Comércio Externo de P ortugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www. portugalglobal.pt Capital Social – 110 milhões de Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120

• Market Access Database – http://mkaccdb.eu.int

• Ministerio de Agricultura – http://www.minag.gob.pe/

• Ministerio de Comercio Exterior y Turismo (MINCETUR) – http://www.mincetur.gob.pe

• Ministerio de Economía e Finanzas (MEF) – http://www.mef.gob.pe/

• Ministerio de Relaciones Exteriores – http://www.rree.gob.pe/portal/mre.nsf/Index?OpenForm

• Ministerio de Salud (MINSA) – http://www.minsa.gob.pe/portada/

• Ministerio del Trabajo y Promoción del Empleo (MTPE) – http://www.mintra.gob.pe/

• Organización de los Estados Americanos (OEA) – http://www.oas.org/es/default.asp

• Portal del Estado Peruano – http://www.peru.gob.pe

• Presidencia del Consejo de Ministros (Agenda Virtual) –

http://apps.pcm.gob.pe/av/activity/avm.aspx

• Presidencia de la Republica – http://www.presidencia.gob.pe/

• Sistema Económico Latinoamericano y del Caribe (SELA) – http://www.sela.org/

• Superintendencia Nacional de Administración Tributaria (SUNAT) – http://www.sunat.gob.pe

• Ventanilla Única de Comercio Exterior (VUCE) – http://www.proyectovuce.pe/

• Zona Franca de Tacna (ZOFRATACNA) – http://www.zofratacna.com.pe/home_spa.htm