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IOCESANAFOLHA

IN FOR MA TI VO DA DIO CE SE DE GUA NHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 221 | Novembro de 2014D

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Para os que creem noCristo, a vida étransformada

Diga-me como vocêfala e lhe direi que

tipo de cristão você é!

Dom Jeremias anunciaalteração na

transferência de padres

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DNJ2014 Feitos parasermos livres

e não escravos

A Aliança de Amor é umaforma original de viver a

aliança batismal,enlaçados com Maria.

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Con se lho Edi to rial:

Padre Adão Soares de Souza,

padre Saint-Clair Ferreira Filho,

Taisson dos Santos Bicalho

Revisão: Mariza da Consolação Pimenta

Dupim

Jor na lis ta Res pon sá vel:

Luiz Eduar do Bra ga - SJPMG 3883

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expediente

2 NOVEMBRO2014

O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matériasenviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a

opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

COMEMORAÇÃO - NOVEMBRO DE 2014

Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães

DAREDAÇÃO

Novembro

04 Pe. Valter Guedes de Oliveira Nascimento

15 Pe. Manoel Godoy Ordenação

20 Pe. José Aparecido de Pinho Nascimento

22 Pe. Mário Gomes dos Santos Nascimento

25 Pe. Elair Sales Diniz Ordenação

27 Pe. José Aparecido dos Santos Nascimento

Lista dos Aniversários dos Seminaristas da Diocese de Guanhães

Novembro

06 José Aparecido de Miranda Nascimento

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contribua com a

FOLHADIOCESANA

Dados para depósito bancário:

Editora Folha Diocesana de Guanhães

Cooperativa: 4103-3

Conta Corrente: 10.643.001-7

SICOOB-CREDICENM

A FOLHA DIOCESANAPRECISA DE VOCÊ

NOVEMBRO01 Todos os Santos01 Ministério de Acólitos às 19hs. na Catedral01 Reunião dos Coordenadores da Catequese5 Coordenação de Pastoral (14hs.)5 Colégio dos Consultores (9hs.)7 a 9 Assembléia Regional Leste II Pastoral Vocacional8 Encontro Vocacional8-9 Formação da Juventude Missionária9 Presença Equipe da Causa do Côn.Morro do Pilar 11 a 13 Assembléia do Regional Leste II em BH11 PASCOM15 Escola de Teologia Pastoral – Prática Pastoral (Eliana)17 Lazer dos servidores22 Escola de Teologia: 15hs. Espiritualidade; 19hs. Missa em ação de

Graças na Catedral; 20hs. Entrega dos certificados no Salão daCatedral

24 Encontro de convivência mensal dos padres em Maranhão e En-contro dos padres com mais de 10 anos de ministério após as15hs (10hs. Missa)

25 a 26 Encontro Diocesano de Planejamento para 201528 Diaconato de Bruno na Catedral às 19:30hs.29 CRB em Guanhães 29 a 30 Quarto Encontro formação para líderes da PJ30 Rebanhão em Virginópolis

DEZEMBRO02 Estudo da Campanha da Fraternidade 2015 (Pe. Ismar)06-07 ECC (Segunda etapa) em Guanhães09 PASCOM10 Aniversário de ordenação presbiteral do bispo e Confraternização

de final de ano dos padres na Paróquia de Sabinópolis.14 Presença Equipe da Causa do Côn. em Sabinópólis.15 Início das Novenas de Natal

Há pouco mais de um mês para findarmos 2014, a penúlti-ma edição deste ano da Folha Diocesana chega trazendo amovimentação de nossa igreja diocesana através da festa pe-lo Dia Nacional da Juventude, celebrado na paróquia NossaSenhora da Glória, em Divinolândia de Minas, e da celebraçãodo centenário da devoção à Mãe Rainha, celebrado nas paró-quias São Miguel e Almas, em Guanhães, Santo Antonio, emPeçanha.

A paróquia São José, em Paulistas, também esteve movi-mentada em outubro com a instituição do sacramento da cris-ma a cerca de 400 jovens e a festa de São Geraldo, na comu-nidade de Baguari – essa comunidade pertence à paróquia deSão João Evangelista, em São João Evangelista, mas é aten-dida pelo pároco de Paulistas.

Aproximamo-nos do Natal e, nesta edição, contamos com acolaboração do seminarista Jaciel Dias que nos apresenta oCristo Rei no tempo comum. Jaciel cursa o primeiro ano deTeologia no Seminário Nossa Senhora do Rosário, em Cara-tinga.

Uma das lembranças às quais nos remetemos em novem-bro são nossos amigos e entes que não mais entre nós fisica-mente. Sobre o dia de Finados, padre Ismar Dias de Matos, fazum relato histórico e escreve acerca de nosso desejo pelaimortalidade. Padre Ismar é professor de Filosofia e CulturaReligiosa na PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica deMinas Gerais.

Quem canta seus males espanta e quem canta reza duasvezes, diz a sabedoria popular. Tendo seu dia celebrado emnovembro, Santa Cecília, a padroeira dos músicos, é tema deartigo do padre João Evangelista, pároco da paróquia São Mi-guel e Almas, em Guanhães, em transferência para a paróquiaNossa Senhora da Pena, em Rio Vermelho. Padre João tam-bém apresenta o canto como elemento litúrgico.

Também nesta edição, artigo do Papa Francisco. Em Não éevangélico falar de coisas feias, mundanas, hipócritas, o San-to Padre nos pergunta se somos cristãos da luz ou das trevasou, ainda pior, “cinzentos”, por não sabermos se seguimos aDeus ou ao diabo. Diga-me como você fala e te direi que tipode cristão você é, nos provoca o líder da Igreja Católica Apos-tólica Romana.

Por fim, temos a alegria em anunciar a ordenação de maisum diácono para nossa amada diocese. Bruno Costa Ribeiroreceberá o diaconato pela imposição das mãos de nosso bis-po diocesano, Dom Jeremias Antonio de Jesus, dia 28 destemês, na catedral de São Miguel e Almas, em Guanhães

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Os católicos comemora-mos, dia 02 de novem-bro, o dia dos fiéis de-funtos: finados, ou seja,lembramos aqueles(as)

que chegaram ao fim de sua vida ter-rena. Além desta, existe outra e, paraos que creem no Cristo, a vida étransformada e, desfeito o nosso cor-po mortal, nos é dado no Céu umcorpo imperecível. Essas últimas pa-lavras são tiradas do prefácio da mis-sa de exéquias.

Segundo as ciências da religião,os seres humanos celebram rituaisfúnebres há cerca de trinta mil anos,pois foram encontrados tais sinaisem escavações arqueológicas: pes-soas encontradas em urnas mortuá-

rias, com amuletos e outras peças in-dicativas de que houve, na sepulturado corpo, algo além da simples de-posição do cadáver em lugar ondehaveria a natural decomposição. Opróprio fato de colocar os cadáveresno ventre da terra parece atestar acrença de que o ser humano, origi-nário da terra, dela renasceria quan-do nela fosse sepultado. Em resumo:o ser humano espera que a vida con-tinue após essa primeira etapa quefindamos, e que comemoramos em02 de novembro.

Nossa esperança tem um nome:Cristo Jesus! Ele é a garantia de nos-sa imortalidade. Ele foi o primeiro avencer a morte, ressuscitando ao ter-ceiro dia, conforme as Escrituras.

Com Ele também ressus-citaremos para a glória de-finitiva. Eis a base da féque nos sustenta!

O ser humano parecenão aceitar pacificamentea morte, pois faz de tudopara continuar vivo, seja

na memória de seus pósteros, sejana genética de seus descendentes.Escrever o nome numa placa, em umlivro, em uma calçada da fama, emqualquer lugar, eis um sinal de dese-jo de não morrer. Vencer uma corri-da, um concurso, uma luta, entrar pa-ra o livro dos Records é sempre umalento. Alguém, um dia, poderá vernosso nome e perguntar: quem foi?Esses desejos, talvez indiretamente,sejam os mesmos daqueles que es-crevem o nome no Livro da Vida, co-mo diz o Apocalipse (3,5).

Desejar a imortalidade é almejarum tesouro no Céu, onde a traça nãorói, onde a ferrugem não come. Felizdaquele(a) que enche seu coraçãocom tal desejo, pois estará buscandoinscrever seu nome no Livro da Vida(Ap 20,12), não em livros perecíveis,humanos.

Os cristãos, apoiados nos Evan-gelhos, temos a grande alegria de di-zer que a morte não dita o fim denossa existência. Quando alguémmorre, nos sentimos tristes, pois fo-mos privados da presença querida,mas a tristeza não é sinal de deses-perança. Jesus chorou a morte deseu amigo Lázaro (Jo 11,35), depoiso ressuscitou e o deu às suas irmãspor mais algum tempo.

No Céu, ou seja, na Nova Jerusa-lém (Ap 21,2.10) se reunirão os filhose filhas de Deus para a vida feliz egloriosa, prêmio daqueles(as) que vi-veram as bem-aventuranças procla-madas no Sermão da Montanha (Mt5, 1-12 e 25, 31-40).

Rezemos pelos nossos entesqueridos que se foram. Que o Deusda Vida nos reconforte até o dia denosso encontro definitivo. Amém.

33NOVEMBRO2014ARTIGOS

Pe. Ismar Dias de [email protected]

Fé &

Po

lític

a

A MORTE E A ESPERANÇADA IMORTALIDADE

Os dois ciclos dos tempos fortes doano litúrgico - o ciclo do Natal e o cicloda Páscoa - não cobrem o ano todo.Existem períodos entre o fim do tempodo Natal e o início da quaresma e entrePentecostes e o primeiro domingo doAdvento, que chamamos de Tempo co-mum. São os domingos e as semanasem que celebramos sempre o mistériopascal da morte e ressurreição do Se-nhor, não somente na missa, mas igual-mente em celebrações da Palavra, naliturgia das horas e em outras celebra-ções, até nas festas de Nossa Senhorae dos outros santos. Sobretudo cadadomingo do Tempo comum é uma pe-quena festa de páscoa. Estes domin-gos, como também os dias de semana,são marcados pelas leituras do respec-tivo dia.

Durante o tempo comum não se ce-lebram aspectos particulares do misté-rio pascal, como acontece nos ciclos doNatal e da Páscoa, exceto algumas fes-tas do Senhor, da Virgem Maria ou dosdemais santos que acontecem dentrodele.

O tempo decorrido nas 34 semanasfora dos ciclos do Natal e da Páscoa échamado Tempo comum. Os domingossão domingos do Tempo comum ou Du-rante o ano.

Esses domingos recebem sua força

ou sua espiritualidade de duas fontes:dos tempos fortes e dos próprios do-mingos. Assim, o Tempo comum é vivi-do como prolongamento do respectivotempo forte. A primeira parte após aEpifania e o Batismo do Senhor. Cons-titui, então, um tempo de crescimento.Daí a cor verde. A vida nasceu no Natal;ela se manifesta na Epifania; mas paraque possa manifestar-se em plenitudee produzir fruto, necessita da ação doEspírito Santo. Vemo-lo agir no Batismodo Senhor. Assim, é levado pelo Espíri-to que Jesus começa a exercer o seupoder messiânico. Do mesmo modo naIgreja; fecundada pelo Espírito, ela pro-duz frutos de boas obras.

Trata-se de um Tempo caracterizadopelo domingo, por sua teologia, por suaespiritualidade. Não é o caso de substi-tuí-los por temas diferentes, embora al-gumas solenidades sejam transferidaspara domingos. Estas solenidades ouacontecimentos vividos nos domingosterão de ajudar a celebrar o mistériopascal do domingo.

Um caso especial de uma festa queocorre no domingo do Tempo comum éa do Cristo Rei. Esta festa foi criada, na2ª década do séc. XX. Pela reforma li-túrgica do Concílio Vaticano II, esta fes-ta foi fixada no último domingo do tem-po comum e do ano litúrgico, para diri-

gir nosso olhar para o Senhor que viráno fim dos tempos para estabelecer ple-na e definitivamente o seu reino e en-tregá-lo ao Pai. O caráter desta festainspirava-se no reconhecimento de Je-sus Cristo homem como Rei da criação.E era também reflexo do desejo da Igre-ja de garantir uma visão da Igreja comocristandade, em que Jesus Cristo deviaser reconhecido publicamente pela so-ciedade como Rei de todos os sobera-nos da terra.

Com a reforma litúrgica, a solenida-de de Cristo, Rei do Universo sofreuuma mudança de empostação bastanteprofunda. Agora a solenidade é coloca-da como último domingo do Ano litúrgi-co, ou seja, como o 34º Domingo doTempo comum. Existe um propósito portrás disso. Os dois últimos domingos doTempo comum e os dois primeiros doAdvento caracterizam-se pelo mistérioda parusia. Os evangelhos desses do-mingos proclamam a última vinda, avinda gloriosa de Cristo, a consumaçãofinal, quando Jesus Cristo terá submeti-do a si e ao Pai todas as coisas e rei-nará para sempre.

Colocado neste lugar, a festa deCristo Rei quer proclamar que JesusCristo é o Senhor do tempo. É Ele o iní-cio dos tempos e o seu fim: “Jesus Cris-to é o mesmo, ontem e hoje; ele o será

para sempre!” (Hb 13, 8).Um segundo aspecto realçado nesta

solenidade: Jesus é Rei ou Senhor nãotanto no sentido dos reinos temporais.Os reinos deste mundo são efêmeros esempre mais raros nos nossos dias. Je-sus Cristo é, sobretudo, o Senhor doscorações, ou seja, de todo o ser e agirdos cristãos. Jesus Cristo deve ser ocentro de todo pensar e agir dos cris-tãos. Nada deve ser subtraído a Ele,pois Ele, dom do Amor do Pai, é a vidaque Ele veio dar em abundância.

Jesus Cristo é um rei que veio paraservir. Oferecendo-se na Cruz, vítimapura e pacífica, realizou a redenção doshomens. Isso quer dizer que a conquis-ta do Reino dos céus passa pelo servi-ço aos irmãos, pela doação da própriavida, a exemplo de Cristo.

O reino de Cristo, submetendo aoseu poder toda criatura, e entregando àinfinita majestade do Pai o reino eternoe universal é, como diz o Prefácio dasolenidade, reino da verdade e da vida,reino da santidade e da graça, reino dejustiça, do amor e da paz.

Jaciel Dias de Andrade

Seminarista do 1° ano de Teologia

Membro da Equipe Diocesana de Liturgia

da Diocese de Guanhães – MG

Cristo Rei no Tempo comum

O ser humano parece não aceitar

pacificamente a morte, pois faz de tudo

para continuar vivo, seja na memória de

seus pósteros, seja na genética

de seus descendentes.

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Vamos conhecer umpouco da imagem da Mãe,Rainha e Vencedora TrêsVezes Admirável deSchoenstatt. É uma repro-dução de uma obra do pin-tor italiano Crósio, criadano final do século XIX. O tí-tulo original desta imagemé “Refugium Peccatorum”– ou seja, Refúgio dos Pe-

cadores.Em 1915, essa imagem foi adqui-

rida por um professor do semináriode Schoenstatt. Ele sabia que o Pe.José Kentenich e os congregadosmarianos haviam conquistado umacapelinha para Nossa Senhora egostariam de ter uma imagem queexpressasse a beleza de Maria, co-mo eles a contemplavam.

No início, a imagem não agradoua todos. Mas, Pe. Kentenich, sem-pre atento aos acenos da Divina Pro-vidência, meditou sobre o sentido daimagem, explicou-a aos jovens e, nomesmo ano, ela é colocada no San-tuário de Schoenstatt. Deram-lhe otítulo de Mãe Três Vezes Admirável.

Interpretação da imagemNa imagem nós vemos Maria, a

Mãe de Deus, com seu Filho Jesus.A íntima união entre Mãe e Filho es-tá expressa em diversos detalhes.Maria segura seu filho com as duasmãos. Com a mão esquerda o es-treita a si e com a direita segura obraço de Jesus, expressando pormeio da pequena elevação, a suaatitude de entrega que O oferece aDeus Pai.

Apesar de sua união com o Filho,ela o abraça desprendida de si mes-ma. Será que ela espera que alguémlhe peça o Filho? Seus olhos falamdessa espera.

O véu é o símbolo do segredo,cobre a Mãe e o Menino, dizendo-

nos que Jesus é o segredo do cora-ção de Maria. Assim o véu se torna osinal da virgindade pela qual ela seune, de um modo particular, a JesusCristo. Este detalhe encontramosnuma oração do Pe. José Kentenich:“Vem, habita em nossa terra, comteu Filho, Mãe de Deus. Que seguin-do vossos passos, ela encontre apaz de Deus. Por Maria, a Cristo uni-da, Pátria, tu serás remida”.

As cores da imagem, que dobranco vão crescendo gradativa-mente em intensidade, conduzemnosso olhar para o coração do Filho.Embora essa união entre Mãe e Fi-lho seja tão íntima, nota-se uma ati-tude de desprendimento: a Mãe temo menino no colo, porém, apesar detudo, sente-se que é uma outra forçaque tem o poder sobre Ele: a forçado Sobrenatural, do Deus Pai, repre-sentado pelas nuvens.

A Mãe segura o Filho, ela não ocarrega. O Filho é carregado pelaforça que tem sua origem no EternoDeus Pai. Ele vive no íntimo de seuser e determina seu atuar. O próprioJesus confessa, na sua conversacom Felipe: “Não crês que estou noPai e o Pai está em mim? As pala-vras que vos digo, não as digo pormim mesmo, mas o Pai, que perma-nece em mim, realiza suas obras.”(Jo. 14,10).

A luz, que envolve a cabeça deMaria Santíssima e de Jesus Cristo,rebrilha em toda a imagem e provémdo próprio Filho Jesus. Nele atingesua maior intensidade. Este Filho é“luz da luz”. Quem se expõe a estesraios torna-se sinal de luz para oshomens, assim o vemos concretiza-do de modo perfeito na imagem deMaria.

Este é o plano amoroso de Deus:que o sinal de luz de Maria nos con-duza da escuridão da vida, de voltaà fonte de sua luz verdadeira – à

eterna luz.Contemplando a

imagem de graças,concluímos: quem seune à Mãe de Deus éconduzido por ela ao fi-lho e ao mais íntimo doseu coração. Assim, seunem, coração a cora-ção; dois corações,portanto, numa só pul-sação. “O coração é ocerne mais profundoda alma humana”.

Fonte: maeperegrina.org.br

O centenário foi celebra-do em todo o mundo. NoBrasil, várias dioceses e pa-róquias se uniram a estagrande festa. A Paróquia SãoMiguel e Almas em Gua-nhães e a Paróquia SantoAntônio em Peçanha, entreoutras de nossa diocese,também celebraram os cemanos de devoção à Mãe Rai-nha vencedora três vezesadmirável de Schoenstatt. Jásão muitas as famílias querecebem a capelinha da mãeRainha na Diocese Gua-nhães.

Um centenário de graçaspara a Igreja e o mundo

Mais de 10 mil schoens-tattianos, vindos de mais de50 países, se reuniram emValllendar/Alemanha paracelebrar os cem anos de fun-dação da Obra Internacionalde Schoenstatt e renovar aAliança de Amor. Entre eles,estão mais de 400 brasilei-ros, bispos, sacerdotes e lei-gos.

Nesse lugar em que sur-giu o Movimento e se encon-tra o Santuário Original daMãe e Rainha, de 16 a 19 deoutubro foram dias intensosde festas e de renovação nocarisma do Fundador, Pe.José Kentenich. Deus usouuma notícia sobre o Santuá-rio de Pompeia para inspiraro Pe. Kentenich a selar aAliança de Amor e iniciar as-sim o Santuário de Schoens-tatt.

No dia 18, de manhã, asanta missa solene foi presi-dida pelo delgado papal Car-deal Giovanni Lajolo. Entreos presentes estavam deze-nas de arcebispos, bispos ecentenas de sacerdotes detodo o mundo. Em sua homi-

lia o enviado pelo Papa,disse que “O Movimentode Schoenstatt, com suamensagem de Aliança deAmor, dá testemunho:Deus, que colocou um ar-co-íris no céu, permanecefiel à sua aliança com ahumanidade. O Movimen-to presta um serviço im-portante à evangelizaçãopor meio da configuraçãode suas próprias vidas apartir da Aliança com aMãe, Rainha e VencedoraTrês Vezes Admirável deSchoenstatt e pelo conviteque fazem às pessoas detodo o mundo a fazerem omesmo”.

Para a Família deSchoenstatt, a Aliança deAmor é uma forma originalde viver a aliança batismal,enlaçados com Maria. É a“forma como captam os de-sígnios de Deus e como seunem a Maria para seguir aCristo”, define o PresidenteGeral do Movimento Interna-cional de Schoenstatt, padreHeinrich Walter, na mensa-gem final do jubileu.

À tarde, no mesmo horá-rio em que se deu a funda-ção, às 17 horas (hora local),aconteceu a renovação doato fundacional, a Aliança deAmor com a Mãe e Rainhade Schoenstatt, unindo osmembros do movimento pre-sentes no Santuário Originalaos schoenstattianos espa-lhados em todo o mundo.Para esse momento, o en-viado do Papa, Cardeal Lajo-lo, leu uma mensagem doSanto Padre: “Há cem anos,a 18 de Outubro de 1914, nacapela do cemitério deSchoenstatt, o jovem padrepalotino José Kentenichapresentou aos seus alunos

um planoo u s a d o :Através deoração, sa-crifícios easpiração àsantidade, op e q u e n ogrupo que-ria moverNossa Se-nhora a tor-nar a sim-ples capelanum lugar

de graças. Eles selaram aAliança de Amor com Maria,escolhendo-A como sua Mãee Educadora. Essa Aliançados homens com Maria foiestendida através dos tem-pos. Todos os que selam es-sa Aliança, declaram-se dis-postos a empenhar-se comtodas as suas forças pelacausa de Deus e, à luz daFé, configurar juntos o futu-ro”.

Como sinal de um novocompromisso com o carismado fundador, Pe. José Kente-nich, a Família de Schoens-tatt reentronizou a imagemda Mãe e Rainha em seuSantuário Original e tambémo Símbolo da SantíssimaTrindade, que antes de serentronizado, percorreu todoo mundo, visitando todos oscentros de Schoenstatt noscinco continentes. Esse Sím-bolo do Pai é um presenteoferecido pelo Fundador, há47 anos, para o SantuárioOriginal e nesse dia de gra-ças recebe finalmente o seulugar.

Com Maria, fiéis ao caris-ma original do Fundador, Pe.Kentenich, a Família deSchoenstatt quer ser o cora-ção da Igreja, a força doamor, que gera e fortalecevínculos, que vai ao encon-tro de todos para que se façauma Cultura da Aliança.

Ir. M. Nilza P. da Silva

Ass. de Com. do

Centenário

4 NOVEMBRO2014 MÃERAINHA100ANOS

A Imagem daMTA: mensagemem arte

Paróquias da Diocese de Guanhães celebram oscem anos de devoção à Mãe Rainha

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5NOVEMBRO2014DNJ2014

Adiocese de Guanhães,por meio da Pastoralda Juventude, promo-veu no dia 19 de outu-bro, em Divinolândia,

o Dia Nacional da Juventude(DNJ), com o tema inspirado nacampanha da fraternidade de2014.

Foi o papa João Paulo II que,em 1985 – ano internacional daJuventude promovido pela Orga-nização das Nações Unidas –instituiu o Dia Nacional da Juven-tude para todas as Dioceses e apartir deste momento, realizou-se uma grande comemoração.

O DNJ é um dos principaiseventos da Pastoral da Juventu-de e acontece em todo o país.Foi pensado como um dia emmutirão, a ser planejado anteci-padamente, com divisão de tare-fas e avaliação ao final. A realiza-ção do DNJ acontece todos osanos no último domingo do mêsde outubro, exceto em ano elei-toral.

Feitos para sermos

livres, não escravos

“Eis o que diz o senhor: prati-cai o direito e a justiça, e livrai ooprimido das mãos do opressor”

(Jr 22, 3ª)

Jesus Cristo vem ao nossomeio para resgatar, libertar, po-tencializar, defender a vida. ODeus da Vida que não suportaver seus filhos na miséria, injusti-çados, explorados, marginaliza-dos, violentados nos convoca aum mutirão. Se a missão doMestre é esta de servir ao Painos irmãos, a nossa, seus segui-dores, não poderia ser diferente!(Jo 13,14-15).

O DNJ também é tempo demudança, de revermos nossa vi-da como jovens e como pode-mos melhorá-la diante da socie-dade, assumindo alguma causa.Há muitas iniciativas na socieda-de que são valiosas e que seriabom apoiá-las como, por exem-plo, campanha em favor da paz,da moradia, do fim do extermínioda juventude, da terra, da digni-dade do povo indígena, da mu-lher, dos escravizados pelo tráfi-co de pessoas, etc. Com essasiniciativas esperamos assumir acondição de Jovens que anun-ciam a outros jovens a Boa Notí-cia que Deus nos confiou.

Os temas do DNJ são sempreaparelhados com a luta por justi-ça e direitos para a juventude epara a sociedade e nos permitedialogar com esse conceito nosentido de encarar a Juventude

Católica como uma personagemque entra em cena e se enqua-dra no contexto dos movimentossociais e desde a década de1970, vem impulsionando a Ju-ventude a lutar por uma novaprática política na sociedade.

O Dia Nacional da Juventudeé uma data aguardada e queridapela juventude católica em todasas dioceses do Brasil; na Dioce-se de Guanhães não é diferente.A caminhada dos Grupos de Jo-vens e juventude em geral é or-ganizada e direcionada para aconclusão com a celebração doDNJ.

A festa juvenil representa sig-nificativamente na caminhadados jovens e das jovens que or-ganizam e celebram este dia, co-mo nos afirma a jovem Thais Ma-riano do Grupo de Jovens Sha-lom de Conceição do Mato Den-tro:

“Para mim foi um momentomaravilhoso onde pude rever al-guns amigos e conhecer outraspessoas que marcarão a minhahistória. Cidade de pessoas aco-lhedoras que nos tratam como sefôssemos de casa. Era maravi-lhoso quando olhava para o ladoe observava aqueles jovens pu-lando, dançando e sentindo aforça do Espírito Santo e de nos-so Senhor Jesus Cristo vivo emnós e dentro de cada coração.Que nós, jovens, sejamos livrese não escravos. Parabéns a to-dos que organizaram esse DNJe que em 2015 estaremos reuni-dos, se Deus quiser, em SãoJoão Evangelista, outra cidadede pessoas maravilhosas e en-cantadoras”.

A jovem coordenadora doGrupo Juventude Missionária deSão Sebastião do Maranhãotambém nos descreveu a emo-ção e a alegria de participar des-ta festa da juventude diocesana:

“Participar do DNJ, para mimé um motivo de muita alegria;viajamos por quase 3 horas, mascom uma vontade imensa de es-tar presente, mostrar que faze-mos parte desta festa; revermosamigos de outras paróquias e ir-mãos de caminhada e de fé”.

Passar esse evento comemo-rando o meu aniversário de 23anos, sabendo que 13 anos de-les é de uma caminhada batalha-dora, às vezes difícil, mas comum gosto de vitória, pois, o quefazemos por amor às obras deDeus não temos vontade de pa-rar. O DNJ foi um momento mag-nífico e as lembranças nos mar-carão significativamente. O te-ma, nascemos para sermos li-vres e não escravos, é um cha-mado para muitos jovens deixa-rem a escravidão das bebidas,

drogas, prostituições e tantas ou-tras e se libertarem em Deus naconstrução de uma vida melhor.Outro momento que me encan-tou foi a caminhada pelas ruasda cidade, mostrando a forca dosjovens, que apesar de um sol es-caldante, não deixaram de mos-trar para que vieram à vida. E es-tamos na expectativa para o DNJ2015, em São João evangelista.

E a juventude, revitalizada, re-torna às suas comunidades pa-ra a caminhada pastoral e mis-sionária com um sentimento dealegria e motivação e na expec-tativa para no ano de 2015 sereencontrar na paróquia de SãoJoão Evangelista, que foi anun-ciada a terra a recepcionar a ju-ventude na 30ª edição do DiaNacional da Juventude. A esco-lha da paróquia proporcionoualegria aos olhares de muitos jo-vens, em especial aos do Grupode Jovens Kairós da cidade, co-mo nos descrevem os jovens Jo-sé Lúcio Vieira e Késsia Gonçal-ves:

“Próximo DNJ, com as bên-çãos de Deus, acontecerá na mi-nha paróquia de São João Evan-gelista, sob a responsabilidadedo Grupo de Jovens Kairós. QueDeus abençoe para que possa-mos corresponder a este grandecompromisso a nós confiado!Que Deus nos abençoe desdeagora e sempre”! (José LúcioVieira)

“Esse ano foi a primeira vezque eu tive a oportunidade de irao DNJ, foi uma experiência úni-ca poder estar ao lado de jovenscom uma energia boa e commuita disposição pra louvar aDeus! E quando recebi a notíciaque o próximo DNJ irá acontecerem São João Evangelista, fiqueifeliz, porque vou poder contribuirpra que essa bênção aconteçanovamente, trazendo mais pes-soas pra experimentar a mesmasensação que tive esse ano”!(Késsia Gonçalves)

O Grupo de Jovens Kairós ea paróquia de São João Evange-lista se alegram com a oportuni-dade de organizarem o próximoDNJ e estamos todos motivadose esperançosos para essa mis-são. Que Nosso Senhor JesusCristo, pela intercessão de SãoJoão Evangelista, nos abençoe eilumine na organização destafesta e desde já contamos com aparticipação e o envolvimento detodos os jovens e comunidadeem geral de nossa diocese parajuntos organizarmos e realizar-mos uma inesquecível festa nopróximo ano.

Adenil Borges Dedé

PJ Diocese de Guanhães

DNJ: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1).

Page 6: Folha diocesana ed221

6 NOVEMBRO2014 ARTIGOS&NOTÍCIASFé

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JOVENS LÍDERES

Juliano NunesJornalista [email protected]

Está acontecendo uma revoluçãono mundo. Desta vez não há armas,nem conflitos entre inimigos, tampou-co sangue derramado. Não há acam-pamentos para onde os feridos sãolevados, nem explosões, nem comu-nicação codificada para confundir oadversário. Estamos todos participan-do dessa mudança: a democratiza-ção da tecnologia. Nela, os jovenstêm uma participação fundamental eprovocante. Veem dessa faixa etáriaas novidades revolucionárias de nos-sos dias.

Para ficarmos em alguns exem-plos: Google, Facebook, Twitter, Ins-tagram e WhatsApp. A média de ida-de dos criadores dessas empresas(sim, elas são empresas e valem bi-lhões de dólares) está na casa dos30 anos. Larry Page e Sergey Brin,do Google, Mark Zuckerberg eEduardo Saverin, do Facebook, EvanWillians, Noah Glass, Jack Dorsey eBiz Stone, do Twitter, Mike Krieger eKevin Systrom, do Instagram e JanKoum, do Instagram (Saverin e Krie-ger são brasileiros) estão na lista de

prodígios que fazemhistória graças ao ta-lento para lidar comcódigos de progra-mação e, em algunsdeles, uma capaci-dade incrível de su-perar rejeições e de-safios.

Outro nome quemerece destaque é de uma jovemcom ainda menos idade. Malala You-safzai é ativista pelo direito ao estudopara jovens, principalmente mulhe-res, no mundo. A jovem, então com15 anos de idade, ficou em comaapós ser baleada na cabeça dentrode um ônibus, mas sobreviveu e hojevive com sua família na Inglaterra.Aos 17 anos, Malala é a mais jovempersonalidade a receber o PrêmioNobel da Paz, a mais alta premiaçãomundial concedida a pessoas queatuam nas áreas da química, medici-na, economia, literatura, física e aprópria paz.

Os vários exemplos de atuação jo-vem para revolucionar o mundo não

caberiam neste artigo. Os projetosempreendidos e as causas defendi-das pelos citados tiveram uma origemmodesta, pequena, aparentementeinofensiva. O Facebook, hoje commais de 1,2 bilhão de usuários, co-meçou em quarto de faculdade. Sefosse um país, a rede social teria umadas três maiores populações do pla-neta, ao lado da Índia e da China. OGoogle começou como uma pesqui-sa de doutorado em informática e setransformou no maior buscador de in-ternet e uma das empresas mais ino-vadoras da Terra. Malala começou lu-tando no Paquistão, seu país de ori-gem, e uma bala na cabeça fez suacausa ecoar pelos quatro cantos do

nosso planeta.Qual ou quais causas têm mereci-

do nossa atenção? O que podemosfazer pela nossa cidade, estado,país? Temos arrumado nossa camaantes de sairmos por aí empunhandobandeiras, faixas e gritando palavrasde ordem? Onde temos colocadonosso olhar? O mundo precisa denós e não há idade para começar aatuar em prol das mudanças neces-sárias à sociedade.

P.S.: diferente do mencionado nocomeço deste artigo, no caso de Ma-lala houve uma arma e sangue derra-mado, mas não era para sê-lo.

o mundoprecisa de nóse não há idadepara começar aatuar em prol dasmudanças necessáriasà sociedade.

Não é evangélico falar de coisas feias, mundanas, hipócritas

OPapa, em SantaMarta, convida afazer um examede consciência so-bre as nossas pa-

lavras para compreendermosse somos cristãos da luz oudas trevas. Ou, pior ainda,“cristãos cinzentos”, que nãosabem se estão com Deus oucom o diabo.

Diga-me como você fala e tedirei que tipo de cristão você é!Depois do coração e da alma,no altar da capela da DomusSanta Marta, Papa Franciscosonda outro aspecto daquelesque se dizem seguidores deCristo: a linguagem.

Os homens se reconhecempor suas palavras. São Paulo -recordou o Papa – faz “uma ca-tequese sobre a palavra”, con-vidando os cristãos a se com-portarem como filhos da luz e

não como filhos das trevas.O Papa exorta a fazer um

“exame de consciência” daspróprias palavras, porque sãoo indício da própria natureza docristão.

Em particular, disse o SantoPadre, há quatro palavras parasaber se os tons de cinza da al-ma prevalecem sobre os flas-hes de luz. “É uma palavra hi-pócrita? - pergunta - um poucoaqui, um pouco ali, para ficarbem com todos? É uma pala-vra vazia, sem substância,cheia de vacuidade? É uma pa-lavra vulgar, trivial, ou seja,mundana? Uma palavra suja,obscena?”.

“Essas quatro palavras nãosão dos filhos da luz, não vêmdo Espírito Santo, não vêm deJesus”, afirmou Francisco. Cer-tamente não é “evangélico” fa-lar “de coisas sujas, de munda-

nidade ou vacuidades, falar hi-pocritamente”.

Por outro lado, existem pa-lavras próprias dos “filhos daluz”: as palavras dos santos.São Paulo exorta: “Sejam imi-tadores de Deus: caminhem nacaridade; caminhem na bonda-de; na mansidão”. “Sejam mi-sericordiosos - insiste o Após-tolo - perdoando-se mutua-mente, como Deus os perdoouem Cristo. Sejam imitadores deCristo e caminhem na carida-de.”

Esta é “a palavra de um filhoda luz”, de um cristão “lumino-so” que “busca servir o Senhorcom essa luz”. Ao contrário -disse o Papa - desses “cristãostenebrosos” que levam “umavida de pecado, uma vida dis-tante do Senhor” e usam asquatro palavras típicas “do ma-ligno”.

Entre a luz e a sombra, seabre no horizonte “um terceirogrupo de cristãos”, que não são“nem luminosos nem sombrios”e que, talvez, nessa apatia se-jam os mais perigosos. “São oscristãos cinzentos”, disse o Pa-pa, uma vez estão de um lado;outra vez, de outro. “As pes-soas falam assim: Mas estapessoa está bem com Deus oucom o diabo? Eh? Sempre cin-zentos. Eles são mornos. Elesnão são nem luz, nem escuri-dão”.

“Eu sou cristão, mas semexagero!” dizem, e faz tão mal,porque “seu testemunho cris-tão é um testemunho que, nofinal, semeia confusão, semeiaum testemunho negativo”, afir-mou Bergoglio.

“Deus não ama isso”, de fa-to “o Senhor é forte com oscristãos cinzentos”, destacou o

Papa, recordando as palavrasdo Apocalipse: “Não és quentenem frio. Quem dera fossequente ou frio. Assim, porqueés morno – cinzento - estou pa-ra te vomitar de minha boca”.

“Não nos deixemos enganarpelas palavras vazias - é aexortação de Francisco-. Ouvi-mos tantas coisas, algumasagradáveis, bem ditas, mas va-zias, sem conteúdo”. Ao invés,“comportemo-nos como filhosda luz” e quem sabe nos farábem pensar em nossa lingua-gem, e nos perguntar: “Soucristão da luz? Sou um cristãoda escuridão? Sou um cristãocinzento? E assim podemosdar um passo avante para en-contrar o Senhor”, concluiuFrancisco.

FONTE: zenit.org

Page 7: Folha diocesana ed221

7NOVEMBRO2014ARTIGOS

Neste mês de novembro a igreja nosconvida a viver e celebrar o dia dosmortos “Tu és pó e em pó tornarás”.Como aceitar essa realidade numa so-ciedade que nega a morte o tempo to-do?

“O medo da morte ou a tentação dese achar imortal vivendo como se amorte não existisse é uma das grandescausas da infelicidade humana”. Nãoadianta amenizar a morte. Ela é nossaúnica certeza. Por isso devemos viversegundo os valores que vençam a mor-te, que a ultrapassam.

O cirurgião plástico, biotanatólogo emembro da Academia Mineira de Medi-cina, Evaldo A. D’Assumpção mostra aimportância de educar as crianças e anós mesmos para as perdas. São deleas reflexões a seguir que valem a penaserem vividas.

Vivemos numa sociedade em que ofundamental é ganhar. Relembrando obordão publicitário que gerou a chama-da “lei de Gerson”, o importante é levar

vantagem em tudo. Numa sociedadeem que esse é o seu conceito básico,torna-se muito difícil educar uma crian-ça para as perdas. Contudo, elas exis-tem e sempre existirão, causando gran-des sofrimentos para quem não apren-de a conviver com elas.

Curiosamente, não percebemos queas perdas são essenciais para valori-zarmos os ganhos. Com certeza, nãohaveria interesse num jogo no qual seganhasse sempre. Perder é uma condi-ção inerente a qualquer disputa, e a vi-da é um jogo que somente deixamosde jogar quando morremos. Obviamen-te devemos nos esforçar e tudo fazerpara ganhar, porém nunca deve faltar,em nossos planos e projetos, a possibi-lidade de perder. Quem age assim nãoexperimenta o sabor amargo do fracas-so, pois ganhar e perder estão previs-tos em seu planejamento.

O problema é que desde criança so-mos estimulados a buscar somente avitória. Só os ganhos interessam. Cres-

cemos sendo treinados aser donos do que ganha-mos e que aquilo nuncapode ser perdido. Desdepequeninos já aprendemosque “este é meu quarto”,“este é meu brinquedo”,

“esta é minha cama”. O sentido de pos-se é introjetado em cada situação dodia a dia .

Quanto mais nos sentimos donos,mais tememos perder; assim, tudo oque pode nos trazer perdas procura-mos evitar. Vamos vivendo uma menti-ra; afinal, não somos donos de nada, ena condição de impermanência em quevivemos, tudo é passageiro. Se sofre-mos uma perda, a sofremos de verda-de. E sofremos mais, quanto nos jul-garmos donos.

Para se evitar todos esses sofri-mentos, deveríamos nos educar parasermos “zeladores”. O zelador não édono de nada, mas cuida carinhosa-mente do que lhe é dado para cuidar.Se cuidar bem, com certeza irá con-servar aquilo por toda a sua vida epoderá até achar que durou parasempre. Durou porque o “sempre” foio seu tempo de vida e não o sempreabsoluto.

O zelador sofre sim quando perde,mas sua vida não se acaba com a per-da, pois sabe que aquilo não lhe per-tencia. Por isso mesmo, cuida melhordo que o dono, pois este se sente se-guro na sua posse e acredita não preci-sar de se esforçar para manter o quejulga possuir.

O ser humano que aprende a ser ze-lador de tudo e de todos terá melhorqualidade de vida e mais facilidade pa-ra superar as perdas. Para isso, deveráser sempre instruído no fato de que na-da é permanente neste mundo. Nem osobjetos, nem as situações, nem as pes-soas. Tudo é passageiro e nada existepara ser objeto permanente de possede alguém.

Zelando amorosamente, cuidare-mos do que recebemos e, por issomesmo, faremos tudo aparentementepara sempre nosso, sem perder nuncade vista a impermanência de tudo.

Se pensarmos a natureza paraaprender, tudo ficará mais fácil. Sóquando a semente morre é que ela po-de transformar em árvore. Só quando alagarta morre que surge a borboleta. Seo sol não se põe, a noite não chega, as-sim como a lua e as estrelas têm de de-saparecer para surgir o dia.

Com todas as perdas, sempre háganhos.

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Regina Coele Barroso Queiroz [email protected]

APRENDENDO COM AS PERDAS

ELEMEMENTOS TEOLÓGICOS DO CANTO LITÚRGICONo mês em que celebramos o dia da pa-

droeira dos músicos – 22 de novembro –iniciaremos um estudo sobre música litúrgi-ca que poderá nos iluminar nas escolhasdas músicas em nossas celebrações comu-nitárias.

Todos os povos, em todos os tempos,expressam mais claramente os seus senti-mentos religiosos através da música e docanto. Faz uso dos mais diversos tipos deinstrumentos, usando e selecionando pala-vras de carinho para se relacionar com a di-vindade, para expressar a sua religiosida-de. A Igreja católica, por sua vez, pede queos seus fiéis participem das ações litúrgicasde forma plena, de corpo e alma. Participarplenamente de um ato de culto é acolher odom de Deus, é estar disposto a entrar emcomunhão com Cristo e os irmãos. A músi-ca sacra cristã tem esse objetivo: manifes-tar a glória de Deus e levar à santidade osfiéis.

O canto só será litúrgico quando for umsinal simbólico, sensível e significativo dosmistérios celebrados na liturgia. Deve serao mesmo tempo, comemorativo do passa-do que é a ação sacerdotal de Cristo, indi-cativo do presente, por expressar a santifi-cação do humano e a glorificação do divino;e deve ser ainda, a comunhão com o mis-tério celebrado e profético do futuro.

A música litúrgica tem que brotar sem-pre do jeito de a comunidade de fé viver. Éna contemplação da passagem do Eternode vir da natureza e no correr da história, éna intuição e na vivência do mistério deCristo no dia a dia das pessoas e grupos,que o autor e compositor litúrgico deve en-contrar a sua fonte primeira de inspiração.

Ela deve, ainda, refletir o mistério da encar-nação do Verbo e assumir as característi-cas cultuais de cada povo, nação ou reli-gião.

A raiz da cultura musical cristã se en-contra na larga tradição bíblico-litúrgica ju-daica e cristã. É desta tradição que ela re-cebe a seiva, ou o alimento, que lhe garan-te a identidade, além do incentivo a bebersempre na abundante fonte dos salmos eoutros cânticos bíblicos. As melhores com-posições produzidas ao longo da experiên-cia celebrativa das Igrejas, todas de forteinspiração bíblica, são também as melho-res referências.

A dinâmica do memorial, própria e origi-nal da tradição judaico-cristã, engloba tam-bém a música litúrgica. O canto não é só ocanto, são também melodias, palavras, rit-mos, harmonias, gestos, danças e outros.Estes, na tradição, estão a serviço da re-cordação dos fatos salvíficos, um passadode grande importância que se atualiza nosacontecimentos do “aqui e agora” da comu-nidade.

Ao levar a comunidade que celebra apenetrar sempre mais, profundamente nomistério de Cristo, à música litúrgica exerceuma função pedagógica. Por sua função esuavidade, capacita-a, com singular eficá-cia a experimentar e entender, com todosos santos, qual a largura, o comprimento, aaltura, a profundidade e o amor de Cristoque ultrapassa todo conhecimento (Ef 3,18-19).

A música litúrgica advém do mesmo Es-pírito Santo que leva a assembleia a cele-brar com fervor e alegria pascais, provo-cando em quem canta uma atitude de es-

perança e amor diante da realidade em quevive. A alegria escatológica é a teoria princi-pal, expressando a esperança de um novocéu e uma nova terra, mesmo diante dosconflitos, das opressões, exclusão e mortedo dia a dia.

Sendo música litúrgica, não se pode dei-xar de lado a natureza e sacramentalidadeda Igreja expressas no canto cristão. É amúsica que congrega o povo de Deus, queo leva a viver como corpo de Cristo na di-versidade de membros e de ministérios, vis-to que: “Há diversidade de dons, mas o Es-pírito é o mesmo. Há diversidade de minis-térios, mas o Senhor é o mesmo. Há dife-rentes atividades, mas é o mesmo Deusque realiza tudo em todos. A cada um é da-da a manifestação do Espírito, em vista dobem de todos” (Cf ICor12.4-7).

Em todos os seus elementos, palavra,melodia, ritmo, harmonia... A música litúrgi-ca participa da natureza simbólica e sacra-mental da liturgia cristã. Traz consigo, ain-da, o selo da participação comunitária, re-fletindo o direito que todo cristão tem, pelosacerdócio comum no batismo, de se ex-pressar como assembleia celebrante domistério de Cristo, com Cristo e em Cristo,oferecendo-se ao Pai na unidade do Espíri-to Santo.

A música litúrgica reflete a ministerialida-de da Igreja, corpo de Cristo, formado pormembros e funções diversas. É a música ri-tual com caráter funcional precisando ade-quar-se à especificidade de cada momentoou elemento ritual de cada tipo de celebra-ção, à originalidade de cada tempo litúrgico,à singularidade de cada festa.

A música litúrgica está sempre a serviço

da Palavra. Sua grande finalidade é realçara Palavra emprestando-lhe sua força de ex-pressão e motivação. Nunca pode empaná-la ou dificultar-lhe a audição, compreensãoe assimilação. Expressa também o mistériopascal de Cristo, de acordo com o tempodo ano litúrgico e suas festas.

A música litúrgica é dotada de uma lin-guagem superior porque exprime o maisprofundo do ser humano em relação com osagrado. A harmonia dos sinais (canto, mú-sica, palavras e ações) é mais expressiva efecunda na medida em que se exprime nariqueza cultual própria do povo de Deus quecelebra (SC 119).

Enfim, unida à palavra no canto, a músi-ca expressa oração com maior delicadeza,favorece a unidade, vence o isolamento in-dividualista, cria sintonia e simpatia entre oscristãos. Também leva a uma solenização eenriquecimento da celebração. A sua minis-terialidade tira dela a expressão de “servada liturgia”, como afirmou Pio XI, e a elevaa “subsídio nobre da liturgia”. Está em rela-ção profunda com a Palavra. Esta, quandoé falada serve à comunicação cotidiana.Mas quando aumenta a emoção, quandocom intensidade profunda se exprimem ossentimentos e as convicções, a palavra de-ve ser potencializada. Esta é a palavra-mú-sica. A própria entonação da Palavra favo-rece audição, enfatiza a excelência da au-toridade que fala ou do mensageiro e suamensagem. É a união, comum desde osnossos ancestrais, do ornamento e da vita-lidade da música, pelo canto, à proclama-ção de textos sagrados.

Padre João Evangelista

Page 8: Folha diocesana ed221

8 NOVEMBRO2014 DIOCESEEMFOCO

www.diocesedeguanhaes.com.br

O novo site da

Diocese de Guanhães

já está na net

Faça-nos uma visita!

Divulguem!

JOVENS DE PAULISTAS EM INTENSA PREPARAÇÃO PARA O CRISMACerca de 400 jovens de toda a co-

munidade Paroquial, esperam nopróximo domingo (dia 26) com a gra-ça de Deus Pai, receberem a alegriada visita de Dom Jeremias, e com elao sacramento do crisma.

A preparação foi intensa e cuida-dosamente preparada pelo nossopároco junto aos Monitores do cris-ma, começando após nossa semanapenitencial.

Uma vez por semana eram pro-movidos encontros tipo “Cinema”,para ver o filme “O Conde de MonteCristo”, trabalhado com dinâmicas degrupo as questões envolvendo: a pa-ciência, a temperança, a diligência,inteligência, resiliência, com o objeti-vo de evitar que o jovem seja negli-gente com a sua missão de batizado,sendo testemunhas do amor e do po-der de Jesus com palavras e atosonde quer que estejam; afinal, emnossas pequenas cidades os jovens,sem alternativas de trabalho e de

continuar os estudos, em sua maio-ria vão aos grandes centros, ondese deparam com um mundo de de-safios e possibilidades; nossa mis-são, nosso sonho, portanto, é pre-pará-los para levar na bagagem a ex-periência real do encontro com Je-sus.

Tudo isso foi realizado como pre-paração para entrar na parte sacra-mental, e entre eles, a ênfase foi da-da aos sacramentos do Batismo,Reconciliação , da Eucaristia e doCrisma, utilizando com trabalho emgrupo, diversas citações bíblicas,proporcionando-lhes a oportunidadede conhecer e venerar a bíblia e aomesmo tempo de acordo com a na-tureza e a inclinação pessoal de ca-da um, ir estimulando-os à participa-ção constante nas celebrações e in-serção nas Pastorais existentes naparóquia . Assim alguns começarama visitar as comunidades junto àCoordenadora do PROIDE; outros

sentiram mais atração pela liturgia ouo canto Pastoral; e desta forma aCrisma, com a graça de Deus, seconverterá no real compromisso coma Comunidade, tornando-os mem-bros legítimos da Igreja Católica res-ponsáveis pela ela.

Agora, na Semana da Reconcilia-ção Sacramental, o Pe. Itamar veiode Conceição do Mato Dentro paraauxiliar o nosso pároco nesta missãode preparar os corações para rece-berem o dom do Espírito Santo, atra-vés do sacramento da crisma. Ore-mos então para que esta fragrânciaDivina permaneça nos jovens, paraque não se converta a Crisma so-mente em uma tradição ou pretextopara festejar. Na sexta-feira, aindapreparando o coração, haverá um re-tiro com todos os jovens para adora-ção ao Santíssimo, reflexão e medi-tação.

Equipe de Comunicaçãoda Paróquia de Paulistas

MITRA DIOCESANA DE GUANHÃES

Guanhães, 10 de Novembro de 2.014.

Pensando as necessidades pastorais e o bem espiritual do Povode Deus das Paróquias e dos irmãos Sacerdotes abaixo relacionados, assim comoda caminhada da Igreja Diocesana, venho, mais uma vez, comunicar as transferên-cias que ocorrerão a partir do mês Dezembro de 2.014.

Seminarista Bruno Costa Ribeiro, após a Ordenação Diaconal irá para a Pa-róquia São Sebastião, em Joanésia, e ficará até o final do mês de Janeiro. Àpartir do mês de Fevereiro retornará à Paróquia São Miguel e Almas, em Gua-nhães.

Pe. Valter Guedes de Oliveira, irá para a Paróquia São Miguel e Almas à par-tir do mês de Dezembro/2014 e ficará até o final do mês de Janeiro/2015. À par-tir do mês de Fevereiro, Vigário Paroquial da Paróquia Santa Maria Eterna, emSanta Maria do Suaçui. Posse dia 07 de Fevereiro/2015 às 19 h.

Pe. João Evangelista dos Santos, Administrador Paroquial da Paróquia Nos-sa Senhora da Pena, em Rio Vermelho. Posse dia 06 de Dezembro.

Pe. Salomão Rafael Gomes Neto, continua como Vigário Paroquial da Paró-quia Sant’Ana, em Ferros.

Pe. Dilton Maria Pinto, Administrador Paroquial da Paróquia São Sebastião,em Joanésia. Posse dia 1º de Fevereiro de 2015.

Na força do Espírito e na intercessão de São Miguel e de Nossa Senhora, cami-nhemos confiantes, servindo com alegria a Igreja, Povo de Deus, da Diocese deGuanhães. Desejo Força, Coragem, Alegria e muita Esperança aos irmãos Padresque serão transferidos, assim como ao futuro Diácono, o seminarista Bruno. Desejotambém que as Comunidades/Paróquias acolham com Amor e Carinho cada Sacer-dote, colocando-se à disposição, de coração aberto, para trabalharem juntos na edi-ficação do Reino de Deus e preparando, com entusiasmo, a chegada de cada um.

Com carinho paternal, bênçãos e orações,

Dom Jeremias Antonio de JesusBispo Diocesano

Comunidade São Geraldo do Baguaricelebra festa a São Geraldo

A comunidade deSão Geraldo do Ba-guari, uma vez mais,celebrou a festa deSão Geraldo. Houvenovena, missa, pro-cissão, contando in-clusive com a partici-pação do Grupo depercussão de Sabi-nópolis, compostopor crianças e ado-lescentes, chamadoMeninos das Ruas,coordenados por Ce-cília da Pastoral daCriança; e a nossaJuventude tambémabrilhantou a festacom cantos e louvo-res.

Hoje, depois demuitos anos de estudos da palavra deDeus, junto aos leigos, nossa grande ale-gria consiste no resultado, que é a aceita-ção dos fiéis da proposta que nosso párocoFrei Geraldo Monteiro nos trouxe: O PROI-DE. Desta maneira acontece festa religio-sa, sem fins lucrativos como; barraqui-nhas, leilões, rica em alegria, em partilha eunidade, em decorrência da implantação e

organização do Dízi-mo.

A coordenação daComunidade ressaltouque “o que mais meimpressiona é obser-var nos olhos dos fiéisa alegria, e não o can-saço que geralmentese vê nas pessoasapós os preparativospara uma festa; o re-sultado do nosso tra-balho árduo junto aonosso pároco é notadoem pequenos gestos edetalhes, na mudançado comportamento dosfiéis que, após a nossabela partilha de alimen-tos, foram procurar-nosalegres, cheios de es-

perança, para saber em que podiam aju-dar. Isso é maravilhoso!”.

Louvor e Glória a São Geraldo e nossasúplica, pela sua intercessão, porque que-remos crescer em unidade, em esperançaem Jesus Cristo , e no desejo de "ir" ao en-contro dos necessitados para evangelizar.

Equipe de Comunicação da ParóquiaSão José de Paulistas