15 de Jun. 2004
Formação de Formadores - Formação de Formadores - da da Concepção à Avaliação de Projectos Concepção à Avaliação de Projectos de Formação Contínuade Formação Contínua
Avaliação na Formação ContínuaAvaliação na Formação Contínua
Centro de Formação das Escolas do Concelho de Ílhavo
Ana Maria Caiado
Avaliação na Formação Contínua15 de Jun. 2004
Formação de Professores
“É reconhecido por todos que o professor é uma componente fulcral do sistema educativo. O acto educativo é, em última instância, realizado pelo professor. A sua boa preparação profissional é, pois, essencial para o sucesso educativo. É indispensável melhorar a pertinência e a qualidade da formação inicial de raiz e em serviço dos professores.”
CRSE, 1987
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Dos normativos legais à realidade
Em 1936 o Decreto-Lei n.º 27084/36 de 14 de
Outubro estabelece que:
“os professores têm por obrigação fazer o
seu aperfeiçoamento contínuo sob pena de
processo disciplinar...”.
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Dos normativos legais à realidade
E em 1973 a Base XXVI da Lei n.º 5/73 de 25 de Julho, estabelecia que:
“a formação permanente dos agentes educativos constitui obrigação para o Estado (...) e deverá ser suficientemente diversificada, de modo a assegurar a actualização dos conhecimentos e o aperfeiçoamento da preparação pedagógica e a favorecer a promoção e mobilidade profissionais.”
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Dos normativos legais à realidade
Em 1986 a Lei de Bases do Sistema
Educativo LBSE, Lei n.º 46786 de 14 de
Outubro, no seu artigo 2º, ponto 1, afirma
que:
“todos os portugueses têm direito à
educação e à cultura nos termos da
Constituição da República”.
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Dos normativos legais à realidade
É com a promulgação do Regime Jurídico
da Formação Contínua RJFC, Decreto-Lei
n.º 249/92 de 09 de Novembro, que se tenta
passar das palavras e das intenções aos
actos.
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Avaliação
“A avaliação no seio da actividade de
aprendizagem e de produção é, portanto,
uma necessidade, tanto para o formador
como para os formandos. Aquilo que se faz
deve ser avaliado, tendo-se em atenção não
só o produto final mas também a sua via de
formação.”
Bartolomeis, 1999
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O que é avaliar?
Avaliar é elaborar um juízo de valor,
qualitativo ou quantitativo, sobre uma
acção. Mas a interpretação da definição de
“avaliação” varia de autor para autor.
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Definições de avaliação
“A avaliação serve não apenas para determinar o
grau de êxito dos objectivos, mas também para
fornecer informações que ajudem a tomar
decisões, isto é, deve “iluminar” o próprio
processo.”
(Carlinda Leite et al, 2001)
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Definições de avaliação
“A avaliação corresponde a discrepâncias
entre a realidade observada e um ideal.”
(in Estrela e Nóvoa, org., 1993)
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Definições de avaliação
“O interesse social da avaliação associa-se
à mudança e à necessidade e possibilidade
de escolher entre alternativas.”
(Hamilton, 1977)
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Definições de avaliação
“Em rigor, deve entender-se que avaliar com
intenção formativa não é o mesmo que medir ou
qualificar, nem muito menos corrigir. Avaliar não é
tão pouco classificar, nem examinar, nem aplicar
testes.”
(Méndez, 2001)
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Definições de avaliação
“A avaliação como sistema fechado reproduz o
sistema de valores que instaurou o controlo.”
(De Ketele, 1991)
“Em educação avaliamos para conhecer.”
(Méndez, 2001)
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Definições de avaliação
”A avaliação inclui o controlo na medida em
que este é tomado como verificação ou
medida de distâncias, discrepâncias,
desvios, conformidade ou coerência.”
(in Estrela e Nóvoa, org., 1993)
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Definições de avaliação
“O modelo de avaliação tradicional consiste
na aplicação de provas objectivas para
classificar, seleccionar e distribuir segundo
os resultados em diferentes níveis.”
(Méndez, 2001)
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Definições de avaliação
“Nem tudo o que se aprende e avaliável e
nem tudo o que o professor avalia e
realmente o mais valioso.”
(Mendez, 2001)
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Definições de avaliação
“A avaliação costuma confundir-se com o
acto intencional e artificialmente produzido
– o exame.”
(Mendez, 2001)
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Definições de avaliação
“Nas tendências actuais da avaliação a
preocupação centra-se na forma como o
aluno aprende, sem descurar a qualidade
do que aprende.”
(Méndez, 2001)
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Definições de avaliação
“A avaliação é uma actividade ética, uma
vez que os julgamentos feitos afectam a
vida das pessoas.”
(Coomer, 1985)
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Importância da avaliação
A “avaliação” é, de facto, uma necessidade e, por
isso mesmo, uma realidade omnipresente no dia-a-
dia daqueles que, em circunstâncias diversas,
assumem papéis e responsabilidades que são
inerentes à própria condição de seres humanos
que interagem em projectos e programas de índole
sociocultural.
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Funções da avaliação
A avaliação tem várias funções das quais se podem salientar as seguintes:
– Indicar os resultados;– Identificar os problemas decorrentes das práticas
pedagógicas;– Diagnosticar as necessidades dos formandos;– Sugerir as necessidades dos formandos;– Sugerir novos métodos e técnicas pedagógicas ou
recursos didácticos;– Predizer os resultados e facilitar uma orientação;– Motivar os formandos e os formadores para a
consecução dos objectivos;– Orientar os esforços dos formandos na definição dum
trajecto pessoal de aprendizagem.
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Metodologias
É recomendável recorrer a metodologias
diversificadas, não esquecendo os três
princípios que se entrecruzam e se
completam:– O princípio da relação processo/ produto;
– O princípio da importância dos pensamentos, crenças
e atitudes dos formadores e dos formandos;
– O principio da influência do contexto.
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Para quê avaliar?
Avalia-se para que haja acção. O Homem vive
avaliando tudo o que observa. E o formando é
conduzido para agir bem para que possa ter um
"bom" resultado da avaliação.
A avaliação da formação permite verificar o grau
de qualidade dessa mesma formação e assim
regular todo o processo formativo.
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Para quê avaliar?
Pode-se considerar que a avaliação tem
três etapas fundamentais, que de tão
complementares, são indissociáveis:
– Recolha de informação;
– Tratamento e interpretação da informação;
– Reflexão sobre os resultados;
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Para quê avaliar?
Estas etapas conduzem às suas três
finalidades principais:
– Informativa;
– Valorativa;
– Interventiva.
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O que se avalia?
Toda a acção dos formandos. Podem-se avaliar
várias componentes do processo de formação: as
condições físicas das instalações, a coordenação
do curso, as qualidades do formador, o interesse
dos temas, os métodos pedagógicos utilizados, os
auxiliares pedagógicos utilizados, entre outros.
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O que se avalia?
É extremamente útil recolher informações
sobre as condições em que decorre a
formação e avaliar o grau de satisfação dos
participantes, mas é imprescindível analisar
os progressos efectuados pelo formando.
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O que se avalia?
Experiência doformando
Menor que a esperada
A esperada
Melhor que a esperada
Insatisfeito
Satisfeito
Encantado
Percepção Resultado
Ao avaliar o grau de satisfação dos formandos podemos verificar o grau de qualidade da formação.
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Como avaliar?
Os três tipos de avaliação
– Diagnóstica,
– Formativa
– Sumativa
são complementares e permitem, de modos
diferentes, obter informação de conteúdo.
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Avaliação diagnóstica
Este tipo de avaliação é essencial na selecção de
candidatos a formação.
A avaliação diagnóstica pode ser feita utilizando
testes diagnósticos que não são alvo de
classificação. Na prática este tipo de avaliação não
é frequente nem possível a nível da formação
contínua de professores, embora se devam definir
pré-requisitos para frequência de determinados
tipos de temas/ conteúdos de formação.
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Avaliação formativa
A avaliação formativa é um procedimento de
diagnóstico sistemático de uma situação geral e/
ou particular, a fim de clarificar a fundamentar o
tipo de intervenção mais adequada no decorrer de
um determinado processo de interacção, isto é,
visa a retroalimentação de todo o tipo de processo
de formação.
A avaliação formativa permite identificar situações
de aprendizagem mal conseguidas e informa sobre
medidas correctivas a tomar.
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Avaliação sumativa
A avaliação sumativa consiste numa
apreciação globalizante que, em dado
momento e em função de determinados
critérios, se faz de determinado “objecto de
avaliação”.
Assim, a avaliação sumativa procede a um
balanço das aprendizagens e competências
adquiridas no final de um módulo ou acção de
formação.
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Dificuldades da avaliação
Uma das grandes dificuldades da avaliação
é a falta de tempo para avaliar e para saber
avaliar.
Outra grande dificuldade da avaliação é o
seu carácter ambíguo e subjectivo.
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Como melhorar a avaliação?
•Torná-la mais explicita, concisa e democrática.
•Definir o peso na avaliação final dos conteúdos
curriculares e dos conteúdos comportamentais.
•Desenvolver a auto-avaliação e a hetero-avaliação.
•A utilizar de escalas de avaliação suficientemente
abrangentes mas sintéticas.
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Consequências da avaliação
Podem elencar-se as seguintes consequências de um processo avaliativo:
– Homogeneização de comportamentos e promoção de conhecimentos.
– Um formando estuda para que a sua avaliação seja satisfatória. Assim, a avaliação provoca o movimento e o pensamento dos formandos, desenvolvendo as relações entre os formandos e com o saber instituído.
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Consequências da avaliação
– Os objectivos do ensino poderão ser alterados pelas avaliações efectuadas.
– Diferenciação dos formandos desde aqueles que nada fazem até aqueles tudo sabem.
– Quando se pergunta por uma avaliação apenas se está interessado no resultado final. Perde-se o conhecimento da acção que conduziu aquele resultado. Assim, a avaliação não espelha o desempenho do formando.
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A realidade nos CFAE
Foram analisados alguns exemplos de
métodos de avaliação da formação de
diferentes CFAE:– CFECI– CFPA– CFCF– CFAECO– CFAECES
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A realidade nos CFAE
Relativamente à avaliação:– Existem algumas diferenças, que são
consequência da autonomia dos Centros de Formação.
– Os vários CFAE fazem a avaliação das suas acções, tanto pelos formadores como pelos formandos.
– Nem todos os CFAE fazem avaliação intermédia e alguns só o fazem dependendo da modalidade e/ou da duração da acção.
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Considerações finais
•Os professores devem ser autores/ construtores do seu processo de formação e não meros espectadores/ consumidores. •A qualidade só pode ser atingida através da avaliação da formação, para que possa ser restruturada e reorganizada. •O importante é que a formação contínua seja vista de uma forma integrada, integradora, articulada e indutora de práticas reflexivas na perspectiva da aprendizagem permanente.
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Meus Cont ctos
Posso ser contactada pelos seguintes
correios electrónicos:
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FIM