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Page 1: Fuja da Anemia

GAZETA DO POVOQuarta-feira, 12 de outubro de 2011

Editora responsável: Themys [email protected]

Fuja da anemiaO problema atinge 25% da população mundial. Entre crianças menores de 2 anos esse índice sobe para 50%. A prevenção, porém, é simples e, na maior parte dos casos, começa com pequenas adequações no cardápio.

Páginas 4 e 5

Aprenda como salvar uma vida em caso de parada cardíaca. Um guia ensina o que você deve (e o que não deve) fazer Página 8

Veja que detalhes você deve observar na hora de comprar a sua escova de dentes Página 6

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2 GAZETA DO POVOQuarta-feira, 12 de outubro de 2011saúde

ExpEdiEnTE

Caderno Saúde é um suplemento es pecial da Gazeta do Povo de senvolvido pelo núcleo de Saúde. Diretora de Redação: Maria Sandra gonçalves. Edito r Execu tivo: guido Orgis. Edição: Themys Cabral. Diagra ma ção: allan Reis. Capa: allan Reis. Re da ção: (41) 3321-5316. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: saude@ga zeta do povo. com.br. Endereço: R. Pedro ivo, 459. Curi tiba-PR. CEP: 80.010-020.Não pode ser vendido separadamente.

Próxima edição

9 de novembro

NotasAlimEnTAção

Carne ameaça fertilidade masculina, diz estudoCódigo

Bactéria a serviço da espionagem

z Dietas ricas em carne vermelha devem ser evitadas por homens que pensam em ter filhos. Um estudo brasileiro publicado pela revista científ ica Fertility and Sterility apon-tou o consumo excessivo do alimento como o mais novo vilão da infertilidade mascu-lina. A ingestão de 68 gramas a cada 1 mil calorias diárias (o equivalente a um bife por dia) já seria o suficiente para preju-dicar a mobilidade dos esper-matozoides e a taxa de implanta-ção dos embriões gerado por eles. As alterações ocorrem por conta do aumento do estresse oxidativo

no organismo – uma espécie de desequilíbrio entre a produção de radicais livres e os antioxidantes

(moléculas que “com-batem” os efeitos

negativos dos radicais livres). Além disso, o excesso de car-ne vermelha também pode

a u m e n t a r a ingestão de xenoes-

trogênios e esteroides anabolizantes, subs-tâncias tóxicas sin-

téticas utilizadas na ração para engordar o

gado. Ambas são capazes de interferir na fertilidade masculi-na.

z Um estudo publicado pela revista norte-americana PNAS revela que cientistas da Universidade de Tufts, dos Estados Unidos, encon-traram uma técnica para mandar mensagens secretas por meio de bactérias geneticamente modifi-cadas. O método, chamado de Spam (Steganography by Printed Arrays of Microbes ou Estega-nografia por impressão de agrupa-mentos de micróbios), começa com a modificação genética da bactéria E. coli, para que cada gru-po desses micróbios expresse uma proteína diferente. Essas bactérias

modificadas então passam a bri-lhar com cores diferentes quando expostas a certas frequências de onda (e, quando não expostas, elas são invisíveis como qualquer bac-téria normal). As bactérias modifi-cadas, então, são organizadas segundo um código pré-definido em uma placa, para que carre-guem a mensagem desejada quan-do expostas às luzes de frequên-cias diferentes.

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CapaRafaela Bortolin

Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção para um problema grave: cerca

25% da população mundial é anê-mica. E entre as crianças menores de 2 anos os números são ainda piores: a incidência é de quase 50%. Os dados (mais recentes) são de 2005, mas, segundo especialis-tas, de lá para cá, pouco mudou. A história, entretanto, poderia ser bem diferente, já que a prevenção do problema é simples e, na maio-ria dos casos, começa por peque-nas adequações no cardápio.

Segundo a diretora-geral do Hemorio e integrante do comitê de anemia da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), Clarisse Lobo, a melhor forma de prevenir é investir em uma alimentação saudável, cheia de alimentos ricos em ferro. Engana-se, porém, quem pensa que isso quer dizer somente comer muito feijão.

“As maiores taxas [de ferro] estão nas carnes vermelhas e vísce-ras, principalmente o fígado. Para se ter uma ideia, nossa capacidade de absorver ferro é 10 vezes maior nas carnes que nos vegetais. Um bife de apenas 100 gramas, por exemplo, nos fornece a mesma quantidade deste nutriente que um quilo de feijão”, diz.

É ilusão também achar que a carne precisa estar crua ou mal passada para que o ferro seja melhor absorvido, afirmam os especialistas. “Independen-temente do ponto, o índice do nutriente é o mesmo, porque não é o sangue que contém o ferro, mas a fibra da carne. Peixes têm altas taxas de ferro e mesmo o bucho, uma parte que é vendida branca, tem uma quantidade óti-ma deste nutriente”, comenta a coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Priscila Dabaghi.

No caso do ferro encontrado em vegetais, é necessário combinar a ingestão de feijão, lentilha, espi-nafre e couve com o consumo de uma fonte de vitamina C, essen-cial para que o organismo absorva o ferro da alimentação. “Não é necessário muito. Se a pessoa come um bom prato de arroz, fei-jão, salada e carne e o acompanha com um copo de suco de laranja, abacaxi, limão ou acerola, já está

com as cotas garantidas.” E vale um alerta: é preciso

comer o alimento propriamente dito para conseguir os benefícios do ferro. “O caldo de feijão, por exemplo, tem nada de ferro. Todo o nutriente está no grão, então é preciso comê-lo para obter os benefícios.”

EnriquecidosOptar por alimentos enriquecidos com ferro na hora das compras também ajuda a fugir da anemia. “O leite enriquecido com ferro, por exemplo, é uma ótima opção.”, diz Clarisse. Este tipo de leite, ao contrário do normal, pas-sa por uma manipulação química que faz com que o ferro não inte-raja com o cálcio, mantendo o nível de absorção dos dois nutrien-tes no organismo.

Se você acha que comer

feijão é garantia de evitar o

problema, é bom passar a abrir

espaço para carnes e frutas

cítricas no cardápio

Prevenção à anemia com

eça no pratoÉ preciso ficar atento ao consumo de chás de qualquer tipo (princi-palmente mate), refrigerantes a base de cola e café. É que essas bebidas impedem o organismo de absorver o ferro, dizem os espe-cialistas. “Essas bebidas estão proibidas na hora do almoço e do jantar. A pessoa come um prato de arroz e feijão e absorve quase nada de ferro por causa do cafezi-nho logo depois do almoço ou do hábito de jantar ingerindo refrige-rante”, afirma a coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Tuiuti do Paraná, Priscila Dabaghi. Outro vilão da absorção de ferro é o leite de vaca e seus derivados, ingeridos junto às refeições, em sucos ou sobremesas. Os pais também devem ficar de olho na alimentação das crianças desde os primeiros meses. “Uma mãe que oferece uma sopa de carne e complementa a refeição com uma mamadeira ou iogurte, anula grande parte do ferro ingerido”, diz o responsável pelo ambulatório de hemoglobinopatias do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná, Giorgio Baldanzi.

cuidadosChá e café impedem absorção

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u Anemia é doença.Mito. A anemia não é considerada uma doença, mas um sinal de algum problema de saúde.

u Doar sangue gera anemia. Mito. Doadores de repetição podem até ter uma quantidade menor de ferro, mas é raro. Se a pessoa tem o hábito de doar a cada três meses, para os homens, e a cada quatro meses, para as mulheres, não há problema.

u Preparar alimentos em panela de ferro ajuda a evitar o problema.Verdade. Este, porém, não deve ser o único recurso da dieta. Essa panela, quando aquecida, solta uma pequena quantidade de ferro, que enriquece os alimentos preparados. É pouco, mas ajuda.

u Anemia é coisa de criança.Mito. O grupo de risco é formado por bebês prematuros, crianças entre seis meses e dois anos e mulheres grávidas, mas ninguém está livre de ter o problema.

u Tomate, beterraba e outros vegetais vermelhos são ótimas fontes de ferro. Mito. Não é porque eles são vermelhos que têm ferro. Esses alimentos possuem uma série de benefícios, mas passam longe da prevenção à anemia.

Mitos e verdadesVeja o que corresponde à realidade quando o assunto é anemia:

A anemia tem causas variadas, mas, em 70% dos casos, está

associada à falta de ferro no san-gue. Esta falta pode acontecer por sangramentos (em razão de dis-funções na menstruação, por exemplo), úlceras, pedras nos rins, gastrite, hemorragias, pólipos intestinais, hemorroidas não tra-tadas, mas principalmente por má alimentação ou problemas no organismo que impedem a absor-ção do mineral.

O problema também pode estar ligado a doenças genéticas que fazem com que a criança nasça com alterações nas paredes das hemácias ou no funcionamento da hemoglobina (chamadas de anemias hereditárias), como a anemia falciforme. Neste caso, modificações na dieta alimentar ou uso de suplementação não são capazes de curar o problema.

Nos últimos anos, vem cha-mando a atenção também o aumento no número de anêmicos entre os que se submeteram à cirurgia bariátrica. “Esses pacien-tes passam a ter dificuldade de absorção de vários nutrientes, entre eles o ferro e a vitamina B12, o que gera o problema”, explica a diretora-geral do Hemorio, Clarisse Lobo. “Em muitos casos, é necessário apelar para suplemen-tação de ferro, injeções de vitami-na B12 intramusculares e até transfusões de sangue.”

70% dos casos são decorrentes de falta de ferro no sangue

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SUPlEmENTOS E mUDANçAS NA DiETABastaram alguns dias de queda acentuada dos cabelos para a bióloga Flávia Souza morini consultar uma médica dermatologista e descobrir que tinha uma falha na absorção de ferro, causada por uma baixa nos níveis de ferritina, proteína de reserva do nutriente no organismo. Para resolver o problema, desde o começo do ano, ela toma suplementação de ferro, mas garante que as mudanças mais significativas vieram na adequação da dieta. “Em poucos meses, meus níveis de ferritina dobraram, meu cabelo parou de cair e até minhas unhas estão mais fortes.”

u Crianças, adolescentes e homens adultos - 10 mg,

u mulheres adultas - 15 mg

u mulheres grávidas - 45 mg Meta: Duas porções de carne e duas a três porções de vegetais, acompanhadas por um copo de suco de limão, laranja, acerola ou abacaxi, já são suficientes para se chegar à cota.

Quanto coMerVeja os valores de ferro que devem ser ingeridos conforme a sua idade:

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Compare

Dâmaris Thomazini

Limpador de língua, cabos emborrachados e cerdas anatômicas que se movem não são aspectos essenciais

quando o assunto é garantir uma boa higienização bucal. Os deta-lhes mais importantes para a lim-peza dos dentes, na verdade, não costumam, nem de longe, ser os mais destacados nas propagan-das de

escovas revolucionárias. Na hora de escolher o produto, a preferên-cia deve ser dada para aqueles com cerdas macias e cabeça pequena.

“Uma escova simples com estas duas características é o melhor ins-trumento para escovar os dentes. Devido à diversidade de opções e preços, as pessoas acham que só vão obter a limpeza ideal com uma escova cara e sofisticada, o que não é verdade”, diz a professo-ra do curso de Odontologia e coor-denadora do programa de pós-

graduação na área de saúde coleti-va da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Simone Moysés.

A maciez das cerdas e o tama-nho da cabeça são aspectos que podem minimizar as agressões à gengiva e à superfície dos dentes durante os cerca de dois a três minutos – tempo considerado ide-al – de escovação. Estas duas carac-terísticas permitem que todos os dentes, inclusive os mais internos, sejam alcançados por uma escova-ção suave, mas eficiente.

“As pessoas costumam colocar muita pressão na escova,

isto, junto com um creme dental

m u i t o

abrasivo é prejudicial aos dentes”, alerta o diretor do Departamento de Avaliação de Produtos Odonto-lógicos da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Oscar Barreiros de Carvalho Junior.

De acordo com Simone, a impressão de que cerdas duras lim-pam mais é falsa: “Usar uma escova assim é o mesmo que usar uma vas-soura dura para tentar limpar um cantinho da parede”, compara a professora, ilustrando a dificulda-de de limpeza entre os dentes com este tipo de material.

Cerdas duras e cabeças grandes favorecem o que os dentistas cha-mam de “escovação traumática” – ação que, aliada ao excesso de pres-são na escova, pode provocar feri-mentos nas bochechas e nas gengi-vas. “Os pacientes podem apresen-tar alterações no formato da gengi-

va, aumento da sensibilidade devido à exposição da raiz e for-

mação de canaletas no local, além de desgastar os den-

tes”, revela a professora.

Escovas de dentes

simples são eficientes.

O tipo de cerda e a

cabeça do produto são

os detalhes mais

importantes a serem

observados

Menos é mais

Fontes: Simone moysés, professora do curso de

Odontologia e coordenadora do programa de pós-

graduação na área de saúde coletiva da PUCPR; Oscar

Barreiros de Carvalho Junior, diretor do Departamento

de Avaliação de Produtos Odontológicos (Dapo) da

Associação Brasileira de Odontologia (ABO).

uPontas das cerdas

Arredondadas: menor possibilidade de traumatizar os tecidos moles; escorregam melhor

pelos dentes, por isso limpam mais.

Retas: Podem ferir a gengiva se usadas com pressão excessiva.

uCerdas

Macias: indicadas para todas as pessoas; provoca risco menor de traumas na gengiva, de exposição da raiz e de

desgaste dos dentes; moldam-se melhor à superfície dos dentes, limpando áreas maiores;

Duras: Provocam ferimentos na gengiva e desgaste dental; não limpam adequadamente, pois não penetram nas

reentrâncias dos dentes. Podem ser usadas para limpeza de próteses removíveis – fora da boca –,

assim não causam traumas.

uTipo

Manual: A eficiência desta escova é a mesma das escovas elétricas.

Elétricas: Podem facilitar a escovação para pessoas com problemas de

coordenação motora, pois seus movimentos automáticos compensam

as dificuldades em alcançar todos os dentes.

uBorda da cabeça da escova

Quadrada: Pode machucar a parte interna da boca.

Arredondada: Facilita a limpeza, melhorando a higienização, além de evitar ferimentos nas gengivas e bochechas.

u Cabeça

Grande: Não favorece a limpeza, pois não há espaço suficiente na boca para alcançar os dentes de trás.

Pequena: mais confortável; alcança as superfícies dos dentes de trás com facilidade; não disputa espaço com a língua durante a limpeza dos dentes inferiores.

uCabo

Reto: Facilita a manipulação da escova. mesmo cabos anatômicos devem ser retos. É importante que o cabo tenha certa flexibilidade para que a pressão durante a escovação não chegue com tanta força aos dentes.

Com curvas: Excesso de curvas não é desejável, pois favorece a pressão sobre os dentes.

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“As pessoas costumam colocar

muita pressão na escova, isto, junto com um creme dental muito

abrasivo, é prejudicial aos dentes.”

oscar Barreiros de Carvalho Junior, diretor do Departamento de Avaliação de Produtos

Odontológicos da Associação Brasileira de Odontologia (ABO).

“Uma escova simples com estas duas características [cerdas macias e cabeça pequena] é o melhor instrumento para escovar os dentes. Devido à diversidade de opções e preços, as pessoas acham que só vão obter a limpeza ideal com uma escova cara e sofisticada, o que não é verdade.”

Simone moysés, professora do curso de Odontologia e coordenadora do programa de pós-graduação na área de saúde coletiva da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR),

ESColhA SUA ESCoVA Com BASE Em pEQUEnoS dETAlhES

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Eu supErEi

Rafaela Bortolin

Pergunte à bancária Virginia Célia Damiani Ferreira o que mudou em sua vida depois que foi submetida a uma

cirurgia bariátrica, em 2003, e ela tem a resposta na ponta da língua. “Praticamente tudo. Difícil dizer o que não mudou. Foi uma verdadei-ra revolução e hoje sou uma pessoa muito mais feliz.”

Não é para menos. Depois de anos lutando contra a balança e des-motivada com dietas e receitas mági-cas que não funcionavam, Virginia decidiu tentar o procedimento que, na época, ainda era novo no Brasil. “Uma amiga fez, me senti motivada, procurei o médico e ele me disse que eu tinha as características necessá-

rias para me submeter à operação. Não pensei duas vezes e entrei de cabeça nessa história.”

O resultado foi 49 quilos a menos e mais confiança na hora de se olhar no espelho. “Antes, não me sentia bem porque poucas lojas tinham artigos do meu tamanho e, quando provava, não me achava bonita. Agora, minha autoestima é outra, estou muito mais vaidosa, colecio-no acessórios, não saio de casa sem maquiagem e não abro mão de uma oportunidade para fazer umas com-prinhas no shopping.”

Segundo ela, o acompanhamen-to psicológico – ela fez terapia antes e dois anos após a cirurgia – e a dis-ciplina na recuperação fizeram toda a diferença para conseguir resulta-dos tão bons. “Segui à risca as reco-

mendações e não tive complicações, mas não conseguia me ver magra e era tão apegada ao meu corpo de antes que não queria me desfazer das roupas antigas. A terapia foi essencial para que eu me aceitasse.”

Quanto às restrições alimenta-res após a operação, Virginia garan-te que não teve qualquer proble-ma. “Se sei que um prato não vai cair bem ou não posso comê-lo, simplesmente risco do meu cardá-pio e procuro outras opções. Não vou perder meu tempo lamentan-do por uma coisa tão simples.” Mesmo o paladar, conta ela, mudou. “Eu não abria mão de fast food e era louca por sorvetes com várias caldas doces. Agora, não con-sigo nem me imaginar encarando um desses”, conta, aos risos.

Virgínia Célia Damiani Ferreira: “agora, minha autoestima é outra, estou mais vaidosa.”

Revolução com 49 quilos a menos

inTErATiVidAdE

Você tem alguma história de superação? Conte para nós.

Escreva [email protected]

ConTEúdo ExTrANo site www.gazetadopovo.com.br/saude,

você lê uma entrevista com

Virginia com detalhes de sua recu-

peração e dicas para quem pensa

em se submeter à cirurgia.

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8 GAZETA DO POVOQuarta-feira, 12 de outubro de 2011saúde

Ressuscitação

Rafaela Bortolin

Cerca de 300 mil pessoas mor-rem por ano no Brasil devido a doenças cardiovasculares e 65% das mortes ocorrem de

maneira súbita, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Mas os especialistas garantem: esses números poderiam cair pelo menos 20% se a população tivesse treinamento para efetuar a ressusci-tação cardíaca de maneira correta.

“A maior preocupação é que a parada cardíaca pode acontecer em qualquer idade, desde bebês a ido-sos, por causas variadas, e as chances de danos ao organismo são grandes”, explica a chefe do serviço de eletrofi-siologia cardíaca pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Lânia Romanzin Xavier. “Os primeiros minutos são essenciais no atendi-mento”, diz ela.

Tanta preocupação tem motivo. Em três minutos, a parada é capaz de comprometer a sobrevida e deixar sequelas irreversíveis. Pesquisas mostram que metade das vítimas sobrevivem se forem atendidas nos primeiros 5 minutos. A partir deste tempo, as chances caem gradual-mente até chegar a quase zero após dez minutos.

Por isso, o pronto atendimento a uma vítima de enfarte ou parada cardíaca é fundamental para aumentar as chances de sobrevivên-cia e conter os danos a órgãos vitais, como coração, pulmões e cérebro.

ressalvasMesmo importante, o procedimen-to, segundo o diretor geral do Hospital Cardiológico Costantini, Costantino Costantini, merece res-salvas, já que é fácil uma pessoa leiga confundir uma parada cardíaca com um desmaio. “Na ânsia de ajudar, a pessoa faz a manobra de ressuscita-ção de maneira desnecessária e pode matar a outra.”

Para ele, o melhor é chamar por ajuda especializada, seja de um paramédico ou de um serviço de emergência.O leigo deve fazer o pro-cedimento, porém, se não houver outra forma de ajudar a vítima. “O ideal é que todos façam cursos de ressuscitação cardíaca e saibam como proceder de maneira correta durante a situação.”

Cada minuto é

importante no

atendimento de

alguém com parada

cardíaca. O Caderno

Saúde traz um guia do

que você deve (e o que

não deve) fazer nestes

casos

Como salvar vidas O QUE FAZERVeja qual o procedimento a ser aplicado em caso deemergência:

Se a pessoa parece terperdido a consciência

Tenha certeza de que a pessoa teve uma parada cardíaca. O uso é simples e o próprio equipamento detecta a necessidadede utilização, identifica a quantidade de energia necessária em cada caso e dá o choque.

Pare e cheque a pulsação novamente.Se ela não voltou ou a criança nãorespondeu aos estímulos, refaça oprocedimento e vá repetindo aoperação até que a ajuda chegue ou acriança volte a ter pulsação.

Para o uso em crianças, certifique se oaparelho é adequado para o peso, a maioriados aparelhos só pode ser usada empessoas com mais de 40 kg .Nos bebês, o ideal é posicionar uma das pásnas costas e outra no peito. Em crianças, oprocedimento é o mesmo que nos adultos.

Envolva o tórax da criança com as duasmãos, deixando os dois polegares nomeio do tórax, ou com os dois dedos,indicador e médio, faça as compressões.Cuidado para não apertar com forçademais e quebrar uma costela.

Prenda o nariz, cubra a boca da criançacom a sua boca (em bebês, érecomendável envolver também onariz) e assopre. Repita a operação,verificando se o tórax se movimenta.

Verificada aparada cardíaca,posicione acabeça de formaque o queixo nãofique encostadono tórax.

Em crianças, o procedimento ésemelhante:

EM CRIANÇAS

Pode ser um desmaio porqueda de pressão. Nessecaso, mantenha a pessoadeitada com as pernaselevadas e não faça areanimação.

1

Chame ajuda e ligue 192 paraacionar o serviço de resgate.

Caso tenha tido uma parada cardíaca(ausência de respiração e pulso)

Caso não tenha tidouma parada cardíaca

Verifique osmovimentosrespiratóriose a pulsação.Deite-a debarriga paracima.

Inicie o procedimento de ressuscitação

Posicione a cabeça deforma que o queixonão encoste no tórax.

Prenda o nariz, cubra a boca da pessoa com asua boca e assopre. Repita a operação,verificando se o tórax da pessoa se movimenta.

2

Junte as mãos,deixando umasobre a outra comas palmas viradaspara baixo.Coloque-as nomeio do tórax naaltura dos mamilos.

3

Faça movimentos rápidos e fortes, de maneira que o tórax da pessoaafunde um pouco, seguindo o ritmo das batidas de um coração saudável.Cuidado para não forçar demais, o que pode quebrar as costelas.

Pare e cheque a pulsação novamente. Se ela não voltou ou a pessoa nãorespondeu aos estímulos, refaça o procedimento e vá repetindo a operaçãoaté que a ajuda chegue ou a pessoa volte a ter pulsação.

2x

30x

4

DESFIBRILADOR

5x

2x

Posicione uma pá abaixoda clavícula direita, e aoutra na lateral esquerdado tórax, abaixo domamilo, para que aenergia passe de uma pápara outra atravessandoo coração.

Infografia: Rafael Andrade/Gazeta do PovoFonte: Lânia Romanzin Xavier, chefe do serviço de Eletrofisiologia Cardíaca Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe.

u Não levante as pernas da pessoa. O ideal é deixá-las em um ângulo de 30 graus. mais que isso, pode-se bloquear a circulação na artéria femoral, prejudicando a oxigenação dos tecidos.

u Se a pessoa está vomitando ou eliminando secreções ou sangue pela boca ou pelo nariz, não deixe que ela fique com o rosto e o tórax virados para cima, o que aumenta as chances de ela aspirar os líquidos. Nesta situação, vire-a de lado, sempre puxando o queixo para garantir que ela não se engasgue. limpe as secreções, espere que elas cessem e daí volte a pessoa para a posição de barriga para cima para começar a ressuscitação.

u Não tente manter a pessoa sentada ou colocar a cabeça dela entre as pernas. Deixe-a sempre deitada, se possível, de barriga para cima.

u Não faça a massagem cardíaca em cima da cama ou do sofá. Com isso, a tendência é o corpo afundar a cada massagem. O melhor é mantê-la em uma superfície rígida, como uma tábua ou no chão.

orientaçãoVeja o que não se deve fazer no caso de uma parada cardíaca:


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