GABARITO
1 E
2 C
3 B
4 C
5 D
6 C
7 B
8 A
9 E
10 E
01. O Código Tributário Municipal de Foz do Iguaçu estabelece que, em âmbito
municipal, tributos são:
A) Impostos, taxas e contribuições de melhoria.
B) Impostos, taxas e contribuições para custeio da iluminação pública.
C) Impostos, taxas e contribuições para o regime previdenciário próprio dos servidores
do Município.
D) Impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições para o regime
previdenciário próprio dos servidores do Município e contribuições para custeio da
iluminação pública.
E) Impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuição para custeio da iluminação
pública.
COMENTÁRIOS:
E) CORRETA.
De acordo com o art. 5º do Código Tributário Municipal de Foz do Iguaçu (LC 82/03),
“em âmbito municipal, tributos são: impostos, taxas, contribuições de melhoria e
contribuição para custeio da iluminação pública”.
Tenha cuidado com o fato de que, embora a Constituição Federal tenha, no art. 149, §
1º, previsto a possibilidade de instituição, por parte dos Municípios, de contribuição
para o RPPS, o CTM de Foz do Iguaçu não o fez, na medida em que se limitou a instituir
os quatro tributos acima mencionados (impostos/taxas/contribuições de
melhoria/contribuição para custeio da iluminação pública – COSIP).
Destaque-se que o tratamento da contribuição para o regime previdenciário dos
servidores públicos é feito pelo Estatuto dos Servidores (LC 17/93), em seus arts. 312 e
seguintes, mas a questão requer a resposta nos termos do Código Tributário
Municipal.
GABARITO: E
02. A LC 82/03 (CTM-Foz do Iguaçu) indica diplomas normativos que devem ser
observados pelo Poder Executivo Municipal ao regular as leis que versem sobre
matéria tributária de competência do Município, limitando a atuação deste ente
federativo. Nesse sentido, aponte, dentre as assertivas abaixo, qual hipótese NÃO se
trata de limitação estabelecida pelo código municipal:
A) É devida a observância às normas constitucionais vigentes.
B) É devida a observância às normas gerais estabelecidas no Código Tributário Nacional
e na legislação federal, mas não é necessário observar a legislação estadual.
C) É devida a observância às normas gerais estabelecidas no Código Tributário Nacional,
na legislação federal e na legislação estadual.
D) É devida a observância às disposições do Código Tributário Municipal.
E) É devida a observância às demais leis municipais.
COMENTÁRIOS:
C) CORRETA.
A questão cobrou a literalidade do art. 7º do CTM. Em se tratando de lei local, é sempre
muito importante atentar aos exatos termos dos dispositivos legais. Vejamos o teor do
artigo:
“O Poder Executivo Municipal, ao regular as leis que versem
sobre matéria tributária de competência do Município, deverá
observar: I - as normas constitucionais vigentes; II - as normas
gerais estabelecidas no Código Tributário Nacional e na
legislação federal; III - as disposições desta Lei e demais leis
municipais.”
Desta feita, o que se observa é que a lei não estabelece a necessidade de observância
de leis estaduais, o que torna a letra C a hipótese que não representa limitação
estabelecida pelo CTM.
GABARITO: C
03. De acordo com o Código Tributário do Município de Foz do Iguaçu, assinale qual
das opções abaixo NÃO se trata de norma complementar às leis:
A) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
B) Os convênios celebrados pelo Município com outros Municípios.
C) Os convênios celebrados pelo Município com a União e o Estado do Paraná.
D) Os decretos.
E) As decisões dos órgãos singulares ou colegiados da jurisdição administrativa a que a
lei atribua eficácia normativa.
COMENTÁRIOS:
B) CORRETA.
O quesito cobrou o tema das “normas complementares”. Nesse tópico, é necessário
observar que o Município de Foz do Iguaçu possui disciplina peculiar, diferente daquela
prevista no Código Tributário Nacional.
Assim, destaque-se, de antemão, que, dentro do contexto aplicável ao CTN, os decretos
não são considerados normas complementares. Isso porque o seu art. 96 prevê que a
legislação tributária se compõe de leis, tratados/convenções internacionais, decretos e
de normas complementares. Dessa forma, percebe-se de maneira nítida que os decretos
não foram inseridos, pelo legislador federal, no grupo das normas complementares.
Ricardo Alexandre, nesse diapasão, aduz que é “interessante destacar que, apesar de o
decreto ser ato inequivocamente infraconstitucional e ser tratado pela doutrina como
norma secundária, o CTN não o colocou entre as normas complementares”1.
No entanto, a situação no Município de Foz do Iguaçu é distinta. Isso porque o art. 8º
do CTM estabelece, como normas complementares, as seguintes: a) os decretos; b) os
atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; c) as decisões dos órgãos
singulares ou colegiados da jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia
normativa; d) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
e) os convênios celebrados pelo Município com a União e o Estado do Paraná.
O primeiro ponto pertinente para a resolução da questão e que merece atenção, assim,
é: para o Município de Foz do Iguaçu, os decretos são normas complementares. O
segundo ponto é que, no que atine aos convênios, a lei municipal restringe o caráter
de norma complementar aos convênios celebrados com a União e com o Estado do
Paraná, o que faz com que os “Os convênios celebrados pelo Município com outros
Municípios” não se enquadrem no conceito indagado pela questão.
GABARITO: B
04. No que tange às disposições da LC 82/03 (CTM-Foz do Iguaçu), assinale a
alternativa correta:
A) A apresentação da declaração do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza -
ISSQN - ou a emissão da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e, formalizada pelo
sujeito passivo, configura lançamento por declaração.
B) A base de cálculo do tributo não pode ser apurada por estimativa.
1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Salvador – Juspodivm, 2017. p. 278.
C) O domicílio tributário deverá ser obrigatoriamente consignado nas petições,
requerimentos, consultas, reclamações, recursos, declarações, guias e quaisquer outros
documentos endereçados à Fazenda Pública Municipal.
D) Existe, na legislação tributária municipal, previsão de uma modalidade de lançamento
diferenciada, denominada “lançamento por estimativa”, a critério da autoridade
administrativa, tendo em vista as condições do sujeito passivo quanto a sua escrituração
e a espécie de atividade.
E) Fica dispensado o lançamento de ofício de valores relativos a créditos tributários e
não tributários, cujo valor total seja de até 10% (dez por cento) da Unidade Fiscal de Foz
do Iguaçu - UFFI.
COMENTÁRIOS:
C) CORRETA.
A assertiva C reproduz, ipsis litteris, o teor do art. 36 do CTM – Foz do Iguaçu: “O
domicílio tributário deverá ser obrigatoriamente consignado nas petições,
requerimentos, consultas, reclamações, recursos, declarações, guias e quaisquer outros
documentos endereçados à Fazenda Pública Municipal”.
A) INCORRETA.
Esta alternativa cobrou o conhecimento do art. 55, § único do CTM, e peca por afirmar
que a hipótese se tratar de lançamento por declaração, quando na verdade é caso de
autolançamento/lançamento por homologação. Vejamos:
“A apresentação da declaração do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza - ISSQN - ou a emissão da Nota Fiscal de
Serviços Eletrônica - NFS-e, prevista no art. 356, desta Lei
Complementar, formalizada pelo sujeito passivo, configura
autolançamento e constitui o crédito tributário, dispensando-se
outras providências por parte do fisco quanto à constituição do
crédito tributário”.
B) INCORRETA.
O item contrariou o art. 55-B do CTM, que dispõe: “Considerando as condições do
sujeito passivo quanto a sua escrituração e espécie de atividade, a critério da autoridade
administrativa, poderá a base de cálculo do tributo ser apurada por estimativa.”
D) INCORRETA.
Aqui, muito cuidado! Havia essa previsão no art. 55, V, do CTM; contudo, esse
dispositivo foi revogado pela Lei Complementar nº 228/2014, de maneira que não existe
mais a figura do “lançamento por estimativa” no âmbito municipal. Por essas e outras,
é importante sempre, ao se estudar a lei seca, verificar se o texto da legislação está
atualizado.
E) INCORRETA.
O erro da assertiva reside no percentual apontado para dispensa do lançamento de
ofício. O art. 59, §2º estatui que “fica dispensado o lançamento de ofício de valores
relativos a créditos tributários e não tributários, cujo valor total seja de até 15% (quinze
por cento) da Unidade Fiscal de Foz do Iguaçu – UFFI”. Dessa forma, o item, ao indicar
o percentual no importe de 10%, está errado.
GABARITO: C
05. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu, indique a assertiva
correta:
A) Incumbe ao Município instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
B) Inexistindo lei federal ou estadual sobre normas gerais, o Município exercerá a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
C) São símbolos do Município o Selo, a Bandeira e o Hino, representativos de sua cultura
e história.
D) É competência do Município a realização de programas de alfabetização.
E) Cabe ao Município fixar tarifas dos serviços públicos, com exceção apenas dos
serviços de táxis e transportes turísticos.
COMENTÁRIOS:
D) CORRETA.
De acordo com o art. 4º, XII, da Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu, ao Município
compete realizar programas de alfabetização, o que torna a alternativa D correta.
A) INCORRETA.
Cuidado! Não há essa previsão na Lei Orgânica. A alternativa é a transcrição do art. 21,
XX, da Constituição Federal, tratando-se de uma competência exclusiva da União, e não
do Município. É importante firmar bem o conteúdo desse dispositivo, para não
confundir na hora da prova, em caso de eventual cobrança.
B) INCORRETA.
A Lei Orgânica de Foz do Iguaçu não traz essa previsão, pois prevê apenas a competência
para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 4º, I) e suplementar a legislação
federal e a estadual, no que couber (art. 4º, II).
Destaque-se que essa é uma reprodução daquilo que já consta da Constituição Federal,
pois a competência legislativa plena em caso de omissão da União somente pode ser
exercida pelos Estados, e não pelos Municípios, que têm a faculdade apenas de
suplementar a legislação elaborada pelos entes federativos maiores – ou seja,
dependem da existência prévia das leis estaduais e federais (exceto, evidentemente,
quanto às competências expressamente conferidas aos Municípios).
Como se trata de um concurso municipal, é importante compreender isso de forma
clara.
Aproveitamos para, nesse sentido, sobre a temática, transcrever as palavras de Vanêsca
Buzelato Prestes, em obra coletiva coordenada por J. J. Gomes Canotilho, Gilmar
Mendes, Ingo Wolfgang Sarlet e Lênio Luiz Streck:
“A suplementação de legislação estadual ou federal, no que
couber, exige que o conteúdo legislado seja de atribuição
municipal, não podendo o município, por exemplo, legislar sobre
direito civil, cuja competência é da União. A suplementação
ocorre por meio de complementação ou legislar na ausência da
norma. A jurisprudência vem entendendo que, para legislar na
ausência de normas, o Município precisa ter competência
constitucional sobre a matéria. Já a complementação não pode
implicar regrar em sentido oposto à norma geral existente. Este
foi o entendimento no Recurso Extraodrinário n. 313060/SP, rel.
Min. Ellen Gracie Nothfleet (Diário da Justiça de 24 de fevereiro
de 2006): “A competência constitucional dos Municípios de
legislar sobre assunto de interesse local não tem o alcance de
estabelecer normas que a própria Constituição, na repartição
de competências, atribui à União e aos Estados”2.
Essa é a opinião doutrinária, também, de Harrison Leite. Vejamos: “Em direito
financeiro, bem como nos demais ramos versados no art. 24 da CF, a competência
municipal não é autônoma. Somente pode ser exercida se houver sido editada uma
prévia lei federal ou estadual, que então será suplementada”3
C) INCORRETA.
O art. 3º da Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu estabelece que “são símbolos
do Município o Brasão, a Bandeira e o Hino, representativos de sua cultura e história”.
Houve substituição do “brasão” por “selo”, tornando o item errado.
E) INCORRETA.
Diferentemente do que consta na assertiva, os serviços de táxis e transportes turísticos
não são excetuados, tendo suas tarifas fixadas também pelo Município. Vejamos,
conforme o art. 4º, XVII, a) da Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu:
“Ao Município compete prover a tudo quanto diga respeito ao seu interesse e ao bem-
estar da população, cabendo-lhe, privativamente, dentre outras, as seguintes
2 CANOTILHO, J. J. Gomes. MENDES, Gilmar Ferreira. SARLET, Ingo Wolfgang. STRECK, Lênio Luiz. (coord.) – PRESTES, Vanêsca Buzelato. Comentários à constituição do Brasil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 1525. 3 LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 5. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. p. 59.
atribuições: (...) XVII - fixar: (...) a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços de
táxis e transportes turísticos (...)”.
GABARITO: D
06. No que tange a Política de Turismo do Município de Foz do Iguaçu, a ser formulada
no âmbito do Processo de Planejamento Municipal, marque a alternativa que NÃO
indica um de seus objetivos:
A) O desenvolvimento sustentável do Município.
B) O bem-estar do visitante e da população residente.
C) O robustecimento da infraestrutura hoteleira do Município, propiciando maior fluxo
de turistas, brasileiros e estrangeiros.
D) a preservação e conservação do patrimônio natural e cultural, tangível e intangível.
E) o desenvolvimento do turismo como atividade voltada ao crescimento econômico e
social do Município.
COMENTÁRIOS:
C) CORRETA.
Dentre as alternativas propostas, a única que não representa objetivo da Política de
Turismo do Município de Foz do Iguaçu é o “robustecimento da infraestrutura hoteleira
do Município, propiciando maior fluxo de turistas, brasileiros e estrangeiros”. Para
chegar à resposta correta, é indispensável conhecer o teor do artigo 192 da Lei Orgânica:
“A Política de Turismo, a ser formulada no âmbito do Processo de Planejamento
Municipal, tem por objetivos:
I - o desenvolvimento sustentável do Município;
II - o bem estar do visitante e da população residente;
III - a preservação e conservação do patrimônio natural e cultural, tangível e intangível;
IV - o desenvolvimento do turismo como atividade voltada ao crescimento econômico e
social do Município.”
GABARITO: C
07. Sobre os Poderes Municipais, aponte, dentre as opções a seguir, a alternativa
correta, conforme a Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu:
A) O Governo Municipal é constituído pelos Poderes Legislativo e Executivo,
independentes e harmônicos entre si, sendo possível, em certos casos, a delegação
recíproca de atribuições entre os Poderes Municipais.
B) O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de 15 (quinze)
Vereadores, eleitos pelo voto direto e secreto, para cada legislatura entre cidadãos
maiores de dezoito anos, no exercício dos direitos políticos.
C) É permitido, em certos casos, o voto secreto nas deliberações da Câmara Municipal.
D) A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão preparatória, a partir de 1º de janeiro do
primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros. Sob a presidência do
Vereador mais votado, os demais Vereadores prestarão compromisso e tomarão posse.
E) O Vereador que não tomar posse na sessão preparatória deverá fazê-lo no prazo de
trinta dias, salvo motivo justo aceito pela Mesa da Câmara Municipal.
COMENTÁRIOS:
B) CORRETA.
Trata-se de literal transcrição do art. 8º da Lei Orgânica de Foz do Iguaçu, que define: “o
Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de 15 (quinze)
Vereadores, eleitos pelo voto direto e secreto, para cada legislatura entre cidadãos
maiores de dezoito anos, no exercício dos direitos políticos”.
A) INCORRETA.
A primeira parte da alternativa está correta, pois, de acordo com o caput do art. 7º da
Lei Orgânica, o governo municipal efetivamente se compõe dos poderes Legislativo e
Executivo (evidentemente, não há Judiciário na esfera municipal). Não obstante, o
segundo trecho da assertiva se encontra equivocado, pois o parágrafo único do art. 7º
estabelece, expressamente, que “é vedado aos Poderes Municipais a delegação
recíproca de atribuições”.
C) INCORRETA.
O art. 9º, parágrafo único da Lei Orgânica estabelece que “é vedado o voto secreto nas
deliberações da Câmara Municipal”.
D) INCORRETA.
Esse item exigiu o conhecimento do teor do art. 10 da Lei Orgânica. No primeiro trecho,
não há erro, pois o caput do artigo registra que “a Câmara Municipal reunir-se-á em
sessão preparatória, a partir de 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura, para a posse
de seus membros”. Contudo, a segunda parte peca por afirmar que o vereador mais
votado presidirá a sessão, pois, segundo o §1º do mesmo dispositivo legal, essa
incumbência será do vereador mais idoso. Vejamos:
“sob a presidência do Vereador mais idoso, os demais
Vereadores prestarão compromisso e tomarão posse, cabendo
ao Presidente prestar o seguinte compromisso: (...)”.
E) INCORRETA.
Segundo o art. 10, §3º da Lei Orgânica, “o Vereador que não tomar posse na sessão
prevista neste artigo deverá fazê-lo no prazo de quinze dias, salvo motivo justo aceito
pela Mesa da Câmara Municipal”. Assim, o erro está no prazo indicado, que não é de
trinta dias, e sim de quinze.
GABARITO: B
08. De acordo com a disciplina estabelecida pelo Estatuto dos Servidores do Município
de Foz do Iguaçu (LC 17/93), marque o item correto:
A) As carreiras são aquelas organizadas em grupos de cargos, dispostos de acordo com
a natureza profissional e a complexidade de suas atribuições, guardando correlação com
a finalidade do grupo ocupacional.
B) Para os efeitos do Estatuto dos Servidores, “servidor público” é a pessoa legalmente
investida em cargo ou em emprego público.
C) Os cargos públicos são considerados de carreira ou isolados.
D) Os cargos públicos serão providos em caráter vitalício, efetivo ou em comissão.
E) É absolutamente proibida a prestação de serviços gratuitos.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA.
Cuida-se da transcrição literal do art. 5º, § 1º do Estatuto dos Servidores do Município
de Foz do Iguaçu: “As carreiras são aquelas organizadas em grupos de cargos, dispostos
de acordo com a natureza profissional e a complexidade de suas atribuições, guardando
correlação com a finalidade do grupo ocupacional”.
B) INCORRETA.
Para os efeitos do Estatuto dos Servidores, servidor público é a pessoa legalmente
investida em cargo público apenas (art. 2º), não havendo a previsão referente aos
ocupantes de empregos públicos.
C) INCORRETA.
Nos termos do art. 5º, “os cargos públicos são considerados de carreira ou em
comissão”, sendo equivocada a assertiva ao apontar os “cargos isolados”.
D) INCORRETA.
Diferentemente do que consta na assertiva, não há previsão de cargos vitalícios no
âmbito do Município. É o que se extrai do art. 5º, §2º do Estatuto: Os cargos, de que
trata o "caput" deste artigo, serão providos em caráter efetivo ou em comissão.
E) INCORRETA.
Realmente, em regra há vedação à prestação de serviços gratuitos, de acordo com o art.
7º. No entanto, o dispositivo excetua as hipóteses previstas em lei. Vejamos: “É proibida
a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei”. A título de exemplo,
o art. 297 do Estatuto, tratando do Conselho de Recursos Administrativos, consigna que
os seus membros “exercerão seus mandatos gratuitamente e seus serviços serão
considerados relevantes para o Município”.
GABARITO: A
09. Aponte, dentre as opções abaixo, o item correto acerca do tratamento jurídico dos
servidores públicos no âmbito do Município de Foz do Iguaçu:
A) É requisito básico para ingresso no Serviço Público a nacionalidade brasileira ou
equiparada, ou, ainda, em se tratando de estrangeiro, a comprovação de residência no
País há no mínimo 02 (dois) anos.
B) À pessoa portadora de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência
de que é portadora, para o que poderão ser reservadas até 20% (vinte por cento) das
vagas oferecidas no concurso.
C) O estatuto dos servidores de Foz do Iguaçu prevê o provimento de cargos públicos
através de nomeação, readaptação, reversão, reintegração, recondução e
aproveitamento. Todavia, em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, não admite o provimento de cargos através das figuras da ascensão,
transposição e transferência.
D) Os cargos de provimento em comissão serão exercidos somente por servidores de
qualquer das carreiras permanentes, desde que em condições compatíveis com as
atribuições do exercício do cargo.
E) Dentre os requisitos básicos para ingresso no Serviço Público municipal, tem-se a
idade mínima de 18 (dezoito) anos ou idade inferior mínima de 16 (dezesseis) anos,
desde que compatível com o cargo e seus requisitos essenciais
COMENTÁRIOS:
E) CORRETA.
O disposto no artigo 8º, V do Estatuto dos Servidores de Foz do Iguaçu é exatamente
nesse sentido. Vejamos:
“Art. 8º São requisitos básicos para ingresso no Serviço Público:
(...) V - a idade mínima de 18 (dezoito) anos ou idade inferior
mínima de 16 (dezesseis) anos, desde que compatível com o
cargo e seus requisitos essenciais (...)”.
Importante atentar para este dispositivo, pois se trata de uma distinção da legislação
federal, que se limita a estabelecer a idade mínima de 18 (dezoito) anos (art. 5º, V, lei
8.112/90).
A) INCORRETA.
É requisito ao ingresso no Serviço Público municipal de Foz do Iguaçu a “nacionalidade
brasileira ou equiparada” (art. 8º, I), de maneira que o estrangeiro (salvo o equiparado)
não poderá ocupar cargo público no âmbito municipal.
B) INCORRETA.
O equívoco da alternativa está no percentual indicado, de 20% (vinte por cento). O art.
8º, §2º do Estatuto dos Servidores de Foz do Iguaçu dispõe que “à pessoa portadora de
deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento
de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portadora, para
o que poderão ser reservadas até 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no
concurso”.
Mais uma vez, a previsão é distinta da federal, pois a lei 8.112/90 reserva até 20% das
vagas oferecidas no concurso às pessoas com deficiência (art. 5º, §2º).
C) INCORRETA.
Todas as formas indicadas como presentes no Estatuto dos Servidores de Foz do Iguaçu
são efetivamente previstas na lei (nomeação/readaptação/reversão/reintegração,
recondução/aproveitamento). Contudo, de maneira distinta da proposta pelo item, a
lei local prevê, em seu art. 11, além das formas de provimento anteriormente
apontadas, as figuras da ascensão (VI), transposição (VII) e transferência (IX).
Diante disso, você pode perguntar: mas essa previsão não é inconstitucional? E a súmula
vinculante 434?
Ora, é bem verdade que o STF afastou essas formas de provimento originário, firmando
entendimento no sentido de que este somente poderá ocorrer através da nomeação,
precedida de concurso público.
Esse também é o entendimento da Doutrina. Vejamos, sobre o tema, a lição da
professora Maria Sylvia Zanella di Pietro:
“Quando a Constituição fala em concurso público, ela está
exigindo procedimento aberto a todos os interessados, ficando
vedados os chamados concursos internos, só abertos a quem já
pertence ao quadro de pessoal da Administração Pública. Daí
não terem mais fundamento algumas formas de provimento,
sem concurso público, previstas na legislação ordinária anterior
à Constituição de 1988, como a transposição (ou ascensão) e a
readmissão.”5
Assim, numa análise sistemática e de acordo com a jurisprudência do STF, as previsões
do Estatuto dos Servidores de Foz do Iguaçu seriam, sim, inconstitucionais.
Contudo, é necessário observar que, em se tratando de leis locais, a tendência é que
se cobre a literalidade da lei, razão pela qual, para esta prova, devem-se considerar –
dentro do bloco de legislação municipal – admissíveis a ascensão, a transposição e a
transferência.
Sobre a legislação do Município de Foz do Iguaçu, e dentro dessa temática, vale a pena
ainda colacionar o teor do art. 15, § único do Estatuto dos Servidores: “quando o caso,
o edital de concurso disporá sobre e reservará um percentual de vagas, para serem
providas por transposição”.
4 Súmula vinculante 43: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo – 31. ed. rev. atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018. pp. 756-757.
D) INCORRETA.
Ao contrário do que consta do item, os cargos de provimento em comissão não serão
ocupados somente por servidores efetivos, tendo estes apenas a preferência para tal
ocupação. Vejamos o que dispõe o art. 9º, §2º do Estatuto sobre o tema: “os cargos de
provimento em comissão serão exercidos, preferencialmente, por servidores de
qualquer das carreiras permanentes, desde que em condições compatíveis com as
atribuições do exercício do cargo”.
GABARITO: E
10. Conforme a LC 17/93 (Estatuto dos Servidores Públicos de Foz do Iguaçu), marque,
dentre as proposições abaixo, a INCORRETA:
A) Salvo caso de absoluta conveniência ou por imperativo legal superior, a juízo do
Prefeito Municipal, nenhum servidor poderá permanecer afastado do exercício do seu
cargo por mais de 2 (dois) anos, nem vir a se ausentar novamente, senão decorrido prazo
igual ao do afastamento anterior, contado da data do regresso.
B) A posse ocorrerá no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, contados da publicação
oficial do ato de provimento, sendo possível, em caso de excepcional interesse público
devidamente justificado, com necessidade imperiosa do preenchimento imediato do
cargo, que esse prazo seja reduzido em 1/3 (um terço).
C) É de 03 (três) dias o prazo para o servidor público entrar em exercício, contados da
data da posse.
D) Preso preventivamente, pronunciado por crime comum ou denunciado por crime
funcional, ou, ainda, condenado por crime inafiançável, em processo no qual não haja
pronúncia, o servidor será afastado do exercício, até decisão final, passada em julgado.
E) Salvo disposição em contrário, e os casos de acumulação legal, a jornada básica de
trabalho do servidor público municipal é de 30 (trinta) horas semanais. Além disso, o
sábado e o domingo são considerados como de descanso semanal remunerado, salvo as
exceções previstas em lei.
COMENTÁRIOS:
E) INCORRETA.
A jornada básica dos servidores públicos municipais não é de 30 (trinta) horas semanais,
mas sim de 40 (quarenta) horas semanais, conforme se extrai do art. 30, caput, do
Estatuto dos Servidores de Foz do Iguaçu.
Por outro lado, é necessário destacar que a segunda parte da assertiva está correta, pois
o sábado e o domingo efetivamente são considerados descanso semanal remunerado
(art. 30, §2º).
A) CORRETA.
É a literal transcrição do art. 26, § 4º do Estatuto dos Servidores: “salvo caso de absoluta
conveniência ou por imperativo legal superior, a juízo do Prefeito Municipal, nenhum
servidor poderá permanecer afastado do exercício do seu cargo por mais de 2 (dois)
anos, nem vir a se ausentar novamente, senão decorrido prazo igual ao do afastamento
anterior, contado da data do regresso”.
B) CORRETA.
Foi cobrado o conhecimento dos artigos 21 (“a posse ocorrerá no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias, contados da publicação oficial do ato de provimento”) e 22 (“em caso
de excepcional interesse público devidamente justificado e a necessidade imperiosa do
preenchimento imediato do cargo, o prazo de que trata o artigo anterior poderá ser
reduzido em 1/3 (um terço)”) do Estatuto dos Servidores.
C) CORRETA.
Realmente, o Estatuto prevê o exíguo prazo de 03 (três) dias, contados da posse, para
que o servidor entre em exercício (art. 25, §1º). Trata-se de prazo bem mais enxuto do
que o previsto na legislação federal, de 15 dias (art. 15, §1º, lei 8.122/90), portanto, é
importante reter essa informação, pois existe uma boa chance de o examinador cobrar
justamente as diferenças entre a legislação federal e a local.
D) CORRETA.
A assertiva corresponde ao art. 26, §4º do Estatuto dos Servidores:
“salvo caso de absoluta conveniência ou por imperativo legal
superior, a juízo do Prefeito Municipal, nenhum servidor poderá
permanecer afastado do exercício do seu cargo por mais de 2
(dois) anos, nem vir a se ausentar novamente, senão decorrido
prazo igual ao do afastamento anterior, contado da data do
regresso”.
GABARITO: E