GERENCIAMENTO DE ALARMES Aumento da Segurança nas Operações de Plantas Produtivas Automatizadas
1 MÁRCIO VENTURELLI
e-Paper
Márcio Venturelli
GERENCIAMENTO DE ALARMES
Aumento da Segurança nas Operações de
Plantas Produtivas Automatizadas
GERENCIAMENTO DE ALARMES Aumento da Segurança nas Operações de Plantas Produtivas Automatizadas
2 MÁRCIO VENTURELLI
O controle operacional com foco no operador é cada vez mais
direcionador nos projetos de automação industrial, entendendo
isso como um fator importante, desde a segurança
operacional, até a gestão eficiente do ativo, os alarmes de
processos ganham destaque e exigem a aplicação de
ferramentas para sua administração, esse é o tema de nosso
e-Paper, a gestão de alarmes.
Um dos cenários que mais ocorrem hoje em termos
operacionais, é um operador sentado em frente a uma estação
de operação onde dentro de uma normalidade, não indica
nenhuma tendência anormal, o foco é manter o patamar de
controle, porém uma vez ocorrendo algum evento, é disparada
uma série de alarmes em sequencia, criando o que chamamos
de avalanche de alarmes, que na prática não demonstra ao
operador a origem e muito menos a causa de um problema
operacional.
Outra situação que ocorre muito são os alarmes não relevantes,
eles sempre aparecem para o operador, porém ele reconhece o
mesmo o dia todo, não dando importância, pois esse alarme
não era necessário ou esta descalibrado para o processo,
como resultado disto tudo, um acidente pode ocorrer, pois há
excesso físico para um operador, além de baixa qualidade de
indicação de um provável e iminente sinistro.
Interessante observar que as avalanches de alarmes são um
legado negativo da evolução da tecnologia, pois no passado ter
um alarme era caro, tinham que ser elaborados, projetados e
implantados um a um, num sistema muitas vezes
eletromecânico, hoje os PLC/DCS (SCADA), proporcionaram
uma facilidade sem igual na implantação de qualquer tipo de
alarme para um operador, ocasionando na ponta uma
sobrecarga para operação, simplesmente não se consegue
gerenciar a informação de um alarme na tela de operação.
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Vamos entender o que é um alarme, segundo a ISA 18.2, é um
sinal audível e/ou visível indicativo do mau funcionamento de
um equipamento ou processo ou condição anormal que requer
uma resposta, logo então, gerenciar alarmes é o processo de
projetar, implantar, monitorar e aprimorar os alarmes, a fim de
garantir operações seguras e confiáveis.
As plantas de processo hoje demandam desafios operacionais
que podemos destacar alguns orientados aos alarmes, entre
eles:
Os alarmes devem ajudar operadores a corrigir
problemas no processo
O operador ao receber um alarme deve (entender,
reconhecer e tomar uma ação) no máximo 6
alarmes/hora (EEMUA)
Os alarmes devem evitar paradas não programadas de
planta
Os alarmes devem contribuir diretamente para a
confiabilidade operacional da planta
A implantação de um processo de gerenciamento de alarmes
entrega benefícios ao controle operacional, podemos listar
alguns dos principais:
Aumento da estabilidade operacional (diminuição da
variabilidade na interferência da operação)
Aumento da valorização do alarme atuado na tela
operacional (menos distração)
Respostas mais rápida aos eventos
Identificação de tendências de problemas de
equipamentos ou processo (gargalos)
A tecnologia utilizada hoje na implantação de um sistema de
gerenciamento de alarmes segue um conceito de sistema, isto
é, através da aquisição dos dados de alarmes num sistema de
automação existente, um servidor coleta todas as ações de
alarmes e através de um sistema de gestão (software) com
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ferramentas apropriadas para atender as premissas já
descritas, consegue-se ir adequando, melhorando e alterando
a estrutura de alarmes, podendo atender todos os requisitos de
segurança segundo a norma.
O funcionamento do sistema passa o comando dos alarmes do
Scada/DCS para um servidor de alarmes, isto é, um modelo
gerenciável entrega na tela de operação as informações
relevantes de alarme, não mais vindo (configurados)
diretamente do Scada/DCS, mas sim de uma modelagem que
permite dar consistência ao alarme, na prática é transparente
ao operador.
A implantação de um sistema de gestão de alarmes passa por
uma sistemática, onde podemos destacar as principais em
sequencia:
Benchmarking e Avaliação – uma avaliação geral no topo
da gestão, levando dados de cenários e até mesmo de
outros sistemas paralelos instalados a título de
comparações;
Filosofia de Alarmes – Deve-se escrever um manual de
como os alarmes devem funcionar, tudo é planejado, as
regras e ações do todo, isso passa a ser a diretriz de
implantação;
Racionalização dos Alarmes – Extinção das piores
atuações, revisão completa dos alarmes na
configuração, seria como se fosse uma “limpeza” inicial;
Implementação e Execução – Configuração do sistema
de gestão de alarmes junto ao de controle;
Manutenção – um sistema de gestão de alarmes exige
manutenção constante, pois o processo é dinâmico,
onde monitora-se desempenho, para aprimoramento
das piores atuações;
Melhoria Contínua – a gestão de alarmes deve se
entendida como ciclo, tudo pode ser melhorado, o
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gerenciamento do fluxo e alterações para permitir
melhoria constante.
Os sistemas de gestão de alarmes já são uma realidade e
como toda tecnologia evolui constantemente, há algumas
tendências que já despontam neste tipo de ferramenta,
podemos comentar as principais, que são:
Gerenciamento de alarmes compulsório – algumas
plantas de alta criticidade caminham para que o sistema
seja compulsório, isto é, seja obrigatório dentro de um
tópico em legislação (parecido ao NR-10);
Gerenciamento de alarmes mobile – com os aparelhos
portáveis (smartphones) são uma realidade, estes
equipamentos passam a potencializar as ações
operacionais vindas de um sistema de gerenciamento de
alarmes, não só no site, como remotamente;
Ferramenta integrada na manutenção – os sistemas de
gestão de alarmes podem integrar-se aos sistemas de
gestão da manutenção, permitindo, por exemplo, a
gestão dos ativos, uma vez que se podem obter
informações de todo e qualquer equipamento por
alarmes configurações em diversos níveis de
informação.
A segurança operacional é tema de extrema importância nas
relações de governança das indústrias, o gerenciamento de
alarmes é uma ferramenta que adiciona conforto operacional
aos operadores com ganho de eficiência, além do aumento da
confiabilidade na operação da planta produtiva.
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SOBRE O AUTOR
• Márcio Venturelli trabalha no
mercado de automação industrial há
20 anos, tendo passado por diversos
departamentos, tais como, assistência
técnica, treinamentos,
comissionamento, projetos,
engenharia, marketing e negócios.
• Trabalhou em diversos projetos de
implantação de sistemas de automação
de plantas de bioenergia,
transformação e manufatura, no Brasil
e no exterior.
• Atualmente trabalha em
desenvolvimento de mercados com
foco em engenharia conceitual na área
de automação industrial, tendo como
base viabilidades técnicas e financeiras,
otimização e gestão industrial
produtiva.
• É professor universitário de pós-
graduação de automação industrial e
gerenciamento de projetos.
• Membro Sênior da ISA (Sociedade
Internacional da Automação) e
Presidente da Seção ISA Sertãozinho-
SP, Membro do PMI-SP (Instituto de
Gerenciamento de Projetos) e
Coordenador do Comitê de Automação
Industrial do CEISE Br.
• Graduado em Ciência da Computação,
Pós-Graduado em Gestão Industrial e
Petróleo e Gás. MBA em Estratégia de
Negócios. Técnico em Automação
Industrial e Eletrotécnica.
• E-mail: [email protected]
MAIO/2014 - R0