01/09/2014
1
GESTÃO DA LOGÍSTICA DO AÇÚCAR
José Vicente Caixeta FilhoProfessor Titular
Dep. de Economia, Administ. e SociologiaESALQ - Universidade de São Paulo
Araraquara, 21 de agosto de 2014
Agenda
� conceitos básicos de logística� armazenagem de cargas� transporte de cargas� expectativas do mercado
01/09/2014
2
O termo logística é derivadodo grego “λόγος” = logos(“razão”, “arte de calcular”) edo francês loger(“acomodar”, “alojar”).
LOGÍSTICA...
A LOGÍSTICA MUNDO AFORA...
01/09/2014
3
“ ... planejamento e operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que
insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e
temporais de forma econômica”
Fonte: Daskin (1985)
LOGÍSTICA...
PRINCIPAL IMPACTO ESPERADO A PARTIR DE UMA “BOA” LOGÍSTICA:
01/09/2014
4
PRINCIPAL ESTRATÉGIA ASSOCIADA À “BOA” LOGÍSTICA:
diluição do valor dos custos fixos (CF)…
Fonte: Lean Institute Brasil
o economias de escala;o eficiência de processos / baixa ociosidade;
o organização;o sincronia / integração das atividades.
CAMINHOS POSSÍVEIS QUE FACILITAM A DILUIÇÃO DE CUSTOS FIXOS:
01/09/2014
5
PECULIARIDADES DAS CARGAS AGRÍCOLAS:
o perecibilidade x altos riscos (devido a fatores de natureza biológica, climática etc.)
o sazonalidade da produção (e do consumo, em alguns casos)
o longas distâncias separando pontos de produção e de consumo
o baixo valor agregadoo mercados (altamente) concorrenciais
ARMAZENAGEM DE CARGAS
01/09/2014
6
Cenário Atual de Comercialização
Escoamento Concentrado
Benefícios de infra-estrutura adicional à disposição do
agronegócio
Preço
Colheita
Custos Logísticos
Alongamento do Escoamento
Preço
Colheita
Custos Logísticos
ARMAZÉNS
BENEFÍCIOS DA ARMAZENAGEM
Fonte: NovaAgri
NOVAS ESTRUTURAS DE ARMAZENAGEM
01/09/2014
7
TRANSPORTE DE CARGAS
DIMENSÃO (EM KM) DO SISTEMA VIÁRIO BRASILEIRO
13.00020.00030.000
200.000
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
RodoviaspavimentadasFerrovias
Dutovias
Hidrovias
km
Fontes: ANTT; Ministério dos Transportes ; ANTAQ; Transpetro
01/09/2014
8
Fonte: CNT
COMPARAÇÃO COM AS MATRIZES DE TRANSPORTES DE DIFERENTES PAÍSES
CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE
mais flexível (porta-a-porta); custo variávelalto e custo fixo baixo; não é “dono” nemresponsável pela manutenção da rodovia
custo fixo alto e custo variável baixo; grandesvolumes e longas distâncias; baixaflexibilidade; é normalmente “dono” eresponsável pela manutenção da ferrovia
cargas volumosas de baixo valor agregado;baixas velocidades; longas distâncias; menorconsumo de combustível; custo fixo alto;baixa flexibilidade
cargas fracionadas de alto valor agregado;altas velocidades; longas distâncias; maiorconsumo de combustível; custos fixo evariável altos; média flexibilidade
cargas líquidas, gasosas ou minerais; grandesvolumes e médias distâncias; custo fixo alto ecusto variável baixo; baixa flexibilidade;responsável pela manutenção da dutovia
01/09/2014
9
Produto Origem Destino Distância(km)
soja Campo Novo (RS) Porto Velho (RO) 3.283
milho Nova Mutum (MT) Maraú (RS) 2.037
açúcar Barra do Bugres (MT) Santos (SP) 1.801
arroz Bagé (RS) Ilhéus (BA) 3.017
carne Itaporã (MS) Recife (PE) 3.595
algodão Diamantino (MT) Natal (RN) 3.616
fertilizante Paranaguá (PR) Nova Olímpia (MT) 2.013
LONGAS DISTÂNCIAS SENDO VENCIDAS PELO TRANSPORTE RODOVIÁRIO…
Fonte:
Fonte: Pesquisa CNT de Rodovias 2011 (92.747 km)
CONDIÇÕES DAS VIAS...
01/09/2014
11
O CASO DA LOGÍSTICA NO
COMPLEXO SUCRO-ALCOOLEIRO
NOVAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS...
Fonte: EPE
01/09/2014
12
NOVAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS...
CCT (CORTE-CARREGAMENTO-TRANSPORTE)
o atividades que correspondem a 30 - 35% do custo total de produção;
o ganhos logísticos observados a partir do corte mecanizado (a um
conjunto mecanizado equivale o serviço de 50 trabalhadores, ou seja,
aproximadamente 600 toneladas por dia)
01/09/2014
13
EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE CANAVIEIRO
DESCRIÇÃO ILUSTRAÇÃO NOME POPULAR
CAP. (MÉDIA) DE TRANSP.
Caminhão plataforma com um reboque acoplado
Romeu e Julieta 25 t/viagem
Caminhão plataforma com dois reboques acoplados
Treminhão 45 t/viagem
Cavalo mecânico com dois semi-
reboques acoplados
Rodotrem 65 t/viagem
Fonte: adaptado de Silva (2006)
CCT (CORTE-CARREGAMENTO-TRANSPORTE)
o idealmente, deve-se operar com um fluxo de cana transportada da lavoura à indústria que permita alimentação uniforme das moendas. Por outro lado, a ociosidade de caminhões no pátio também é motivo de grande preocupação, pelo alto custo de investimentos, mão-de-obra e combustível, além da falta que esses caminhões fazem no campo, pois se não houver caminhões vazios disponíveis para receber a cana colhida na frente de colheita, gera-se outro tipo de ociosidade, envolvendo máquinas e trabalhadores (Iannoni e Morabito, 2002)
o ganhos logísticos observados a partir da diminuição da ociosidade e do tempo de ciclo de caminhões (incluindo a entrada do caminhão na usina; descarregamento; volta ao campo; carregamento; retorno à usina)
01/09/2014
14
LOGÍSTICA DO AÇÚCAR
Prof. Dr. José Vicente Caixeta Filho
AGENTES ENVOLVIDOS
Comprador da Carga
Frete Empresa x Frete Carreteiro
Embarcador Transportador da Carga
Empresas Transportadoras
Processadoras
UsinasConsumidor Final
Caminhoneiros Autônomos
Portos
01/09/2014
15
MODALIDADES DE NEGOCIAÇÃO NO MERCADO DE TRANSPORTE
Modalidade de
NegociaçãoPreços do Frete Volumes
Principais demandantes
desta modalidade
Principais ofertantes
desta modalidade
ContratosNormalmente fixados nos
contratos
Combinados ao longo
do ano, podendo ou
não variar nos
diferentes meses da
safra
Agentes de
comercialização e usinas
independentes que
tenham contrato de venda
do produto com volume
previamente acordado
Transportadores
frotistas e mistos
Mercado SPOT
Acordados no momento da
movimentação, sendo
influenciados por fatores de
mercado.
De acordo com a
necessidade do
demandante do
serviço de transporte
Todos Todos
Fonte: Nunes (2010)
Prof. Dr. José Vicente Caixeta Filho
Representação das transações no modal rodoviário de exportação de açúcar (Fonte: Nunes, 2010)
01/09/2014
16
COMPORTAMENTO HOMOGÊNEO DO MERCADO DE FRETES EM FUNÇÃO DA REGIÃO DE ORIGINAÇÃO
TRANSPORTE DE AÇÚCAR A GRANEL EM CONTÊINERES (Rodo-Ferroviário)
01/09/2014
17
TRANSPORTE DE AÇÚCAR A GRANEL EM CONTÊINERES (Rodo-Hidroviário)
VAGÕES FERROVIÁRIOS DE ALTO DESEMPENHO
Capacidade de carga: 87 t (açúcar)Tara do vagão : 33 tPeso Bruto : 120 t
Fonte: Amsted Maxion
01/09/2014
18
Rodovias com destino ao armazém
Usinas (i)
Ferrovias
U3
U4
U5
Ui
U2
U1
A1t
P1
P2
Portos (k)Armazéns (j)
com capacidade t
Ajt
A2t
Rodovia com destino ao porto
Zik
Xij Yjk
Rodovias com destino ao armazém
Usinas (i)
Ferrovias
U3
U4
U5
Ui
U2
U1
A1t
P1
P2
Portos (k)Armazéns (j)
com capacidade t
Ajt
A2t
Rodovia com destino ao porto
Zik
Xij Yjk
Localização ótima para armazéns intermodais de açúcar
LOGÍSTICA DO ÁLCOOL
01/09/2014
19
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Desenvolvimento de veículos de alto desempenho
Até 2001 - 30 a 35 m³
Carreta5 a 6 eixos
2001 - 45 m³
Bi-trem7 eixos
2004 - 60 m³
Rodo-trem9 eixos
Fonte: Copersucar
TRANSPORTE DUTOVIÁRIO
01/09/2014
20
MUDANÇAS ESTRUTURAIS RECENTES
o privatização de rodovias;o concessão da Rede Ferroviária Federal;
o expansão da navegabilidade de hidrovias;
o modernização do sistema portuário nacional.
NOVOS CORREDORES DE
TRANSPORTE
01/09/2014
21
R. Amazonas
Rio Branco
Porto Velho
Caracas
Georgetown
Paramaribo
Manaus
Santarém
Guri
BR-163
BR-364/070
Itaituba
Belém
Estreito
Miracema
Aruanã
Itaqui
Marabá
Tucuruí
Caiena
Boa Vista
BR-174
Alta Floresta
EUA
EuropaEuropaEuropaEuropa
Hidrovia do Madeira
Vilhena
Cuiabá
Uberlândia
Sepetiba
Rio BrancoRio Branco
Campos
Rio Grande
NatalJoão Pessoa
Pecém
Maceió
Recife
Suape
Fortaleza
Petrolina
Aracaju
XINGÓ
Salvador
Belo Horizonte
Tietê
Osório
Santos
ARGENTINA URUGUAI
PARAGUAI
BOLÍVIA
Itaipú
Corumbá
Paranaguá
Porto
Alegre
São PauloHidrovia
Tietê-Paraná
Campo Grande
Florianópolis
Macapá
PORTOS
FERROVIAS
HIDROVIAS
RODOVIAS
ACESSOS
R$ 120,00/m3
R$ 65,70/m3 R$ 131,04/m3
R$ 180,00/m3
Prof. Dr. José Vicente Caixeta Filho
01/09/2014
22
o dono da carga = dono da logística;
o maior poder de barganha dos embarcadores, em relação aos transportadores;
o operações de frete de retorno.
NOVOS PARADIGMAS…
Area potential
Area plantada
Soja
Fluxo de fertilizantes
Fluxo da soja
RR
MG
AC
PA
AP
MS
MT
AM
BA
MA
TO
ES
RJ
SP
SC
PR
RS
AL
SE
CERN
PE
PB
GO
PI
L.E.Magalhães
Rondonópolis
Cuiabá
Luziânia
nnnnnnnnnnnn
nnnnnnnnnnnn
nnnnnnnn nnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnn
nnnnnnnnnnnn
nnnn
nnnnnnnnnnnn nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnnnnnnnnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnn
nnnnnnnn
nnnn
nnnn
nnnn
Santarém
RO
Rio Grande
Paranaguá
São Luis
Santos
São Francisco do Sul
Vitória
Novos silos
nnnn Silos atuaisIlhéus
Misturadoras
Minas de fosfatos
Fonte: Bunge
01/09/2014
23
POTENCIAL PARA FRETES DE RETORNO (BACK-HAULING OPERATIONS)
Fonte:
Ótimo de Pareto: é uma situação onde se consegue a melhoria em uma situação em detrimento de outra.
SITUAÇÃO INICIAL
NOVA SITUAÇÃO
Frete = R$ 55,00/t Frete = R$ 50,00/t
Frete = R$ 55,00/t Frete = 50 + 15 = R$ 65,00/t
Frete = R$ 55,00/t Frete = R$ 15,00/t
01/09/2014
24
EXPECTATIVAS DO MERCADOo incremento do nível (qualidade) do serviço de transporte
rodoviário;o resgate da credibilidade das ferrovias (perdida durante o
período de monopólio público);o expansão das atividades hidroviárias;o expansão das atividades dutoviárias (para o álcool,
particularmente);o aumento da capacidade e da eficiência dos terminais
portuários;o consolidação do modelo intermodal de transporte em áreas
mais remotas (Norte e Centro-Oeste);o expansão do sistema de armazenamento (inclusive para fins
de regulação de estoque);o organização administrativa das empresas do agronegócio
abrangendo um número cada vez maior e diversificado de cargas (matérias primas e produtos);
o maior seriedade/profissionalismo/conscientização quando da avaliação dos impactos ambientais decorrentes de intervenções logísticas.
Referências citadas: Daskin, M.S. “Logistics: an overview of the state of the art and perspectives on future research”, Transportation Research - A, v.19A, n.5/6, p.383-393, 1985.Iannoni, A.P.; Morabito, R. “Análise do sistema logístico de recepção de cana-de-açúcar: um estudo de caso utilizando simulação discreta”, Gestão & Produção, vol.9 no.2, p.107-128, São Carlos, agosto 2002.Nunes, P. B. “Caracterização Logística do Sistema Agroindustrial da Cana-de-açúcar no Centro-sul do Brasil”. Monografia apresentada para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas. Piracicaba, 2010. 252 p.Silva, J.E.A.R. Desenvolvimento de um modelo de simulação para auxiliar o gerenciamento de sistemas de corte, carregamento e transporte de cana-de-açúcar. Dissertação de Mestrado, PPG em Engenharia de Produção/UFSCAR, 2006.Fontes de dados utilizadas:Amsted Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários (amsted-maxion.com.br)ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários (antaq.gov.br) ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres (antt.gov.br) Bunge (bunge.com.br)CNT – Confederação Nacional do Transporte (cnt.org.br)CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento (conab.gov.br)COPERSUCAR - Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (www.copersucar.com.br)EPE – Empresa de Pesquisa Energética (epe.gov.br)ESALQ-LOG – Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (log.esalq.usp.br)Lean Institute Brasil (lean.org.br)Ministério dos Transportes (transportes.gov.br)NovaAgri Infra-Estrutura de Armazenagem e Escoamento Agrícola (novaagri.com.br)SIFRECA – Sistema de Informações de Fretes (sifreca.esalq.usp.br)Transpetro – Petrobras Transporte (www.transpetro.com.br)Bibliografia de apoio:
01/09/2014
25
José Vicente Caixeta FilhoDepto. de Economia, Administração e Sociologia - ESALQ/USP
Av. Pádua Dias, 11
13418-900 - Piracicaba - SP
Tel: 19 3429 4110
Fax: 19 3429 4441
E-mail: [email protected]
Internet: http://log.esalq.usp.br