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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE QUÍMICA

DEPARTAMENTO DE GEOQUÍMICA

GIOVANA VIGNOLI CAMPOS DE SOUZA

CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOQUÍMICA DA BACIA DO RIO SÃO JOÃO,

SILVA JARDIM - RIO DE JANEIRO.

2013

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GIOVANA VIGNOLI CAMPOS DE SOUZA

CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOQUÍMICA DA BACIA DO RIO SÃO

JOÃO, SILVA JARDIM - RIO DE JANEIRO.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em

Geociências da Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em

Geociências, Área de Concentração em Geoquímica

Ambiental.

ORIENTADOR

Prof. Dr. EMMANOEL VIEIRA DA SILVA FILHO

CO-ORIENTADOR

Dr. EDUARDO DUARTE MARQUES

NITERÓI

2013

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S 231 Souza, Giovana Vignoli Campos de.

Caracterização hidrogeoquímica da Bacia do Rio São João, Silva Jardim-

Rio de Janeiro. /Giovana Vignoli Campos de Souza. – Niterói : UFF.

Programa de Geoquímica, 2013.

86 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Geociências – Geoquímica Ambiental).

Universidade Federal Fluminense, 2013. Orientador: Prof. Dr. Emmanoel

Vieira da Silva Filho. Co-orientador: Dr. Eduardo Duarte Marques.

1. Hidrogeoquímica. 2. Análise dos Componentes Principais. 3. Bacia

do Rio São João (RJ). 4. Índice de Qualidade da Água. 5. Produção

intelectual. I. Título.

CDD 551.48

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“Espero que o tempo passe,

Espero que a semana acabe,

Pra que eu possa te ver de novo.

Espero que o tempo voe,

Para que você retorne,

Pra que eu possa te abraçar,

E te beijar... de novo.”

Ao meu avô, Jorge de Souza.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente à minha família, minha mãe Marilene, minha irmã Carolina e

meu pai Jorge Alberto que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse

até esta etapa da minha vida.

Ao meu orientador Dr. Emmanoel Vieira da Silva Filho e ao meu co-orientador Dr. Eduardo Duarte

Marques pela paciência, orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta dissertação.

Ao Departamento de Geoquímica e ao Laboratório de Biogeoquímica da Universidade Federal

Fluminense pela utilização do espaço físico e utilização dos equipamentos para condução do

trabalho.

Aos amigos Marina, Monique, Sarah, Cris, Luana, Cissa, Renatinho, Thiago, Sergipe, Eduardo e

Ricardo, que foram pessoas extremamente importantes, na crítica e no elogio, tornando ambientes

tensos e pressionados em ambientes de descontração e carinho. Guardarei sempre no meu coração.

À Renata pelas horas de incentivo e apoio, até mesmo quando eu não acreditava. Pela valorização

sempre tão entusiasta do meu trabalho, dando-me coragem para ultrapassar cada difícil etapa da

minha vida. Agradeço também ao Fred e à Flor pelo carinho excessivo de filhos amorosos.

À Cissa e ao Ricardo pelo auxílio nas análises e as idas ao campo. Ao barqueiro da represa de

Juturnaíba que sempre nos levou às estações de amostragem com conhecimento e segurança.

Ao Laboratório de Microbiologia e Parasitologia do Instituto Biomédico da UFF, pelas análises

bacteriológicas realizadas com satisfação.

Ao corpo docente do curso de pós-graduação em Geoquímica da Universidade Federal Fluminense

pelos conhecimentos transmitidos durante o curso e que foram e, ainda serão, muito importantes na

minha vida acadêmica.

E, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela concessão de

bolsa de mestrado.

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RESUMO

Estudos hidrogeoquímicos baseado nas variações sazonais da composição química dos rios

podem investigar a origem e os processos que controlam a química das águas numa bacia de

drenagem. A bacia hidrográfica do rio São João possui grande importância para a região dos Lagos,

a mais importante região turística do Rio de Janeiro, abastecendo cerca de 700 mil habitantes. A fim

de estudar sobre a qualidade da água e o comportamento das espécies dissolvidas nas águas desta

bacia, foi realizado um estudo ao longo de 14 meses utilizando-se da estatística (descritiva,

bivariada e multivariada) para discernir mudanças hidrogeoquímicas entre o período de estiagem e

de chuvas. O índice de qualidade das águas mostrou que a água é boa no geral, porém, coliformes

fecais e turbidez apresentaram valores de “q” muito abaixo da média, tornando preocupante o

destino da sua utilização. O pH não mostrou grandes variações, excetuando-se dentro da represa de

Juturnaíba, que atingiu 8,9 no período de estiagem. Os resultados mostraram que no período de

estiagem, a concentração média de Al, Fe e Ba foram mais representativos. Já no período chuvoso,

há uma diluição natural dos íons, enquanto que os alguns traços estão sendo liberados

mecanicamente na destruição de matrizes geológicas devido e a força das enxurradas, aumentando

suas concentrações. Os metais traços se mostram ligados à geologia regional, apresentando

associações geoquímicas calcófilas (In, Tl, Cd e Bi) e associações representativas de rochas máficas

(Fe, Cr e V).

Palavras-chave: Hidrogeoquímica. Análise dos Componentes Principais. Bacia do rio São João.

Índice de Qualidade da Água.

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ABSTRACT

Hydrogeochemical studies based on seasonal fluctuations in the chemical composition of rivers can

investigate the origin and processes that control the chemistry of water in a drainage basin. The

watershed of the São João river has great importance for the Região dos Lagos, the most important

tourist region of Rio de Janeiro, supplying about 700 thousand inhabitants. In order to study on the

water quality and behavior of the dissolved species in the waters of the basin, a study was

conducted over 14 months using statistics (Descriptive, bivariate and multivariate) to discern

hydrogeochemical changes between the drought and rainfall. The water quality index showed that

water is good overall, but showed fecal coliform and turbidity values of "q" well below average,

making the troubling fate of its use. The pH did not show significant variations, except for within

the Juturnaíba dam, which reached 8,9 in the dry season. The results showed that in the dry season,

the average concentration of Al, Fe and Ba were more representative. Already in the rainy season,

there is a natural dilution of the ions, while some features are being released mechanically in the

destruction of geological matrices and strength because of runoff, increasing their concentrations.

The trace metals are shown connected to the regional geology, presenting calcophiles geochemical

associations (In, Tl, Cd and Bi) and associations representing mafic rocks (Fe, Cr, and V).

Keywords: Hydrogeochemistry. Principal Component Analysis. São João river basin. Water

Quality Index.

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Coordenadas geográficas planas (UTM) das estações de amostragem ............................ 23

Tabela 2 - Classificação do índice de qualidade das águas................................................................ 36

Tabela 3 - Valores de média, mínimo e máximo de todos os parâmetros determinados. .................. 39

Tabela 4 - Médias dos parâmetros utilizados para o IQA nos períodos de estiagem e chuvoso, com

seu respectivo valor q de qualidade. .................................................................................................. 47

Tabela 5 - Valores de média, mínimo e máximo dos parâmetros utilizados para a análise dos

componentes principais. ..................................................................................................................... 64

Tabela 6 - Matriz de correlação para o período de estiagem. ............................................................ 66

Tabela 7 - Matriz de correlação para o período chuvoso. .................................................................. 67

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa da área de estudo. ................................................................................................... 22

Figura 2 - Área de estudo com as estações de amostragem ............................................................... 23

Figura 3 - Mapa de uso e ocupação do solo da Região Hidrográfica Lagos São João. (Fonte: CILSJ,

2012). ................................................................................................................................................. 26

Figura 4 - Mapa Geológico da bacia do rio São João. ....................................................................... 27

Figura 5 - Pluviosidade média desde 2007 e do período de amostragem. ......................................... 28

Figura 6 - Fórmula do Índice de Qualidade da Água. ........................................................................ 34

Figura 7 - Curvas médias de variação de qualidade das águas. ......................................................... 35

Figura 8 - Variação do índice de qualidade das águas (IQA) da bacia do rio São João. ................... 47

Figura 9 - Variação dos parâmetros do IQA, nos períodos de seca e chuvoso. ................................. 48

Figura 10 - Variação dos parâmetros (Turbidez, pH e CE) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 50

Figura 11 - Variação dos parâmetros (Na, Ca e NH4) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 52

Figura 12 - Variação dos parâmetros (Cl, SO4 e F) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 53

Figura 13 - Variação dos parâmetros (P Total, COD e COP) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 55

Figura 14 - Imagem de área de elevada produção primária, que devido à concentração de material

particulado em suspensão................................................................................................................... 56

Figura 15 - Variação dos parâmetros (Al, Fe e Mn) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 57

Figura 16 - Falésia formada à borda da lagoa de Juturnaíba, mostrando o intenso processo erosivo.

............................................................................................................................................................ 58

Figura 17 - Variação dos parâmetros (Ba, Ga e Sr) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 59

Figura 18 - Variação dos parâmetros (Cr, Ni, Cu e Zn) ao longo da amostragem em três

compartimentos: rios, represa e após vertedouro. .............................................................................. 61

Figura 19 - Variação dos parâmetros (In, Tl e Bi) ao longo da amostragem em três compartimentos:

rios, represa e após vertedouro. .......................................................................................................... 62

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Figura 20 – Representação gráfica das variáveis que possuem correlações significantes em cada

fator extraído no período de estiagem. ............................................................................................... 69

Figura 21 - Representação gráfica das variáveis que possuem correlações significantes em cada

fator extraído no período chuvoso. .................................................................................................... 70

Figura 22 - Scores para cada ponto amostrado, representados por círculos de três tamanhos e cores

diferentes, indicando a influência do fator, no período de estiagem. ................................................. 71

Figura 23 - Scores para cada ponto amostrado, representados por círculos de três tamanhos e cores

diferentes, indicando a influência do fator, no período chuvoso. ...................................................... 72

Figura 24 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem

- FATOR 1. ........................................................................................................................................ 73

Figura 25 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem

- FATOR 2. ........................................................................................................................................ 74

Figura 26 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem

- FATOR 3. ........................................................................................................................................ 74

Figura 27 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR

1 .......................................................................................................................................................... 75

Figura 28 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR

2. ......................................................................................................................................................... 76

Figura 29 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR

3. ......................................................................................................................................................... 76

Figura 30 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso -

FATOR 1............................................................................................................................................ 77

Figura 31 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso -

FATOR 2............................................................................................................................................ 78

Figura 32 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso -

FATOR 3............................................................................................................................................ 79

Figura 33 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso -

FATOR 4............................................................................................................................................ 80

Figura 34 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 1.

............................................................................................................................................................ 80

Figura 35 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 2.

............................................................................................................................................................ 81

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Figura 36 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 3.

............................................................................................................................................................ 82

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 14

2. OBJETIVOS ............................................................................................................................... 17

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................ 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFIA ...................................................................................................... 17

3.3 HIDROGEOQUÍMICA....................................................................................................... 17

3.4 ÁGUA NO BRASIL ........................................................................................................... 18

3.5 QUALIDADE DA ÁGUA .................................................................................................. 19

3.6 RESERVATÓRIOS ............................................................................................................ 20

4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................ 21

4.1 Área de estudo ..................................................................................................................... 21

4.1.1 Estações de amostragem .............................................................................................. 22

4.1.2 Uso do Solo .................................................................................................................. 24

4.1.3 Geologia ....................................................................................................................... 27

4.1.4 Dados Meteorológicos ................................................................................................. 28

4.1.5 Uso e Classificação das Águas..................................................................................... 29

4.2 Métodos analíticos ............................................................................................................... 31

4.2.1 Amostragem e preservação .......................................................................................... 31

4.2.2 Parâmetros de campo – pH, CE, temperatura, OD, STD e turbidez ............................ 31

4.2.3 Nitrogênio e fósforo total ............................................................................................. 31

4.2.4 Material em suspensão ................................................................................................. 32

4.2.5 DBO5,20......................................................................................................................... 32

4.2.6 Espécies iônicas ........................................................................................................... 32

4.2.7 Metais traços dissolvidos ............................................................................................. 33

4.2.8 Carbono orgânico dissolvido e particulado (COD e COP) .......................................... 33

4.2.9 Coliformes fecais ......................................................................................................... 33

4.2.10 Índice de qualidade das águas (IQA) ....................................................................... 34

4.2.11 Análise dos Componentes Principais (ACP) ............................................................ 36

5. RESULTADOS .......................................................................................................................... 38

5.1 Índice de qualidade das águas ............................................................................................. 46

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6. DISCUSSÃO .............................................................................................................................. 48

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 83

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 85

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14

1. INTRODUÇÃO

A água é um bem fundamental para realização das atividades humanas tendo diversos usos,

entre os quais se destacam o abastecimento público, o uso industrial e agrícola, produção de energia

e atividades de lazer e recreação. Contudo, a cada dia a disponibilidade de água em condições

apreciáveis de utilização vem sendo comprometida, em decorrência da degradação de sua

qualidade, causada pela poluição provocada pelo homem, conjugada com o uso descontrolado e

com o crescimento populacional (LEAL, 1998).

As reservas hídricas do planeta Terra são estimadas em 1.400 milhões de km3. Embora

expressivas apenas 2% são de água doce, constituindo os rios, lagos e águas subterrâneas,

praticamente 1% de neve e geleiras permanentes e apenas 0,0005% de vapor d’água na atmosfera.

Excluindo-se a água contida nas calotas polares e nos aquíferos, a humanidade conta com pouco

mais de 2.000 km3 das águas dos rios para suprir quase a totalidade de suas demandas. Destes

recursos, quase metade (946 km3) encontra-se na América do Sul (REBOUÇAS, 1999).

O Brasil é um país de dimensões continentais, ocupando quase 50% da América do Sul.

Sendo, 92% de seu território localizado na faixa tropical com predominância de climas quentes com

temperaturas médias anuais acima de 20°C. Em função da variação geomorfológica e climática este

apresenta grande diversidade de biomas. (ANA, 2002). Dentre eles a Mata Atlântica que se estende

ao longo do litoral, desde o Sul ao Nordeste. Este bioma possui grande importância ecológica, por

ser considerado o maior hot spot de diversidade, e econômica e social por ser o mais densamente

povoado (IBGE). Devido a isto, esta área está mais sujeita aos impactos antrópicos, principalmente

em relação aos recursos hídricos.

A diminuição da quantidade e da qualidade da água potável a níveis que comprometam até

mesmo a sobrevivência humana é um problema cada vez mais próximo. No meio urbano, esta

depreciação esta relacionada com o rápido e desordenado crescimento da população mundial e sua

concentração em megalópoles mal estruturadas. No meio rural, a contaminação da água tem

relação, principalmente, com as atividades agrícolas desenvolvidas, as quais possuem diferentes

níveis de impacto ao ambiente de acordo com a tecnologia adotada. Dados da OMM/UNESCO

(1997 apud SETTI et al, 2001) mostram que aproximadamente metade da população mundial (2,6

bilhões de pessoas) não conta com serviço de saneamento básico e que uma em cada seis pessoas

(cerca de 1,1 bilhões de pessoas) ainda não possui adequado sistema de abastecimento de água. As

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projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, se a tendência continuar, em

2050 mais de 45% da população mundial estará vivendo em países que não poderão garantir a cota

diária mínima de 50 litros de água por pessoa. Adicionalmente a quantidade, a qualidade da água

ofertada também constitui problema atual. Além de ser um veículo direto e indireto de propagação

de uma série de doenças (SAUNDERS & WARFORD, 1983), o consumo de água contaminada

pode acarretar diversos prejuízos à saúde.

O aumento da demanda por água potável é o centro de muitas discussões envolvendo a

sustentabilidade ambiental dos países em desenvolvimento, onde a necessidade de haver um

planejamento da urbanização, juntamente com o manejo de água, representa uma questão muito

importante (WHO, 2012).

A constante utilização dos recursos hídricos e a introdução de substâncias tóxicas nos

ecossistemas aquáticos têm requerido um maior número de estudos para avaliar e manter a sua

qualidade, que pode ser definida como sendo um conjunto das características físicas, químicas e

biológicas de um corpo d’água, cujos critérios de avaliação da qualidade dependem do propósito do

uso (PIRES et al, 2001).

A crescente urbanização e industrialização de algumas regiões têm como consequência um

maior comprometimento da qualidade das águas dos rios e dos reservatórios, devido à maior

complexidade de poluentes que são lançados, e à deficiência do sistema de coleta e tratamento dos

esgotos. Neste contexto, a avaliação da qualidade da água tornou-se um problema crítico nos

últimos anos (ONGLEY, 1998). Mesmo quando é possível acompanhar a contaminação, é

complexa a avaliação da qualidade da água a partir de um grande número de amostras, cada uma

contendo concentrações variadas dos parâmetros (CHAPMAN, 1996).

As águas apresentam características de qualidade muito variadas, que lhes são conferidas

pelos ambientes de origem, e pelos locais onde circulam, percolam ou são armazenadas.

Considerando a importância crescente da influência dos fatores antrópicos na qualidade das águas –

formas de uso e ocupação do meio físico e das atividades socioeconômicas, torna-se necessário,

com frequência crescente, distinguir as suas características naturais daquelas ocasionadas pela ação

do homem (REBOUÇAS, 1999)

A qualidade da água de uma microbacia pode ser influenciada por diversos fatores e, dentre

eles, estão o clima, a cobertura vegetal, a topografia, a geologia, bem como o tipo, o uso e o manejo

do solo da bacia hidrográfica (VAZHEMIN, 1972; PEREIRA, 1997).

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Nas bacias com cobertura de floresta natural, a vegetação promove a proteção contra a

erosão do solo, a sedimentação e a lixiviação excessiva de nutrientes, sendo essas áreas muito

importantes para manter o abastecimento de água de boa qualidade (DONADIO et al., 2005).

Segundo OLIVEIRA-FILHO et al. (1994), a devastação das matas ciliares tem contribuído

para o assoreamento, o aumento da turbidez das águas, o desequilíbrio do regime das cheias, a

erosão das margens de grande número de cursos d’água, além do comprometimento da fauna

silvestre.

A bacia do rio São João abrange parte dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito,

Casimiro de Abreu, Araruama, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio e Rio das Ostras, e integralmente o

município de Silva Jardim, sendo a maior bacia hidrográfica genuinamente fluminense, além disso,

está localizada em uma importante área de Mata Atlântica (CILSJ, 2003). Seu principal rio, o São

João, tem 120 km de extensão, sendo 55 km de suas nascentes na Serra do Sambê até o reservatório

de Juturnaíba, e deste reservatório até a sua foz, no município de Barra de São João, o rio corre mais

65 km. Neste, as maiores vazões são registradas de janeiro a março, e as menores, de agosto a

setembro.

A partir da década de 1970, o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS)

comandou uma série de intervenções na bacia do rio São João, entre elas a retificação nos cursos

naturais dos rios São João, Bacaxá, Aldeia Velha e Capivari e a construção da barragem de

Juturnaíba, expandindo a lagoa de Juturnaíba de 8 para 30,6 km2, configurando-se no atual

reservatório de Juturnaíba.

A motivação para a construção da barragem foi o aumento da oferta de água para

abastecimento público regional e a irrigação das áreas planas, que emergiram devido à retificação

dos rios; entretanto, a gestão inadequada do reservatório impossibilitou o seu uso para a irrigação

em larga escala. Atualmente, duas concessionárias – Águas de Juturnaíba e Prolagos – e a

Companhia Estadual de Águas e Esgoto – CEDAE – são responsáveis pela captação e tratamento da

água no reservatório de Juturnaíba para abastecimento público nos municípios da região dos Lagos

– Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro d’Aldeia, Iguaba Grande, Araruama, Saquarema, Silva

Jardim e Armação dos Búzios, cuja população residente de 700 mil pessoas atinge a marca de 1,5

milhão de pessoas durante a alta temporada, pois se trata de um dos mais famosos destinos

turísticos do estado.

A região possui 892,12 km2 de florestas que representa quase 25 % da área. Uma parte

destas áreas está situada no Parque Estadual dos Três Picos, na Reserva Biológica de Poço das

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Antas, no Parque Natural Municipal do Mico Leão Dourado, nas Reservas Particulares do

Patrimônio Natural existentes, porém, a maior parte está em propriedades particulares situadas na

região serrana. Como classe de uso dominante, têm-se as pastagens correspondendo com mais de

40% da área. É importante destacar a importância dos corpos d’água nesta região, com mais de 8%

(296,46 km2) da área total. Este dado evidencia a importância da bacia para a preservação dos

recursos hídricos (BRASIL, 2008).

2. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral realizar uma caracterização hidrogeoquímica da

bacia do rio São João considerando a influência de possíveis variações sazonais e processos

geoquímicos atuantes e, também, uma avaliação da qualidade das águas da bacia do rio São João.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) obter informações sobre os compostos iônicos e traços dissolvidos na água;

2) estabelecer uma relação entre a composição hidrogeoquímica das águas fluviais com

sazonalidade;

3) identificar os principais processos geoquímicos que controlam a composição química das

águas da bacia do rio São João;

4) construir um índice de qualidade das águas como referencial a interpretação da evolução

dos parâmetros da qualidade da água;

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFIA

3.3 HIDROGEOQUÍMICA

O contato das águas com os solos e as rochas promove a decomposição dos minerais

primários resultando na formação dos minerais secundários e liberação de constituintes para as

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águas. O dióxido de carbono é a fonte de acidez para muitas reações de intemperismo (DREVER,

1982)

O intemperismo do substrato rochoso, a decomposição da matéria orgânica, a deposição

atmosférica e a contaminação por efluentes industriais e/ou domésticos, são as fontes dos

constituintes sólidos e dissolvidos transportados pelos rios. Tais fontes são fortemente controladas

por um número complexo de fatores físico-ambientais que ocorrem numa determinada bacia

hidrográfica. Estes fatores incluem a litologia, o clima, a topografia, a cobertura vegetal, a

precipitação e a entrada de poluentes antropogênicos (CHESTER, 1990).

Uma abordagem para estudos hidrogeoquímicos se baseia nas variações sazonais da

composição química dos rios, sendo um dos métodos utilizados para investigar a origem e os

processos que controlam a química das águas numa bacia de drenagem (SKOULIKIDIS et al.

1997). Outros estudos que abordam a variação espacial da composição química das águas dos rios

(SKOULIKIDIS, 1990, 1991; BELTRAME, 1994) têm mostrado que, mesmo com importância

relativamente menor, aspectos como declividade do terreno, cobertura vegetal, características da

rede de drenagem e grau de ocupação humana são características que devem ser consideradas em

qualquer estudo de diagnostico de situação real de um determinado corpo d’água.

3.4 ÁGUA NO BRASIL

Em função de suas dimensões continentais, o Brasil apresenta grandes contrastes

relacionados ao clima, geologia, relevo, vegetação, distribuição dos recursos hídricos,

desenvolvimento econômico e social e de distribuição da população. Em relação às águas

superficiais, o Brasil abriga 13,7% da água doce do mundo, no entanto mais de 73% desta água

doce disponível encontra-se na bacia Amazônica, que é habitada por menos de 5% da população.

Por outro lado, apenas 27% dos recursos hídricos superficiais brasileiros estão disponíveis para as

demais regiões, onde residem 95% da população do país (LIMA, 1999). Portanto, o Brasil, mesmo

que disponha de recursos hídricos abundantes, devido à sua desigual distribuição, não está livre da

ameaça de uma crise de abastecimento nos próximos tempos.

Os problemas são maiores em bacias hidrográficas onde as retiradas de água superam a

disponibilidade hídrica, o que obriga a busca de fontes alternativas de água pela população. Neste

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contexto, as bacias próximas a grandes centros urbanos são as mais prejudicadas, além de ter a

agravante do comprometimento da qualidade das águas devido à urbanização descontrolada, que

ocasiona o aumento nos custos de tratamento e restringe os usos da água (ANA, 2005).

Já no meio rural, as principais interferências aos recursos hídricos se dá pela destruição das

áreas de vegetação permanentes, pela utilização indiscriminada de agrotóxicos e de fertilizantes e

pela má destinação dos dejetos animais e humanos. Todos esses contaminantes são carreados pela

água com as partículas de solo ou são depositados diretamente nos mananciais hídricos superficiais

(GONÇALVES, 2003). Devido à diminuição da qualidade das águas superficiais em virtude da

contaminação pelas atividades antrópicas, ou então pelo elevado consumo em locais urbanizados, o

uso das águas subterrâneas tem ganhado força como um ponto estratégico para a segurança no

abastecimento de água.

No Brasil, os padrões de qualidade da água são estabelecidos pela legislação ambiental e da

saúde, conforme a classificação descrita pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA),

em sua Resolução nº 357 de 2005 (BRASIL, 2005) e pelo Ministério da Saúde (MS) na Portaria nº

2.914 de 12 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011) que especifica a condição de potabilidade.

A Resolução nº 357 do CONAMA dispõe as diretrizes ambientais que devem ser obedecidas

para o enquadramento dos corpos de água superficiais em 5 classes, que se referem à qualidade

requerida para os seus usos preponderantes (BRASIL, 2005).

3.5 QUALIDADE DA ÁGUA

No Brasil o potencial hídrico superficial representa 58% da América do Sul. Apesar de

grande disponibilidade de água no país, o processo de crescimento desordenado das cidades tem

acarretado em perdas na quantidade e na qualidade de nossas águas (POVINELLI, 2006).

A demanda qualitativa, ou seja, a qualidade que a água deve apresentar para ser considerada

adequada para a utilização em determinada atividade é definido por padrões de qualidade, de

diversos parâmetros físicos, químicos e biológicos, descritos em legislação ambiental e da saúde

(TUCCI & MENDES, 2006).

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As águas apresentam características de qualidade muito variadas, que lhes são conferidas

pelos ambientes de origem, e pelos locais onde circulam, percolam ou são armazenadas.

Considerando a importância crescente da influência dos fatores antrópicos na qualidade das águas –

formas de uso e ocupação do meio físico e das atividades socioeconômicas, torna-se necessário,

com frequência crescente, distinguir as suas características naturais daquelas ocasionadas pela ação

do homem (REBOUÇAS, 1999)

O comprometimento da qualidade da água para fins de abastecimento doméstico é

decorrente de poluição causada por diferentes fontes, tais como efluentes domésticos, efluentes

industriais e deflúvio superficial urbano e agrícola, os quais levam até as águas os nutrientes –

essenciais ao crescimento de plantas e animais, cujas espécies predominantes nas águas são

nitrogênio orgânico, amônia, nitrito, nitrato, nitrogênio gasoso, sulfato e fosfato. A presença destas

espécies favorece o desenvolvimento de algas ou outras plantas aquáticas que consomem o oxigênio

disponível gerando o processo de eutrofização. (MERTEN & MINELLA, 2002).

Para uma interpretação ecológica da qualidade das águas superficiais e/ou para estabelecer

um sistema de monitoramento, é necessário a utilização de métodos simples e que deem

informações objetivas e interpretáveis, partindo de critérios próprios que considerem as

características peculiares dos recursos hídricos (PINEDA & SCHÄFER, 1987). Neste aspecto, o

uso de índices de qualidade de água é uma tentativa que todo programa de monitoramento de águas

superficiais prevê como forma de acompanhar, através de informações resumidas, a possível

deterioração dos recursos hídricos ao longo da bacia hidrográfica ou ao longo do tempo. (TOLEDO

& NICOLELLA, 2002).

3.6 RESERVATÓRIOS

A construção de reservatórios, para diversas finalidades, representa uma das maiores

experiências humana na modificação dos ecossistemas naturais. Fazer uso dos rios através da

construção de uma série de reservatórios é uma prática comum em grandes rios brasileiros

(RODGHER et al., 2005).

A qualidade ambiental dos reservatórios está intrinsecamente associada às condições de

qualidade de água de seus rios contribuintes, bem como da ocupação e uso do solo, das atividades

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econômicas implantadas e das condições sanitárias do entorno e do tempo de residência de suas

águas.

Os reservatórios são sistemas cuja hidrodinâmica é intermediária entre o lótico e o lêntico e

geralmente apresentam elevada razão volume/superfície. Nesses corpos d'água, os nutrientes -

nitrogênio e fósforo -, promovem impactos que resultam na eutrofização. Mesmo que sejam

promovidas ações que os mantenham livres de lançamentos de origem orgânica, os estoques de

nutrientes acumulados ao longo do tempo nesses corpos d´água ainda estarão em permanente troca

nos compartimentos aquáticos, mantendo condições de eutrofização.

A ocorrência de processos de eutrofização em inúmeros reservatórios, aliada ao déficit de

investimento em infraestrutura dos serviços de saneamento básico em todo o país dificulta a tomada

de decisão pelo poder público de quais reservatórios encontram-se em situação mais crítica para

ações emergenciais de controle e reversão desse processo. (BENNION et al, 2005 apud

FIGUEIREDO et al, 2007).

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

Com uma área total de 2.160 km2 (211.740 ha), a bacia do rio São João (Figura 1) localiza-

se entre as coordenadas 7520199, 740551 NW e 7472974, 814896 SE (UTM, SAD 69, 23S) e

abrange parte dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Araruama,

São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio e Rio das Ostras, e integralmente o município de Silva Jardim

(CILSJ, 2003).

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Figura 1 – Mapa da área de estudo.

O principal rio que compõe a bacia, o São João, tem 120 km de extensão. Entre os principais

afluentes, pela margem direita, estão os rios Gavião, do Ouro, Bacaxá, Capivari e Morto, os

córregos Salto d’Água e Cambucás, a vala do Consórcio e o rio Gargoá; pela margem esquerda, os

rios Águas Claras, Pirineus, Taquaraçu, da Bananeira, Maratuã, Aldeia Velha, da Lontra, Dourado e

a vala dos Medeiros.

Após uma série de intervenções realizadas pelo DNOS na bacia do rio São João, motivadas

principalmente devido ao aumento da oferta de água para abastecimento público, entre elas a

retificação nos cursos naturais dos rios São João, Bacaxá, Aldeia Velha e Capivari, expandiu-se a

lagoa de Juturnaíba de 8 para 30,6 km2, configurando-se no atual reservatório de Juturnaíba.

4.1.1 Estações de amostragem

Entre Março de 2010 e Maio de 2011, foram coletadas mensalmente amostras de água

superficial em 3 estações de rios à montante da represa (rios São João, Capivari e Bacaxá), 3

estações localizadas dentro da represa de Juturnaíba e uma estação após a barragem no rio São João,

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totalizando 7 estações de amostragem. A localização das estações amostrais está representada na

Figura 2 e as suas coordenadas geográficas planas estão descritas na Tabela 1.

Figura 2 - Área de estudo com as estações de amostragem

Tabela 1 - Coordenadas geográficas planas (UTM) das estações de amostragem

Estações Localização E (23 K) N (23 K)

P1 Alto São João 770818 7500533

P2 Rio Capivari 767569 7492602

P3 Rio Bacaxá 771020 7485620

P4 Represa 1 774249 7492966

P5 Represa 2 775379 7490443

P6 Represa 3 779758 7496094

P7 Baixo São João 780424 7498374

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4.1.2 Uso do Solo

A bacia do rio São João, historicamente, sofre com o uso e ocupação inadequado do solo. O

desmatamento na região data do século XVII com a chegada e estabelecimento de desbravadores na

margem esquerda da foz do rio, onde ocuparam com lavoura e exploraram madeira. Entretanto, foi

no século XVIII com o plantio da cana-de-açúcar que extensas áreas foram devastadas. Quando a

produção desta monocultura tornou-se decadente os canaviais foram abandonados e a região passou

a ser ocupada com criação de gado e com continua extração de madeiras (BRASIL, 2008).

No século XIX os cafezais tomaram conta da paisagem da Baixada Fluminense (CUNHA,

1995), mas relevantes intervenções urbanas como obras de aterro e drenagens foram realizadas

apenas no século seguinte com políticas governamentais de incentivo a ocupação da região.

Posteriormente, com a crise do petróleo e o Programa Nacional Pró-álcool de incentivo a produção

canavieira retoma-se esta monocultura em grande escala, porém a concentração dos canaviais

localizou-se na planície a jusante da Lagoa de Jurtunaíba.

O processo de intensa transformação e ocupação da paisagem permanece na bacia refletindo

significativamente as interferências antrópicas. Sua situação ambiental está condicionada a

racionalidade do uso e ocupação do solo, de modo geral, seu desenvolvimento econômico ocorre à

custa de sua degradação (BRASIL, 2008).

De acordo com o mapa de uso e ocupação do Consórcio Intermunicipal Lagos São João

(Figura 3), a região possui 892,12 km2 de florestas que não são mais passíveis de supressão de

acordo com a legislação, exceto nos casos de utilidade pública ou interesse social. Esta grande área

florestada representa quase 25 % da área. Uma parte destas áreas de florestas está situada no Parque

Estadual dos Três Picos, na Reserva Biológica de Poço das Antas, no Parque Natural Municipal do

Mico Leão Dourado, nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural existentes, porém, a maior

parte está em propriedades particulares situadas na região serrana. Cabe destacar também o grande

fragmento florestal da Fazenda Rio Vermelho, em Rio Bonito.

As pastagens constituem a classe de uso dominante (1472,76 km2), com mais de 40% da

área. Já a agricultura representa menos de 2% da área da Unidade de Conservação. Porém, estes

dados possuem pequenas variações ao longo dos anos, pois é comum o uso para fins agrícolas por

alguns anos, deixando depois virar pastagem e depois retornando a área agrícola.

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Importante destacar a importância dos corpos d’água nesta região, com mais de 8% (296,46

km2) da área total. Este dado evidencia a importância da bacia para a preservação dos recursos

hídricos.

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Figura 3 - Mapa de uso e ocupação do solo da Região Hidrográfica Lagos São João. (Fonte: CILSJ, 2012).

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4.1.3 Geologia

A região estudada é geologicamente formada por depósitos aluvionares quaternários (flúvio-

lacustres e litorâneos) inseridos entre os Complexos: Região dos Lagos (FONSECA, 1989), Paraíba

do Sul (CAMPOS NETO & FIGUEIREDO, 1990; VALADARES, 1996) e Búzios (SCHMITT,

2001) (Figura 4 – Fonte: LEITE et al, 2004).

Figura 4 - Mapa Geológico da bacia do rio São João.

O Complexo Região dos Lagos, de idade Paleoproterozóica (~ 1,98 Ga), é constituído por

metagranitóides (granitos e granodioritos), formando o principal trecho de embasamento para a

bacia hidrográfica (FONSECA, 1989). O Complexo Paraíba do Sul (Neoproterozóico, ~ 1 Ga),

predominando a norte e oeste da região estudada, apresenta suas unidades supracrustais, com

contrapartes terrígenas e carbonáticas, representadas por kinzigitos (paragnaisses), xistos, mármore,

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rochas calcissilicáticas, metacalcários dolomítico e calcítico (CAMPOS NETO & FIGUEIREDO,

1990; VALADARES, 1996). O Complexo Búzios (Neoproterozóico, ~ 1 Ga), o qual se dispõe da

mesma maneira do complexo Paraíba do Sul (norte e oeste da região estudada), porém, em uma

faixa estreita, representa rochas supracrustais com associações a rochas máficas/ultramáficas,

predominando rochas anfibolíticas, kinzigitos, calcissilicáticas e xistos (SCHMITT, 2001).

Tem-se, ainda, o Corpo Granítico Silva Jardim (Granito tipo-I, MORAES, 2009), de idade

Cambriana (505 Ma), o qual se dispõe a oeste da região estudada e compõe a nascente do rio

Capivari e parte da nascente do rio Bacaxá.

4.1.4 Dados Meteorológicos

A fim de determinar as normais pluviométricas, foram levantados dados do Comitê de

Bacias Lagos São João, que desde 2007 vem gerando dados pluviométricos da represa de

Juturnaíba. O padrão observado na Figura 5 corrobora a interpretação do trabalho de BARBIERI &

COE-NETO (1999) que verificam uma marcada diferenciação entre um verão chuvoso e um

inverno seco.

Figura 5 - Pluviosidade média desde 2007 e do período de amostragem.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Plu

vio

sid

ad

e (m

m)

2007-2010

Período

estudado

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Embora os dados de pluviosidade médios sejam importantes para a determinação do padrão

pluviométrico normal da região, os dados de pluviosidade no período da amostragem são

importantes para verificar em que medida efetivamente o período de chuvas ou o período de

estiagem influenciam na qualidade das águas amostradas. Em um estudo de SOUZA &

WASSERMAN (1996) foi verificado que os dados de qualidade da água dos afluentes da Lagoa de

Piratininga são severamente afetados pelas condições de pluviosidade. Em amostragem em dia

chuvoso, a resposta em termos de redução das concentrações de nutrientes foi imediata.

No caso do estudo da represa de Juturnaíba e de seus afluentes, o principal questionamento é

saber se o período de coleta de água corresponde a um período normal ou a um período excepcional

e, de acordo com a Figura 5, o período de coleta apresenta um período normal de pluviosidade,

tendo uma maior quantidade de chuvas no mês de Dezembro de 2010 e menor quantidade de chuvas

de Maio de 2010 à Setembro de 2010.

4.1.5 Uso e Classificação das Águas

Para efeitos comparativos com a Legislação, particularmente a Resolução do CONAMA

357/2005, segue uma pequena descrição das características e dos padrões de referência para as

águas da área de estudo. As amostragens realizadas e as características de uso da água na região

permitiram estabelecer os parâmetros estudados.

Segundo PRIMO & VÖLCKLER (2003), o uso atual dos recursos hídricos na região da

bacia do rio São João e da represa de Juturnaíba é o abastecimento público. Existem ainda, no baixo

curso do rio, alguns usos industriais, particularmente da indústria alcooleira. Ao longo de toda sua

extensão as águas são também utilizadas para lazer e recreação, pesca amadora ou de subsistência.

As águas do rio São João são também utilizadas para irrigação de pequenas lavouras de pequena

expressão que existem na região e para a dessedentação de gado extensivo (BINZSTOK, 1999).

Algumas atividades foram observadas por BENIGNO et al. (2003), como grandes plantas de

aquicultura de camarões no baixo São João e algumas ostreiculturas já na foz do rio, mas estas

atividades não foram relatadas por PRIMO & VOLCKER (2003). Atualmente a carcinicultura

desapareceu e a ostreicultura ocorre de maneira muito esporádica e não comercial.

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Dentre os usos principais relacionados acima, observa-se significativos conflitos,

particularmente relacionados aos usos industriais e à aquicultura na parte baixa do rio São João. Em

relação à represa, é evidente que o uso dos recursos hídricos para despejo de esgotos domésticos

também é um conflito significativo. Na cidade de Silva Jardim, a empresa Prolagos já construiu

uma estação de tratamento de esgotos que reduz a quantidade de efluentes para a represa de

Juturnaíba, o que garante minimamente a sustentabilidade da operação de retirada de água bruta da

represa.

Não foi possível identificar nenhum documento oficial que atribua à classificação das águas

do rio São João. Desta forma, pautados nos principais usos descritos acima, apresento uma

classificação das águas da bacia do rio São João. É importante frisar que esta classificação não deve

servir de referência legal para outros estudos. A classificação das águas no Estado do Rio de Janeiro

é função do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

As águas do rio São João em seu curso a montante da represa de Juturnaíba têm sua

utilização dada pela captação de água para abastecimento humano em toda a região dos Lagos

Fluminense, além da recreação de contato primário, como natação e esqui aquático e também à

aquicultura e atividades de pesca que acontecem ali na região. Estes são os usos que demandam

melhor qualidade de água e que deve classificar as estações a montante da represa como Água

Doce, Classe 2.

No baixo curso do rio São João, logo após a represa, a água já não é mais utilizada para

consumo humano, mas é utilizada para a pesca amadora, e para a dessedentação de animais.

Também é utilizada para irrigação de pequenas culturas nos assentamentos agrícolas da região. O

uso para recreação nesta área é insignificante. Nestas condições, esta estação deve ser considerada

como Classe 3.

Para controle dos limites máximos permissíveis, a classe mais restritiva, a Classe 2 – água

doce, será utilizada para comparação, cujas condições estão apresentadas na Resolução CONAMA

357/2005 (BRASIL, 2005).

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4.2 MÉTODOS ANALÍTICOS

4.2.1 Amostragem e preservação

Para evitar contaminação ou alterações na composição química original das águas

amostradas, todas as amostras foram acondicionadas em garrafas de polietileno de 500 ml

devidamente descontaminadas em laboratório.

No campo, as garrafas eram rinsadas com água dos próprios pontos amostrados,

procedendo-se então à amostragem definitiva. Após a coleta de cada ponto, as garrafas de

polietileno eram colocadas em um isopor com gelo de forma que as amostras possam ser

transportadas em containers térmicos a temperaturas em torno de 2 à 4 ºC.

As amostragens nas estações 1, 2 e 7 foram feitas a partir das margens e a estação 3 (rio

Bacaxá) foi realizada a partir de uma ponte desativada, com o auxílio de uma garrafa de Van Dorn

forrada com teflon. A coleta de água dentro da represa de Juturnaíba foi realizada a partir do barco

com o auxílio de um GPS.

As amostras destinadas às análises de íons e metais traços foram filtradas no próprio campo,

com um kit de filtração da Millipore, utilizando filtros GFC de 0,45 µm, logo após o procedimento

de coleta, de forma a evitar qualquer transferência de analitos entre as fases dissolvida e particulada.

.

4.2.2 Parâmetros de campo – pH, CE, temperatura, OD, STD e turbidez

No momento da coleta, foram medidos in situ: pH, condutividade elétrica, temperatura da

água, oxigênio dissolvido e sólidos totais dissolvidos empregando uma sonda multiparamétrica da

marca HANNA Instruments, modelo HI9828, previamente calibrada. A localização geográfica das

estações foi determinada utilizando-se o GPS. Para a determinação da turbidez, utilizou-se um

turbidímetro AP2000 da PoliControl.

4.2.3 Nitrogênio e fósforo total

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Através do método de extração com persulfato (Peroxodissulfato de potássio K2S2O8) em

autoclave, foram determinados nitrogênio e fósforo total. Os vários compostos de nitrogênio e

fósforo são oxidados a nitrato e fosfato, os quais foram analisados segundo a mesma metodologia

de análise da fase dissolvida. Método indicado por GRASSHOFF et al. (1983).

4.2.4 Material em suspensão

O material em suspensão foi quantificado por gravimetria. As amostras foram filtradas in

situ (filtros pré-pesados de acetato de celulose de 0,45 µm de abertura). No laboratório, os filtros

foram secos até peso constante e pesados novamente. O método é gravimétrico e o resultado foi

dado em mg L-1

.

4.2.5 DBO5,20

Neste estudo a DBO foi medida pelo método da incubação à 20°C por 5 dias. A medição de

oxigênio dissolvido in situ é referência para o início da incubação e a medição foi repetida após os

cinco dias de incubação.

4.2.6 Espécies iônicas

As espécies iônicas fluoreto (F-), cloreto (Cl

-), nitrito (NO2

-), brometo (Br

-), nitrato (NO3

-),

fosfato (PO43-

), sulfato (SO42-

) e sódio (Na+), amônio (NH4

+), potássio (K

+), cálcio (Ca

2+), magnésio

(Mg2+

), estrôncio (Sr2+

) e bário (Ba2+

) foram determinadas através da cromatografia iônica.

O Laboratório de Biogeoquímica do Departamento de Geoquímica Ambiental da UFF

utiliza o Cromatógrafo de Íons modelo compacto 850 Professional IC da marca Metrohm, acoplado

ao amostrador automático 858 Professional Sample Processor. Para a aquisição dos dados, foi

empregado o software MagIC Net. O método utilizado esta de acordo com o descrito no método

9056A Standard Methods for the Examination of Water & Wasterwater.

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4.2.7 Metais traços dissolvidos

As amostras de água foram analisadas em um espectrômetro de massas com plasma

indutivamente acoplado (ICP-MS) de baixa resolução (quadrupolo) da marca Thermo (Thermo

Fisher Scientific), modelo XSERIES 2, equipado com câmara cônica e nebulizador concêntrico

Meinhard®.

O método utilizado está de acordo com o descrito no método US EPA 6020. Os elementos

determinados foram (em µg L-1

): Al, Ca, V, Cr, Fe, Mn, Co, Ni, Cu, Zn, Cd, Ba, Tl, In, Bi e Pb.

4.2.8 Carbono orgânico dissolvido e particulado (COD e COP)

A análise de carbono orgânico particulado foi realizada através da extração com solução

sulfocrômica dos filtros, seguida de titulação com sulfato ferroso amoniacal. Os resultados podem

ser dados em mg CO L-1

ou % de carbono orgânico do material particulado (STRICKLAND &

PARSONS, 1972).

O carbono orgânico dissolvido foi determinado no Analisador de Carbono HiPerToc TOC

Analyzer da marca Thermo Fischer Scientific, utilizando o método de oxidação com persulfato e

detecção por ultravioleta – 5310C (EATON et al., 1995).

4.2.9 Coliformes fecais

As determinações de coliformes fecais foram realizadas no Laboratório de Microbiologia e

Parasitologia do Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense. Foi utilizado o método

de substrato definido (Colilert). As amostras foram incubadas em cartelas Quanti-Tray/2000 e estas

cartelas foram seladas no Quanti-Tray Sealer modelo 2x IDEXX e levadas à incubadora à 35ºC por

24h. Após este tempo, foi feita a contagem dos cubos observando a mudança de coloração para

amarelo (coliformes totais) e fluorescência na lâmpada de UV (E.coli) e para quantificação de NMP

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34

(Número Mais Provável) em 100 ml da amostra foi utilizada a tabela de NMP fornecida pelo

fabricante.

4.2.10 Índice de qualidade das águas (IQA)

O IQA (CETESB, 2006) consiste no produto ponderado das qualidades (q) de água

correspondentes às variáveis que integram o índice (Coliformes fecais, pH, DBO, Nitrogênio Total,

Fósforo Total, Temperatura, Turbidez, Resíduo Total e Oxigênio Dissolvido). A fórmula utilizada

está representada na Figura 6, onde o IQA representa um número entre 0 e 100; o qi representa a

qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva curva média de

variação de qualidade (Figura 7), em função de sua concentração ou medida e, wi representa o peso

correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre, sendo que o seu somatório deverá ser igual

à 1(um).

Figura 6 - Fórmula do Índice de Qualidade da Água.

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Figura 7 - Curvas médias de variação de qualidade das águas.

A partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das águas brutas, que é

indicada pelo IQA, variando numa escala de 0 a 100, representadas na Tabela 2.

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Tabela 2 - Classificação do índice de qualidade das águas

Categoria Ponderação

Ótima 79 < IQA < 100

Boa 51 < IQA < 79

Regular 36 < IQA < 51

Ruim 19 < IQA < 36

Péssima IQA < 19

4.2.11 Análise dos Componentes Principais (ACP)

A análise de componentes principais (ACP) é uma técnica de estatística multivariada utilizada

para identificar importantes componentes ou fatores que explicam a variância de um sistema. Além

disso, esta analise é designada a reduzir o número de variáveis em pequenos números de índices,

preservando as relações presentes nos dados originais. Isto corrobora para uma interpretação mais

refinada de dados geoquímicos (MANLY, 1986; DAVIS, 1986 e TABACHNICK & FIDELL,

2001).

O objetivo desta técnica é identificar, interpretar relações complexas e determinar as suas

causas entre um conjunto de amostras (objetos) descritas através de suas propriedades (variáveis).

(OLIVEIRA, 2007).

A análise das componentes principais inicia-se com o cálculo dos autovalores e seus

correspondentes autovetores de uma matriz de variâncias e covariâncias ou de correlações entre

variáveis. Os autovetores correspondem às componentes principais e são resultados do

carregamento das variáveis originais em cada um deles. Tais carregamentos podem ser

considerados como uma medida da relativa importância de cada variável em relação às

componentes principais, e os respectivos sinais, se positivos ou negativos, indicam relações

diretamente e inversamente proporcionais.

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As variáveis expressas em termos de vetores num sistema de coordenadas ortogonais, em que

o comprimento representa a magnitude, agrupar-se-ão conforme o relacionamento entre si. Por

esses agrupamentos de vetores poderão passar eixos, denominados fatores, que acusarão, pelo valor

da projeção dos vetores sobre os eixos, a carga fatorial (factor loading) das variáveis sobre si. Esses

fatores representam o número mínimo de causas que condicionam um máximo de variabilidade

existente. A comunalidade (communallity), h², isto é, a soma dos quadrados das cargas fatoriais das

variáveis sobre cada fator indica a eficiência dos mesmos na explicação da variabilidade total.

A matriz de carregamentos de cada variável nas componentes principais ao ser multiplicada

pela matriz original de dados fornecerá a matriz de contagens (scores) de cada caso em relação às

componentes principais. Esses valores poderão ser dispostos num diagrama de dispersão, em que os

eixos são as duas componentes mais importantes, e mostrar o relacionamento entre os casos

condicionados pelas variáveis medidas.

A associação entre as variáveis que influenciam a hidrogeoquímica das águas superficiais foi

identificada mediante as técnicas de estatística multivariada, Análise Fatorial/Análise dos

Componentes Principais (AF/ACP). Para análise dos dados, foi utilizado o software Statistica 7.0

da StatSoft. Foi definida a matriz de correlação entre as variáveis com a finalidade de eliminar o

problema de escalas e unidades diferenciadas e foram identificadas as variáveis mais específicas,

visto que a finalidade da ACP é obter componentes que ajudem a explicar essas correlações

(ANDRADE et al., 2007).

Os dados obtidos foram explorados por estatística descritiva (estatística univariada), bivariada

e multivariada. Foi utilizada a correlação de Spearman (não paramétrico) que é indicado para

reduzir a influência de outliers, sejam eles positivos ou negativos (SPEARMAN, 1904).

Os dados utilizados na estatística bivariada e multivariada foram primeiramente log-

transformados e padronizados para zero como proposto por REIMANN et al. (2002), pois este

procedimento também evita problemas com amostras outliers, que podem superestimar positivos ou

subestimar negativos (FILZMOSER et al., 2009; REIMANN et al., 2008; LAPWORTH et al.,

2012).

Foi utilizada uma rotação ortogonal, rotação Varimax, a qual move o eixo de cada fator para

posições tais, onde se encontram próximos às extremidades (+1 ou -1) ou próximo da origem (0).

Estabeleceu-se a regra da dimensionalidade (LE MAITRE, 1982), onde o número de amostras deve

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ser proporcional à quantidade de variáveis. Logo, a regra adotada para este trabalho, ainda que

tolerante, foi de n > 6p (n é o número de amostras e p é o número de variáveis utilizadas), devido ao

número de amostras. Foram, então, utilizadas duas análises fatoriais para cada período sazonal,

sendo uma utilizando-se os parâmetros físico-químicos e os íons maiores e outra utilizando os íons

maiores e traços.

5. RESULTADOS

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De acordo com a Tabela 3, os valores de medição do potencial hidrogeniônico (pH) ao

longo do período de estudo variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9 (máximo estação 5). A

maioria das estações gira em torno da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

Tabela 3 - Valores de média, mínimo e máximo de todos os parâmetros determinados.

Estação 1 Estação 2 Estação 3 Estação 4 Estação 5 Estação 6 Estação 7 VMP

pH

Med 6,0 6,3 6,4 6,7 6,8 6,5 6,7

- Min 5,3 5,5 5,3 5,4 5,5 5,5 5,5 6 - 9

Max 6,7 6,8 6,8 8,7 8,9 7,6 7,9

Temp

Med 21,6 22,7 23,7 25,4 25,1 25,1 25,1

°C Min 17,3 18,2 18,1 21,3 20,2 20,1 20,2

Max 24,9 26,7 28,9 31,4 29,8 30,5 30

CE

med 28 55 78 56 87 27 38

µS/cm min 19 28 29 36 38 16 27

max 40 96 105 66 127 47 45

STD

med 24,3 25,3 39,3 28,1 46,8 13,7 19

mg L-1 min 9 6,9 14 19 19 9 13 500

max 167 50 53 33 91 24 23

OD

med 6,6 6,2 6,2 5,9 5,7 5,2 7,0

mg L-1 min 4,8 4,5 4,4 2,2 1,9 1,8 3,0 > 5

max 8,4 7,5 7,9 7,7 8,4 8,2 9,0

DBO

med 2,29 2,21 2,27 2,1 2,11 2,1 2,88

mg L-1 min 0,55 0 0,57 0,65 0 0 1,52 < 5

max 5,01 4,7 5,47 4,9 5,49 6,08 5,07

MPS

med 28,7 27,1 36,8 20,5 17,9 14,9 13,2

mg L-1 min 3,5 8 10,6 6,6 6 3 4,2

max 97 86 75,6 50,3 34,9 48,9 21,2

Turb

med 30,7 44,2 58,2 54,3 36,8 21,3 28,7

NTU min 7,6 12,4 13,7 23,3 13,9 6,2 10,2 100

max 85,4 116 188 103 70,4 55,8 133

COD med 1,65 6,74 3,44 4,4 5,31 1,83 1,59

mg L-1 min 0,31 0,26 0,22 1,09 1,51 0,07 0,64

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max 4,1 60,4 7,3 8,52 8,39 7,16 2,45

COP

med 3,58 3,6 3,78 5,76 7,18 4,32 5,21

mg L-1 min 1,43 1,1 1,72 0 1,3 0,43 1,38

max 6,78 8,57 8,57 15,6 19,2 18 17,2

N T

med 0,49 0,7 0,88 1,43 1,38 0,82 0,83

mg L-1 min 0,07 0,08 0,09 0,53 0,71 0,44 0,61

max 1 1,71 1,63 3,53 2,45 1,25 1,21

P T

med 0,13 0,18 0,21 0,26 0,22 0,14 0,12 0,03

mg L-1 min 0,01 0,1 0,08 0,09 0,11 0,05 0,01 -

max 0,47 0,35 0,47 0,47 0,71 0,39 0,25 0,05

F

med 0,03 0,09 0,12 0,09 0,11 0,04 0,05

mg L-1 min 0,01 0,04 0,09 0,07 0,07 0,02 0,04 1,4

max 0,08 0,14 0,15 0,15 0,15 0,07 0,07

Cl

med 3,89 4,7 7,8 5,12 6,29 2,03 2,88

mg L-1 min 0,24 0,49 1,21 0,76 0,04 0,23 0,43 250

max 23,4 16,5 16,03 11,48 14,56 5,5 4,92

NO2

med 0,05 0,06 0,09 0,06 0,1 0,06 0,06

mg L-1 min 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,03 0,01 1

max 0,11 0,11 0,16 0,12 0,18 0,09 0,12

NO3

med 0,01 0,03 0,03 0,01 0,005 0,01 0,01

mg L-1 min 0,01 0,01 0,01 0,001 0,001 0,003 0,004 10

max 0,02 0,13 0,11 0,022 0,01 0,03 0,03

SO4

med 2,89 4,68 9,77 5,47 7,72 2,14 3,36

mg L-1 min 0,17 2,26 5,23 3,51 4,51 0,91 1,76 250

max 8,57 8,9 15,06 8,05 12,99 5,76 6,07

Na

med 33,7 39,31 58,5 45,05 70,75 26,9 27,2

mg L-1 min 0,05 0,1 0,11 0,58 0,14 0,05 0,05

max 185 186,4 221,9 122,8 212,6 79,8 84,6

NH4

med 1,68 1,65 2,23 2,08 3,63 1,04 1,43

mg L-1 min 0,08 0,05 0,04 0,06 0,16 0,02 0,05 13,3

max 8,1 7,91 8,69 6,55 12,83 3,1 3,45

Ca

med 9,1 11,81 21,85 14,10 16,94 11,83 9,87

mg L-1 min 0,26 1,14 0,68 0,15 0,52 0,67 0,24

max 27,48 40,32 73,08 39,83 58,42 33,07 31,2

Al

med 38,9 73,3 184,2 974,7 568,3 95,8 270,4

µg L-1 min 7,1 4,8 5,4 14,6 11,1 5,6 2,1 0,1

max 164,4 407,1 1280 4617 4033 739,4 2239

V

med 0,75 0,72 0,94 1,42 1,29 0,72 0,92

µg L-1 min 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

max 2,52 2,24 2,39 3,57 2,61 2,24 2,34

Cr

med 0,53 0,49 0,52 0,64 0,65 0,51 0,51

µg L-1 min 0,006 0,006 0,006 0,01 0,01 0,006 0,006

max 1,93 1,85 2,05 2,03 1,92 1,83 1,86

Mn

med 22,30 52,13 158,67 18,68 52,15 32,56 25,24

µg L-1 min 12,45 16,53 37,9 0,53 1,54 1,72 9,21

max 41,8 138,3 275,9 41,45 216 73,3 55,1

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Fe

med 124,5 263,2 316,5 461,9 547,6 225,7 293,7

µg L-1 min 27,5 49,7 43,4 47,3 24,3 37,5 26,9 0,3

max 320,7 585,4 1078 1824 1640 582,7 945

Co

med 1,04 1,15 1,59 1,03 1,12 1 0,92

µg L-1 min 0,03 0,17 0,34 0,01 0,001 0,001 0,001

max 3,21 3,21 3,46 3,15 3,47 3,21 3,12

Ni

med 10,72 7,8 5,87 4,46 3,67 2,26 2,24

µg L-1 min 1,44 0,57 2,17 0,56 0,62 0,6 0,8

max 41,85 27,8 22,02 15,31 10,52 5,16 7,63

Cu

med 9,49 9,37 8,93 7,05 7,674 4,95 5,49

µg L-1 min 2,08 1,34 2,66 0,84 3,521 0,58 0,95 0,009

max 18,3 36,01 38,15 15,27 19,38 9,67 22,45

Zn

med 115,9 75,01 47,4 41,7 35 39,2 26,4

µg L-1 min 16,3 13,9 25,16 7,8 18,43 12,6 8,5

max 513,8 229,3 108,5 95,36 91,37 118,2 111,7

Ga

med 2,74 4,37 4,71 4,44 5,28 4,1 2,94

µg L-1 min 0,27 0,87 0,9 0,68 0,97 0,18 0,38

max 5,96 8 11,5 11,16 14,21 13,36 8,23

Sr

med 13,3 25,6 36,95 22,8 35,2 12,8 15,01

µg L-1 min 7,07 11,8 24 9,7 12,94 4,7 10,31

max 33,02 38,5 52,6 31,1 56,05 19,14 21,26

med 0,30 0,24 0,22 0,23 0,21 0,2 0,2

Cd µg L-1 min 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

max 0,87 0,62 0,59 0,55 0,59 0,53 0,56

med 0,81 0,81 0,81 0,82 0,82 0,81 0,81

In µg L-1 min 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008

max 2,97 2,96 2,97 3 2,96 2,96 2,97

med 27,8 56,05 58,8 49,8 60,5 53,8 31,3

Ba µg L-1 min 12,7 25,96 33,3 35,2 21,01 11,94 13,2

max 66 106,7 122,5 86,5 129,1 287,4 82,1

med 0,97 0,99 0,99 0,98 0,98 0,98 0,97

Tl µg L-1 min 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003

max 2,56 2,56 2,55 2,55 2,54 2,54 2,54

med 4,4 4,4 4,9 3,8 4,6 3,1 2,65

Pb µg L-1 min 1,3 0,5 0,3 0 1,14 0 0

max 10,3 12,5 15,1 6,3 12,5 7,9 7,5

Os valores de temperatura variaram entre 17,3 °C (estação 1) e 31,4 °C (estação 4). Em águas

de reservatório, as mudanças bruscas de temperatura podem causar efeitos drásticos às comunidades

bióticas e alterar as características químicas da água (ESTEVES, 1998). Os dados referentes à

temperatura da água apresentaram muitas variações e houve um progressivo aumento no decorrer

das coletas, devido ao maior aquecimento da água ao longo do dia.

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A condutividade elétrica de uma água está associada à quantidade de íons dissolvidos

(BOYD & TUCKER, 1992). De uma forma geral, os valores de condutividade medidos no

ambiente estudado são muito baixos, apresentando valores entre 16 (estação 6) e 127 µs/cm

(estação 5).

Os sólidos dissolvidos totais normalmente estão associados à condutividade da amostra

(SAMPAIO et al., 2007). No presente trabalho os valores de STD variaram entre 6,9 (estação 2) e

167 mg L-1

(estação 1). Embora algumas amostras tenham um comportamento distinto, de uma

forma geral os resultados refletem os valores observados nas medidas de condutividade.

Embora as concentrações de oxigênio dissolvido sejam consideradas como principal

parâmetro de qualidade da água (BRASIL, 2005), o controle das suas concentrações pode ser feito

por vários fatores, sejam naturais ou antrópicos (VON SPERLING, 2005). Os resultados da Tabela

3 mostram que o OD variou de 1,80 (estação 6) à 9,05 mg L-1

(estação 7). Segundo VON

SPERLING (2005), valores baixos de oxigênio dissolvido são indicativos da presença de matéria

orgânica em decomposição.

A DBO5 é um importante indicador dos aportes de material detrítico orgânico para o

sistema. É um parâmetro muito mais significativo para indicar o estado de degradação do sistema

(HEM, 1989). Na Tabela 3De acordo com a Tabela 3, os valores de medição do potencial

hidrogeniônico (pH) ao longo do período de estudo variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9

(máximo estação 5). A maioria das estações gira em torno da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

Tabela 3, os valores da DBO5 variaram de 0 (estações 2, 5 e 6) à 6,08 mg L-1

(estação 6).

Valores baixos de DBO indicam menor quantidade de substâncias biodegradáveis presentes. Os

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43

resultados eram esperados por se tratar de um sistema natural e sem, aparentemente, grandes

descargas de matéria orgânica (MATSUZAKI et al., 2004).

O material particulado em suspensão (MPS), quando elevados, podem indicar processos de

lixiviação e de erosão muito intensos na bacia de drenagem. (ALLARD et al., 2002). Os valores

observados variaram de 3,0 (estação 6) à 97 mg L-1

(estação 1).

A turbidez é um indicador da concentração de material particulado em suspensão que é obtido

a partir da reflexão da luz na amostra (CETESB, 2012). É um parâmetro de monitoramento em

tempo real, pois a medição da concentração do material particulado em suspensão necessita de

medições a serem realizadas em laboratório que levam até um dia para ser realizada, já a turbidez

pode ser medida in situ. De acordo com a Tabela 3, os valores de turbidez variaram de 6,2 (estação

6) à 188 NTU (estação 3).

O carbono orgânico em água doce origina-se da matéria viva e também como componente de

vários efluentes e resíduos. Sua importância ambiental deve-se ao fato de servir como fonte de

energia para bactérias e algas, além de complexar metais (CETESB, 2012). Na Tabela 3, o COD

variou de 0,07 (estação 6) à 60,4 mg L-1

(estação 2). Já o COP variou de 0 (estação 4) à 19,2 mg L-1

(estação 5).

O nitrito não é muito estável no meio ambiente e costuma aparecer em concentrações

relativamente baixas (< 0,18 mg L-1

), como observado no presente estudo. As concentrações de

nitrato são ainda mais baixas do que as concentrações de nitrito (< 0,13 mg L-1

), o que indica que

embora o ambiente seja oxidado, a conversão das formas inorgânicas dissolvidas a nitrato não é

muito eficiente.

Já o amônio predomina em relação às outras, variando de 0,02 à 12,8 mg L-1

. Uma hipótese

que pode ser levantada é que a origem do nitrogênio neste sistema seja através de esgotos e, de

forma mais significativa, da incorporação de uréia aos solos para as poucas culturas existentes na

região. Pode ser também oriundo dos tanques de piscicultura presentes na região. O nitrogênio total

representa o nitrogênio que está associado às partículas e também indicam valores relativamente

elevados, variando entre 0,07 e 3,53 mg L-1

, de acordo com a Tabela 3.

O fósforo aparece em águas naturais, devido, principalmente, à decomposição de material

orgânico e rochas e, do ponto de vista antrópico, devido às descargas de esgotos sanitários. A

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matéria orgânica fecal e os detergentes em pó empregados em larga escala domesticamente

constituem a principal fonte (CETESB, 2009). Para o fosfato, as concentrações na bacia do rio São

João são muito baixas, de forma que a metodologia utilizada não foi capaz de detectar as

concentrações (< 0,01 mg L-1

).

Assim como o nitrogênio total, o fósforo total representa a fração associada às partículas.

Suas concentrações parecem relativamente elevadas quando comparadas com os limites máximos

permissíveis (LMP) pela Resolução nº 357 do CONAMA (0,05 e 0,15) e variou entre 0,008 e 0,71

mg L-1

.

Microrganismos indicadores vêm sendo utilizados na avaliação da qualidade microbiológica

da água há muito tempo e podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de

origem fecal e também sobre a provável presença de patógenos (FRANCO & LANDGRAF, 2003).

ADe acordo com a Tabela 3, os valores de medição do potencial hidrogeniônico (pH) ao longo do

período de estudo variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9 (máximo estação 5). A maioria das

estações gira em torno da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

Tabela 3 mostra que os Coliformes totais variaram entre 1 à 2419,6 NMP 100 mL-1

. As

amostras com valores de 2419,6 NMP 100 mL-1

, podem apresentar níveis superiores, pois este é o

limite máximo do método.

A presença de íons dissolvidos na água como os cloretos, fluoretos, sulfatos, sódio e cálcio

estão fortemente associados aos processos intempéricos na bacia de drenagem e por consequência

às características químicas dos solos e da geologia na região. Os resultados apresentados na De

acordo com a Tabela 3, os valores de medição do potencial hidrogeniônico (pH) ao longo do período

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de estudo variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9 (máximo estação 5). A maioria das estações gira

em torno da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

Tabela 3 mostram que o cloreto variou entre 0,04 e 22,41 mg L-1

, o fluoreto entre 0,015 e 0,15

mg L-1

, o sulfato entre 0,17 e 15 mg L-1

, o sódio entre 0,05 e 221 mg L-1

, e, por fim, o cálcio variou

entre 0,15 e 73 mg L-1

.

Os metais podem ser introduzidos nos sistemas aquáticos como resultados de processos

naturais, como intemperismo, erosão e erupções vulcânicas, bem como por uma série de atividades

praticadas pelo homem (FOSTER & CHARLESWORTH, 1996).

O alumínio é um metal que está presente em elevadíssimas concentrações nos solos e

sedimentos (REIMANN & CARITAT, 1998), particularmente nos países tropicais que têm elevadas

taxas de intemperismo (MARQUES et al., 2008). As concentrações observadas na De acordo com a

Tabela 3, os valores de medição do potencial hidrogeniônico (pH) ao longo do período de estudo

variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9 (máximo estação 5). A maioria das estações gira em torno

da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

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Tabela 3 mostram que o alumínio variou entre 2,1 e 4617 µg L-1

, ultrapassando em mais de 20

vezes os LMP pelo CONAMA nº 357 (200 µg L-1

).

Para o cobre, foram observadas concentrações um pouco mais elevadas que os LMP pelo

CONAMA nº 357 (< 13 µg L-1

), onde variou entre 0,57 e 38,15 µg L-1

. Assim como o níquel, que

variou entre 0,56 e 41,85 µgL-1

, também ultrapassando os LMP (25 µg L-1

).

Outros metais apresentaram concentrações abaixo dos LMP pelo CONAMA nº 357 e suas

variações estão apresentadas na De acordo com a Tabela 3, os valores de medição do potencial

hidrogeniônico (pH) ao longo do período de estudo variaram de 5,3 (mínimo estação 1) e 8,9

(máximo estação 5). A maioria das estações gira em torno da neutralidade.

É importante lembrar que, principalmente na represa de Juturnaíba, o pH precisa ser

controlado com bastante cuidado na medida em que variações neste parâmetro podem prejudicar,

significativamente, o processo de tratamento da água nas duas Estações de Tratamento de Água

(ETA’s) da região, o qual demanda um pH equilibrado. Assim como, um incremento da acidez da

água pode liberar concentrações elevadas de alumínio presente nos sedimentos da lagoa (STUMM

& MORGAN, 1981).

Tabela 3, como, ferro (24,3 à 1824 µg L-1

), manganês (0,53 à 275,9 µg L-1

), zinco (7,8 à 515,8

µg L-1), vanádio (0,001 à 3,571 µg L-1

), cromo (0,006 à 2,049 µg L-1

), cobalto (0,001 à 3,467 µg L-

1), gálio (0,18 à 14,21 µg L

-1), estrôncio (4,7 à 56,05 µg L

-1), cádmio (0,001 à 0,875 µg L

-1), índio

(0,008 à 3 µg L-1

), bário (11,94 à 287,4 µg L-1

), tálio (0,0003 à 2,56 µg L-1

) e chumbo (0,002 à

15,12 µg L-1

).

5.1 ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

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Através dos resultados obtidos na avaliação dos parâmetros físico-químicos e biológicos, foi

calculado o índice de qualidade da água (IQA), cujos resultados encontram-se na Tabela 4. O

resultado final mostra que, durante os meses de inverno (período de estiagem), a qualidade da água

está classificada como água de boa qualidade, porém, durante os meses de verão (período chuvoso),

ocorre uma leve queda da qualidade, ainda se mantendo como água de boa qualidade, e apenas no

mês Março/2011 ficou classificada como regular, como observado na Figura 8.

Tabela 4 - Médias dos parâmetros utilizados para o IQA nos períodos de estiagem e chuvoso, com seu respectivo

valor q de qualidade.

Coliformes

Fecais

(NMP100ml-1)

pH DBO5

(mgL-1)

N Total

(mgL-1)

P Total

(mgL-1)

Temperatura (°C) Turbidez

(NTU)

STD

(mgL-1)

OD

(%sat)

média inverno 1384,67 6,61 2,76 0,84 0,18 21,96 33,81 29,27 77,16

q 18 80 70 95 90 80 50 85 80

média verão 1312,31 6,25 1,40 1,10 0,21 26,70 51,05 29,92 64,40

q 18 65 95 90 90 80 40 85 60

Figura 8 - Variação do índice de qualidade das águas (IQA) da bacia do rio São João.

Observou-se que os valores de qualidade “q” para pH, nitrogênio total, turbidez e oxigênio

dissolvido (Figura 9) apresentaram uma queda no período chuvoso, mostrando que a pluviosidade

determinou variações significativas na qualidade das águas da região.

40

50

60

70

IQA

REGULAR

BOA

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Figura 9 - Variação dos parâmetros do IQA, nos períodos de seca e chuvoso.

6. DISCUSSÃO

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Coli pH DBO5 N T P T °C Turb STD % SatO

Seco (62,87)

Chuvoso (38,13)

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De acordo com o resultado obtido através do cálculo do IQA, a qualidade da água da bacia do

rio São João foi classificada como água de boa qualidade, ocorrendo uma queda apenas no mês de

Março/2011 (Figura 8). No entanto, os parâmetros Coliformes fecais e turbidez apresentam valores

representativos das suas respectivas qualidades relativamente baixos durante todo o ano (Tabela 4).

A turbidez no período de estiagem apresenta qualidade igual à 50 e cai cerca de 20% quando no

período chuvoso. Isso é reflexo da bacia não possuir quase matas ciliares ao longo dos rios e

também na represa de Juturnaíba. Já coliformes fecais não variam de um período para o outro,

porém é o caso mais grave, no que consiste à qualidade da água. Este parâmetro apresenta qualidade

igual a 18 e consiste no parâmetro mais preocupante para a manutenção da qualidade da água da

região. Isto pode ser justificado pela presença de casas ao longo dos rios e na represa de Juturnaíba

que lançam seus esgotos diretamente no corpo hídrico e acarretando uma contaminação por

coliformes.

De forma geral é possível traçar um padrão de sazonalidade para os resultados de turbidez,

principalmente nas estações dos rios e nas estações da represa de Juturnaíba. Outro processo que

pode ser responsável pelo incremento da turbidez é a erosão das margens da represa. A Figura 16

mostra uma imagem do processo que é gerado pela incidência das marolas em uma encosta íngreme

que originalmente, quando a lagoa ainda não tinha sido formada, não sofria este tipo de influência.

Forma-se então uma pequena falésia, a qual, livre de qualquer tipo de vegetação, vê seu processo de

erosão cada vez mais intensificado.

No que diz respeito ao pH, pode-se observar na Figura 10 que as estações de rio não

apresentam muitas variações ao longo do ano, mantendo sempre a tendência à acidez (5 à 7) e não

varia em função da pluviosidade. Já nas estações da represa de Juturnaíba e na estação após a

barragem, ocorre um pico no mês de Junho/2010 podendo indicar eventos de floração de microalgas

(CARMOUZE, 1986; KNOPPERS et al., 1999).

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Figura 10 - Variação dos parâmetros (Turbidez, pH e CE) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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Como já dito anteriormente, de uma forma geral, os valores de condutividade medidos na área

de estudo foram baixos, denotando uma associação com um processo de lixiviação nas fases

mineral e orgânica dos solos da bacia de drenagem. Na Figura 10 é interessante notar a tendência

entre as concentrações nas estações de rio e suas subsequentes estações dentro da represa. O rio São

João (estação 1) e sua saída (estação 6) possuem os valores mais baixos, seguidos da estação 2 (rio

Capivari) e sua saída (estação 4) com valores intermediários e a estação 3 (rio Bacaxá) e sua saída

(estação 5) com valores mais elevados.

A presença de íons dissolvidos na água está fortemente associada aos processos intempéricos

na bacia de drenagem e por consequência às características químicas dos solos e da geologia na

região. É interessante notar que com exceção dos fluoretos, a maior parte dos íons na fase dissolvida

apresentam valores mais elevados associados aos períodos de maior intensidade da chuva. A

presença do cloreto, sulfato, sódio e cálcio (Figura 11 e Figura 12) pode ser um indicativo da

influência marinha, que pode ser trazida por ventos do litoral para o continente (aerossóis), bem

como sedimentos quaternários flúvio-lacustres e litorâneos que possuem estes elementos, sendo

mais provável esta última hipótese.

Além do já dito anteriormente, o sulfato também pode ser oriundo de gás sulfídrico em

sedimentos, assim como produtos do intemperismo em sulfetos (MORITA & PIVELI, 1996). O

sulfato aparece mais concentrado na estação do rio Bacaxá (estação 3) e na estação que representa a

sua desembocadura (estação 5), podendo indicar que sua origem pode estar relacionada aos

sedimentos flúvio-lacustres e litorâneos da região ou, até mesmo, do esgoto, já que o rio Bacaxá é

muito impactado pelo mesmo.

As concentrações de NH4 (Figura 11) indicam que esta forma é predominante em relação às

outras formas de nitrogênio. Uma hipótese que pode ser levantada é que a origem do nitrogênio

neste sistema seja através de esgotos e, de forma mais significativa, da incorporação de uréia aos

solos para as poucas culturas existentes na região (CILSJ, 2003). Em todas as estações pode-se

perceber um aumento de NH4 e uma diminuição de NO3 devido ao maior aporte de água nos rios,

levando NH4 de fontes diversas, principalmente antropogênicas, para o acúmulo no reservatório de

Juturnaíba, deixando o NO3, que é produto final da oxidação das espécies de N, em segundo plano.

Além disso, o maior aporte de matéria orgânica para dentro do reservatório de Juturnaíba e

consequente mineralização dos organismos, liberando maiores concentrações de NH4.

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Figura 11 - Variação dos parâmetros (Na, Ca e NH4) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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Figura 12 - Variação dos parâmetros (Cl, SO4 e F) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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As concentrações de fósforo total estão relativamente elevadas, apresentando maiores

valores nas amostras da represa de Juturnaíba. Este fósforo representa aquele que provavelmente

está incorporado aos produtores primários (fitoplâncton) ou que está associado às partículas e à

matéria orgânica detrítica ou autóctone.

Nas estações de rio (Figura 13), o P total apresenta um leve incremento em suas

concentrações no período chuvoso. Este comportamento pode refletir o runoff (transferência da

superfície dos solos para os corpos hídricos por escoamento superficial) ou uma maturidade dos

solos da região, onde em período de estiagem há a predominância dos elementos maiores (como Al,

Fe e Ba), com valores de background naturalmente elevados devido as litologias.

Na Figura 13, é interessante notar que os rios apresentam aportes um pouco mais elevados

de carbono orgânico dissolvido, ocorrendo um pico no mês de Março/2011 para as estações de rios,

com maior destaque para a estação 2 (rio Capivari). Este evento excepcional, que não é corroborado

por nenhum outro parâmetro analisado neste estudo, permanece sem uma explicação plausível. Já

na lagoa, as concentrações parecem refletir aquelas dos rios, indicando que provavelmente existe

pouca produção de carbono orgânico autóctone.

As concentrações de carbono orgânico particulado também são relativamente baixas (Figura

13), indicando um componente mais mineral no material particulado em suspensão, corroborando a

hipótese de que a erosão das margens da lagoa exerce um papel importante na composição deste

material. Por observações visuais na lagoa (Figura 14) verificamos que em alguns locais a produção

fitoplanctônica é intensa, mas ficam restritas aos primeiros milímetros de superfície. Assim, a

restrição nestes produtores primários deve estar associada à dificuldade de penetração da luz em

uma água com elevadas concentrações de material particulado em suspensão.

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Figura 13 - Variação dos parâmetros (P Total, COD e COP) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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Figura 14 - Imagem de área de elevada produção primária, que devido à concentração de material particulado

em suspensão.

As concentrações observadas na Figura 15 indicam que a água da represa de Juturnaíba

apresenta algumas concentrações elevadas de alumínio. A fonte deste elemento pode ser entendida

como oriunda de matrizes geológicas (argilominerais), representativa da litologia presente na bacia

de drenagem (gnaisses e granitos). A coloração avermelhada da água nestas áreas é uma

comprovação de que o processo de erosão está colocando em solução grandes quantidades dos

elementos presentes nos solos da região, como alumínio e ferro (Figura 16). Outra possível fonte

deste elemento para a região pode estar relacionada com a Estação de Tratamento de Água (ETA),

localizada na represa de Juturnaíba, que através de tratamento convencional, utilizando sulfato de

alumínio ou outros coagulantes, pode causar contaminação da fase dissolvida. (CHING et al., 1994;

SHEN & DEMPSEY, 1998). Neste último, estudos em conjunto com o órgão responsável pela ETA

devem ser realizados para confirmação.

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Figura 15 - Variação dos parâmetros (Al, Fe e Mn) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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Figura 16 - Falésia formada à borda da lagoa de Juturnaíba, mostrando o intenso processo erosivo.

Outros elementos que apresentam alguns valores mais elevados do que os considerados

naturais (REIMANN & DE CARITAT, 1998) são o ferro e manganês (Figura 15), principalmente

nas estações da represa de Juturnaíba. Uma provável explicação para este fenômeno é a lixiviação

dos solos das margens da represa ocasionada pela ação das ondas, como já visto para o alumínio,

indicando provavelmente a mesma proveniência para elementos mais representativos das rochas e

solos da região (óxidos-hidróxidos de Fe e Mn).

O bário, gálio e estrôncio (Figura 17) são elementos de grandes raios iônicos, apresentaram o

mesmo comportamento nos rios, na represa de Juturnaíba e na estação do vertedouro. Este

comportamento indica que a fonte para estes elementos pode ser oriunda de rochas graníticas e

gnaisses. Pode-se perceber ainda, que as maiores concentrações dos três elementos foram

encontrados para as estação 2 (rio Capivari) e 3 (rio Bacaxá), que estão localizadas bem próximas

ao Corpo Granítico de Silva Jardim.

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Figura 17 - Variação dos parâmetros (Ba, Ga e Sr) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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As concentrações de cromo, em todas as estações acompanharam a tendência da pluviosidade,

aumentando, no período chuvoso e, diminuindo, no período de estiagem (Figura 18). A presença do

cromo indica uma proveniência de rochas máficas e ultramáficas.

Zinco, níquel e cobre apresentaram comportamento semelhante em quase todas as estações

(Figura 18). Zn e Cu podem representar uma associação calcófila presente em assembléias

sulfetadas e o Ni pode ser proveniente de rochas máficas e ultramáficas.

Índio, bismuto e tálio (Figura 19) também apresentaram comportamento muito semelhante em

todos os compartimentos, seja nos rios, seja na represa e na saída da mesma. Este comportamento

corrobora ainda mais que provém da mesma fonte. Estes elementos podem estar presentes nos

regolitos, principalmente indicando certo grau de laterização (FAURE, 1996; LAPWORTH et al.,

2012).

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Figura 18 - Variação dos parâmetros (Cr, Ni, Cu e Zn) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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Figura 19 - Variação dos parâmetros (In, Tl e Bi) ao longo da amostragem em três compartimentos: rios, represa e após vertedouro.

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63

Para mostrar os processos geoquímicos ocorrentes em um ambiente aquoso, os quais

controlam o comportamento dos elementos, é preciso mostrar suas variações ao longo de um ciclo

sazonal completo. Amostragens em dias chuvosos, a resposta em termos de redução das

concentrações de nutrientes e surfactantes foi imediata. Assim como no estudo de SANTOS-

NEVES (2012), onde há um fracionamento de elementos terras-raras na transposição de águas do

rio Paraíba do Sul para o rio Guandu entre os períodos de estiagem e chuvoso.

Portanto, a Tabela 5 mostra os valores (média, mínimo e máximo) dos parâmetros físico-

químicos e concentrações dos íons maiores e metais traços presentes nas águas amostradas para os

períodos de estiagem e de chuva. Os parâmetros físico-químicos como pH e condutividade elétrica

(CE) são alguns dos principais responsáveis pelo comportamento dos elementos dissolvidos em

ambiente aquoso, assim como complexos, colóides e fases minerais (DREVER, 1982; HEM, 1985;

DEUTSCH, 1997). Verifica-se que o pH não mostrou maiores mudanças assim como a CE, levando

a crer que o fator diluição/incremento na concentração dos elementos analisados seja resultado da

influência das águas pluviais.

A diluição pelas águas das chuvas é verificada quando se compara as concentrações médias

nos períodos de estiagem e chuvoso dos elementos representativos das litologias presentes na bacia

de drenagem (gnaisses e granitos), tais como Al, Fe e Ba, ou seja, estes elementos aumentam suas

concentrações após os períodos de chuvas.

Os elementos traços, P e N total e cátions e ânions maiores apresentam um comportamento

inverso, mostrando um incremento em suas concentrações no período chuvoso (Tabela 5). Este

comportamento inverso pode refletir o aumento da carga de esgoto, já que nesta região, a população

chega a dobrar (1,5 milhão de pessoas) nos meses do verão.

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64

Tabela 5 - Valores de média, mínimo e máximo dos parâmetros utilizados para a análise dos componentes

principais.

Período de Estiagem (Abr-Out) Período Chuvoso (Nov-Mar)

Média Mínimo Máximo Média Mínimo Máximo

pH 6,61 4,73 8,90 6,22 5,25 7,14

CE (µS.cm-1) 50,19 16,00 104,00 60,05 21,00 127,00

Temp (°C) 22,21 17,34 26,40 26,97 20,97 31,40

Turbidez (u.t.) 47,56 6,15 429,00 67,73 8,05 503,00

Al (µg.l-1) 355,51 3,15 4033,00 180,24 2,13 4617,00

V (µg.l-1) 0,71 <0,01 2,74 1,33 <0,01 3,57

Cr (µg.l-1) 0,30 <0,01 4,66 1,01 <0,01 2,22

Mn (µg.l-1) 41,00 0,53 275,90 69,06 12,45 269,20

Fe (µg.l-1) 336,9 18,15 1640 242,4 42,26 1824

Co (µg.l-1) 0,60 <0,01 2,17 1,84 0,02 3,57

Ni (µg.l-1) 4,01 0,33 41,85 6,35 0,60 27,81

Cu (µg.l-1) 6,66 0,84 17,43 9,55 0,58 38,15

Zn (µg.l-1) 38,81 7,80 282,00 72,58 12,60 513,80

Ga (µg.l-1) 4,95 1,21 14,21 3,19 0,18 13,36

Sr (µg.l-1) 23,00 7,07 52,64 24,76 4,70 56,05

Cd (µg.l-1) 0,13 <0,01 0,43 0,37 <0,01 0,88

In (µg.l-1) 0,49 <0,01 1,40 1,28 <0,01 3,00

Sb (µg.l-1) 2,18 <0,01 23,56 0,35 <0,01 0,72

Ba (µg.l-1) 55,37 11,94 129,10 42,16 12,74 287,40

Tl (µg.l-1) 0,67 <0,01 2,56 1,54 1,02 2,39

Pb (µg.l-1) 2,85 <0,01 8,42 5,78 1,52 15,12

Bi (µg.l-1) 1,04 <0,01 3,04 1,43 0,85 3,04

F (mg.l-1) 0,08 0,02 0,18 0,09 0,02 0,36

Cl (mg.l-1) 4,53 0,04 23,41 4,91 0,22 16,49

NO3 (mg.l-1) 0,05 0,03 2,64 0,01 0,00 0,13

SO4 (mg.l-1) 4,82 0,90 11,87 5,63 0,17 15,07

Na (mg.l-1) 28,07 0,05 185,05 64,01 0,04 221,87

NH4 (mg.l-1) 0,75 0,02 3,48 3,24 0,10 12,98

Ca (mg.l-1) 8,60 0,24 40,26 21,71 0,08 78,89

No período chuvoso, há uma diluição natural dos elementos maiores, pois estes estão

estruturados em rochas, argilominerais e óxidos-hidróxidos de Fe e Mn, enquanto que os traços,

antes adsorvidos e co-precipitados em diversas matrizes, agora estão sujeitos a dessorção, devido a

diminuição do pH, e até mesmo sendo liberados mecanicamente na destruição de matrizes

geológicas devido e a força das enxurradas (maior turbidez neste período), aumentando suas

concentrações.

Foi utilizada a análise de correlação de Spearman (estatística não paramétrica) para

estabelecer o grau de associação entre os elementos e os parâmetros físico-químicos (REIMANN et

al., 2002).

As Tabela 6 e Tabela 7 mostram as matrizes de correlação para os períodos de estiagem e

chuvoso. Para o período de estiagem, a CE apresenta correlações significativas com Sr (0,73), F

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(0,72) e SO4 (0,68). O Sr pode ser oriundo de carbonatos e rochas graníticas (grande raio iônico); o

F pode ser proveniente da decomposição das biotitas, já que rochas alcalinas, a exemplo do Morro

de São João (localidade de Barra de São João, Rio das Ostras), se encontram afastadas dos locais de

amostragem; e SO4 pode ser oriundo de gás sulfídrico em sedimentos, bem como produto do

intemperismo de sulfetos.

A significativa correlação entre Al e Fe pode indicar tanto a mesma proveniência (rochas e

solos da região), quanto à presença dos mesmos em sedimentos das drenagens, representando,

respectivamente, argilominerais (aluminossilicatos) e óxidos-hidróxidos de Fe. As correlações

significativas entre Ca, Na, SO4, Cl e F podem significar influência marinha, que pode ser trazida

por ventos do litoral para o continente (aerossóis), bem como sedimentos quaternários flúvio-

lacustres e litorâneos, que possuem estes elementos, sendo mais provável esta última hipótese.

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Tabela 6 - Matriz de correlação para o período de estiagem.

Período de Estiagem (n = 80)

pH CE Al Mn Fe Sr Ba F Cl NO3 SO4 Na NH4 Ca

pH * * **

CE 0,26 *** *** * *** *

Al 0,09 0,22 *** *

Mn -0,47 -0,10 -0,30

Fe 0,18 0,28 0,75 -0,09 ** *

Sr 0,07 0,73 0,26 0,20 0,28 * *** ** *** * **

Ba 0,14 0,27 0,45 0,12 0,48 0,43 * *

F 0,26 0,72 0,31 -0,07 0,43 0,58 0,44 ** ***

Cl 0,46 0,37 0,09 -0,14 0,12 0,46 0,34 0,53 *** *** *

NO3 -0,21 0,05 -0,21 0,33 -0,20 0,04 0,03 0,17 0,12

SO4 0,35 0,68 0,21 -0,10 0,24 0,68 0,40 0,75 0,77 0,09 ** *

Na 0,51 0,29 -0,11 -0,14 -0,12 0,38 0,08 0,28 0,76 0,04 0,52 ***

NH4 0,01 0,31 -0,23 -0,14 -0,22 0,12 -0,34 -0,04 -0,33 0,06 -0,05 -0,11 *

Ca 0,28 0,44 -0,32 -0,01 -0,33 0,48 -0,20 0,27 0,40 0,13 0,39 0,73 0,36

Al V Cr Fe Co Ni Cu Zn Ga Sr Cd In Sb Ba Tl Pb Bi

Al *** *** *** ** * *

V 0,73 *** *** ** * *** *** * **

Cr 0,59 0,69 *** * ** * * * *

Fe 0,75 0,65 0,63 * *** ** **

Co 0,08 0,48 0,42 0,11 ** *** *** ** **

Ni -0,17 -0,10 -0,01 -0,26 0,19 *** *** *

Cu -0,22 -0,17 -0,10 -0,37 0,03 0,59 *** * **

Zn -0,10 0,05 0,13 -0,22 0,35 0,77 0,67 * * *

Ga 0,50 0,21 0,47 0,60 -0,08 -0,26 -0,22 -0,07 ***

Sr 0,26 0,22 0,22 0,28 0,18 0,40 0,33 0,36 0,23 *

Cd 0,09 0,40 0,29 0,02 0,49 0,05 0,04 0,37 0,05 -0,07 *** * *** **

In 0,26 0,64 0,40 0,16 0,71 -0,13 -0,15 0,14 0,02 -0,06 0,74 *** ** ***

Sb -0,37 -0,35 -0,39 -0,53 -0,10 0,09 0,39 0,31 -0,18 0,00 0,36 0,08

Ba 0,45 0,19 0,45 0,48 0,01 -0,05 -0,01 0,14 0,91 0,43 0,06 0,09 -0,06

Tl 0,18 0,59 0,44 0,14 0,75 -0,10 -0,09 0,16 0,02 -0,06 0,67 0,96 -0,04 0,09 ** ***

Pb 0,26 0,42 0,29 0,05 0,52 0,27 0,48 0,40 -0,14 0,16 0,31 0,47 -0,05 0,03 0,54 *

Bi 0,26 0,48 0,32 0,13 0,55 -0,17 -0,13 0,06 0,14 -0,06 0,55 0,90 0,05 0,27 0,89 0,45

*** (p < 0.001), ** (p < 0.01), * (p < 0.05), em branco (p < 0.1)

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Tabela 7 - Matriz de correlação para o período chuvoso.

Período Chuvoso (n = 60)

pH CE Al Mn Fe Sr Ba F Cl NO3 SO4 Na NH4 Ca

pH * *

CE 0,19 * *** *** *** *** *** ** *** **

Al 0,37 0,27

Mn -0,13 0,36 -0,18 ** ** *

Fe 0,18 0,19 0,35 0,32

Sr 0,14 0,88 0,27 0,47 0,28 *** *** ** *** **

Ba -0,02 0,61 0,27 0,53 0,18 0,68 *** *** *

F 0,21 0,82 0,27 0,45 0,23 0,76 0,66 *** * ** *

Cl 0,27 0,58 -0,09 0,14 -0,18 0,47 0,34 0,45 *** *** * ***

NO3 -0,05 -0,18 -0,13 -0,08 -0,33 -0,09 0,07 -0,01 0,07

SO4 0,29 0,88 0,16 0,35 0,03 0,82 0,64 0,83 0,78 0,04 *** ** ***

Na 0,26 0,52 -0,04 0,07 -0,06 0,35 0,21 0,41 0,89 -0,17 0,63 ***

NH4 0,04 0,58 0,04 0,31 0,12 0,50 0,39 0,50 0,36 -0,27 0,53 0,33 *

Ca 0,38 0,47 -0,02 0,08 -0,09 0,33 0,24 0,40 0,82 -0,19 0,62 0,86 0,40

Al V Cr Fe Co Ni Cu Zn Ga Sr Cd In Sb Ba Tl Pb Bi

Al * *** **

V -0,07 ** ** *** *** *** *** *** ***

Cr -0,39 0,54 ** ** *** *

Fe 0,35 0,48 0,29 ** ** * *

Co -0,21 0,82 0,46 0,38 *** * *** *** *** ***

Ni -0,14 -0,20 0,01 -0,49 -0,15 *** *** ***

Cu -0,05 -0,18 -0,02 -0,49 -0,16 0,83 *** ***

Zn -0,07 -0,19 -0,24 -0,39 -0,05 0,69 0,59 **

Ga -0,15 0,80 0,52 0,45 0,88 -0,17 -0,17 -0,08 * *** *** *** ** **

Sr 0,27 0,24 0,09 0,28 0,36 0,14 0,23 -0,05 0,44 ***

Cd -0,58 0,66 0,71 0,07 0,72 0,13 0,02 0,02 0,67 0,10 *** *** ***

In -0,29 0,62 0,36 0,10 0,64 -0,20 -0,19 -0,18 0,57 0,01 0,64 *** ** ***

Sb -0,19 0,63 0,22 0,19 0,63 -0,21 -0,25 0,02 0,59 -0,15 0,59 0,67 ***

Ba 0,27 0,10 -0,01 0,18 0,28 0,16 0,17 0,15 0,49 0,68 -0,03 -0,03 -0,09

Tl -0,21 0,11 -0,28 -0,33 0,17 0,23 0,27 0,21 0,11 0,15 0,11 0,52 0,20 0,19 *

Pb 0,08 0,07 -0,10 -0,31 0,08 0,57 0,63 0,55 0,01 0,23 0,11 0,05 -0,07 0,24 0,31

Bi -0,50 0,57 0,45 0,01 0,61 -0,16 -0,17 -0,22 0,53 0,00 0,77 0,87 0,66 -0,10 0,40 0,03

*** (p < 0.001), ** (p < 0.01), * (p < 0.05), em branco (p < 0.1)

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Analisando as correlações entre os elementos traços, é verificado correlações significativas

entre Fe, V e Cr, as quais podem significar tanto litologias máficas (básicas), tais como diques de

rocha básica, assim como representam o mineral magnetita.

Zn, Ni e Cu podem representar uma associação calcófila presente em assembléias sulfetadas,

assim como In, Bi, Tl e Cd, os quais possuem correlação mais significativa e podem estar presentes

nos regolitos, principalmente indicando certo grau de laterização (FAURE, 1996; LAPWORTH et

al., 2012). Por fim, a correlação entre Ba e Ga representa os elementos de grandes raios iônicos,

oriundos das litologias locais.

A influência das águas pluviais se fazem presentes nas matrizes de correlação para o período

chuvoso, onde há uma quantidade maior de correlações significantes entre os elementos que no

período de estiagem. Tal característica é resultado da lavagem da bacia, com grande influência do

material regolítico às margens do rio, o qual possui concentrações significativas de metais,

principalmente traços. É notório que a maioria das correlações significantes antes encontradas no

período de estiagem se repete no período chuvoso, contando com o aparecimento de outras

correlações complexas. Um exemplo seria a correlação significativa entre V, Ga, In e Sb, o que não

ocorria em condições normais, ou seja, sem chuva. Assim como acontece com o Co, onde este

possui correlações significativas Ga, Cd e Sb em período chuvoso.

O critério de escolha das variáveis para cada análise fatorial foi baseado na matriz de

correlação antes mencionada. Foram utilizados os scores de cada fator para cada ponto amostrado,

podendo-se, então, fazer inferências de processos em determinados pontos da bacia. Em outras

palavras, esses scores representam o quanto o fator influencia o ponto amostrado. As Figura

20Figura 21 apresentam gráficos com as variáveis que possuem correlações significantes em cada

fator extraído nos períodos de estiagem e chuvoso, respectivamente, e as Figura 22 eFigura 23

apresentam os scores para cada ponto amostrado, representados por círculos de três tamanhos e

cores diferentes, indicando a influência do fator.

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Figura 20 – Representação gráfica das variáveis que possuem correlações significantes em cada fator extraído no

período de estiagem.

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Figura 21 - Representação gráfica das variáveis que possuem correlações significantes em cada fator extraído no

período chuvoso.

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71

Figura 22 - Scores para cada ponto amostrado, representados por círculos de três tamanhos e cores diferentes,

indicando a influência do fator, no período de estiagem.

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Figura 23 - Scores para cada ponto amostrado, representados por círculos de três tamanhos e cores diferentes,

indicando a influência do fator, no período chuvoso.

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73

Para o período de estiagem, a análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons

maiores mostraram 3 fatores, os quais respondem por 70,5% da variância do sistema (Figura 20 e

Figura 22). O fator 1, que corresponde a 34,2% da variância do sistema, mostra valores de correlação

significativamente positivos de Cl, Na e SO4. Este fator poderia representar a influência da água

salgada, principalmente sobre o canal principal do rio São João. Contudo, a análise apresenta alto

score para o ponto amostrado no rio Bacaxá (Figura 24), indicando outra fonte para estes íons, os

quais podem estar presentes nos sedimentos quaternários flúvio-lacustres e litorâneos que se

dispõem desde as proximidades da lagoa de Araruama até o município de Rio Bonito.

Figura 24 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem - FATOR 1.

O fator 2, correspondente a 22,72% da variância do sistema, mostra valores de correlação

significativamente negativas com Al e Fe e positivas com Ca e NH4 (Figura 25). A interpretação

para este fator pode estar relacionado a dois processos distintos, onde Al e Fe podem ser

interpretados como oriundos de matrizes geológicas, respectivamente argilominerais e óxidos-

hidróxidos. Por possuírem correlações negativas, os pontos com menores scores, no caso, pontos

dentro da represa e na desembocadura da mesma, podem ser pontos em potencial para acúmulo

dessas matrizes. Para Ca e NH4, o score mais alto se dá no ponto do alto rio São João, podendo o Ca

indicar influência de litologias da região, principalmente, oriundas de rochas supracrustais do

Complexo Paraíba do Sul; e o NH4 pode indicar proveniência de fontes antropogênicas próximas ao

ponto amostrado, tal qual o município de Silva Jardim.

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Figura 25 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem - FATOR 2.

O fator 3 (13,58% da variância do sistema) apresenta correlações significativas positivas

entre a Condutividade Elétrica com os íons F e SO4 (Figura 26). Estes íons são alguns dos que

podem indicar a influência marinha e contribuem para os maiores valores de condutividade,

principalmente nos pontos dos rios Capivari e Bacaxá e em suas respectivas entradas no

reservatório de Juturnaíba, com altos scores para este fator.

Figura 26 - Análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e íons maiores. Período de estiagem - FATOR 3.

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75

A análise fatorial utilizada para os elementos maiores e traços no período de estiagem

também mostra 3 fatores, perfazendo 85,5% da variância do sistema (Figura 20 e Figura 22).

O fator 1 (53,8% da variância do sistema) mostra correlações positivas entre In, Tl, Cd e Bi

(Figura 27), indicando uma associação calcófila com maior score para o ponto no alto rio São João,

onde estes metais podem ser oriundos de regolitos provenientes de litologias sob influência de

hidrotermalismo (associações sulfetadas). Este fator pode ter alguma ligação com o fator 2 da

análise fatorial anterior (Figura 25), mostrando mesma configuração dos scores nos pontos de

amostragem.

Figura 27 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR 1

O fator 2 (18,6% da variância do sistema) mostra boas correlações positivas com Fe, Al, Cr

e V (Figura 28), sugerindo uma proveniência de rochas máficas de Fe, Cr e V (magnetita). Contudo,

o Al junto a esses e os scores com maiores valores se apresentando em pontos dentro do

reservatório de Juturnaíba, sugere a adsorção de Cr e V por argilominerais e óxidos-hidróxidos de

Fe.

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76

Figura 28 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR 2.

O fator 3 (13,1% da variância do sistema) mostra correlações positivas de Ni e Co, também

indicando proveniência desses metais de rochas máficas. Os scores para este fator se mostram altos

para os pontos dos três rios amostrados antes do reservatório de Juturnaíba, valores médios para os

pontos dentro do reservatório e baixo para o ponto após o reservatório, apresentando um padrão

decrescente de montante a jusante (Figura 29).

Figura 29 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período de estiagem - FATOR 3.

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Para o período chuvoso, a análise fatorial para os parâmetros físico-químicos e elementos

maiores apresenta 4 fatores, representando 83,32% da variância do sistema (Figura 21 Figura 23).

O fator 1 (38,18% da variância do sistema) mostra correlações significativas para CE, F e

SO4, (Figura 30) mostrando altos scores para os pontos no rio Bacaxá e em sua desembocadura no

reservatório de Juturnaíba, mostrando a configuração semelhante de scores para com o fator 3

(Figura 26) na análise fatorial dos elementos maiores e parâmetros físico-químicos do período de

estiagem, indicando, mais uma vez, que estes íons contribuem para os maiores valores de

condutividade elétrica.

Figura 30 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso - FATOR 1.

O fator 2 (20.75% da variância do sistema) apresenta Al e Fe com boas correlações positivas

com o fator (Figura 31), mostrando altos scores para pontos de amostragem dentro do reservatório

de Juturnaíba, o que sugere o acúmulo de argilominerais e óxidos-hidróxidos de Fe no reservatório,

devido a menor condição de turbulência no ambiente. Este fator também se assemelha ao fator 2 na

análise fatorial dos elementos maiores e parâmetros físico-químicos do período de estiagem (Figura

25).

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Figura 31 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso - FATOR 2.

O fator 3 (12,8% da variância do sistema) mostra correlação significativamente negativa

para NO3 e positiva para NH4 (Figura 32), sugerindo um aumento de NH4 e uma diminuição de NO3

devido ao maior aporte de água nos rios, levando NH4 de fontes diversas, principalmente

antropogênicas, para o acúmulo no reservatório de Juturnaíba, deixando o NO3, que é produto final

da oxidação das espécies de N, em segundo plano. Além disso, o maior aporte de matéria orgânica

para dentro do reservatório de Juturnaíba favorece uma maior produção primária, aumentando ainda

mais as concentrações de NH4. Ambas as hipóteses são corroboradas pelos scores mais altos em

dois pontos do reservatório de Juturnaíba.

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Figura 32 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso - FATOR 3.

O fator 4 (11.59% da variância do sistema) apresenta correlações significantes positivas para

pH, Cl e Na (Figura 33), mostrando altos scores em um ponto no reservatório de Juturnaíba e na

desembocadura do reservatório. Este fator pode ser interpretado como a lavagem dos sedimentos

quaternários flúvio-lacustres e litorâneos localizados a sul-sudeste da bacia hidrográfica neste

período chuvoso, fazendo com que estes íons sejam transportados para o reservatório. Com o

transporte e aumento desses íons na água, o pH pode aumentar localmente, devido a fenômenos de

tamponamento do pH pela maior quantidade de íons na água, como descrito por DEUTSCH (1997).

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Figura 33 - Análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-químicos. Período Chuvoso - FATOR 4.

A análise fatorial utilizada para os elementos maiores e traços no período chuvoso mostra 3

fatores e responde por 85,51% da variância do sistema (Figura 21 Figura 23). O fator 1 (49,69% da

variância do sistema) mostra correlações significantes positivas com Cd, V, Co, In e Cr (Figura 34),

sugerindo uma mistura de elementos de diferentes fontes, que é originado pelas enxurradas, tendo

contribuição principal do material regolítico. Os scores com altos valores para pontos de

amostragem a montante dos rios Bacaxá e Capivari corroboram esta hipótese.

Figura 34 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 1.

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O fator 2 (20,41% da variância do sistema) apresenta correlações significantes positivas para

Ni e Cu (Figura 35), indicando uma proveniência de litologias máficas. Os scores para este fator

segue o mesmo padrão do fator 3 na análise fatorial para os íons maiores e parâmetros físico-

químicos no período de estiagem, mostrando altos scores para pontos nos rios Bacaxá e Capivari,

diminuindo os scores em direção a jusante.

Figura 35 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 2.

O fator 3 (15,41% da variância do sistema) mostra correlações significantes positivas para

Al, Fe e Sr (Figura 36), sugerindo, mais uma vez, o acúmulo de argilominerais e óxidos-hidróxidos

de Fe no reservatório de Juturnaíba, principalmente neste período, onde os eventos de enxurrada se

tornam mais frequentes.

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Figura 36 - Análise fatorial para os íons maiores e elementos traços. Período Chuvoso - FATOR 3.

É notório que vários fatores entre as análises fatoriais se mostram semelhantes, mesmo em

períodos sazonais diferentes. A condutividade elétrica se mostra sempre com correlação positiva

pelos ânions SO4 e F mesmo com baixos teores nestas águas. Em contrapartida, o pH teve

correlação significativa nesta análise uma só vez para o período chuvoso, onde este possivelmente

se destacou devido ao maior aporte de água dos rios. Os elementos traços sugerem informações

sobre suas proveniências, que, obviamente, estão adsorvidos na matriz regolítica das várias

litologias que compõem a geologia da região. O período chuvoso mostra que os eventos de

enxurrada contribuem para uma associação exótica de metais traço, onde há a mistura de metais de

diversas fontes, inclusive fontes antropogênicas (Fator 1 da análise fatorial entre elementos maiores

e traços, veja Figura 34).

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7. CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho, é possível afirmar que embora os processos de degradação e ocupação

da bacia do rio São João estejam se intensificando, o sistema ainda não teve sua capacidade de

suporte ultrapassada, apresentando diversos parâmetros físico-químicos dentro dos valores

pertencentes àqueles de ambientes naturais. As concentrações de oxigênio ainda são relativamente

elevadas, mas não tão elevadas, a ponto de caracterizarem um processo de eutrofização intenso e a

DBO5 apresenta valores relativamente baixos, indicando que possivelmente, não há aportes

orgânicos normalmente associados a esgotos domésticos e outros efluentes.

A ressuspensão dos sedimentos e a erosão das margens da represa são um problema a ser

investigado. A ocorrência de valores de material particulado em suspensão maior na lagoa do que

nos rios pode ser considerado, particularmente, importante na definição da qualidade da água do

sistema.

A questão do alumínio e do pH precisam ser tratados com particular cuidado, considerando

que as empresas de água da margem da represa vêm lançando seus efluentes de floculação

diretamente na lagoa, o pH da água precisa ser mantido em níveis superiores a 5, que ainda não é o

caso da represa de Juturnaíba, com o risco de dissolver quantidades muito significativas deste

elemento, que não pode ser retirado da água por tratamentos convencionais. As concentrações de

alumínio em algumas situações já se encontram relativamente elevadas e devem ser acompanhadas

constantemente.

O índice de qualidade das águas mostrou que a água é boa no geral, mas que ela decai, ainda

que discretamente, no período chuvoso, o que já era de se esperar. Porém, quando analisados cada

parâmetro separadamente, observa-se que coliformes fecais e turbidez apresentam valores de

qualidade muito abaixo da média, tornando cada vez mais preocupante o destino da sua utilização.

Há a necessidade de um monitoramento constante, já que, atualmente, a represa de Juturnaíba é

utilizada como única fonte de água de abastecimento público para a região dos Lagos e, a perda

deste recurso implicaria em muitos problemas de ordem sanitária, social e política.

A bacia hidrográfica do rio São João não apresenta mudanças em sua hidroquímica em

diferentes períodos sazonais. Os valores para pH, o qual seria o principal controle dos íons

dissolvidos nas águas, não mostrou grandes variações, excetuando-se certos valores dentro do

reservatório de Juturnaíba, onde este atingiu o valor de 8,9 no período de estiagem. O mesmo é

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apresentado para a condutividade elétrica (CE) que se mostrou sempre com correlação significativa

pelos íons SO4 e F nos dois períodos sazonais. O que realmente muda a dinâmica na bacia

hidrográfica em relação a processos geoquímicos é o maior aporte de água pluvial no período

chuvoso, aumentando a vazão dos rios e a existência do reservatório de Juturnaíba.

O reservatório de Juturnaíba é responsável pelos principais processos indicados pela análise

fatorial devido ao fato da formação de um ambiente semifechado com grande coluna d’água. Logo,

a influência de enxurradas, frequente em períodos chuvosos, fica limitada aos rios antes de atingir o

reservatório. Dentre os eventos mais marcados pela análise fatorial para com o reservatório de

Juturnaíba estão o acúmulo de Al e Fe (argilominerais e óxidos-hidróxidos de Fe, respectivamente)

no reservatório tanto em períodos de estiagem quanto chuvoso, além da dinâmica entre NH4 e NO3

no período chuvoso.

A dinâmica dos elementos traços mostra-se diretamente atrelada a geologia regional, onde

foi possível detectar associação calcófila entre Índio, Tálio, Cádmio e Bismuto, sugerindo

influência de sulfetos e influência de rochas máficas tal como a associação Ferro, Cromo e Vanádio

a partir da análise fatorial. Contudo, seria possível se obter melhores resultados utilizando-se mapa

geológico de detalhe para melhor corroborar tais conclusões.

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