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ADITAMENTO

Herdade da Alápega

Estudo de Impacte Ambiental

(Estudo Prévio)

Aditamento

Março de 2010

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ADITAMENTO

Estudo de Impacte Ambiental

Aditamento

Índice

1. INTRODUÇÃO 3

2. RESPOSTA AOS ELEMENTOS ADICIONAIS 4

2.1. INTRODUÇÃO 4

2.2. PROJECTO 4

2.3. AVALIAÇÃO DE IMPACTES 48

2.4. FACTORES AMBIENTAIS 63

2.4.1. Ordenamento do Território 63

2.4.2. Sistemas Ecológicos 69

2.4.3. Recursos hídricos 77

2.4.4. Paisagem 84

2.4.5. Socio-económica 87

2.4.6. Acessibilidades 89

2.5. RESUMO NÃO TÉCNICO 89

Índice de Anexos

Anexo I – Parecer da Comissão de Avaliação

Anexo II – Análise dos impactes cumulativos

Anexo III – Pedido de Informação Prévia - Relatório Ambiental (Análise Hidrogeológica)

Anexo IV – Peças Desenhadas

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1. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui um Aditamento ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do

Estudo Prévio do Empreendimento Turístico na Herdade da Alápega, tendo como objectivo

apresentar os elementos adicionais solicitados pelo parecer da Comissão de Avaliação (CA),

relativo à análise da conformidade do EIA, veiculado pelo Fax 410-DAS/DAAmb/09 da

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, datado de 28 de

Dezembro de 2009, o qual se apresenta no Anexo I.

O pedido de elementos adicionais enquadra-se na verificação da conformidade do EIA,

entregue em Outubro de 2009, de acordo com o disposto no nº 4 do Artigo 13º do Decreto-

Lei nº 69/2000, de 3 de Maio, com a redacção que lhe é dada pelo Decreto-Lei nº 197/2005,

de 8 de Novembro.

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2. RESPOSTA AOS ELEMENTOS ADICIONAIS

2.1. INTRODUÇÃO

Nos pontos seguintes pretende-se dar resposta à solicitação dos elementos adicionais por

parte da CA. Para tal, optou-se por respeitar a estrutura do parecer da CA, reproduzindo-se

os comentários produzidos pela comissão e apresentando de seguida a resposta aos

elementos adicionais solicitados. O parecer da CA, na sua íntegra, pode ser consultado no

Anexo I do presente documento.

2.2. PROJECTO:

1- Demonstrar a sustentabilidade sócio económica e ambiental do projecto

Enquadramento

O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como o

desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias

necessidades, possibilitando que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório

de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao

mesmo tempo, um uso razoável dos recursos naturais existentes e preservando as espécies

e os habitats naturais.

O conceito de sustentabilidade aplicado à actividade turística de acordo com a OMT, refere

que "o desenvolvimento do turismo sustentável atende às necessidades dos turistas de hoje

e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e aumenta as oportunidades

para o futuro. É visto como um fio condutor para a gestão de todos os recursos, de tal forma

que as necessidades económicas, sociais e estéticas possam ser satisfeitas sem desprezar a

manutenção da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade

biológica e dos sistemas que garantem a vida.”

Existem inúmeros estudos e relatórios que provam que a taxa actual de consumo de

recursos não é sustentável. Ainda assim, porque esta ideia tem sido tratada a um nível

demasiado abstracto, a sua comunicação tem-se revelado difícil, pelo que é necessário um

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conceito, ou um conjunto de dimensões suficientemente claras, que permitam tornar a ideia

mais concreta e operacional. Se tal for conseguido obter-se-á um bom meio de comunicação

que permite transmitir de forma condensada uma boa imagem da utilização dos recursos e

dos objectivos necessários a atingir, de modo a viver no planeta consumindo parte de

recursos que permita a renovação dos mesmos.

O projecto da Herdade da Alápega, tem como finalidade a prossecução desses objectivos de

impacte ambiental de uma forma que pretende ser adaptável aos diferentes contextos de

vida e situações.

O desenvolvimento do projecto do Empreendimento Turístico da Herdade da Alápega teve

assim em consideração nas suas várias vertentes, a compatibilização entre a protecção do

ambiente e a vertente sócio-económica, no sentido da prossecução de um objectivo de

sustentabilidade para todo o empreendimento, promovendo a utilização sustentável dos

recursos e a manutenção da diversidade biológica e cultural.

O turismo e os impactes ambientais

No que concerne aos impactes sobre os recursos é necessário determo-nos sobre o caso

concreto do país e do tipo de projecto.

Portugal, tal como outros países europeus, está a viver acima do seu limite de consumo de

recursos. Adicionalmente, o país possui algumas particularidades no que respeita à sua

pegada ecológica. Por exemplo, a separação entre a taxa de crescimento dos transportes, da

energia, do consumo de recursos, e a taxa de crescimento socio-económico é praticamente

impossível, constituindo o cenário português um dos piores da Comunidade Europeia (ex.

para aumentar em 1 euro o PIB, a sua grande parte terá de ser gasta em energia).

No que concerne ao tipo de projecto é de apontar que o chamado sector Turístico é

considerado um sistema completamente dependente do conceito de sustentabilidade. A sua

base reside maioritariamente na qualidade dos recursos ambientais, culturais e económicos

do destino turístico em questão. Assim, se não pensado e gerido de um modo a manter

elevados os níveis de qualidade destes recursos de que depende tão explicitamente, corre o

risco, como consequência da sua actividade, de deteriorar e consumir irreversivelmente os

referidos recursos, tornando-se a curto prazo, insustentável.

Em franca expansão, o Turismo é um dos sectores reconhecidos como dos mais significantes

na economia mundial, com inegável potencial na contribuição directa para os objectivos de

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desenvolvimento sustentável definidos recentemente, na Estratégia Europeia para o

Desenvolvimento Sustentável, transposto recentemente no plano estratégico nacional para o

desenvolvimento sustentável.

O plano de implementação de Joanesburgo (World Summit on Sustainable Development)

identificou uma necessidade urgente para a criação de orientações especificas para o sector

do turismo a fim de vencer a inércia dos padrões insustentáveis de produção e consumo.

Desde então que a Europa sente a necessidade de encontrar modelos de planeamento

estratégico adequados a operacionalidade de um turismo sustentável, específico para cada

destino turístico.

Assim as características do país e o facto do Turismo ser cada vez mais encarado como uma

indústria estruturante, impõe dificuldades ambientais específicas que necessitam de ser

abordadas de forma frontal.

Linhas orientadoras da Sustentabilidade na Herdade da Alápega

Para a diminuição do nível de impacte ambiental de qualquer empreendimento, ou, mais

globalmente, de qualquer actividade humana, dever-se-á seguir uma série de premissas. As

porventura mais importantes serão:

gestão da procura versus gestão da oferta (i.e., centrar primariamente no controlo e

gestão das necessidades, e só depois na solução tradicional para a sua satisfação);

análise de todas as alternativas, construtivas ou outras, em termos de impactes

ambientais de modo a encontrar a mais favorável;

reconhecimento sistemático da importância do comportamento humano e das dimensões

sociais na obtenção de qualquer objectivo ambiental seja directamente, na redução do

consumo do recurso, seja indirectamente na escolha da “infra-estrutura” mais adequada

à sua poupança;

considerar o empreendimento do ponto de vista da ecologia industrial, i.e., tentar

acompanhar todo o influxo e refluxo de materiais, energia e resíduos e tentar

transformar outputs em inputs (por exemplo transformando resíduos em adubo e

energia para ajudar a produzir recursos a consumir no empreendimento).

Apresentam-se seguidamente algumas das características do projecto que contribuem para a

sua sustentabilidade ambiental, económica e social:

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Elevada Procura Turística no concelho de Alcácer do Sal – Viabilidade económica do projecto

Os Empreendimentos Turísticos da Herdade da Alápega localizam-se no concelho de Alcácer

do Sal (Alentejo), numa região com uma posição privilegiada no que se refere ao turismo,

tendo em conta a sua proximidade territorial à Área Metropolitana de Lisboa, a contiguidade

com o Algarve, a orla marítima de grandes dimensões e as relações de vizinhança com

Espanha.

Apesar destes factores verifica-se que esta região não tem recebido muitos turistas nos

últimos anos, sobretudo quando comparada com a região do Algarve, sendo que para esta

realidade contribui também o facto da oferta de Alojamento no Alentejo ser ainda reduzida.

Neste sentido, e de acordo com os dados recolhidos pelo INE em 2007, a capacidade de

alojamento do concelho de Alcácer do Sal correspondia a 193 camas, sendo que, o

desenvolvimento deste projecto, por si só acarreta um acréscimo da capacidade de

alojamento concelhio na ordem dos 1 823% (mais 3 519 camas). Também ao nível da

região, a implantação do projecto trará grandes benefícios, uma vez que a construção do

mesmo implicará um acréscimo de cerca de 35% na capacidade de alojamento da região, o

que considerando o facto desta ser a região do Portugal Continental com um menor número

de camas, se considera como sendo um factor de relevante interesse estratégico.

Na figura que se segue é possível visualizar a capacidade de alojamento do concelho de

Alcácer do Sal, região do Alentejo, e a capacidade de alojamento total para o concelho e

região com a implantação do projecto em análise.

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Figura 1 – Capacidade de alojamento no concelho de Alcácer do Sal e região do Alentejo , em 2007, e

para os empreendimentos turísticos da Herdade da Alápega.

Verifica-se ainda que o concelho de Alcácer do Sal registava, à mesma data, a taxa de

ocupação-cama anual mais elevada da sub-região (cerca de 42,2%), sendo esta bastante

satisfatória quando comparada com outras zonas do país. Estes dados demonstram que

Alcácer do Sal é um concelho com uma procura turística bastante razoável o que viabiliza a

construção de novos empreendimentos turísticos no concelho.

O projecto prevê-se a criação de 880 unidades de alojamento, correspondendo 170 a quartos

de hotel, sendo a restante área construída destinada a equipamentos complementares.

Quanto ao número de Camas, está prevista a existência de 4.420 camas totais, das quais

340 camas são inerentes à componente hoteleira e as restantes 4.080 camas aos

aldeamentos. A este quantitativo que corresponderá, numa situação de ocupação plena, à

existência de 4.420 habitantes, há que adicionar os visitantes e o pessoal dos serviços de

apoio, que se admite corresponderem a cerca de 20% dos habitantes, ou seja, 884

habitantes. Os consumos desta população não residente correspondem, entretanto, a cerca

de 1/3 dos consumos da população residente, pelo que aquela percentagem de população

não residente corresponde a uma população residente 295 habitantes equivalentes. Assim

sendo, a população máxima diária possível para o Empreendimento rondará os 4.715

habitantes equivalentes.

No entanto, considerou-se, para efeitos de dimensionamento das infraestruturas, que a Taxa

de Ocupação média anual ronde os 50%, naturalmente que variável ao longo do ano,

apontando-se para valores da ordem dos 30% em Janeiro, até perto dos 70% no Verão.

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Nestas condições, é expectável uma população média anual da ordem dos 2.360

habitantes equivalentes, sendo que em Janeiro ficará, em média, nos 1.400 habitantes

equivalentes, valor que subirá para cerca de 3.300 habitantes equivalentes nos meses de

Verão.

Em síntese, considera-se que, face à reduzida oferta turística da região, este projecto

assume um carácter estruturante para o desenvolvimento do sector turístico, proporcionando

um efeito de redistribuição, decorrente da sua capacidade em criar uma massa de consumos

turísticos que permite o desenvolvimento do tecido económico da região, sub-região e

concelho, proporcionando oportunidades de dinamização económica e criação de empresas e

empregos, a montante e a jusante na fileira de produção. Igualmente importante é o facto

do projecto em análise poder induzir novas procuras turísticas, ligadas essencialmente ao

património cultural (edificado, artesanal e manifestações culturais).

Trata-se portanto de um empreendimento rentável e economicamente viável.

Contributos para o desenvolvimento da região

O empreendimento incrementará o desenvolvimento da região, reforçando a economia local,

empregando mão-de-obra da região, utilizando bens de consumo de fornecedores locais, e

criando novos e mais serviços/equipamentos, que irão favorecer a população local, e

valorizar a componente cultural e ecológica da região.

Estima-se que o impacto económico do Projecto da Herdade da Alápega seja considerável,

tanto no que se refere ao seu impacto directo referente ao investimento e criação de

emprego, como no que se refere ao seu impacto indirecto, nomeadamente na contribuição

para a concretização dos objectivos estratégicos do Plano Estratégico Nacional do Turismo

(PENT) e para a consolidação da zona de Alcácer do Sal enquanto destino internacional de

referência.

Refira-se que o concelho de Alcácer do Sal se encontra no Litoral Alentejano, definido no

PENT como um dos 6 novos pólos de desenvolvimento turístico, para os quais as apostas no

sector devem ser prioritárias (sendo que os PROT vêm confirmar a prioridade de

investimento turístico nestas áreas).

Relativamente aos impactos económicos directos, o Projecto representará um investimento

aproximado de 310 a 330 milhões de euros, sendo as suas principais componentes as

seguintes:

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Hotel (H1) + spa + Centro de Saúde e Bem Estar: 10 a 15 milhões de euros;

Hotel (H2): 20 a 25 milhões de euros;

Unidades de Alojamento Turístico: 150 a 160 milhões de euros;

Infra-estruturas: 20 a 25 milhões de euros;

Clube de Golfe e Centro Agrícola: 10 a 12 milhões de euros.

O Projecto da Herdade da Alápega contribuirá também para a criação de cerca de 350 a 400

novos empregos na região, distribuídos da seguinte forma:

Gestão/manutenção da componente de alojamento turístico: 180 a 200

Hotelaria: 90 a 100;

Actividades de lazer: 80 a 100.

Indirectamente, o Projecto da Herdade da Alápega pretende contribuir de forma decisiva

para os objectivos centrais do PENT, nomeadamente:

Introdução de um conceito inovador e distintivo, suportado na capitalização da

vocação natural do interior alentejano;

Desenvolvimento de um conjunto de conteúdos inovadores e distintivos, que visam

recuperar/revitalizar as culturas e tradições associadas à História de Portugal, com

representatividade na oferta cultural e gastronómica (a desenvolver no centro de

aprendizagem de artes, ofícios e culturas locais a criar nos empreendimentos

turísticos da Alápega);

Desenvolvimento de uma oferta de inquestionável qualidade, expressa (1) na

abrangência de actividades/conteúdos propostos (que permitirá salvaguardar o

Projecto dos efeitos de sazonalidade), (2) na preservação do meio natural envolvente,

(3) nos baixos índices de construção e ocupação preconizados para a Herdade);

Desenvolvimento de uma oferta diversificada orientada para os mercados-emissores

estratégicos (nomeadamente Portugal, Reino Unido, Espanha e Alemanha), e para os

mercados a desenvolver (países escandinavos, Holanda, Irlanda e Bélgica);

Desenvolvimento do Conceito global com enfoque nos factores “Clima e luz”,

“História, Cultura e Tradição”, “Hospitalidade” e “Diversidade concentrada”;

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Disponibilização de pelo menos 6 dos 10 produtos estratégicos nacionais, a saber:

i. Touring Cultural e Paisagístico; (alavancando também na proximidade a

Alcácer do Sal, Évora, Montemor-o-Novo)

ii. Turismo de Natureza;

iii. Saúde e bem-estar;

iv. Golfe

v. Resorts integrados e Turismo Residencial;

vi. Gastronomia e Vinhos;

Adicionalmente, este Projecto contribuirá em definitivo para, em conjunto com outros

projectos já aprovados/anunciados para o concelho de Alcácer do Sal, consolidar esta região

enquanto destino turístico internacional de referência, com tudo o que tal implica em termos

de benefícios económicos indirectos para o Concelho.

O conceito proposto terá ainda como impacto económico indirecto a revitalização de alguns

ofícios/actividades económicas locais, a explorar na vertente de “Vida Interior” do

empreendimento turístico acima descrita, na qual se pretende promover a gastronomia local,

artesanato e tapeçaria.

Refere-se ainda que a Herdade da Alápega produzirá indubitavelmente um impacto

económico significativo na localidade de Santa Susana, que apresenta uma população

extremamente envelhecida e em declínio, sem factores de ancoragem para a fixação da

população mais jovem, podendo contribuir para a sua revitalização.

Em termos de constrangimentos de um acréscimo de turistas à região, e da sua capacidade

de resposta em termos de acesso a alguns serviços, refere-se que o empreendimento

contempla posto médico e de enfermagem, postos de multibanco, posto de correio,

supermercado, restaurantes, bares, etc, que permitirão satisfazer as necessidades dos

turistas da Herdade, não induzindo pressão acrescida sobre os serviços já existentes nas

localidades envolventes, como seja, a povoação de Santa Susana.

Design do Projecto (adaptação às características naturais do terreno, escolha de soluções naturais e integradas paisagisticamente)

A Herdade da Alápega é actualmente atravessada por uma série de vales que conduzem a

uma ribeira que corre de norte para sul a leste da área do empreendimento. A principal

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estrada norte-sul que atravessa a área do empreendimento conduz a Espanha o que cria

uma dicotomia que se procurou explorar como elemento principal do design e como

elemento essencial do projecto.

O primeiro lado desta dicotomia é definido pela zona a nascente da estrada nacional EN253 e

do caminho municipal (CM1063-1), que parte desta em direcção a noroeste. O uso actual do

solo nesta área é eminentemente florestal: destacando-se uma percentagem significativa de

áreas de sobreiros, alguns eucaliptais e áreas para a produção de mel em pequena escala. A

nascente existe ainda uma significativa área menos humanizada, predominada por

pastagens. O carácter do terreno dentro do seu contexto regional tornou-se uma

grande influência na evolução do conceito de ocupação desenvolvido. Por isso,

procurou-se criar um conceito turístico integrado, baseado na autenticidade da

região, preservando e valorizando os valores naturais.

Destaca-se que o projecto não esqueceu a apetência natural e histórica da Herdade para a

produção florestal e que inclusivamente a maior parte da superfície da Herdade continua

afecta à produção florestal com todas as vantagens que isso apresenta em termos de

diversificação de receitas (contribuindo para a sustentabilidade económica) e de

enquadramento ambiental.

O povoamento rural genuíno do Alentejo apresenta-se tipicamente sob a forma de “aldeias”

ou de aglomerados de pequenas dimensões. O desenho urbano desenvolvido no

projecto em estudo utilizou esta abordagem, em oposição à habitual solução comum nos

resorts de golfe, de residências espalhadas ao longo da periferia do campo, ou de outros

equipamentos e serviços. Nesta zona do empreendimento, cada “aldeia” proposta tem um

carácter único que se relaciona directamente com a sua função e uso da paisagem

adjacente.

É de realçar que, algumas destas “aldeias” confrontam com a grande área natural, que será

acessível a partir de uma rede de caminhos para nascente e um extenso campo de golfe bem

inserido na natureza, para poente. Outra “aldeia” ficará defronte de um grande Centro

Equestre, enquanto outra “aldeia” irá estar diante de uma Quinta, que irá mostrar e

vender os produtos da agricultura da região.

Cada “aldeia” será composta por uma combinação de unidades de alojamento turístico com

as tipologias urbanísticas de apartamentos, moradias em banda ou geminadas e moradias

isoladas. Estas unidades estão cuidadosamente agrupadas, para maximizar a sensação de

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comunidade, mantendo simultaneamente a privacidade e maximizando as vistas da

paisagem “emprestada" pela envolvente do empreendimento. Estas vistas são variadas e vão

desde espaços de golfe a natureza, passando por espaços agrícolas, como é o caso dos

olivais ou das vinhas.

A segunda metade da dicotomia é constituída pela zona poente do caminho municipal

(CM1063-1). Esta zona é essencialmente constituída por uma série de cumes que se

estendem em direcção a poente e proporcionam excelentes vistas, particularmente

apelativas, em especial ao pôr-do-sol. Esta parte da Herdade tem um carácter mais natural,

e pretende-se que as unidades de alojamento turístico se assemelhem a montes alentejanos,

preservando toda a envolvente natural. Refere-se igualmente que estes alojamentos serão

projectados para se implantarem em harmonia com o terreno, com o mínimo de alterações à

topografia. Os edifícios serão envolvidos por terraços e espaços ao ar livre, criando espaços

exteriores ou pequenos jardins privados, com as restantes grandes parcelas mantidas no seu

formato original de modo a manter o carácter natural da área do empreendimento.

Nas “aldeias” poder-se-á caminhar livremente minimizando a dependência em relação ao

carro através da disponibilização de buggies de golfe. No adensamento vegetal e na

utilização ornamental serão utilizadas espécies autóctones, de forma a reduzir a

dependência da irrigação. A utilização da água será devidamente planeada e gerida, e o

recurso à reciclagem incentivado.

A implantação e localização dos edifícios foi tida em consideração no desenvolvimento

do Masterplan, na medida em que tem influência no desenvolvimento sustentável,

nomeadamente no que diz respeito aos recursos energéticos utilizados e aos impactes

regionais e globais na atmosfera, no solo, na água, na flora, na fauna e na população, entre

outros.

À escala urbana, o planeamento e a gestão urbanística têm consequências bastante

significativas para o ambiente e para as condições de conforto nos edifícios. Em termos

urbanísticos, para a Herdade da Alápega foram tidos em consideração os seguintes aspectos:

Meteorológicos (como radiação solar, temperatura do ar, vento, luminância, etc.);

Geográficos (como orientação, morfologia do terreno, etc.);

Biológicos (como fauna e flora do local).

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As formulações existentes em Portugal ao nível destes factores apenas são focadas no RGEU,

onde se refere o dever de serem asseguradas, para a construção ou reconstrução de

edificações, a salubridade dos terrenos, arejamento, iluminação natural e exposição

prolongada à acção directa dos raios solares, bem como o abastecimento de água potável e

evacuação de esgotos.

A iluminação natural é garantida pela formulação de um limite máximo de altura das

edificações, definido por uma linha recta a 45º, traçada em todos os planos perpendiculares

à fachada, e a intersecção do seu plano com o terreno exterior, independentemente da

localização ou orientação da edificação.

Face ao exposto, verifica-se que o empreendimento foi definido a priori tendo em

consideração a preservação e valorização dos recursos naturais e paisagísticos existentes na

herdade.

Zonamento da Herdade tendo em consideração a definição da Estrutura

Ecológica Principal (restrições à implantação de equipamentos, à integração

paisagística, desmatação, terraplenagens, etc)

Para a definição das áreas a incluir na Estrutura Ecológica Principal-EEP (áreas que

praticamente não irão ser intervencionadas no desenvolvimento do empreendimento) foram

tidos em conta os seguintes objectivos:

Garantir a salvaguarda e a manutenção dos sistemas ecológicos de maior valor

e a conservação da natureza, em áreas com dimensão suficiente para que

sejam sustentáveis, por si e permitindo ligações às áreas exteriores de maior

interesse;

Seleccionar para a EEP as áreas com maior potencialidade para instalação de

matos e vegetação que conformem habitats estruturalmente diversificados e

ecologicamente equilibrados e que constitua uma mais-valia ambiental para o

empreendimento e áreas envolventes.

Em termos estatísticos, a Estrutura Ecológica Principal (EEP) totaliza a área de 445,2 ha, a

Estrutura Ecológica Secundária (EES) totaliza a área de 71,2 ha, o que considerando que a

área total da herdade é de cerca de 713 ha, corresponde respectivamente a 62,5% e 10%

da mesma.

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Os factores biofísicos identificados na delimitação da EEP não têm todos o mesmo valor e

sensibilidade, no que se refere ao ordenamento do espaço não intervencionado da herdade,

sendo classificada em duas classes – Muito Condicionada e Pouco Condicionada. A Estrutura

Ecológica Secundária, complementar da Primária integra também duas classes de espaços

distintas: Espaços Agro-silvo-pastorís e Espaços de Transição e Enquadramento.

Os Habitats da Rede Natura 2000 – Sítio Cabrela, integram as Estrutura Ecológica Principal

e incidem sobre Espaços de Ocupação muito Condicionada e Espaços de Ocupação Pouco

Condicionada, de acordo com o grau de protecção identificado como necessário.

Foram incluídos nos espaços de Ocupação Muito Condicionada, as áreas com Relevância

Fitocenótica Alta, as Áreas com Riscos de Erosão incluídas na REN e as áreas em que

estas duas condicionantes se sobrepõem.

Caracterizam-se pela presença de valores naturais ou condicionantes biofísicas que, pelas

suas características, devem prosseguir objectivos de protecção e conservação da natureza,

numa perspectiva de protecção do solo e dos ecossistemas, bem como da promoção da

biodiversidade sendo a sua função dominante a conservação da natureza e a biodiversidade.

Desta forma, não são permitidos quaisquer usos não compatíveis com a conservação da

natureza e a biodiversidade, sendo apenas admitidos usos e acções que não coloquem em

causa as funções de conservação do solo, a manutenção do equilíbrio dos processos

morfogenéticos e pedogenéticos e a regulação do ciclo da água, promovendo a infiltração em

detrimento do escoamento superficial.

Simultaneamente à conservação da natureza, poderão ser realizadas acções e actividades

pouco intensivas (trilhos ou percursos pedestres, equestres e cicláveis), desde que

complementadas com acções que favoreçam a estabilização e protecção do solo

nomeadamente adensamento de vegetação.

Pela importância histórica e cultural prevê-se a recuperação do “trilho” que percorre de

forma paralela a margem da Ribeira de São Cristóvão, já na área do regolfo da Albufeira de

Pego do Altar.

Nestas áreas, o uso preferencial é a floresta de protecção, cujas funções principais são as de

assegurar a continuidade da estrutura verde e proteger a diversidade ecológica. As

plantações irão privilegiar as espécies autóctones e as espécies adaptadas às

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 16

ADITAMENTO

condições ecológicas locais e tradicionalmente utilizadas. São interditas as plantações,

em áreas continuas, com espécies de crescimento rápido e/ou consideradas invasoras.

No que respeita aos Espaços de Ocupação Pouco Condicionada, constituem os restantes

espaços identificados com valor natural e biofísico, englobando as manchas de Montado de

Sobro, que inclui povoamentos recentes, e de matos. A salvaguarda do Montado de Sobro

é legalmente obrigatória por se constituir de um elevado valor ecológico.

Em geral, nestas áreas, sem prejuízo no disposto em legislação específica de protecção do

sobreiro, são interditas as acções que coloquem em causa a concretização das funções do

montado e a sua sustentabilidade, pelo que devem ser seguidas as seguintes orientações:

impedir o corte, abate e arranque de sobreiros e azinheiras;

promover plantações ou a regeneração natural de sobreiros e azinheiras;

em situações de consociação de povoamentos de sobro com outras espécies como o

eucalipto, pinheiro manso ou matos, deve-se promover a substituição progressiva

destas espécies, no sentido de constituir montados ou azinhais, onde dominem as

quercíneas, para que estas áreas sejam bem beneficiadas na sua estrutura e

equilíbrio ecológico.

O uso preferencial destas áreas é o montado, mais ou menos denso, consoante as restantes

características do território, devendo também o coberto sub-arbóreo ajustar-se a estas.

Assim, os usos admissíveis devem ter em conta as especificidades do sistema e as

características biofísicas do território, e promover o seu uso múltiplo, quer seja produtivo

(extracção de cortiça, produção de lenha, apicultura, colheita de plantas aromáticas e

medicinais, produção de pastagens para gado) ou recreativo (percursos pedestres, equestres

e cicláveis, educação ambiental, caça).

Promoção da Gestão Sustentável dos Recursos Naturais, e da utilização de

soluções ecológicas

As soluções desenvolvidas no projecto em causa, no que respeita à gestão dos consumos de

água e energia e no destino final das águas residuais e resíduos, são ambientalmente

correctas, promovendo activamente a poupança de recursos, a utilização de energias

renováveis e de recursos endógenos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 17

ADITAMENTO

A boa política ambiental leva, necessariamente, à procura de soluções de minimização dos

consumos hídricos e de adequação desses consumos à qualidade dos recursos existentes.

Esta preocupação traduz-se na aplicação de um conjunto de medidas que permitem aqueles

desideratos, sendo que a primeira respeita à adequação dos consumos aos recursos.

De acordo com o estabelecido no projecto, a utilização de água potável será reduzida às

funções indispensáveis, nomeadamente aquelas em que há contacto humano directo

(banhos, cozinha) ou indirecto (máquinas de lavar roupa e louça). Para os restantes

consumos, incluindo nestes os gastos nos autoclismos dos sanitários e os consumos

exteriores, nomeadamente abastecimento de piscinas, lavagem de pavimentos, rega de

jardins e campos de golfe, etc., recorrer-se-á, sempre que possível, a água não potável.

No que se refere à utilização de água potável, é adoptado um conjunto de medidas

minimizadoras dos consumos, como seja:

Utilização de torneiras misturadoras e oxigenadoras de baixo débito, que permitem

uma redução significativa dos consumos sem por em causa a qualidade do serviço

prestado;

Opção por máquinas de lavagem de roupa e louça e outros equipamentos utilizadores

de água, de eficiência máxima;

Controle em tempo real da pressão da rede, mantendo a pressão de conforto mas não

permitindo a sua elevação, fruto de redução do caudal total pedido, que leva a

acréscimos significativos de caudal nos equipamentos em funcionamento.

É expectável um consumo de água potável na ordem dos 138.000 m3/ano, tendo origem

exclusiva dos furos existentes no empreendimento, que permitirão satisfazer as

necessidades em ano médio e seco.

No total do Empreendimento, é expectável um volume total anual médio de água não

potável de cerca de 489.000 m3/ano (387.000 m3 em anos secos, derivado da redução de

consumo que se fará à custa da redução da rega do campo de golfe, nomeadamente ao nível

dos fairays e do drivin range).

Para fazer face aos consumos referidos, o Empreendimento dispõe das seguintes origens de

água:

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 18

ADITAMENTO

Águas pluviais recolhidas em cisternas a instalar localmente, no interior dos

lotes – 38.000 m3/ano (sendo nula em ano seco)

Efluentes domésticos tratados derivados da ETAR – cerca de 124.000 m3/ano a

utilizar na rega dos campos de golfe.

Águas subterrâneas, derivadas de captações existentes na propriedade –

102.000 m3/ano

Barragem do Pego do Altar – Tendo em consideração as necessidades de água

bruta, serão utilizados cerca de 175.000m3/ano (sendo zero em ano seco).

Águas superficiais próprias recolhidas nos lagos e albufeiras de barragens a

construir. Estes lagos, que constituirão reservas estratégicas de água,

apresentam uma área total da ordem dos 15 ha, e terão uma capacidade de

armazenamento total da ordem dos 470.000 m3, que se manterá totalmente

preenchida nos anos normais ou húmidos, através dos escoamentos próprios

das suas bacias e do reforço com águas da barragem do Pego do Altar. Nos

anos médios será utilizada cerca de 50.000 m3/ano de água proveniente das

afluências da bacia de drenagem.

Nos anos secos, será usada a reserva estratégica de água armazenada nestes

lagos, correspondendo a cerca de 1/3 da sua capacidade, ou seja, cerca de

161.000 m3, em substituição da água da barragem, e das cisternas.

Neste sentido, o sistema integrado preconizado no projecto, considerando diversas origens

de água, onde se privilegia a reutilização das águas das chuvas e dos efluentes domésticos

tratados, apresenta-se ambientalmente sustentável, satisfazendo as necessidades de água

em períodos de seca através do recurso a reservas estratégicas de água inerentes ao próprio

projecto.

Refere-se igualmente que para obtenção de água potável, está prevista, como solução base,

a construção de uma ETA, no interior do Empreendimento, usando, como origem de água

preferencial, os caudais derivados das captações subterrâneas. Poderá no entanto ser

adoptada uma solução comum com o fornecimento de água à povoação de Santa Susana.

Nesta hipótese, a solução passa pela conclusão e reforço da ETA já parcialmente instalada na

barragem do Pego do Altar que, por razões várias, ainda não está em funcionamento.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 19

ADITAMENTO

Para o tratamento das águas residuais domésticas, está prevista a construção de uma ETAR,

no interior do Empreendimento, como posterior aproveitamento dos efluentes tratados na

rega e consumos afins.

Entretanto, e tal como acontece com a água potável, a povoação de Santa Susana tem uma

ETAR do tipo fitoETAR, cujo funcionamento não será o mais desejado. Assim sendo, o

Promotor está disponível para estudar uma solução comum, promovendo a sustentabilidade

da região. Nesta hipótese, a solução passaria pela instalação de uma ETAR mais tradicional,

e que permita uma variação acentuada das afluências, no local da ETAR actual.

Os resíduos produzidos no Empreendimento serão triados e recolhidos por equipamentos

próprios montados em camiões, que os transportarão para o exterior e os entregarão nos

respectivos Ecocentros, para reciclagem e valorização, seguindo os restantes para aterro.

Admite-se ser possível conseguir uma percentagem de reciclagem e valorização da ordem

dos 50%, o que se considera positivo, sendo os restantes 50% destinados a aterro:

Os resíduos verdes provenientes da gestão e manutenção dos espaços naturais, das áreas

ajardinadas comuns e privadas e do campo de golfe, serão objecto de reutilização e

reciclagem. O material lenhoso pesado poderá ser escolhido, cortado e acondicionado,

constituindo a biomassa para posterior aproveitamento nas lareiras a instalar nas habitações,

hotel, etc.

O aproveitamento deste material lenhoso, derivado de podas de manutenção e não de abate,

traduz-se em energia de Carbono 0, aspecto importante a realçar, no âmbito de uma

correcta política ambiental que se pretende seguir.

Em termos de consumos energéticos, refere-se que serão utilizadas técnicas construtivas,

materiais e equipamentos que permitam a sua efectiva poupança. Dentro desta componente

estrutural, ressaltam os consumos energéticos inerentes à climatização

(aquecimento/arrefecimento) como aqueles onde se deve intervir, nomeadamente ao nível

das soluções passivas.

Outra área onde a capacidade de poupança é potencialmente significativa é a iluminação,

nomeadamente ao nível dos espaços comuns exteriores e das unidades hoteleiras e outras

edificações de uso comum, onde a utilização, por exemplo, de leds, tem provado permitir

poupanças energéticas superiores a 80%. Também a nível das habitações esta poupança é

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 20

ADITAMENTO

possível, substituindo os diversos tipos de lâmpadas por outras de menor consumo, com

poupanças potências da ordem dos 30% a 40%.

Uma terceira área em que se irá intervir refere-se aos diferentes equipamentos,

nomeadamente máquinas de lavar, equipamentos de frio, audiovisuais, etc., onde a opção

por equipamentos de maior eficiência permite poupanças energéticas superiores a 25% em

relação ao cenário tradicional.

No cômputo de todas estas intervenções, considera-se que se conseguirá, indo ao encontro

das preocupações ambientais associadas à energia, nomeadamente no que se refere à

produção de carbono, uma poupança energética da ordem dos 30% em relação ao cenário

usual.

A nível do Empreendimento, e tendo em consideração a população expectável e a sua

variação ao longo do ano, e os demais consumos, nomeadamente os inerentes aos espaços

comuns, à rega, etc., admite-se que os consumos energéticos globais deverão rondar os

8.300.000 kWh/ano.

Quanto ao tipo de energia em jogo, daquele quantitativo total anual de, sensivelmente,

8.300.000 kWh/ano, cerca de 60%, 5.000.000 kWh/ano, corresponderá, em princípio, a

energia eléctrica, gasta na iluminação, frigorífico, equipamentos audiovisuais, etc., cobertos

pela electricidade da rede pública, e por equipamentos de produção local, nomeadamente

painéis fotovoltaicos.

Os colectores solares térmicos, destinados ao aquecimento de águas e, eventualmente, ao

aquecimento ambiente, poderão cobrir cerca de 18% das necessidades energéticas totais.

Os painéis fotovoltaicos, com uma área semelhante à dos colectores solares térmicos, mas

destinados à produção de electricidade, poderão cobrir perto de 15% das necessidades

energéticas.

A biomassa, ou seja, a lenha derivada da manutenção da mata e demais espaços verdes,

responderá por cerca de 5% dos consumos energéticos totais.

Cerca de 38% das necessidades energéticas do Empreendimento poderão ser garantidos

com o recurso a energias renováveis locais, com reduzida produção de carbono.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 21

ADITAMENTO

Entretanto, o gás, importado, será responsável pela cobertura de 17% das necessidades

totais de energia.

Finalmente, a energia eléctrica a fornecer a partir do exterior, cobrirá os restantes 45% do

consumo energético total.

Neste sentido, verifica-se que a gestão dos recursos, água e energia, e dos resíduos, é

efectuada de forma sustentável, considerando práticas ambientais adequadas e inovadoras e

a integração de diferentes soluções que permitem o equilíbrio entre a implementação do

empreendimento, e a protecção dos recursos naturais.

Preocupações com os edifícios

A preocupação em construir edifícios com condições mínimas de salubridade já se faz sentir

há algum tempo.

Neste sentido foi elaborado o ‘Regulamento Geral das Edificações Urbanas’1 (RGEU). Este

regulamento resulta da necessidade de intervenção neste sector, tendo em conta não só as

condições de salubridade dos edifícios, mas também a necessidade de os construir com os

exigidos requisitos de solidez e defesa contra alguns riscos (como incêndios ou derrocadas),

para garantia da sua segurança. Visa também a necessidade dos edifícios serem construídos

tendo em conta condições mínimas de natureza estética.

No que respeita à regulamentação energética nacional na área dos edifícios, esta constitui

um instrumento legislativo capaz de influenciar a sua eficiência energética, impondo um

conjunto de requisitos mínimos, quer em termos construtivos (especificamente no que diz

respeito à qualidade da sua envolvente), quer em termos dos sistemas energéticos

(incidindo, especialmente, no que se refere à utilização dos sistemas energéticos de

climatização).

1 Decreto-Lei 38382, de 7 de Agosto de 1951

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 22

ADITAMENTO

Os regulamentos mais relevantes nesta área são, pois, o ‘Regulamento das Características de

Comportamento Térmico dos Edifícios’2 (RCCTE) e o ‘Regulamento dos Sistemas Energéticos

de Climatização em Edifícios’3 (RSECE), respectivamente.

O RCCTE, publicado em 1990, constitui uma primeira base regulamentar que visa

directamente a melhoria da qualidade térmica da envolvente dos edifícios, no sentido da

‘melhoria das condições de conforto sem acréscimo do consumo de energia’ (Gonçalves,

Joyce, & Silva, 2002).

Este primeiro regulamento, ainda que considerado muito moderado em termos de exigências,

teve um grande significado na construção de edifícios em Portugal, uma vez que, na

actualidade, já praticamente todos utilizam isolamentos térmicos, muitos deles incorporando

ainda vidros duplos, tendo-se, para além disto, generalizado como prática corrente na

construção nacional.

A revisão deste regulamento impõe ainda que ‘o recurso a sistemas de colectores solares

térmicos para aquecimento de água sanitária nos edifícios abrangidos pelo RCCTE4 é

obrigatório sempre que haja uma exposição solar adequada5’. Em alternativa aos colectores

para aquecer a água, os edifícios podem optar por outras formas renováveis de energia com

capacidade equivalente.

No que concerne ao segundo regulamento apontado, o RSECE, este foi publicado em 1998,

aplicando-se, fundamentalmente, aos edifícios com sistemas de climatização e apresentando

como principal objectivo melhorar a sua eficiência energética. Este regulamento estabelece

um conjunto de regras de modo a que ‘as exigências de conforto e de qualidade do ambiente

impostas no interior dos edifícios, possam vir a ser asseguradas em condições de eficiência

energética’ (ADENE/INETI, 2002).

2 Decreto-Lei 40/90, de 6 de Fevereiro

3 Decreto-Lei 118/98, de 7 de Maio

4 O RCCTE aplica-se aos edifícios novos de habitação e aos de serviços que não tenham sistema central de

climatização. As suas normas são também válidas para grandes remodelações de edifícios já existentes

5 Na prática, os colectores solares são obrigatórios nos edifícios cuja cobertura esteja genericamente orientada a

Sul, desde que não sombreada nas horas de maior insolação

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 23

ADITAMENTO

À semelhança do que foi dito para o RCCTE, este regulamento foi igualmente revisto, com o

objectivo de ir ao encontro das exigências da Directiva Comunitária 2002/91/CE que impõe

aos Estados-membros o estabelecimento e actualização periódica de regulamentos

existentes, por forma a contribuir para a redução dos consumos energéticos nos edifícios

novos e reabilitados, impondo a implementação de todas as medidas com viabilidade técnica

e económica que visem a sua redução efectiva.

No que concerne, mais especificamente, aos materiais de construção, a regulamentação

nacional em vigor ainda não incorpora, de forma significativa, legislação, normas, etc. no

que diz respeito à sua prestação ambiental (nomeadamente medidas que cada indústria deve

tomar para minimizar os impactes ambientais associados à produção, etc.).

Existem apenas, a este nível, algumas normas sobre reciclagem do betão e incorporação de

resíduos na sua constituição, nomeadamente a NP EN 450, referente à classificação e

conformidade de incorporação de cinzas volantes no betão.

A intervenção edificada na Herdade da Alápega cumprirá escrupulosamente as regras e

orientações contidas nos regulamentos referidos, sendo ainda muito provável que o projecto

venha a suplantar estas exigências.

Impactes Ambientais dos Materiais de Construção

A situação ambiental do sector da construção em Portugal é mal conhecida, não sendo

sequer referida no Plano Nacional da Política do Ambiente (Ministério do Ambiente e

Recursos Naturais [MARN], 1995). No entanto, poderá salientar-se que as actividades

incluídas na construção que mais impacte têm no ambiente são as produções de cimento e

de aço (desde a extracção de matérias-primas, até ao consumo energético para

processamento, etc.).

Para além disto, as diminutas soluções de programas de reciclagem para os resíduos da

construção e demolição6 (RCD’s), bem como o total desconhecimento e vontade empresarial

para incluir nos materiais de construção matérias recicladas, faz do sector da construção, de

6 Que são, praticamente na sua totalidade, reutilizáveis ou recicláveis

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 24

ADITAMENTO

entre os restantes sectores da indústria portuguesa, o mais descuidado e atrasado em

termos ambientais.

Só para exemplificar, a produção de Cimento Portland Normal (CPN), uma vez que envolve a

obtenção de altas temperaturas para a formação do clínquer, corresponde a uma actividade

industrial altamente consumidora de energia, apresentando valores de consumo da ordem de

5GJ/ton (Pentalla, 1997), mesmo tendo em conta que o progresso tecnológico no seu

processo de fabrico, de 1960 a 1990, já permitiu reduzir o consumo inicial para

aproximadamente metade. Para além desta questão, há ainda a considerar a extracção de

matérias-primas para fabrico do mesmo. Actualmente rochas calcárias e margas são

extraídas em grandes quantidades, reduzindo habitats e empobrecendo paisagens, quando

há a possibilidade de se substituir parte do cimento utilizado para produzir betão por

resíduos provenientes de outras indústrias, nomeadamente cinzas volantes.

Nos últimos 50 anos, a indústria da construção civil em Portugal tem assentado

essencialmente no betão armado.

O aço é genericamente remetido para estruturas industriais, apresentando pouca relevância

no sector da habitação e escritórios, e a madeira como material de construção é, por seu

lado, praticamente inexistente em Portugal, embora ambos figurem na construção

portuguesa actual.

A abordagem a adoptar, numa fase futura do projecto, no que concerne aos materiais de

construção a utilizar no empreendimento turístico da Herdade da Alápega, privilegiará a

adopção daqueles que no cômputo geral se revelem menos nocivos para o ambiente,

optando-se quando viável, por materiais reciclados. Na figura seguinte apresenta-se a

caracterização típica dos entulhos das demolições (Ribeiro, 1999).

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 25

ADITAMENTO

Alvenaria Betão Madeira Aço Outros

Figura 2 – Caracterização dos entulhos das demolições

Os valores apresentados, apesar de grosseiros, permitem tirar conclusões acerca dos

principais materiais que são utilizados tipicamente na construção de edifícios em Portugal

(bem como das suas respectivas quantidades relativas), se tivermos em conta que a

esmagadora maioria dos mesmos apresenta como destino final o vazadouro7.

Desempenho Passivo

Ao nível do desempenho passivo importa referir que as unidades de alojamento na Herdade

da Alápega terão em consideração uma articulação entre a arquitectura exterior e interior e a

orientação solar, de modo a promover um intervalo de temperaturas de conforto de: 18ºC-

26ºC.

Em função dos resultados que se vierem a obter irá analisar-se a quais os tipos de sistemas

energéticos de climatização que deverão equipar as unidades de alojamento, para alcance do

padrão de conforto desejado

7 De salientar apenas, como já referido aliás, que uma percentagem significativa do aço é tipicamente

reencaminhada para reciclagem, no final do ciclo de vida deste material. Por esta razão, o valor apresentado deverá

ser tomado como (muito) inferior aos reais resíduos de demolição deste material

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 26

ADITAMENTO

Em termos de iluminação natural, apresentam-se, nas figuras seguintes, a posição do sol,

relativamente a uma unidade de alojamento, para os dias maior (21 de Junho) e mais

pequeno (21 de Dezembro) do ano, respectivamente.

Figura 3 – Posição do sol, relativamente a uma unidade de alojamento, no dia 21 de Junho

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 27

ADITAMENTO

Figura 4 – Posição do sol, relativamente a uma unidade de alojamento, no dia 21 de Dezembro

É possível concluir, por observação das figuras anteriores, que soluções de sombreamento

como palas, ou outras, são eficazes, já que permitem, no Verão (período mais luminoso e,

tipicamente, mais quente), barrar a entrada da radiação solar para o interior das unidades

de alojamento. Deste modo, minimizam-se o excesso de luz e o sobreaquecimento nas

unidades de alojamento, aumentando-se, consequentemente, o nível de conforto no seu

interior. Por outro lado, no Inverno, este tipo de soluções permite a entrada da radiação

solar na unidade de alojamento, tornando-a mais luminosa e, simultaneamente,

termicamente mais confortável (mais quente).

Este tipo de soluções passivas serão tomadas em consideração numa fase posterior do

projecto da Herdade da Alápega.

2- Caracterizar todos os elementos de projecto que constituem os

empreendimentos Turísticos na Herdade da Alápega, designadamente, o

campo de golfe, os charcos e as albufeiras, as piscinas e o centro náutico.

No Anexo IV são apresentadas as peças desenhadas que permitirão uma mais adequada

percepção das características dos elementos de projecto que constituem o empreendimento

turístico, e que seguidamente se descrevem.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 28

ADITAMENTO

Campo de golfe

O campo de golfe apresenta uma área de implantação de cerca de 646.258 m2, com um

circuito de 18 buracos e um par de 72 com uma boa variação de buracos., desenhado pela

Mackenzie & Ebert, correspondente a um percurso total de 6.400 metros de jogo. Este

campo que se pretende perfeitamente enquadrado na paisagem envolvente – Figura 5, é

constituído por 4 lotes (G1, G2, G3 e G4) – Figura 6, estruturados pela rede viária definida,

que se articulam entre si.

Figura 5 – Enquadramento dos campos de golfe na paisagem envolvente

A área para este projecto é um antigo terreno agrícola utilizado para pastagem. O local

integra pradarias, bosques e árvores individuais a maioria das quais são protegidas.

Grandes partes da terra têm ondulação significativa como mostra o levantamento topográfico

do local. O solo fica compactado e, portanto, retém a água durante os períodos húmidos do

inverno. Por isso o campo necessitará da instalação de um sistema de drenagem intensiva.

As saídas deste sistema serão os cursos de água existentes e os lagos que serão construídos

no local do campo de golfe.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 29

ADITAMENTO

O projecto envolve a criação de 18 buracos, um driving range8, três buracos de academia,

uma área de jogo curto e putting green9. Haverá duas voltas de nove buracos irradiando da

clubhouse. Nas imagens seguintes apresentam-se as paisagens associadas aos vários locais

do campo de golfe.

Fotografia 1: Vista a partir do 1º

tee

Fotografia 2: Vista por trás do

1º green

Fotografia 3: Vista a partir do 2º

tee

Fotografia 4: Vista por trás do 2º

green

Fotografia 5: Vista a partir do

5º tee

Fotografia 6: Vista a partir do 6º

tee

Fotografia 7: Vista a partir do

8º tee

Fotografia 8: Vista a partir do 9º

tee

8 Driving range: área para treinar golfe

9 Putting green: campo de golfe muito pequeno e sem nenhum obstáculo

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 30

ADITAMENTO

Em determinadas áreas críticas, o afastamento entre as linhas centrais dos buracos e os

limites das áreas destinadas à implantação de unidades de alojamento, são de

aproximadamente 80 metros, distância que é suficiente para garantir a segurança dos

turistas.

A delimitação desta área engloba também alguns lagos e charcas propostos e desenvolvidos

no âmbito do conceito global proposto para o golfe e plano hídrico para a Herdade. A

concepção do campo de golfe assentou em algumas premissas relevantes, inerentes à

preservação das áreas integradas na Estrutura Ecológica que, apesar de integradas nos lotes

do golfe, permanecerão intocadas; à preservação dos sobreiros protegidos existentes na

área do empreendimento; à utilização das características da paisagem existente; e à criação

de um campo que seja ambientalmente responsável e relativamente fácil de manter.

A localização preferencial para a implantação do clube de golfe com cerca de 10.087 m2 de

área, é no topo de um pequeno planalto com vistas privilegiadas em todas as direcções, mas

com foco para sul e oeste.

A área global ocupada pelos lotes de golfe foi contemplada com uma área de construção de

50 m2 para a provável necessidade de construção de instalações sanitárias em pontos chave

do percurso.

Será necessário um sistema abrangente de drenagem dos fairways. Serão necessários dois

tipos de drenagem. Um deles será um sistema de bocas de esgoto para capturar fluxos de

superfície nos fairways durante períodos de chuvas fortes. O outro será um sistema de

infiltração composto por tubos perfurados cercados por pedra que serão utilizados para

reduzir o nível de água do solo em determinados lugares. Ambos os sistemas serão

emissários para os cursos de água existentes e os novos lagos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 31

ADITAMENTO

Para o estabelecimento de tees, fairways, área semi inculta e envolvente dos greens, serão

usadas relvas das espécies Lolium, Festuca, Poa pratensis e Agrostis. Estas são resistentes à

seca na medida em que se pode permitir que fiquem pardas durante períodos muito secos.

Assim que voltam a receber chuva a cor verde regressa.

Para os greens, serão necessárias superfícies de alta qualidade constituídas por espécies

que irão produzir uma superfície muito lisa com baixa altura de corte. Esta será uma das

espécies de Agrostis stolonifera.

Como os greens deverão ser cortados muito rentes, é desejável controlar o equilíbrio hídrico

da mistura de enraizamento com cuidado e, portanto, estas serão criadas de acordo com a

especificação USGA. Será instalado um sistema de drenagem sob os greens. Acima da base

drenada, haverá uma camada de 100mm com 2 a 6 mm de cascalho seguida pela zona de

enraizamento de areia/turfa com a profundidade de 300mm. A zona de enraizamento não

deve conter drenagem, mantendo no entanto uma mistura ideal de água, nutrientes e ar,

essenciais para o crescimento saudável. Esta zona será composta por uma mistura de areia

importada misturada com turfa importada. Para melhorar o estabelecimento das relvas nos

greens de forma a promover a máxima resistência a doenças, e diminuir a necessidade de

fertilizantes / água, pode ser recomendável que haja uma incorporação de fungos

micorrízicos arbusculares na mistura de enraizamento antes da sementeira.

O processo passo a passo para a construção dos greens, será o seguinte:

a. Retirar e amontoar o solo de topo numa única pilha numa área de um lado ou outro

do green que não será remodelada.

b. Dar nova forma ao subsolo para criar as formas especificadas pelo arquitecto para

formar a base do green.

c. Drenar a base do green com tubo de drenagem flexível, com 100 milímetros de

diâmetro e perfurado e cercar o tubo com pedra.

d. A camada de cascalho será adicionada a uma profundidade de 100 milímetros.

e. A camada final será então a de 300 milímetros de zona de enraizamento, como

descrito acima, que se estenderá por 60 centímetros para os lados para cobrir os

contornos da envolvente do green.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 32

ADITAMENTO

f. Todo o solo superior previamente retirado será então recolocado para cobrir o subsolo

em torno das bordas dos greens.

Os tees seguirão a mesma especificação, mas não haverá uma camada de cascalho e a zona

de raiz terá apenas 150 milímetros de profundidade.

Os fairways serão construídos da seguinte forma:

a. Na maioria das áreas o design do campo não exigirá movimentação de terras, mas

alguns dos vales mais íngremes terão de ser elevados e haverá algumas outras áreas de

movimentação de terras para criar áreas de jogo bastantes planas.

b. Onde os níveis tiverem que ser alterados, as áreas serão remodeladas para criar as

formas definidas pelos planos e especificadas pelo arquitecto. Ao procederem ao

nivelamento, será importante respeitar os declives existentes nos terrenos em volta, para

que as novas formas se integrem bem. Nos terrenos mais planos a maior das novas

inclinações serão mais rasas do que 1:6. Em terreno mais íngreme, poderão ser usados

declives maiores, mas estes nunca serão mais acentuados em 1:3. Serão utilizados

operadores de máquinas qualificados com experiência de trabalho em locais de campos de

golfe sensíveis.

c. Os fairways serão cobertos por uma profundidade de 150 milímetros de uma areia

importada / mistura de solo para fornecer o meio de cultura.

Os bunkers necessitam de ser tratados com cuidado, ou então podem ser a característica

mais proeminente de um campo de golfe. Os estilos de bunkers variam de campo para

campo, mas na Alápega, a ideia é que sejam usados com moderação. Outros campos têm

dez vezes ou mais a área de areia que será necessária na Alápega.

Serão modelados com faces cobertas de erva e encostas relativamente íngremes para que a

areia fique principalmente na base garantindo que não é muito visível de longe. A areia para

o preenchimento dos bunkers será importada.

Existem várias maneiras de os golfistas circularem num campo de golfe: a pé ou num

carrinho de golfe. Será necessário um sistema completo de caminhos para os carrinhos de

golfe em todo o campo. A superfície dos caminhos ainda está por decidir, mas será um

material poroso.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 33

ADITAMENTO

Em termos de rega do campo de golfe, refere-se que o objectivo do sistema a

implementar será fornecer uma rega muito eficiente (em termos de cobertura) aos greens,

tees, fairways e áreas semi incultas (uma faixa de 4,5m em torno dos fairways). Este

objectivo será atingido através da utilização de um grande número de aspersores, e os

localizados nas margens da área irrigada (o limite semi inculto / inculto) só girarão

parcialmente regando apenas para o interior. Isto irá assegurar que o lançamento de água

para as áreas incultas será reduzido ao mínimo. No entanto, estes aspersores nas margens

poderão operar num círculo completo durante o período de estabelecimento do campo e em

condições muito secas, quando a relva nas áreas incultas poderá morrer sem rega.

Este sistema utilizará aspersores "pop-up", que serão controlados individualmente por um

sistema central de comando informatizado. Este utilizará toda a flexibilidade da

informatização moderna e terá um sofisticado programa de controlo de fluxo para garantir

que para obter o efeito máximo é aplicada a quantidade mínima de água usando a menor

quantidade de energia. Este permitirá um registo preciso a ser mantido das quantidades de

água que são diariamente utilizadas pelo sistema.

A boa cobertura de irrigação uniforme é essencial num projecto, e é vital para a viabilidade

do campo a longo prazo.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 34

ADITAMENTO

Figura 6 – Apresentação esquemática da localização do campo de golfe no empreendimento

Charcos e albufeiras

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ADITAMENTO

O empreendimento prevê a construção de seis lagos, que corresponderão, dada a topografia

local, a albufeiras criadas por pequenas barragens de terra, que terão as características a

seguir descriminadas.

Quadro 1 – Características dos 6 lagos a construir

A localização de cada um destes lagos poderá ser visualizada nas peças desenhadas

apresentadas no Anexo IV.

Ao nível dos aterros, o coroamento terá 5 m de largura, o talude de montante será inclinado

a 3,0/1,0 (h/v) e talude de jusante a 2,5/1,0 (h/v)

Admite-se a escavação no interior das albufeiras, de modo a criar a capacidade de

armazenamento necessária, seguida do revestimento a geomembrana impermeável se

necessário. O material resultante daquela escavação será utilizado na construção dos

aterros. O material sobrante será usado na modelação do campo de golfe, não havendo lugar

à exportação de terras para o exterior do Empreendimento.

No que se refere aos órgãos hidráulicos, todos os lagos serão equipados com descarga de

fundo e descarregador de superfície.

A descarga de fundo será constituída por uma câmara de entrada, construída no fundo do

lago junto ao aterro, protegida com grelha. Seque-se uma conduta em PEAD envolta em

betão, que atravessa inferiormente o aterro, e que termina, a jusante, numa válvula de

seccionamento, que esgota para a linha de água. Esta válvula será aberta sempre que se

queira esvaziar o lago, para efeitos de manutenção e limpeza.

Lago

Altura

máxima do

aterro (m)

Comprimento do

Coroamento (m)

Área

Inundada

(m2)

Volume

armazenado

(m3)

Área da Bacia

Hidrográfica

(ha)

1 14 120 20.200 161.600 1,83

2 11 100 12.500 66.600 2,51

3 9 80 5.600 22.400 1,82

4 9 320 21.500 86.000 3,55

5 5 70 4.700 12.500 9,94

6 12 170 15.100 120.800 0,37

TOTAL - - 79.600 469.900 20,02

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 36

ADITAMENTO

O descarregador de superfície será constituído por uma soleira descarregadora em poço, à

qual se segue uma conduta de descarga com o diâmetro compatível com o caudal de ponta a

escoar. Esta conduta termina a jusante numa bacia de dissipação de energia, antes de

entregar os caudais na linha de água.

Quanto à drenagem das zonas envolventes, nomeadamente a drenagem sub-superficial das

áreas do campo de golfe a ela sujeitas, como sejam os greens, tees e bunkers, aponta-se

para que as mesmas sejam desviadas dos lagos e encaminhadas para jusante para a linha

de água, no sentido de evitar que caudais com nutrientes promovam a eutrofização dos

lagos. Neste sentido, não se considera necessário adoptar-se sistemas de tratamento.

O enchimento destes lagos será efectuado a partir de bombagem da água da Barragem do

Pego do Altar.

A água armazenada nestes lagos funcionará como reserva estratégica a utilizar em ano

crítico. Assim, estas albufeiras de armazenamento apresentam uma função de regularização

inter-mensal, guardando água de Inverno para a distribuir durante o Verão, e de

regularização inter-anual, guardando água nos anos húmidos, para distribuir nos anos secos.

Aldeamentos e Estabelecimentos Hoteleiros

Prevê-se a criação de 10 aldeamentos turísticos designados de A1 a A10, com categoria

mínima de 4 estrelas. Estes espaços compreendem áreas destinadas à constituição de

unidades de alojamento, espaços de utilização comum, equipamentos, vias de circulação

viária, pedonal, estacionamentos privativos e comuns, espaços verdes ornamentais e

espaços afectos à Estrutura Ecológica.

Os Aldeamentos A1 e A2, situam-se a poente do CM1063-1 sendo constituídos por unidades

de alojamento que integram lotes para a construção de moradias isoladas. Trata-se das

unidades de alojamento de maior dimensão com lotes a variar aproximadamente entre os

1500m2 e os 4000 m2, que privilegiam uma vivência mais naturalizada, marcada pela

envolvente. O Aldeamento A1, ocupa uma área com aproximadamente 40 ha para o qual

está previsto a criação de 86 lotes que integram tipologias T3, T4 e T5, que correspondem a

uma área de construção máxima de 27605 m2. A zona central do aldeamento é marcada pela

presença de um lago que ocupa cerca de 20 ha, ao qual se encontra associado o lote

destinado ao apoio comercial e recreativo do aldeamento.

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ADITAMENTO

O Aldeamento A2, com características de ocupação muito semelhantes ao A1, ocupa uma

área com cerca de 16,6 ha, para o qual se prevê a criação de 36 lotes destinados à

constituição de unidades de alojamento. Como referido e à semelhança do Aldeamento A1,

apenas a tipologia de moradia isolada está prevista, em que a dimensão do lote varia entre

os 1500m2 e os 4000 m2 com tipologias, T3, T4 e T5, que correspondem a uma área de

construção máxima de 12720 m2. O aldeamento A2, situa-se a sul do A1, tendo na

envolvente Sul, o estabelecimento hoteleiro H1 que compreende a unidade de spa

(correspondendo a cerca de 88,261 m2 de área de implantação). Este estabelecimento

hoteleiro compreende cerca de 100 camas.

Os Aldeamentos A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10, situam-se a nascente do CM1063-1,

encontrando-se os aldeamentos A3, A4, A5, entre o CM1063-1 e a EN253, e os restantes a

oriente da EN253. Em complementaridade aos aldeamentos A1 e A2, estes desenvolvem-se

em núcleos de menor dimensão, e apesar de alguns integrarem moradias isoladas, mais

afastadas das zonas centrais do aldeamento, seguiu-se na maior parte da sua área

construída um modelo de ocupação mais concentrado, sugerindo a ideia de pequenas

“aldeias”, procurando aproximar-se do modelo típico do povoamento alentejano. As unidades

de alojamento integram moradias isoladas, moradias em banda e apartamentos com

diferentes tipologias a variar entre T1 (só para apartamentos) e T4.

A dimensão dos lotes de moradias isoladas varia em média entre os 350m2 e os mais de

2500 m2 e para as moradias em banda 150m2 e 350 m2. Os lotes de apartamentos

concentram diferentes tipologias, T1, T2, T3 e T4 e as suas áreas brutas de construção

variam em média entre 90 e 180 m2.

A implantação destes aldeamentos verifica-se em perfeita articulação com o campo de golfe

que se desenvolve longitudinalmente na herdade. Para o Aldeamento A5, pela sua

centralidade prevê-se a constituição de uma área de uso misto, que visa assegurar um

conjunto de funções comerciais associado a unidades de alojamento e tirando partido da

presença de um lago que lhe confere um enquadramento cénico valorizado. Este lote ocupa

uma área com cerca de 1,14 ha, estando previstos 1400 m2 de área de construção para

estabelecimentos comerciais e 1980 m2 para 18 apartamentos (T1, T2 e T3). Embora nesta

fase conceptual seja precoce apresentar o seu programa detalhado pretende-se assegurar a

criação de um percurso de Fitness associado a um ginásio/fitness centre, com uma extensão

de 300m e com 5 estações de fitness/exercícios.

A altura máxima de fachada prevista para a globalidade dos aldeamentos é de 7 metros.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 38

ADITAMENTO

Todos os aldeamentos dispõem de uma área de utilização comum e equipamentos, de

apoio à actividade turística, dinamizador com funções de Praça, Largo ou Praceta com uma

capacidade edificativa média de 200 m2, onde é expectável a construção dos edifícios e

equipamentos para o desenvolvimento de actividades recreativas e de lazer, prevendo-se

igualmente a instalação de algum comércio nomeadamente restaurantes e pequenas

unidades comerciais. Para cada uma destas áreas prevê-se ainda áreas com piscina e pelo

menos um equipamento de desporto e lazer conforme previsto no artigo 16º do DL 39/2008,

por força do estatuído no artigo 13.º, n.º 3, do mesmo diploma.

A acessibilidade aos diferentes espaços dos Aldeamentos é assegurada pela rede viária e

pelas áreas de circulação pedonal propostas.

Para cada aldeamento está igualmente prevista a criação de espaços verdes ornamentais que

visam o enquadramento paisagístico da intervenção. Estas áreas correspondem aos espaços

intersticiais no interior das pequenas “aldeias” dos aldeamentos A3 a A10, caracterizando-se

por serem espaços permeáveis, com utilização de material vegetal e inerte. Destinam-se a

constituir pequenas zonas verdes dentro dos núcleos edificados, com funções dominantes de

enquadramento (ornamentais), devido sobretudo à sua reduzida dimensão.

São áreas que, para além de enquadrarem paisagisticamente as construções, contribuem

para o estabelecimento de um contínuo natural entre as áreas edificadas e os espaços de

transição e enquadramento, favorecendo assim a ligação com a paisagem e a amenização do

ambiente urbano.

Os materiais vegetais a utilizar deverão ser constituídos por espécies herbáceas, arbustivas e

arbóreas adaptadas às condições edafo-climáticas da região, privilegiando-se o uso de

espécies autóctones dos sistemas secos mediterrânicos.

Por se tratar de áreas ornamentais, admite-se uma maior artificialização e a utilização de

espécies vegetais exóticas, desde que bem adaptadas às condições edafo-climáticas da

região e não possuam grandes exigências em termos de rega. Os sistemas de rega deverão

ser automatizados, de baixo débito, preferencialmente do tipo gota-a-gota.

Os materiais e técnicas de construção com inertes a aplicar nestes espaços, especialmente

no que respeita aos revestimentos, devem ter em atenção a manutenção da permeabilidade

do solo.

No Quadro 2 sistematiza-se a informação referente aos Aldeamentos descritos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 39

ADITAMENTO

Quadro 2: Quadro Síntese das características dos Aldeamentos

ID

Aldeam

Área da Parcela

(m2)

Estrutura ecológica

(m2)

a.b.c

(m2)

N. de lugares de estacionamento

Total Equipamentos de utilização

comum

Privativos De

Utilização Comum

A1 400.297 122.822 27.605 86 86

Piscina e Percurso de fitness associado a um ginásio, com

uma extensão de 300m e com 5 estações de exercícios.

Possibilidade de incluir o lago para algumas actividades de recreio (remo, canoagem).

A2 166.266 35.276 12.920 36 37

Piscina e Parque/circuito de reflexologia (relacionado com o conceito de “Vida Interior” que se quer associar a esta parte

do empreendimento).

A3 74.558 17.881 15.810 103 94 Piscina e campo de ténis;

A4 81.197 18.675 13.495 75 50 Piscina e dois campos de ténis;

A5 91.703 28.841 13.865 78 106 Piscina e campo de ténis;

A6 28.648 3.517 7360 46 29

Piscina e percurso de fitness associado a um ginásio/fitness centre, com uma extensão de

300m e com 5 estações de fitness/exercícios;

A7 52.530 15.723 8770 52 31

Piscina e percurso de fitness associado a um ginásio/fitness centre, com uma extensão de

300m e com 5 estações de fitness/exercícios;

A8 48.038 9.849 12.015 77 33 Piscina e dois campos de

squash/racquetball;

A9 103.346 38.753 12.460 63 52 Piscina e dois campos de

squash/racquetball;

A10 85.936 33.736 15.920 94 63 Piscina e dois campos de ténis;

Total 1.132.092 310.994 140.220 710 581

Relativamente ao número de camas por tipologia de alojamento, tendo em conta o Despacho

do Secretário de Estado do Turismo n.º 11375/2007, de 11 de Junho, procedeu-se à

diferenciação entre o Número de camas para Cálculo de Densidade Máxima e Número

de camas por tipologia para efeitos de licenciamento, obtendo-se os valores que se

apresentam no quadro seguinte.

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ADITAMENTO

Quadro 3: Quadro Síntese das características dos Empreendimentos Turísticos

Piscinas

O projecto prevê a construção de várias piscinas em todo o empreendimento, de serviço a

cada um dos Hóteis, spa, e instalações comum aos aldeamentos, e privadas, inerentes a

algumas casas dos aldeamentos. Estima-se uma área de ocupação de cerca de 500 m2 de

piscina para Hotéis, 7.000 m2 para aldeamentos e 450 m2 para Outras tipologias de

equipamentos (ex:spa), num total de cerca de 8.000 m2 de área de implantação de piscinas.

A manutenção das piscinas corresponde às operações de enchimento/limpeza, à reposição

das perdas operacionais derivadas da utilização por pessoas e ao preenchimento das perdas

por evaporação, num consumo unitário anual que se estima em 2,0 m/m2/ano.

Quanto aos consumos anuais previstos, considerando a evaporação, o

enchimento/reposição/limpeza, estimam-se em cerca de 16.000 m3/ano.

Tipologia de Uso

Identificação do Lote

Área da Parcela (m2) (1)

N.º de camas para

cálculo da densidade máxima

(2)

N.º Máximo de unidades

de alojamento

Área Bruta de Construção (max.)

N.º máx. de

Pisos

Altura máxima

de fachada

(m)

Un de Aloja

mento

Lazer, Comércio e Serviços

Estabelec. Hoteleiros

Hotel do spa - H1 (H1a e

H1b) 88.261 100 50 5000 2+cave 8

Hotel do Golfe - H2

31.312 240 120 10800 2+cave 9

Sub Total Estabelecime

ntos Hoteleiros

119.573 340 170 15800

Aldeam. Turísticos

A1 400.297 448 86 27405 200 2+cave 7 A2 166.266 202 36 12720 200 2+cave 7 A3 74.558 409 103 15610 200 2+cave 7 A4 81.197 331,5 75 13295 200 2+cave 7 A5 91.703 345 78 12265 1600 2+cave 7 A6 28.648 200 46 7160 200 2+cave 7 A7 52.530 232,5 52 8570 200 2+cave 7 A8 48.038 313,5 77 11815 200 2+cave 7 A9 103.346 290,5 63 12260 200 2+cave 7 A10 85.936 407 94 15720 200 2+cave 7

Sub Total Aldeamentos

Turísticos

1.132.519

3.179 710 136.82

0 3.400

TOTAL Empreendimentos Turísticos

1.252.092

3.519 880 152.62

0 3.400

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ADITAMENTO

Equipamentos Autónomos

Os Equipamentos Autónomos são estruturantes para a dinamização dos vários

empreendimentos turísticos a implementar na Herdade da Alápega. Neste sentido o

programa prevê a criação de um conjunto de equipamentos que possam diversificar a oferta

e contribuir para assegurar a qualidade desejada para o empreendimento, designadamente o

Campo de Golfe (já descrito anteriormente), o Centro Equestre, o Centro Náutico, o Spa ou

Equipamento Similar e o Centro Agrícola.

Estão ainda previstas três áreas de reserva que para além de poderem servir propósitos de

armazenamento de máquinas e instrumentos (por exemplo, para o golfe) ou para a

implantação de estruturas de apoio, poderão dar resposta aos requisitos necessários à

implementação de um ou dois Conjuntos Turísticos, constituindo potenciais áreas para a

criação das zonas comuns para equipamentos exigidas pelo Decreto-Lei n.º 39/2008 de 7 de

Março.

Centro Equestre

O Lote do Centro Equestre ocupa uma área com aproximadamente 20,8 ha dos quais 1,4 se

destinam à implantação das estruturas edificadas e a restante área adjacente se destina à

utilização lúdica e recreativo outdoor no âmbito da prática equestre, estando prevista para a

mesma a criação de pistas de ar livre para a prática do hipismo, bem como algumas

estruturas leves e não fixas como estábulos e paddocks.

Esta área livre (ver Planta de Implantação à escala 1:5.000) abrange áreas da Estrutura

Ecológica Principal, Muito Condicionada e Pouco Condicionada. Algumas destas áreas poderão

ser utilizadas para pastagens sob-coberto, para os cavalos, e para percursos de passeio a

cavalo, em trilhos definidos e preparados para esse fim, de modo a diminuir os impactos no

meio natural, nomeadamente os riscos de erosão. Poderá também, englobar uma pista de

“cross-country”, destinada a corridas a galope com transposição de obstáculos, desde que

preparada de forma a minimizar os impactos na área da Estrutura Ecológica, e sempre que

possível, evitando as áreas Muito Condicionadas.

As áreas de pastagem terão de ser bem delimitadas e controladas, de forma a garantir a

sustentabilidade do coberto de matos rasteiros e prados permanentes. Nas áreas abrangidas

por habitats, ou de Relevância Fitocenótica Alta, não serão permitidos parques de pastagem.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 42

ADITAMENTO

Nas áreas da EEP Pouco Condicionadas, estes usos e actividades poderão ser mais

intensivos, comportar maior número de percursos e a maior parte da pista, e as pastagens

poderão ser melhoradas, para garantir o sustento do efectivo equino. No entanto não serão

admitidas pastagens regadas.

No que respeita à parte construída estão previstas as seguintes estruturas: Estábulos e

boxes (40), incluindo áreas de apoio; Recepção, administração e serviços complementares;

Picadeiro coberto com área de espectadores; Clubhouse/café e loja; Armazéns.

Centro Agrícola

O lote do Centro agrícola (15 ha) destina-se à implantação de zonas agrícolas, e das

edificações de apoio e gestão.

O Centro terá um carácter manifestamente pedagógico e contemplará zonas interiores

(construídas) e zonas exteriores. A componente construída contemplará estruturas como

recepção, loja, zona de produção artesanal de queijo e de vinho, estufa, pequena cozinha

para actividades pedagógicas, outros espaços pedagógicos, restaurante/bar/cafetaria e zonas

de serviço e armazenamento.

A área de construção prevista é de 1750 m2.

As zonas exteriores serão constituídas por hortas e pomares, jardins de ervas, vegetais e

flores, bem como cercas para gado, assemelhando-se a uma pequena quinta, conformando

uma área de produção e ao mesmo tempo de demonstração e aprendizagem de técnicas e

métodos de produção biológica.

Centro Náutico

O Centro Náutico situa-se no limite sudeste da Herdade, junto à albufeira do Pego do Altar e

já no interior da área que o Plano de Ordenamento da Albufeira do Pego do Altar (POAPA)

classifica como Área com Aptidão para a Localização de Empreendimentos Turísticos.

Pretende assegurar as actividades de recreio náutico (canoagem, windsurf, esqui-aquático,

etc.) associadas à albufeira do Pego do Altar. Prevê-se uma área de ocupação de cerca de

2259m2, inerente aos balneários, armazenagem e outras estruturas de apoio.

Existe um problema sazonal de falta de água na altura do Verão em alguns anos mais secos,

pelo que, não estando comprometida a utilização do Centro Náutico durante grande parte do

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 43

ADITAMENTO

ano, esta poderá ser difícil naquelas alturas. Têm sido estudadas soluções para o problema,

sendo uma delas a possibilidade de se vir a articular o Centro Náutico na localização

proposta com uma eventual concessão noutra zona mais central da Albufeira durante parte

do ano.

Spa ou Equipamento Similar

Para a área do Equipamento Autónomo Spa ou Equipamento Similar determinou-se a criação

de um Centro de Saúde e Bem Estar que funcionará em estreita articulação, ou mesmo em

complemento do spa do hotel.

Este equipamento tem como objectivo diversificar a oferta de equipamentos destinados a

actividades de lazer saudáveis e em contacto com a natureza providenciando o bem-estar

físico e mental, relaxamento da mente/corpo/espírito e de estilos de vida saudável.

Apresenta uma a.b.c. de 900 m2 que para além das necessárias áreas de serviço e apoio,

integrará salas de fitness, salas de massagem e terapias alternativas, uma zona de teatro,

um restaurante de comida saudável e laboratórios de arte e artesanato.

Relativamente ao spa propriamente dito, este integra o lote H1b do Hotel do spa uma vez

que está previsto que venha a funcionar simultaneamente como spa e como corpo principal

desta unidade hoteleira. Terá uma área de construção máxima de 2500m2 que deverá

integrar para além das instalações do spa as estruturas de apoio ao hotel nomeadamente,

recepção, loja, bar e restaurante. O spa contemplará diferentes espaços destinados a

instalações específicas, como: Sauna, Hidroterapia, Piscina interior, salas de tratamento,

área de relaxamento e sala de vapores.

Clube de Golfe

O Clube de Golfe, ou ClubHouse, é a estrutura edificada que dá apoio aos golfistas e que

coordena a gestão do campo de golfe. Implantado num lote de cerca de 1 ha, apresentará

uma a.b.c. de 1250 m2.

O quadro seguinte apresenta as principais características urbanísticas dos Equipamentos

Autónomos.

Quadro 4: Características dos Espaços de Equipamentos Autónomos

Tipologia de Uso Identificação do Lote

Área da Parcela (m2)

Área Bruta de

Construção (max.)

N.º máx. de

Pisos

Altura de

fachada

máxim

Número de Lugares de

Estacionamento

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 44

ADITAMENTO

a (m)

Centro Equestre A 207.966 4250

2+cave 8 40

Clube de golfe B 10.087 1250 2+cave 9

66

Área de Reserva C1 6.947 1500 2+cave 7

-

Área de Reserva C2 14.860 2500 2+cave 7

-

Área de Reserva C3 10.364 2000 2+cave 7

-

Centro Agrícola D 15.013 1750 2+cave 8

55

Centro Náutico E 2.259 750

1 4 20

Centro de Saúde e Bem Estar

F 6.574 900

2+ cave 9 (5)

Sub-total (Equipamentos A, B, C, D, E e F) 274.072 14.900

181

Lotes para Golfe

G1 242098

50 1 3 G2 136757

G3 88390

G4 312455

Sub-total Golfe 779.700 50

Total Espaços de Equipamentos Autónomos 1.053.772 14.950 181

3- Indicar alternativas ao projecto.

O Projecto do empreendimento turistico em estudo, que se insere na Herdade da Alápega,

não contempla alternativas de localização. Contudo, ao longo do desenvolvimento do

projecto foram consideradas diversas alternativas de conceitos de design, de localização dos

elementos constituintes do empreendimento turístico, que correlacionados com as

condicionantes territoriais e ambientais identificadas, permitiram a obtenção de um projecto

ambientalmente favorável.

Refere-se igualmente, que foram analisadas diversas soluções alternativas de origem de

água para garantir os consumos expectáveis no empreendimento, no sentido da obtenção da

solução mais eficiente e sustentável, tendo em consideração os recursos naturais existentes.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 45

ADITAMENTO

Neste sentido, muito embora a área afecta ao empreendimento se restrinja à Herdade da

Alápega, em termos de viabilidade ambiental do projecto, foram consideradas diversas

alternativas de concepção de projecto, que permitem a minimização de potenciais impactes

negativos e a maximização dos impactes positivos.

4- Definir o horizonte temporal do projecto.

Ao contrário de outras tipologias de projecto, no presente caso, não é possível definir a vida

útil do empreendimento turístico da Herdade da Alápega, estando esta dependente da sua

viabilidade económica a longo prazo.

5- Caracterizar o campo de golfe, utilizando na descrição do mesmo um

conjunto de terminologia técnica especifica associada a esta tipologia de

projecto (ex. Greens, Tees, fairways, rough, ect.)

A descrição do campo de golfe do empreendimento turístico da Alápega, com a referência à

terminologia técnica específica desta tipologia de projecto, foi efectuada na resposta à

Questão 2 do Parecer da Comissão de Avaliação.

6- Apresentar cartografia com o lay-out do campo de golfe e sobreposta às

cartas temáticas apresentadas, a escala adequada e que permita uma eficaz

interpretação da peça desenhada.

No Anexo IV são apresentadas as peças desenhadas, que contemplam o layout do campo de

golfe com a síntese de condicionantes ambientais e territoriais existentes na sua área de

implantação.

7- Explicitar as estratégias sustentáveis adoptadas para a concepção do campo de golfe, indicando a conservação dos corredores de vegetação existentes

(Buffer strips) e respectivas funções.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 46

ADITAMENTO

Na concepção do campo de golfe, as zonas de drenagem natural foram maioritariamente

respeitadas bem como os corredores de vegetação mais importantes, constituídos

normalmente por vegetação ripícola, por faixas de montado ou por outra vegetação de

relevante importância fitocenótica, com o objectivo de salvaguardar os mais importantes

valores naturais em presença, bem como garantir que a continuidade natural da Estrutura

Ecológica não seria rompida pelo campo de golfe.

A manutenção e preservação da vegetação ripicola associada à rede de drenagem e a

aplicação de espécies de importância fitocenótica, confere diversas vantagens ambientais,

como sejam:

• reduzir o fluxo de componentes, como por exemplo de sedimentos;

• transformação e assimilação de nutrientes em processos fisiológicos;

• protecção de habitats, contribuindo, ainda, para o incremento da biodiversidade;

• incremento da qualidade estética da paisagem.

• Diminuição da poluição, resultante da interacção entre o processo natural do solo, a

mobilização da terra, o uso dos fertilizantes e pesticidas e o movimento superficial e

subterrâneo da água, através dos seguintes processos:

- intercepção directa do escoamento superficial, pela transformação dos

nutrientes solúveis. Alguns resultados experimentais, que interessaria verificar

nas nossas condições edafo-climáticas, apontam para uma eficiência na remoção

de nutrientes solúveis provenientes de escorrimento directo, particularmente

azoto e fósforo, de 30 a 100% para uma largura da banda entre 5 a 30 metros.

A remoção de pesticidas é, também, alcançada com sucesso em corredores de

largura semelhante;

- filtragem do escoamento subterrâneo: no caso de nutrientes, em particular

nitratos, transportados por escoamento subterrâneo não superior a 30 cm, a

quase totalidade pode ser removida pela vegetação herbácea ou lenhosa numa

faixa ripícola com largura de 10 metros e, nalguns casos, menor;

- acumulação de sedimentos: este processo permite a transformação e

assimilação de nutrientes, antes da entrada no sistema aquático, facilitando a

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 47

ADITAMENTO

inactivação dos pesticidas. Constata-se que os primeiros dois metros da faixa

ripícola, a partir da área cultivada, são o local por excelência desta acumulação

de sedimentos, embora, para a retenção de partículas mais finas, se torne

necessária uma largura maior.

O habitat da vida selvagem é também uma importante função associada ao corredor de

vegetação. Este aspecto é bastante importante num campo de golfe, pois se as condições

básicas para a vida selvagem, nomeadamente o espaço, o alimento, a cobertura e a água,

forem asseguradas no espaço corredor, os animais não necessitam de se deslocar para

procurar alimento na área de jogo.

Estas funções constituem, assim, um dos principais motivos para a recomendação de

estabelecimento de corredores verdes em campos de golfe, potenciando activamente as

funções ecológicas dos corredores e reduzindo, desta forma, o impacte ambiental dos usos

do solo adjacentes.

8- Caracterizar os lagos previstos para o campo de golfe (dinâmica de funcionamento, origem de água e circuito hidráulico) e especificar como será efectuada a descarga dos lagos em situação de overflow e qual o sistema de tratamento antes da descarga.

A resposta a estas questões encontra-se na alínea 2, onde é solicitada a caracterização dos

lagos previstos no empreendimento.

9- Elaborar as peças desenhadas associadas ao projecto, nas quais contem todos os elementos de projecto a uma escala que permita aferir a interferência dos mesmos com os factores ambientais em causa

No Anexo IV são apresentadas as peças desenhadas, que contemplam a identificação de

todos os elementos de projecto, e a sua interferência nas condicionantes ambientais e

territoriais existentes na sua área de implantação.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 48

ADITAMENTO

2.3. AVALIAÇÃO DE IMPACTES

10- Relativamente a cada elemento/componente de projecto e para todos os

factores ambientais, avaliar os impactos expectáveis, decorrentes da implementação do projecto para as fases de construção, de exploração e de desactivação.

Apresenta-se seguidamente uma análise dos principais impactes inerentes à construção e

exploração dos elementos de projecto para os factores ambientais relevantes para cada

situação analisada.

Durante a fase de construção existem impactes comuns inerentes a todos os

elementos/componentes de projecto, decorrentes da implantação dos estaleiros,

movimentação da maquinaria e pessoal afecto à obra, depósitos temporários, etc.

Associados a todos elementos de projecto surgem, na fase de construção, impactes de

carácter predominantemente temporário e circunscritos ao período de duração dos trabalhos,

que importa referir antes da análise particular de cada elemento de projecto. A saber:

a compactação dos solos e a consequente diminuição da sua permeabilidade e de

capacidade de infiltração, provocada pela circulação de veículos e máquinas

envolvidas na construção assim como a instalação de estaleiros. Embora já exista

uma rede de caminhos definida, a sua estrutura e dimensão é insuficiente para a

satisfação das necessidades construtivas;

a contaminação do solo e linhas de água, a qual pode ser provocada por derrames

acidentais de óleos e outros lubrificantes das máquinas envolvidas na construção do

empreendimento. Este impacte é especialmente negativo tendo em conta que

estamos em presença de linhas de água e uma barragem na área de implantação do

empreendimento;

o incremento dos fenómenos de erosão dos solos que ao ficarem a descoberto, ficam

mais expostos aos processos erosivos;

a perda de solos resultante dos movimentos de terras, por não ocorrer a reposição

dos mesmos nos locais destinados à implantação dos edifícios e dos lagos previstos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 49

ADITAMENTO

A construção dos edifícios e de algumas infra-estruturas associadas ao

empreendimento, tais como a rede viária e parques de estacionamento, vai provocar

a impermeabilização dos terrenos, o que implica diminuição da recarga do aquífero

nestes locais. Verifica-se no entanto que a área total impermeabilizada pelo projecto

será reduzida face à área total ocupada pelo empreendimento;

As acções de obra tais como os trabalhos de limpeza do terreno e desmatação a

realizar na área de intervenção, a construção de acessos temporários e os

movimentos de terras resultam em impactes directos sobre a ocupação actual do

solo, sendo as classes existentes substituídas por outras;

Esta fase apresenta-se como a promotora de impactes sobre os recursos hídricos

superficiais, como a alteração da drenagem natural, alteração na qualidade das águas

superficiais, produção de efluentes domésticos do estaleiro e a afectação de infra-

estruturas de abastecimento e saneamento;

Irão ser desenvolvidas diversas acções, apoiadas por uma série de estruturas

acessórias como estaleiros, que no seu conjunto e pela sua natureza são capazes de

induzir alterações na qualidade do ar local, podendo originar situações de

incomodidade às populações e aos sistemas ecológicos mais sensíveis. Face à

inexistência de receptores sensíveis na área envolvente do projecto, assim como as

condições de dispersão de poluentes, classificam-se os impactes como negativos,

directos, temporário, reversíveis, de reduzida magnitude e significância;

As máquinas e equipamentos necessários à execução dos trabalhos constituem a

principal fonte de ruído na área de implantação do projecto, induzindo o acréscimo

dos níveis durante a fase de construção. Na Herdade da Alápega não existem

receptores sensíveis e concluindo-se que os impactes sobre o ambiente sonoro são

nulos.

A construção de um empreendimento turístico comporta várias intervenções capazes

de influenciar as biocenoses e que pressupõem um aumento nos níveis de

perturbação, que diminuirão com a finalização da obra, estabilizando em níveis

superiores aos actuais, alterações nos tipos de coberto vegetal existentes e na

composição faunística decorrentes da alteração das fitocenoses.

Relativamente à afectação de exemplares de sobreiro existentes no empreendimento,

refere-se que será efectuado o seu transplante sempre que estes se localizem em

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 50

ADITAMENTO

áreas afectas a cada componente de projecto, de modo que seja evitada/ minimizada

a destruição dos mesmos.

A construção do empreendimento levará a um aumento temporário do número de

postos de trabalho, maioritariamente na indústria da construção, maior rentabilização

dos estabelecimentos de alojamento locais, aumento do tráfego resultante da

circulação de veículos pesados de apoio à construção do empreendimento

A descaracterização de uma paisagem natural por uma paisagem desorganizada e

degradada oriunda do movimento de máquinas e construção de infra-estruturas de

apoio às obras, que embora de carácter temporário, constitui um impacte negativo,

de média significância.

No que respeita aos volumes de terras envolvidos na construção do loteamento e infra-

estruturas associadas, refere-se que não se prevê deficit ou excesso de materiais, uma

vez que virtualmente todos os materiais provenientes das escavações a realizar serão

reutilizados para a construção do projecto e modelação do terreno (nomeadamente no

campo de golfe, espaços verdes, etc). O volume global de terras a movimentar é da

ordem dos 500.000m3.

Devido à tipologia do projecto (empreendimento turístico) não se prevê o término de vida do

mesmo, pelo que não foi incluída no EIA a análise da fase de desactivação do projecto.

Contudo, caso não se verifique a sua viabilidade económica, refere-se que as infra-estruturas

poderão ser utilizadas para outros fins.

ALBUFEIRAS E CHARCAS

No âmbito do empreendimento turístico está prevista a construção de 6 charcas ou pequenos

lagos, constituindo uma área inundada de cerca de 79.600m2, em pontos estratégicos das

bacias das linhas de água, para efeitos de regulação hídrica e de enquadramento das

estruturas construídas e do campo de golfe. Estes lagos foram estudados de forma a

contribuir para uma melhor gestão hídrica do empreendimento, mas que se admite que

venham a contribuir para a criação de condições de abrigo, reprodução e alimento da fauna,

ou ainda para o aumento do valor estético da paisagem.

Para construir os lagos e criar uma capacidade de armazenamento da ordem dos 470.000 m3

(que funcionará como reserva estratégica para anos de seca), serão escavados cerca de

280.000 m3 de terras. Deste Volume cerca de 130.000 m3 serão utilizados nos aterros das

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 51

ADITAMENTO

próprias barragens. Os restantes 150.000 m3 de terra serão usados na modelação grossa do

Campo de Golfe. Será sempre que possível compatibilizar as necessidades dos vários

elementos de projecto, no sentido do equilíbrio do volume de terras necessário e excedente.

As albufeiras e charcas previstas no empreendimento encontram-se localizadas

maioritariamente sobre formações metamórficas do Maciço Antigo, excepção feita para os

lagos 4 e 5 que assentam em depósitos do Miocénico, representados por argilas, margas,

calcários e conglomerados, pertencentes à bacia do Sado, de permeabilidade elevada,

configurando em profundidade um aquífero multicamada. Na fase de exploração este facto

pode contribuir para uma certa diminuição da recarga do aquífero sobre estes dois lagos,

tendo em consideração que inerente ao processo construtivo dos lagos se encontra a

impermeabilização da sua base. Contudo, tendo em consideração que as áreas dos lagos 4 e

5 são reduzidas, o impacte inerente à impermeabilização dos solos em área definida como

apresentando um potencial hidrogeológico moderado será pouco significativo. De um modo

geral, considera-se que o impacte será negativo, pouco significativo e de baixa magnitude,

visto que a impermeabilização nos restantes lagos, sobre litologias com pouco potencial

hidrogeológico, poderá contribuir para a constituição de uma reserva apreciável de água

(470.000 m3), que compensará a utilização de outras origens em épocas de seca.

Quanto à afectação de usos do solo, formações vegetais e habitats da Rede Natura 2000,

refere-se que esta será principalmente de terrenos ocupados por prados e mosaicos de

matos incipientes, com capacidade de uso do solo muito baixa, não constituindo impacte

significativo sobre estes factores ambientais. Em fase de construção e associada à integração

paisagística dos lagos, deverá ter-se especial atenção a introdução de espécies não indígenas

consideradas no Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro.

Relativamente aos recursos hídricos superficiais, os principais impactes vão sentir-se durante

a fase de construção, já que os movimentos de terras e escavações inerentes à construção

dos lagos poderá alterar a drenagem natural, modificar o regime de escoamento e alterar a

qualidade das águas superficiais, constituindo um impacte temporário negativo, de médio

significado e magnitude. Contudo com a implementação das medidas de minimização

propostas, estes impactes poderão ser minimizados/evitados. De referir que os lagos 3 e 4

são os espaços de maior sensibilidade relativamente a estes impactes por constituírem a

cabeceira de sub-bacias que drenam para a Albufeira do Pego do Altar. Por este motivo

devem ser postas em prática as medidas de minimização propostas no Estudo de Impacte

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 52

ADITAMENTO

Ambiental. De referir que durante a fase de exploração, os lagos não serão receptores das

águas de drenagem dos campos de golfe, não contribuindo assim para a sua eutrofização.

Relativamente ao Ordenamento do Território, os espaços de implementação dos lagos estão

classificados como Espaços Florestais de Protecção, à excepção do lago 4 que se localiza

numa área classificada em Espaços Florestais de Produção. A afectação destas áreas levará à

reconfiguração espacial e reorganização funcional do território sendo o seu impacte positivo,

significativo, permanente e irreversível, desde que seja promovida uma política urbanística

sustentada e simultaneamente inovadora, dada a forte componente imobiliária inerentes aos

projectos de empreendimentos turísticos, facto que poderia levar à transformação do

carácter rural do território e ter um impacte negativo sobre o ordenamento.

Os lagos não apresentam interferência com áreas classificadas da REN, RAN, e elementos

patrimoniais.

De um modo geral, refere-se que a implantação destes 6 lagos irá proporcionar a criação de

locais de alimentação para a fauna local, criando zonas paisagisticamente agradáveis, e

enquadráveis no ambiente envolvente.

ESPAÇOS PARA ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS

Pretende-se a criação de dois Estabelecimentos Hoteleiros situados no centro da Herdade um

a nascente (H2) associado ao Campo de Golfe e um a Poente (H1) associado ao Espaço

destinado ao spa ou Estabelecimento Similar. Para além das unidades de alojamento criadas,

os estabelecimentos hoteleiros deverão também integrar espaços para a realização de

eventos bem como assegurar a existência de determinados serviços como restaurante, bar,

pequena unidade comercial, cabeleireiro, entre outros.

Consideramos que os impactes associados à implantação do Spa ou Estabelecimento

Similiar, considerado no projecto como um Espaço para Estabelecimentos Autónomos, são

semelhantes aos de seguida apresentados para o Hotel do Spa (H1).

O Hotel do Spa apresenta uma área de implantação de cerca de 88.260 m2, e o Hotel do

Golfe uma área de implantação de cerca de 31.310 m2. Estes dois hotéis vão implicar a

movimentação de aproximadamente 29.900 m3 de terras.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 53

ADITAMENTO

Estes elementos de projecto estão situados sobre formações do Paleozóico, compostas por

metassedimentos, com solos incipientes e argiluviados pouco insaturados, com capacidade

de uso de solo muito baixa, sendo os impactes pouco significativos sobre estes factores

ambientais. Em termos hidrogeológicos refere-se que estes hotéis não se localizam em áreas

permeáveis, não induzindo a sua construção impactes com relevo neste factor ambiental.

Estas áreas são ocupadas por prados, povoamentos florestais de eucalipto, matos e esteval,

no caso do Hotel destinado ao Spa, e prados, no caso do Hotel associado ao campo de Golfe.

Relativamente ao Ordenamento do Território, os espaços de implementação das unidades

hoteleiras estão classificados como Espaços Florestais de Protecção no PDM de Alcácer do

Sal. A afectação destas áreas levará à reconfiguração espacial e reorganização funcional do

território sendo o seu impacte positivo, significativo, permanente e irreversível, desde que

seja promovida uma política urbanística sustentada e simultaneamente inovadora, dada a

forte componente imobiliária inerente aos projectos de empreendimentos turísticos, facto

que poderia levar à transformação do carácter rural do território e ter um impacte negativo

sobre o ordenamento.

Quanto aos impactes dos estabelecimentos hoteleiros sobre a componente social estes são,

em regra geral, positivos, directos, significativos a muito significativos de magnitude

variável, pela criação de unidades hoteleiras, reforçando o potencial turístico, contribuindo

para os objectivos principais do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT),

desenvolvimento do sector turístico do Litoral Alentejano, aumento do número de postos de

trabalho, podendo ter um efeito de alavanca na economia local e regional (tanto em fase de

construção como de exploração).

ESPAÇOS PARA ALDEAMENTOS TURÍSTICOS

Prevê-se a criação de 10 aldeamentos que ocuparão cerca de 1.132.000 m2 da Herdade.

Estes espaços compreendem, para além das áreas destinadas à constituição de unidades de

alojamento, espaços de utilização comum, equipamentos, vias de circulação viária, pedonal,

estacionamentos privativos e comuns e espaços verdes ornamentais.

Com uma área de implantação de cerca de 96.500 m2, a construção destes aldeamentos irá

induzir uma movimentação de terras estimada em cerca de 146.000m3.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 54

ADITAMENTO

Os impactes de maior importância na geologia e geomorfologia, ocorrem sobretudo durante

a fase de construção e estão associados à movimentação de 146.000m3 de terras,

necessárias à construção de todas as infra-estruturas associadas a este elemento de

projecto, afectando directamente as formações geológicas, provocando alterações na

modelação natural do terreno e nas condições de drenagem natural da região.

Os aldeamentos A1 e A2 estão localizados numa vasta área com aspecto de plataforma, a

qual foi sendo recortada pelas linhas de água e pelas variações tectónicas. O desenho destes

aldeamentos teve em atenção estas configurações, projectando a implantação nos topos dos

vales, de forma a evitar as vertentes declivosas ou os vales encaixados, permitindo assim

uma melhor adaptação às formas de relevo locais.

Relativamente aos impactes na hidrogeologia, de referir que a maioria dos aldeamentos

situa-se sobre substratos metamórficos pertencentes ao Maciço Antigo e com pouco potencial

hidrogeológico, sendo os aldeamentos 7 e 8 aqueles com características distintas,

assentando sobre a Formação do Vale do Guizo, de natureza sedimentar e de permeabilidade

elevada. Em fase de construção a aplicação de pavimentos semipermeáveis nas vias e

estacionamentos permitirá minimizar os efeitos da impermeabilização. Na fase de

exploração, a impermeabilização do terreno nestes dois aldeamentos, pode contribuir para a

diminuição da recarga das formações aquíferas, tendo em consideração a área de

implantação conjunta de cerca de 14150 m2. Na generalidade dos aldeamentos, o impacte

gerado sobre este factor ambiental será negativo, pouco significativo e de baixa magnitude.

Nos aldeamentos 7 e 8 deverá ser controlada a aplicação de fertilizantes e pesticidas nos

espaços verdes, a fim de evitar a contaminação dos sistemas aquíferos.

O sector norte do aldeamento 10 é atravessado por uma rede de falhas de orientação WNW-

ESE, com um plano de fracturação de forte inclinação. A zona de fractura encontra-se

preenchida por quartzo esmagado e desagregado envolto em materiais silto-argilosos,

provenientes da meteorização das rochas, contribuindo para a reduzida permeabilidade deste

meio ao atravessamento da água e à infiltração de águas de superfície para a componente

subterrânea.

Relativamente aos recursos hidrícos superficiais os principais impactes vão sentir-se durante

a fase de construção, já que os movimentos de terras e escavações inerentes à construção

dos aldeamentos poderão alterar a drenagem natural, modificar o regime de escoamento e

alterar a qualidade das águas superficiais, constituindo um impacte temporário negativo, de

médio significado e magnitude. De referir que os aldeamentos 1, 3, 5 e 10 são os elementos

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 55

ADITAMENTO

de maior sensibilidade relativamente a estes impactes por serem atravessados por cursos de

água. Por este motivo devem ser postas em prática as medidas de minimização propostas no

Estudo de Impacte Ambiental relativamente aos recursos hídricos superficiais. Refere-se

contudo que a concepção dos aldeamentos foi definida no sentido de minimizar as

movimentações de terras e a afectação da rede de drenagem natural, sendo localizados os

aldeamentos sempre que possível em locais de menor interferência com a estrutura

ecológica local.

A ocupação do solo na área de implantação dos aldeamentos é de tipologia variada, apesar

de serem todas de carácter agro-silvo-pastoril ou natural. Ao nível das formações vegetais e

habitats, dá-se a presença dominante de prados e mosaicos de matos incipientes e prados.

Ocorrem também áreas com povoamentos florestais e plantações recentes de eucalipto e

pinheiro-manso e eucaliptais em reconversão. Nos aldeamentos 6 e 9 existe uma

sobreposição marginal com zonas de montado de sobro, embora isso não signifique que

algum sobreiro venha a ser afectado, já que seria necessário confirmar no terreno a

presença efectiva de sobreiros. Caso venha a acontecer, em sede de projecto de execução

serão tomadas medidas para se evitar o arranque de árvores Mesmo que pontualmente

algum sobreiro esteja inevitavelmente sobre alguma área a edificar, considera-se que esta

intervenção constitui, na fase de exploração, um impacte negativo pouco significativo e de

baixa magnitude. Isto porque, apesar do eventual aumento da perturbação directa e da

alteração da configuração e funcionamento destes habitats, será evitada a destruição dos

mesmos, com a integração destes nos espaços da estrutura ecológica do empreendimento e

o transplante dos indivíduos directamente afectados pela construção.

Para cada aldeamento está prevista a criação de espaços verdes ornamentais,

correspondendo a espaços intersticiais no interior aldeamentos A3 a A10. São áreas que

enquadram paisagisticamente as construções e contribuem para o estabelecimento de um

contínuo natural entre as áreas edificadas e os espaços naturais exteriores aos aldeamentos.

Por se tratar de áreas ornamentais, admite-se uma maior artificialização e a utilização de

espécies vegetais exóticas, facto que levará a uma ligeira alteração na composição específica

dos habitats, constituindo um impacte negativo, pouco significativo e de baixa magnitude,

desde que utilizadas espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas adaptadas às condições

edafo-climáticas da região, privilegiando-se o uso de espécies autóctones dos sistemas secos

mediterrânicos e a não introdução de espécies exóticas invasoras constantes no anexo I do

Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro.

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ADITAMENTO

Ao nível do Plano Director Municipal (PDM) de Alcácer do Sal, aos espaços ocupados é

atribuída a tipologia de Espaços Florestais de Protecção, para os aldeamentos 1 a 8 e

Espaços Florestais de Protecção e Produção, para os aldeamentos 9 e 10. A afectação destas

áreas levará à reconfiguração espacial e reorganização funcional do território sendo o seu

impacte positivo, significativo, permanente e irreversível, desde que seja promovida uma

política urbanística sustentada e simultaneamente inovadora, dada a forte componente

imobiliária inerentes aos projectos de empreendimentos turísticos, facto que poderia levar à

transformação do carácter rural do território e ter um impacte negativo sobre o

ordenamento.

O aldeamento 4 é aquele onde se registam os principais impactes sobre as figuras de

ordenamento e protecção, com a ocupação de uma área classificada da Reserva Ecológica

Nacional, com a tipologia de Área com Risco de Erosão. A afectação destas áreas conduz a

um impacte negativo, pouco significativo e de reduzida magnitude, já que a a faixa ocupada

é totalmente marginal e deverá apenas ser afecta a infraestruturas.

Existe uma linha eléctrica de média tensão que atravessa parcialmente a Herdade,

sobrepondo-se às manchas afectas ao aldeamento 10 e ao Clube de Golfe e ao respectivo

Hotel. Numa próxima fase antevêem-se conversações com as entidades competentes no

sentido de resolver esta situação, que poderá passar pelo enterramento da linha, pela sua

substituição ou simples alteração de traçadoAo nível do projecto de execução será necessário

assegurar que todos os edifícios respeitam a faixa non aedificandi de 20m da Rede

Rodoviária Nacional - Estrada Nacional 235 (no aldeamento 6 verifica-se a existência de uma

sobreposição marginal entre um polígono de implantação e a referida faixa, que pode ser

devida à transposição de escalas, mas que é necessário assegurar). Quanto a infra-

estruturas de abastecimento e saneamento, refere-se a existência de captações de águas

subterrâneas - 1 poço, 1 furo e 5 furos, nos aldeamentos 8, 9 e 10. Estas origens de água

estão incluídas no projecto como origens de água para o abastecimento de água potável e

outras necessidades hídricas do Empreendimento. Durante a fase de construção destes

aldeamentos deverão ser considerados perímetros de protecção às referidas captações, no

sentido de se evitar comprometer a sua utilização. Os impactes dos aldeamentos sobre a

componente social são, regra geral, positivos, directos e significativos a muito significativos

de magnitude variável, pela criação de 710 novas unidades de alojamento, com um total de

3.179 camas, reforçando o potencial turístico local e regional, contribuindo para os

objectivos principais do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), desenvolvimento do

sector turístico do Litoral Alentejano eaumento do número de postos de trabalho, factores

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 57

ADITAMENTO

que poderão ter um efeito de alavanca na economia local e regional (tanto em fase de

construção como de exploração).

CAMPO DE GOLFE

O campo de golfe corresponde a um circuito de 18 buracos, tem um percurso total de 6400

metros de jogo e é constituído por 4 lotes (G1, G2, G3 e G4), estruturados pela rede viária

definida, que se articulam entre si, e ocupam uma área com aproximadamente 78ha. A

delimitação desta área engloba também alguns lagos e charcas propostos e desenvolvidos no

âmbito do conceito global proposto para o golfe e do plano hídrico para a Herdade. A

definição do lote de golfe é substancialmente maior face à área de necessária artificialização

inerente à implementação do circuito definido, pretendendo-se que os espaços de

enquadramento que integram este lote sejam naturalizados.

É expectável que para uma área de implantação de cerca de 646260 m2, ocorram

movimentações de terra na ordem dos 161.500 m3.

Os volumes de movimentação de terras são extremamente baixos em comparação com

muitos campos de golfe em todo o mundo. Números superiores a 1 milhão de metros cúbicos

de terra não são desconhecidos noutros lugares, mas o valor para os 18 buracos e

instalações de treino na Herdade da Alápega será muito menor. O corte e preenchimento

serão feitos de forma a equilibrarem-se. Não haverá necessidade de importação ou

exportação de material (para além da importação de materiais de construção) para ou a

partir da área do empreendimento.

Os lotes G1, G2 e G3 encontram-se sobre a Formação do Pulo do Lobo, dominada por

litologias metamórficas – filitos e quartzitos, não se esperando impactes sobre a componente

geologia e geomorfologia, além dos já enumerados impactes comuns inerentes a todos os

elementos/componentes de projecto, decorrentes da implantação dos estaleiros,

movimentação da maquinaria e pessoal afecto à obra, depósitos temporários, etc. No lote G4

a situação é ligeiramente distinta, merecendo uma especial atenção por diversos motivos. Os

terrenos onde se insere uma boa parte deste lote estão situados em depósitos sedimentares

e portanto mais permeáveis, estando presente uma captação de água subterrânea. Sendo

estas litologias mais permeáveis, numa fase de exploração e como consequência da

manutenção do campo de golfe poderão surgir impactes negativos e de moderada

significância sobre a qualidade das águas subterrâneas, pelo uso intensivo de produtos fito-

sanitários e posterior infiltração das águas de escorrência no lençol freático. Contudo, refere-

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 58

ADITAMENTO

se que a adopção de um sistema de rega eficiente, escolha criteriosa dos produtos a aplicar e

implementação de um plano de monitorização da qualidade das águas subterrâneas

permitirá a redução da significância deste impacte.

As áreas dos lotes do campo de golfe são atravessados por 5 cursos de água e os principais

impactes vão sentir-se durante a fase de construção, já que os movimentos de terras e

escavações inerentes à construção do campo de golfe poderá alterar a drenagem natural,

modificar o regime de escoamento e a qualidade das águas superficiais, constituindo um

impacte temporário negativo, de médio significado e magnitude. A concepção do campo de

golfe valoriza contudo a preservação dos valores naturais, contemplando a preservação das

galerias ripicolas e a implantação de espécies de valor ecológico acrescido nas suas margens,

com as diversas vantagens já explicitadas anteriormente, nomeadamente a retenção dos

poluentes das águas de drenagem dos campos de golfe.

A rega do campo de golfe terá um impacte positivo em termos climáticos, permitindo um

aumento da evapotranspiração a nível local.

Quanto à natureza e capacidade de uso do solo distinguem-se duas situações: os lotes G1,

G2 e G3 situam-se sobre solos incipientes com uma capacidade de uso agrícola muito baixa,

enquanto no espaço do lote G4 dá-se a presença de solos angluviados pouco insaturados e

com capacidade de uso mediana a muito baixa. Os impactes sobre a natureza e capacidade

de uso do solo são comuns a todos os elementos de projecto e surgem como consequência

das movimentações de terras e as acções de desmatação e implementação de estaleiros. As

acções mencionadas levam à perda de solos, a alteração das suas propriedades físico-

químicas, a diminuição da qualidade dos solos devido à compactação, à contaminação ou à

alteração hídrica, assim como um aumento do escoamento superficial e o consequente

aumento de vulnerabilidade aos agentes erosivos. Estes impactes são negativos e tanto mais

significativos consoante a qualidade dos solos afectados, o que na área de implementação do

campo de golfe é maioritariamente reduzida.

Em situações pontuais, partes dos buracos localizam-se dentro de áreas ocupadas por

montado, e sobre as quais concluiu-se não haver necessidade de abate de árvores, dado que

os buracos se desenvolvem nas clareiras. No entanto, no âmbito da elaboração do projecto

de execução, será necessário assegurar estas questões e introduzir eventuais ajustamentos

ao traçado, se tal vier a ser necessário para garantir a preservação de todas as árvores em

zonas de povoamento. Existem alguns pequenos sobreiros nascidos espontaneamente, que

será necessário remover para a realização de alguns dos buracos, o que deverá ser

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 59

ADITAMENTO

antecedido da necessária licença a requerer à AFN (Autoridade Florestal Nacional). Na

concepção do campo de golfe foi efectuado o ajustamento da implantação dos buracos em

áreas com formações vegetais de interesse florístico reduzido – mosaico de matos incipientes

e prados, plantações recentes de pinheiro-manso. As áreas dos lotes de golfe são

substancialmente maiores face às áreas de necessária artificialização, contudo, a utilização

de fertilizantes contribuirá para o acréscimo da vegetação nitrófila e diminuição das espécies

oligotróficas e a uma ligeira alteração na composição específica dos habitats, constituindo um

impacte negativo, pouco significativo e baixa magnitude.

No que se refere ao Ordenamento do Território, os espaços de implementação do campo de

golfe estão classificados no PDM como Espaços Florestais de Protecção (lote G1, G2 E G3) e

Espaços Florestais de Produção (lote G4). A afectação destas áreas levará à reconfiguração

espacial e reorganização funcional do território sendo o seu impacte positivo, significativo,

permanente e irreversível, desde que seja promovida uma política urbanística sustentada e

simultaneamente inovadora, dada a forte componente imobiliária inerente aos projectos de

empreendimentos turísticos, facto que poderia levar à transformação do carácter rural do

território e ter um impacte negativo sobre o ordenamento.

Em fase de projecto de execução no lote G4 deverá ter-se em atenção a faixa non aedificandi

de 20m da estrada nacional 235. De igual modo, no lote G3, deverá ser pensada a

compatibilização com a existência das infra-estruturas da Rede Eléctrica de Média Tensão.

Além dos impactes positivos associados à fase de construção (criação de emprego, reforço

da oferta de equipamentos turísticos, etc.), a implantação do campo de golfe, irá, na fase de

exploração, induzir impactes indirectos positivos, significativos ou muito significativos sobre

a componente social já que permitirá a dinamização de serviços associados, a criação de

novas empresas e de empregos.

CENTRO EQUESTRE

O Lote do Centro Equestre ocupa uma área com aproximadamente 20,8 ha dos quais 1,4 se

destinam à implantação das estruturas edificadas e a restante área adjacente destina-se à

utilização lúdica e recreativa no âmbito da prática equestre, estando prevista para a mesma

a criação de pistas de ar livre para a prática do hipismo, bem como algumas estruturas leves

e não fixas como estábulos e paddocks.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 60

ADITAMENTO

O impacte da implantação deste equipamento prende-se, principalmente, com a presença no

lote de habitats classificados. As pistas de corrida e as áreas de pastagem podem contribuir

para a degradação do coberto vegetal e para o aumento da perturbação directa e da

alteração da configuração e funcionamento do montados de sobreiro. Nestas áreas não serão

permitidos parques de pastagens, de forma a garantir a sustentabilidade do coberto de

matos rasteiros e prados permanentes. Assegura-se que não existirão estruturas edificadas

em áreas condicionadas.

Além dos impactes positivos associados à fase de construção (criação de emprego, reforço

da oferta de equipamentos turísticos, etc.), a implantação do centro equestre, irá, na fase de

exploração, induzir impactes indirectos positivos, significativos ou muito significativos sobre

a componente social já que permitirá a dinamização de serviços associados, a criação de

novas empresas e de empregos.

CENTRO NÁUTICO

O Centro Náutico situa-se no limite sudeste da Herdade, junto à albufeira do Pego do Altar,

com uma área de construção prevista da ordem dos 750m2, sendo constituído por um

conjunto de infra-estruturas, fluviais e terrestres, que permitem aceder em boas condições

às plataformas flutuantes para acostagem e acesso às embarcações, incluindo

provavelmente um passadiço de ligação à margem, pretendendo-se assegurar as actividades

de recreio náutico associadas à albufeira do Pego do Altar. A construção das estruturas de

apoio induzirão uma pequena movimentação de terras, no valor de 560m3.

Desenvolve-se sobre formações metamórficas do Maciço Antigo, com solos incipientes e de

muito baixa capacidade de uso agrícola, com presença de um esteval. O centro náutico está

incluído numa Área com Aptidão para a Localização de Empreendimentos Turísticos, definida

pelo Plano de Ordenamento da Albufeira do Pego do Altar (POAPA). Não se prevêem

impactes negativos da implantação do centro náutico e do desenvolvimento das actividades

propostas, desde que sejam respeitadas as disposições específicas relativas ao uso,

ocupação e ao zonamento aprovado para a zona de intervenção do POAPA. Contudo, o risco

de contaminação por deposição das emissões originadas pelo tráfego junto ao Centro Náutico

e dentro da faixa de protecção da albufeira, poderá constituir um impacte negativo.

De referir que, como no caso dos demais equipamentos previstos, a criação deste centro terá

um impacte positivo e significativo sobre a componente social, já que diversifica a oferta

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 61

ADITAMENTO

turística e leva indirectamente a uma dinamização e criação de serviços associados a esta

infra-estrutura.

SPA OU EQUIPAMENTO SIMILAR

Estando esta infra-estrutura associada ao Hotel do Spa (H1), a análise dos impactes é feita

conjuntamente e considerada no ponto destinado aos Estabelecimentos Hoteleiros.

CENTRO AGRÍCOLA

O lote do Centro agrícola (15 ha) destina-se à implantação de zonas agrícolas, e das

edificações de apoio e gestão. A área de construção prevista é de 1750 m2. As zonas

exteriores serão constituídas por hortas e pomares, jardins de ervas, vegetais e flores, bem

como cercas para gado, assemelhando-se a uma pequena quinta, conformando uma área de

produção e ao mesmo tempo de demonstração e aprendizagem de técnicas e métodos de

produção biológica.

Para esta infra-estrutura não são esperados impactes significativos, além daqueles

considerados transversais a todos os elementos e que se prendem principalmente com a fase

de construção.

REDE VIÁRIA

Para além da Estrada Nacional 253 e do Caminho Municipal 1063-1, que se pretende que

continuem a servir a Herdade, constituindo as únicas acessibilidades da mesma ao exterior,

a intervenção preconiza a constituição de uma rede viária interna que permitirá aceder à

maior parte das áreas dos Espaços Turísticos sem necessidade de recorrer a estas vias. Foi

criada uma rede que em termos de funcionalidade se divide em principal e secundária, tendo

a primeira essencialmente funções de distribuição e a segunda, funções de acesso. Desta

forma, os principais equipamentos (como o campo de golfe e a zona do spa), bem como

todos os aldeamentos e as duas unidades hoteleiras são servidos directamente pela rede

viária principal, enquanto a rede secundária permite o acesso aos restantes equipamentos,

estando também associada à circulação interna da maior parte dos aldeamentos.

A principal via do empreendimento, que naturalmente pertence à rede principal, inicia-se no

sul da Herdade onde deriva da EN253 entre os aldeamentos A10 e A9 e segue para

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 62

ADITAMENTO

norte/noroeste servindo sequencialmente os aldeamentos A8, A7, o campo de golfe e

respectiva clubhouse, o Hotel do Golfe e os aldeamentos A6, A5, A4 e A3. Após atravessar o

aldeamento A3 desemboca no CM1063-1 em frente ao acesso ao aldeamento A1 a partir

deste caminho municipal.

Faz ainda parte da rede principal a via que derivando do CM1063-1 serve o spa e a unidade

hoteleira associada. Todas as restantes vias pertencem à rede secundária.Em termos de

perfis das vias, o seu dimensionamento teve sempre como sustentação a necessidade de

garantir os parâmetros mínimos estabelecidos legalmente, nomeadamente no que diz

respeito à largura que é de 5,5 metros para vias com dois sentidos e 3,5 metros para vias de

sentido único.

Desta forma, todas as vias pertencentes à rede principal apresentam largura de 6 metros e

dois sentidos, à excepção dos troços que atravessam os aldeamentos A3, A4 e A5. Os dois

primeiros troços apresentam duplo sentido, mas por atravessarem aldeamentos optou-se por

uma largura de 5,5 metros para desencorajar velocidades excessivas. O último troço é na

realidade um loop de um só sentido e com 3,5 metros de largura que construi o principal

arruamento da zona de “aldeia” do aldeamento A7.

As vias da rede secundária apresentam sempre larguras de 3,5 ou de 5,5 metros consoante

se tratem, respectivamente, de vias de sentido único ou de duplo sentido.

Teve-se o mesmo cuidado no dimensionamento dos espaços de circulação pedonal onde,

para dar cumprimento aos requisitos das normas da acessibilidade dos transeuntes com

mobilidade condicionada, mas também por razões de conforto para o peão convencional, se

procurou que estes apresentassem sempre uma largura mínima desimpedida de 1,6 metros,

apresentando frequentemente larguras de 3,5 metros fora das zonas mais densas dos

aldeamentos A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10. As únicas excepções correspondem

exactamente às zonas de circulação pedonal no interior destas zonas mais densas (as

denominadas “aldeias”), onde por vezes, face à impossibilidade de garantir perfis mais

largos, se garantiram no mínimo larguras de 1,2 metros.

A concepção da rede viária teve em consideração a minimização das movimentações de

terras e o respeito pela salvaguarda da topografia original da Herdade.

Os impactes negativos da nova configuração e alargamento da rede viária sentir-se-ão

principalmente ao nível da qualidade do ar e ruído, como resultado do aumento da circulação

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 63

ADITAMENTO

e emissão de gases resultantes da combustão nos motores dos veículos automóveis, e a

consequente diminuição da qualidade do ar e aumento dos níveis de ruído. Contudo,

consideram-se estes impactes como pouco significativos, tendo em consideração a

inexistência de receptores sensíveis e a facilidade na dispersão dos poluentes devido às

características meteorológicas da região, assim como não se prevê a ocorrência de situações

de congestionamento (factor potenciador de emissão de poluentes). De facto, segundo o

estudo de acessibilidades a rede viária envolvente (nomeadamente a EN253) não deverá

apresentar problemas significativos na absorção da geração de tráfego estimada, mesmo

após 10 anos de pleno funcionamento, considerando-se que o empreendimento turístico em

análise, pelas suas características e dimensão, é gerador de um tráfego moderado.

Em fase de funcionamento, o projecto determinará um acréscimo de tráfego rodoviário na

Estrada Nacional 253. Este aumento poderá, também determinar um aumento da morte de

vertebrados por atropelamento, particularmente répteis e anfíbios de fase terrestre extensa,

constituindo um impacte negativo pouco significativo.

11- Avaliar os impactos cumulativos, relativamente a todos os factores

ambientais, com outros projectos existentes e/ou previstos na envolvente da área de implantação do projecto, considerando todos os elementos/componentes do projecto.

O desenvolvimento dos impactes cumulativos apresentados no Estudo de Impacte Ambiental

encontram-se no Anexo II.

2.4. FACTORES AMBIENTAIS

12- Considera-se que deverá ser explicitada a seguinte informação:

2.4.1. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

a) Enquadrar o projecto no plano regional de ordenamento do território

do Alentejo litoral (PROTALI).

O âmbito regional “(…) define o quadro estratégico para o ordenamento do espaço regional

em estreita articulação com as políticas nacionais de desenvolvimento económico e social,

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 64

ADITAMENTO

estabelecendo as directrizes orientadoras do ordenamento municipal” (artigo 7.º da Lei n.º

48/98, de 11 de Agosto). Materializa-se através dos Planos Regionais de Ordenamento do

Território – PROT’s.

Face à nova geração de Planos Directores Municipais, que se pretendem mais estratégicos,

os PROT’s devem fornecer um quadro de referência estratégica de longo prazo que permita

aos municípios estabelecerem as suas opções de desenvolvimento e definirem regras de

gestão territorial compatíveis com o modelo consagrado para a Região. Neste sentido, os

novos PDM’s cuja revisão já está iniciada ou mesmo concluída terão que se adequar às

orientações do PROT logo que elas sejam formuladas.

Considera-se, neste ponto, o Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo

Litoral – PROTALI, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 26/93, de 27 de Agosto, que

quando aprovado o PROT Alentejo será revogado por este.

Na sua elaboração pesou um correcto ordenamento do território, no sentido de preservar os

recursos naturais, qualidade do ambiente e valores paisagísticos, centrado numa visão

integrada e compatibilização dos interesses de âmbito nacional, regional e local.

Constitui como área de intervenção com interesse para o projecto o concelho de Alcácer do

Sal, definindo como objectivos fundamentais:

a) “Regulamentar a ocupação, uso e transformação do solo de modo a promover a sua

adequação às potencialidades de cada área;

b) Estabelecer a disciplina da edificabilidade que permita preservar os valores

patrimoniais, urbanísticos e paisagísticos;

c) Constituir um enquadramento de âmbito regional para os planos municipais de

ordenamento do território;

d) Servir de suporte à gestão do território” (artigo 5.º do regulamento do Plano em

questão).

Para efeitos de condicionamento à ocupação urbanística e turística, o PROTALI divide a

respectiva área de intervenção em três faixas, integrando-se a área de estudo em questão,

na denominada Faixa Interior (FI), cujos índices urbanísticos a respeitar na ocupação

turística são definidos em sede de Plano Director Municipal - PDM.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 65

ADITAMENTO

Enquanto modelo territorial proposto, foram constituídos três zonamentos: estrutural, geral e

especial. Neles, são interferidos pelo projecto, os seguintes espaços, conforme figuras que

seguidamente são apresentadas:

1) Zonamento estrutural:

Áreas com interesse regional ou local para a conservação da Natureza,

designadamente a Ribeira de S. Cristóvão. Nelas são proibidas ”(…) actos ou

actividades que deteriorem ou destruam os habitats das espécies da flora e da

fauna abrangidas pelos anexos I e II a Convenção de Berna, aprovada pelo

Decreto-lei n.º 95/81, de 23 de Julho, ou que degradem os habitats naturais

ameaçados” (artigo 14.º do regulamento do PROTALI).

Outras áreas indispensáveis à conservação da natureza, à estabilidade ecológica e

à utilização sustentada dos recursos naturais que integram:

o Áreas de Reserva Ecológica Nacional – REN, com risco de erosão, pelo que se

deve ter em conta o constante no regime da mesma. Remete-se para o

factor ambiental “Solos, RAN E REN”, uma abordagem mais criteriosa ao

regime da REN;

o Sistemas florestais ou silvo-pastoris a proteger e a valorizar (montados e

pinhais mansos), sujeitas a parecer das entidades competentes;

2) Zonamento geral: área de estudo inclusa na sua totalidade em áreas rurais,

classificadas, em termos de edificabilidade, como solo não urbanizável, e mais

especificamente:

Áreas florestais ou pratenses: áreas nas quais são proibidas “(…) todas as acções

que impliquem alteração ao uso dominante (…), salvo quando não diminuam ou

destruam as suas aptidões ou potencialidades para a produção vegetal” (artigo

28.º);

Áreas de matas ou matas de protecção e recuperação: áreas que “(…) assegurem

a protecção e recuperação de recursos naturais e o desenvolvimento de

actividades compatíveis, nomeadamente caça, apicultura, pastoreio, produção

lenhosa e de cortiça, plantas aromáticas e condimentares” (artigo 30.º).

3) Zonamento especial: não se verifica quaisquer condicionamentos na área de estudo.

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ADITAMENTO

Nas figuras seguintes apresenta-se a Herdade da Alápega enquadrada no plano

regional de ordenamento do território do Alentejo litoral (PROTALI).

Figura 7 – Enquadramento do projecto com o Plano Regional de Ordenamento do

Território do Alentejo Litoral – Zonamento Estrutural Fonte: PROTALI; s/escala

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ADITAMENTO

Fonte: PROTALI; s/escala

Figura 8 – Enquadramento da área de estudo no Plano Regional de Ordenamento do Território do

Alentejo Litoral – Zonamento Geral

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ADITAMENTO

Figura 9 – Enquadramento da área de estudo no Plano Regional de Ordenamento do Território do

Alentejo Litoral – Zonamento Especial

Tendo em conta que o PROT da Região do Alentejo se encontra em fase de aprovação (tendo

já decorrido o período de discussão pública de 5 de Maio a 7 de Maio de 2009), importa,

reter, no sentido meramente indicativo, que em matéria de desenvolvimento turístico, o

PROT em questão tem em conta na sua proposta de modelo territorial o zonamento de

áreas, potenciando as especificidades sub-regionais referentes aos valores e recursos

turísticos. O concelho de Alcácer do Sal, integra-se na zona E – Litoral Alentejano, cujas

potencialidades permitem a realização de um conjunto de actividades de animação turística,

importantes para a diversificação e consolidação da oferta existente.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 69

ADITAMENTO

2.4.2. SISTEMAS ECOLÓGICOS

b) Enquadrar o projecto no sítio de interesse comunitário Cabrela e

efectuar a respectiva avaliação de impactos, a qual deverá reflectir o grau de interferência do projecto com o sítio Cabrela.

O projecto em análise encontra-se inserido no Sítio de Interesse Comunitário – SIC

PTCON0033 – Cabrela, conforme o exposto na figura seguinte:

Fonte: ICNB; s/escala

Figura 10– Interferência da área de estudo com o SIC Cabrela – PTCON0033

No Relatório Síntese do EIA, a afectação de valores constantes da Directiva Habitats,

habitats e espécies é pormenorizadamente analisada. No quadro 6.8 desse relatório é

avaliada e quantificada a afectação directa de habitats classificados e de outras estruturas de

vegetação.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 70

ADITAMENTO

Quadro 5 - Afectação de ecossistemas por cada uma das componentes do projecto (Extraído

do Relatório de Síntese).

Tipo de coberto vegetal afectado Habitat

classificado

Área afectada aprox.

(em hectares) Esteval com plantações recentes de Sobreiro 4030 0,34 Eucaliptais Não existe 6,00

Matos – Esteval 4030pt5 0,59 Montado com Plantações recentes de Pinheiro-manso Não existe 0,00 Montados de sobro 6310 0,00 Mosaico de matos incipientes e prados Não existe 76,35 Plantações recentes de Pinheiro-manso Não existe 18,79 Plantações recentes de Sobreiro Não existe 3,79 Povoamento Florestal - Eucaliptal (em reconversão) Não existe 0,93 Prados Não existe 99,49

Da análise deste quadro, pode concluir-se alguns aspectos relevantes relativamente à

afectação dos habitats naturais protegidos pela Directiva Habitats e, por maioria de razão,

pela Rede Natura 2000:

A afectação de habitats prioritários não ocorrerá;

A afectação de montados de sobro, não ocorrerá. Saliente-se que, nos termos das

definições de habitats da Directiva, as plantações recentes de montados de sobro

não constituem habitats florestais, pelo que não constituem o habitat 6310 (embora

pudessem evoluir para habitats florestais);

O único habitat classificado que será afectado é o esteval, sub-tipo do habitat 4030

(Charnecas secas europeias). Trata-se de uma afectação de extensão muito reduzida,

de menos de 1 hectare, e acresce que os estevais são uma das formações vegetais

mais abundantes em Portugal.

Neste contexto, não se pode considerar como relevante a afectação do esteval.

No que respeita às espécies ou subespécies protegidas ou com estatuto de ameaça, as

únicas existentes na área de estudo são Hyacintoides vicentina e Salix salvifolia australis.

Dentro da propriedade da Alapega estas plantas não existem nas áreas afectas aos

empreendimentos turísticos, ocorrendo exclusivamente no vale do rio do Porto..

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 71

ADITAMENTO

Para além destas espécies protegidas, é também na área do rio do Porto que existem

as formações vegetais em melhor estado de conservação. Porém, este local não

será afectado pelo projecto. Por último, saliente-se que, de acordo com o projecto

analisado, nenhuma outra área com valores protegidos pela Directiva Habitats, incluindo

aqueles que levaram à classificação do Sítio, será afectada. Em caso de dúvida, a equipe

da Ambiveritas dispõe-se a efectuar todas visitas ao terreno necessárias para demonstrar

este facto, acompanhando a autoridade de AIA.

O efeito de barreira é um impacte indirecto que decorre, usualmente, da implementação

de projectos lineares como estradas e ferrovias, e mais raramente de projectos como

aquele que agora se aprecia. De um ponto de vista teórico, em casos graves, o efeito de

barreira pode gerar as seguintes consequências negativas:

o Restringe as áreas vitais dos animais que vivem próximo do projecto;

o Dificulta o fluxo de indivíduos em períodos de deficit populacional, podendo impedir o

estabelecimento de metapopulações viável.

o Diminui o fluxo genético entre as populações separadas pela via, com eventual

aumento da taxa de homozigotia.

As espécies mais sensíveis a este factor são os mamíferos de médio porte, porque

apresentam áreas vitais maiores e baixa taxa de reprodução.

A ocorrência de efeitos de barreira significativos na sequência de projectos de urbanização é

rara e depende da estrutura das áreas urbanas e do efeito conjugado com outras estruturas.

Por exemplo, no Norte dos pais, muitas povoações desenvolvem-se ao longo das estradas

tendo, por isso, uma conformação linear, facto que aumenta o efeito de barreira. Este não é

o caso em estudo. De facto, o projecto consiste numa urbanização fluida, pouco densa e não

linear.

No caso em estudo, o efeito de barreira será praticamente nulo porque a fauna manterá

corredores migratórios suficientes para garantir a conectividade populacional, a Norte, Sul,

Este ou Oeste, designadamente:

o A Sul através das margens da barragem de Pego do Altar, zona húmida de elevada

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 72

ADITAMENTO

atractividade para a fauna;

o A leste, sobretudo, através do rio do Porto, zona particularmente relevante do ponto

de vista biológico;

o A Oeste e Norte através das áreas florestais e campos agrícolas existentes, que não

serão afectados pelo projecto;

o Poderá ainda ocorrer atravessamento das áreas do projecto por mamíferos de médio

porte, uma vez que a edificação será fluida, com numerosos espaços verdes e

naturalizados e porque a maior parte destas espécies apresenta comportamentos

nocturnos, associados a um período em que a actividade humana é menor.

c) Analisar, mais aprofundadamente, os impactos decorrentes da implementação das edificações situadas a NW da área de intervenção do projecto, designadamente os aldeamentos A1, A2, o centro de saúde e bem-estar, o hotel Spa, em virtude das mesmas estarem projectadas para zonas muito declivosas, que correspondem aos vales cujas encostas exibem a vegetação natural em melhor estado de conservação, de implicarem uma grande mobilização de terras e excessivas mobilidade de solo com destruição total da vegetação existente e consequência óbvia ao nível da conservação do solo

A concepção do projecto do empreendimento turístico da Herdade da Alápega teve em

consideração desde o masterplan, a adequada integração dos elementos de projecto no

enquadramento paisagístico da região.

O carácter do terreno dentro do seu contexto regional tornou-se uma grande influência na

evolução do conceito de ocupação desenvolvido. Por isso, procurou-se criar um conceito

turístico integrado, baseado na autenticidade da região, preservando e valorizando os

valores naturais.

Foi neste contexto que se considerou a adopção de Aldeamentos Turísticos, de acordo com o

povoamento rural genuíno do Alentejo. O desenho urbano desenvolvido no projecto em

estudo utilizou esta abordagem, em oposição à habitual solução comum nos resorts de golfe,

de residências espalhadas ao longo da periferia do campo, ou de outros equipamentos e

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 73

ADITAMENTO

serviços. Nesta zona do empreendimento, cada “aldeia” proposta tem um carácter único que

se relaciona directamente com a sua função e uso da paisagem adjacente.

É de realçar que, algumas destas “aldeias”, como é o caso dos Aldeamentos A1 e A2

(composto essencialmente por moradias isoladas), apresentam uma disposição adaptada à

topografia local, no sentido da preservação e usufruto das características naturais da

paisagem.

A zona poente do caminho municipal (CM1063-1), a NW do empreendimento é

essencialmente constituída por uma série de cumeadas que se estendem em direcção a

poente e proporcionam excelentes vistas, apresentando um carácter mais natural, razão pela

qual as unidades de alojamento turístico se assemelhem a montes alentejanos, preservando

toda a envolvente natural. A ocupação do solo afecta a estes aldeamentos é essencialmente

de povoamentos florestais de eucalipto, com alguns matos e esteval, apresentando, regra

geral, valor ecológico diminuto. Refere-se igualmente que estes alojamentos serão

projectados para se implantarem em harmonia com o terreno, com o mínimo de alterações à

topografia. Os edifícios encontram-se localizados nas zonas de cumeada ou de vertentes

menos inclinadas, reduzindo significativamente as movimentações de terras afectas à sua

implantação– ver figura seguinte. Como se pode verificar pelas peças desenhadas

apresentadas no anexo IV, as áreas de implantação dos edifícios encontram-se localizadas

de forma organizada junto às estradas a construir.

Figura 11 – Pormenor do perfil do terreno no Aldeamento A1

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 74

ADITAMENTO

As estradas respeitam igualmente a topografia do terreno, sendo inclusivamente adoptados

materiais permeáveis (ao ar e à água) de alta resistência na sua constituição. Estes

materiais poderão igualmente ser utilizados nos parques de estacionamento. Para além de

constituírem superfícies permeáveis, não tóxicas, permitem diminuir a amplitude térmica, e

apresentam capacidade de absorção do ruído, sendo de fácil reparação.

Refere-se igualmente que as desmatações e desflorestações serão reduzidas ao mínimo

necessário, sempre no pressuposto pelo usufruto da paisagem actualmente existente. No

adensamento vegetal e na utilização ornamental serão utilizadas espécies autóctones, de

forma a reduzir a dependência da irrigação. O Projecto de Integração Paisagistica do

empreendimento, a efectuar na fase seguinte contemplará as adequadas medidas de

reflorestação das áreas afectadas pelo projecto.

Fotografia 9 – Vista da área NW do empreendimento

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 75

ADITAMENTO

O Aldeamento A1, que contempla uma área total de cerca de 400.300 m2, apresenta uma

área efectiva de implantação máxima de cerca de 18.470 m2, correspondente a um índice de

0,046, sendo que a restante área será preservada. No que respeita à movimentação de

terras e consequente desmatação, estima-se que a implantação das áreas edificadas induzirá

cerca de 13.800 m3 de movimentação de terras e 55.400 m2 de área desmatada, e, no caso

dos arruamentos, cerca de 24.200 m3 e 60.600 m2, respectivamente. Verifica-se desta

forma, que muito embora a área total do Aldeamento seja grande, as intervenções previstas

serão reduzidas, sendo preservada a paisagem actualmente existente.

O Aldeamento A2, que contempla uma área total de cerca de 166.270 m2, apresenta apenas

uma área efectiva de implantação máxima de 8.680 m2, correspondente a um índice de

0,05, sendo a restante área será preservada. No que respeita à movimentação de terras,

refere-se que a implantação das áreas edificadas induzirá cerca de 6.500 m3, e os

arruamentos, cerca de 12.300 m3. A desmatação associada a estas áreas será de 26.000 m2

para os edifícios e 30.800 m2 para os arruamentos.

O volume de terras que venha a ser retirado da base das moradias servirá para modelar o

terreno envolvente, e a que venha a ser retirada dos arruamentos será usada na modelação

dos lotes limítrofes.

Comparativamente com os restantes aldeamentos que apresentam uma concepção de

projecto diferente dos Aldeamentos A1 e A2, concentrando as edificações, verifica-se que os

índices de implantação são superiores – ver quadro seguinte.

Quadro 6 – Índices de implantação dos aldeamentos previstos no empreendimento turístico

Aldeamento Área

Aldeamento (m2)

Área de Implantação

máx.(m2)

Índice de Implantação

Aldeamento A1 400297 18470 0,046

Aldeamento A2 166266 8680 0,052

Aldeamento A3 74558 11141 0,149

Aldeamento A4 81197 9354 0,115

Aldeamento A5 91703 9877 0,108

Aldeamento A6 28648 5051 0,176

Aldeamento A7 52530 6313 0,120

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 76

ADITAMENTO

Aldeamento A8 480038 7834 0,163

Aldeamento A9 103346 8536 0,083

Aldeamento A10 85936 11307 0,132

De acordo com os estudos efectuados verifica-se que as terraplenagens associadas à

implantação dos Aldeamentos A1 e A2 representam apenas 9,5% do total de terraplenagens

inerentes à construção de todos os aldeamentos turísticos do empreendimento, o que

considerando que a área afecta aos dois representa cerca de 28% da área total de

implantação dos 10 empreendimentos, verifica-se que as intervenções serão bastante

reduzidas para a zona NW do empreendimento.

O Estabelecimento H1 pretende-se constituído por unidades individualizadas e servidas por

uma unidade central. Prevê-se uma superfície de implantação máxima de 3333 m2

(correspondente a um índice de implantação de 0,04), e uma altura máxima de fachada de 8

metros correspondentes a 5000 m2 de área bruta de construção (a.b.c.) para a criação de 50

unidades de alojamento, correspondentes a 100 camas. Este Estabelecimento encontra-se

dividido em dois lotes o H1a e o H1b, sendo que o Lote H1a, se destina essencialmente ao

parque de estacionamento da Unidade Hoteleira, do spa e do Centro de Saúde e Bem Estar,

cuja capacidade mínima será de 70 lugares de estacionamento. O projecto deverá

desenvolver-se em socalcos adoçados à morfologia topográfica, seguindo uma estruturação

conjunta com os vários edifícios a construir neste núcleo. Os projectos de arquitectura serão

desenvolvidos em perfeita harmonia com o enquadramento paisagístico e morfológico em

que se inserem, partindo para uma concepção assente na arquitectura desenvolvida nesta

região.

O Hotel do Spa e o Centro de Saúde e Bem Estar ocupam essencialmente povoamentos

florestais de eucalipto não afectando habitats naturais da rede natura, e implicando

reduzidas movimentações de terras.

O projecto contempla assim, a minimização das intervenções na área NW da Herdade,

designadamente os aldeamentos A1, A2, o centro de saúde e bem-estar, o hotel Spa, e

respectiva rede viária, estando estas intervenções preconizadas para as áreas de cumeada,

não afectando as zonas mais declivosas dos povoamentos florestais. Para além disso, no que

respeita às movimentações de terras, a implantação da tipologia de edifícios previstos não

implica nem grandes mobilizações de terras, nem desmatações/desflorestações

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 77

ADITAMENTO

significativas, circunscrevendo-se apenas às áreas de implantação. O respeito pela natureza

está presente em todo o conceito do empreendimento, privilegiando a preservação da flora

local e as paisagens da Herdade.

2.4.3. RECURSOS HÍDRICOS

d) Apresentar um estudo hidrológico detalhado que permita aferir a garantia da disponibilidade e sustentabilidade dos recursos hídricos subterrâneos

No âmbito do desenvolvimento do Pedido de Informação Prévia (PIP) foi desenvolvido o Relatório “Água, Energia e Resíduos” (Abril de 2009) e o estudo hidrológico detalhado, contemplando a aferição da disponibilidade e sustentabilidade dos recursos hídricos subterrâneos. O Estudo hidrológico é apresentado no Anexo III. A acompanhar o presente Aditamento foi impresso um exemplar do Relatório “Água, Energia e Resíduos”.

e) Demonstrar a sustentabilidade dos consumos previstos, face às disponibilidades hídricas efectivamente existentes, e não apenas com base em suposições. De acordo com os estudos efectuados, as necessidades de água do Empreendimento, no horizonte de projecto, para os anos médio, húmido e seco, serão as seguintes:

Quadro 7 – Consumos de água potável e não potável no empreendimento – Anos

húmidos, médios e secos

Consumo

Ano Húmido

(m3/ano)

Consumo

Ano Médio

(m3/ano)

Consumo

Ano Seco

(m3/ano)

Água Potável 138.000 138.000 138.000

Água Não Potável 443.000 489.000 387.000

Autoclismos 24.000 24.000 24.000

Piscinas 16.000 16.000 16.000

Lavagem de Pavimentos 12.000 12.000 12.000

Espaços Verdes Privados 54.000 60.000 60.000

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 78

ADITAMENTO

Em ano médio, os consumos globais de água rondarão os 627.000 m3, garantidos pelas

origens adiante referidas.

Em ano seco, prevê-se a redução dos consumos do Campo de Golfe em cerca de 30%,

mediante a redução da dotação distribuída nos Fairways, Driving Range e Áreas de

Enquadramento, o que fará baixar as necessidades hídricas globais de 627.000 m3/ano para

522.000 m3/ano.

Quanto às origens de água, para fazer face àquelas necessidades, tem-se o seguinte, para

ano húmido e ano médio:

Quadro 8 – Volume de água de cada uma das origens de água preconizadas no

Projecto em ano húmido

Quadro 9 – Volume de água de cada uma das origens de água preconizadas no

Projecto em ano médio

A

Espaços Verdes Comuns 27.000 30.000 30.000

Campo de Golfe 310.000 350.000 245.000

TOTAL 581.000 627.000 525.000

Origem (ano húmido) Volume

(m3/ano)

Águas Subterrâneas 240.000

Águas das Cisternas 46.000

Afluências às barragens locais 60.000

Águas da barragem do Pego do Altar 111.000

Águas Residuais Domésticas Tratadas 124.000

TOTAL 581.000

Origem (ano médio) Volume

(m3/ano)

Águas Subterrâneas 240.000

Águas das Cisternas 38.000

Afluências às barragens locais (lagos do empreendimento ) 50.000

Águas da barragem do Pego do Altar 175.000

Águas Residuais Domésticas Tratadas 124.000

TOTAL 627.000

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 79

ADITAMENTO

barragem do Pego do Altar, sendo uma grande barragem, com uma capacidade armazenável

da ordem dos 95.000.000 m3, permite uma elevada garantia no abastecimento,

apresentando-se como uma origem de água sustentável para a garantia do fornecimento da

água não potável necessária ao Empreendimento, em anos médios.

Em ano seco mantêm-se as disponibilidades de águas subterrâneas e, consequentemente os

efluentes domésticos tratados, derivados daquelas, após consumo doméstico, mas as

restantes origens podem ser nulas.

Nesta situação, será usada a reserva estratégica de água guardada nos diferentes lagos, cujo

volume útil ronda os 470.000 m3, e que derivou de bombagens, em anos húmidos e médios,

da albufeira do Pego do Altar, durante o período de inverno, quando os restantes consumos

são reduzidos.

Quadro 10 – Volume de água de cada uma das origens de água preconizadas no Projecto em ano seco

Como se pode verificar, num ano seco serão utilizados 161.000 m3 da água armazenada nos

lagos, o que corresponde a 1/3 do total armazenado, indicando que a reserva estratégica

permite garantir o abastecimento em 3 anos secos consecutivos.

Para obtenção de água potável, está prevista, como solução base, a construção de uma ETA,

no interior do Empreendimento, usando, como origem de água preferencial, os caudais

derivados das captações subterrâneas.

No entanto, e tendo em consideração a falta de água potável na povoação de Santa Susana,

situada nas proximidades, o Promotor está disponível para estudar uma solução comum.

Origem (ano seco) Volume

(m3/ano)

Águas Subterrâneas 240.000

Águas das Cisternas 0

Afluências às barragens locais 0

Águas da barragem do Pego do Altar 0

Águas Residuais Domésticas Tratadas 124.000

SUB-TOTAL 364.000

Água Armazenada nas barragens locais 161.000

TOTAL 525.000

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 80

ADITAMENTO

Nesta hipótese, a solução passaria pela conclusão e reforço da ETA já parcialmente instalada

na barragem do Pego do Altar que, por razões várias, ainda não está em funcionamento.

De notar que, neste caso, os consumos globais de água se mantêm, só que a origem de

água potável passa a ser a barragem de Pego do Altar, passando as águas subterrâneas a

garantir os restantes abastecimentos.

Para o tratamento das águas residuais domésticas, está prevista a construção de uma ETAR,

no interior do Empreendimento, com o posterior aproveitamento dos efluentes tratados na

rega e consumos afins.

Entretanto, e tal como acontece com a água potável, a povoação de Santa Susana tem uma

ETAR do tipo fitoETAR, cujo funcionamento não será o mais desejado. Assim sendo, o

Promotor está disponível para estudar uma solução comum.

Nesta hipótese, a solução passaria pela instalação de uma ETAR mais tradicional, e que

permita uma variação acentuada das afluências, no local da ETAR actual.

f) Avaliar os impactos decorrentes da construção e do funcionamento dos vários elementos do projecto.

Esta situação foi analisada na resposta à questão 10.

g) Equacionar uma proposta de origem de água fiável para abastecimento

de água potável aos empreendimentos; considerando-se que as necessidades hídricas para a rega do campo de golfe e de espaços verdes são altamente dependentes de diversas variáveis: existência de volumes armazenados na albufeira de pego do altar em anos secos, da possibilidade de ser autorizada a captação de agua para fornecimento ao empreendimento (pela ARH do Alentejo e não pela associação de regantes do Vale do Sado) e da viabilidade de construção de uma barragem na propriedade, etc.

De acordo com a resposta efectuada na alínea e), verifica-se que existem soluções

sustentáveis de abastecimento de água potável e bruta a todo o empreendimento, em anos

húmidos, médios e secos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 81

ADITAMENTO

As águas subterrâneas serão a origem de água potável de todo o empreendimento e em

qualquer dos referidos anos, não se verificando flutuações significativas do nível freático de

ano médio para ano seco.

De acordo com o referido anteriormente, em anos secos, o empreendimento não utilizará a

água da albufeira do Pego do Altar, recorrendo a outras origens de água existentes na

Herdade, como sejam, as reservas de água existentes nos lagos, as águas residuais

domésticas tratadas, e as águas subterrâneas.

No que respeita ao Pedido de Concessão para a captação de água da Albufeira de Pego do

Altar, este será solicitado à Administração da Região Hidrográfica, de acordo com o

estabelecido no art. 37 do DL n.º 226-A/2007, onde o procedimento de atribuição de título

de utilização só poderá iniciar-se após a emissão de declaração de impacte ambiental

favorável ou condicionalmente favorável.

Ou seja, a disponibilidade das origens de água referenciadas no presente estudo,

nomeadamente o volume de água proveniente da Albufeira de Pego do Altar, está

dependente da autorização da ARH. Contudo, refere-se que tal como apresentado nos

quadros anteriores, os volumes de água inerentes à Albufeira poderão ser fornecidos pelos

furos existentes na propriedade, em sintonia com o cenário dos anos secos.

Verifica-se deste modo, que os fornecimentos de água potável e bruta ao empreendimento

são viáveis para fazer face aos consumos previstos em cada ano.

h) Invocar a legislação aplicável (decreto lei nº 226-A/2007, de 31 de Maio, portaria nº 1450/2007, de 12 de Novembro e o decreto-lei nº 97/2008, de 11 de Junho), considerando que a pág. 167 é referido que posteriormente, deverá ser solicitado o pedido de utilização do

domínio hídrico das linhas de água cartografadas.

De acordo com a Decreto-Lei n.º 46/94, todas as construções executadas em domínio hídrico

carecem de licença, qualquer que seja a natureza e personalidade jurídica do utilizador. O

Decreto-Lei define como construções todo o tipo de obras, designadamente edificações,

muros e vedações e aterros ou escavações, bem como as respectivas alterações e

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 82

ADITAMENTO

demolições executadas (exceptuam-se as infra-estruturas hidráulicas que são objecto de

tratamento específico).

O licenciamento de construções em terrenos do domínio hídrico depende da obtenção de

licença a atribuir pela respectiva CCDR.

A implementação do empreendimento, prevê a utilização do domínio hídrico, pelo que de

acordo com o exposto na Lei 54/2005 de 15 de Novembro – Lei que estabelece a titularidade

dos recursos Hídricos e a Lei n.º 58/2005 de 29 de Dezembro – Lei que transpõe a directiva

quadro da água, em Portugal, numa fase posterior, deverá ser solicitado o pedido de

utilização do domínio hídrico das linhas de água cartografadas.

O Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, com a primeira alteração introduzida pelo

Decreto-Lei n.º 391-A/2007, de 21 de Dezembro, regula a Lei n.º 58/2005, de 29 de

Dezembro (Lei da Água), estabelecendo o regime da utilização dos recursos hídricos.

A portaria nº 1450/2007, de 12 de Novembro fixa as regras do regime de utilização dos

recursos hídricos.

O Decreto–lei n.º 97/2008, de 11 de Junho estabelece o regime económico e financeiro dos

recursos hídricos previsto pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, disciplinando a taxa de

recursos hídricos, as tarifas dos serviços públicos de águas e os contratos - programa em

matéria de gestão dos recursos hídricos.

i) Incluir no capítulo 6.1 Hidrogeologia, uma avaliação de impactos sobre

recursos Hídricos subterrâneos e não sobre a Hidrogeologia, conforme consta no EIA, apresentado. Incluir ainda um subcapítulo (6.5)

referente apenas aos Recursos Hídricos Superficiais.

Os capítulos 6.1.2.2 e 6.1.3.2 do EIA correspondem aos recursos hídricos subterrâneos.

O Capítulo 6.5 do EIA corresponde efectivamente aos Recursos Hídricos Superficiais.

j) Apresentar medidas de minimização referentes aos Recursos Hídricos,

para a fase de construção, de exploração e de desactivação, nomeadamente associadas aos planos de água a construir.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 83

ADITAMENTO

Na construção dos lagos deverá ter-se em consideração as seguintes medidas, para além das

já consideradas no EIA:

Evitar a desestabilização das margens das linhas de água;

A construção do Empreendimento implicará uma movimentação de terras que, no

entanto, não levará nem à exportação nem à importação de terras. Do interior das

albufeiras sairá bastante material, inerente à criação de capacidade de

armazenamento de água que funcionará como reserva estratégica, a usar nos anos

secos. Deste material, o de melhor qualidade será utilizado nos aterros das próprias

barragens e nos aterros das vias primárias.

Haverá, no entanto, lugar à importação de alguns materiais específicos, como sejam

areias, britas e enrocamentos, inexistentes no local. Deverá ter-se em atenção à

origem destes materiais, não devendo ser recolhidas areias de planos de água

existentes fora da Herdade que apresentem características biológicas distintas, que

potenciem o risco de desenvolvimento de espécies alóctones nos lagos do

empreendimento.

A integração paisagística deverá ter em conta, a plantação de espécies ripicolas

autóctones, sendo evitada a implantação de táxones invasores. Para além disso,

deverá ter em consideração a criação de locais de abrigo para a fauna. As plantas

ornamentais poderão ser envasadas como forma de conter o seu enraizamento

descontrolado e potencial indução da eutrofização dos lagos.

Adequada contenção das terras sobrantes, a reaproveitar no empreendimento;

Poderão ser implementadas barreiras de sedimentos nas margens das linhas de água,

evitando o acréscimo de sólidos suspensos na água.

A construção dos lagos deverá ser efectuada, sempre que possível, no Período Seco

(Junho a Setembro), no mais curto espaço de tempo.

A descarga de poluentes nas linhas de água/lagos deverá ser completamente

interdita;

Evitar a colocação de depósitos de materiais nas áreas preferenciais de drenagem

natural.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 84

ADITAMENTO

Evitar descargas de águas residuais nos lagos.

As medidas a adoptar na fase de desactivação serão bastante semelhantes às da fase de

construção, não sendo contudo expectável o fim de vida útil do empreendimento.

Durante a fase de exploração, referem-se as seguintes medidas para além das referenciadas

no EIA:

Adequada manutenção da galeria ripicola dos lagos;

Monitorização da qualidade da água dos lagos, no sentido de se aferir potenciais

contaminações e/ou fenómenos de eutrofização;

Caso se verifique necessidade, realizar trabalhos de consolidação das margens,

limpeza do leito e corte de vegetação marginal na perspectiva da manutenção das

condições ecológicas, evitar riscos de inundação, e promoção da infiltração nas

margens dos lagos;

Condicionar a regularização dos sistemas hídricos promovendo a renaturalização das

margens e consequente melhoramento da qualidade da água (consoante as áreas em

causa);

Restringir o uso de agro-químicos, adoptando técnicas alternativas, como a protecção

integrada e outros métodos biológicos.

2.4.4. PAISAGEM

k) Apresentar as linhas orientadoras do plano de integração paisagística a implementar.

O projecto de integração paisagística visa dotar o projecto de ferramentas que permitam

enquadrar paisagisticamente todas as intervenções do projecto com a sua envolvente natural, com

destaque para os empreendimentos turísticos e para os equipamentos autónomos, através da

definição de regras de intervenção nos espaços de uso comum e dos materiais e espécies a utilizar

nos mesmos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 85

ADITAMENTO

Considerando-se que o projecto apresenta duas componentes, uma de índole “natural”, constituída

por espaços verdes e florestais, e outra de índole “artificial”, constituída fundamentalmente pelos

empreendimentos turísticos, equipamentos autónomos e infraestruturas, as intervenções

paisagísticas são naturalmente diferenciadas em cada um dos casos.

No primeiro caso, nas áreas de floresta, nomeadamente aquelas que se encontram fora das bolsas

destinadas aos empreendimentos turísticos e aos equipamentos autónomos vigorará o Plano de

Gestão Florestal (PGF). Este plano enquadra com rigor e detalhe as formas e locais de

intervenção sobre os espaços florestais, pelo que se remete para o mesmo a explicitação das

intervenções paisagísticas nestes espaços.

Deixam-se contudo as seguintes linhas orientadoras chave para as intervenções em espaço

florestal, contempladas quer no PIP, quer no PGF:

Adensamento de vegetação com plantações que privilegiem as espécies autóctones e as

espécies adaptadas às condições ecológicas locais e tradicionalmente utilizadas, com

destaque para os sobreiros e azinheiras;

Interdição de plantação de espécies consideradas invasoras;

Remoção regrada e progressiva de eucaliptos;

Sempre que seja possível, na implantação de rede viária,e caminhos locais de acesso aos

lotes, deverão ser utilizados pavimentos permeáveis/semipermeáveis. A utilização de

pavimentos impermeáveis fica condicionada a situações pontuais, onde se verifique a

impossibilidade de aplicação de soluções alternativas e desde que complementada por

implementação de sistemas biofísicos de drenagem que promovam a infiltração da água

no solo, compensando assim as impermeabilizações que forem efectuadas;

Nos espaços de transição e enquadramento deve ser privilegiada a criação de espaços

verdes de enquadramento, com utilização de material vivo e inerte, sendo admitido

pontualmente, uma maior artificialização. No caso de materiais vegetais, a sua aplicação

deve ter em conta as especificidades edafo-climáticas da região em que o empreendimento

se insere, devendo recorrer-se a espécies autóctones específicas dos ecossistemas

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 86

ADITAMENTO

mediterrânicos. Quanto aos materiais inertes, devem ser escolhidos em função da sua

correcta integração paisagística e deve ser dada preferência ao uso de materiais da região.

Sendo que o objectivo destas áreas é o enquadramento das unidades mais artificiais e a

transição para os espaços naturais, a sua configuração poderá ir do mais artificial

(ornamental) para o mais naturalizado (exclusivamente autóctones, sem rega);

A implementação de albufeiras e charcas deverá sempre ter em conta o correcto

enquadramento paisagístico e ambiental, diminuindo ao mínimo o seu impacto e

aumentando o seu efeito positivo em termos de conservação da natureza e da qualidade

estética da paisagem. As margens destes sistemas lacustres deverão reproduzir as

condições biofísicas que se enquadrem na região em que se inserem;

No Centro Agrícola as zonas exteriores serão constituídas por hortas e pomares, jardins de

ervas, vegetais e flores, bem como cercas para gado, assemelhando-se a uma pequena

quinta, conformando uma área de produção e ao mesmo tempo de demonstração e

aprendizagem de técnicas e métodos de produção biológica;

Por estar também em espaço florestal destaque ainda para a proposta de recuperação do

“trilho” que percorre de forma paralela a margem da Ribeira de São Cristóvão, já na área

do regolfo da Albufeira de Pego do Altar, pela importância histórica e cultural que

apresenta.

No que respeita à envolvente das áreas construídas, nomeadamente relacionadas com os

empreendimentos turísticos (aldeamentos turísticos e estabelecimentos hoteleiros), com os

equipamentos autónomos e com as infraestruturas salientam-se as seguintes orientações genéricas

a pormenorizar no projecto de intervenção paisagística:

Nas áreas de usos comum, assim como nos espaços verdes ornamentais, os materiais

vegetais a utilizar deverão ser constituídos por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas

adaptadas às condições edafo-climáticas da região, privilegiando-se o uso de espécies

autóctones dos sistemas secos mediterrânicos. Por se tratar de áreas ornamentais, admite-

se uma maior artificialização e a utilização de espécies vegetais exóticas, desde que bem

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 87

ADITAMENTO

adaptadas às condições edafo-climáticas da região e não possuam grandes exigências em

termos de rega. O mesmo se aplica aos taludes que seja necessário construir;

Os sistemas de rega deverão ser automatizados, de baixo débito, preferencialmente do tipo

gota-a-gota;

Os materiais e técnicas de construção com inertes a aplicar, especialmente no que respeita

aos revestimentos, devem ter em atenção a manutenção da permeabilidade do solo;

No campo de golfe pretende-se que os espaços de enquadramento que integram este lote,

sejam naturalizados. Aliás, existem áreas integradas na Estrutura Ecológica que, apesar de

integradas nos lotes do golfe, permanecerão intocadas. Sempre que possível, os roughs e

as zonas arbustivas adjacentes aos buracos serão mantidas e será promovida a recolha de

espécies indígenas para reutilização na composição paisagística dos campos. O objectivo é

que os campos de golfe representem ao máximo a região e as suas paisagens naturais;

A construção das zonas de jogo do campo de golfe e dos espaços verdes ornamentais,

assim como a escolha da relva, serão efectuadas com o objectivo de garantir a melhor

adaptação às características climatéricas locais, nomeadamente no que respeita à

escorrência de águas e resistência a variação de temperaturas e humidade;

Os pavimentos deverão, sempre que possível, ser permeáveis ou semi-permeáveis.

2.4.5. SOCIO-ECONÓMICA

l) Analisar os efeitos do acréscimo de população que o projecto induzira, localmente, no ambiente económico e social, não descurando a componente de equipamentos, colectivos para além dos referentes à saúde (saneamento, educação, energia, transportes públicos, culturais

e segurança).

Com o empreendimento em análise é esperado um efeito de alavancagem da economia local

e regional, pelo valor acrescido que a sua implementação irá trazer para este território.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 88

ADITAMENTO

Assim, poderá existir um efeito de atractividade deste território para residência, o que

poderá levar a um ligeiro acréscimo de população residente.

Relativamente à população presente, estima-se um aumento considerável neste concelho,

estando prevista uma população média anual na ordem dos 1 877 habitantes equivalentes.

Como se pode constatar pelo exposto anteriormente, o principal acréscimo de população

deverá ocorrer pelo aumento da população presente, ou seja população existente em

determinado momento mesmo que aí não resida. Neste sentido, para equipamentos como os

de educação não são esperados quaisquer impactes decorrentes da construção do projecto

em análise.

Relativamente ao saneamento e energia salienta-se que o projecto em estudo contempla

uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e várias formas de recolha de

energia (como por exemplo, colectores solares térmicos e painéis fotovoltaicos),

encontrando-se deste modo grandemente minimizados os impactes neste tipo de

equipamentos. Para além disso, a energia eléctrica a fornecer a partir do exterior, cerca de

45% do consumo energético total, será derivada da rede pública da EDP e deverá cobrir a

energia eléctrica em falta, ou seja, cerca de 3.750.000 kWh/ano. Será efectuada a derivação

da linha de média tensão existente na Herdade, de acordo com o previamente definido com

a EDP.

No que se refere aos equipamentos de saúde, verifica-se que o projecto contempla um posto

de saúde para primeiros socorros nas suas instalações, sendo que para casos mais graves

poder-se-á recorrer ao Hospital de Évora que se encontra a cerca de 100Km de distância.

Por último, relativamente aos restantes equipamentos não se prevê que este aumento

demográfico, a existir, seja de dimensão suficiente para provocar uma sobrecarga nos

mesmos. Contudo, no caso desta procura induzir a criação de novos equipamentos para

responder a estas novas necessidades os impactes serão positivos, temporários ou

permanentes, directos e significativos, desde que contribuam para colmatar alguma carência

que exista a este nível.

m) Definir medidas de minimização de eventuais constrangimentos que possam surgir, decorrentes da implementação dos empreendimentos e do consequente aumento da oferta turística.

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ADITAMENTO

Propõem-se as seguintes medidas de minimização adicionais às já preconizadas no Estudo de

Impacte Ambiental:

As autoridades distritais, municipais e regionais deverão planear e gerir de modo

eficaz o desenvolvimento local por forma a antecipar os casos onde se possa vir a

verificar maior sobrecarga dos equipamentos ou infra-estruturas e

consequentemente, criar mais e/ou desenvolver os actuais caso seja necessário.

As entidades municipais poderão ainda promover acções de sensibilização dos turistas

em geral, no sentido de preservar o património e os recursos naturais locais.

2.4.6. ACESSIBILIDADES

n) Apresentar um mapa de enquadramento com a localização da propriedade no contexto das acessibilidades regionais, indicando, alem da rede viária regional, as acessibilidades na zona próxima da propriedade.

O mapa de enquadramento solicitado pode ser visualizado no Anexo IV. No que respeita às

acessibilidades na Herdade, refere-se que o Esboço Corográfico, apresentado no EIA,

identifica toda a rede viária existente na região afecta à Herdade.

2.5. RESUMO NÃO TÉCNICO

1- Todas as siglas apresentadas devem ser explicitadas por extenso na primeira vez que foram utilizadas (PDM,POA – pagina 3; REN – pagina 5;Ren – pagina 13);

2- Evitar o recurso à utilização de termos técnicos sem a devida explicação. Na componente biológica (pagina 18), explicar o significado de alguns dos termos utilizados ( antropogeneizados, herpetológica);

3- Deverão ser corrigidos alguns lapsos ortográficos, nomeadamente; 4- Corrigir a palavra “termos” no segundo parágrafo da página 2. 5- Retirar a palavra “que” do terceiro paragrafo da página 8. 6- Substituir “ localizado” por localizada no segundo parágrafo da página 14. 7- Retirar o parêntesis do quarto parágrafo da página 14. 8- Substituir “Alapega” por Alàpega no último parágrafo da página 21.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega Página 90

ADITAMENTO

9- A intervenção prevista esta traduzida na figura 2 (folhas 1 e 2) do RNT, pelo que se afigura incorrecta a referencia ao “desenho EIA – RF, 00-RNT-02” (pgina6).

10- O RNT devera fazer referência à fase de desactivação do projecto. 11- Apresentar a descrição do projecto, (ponto 5, do RNT), explicando com

clareza quais as componentes do projecto (ex: Refere-se que “a intervenção proposta para a herdade. Estrutura a ocupação do solo da seguinte forma: (…) Albufeiras e Charcas que integram todos os planos de água existentes e propostos para o interior da Herdade”), indicando quais as intenções concretas relacionadas com a criação de novas infra-estruturas hidráulicas.

12- Referir qual será a origem da água para consumo humano, na pág. 9 “consumos de Água” apenas se referem os consumos de água para abastecimento humano.

13- Rectificar, no capítulo 6. “Elementos afectados pelo projecto” (pag.12), onde é apresentado um ponto relativo às “Águas Subterraneas2 (pág. 13), e posteriormente (pág. 15), existe um ponto relativo a “Recursos Hídricos”, dado que as águas são uma componente dos Recursos Hídricos.

O Resumo Não Técnico foi reformulado de acordo com as recomendações do Parecer da Comissão de Avaliação, constituindo um documento autónomo.

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ADITAMENTO - Anexos

ANEXO I

PARECER DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

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ADITAMENTO - Anexos

Página deixada propositadamente em branco

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ADITAMENTO - Anexos

ANEXO II

ANÁLISE DOS IMPACTES CUMULATIVOS

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ADITAMENTO - Anexos

Página deixada propositadamente em branco

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ADITAMENTO - Anexos

IMPACTES CUMULATIVOS

1- Enquadramento

De modo à realização da análise dos impactes cumulativos do presente projecto com outros

existentes ou previstos na sua envolvência procedeu-se ao levantamento de base dos

seguintes aspectos relevantes para a análise:

1. A povoação de Santa Susana com 501 habitantes residentes (segundo dados dos censos 2001);

2. Empreendimentos previstos ou existentes na envolvência directa do projecto (segundo figura

seguinte e segundo dados da Câmara Municipal de Alcácer do Sal).

3. Explorações mineiras na envolvência do projecto

4. Rede rodoviária e ferroviária

5. Regadios

6. Rede de infra-estruturas de abastecimento e saneamento

Por envolvência directa considerou-se um raio de 20 kms centrado no projecto da Herdade

da Alápega incluindo todos os empreendimentos previstos pela Câmara Municipal de Alcácer

do Sal neste raio de acção. Este limite será representativo dos impactes cumulativos que

poderão ser causados quer em termos biofísicos, nas vertentes da geologia e geomorfologia,

hidrogeologia, solos, recursos hídricos superficiais, ocupação do solo e biologia, quer em

termos de implicações com a qualidade do ar, ruído, Reserva Ecológica Nacional,

ordenamento do território e componente social.

Geologia, Recursos Hídricos e Hidrogeologia com o objectivo de demonstrar as

pressões sobre o relevo e recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

Solos, Uso Actual do Solo com o objectivo de analisar qual a área a ocupar e

respectivos efeitos face à situação existente;

Qualidade do Ar e Ruído com o objectivo de analisar a diminuição da qualidade do

ar e aumento dos níveis de ruído, como consequência do aumento do tráfego, que

poderá advir da eventual utilização das vias de acesso à Herdade da Alápega por

outros empreendimentos;

Reserva Ecológica Nacional e Ordenamento do Território com o objectivo de

analisar quais as pressões imobiliárias a que o concelho estará sujeito após

concretização dos empreendimentos em referência;

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ADITAMENTO - Anexos

Componente biológica – com o objectivo de avaliar as pressões sobre os habitats

naturais e sobre o Sítio de Cabrera;

Componente Social com o objectivo de analisar quais os efeitos dos

empreendimentos existentes e previstos na dinâmica social do concelho.

São também considerados, na avaliação de impactes do projecto em estudo, os elementos

de projecto mais relevantes, como sejam os lagos, os espaços para estabelecimentos

hoteleiros e aldeamentos turísticos, o campo de golfe, centro náutico, o Spa ou equipamento

similar e a rede viária.

2- Breves Considerações relativamente a outros projectos existentes na região

A captação de água para abastecimento das populações no concelho de Alcácer do Sal é

totalmente de origem subterrânea.

Em 2003, cerca de 99% da população do concelho de Alcácer encontrava-se servida pelo

sistema de abastecimento de água, sendo o concelho do Alentejo Litoral que cobria a maior

percentagem de residentes. Quanto ao sistema de drenagem de águas residuais, pode

considerar-se que Alcácer apresenta uma boa situação, já que 92% da população se

encontra servida por este sistema.

Ao revés, a percentagem de população servida por Estações de Tratamento de Águas

Residuais (ETAR) é das mais baixas deste conjunto de concelhos pois apenas 60% está

abrangida por ETAR.

Em consequência, a taxa de tratamento de águas residuais é bastante baixa (64,9%) num

conjunto de concelhos em que a maioria apresenta já uma cobertura de 100%.

As águas residuais não tratadas são canalizadas para cursos de água e para infiltrações no

solo. Em quatro freguesias do concelho ocorriam, em 2002, encaminhamento de águas

residuais para cursos de água (66,7% do total das freguesias) e em 3 ocorriam infiltrações

de águas residuais para o solo.

No que concerne à recolha do lixo, todas as freguesias dispõem de recolha em contentores

colectivos, não ocorrendo situações de recolha porta a porta.

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ADITAMENTO - Anexos

O destino destes lixos é o aterro sanitário, devendo referir-se que não existem lixeiras,

aterros controlados, unidades de incineração ou compostagem.

De acordo com o Relatório do Plano Director Municipal de Alcácer do Sal, os maiores

problemas de degradação, com origem no concelho relacionam-se com a degradação das

águas. “Este problema é particularmente grave atendendo a que para além da poluição com

origem no concelho existem, também, aqueles que incidem neste mas que têm origem nos

concelhos a montante.

Por outro lado, a progressiva eutrofização das albufeiras, das quais pelo menos a de Vale de

Gaio já está em estado eutrófico avançado (...) .

Há ainda a realçar os aspectos decorrentes do assoreamento dos cursos de água e a erosão

do solo, assim como a expansão de sistemas florestais, com espécies de crescimento rápido.

Julga-se, contudo, que este último aspecto é facilmente ultrapassado desde que se observem

as condições decorrentes da aplicação da legislação promulgada sobre estas espécies”.

No que respeita a estes aspectos refere-se que o projecto apresentará os seus próprios

furos, e uma ETAR para tratar os efluentes, não induzindo sobrecarga de exploração noutros

sistemas vizinhos. O recurso à água da Albufeira do Pego do Altar, será evitada nos anos

secos, estando já previstas diversas reservas estratégicas no empreendimento, que

permitirão suprir esse volume de água captado. Tendo em consideração que a referida

albufeira fornece igualmente água ao regadio de Pego do Altar, os promotores do

empreendimento já efectuaram as diligências necessárias junto da Associação de Regantes,

no sentido da disponibilização do volume de água necessário para a rega do campo de golfe

da Herdade. Esta autorização está contudo dependente da ARH, a qual só poderá ser

solicitada aquando da emissão da DIA.

Os resíduos serão alvo de uma gestão criteriosa, sendo triados e reencaminhados para o

destino final adequado.

No que concerne ao impacte cumulativo do projecto com outros localizados ou previstos para

o sítio Cabrera, refere-se que muito embora o empreendimento corresponda a uma área de

cerca de 712 ha, o conceito turístico adoptado promove a sustentabilidade ambiental,

baseando-se na autenticidade da região, preservando e valorizando os valores naturais, e

promovendo a biodiversidade. Para além disso, não existe a afectação de habitats naturais

da Rede Natura, e são preservados os povoamentos de sobreiros existentes na herdade.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Desta forma, não são permitidos quaisquer usos não compatíveis com a conservação da

natureza e a biodiversidade, sendo apenas admitidos usos e acções que não coloquem em

causa as funções de conservação do solo, a manutenção do equilíbrio dos processos

morfogenéticos e pedogenéticos e a regulação do ciclo da água, promovendo a infiltração em

detrimento do escoamento superficial.

As plantações irão privilegiar as espécies autóctones e as espécies adaptadas às condições

ecológicas locais e tradicionalmente utilizadas. São interditas as plantações, em áreas

continuas, com espécies de crescimento rápido e/ou consideradas invasoras.

Em geral, nestas áreas, sem prejuízo no disposto em legislação específica de protecção do

sobreiro, são interditas as acções que coloquem em causa a concretização das funções do

montado e a sua sustentabilidade, pelo que devem ser seguidas as seguintes orientações:

impedir o corte, abate e arranque de sobreiros e azinheiras;

promover plantações ou a regeneração natural de sobreiros e azinheiras;

em situações de consociação de povoamentos de sobro com outras espécies como o

eucalipto, pinheiro manso ou matos, deve-se promover a substituição progressiva

destas espécies, no sentido de constituir montados ou azinhais, onde dominem as

quercíneas, para que estas áreas sejam bem beneficiadas na sua estrutura e

equilíbrio ecológico.

Assim, os usos admissíveis irão ter em conta as especificidades do sistema e as

características biofísicas do território, e promover o seu uso múltiplo, quer seja produtivo

(extracção de cortiça, produção de lenha, apicultura, colheita de plantas aromáticas e

medicinais, produção de pastagens para gado) ou recreativo (percursos pedestres, equestres

e cicláveis, educação ambiental, caça).

Neste sentido, os impactes cumulativos do projecto relativamente à expansão de sistemas

florestais, com espécies de crescimento rápido, não irão ocorrer; e a pressão sobre o Sitio da

Rede Natura, muito embora ocorra, não será significativa, pelas características de

preservação da natureza inerentes à concepção do projecto.

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ADITAMENTO - Anexos

Figura II. 1 - Quadro Sintese de Impactes Cumulativos

Empreendimento da Boavista e Sampaio –

cerca de 3.000 camas estimadas

Empreendimento do Rio Mourinho – cerca

de 1.015 camas estimadas

Empreendimento da Barrosinha – cerca

de 8.000 camas estimadas

Empreendimento do Laranjal – cerca de

3.099 camas estimadas

Empreendimento de Vale dos Reis – cerca

de 4.720 camas estimadas

Residencial de Santa Susana – 8 camas

em exploração Empreendimento

com cerca de 3.750 camas estimadas

Empreendimento com cerca de 200 camas estimadas

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

3- Quadro Síntese de Impactes Cumulativos

No quadro seguinte apresentam-se os impactes cumulativos do projecto com alguns dos projectos existentes e previstos na região.

Quadro II.1 – Impactes cumulativos do projecto em análise com outros projectos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Geologia, Geomorfologia,

Hidrogeologia e Recursos hídricos

subterrâneos

Alterações no relevo provocadas

por obras de aterro e escavação

de todos os elementos de

projecto

A impermeabilização inerente à

construção das charcas,

aldeamentos turísticos A7 e A8,

e rede viária pode contribuir

para a diminuição da recarga

das formações aquíferas (a SW

da Herdade)

Contaminação dos sistemas

aquíferos por aplicação de

fertilizantes e pesticidas nos

espaços verdes, mais relevante

nos aldeamentos turísticos A7 e

Realização de aterros e escavações

associados a outros

empreendimentos turísticos a

construir na região em estudo

Pedreiras em exploração na região –

alteração do relevo, erosão do solo,

O abastecimento de água potável à

povoação de Santa Susana é

efectuado com recurso a furos.

Impermeabilidade de formações

aquíferas de elevada permeabilidade

com a construção de outros

empreendimentos turísticos

Actividade agrícola na região,

Aumento das alterações provocadas no

relevo da região

Aumento da impermeabilização do solo,

e das formações hidrogeológicas com

permeabilidade.

Alteração da qualidade das águas

subterrâneas

Os impactes não se revelam

significativos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

A8 e no lote G4 do Campo de

golfe

Indução da redução dos

recursos subterrâneos pelo

abastecimento de água potável

ao Empreendimento, que se

realizará a partir de 9

furos/poços

nomeadamente, dos regadios, que

potenciam a contaminação do

aquífero, com a percolação dos

fertilizantes e pesticidas

Solos

Compactação dos solos e a

consequente diminuição da sua

permeabilidade e de capacidade

de infiltração, provocada pela

circulação de veículos e

máquinas envolvidas na

construção assim como a

instalação de estaleiros

Contaminação do solo

provocada por derrames

acidentais de óleos e outros

lubrificantes das máquinas

envolvidas na construção do

empreendimento

Construção e Exploração de projectos

semelhantes ao presentemente em

análise existentes ou a construir na

zona

Destruição do coberto vegetal,

instabilidade nos solos não

protegidos, exposição aos agentes

erosivos, e alteração dos padrões de

drenagem em função da

implementação de diferentes

projectos.

Contaminação dos solos com

poluentes

Degradação da qualidade produtiva dos

solos pelo aumento de situações de

contaminação

Aumento da erosão hídrica dos solos

Perda de solos pela expansão de áreas

impermeabilizadas (aumento da rede

viária, expansão de áreas urbanas)

Os impactes não se revelam

significativos.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Destruição do coberto vegetal,

instabilidade nos solos não

protegidos e exposição aos

agentes erosivos

Perda de solos resultante dos

movimentos de terras, por não

ocorrer a reposição dos mesmos

nos locais destinados à

implantação dos edifícios e dos

lagos previstos

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Recursos hídricos superficiais

Interferência com a rede

hidrográfica

Adopção de uma ETAR que

poderá ser utilizada pela

povoação de Santa Susana –

impacte positivo

Contaminação das linhas de

água provocada por derrames

acidentais de óleos e outros

lubrificantes das máquinas

envolvidas na construção do

empreendimento.

Alteração da drenagem natural e

da qualidade das águas

superficiais na fase de

construção (aumento de

materiais sólidos em suspensão)

resultado dos movimentos de

terra e escavações inerentes à

construção dos lagos,

aldeamentos turísticos A1, A3,

Captação de água da albufeira pela

Associação de Regantes do Pego do

Altar

Construção e exploração de outros

empreendimentos turísticos dentro da

mesma bacia ou sub-bacia

hidrográfica

Construção e exploração da rede

viária na região – impermeabilização

dos solos, movimentação de terras

durante a fase de exploração e

descargas de águas de escorrência da

plataforma nas linhas de água da

região

Construção e exploração de outros

empreendimentos turísticos

Aumento das pressões antropogénicas

nas bacias hidrográficas da ribeira de

Alcáçovas e da ribeira de Santa Susana

degradação da qualidade das águas

superficiais da região como resultado da

aplicação de produtos químicos

utilizados na manutenção dos espaços

verdes, campos de golfe, regadios,

descargas das ETARs das povoações

(nomeadamente de Santa Susana), etc.

Contudo, no que respeita ao

empreendimento da Alápega, refere-se

que o contributo de carga poluente

poderá ser bastante diminuto,

considerando os sistemas de

tratamento de águas residuais

previstos, e o facto da aplicação de um

controlo apertado na escolha dos

produtos utilizados, nas quantidades a

utilizar e no modo de aplicação dos

produtos no campo de golfe, reduzirem

significativamente as quantidades de

poluentes efluentes às linhas de água.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

A5 e A10 e Campo de golfe

Captação de água da albufeira

para fornecimento de água não

potável ao Empreendimento

(anos médios e húmidos)

Potencial diminuição da

qualidade da água na albufeira

pela utilização recreativa

associada ao Centro Náutico

Aumento do escoamento superficial

resultante do acréscimo de

impermeabilização do solo

Ocupação do Solo

Os trabalhos de limpeza do

terreno e desmatação, a

construção de acessos de obra e

os movimentos de terras

resultam na substituição

temporária de classes de uso

existentes por outras

Alteração aos usos do solo nos

locais destinados à implantação

dos elementos de projecto

Alteração da ocupação do solo (e.g.

impermeabilização derivada outros

projectos de forte componente

urbana

Substituição de usos por abandono e

reconversão de outros espaços

florestais

Substituição de áreas florestais por

usos urbanos

Redução de áreas com exploração

florestal e potencial abandono por falta

de viabilidade

Redução de áreas com ocupação

natural

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Biologia

Destruição do coberto vegetal,

degradação e substituição das

comunidades vegetais

A construção influencia as

biocenoses e pressupõe um

aumento nos níveis de

perturbação, que diminuirão

com a finalização da obra,

estabilizando em níveis

superiores aos actuais

Alterações nos tipos de coberto

vegetal existentes e na

composição faunística

decorrentes da alteração das

fitocenoses

Ligeiro aumento da perturbação

directa e da alteração do

funcionamento dos montados

Criação de locais de alimentação

para a fauna local (nos lagos a

Degradação e substituição habitats

noutros espaços em transformação

de usos

Efeito barreira, em função da

construção e exploração de projectos

rodoviários na região

Perturbação ambiental, resultante do

aumento das actividades antrópicas

numa região em transformação

Alteração da ocupação do solo no

Sítio Cabrera – introdução de outros

empreendimentos turísticos,

expansão dos espaços urbanos,

exploração dos regadios, das

pedreiras, etc

Diminuição de áreas ocupadas com

vegetação natural no Sitio Cabrera

Aumento dos níveis de perturbação nas

comunidades florísticas e faunísticas

Alteração à composição e estrutura das

fitocenoses

Diminuição da diversidade faunística

resultante do aumento da presença

humana

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

criar)

A utilização de fertilizantes

contribuirá para o acréscimo da

vegetação nitrófila e diminuição

das espécies oligotróficas

Aumento da morte de

vertebrados por atropelamento,

particularmente répteis e

anfíbios de fase terrestre

extensa, como resultado do

aumento da circulação na rede

viária existente e proposta

Qualidade do Ar

Irão ser desenvolvidas diversas

acções de obra que no seu

conjunto e pela sua natureza

são capazes de induzir

alterações na qualidade do ar

local

Diminuição da qualidade do ar,

como resultado do alargamento

da rede viária e aumento da

Emissões provenientes da circulação

automóvel existente

Emissão de poluentes atmosféricos

inerentes à construção de projectos

semelhantes ao presentemente em

análise

Pedreiras em exploração na região

Ligeiro decréscimo da qualidade do ar

na região, sendo contudo este impacte

mais significativo durante a fase de

construção dos projectos, contituindo-

se como temporário e reversível.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

circulação de veículos a motor

Ambiente Sonoro

Durante a fase de construção irá

verificar-se a emissão de ruído

associado à circulação de

máquinas, equipamentos e

veículos afectos à obra

Aumento dos níveis de ruído,

como resultado do alargamento

da rede viária e aumento da

circulação de veículos a motor

Exploração da rede viária local

Emissão de ruído associado à

construção e exploração de projectos

semelhantes ao presentemente em

análise

Acréscimo dos níveis sonoros no ruído

ambiente da região

Reserva Ecológica Nacional

(REN)

Afectação pontual de áreas

classificadas da REN como

“Áreas com risco de erosão” no

aldeamento turístico A4

Afectação de áreas de REN por outros

empreendimentos turísticos, rede

viária, regadios, pedreiras, etc

Diminuição de áreas afectas à Reserva

Ecológica Nacional

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Componente Social

A construção do

empreendimento levará a um

aumento temporário do número

de postos de trabalho,

maioritariamente na indústria da

construção

Maior rentabilização dos

estabelecimentos de alojamento

locais

A criação de unidades hoteleiras

permite o reforço do potencial

turístico

Contribuição para os objectivos

principais do Plano Estratégico

Nacional do Turismo (PENT)

Desenvolvimento do sector

turístico do Litoral Alentejano

Efeito de alavanca na economia

local e regional

Construção e Exploração de projectos

semelhantes ao presentemente em

análise existentes ou a construir na

zona

Impulso à actividade económica local e

regional

Reforço do potencial turístico

Desenvolvimento do sector turístico do

Litoral Alentejano

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Na fase de exploração o reforço

da oferta de equipamentos

turísticos vai permitir a criação

de emprego, dinamização de

serviços associados ao

empreendimento e a criação de

novas empresas

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Factor Ambiental Impactes Associados ao

Projecto em Estudo

Impactes Associados a Outros

Projectos e/ou Acções Existentes

e Previstas

Impactes Cumulativos

Ordenamento do Território

Descaracterização de uma

paisagem natural por uma

paisagem desorganizada e

degradada oriunda do

movimento de máquinas e

construção de infra-estruturas

de apoio às obras

Risco de contaminação por

deposição das emissões

originadas pelo tráfego junto ao

Centro Náutico e dentro da faixa

de protecção da albufeira

Reconfiguração espacial e

reorganização funcional do

território

Transformação do carácter rural

do território

Acréscimo de tráfego rodoviário

na Estrada Nacional 253

Construção e Exploração de projectos

semelhantes ao presentemente em

análise existentes ou a construir na

zona

Desenvolvimento previsto para a área

em análise preconizado pelos

diversos instrumentos de gestão e

ordenamento territorial em vigor para

a área de estudo

Ocupação de áreas afectas a solo rural

e florestal

Conflito de usos

Se o município de Alcácer do Sal não

promover uma política urbanística

sustentada e simultaneamente

inovadora, o conjunto de investimentos

poderá levar a impactes negativos

sobre o ordenamento do território, dada

a forte componente imobiliária inerente

aos mesmos

Terá de haver forçosamente a

integração das modificações impostas

pelo projecto no modelo territorial e nos

instrumentos de gestão e ordenamento

do território

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

4- Análise de impactes cumulativos com outros empreendimentos turisticos

existentes ou previstos na região

Seguidamente apresenta-se a análise de impactes cumulativos considerando os projectos de

tipologia idêntica ao da Herdade da Alápega (de acordo com o apresentado no EIA)

GEOLOGIA, RECURSOS HÍDRICOS E HIDROGEOLOGIA

Os impactes cumulativos sobre a geologia resultantes da execução e funcionamento do

empreendimento e de outros empreendimentos previstos e existentes resultam

principalmente do aumento das alterações provocadas no relevo da região.

Os impactes cumulativos sobre os recursos hídricos resultantes da execução e

funcionamento do empreendimento em estudo e de outros empreendimentos previstos ou

existentes na envolvência directa do projecto, identificados no presente capítulo, traduzem-

se num aumento do escoamento superficial, derivado da impermeabilização do solo.

No entanto, o acréscimo do escoamento superficial resultante da implantação das infra-

estruturas referidas, somente será quantificável após o conhecimento aprofundado das

características hidrológicas do escoamento nas zonas de desenvolvimento dos projectos.

Relativamente à qualidade da água superficial, e considerando que serão preconizadas todas

as medidas adequadas (nomeadamente o tratamento das águas residuais, entre outras), não

é expectável que o funcionamento simultâneo dos projectos venha a traduzir-se em impactes

significativos sobre os recursos hídricos.

Em termos hidrogeológicos, os impactes cumulativos estão associados à construção dos

edifícios e de algumas infra-estruturas associadas ao empreendimento, tais como a rede

viária e os parques de estacionamento, cujas consequências são o aumento das áreas

impermeabilizadas e consequente redução da recarga dos níveis aquíferos.

No caso de serem implementados espaços verdes associados a outros projectos, os impactes

ao nível da qualidade nas águas subterrâneas promovidos pela infiltração das águas de

escorrência contaminadas por fertilizantes ou outros poluentes, são susceptíveis de

aumentar.

Outro factor a considerar, é a instalação de outros estaleiros associados e necessários ao

apoio de futuras obras na envolvente ao Projecto, o que conduzirá ao aumento da produção

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

de efluentes residuais e de outras fontes relacionadas, como águas de lavagem de máquinas

e óleos usados nos motores, entre outros. Deste modo, considera-se que a significância e

magnitude dos impactes podem aumentar se não forem tomadas as devidas medidas e

cumpridas boas práticas ambientais.

USO ACTUAL DO SOLO

No que diz respeito a este descritor, os impactes cumulativos prendem-se com a previsão,

existência e funcionamento de projectos semelhantes na região. Consideram-se cumulativos

os impactes relativos à substituição do uso actual do solo, em particular de áreas silvo-

pastoris, por outros tipos de ocupação; a impermeabilização do solo; a afectação de zonas

de montado bem conservado; e a criação de novos usos (por exemplo, campos de golfe);

entre outros.

A implantação de novos projectos de âmbito turístico na região implicará necessariamente

uma alteração ou uma reformulação das actividades económicas locais, sendo previsível uma

crescente adopção do modelo centrado nos serviços turísticos, em detrimento das práticas

agrícolas e silvo-pastoris, cuja tendência se adivinha de abandono crescente. No que

concerne aos montados de sobro e azinho, tratando-se de formações agro-florestais

protegidas por lei (Decreto-Lei n.º 169/2001 de 25 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº

155/2004, de 30 de Junho), considera-se que a sua afectação constitui um impacte negativo

e significativo.

Por outro lado, esta reconversão de unidades agrícolas e silvo-pastoris em unidades

turísticas possibilita a abertura de novas vertentes económicas, potencialmente geradoras de

valor em muito maior grau que a actividade agrícola actual.

BIOLOGIA

No projecto em análise não se prevêem impactes cumulativos significativos, nos descritores

de fauna, flora e vegetação, entendidos como impactes cujas consequências não são

meramente aditivas, mas em que, pelo contrário, os impactes de vários projectos têm um

efeito sinergístico, que os torna, em conjunto, superiores à soma dos impactes parciais. Esta

conclusão baseia-se no facto de, de acordo com a avaliação efectuada nos capítulos

anteriores, não se prever que o projecto contribua significativamente para o aumento da

probabilidade de extinção de alguma espécie, ou para o desaparecimento de algum tipo de

vegetação raro ou ameaçado em território nacional.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Assim, os impactes avaliados devem, simplesmente, somar-se aos impactes de outros

projectos. Por exemplo, a perda de áreas de elevado valor deve somar-se à perda do mesmo

habitat decorrente de outros projectos.

RUÍDO

Ao nível do ruído importa perceber qual o incremento de tráfego que será provocado pelas

intervenções inerentes ao projecto e em que medida é que o projecto em estudo,

cumulativamente com estes, causará impactes no ambiente sonoro vivido actualmente na

área em questão.

Da análise de impactes realizada no capítulo respectivo foram apresentados os resultados de

níveis de ruído tendo em conta o tráfego provocado pelo funcionamento do empreendimento

da herdade da Alápega em conjunto com o que já existe actualmente.

Desta análise concluiu-se que os níveis de ruído previstos estão, por um lado abaixo dos

valores limite impostos pela legislação e por outro que, sendo o empreendimento um

receptor sensível, este não seria afectado negativamente pelo tráfego previsto.

Agora, e para uma análise de impactes cumulativos com outros empreendimentos previstos

e com a povoação de Santa Susana necessitamos primeiro de averiguar se os acessos à

Herdade da Alápega coincidem com os dos restantes empreendimentos. Sendo assim,

analisaram-se os casos um a um como se descreve:

1. Empreendimento de Vale dos Reis – cerca de 4.720 camas estimadas:

O acesso a este empreendimento será realizado a partir da A2 não existindo influência

relevante (apenas na própria A2 se verificará um aumento residual dos utilizadores de

ambos os empreendimentos) com a EN253 que dá acesso à Alápega.

Sendo assim, no que diz respeito ao ruído provocado pelo aumento de tráfego, este

empreendimento não tem qualquer impacte cumulativo.

2. Empreendimento do Laranjal – cerca de 3.099 camas estimadas

A localização deste empreendimento encontra-se prevista para uma zona a Oeste da A2,

sendo o acesso efectuado por esta via e pelo IC1. Sendo assim, pelas razões expostas para o

empreendimento de Vale dos Reis não se considera significativo o impacte cumulativo

provocado por este empreendimento em conjunto com o previsto para a Herdade da

Alápega.

3. Residencial de Santa Susana – 8 camas em exploração

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

A residencial de Santa Susana está actualmente em exploração e possui 8 camas

disponíveis.

De facto, o tráfego que terá como destino a Herdade da Alápega circulará principalmente

pela EN253 passando por Santa Susana e consequentemente acumulará com o já existente

(que serve quer a localidade quer a residencial).

Do estudo de acessibilidades realizado, verifica-se que:

os fluxos actuais da área em estudo são residuais e restringem-se, praticamente, ao

tráfego na EN253;

o movimento de pesados é muito baixo;

não se prevêem taxas de crescimento elevadas para os fluxos contabilizados na rede

viária analisada e no período considerado (ver figuras abaixo);

o movimento mais penalizado, correspondente à viragem à esquerda desde os

acessos à Herdade, acaba por não o ser de uma forma evidente nestas intersecções

devido aos volumes em causa, que pela sua pouca expressão (mesmo na EN253) não

impõem tempos de espera a estes veículos.

Figura II. 2- Fluxos de Tráfego – ano de 2014 (sem empreendimento) – veículos/hora

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Figura II. 3 - Fluxos de Tráfego – ano de 2014 (com empreendimento) – veículos/hora

Nota: DU – Dia útil, Dom - Domingo

Como se pode observar, (na zona da EN253 mais próxima da Residencial de Santa Susana –

a sul do empreendimento) em termos de veículos por hora, serão acrescentados, na EN253,

cerca de 30 a 40 veículos por hora em dias úteis e cerca de 150 veículos por hora ao

domingo.

Relativamente ao acréscimo em dias úteis, não se considera significativo o impacte causado.

Já no que diz respeito ao domingo, o acréscimo será maior podendo existir um impacte

negativo associado ao aumento de tráfego.

Tal como referido este impacte é o aumento em cerca de 150 veículos por hora do tráfego na

EN253 sendo considerado de reduzida significância face ao limite temporal (apenas no dia de

domingo).

4. Empreendimento com cerca de 200 camas estimadas

O acesso privilegiado a este empreendimento (segundo informações da Câmara Municipal de

Alcácer do Sal) será realizado pela EN253 com origem a norte (através da A6 em Montemor-

o-Novo).

Sendo assim, uma vez que o fluxo principal gerado pela Herdade da Alápega será no sentido

norte-sul (em direcção a Santa Susana), considera-se que este impacte cumulativo não é

significativo.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

5. Empreendimento com cerca de 3.750 camas estimadas

À semelhança do empreendimento referido no ponto anterior, o acesso a este

empreendimento será realizado por norte não existindo, neste caso, qualquer ligação à

povoação de Santa Susana (excepto pelo cruzamento junto a São Cristóvão (figura abaixo).

Figura II. 4 - Localização do cruzamento que dará acesso a Santa Susana a partir do empreendimento

com 3.750 camas estimadas

6. Empreendimento do Rio Mourinho – cerca de 1.015 camas estimadas

De todos os empreendimentos analisados este é sem dúvida o que mais poderá provocar

impactes cumulativos com o empreendimento da Herdade da Alápega. Isto deve-se ao facto

do empreendimento do Rio Mourinho se localizar na proximidade directa da herdade em

estudo e dos seus acessos serem, à partida, os mesmos.

Não obstante, é de referir que as 1.015 camas do empreendimento do Rio Mourinho serão

divididas entre ambos os lados da barragem verificando-se neste caso, acessos repartidos

quer pela EN253 a Norte (através da A6) quer pela EN253 a Sul (através da A2).

Uma vez que não existe ainda conhecimento de qual a quantidade de camas que se

verificará em ambos os lados da Albufeira, será realizada uma análise tendo em conta a

Empreendimento com cerca

de 3.750 camas estimadas

Cruzamento para acesso

a Santa Susana

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

existência da totalidade na zona oeste de modo a correr o pior cenário possível em termos

de impactes cumulativos com a herdade da Alápega.

Sendo assim, assumindo que existirão 1.015 camas a acrescer na EN253 pode considerar-se

um acréscimo de 12 veículos horários em dias úteis e de 44 veículos horários ao domingo

(valores extrapolados para o número de camas do Rio Mourinho).

Com estes dados calcula-se um acréscimo de veículos em direcção a Santa Susana de cerca

de 52 veículos horários em dias úteis e de 194 veículos horários ao domingo quando

somamos ambos os empreendimentos previstos (Herdade da Alápega e Herdade do Rio

Mourinho).

Tendo em conta que este tráfego atravessará Santa Susana, os impactes far-se-ão também

sentir na Residencial desta localidade já falada no ponto 3 do presente texto.

Sendo assim, considera-se existir neste ponto um impacte cumulativo negativo inerente ao

ruído uma vez que o acréscimo de veículos provocará consequentemente um aumento dos

níveis de ruído em Santa Susana.

Uma vez que o tráfego com destino ao empreendimento do Rio Mourinho provirá

principalmente de Santa Susana e que os veículos abandonarão a EN253 antes de chegarem

ao limite da herdade da Alápega, não se prevê uma alteração significativa ao mapa de ruído

realizado no capítulo da análise de impactes.

No entanto, o principal impacte será no empreendimento do Rio Mourinho que, no caso de

ser efectivamente construído terá de efectuar um estudo cuidadoso de ruído e ter em conta

os impactes cumulativos com a herdade da Alápega.

7. Empreendimento da Boavista e Sampaio – cerca de 3.000 camas estimadas

O acesso a este empreendimento será realizado a partir da A2 e do caminho existente a sul

da Albufeira de Pego do Altar não existindo influência relevante (apenas na própria A2 se

verificará um aumento residual dos utilizadores de ambos os empreendimentos) com a

EN253 que dá acesso à Alápega.

Sendo assim, no que diz respeito ao ruído provocado pelo aumento de tráfego, este

empreendimento não tem qualquer impacte cumulativo.

8. Empreendimento da Barrosinha – cerca de 8.000 camas estimadas

O acesso a este empreendimento será realizado a partir da A2 e da EN5 não existindo

influência relevante (apenas na própria A2 se verificará um aumento residual dos utilizadores

de ambos os empreendimentos) com a EN253 que dá acesso à Alápega.

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Estudo de Impacte Ambiental da Herdade da Alápega

ADITAMENTO - Anexos

Sendo assim, no que diz respeito ao ruído provocado pelo aumento de tráfego, este

empreendimento não tem qualquer impacte cumulativo.

Tendo em conta os pontos considera-se que no que diz respeito ao ruído, os impactes far-se-

ão sentir principalmente ao fim de semana, na povoação de Santa Susana, sendo o

empreendimento do Rio Mourinho, o que poderá induzir e sofrer com impactes sobre o

tráfego e consequentes níveis de ruído nas imediações da EN253.

ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Pese embora o contributo de empreendimentos turísticos desta natureza no desenvolvimento

do cluster turístico apontado nas diferenciadas estratégias e modelos de desenvolvimento, e

no impacte positivo na diversificação da oferta em áreas exteriores à linha de costa, a

verdade é que inerentemente à sua implementação, poderá potenciar-se um efeito de

pressão turístico-urbanístico sobre o território e consequências advindas daí, essencialmente

nas áreas de alto valor paisagístico e em muitos casos ambientalmente sensíveis.

No seguimento, os impactes avaliados para o empreendimento em estudo serão semelhantes

aos impactes gerados pela implementação de outros identificados na sua envolvente, pelo

que cumulativamente se afigurem de maior magnitude e significância.

Neste sentido, tem-se em consideração o constante nas estratégias e modelos de

desenvolvimento de âmbito regional e local. Para o efeito, é de interesse mencionar o PROT

Alentejo está em fase de aprovação e implicará uma adequação do Plano Director Municipal -

PDM - de Alcácer às estratégias por ele definidas.

Nele se estabelece um nível máximo de intensidade turística por sub-região, ponderado

através da relação entre o número de camas turísticas e o número de habitantes residentes.

Assim, para a sub-região do Alentejo Litoral, a Intensidade Turística Máxima é dada pela

relação de 1 cama turística por 1 habitante residente (1:1).

A intensidade turística máxima para o concelho de Alcácer do Sal deverá ser obtida mediante

a ponderação diferenciada da variável população (proporção da população residente

concelhia no total da população da sub-região onde se localiza o concelho), e da variável

área (proporção da área do concelho no total da área da sub-região onde se localiza o

concelho). A variável população é ponderada pelo factor 0,6 e a variável área é ponderada

pelo factor 0,4. Refira-se que a intensidade turística concelhia efectiva é definida em PDM, no

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ADITAMENTO - Anexos

quadro das opções de estratégia de desenvolvimento turístico local, não podendo ultrapassar

o limite máximo estipulado.

Atendendo que a fixação do índice máximo proposto é fundamentada pela necessidade de

garantir a preservação de elevados níveis de sustentabilidade ambiental, cabe ao município

controlar o licenciamento dos empreendimentos turísticos previstos (que ainda se encontrem

numa fase incipiente do processo), com base no pressuposto do uso racional do território

face às pressões turístico-urbanísticas (demasiada concentração espacial) potenciando,

subsequentemente impactes ao nível da descaracterização da paisagem rural do concelho e

na redução da capacidade de carga do território.

COMPONENTE SOCIAL

Segundo informações recolhidas junto da CM de Alcácer do Sal, encontram-se actualmente

previstos para a envolvência directa do projecto em análise, 7 empreendimentos turísticos,

contabilizando, todos juntos, uma capacidade de alojamento correspondente a 23.784

camas.

Considerando a capacidade máxima de alojamento nos vários empreendimentos da Herdade

da Alápega (3.519 camas) acrescida da capacidade de alojamento resultante dos projectos

previstos para o território em análise, registar-se-á um aumento na oferta de alojamento

concelhia na ordem das 27.303 camas, o que corresponde a um acréscimo global de cerca de

14.000% na oferta de alojamento turístico (correspondente ao aumento de 27.110 camas)

comparativamente à situação que se vivia em 2007 (ano em que, segundo dados recolhidos

no INE a capacidade de alojamento do concelho de Alcácer do Sal era de apenas 193

camas).

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ADITAMENTO - Anexos

Figura II 1 - Capacidade de alojamento máxima: 1) em 2007 em Alcácer do Sal; 2) com a construção

dos empreendimentos turísticos associados à Herdade da Alápega; 3) com os empreendimentos

turísticos previstos para o concelho, segundo informações recolhidas junto da CM de Alcácer do Sal.

Deste modo, na componente social, os impactes cumulativos que resultam da operação de

todos os empreendimentos turísticos aprovados ou em apreciação, bem como do projecto

em estudo, são:

- Dinamização da economia concelhia e alargada à sub-região do Alentejo Litoral, a

três níveis: hotelaria, restauração e actividades de produção e comercialização de

bens alimentares e bebidas – impacte directo, positivo, muito significativo.

- Aumento do potencial de exploração de actividades de atracção turística através da

redução do risco de investimento (tendo em conta o aumento do número de

turistas) aumentado as possibilidades de desenvolvimento de actividades de

carácter turístico-cultural (ex. artesanato), e facilitando a reconversão de

actividades menos rentáveis (ex. reconversão da pesca artesanal em pesca

turística) – impacte indirecto, positivo, muito significativo.

- Estima-se que no seu conjunto os empreendimentos aglutinarão um número de

trabalhadores considerável. Ainda assim, será a dinamização das actividades

económicas provocada pelos mesmos que conduzirá a um aumento das taxas de

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ADITAMENTO - Anexos

emprego e redução das taxas de desemprego não só no concelho, mas alargado

mais uma vez ao Alentejo Litoral. Este é um impacte positivo, muito significativo.

- O aumento de postos de emprego na área do Alentejo Litoral torná-la-á mais

atractiva para as populações desempregadas, podendo gerar fluxos migratórios que

conduzirão a um acréscimo da população residente. Esta população incorporará

principalmente uma população activa numa faixa etária intermédia e jovem, com

possibilidade de aumento de fixação de famílias e aumento da taxa de natalidade,

contribuindo para um saldo natural mais positivo e redução das taxas de

envelhecimento da população, quer ao nível das freguesias, quer ao nível concelhio,

gerando um impacte positivo, indirecto e muito significativo.

Concluindo, o projecto em estudo, juntamente com os outros projectos previstos para o

concelho, contribuirá para a consolidação desta região como destino turístico de referência a

nível nacional e internacional, com grandes benefícios indirectos ao nível da economia local

para o concelho de Alcácer do Sal.

Contudo ressalve-se que, atendendo ao acréscimo tão acentuado na oferta turística

concelhia, os impactes positivos estimados só ocorrerão se esta evolução for devidamente

acompanhada pelas entidades distritais e municipais responsáveis. Caso contrário do grande

aumento previsto de população presente no concelho poderá resultar a sobrecarga de

estruturas, serviços e equipamentos municipais actualmente existentes, com impactes

negativos, permanentes, indirectos e muito significativos

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ADITAMENTO - Anexos

Página deixada propositadamente em branco

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ADITAMENTO - Anexos

ANEXO III

PEDIDO DE INFORMAÇÃO PRÉVIA -RELATÓRIO

AMBIENTAL (ANÁLISE HIDROGEOLÓGICA)

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ADITAMENTO - Anexos

Página deixada propositadamente em branco

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ADITAMENTO - Anexos

ANEXO IV

PEÇAS DESENHADAS

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ADITAMENTO - Anexos

.

Página deixada propositadamente em branco

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ADITAMENTO - Anexos

INDICE

EIA-AD-00.DPJ.01 – PLANTA DE ENQUADRAMENTO

EIA-AD.00DPJ.02 – PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

EIA-AD.00DPJ.03 – ELEMENTOS DE PROJECTO E ESTRUTURA ECOLÓGICA

EIA-AD.00.PGT.01 – SINTESE DE PRINCIPAIS CONDICIONANTES

EIA-AD.00.UAS.01 – USO ACTUAL DO SOLO

EIA-AD.00.DPJ.04 – ENQUADRAMENTO DO CAMPO DE GOLFE

EIA-AD.00PGT.02 – CAMPO DE GOLFE E PRINCIPAIS CONDICIONANTES


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