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HISTÓRICO DA CONDUTA
Sumário Executivo do Histórico da Conduta
A empresa e as pessoas físicas funcionários (ou ex-funcionários) da empresa, conjuntamente denominados
“Signatários” do Acordo de Leniência 09/2016, trouxeram ao conhecimento da Superintendência-Geral do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (“SG/CADE”) a prática de condutas anticompetitivas em
obras públicas de serviços de engenharia e construção para urbanização do Complexo do Alemão, do
Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro/RJ (“PAC – Favelas”) -
Concorrência Nacional nº 002/2007/SEOBRAS/MCIDADES/CAIXA, conduzida pela Secretaria de
Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), conforme os artigos 86 e 87 da Lei nº 12.529/2011 e o Regimento Interno do CADE
(Resolução nº 1, com alterações das Resoluções nº 05/2013, 07/2014, 08/2014 e 15/2016). As condutas
anticompetitivas são descritas de maneira detalhada no Histórico da Conduta, elaborado pela SG/CADE
com base nos documentos e informações apresentados pelos Signatários, que faz parte do Acordo de
Leniência celebrado com a SG/CADE e com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (“MPF/RJ”).
As principais empresas no mercado de serviços de engenharia e construção, participantes da conduta, são
(i) Andrade Gutierrez Engenharia S.A. (“Andrade Gutierrez”); (ii) Construções e Comércio Camargo
Corrêa S.A. (“Camargo Corrêa”); (iii) EIT – Empresa Industrial e Técnica S.A. (“EIT”); (iv) Camter
Construções e Empreendimentos S.A.; (“Camter”); (v) Construtora Norberto Odebrecht S.A.
(“Odebrecht”); (vi) Delta Construções S.A. (“Delta”); (vii) Construtora OAS S.A. (“OAS”); (viii)
Construtora Queiroz Galvão S.A. (“Queiroz Galvão”); (ix) Carioca Christiani Nielsen Engenharia S.A.
(“Carioca”); e (x) Caenge S.A. – Construção, Administração e Engenharia (“Caenge”). A Camargo Corrêa,
especificamente, participou dos contatos iniciais e do grupo de trabalho do conluio, mas não da
implementação da conduta anticompetitiva.
As violações à ordem econômica consistiram em acordos de (i) fixação de preços das propostas,
condições e vantagens em licitação pública; e (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da
formação de consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação.
Essas condutas foram viabilizadas, principalmente, por meio de reuniões presenciais, troca de mensagens
eletrônicas (e-mails) e contatos telefônicos entre os representantes das empresas envolvidas no conluio. Os
contatos entre concorrentes se iniciaram, possivelmente, no primeiro semestre de 2007, tendo durado, pelo
menos, até o início de 2008, em três fases: (i) Fase 1: Início dos Contatos Anticompetitivos (maio de 2007);
Fase 2: Instalação do Grupo de Trabalho do Conluio (maio de 2007 a janeiro de 2008); e Fase 3:
Implementação do Acordo Anticompetitivo (janeiro de 2008 a fevereiro de 2008). O cliente afetado pela
conduta foi o Governo do Estado do Rio de Janeiro.
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Este Histórico da Conduta está estruturado da seguinte maneira:
Seção I apresenta uma descrição sumária da conduta relatada;
Seção II identifica os Signatários da conduta relatada;
Seção III identifica os participantes da conduta relatada;
Seção IV identifica concorrentes e clientes no mercado afetado;
Seção V delineia a duração da conduta relatada;
Seção VI fornece uma descrição detalhada da conduta relatada;
Seção VII faz considerações sobre o mercado afetado;
Seção VIII remete ao Apêndice de Prova Documental da conduta relatada;
Seção IX remete ao Apêndice de Termos e Siglas usados neste Histórico da Conduta; e
Seção X apresenta a conclusão.
1. Em __.__.2016, o Sr. EDUARDO CAMINATI ANDERS, brasileiro, advogado, inscrito
na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP sob o n° 174.402, e o Sr. LUIZ FERNANDO
SANTOS LIPPI COIMBRA, brasileiro, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil
– OAB/SP sob o nº 261.378, representantes legais da ANDRADE GUTIERREZ
ENGENHARIA S.A. (“Signatária”) e das pessoas físicas funcionários (e ex-funcionários) da
empresa, conjuntamente denominados “Signatários” do Acordo de Leniência 09/2016, vêm
perante a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(“SG/CADE”) confessar a participação em práticas anticompetitivas em obras públicas de
serviços de engenharia e construção para urbanização do Complexo do Alemão, do
Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro/RJ (“PAC –
Favelas”). Apresenta-se, na Figura 01 abaixo, a localização geográfica das
comunidades/complexos supracitados.
FIGURA 01. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DAS COMUNIDADES/COMPLEXOS
Fonte: http://www.emop.rj.gov.br/wp-content/uploads/2014/06/Apresentacao-Censo.pdf
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I. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA CONDUTA
1. Este Histórico da Conduta consiste em documento elaborado pela Superintendência-
Geral do CADE (“SG/CADE”) com base nos documentos e informações apresentados pelos
Signatários. As violações à ordem econômica relatadas pelos Signatários consistiram em acordos
de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação pública; e (ii)
divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e apresentação de
propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis, a fim de
frustrar o caráter competitivo da licitação.
2. O relato dos Signatários aponta no sentido de que o acordo anticompetitivo referente à
Concorrência Nacional nº 002/2007/SEOBRAS/MCIDADES/CAIXA (“Concorrência Nacional
nº 002/2007”) para obras públicas de serviços de engenharia e construção do PAC – Favelas
ocorreu em três fases principais:
(i) Fase 1: Início dos Contatos Anticompetitivos (maio de 2007);
(ii) Fase 2: Instalação do Grupo de Trabalho do Conluio (maio de 2007 a janeiro
de 2008); e
(iii) Fase 3: Implementação do Acordo Anticompetitivo (janeiro de 2008 a
fevereiro de 2008).
FASE 1
Início dos Contatos
Anticompetitivos
(maio de 2007)
FASE 2
Instalação do Grupo de
Trabalho do Conluio
(maio de 2007 a janeiro de
2008)
FASE 3
Implementação do Acordo
Anticompetitivo
(janeiro de 2008 a fevereiro
de 2008)
3. A “Fase 1: Início dos Contatos Anticompetitivos (maio de 2007)” teve início com a
realização de reunião entre AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) e Wilson
Carlos Cordeiro da Silva Carvalho (Secretário Estadual do Governo do Estado do Rio de Janeiro),
convocada por este último. Esta reunião foi realizada no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro,
tendo ocorrido entre 7 e 10 de maio de 20071. Nesta reunião, os Signatários relatam que Wilson
Carlos Cordeiro da Silva Carvalho informou a AQ que seriam licitadas obras de urbanização nas
favelas do Alemão, Manguinhos e Rocinha, bem como que a Andrade Gutierrez deveria liderar o
lote referente à favela de Manguinhos. Na referida reunião, Wilson Carlos Cordeiro da Silva
Carvalho solicitou a AQ que, de modo subsequente, procurasse agendar reunião com Ícaro
Moreno Júnior (Presidente da EMOP), na sede da Empresa de Obras Públicas – EMOP. Este
1 Segundo os Signatários, não foi possível encontrar a agenda pública de 2007 do referido Secretário
Estadual. Os Signatários informam que não existe agenda pública dessa data que permita precisar
exatamente o dia desta reunião.
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representante da EMOP informaria à Andrade Gutierrez (i) quais seriam as empresas que
dividiriam entre si o mercado de obras do Alemão, Manguinhos e Rocinha, (ii) como tais
empresas deveriam proceder para implementar a divisão de mercado, e (iii) como tais empresas
auxiliariam o Governo do Estado do Rio de Janeiro a elaborar o Projeto Básico da licitação e
obter recursos do PAC para custear a referida licitação.
4. A “Fase 2: Instalação do Grupo de Trabalho do Conluio (maio de 2007 a janeiro de
2008)”, por sua vez, teve início com a montagem de um grupo de trabalho permanente, composto
por técnicos de todas as empresas participantes do conluio, a partir de meados de,
aproximadamente, maio de 2007. Segundo os Signatários, este grupo de trabalho se instalou no
escritório da Carioca, a fim de estudar os lotes e auxiliar na elaboração do Projeto Básico, bem
como modificar o Edital de Licitação2 (Documento 18). O objetivo era que (i) todos os requisitos
técnicos necessários à obtenção de recursos do PAC pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro
fossem atendidos e que (ii) as exigências técnicas do edital fossem capazes de limitar a
participação de outras empresas não participantes do conluio na licitação.
5. Por fim, a “Fase 3: Implementação do Acordo Anticompetitivo (janeiro de 2008 a
fevereiro de 2008)” teve início com a efetiva participação dos consórcios na Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro
(“SEOBRAS”), oferecendo propostas vencedoras e de cobertura, suprimindo propostas,
interpondo recursos e, finalmente, assinando os contratos para realização das obras licitadas.
6. Desse modo, tem-se a seguinte configuração da conduta anticompetitiva pelas empresas:
TABELA 1. PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS NAS FASES DA CONDUTA
FASE 1 FASE 2 FASE 3
Lote 1 Lote 2 Lote 3
2 Segundo os Signatários, não foi possível localizar os anexos do Edital de Licitação.
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Comunidade da
Rocinha
Complexo de
Manguinhos
Complexo do
Alemão
Andrade
Gutierrez
Sim
Sim
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Camargo
Corrêa
Não Sim Não Não Não
EIT Não Sim
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Camter Não Sim Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Odebrecht Sim Sim Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
Delta Sim Sim Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
OAS Sim Sim Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Vencedor)
Queiroz
Galvão
Sim Sim Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Carioca Sim Sim Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Caenge Não Sim Sim
(Vencedor)
Sim
(Proposta de
cobertura)
Sim
(Proposta de
cobertura)
II. SIGNATÁRIOS DO ACORDO DE LENIÊNCIA
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7. Os Signatários estão identificados em documento anexo (§ 8 a 18).
III. PARTICIPANTES DA CONDUTA
III.1 PESSOAS JURÍDICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA (NÃO SIGNATÁRIOS)
19. As seguintes pessoas jurídicas participaram das práticas concertadas mencionadas neste
Histórico da Conduta.
TABELA 4. DADOS DAS EMPRESAS PARTICIPANTES DA CONDUTA (NÃO SIGNATÁRIOS)
EMPRESA CNPJ
ENDEREÇO
(SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
WEBSITE/
TEL/FAX
REPRESENTA
NTE LEGAL
Caenge S.A.
Construção
Administração e
Engenharia
(“Caenge”)
00.5784.430/001
-64
SIA/SUL Q. 02 - Nº
1830 - Brasília - DF
CEP: 71200-030
3410-0074 / 3410-0060 Mauro Gilberto
Franco Marques
Construções e
Comércio
Camargo Corrêa
S.A.
(“Camargo
Corrêa”)
61.522.512/0001
-62
Av. Brigadeiro Faria
Lima 1663, 6º andar,
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
www.construtoracamar
gocorrea.com.br
(11) 2787-4565
(11) 3848-7875
(11) 3541-5511
Arthur Aparecido
Valério Coutinho
Flávio Rimoli
Carlos Roberto
Ogeda Rodrigues
Camter
Construções e
Empreendimentos
S.A.
(“Camter”)
05.500.018/0005
-08
R. Sao Pedro Da
Aldeia, 1200, Olhos
D'Agua, Belo
Horizonte, MG, CEP
30390-000, Brasil
(31) 2122-7845 Rodrigo
Vasconcellos
Carioca Christiani
Nielsen
Engenharia S.A.
(“Carioca”)
40.450.769/0097
-78
Rua do Parque, 31,
São Cristóvão
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20.940-050
www.cariocaengenharia
.com.br/
(21) 3891-2200
(21) 3891-2221 (Fax)
Silvio Cortes de
Lacerda Ribeiro
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
(“Odebrecht”)
15.102.288/0001
-82
Praia de Botafogo,
300, 11º andar,
Botafogo
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 22.250-040
www.odebrecht.com.br
(21) 2559-3000
(11) 3096-8000
Newton Sérgio de
Souza
Construtora OAS
S.A.
(“OAS”)
14.310.577/0001
-04
Av. Angélica, 2330,
2346/2364, 7º andar
Consolação
São Paulo – SP
CEP: 01228-200
www.oas.com.br
(11)2124-1122
(11) 2124-12 17
César Mata Pires
Construtora
Queiroz Galvão
S.A.
(“Queiroz
Galvão”)
33.412.792/0001
-60
Avenida Presidente
Antônio Carlos, 51,
3º, 5°, 6° e 7° andares,
Centro
Rio de Janeiro/RJ
www.qgog.com.br
(21) 2131-7229
Petrônio Braz
Júnior
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CEP: 20.020-010
Rua Santa Luzia 651,
2º a 6º andares,
Centro
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20.030-041
Delta Construções
S.A.
(“Delta”)
10.788.628/0001
-57
Alameda Joaquim
Eugênio de Lima,
1619, sobreloja
Jardim Paulista São
Paulo/SP CEP:
01.403-003
Avenida Rio
Branco,156, Grupo
3117, Centro. Rio de
Janeiro – RJ.
CEP: 20040-003.
http://www.deltaenge.c
om.br/
(11) 4112-7550
(21) 3974-2600C
Lígia Maria
Soares Silva
EIT Engenharia
S.A.
(“EIT”)
13.300.818/0001
-71
Rua Tenente Negrão,
140 - Conj 81 - 8°
andar – Itaim Bibi
CEP: 04530-030
www.eitengenharia.com
.br/
m.br
(11) 3238-9900
Sérgio Aguiar
Montezuma de
Carvalho
Caenge
20. De acordo com os Signatários, a Caenge praticou condutas anticompetitivas consistentes
em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação
pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente
sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007,
conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
21. A Caenge participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, sendo que, nas
licitações, atuou sempre como membro do Consórcio Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/Carioca). Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, foi vencedor; no
“Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 –
Complexo do Alemão”, apresentou proposta de cobertura. Os Signatários não sabem informar o
nome do indivíduo que participou da conduta pela Caenge, uma vez que essa empresa estava
alocada a outro consórcio. A participação da Caenge está evidenciada, por exemplo, nos
Documentos 29, 30, 31, 32, 33 e 34 e nos parágrafos 20, 21, 27, 33, 39, 78, 80, 81, 91, 125, 133,
145, 157, 159, 161, 166 e 170 deste Histórico da Conduta.
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Camargo Corrêa
22. De acordo com os Signatários, a Camargo Corrêa praticou condutas anticompetitivas
consistentes em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em
licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da intenção de
formação de consórcios; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis, a fim de
frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007, conduzida pela
Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
23. A Camargo Corrêa participou da conduta anticompetitiva na Fase 2, sendo que, na
licitação, atuou inicialmente como parte do Consórcio Manguinhos (Andrade
Gutierrez/Camter/EIT), mas, na Fase 3, optou por não participar da Concorrência. Sua
participação na conduta foi implementada por seu funcionário (atualmente funcionário e/ou ex-
funcionário) José Gilmar Francisco de Santana (Gerente Comercial da Camargo Corrêa), e está
evidenciada, por exemplo, nos Documentos 10, 17 e 27 e nos parágrafos 22, 23, 41, 42, 74, 78,
80, 81, 107, 109, 125, 133, 134, 146 e 165 deste Histórico da Conduta.
Camter
24. De acordo com os Signatários, a Camter praticou condutas anticompetitivas consistentes
em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação
pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente
sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007,
conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
25. A Camter participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, sendo que, nas licitações,
atuou sempre como membro do Consórcio Manguinhos (Andrade Gutierrez/Camter/EIT). Na
licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura; no “Lote 2 –
Complexo de Manguinhos”, foi vencedor; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou
proposta de cobertura. Sua participação na conduta foi implementada por seu funcionário
(atualmente funcionário e/ou ex-funcionário) Juarez Miranda Junior (Diretor de Operações da
Camter), e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 17, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34 e
35, e nos parágrafos 23, 24, 25, 37, 42, 43, 78, 80, 81, 91, 95, 107, 110, 125, 133, 134, 145, 146,
147, 150, 157, 160, 165, 167 e 170 deste Histórico da Conduta.
Carioca
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26. De acordo com os Signatários, a Carioca praticou condutas anticompetitivas consistentes
em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação
pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente
sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007,
conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
27. A Carioca participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, sendo que, nas
licitações, atuou sempre como membro do Consórcio Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/Carioca). Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, foi vencedor; no
“Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 –
Complexo do Alemão”, apresentou proposta de cobertura. Sua participação na conduta foi
implementada por seu funcionário (atualmente funcionário e/ou ex-funcionário) Roque Manoel
Meliande (Diretor Comercial da Carioca), e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 6,
10, 29, 30, 31, 32, 33 e 34 e nos parágrafos 4, 21, 26, 27, 33, 39, 46, 50, 55, 59, 74, 75, 77, 78,
80, 81, 88, 89, 91, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 101, 106, 125, 133, 145, 157, 159, 161, 166 e 170 deste
Histórico da Conduta.
Odebrecht
28. De acordo com os Signatários, a Odebrecht praticou condutas anticompetitivas
consistentes em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em
licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro,
financiada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
29. A Odebrecht participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, sendo que, nas
licitações, atuou como membro e líder do Consórcio Rio Melhor (Odebrecht/Delta/OAS). Na
licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura; no “Lote 2 –
Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 – Complexo do
Alemão”, foi vencedor. Sua participação na conduta foi implementada por seus funcionários
(atualmente funcionários e/ou ex-funcionários) Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Vice-
Presidente da Odebrecht), Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht) e
Karine Karaoglan Khoury Ribeiro (Gerente de Engenharia da Odebrecht), e está evidenciada, por
exemplo, nos Documentos 2, 3, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 22, 26, 29, 30, 31, 32, 33 e 34,
e nos parágrafos 28, 29, 31, 35, 47, 48, 49, 51, 53, 72, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82, 83, 86, 87,
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88, 89, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 105, 106, 125, 128, 130, 132, 133, 135, 137,
140, 142, 145, 157, 160, 166, 169 e 171 deste Histórico da Conduta.
OAS
30. De acordo com os Signatários, a OAS praticou condutas anticompetitivas consistentes em
acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação pública;
e (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente
sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007,
conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
31. A OAS participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, sendo que, nas licitações,
atuou sempre como membro do Consórcio Rio Melhor (Odebrecht/Delta/OAS). Na licitação
“Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura; no “Lote 2 – Complexo
de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, foi
vencedor. Sua participação na conduta foi implementada por seu funcionário (atualmente
funcionário e/ou ex-funcionário) Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS), e está
evidenciada, por exemplo, nos Documentos 6, 7, 9, 11, 12, 13 e 14, e nos parágrafos 29, 30, 31,
35, 54, 74, 75, 77, 78, 80, 81, 82, 87, 88, 89, 93, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 106, 111, 125,
128, 131, 133, 143, 145, 157, 160, 166, 169 e 171 deste Histórico da Conduta.
Queiroz Galvão
32. De acordo com os Signatários, a Queiroz Galvão praticou condutas anticompetitivas
consistentes em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em
licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro,
financiada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
33. A Queiroz Galvão participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, sendo que,
nas licitações, atuou sempre como membro e líder do Consórcio Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/Carioca). Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, foi vencedor; no
“Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 –
Complexo do Alemão”, apresentou proposta de cobertura. Sua participação na conduta foi
implementada por seus funcionários (atualmente funcionários e/ou ex-funcionários) Gustavo
Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e Maurício Rizzo (Gerente Comercial), e está
evidenciada, por exemplo, nos Documentos 10, 15, 26, 29, 30, 31, 32, 33 e 34, e nos parágrafos
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21, 27, 32, 33, 39, 56, 58, 72, 74, 75, 77, 78, 80, 81, 88, 89, 93, 96, 97, 101, 106, 125, 133, 140,
145, 157, 159, 161, 166 e 170 deste Histórico da Conduta.
Delta
34. De acordo com os Signatários, a Delta praticou condutas anticompetitivas consistentes
em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação
pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente
sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007,
conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
35. A Delta participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, sendo que, nas
licitações, atuou sempre como membro do Consórcio Rio Melhor (Odebrecht/Delta/OAS). Na
licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura; no “Lote 2 –
Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura; e, no “Lote 3 – Complexo do
Alemão”, foi vencedor. Sua participação na conduta foi implementada por seu funcionário
(atualmente funcionário e/ou ex-funcionário) Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial da Delta),
e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 29, 30, 31, 32, 33 e 34, e nos parágrafos 29,
31, 34, 35, 60, 74, 76, 78, 80, 81, 89, 97, 125, 128, 133, 145, 157, 160, 166, 169 e 171 deste
Histórico da Conduta.
EIT
36. De acordo com os Signatários, a EIT praticou condutas anticompetitivas consistentes em
acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação pública;
(ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e apresentação
de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis, a fim de
frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007, conduzida pela
Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, financiada com recursos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
37. A EIT participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, sendo que, nas licitações,
atuou sempre como membro do Consórcio Manguinhos (Andrade Gutierrez/Camter/EIT). Na
licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura; no “Lote 2 –
Complexo de Manguinhos”, foi vencedor; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou
proposta de cobertura. Sua participação na conduta foi implementada por seu funcionário
(atualmente funcionário e/ou ex-funcionário) Paulo Cesar Almeida Cabral (Diretor Comercial da
EIT), e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 17, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 35, e
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nos parágrafos 23, 25, 36, 37, 42, 62, 78, 80, 81, 91, 95, 107, 110, 125, 133, 134, 145, 146, 147,
150, 157, 160, 165, 167 e 170 deste Histórico da Conduta.
III.2 PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA (NÃO SIGNATÁRIOS)
38. As seguintes pessoas físicas estavam envolvidas nas atividades mencionadas neste
Histórico de Conduta, em nome de suas respectivas empresas.
TABELA 5. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
CAENGE (NÃO SIGNATÁRIO)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR PERÍODO)
E CARGO
ATUAL
PESSOA
JURÍDICA
(COM LOCAL
DE
TRABALHO:
SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº PASSAPORTE/
CPF E-MAIL / ENDEREÇO
Não disponível Não disponível SIA/SUL Q. 02 -
Nº 1830 - Brasília
- DF
CEP: 71200-030
Não disponível Não disponível
39. De acordo com os Signatários, não foi possível identificar os funcionários ou ex-
funcionários da Caenge S.A. Construção Administração e Engenharia, uma vez que, por ser uma
empresa liderada pela Queiroz Galvão no Consórcio Novos Tempos, os Signatários tinham
contatos anticompetitivos limitados, i.e., apenas com os representantes da Queiroz Galvão e da
Carioca. A atuação da pessoa física representante da Caenge na conduta consistiu em acordos de
(i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação pública; (ii) divisão
de mercado entre concorrentes, por meio da formação de consórcios e apresentação de
propostas de cobertura; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis, a fim de
frustrar o caráter competitivo da Concorrência Nacional nº 002/2007, conduzida pela
Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
40. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3. Na licitação “Lote 1 –
Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido
no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo
do Alemão”, também apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo
anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada,
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por exemplo, nos Documentos 29, 30, 31, 32, 33 e 34 e nos parágrafos 20, 21, 27, 33, 39, 78, 80,
81, 91, 125, 133, 145, 157, 159, 161, 166 e 170 deste Histórico da Conduta.
TABELA 6. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
CAMARGO CORRÊA (NÃO SIGNATÁRIO)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR
PERÍODO) E
CARGO
ATUAL
PESSOA
JURÍDICA
(COM LOCAL
DE
TRABALHO:
SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL / ENDEREÇO
José
Gilmar
Francisco
de Santana
Gerente
Comercial Camargo
Corrêa
Av. Brigadeiro
Faria Lima 1663,
6º andar,
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
233.469.576-91
Endereço:
Rua Harmonia, 445, Apto. 132,
Sumarezinho, São Paulo – SP
CEP: 5435-000
José Gilmar Francisco de Santana
41. De acordo com os Signatários, José Gilmar Francisco de Santana foi, durante a conduta,
Gerente Comercial da Camargo Corrêa, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa.
Sua atuação na conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições,
vantagens e abstenções de participação em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes, por meio da intenção de formação de consórcios; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
42. Participou da conduta anticompetitiva na Fase 2, notadamente do seguinte modo:
estudando as obras do PAC – Favelas em conjunto com as demais empresas do conluio e, em
especial, do Consórcio Manguinhos (Andrade Gutierrez/Camter/EIT), participando de, pelo
menos, duas reuniões referentes ao conluio do PAC – Favelas e, antes da Sessão de Abertura da
Concorrência Nacional nº 002/2007, informando que não participaria do Consórcio Manguinhos
e nem ofereceria proposta ou viabilizaria a habilitação da Camargo Corrêa como empresa
independente para nenhum dos lotes do PAC – Favelas. Sua participação se deu entre, pelo menos,
setembro de 2007 e início de janeiro de 2008, e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos
17, 27 e nos parágrafos 23, 41, 109, 110, 134 e 146 deste Histórico da Conduta.
TABELA 7. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
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CAMTER (NÃO SIGNATÁRIO)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR PERÍODO)
E CARGO
ATUAL
PESSOA
JURÍDICA (COM
LOCAL DE
TRABALHO:
SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL / ENDEREÇO
Juarez Miranda
Junior
Diretor de
Operações Camter
R. Sao Pedro Da
Aldeia, 1200, Olhos
D'Agua, Belo
Horizonte, MG, CEP
30390-000, Brasil
485.791.066-72 Rua Engenheiro Walter
Kurrle, 51, 1504,
Belvedere, Belo
Horizonte – MG. CEP
030.320-700.
Juarez Miranda Junior
43. De acordo com os Signatários, Juarez Miranda Junior foi, durante a conduta, Diretor de
Operações da Camter, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
44. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura, em linha
com aquilo definido no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”,
participou de, pelo menos, duas reuniões com concorrentes datadas de 04 de setembro de 2007 e
08 de janeiro de 2008, para discutir a constituição do Consórcio Manguinhos e apresentou
proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote
3 – Complexo do Alemão”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no
acordo anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está
evidenciada, por exemplo, nos Documentos 17 e 27 e nos parágrafos 25, 43, 110, 134 e 146 deste
Histórico da Conduta.
TABELA 8. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
CARIOCA (NÃO SIGNATÁRIO)
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NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR PERÍODO)
E CARGO
ATUAL
PESSOA JURÍDICA
(COM LOCAL DE
TRABALHO: SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL /
ENDEREÇO
Roque Manoel
Meliande
Diretor Comercial Carioca
Rua do Parque, 31, São
Cristóvão
Rio de Janeiro/RJ
Cep: 20.940-050
262.185.507-53 Rua Ipanema, 21, apto
301, Barra da Tijuca,
Rio de Janeiro – RJ.
CEP 22631-390.
Roque Manoel Meliande
45. De acordo com os Signatários, Roque Manoel Meliande foi, durante a conduta, Diretor
Comercial, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na conduta
consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens em
licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
46. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando em reunião com o Presidente da EMOP, possivelmente em 11 de maio de 2007, em
que foi informado como auxiliaria a EMOP na elaboração do Projeto Básico e do edital da
licitação; participando em reunião realizada em maio de 2007, em que se definiu que as empresas
do grupo anticompetitivo trabalhariam em conjunto no escritório da Carioca, localizado em São
Cristóvão, para estudar as obras do PAC – Favelas; e, participando em, pelo menos, três reuniões
com concorrentes datadas de 15 de junho de 2007, 03 de junho de 2007 e 31 de julho de 2007;
tudo a fim de viabilizar o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas
participantes se sagrariam vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 –
Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido
no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo
do Alemão”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo
anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e o início de 2008, e está evidenciada,
por exemplo, nos Documentos 4, 6 e 10 e nos parágrafos 27, 45, 75, 89, 96, 98 e 101 deste
Histórico da Conduta.
TABELA 9. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
ODEBRECHT (NÃO SIGNATÁRIOS)
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NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR
PERÍODO) E
CARGO
ATUAL
PESSOA JURÍDICA
(COM LOCAL DE
TRABALHO: SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL /
ENDEREÇO
Benedicto
Barbosa da
Silva Júnior
Vice-Presidente
da Odebrecht Odebrecht
Praia de Botafogo, 300,
11º andar,
Botafogo
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 22250-040
015.225.538-94 Rua General Artigas,
164, apto 201, Leblon,
Rio de Janeiro – RJ.
CEP 22441-140.
Marcos
Vidigal do
Amaral
Diretor de
Contratos Odebrecht
Praia de Botafogo, 300,
11º andar,
Botafogo
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 22250-040
706.387.727-53 Avenida das Américas,
7837, Bl. 1, Apto 1003,
Barra da Tijuca, Rio de
Janeiro – RJ. CEP
22793-081.
Karine
Karaoglan
Khoury
Ribeiro
Gerente de
Engenharia Odebrecht
Praia de Botafogo, 300,
11º andar,
Botafogo
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 22250-040
611.739.755-00 Avenida Santa Luzia,
610, Ed. Savona, Apto.
2401, Horto Florestal,
Salvador, BA
CEP: 40295-050
Benedicto Barbosa da Silva Júnior
47. De acordo com os Signatários, Benedito Júnior foi, durante a conduta, Vice-Presidente
da Odebrecht, sendo, portanto, representante do altíssimo escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
48. Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Vice-Presidente da Odebrecht) participou da conduta
anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo: participando em, pelo menos,
uma reunião com AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) em 12 de dezembro de
2007, a fim de viabilizar o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas
participantes se sagrariam vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 –
Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no
acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo
do Alemão”, apresentou proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo
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anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada,
por exemplo, no Documento 22, e nos parágrafos 29, 47, 48 e 132 deste Histórico da Conduta.
Marcos Vidigal do Amaral
49. De acordo com os Signatários, Marcos Vidigal do Amaral foi, durante a conduta, Diretor
de Contratos da Odebrecht, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação
na conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
50. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando em reunião com o Presidente da EMOP, possivelmente em 11 de maio de 2007, em
que foi informado como auxiliaria a EMOP na elaboração do Projeto Básico e do edital da
licitação; participando em reunião realizada em maio de 2007, em que se definiu que as empresas
do grupo anticompetitivo trabalhariam em conjunto no escritório da Carioca, localizado em São
Cristóvão, para estudar as obras do PAC – Favelas; participando em, pelo menos, doze reuniões
com concorrentes entre junho de 2007 e outubro de 2007; tudo a fim de viabilizar o acordo
anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas participantes se sagrariam vencedoras das
obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta
de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo
de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo
anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou proposta vencedora, em
linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio
de 2007 e o início de 2008, e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 2, 3, 4, 6, 7, 9, 10,
11, 13, 14, 15 e 20, e nos parágrafos 29, 49, 75, 82, 83, 86, 87, 88, 93, 94, 95, 96, 98, 99, 100,
101, 102, 106, 130 e 142 deste Histórico da Conduta.
Karine Karaoglan Khoury Ribeiro
51. De acordo com os Signatários, Karine Karaoglan Khoury Ribeiro foi, durante a conduta,
Gerente de Engenharia da Odebrecht, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa.
Sua atuação na conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições
e vantagens em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da
formação de consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
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52. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
tendo, ao menos, ciência da conduta anticompetitiva em razão de ser destinatária de e-mail datado
de 02 de agosto de 2007 com conteúdo nitidamente anticompetitivo, cujo objetivo era viabilizar
o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas participantes se sagrariam
vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”,
apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; no
“Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo
definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou proposta
vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo. Sua participação se
deu entre, pelo menos, agosto de 2007 e início de 2008, e está evidenciada, por exemplo, no
Documento 12, e nos parágrafos 29, 51 e 103 deste Histórico da Conduta.
53. De acordo com os documentos apresentados pelos Signatários, ainda não foram
localizadas evidências que comprovem conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão
na conduta do seguinte funcionário da empresa: Luiz Cesar Costa (Gerente de Contrato da
Odebrecht).3
TABELA 10. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
OAS (NÃO SIGNATÁRIOS)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR
PERÍODO) E
CARGO
ATUAL
PESSOA JURÍDICA
(COM LOCAL DE
TRABALHO: SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL / ENDEREÇO
Marcelo Duarte
Ribeiro
Gerente
Comercial OAS
Av. Angélica, 2330,
2346/2364, 7º andar
Consolação
São Paulo – SP
CEP: 01228-200
479.321.475-49 Avenida Santa Luzia,
610, Ed. Savona, Apto
2401, Horto Florestal,
Salvador – BA. CEP
40295-050.
Marcelo Duarte Ribeiro
54. De acordo com os Signatários, Marcelo Duarte Ribeiro foi, durante a conduta, Gerente
Comercial da OAS, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
3 Luiz Cesar Costa (Gerente de Contrato da Odebrecht) é destinatário do Documento 12.
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em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
55. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando em reunião com o Presidente da EMOP, possivelmente em 11 de maio de 2007, em
que foi informado como auxiliaria a EMOP na elaboração do Projeto Básico e do edital da
licitação e participando em reunião realizada em maio de 2007, em que se definiu que as empresas
do grupo anticompetitivo trabalhariam em conjunto no escritório da Carioca, localizado em São
Cristóvão, para estudar as obras do PAC – Favelas; enviando e-mail com conteúdo
anticompetitivo ao AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez); participando de, pelo
menos, nove reuniões com concorrentes entre junho de 2007 a novembro de 2007; tudo a fim de
viabilizar o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas participantes se sagrariam
vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”,
apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; no
“Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo
definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou proposta
vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo. Sua participação se
deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 4, 6,
7, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 21 e nos parágrafos 31, 54, 75, 88, 93, 96, 98, 99, 100, 102, 103, 106,
111, 131 e 143 deste Histórico da Conduta.
TABELA 111. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
QUEIROZ GALVÃO (NÃO SIGNATÁRIOS)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR
PERÍODO) E
CARGO
ATUAL
PESSOA JURÍDICA
(COM LOCAL DE
TRABALHO: SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL /
ENDEREÇO
Maurício
Rizzo
Gerente
Comercial Queiroz Galvão
Avenida Presidente Antônio
Carlos, 51, 3º, 5°, 6° e 7°
andares, Centro
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20.020-010
Rua Santa Luzia 651, 2º a 6º
andares, Centro
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20030-041
003.750.716-87 Rua João Lira, 109,
Apto 1101, Leblon.
Rio de Janeiro – RJ.
CEP 22430-210.
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Gustavo
Souza
Diretor
Comercial Queiroz Galvão
Avenida Presidente Antônio
Carlos, 51, 3º, 5°, 6° e 7°
andares, Centro
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20.020-010
Rua Santa Luzia 651, 2º a 6º
andares, Centro
Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20030-041
425.299.727-53 Rua Jose Leal da
Silva 355 Casa Barra
da Tijuca. Rio de
Janeiro – RJ. CEP
22640-200.
Maurício Rizzo
56. De acordo com os Signatários, Maurício Rizzo foi, durante a conduta, Gerente Comercial
da Queiroz Galvão, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
57. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando em, pelo menos, duas reuniões com concorrentes entre julho de 2007 e agosto de
2007, a fim de viabilizar o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas
participantes se sagrariam vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 –
Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido
no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo
do Alemão”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no acordo
anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada,
por exemplo, nos Documentos 10 e 15 e nos parágrafos 33, 56, 101 e 106 deste Histórico da
Conduta.
Gustavo Souza
58. De acordo com os Signatários, Gustavo Souza foi, durante a conduta, Diretor Comercial
da Queiroz Galvão, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
PÚBLICO
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59. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando em reunião com o Presidente da EMOP, possivelmente em 11 de maio de 2007, em
que foi informado como auxiliaria a EMOP na elaboração do Projeto Básico e do edital da
licitação; participando em reunião realizada em maio de 2007, em que se definiu que as empresas
do grupo anticompetitivo trabalhariam em conjunto no escritório da Carioca, localizado em São
Cristóvão, para estudar as obras do PAC – Favelas; e participando em, pelo menos, três reuniões
com concorrentes entre junho de 2007 e agosto de 2007; tudo a fim de viabilizar o acordo
anticompetitivo, de modo a garantir que as empresas participantes se sagrariam vencedoras das
obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta
vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 –
Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no
acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo do Alemão”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo. Sua participação se deu entre
maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada, por exemplo, nos Documentos 4, 10 e 15 e
nos parágrafos 33, 58, 75, 88, 93, 96 e 101 deste Histórico da Conduta.
TABELA 12. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
DELTA (NÃO SIGNATÁRIO)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR
PERÍODO) E
CARGO
ATUAL
PESSOA JURÍDICA
(COM LOCAL DE
TRABALHO: SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL /
ENDEREÇO
Paulo Meriade
Duarte
Diretor Comercial Delta
Alameda Joaquim
Eugênio de Lima, 1619,
sobreloja Jardim Paulista
São Paulo/SP
CEP: 01.403-003
Avenida Rio Branco,156,
Grupo 3117, Centro. Rio
de Janeiro – RJ.
CEP: 20040-003.
347.895.707-97 Avenida Sernambetiba,
3600, Bl.6, apto 1304,
Barra da Tijuca. Rio de
Janeiro – RJ.
CEP: 22630-010.
Av. Erasmo Braga, 255,
Sala 703, Centro. Rio de
Janeiro – RJ.
CEP: 20020-000.
Paulo Meriade Duarte
60. De acordo com os Signatários, Paulo Meriade Duarte foi, durante a conduta, Diretor
Comercial da Delta, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação na
conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições e vantagens
em licitação pública; (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
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concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
61. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 1, 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
participando da fixação de preços das propostas, condições e vantagens em licitação pública,
formação de consórcios a fim de viabilizar o acordo anticompetitivo, de modo a garantir que as
empresas participantes se sagrariam vencedoras das obras do PAC – Favelas. Na licitação “Lote
1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido
no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”, apresentou proposta de
cobertura, em linha com aquilo definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 – Complexo
do Alemão”, apresentou proposta vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo
anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está evidenciada,
por exemplo, nos parágrafos 35 e 60 deste Histórico da Conduta.
TABELA 13. DADOS DAS PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES DA CONDUTA
EIT (NÃO SIGNATÁRIO)
NOME
CARGOS
OCUPADOS
(POR PERÍODO)
E CARGO
ATUAL
PESSOA
JURÍDICA (COM
LOCAL DE
TRABALHO:
SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
Nº
PASSAPORTE/
CPF
E-MAIL / ENDEREÇO
Paulo Cesar
Almeida
Cabral
Diretor Comercial EIT
Rua Tenente
Negrão, 140 - Conj
81 - 8° andar – Itaim
Bibi. São Paulo –
SP. CEP: 04530-
030
054.401.493-68 Avenida Epitacio Pessoa,
4446, apto 10001, Bl. 01,
Lagoa. Rio de Janeiro – RJ.
CEP 22471-003.
Paulo Cesar Almeida Cabral
62. De acordo com os Signatários, Paulo Cesar Almeida Cabral foi, durante a conduta,
Diretor Comercial da EIT, sendo, portanto, representante do alto escalão da empresa. Sua atuação
na conduta consistiu em acordos de (i) fixação de preços das propostas, condições, e vantagens
em licitação pública; e (ii) divisão de mercado entre concorrentes, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis, a fim de frustrar o caráter competitivo da Concorrência
Nacional nº 002/2007, conduzida pela Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro.
63. Participou da conduta anticompetitiva nas Fases 2 e 3, notadamente do seguinte modo:
na licitação “Lote 1 – Comunidade da Rocinha”, apresentou proposta de cobertura, em linha
com aquilo definido no acordo anticompetitivo; no “Lote 2 – Complexo de Manguinhos”,
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participou de, pelo menos, duas reuniões com concorrentes datadas de 04 de setembro de 2007 e
08 de janeiro de 2008 para discutir a constituição do Consórcio Manguinhos e apresentou proposta
vencedora, em linha com aquilo que foi definido no acordo anticompetitivo; e, no “Lote 3 –
Complexo do Alemão”, apresentou proposta de cobertura, em linha com aquilo definido no
acordo anticompetitivo. Sua participação se deu entre maio de 2007 e início de 2008, e está
evidenciada, por exemplo, nos Documentos 17, 27 e nos parágrafos 37, 62, 110, 134 e 146deste
Histórico da Conduta.
64. Ainda, é possível verificar a seguinte hierarquia nas tomadas de decisões entre as pessoas
físicas participantes da conduta descrita.
TABELA 14. HIERARQUIA NA TOMADA DE DECISÕES PELAS PESSOAS FÍSICAS
PARTICIPANTES DA CONDUTA
ALTÍSSIMO ESCALÃO ALTO ESCALÃO BAIXO ESCALÃO
ANDRADE GUTIERREZ
JMAF
AQ OFM
CAENGE
--
CAMARGO CORRÊA
José Gilmar Francisco de Santana
CAMTER
Juarez Miranda Junior
CARIOCA
Roque Manoel Meliande
DELTA
Paulo Meriade Duarte
EIT
Paulo Cesar Almeida Cabral
OAS
Marcelo Duarte Ribeiro
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior Marcos Vidigal do Amaral
QUEIROZ GALVÃO
Maurício Rizzo
Gustavo Souza
IV. IDENTIFICAÇÃO DE CONCORRENTES E CLIENTES NO MERCADO AFETADO
IV.1. CONCORRENTES
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65. Além da Signatária e das demais empresas supracitadas que participaram das condutas
anticompetitivas relatadas neste Histórico da Conduta, há outros concorrentes no mercado de
serviços de engenharia e construção, que também atuam em licitações públicas, e que não
participaram do conluio.
TABELA 15. IDENTIFICAÇÃO DE OUTROS CONCORRENTES
EMPRESA CNPJ
ENDEREÇO
(SEDE,
ESCRITÓRIO,
FÁBRICAS)
WEBSITE/TEL/
FAX
REPRESENTANTE
LEGAL
Construcap CCPS
– Engenharia e
Comércio S.A. 61.584.223/0001
-38
Avenida das Nações
Unidas, 8501, 32º
Andar, Edifício
Eldorado Business
Tower – Pinheiros,
São Paulo/SP
CEP: 05425-070
http://www.constr
ucap.com.br/pt/ho
me
Tel: (11) 3017-
8000
Roberto Capobianco
Convap
Engenharia e
Construção S.A. 17.250.986/0001
-50
Rodovia MG – 10,
Km 24,3, Angicos,
Vespasiano/MG
CEP: 33200–000
http://convap.com.
br/
Tel: (31) 3116-
1666
Marcus de Castilho
Souza
Arvek Técnica e
Construção Ltda.
47.218.979/0001
-32
Rua Cardeal
Arcoverde, 1749, 5º
andar Cj 56 – São
Paulo / SP
CEP: 03543-100
http://www.arvek.
com.br/
Tel: (11) 3816-
0026
Fax: (11) 3032-
9432
Edwin Rodriguez
Flores
Sanerio Engenharia
Ltda.
01.0640.430/001
-01
Shopping Via
Parque - Avenida
Ayrton Senna, 3000
- Bloco 1 - Salas 103
à 107 - Barra da
Tijuca, Rio de
Janeiro / RJ
CEP: 22775-904
http://sanerio.com/
site/home_por.asp
Tel: (21) 3528-
2727
Luis Carlos Bastos
Matos
IV.2. CLIENTES
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66. Os Signatários informam que as obras públicas de serviços de engenharia e construção
para urbanização no Complexo do Alemão, no Complexo de Manguinhos e na Comunidade da
Rocinha no Rio de Janeiro/RJ foram licitadas em sede da Concorrência Nacional nº
002/2007/SEOBRAS/MCIDADES/CAIXA (“Concorrência Nacional n° 002/2007”), pelo
Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pela SEOBRAS e pela Empresa de Obras
Públicas do Estado do Rio de Janeiro (“EMOP”). Esta licitação contou com financiamento de
recursos federais4 do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo sido dividida em
três lotes, um para cada comunidade.
67. O seguinte cliente pode ter sido afetado pela conduta anticompetitiva relatada neste
Histórico da Conduta:
TABELA 16. IDENTIFICAÇÃO DE CLIENTES
EMPRESA CNPJ ENDEREÇO WEBSITE/TEL/
FAX
Governo do Estado
do Rio de Janeiro
42.498.600/0001-
71
Palácio Guanabara
- Rua Pinheiro
Machado s/nº
Laranjeiras, Rio de
Janeiro
RJ, Brasil
CEP: 22238-900
www.rj.gov.br/
Tel: (21) 2334-
3773
Fax: (21) 2334-
3559
IV.3. ASSOCIAÇÃO
68. A Associação Brasileira de Engenharia e Montagem Industrial (“ABEMI”) atua no
mercado de serviços de engenharia e construção. De acordo com os Signatários, a ABEMI não
teve qualquer envolvimento e/ou ingerência nas condutas anticompetitivas descritas neste
Histórico da Conduta.
V. DURAÇÃO DA CONDUTA
69. A conduta reportada pelos Signatários teve início em maio de 2007, tendo durado, pelo
menos, até o final de fevereiro de 2008, momento em que o acordo anticompetitivo foi
4 Os Signatários informam que o Ministério das Cidades, do Governo Federal, assinou o Contrato de
Repasse n° 2607.0215753-50/2007 em 18 de janeiro de 2007, e os Contratos de Repasse n°s 2607.0222648-
06/2007, 2607.0222647-93/2007 e 2607.0222646-89/2007 foram assinados em 14 de setembro de 2007.
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implementado e o resultado da Concorrência Nacional n° 002/2007 foi publicado no Diário
Oficial da União (D.O.U.) (Documento 32).
VI. DESCRIÇÃO DETALHADA DA CONDUTA
70. Abaixo segue linha do tempo com principais fatos da Concorrência Nacional nº
002/2007, que serão cotejados com os ajustes anticompetitivos:
VI.2.1. Fase 1: Início dos Contatos Anticompetitivos (maio de 2007)
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71. Os Signatários relatam que, antes do início dos contatos anticompetitivos, em 2006, com
vistas a promover melhorias sociais na cidade do Rio de Janeiro, investindo em segurança pública
e na recuperação de territórios dominados por grupos criminosos, passou-se a discutir a
implantação, em comunidades carentes, de Unidades de Polícia Pacificadora (“UPPs”). Para
tanto, declaram os Signatários que o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de
Segurança Pública (“Seseg”) concluíram que haveria a necessidade de aprimorar, nessas
localidades, serviços públicos, tais como saneamento e infraestrutura. Nesse sentido, discutia-se
a respeito da realização das obras de urbanização em comunidades no Rio de Janeiro.
72. Os Signatários relatam que, provavelmente na semana entre 7 e 10 de maio de 2007, ou
seja, meses antes do lançamento do Edital de licitação da Concorrência Nacional nº
002/2007, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho (Secretário Estadual do Governo do Estado
do Rio de Janeiro) entrou em contato telefônico com AQ (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez), solicitando sua presença para uma reunião no Palácio da Guanabara. Na referida
reunião, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho informou a AQ que três lotes relacionados
às obras de urbanização das comunidades no Rio de Janeiro seriam futuramente licitados e
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que caberia (i) à Queiroz Galvão liderar o consórcio que executaria a obra na Comunidade
da Rocinha; (ii) à Andrade Gutierrez liderar o consórcio que executaria a obra no Complexo
de Manguinhos; e (iii) à Odebrecht liderar o consórcio que executaria a obra no Complexo
do Alemão.
TABELA 17. LÍDERES DOS FUTUROS CONSÓRCIOS
Lote 1
Comunidade da Rocinha
Lote 2
Complexo de Manguinhos
Lote 3
Complexo do Alemão
Queiroz Galvão Andrade Gutierrez Odebrecht
73. Segundo os Signatários, a escolha dessas empresas pelo Governo do Estado do Rio de
Janeiro se deu em razão dos valores das contribuições por elas realizadas para a campanha do
Governador do Estado do Rio de Janeiro5, o qual havia sido eleito em 2006 e iniciado o seu
governo naquele ano de 2007, no qual teve início a atuação do conluio.
74. Naquela primeira reunião, ocorrida entre 7 e 10 de maio de 2007, Wilson Carlos Cordeiro
da Silva Carvalho (Secretário Estadual do Governo do Estado do Rio de Janeiro) também solicitou
que AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) entrasse em contato com o Presidente
da Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (“EMOP”), Ícaro Moreno Júnior (Presidente da
EMOP), a fim de combinar sua participação em reunião na sede da EMOP. Naquela reunião
também participariam as demais empresas que, por determinação do Governo do Estado do Rio
de Janeiro, também fariam parte do acordo anticompetitivo: (i) Camargo Corrêa; (ii) Carioca; (iii)
Delta; (iv) OAS; (v) Odebrecht; e (vi) Queiroz Galvão.
75. Assim, os Signatários afirmam que, possivelmente em 11 de maio de 2007, na sede da
EMOP, foi realizada a primeira reunião entre a EMOP, representada por Ícaro Moreno Júnior
(Presidente da EMOP), e as seguintes empresas: (i) Andrade Gutierrez; (ii) Carioca; (iii) OAS;
(iv) Odebrecht; e (v) Queiroz Galvão. Naquela reunião, as referidas empresas foram representadas
pelos seguintes indivíduos, respectivamente: AQ (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS), Marcos Vidigal do Amaral
(Diretor de Contratos da Odebrecht), Gustavo Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e,
possivelmente, Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial da Carioca).
76. Os Signatários informam que a Delta mantinha relações muito próximas com o Governo
do Estado do Rio de Janeiro, provável motivo pelo qual a empresa sequer compareceu na reunião
com Ícaro Moreno Júnior (Presidente da EMOP), em que pese já estar definida como participante
do acordo anticompetitivo. Com efeito, apesar de também participar do acordo de divisão de
mercado, os Signatários têm ciência de que a Delta (i) endereçava suas demandas diretamente ao
5 Segundo os Signatários, as empresas tinham realizado prévias contribuições à campanha do então
candidato a Governador do Estado do Rio de Janeiro/RJ, Sérgio Cabral Filho.
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Governo do Estado do Rio de Janeiro e (ii) era liderada pela Odebrecht em seu consórcio, motivos
pelos quais era uma empresa ausente das reuniões entre os membros do grupo.
77. Segundo os Signatários, na primeira reunião com o presidente da EMOP, que ocorreu
possivelmente em 11 de maio de 2007, com os cinco representantes das empresas Andrade
Gutierrez, Carioca, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão, Ícaro Moreno Júnior (Presidente da
EMOP) informou aos funcionários supracitados quais empresas deveriam participar dos lotes
relacionados à futura licitação do PAC – Favelas, bem como de qual forma as empresas deveriam
atuar a fim de auxiliar a EMOP na elaboração do projeto básico, das planilhas orçamentárias e do
próprio edital da licitação.
78. Dessa forma, os Signatários explicam que a divisão dos lotes entre as líderes Andrade
Gutierrez, Queiroz Galvão e Odebrecht, bem como a participação das demais empresas
integrantes de cada grupo (Camargo Corrêa, EIT e Camter, lideradas pela Andrade Gutierrez;
Carioca e Caenge, lideradas pela Queiroz Galvão; e Delta e OAS, lideradas pela Odebrecht) foi
determinada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e voluntariamente aceita pelas empresas,
cerca de uma ou duas semanas após a reunião com o Presidente da EMOP.
79. Os Signatários afirmam que a formação de três consórcios, para se sagrarem vencedores
dos três lotes da licitação a ser lançada, foi determinada da seguinte forma6:
FIGURA 02. CONFIGURAÇÃO DETERMINADA DOS CONSÓRCIOS E SEUS LÍDERES
6 Os Signatários informam que, neste momento, foi informado às sete empresas que elas deveriam compor
o conluio, mas a participação das empresas menores (EIT, Camter e Caenge) apenas se concretizou na Fase
2.
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80. Naquele primeiro momento, portanto, os futuros consórcios que seriam formados para o
projeto eram: (i) Consórcio Novos Tempos, composto por Queiroz Galvão, Caenge e Carioca; (ii)
Consórcio Manguinhos, composto por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Camter e EIT; e (iii)
Consórcio Rio Melhor, composto por Odebrecht, Delta e OAS.
TABELA 18. CONSÓRCIOS PRÉ-DEFINIDOS COMO VENCEDORES PARA OS TRÊS
LOTES Lote 1
Comunidade da Rocinha
Lote 2
Complexo de Manguinhos
Lote 3
Complexo do Alemão
Queiroz Galvão (Líder)
Caenge
Carioca
(“Consórcio Novos Tempos”)
Andrade Gutierrez (Líder)
Camargo Corrêa
Camter
EIT
(“Consórcio Manguinhos”)
Odebrecht (Líder)
OAS
Delta
(“Consórcio Rio Melhor”)
81. Os Signatários esclarecem que as empresas de maior porte – Andrade Gutierrez, Carioca,
Camargo Corrêa7, Delta, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão – detinham maior poder decisório
7 Os Signatários informam que, conforme será abordado abaixo, entre setembro de 2007 e janeiro de 2008,
a Camargo Corrêa mostrou-se insatisfeita com seu percentual no Consórcio Manguinhos. Frente a isso,
unilateralmente, a Camargo Corrêa procurou o Governo do Estado do Rio de Janeiro para informá-lo
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em relação ao acordo anticompetitivo, enquanto que as empresas de menor porte – Caenge,
Camter e EIT – detinham um papel secundário nas decisões referentes ao conluio do PAC –
Favelas e, inclusive, possivelmente não estavam a par das discussões na Fase 1, mas apenas de
sua participação em razão de acordo com o agente político.
82. Os Signatários narram que a notícia da divisão dos lotes foi recebida com
insatisfação por parte da Odebrecht8, que tinha a expectativa de que o Governo do Estado do
Rio de Janeiro lhe entregaria toda a obra do PAC – Favelas, sem o fracionamento em lotes9.
Segundo os Signatários, Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht) reclamou
efusivamente da divisão de lotes, pois a Odebrecht já estaria estudando as obras do PAC – Favelas
há algum tempo com a OAS para fornecer ao Governo do Estado do Rio de Janeiro os elementos
técnicos necessários para angariar recursos de financiamento do PAC – Favelas junto ao
Ministério das Cidades.
83. Os Signatários relatam que, apesar da insatisfação de Marcos Vidigal do Amaral (Diretor
de Contratos da Odebrecht), que chegou a pedir o encerramento da reunião e abandoná-la, Ícaro
Moreno Júnior (Presidente da EMOP) informou que a divisão dos lotes havia sido determinada
pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro daquela forma e, adicionalmente, orientou às empresas
que contatassem Hamilton Casé10 (Arquiteto e Urbanista indicado pela EMOP) para a elaboração
do projeto básico.
dessa insatisfação e, provavelmente por não obter qualquer acomodação pretendida com seu pleito, decidiu
não participar da Concorrência Nacional nº 002/2007. Posteriormente, o Governo do Estado do Rio de
Janeiro comunicou à AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) que o Consórcio Manguinhos
seria formado, então, somente pela Andrade Gutierrez, Camter e EIT. Em reunião de 08 de janeiro de 2008
(Documento 27) definiu-se entre os concorrentes que a Camargo Corrêa não participaria do
Consórcio Manguinhos, tendo ocorrido a distribuição de sua participação neste consórcio entre as demais
empresas do Consórcio Manguinhos. 8 Segundo os Signatários, o representante da Odebrecht, Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos
da Odebrecht) manifestou esse descontentamento na ocasião desejando encerrar a reunião e, inclusive,
abandonando a sala. Entretanto, os demais participantes da reunião permaneceram e não se preocuparam
com o incômodo da Odebrecht com relação ao que o Governo havia decidido. 9 Segundo os Signatários, a Odebrecht esperava ficar com toda a obra porque, segundo Marcos Vidigal do
Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), a Odebrecht já vinha estudando esta obra junto com a OAS
há algum tempo. Os Signatários não têm conhecimento sobre o que havia sido solicitado, prometido ou
combinado entre essas empresas e o Governo do Estado do Rio de Janeiro anteriormente. 10 Os Signatários esclarecem que Hamilton Casé é um arquiteto e urbanista com atuação destacada no Rio
de Janeiro, o qual foi indicado pela EMOP para a elaboração de uma “mancha”, um esboço do projeto das
obras do PAC – Favelas, que serviria para orientar o trabalho de desenvolvimento do Projeto Básico da
futura licitação.
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84. Conforme se verifica da agenda de AQ (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez) reproduzida abaixo, em 14 de maio de 2007, houve uma reunião com Hamilton Casé
(Arquiteto e Urbanista indicado pela EMOP) no escritório desse último, localizado na Rua
Martins Ferreira, 26, no Rio de Janeiro (Documento 1).
FIGURA 03. DOCUMENTO 111 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 14.05.2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
85. Naquela reunião de 14 de maio de 2007, os Signatários destacam que AQ
(Superintendente da Andrade Gutierrez), OFM (Ex-executivo da Andrade Gutierrez) e Hamilton
Casé (Arquiteto e Urbanista indicado pela EMOP) discutiram a elaboração do Projeto Básico do
PAC – Favelas, cuja característica deveria contemplar os requisitos técnicos necessários para: (i)
obtenção de recursos do PAC e (ii) excluir da licitação as empresas que não participassem do
grupo.
11 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários
informam, também, que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento, participação
ativa e/ou poder de decisão na conduta do Fernando Carlos de Carvalho Araujo (Superintendente de
Engenharia/Operações da Andrade Gutierrez).
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86. Os Signatários relatam que, em maio de 2007, na semana da reunião de AQ
(Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) com Hamilton Casé (Arquiteto e Urbanista
indicado pela EMOP), a Odebrecht teria se conformado com a divisão dos lotes imposta pelo
Governo do Estado do Rio de Janeiro, fato que chegou ao conhecimento de AQ por meio de
telefonema recebido de Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht). Os
Signatários não sabem informar quais motivos levaram a Odebrecht a aceitar a determinação do
Governo do Estado do Rio de Janeiro.
87. Os Signatários afirmam também que, após a Odebrecht aceitar a divisão do Governo do
Estado do Rio de Janeiro, Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht)
convidou, por telefone, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) a participar de
uma reunião12 com a Odebrecht e a OAS, realizada em um escritório de obras da Odebrecht,
instalado na Praça Nelson Mandela13, no qual Odebrecht e OAS já mantinham um grupo de
trabalho que vinha estudando as obras do PAC – Favelas.
88. Naquela reunião, realizada em meados de maio de 2007, da qual participaram AQ
(Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial
da OAS), Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), Gustavo Souza
(Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e, possivelmente, Roque Manoel Meliande (Diretor
Comercial da Carioca), os Signatários narram que foi definido que todas as empresas do grupo
passariam a trabalhar em conjunto em um escritório da Carioca, localizado em São
Cristóvão, no Rio de Janeiro, como forma de estudar as obras do PAC – Favelas em
conjunto, o que dificultaria a concorrência de empresas independentes e viabilizaria que as
empresas do grupo concertassem as modificações no edital e suas propostas de preços a fim
de garantir que se sagrariam vencedoras das obras do PAC – Favelas.
89. De acordo com os Signatários, essa fase inicial (Fase 1), portanto, comportava a atuação
direta de seis empresas: (i) Andrade Gutierrez, (ii) Carioca, (iii) Delta, (iv) Queiroz Galvão,
(v) OAS e (vi) Odebrecht, e teve como objetivo, basicamente, estudar o projeto e delinear o
Edital da Licitação, bem como preparar o Projeto Básico para a futura implementação do conluio.
90. Abaixo segue lista com as pessoas físicas participantes da Fase 1, bem como um sumário
com as reuniões realizadas neste período:
12 Segundo os Signatários, não foram localizadas evidências sobre esses contatos. Devido ao lapso temporal,
não foi possível recuperar extratos telefônicos da época. 13 Segundo informam os Signatários, esse escritório não existe mais, pois foi objeto de reurbanização da
Praça, após a obra do Metrô.
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TABELA 19. PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES NA FASE 1 ANDRADE GUTIERREZ
JMAF (Diretor de Contratos)
AQ (Superintendente Comercial)
OFM (Ex-executivo)
CARIOCA
Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial)
DELTA
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial)
OAS
Marcelo Ribeiro Duarte (Gerente Comercial)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Vice-Presidente) e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos)
QUEIROZ GALVÃO
Gustavo Souza (Diretor Comercial) e Maurício Rizzo (Gerente Comercial)
TABELA 20. REUNIÕES ENTRE CONCORRENTES NA FASE 1
Data Locais Pessoas físicas participantes Documento
Probatório
11/05/2007
EMOP – Empresa
Municipal de Obras
Públicas
Ícaro Moreno Júnior (Presidente da
EMOP), AQ (Superintendente Comercial
da Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS),
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht), Gustavo Souza
(Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e,
possivelmente, Roque Manoel Meliande
(Diretor Comercial da Carioca)
N/A
14/05/2007
Escritório de Hamilton
Casé (Arquiteto e
Urbanista indicado pela
EMOP)
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez), OFM (Ex-executivo
da Andrade Gutierrez) e Hamilton Casé
(Arquiteto e Urbanista indicado pela
EMOP)
Documento 1
14-18/05/2007
Escritório de obras da
Odebrecht instalado na
Praça Nelson Mandela
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS),
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht), Gustavo Souza
(Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e,
possivelmente, Roque Manoel Meliande
(Diretor Comercial da Carioca)
N/A
VI.2.2. Fase 2: Instalação do Grupo de Trabalho do Conluio (maio de 2007 a janeiro
de 2008)
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91. Os Signatários explicam que, depois de definido entre as concorrentes que as empresas
do grupo passariam a trabalhar em conjunto no escritório da Carioca (em prédio situado em
São Cristóvão, anteriormente ocupado pela empresa Christiani Nielsen, adquirida pela Carioca),
se instalou ali um grupo, constituído por técnicos de todas as dez empresas participantes do
conluio, inclusive as empresas de menor porte – Caenge, Camter e EIT – para estudar e elaborar
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os documentos da futura licitação do PAC – Favelas14,15. Apesar de haver esse grupo de técnicos
das empresas permanentemente instalado no referido escritório, os Signatários relatam que havia
também reuniões entre representantes do alto escalão naquele mesmo endereço, conforme se
detalhará mais adiante nesta Seção VI.2.2.
92. Segundo afirmam, o objetivo do grupo de trabalho era coordenar a elaboração do
Projeto Básico, do Edital da Licitação e preparar todos os demais documentos da futura
licitação, a fim de direcionar o resultado do certame. Segundo informam os Signatários, a ideia
era elaborar um edital que (i) restringisse a habilitação de concorrentes não participantes do
conluio e, portanto, (ii) favorecesse a habilitação apenas dos consórcios em conluio. Assim,
as empresas participantes do ajuste anticompetitivo elaborariam os documentos para a futura
licitação, ao invés da empresa pública licitante, podendo assim direcionar o edital a fim de
restringir a competitividade do certame.
93. Os Signatários informam que também ocorriam reuniões dos representantes do alto
escalão das empresas – AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Marcos Vidigal
do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da
OAS) e Gustavo Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão) – nos escritórios comerciais da
Andrade Gutierrez e Odebrecht16. Essas reuniões eram facilitadas pelo fato de que Andrade
Gutierrez e Odebrecht tinham escritórios no Rio de Janeiro localizados no mesmo prédio, porém
em andares distintos. Nesses escritórios, situados em Botafogo, e no escritório da Carioca, em
São Cristóvão17, os representantes de alto escalão da Andrade Gutierrez, OAS, Odebrecht e
Queiroz Galvão reuniam-se, segundo afirmam os Signatários, com o objetivo de tomar decisões
estratégicas a respeito do conluio do PAC – Favelas, ou seja, (i) de influenciar a elaboração do
Projeto Básico, o Edital e seus anexos para restringir a competitividade; e (ii) de adequar os
14 Os Signatários informam que o escritório da Carioca se situava na Rua Fonseca Teles, 114, no Bairro de
São Cristóvão no Rio de Janeiro/RJ. 15 Segundo os Signatários, os custos referentes a esse imóvel eram rateados entre as empresas
participantes do conluio, conforme se verifica nos Documentos 5 e 8, “Autorização para Gastos com
Desenvolvimento de Projetos” e “Custos Incorridos até 30/06/2007 e Compromissos Assumidos”. Ali a
Signatária discriminava os custos com aluguel do escritório e equipamentos de informática, viagens e
outros, anotando nesses documentos o valor correspondente a sua parte no rateio. Os Signatários informam,
também, que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento, participação ativa e/ou
poder de decisão na conduta do Dario Rodrigues Leite mencionado no Documento 8. 16 Os Signatários informam que o escritório da Odebrecht se situava na Praia de Botafogo, 300, no Rio de
Janeiro/RJ, mesmo prédio em que se situava, também, o escritório da Andrade Gutierrez. Esclarecem os
Signatários que, dada a proximidade, os contatos entre Andrade Gutierrez e a Odebrecht acabavam sendo
mais frequentes. 17 Os Signatários informam que o escritório da Carioca se situava na Rua Fonseca Teles, 114, no Bairro de
São Cristóvão no Rio de Janeiro/RJ.
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projetos das obras aos recursos financeiros, inclusive os provenientes da União, que o Governo
do Estado do Rio de Janeiro dispunha e havia estipulado.
94. Uma dessas reuniões entre representantes do alto escalão ocorreu em 4 de junho de 2007
no escritório da Carioca, em São Cristóvão, entre AQ (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez) e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), conforme evidencia
o Documento 2, colacionado abaixo. Os Signatários esclarecem que o JMAF (Diretor de
Contratos da Andrade Gutierrez), muito embora tivesse ciência da conduta, só consta como
destinatário desse agendamento para que tivesse ciência da reunião, mas dela não participou
efetivamente com o AQ e o Marcos Vidigal do Amaral.
FIGURA 04. DOCUMENTO 218 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 04/06/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
95. Posteriormente, em outra dessas reuniões realizadas no escritório da Carioca em São
Cristóvão, em 14 de junho de 2007, cujo agendamento é evidenciado pelo extrato de agenda de
18 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta.
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AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) exibido na Figura 05 abaixo, houve um
desentendimento entre AQ e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht),
representantes da Andrade Gutierrez e Odebrecht respectivamente. Os Signatários esclarecem que
o supracitado desentendimento ocorreu porque a Andrade Gutierrez entendia que os técnicos
estariam estudando apenas o Lote do Complexo do Alemão, lote este atribuído à Odebrecht na
divisão do conluio, em detrimento do estudo do Lote do Complexo de Manguinhos, o qual a
Andrade Gutierrez deveria ganhar. Essa controvérsia gerou, em seu ápice, a determinação, por
parte de AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) de que todos os funcionários da
Andrade Gutierrez, EIT e Camter (consorciadas), pegassem seus materiais e fossem embora do
escritório da Carioca em São Cristóvão. Após esse acontecimento, os funcionários da Andrade
Gutierrez, EIT e Camter se instalaram em novo local19 e passaram a concentrar seus estudos no
Lote de Manguinhos.
19 Os Signatários informam que os participantes do Consórcio Manguinhos passaram a estudar a obra, sem
os demais concorrentes, em um escritório de obras da Andrade Gutierrez, próximo da Rua Siqueira Campos
(obras do Metrô do Rio de Janeiro).
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FIGURA 05. DOCUMENTO 320 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 14/06/2007 - AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
96. Os Signatários relatam que, no dia seguinte ao da reunião do desentendimento em São
Cristóvão, 15 de junho de 2007, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez),
possivelmente acompanhado de Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS), Marcos
Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), Gustavo Souza (Diretor Comercial da
Queiroz Galvão) e Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial da Carioca), reuniu-se com Ícaro
Moreno Júnior (Presidente da EMOP) para informá-lo dessa divisão no grupo de estudos.
Conforme se depreende da imagem abaixo, no agendamento de Outlook de AQ consta o
compromisso, além do nome e número de telefone da secretária do referido representante da
EMOP.
20 Os Signatários informam que Carolina Bastos (Secretária executiva da Andrade Gutierrez) não teve
conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários informam, também, que
ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão
na conduta do Fernando Carlos de Carvalho Araujo (Superintendente de Engenharia/Operações da Andrade
Gutierrez) citado no agendamento como “F. Carvalho”.
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FIGURA 06. DOCUMENTO 421 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
15/06/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
97. Em 02 de julho de 2007, ocorreu um evento de lançamento do PAC – Favelas no Canecão,
em que se apresentaram as futuras obras públicas de serviços de engenharia e construção para
urbanização do Complexo do Alemão, Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha22.
Os Signatários relatam que a apresentação em PowerPoint utilizada naquele evento foi elaborada
pelas empresas Andrade Gutierrez, Carioca, Delta, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht e entregue
a Ícaro Moreno Júnior (Presidente da EMOP).
98. No dia seguinte, 03 de julho de 2007, conforme evidenciado pelo Documento 6 ̧
reproduzido na Figura 07 abaixo, os representantes da Andrade Gutierrez, Carioca, OAS e
Odebrecht – AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte Ribeiro
21 Os Signatários informam que Carolina Bastos (Secretária executiva da Andrade Gutierrez) não teve
conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. 22 Segundo relatam os Signatários, essa data do evento informada de 2 de julho de 2007 confirma-se pela
reportagem publicada no seguinte sítio eletrônico:
http://www.reporternews.com.br/noticia/218759/Lula%3A_obras_em_favelas_vai_combater_crime_.
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(Gerente Comercial da OAS), Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht) e,
possivelmente, Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial da Carioca), se reuniram no
escritório alugado pelo grupo anticompetitivo, em São Cristóvão, para definição do orçamento do
Projeto Básico a ser elaborado por Hamilton Casé (Arquiteto e Urbanista indicado pela EMOP).
FIGURA 07. DOCUMENTO 6 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
03.07.2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
99. Os Signatários relatam que, após definição do grupo quanto ao orçamento dos estudos
relacionados ao Projeto Básico, em 04 de julho de 2007, AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) e Marcos Vidigal do
Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht) reuniram-se, no escritório da Andrade Gutierrez,
situado na Praia de Botafogo, 30023, com Hamilton Casé (Arquiteto e Urbanista indicado pela
EMOP), conforme evidenciado pelo Documento 7, para discutir o Projeto Básico.
23 Segundo os Signatários, o endereço do escritório da Andrade Gutierrez se situava na Praia de Botafogo,
300, no Rio de Janeiro, RJ, mesmo prédio em que se situava, também, o escritório da Odebrecht.
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FIGURA 08. DOCUMENTO 7 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
04.07.2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
100. Na semana seguinte, no dia 11 de julho de 2007, conforme se depreende do Documento
9 reproduzido abaixo, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da
Odebrecht), representantes do alto escalão da Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht se reuniram
novamente no escritório da Andrade Gutierrez na Praia de Botafogo, 30024, para discutir assuntos
concernentes às obras do PAC – Favelas.
24 Segundo os Signatários, o endereço do escritório da Andrade Gutierrez se situava na Praia de Botafogo,
300, no Rio de Janeiro, RJ, mesmo prédio em que se situava o escritório da Odebrecht.
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FIGURA 09. DOCUMENTO 925 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 11.07.2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
101. Em 31 de julho de 2007, conforme evidenciado pelo Documento 10, reproduzido na
Figura 10 abaixo, os representantes das empresas Andrade Gutierrez, Carioca, OAS, Odebrecht
e Queiroz Galvão – AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) e OFM (Ex-executivo
da Andrade Gutierrez), Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), Maurício
Rizzo (Gerente Comercial da Queiroz Galvão) ou Gustavo Souza (Diretor Comercial da Queiroz
Galvão) e, possivelmente, Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial da Carioca) – reuniram-
se no escritório alugado pelo grupo anticompetitivo, em São Cristóvão, para alinhar as principais
diretrizes da elaboração do edital de licitação, em especial a atestação das empresas, visando
garantir apenas a habilitação das participantes do conluio.
25 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) e Carolina Bastos (Secretária executiva da Andrade Gutierrez), destinatárias do agendamento do
Outlook, não tinham conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta.
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FIGURA 10. DOCUMENTO 1026 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 31/07/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
102. Dois dias depois, em 02 de agosto de 2007, os representantes de alto escalão das empresas
Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht – AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez),
Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht) – novamente reuniram-se, das 10 às 12:30, no escritório onde estava
instalado o grupo de trabalho, em São Cristóvão, conforme evidenciado pelo Documento 11
ilustrado abaixo.
26 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários
informam, também, que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento, participação
ativa e/ou poder de decisão na conduta do Cauê Oliveira Bastos (Técnico/gerente de contratos da Andrade
Gutierrez).
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FIGURA 11. DOCUMENTO 1127 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 02/08/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
103. No final do mesmo dia, 02 de agosto de 2007, ou seja, aproximadamente três meses
antes do lançamento do Edital da Concorrência Nacional n° 002/2007, Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) enviou para AQ (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez), Karine Karaoglan Khoury Ribeiro (Gerente de Engenharia da Odebrecht) e outros
indivíduos, incluindo Pedro Aleixo (Integrante da Equipe de Hamilton Casé)28, e-mail
denominado “ENC: Instruções Normativas do MCidades” cujos anexos dizem respeito ao PAC –
Favelas (Documento 12).
27 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. 28 Os Signatários esclarecem que Pedro Aleixo fazia parte da equipe de Hamilton Casé (Arquiteto e
Urbanista indicado pela EMOP), que estava encarregada de elaborar o Projeto Básico do PAC – Favelas, a
pedido do conluio, para apresentação à EMOP, conforme instruções recebidas do referido órgão.
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FIGURA 12. DOCUMENTO 1229 - E-MAIL ENTRE CONCORRENTES DATADO DE
02/08/2007
104. Os anexos no referido e-mail contêm três Manuais de Instruções do PAC a respeito de
Intervenções em Favelas, Desenvolvimento de Trabalho Social em Intervenções de Provisão
Habitacional e Desenvolvimento de Trabalho Social em Intervenções de Urbanização de
Assentamentos Precários, respectivamente, bem como duas Instruções Normativas datadas de 14
e de 25 de junho de 2007. Como descrito pelos Signatários, essa troca de e-mail evidencia que o
conluio trabalhava em conjunto com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio
da EMOP, tanto para auxiliar o Governo do Estado nas questões técnicas necessárias à
obtenção de verbas do PAC [no que o grupo contou com o auxílio da expertise de Hamilton
Casé (Arquiteto e Urbanista indicado pela EMOP) e Pedro Aleixo (Integrante da Equipe de
Hamilton Casé) para a elaboração do Projeto Básico aprovado pela EMOP)], quanto para
estabelecer as condições e qualificações técnicas que foram inseridos e exigidos no edital da
Concorrência Nacional n° 002/2007.
105. Além da referida troca de informações entre concorrentes da Andrade Gutierrez e
Odebrecht potencialmente constituir um ilícito concorrencial (especialmente considerando que
essas empresas não faziam parte do mesmo consórcio e, portanto, eram concorrentes na licitação),
a circulação dos referidos manuais do PAC demonstra, também, o objetivo do conluio de
direcionamento do edital e uniformização de suas propostas para os diferentes lotes, de forma a
29 Os Signatários informam que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta dos seguintes indivíduos destinatários do e-mail datado
de 02/08/2007: Cauê Oliveira Bastos (Técnico/gerente de contratos da Andrade Gutierrez), Rafael Di Tullio
(Assistente de engenharia da Andrade Gutierrez) e Luiz Cesar Costa (Gerente de Contrato da Odebrecht).
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garantir que apenas os consórcios das empresas participantes do acordo anticompetitivo
reunissem a atestação necessária e se sagrassem vencedores.
106. Depois desse e-mail de 02 de agosto de 2007, os Signatários relatam que os representantes
do alto escalão das empresas Andrade Gutierrez, Carioca, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht –
AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente
Comercial da OAS), Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht) e Maurício
Rizzo (Gerente Comercial da Queiroz Galvão) – reuniram-se em, pelo menos, outras três
ocasiões para continuar alinhando as principais diretrizes da elaboração do edital de
licitação e obtenção da atestação necessária, visando garantir apenas a habilitação das
empresas do conluio, conforme se evidencia pelos Documentos 13, 14 e 1530, reproduzidos nas
Figuras 13, 14 e 15 abaixo.
30 Conforme descrito pelos Signatários, as reuniões mencionadas nos Documentos 13, 14 e 15 ocorreram
em 06 e 23 de agosto de 2007.
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FIGURA 13. DOCUMENTO 1331 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 06/08/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
31 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta.
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FIGURA 14. DOCUMENTO 14 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
23/08/2007 ÀS 14:00 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
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FIGURA 15. DOCUMENTO 15 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
23/08/2007 ÀS 17:00 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
107. Segundo entendem os Signatários, isso demonstra que, apesar de a Andrade Gutierrez
ter passado a estudar, separadamente, o Lote de Manguinhos com as empresas que
futuramente integrariam o Consórcio Manguinhos (que naquele momento eram a Camargo
Corrêa, Camter e EIT), o acordo anticompetitivo com as demais empresas se manteve durante
todo o período antes do Aviso de Licitação da Concorrência.
108. Conforme se depreende do Documento 16, reproduzido na Figura 16 abaixo, em 28 de
agosto de 2007, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) reuniu-se novamente com
Ícaro Moreno Júnior (Presidente da EMOP) para discutir assuntos concernentes ao direcionamento
do edital pelo conluio.
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FIGURA 16. DOCUMENTO 1632 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 28/08/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
109. De acordo com os Signatários, ao longo da elaboração do edital e dos estudos das obras
do PAC – Favelas, notadamente durante as Fases 1 e 2, havia sido determinada pelo Governo do
Estado do Rio de Janeiro a participação da Camargo Corrêa no Consórcio Manguinhos, liderado
pela Andrade Gutierrez. Conforme os Signatários, a participação da Camargo Corrêa nessas
discussões se deu por meio de seu representante José Gilmar Francisco de Santana (Gerente
Comercial da Camargo Corrêa). O envolvimento da Camargo Corrêa está evidenciado nos
Documentos 17 e 27, conforme detalhado abaixo.
110. Entre setembro de 2007 e janeiro de 2008, os Signatários relatam que os representantes
das empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Camter e EIT – JMAF (Diretor de Contratos
da Andrade Gutierrez), AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), OFM (Ex-
executivo da Andrade Gutierrez), José Gilmar Francisco de Santana (Gerente Comercial da
32 Os Signatários informam que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta do Fernando Carlos de Carvalho Júnior
(Superintendente de Engenharia/Operações da Andrade Gutierrez), destinatário do agendamento do
Outlook.
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Camargo Corrêa), Juarez Miranda Júnior (Diretor de Operações da Camter) e Paulo Cesar
Almeida Cabral (Diretor Comercial da EIT) – reuniram-se em, pelo menos, duas ocasiões para:
(i) alinhar as principais diretrizes da elaboração do edital no que concernia à viabilidade da
participação das quatro empresas no Consórcio Manguinhos, (ii) definir a viabilidade
financeira da participação do consórcio na futura concorrência para o Lote do Complexo
de Manguinhos, e (iii) cotejar as diretrizes do edital com os atestados das empresas
necessários para habilitação do referido consórcio, conforme se evidencia pelos Documentos
17 e 2733 reproduzidos nas Figuras 17 e 18 abaixo.
FIGURA 17. DOCUMENTO 1734 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 04/09/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
33 Conforme descrito pelos Signatários, as reuniões constantes dos Documentos 17 e 27 ocorreram em 04
de setembro de 2007 e 08 de janeiro de 2008, respectivamente. 34 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários
informam, também, que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento, participação
ativa e/ou poder de decisão na conduta do Ângelo Araújo de Freitas (Gerente de obras da Andrade
Gutierrez).
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FIGURA 18. DOCUMENTO 2735 - COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 08/01/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
111. A primeira audiência pública tratou da Comunidade da Rocinha e ocorreu em 06 de
setembro de 2007, ou seja, aproximadamente um mês depois do e-mail de Marcelo Duarte Ribeiro
(Gerente Comercial da OAS) para AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) e
outros indivíduos com anexos relacionados ao PAC – Favelas (Documento 12), o que evidencia
o acesso privilegiado a informações detido pelas empresas participantes do conluio, bem como a
troca dessas informações entre concorrentes.
112. A segunda e a terceira audiências públicas, que se referiram aos Complexos do Alemão
e Manguinhos, foram realizadas em 27 de setembro de 200736, aproximadamente dois meses antes
35 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) e Carolina Bastos (Secretária executiva da Andrade Gutierrez) não tiveram conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários informam que ainda não localizaram
evidências que comprovem conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta dos
seguintes indivíduos, destinatários do agendamento do Outlook: Ângelo Araújo de Freitas (Gerente de
obras da Andrade Gutierrez), Fernando Carlos de Carvalho Júnior (Superintendente de
Engenharia/Operações da Andrade Gutierrez) e Marcelo Caldas Rodrigues (Gerente de orçamento da
Andrade Gutierrez). 36 Os Signatários não souberam informar se há alguma razão para Rocinha ter sido antes/separada, mas eles
acreditam que não houve motivos relevantes para tanto.
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da publicação do Aviso de Licitação da Concorrência Nacional n° 002/2007, que ocorreu em 23
de novembro de 2007, e da disponibilização para aquisição do Edital da mesma Concorrência
Nacional n° 002/2007, que ocorreu em 26 de novembro de 2007.
113. Os Signatários relatam – e os supracitados contatos anticompetitivos corroboram – que,
uma vez acordada a formação dos três consórcios “Consórcio Novos Tempos”, “Consórcio
Manguinhos” e “Consórcio Rio Melhor”, o que ocorreu entre o segundo semestre de 2007 e
janeiro de 2008, as dez empresas envolvidas influenciaram na redação do edital do processo
licitatório, que vinha sendo elaborado desde maio de 2007, bem como participaram da
finalização dos referidos documentos. Ou seja, as empresas concorrentes elaboraram tanto
(i) o aspecto qualitativo do projeto, garantindo sua própria participação e a eliminação de
concorrentes por motivos técnicos, quanto (ii) o aspecto quantitativo, auxiliando em sua
adequação aos recursos financeiros de que o Governo do Estado do Rio de Janeiro dispunha
para a realização do projeto37.
114. Os Signatários especificam que, no que diz respeito ao aspecto qualitativo, as empresas
incluíram, no Projeto Básico de cada um dos lotes, determinadas obras e soluções de engenharia
que somente elas teriam expertise e qualificação técnica (atestação) para realizar e,
consequentemente, para se habilitar no certame. Tais obras eram, no Complexo do Alemão, o
37 Segundo os Signatários, para elaboração do Edital, alguns serviços específicos precisaram ser contratados
de terceiros. Tais custos eram suportados pelas empresas integrantes do conluio e, inicialmente, debitados
a custo próprio. As empresas tinham autonomia para agir conforme entendiam melhor e, ao final, era
realizado um encontro de contas entre todas as empresas, com vistas a manter o balanceamento dos gastos
e ratear as despesas entre elas. Dois grandes serviços foram contratados pela Signatária – serviço de
sondagem (Geologus Engenharia), e um estudo do projeto estrutural do elevado da linha férrea que deveria
ser executado em Manguinhos (Arte Pontes Consultoria e Projetos). Tais gastos estão evidenciados nos
Documentos 5 e 8, em que há a previsão de custos referentes à “Contratação de Sondagens”, “Contratação
de Topografia”, “Contratação de Projetos de Estruturas”, “Contratação de Consultor de Geotecnia”, entre
outros. Os Signatários informam, também, que ainda não localizaram evidências que comprovem
conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta do Dario Rodrigues Leite mencionado
no Documento 8.
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teleférico38; na Comunidade da Rocinha, o plano inclinado39; e, em Manguinhos, a elevação da
linha férrea (ponte em balanço sucessivo estaiado)40.
115. Quanto ao aspecto quantitativo, em especial a Planilha de Custos da EMOP, as empresas
realizaram diversos estudos em conjunto para conseguir adequar os serviços, conforme os preços
da EMOP, aos recursos financeiros de que o Governo do Estado do Rio de Janeiro dispunha para
investir no projeto, ou seja, para que a realização das obras fosse possível dentro do baixo
orçamento do qual dispunha o licitante.
116. Os Signatários destacam que, no segundo semestre de 2007, os estudos para a
elaboração do Edital foram concluídos pelas dez empresas, e o produto final desenhado
pelas empresas participantes do conluio foi endereçado à EMOP. A partir disso, os
Signatários apontam que tal documento passou a ser objeto de discussão na EMOP, para validar
os aspectos qualitativos e quantitativos, em conformidade com as diretrizes e recursos financeiros
do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
117. Abaixo segue lista com os representantes das empresas do acordo anticompetitivo que
participaram da Fase 2:
TABELA 21. PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES NA FASE 2 ANDRADE GUTIERREZ
AQ (Superintendente Comercial)
OFM (Ex-executivo)
JMAF (Diretor de Contratos)
38 Os Signatários explicam que a construção do teleférico no Complexo do Alemão visava à acessibilidade
e inserção dos moradores da comunidade. Na cláusula 8.4.9.1.2. do Edital, consta que o licitante deveria
demonstrar sua experiência anterior no fornecimento de equipamentos similares aos que seriam empregados
na execução das obras, que deveriam compreender as seguintes características: (i) teleférico urbano tipo
desengatável com capacidade para 3.000 passageiros/hora; (ii) comprimento de linha igual ou superior a
2.400m; (iii) no, mínimo, quatro estações de embarque e desembarque, tendo pelo menos uma a função de
estação de interligação com outro meio de transporte (intermodal); (iv) cabines fechadas para, no mínimo,
oito passageiros; (v) no mínimo, 120 unidades de cabines suspensas simultaneamente; e (vi) estações de
embarque e desembarque em curvas acentuadas sem necessidade de troca de cabine ao longo do percurso. 39 Os Signatários explicam que a construção do plano inclinado ligaria a Rua Dois até o alto da comunidade
e o Parque Ecológico, de modo a universalizar o acesso a essa área da Rocinha, que contaria com deques,
quadras poliesportivas, áreas de lazer e um café. Na cláusula 8.4.9.1.1. do Edital consta que o licitante
deveria demonstrar sua experiência anterior no fornecimento de equipamentos similares aos que seriam
empregados na execução das obras, que deveriam compreender as seguintes características: (i) plano
inclinado sobre trilhos com dois elevadores; (ii) cabines semi-panorâmicas fechadas com estrutura em aço;
e (iii) compartimento de carga estanque com capacidade mínima de 400kg. 40 Os Signatários explicam que a elevação da linha férrea tinha como objetivo integrar a comunidade, até
então dividida pela passagem dos trens. A nova estação ferroviária de Manguinhos contaria com uma
estação intermodal, com três andares e escadas rolantes e elevador com acessibilidade para idosos e
portadores de deficiência. Além da própria obra de elevação, pretendia-se construir um parque/espaço de
convivência público embaixo da via férrea.
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CAENGE
--
CAMARGO CORRÊA
José Gilmar Francisco de Santana (Gerente Comercial)
CAMTER
Juarez Miranda Junior (Diretor de Operações)
CARIOCA
Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial)
DELTA
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial)
EIT
Paulo Cesar Almeida Cabral (Diretor Comercial)
OAS
Marcelo Ribeiro Duarte (Gerente Comercial)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Vice-Presidente), Marcos
Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos) e Karine Karaoglan
Khoury Ribeiro (Gerente de Engenharia da Odebrecht)
QUEIROZ GALVÃO
Gustavo Souza (Diretor Comercial) e Maurício Rizzo (Gerente
Comercial)
118. Assim, conforme detalhado acima e evidenciado nos compromissos de Outlook
constantes dos Documentos 2, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16 e 17, os representantes das
empresas se reuniram em diversas ocasiões entre junho de 2007 e setembro de 2007, antes da
publicação do Edital de Licitação, para discutir sua elaboração e demais assuntos concernentes
ao acordo anticompetitivo referente ao PAC – Favelas. Esses encontros anticompetitivos estão
resumidos na Tabela 22 a seguir.
TABELA 22. REUNIÕES ENTRE CONCORRENTES ANTES DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE
LICITAÇÃO DO PAC - FAVELAS
Data Locais Pessoas físicas participantes Documento
Probatório
04.06.2007 Carioca – Rua Fonseca Teles,
114, São Cristóvão.
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Marcos Vidigal
do Amaral (Diretor de Contratos da
Odebrecht)
Documento 2
14.06.2007 Carioca - Rua Fonseca Teles,
114, São Cristóvão.
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Marcos Vidigal
do Amaral (Diretor de Contratos da
Odebrecht)
Documento 3
15.06.2007 EMOP
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Ícaro Moreno
Júnior (Presidente da EMOP) Marcelo
Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da
OAS), Marcos Vidigal do Amaral
(Diretor de Contratos da Odebrecht),
Gustavo Souza (Diretor Comercial da
Queiroz Galvão) e, possivelmente,
Roque Manoel Meliande (Diretor
Comercial da Carioca)
Documento 4
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Data Locais Pessoas físicas participantes Documento
Probatório
03.07.2007 Carioca – Rua Fonseca Teles,
114, São Cristóvão.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez);
Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente
Comercial da OAS);
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht); e,
possivelmente, Roque Manoel
Meliande (Diretor Comercial da
Carioca)
Documento 6
04.07.2007 Andrade Gutierrez – Praia de
Botafogo, 300.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS);
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht) e Hamilton
Casé (Arquiteto e Urbanista indicado
pela EMOP)
Documento 7
11.07.2007 Andrade Gutierrez – Praia de
Botafogo, 300.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS)
e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor
de Contratos da Odebrecht)
Documento 9
31.07.2007 Carioca – Rua Fonseca Teles,
114, São Cristóvão.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); OFM (Ex-
executivo da Andrade Gutierrez);
Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente
Comercial da OAS);
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht); Maurício
Rizzo (Gerente Comercial da Queiroz
Galvão) ou Gustavo Souza (Diretor
Comercial da Queiroz Galvão); e,
possivelmente, Roque Manoel
Meliande (Diretor Comercial da
Carioca)
Documento 10
02.08.2007 Carioca – Rua Fonseca Teles,
114, São Cristóvão.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS)
e Marcos Vidigal do Amaral (Diretor
de Contratos da Odebrecht)
Documento 11
06.08.2007 Andrade Gutierrez – Praia de
Botafogo, 300.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) e
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht)
Documento 13
23.08.2007
Odebrecht – Praia de Botafogo,
300 ou escritório de obras da
Odebrecht, instalado na Praça
Nelson Mandela41
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS) e
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
Contratos da Odebrecht)
Documento 14
23.08.2007 Odebrecht – Praia de Botafogo,
300.
AQ (Superintende Comercial da
Andrade Gutierrez); Marcos Vidigal do
Amaral (Diretor de Contratos da
Documento 15
41 Segundo informam os Signatários, esse escritório não existe mais, pois foi objeto de reurbanização da
Praça, após a obra do Metrô.
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Data Locais Pessoas físicas participantes Documento
Probatório
Odebrecht); e Maurício Rizzo (Gerente
Comercial da Queiroz Galvão) ou
Gustavo Souza (Diretor Comercial da
Queiroz Galvão)
28.08.2007 EMOP
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Ícaro Moreno
Júnior (Presidente da EMOP)
Documento 16
04.09.2007 Andrade Gutierrez – Praia de
Botafogo, 300.
JMAF (Diretor de Contratos da
Andrade Gutierrez); AQ
(Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez); Paulo Cesar
Almeida Cabral (Diretor Comercial da
EIT); José Gilmar Francisco de Santana
(Camargo Corrêa) e Juarez Miranda
Júnior (Diretor de Operações da
Camter)
Documento 17
119. Em 23 de novembro de 2007, o Aviso de Licitação da Concorrência Nacional nº 002/2007
(Documento 19) tornou pública, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro (“D.O.E.”), a
realização do procedimento licitatório prevendo a contratação de serviços de engenharia e
construção para realização de obras públicas de urbanização na Comunidade da Rocinha, no
Complexo de Manguinhos e no Complexo do Alemão, localizados na cidade do Rio de Janeiro/RJ
(PAC – Favelas)42.
120. Essas obras foram licitadas em sede da Concorrência Nacional nº 002, conduzida pela
Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro (“SEOBRAS”), por meio da EMOP, que é um
órgão vinculado a esta Secretaria43. Foram financiadas com recursos federais44 do Programa de
Aceleração do Crescimento (“PAC”) e divididas em três lotes, um para cada
comunidade/complexo. Para o referido certame, a modalidade escolhida foi a concorrência, tipo
“menor preço” sob o regime de execução de empreitada por preço unitário. Os recursos
financeiros para pagamento das obras correriam à conta do PAC, com execução pelo Estado do
Rio de Janeiro juntamente com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.
42 Os Signatários informam que, de acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro
(EMOP), o PAC - Favelas tratava-se de uma política inédita de integração social. Estima-se que cerca de
160 mil famílias seriam beneficiadas, levando-se em conta as novas moradias, os serviços de saneamento
e os equipamentos sociais que seriam ofertados. Pretendia-se, ainda, reformar os sistemas viários do
Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha, por meio da
hierarquização das vias, abertura de novas ruas e alargamento das vias existentes, possibilitando o tráfego
de automóveis e veículos de serviço (tais como ambulâncias, polícia e bombeiros). 43 Segundo os Signatários, a estrutura da SEOBRAS pode ser verificada no seguinte sítio eletrônico:
http://www.rj.gov.br/web/seobras/exibeconteudo?article-id=140602. 44 Contratos de Repasse n° 2607.0215753-50/2007, assinado em 18 de janeiro de 2007, e n°s 2607.0222648-
06/2007, 2607.0222647-93/2007 e 2607.0222646-89/2007, assinados em 14 de setembro de 2007.
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121. A Comunidade da Rocinha seria beneficiada com investimentos de cerca de R$ 180
milhões, e o projeto de urbanização incluiria a construção de creche-modelo, hospital, 428
unidades de realocação45 e complexo esportivo, além de passarela desenhada por Oscar Niemeyer.
122. Quanto ao Complexo de Manguinhos, a maior intervenção seria a transformação da atual
Estação de Trem de Manguinhos em um terminal intermodal de transportes, conectando trens,
ônibus, táxis e ciclovia. Além disso, estava prevista a elevação do trecho da linha férrea ao longo
da Avenida Leopoldo Bulhões, facilitando a circulação local dos moradores e, ainda, a criação de
ciclovias e de novas vagas para estacionamento. O Complexo contaria com recursos da ordem de
R$ 265 milhões e ganharia 1.774 novas moradias, escola de ensino médio, hospital e biblioteca.
123. No Complexo do Alemão, por sua vez, seria implantado um sistema de teleféricos com
seis estações, que permitiriam o transporte de até 30 mil passageiros por dia ao longo de 3 km,
em percurso que duraria, no máximo, 19 minutos. A população local também ganharia um
hospital, uma escola de ensino médio e 2.620 novas unidades habitacionais. O Complexo do
Alemão contaria com recursos de cerca de R$ 470 milhões.
124. No Aviso de Licitação da Concorrência (Documento 19), informou-se que o Edital de
Licitação (Documento 18) – o qual havia sido direcionado pelas empresas para garantir que
apenas as participantes do conluio fossem habilitadas –, estaria disponível aos interessados
para aquisição a partir de 26 de novembro de 2007. Também se informou que a Sessão de Abertura
dos Envelopes “A” (documentos de habilitação) e “B” (proposta de preços) ocorreria em 26 de
dezembro de 200746. A Sessão de Abertura consistiria em (i) recebimento e abertura dos
envelopes “A” (documento de habilitação) e (ii) recebimento dos envelopes “B” (proposta de
preços).
125. Com a publicação do Edital de Licitação, os Signatários relatam que as empresas
participantes da conduta anticompetitiva – Andrade Gutierrez, Caenge, Camargo Corrêa,
Camter, Carioca, Delta, EIT, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão – notaram que alguns
termos do Edital (Documento 18) estavam em parcial desacordo com o que havia sido por
eles proposto à EMOP, indicando que o Edital havia sido posteriormente alterado pela EMOP.
126. Os Signatários explicam que, por exemplo, havia previsão no Edital de que consórcios
poderiam participar da licitação, desde que fossem constituídos por, no máximo, três empresas,
45 Segundo os Signatários, tais unidades de relocação eram unidades habitacionais (apartamentos) para as
famílias que foram realocadas das áreas de risco na Comunidade da Rocinha. 46 Segundo os Signatários, não há qualquer informação de ação do grupo para a definição dessas datas.
Dessa forma, não é possível saber se a data de 26 de dezembro, muito próxima das festas de fim de ano, foi
escolhida propositalmente para dificultar a apresentação de propostas de outros concorrentes não
participantes do conluio.
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sendo que a empresa líder teria participação majoritária e as demais consorciadas deveriam ter
participação mínima de 20% cada uma. As empresas consorciadas deveriam constituir e registrar
o consórcio antes da assinatura do contrato, regulando a participação de cada uma na execução
das obras e dos serviços. Os Signatários informam que, até o momento, não foi identificada
influência do grupo na presença desses itens no Edital.
127. Os Signatários esclarecem que a licitação avaliaria tanto a habilitação das licitantes
quanto as propostas de preço. A habilitação ocorreria por meio da comprovação de habilitação
e da apresentação da metodologia da execução dos serviços para cada um dos lotes de interesse.
Seriam declaradas vencedoras as propostas consideradas exequíveis47 e que apresentassem o
menor preço total para cada um dos lotes, nos termos das Cláusulas 11.9.1 e 11.10 do Edital
(Documento 18).
128. Havia no edital a restrição de que cada licitante poderia ter apenas um lote
adjudicado a ele. Ou seja, na hipótese de um mesmo licitante apresentar o menor preço em mais
de um lote, a ele seria adjudicado o lote cuja diferença entre as primeiras duas propostas fosse
maior. Segundo os Signatários, essa condição do Edital não foi elaborada pelas empresas para
garantir a divisão de obras acordada. Inclusive, relatam os Signatários que as empresas em conluio
chegaram a discutir se, diante dessa característica, tornar-se-ia realmente necessário apresentar as
propostas de cobertura, ou se bastaria que cada consórcio apresentasse apenas as propostas
referentes aos lotes que haviam sido previamente definidos pelo conluio para cada um dos
consórcios. Nesse sentido, as empresas discutiram se seria necessário, por exemplo, que todos os
consórcios apresentassem preços para o lote do Complexo do Alemão, cuja obra estava reservada,
pelo conluio, ao Consórcio Rio Melhor (Odebrecht/Delta/OAS).
129. Entre 26 de novembro de 2007 e 18 de janeiro de 2008, isto é, entre o lançamento do
Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007 (Documento 18) e a Sessão de Abertura dos
envelopes “A” (documentos de habilitação) e de recebimento dos envelopes “B” (propostas de
preço), as empresas envolvidas na conduta anticompetitiva se reuniram diversas vezes, com
o objetivo de discutir as alterações efetuadas no Edital e de definir as empresas que
participariam do Consórcio Manguinhos. Esses encontros anticompetitivos estão resumidos na
Tabela 23 a seguir.
47 Os Signatários esclarecem que, segundo a Cláusula 11.9.1 do Edital (p. 27 do Documento 18) as
propostas inexequíveis seriam aquelas cujos valores fossem 70% inferiores ao menor dos seguintes valores:
(a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado no
subitem 3.2 do Edital; ou (b) valor orçado no subitem 3.2 do Edital; ou (c) que apresentassem preço total
ou preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e
salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório de licitação não
tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do
próprio licitante, para os quais ele renuncie à parcela ou à totalidade da remuneração.
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TABELA 23. REUNIÕES ENTRE CONCORRENTES OCORRIDAS ENTRE A PUBLICAÇÃO DO
EDITAL DE LICITAÇÃO DO PAC – FAVELAS E A SESSÃO DE ABERTURA DOS ENVELOPES
“A” E DE RECEBIMENTO DOS ENVELOPES “B”
Data Locais Pessoas físicas participantes Documento
Probatório
26.11.2007 Odebrecht – Praia de Botafogo,
300.
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Marcos Vidigal
do Amaral (Diretor de Contratos da
Odebrecht)
Documento 20
27.11.2007 N/A
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS)
Documento 21
12.12.2007 Odebrecht – Praia de Botafogo,
300.
AQ (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) e Benedicto
Barbosa da Silva Júnior (Vice-
Presidente da Odebrecht)
Documento 22
08.01.2008 Andrade Gutierrez – Praia de
Botafogo, 300.
JMAF (Diretor de Contratos da
Andrade Gutierrez); AQ
(Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez); José Gilmar
Francisco de Santana (Camargo
Corrêa); Paulo Cesar Almeida Cabral
(Diretor Comercial da EIT) e Juarez
Miranda Júnior (Diretor de Operações
da Camter)
Documento 27
130. Conforme evidenciado no compromisso de Outlook constante do Documento 20,
reproduzido na Figura 19 abaixo, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) e
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos da Odebrecht), representantes das empresas
Andrade Gutierrez e Odebrecht, envolvidas na conduta, se reuniram, em 26 de novembro de 2007,
no escritório da Odebrecht, novamente com o objetivo de discutir as alterações efetuadas no Edital
e demais assuntos concernentes ao PAC – Favelas.
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FIGURA 19. DOCUMENTO 2048 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
26/11/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
131. Segundo os Signatários, e conforme ilustrado no compromisso de Outlook abaixo
(Documento 21), AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) e Marcelo Duarte
Ribeiro (Gerente Comercial da OAS), representantes envolvidos na conduta da Andrade Gutierrez
e da OAS, se reuniram, em 27 de novembro de 2007, possivelmente com o objetivo de discutir as
alterações efetuadas no Edital.
48 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) não teve conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta.
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FIGURA 20. DOCUMENTO 21 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO
EM 27/11/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA
ANDRADE GUTIERREZ)
132. Conforme se depreende do Documento 22, reproduzido na Figura 21 abaixo, em 12 de
dezembro de 2007, AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) reuniu-se com
Benedicto Barbosa da Silva (Vice-Presidente da Odebrecht) no escritório da Odebrecht, também
para discutir o Edital e demais assuntos relacionados ao conluio. Os Signatários informam que a
menção a alteração de horário da reunião pela “Neusa/CNO”, significa que a secretária da
Odebrecht pediu que o horário da reunião fosse alterado de 14:30 para 15:30.
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FIGURA 21. DOCUMENTO 22 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
12/12/2007 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
133. Depois dessa reunião, diante da atuação das empresas em conluio – Andrade Gutierrez,
Caenge, Camargo Corrêa, Camter, Carioca, Delta, EIT, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão –, a
EMOP alterou alguns termos do Edital e publicou as Erratas n° 001/2007, de 13 de dezembro de
2007 (Documento 24), e nº 002/2007, de 26 de dezembro de 2007 (Documento 25). As referidas
Erratas promoveram o adiamento da Sessão de Abertura da Concorrência Nacional n° 002/2007
para o dia 18 de janeiro de 2008 e, além disso, introduziram as seguintes alterações no Edital:
TABELA 24. TABELA DE ERRATAS E MODIFICAÇÕES AO EDITAL
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8.4.8 Declaração de
Responsabilidade Técnica
e Carta Compromisso com
as metas e prazos
estabelecidos no Acordo
Setorial do Programa
Brasileiro de Qualidade e
Produtividade da
Construção Civil,
conforme modelos
apresentados no Anexo I
Item excluído N/A
8.3.3,
alíneas “b” e
“c”
b) prova de regularidade
com a Fazenda Estadual
(ICMS) será feita por meio
da apresentação da certidão
negativa do imposto sobre
circulação de mercadorias e
serviços expedida pela
Secretaria de Estado de
Fazenda e certidão da
Dívida Ativa para fins de
Licitação expedida pela
Procuradoria Geral do
Estado.
c) prova de regularidade
com a Fazenda Municipal
será feita por meio da
certidão negativa de
imposto sobre serviços de
qualquer natureza.
b) prova de regularidade
com a Fazenda Estadual
(ICMS) será feita por meio
da apresentação da certidão
negativa de débito ou por
meio da certidão positiva
com efeito de negativa do
imposto sobre circulação
de mercadorias e serviços
expedida pela Secretaria de
Estado de Fazenda e
certidão da Dívida Ativa
para fins de Licitação
expedida pela Procuradoria
Geral do Estado.
c) prova de regularidade
com a Fazenda Municipal
será feita por meio da
certidão negativa de débito
ou por meio da certidão
positiva com efeito de
negativa do imposto sobre
serviços de qualquer
natureza.
N/A
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14.1 Risco
de
Engenharia
14.1.1
A(s) Contratada(s) fica (m)
obrigada (s) a efetuar
seguro de risco de
engenharia, onde a
importância segurada
deverá ser idêntica ao valor
do contrato tendo como
beneficiários o Estado por
intermédio do Contratante
e a (s) própria (s)
Contratadas (s), que
garanta todas as perdas e
danos de qualquer
natureza, pelos quais a (s)
Contratada (s) seja (m)
responsável (is), nos
termos do (s) respectivo (s)
contrato (s), sem limitar
suas obrigações e
responsabilidades,
especialmente as previstas
na legislação vigente.
A(s) Contratada(s) fica(m)
obrigada(s) a efetuar
seguro de risco de
engenharia, onde a
importância segurada
deverá ser equivalente a
30% (trinta por cento) do
valor do contrato, tendo
como beneficiários o
Estado por intermédio do
Contratante e a(s)
própria(s) Contratada(s),
que garanta todas as perdas
e danos de qualquer
natureza, pelos quais a(s)
Contratada(s) seja(m)
responsável(is), nos termos
do(s) respectivo(s)
contrato(s), sem limitar
suas obrigações e
responsabilidades,
especialmente as previstas
na legislação vigente.
N/A
14.2.1 A(s) Contratada(s), para
fins de garantia de suas
obrigações contratuais, no
que tange às obras e
serviços objeto deste
Edital, obrigam-se a
apresentar ao Contratante,
em até 15 (quinze) dias da
data da assinatura do
instrumento contratual
garantia de desempenho
dos serviços das
Contratadas durante o
período de execução das
obras, pelo montante
equivalente a 5% (cinco por
cento) do valor do contrato,
até a aceitação definitiva da
A(s) Contratada(s), para
fins de garantia de suas
obrigações contratuais, no
que tange às obras e
serviços objeto deste
Edital, obrigam-se a
apresentar ao Contratante,
em até 15 (quinze) dias da
data da assinatura do
instrumento contratual
garantia de desempenho
dos serviços das
Contratadas durante o
período de execução das
obras, pelo montante
equivalente a 1,5% (um
vírgula cinco por cento) do
valor do contrato, até a
N/A
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obra. Quando o contrato for
reajustado ou alterado a
garantia será reajustada na
mesma proporção.
aceitação definitiva da
obra. Quando o contrato for
reajustado ou alterado a
garantia será reajustada na
mesma proporção.
9.2.8 Cláusula inexistente Na apresentação das
propostas, os licitantes que
não forem capazes de
praticar a velocidade
estimada deverão
considerar este limitador
em sua composição de
custos, com base no estudo
de viabilidade de tráfego, a
fim de que as mesmas
espelhem as reais
condições ofertadas no
certame.
N/A
9.2.9 Cláusula inexistente Somente serão aceitas
solicitações para alteração
das velocidades de
transporte, após a
realização da licitação, no
caso de impedimento à
execução do objeto em
decorrência de fatos
relevantes e supervenientes
não previsíveis quando da
elaboração do projeto
básico, devendo ser esta
modificação tecnicamente
demonstrada e justificada.
N/A
11.10 Será declarada vencedora a
proposta considerada
exequível e que apresentar
o menor preço total, para
cada um dos lotes de obras
objeto deste Edital.
Será declarada vencedora a
proposta considerada
exequível e que apresentar
o menor preço total, para
cada um dos lotes de obras
objeto deste Edital. Os
preços unitários que
N/A
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compõem os preços totais
estarão limitados aos
preços de mercado.
8.4.4 Item 2.1.1 - Construção de
Galeria de concreto pré-
moldado, a fl. 81, é relativo
ao item 11.060.022-6 da V
Planilha Orçamentária do
Lote 1 (orçamento
8264.003/07), no valor
total de R$239.035,50.
Item 4.3 - Execução de
Fundação em colunas
verticais de jet-grouting, às
fls. 77 e 82, é relativo ao
item 05.100.232-6 da
Planilha Orçamentária do
Lote 3 (orçamento
8265.017/07), no valor
total de R$15.125,00.
Dispensa de apresentação
de atestados técnicos
N/A
11.9 Será desclassificada a
PROPOSTA DE PREÇOS
que se enquadrar em
qualquer uma das seguintes
situações:
• afrontar qualquer
condição editalícia e/ou a
legislação trabalhista, fiscal
e tributária vigente;
• deixar de apresentar
qualquer um dos elementos
relacionados neste Edital,
ou apresentá-los em
desacordo com as
exigências do presente
Edital ou, ainda, que o fizer
Será desclassificada a
PROPOSTA DE PREÇOS
que se enquadrar em
qualquer uma das seguintes
situações:
• afrontar qualquer
condição editalícia e/ou a
legislação trabalhista, fiscal
e tributária vigente;
• deixar de apresentar
qualquer um dos elementos
relacionados neste Edital,
ou apresentá-los em
desacordo com as
exigências do presente
Edital ou, ainda, que o fizer
N/A
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de maneira incompleta ou
com borrões, rasuras,
entrelinhas ou
cancelamentos em partes
essenciais;
• revelar incoerência entre
os seus elementos
constituintes, ou que se
revelar desconforme, total
ou parcialmente, com a
METODOLOGIA DE
EXECUÇÃO;
• apresentar preço unitário
ou preço total de valor
simbólico ou incompatível
com os valores dos
insumos e salários do
mercado;
• apresentar preços
distintos para um mesmo
item de serviço que esteja
previsto em diferentes
locais da planilha;
• em suas Composições de
Preços Unitários apresentar
consumos de mão-de-obra,
materiais e/ou
equipamentos que sejam
insuficientes para
comporem o preço dos
serviços;
• apresentar relação de
insumos incompleta e/ou
apresentar variação de
custos para o mesmo
insumo;
de maneira incompleta ou
com borrões, rasuras,
entrelinhas ou
cancelamentos em partes
essenciais;
• revelar incoerência entre
os seus elementos
constituintes, ou que se
revelar desconforme, total
ou parcialmente, com a
METODOLOGIA DE
EXECUÇÃO;
• apresentar preço unitário
ou preço total de valor
simbólico ou incompatível
com os valores dos
insumos e salários do
mercado;
• apresentar Cronograma
Físico-Financeiro em
desacordo com a
PROPOSTA DE PREÇO;
• apresentar desconto ou
qualquer outra oferta de
vantagem baseada nas
Propostas de Preços das
demais LICITANTES, ou
de qualquer outra natureza;
• oferecer proposta cujo
valor total ultrapasse em
5% (cinco por cento) do
valor estimado para cada
lote definido no edital
(subitem 3.2);
• cujo LICITANTE não
aceitar as correções
efetuadas pela Comissão
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• utilizar nas Composições
de Preços Unitários,
valores de Taxas de
Encargos Sociais, Taxa de
BDI (Benefício e Despesas
Indiretas) e preços de
insumos diferentes dos
propostos nos Anexos
pertinentes;
• não demonstrar
corretamente o
detalhamento da Taxa de
Encargos Sociais, Taxa de
BDI e Composições de
Preços Unitários;
• apresentar Cronograma
Físico-Financeiro em
desacordo com a
PROPOSTA DE PREÇO;
• apresentar desconto ou
qualquer outra oferta de
vantagem baseada nas
Propostas de Preços das
demais LICITANTES, ou
de qualquer outra natureza;
• oferecer valor total da
Proposta superior ao valor
total do Orçamento de
Referência;
• cujo LICITANTE não
aceitar as correções
efetuadas pela Comissão
Especial de Licitação,
devido a eventuais enganos
nas operações aritméticas,
e as relativas ao valor do
preço unitário,
prevalecendo o constante
Especial de Licitação,
devido a eventuais enganos
nas operações aritméticas,
e as relativas ao valor do
preço unitário,
prevalecendo o constante
da composição de preços
unitários apresentada,
conforme Anexos II, III e
IV;
• contiver preço
manifestamente
inexeqüível.
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da composição de preços
unitários apresentada,
conforme Anexos II, III e
IV.
• contiver preço
manifestamente
inexeqüível.
17.1 Os preços contratados só
poderão ser reajustados
após 12 (doze) meses
contados da apresentação
das Propostas, obedecendo
à variação dos índices
correspondentes às famílias
constantes da Planilha
Orçamentária, em
conformidade com o
Boletim Mensal de Custos
publicado pela EMOP,
consoante a fórmula que se
segue:
Vpr = Pr x Il/Io
onde:
Vpr = valor do preço
reajustado;
Pr = preço a reajustar;
Il = índice referente ao 12º
mês contado a partir da
apresentação da Proposta;
Ilo = índice referente à
apresentação da Proposta.
Os preços contratados só
poderão ser reajustados
após 12 (doze) meses
contados da data base das
Propostas, obedecendo à
variação dos índices
correspondentes às famílias
constantes da Planilha
Orçamentária, em
conformidade com o
Boletim Mensal de Custos
publicado pela EMOP,
consoante a fórmula que se
segue:
Vpr = Pr x Il/Io
onde:
Vpr = valor do preço
reajustado;
Pr = preço a reajustar;
Il = índice referente ao 12º
mês contado a partir data
base da Proposta, ou seja,
agosto de 2007;
Io = índice referente à data
base da Proposta, ou seja,
agosto de 2007.
N/A
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2.1 Elaboração do Projeto
Executivo e Execução de
Obras de Urbanização
Integrada, Trabalho Social
e, quando necessária,
Regularização Fundiária de
acordo com as
necessidades específicas da
Comunidade da Rocinha,
do Complexo de
Manguinhos e do
Complexo do Alemão no
Município do Rio de
Janeiro.
Elaboração do Projeto
Executivo e Execução de
Obras, Reformas e
Serviços de Urbanização
Integrada, Trabalho Social
e, quando necessária,
Regularização Fundiária de
acordo com as
necessidades específicas da
Comunidade da Rocinha,
do Complexo de
Manguinhos e do
Complexo do Alemão no
Município do Rio de
Janeiro.
N/A
8.4.9.1.2 –
Lote 3
1 - Teleférico Urbano tipo
desengatável, capacidade
3.000 passageiros/hora;
2 - Comprimento de linha
igual ou superior a 2.400 m;
3 - Estações de embarque e
desembarque - mínimo de
04 estações, sendo pelo
menos 01 estação de
interligação com outro
meio de transporte
(Intermodal);
4 - Cabines fechadas para
mínimo 8 passageiros;
5 - Quantidade mínima de
cabines suspensas
simultaneamente - 120
unidades
6 - Estações de embarque e
desembarque em curvas
acentuadas sem
necessidade de troca de
1 - Teleférico Urbano tipo
desengatável, capacidade
3.000 passageiros/hora;
2 - Comprimento de linha
igual ou superior a 2.000;
3 - Estações de embarque e
desembarque - mínimo de
04 estações, sendo pelo
menos 01 estação de
interligação com outro
meio de transporte
(Intermodal);
4 - Cabines fechadas para
mínimo 8 passageiros;
5 - Quantidade mínima de
cabines suspensas
simultaneamente – 90
unidades;
6 - Estações de embarque e
desembarque em curvas
acentuadas sem
necessidade de troca de
N/A
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cabine ao longo do
percurso.
cabine ao longo do
percurso;
7 - Capacidade Operacional
de 6.000 h/ano.
9.2.3 Composições Analíticas
dos Preços Unitários,
referentes aos preços
apresentados nas Planilhas
de Serviços e Preços,
contendo detalhamento dos
valores correspondentes às
parcelas de mão-de-obra,
materiais e equipamentos.
(...)
Composições Analíticas
dos Preços Unitários,
conforme modelo
fornecido no Anexo I,
referentes aos preços
apresentados nas Planilhas
de Serviços e Preços,
contendo detalhamento dos
valores correspondentes às
parcelas de mão-de-obra,
materiais e equipamentos.
(...)
h) As Composições
Analíticas dos Preços
Unitários só deverão ser
apresentadas, pela Licitante
Vencedora na Assinatura
do Contrato, conforme
Modelo nº 6 do Anexo I.
N/A
8.5.3.1 Cláusula inexistente N/A A execução dos serviços
relativos à infra-estrutura
deverá ser precedido de
levantamentos detalhados
das condições dos locais de
execução (com sondagens e
ensaios do terreno), deverá
ser indicado às soluções
mais recomendadas, bem
como suas quantidades. As
sondagens deverão ser
anexadas aos autos do
processo administrativo do
Contrato e anotado em
diário de obras as
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condições executivas
observadas no canteiro.
9.2.10 Cláusula inexistente N/A Os itens com código
05.100.489-6, 05.100.490-
6, 05.100.496-6,
05.100.497-6,
05.100.499-6 e
05.100.500-5 deverão ser
cotados com o mesmo valor
do orçamento oficial, de
modo a equiparar as
propostas, devendo sua
execução ser precedida do
detalhamento minucioso
das atividades a
desenvolver, sendo que no
caso de alienações,
desapropriações, aluguéis
de imóveis, indenização
por demolições, entre
outros custos imobiliários,
devem ser feitos laudos de
avaliação de acordo com a
NBR 14653.
8.4.9 – Lote
3
Deverá ser apresentado
termo de compromisso de
fornecimento dos
equipamentos que
comporão o Sistema de
Transporte Teleférico,
firmado entre a Licitante e
o fornecedor, pelo qual o
fornecedor assume a
obrigação de, em caso de
vitória da Licitante no
certame, fornecer o
referido equipamento, no
prazo e de acordo com as
demais condições previstas
N/A Deverá ser apresentado
termo de compromisso de
fornecimento dos
equipamentos que
comporão o Sistema de
Transporte Teleférico,
firmado entre a Licitante e
o fornecedor, pelo qual o
fornecedor assume a
obrigação de, em caso de
vitória da Licitante no
certame, fornecer o
referido equipamento ou
produtos similares, no
prazo e de acordo com as
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no edital e no contrato
administrativo.
demais condições previstas
no edital e no contrato
administrativo
11.10 Será declarada vencedora a
proposta considerada
exeqüível e que apresentar
o menor preço total, para
cada um dos lotes de obras
objeto deste Edital. Os
preços unitários que
compõem os preços totais
estarão limitados aos
preços de mercado.
N/A Será declarada vencedora a
proposta considerada
exeqüível e que apresentar
o menor preço total, para
cada um dos lotes de obras
objeto deste Edital. Os
preços unitários que
compõem os preços totais
estarão limitados aos
preços de mercado. Deverá
ser observado os preços
unitários indicados no
sistemas de orçamentos de
obras ou os do próprio
orçamento oficial.
15.5.1 Cláusula inexistente Os itens novos não
constantes do Sistema
EMOP terão seus preços
limitados aos indicados nos
sistemas de orçamentação
de obras ou, em caso de
inexistência nestes, ao
menor obtido junto a no
mínimo quatro
fornecedores
especializados.
134. Segundo os Signatários, entre setembro de 2007 e janeiro de 2008, a Camargo Corrêa
mostrou-se insatisfeita com seu percentual no Consórcio Manguinhos e, em face disso,
unilateralmente, procurou o Governo do Estado do Rio de Janeiro para informá-lo dessa
insatisfação. Por esse motivo, decidiu-se que a Camargo Corrêa não participaria da
Concorrência Nacional nº 002/2007. Posteriormente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro
comunicou à AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) que o Consórcio
Manguinhos seria formado apenas pela Andrade Gutierrez, EIT e a Camter. Assim, na reunião de
08 de janeiro de 2008, ocorrida entre os representantes das empresas Andrade Gutierrez, Camargo
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Corrêa, Camter e EIT – JMAF (Diretor de Contratos da Andrade Gutierrez); AQ (Superintendente
Comercial da Andrade Gutierrez), José Gilmar Francisco de Santana (Gerente Comercial da
Camargo Corrêa), Juarez Miranda Júnior (Diretor de Operações da Camter) e Paulo Cesar
Almeida Cabral (Diretor Comercial da EIT) – informou-se que a Camargo Corrêa não participaria
do Consórcio Manguinhos e que não apresentaria proposta para nenhum dos lotes, conforme
exposto acima.
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FIGURA 22. DOCUMENTO 2749 – COMPROMISSO DE OUTLOOK PARA REUNIÃO EM
08/01/2008 – AGENDA DE AQ (SUPERINTENDENTE COMERCIAL DA ANDRADE
GUTIERREZ)
135. No que diz respeito aos documentos de habilitação dos consórcios, o caso do Complexo
do Alemão apresentou uma peculiaridade que, segundo afirmam os Signatários, evidencia a
atuação anticompetitiva do grupo. Para se habilitar para tal lote, era necessário apresentar
atestação que demonstrasse capacidade técnica para a construção do teleférico. A
Odebrecht, líder do Consórcio Rio Melhor, possuía um acordo comercial assinado com a empresa
POMAGALSKI S.A.50, que havia sido responsável pelo fornecimento de teleférico com gôndola
destacável para operação pela empresa Metro de Medellín Ltda., em obra realizada na cidade de
Medellín, na Colômbia. Em decorrência desse acordo comercial, a Odebrecht e as demais
49 Os Signatários informam que Emilene Cosmo da Silva Andrade (Secretária executiva da Andrade
Gutierrez) e Carolina Bastos (Secretária executiva da Andrade Gutierrez) não teve conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta. Os Signatários informam que ainda não localizaram
evidências que comprovem conhecimento, participação ativa e/ou poder de decisão na conduta dos
seguintes indivíduos em cópia no agendamento de Outlook: Ângelo Araujo de Freitas (Gerente de obras da
Andrade Gutierrez), Fernando Carlos de Carvalho Araujo (Superintendente de Engenharia/Operações da
Andrade Gutierrez) e Marcelo Caldas Rodrigues (Gerente de orçamento da Andrade Gutierrez). 50 Os Signatários informam que a empresa Pomagalski S.A. é sediada na Rua René Camphin, 38600,
Fontaine Cedex, França.
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empresas envolvidas no conluio conseguiram o atestado de capacidade para a construção do
teleférico, conforme se explicará a seguir.
136. Justamente em razão desse diferencial comercial, o grupo fez constar no Edital
(Documento 18) os itens 8.4.9, “b”, 8.4.9.1 e 8.4.9.1.251, que exigiam que as licitantes
apresentassem compromisso de fornecimento dos equipamentos que iriam compor o Sistema de
Transporte Teleférico, firmado com empresa detentora de experiência anterior no fornecimento
de equipamentos similares àqueles que seriam utilizados nas obras do Complexo do Alemão (Lote
3). Esta era, justamente, uma cláusula restritiva do Edital elaborado pelas concorrentes e entregue
à EMOP, visando à estabilidade do acordo anticompetitivo.
137. Essa exigência de atestação restringiu sobremaneira a participação de qualquer
interessado no certame, dada a virtual inexistência de empresas concorrentes à POMAGALSKI
que pudessem atender a essa exigência, bem como de contrato de exclusividade da Odebrecht
com a POMAGALSKI, que impedia que a referida empresa cotasse preços para terceiros não
autorizados pela Odebrecht.
138. Conforme se constata pela análise da documentação de qualificação técnica apresentada
no certame, os três consórcios apresentaram termos de compromisso de fornecimento dos
equipamentos firmados individualmente com a POMAGALSKI (Documento 2652),
acompanhados por uma declaração da empresa Metro de Medellín
Ltda., redigida em inglês, atestando o fornecimento prestado pela POMAGALSKI àquela
empresa.
51 Os Signatários transcrevem a seguir os itens 8.4.9, item “b”; 8.4.9.1; e 8.4.9.1.2 do Edital da Concorrência
Nacional nº 002/2007 (Documento 18): “8.4.9. Comprovação de capacidade de fornecimento de
equipamentos para todos os Lotes conforme Anexo I, sendo para os Lotes 1 e 3, nos seguintes termos: [...]
b) Lote 3 - Deverá ser apresentado termo de compromisso de fornecimento dos equipamentos que comporão
o Sistema de Transporte Teleférico, firmado entre a Licitante e o fornecedor, pelo qual o fornecedor assume
a obrigação de, em caso de vitória da Licitante no certame, fornecer o referido equipamento, no prazo e de
acordo com as demais condições previstas no edital e no contrato administrativo. 8.4.9.1 As comprovações
acima referidas deverão ser acompanhadas de documentação comprobatória do fornecedor, demonstrando
sua experiência anterior no fornecimento de equipamentos similares aos que serão empregados na execução
das obras, contendo, no mínimo, as seguintes características: [...] 8.4.9.1.2 - Lote 3: 1- Teleférico Urbano
tipo desengatável, capacidade 3.000 passageiros/ hora; 2- Comprimento de linha igualou superior a 2.400
m; 3- Estações de embarque e desembarque - mínimo de 04 estações, sendo pelo menos 01; estação de
interligação com outro meio de transporte (Intermodal); 4- Cabines fechadas para mínimo 8 passageiros;
5- Quantidade mínima de cabines suspensas simultaneamente - 120 unidades; 6- Estações de embarque e
desembarque em curvas acentuadas sem necessidade de troca de cabine ao longo do percurso.” 52 Os Signatários informam que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão do Marcelo Caldas Rodrigues (Andrade Gutierrez) signatário do
Termo de Compromisso de Fornecimento de Documentos.
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139. Como de praxe em licitações públicas, o item 7.3 do Edital53 (Documento 18) exigia que
os documentos apresentados pelas licitantes fossem redigidos em português ou traduzidos por
tradutor juramentado. Por essa razão, os três consórcios apresentaram a declaração da empresa
Metro de Medellín Ltda. em sua versão na língua inglesa e, também, na versão traduzida por
tradutor juramentado.
140. A tradução da declaração do Metro de Medellín Ltda. feita sob o número I-67411/07,
que tem como objetivo identificar as traduções, aparece de modo idêntico nos documentos
apresentados pelos três consórcios concorrentes. Além disso, o reconhecimento de firma da
assinatura do tradutor, em cada uma das traduções apresentadas pelos consórcios, foi feito
no mesmo dia (07.01.2008), e os selos de cada uma das três cópias apresentadas pelos
consórcios têm números sequenciais, a saber: Consórcio liderado pela Andrade Gutierrez:
1068AA181727; Consórcio liderado pela Queiroz Galvão: 1068AA181728; e Consórcio liderado
pela Odebrecht: 1068AA181729, conforme se verifica nas imagens abaixo:
FIGURA 23. DOCUMENTO 26 - DOCUMENTO APRESENTADO PELO CONSÓRCIO
MANGUINHOS, LIDERADO PELA ANDRADE GUTIERREZ
53 Os Signatários transcrevem a seguir o item 7.3 do Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007
(Documento 18): “7.3 Os documentos exigidos no ENVELOPE "A" - DOCUMENTAÇÃO DE
HABILITAÇÃO deverão ser apresentados no original ou em cópia reprográfica autenticada, na forma do
art. 32 da Lei nº 8.666/93, e rubricados pelo representante legal do licitante. Quaisquer documentos
oriundos do exterior serão apresentados em língua portuguesa, ou acompanhados da respectiva tradução
juramentada para o Português. Os documentos deverão ser numerados, em ordem crescente, e não poderão
conter rasuras ou entrelinhas.”
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FIGURA 24. DOCUMENTO 26 - DOCUMENTO APRESENTADO PELO CONSÓRCIO
NOVOS TEMPOS, LIDERADO PELA QUEIROZ GALVÃO
FIGURA 25. DOCUMENTO 26 - DOCUMENTO APRESENTADO PELO CONSÓRCIO
RIO MELHOR, LIDERADO PELA ODEBRECHT
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141. Note-se, ainda, que o mesmo ocorreu em relação à tradução da procuração (redigida
em inglês) outorgada pela POMAGALSKI, por meio de seu representante legal, ao Gerente de
Projetos da Pomagalski, conferindo, a esse último, poderes no âmbito da licitação em tela: a
tradução juramentada apresentada por cada um dos consórcios possui o mesmo número de
identificação, qual seja: 37.553/08, conforme ilustrado abaixo.
FIGURA 26. DOCUMENTO 26 – DOCUMENTO APRESENTADO PELOS
CONSÓRCIOS MANGUINHOS, NOVOS TEMPOS E RIO MELHOR
142. Os Signatários esclarecem que, conforme também se depreende das Figuras exibidas
acima, as empresas em conluio providenciaram em conjunto os documentos necessários a atestar
a capacidade para a construção do teleférico, com a finalidade de viabilizar a prática da conduta
anticompetitiva. Segundo entendem, o objetivo era possibilitar que todas as empresas
integrantes do conluio se habilitassem para o lote do Complexo do Alemão – a fim de dar
ares de competitividade ao certame – e pudessem dar as suas propostas de cobertura ao
consórcio liderado pela Odebrecht. Por essa razão, Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de
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Contratos da Odebrecht) acordou com os representantes das outras empresas envolvidas no
conluio que todos utilizariam os documentos supracitados, ou seja, (i) os termos de compromisso
de fornecimento dos equipamentos firmados individualmente com a POMAGALSKI, (ii) a
declaração do Metro de Medellín Ltda., (iii) as procurações outorgadas pela POMAGALSKI
individualmente às empresas integrantes do conluio, bem como (iv) as respectivas traduções
juramentadas, de maneira que todas pudessem atender às exigências do Edital.
143. Outra importante evidência da existência do conluio, conforme informado pelos
Signatários e evidenciado pelo Documento 36, é o e-mail reproduzido na Figura 27 abaixo,
enviado por Pedro Aleixo (Integrante da Equipe de Hamilton Casé na EMOP), em 29 de setembro
de 2008, para OFM (Ex-executivo da Andrade Gutierrez), Hamilton Casé (Arquiteto e Urbanista
indicado pela EMOP) e outros. Neste e-mail, Pedro Aleixo informa que “gostaria de agendar
uma conversa, se possível em data anterior à reunião do grupo de trabalho de Manguinhos” para
antecipar possíveis problemas futuros. Segundo reportam os Signatários, este e-mail, em conjunto
com o Documento 12 (e-mail enviado por Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS))
evidencia que os concorrentes trabalharam em conjunto na elaboração do Projeto Básico e
demais documentos da licitação, a fim de direcionar o Edital e, por fim, vencer os lotes da
Concorrência Nacional N° 002/2007. A menção ao “grupo de trabalho” indicado por Pedro
Aleixo no e-mail diz respeito às dez empresas participantes do conluio, que em conjunto com a
MPU54, empresa de arquitetura e urbanismo de Hamilton Casé, elaboraram o Projeto Básico do
PAC – Favelas.
FIGURA 27. DOCUMENTO 3655 - E-MAIL PARA AGENDAMENTO DE REUNIÃO SOBRE
MANGUINHOS
54 Os Signatários informam que “MPU” é o nome fantasia da empresa do Hamilton Casé (Arquiteto e
Urbanista indicado pela EMOP), Metropolis Projetos Urbanos Ltda., inscrita no CNPJ sob o n°
08.858.737/0001-51, com sede na Rua Ferreira, 26, Parte, Botafogo, Rio De Janeiro, RJ, CEP 22271-010,
Brasil. Conforme disponível no sítio eletrônico da Receita Federal:
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/cnpjreva/Cnpjreva_Comprovante.asp Acessado
em 16/11/2016. 55 Os Signatários informam que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta do seguinte indivíduo em cópia no e-mail de
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VI.2.3. Fase 3: Implementação do Acordo Anticompetitivo (janeiro de 2008 a fevereiro de
2008)
29/09/2008: Celestino Villari (Gerente de Contrato da Andrade Gutierrez), que assumiu a obra um mês
após a assinatura do contrato.
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144. Enfim, em 18 de janeiro de 2008, ocorreu a Sessão de Abertura da Concorrência Nacional
n° 002/2007 para recebimento dos envelopes “A” (documentos de habilitação) e “B” (proposta
de preços), e abertura dos envelopes “A”, circunstanciada em ata (Documento 29).
145. Apresentaram envelopes para disputa dos três lotes da Concorrência Nacional nº
002/2007 os grupos em conluio, quais sejam: (i) o Consórcio Rio Melhor, formado pelas
empresas Odebrecht, OAS e Delta; (ii) o Consórcio Manguinhos, composto por Andrade
Gutierrez, EIT e Camter; e (iii) o Consórcio Novos Tempos, composto pelas empresas Queiroz
Galvão, Caenge e Carioca. De forma independente do conluio, também concorreram a empresa
Sanerio e o Consórcio formado por Construcap, Convap e Arvek. A seguir tem-se figura
ilustrativa com os consórcios e empresas participantes:
FIGURA 28. CONSÓRCIOS E EMPRESAS PARTICIPANTES DA CONCORRÊNCIA
NACIONAL Nº 002/2007
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146. Conforme já apresentado na Seção anterior, na reunião de 08 de janeiro de 2008
(Documento 27), os representantes das empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Camter e
EIT – AQ (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), José Gilmar Francisco de Santana
(Gerente Comercial da Camargo Corrêa), Juarez Miranda Júnior (Diretor de Operações da
Camter) e Paulo Cesar Almeida Cabral (Diretor Comercial da EIT) – discutiram o fato da
Camargo Corrêa não participar do Consórcio Manguinhos.
147. Na semana seguinte, em 15 de janeiro de 2008, conforme relatam os Signatários, as
empresas Andrade Gutierrez, Camter e EIT firmaram o Termo de Compromisso de Constituição
de Consórcio (Documento 28)56.
148. Em 23 de janeiro de 2008, foi realizada a Sessão de Divulgação da Análise da
Documentação do Envelope “A” (Documento 30). Os Signatários relatam que a Comissão
Especial de Licitação decidiu, por unanimidade, que os três consórcios participantes da conduta
anticompetitiva, compostos por nove empresas, haviam atendido totalmente aos itens de
habilitação. Assim, todos os três consórcios em conluio foram habilitados para todos os três
lotes, ao passo que todos aqueles outros que concorriam de modo independente e não
alinhado ao conluio foram inabilitados: o consórcio constituído pelas empresas Construcap,
Convap e Arvek e a empresa Sanerio.
TABELA 25. RESULTADO DA ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO
56 Os Signatários informam que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta dos seguintes indivíduos que constam, testemunharam
e/ou que assinaram o Termo de Constituição do Consórcio Manguinhos: Ângelo Araújo de Freitas (Gerente
de obras da Andrade Gutierrez), Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de
Negócios do Norte da Andrade Gutierrez), Marcelo Caldas Rodrigues (Gerente de orçamento da Andrade
Gutierrez) e dos demais indivíduos constantes do referido documento.
Empresas participantes do
conluio
Consórcio Novos Tempos
(Queiroz Galvão, Caenge e
Carioca)
Consórcio Rio Melhor
(Odebrecht, OAS e Delta)
Consórcio Manguinhos
(Andrade Gutierrez, Camter
e EIT)
Empresas independentes
Consórcio Construcap/
Convap/ Arvek
Sanerio
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Habilitados Inabilitados
Consórcio Novos Tempos (Queiroz
Galvão, Caenge e Carioca)
Consórcio
Construcap/Convap/Arvek
Consórcio Rio Melhor (Odebrecht,
OAS e Delta) Sanerio
Consórcio Manguinhos
(EIT, Camter e Andrade Gutierrez)
149. Como informam os Signatários, o Consórcio Construcap/Convap/Arvek não se habilitou
por não apresentar atestados suficientes para diversos itens57, enquanto a Sanerio deixou de
apresentar algumas certidões de acervo técnico em seu nome58. Frente a isso, os representantes da
Sanerio e do Consórcio Construcap/Convap/Arvek interpuseram recursos administrativos, que
foram indeferidos pela Comissão Especial de Licitação.
150. Segundo os Signatários, esse indeferimento dos recursos é mais uma evidência do
favorecimento das empresas participantes da conduta anticompetitiva, por parte do órgão
licitante. Nesse sentido, é importante destacar que um dos recursos, interposto pela Construcap
pelo descumprimento da cláusula 5.2.2. do Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007
(Documento 18) pelo Consórcio Manguinhos (Andrade Gutierrez/EIT/Camter), foi
estranhamente indeferido por aceitação de errata apresentada pelo Consórcio Manguinhos. Essa
cláusula 5.2.2 previa que a empresa líder deveria ter participação majoritária no consórcio, e que
as demais consorciadas deveriam ter, cada uma, participação mínima de 20%. Contudo, as
empresas minoritárias do Consórcio Manguinhos possuíam apenas 19% de participação. A
Construcap, que teve seu consórcio inabilitado, pediu a inabilitação do referido Consórcio
Manguinhos, pois EIT e Camter detinham apenas 19% de participação, o que caracterizava o
descumprimento da exigência do Edital de participação mínima de 20% das consorciadas.
151. Os Signatários completam que, diante do requerimento da Construcap – que tinha
embasamento técnico, pois o Consórcio Manguinhos não havia observado o requisito do Edital –
, o licitante acabou por aceitar uma simples alegação de erro material do Consórcio Manguinhos
no preenchimento dos documentos de habilitação, aceitando a errata apresentada pelo Consórcio
Manguinhos e rejeitando o pedido da Construcap, o que, segundo os Signatários, evidencia o
57 De acordo com informação dos Signatários, itens como implantação de programa de trabalho social em
comunidades carentes, fornecimento de tubos de PVC e aplicação de concreto, construção de sistema de
elevação destinado a passageiros, fornecimento de vigas e construção de estações destinadas ao sistema
urbano de transporte ferroviário ou metroviário destinado a passageiros. 58 Segundo os Signatários, não atenderam, portanto, ao exigido pelo Edital quanto aos Serviços Técnicos,
Saneamento Ambiental, Edificações e Equipamentos Comunitários, e Pavimentação e Terraplanagem.
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acordo de divisão de mercado entre os participantes e o prévio favorecimento por parte do
Governo do Estado do Rio de Janeiro.
152. Em seguida, houve a Sessão de Abertura dos envelopes “B” – Proposta de Preços59, em
1º de fevereiro de 2008, que tornou públicas as propostas de preços para as obras, e consagrou os
vencedores da licitação de cada lote da Concorrência Nacional nº 002/2007 (Documentos 23, 31
e 32). Os Signatários reportam que, como esperado, os três consórcios envolvidos no conluio
ganharam os três lotes constantes da divisão, conforme ilustrado abaixo:
TABELA 26. CONSÓRCIOS VENCEDORES PARA OS TRÊS LOTES Lote 1
Comunidade da
Rocinha
Lote 2
Complexo de
Manguinhos
Lote 3
Complexo do Alemão
Queiroz Galvão
Caenge
Carioca
(“Consórcio Novos
Tempos”)
Andrade Gutierrez
Camter
EIT
(“Consórcio
Manguinhos”)
Odebrecht
OAS
Delta
(“Consórcio Rio
Melhor”)
153. Em razão dos recursos administrativos interpostos, apenas em 28 de fevereiro de 2008,
foi publicado, no Diário Oficial da União, o resultado final da Concorrência Nacional n° 002/2007
(Documento 34).
FIGURA 29. PUBLICAÇÃO DO RESULTADO DA LICITAÇÃO
59 Como informado pelos Signatários, a Sessão de Abertura dos envelopes “B” foi circunstanciada em ata
(Documento 23).
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154. Foram apresentadas as seguintes propostas de preços pelos Consórcios Novos Tempos,
Manguinhos e Rio Melhor, em cada lote da Concorrência Nacional nº 002/2007:
TABELA 27. RESULTADO DA CONCORRÊNCIA NACIONAL Nº 002/2007
Lote 1 - Comunidade da
Rocinha
(Valor de referência: R$
167.647.398,07)
Lote 2 - Complexo de
Manguinhos
(Valor de referência: R$
221.585.821,00)
Lote 3 - Complexo do
Alemão
(Valor de referência: R$
470.703.471,07)
Vencedor Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/ Carioca)
R$ 175.610.405,23
Manguinhos (Andrade
Gutierrez/EIT/Camter)
R$ 232.009.048.29
Rio Melhor (Odebrecht/
OAS/Delta)
R$ 493.333.505,49
2º colocado Rio Melhor (Odebrecht/
OAS/Delta)
R$ 175.778.580,21
Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/ Carioca)
R$ 232.399.345,45
Manguinhos (Andrade
Gutierrez/EIT/Camter)
R$ 493.873.062,60
3º colocado Manguinhos (Andrade
Gutierrez/EIT/Camter)
R$ 175.945.029,71
Rio Melhor (Odebrecht/
OAS/Delta)
R$ 232.554.330,86
Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge/ Carioca)
R$ 494.050.527,32
155. Os Signatários informam que, em fevereiro de 2008, foi firmado o contrato com o
Consórcio Manguinhos, conforme publicação no D.O.E. de 11 de fevereiro de 2008 (Documento
33)60 e no D.O.U. de 28 de fevereiro de 2008 (Documento 34).
156. A Figura 30 abaixo reproduz a publicação dos Extratos dos Instrumentos Contratuais
001/2008, 002/2008 e 003/2008, firmados, respectivamente, com o Consórcio Novos Tempos, o
Consórcio Manguinhos e o Consórcio Rio Melhor. Tal Figura pode levar a crer que os contratos
foram firmados em data anterior à sessão de abertura dos envelopes “A” e “B”. Segundo os
Signatários, tratou-se de erro material na publicação do D.O.E. e que, portanto, confirmam que
seu contrato foi firmado em fevereiro de 200861, conforme se depreende do Contrato n° 002/2008
entre o Estado do Rio de Janeiro e o Consórcio Manguinhos (Documento 3562).
60 Os Signatários esclarecem que houve um erro material na publicação no D.O.E., e que os contratos foram
firmados em fevereiro de 2008. 61 Os Signatários esclarecem que não têm como precisar a data de assinatura dos contratos dos demais
consórcios ou apresentar tais documentos aos quais não tiveram acesso. 62 Os Signatários informam, também, que ainda não localizaram evidências que comprovem conhecimento,
participação ativa e/ou poder de decisão na conduta da pessoa física, representante da Andrade Gutierrez,
que assinou o referido contrato.
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FIGURA 30. PUBLICAÇÃO DOS EXTRATOS DOS INSTRUMENTOS CONTRATUAIS
001/2008, 002/2008 E 003/2008
157. Nas subseções seguintes, são apresentados maiores detalhes acerca de cada um dos
três lotes afetado pelo arranjo anticompetitivo entre Andrade Gutierrez, Caenge, Camter,
Carioca, Delta, EIT, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão.
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158. Abaixo seguem lista com os representantes das empresas do acordo anticompetitivo que
participaram da Fase 3:
TABELA 28. PESSOAS FÍSICAS PARTICIPANTES NA FASE 3 ANDRADE GUTIERREZ
AQ (Superintendente Comercial)
OFM (Ex-executivo)
JMAF (Diretor de Contratos)
CAENGE
--
CAMTER
Juarez Miranda Junior (Diretor de Operações)
CARIOCA
Roque Manoel Meliande (Diretor Comercial)
DELTA
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial)
EIT
Paulo Cesar Almeida Cabral (Diretor Comercial)
OAS
Marcelo Ribeiro Duarte (Gerente Comercial)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Vice-Presidente), Marcos
Vidigal do Amaral (Diretor de Contratos) e Karine Karaoglan
Khoury Ribeiro (Gerente de Engenharia da Odebrecht)
QUEIROZ GALVÃO
Gustavo Souza (Diretor Comercial) e Maurício Rizzo (Gerente
Comercial)
VI.2.3.1. Lote 1 – Comunidade da Rocinha
159. Conforme mencionado pelos Signatários, o ajuste anticompetitivo com relação ao Lote 1
– Comunidade da Rocinha (“Lote 1”) foi construído da seguinte maneira: a Queiroz Galvão foi
escolhida para liderar o consórcio que viria a vencer o Lote 1. Na reunião com o Presidente da
EMOP, em 11 de maio de 2007, definiu-se que a Carioca faria parte deste mesmo consórcio.
Também por determinação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por volta de maio de 2007,
definiu-se que a Caenge participaria do consórcio da Queiroz Galvão e Carioca.
TABELA 29. CONSÓRCIO PREDEFINIDO COMO VENCEDOR PARA O LOTE 1
Lote 1
Comunidade da Rocinha
Queiroz Galvão
Caenge
Carioca
(“Consórcio Novos Tempos”)
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160. Por sua vez, afirmam os Signatários que se definiu que os dois outros consórcios, um
composto pela Andrade Gutierrez, Camter e EIT e o outro composto pela Odebrecht, OAS e
Delta, apresentariam propostas de cobertura.
161. Ao final, o vencedor do Lote 1 foi de fato o Consórcio Novos Tempos, constituído pelas
empresas em conluio Queiroz Galvão, Caenge e Carioca, pelo valor global de R$ 175.610.405,23.
Conforme se observa da Tabela 30 abaixo, os descontos oferecidos pelas empresas participantes
foram irrisórios, o que seria improvável em um ambiente efetivamente competitivo. Além
disso, nota-se abaixo – e se repetirá nos outros lotes –, que a diferença percentual entre as
propostas dos consórcios geralmente é de cerca de 0,10%.
TABELA 30. PROPOSTAS PARA O LOTE 1 – COMUNIDADE DA ROCINHA
Consórcio Colocação Valor da proposta
(R$)
Desconto percentual
em relação ao valor
de referência (R$
176.029.767,97)63
Diferença
percentual entre as
propostas dos
consórcios
Novos Tempos (Queiroz
Galvão/Caenge
/Carioca)
1º colocado 175.610.405,23 0,24% -
Rio Melhor (Odebrecht/OAS
/Delta)
2º colocado
175.778.580,21 0,15% 0,09%
Manguinhos (Andrade Gutierrez/
Camter/EIT)
3º colocado
175.945.029,71 0,05% 0,10%
162. Os Signatários esclarecem que não houve discussão entre as empresas sobre percentuais
de descontos para as propostas de cobertura, mas sim que as planilhas de preços das propostas
de cobertura foram elaboradas pelas próprias líderes do consórcio vencedor de cada
licitação e entregues aos demais participantes. Assim, os Consórcios Rio Melhor e Manguinhos
receberam do Consórcio Novos Tempos as planilhas de preços que deveriam apresentar em suas
propostas de cobertura. Os Signatários informam que os descontos ínfimos e a proximidade dos
preços indicam que todas as propostas de preço foram elaboradas conjuntamente.
163. Finalmente, o contrato referente ao Lote 1 – Comunidade da Rocinha foi firmado sob
o número 001/2008 (Documento 33)64.
63 Os Signatários esclarecem que o valor de referência foi acrescido de 5%, conforme previsto na cláusula
11.9 alterada pela Errata do Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007 (Documento 18, 24 e 25). 64 Os Signatários esclarecem que houve um erro material na publicação do D.O.E. e que a data que aparece
na publicação como sendo a data em que foi firmado o referido contrato (08 de janeiro de 2008) está
incorreta.
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164. Conforme se pode perceber do relato dos Signatários, as empresas tiveram a seguinte
participação anticompetitiva nesta licitação:
TABELA 31. PARTICIPAÇÃO ANTICOMPETITIVA NO LOTE 1 Lote 1
Comunidade da Rocinha
Andrade Gutierrez Sim
Proposta de cobertura
EIT Sim
Proposta de cobertura
Camter Sim
Proposta de cobertura
Odebrecht Sim
Proposta de cobertura
Delta Sim
Proposta de cobertura
OAS Sim
Proposta de cobertura
Queiroz Galvão SIM
Vencedor
Carioca SIM
Vencedor
Caenge SIM
Vencedor
VI.2.3.2. Lote 2 – Complexo de Manguinhos
165. Conforme mencionado pelos Signatários, o ajuste anticompetitivo com relação ao Lote 2
– Complexo de Manguinhos (“Lote 2”) foi construído da seguinte maneira: a Andrade Gutierrez
iria liderar o consórcio que viria a vencer o Lote 2. Também por determinação do Governo do
Estado do Rio de Janeiro, em maio de 2007, definiu-se que a Camargo Corrêa, Camter e a EIT
participariam do consórcio da Andrade Gutierrez. Contudo, unilateralmente, a Camargo Corrêa
procurou o Governo do Estado do Rio de Janeiro para informar que estava insatisfeita com seu
percentual no Consórcio Manguinhos e que, portanto, não participaria da Concorrência Nacional
nº 002/2007. Posteriormente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro comunicou que o consórcio
seria formado, então, pela Andrade Gutierrez, EIT e a Camter apenas. Conforme descrito acima,
na reunião de 08 de janeiro de 2008, definiu-se entre os concorrentes que a Camargo Corrêa não
participaria do consórcio.
TABELA 32. CONSÓRCIO PREDEFINIDO COMO VENCEDOR PARA O LOTE 2
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Lote 2
Complexo de Manguinhos
Andrade Gutierrez
Camter
EIT
(“Consórcio Manguinhos”)
166. Por sua vez, afirmam os Signatários que se definiu que os dois outros consórcios, um
composto pela Queiroz Galvão, Carioca e Caenge, e o outro composto pela Odebrecht, OAS e
Delta, apresentariam propostas de cobertura.
167. Ao final, o vencedor do Lote 2 foi o Consórcio Manguinhos, composto pelas empresas
em conluio Andrade Gutierrez, EIT e a Camter, pelo valor global de R$ 232.009.048,29. Como
esclarecido pelos Signatários, o próprio Consórcio Manguinhos elaborou as planilhas de
preço das propostas de cobertura apresentadas pelos demais consórcios, pois, como
informado, cada Consórcio definia isoladamente seu preço e as propostas de cobertura e entregava
a planilha de preços das propostas de cobertura aos demais. Como se repete nos demais lotes,
nota-se abaixo que a diferença percentual entre as propostas dos consórcios geralmente foi
de cerca de 0,10%.
TABELA 33. PROPOSTAS PARA O LOTE 2 – COMPLEXO DE MANGUINHOS
Consórcio Colocação Valor da
proposta (R$)
Desconto percentual em
relação ao valor de
referência (R$
232.665.112,05
243.609.500,70)65
Diferença percentual
entre as propostas dos
consórcios
Manguinhos (Andrade
Gutierrez/EIT/Camter)
1º colocado 232.009.048,29 0,29%
-
Novos Tempos (Queiroz Galvão/Caenge
/Carioca)
2º colocado 232.399.345,45 0,18%
0,11%
Rio Melhor (Odebrecht/OAS
/Delta)
3º colocado 232.554.330,86 0,05%
0,13%
65 Os Signatários esclarecem que o valor de referência foi acrescido de 5%, conforme previsto na cláusula
11.9 alterada pela Errata do Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007 (Documento 18, 24 e 25).
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168. O contrato referente ao Lote 2 – Complexo de Manguinhos foi firmado, em fevereiro
de 2008, sob o número 002/2008 (Documento 33 e 35)66. Conforme se pode perceber, as empresas
tiveram a seguinte participação anticompetitiva nesta licitação:
TABELA 34. PARTICIPAÇÃO ANTICOMPETITIVA NO LOTE 2 Lote 2
Complexo Manguinhos
Andrade Gutierrez SIM
Vencedor
EIT SIM
Vencedor
Camter SIM
Vencedor
Odebrecht Sim
Proposta de cobertura
Delta Sim
Proposta de cobertura
OAS Sim
Proposta de cobertura
Queiroz Galvão Sim
Proposta de cobertura
Carioca Sim
Proposta de cobertura
Caenge Sim
Proposta de cobertura
VI.2.3.3. Lote 3 – Complexo do Alemão
169. Conforme mencionado pelos Signatários, o ajuste anticompetitivo com relação ao Lote 3
– Complexo do Alemão (“Lote 3”) foi construído da seguinte maneira: a Odebrecht foi escolhida
para liderar o consórcio que viria a vencer o Lote 3. Na reunião com o Presidente da EMOP, em
11 de maio de 2007, definiu-se que a Delta e a OAS fariam parte deste mesmo consórcio.
TABELA 35. CONSÓRCIOS PRÉ-DEFINIDOS COMO VENCEDORES PARA O LOTE 3
66 Os Signatários esclarecem que houve um erro material na publicação do D.O.E. e que a data que aparece
na publicação como sendo a data em que foi firmado o referido contrato (08 de janeiro de 2008) está
incorreta, conforme se verifica no Documento 33.
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Lote 3
Complexo do Alemão
Odebrecht
OAS
Delta
(“Consórcio Rio Melhor”)
170. Por sua vez, afirmam que se definiu que os dois outros consórcios, um composto pela
Queiroz Galvão, Carioca e Caenge, e o outro composto pela Andrade Gutierrez, Camter e EIT,
apresentariam propostas de cobertura.
171. Ao final, o vencedor do Lote 3 foi o Consórcio Rio Melhor, constituído pelas empresas
em conluio Odebrecht, OAS e Delta, pelo valor global de R$ 493.333.505,49. A dinâmica das
propostas de cobertura se deu da mesma forma que nos dois outros lotes, segundo narram: o
Consórcio Rio Melhor definiu seu preço e as planilhas de preço das propostas de cobertura,
tendo entregue essas últimas aos demais participantes do conluio para que dessem as propostas
de cobertura nesse lote. Além disso, nota-se abaixo, conforme repetido nos outros lotes, que a
diferença percentual entre as propostas dos consórcios geralmente é de cerca de 0,10%.
TABELA 36. PROPOSTAS PARA O LOTE 3 – COMPLEXO DO ALEMÃO
Consórcio Colocação Valor da
proposta (R$)
Desconto
percentual em
relação à
proposta
anterior (R$
494.238.644,62) 67
Diferença
percentual entre
as propostas dos
consórcios
Rio Melhor (Odebrecht/ OAS/Delta)
1º colocado 493.333.505,49 0,19% -
Manguinhos (Andrade
Gutierrez/EIT/Camter)
2º colocado 493.873.062,60 0,08% 0,11%
Novos Tempos (Queiroz Galvão/Caenge
/Carioca) 3º colocado 494.050.527,32 0,04% 0,04%
67 Os Signatários esclarecem que o valor de referência foi acrescido de 5%, conforme previsto na cláusula
11.9 alterada pela Errata do Edital da Concorrência Nacional nº 002/2007 (Documento 18, 24 e 25).
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172. O contrato referente ao Lote 3 – Complexo do Alemão foi firmado sob o número
003/2008 (Documento 33)68. Conforme se pode perceber, as empresas tiveram a seguinte
participação anticompetitiva nesta licitação:
TABELA 37. PARTICIPAÇÃO ANTICOMPETITIVA NO LOTE 3 Lote 3
Complexo Alemão
Andrade Gutierrez Sim
Proposta de cobertura
EIT Sim
Proposta de cobertura
Camter Sim
Proposta de cobertura
Odebrecht SIM
Vencedor
Delta SIM
Vencedor
OAS SIM
Vencedor
Queiroz Galvão Sim
Proposta de cobertura
Carioca Sim
Proposta de cobertura
Caenge Sim
Proposta de cobertura
VII. PROVA DOCUMENTAL DA CONDUTA
173. Vide “Apêndice de Prova Documental da Conduta”.
VIII. LISTA DE TERMOS E SIGLAS
174. Vide “Apêndice de Lista de Siglas”.
68 Os Signatários esclarecem que houve um erro material na publicação do D.O.E. e que a data que aparece
na publicação como sendo a data em que foi firmado o referido contrato (08 de janeiro de 2008) está
incorreta, bem como o valor do contrato.
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IX. CONCLUSÃO
175. Os Signatários do Acordo de Leniência 09/2016 identificados na Seção II apresentaram
todos os fatos aqui narrados conforme os artigos 86 e 87 da Lei nº 12.529/2011 e o Regimento
Interno do CADE (Resolução nº1 e alterações posteriores), sendo este Histórico da Conduta parte
do Acordo de Leniência celebrado com a Superintendência-Geral, relacionado às condutas
anticompetitivas descritas acima em obras públicas de serviços de engenharia e construção para
urbanização do Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos e da Comunidade da
Rocinha no Rio de Janeiro/RJ (“PAC – Favelas”).
BRUNA MOTTA PIAZERA
Assistente da Superintendência-
Geral
CHRISTIANA CHIANCA PEREIRA
Especialista em Políticas Públicas e
Gestão Governamental
LARISSA NACIF FONSECA
Especialista em Políticas Públicas e
Gestão Governamental
MÔNICA TIEMY FUJIMOTO
Assistente da Superintendência-
Geral
LÍVIA DIAS DE MELO
Coordenadora do Gabinete da Superintendência-Geral
AMANDA ATHAYDE LINHARES MARTINS
Chefe de Gabinete da Superintendência-Geral
DIOGO THOMSON DE ANDRADE
Superintendente Adjunto
EDUARDO FRADE RODRIGUES
Superintendente-Geral