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A474 Alves, Silvio Dutra I Timóteo. /Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2016. 102p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Epístolas Pastorais. 3. Paulo. 4. Comentário Bíblico. I. Título.
CDD 230.227
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Sumário
Introdução............................................................... 4
I Timóteo 1............................................................... 6
I Timóteo 2............................................................... 26 I Timóteo 3............................................................... 51
I Timóteo 4............................................................... 62
I Timóteo 5............................................................... 74
I Timóteo 6............................................................... 86
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Introdução
Conforme havia manifestado nas Epístolas da
Prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses e
Filemom), a sua forte expectativa de que o fato
de ter apelado para César lhe redundaria em
liberdade, tudo indica que de fato o apóstolo Paulo fora libertado, conforme evidências
internas que encontramos em I Timóteo e Tito,
porque, principalmente, estas epístolas
apresentam Paulo em deslocamento e em situações que não podem ser harmonizadas
com o registro contido no livro de Atos, o qual é
encerrado com o relato de sua primeira prisão
em Roma.
Como vemos por exemplo no que lemos em I Tim 1.3: “Quando eu estava de viagem, rumo da
Macedônia, te roguei permanecesses ainda em
Éfeso”.
Aqui vemos Paulo afirmando que estava viajando, o que não poderia fazer se estivesse
preso, e também que estava indo para a Macedônia, pedindo a Timóteo que
permanecesse em Éfeso.
Não temos em Atos esta situação de Paulo estar indo para a Macedônia, ficando Timóteo em
Éfeso. Temos exatamente o contrário disto. Isto é, enviou Timóteo e Erasto para a Macedônia,
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enquanto ele, Paulo permaneceu em Éfeso (At
19.22), durante a sua terceira viagem
missionária, quando evangelizou a cidade de
Éfeso.
Desta forma, é comum ser datada a escrita de I Timóteo entre 61 e 63 d.C, quando o apóstolo
esteve em liberdade antes da sua segunda
prisão em Roma que culminou com o seu
martírio em 64 d.C.
As palavras desta epístola, juntamente com as que encontramos em Tito e em II Timóteo,
foram as últimas escritas pelo apóstolo e que
viriam a constar do cânon do Novo Testamento.
São palavras de alguém que se encontrava na expectativa da sua partida deste mundo para a glória celestial, e assim, são da maior
importância, principalmente quanto ao cuidado
apostólico em deixar instruções adequadas para
serem seguidas para a constituição de líderes para a Igreja de Jesus Cristo em todas as épocas.
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I Timóteo 1
Desagravo da Honra de Pastores Fiéis
“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, segundo o
mandado de Deus, nosso Salvador, e de Cristo
Jesus, esperança nossa.
2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
3 Como te roguei, quando partia para a Macedônia, que ficasse em Éfeso, para
advertires a alguns que não ensinassem
doutrina diversa,
4 nem se preocupassem com fábulas ou genealogias intermináveis, pois que produzem
antes discussões que edificação para com Deus,
que se funda na fé.
5 Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa
consciência, e de uma fé não fingida; (I Tim 1.1-5)
Façamos um desagravo da honra dos muitos
pastores, que fielmente vivem e pregam o evangelho, de modo sacrificial e abnegado, por
amor às almas e para a exclusiva glória do
Senhor.
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Porque nestes dias conturbados têm refletido a luz de Jesus, não como velas ou planetas, mas
como estrelas irradiantes do Seu amor pela
humanidade.
A estes descendentes espirituais do apóstolo Paulo, queremos dedicar o comentário da sua
primeira epístola pastoral dirigida a Timóteo.
Não há em nenhuma parte do livro de Atos dos Apóstolos o registro histórico de ter o apóstolo
Paulo deixado Timóteo em Éfeso, quando ele, Paulo, partia para a Macedônia, conforme ele
afirmou no terceiro versículo.
Disto podemos concluir que a escrita desta epístola a Timóteo foi posterior à narrativa
contida em Atos, que é encerrada com a primeira prisão de Paulo em Roma.
Esta epístola de I Timóteo, foi escrita por Paulo quando se encontrava em liberdade, antes de
sofrer sua segunda prisão em Roma, que
culminaria com o seu martírio sob o imperador Nero.
A importância do conhecimento destes dados históricos e geográficos está relacionada ao fato
de entendermos melhor o cenário em que esta
epístola foi escrita, pois havia decorrido tempo
suficiente desde que Paulo havia se despedido dos presbíteros de Éfeso, conforme se vê no
relato de Atos 20, para que se cumprisse aquilo
que ele havia predito quanto à penetração de
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lobos vorazes na Igreja dos efésios, que não
poupariam o rebanho, e que estes líderes
desviados da verdade falariam coisas
pervertidas com o intuito de afastarem os discípulos da firmeza deles em Cristo, conforme
haviam sido ensinados pelo apóstolo, por
apontarem a confiança deles não mais na sã doutrina, mas no evangelho falso e pervertido
que eles passaram a lhes ensinar.
“29 Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o
rebanho,
30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si.” (At 20,29,30).
Contra o que geralmente se imagina, não são heresias grosseiras que estes lobos vorazes
costumam introduzir na Igreja, de modo que
isto seria muito evidente.
Ao contrário isto é feito de maneira sutil, encoberta e dissimuladamente, porque o fazem
vestidos de ovelhas, tal como Jesus alertou à
Igreja no Sermão do Monte, contra o perigo dos
falsos profetas, chamando-os de lobos devoradores, porque furtam as graças e a vida
espiritual do rebanho.
Foi a estes que Pedro também se referiu em sua segunda epístola:
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“Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres,
os quais introduzirão encobertamente heresias
destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição.” (II Pe 2.1).
Enquanto viviam os apóstolos, pela autoridade que receberam de Cristo para porem o
fundamento da Sua Igreja, eles podiam reconduzir as coisas que necessitavam ser
consertadas, valendo-se desta autoridade
apostólica.
É por isso que apesar desta epístola a Timóteo ser uma carta pessoal, no entanto ela seria lida por muitos em Éfeso, e não é portanto sem razão
que seja iniciada por Paulo com a afirmação de
quem provinha a autoridade do seu apostolado –
de Cristo Jesus, pelo mandado de Deus Pai (v. 1).
Assim, pôde determinar a Timóteo que repreendesse aqueles que estavam ensinando
uma doutrina diferente daquela que havia dado
a eles para guardarem e praticarem (v. 3).
Nenhuma doutrina diferente da única e sã doutrina pode produzir edificação dos cristãos, senão discussões e debates inúteis (v.4).
Os cristãos devem ser edificados na fé, isto é, na fé objetiva na verdade revelada por Cristo aos
apóstolos, e devem também ser exortados a
crescerem na graça e no conhecimento de
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Jesus, melhorando sempre em graus a sua
piedade e santificação.
Sem esta fé no evangelho é impossível haver esta edificação em amor.
Daí a necessidade de serem admoestados tanto aqueles que estavam ensinando doutrinas diferentes, quanto aqueles que estavam se
deixando influenciar por tal ensino, de maneira
que pudessem retornar a uma fé não fingida, e a
terem uma boa consciência, bem instruída pela Palavra de Deus, que são coisas básicas e
necessárias para que se possa viver no amor de
Cristo (v. 5).
Pastores não são profissionais da fé, mas irmãos mais experimentados e pais para o rebanho de Cristo, para conduzi-lo em amor, se sentindo
um com eles, protegendo-os como um pai faz
em relação a seus filhos, estando pronto a dar a
sua vida pelo bem deles.
Todos os demais ministérios foram dados por Cristo à Igreja para este mesmo propósito da sua
edificação em amor.
São familiares achegados uns aos outros, e diligentemente interessados em promover o
bem comum.
Por isso a Igreja Primitiva vivia como um só corpo, que de fato era, tendo tudo em comum.
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Daí a exortação que Paulo deu a Timóteo no sentido de que os líderes da Igreja de Éfeso não
ensinassem doutrinas diferentes, lembrando-
lhe que o objetivo daquela exortação visava ao amor que aqueles líderes e a própria Igreja
haviam esquecido, e assim, estavam sendo
privados de viver no Espírito e no amor de Cristo.
O amor esfria onde não há esta disposição de se obedecer à verdade.
O fato de lobos devoradores estarem ensinando outra doutrina, vestidos dissimuladamente de
ovelhas para enganar o rebanho estava
impedindo a manifestação da vida do Senhor entre os cristãos de Éfeso.
Por isso Paulo exortou Timóteo a restaurar o reto ensino que é segundo a sã doutrina, de
maneira que o amor de Deus pudesse se
manifestar no seio da Igreja.
Jesus sempre afirmou que a vivência do amor de Deus está vinculada à prática efetiva da Sua
Palavra. E que é esta a única maneira de
permanecer nEle e no Seu amor.
São realidades inseparáveis. Não é possível viver no amor de Deus sem uma verdadeira
obediência à verdade, e toda obediência à verdade deve visar prioritariamente a este viver
no amor de Deus, porque é este o grande
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objetivo do evangelho, da salvação que
obtivemos em Cristo Jesus.
“Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor.” (João 15.9).
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de
meu Pai, e permaneço no seu amor.” (João 15.10).
FÉ + CORAÇÃO PURO + BOA CONSCIÊNCIA = AMOR
“6 das quais coisas alguns se desviaram, e se entregaram a discursos vãos,
7 querendo ser doutores da lei, embora não entendam nem o que dizem nem o que com tanta confiança afirmam.
8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usar legitimamente,
9 reconhecendo que a lei não é feita para o justo, mas para os transgressores e insubordinados, os
irreverentes e pecadores, os ímpios e profanos, para os parricidas, matricidas e homicidas,
10 para os devassos, os sodomitas, os roubadores de homens, os mentirosos, os
perjuros, e para tudo que for contrário à sã
doutrina,
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11 segundo o evangelho da glória do Deus bendito, que me foi confiado.” (I Tim 1.6-11)
Na introdução desta seção de I Timóteo Paulo afirma que alguns haviam se desviado, na Igreja
de Éfeso, da verdadeira fé, da boa consciência, e consequentemente do amor de Deus, porque
ele é o resultado da afirmação da sã doutrina na
vida, quando se tendo uma boa consciência para
com Ele, firmada não nos nossos próprios critérios de vida, mas nos que Ele nos ensina na
Sua Palavra.
Deus é puro espírito, com atributos santos e perfeitos, de modo que não podemos
permanecer nele participando da sua natureza divina, quando nos falta pureza de coração, que
exige de nós fé e boa consciência.
O apóstolo cita o motivo deles terem se desviado: entregaram-se a discursos vãos,
substituindo a vida espiritual que é baseada nas operações transformadoras da graça nos
corações, mediante o poder do Espírito,
segundo a prática da sã doutrina, por uma
especulação filosófica, legalista e moralista baseada no uso indevido da Lei.
Eles estavam afirmando a salvação e a santificação pelo simples uso da lei, e sabemos
que não é o próprio homem que salva e que se
santifica a si mesmo, senão que isto é decorrente da operação sobrenatural do
Espírito Santo.
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O cumprimento da lei não é porventura o amor? (Rom 12.10).
Deste modo, tudo o que tende a enfraquecer o nosso amor a Deus ou aos irmãos, tende a
derrotar a finalidade da lei, e quando isto acontece, não importa qual seja o uso que
façamos da Lei, isto será sempre algo que estará
fora do objetivo de Deus em relação à Igreja.
Por isso se diz que ainda que façamos muitas coisas e que tenhamos muitos dons, mas se não tivermos este amor que procede de Deus na
nossa experiência diária, nada disso nos
aproveitará (I Cor 13.1-3).
Não foi uma afirmação solta de Jesus a de ter dito que é o amor de uns pelos outros, que identifica os seus discípulos, porque isto significa que é
somente quando estamos vivendo neste
amor, que estamos de fato fazendo a Sua
vontade (João 13.35), e atendendo portanto ao objetivo para o qual fomos criados e salvos.
Quando a pregação do evangelho descamba para temas que ocultem aquilo que os cristãos
são em Cristo e o que eles devem viver em
consequência disto, como nós encontramos por exemplo, no ensino de Jesus no Sermão do
Monte, e quando não se dá a devida
consideração e prática a esta verdade, o amor é
lançado fora, porque é pela verdade da Palavra que é santificado e purificado o coração (João
17.17).
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Um coração que não for purificado não pode amar com o amor de Deus, porque Deus é santo
e amor.
Por isso Paulo afirmou no verso 5 que o amor procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé não fingida.
Como poderiam então aqueles falsos mestres da Igreja de Éfeso ensinarem estas coisas aos
discípulos se eles próprios não andavam na
verdade?
Como poderiam ensinar aquilo que eles não entendiam e não viviam?
Do que estiver cheio o coração a boca falará! E como poderá falar do puro e santo amor de Deus
da maneira que convém, estando o coração
cheio de impureza carnal e de soberba
mundana?
Se a Igreja é corrompida por tais falsos mestres e pastores nós não devemos ficar surpresos com
isto, porque desde o princípio foi assim.
Quando as pessoas e principalmente os ministros se afastam da grande lei do amor, não
será nenhuma maravilha ver que eles estarão desviados do caminho, porque isto sempre
ocorrerá quando as pessoas perdem de vista o
grande objetivo pelo qual devem viver,
conforme lhes foi designado por Deus desde antes da fundação do mundo.
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“como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor;” (Ef 1.4).
O amor a que a Bíblia se refere não é mero sentimento, e muito menos simples afeto natural, mas a unidade espiritual que é
vinculada pelo amor sobrenatural ágape, que é
derramado pelo Espírito Santo nos corações que
são fiéis ao Senhor, e que buscam fazer a Sua vontade em obediência à Sua Palavra, por meio
de uma verdadeira vida de oração e de
comunhão real no espírito com aqueles que
invocam ao Senhor com um coração puro, para fazer avançar os interesses do reino de Cristo na
terra.
Daí a necessidade que o rebanho de Cristo seja apascentado por pastores que sejam fiéis,
homens piedosos, na fé e na oração.
Pastores verdadeiramente fiéis a Cristo não são dominadores do rebanho. Não exercem
domínio sobre as almas que lhes foram
confiadas por Deus, isto é, se foram
efetivamente confiadas, e se eles foram de fato chamados para apascentá-las.
O amor de Cristo deve governar sobre tudo e sobre todos, e não o desejo ambicioso de serem
mestres de outros, para exporem o que eles
pensam e não a verdade revelada da Palavra no temor de Deus.
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É muito comum que muitos se intrometam no ministério pelo desejo de falar daquelas coisas
das quais eles são na verdade ignorantes,
porque não foram instruídos por Deus, uma vez que ou não foram chamados por Ele ou então se
corromperam em sua vocação, deixando-se
vencer pelo orgulho e pela presunção, esquecidos que a carne e o ego devem ser
renunciados para que ensinemos a outros
apenas aquilo que temos aprendido de Cristo.
Daí a exortação de Pedro aos pastores:
“2 Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente
segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;
3 nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao
rebanho.” (I Pe 5.2,3).
Tentar produzir a vida de Deus com debates sobre a lei, conforme aqueles falsos mestres de Éfeso estavam fazendo, não somente não atingia
o objetivo deles, como anulava o objetivo de
Deus para a Igreja.
Eles haviam abandonado o primeiro amor, conforme nós vemos na carta que Jesus dirigiu
àquela Igreja, quando o apóstolo João se encontrava na ilha de Patmos (Apo 2.4).
Eles haviam sido repreendidos por isto.
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Nós vemos aqui nesta primeira epístola de Timóteo, em conexão com Atos 20, o que havia
produzido este esfriamento no amor por parte
da Igreja de Éfeso.
Em razão da pregação e do ensino daqueles líderes desviados estarem tão centrados na lei, e
somente nela, isto era indicativo de estarem
decaídos da graça.
A HONRA E A GRAÇA DA CHAMADA MINISTERIAL
“12 Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou
fiel, pondo-me no seu ministério,
13 ainda que outrora eu era blasfemador, perseguidor, e injuriador; mas alcancei
misericórdia, porque o fiz por ignorância, na
incredulidade;
14 e a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
15 Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais sou eu o principal;
16 mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade, a fim de que eu
servisse de exemplo aos que haviam de crer nele
para a vida eterna.
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17 Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o
sempre. Amém.” (I Timóteo 1.12-17)
Não haverá ministério verdadeiro na Igreja se não for por uma chamada de Cristo.
É Ele que constitui os ministros e deste modo ninguém se faz ministro, porque assim o deseja
ou pela vontade dos homens, senão por uma
chamada de Deus para o exercício do ministério,
tal como o apóstolo Paulo afirma quanto ao seu próprio caso.
Esta chamada não é realizada em conformidade com o mérito humano, ou qualificações
humanas, porque Deus usa as coisas fracas e
humildes para confundir as que são, e esta chamada é feita dentre aqueles que são
pecadores, porque mesmo que alguém se
converta e seja honrado pelo Senhor por ser
chamado por Ele para ser Seu ministro, isto não significa que o chamado tenha deixado de ser
pecador, porque tal como Paulo afirma,
continua sendo pecador (v.15), com a diferença
de ter alcançado graça e misericórdia da parte de Deus para ser salvo.
Quem habilita portanto, para o exercício do ministério é o próprio Cristo; e Ele não dá
somente habilidade, como também fidelidade,
porque se alguém é achado fiel por Ele para o exercício do ministério, tal como Paulo, é
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porque Cristo é quem faz isto, concedendo que
sejamos fiéis.
Esta fidelidade é uma exigência para todos os ministros, porque são mordomos de Cristo, e
devem corresponder à grande confiança que Ele deposita neles.
Como Paulo devem dar graças por terem sido colocados no ministério, porque isto é uma
demonstração do grande favor do Senhor para
com estes que são chamados para servi-lO.
Paulo destacou esta graça e misericórdia de Deus no seu próprio exemplo, porque foi
perseguidor da Igreja, sendo blasfemador e
injuriador dos cristãos.
Se ele tivesse feito isto com plena consciência de que estava perseguindo o povo de Deus, ele
teria sido culpado do pecado imperdoável de blasfêmia contra o Espírito Santo, mas como o
fez na ignorância e por motivo de incredulidade,
obteve misericórdia.
O apóstolo fixou neste seu exemplo a completa
longanimidade de Jesus Cristo na dispensação da graça para com os pecadores.
Se um perseguidor da própria Igreja foi não apenas salvo, mas constituído apóstolo de
Cristo, de que grau de longanimidade e
misericórdia está o Senhor demonstrando no exemplo do apóstolo, de maneira que ninguém
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se sinta impedido de vir a Ele para que seja
salvo?
Paulo destaca no seu próprio exemplo que a palavra do evangelho, que afirma que Jesus veio
ao mundo para salvar os pecadores, é inteiramente fiel e digna de total aceitação,
porque isto se comprova na prática dos muitos
testemunhos de conversão de grandes
pecadores, dos quais ele se afirmava o principal deles.
Jesus veio ao mundo não para chamar justos, mas pecadores ao arrependimento (Mt 9.13).
De maneira que o primeiro passo para se entrar pela porta estreita da salvação é se reconhecer
pecador.
Aqueles que se consideram justos a seus
próprios olhos não poderão ser salvos por Cristo, porque ele não salva justos, que pensam
que não têm do que se arrepender, mas
pecadores que se arrependem dos seus pecados.
Este trabalho de salvação é feito por causa do
amor de Deus, e mediante a fé do pecador.
É por fé para que seja segundo a graça, porque Deus determinou salvar os pecadores
exclusivamente pela graça, e não por nenhuma
boa obra praticada por eles (v. 4).
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Afinal, qual tipo e quantidade de boas obras poderia apagar a dívida infinita dos muitos
pecados que tínhamos para com Deus?
Esta salvação não teria que ser obrigatoriamente por um perdão total desta dívida infinita?
Deus fez isto, não somente perdoando a dívida, mas pagando completamente o preço exigido
pela sua justiça, para que continuasse Justo no
perdão que nos concedesse.
Ele fez isto com o pagamento que Jesus fez com a Sua própria vida, entregando-se por nós.
É nisto que reside principalmente a grande demonstração do amor de Deus, a saber, em que
Cristo deu a Sua vida, morrendo por nós na cruz,
por um ato de puro amor e misericórdia, e não
por nenhum merecimento ou bondade que houvesse em nós.
Assim, Jesus veio salvar os pecadores que não poderiam salvar a si mesmos, porque não
tinham como se ajudar para cancelar a dívida de
pecados que determina uma separação eterna de Deus, num sofrimento eterno.
Diante de tão grande graça, misericórdia e longanimidade, Paulo prorrompeu num louvor
espontâneo ao autor da nossa salvação com as
seguintes palavras: “Ora, ao Rei dos séculos,
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imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e
glória para todo o sempre. Amém.” (v. 17).
Entregues a Satanás para Não Blasfemarem
“18 Esta admoestação te dirijo, filho Timóteo, que segundo as profecias que houve acerca de ti,
por elas pelejes a boa peleja,
19 conservando a fé, e uma boa consciência, a qual alguns havendo rejeitado, naufragaram no
tocante à fé;
20 e entre esses Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não
blasfemar.” (I Timóteo 1.18-20)
Tendo destacado anteriormente a importância da sã doutrina para a salvação dos pecadores e edificação dos cristãos, especialmente para
permanecerem no amor de Cristo, Paulo passa
agora a admoestar e a encorajar Timóteo a
cumprir o seu dever ministerial, do qual havia sido incumbido pelo apóstolo, e que fora
inclusive confirmado através de profecias
quanto ao trabalho do qual o Senhor lhe havia
encarregado a fazer em favor da Igreja.
Ele deveria fazer isto, tendo antes cuidado de si mesmo, se mantendo em santificação, por
conservar a fé na verdade, e por manter uma boa
consciência para com Deus, consciência pura
esta que uma vez rejeitada por se desviar da verdade, alguns haviam naufragado na fé, e
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Paulo lembrou a Timóteo que dentre esses que
haviam naufragado na fé figuravam Himeneu e
Alexandre, que ele havia entregue a Satanás,
para não mais blasfemarem.
Todo ministério verdadeiro, como o de Timóteo, tem esta característica de um
combate, de um combate contra e pecado e
Satanás.
Os ministros terão que se empenhar continuamente nesta luta contra os poderes que se opõem à verdade, que visam ocultá-la ou
adulterá-la, de maneira que não se veja o amor
de Deus na Igreja.
Cristo chama a Igreja a se edificar no amor, tal como Neemias foi chamado por Deus no passado para reedificar Jerusalém.
Tal como ele, os cristãos terão que fazer este trabalho em meio a duras oposições.
A edificação deve continuar, assim como a do templo nos dias de Zorobabel.
Cruzar os braços, ser indiferentes aos ataques dos inimigos espirituais do evangelho, não se
levantar em defesa da verdade implicará na paralisação do fluir do rio de águas vivas na
Igreja.
Implicará na morte das graças que foram conquistadas ao longo da caminhada cristã.
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Deus mesmo permitirá isto para que o Seu povo se levante e se empenhe no bom combate da fé,
de maneira que nem a Palavra e nem o nome do
Senhor sejam negados.
Himeneu e Alexandre haviam feito uma profissão de serem cristãos, mas estavam a
serviço de Satanás, e por isso foram entregues
justamente a ele para que ficassem
exclusivamente a seu serviço, mas não mais enganando a Igreja, porque pelo ato de serem
entregues a Satanás pelo apóstolo, a máscara
deles foi removida perante a comunidade de
fiéis, de modo que não se fiassem no ensino destas pessoas que haviam naufragado na fé, e
que estavam ensinando doutrinas diferentes,
contra o ensino dos apóstolos de Cristo.
A Igreja não pode prevalecer contra as portas do inferno sem a verdade, daí a importância de se defender a verdade acima de qualquer outro
interesse.
Esta é a pérola de grande valo, que é adquirida pela graça e que não deve ser negociada porque
a Igreja que fizer isto se tornará pobre e miserável diante de Deus e dos homens, ainda
que tenha fama, como a Igreja de Laodiceia, de
ser rica e poderosa.
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I Timóteo 2
Um Só Mediador entre Deus e os Homens, e Submissão
“1 Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de
graças por todos os homens,
2 pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade.
3 Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade.
5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,
6 o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo;
7 para o que (digo a verdade, não minto) eu fui constituído pregador e apóstolo, mestre dos
gentios na fé e na verdade.
8 Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” (I Tim 2.1-8)
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Os cristãos de Éfeso, que haviam naufragado na fé, estavam como é costume ocorrer, pregando
e ensinando coisas pervertidas na Igreja, de
forma que isto configurava um ato de se postarem junto à porta estreita da salvação, com
a deliberada intenção de impedir a entrada
daqueles que tencionavam fazê-lo.
Tendo nomeado a dois destes apóstatas
(Himeneu e Alexandre) Paulo lembrou a Timóteo que ele tinha o dever de proclamar alto
e bom som a todos na Igreja, que a passagem
deveria ser desimpedida, pela pregação da
genuína mensagem do evangelho, e que isto deveria ser antecedido por um pesado e
contínuo trabalho de oração intercessória em
favor de todos os homens, inclusive das
autoridades constituídas.
O apóstolo destacou o motivo principal destas orações em favor de toda a humanidade: Cristo
morreu por todos os pecadores de maneira que
aqueles que vierem a crer nEle, serão
beneficiados pela Sua morte e mediação.
Ele se ofereceu a si mesmo em sua morte na cruz para resgate por todos.
Ninguém é impedido por Deus de vir a Ele, porque o desejo de Deus em relação ao homem,
que criou, é o de que todos se salvem por chegar
ao conhecimento da verdade.
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De modo que se alguém não vem a Cristo, isto ocorrerá por um impedimento existente no
próprio pecador, mas não em algo colocado pelo
próprio Deus nEle.
No seu trabalho de mediação, Cristo se coloca entre o ofendido (Deus) e o ofensor (o pecador)
e age como árbitro e advogado no trabalho de
reconciliar a parte ofendida com a ofensora.
Quem, além dele poderia realizar tal trabalho?
Daí Paulo afirmar que há somente um Mediador entre Deus e os homens.
Mas sempre haverá resistência dos poderes das
trevas e da carne para que o pecador se renda a Cristo.
Daí a necessidade crucial de muita oração por parte da Igreja para quebrar tais resistências.
Com estas palavras, Paulo estava lembrando Timóteo para restaurar os efésios quanto à visão
de que o amor de Deus não é inclusivista, mas expansionista, isto é, os cristãos não devem
limitar o amor deles apenas àqueles que já estão
na Igreja, mas também a todos os homens.
Apesar do grande zelo que se deve ter pela verdade, não se preserva o amor de Deus fazendo da Igreja uma sociedade fechada, senão
aberta, para que possam entrar todos quantos
estão destinados à vida eterna.
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O cuidado que se deve ter com falsos profetas, mestres, e até mesmo falsos irmãos, conforme
prescrito pelo próprio Cristo, com vistas à
manutenção da verdade, tem a ver especialmente com os critérios para a
ordenação de líderes e admissão de membros
na Igreja, mas não propriamente com a recepção de pessoas não cristãs nas reuniões
públicas da Igreja, porque estas devem ser
abertas a todos, havendo oração, pregação e
ensino da verdade, na expectativa de que alguns deles se arrependam e cheguem ao
conhecimento da verdade, para o bem das suas
próprias almas.
Vemos na Bíblia o próprio Deus declarando que não tem prazer na morte do ímpio, antes que ele
se converta e viva (Ez 18.23; 33.11).
O apóstolo Paulo afirmou o seguinte: “Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
o qual deseja que todos os homens sejam salvos
e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”
(I Tim 2.3,4).
Isto demonstra claramente que até mesmo os cristãos eram ímpios diante dele, antes da sua
conversão.
A manifestação deste desejo expresso de Deus de salvar ímpios está revelado no Novo
Testamento:
30
“porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como
justiça;” (Rm 4.5).
“Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm 5.6).
“Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora
andastes, segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do
espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós
também antes andávamos nos desejos da nossa
carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.” (Ef 2.1-3).
Todavia, uma vez convertido, o cristão não é mais designado na Bíblia como ímpio, mas como
justo, como eleito de Deus, e a palavra ímpio
continua designando aqueles que não foram alcançados pela salvação que há em Cristo Jesus.
É chamado ímpio (im = não; pio = piedoso) porque não possui a vida cujas realidades se
referem à piedade, e piedade em seu sentido
bíblico significa vida santa e consagrada a Deus.
Então concluímos que se houvesse em todos os
seres morais a condição de serem salvos pelo Senhor, eles seriam efetivamente salvos,
porque Deus afirma que tem o desejo de que
todos se salvem.
31
Entretanto, não devemos confundir este desejo com o fato de Deus não conhecer pela Sua
presciência, aqueles que resistirão à Sua
vontade e não se converterão de modo algum.
Este desejo não significa portanto, que Deus tenha esperança que todos se converterão a Ele,
pois na Sua presciência sabe que muitos não
atenderão ao convite do evangelho.
Então, o que o apóstolo quer dizer com a expressão que Deus deseja que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, senão
que Ele não criou o homem para que Ele
permanecesse endurecido nas trevas da
ignorância do pecado, que lhe impede de conhecer a verdade e assim ser libertado do
pecado.
Este não é de fato o desejo de Deus em relação ao homem que Ele criou, porque poderia até
mesmo se dizer que Ele tem prazer no pecado, caso tivesse o desejo que o homem pecasse e
permanecesse em trevas espirituais.
Como Deus poderia desejar uma tal coisa e permanecer sendo o Deus perfeitamente santo,
justo e bondoso que Ele é?
Seguramente é sincero o desejo de Deus de que
todos se salvassem e isto foi visto claramente na tristeza e até mesmo na ira santa de Jesus diante
da falta de arrependimento dos pecadores no
Seu ministério terreno.
32
Ele chegou até mesmo a chorar diante da impenitência de Jerusalém, quando estava
próximo o momento da Sua morte.
Nisto Ele revelou claramente que Deus não odeia os pecadores, que Ele é longânimo para com todos eles, mas julgará a falta de
arrependimento pelos seus pecados.
Deus abomina o pecado mas é também longânimo e misericordioso.
Para revelar a sua bondade, amor, longanimidade e misericórdia, encerrou a todas na desobediência, para demonstrar a Sua
misericórdia a todos.
Portanto, não será pelo impedimento de estarem rodeados de fraquezas, de serem
imperfeitos e falhos que deixará de lhes
conceder a Sua graça para que sejam transformados e aperfeiçoados, porque serão
objeto do Seu amor, e da Sua bondade e
misericórdia.
Contudo, apesar de todos saberem pela lei
natural que Deus imprimiu em suas mentes o que é certo e o que é errado, muitos não
procurarão abandonar o mal e se voltarem para
Deus para que sejam curados.
Ainda que não possam fazer isto de si mesmos, contudo receberiam a ajuda e a capacitação necessária, da parte do Senhor,
33
para que pudessem fazê-lo, caso se
empenhassem em investigar a causa da
verdade.
Por conseguinte, o homem é justamente responsabilizado nem tanto pelo fato de ser pecador, pois todos são pecadores, mas pelo fato
de não se voltar para Deus.
A Questão da Submissão Feminina
“9 Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e
sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos,
10 mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.
11 A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão.
12 Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja
em silêncio.
13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
14 E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão;
34
15 salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na
santificação.” (I Timóteo 2.9-15)
Muitas coisas estavam erradas na Igreja de Éfeso.
Nós sabemos isso por causa do caráter desta carta e dos assuntos de que ela trata. Mas você
notará no capítulo 3 versos 14 e 15 um resumo da
intenção global da carta. "Escrevo-te estas coisas
esperando ir ver-te em breve; para que se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder
na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo,
coluna e baluarte da verdade.”. Em outras
palavras, eu estou lhe escrevendo assim para que você saiba como a Igreja deveria funcionar.
Um dos problemas existentes na Igreja de Éfeso estava relacionado ao comportamento das
mulheres.
Obviamente, como a Igreja estava sendo conduzida por falsas doutrinas, fazendo com que se tornasse mundana em seu
comportamento, certamente isto atingiria tanto
as mulheres na Igreja quanto os homens.
Há uma citação no segundo verso, do quinto capítulo, que as mulheres deveriam ser tratadas
com toda a pureza.
35
Há assim uma indicação indireta que o relacionamento na Igreja não estava se
baseando na santidade.
Mais adiante no mesmo capítulo quinto, nós vemos no verso 6, por exemplo, que algumas mulheres estavam se entregando aos prazeres
mundanos, fazendo morrer a vida e paz que é
segundo um viver e andar no Espírito, e por isso
Paulo diz que “mesmo viva, está morta”.
Algumas mulheres tinham abandonado a pureza, e estavam desejando viver somente para
o prazer.
Nós achamos mais adiante no verso 11 que algumas viúvas mais jovens tinham feito votos a
Cristo que elas não puderam cumprir, por causa da luxúria delas, que fazendo com que violassem
suas promessas estavam trazendo sobre si
condenação por serem infiéis a seus votos
originais (v.12).
Nós encontramos no verso 15: “se desviaram seguindo a Satanás”. E no verso 13 que algumas
delas aprenderam a viverem, ociosas, inativas,
andando de casa em casa, fazendo mexericos e
falando coisas inconvenientes.
Na segunda carta de Paulo para Timóteo em
Éfeso, no sexto versículo, do terceiro capítulo, ele destaca que havia na Igreja “mulherinhas
sobrecarregadas de pecados, conduzidas de
36
várias paixões,” que estavam sendo seduzidas
por homens ímpios.
Estas estavam sendo atraídas facilmente por homens que tinham forma de piedade, que
aprendiam sempre e jamais podiam chegar ao conhecimento da verdade.
Eram falsos líderes e mestres, que haviam desviado a Igreja da verdade do evangelho.
Daí a facilidade com que a vida mundana havia penetrado a Igreja, por falta da sã doutrina
aplicada na vida dos crentes.
O dever de Timóteo, segundo fora encarregado
pelo apóstolo, era ode trazer a Igreja ao seu devido lugar.
Agora voltando a I Tim 2.9 vemos que não apenas estes problemas de impureza e quebra
de votos estavam atingindo as mulheres de
Éfeso.
Além de trazerem estas impropriedades, impurezas e imoralidades na adoração da Igreja,
debaixo da pretensão de virem adorar a Deus,
estavam se ostentando profanando aquela
adoração pela forma de se vestirem e do seu comportamento que tinha por alvo chamar a
atenção para si, em vez de terem um coração
voltado para a verdadeira adoração ao Senhor
que exige humildade e quebrantamento.
37
Assim, Paulo afirmou no verso 9 quanto às mulheres da Igreja de Éfeso:
“Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso,
não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso,”.
Por que isto?
Porque o espírito de ostentação é totalmente contrário à vida de devoção piedosa que exige
humildade dos filhos de Deus.
Não havia nada de errado em que as mulheres se vestissem e se adornassem com modéstia e
discernimento. O problema era a ostentação para demonstrar status social e chamar a
atenção para si, desviando assim os olhos da
congregação de Cristo da adoração que era
devida a Deus, especialmente nos cultos públicos.
Diz-se que um vestido dispendioso, conforme no dizer de Paulo, custava na época cerca de 7
mil denários, o que era uma grande soma de
dinheiro que a maior parte das pessoas pobres da época, nem sequer sonhavam em ganhar em
todo um ano de trabalho.
Assim, a adoração pública na Igreja estava sendo poluída por mulheres que viram isto
como uma ocasião para ostentar a sua riqueza e demonstrar a sua beleza, vestindo-se de forma
38
sexualmente atraente para homens que teriam
o foco da sua atenção desviado do Deus vivo para
elas, não permitindo assim que houvesse um
ambiente apropriado para a adoração.
Desde que o assunto da vestimenta é um assunto importante para as pessoas do sexo
frágil, Paulo começa com a discussão da
aparência delas.
Paulo disse que queria que as mulheres se adornassem de modo apropriado especialmente na adoração pública. Paulo
queria porque é assim que Deus quer.
A palavra “ataviem” (adornem) vem do grego “kosmeo”. Nós obtemos o palavra cosmético
disto. Tem a ver com o modo com que uma mulher se apronta. Significa organizar, colocar
em ordem, basicamente, aprontar-se.
Ele está dizendo que uma mulher deve se aprontar. Quando uma mulher vier adorar, há
uma preparação envolvida. Uma mulher deveria se aprontar para a adoração. E quando elas se
prepararem, devem se adornar. Mas a peça
principal do seu vestuário não são os adornos
caros e chamativos, mas como diz no verso 10: mas “boas obras (como é próprio às mulheres
que professam ser piedosas.)”.
Isto se depreende do termo "vestuário" que é realmente um termo muito abrangente, pois
não se refere somente a roupas ou adornos, mas
39
é também usado em muitos lugares para
significar comportamento, atitude ou ação.
Pode ser o comportamento de uma mulher. A
ideia então que está aqui é uma preparação total. Quando uma mulher vier adorar, ela deve estar
totalmente preparada. Tanto no exterior quanto
no interior. Tanto no que se vê quanto na sua vida espiritual e comportamental.
Paulo não está dizendo que as mulheres deveriam vir para Igreja de modo desleixado. Ele
não está dizendo que elas não deveriam se vestir
bem. Ele objetivava que elas viessem para a
Igreja com uma vestimenta adequada e apropriada para o culto devido a Deus, de forma
que Ele pudesse ser glorificado, mas não de
forma chamativa, para não desviarem o centro
das atenções, de Deus, para si mesmas.
Agora naquela cultura particular de então, a mulher do mundo, a mulher que quis ostentar a
sua riqueza e beleza e chamar a atenção
sexualmente de todo mundo, era a mulher
exagerada em seu traje e adornos. Agora esta era a mulher do mundo.
O exagero no modo de se adornar era característico das prostitutas. E isto era uma
declaração indireta evidente na Igreja quando
alguém participava do culto desta forma, de que não estava ali para adorar a Deus mas para
chamar a atenção dos outros sobre si.
40
Ter mulheres na Igreja que supostamente são a epítome de piedade e estas se aprontam como
prostitutas ou mulheres vistosas enfeitadas que
tentam chamar atenção para si, ou que tenham a intenção de fascinar outros homens e fazê-los
descontentes com suas próprias esposas, ou até
pior, fasciná-los para terem relações sexuais com eles, certamente o nome de Deus será
blasfemado na Igreja quando o povo vem para
cultuá-lo.
Assim, uma mulher cristã não deveria chamar a atenção ao tipo da sua roupa. Uma mulher cristã
deveria mostrar pelo seu vestido qual é o seu comportamento e o amor dela e devoção para
com o seu próprio marido. Ela deveria mostrar
pelo seu vestido que ela não tem qualquer
intenção para ostentar a sua riqueza, mas que ela está em aparência e atitude apropriadas de
um coração humilde que está verdadeiramente
pronto para adorar ao Deus vivo.
Agora, quanto ao fato de ser proibido o ensino e
pregação públicos da Palavra, na Igreja, pelas mulheres, Deus tem algumas definições muito
claras e distintas de uma família e das funções
de uma família, e nós vamos estudá-las
conforme se encontram registradas na Bíblia.
Em Ef 5.22-24 está escrito: “As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao
Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher,
como também Cristo é a cabeça da Igreja, sendo
este mesmo salvador do corpo. Como, porém, a
41
Igreja está sujeita a Cristo, assim também as
mulheres sejam em tudo submissas a seus
maridos.”.
Isto é muito necessário para os nossos dias. Basicamente, diz que "as esposas devem se submeter aos seus próprios maridos, como ao
Senhor.”.
O cabeça é o homem. Fisicamente, Deus fez os homens mais fortes. Isto é uma indicação
externa daquela verdade interna, que Ele planejou para ensinar que a tarefa de proteger o
lar e a esposa é tarefa do homem.
A par de haver muitas mulheres no mercado de trabalho, a sociedade, com suas demandas de
construção através de atividades em grande parte insalubres e pesadas, é fisicamente,
construída pelos homens, mais fortes em sua
constituição, eles são projetados por Deus para
trabalhar, para proteger e para prover. Para dar segurança a uma esposa a quem o Espírito santo
chama (em I Pe 3.7) de "vaso mais frágil.". Isso é
fisicamente verdade.
Deus não proíbe que uma mulher trabalhe fora, pregue a Palavra ou ensine à Igreja, como vemos, as ordenanças de Paulo quanto ao
silêncio das mulheres na Igreja eram de caráter
localizado e para os seus dias, especificamente
em relação ao problema da revolução feminista contra a submissão bíblica, que estava
42
ocorrendo sobretudo nas Igrejas de Éfeso e de
Corinto.
A este propósito cabe destacar que a Igreja de nossos dias não está vivendo algo muito
diferente do que ocorreu naquela época, porque o movimento feminista, foi planejado e
incentivado pelos Illuminatis, como eles
próprios afirmam, os Rockfellers, por exemplo,
que pretenderam com isto esfacelar a família nuclear de base bíblica, para não somente
taxarem as mulheres aumentando os ganhos
financeiros deles, como também para
conduzirem seus filhos para creches ou para a tutela do governo para não serem educados
dentro dos padrões dos valores cristãos
convencionais, e entre muitos outros interesses
para a implantação da Nova Ordem Mundial que conduzirá em breve o Anticristo ao poder.
Em Col 3:18, temos uma passagem paralela a Ef 5.22-24. Onde Paulo destaca que a submissão
das mulheres deve ser “como convém no
Senhor”. Este destaque é muito importante. A palavra no grego traduzida por “convém” é
oriunda do verbo “aneko” que significa “estar
ajustado a”, “ser parecido com”.
Isto significa que é algo que está ligado legalmente ao Senhor, que está baseado em algum princípio divino revelado na verdade da
Palavra de Deus. Significa que a submissão é um
mandamento divino que deve ser cumprido
como qualquer outro mandamento revelado na
43
Palavra: não matarás, não furtarás, amai-vos uns
aos outros, sejam submissos, sendo que dentro
da linha de submissão estabelecida por Deus
encontra-se a das mulheres a seus próprios maridos. Veja que esta submissão é restringida
ao casamento, de modo que se a mulher estiver
numa posição de governante, como foi o caso de Margareth Tatcher, ex-primeira ministra da
Inglaterra, seu marido deveria ser submisso a
ela na condição de um cidadão quanto às ordens
governamentais que ela determinava, mas em casa, nos assuntos comuns do lar, era ela que
deveria, segundo Deus, estar submissa ao seu
marido.
Do texto de I Cor 11.2-16, se depreende que muito mais do que ser uma norma reguladora do uso
de véu por parte das mulheres da Igreja de Corinto, temos um ensino sobre submissão. O
véu era um sinal, uma forma externa de se
indicar a submissão naquela sociedade antiga, o que deveria ser obedecido naquele contexto, em
face das questões não morais que devem seguir
a regra de tudo fazer para não ofender a
consciência dos outros. No caso, o não uso do véu naquela sociedade configurava um
desrespeito às convenções vigentes, e por
conseguinte, um escândalo que deveria ser
evitado.
O véu era um símbolo, um sinal de que a mulher
estava sujeita à autoridade (v 10).
44
As muitas divisões que havia na Igreja de Corinto apontam para o fato de que eles não
davam muita atenção ao assunto da submissão,
que por sua vez está ligado ao da autoridade. A própria autoridade apostólica de Paulo fora
colocada em questão por eles, e criaram por sua
própria conta muitos partidos. Isto se refletiu provavelmente também nas mulheres, que
estariam criando um movimento em prol da
libertação da mulher. Elas estavam tentando
fazer o mesmo trabalho dos homens, a ponto de Paulo tê-las proibido até de falarem e ensinarem
na Igreja, tal deve ter sido o caráter do levante
que fizeram.
Paulo escreveu aos coríntios para consertar as coisas que estavam erradas, e que contrariavam
a vontade de Deus revelada.
Na sociedade de Corinto as mulheres usavam um véu como símbolo de submissão. Era uma
sociedade pagã, e este véu não tinha o
significado da profundidade bíblica para a
submissão, mas era um sinal de modéstia, de humildade. E isto servia também para distinguir
as mulheres, porque as meretrizes não usavam
véu. Mas deve ter surgido dentro da própria
sociedade este suposto movimento em prol da igualdade de direitos. Os homens não usam véu
e nós não temos porque usá-lo. Certamente isto
não foi aceito, mas a influência penetrou na
própria Igreja, e daí o ensino de Paulo determinando que se acatasse a norma social
para que não houvesse escândalo, e aproveitou
45
o ensejo para reforçar o ensino bíblico sobre a
submissão feminina. Porque, o que estava
ocorrendo de fato na Igreja era uma resistência
e desobediência a uma norma estabelecida por Deus, não propriamente sobre o uso do véu, mas
da submissão da mulher ao seu próprio marido.
Ele aproveita para ensinar que pela própria natureza é comum que a mulher tenha cabelos
longos e não os homens, e nisto há também uma ilustração física de uma verdade interior, pois o
cabelo foi dado à mulher como cobertura, como
sinal de que está sob autoridade, sob o governo
do seu marido.
Cientificamente está comprovado que o cabelo das mulheres cresce mais rápido do que o dos
homens. Isso foi planejado por Deus. Isso é um
assunto genético e indica que Deus deu cabelo
às mulheres, que cresce mais rápido, como um sinal de submissão para elas.
Assim Paulo diria em outras palavras: “Não é algo ruim usar véu, porque é algo muito
próximo daquilo que Deus planejou.”.
Assim, esteja certa que a você cumpre o princípio que manifesta submissão. Você vê isto? Tudo o que se pode dizer desta passagem
de Paulo aos coríntios é o seguinte: “Uma
mulher tem um lugar de submissão, e na
sociedade ela não deveria violar este lugar.". Eu lhe contarei algo; uma mulher virtuosa
chamará a atenção do seu próprio marido.
46
Agora, por que Paulo disse que a mulher deve aprender calada na Igreja?
As mulheres devem aprender a Palavra de Deus e devem crescer na graça e no conhecimento de
Jesus tanto quanto os homens. Elas instruíram os jovens e crianças a andarem nos caminhos do
Senhor, mas Paulo diz, que seria algo
antinatural se elas tomassem a si o encargo de
ensinarem a Palavra a seus maridos, porque isto lhes foi vedado por Deus, em razão de tê-las
submetido ao governo deles. E ainda que este
governo seja um governo em respeito e em
amor, isto não será um pretexto, do ponto de vista divino, para que se exclua a submissão que
é devida aos maridos, ainda que neste aspecto
relativo ao ensino da Palavra. E é por isso, que
nos casos de maridos não cristãos, a esposa cristã deve ganhá-lo pelo testemunho da sua
própria vida, e não por palavras de ensino
exortativo da Bíblia, porque com isto estaria contrariando o princípio estabelecido por Deus
de que os maridos ensinem a suas esposas a
Palavra, e não as esposas a seus maridos.
Deste modo, a Bíblia não apresenta nenhuma exceção em que a mulher possa usurpar a
autoridade que foi dada por Deus aos maridos.
Este princípio divino é dito de forma direta e muita clara por Paulo no texto de Ef 2.11-15, que
estamos comentando:
47
“11 A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão.
12 Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja
em silêncio.
13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
14 E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão;
15 salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na
santificação.”.
Adão foi formado primeiro por Deus, antes de Eva, para indicar a submissão de Eva ao seu marido.
A mulher foi formada a partir de uma das costelas do homem para indicar esta submissão
que deveria ter ao seu marido.
E não foram os maridos que instituíram este princípio para as mulheres, mas o próprio Deus, de modo que quem não se sujeita a isto, não
desobedece propriamente ao marido, mas a
Deus que estabeleceu tal princípio espiritual.
Assim, como a mulher pode se corromper no papel estabelecido por Deus para ela no
casamento quanto à submissão, o homem pode
48
também, e como é comum ocorrer, corromper-
se no papel que Deus estabeleceu para ele
quanto ao exercício da autoridade em amor.
Mas a corrupção de uma das partes não justifica a corrupção da outra, isto é, a mulher não será justificada por não ser submissa porque o
marido não a ama como Cristo amou a Igreja, e
vice-versa.
Não somente a ordem da criação é a razão da submissão da mulher ao marido, como também esta foi motivada pela confirmação do governo
do marido sobre a mulher, agora como parte da
maldição proferida por Deus sobre a mulher por
casa da primeira transgressão no Éden, quando deixando de seguir a submissão ao marido, esta
não somente deu ouvidos à serpente, como
também enganou o próprio marido, invertendo
o papel determinado por Deus, porque tomara a iniciativa em ações que não cabiam a Eva mas a
Adão (Gên 3.16; II Cor 11.3).
Mas esta maldição que foi imposta à mulher não significa que ela não possa ser restaurada no
favor de Deus por meio de Cristo, porque há para ela a oportunidade de demonstrar a sua
submissão ao próprio Deus continuando a
cumprir o papel principal que Ele projetou para
ela de gerar filhos e criá-los nos caminhos do Senhor, através de uma permanência em
sobriedade, na fé, no amor e em santificação (v.
15).
49
Quando nós nos submetemos verdadeiramente aos princípios de Deus revelados na Sua Palavra,
nós vemos que esta questão de não ordenar
mulheres ao ofício do pastorado, e isto durou na Igreja por 20 séculos seguidos, e está sendo
mudado apenas na nossa época, seguindo
certamente a influência feminista que foi produzida artificialmente na sociedade nem
mesmo por um movimento das mulheres, mas
por aqueles que agindo contra o Cristianismo,
as manipulara com este propósito.
Na verdade, esta questão de ordenação foi algo
que foi colocado posteriormente, desde os dias de Constantino, mais de trezentos anos depois
do início da Igreja, porque até então não havia
ordenação, senão pessoas que eram
constituídas em suas igrejas não em um cargo, mas com a função de liderar, de pastorear cada
rebanho local.
Era isso que era feito pelos apóstolos no início da Igreja, como vemos no relato do livro de Atos.
Este gosto por cargos, postos de honra etc, foi algo que sempre foi condenado e proibido por Jesus em seus dias, e nos parece que Ele não é de
mudar de ideai quanto ao que ensinou, afinal Ele
não muda e não mudará jamais.
É por isso, que logo na introdução do capítulo seguinte a este (3º) o apóstolo se refere aos critérios para aqueles que aspiravam ao
pastorado, e ali não há qualquer citação à
50
indicação de mulheres para funções de
liderança na Igreja, senão a de diaconisas e de
líderes do grupamento de viúvas.
51
I Timóteo 3
Qualificações Exigidas para o Pastorado
“1 Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao
episcopado, excelente obra deseja.
2 É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não
ganancioso;
4 que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito
5 (pois, se alguém não sabe governar a sua
própria casa, como cuidará da Igreja de Deus?);
6 não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo.
7 Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não
caia em opróbrio, e no laço do Diabo.” (I Tim 3.1-
7)
Os critérios para a ordenação de oficiais da Igreja, que foram prescritos pelo apóstolo a
Timóteo, a partir desta seção da epístola, para
52
pastores, não constituíam uma inovação, mas a
recordação de tudo o que estava sendo
transgredido pela Igreja de Éfeso.
Não podemos esquecer que Paulo estava reordenando as coisas em Éfeso, por causa do falso ensino que havia penetrado naquela Igreja.
Deste modo, ele não destacou somente a necessidade do apego à sã doutrina à qual havia
se referido nos capítulos anteriores, como
também uma vida conformada à doutrina, porque Deus não requer somente pregação e
ensino ortodoxo, mas sobretudo prática do que
se prega e se ensina.
Principalmente a vida do pastor deve estar ajustada à doutrina, porque deve ser modelo para o rebanho quanto à prática da Palavra.
Pastores que não vivem o que pregam não são os homens que Deus deseja ver na direção da Sua
Igreja.
Eles devem ser os primeiros a serem longânimos, mansos, humildes, perdoadores,
pacificadores, puros de coração, amorosos, pacientes, santos, homens de oração, pobres de
espírito e tudo o mais que se exige dos servos de
Deus na Sua Palavra.
É a isto que Paulo se refere quanto à irrepreensibilidade dos pastores, e é sobretudo
53
isto que eles devem ensinar pelo seu próprio
exemplo pessoal.
O ofício de pastor é um ofício de compromisso divino e não uma invenção humana.
O trabalho de um pastor não exige apenas aplicação e diligência, mas, sobretudo santidade de vida.
E quanto ao empenho na obra de Deus, propriamente dito, deve-se ter em conta que é
um trabalho exaustivo, conforme os apóstolos
haviam aprendido juntamente com Cristo em Seu ministério terreno, porque era Ele quem
determinava os curtos períodos nos quais eles
deveriam descansar, devido à necessidade de
remirem o tempo, se empenhando integralmente com os interesses do reino de
Deus.
“31 Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque
eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer.” (Mc 6.31)
Paulo se refere ao ofício de pastor como sendo algo excelente, porque de fato não há maior e
mais honrada atividade que seja útil aos homens
do que esta, e não há trabalho mais importante
aos olhos de Deus do que este.
De modo que não é apenas o desejo do homem que conta, mas se ele tem efetivamente uma
54
chamada de Deus para ser ministro do
evangelho.
Por isso nada da vida do ministro deve ser motivo de escândalo, quer dentro ou fora da
Igreja.
Deve ser constantemente vigilante contra Satanás, que é o inimigo sutil, que sempre
investirá contra ele e contra as almas daqueles
que lhes foram confiados por Deus.
Não há arma melhor para combater o Inimigo do que ser sóbrio, temperante, moderado em todas as ações.
A sobriedade e a vigilância sempre costumam serem citadas juntas nas Escrituras, porque se
ajudam mutuamente. Muito também ajuda
neste mesmo propósito ser inimigo de
contendas.
O pastor experimentado fugirá de controvérsias e discussões vãs. E todo o seu prazer deve ser o
de viver na paz do Senhor e promover esta paz
entre outros.
Paulo reforçou este ponto com Timóteo na segunda epístola que lhe escreveu:
“23 E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.
55
24 E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para
ensinar, sofredor;
25 Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade,
26 E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão
presos.” (II Tim 2.23-26).
Se alguém pensa em ganhar dinheiro ao aspirar ao episcopado (pastorado) está se desqualificando para o seu exercício, porque o
pastor ganancioso não poderá sustentar um
bom testemunho na generosidade e na atitude
despojada que recomenda a todos os ministros verdadeiramente fiéis a Deus.
Ainda que falsos pastores, que se transfiguram em ministros da justiça, tal qual Satanás, que se
transfigura em anjo de luz, sejam pessoas não
gananciosas ou cobiçosas, não será somente por isso que poderão ser considerados aprovados
por Deus, porque, como vimos, muitas outras
qualificações são exigidas dos verdadeiros
ministros de Deus.
Como a Igreja é a família de Deus, não é
admissível que esteja sobre o governo desta família divina, alguém que não governe bem a
sua própria casa.
56
Pastores devem ter suas famílias em ordem como exemplo de como devem ser não apenas
as famílias que eles dirigirem, como a própria
Igreja, enquanto família de Deus.
O dever de um pastor não é somente o de pregar e ensinar o evangelho.
Ele deve edificar os cristãos na verdade. Deve lhes ensinar a guardar tudo o que Jesus ordenou
à Igreja.
Por isso, além de pregar e ensinar deve exortar, repreender, disciplinar, e ser um conselheiro e orientador do rebanho, tal como faz um pai
responsável em relação à sua própria família.
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina.” (II Tim 4.2).
Qualificações para o Diaconato
“8 Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
9 guardando o mistério da fé numa consciência pura.
10 E também estes sejam primeiro provados, depois exercitem o diaconato, se forem
irrepreensíveis.
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11 Da mesma sorte as mulheres sejam sérias, não maldizentes, temperantes, e fiéis em tudo.
12 Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas
próprias casas.
13 Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita
confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (I Tim
3.8-13)
Tal é a importância do ministério da Palavra, que ele vem citado não somente antes do ofício de diácono e dos demais ofícios relativos à
administração dos recursos materiais da Igreja,
especialmente no que diz respeito à ministração
de bens aos necessitados, como também vemos em Atos 6.1-7, que Deus pôs um peso tal na
pregação e ensino da Palavra e no
apascentamento espiritual do Seu povo, que os
apóstolos expressaram claramente que não podiam abandonar o ministério da Palavra e da
oração para servirem às mesas, sendo esta
importante atribuição delegada a outras
pessoas diferentes daquelas que foram chamadas pelo Senhor para ministrar a Palavra
e edificar os cristãos na verdade.
Assim, para que os ministros estejam liberados para o exercício do seu ministério, Deus
também capacita e chama diáconos para cuidarem das necessidades temporais da Igreja,
ainda que estas atribuições não configurem a
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ação exclusiva de tais oficiais, pois também
devem se ocupar de assuntos espirituais.
Em razão do ofício que exercem, os diáconos devem ser pessoas honestas, acima de qualquer
suspeita, para não darem ocasião ao Inimigo de blasfemar contra eles.
Este ofício exige portanto, pessoas de uma só palavra, não que seja admitido a qualquer
cristão ser uma pessoa de língua dobre, mas esta
certeza não pode faltar na ordenação de diáconos, porque os que são de língua dobre não
têm um coração íntegro e reto.
A palavra deles deve ser confiável, de maneira que a paz da Igreja não seja perturbada por
possíveis escândalos envolvendo as suas pessoas.
Um reforço para este mesmo propósito é que não sejam cobiçosos nem de torpe ganância
Exige-se também deles uma consciência pura, porque ainda que tenham um testemunho
exemplar de vida, não faltará ocasião para
serem acusados por instrumentos de Satanás que se infiltram na Igreja, e que certamente
atacarão a sua integridade com injúrias.
Assim, a sua boa consciência será a melhor defesa que eles terão em face destes ataques que
são geralmente desferidos a partir do inferno.
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Deste modo, não basta que o candidato ao diaconato afirme que possui estas credenciais,
isto deve ser comprovado na sua forma de viver
e deve ser observado pela Igreja antes que se tome alguma decisão no sentido de ordená-lo.
A Igreja É o Sustentáculo da Verdade
“14 Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em breve,
15 para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a Igreja
do Deus vivo, coluna e esteio da verdade.
16 E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da
piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado
entre os gentios, crido no mundo, e recebido
acima na glória.”
Paulo esperava estar brevemente, em pessoa, com Timóteo, para dar-lhe instruções mais detalhadas quanto ao trabalho que deveria
realizar em Éfeso, mas havia escrito esta epístola
de maneira que ficasse plenamente convicto
acerca do modo como se deve proceder na Igreja, que ele chamou de casa de Deus, e coluna
e baluarte da verdade.
Assim como há regras que regem todos os lares, de igual modo há regras e critérios para serem
cumpridos na casa de Deus, que é a Igreja,
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regras e critérios estes que foram estabelecidos
pelo próprio Deus.
Os ministros do evangelho não devem somente se preocupar em orar e pregar, eles devem
também se comportar de modo compatível com a sua vocação.
O seu ofício está ligado ao seu procedimento. E Timóteo deveria saber como proceder na casa
de Deus.
A Igreja é a coluna da verdade, mas não o alicerce ou fundamento, porque este é o próprio Cristo e as Escrituras. Mas é dito que a Igreja é a
coluna porque é ela que sustenta a verdade
neste mundo através do seu testemunho.
Este testemunho fiel é relativo à pessoa do próprio Cristo, como Paulo o descreve no verso
16:
“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado
entre os gentios, crido no mundo, e recebido
acima na glória.”.
Paulo destaca a morte, ressurreição e ascensão de Cristo como o testemunho que estava sendo
dado entre os gentios, e que deveria continuar
sendo dado a eles.
61
É sobretudo deste testemunho do qual estão encarregados os ministros do evangelho.
Esta é a obrigação contínua que está sobre eles e que lhes foi imposta pelo Senhor Jesus Cristo.
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I Timóteo 4
Espíritos Enganadores
“1 Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a
doutrinas de demônios,
2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada,
3 proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para
serem recebidos com ações de graças pelos que
são fiéis e que conhecem bem a verdade;
4 pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é recebido com ações de graças;
5 porque pela palavra de Deus e pela oração são santificadas.” (I Tim 4.1-5
A apostasia a que Paulo se refere nesta seção
da primeira epístola a Timóteo deve ser
estudada em conexão com outras passagens das Escrituras, especialmente com o sermão
profético de Jesus em Mateus 24, com II
Tessalonicenses 2, II Timóteo 3 e 4, dentre outras.
63
Apesar de o mistério da iniquidade já estar em operação no mundo, desde a entrada do pecado,
sendo o motivo da apostasia que havia atingido a
alguns na Igreja de Éfeso, no entanto esta iniquidade aumentará a ponto de esfriar o amor
de muitos, quando estiver próxima a segunda
vinda de Cristo, que não ocorrerá antes da grande apostasia e da manifestação do
Anticristo.
Qual teria sido o propósito do apóstolo com estas palavras de alerta proferidas a Timóteo?
Certamente, para reforçar a necessidade de uma firme diligência da parte dos ministros fiéis
para sustentarem o testemunho da verdade do qual estão encarregados.
Se a tendência, no curso da história da Igreja seria a de multiplicação de falsos pastores e
mestres, e de aumento da dificuldade para
manter a verdade entre os cristãos, nenhum ministro deveria se iludir em depor suas armas
espirituais, pensando que esta guerra poderá
ser vencida com poucas batalhas,
especialmente de oração para prevalecer com Deus.
Na verdade é uma guerra sem tréguas até que Cristo volte, e esta guerra se intensificará ainda
mais à medida que o tempo do fim se aproxima.
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Afinal não é uma guerra contra pessoas, mas contra os projetos de Satanás e dos demônios,
forjados no inferno.
Para ilustrar algumas das doutrinas de demônios e de espíritos enganadores, que usariam como instrumentos homens hipócritas
e mentirosos (mentira no sentido de pregar e
ensinar falsas doutrinas) de consciência
cauterizada, o apóstolo citou o ascetismo religioso como forma de santificação, tanto na
abstinência sexual, pela proibição do
casamento, quanto na abstinência de alimentos.
Sabemos, entretanto, que a santificação verdadeira nada tem a ver com práticas ascéticas.
Recomendações Excelentes e Verdadeiras
“6 Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, nutrido pelas palavras
da fé e da boa doutrina que tens seguido;
7 mas rejeita as fábulas profanas e de velhas. Exercita-te a ti mesmo na piedade.
8 Pois o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de
vir.
9 Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação.
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10 Pois para isto é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus
vivo, que é o Salvador de todos os homens,
especialmente dos que creem.
11 Manda estas coisas e ensina-as.
12 Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza.
13 até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino.
14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das
mãos do presbitério.
15 Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso
seja manifesto a todos.
16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te
salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I Tim 4.6-16)
Até este ponto da epístola, o apóstolo com tão poucas palavras pôde falar de muitas coisas
essenciais a uma vida espiritual sadia na Igreja,
e por isso ele introduziu esta seção da carta a Timóteo, dizendo-lhe que se ele se empenhasse
em propor as coisas que lhe havia falado, aos
irmãos, que Timóteo seria um bom ministro de
66
Cristo, isto é, um ministro que atuaria segundo
a Sua vontade, porque permaneceria nutrido
pelas palavras da fé e da boa doutrina que
Timóteo vinha seguindo até então (v.6).
A vida espiritual é nutrida pela meditação na Palavra de Deus, porque assim considerada,
para ser honrada e vivida, esta Palavra é espírito
e vida, e se transforma em graças no coração do
cristão, transformando-o à imagem de Cristo.
Não é de somenos importância a ligação que o apóstolo fez logo em seguida dizendo a Timóteo
que rejeitasse as fábulas profanas e de velhas, e
que se exercitasse a si mesmo na piedade (v.7).
O que ele reforçou com as palavras dos versos 15 e 16 onde ordenou a Timóteo que se ocupasse sempre destas coisas, se dedicando
inteiramente a elas, de modo que progredisse
sempre e sempre, a ponto de que isto fosse
manifesto a todos.
Isto não poderia ser alcançado sem que Timóteo tivesse cuidado de si mesmo e da
doutrina, perseverando nestas coisas, porque é
assim que se dá corretamente o testemunho de
Cristo, da justiça do seu evangelho que está sendo oferecida para a justificação de
pecadores.
Isto é de suma importância, porque muitos se enganam pensando que por terem ensinado
uma vez toda a verdade ao povo que dirigem,
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que isto será uma garantia para que eles não
venham a apostatar da fé.
Contudo, de modo nenhum isto é verdadeiro.
A Igreja de Éfeso era um claro testemunho disto.
Muitos haviam recuado na fé por darem ouvidos ao ensino dos lobos devoradores, os falsos
profetas e mestres que se intrometeram entre eles.
E o que dizer da Igreja da Galácia, que havia sido fascinada pelos mensageiros legalistas de
Satanás? A ponto de Paulo ter afirmado que
receava ter trabalhado em vão em relação a eles
(Gál 4.11)?
Haveria uma melhor instrução do que a que eles receberam diretamente do apóstolo? E no
entanto haviam apostatado.
Se em dias menos trabalhosos e difíceis do que os nossos, isto ocorreu, quanto maior cuidado
não devemos ter em guardar a ordenança que o apóstolo deu a Timóteo, de ensinar a Igreja a
permanecer perseverante no cuidado do
testemunho e da doutrina!
Se ensinarmos a verdade e o Espírito abençoar o nosso esforço dando crescimento espiritual àqueles que estiveram debaixo da nossa
liderança, e se no entanto, por força das
circunstâncias temos que nos ausentar, ficando
68
o rebanho debaixo da influência de lideranças
não apegadas à Palavra fiel, não será nada
surpreendente que aqueles que estavam sendo
espirituais voltem à sua antiga carnalidade, porque a vida espiritual não pode ser
alimentada senão somente pelo reto ensino, e
não apenas por isto, como também pelo exemplo de vida reta daquele que o ministra, e
de uma sustentação da vida espiritual da Igreja
por grupos de intercessão.
Ambas as coisas devem caminhar juntas. A vida do profeta, isto é, daquele que anuncia a Palavra
de Deus, deve estar em conformidade com a Palavra que ele anuncia, senão esta não virá com
a autoridade e com o selo do Espírito Santo, que
é quem a aplica aos corações das pessoas.
De modo que isto não é uma recomendação à Igreja, mas uma ordem, um mandado da parte de Deus. para ser cumprido por todos aqueles
que estão aliançados com Cristo.
Daí Paulo ter dito a Timóteo:
“Manda estas coisas e ensina-as.” (v. 11).
Ao mesmo tempo em que destacou o modo como ele deveria fazê-lo, estando em
santificação e atendendo a tudo que é ordenado
por Deus aos Seus ministros, de forma que sejam exemplos vivos para o rebanho:
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“Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza.” (v.
12).
O modo de os ministros do evangelho conseguirem atingir este objetivo traçado é se
aplicando nisto que foi ordenado pelo apóstolo a
Timóteo:
“13 até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino.
14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das
mãos do presbitério.” (v. 13,14).
Não há dúvida que o dom que havia em Timóteo, e que lhe fora dado por profecia e confirmado
com a imposição das mãos dos pastores, foi o
dom do ministério da Palavra.
O ministério é um dom de Cristo àqueles que Ele chama para tal ofício.
Ministros devem se preparar para o ofício que vão exercer se aprofundando no estudo da
Palavra, recorrendo à própria Bíblia e a bons
comentários bíblicos, e isto é feito, evidentemente através de leitura permanente e
consistente, e cultivando uma vida de oração
voltada para os interesses do reino de Cristo.
70
Uma vez tendo aprendido a verdade esta deve ser ensinada a outros, porque este é o fim da
aprendizagem.
Não basta pregar e ensinar.
Deve haver aplicação prática na vida dos ouvintes através da exortação.
Pois este é o método de Deus que encontramos na Bíblia desde o Velho Testamento, quanto à
pregação e ensino da Palavra.
Primeiro exposição, e depois aplicação.
Os puritanos diziam que pregação sem aplicação não é a pregação que Deus exige dos
Seus ministros.
Em conexão com esta preparação e aprofundamento deve seguir em paralelo a unção e o poder do Espírito Santo, pelo exercício
do dom recebido dEle na ordenação pela
imposição dos ministros do Evangelho, porque
ninguém se faz pregador porque simplesmente o deseja, deve haver um reconhecimento da
Igreja de que a pessoa foi chamada por Deus
para o exercício do ministério.
Este reconhecimento da Igreja deve ser confirmado pela imposição de mãos dos que já são ministros, de maneira que ninguém deve
pregar e ensinar sem que tenha recebido uma
comissão para isto.
71
Todas estas coisas devem ser vividas, não por uma adoração contemplativa, ou por um
quietismo monástico, mas pelo muito trabalho e
luta a que Paulo se refere no verso 10.
Trabalho para conduzir a Igreja nos deveres que lhes são ordenados por Deus, e lutas,
especialmente contra as oposições e
perseguições que terão que ser enfrentadas,
que certamente serão levantadas pelo Inimigo.
Porém, estes que assim labutam e lutam nada têm que temer porque a esperança deles está
colocada no Deus vivo, e Ele sempre os
encorajará e capacitará a seguirem adiante, a
par de todas as lutas que tenham que travar, e de todo o trabalho que devem realizar.
A vida de um cristão fiel é uma vida de lutas e sofrimentos.
Nós lutamos e sofremos. O melhor que nós devemos esperar na vida presente é sofrer
perseguições e injúrias por causa do nosso testemunho da verdade, no nosso trabalho de fé
e luta de amor, porque Satanás se empenha
ativamente contra o avanço do amor do
evangelho.
As fábulas profanas e de velhas a que Paulo se
refere no verso 7 era o falso ensino dos judaizantes.
72
Eram fábulas porque eles haviam pervertido o ensino das Escrituras do Velho Testamento.
Eram de coisas velhas, porque se referiam à Antiga Aliança, pois eles não podiam entender
de modo algum a graça do evangelho de Cristo, numa Nova Aliança, que fora selada e
inaugurada coom o Seu sangue, que derramou
na cruz.
Assim, não sabendo o que ensinar, se entregavam a especular principalmente sobre as coisas que estavam escritas na Lei de Moisés.
Mas, quando se faz considerações na Igreja apenas sobre a Lei, sem vincular um ensino
correto da Lei com a graça do Evangelho, o que
se terá, quando muito, será uma sinagoga do judaísmo, e não a verdadeira Igreja de Cristo.
Ao afirmar no verso 10 que Deus é o Salvador de todos os homens, Paulo não quis dizer que todos
serão salvos, pois restringiu o uso da expressão
logo em seguida dizendo que Ele é o Salvador especialmente dos que creem.
Certamente o sentido da primeira afirmação é que potencialmente todos poderiam ser salvos
por Deus, desde que se arrependessem e
cressem em Cristo.
Desta maneira, à luz de tudo o que temos comentado até aqui, nós podemos concluir que a verdadeira religião requer um exercício
73
constante na piedade, isto é, ela não consiste
meramente em palavras, mas em verdadeira
prática de tudo o que o Senhor nos tem
ordenado.
74
I Timóteo 5
O Modo de se Comportar na Igreja
“1 Não repreendas asperamente a um velho,
mas admoesta-o como a um pai; aos moços, como a irmãos;
2 às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza.
3 Honra as viúvas que são verdadeiramente viúvas.
4 Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam eles primeiro a exercer piedade para
com a sua própria família, e a recompensar seus progenitores; porque isto é agradável a Deus.
5 Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de
noite e de dia em súplicas e orações;
6 mas a que vive em prazeres, embora viva, está morta.
7 Manda, pois, estas coisas, para que elas sejam irrepreensíveis.
8 Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a
fé, e é pior que um incrédulo.
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9 Não seja inscrita como viúva nenhuma que tenha menos de sessenta anos, e só a que tenha
sido mulher de um só marido,
10 aprovada com testemunho de boas obras, se criou filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os atribulados, se
praticou toda sorte de boas obras.
11 Mas rejeita as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo,
querem casar-se;
12 tendo já a sua condenação por haverem violado a primeira fé;
13 e, além disto, aprendem também a ser ociosas, andando de casa em casa; e não
somente ociosas, mas também faladeiras e
intrigantes, falando o que não convém.
14 Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos, dirijam a sua casa, e não deem ocasião ao adversário de maldizer;
15 porque já algumas se desviaram, indo após Satanás.
16 Se alguma mulher cristão tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a Igreja, para
que esta possa socorrer as que são verdadeiramente viúvas.” (I Tim 5.1-16)
76
Aqui o apóstolo orienta Timóteo quanto à
forma que deveria se relacionar com as diversas faixas etárias na Igreja.
Sendo a Igreja a família de Deus, o ministro deve agir em relação com todos os cristãos com o
mesmo tratamento respeitoso e cordial com
que trata a seus familiares, a saber, pai, mãe, irmãos; sendo que no caso de mulheres,
especialmente as jovens, se recomenda um
relacionamento com toda a pureza, não
somente para não dar ocasião ao Inimigo de blasfemar, como também para não expor a
tentações tanto a si mesmo, quanto elas.
Como o ministro tem o encargo de disciplinar, de repreender e de exortar, além de pregar e
ensinar, ele deve ter permanentemente diante de si o dever de estabelecer as diferenças em
que deve fazer isto, em conformidade com a
idade das pessoas, de maneira que ao se
repreender um idoso, isto deve ser feito como se estivesse diante do seu próprio pai, lhe dando o
respeito e a honra que são devidos, conforme
determinado pelo próprio Deus.
O mesmo critério deve ser usado em relação às mulheres idosas que devem ser tratadas com o
mesmo amor, ternura e carinho que é devotado à própria mãe.
Aos jovens, com o carinho e ternura que se dedica aos irmãos.
77
Em I Timóteo 2.9-15 foi feita uma abordagem geral quanto aos problemas comportamentais
que estavam ocorrendo com as mulheres de
Éfeso.
À luz daquela passagem bíblica nós podemos entender melhor o porquê da palavra de
repreensão, que foi dirigida por Paulo, a
algumas viúvas daquela Igreja, nesta seção da
epístola.
Naqueles dias não era considerada viúva a pessoa que houvesse simplesmente perdido o
seu marido pela morte, mas quem também não
tivesse quem a socorresse para prover o seu
sustento.
Paulo definiu as mulheres que se encontravam nesta condição na Igreja como aquelas que
esperavam em Deus e perseveravam de noite e
de dia em súplicas e orações, de maneira que
através da Sua misericórdia obtivessem respostas para as suas súplicas e orações, de
maneira a verem Deus garantindo o provimento
delas, conforme Ele tem prometido (Jer 49.11)
não somente em relação às viúvas, como também aos órfãos.
“Deixa os teus órfãos, eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em mim.” (Jer 49.11).
Paulo recomendou então a Timóteo que a Igreja tivesse cuidado em identificar quem realmente
estava em condição de desamparo, sem
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familiares para assisti-la, bem como que não
estivesse vivendo uma vida dissoluta em
pecado.
Uma viúva que vive em prazeres e luxúrias carnais não é verdadeiramente viúva aos olhos de Deus.
Não é a pessoa desamparada à qual Ele se refere dizendo que garantirá, Ele próprio, o seu
provimento, pois promoverá as condições
necessárias para que seja assistida.
Nós devemos ter em consideração que nos dias apostólicos não havia instituições de
previdência social, e se um homem morresse
sem deixar bens e dinheiro suficientes para
garantir a sobrevivência de sua mulher e filhos, esta viúva, com seus órfãos enfrentariam
dificuldades, porque não era comum a mulher
exercer profissões no mundo antigo.
Como Deus prometeu cuidar das viúvas desamparadas, que não têm familiares próximos em condições de ampará-las, então é
dever da Igreja cuidar destas viúvas piedosas,
porque como agência de Deus na terra, estará
dando cumprimento à promessa de Deus ao fazer isto.
Os fariseus ensinavam que a ajuda financeira que seria destinada aos pais poderia ser
justificada em sua suspensão, desde que fosse
dada como oferta a Deus, mas Jesus invalidou
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este ensino dizendo que o ofertar a Deus não
anula o mandamento de honrar os pais (Mt 15.5).
Então quem deixa de assistir as necessidades de seus pais tem negado a fé no mandamento de
Deus que nos ordena honrá-los.
Como havia muitas viúvas desamparadas no mundo antigo, Paulo deu instruções a Timóteo
que fosse feito um registro de inscrição na
Igreja das pessoas que deveriam ser
efetivamente socorridas, e que isto fosse feito de acordo com os critérios dos versos 9 e 10.
Deus honra os justos, aqueles que O temem.
Exercício da Disciplina na Igreja
“17 Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicados honorários,
especialmente os que labutam na pregação e no
ensino.
18 Porque diz a Escritura: Não atarás a boca ao boi quando debulha. E: Digno é o trabalhador do seu salário.
19 Não aceites acusação contra um ancião, senão com duas ou três testemunhas.
20 Aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os outros
tenham temor.
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21 Conjuro-te diante de Deus, e de Cristo Jesus, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes
estas coisas, nada fazendo com parcialidade.
22 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.
23 Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas
frequentes enfermidades.
24 Os pecados de alguns homens são manifestos antes de entrarem em juízo, enquanto os de outros descobrem-se depois.
25 Da mesma forma também as boas obras são manifestas antecipadamente; e as que não o são
não podem ficar ocultas.” (I Tim 5.17-24)
Tendo falado do cuidado devido às viúvas desamparadas, Paulo fala agora do provimento
dos pastores chamados por Deus para servi-lo em tempo integral, porque eles vivem do
ministério, e para exercê-lo bem e
efetivamente, em muitas situações deveriam
estar desvinculados de atividades seculares para poderem se dedicar como convém aos seus
muitos afazeres, especialmente o de cuidar
pessoalmente do rebanho e do aprofundamento
e preparo nas Escrituras, e dedicação à oração para apascentar as suas ovelhas.
81
Sendo que no caso dos pastores, os que presidissem bem, especialmente os que
labutam na pregação e ensino da Palavra,
deveriam ser considerados dignos de dobrados honorários, porque o Senhor determinou que
estes que fossem assim chamados por Ele para
apascentar a Igreja, fossem providos por ela (Mt 10.10; I Cor 9.14; Gál 6.6).
Tal é a honra devida ao ministro fiel do evangelho, que ele não deve ser assistido apenas
quanto à sua provisão, mas as pessoas devem se
guardar de injuriá-lo e infamá-lo, de modo a não
pecarem diante de Deus, que os chamou.
Se alguém se coloca contra um ministro que serve fielmente a Deus, na verdade não está
rejeitando ao ministro, mas a Deus que o
chamou, e não está resistindo propriamente à
pessoa, mas ao trabalho de Deus através da sua vida.
Quem resiste pois, ao ministro fiel, resiste não ao homem mas ao próprio Deus que é o autor
desta fidelidade.
Portanto, nenhuma acusação leviana contra as pessoas dos ministros deveria ser aceita, e toda acusação para ser consignada deveria ser
mediante duas ou três testemunhas, de maneira
que não se desse ocasião ao Inimigo de
desautorizar e desqualificá-lo.
82
Esta é a razão de o Inimigo atacar tão ferozmente com injúrias e infâmias aqueles que estão
servindo fielmente a Deus, porque o seu
principal intuito é o de gerar dúvida nos corações das pessoas que estavam debaixo de tal
ministração, por darem crédito às falsas
acusações engendradas pelo diabo, através dos seus instrumentos, quer dentro da Igreja, ou
fora dela.
Mas se havia fundamento na acusação, seria de se estranhar que o testemunho destes ministros
fosse um testemunho fiel, de maneira que
nenhum dano seria trazido à obra de Deus, caso eles fossem repreendidos, motivo porque
deveriam ser repreendidos na presença de
todos os demais ministros, para que estes
temessem em seguir o mau exemplo deles.
Neste caso, a santidade e honra do Senhor seriam vindicados e ficaria patente que Ele nada
tinha a ver com o mau procedimento deles,
antes, por terem-no abandonado, é que agiram
daquela maneira reprovável.
Tão importantes são estas prescrições que Paulo havia passado para Timóteo que ele o
conjurou diante de Deus, de Cristo Jesus e dos
anjos eleitos para que fizesse todas estas coisas
sem prevenção e parcialidade (v.21).
Isto significa que Timóteo deveria sempre agir considerando que estava sendo observado pelo
Pai, pelo Filho e pelos anjos, de maneira que
83
todas as suas palavras e ações deveriam ser
devidamente medidas e ponderadas, com o
devido temor.
Assim procedendo não agiria pelo temor de homens ou para agradá-los, senão unicamente a Deus.
Ao mesmo tempo, isto impediria que fosse precipitado ou que ele agisse por motivações
pessoais e parciais, que não raro nos conduzem
a tomar decisões erradas e injustas.
Principalmente na ordenação de oficiais para a Igreja de Éfeso, todas os critérios e
recomendações para a sua eleição, deveriam ser
cuidadosamente realizados, de modo que não
houvesse nenhuma precipitação na sua ordenação, que poderia trazer sérios danos ao
rebanho, com a eleição de pessoas não
preparadas e não chamadas por Deus para o
ministério (v. 22).
Um bom critério para não errar nestas coisas seria Timóteo não participar dos pecados de
outras pessoas, conservando a si mesmo puro
diante do Senhor (v. 22).
Quanto à afirmação dos versos 24 e 25, cabe destacar que os ministros têm necessidade de
muita sabedoria, para poderem avaliar a variedade de ofensas e ofensores com os quais
terão que tratar.
84
Os pecados de alguns homens são muito claros e óbvios, e não há nenhuma dificuldade quanto
a trazê-los à disciplina da Igreja, de modo que
antes mesmo de serem julgados pelo conselho de anciãos ou pela Igreja, a falta deles é de
conhecimento geral porque foi praticada
abertamente.
Contudo, há outros pecados que somente serão
descobertos depois que houver uma apreciação no julgamento da acusação, que foi proferida
contra o ofensor.
Não se pode esquecer que a norma bíblica de que toda confrontação deve ser feita com toda
longanimidade e doutrina, deve sempre ser seguida, mesmo nos casos de disciplina.
E de igual modo quanto às evidências de arrependimento, as boas obras de alguns são
manifestas antecipadamente, enquanto o
arrependimento de outros somente poderá ser observado com o decorrer do tempo.
O ministro precisa saber disto para não se precipitar em seus julgamentos, e depender de
Deus para que todas as coisas sejam reveladas,
porque ele traz à luz as obras ocultas das trevas e torna manifesto os propósitos dos corações.
Finalmente quanto à recomendação de Paulo a Timóteo no verso 23: “Não bebas mais água só,
mas usa um pouco de vinho, por causa do teu
estômago e das tuas frequentes enfermidades.”,
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cabe destacar que era prática comum na
antiguidade, juntar-se uma parte de vinho a
cada dez partes de água, como medida
profilática, para extermínio de germes da água, que não tendo o tratamento sanitário de nossos
dias, era a causa de muitas enfermidades.
Então não estava em foco o hábito de tomar bebidas alcoólicas, mas usar de um expediente
germicida para a garantia de uma boa saúde.
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I Timóteo 6
A Submissão à Verdade
“1 Todos os servos que estão debaixo do jugo
considerem seus senhores dignos de toda honra, para que o nome de Deus e a doutrina não
sejam blasfemados.
2 E os que têm senhores cristãos não os desprezem, porque são irmãos; antes os sirvam
melhor, porque eles, que se utilizam do seu bom serviço, são cristãos e amados. Ensina estas
coisas.
3 Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso
Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade,
4 é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais
nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas
maliciosas,
5 disputas de homens corruptos de
entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro;”
Paulo havia falado anteriormente sobre o
relacionamento do cristão na Igreja, e também
em sua família, e agora ele passa a falar deste
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relacionamento no local de trabalho, e destaca o
dever de fazer tudo com submissão, zelo e amor,
para confirmar a doutrina de Cristo, que ensina
que todos os atos do cristão devem ser feitos por amor, não como que servindo a homens, mas ao
próprio Deus, que é merecedor do melhor dos
nossos esforços em tudo o que fazemos neste mundo, de forma que ao elogiarem o nosso bom
procedimento, o nome de Deus, que levamos
sobre nós, possa ser honrado e glorificado.
O fato de o cristão estar a serviço de outros cristãos implica em servi-los ainda melhor,
porque são cristãos e amados, de maneira que não se deve valer da condição de serem da
mesma família de Deus, para se pretextar
igualdade, de modo a não se colocar em posição
de submissão e serviço.
Deus mesmo ordenou as coisas desta forma para que todos sejam exercitados em obediência
prática, que em última instância é obediência a
Ele próprio.
Há na submissão uma chamada à renúncia ao eu, tão necessária para quebrar o orgulho que herdamos em razão do pecado original.
A aprendizagem da sã doutrina requer esta renúncia do eu, este negar-se a si mesmo, de
maneira que se possa aprender conforme
convém, em humildade, porque a graça do Senhor é concedida somente a quem se
humilha, e esta humildade há de se ver de forma
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prática em quem é pobre de espírito, e daí Jesus
ter afirmado que estes que são pobres de
espírito são os que são bem-aventurados,
porque poderão aprender de Deus e viver para Ele.
A afirmação do ego é o maior empecilho para o aprendizado e prática da sã doutrina. E não é de
se admirar que os falsos mestres, que resistem à
sã doutrina, ensinando doutrinas diversas, façam isto por motivo de endurecimento no seu
próprio orgulho.
Eles querem afirmar a sua própria opinião, e não o evangelho revelado nas Escrituras, ainda que
argumentando que têm aprendido diretamente de Deus pelo Espírito.
Assim resistirão aos verdadeiros mestres ou a qualquer outro mestre, porque não se trata
tanto de resistência a quem ensina, mas de
afirmarem as suas próprias convicções, tal como Alexandre, o latoeiro, que havia resistido
muito às palavras do apóstolo Paulo, no ensino
da sã doutrina, e que era da própria Igreja de
Éfeso:
“14 Alexandre, o latoeiro, me fez muito mal; o Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.
15 Tu também guarda-te dele; porque resistiu muito às nossas palavras.” (II Tim 4.14,15).
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Não raro, estas pessoas inchadas em si mesmas, e que não se submetem à verdade de Deus, e
nem mesmo querem estar debaixo do Seu
governo, fazem estas coisas simplesmente para produzirem contendas, divisões, desconfortos,
para se sentirem vitoriosos em debates, mas
nunca para investigar de fato sobre a verdade para aplicá-la à própria vida.
Por isso o apóstolo disse destes o que nós lemos nos versos 3 a 5:
“3 Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso
Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é
segundo a piedade,
4 é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais
nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas
maliciosas,
5 disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro;”.
Assim, há uma conexão do que havia dito antes da submissão dos servos aos seus senhores, por
amor ao Senhor, com o que disse adiante quanto
à necessidade de submissão em relação ao
aprendizado e ensino da doutrina, porque isto deve ser feito também em submissão a Deus e
por amor a Ele.
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Quando se perde isto de vista, ainda que conscientemente ou não, a pessoa estará
andando no caminho amplo que conduz à
perdição, em vez do caminho estreito estabelecido por Deus para a salvação.
Na verdade é necessário muita paciência e diligência para se aprender a sã doutrina, pela
sua prática na vida, conforme se encontra
revelada nas Escrituras.
Se fosse coisa tão fácil de se conseguir, a Bíblia não teria sido produzida com tantos livros e com
tantos ensinos, e num longo espaço de tempo.
É evidente que é muito leviana a atitude de afirmar que se tem um bom conhecimento da
vontade de Deus antes mesmo de se abrir a Bíblia para meditar nela com um espírito
submisso a Deus.
A pessoa que se deixar vencer pela soberba jamais aprenderá de Deus porque Ele resiste ao
soberbo, e somente concede a Sua graça aos humildes, conforme Ele afirma em várias
passagens das Escrituras.
Ninguém se surpreenda, portanto, que num mundo como o nosso dominado pelo
humanismo, que coloca o homem no centro de
tudo, e não a Deus, que se deseje efetivamente ouvir a sã doutrina, a qual não é da invenção do
homem, mas uma revelação que nos veio
diretamente do céu.
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É de fato nos nossos dias que se tem cumprido, como nunca antes, o que o apóstolo afirmou em
II Tim 4.3,4:
“3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres
segundo os seus próprios desejos,
4 e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.” (II Tim 4.3,4).
Mas mesmo diante deste quadro, é ordenado aos fiéis ministros de Cristo que continuem fazendo o que Paulo ordenou a Timóteo:
“prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda
longanimidade e ensino.” (II Tim 4.2).
Ao mesmo tempo, quanto aos falsos mestres é ordenado que os ministros fiéis fujam deles e da
sua influência e do seu falso ensino (v. 10).
De modo nenhum devem se permitir estar na sua companhia, e fazerem deles seus
companheiros de ministério, porque não pode
haver comunhão entre luz e trevas.
No verso 3 Paulo destaca que a sã doutrina é aquela que se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, reveladas nos
Evangelhos, e que esta sã doutrina produz um
bom efeito, a saber, ela gera santificação nos
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que a praticam e lhes conduz a viverem
piedosamente.
Esta é uma das formas de se identificar portanto, qual é o reto ensino.
Importa, portanto, a todo custo, manter a sã doutrina na Igreja, porque o ensino de homens orgulhosos, que não se conforma à sã doutrina,
produzirá rupturas na mesma, e não se poderá
ver nela aquele unidade pela qual Jesus
intercedeu que houvesse entre os cristãos, mutuamente, e com o próprio Deus.
Que unidade espiritual em paz e em amor poderá existir entre corações soberbos?
Isto não é somente para corações verdadeiramente humildes, que consentem
aprenderem e serem guiados por Deus?
O Amor ao Dinheiro
“6 e, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento.
7 Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar;
8 tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes.
9 Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas
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concupiscências loucas e nocivas, as quais
submergem os homens na ruína e na perdição.
10 Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé,
e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
constância, a mansidão.
12 Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” (I
Tim 6.6-12)
A cobiça é a mãe de todos os males, e por isso Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos
os males (v. 10).
A cobiça como obra da carne que é, nunca estará satisfeita, e assim quem se deixa dominar por ela não poderá viver em contentamento
espiritual com Deus.
Não poderá ser achado alegre e contente em toda e qualquer situação, porque isto é para ser
aprendido em Deus, de forma que se compreenda que coisas materiais não poderão
jamais satisfazer ao homem interior que é
espírito.
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A matéria não pode alimentar e satisfazer o espírito.
Somente coisas espirituais podem trazer verdadeiro contentamento ao espírito, e estas
coisas espirituais são ministradas a nós pelo Espírito Santo, quando andamos nEle, em
santificação.
Quem é de fato governado pelo Espírito pode ser achado contente até mesmo tendo apenas
vestiário e alimento, e sabe que é um alvo muito temporário este de ajuntar bens neste mundo,
porque nada se poderá levar consigo para o
outro lado depois da morte.
Então é a eternidade que nos está proposta em Cristo Jesus, que é o sentido e significado da nossa vida, e não todas as riquezas que se
possam obter neste mundo.
Ao contrário há muitas tentações e dores envolvidas no desejo de se tornar rico segundo
o mundo, e não raro, os que perseguem este alvo submergem em ruína e perdição, e se desviam
da fé (v. 9, 10).
Paulo não somente ordenou a Timóteo para fugir destes laços da cobiça mundana associada
à soberba da vida e à concupiscência dos olhos,
como também ordenou que se aplicasse àquelas coisas que são verdadeiramente agradáveis a
Deus e a nós, a saber: a justiça, a piedade, a fé, o
amor, a constância, a mansidão (v. 11).
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Santidade, amor, justiça, fé, constância, mansidão, longanimidade, e todas as virtudes
que estão em Cristo, devem ser o grande
objetivo pelo qual todos os cristãos devem lutar para alcançarem, e não as glórias e honras
passageiras deste mundo.
Estas riquezas da graça são obtidas mediante esforço no contínuo combate da fé, na luta
contra a carne (natureza decaída no pecado), e contra Satanás.
Estas riquezas da graça não são de fácil aquisição.
Exigem renúncia, diligência, aplicação nos deveres ordenados por Deus em Sua Palavra.
É assim que elas são concedidas a nós. E a premiação final e maior de tudo isto é a própria
vida eterna (v.12).
O Rei da Verdade
“13 Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o
testemunho da boa confissão, exorto-te
14 a que guardes este mandamento sem mácula e irrepreensível até a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo;
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15 a qual, no tempo próprio, manifestará o bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e
Senhor dos senhores;
16 aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja
honra e poder sempiterno. Amém.
17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na
incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para
delas gozarmos;
18 que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos,
19 entesourando para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam
alcançar a verdadeira vida.
20 Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e
as oposições da falsamente chamada ciência;
21 a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco.” (I Tim 6.13-21)
Se há uma coisa que verdadeiramente nos enriquece enquanto estamos neste mundo, é sermos abundantes na prática de boas obras de
justiça e amor, feitas em Deus, porque é por elas
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que será determinado o nosso galardão futuro e
que persistirá por toda a eternidade.
Estas boas obras são os verdadeiros tijolos espirituais com os quais será edificada a nossa
honra e glorificação futuras.
Daí a recomendação de Paulo aos Gálatas:
“9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos
desfalecido.
10 Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé.” (Gál 6.9,10).
A maior boa obra de todas é aquela que se refere a nos preocuparmos com o destino eterno das almas do nosso próximo e nos esforçarmos para
que alcancem a salvação e sejam edificadas na
verdade.
Daí Paulo ter exortado Timóteo, não por sua própria conta, mas estando diante de Deus e de Cristo Jesus, que eram os verdadeiros autores
daquela exortação, a que guardasse o
mandamento que havia recebido dele em toda
esta epístola sem mácula e irrepreensível até a vinda do Senhor.
Isto é, a Palavra de Deus que são estes mandamentos, são para serem preservados até
a consumação dos séculos, sem nada tirar ou
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acrescentar, ou alterar, porque não se referem à
vontade do homem, mas à vontade de Deus.
Diante de Pôncio Pilatos Jesus disse que o Seu reino não era deste mundo. E que Ele é o Rei da
Verdade, porque os que são pela verdade ouvem a Sua voz, e vivem para praticar a verdade
revelada por Ele nas Escrituras. E se Ele é Rei,
este governo é estabelecido no coração.
Assim, o Senhor, de há muito governa sobre milhões e milhões, com um governo de amor, paz, justiça e verdade, e com todas as suas
demais graças e virtudes, que são implantadas
nos corações dos seus súditos.
Então, que nenhum cristão tente avaliar a Palavra de Deus por critérios mundanos e carnais ou mesmo seculares.
Este reino é sobrenatural, celestial, e não é governado pelos princípios do sistema mundial
estabelecido pelos homens, mas pelo próprio
Deus.
Ninguém se surpreenda portanto, que os
mandamentos de Cristo caminhem em sua grande maioria exatamente na contramão das
expectativas de tudo aquilo que este mundo
considera grandioso.
A glória do mundo não reflete em nenhum aspecto a glória de Cristo e do céu.
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O cristão é um cidadão do céu, um forasteiro e peregrino neste mundo.
Está no mundo mas, não pertence ao mundo, e não deve portanto, viver pelos princípios do
mundo que contrariam os princípios de Deus, senão por aquilo que Deus tem determinado
para ele na Sua Palavra.
Assim, todos os ministros do evangelho deveriam ter em todas as suas ministrações
seus olhares voltados para o céu, para Deus, para Cristo, para o Espírito Santo, e estarem
efetivamente concentrados em espírito nas
coisas celestiais, espirituais, e divinas, quando
estão empenhados em edificar os santos.
Os ministros estão na terra mas, ministram nas regiões celestiais onde Cristo está assentado.
Se a ministração deles não segue este padrão estabelecido por Deus, não será efetivamente a
ministração que lhes tem ordenado para a glória
do Seu próprio nome.
Os ministros devem lembrar que somente
Cristo é a fonte da imortalidade, porque é somente nele que a morte é vencida, e que Ele
habita em luz inacessível, que pela imensa
glória que possui não permite que nenhum
homem possa dela se aproximar, a não ser aqueles que têm sido chamados por Ele para
habitar no céu.
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Isto significa que a Majestade e glória do Senhor devem estar diante dos Seus ministros para que
tenham o devido temor e tremor, ao exercerem
o ofício que lhes foi designado por Ele.
Deste modo, como podem os ministros ficarem impressionados com a altivez dos ricos deste
mundo diante desta glória do Senhor a que ele,
Paulo havia acabado de se referir? (17).
Esta altivez poderá ser justificada?
Como eles se encontrarão perante Ele no dia do juízo, por terem julgado que eram iguais a Deus?
Uma prova de amor e misericórdia a estes ricos
seria então lhes dizer que não sejam altivos e que nem façam das suas riquezas a razão da sua
esperança, mas de Deus, a quem pertence de
fato todas as coisas e das quais somos apenas
mordomos enquanto estamos neste mundo (v.17).
Que os ricos sejam exortados a se enriquecerem de boas obras, e que sejam generosos, de
maneira que possam vir a alcançar a verdadeira
vida que está em Cristo.
O soberbo, em sua altivez jamais achará a Deus, porque Ele não deixará que o homem O
encontre nesta condição, porque exige
humildade, pobreza de espírito e
arrependimento para nos conceder o Seu favor.
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Os ricos deste mundo são tão miseráveis aos olhos de Deus como qualquer outro pecador.
Por isso os ministros do evangelho não devem ficar intimidados com a aparência deles.
É seu dever pregar também a eles e lhes alertar o grande perigo que correm se confiarem somente nas suas riquezas.
Que ninguém se iluda, sejam ricos ou pobres com um tesouro falso, com uma falsa confiança,
que são forjados pela vã imaginação dos
homens.
Paulo chama aos conhecimentos adquiridos
para fins religiosos, que se opõem à sã doutrina de Cristo, como por exemplo o Gnosticismo que
grassava em seus dias, de falsa ciência, porque
este conhecimento que não permite o
conhecimento de Deus e da Sua vontade, por ser contrário ao verdadeiro conhecimento revelado
na Palavra, é falso, e todo cristão fará bem em se
guardar dele, e todo incrédulo deveria abandoná-lo para adquirir aquele verdadeiro
conhecimento que é o único que pode conceder
a vida eterna e livrar o homem da escravidão ao
pecado.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti,
como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.” (João 17.3).