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Boletim Informativo Ano 1 Número 5 Outubro de 2007

editorial

artigo

O cinema e o ensino da História

Nós, historiadores, que amamos a vida

O curso de História da FUNEDI/UEMG oferece àcomunidade estudantil de Divinópolis um semináriono qual serão discutidas e analisadas várias temáti-cas que fazem parte dos programas de Vestibular deuma forma diferente, inovadora e descontraída: nocinema.

Como o cinema pode auxiliar o ensino de Histó-ria? É a pergunta que motiva o curso a promover oseminário A História no Cinema, que acontecerá na

primeira semana de novembro no Cine Goiás, com exibiçõesde filmes e debates. O cinema tem sido, nos últimos anos,importante ferramenta tanto na educação fundamental e média

quanto na ciência histórica. Acreditamos que tal seminário con-tribui na construção de um olhar crítico a respeito do cinema,da história e da relação entre os dois, fugindo de perspectivasanalíticas que tomam o objeto-filme como ilustração de deter-minada realidade.

O uso das linguagens e expressões artísticas e culturaishumanas no debate científico da história alarga os horizontesdo pesquisador e contribui para a reavaliação crítica das fontese dos objetos das nossas pesquisas. Dessa forma, o curso deHistória da FUNEDI/UEMG reafirma seu compromisso com acomunidade local, principalmente a dos estudantes, e com asdiscussões teóricas e historiográficas mais atuais.

Sempre que eu me ponho a pensar no que é ser his-toriador, lembro-me de uma situação que vivi logoque me graduei. Eu tinha, então, 21 anos e fui aoconsultório de um médico que não conhecia. Ao verminha ficha, ele me perguntou, com descrença, seeu era mesmo historiadora. Confirmei a informação

e ele exclamou: “Você é muito nova pra isso!”. Aborrecida como comentário, recém-formada, passei a refletir sobre como asociedade via minha profissão. Essa reflexão nunca mais ces-sou, e é um pouco dela que trago para este espaço.

A imagem do historiador como o sujeito sisudo, que se es-conde por trás de velharias, fala complicado e parece vivernum tempo muito distante do presente, não corresponde àspossibilidades de atuação – e nem aos anseios reais – de nossocampo profissional. Aliás, hoje é ponto pacífico a idéia de queo bom historiador é aquele que é capaz de compreender, vivere agir no seu mundo, a partir do diálogo com homens e institui-ções de outros tempos. Mas como? Com que meios e instru-mentos? Em que espaços age o historiador contemporâneo?Das salas de aula, passando por instituições diversas e chegan-do até os meios de comunicação, o mundo do trabalho é, todoele, campo de ação do historiador.

A atividade mais tradicional é ainda das mais prazerosas: omagistério, em todos os segmentos da educação. Nesse cam-po, as mudanças de prática profissional vêm da descoberta deque as melhores aulas de História não são as que contam ver-dades, mas as que levam os alunos a descobrir o novo emoutros tempos, a enxergar as diversas possibilidades de com-preensão da memória e interpretação da vida humana. Mas,além da docência, há inúmeras possibilidades de exercício doofício de historiador, ligadas à educação e à pesquisa.

Nas instituições de memória e patrimônio (arquivos, mu-seus, centros de memória, etc.) ou do mundo do trabalho (co-

merciais ou industriais), há o trabalho constante de preserva-ção e construção da memória coletiva: recolhimento, preserva-ção, organização e análise de documentos, vestígios humanosde diversas temporalidades, que possibilitam compreender epreservar a identidade de grupos sociais.

O historiador é ainda um profissional fundamental no cam-po do patrimônio cultural, tanto no que se refere à atuação depesquisador técnico – por exemplo, com a identificação e oinventário de bens culturais em municípios – quanto no que dizrespeito à comunicação dessas pesquisas à população, em ati-vidades de lazer e turismo, especialmente de caráter cultural epedagógico.

O campo de atuação profissional autônoma é também cheiode historiadores. Trabalhamos na elaboração de materiais didá-ticos e instrucionais, em livros de histórias de instituições, con-sultorias dos mais diferentes tipos. É muito comum, por exem-plo, diretores de cinema e emissoras de TV contratarem histo-riadores, buscando subsídios para roteiros das obras de ficçãode caráter histórico.

Estamos espalhados pela sociedade, nós, historiadores. Nãoapenas porque a necessidade de preservar a memória coletivae refletir sobre ela de maneira consistente é uma demanda so-cial. Mas também, e sobretudo, porque nosso objeto de estu-dos é o homem; portanto, onde há vida humana, aí estamosnós. É dela e com ela que construímos nosso ofício.

Diante de todas essas possibilidades, eu hoje responderia ao“doutor” que me achou muito nova para ser historiadora comas palavras de Henri Pirenne: “Se eu fosse antiquário, só teriaolhos para as coisas velhas. Mas sou um historiador. É porisso que amo a vida.”

Miriam Hermeto, educadora, historiadora e professora docurso de História da FUNEDI/UEMG

informes

Boletim Informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 1 – Número 5 – Outubrode 2007 – Editores deste número: João Ricardo F. Pires e Leandro Pena Catão. Colaboração:Adalson Nascimento e Miriam Hermeto. Revisão: Maria Luisa da Silva. Diagramação: Asses-soria de Comunicação da FUNEDI/UEMG. Contatos: [email protected], (37) 3229-3569 –Av. Paraná, 3.001, bairro Jardim Belverdere, Divinópolis (MG), CEP 35501-170

expediente

4º Simpósio Latino-Americano eCaribenho de História Ambiental

A Sociedade Latino-Americana eCaribenha de História Ambiental (SOL-CHA) convoca a sociedade científicae acadêmica interessada nas questõesrelativas às interações homem e ambi-ente nas suas mais diversas facetas. Oevento ocorrerá de 28 a 30 de maio de2008, na Universidade Federal de Mi-nas Gerais (UFMG).

As inscrições iniciam-se em 3 denovembro de 2007 e encerram-se no dia3 de março de 2008. Entre as temáti-cas que serão discutidas no encontro,destacam-se: História, Política e Ges-tão Ambiental; Teorias e Métodos daHistória Ambiental; Ensino e EducaçãoAmbiental; Geografia Histórica; Cida-de e Ambiente; Ambientalismo e Pen-samento Ambiental, entre outras.

Para mais informações, confira osítio do evento http://www.faf ich.ufmg.br /solcha/pt /cronograma.html.

Seminário de Ensino, Pesquisa eExtensão da UEMG Ituiutaba

Com relação a esse evento que ocor-rerá entre os dias 12 e 14 de novembrode 2007, informamos que foram acei-tos 12 trabalhos de alunos do curso deHistória da FUNEDI /UEMG.

Isso vem confirmar a qualidade dostrabalhos de pesquisa que vêm sendodesenvolvidos pelos corpos docente ediscente do curso..

Chamada para colaborações

A revista “Escritas”, do curso de His-tória da Universidade Federal do Tocan-tins (UFT), está com edital aberto parao recebimento de colaborações para seuprimeiro número.

O prazo para o recebimento é de 20de agosto de 2007 a 20 de novembro de2007. Para mais informações sobre re-gras e envio das colaborações, veja osítio [email protected].

2º Congresso da AssociaçãoBrasileira de Pesquisadores em

Comunicação e Política(Compolítica)

Entre os dias 5 e 7 de dezembro de2007, na Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas (FAFICH), Campus daUFMG em Belo Horizonte, estará acon-tecendo esse evento organizado pelaCompolítica. Entre as temáticas que se-rão discutidas, destacam-se: Comunica-ção e Democracia; Mídia e Eleições;Jornalismo Político; Sociedade Civil,Participação e Comunicação; Políticasde Comunicação; Internet e Política;Imagem Pública Política e EconomiaPolítica da Comunicação.

As inscrições já estão abertas e vãoaté o dia 4 de dezembro, mas quem seinscrever até o dia 15 de novembro temdesconto na taxa de inscrição. Para efe-tivar inscrições e obter mais informa-ções, veja o sítio www.fafich.ufmg.br/compolitica ou envie e-mail [email protected].

Colóquio Internacional:Cortes, Cidades, Memórias –

Trânsitos e Transformações naModernidade

O Programa de Pós-Graduação emHistória da UFMG convida a comuni-dade acadêmica e científica a partici-par deste evento, que acontecerá entreos dias 12 e 14 de novembro de 2007.Entre as temáticas que serão discuti-das, destacam-se: Poder e Transforma-ções Urbanas; Trânsitos e Cidades;Mutações e Permanências do Urbanoem Minas; Cidade, Modernidade e Fo-tografia; Cidades, Museus e Memóri-as. O evento será aberto nas dependên-cias da Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas (FAFICH), no Campusda UFMG, às 9h30, com conferência doprof. Luiz Felipe de Alencastro.

No dia 13 de novembro, as ativida-des do colóquio transcorrerão ainda nasdependências da FAFICH. No últimodia, o evento acontecerá nas dependên-cias do Museu Histórico Abílio Barre-to, em Belo Horizonte. Para inscrição emais informações, veja o sítio http://w w w. f a f i c h . u f m g . b r / c o r t e s /cronograma.php.

Programação do Seminário “A História no Cinema”

– Dia 5 de novembro (segunda-feira) – Filme “Olga”– Dia 6 de novembro (terça-feira) – Filme “Munique”– Dia 7 de novembro (quarta-feira) – Filme “300”– Dia 8 de novembro (quinta-feira) – Filme “Lutero”– Dia 9 de novembro (sexta-feira) – Filme “O que É isso, Companheiro?”Local: Cine Goiás. Ingressos: R$ 3,00. Sessão: 13h30 .Aberto ao público. Informações: (37) 3229-3569 ou pelo [email protected]