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Boletim Informativo Ano 2 Número 7 Abril de 2008

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O sistema econômico capitalista está levando omundo à beira de um colapso ambiental? Vive-mos num momento crítico, numa encruzilhadade decisões fundamentais para a manutençãoda vida humana no planeta? A questão ambien-tal é, hoje, um dos assuntos mais debatidos tantonos meios de comunicação quanto nas univer-sidades e, ainda, nos bares de esquina. Há tal

quantidade de dados, informações, análises e previsõesque embaralham o entendimento, que dificultam a ela-boração de opiniões conscientes.

A discussão é sempre válida, e ela vem sendo res-ponsável, desde os primórdios do movimento ambien-talista, pela abertura do espaço público a esse tema epela elaboração de políticas eficientes na conservaçãoambiental. Mas é chegado um momento de síntese, ummomento de condensar criticamente o que já foi feito epartir para um processo de transformação do indivíduo.É necessário deixar de lado análises e previsões alar-mistas que caminham para uma visão desumanizadorada natureza, mas, também, é necessário repensar omodelo de produção e consumo que acelera a desigual-dade social e o acesso sustentável aos bens naturais.Nesse sentido, o que a história tem a contribuir? Umavisada histórica sobre o tema ambiental tem a vantagem

O que a história tem a dizer sobre a questão ambiental?de relativizar e desmistificar categorias que são absolu-tizadas, tais como natureza e homem.

A história pode ajudar no entendimento das relaçõesentre o homem e natureza ao longo do tempo. Pode nosajudar a compreender como nossos antepassados lida-ram com os recursos naturais, contribuindo, assim, parao entendimento do percurso feito até agora.

Pode contribuir para uma visão mais global e huma-na do tema ambiental, escapando, assim, de análises quefiquem atreladas ao paradigma conservantista. Ou seja,é necessário que as análises e as políticas ambientaisincluam cada vez mais o homem, que elas pensem natransformação dos espaços ambientais coligados comas melhorias das condições de vida da população dessesespaços. Já há todo um campo de estudos se consoli-dando e investindo em estudos multidisciplinares cha-mado história ambiental. Instituições e congressos es-tão sendo feitos, professores e alunos estão criando es-paços e materiais de pesquisa interessantes.

É um caminho para aqueles que procuram um com-prometimento com a manutenção de todas as espéciesdesse planeta, inclusive a nossa. É um caminho de trans-formação dos valores da produção e do consumo capi-talista. É um grande trabalho de educação que nossotempo não se pode furtar.

Fico a pensar: “Vivemos em um país de regimedemocrático?”. Acho que não! E, em uma re-flexão menos simplista, vejo que vivemos emuma oligarquia disfarçada com rótulo de demo-cracia. Tudo “para inglês ver” ou, usando umjargão em termos tupiniquins, “para brasileiro

desinformado acreditar”. A palavra democracia surgiuna Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, porvolta do ano 505 a.C., e significa “poder da maioria”.Também na Grécia Antiga, o modelo político foi inven-tado. Os gregos eram um povo realmente preocupado eparticipativo nas questões políticas; participar do Sena-do era bem mais que um dever, era ético, era a cidada-nia em exercício, e esta conferia também um status so-cial. Mas as mulheres, os escravos, os estrangeiros e ascrianças não eram considerados cidadãos.

No entanto, este grupo representava a grande maio-ria da população; nascia, então, a grande falha da demo-cracia grega: no governo das maiorias, somente alguns– os melhores ou os aristóis (aristocratas) – tinham di-reitos efetivos no poder. Trazemos agora para o atual:Brasil, século XXI, ano 2008. Nós, brasileiros, maioresde 16 anos, homens, mulheres, homossexuais e indefi-nidos, independentemente da condição social e religio-sa, temos o direito de nos candidatar e/ou votar no nos-so político, que dizem ser “nosso representante”. Te-nham certeza e a “santa paciência”, meus representan-tes eles não são, mesmo que eu tenha votado neles. Al-

Democracia: utopia ou transvestimento?guém que lhe apresenta propostas belamente maravi-lhosas e depois lhe rouba o dinheiro público para com-prar tapioca o representa? A mim não!

Nosso processo eleitoral é referência em várias par-tes do mundo por não haver grandes possibilidades defraudes e pela rapidez, mas mal sabem os gringos que,com a mesma agilidade com que as urnas eletrônicasnos dão os resultados, os candidatos eleitos se corrom-pem e jogam sua idoneidade da pré-eleição água abaixo.As propostas, os planos e os projetos que beneficiariamos pobres são, agora, meras imagens de segundo plano.

Escolhemos nossos candidatos, não é? E agora?...Somos obrigados a aturá-los por quatro anos, com to-das as suas falcatruas e pilantragens? Não, não somos!Existem inúmeras possibilidades de tirarmos do poderesses picaretas. O que nos falta é vontade. Aos políticosdesonestos ficam as perguntas: e os direitos da maioria?E as propostas que beneficiariam as pessoas pobres? Eas reformas favoráveis ao povo? Aos brasileiros, contu-do, a massa brasileira: cadê a vontade do brasileiro delutar? Até quando assistiremos a tudo? Não nos deixe-mos que frases midiáticas como “sou brasileiro e nãodesisto nunca” nos façam acomodados e palhaços. Pa-lhaços espectadores de si mesmos!

Amilton Augusto FonsecaAluno do curso de História da FUNEDI/UEMG

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Boletim Informativo do Curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 2 – Número 7 –Abril de 2008 – Editores deste número: Ana Luzia da Silva, Flávia Lemos Mota deAzevedo e João Ricardo Ferreira Pires. Contribuição: Amilton Augusto Fonseca. Diagra-mação e revisão: Daniela Couto e Elvis Gomes (Assessoria de Comunicação da FUNE-DI/UEMG) – Contatos: [email protected] – (37) 3229-35 69 – Avenida Paraná,3001, bairro Jardim Belvedere, CEP 35501-170, Divinópolis (MG)

expediente

A Associação Nacional dos Professores Universitários deHistória (ANPUH), em São Paulo, e a Faculdade de Filoso-fia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo(FFLCH-USP), por meio do Departamento de História, pro-movem o 19º Encontro Regional de História – Poder, Exclu-são e Violência, de 1º a 5 de setembro de 2008. As inscriçõesde trabalhos nos seminários temáticos encerram-se dia 5 demaio. Também estão abertas as inscrições em minicursos.As inscrições de pôsteres (pesquisa na graduação) serãofeitas de 2 de junho a 1º de julho. Já as inscrições de ouvin-tes vão de 2 de junho a 1º de setembro. Instruções no sitewww.anpuhsp.org.br.

O evento, organizado pelos grupos de pesquisa “Históriada Educação na Paraíba” e “Sociedade e Cultura na ParaíbaImperial” e promovido pelo Programa de Pós-Gradução emHistória da Universidade Federal da Paraíba, ocorrerá nocampus da UFPB em João Pessoa, entre 24 e 27 de setembrode 2008. As inscrições de propostas de trabalhos para oseixos temáticos estarão abertas no endereço eletrônicohttp://www.cchla.ufpb.br/ppgh/imperio2008/. Informaçõespelo e-mail [email protected].

O evento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação emHistória da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,com apoio dos programas de Pós-Graduação em Históriada Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Ruralde Pernambuco, além da Faculdade de Formação de Profes-sores de Nazaré da Mata da Universidade de Pernambuco,ocorrerá em Natal, no Campus da UFRN, entre 16 e 19 desetembro de 2008. Endereço eletrônico: http://www.cchla.ufrn.br/eihc2008/.

Estão abertas as inscrições para o 2º SeminárioNacional de História da Historiografia – A dinâmi-ca do historicismo: tradições historiográficas mo-dernas, que será realizado entre os dias 19 e 21 deagosto deste ano no Campus de Mariana da Uni-versidade Federal de Ouro Preto. O evento é umarealização do Núcleo de Estudos em História da

Este simpósio propõe pensar como as sensibilidades e associabilidades afetaram e foram historicamente afetadas pe-las mudanças ocorridas nos comportamentos e nas visõesde mundo, nas formas de conhecimento do real e na con-cepção de valores e verdades, nas experiências estéticas enas expressões artísticas, nas crenças e mitos, na moral ena norma, nas formas de agregação dos indivíduos e dosgrupos, no sentido do público e do privado. Que razões esentimentos estavam contidos nessas transformações queocorreram na história? Inscrições de 28 de março a 30 deabril. Prazo para envio de propostas de comunicações paraos minissimpósios pode ser consultado no sitewww.historiacultura2008.ucg.br.

Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfasena publicação de textos, a Guemanisse Editora e EventosLtda. promove o 6º Concurso Literário Guemanisse de Con-tos e Poesias, composto por duas categorias distintas: con-tos e poesias. As inscrições se encerram no dia 19 de maiode 2008. Mais informações no site www.guemanisse.com.brou pelo e-mail [email protected].

6º Simpósio Nacional de História Cultural:Sensibilidades e Sociabilidades

O Grupo de Estudos Celtas e Germânicos (BRATHAIR)convida a todos para participarem do 3º Simpósio Interna-cional e do 2º Simpósio Nacional de Estudos Celtas e Ger-mânicos a ser realizado de 8 a 11 de julho de 2008 na Univer-sidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).O simpósio conta com conferências, mesas-redondas, mini-cursos e apresentações de comunicações. As inscriçõespara apresentação de trabalhos irão até o dia 31 de maio edeverão ser enviadas para o e-mail [email protected]. Outras informações sobre o eventoestão no site www.brathair.com.

2º Seminário Nacional de História da Historiografia – UFOP Campus Mariana

Historiografia e Modernidade (NEHM). As inscrições paraapresentação de trabalho são R$ 25,00 para graduando, R$40,00 para pós-graduando, R$ 50,00 para professores e R$15,00 para ouvinte e vão até o dia 30 de junho.Mais informações podem ser obtidas no sitewww.ichs.ufop.br/seminariodehistoria ou pelo [email protected].

1º Encontro de História do Império Brasileiro:Múltiplas Visões – Cultura Histórica

no Oitocentos

2º Encontro Internacional de História Colonial:Experiência Colonial no Novo Mundo

– Séculos XVI a XVIII

6º Concurso Literário Guemanisse deContos e Poesias 2008

19º Encontro Regional de História na USP

3º Simpósio Internacional e 2º Nacional deEstudos Celtas e Germânicos na UFSJ

– A revista História da Historiografia, da UniversidadeFederal de Ouro Preto (UFOP), recebe artigos, resenhas etraduções em fluxo contínuo. Seu primeiro número serálançado em agosto deste ano. Mais informações pelo e-mail [email protected].

Chamada de artigos– A revista Fazendo História, da Universidade Federal doRio Grande do Norte (UFRN), está recebendo artigos eresenhas em fluxo contínuo. Mais informações pelo sitehttp://www.cchla.ufrn.br/fazendohistoria/