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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

JULIANA PIRES LANCE FRANCISCO

INFLUÊNCIA DA INALAÇÃO DA FUMAÇA DE CIGARRO

SOBRE REMODELAÇÃO ÓSSEA APÓS A EXPANSÃO

RÁPIDA DA MAXILA EM RATOS

Piracicaba

2017

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JULIANA PIRES LANCE FRANCISCO

INFLUÊNCIA DA INALAÇÃO DA FUMAÇA DE CIGARRO

SOBRE REMODELAÇÃO ÓSSEA APÓS A EXPANSÃO

RÁPIDA DA MAXILA EM RATOS

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Piracicaba da Universidade

Estadual de Campinas como parte dos requisitos

exigidos para obtenção do título de Mestra em

Biologia Buco-Dental, na área de Histologia e

Embriologia.

Orientador: Prof. Dr. Pedro Duarte Novaes

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA POR JULIANA PIRES LANCE FRANCISCO E ORIENTADA PELO PROF. DR.

PEDRO DUARTE NOVAES.

Piracicaba

2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho:

A DEUS e a Jesus Cristo,

Pais Amorosos, Misericordiosos, agradeço pela Vida, e dedico

mais esta etapa. Por sempre me guardarem, e acima de tudo,

porque em nenhum momento se esqueceram da sua filha. Nos

momentos mais difíceis eu sempre soube que a SUA DESTRA

estava comigo, e agora continuam comigo na conquista de mais

uma importante etapa na minha vida.

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DEDICATÓRIA

Ao meu marido, Marcelo, por todos esses anos juntos. Por estimular e

estar lado a lado comigo nos meus sonhos. Pelo apoio e cuidados com

as crianças para realização do sonho do mestrado. Por cuidar de mim

com quando preciso.

Aos meus pais, que quando chamei, vieram prontamente.

À minha mãe, Maria Joana, que em nenhum momento difícil esteve

ausente. Exemplo de amor, fé e caridade.

Ao meu pai, Valentim, pelo carinho, amor, apoio e desprendimento.

Aos meus filhos, Matheus e João Marcelo, dedico e agradeço pela

paciência nos momentos de ausência e pelas conquistas que perdi. O

mais importante agora, mamãe está aqui.

À minha irmã, Eloá e sobrinho Guilherme pelo apoio incondicional desde

o processo seletivo para o mestrado. Vocês foram determinantes em

todos os momentos.

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À minha irmã, Stefânia, cunhado, Marcos, afilhado, Otávio e sobrinha

Marina, pelo apoio e carinho, orações.

Aos meus sogros, Arthur e Heloiza, cunhados, cunhadas e sobrinhos pelo

apoio a mais esta caminhada. Especialmente, Lúcia Barbosa Francisco e

Carlos Eduardo da Silva Francisco, minhas sobrinhas, Ana e Theo.

Sandra Márcia Carvalho e Geraldo Carvalho Jr. vocês bem sabem como

foi a caminhada para correr e retomar meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Pedro Duarte Novaes, meus respeitos e

admiração, por me dar a paz e a confiança no que foi da minha necessidade durante

as análises e na condução do projeto, e por ser um pesquisador e mestre de

referência.

Aos docentes do Programa de Pós- Graduação em Biologia Buco—Dental

da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas

(FOP - UNICAMP), Prof.ª Dr.ª Ana Paula de Souza Pardo, Prof. Dr. Marcelo Rocha

Marques e Prof. Dr. Sérgio Roberto Peres Line.

À profa. Dra. Yamba Carla Lara Pereira, por tudo que me ensinou, pela

determinação e direção nos momentos em que temia fracassar.

À profa. Maria Bernadete Sasso Stuani por acompanhar os primeiros

passos no estágio da clínica de Ortodontia da FORP – USP, por ser grande

incentivadora no ingresso ao curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia

Facial da FORP – USP e no mestrado em Biologia-Buco Dental da FOP - UNICAMP.

À profa. Dra. Juliana dos Santos Neves, a Ju Morena, profissional e

pesquisadora ímpar, pela orientação nas análises e por estar sempre doando algo

precioso, chamado tempo.

À profa. Dra. Mamie Mizusaki Yomasa por colocar o Laboratório de

Histologia da FORP- USP à minha disposição durante o tratamento dos animais. Alma

bondosa, sorriso meigo.

Às amigas, Profas. Dras Daniela Misuzaki Yomasa, Glauce Crivelaro

Nascimento, Luciana Souto Mofatto e Danielle Portinho pelo companheirismo,

amizade, ensinamentos e apoio.

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Aos meus queridos amigos do Programa de Pós-Graduação em Biologia

Buco-Dental da FOP-UNICAMP, Marta Bazzano, Francielli Felipetti, as flores, Mayra

de Faria, Zulieth Arrieta, Eduardo Eurioste (Du), Roger Guedes, Bruno, Elisa Rolfini,

Valério, Manuel e Natássia, pela agradável convivência.

Ao prof. Dr. Paulo Tambasco de Oliveira pela amizade e inspiração nos

caminhos da Histologia.

A Eliene Aparecida Orsini Narvaes, Maria Aparecida Santiago Varella

(Cidi), Flávia Mariano, Gustavo Narvaes Guimarães, Ivani Demétrio, Adriano e Cris,

funcionários dos Laboratórios de Microscopia Eletrônica de Transmissão e de

Histologia do Departamento de Morfologia da FOP-UNICAMP, por todo apoio técnico,

pelo divertido convívio e pela amizade.

Cidi, preciso dizer: Quanto é grande a minha admiração por você.

À secretaria do Departamento de Morfologia da FOP-UNICAMP, e Suzete

Neder, pela atenção e por estar sempre disposta a ajudar.

Aos funcionários do CPD da FOP, especialmente Jonathan, pela paciência.

Aos animais que deram sua vida para que este trabalho fosse possível de

se realizar.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) pela concessão da bolsa de mestrado.

Às amigas, Denise Barichello, Isabella Pioli, Corine Nimtz, Andréia

Mantovani, obrigada pela Entrega. Vocês foram um Porto Seguro quando eu precisei.

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Aos bibliotecários, querida Heloisa Ceccotti pela gentileza, conversas

agradáveis, orientações na escrita da dissertação e pelo profissionalismo. Josi, pelo

carinho e orientações de pesquisa bibliográfica. E Paulo, no atendimento à biblioteca.

Aos funcionários do Biotério e Laboratório de Histologia da FORP-USP.

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"Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém

pode andar por você."

Pérolas Xamânicas - In Código de Ética dos Índios Norte- Americanos.

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RESUMO

A terapia ortodôntica – ortopédica definida na Expansão Rápida da Maxila utiliza o stress mecânico aplicado para estimular ou inibir o crescimento ósseo maxilar ou modificar a direção de crescimento via mudança da atividade celular no interior das suturas craniofaciais e sincondroses. Nos eventos de Remodelação óssea (RO) e movimento ortodôntico – ortopédico (MOO), o esqueleto é continuamente reestruturado por osteoclastos, reabsorvendo osso velho e osteoblastos, formando osso novo durante toda a vida do indivíduo. Reabsorção e formação óssea são eventos acoplados em um processo de renovação constante do esqueleto enquanto mantém sua integridade estrutural. A remodelação é orquestrada por células da linhagem osteoblástica responsáveis pela deposição da matriz óssea e sofre influência de fatores intrínsecos e extrínsecos durante a rápida expansão da maxila. Analisar a biodinâmica da remodelação óssea após expansão rápida da maxila (REM) sob a influência passiva da fumaça de cigarro (FC) foi o objetivo deste estudo por histomorfometria. Material e Método: Foram avaliados in vivo os efeitos da Expansão Rápida da Maxila (REM) sob a influência da inalação passiva da fumaça de cigarro (FC) em vinte e cinco ratos Wistar machos, de 06 semanas de vida, com aproximadamente 300 g. O estudo foi conduzido e aprovado pela CEUA Comissão de Ética no Uso de Animais da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP, Protocolo Aprovado 2013.1.970.58.6. Os ratos foram fornecidos pelo Biotério I da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foram divididos em três grupos quanto ao tratamento: controle negativo (05 ratos - sutura intacta, sem fumaça de cigarro), grupo experimental I (10 ratos com Expansão Rápida da Maxila – E e sem Fumaça de cigarro - FC), grupo experimental II (10 ratos com REM e com FC). Cinco animais por grupo foram submetidos à eutanásia no 7º e no 14º dia após a ERM e/ou FC. Cinco cortes por rato foram analisados em microscopia de luz acoplada a uma câmera de vídeo (DFC 280, Leica Microsystems). Em cada corte, uma imagem contendo a região da sutura palatina mediana foi capturada no aumento de 10x. Nestas, a largura da sutura palatina mediana (μm) e a densidade volumétrica de osso recém-formado (Vv %) na região da sutura foram quantificadas utilizando o programa Image Pro Plus. Resultados: As medidas da largura da sutura palatina comparadas entre os grupos pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Student-Newman-Keus mostraram-se maiores para 7GI e GII e manteve-se significativamente maior para 14GII. As médias da densidade volumétrica de osso recém-formado foram comparadas por ANOVA one way, seguido pelo teste de Tukey, mostraram-se menores para 7GI E 7GII. Para todas as análises, o nível de significância foi estabelecido em p<0,05 Conclusões: A análise histomorfométrica dos parametros, largura da sutura palatina mediana e densidade volumétrica de osso neoformado indicaram que a fumaça passiva de cigarro dificultou significativamente, o processo remodelação óssea da sutura palatina mediana após a expansão rápida da maxila com imediata exposição à fumaça de cigarro.

Palavras chave: Remodelação óssea (RO). Movimento dental ortodôntico-ortopédico

(MOD). Fumaça de cigarro (FC). Expansão rápida da maxila (ERM).Histomorfometria.

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ABSTRACT

Orthodontic orthopedic therapy defined in the Rapid Maxilla Expansion utilizes the mechanical stress applied to stimulate or inhibit maxillary bone growth or to modify the growth direction by changing cellular activity within the craniofacial sutures and synchondroses. In the events of bone remodeling (BR) and orthodontic- orthopedic movement (MOO), the skeleton is continually restructured by osteoclasts, reabsorbing old bone and osteoblasts, forming new bone throughout the individual's life. These voluminous "reabsorbent" and "appositional" cells originate in the osteoprogenitor cells of the connective membranes lining the bones externally and internally, the periosteum and the endosteum of the bone matrix. Resorption and bone formation are events coupled in a process of constant renewal of the skeleton while maintaining its structural integrity.The remodeling is orchestrated by cells of the osteoblastic lineage responsible for the deposition of the bone matrix and are influenced by intrinsic and extrinsic factors during the rapid expansion of the maxilla. Analysis of the biodynamics of bone remodeling after rapid maxillary expansion (MRS) under the passive influence of cigarette smoke (CS) was the objective of this histomorphometry study. METHODS: The effects of Rapid Maxillary Expansion (REM) under the influence of passive inhalation of cigarette smoke (CS) in twenty five male Wistar rats (Rattus norvegicusalbinus), at 06 weeks of age, were evaluated in vivo with approximately 300 g.They were divided in three groups regarding the treatment: negative control (05 rats - intact suture, no cigarette smoke), experimental group I (10 Rapid Expansion Maxilla - REM and no Cigarette Smoke - CS), experimental group II 10 mice with REM and CS). Five animals per group were submitted to euthanasia on the 7th and 14th day after REM. Five slices per mouse were analyzed by light microscope (Leica DMLP, Leica Microsystems) coupled to a video camera (DFC 280, Leica Microsystems). At each cut, an image containing the region of the medial palatine suture was captured at 10x magnification. In these, the width of the medial palatine suture (μm) and the volume density (Vv %) of newly formed bone in the suture region were quantified using the Image Pro Plus program. Results: Measurements of the palatine suture width compared to the Kruskal-Wallis non-parametric test, followed by the Student-Newman-Keus test were shown to be larger for GI and GII of 7 days and remained significantly higher for GII at 14 days. The averages of the volumetric density of newly formed bone were compared by ANOVA one way, followed by the Tukey test, they were smaller for 7GI and 7GII. For all analyzes, the level of significance was set at p <0.05. Conclusions: The histomorphometric analysis of parameters, median palatine suture width and volume density of neoformed bone indicated that passive cigarette smoke made the bone remodeling process significantly more difficult of the mid palatal suture after rapid maxillary expansion with immediate exposure to cigarette smoke. Keywords: Bone remodeling (BR). Orthodontic orthopedic dental movement (MOO).

Cigarette smoke (CS). Rapid maxillary expansion (REM). Histomorphometry.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MOD: Movimento Dentário Ortodôntico

MOO: Movimento Ortodôntico Ortopédico

OMS: Organização Mundial de Saúde

REM: Expansão Rápida da Maxila

RO: Remodelação Óssea

BR: Bone Remodeling

OOM: Orthodontic Orthopedic Movement

REM: Rapid Expansion of the Maxilla WHO: World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 16

2 REVISÃO DA LITERATURA 22

2.1 DEFICIÊNCIA MAXILAR TRANSVERSA E EXPANSÃO RÁPIDA DA

MAXILA

22

2.1.1 Suturas craniofaciais 22

2.1.2 Atresia Maxilar e Expansão Rápida da Maxila 25

2.1.3 Histórico da Técnica Expansão Rápida da maxila 30

2.2 FUMAÇA DE CIGARRO E MOVIMENTO ORTODÔNTICO

36

3 PROPOSIÇÃO 43

4 MÉTODO 44

4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA 44

4.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 47

4.3 ANESTESIA DOS ANIMAIS E INSTALAÇÃO DO DISPOSITIVO PARA A

RÁPIDA EXPANSÃO DA MAXILA (REM)

48

4.4 EXPOSIÇÃO À FUMAÇA DE CIGARRO 51

4.5 EUTANÁSIA DOS ANIMAIS, COLETA E PREPARO DOS ESPÉCIMES 53

4.6 PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO 54

4.7 HISTOMORFOMETRIA 55

4.8 ANÁLISES ESTATÍSTICAS 58

5 RESULTADOS 59

6 DISCUSSÃO 66

6.1 HISTOMORFOMETRIA 66

6.1.1 Medidas da largura da sutura em micrômetros 66

6.1.2 Densidade volumétrica de osso neoformado 69

7 CONCLUSÃO 74

REFERÊNCIAS 75

ANEXO 1- CERTIFICADO CEUA 94

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1 INTRODUÇÃO

Remodelação óssea (RO) e movimento ortodôntico/ortopédico (MOO) são

eventos que têm relação direta entre si, estando os movimentos dentários

ortodônticos, bem como, as forças ortopédicas dependentes do processo de

remodelação óssea, ainda que num nível local. A reabsorção óssea e a formação

óssea definem conjuntamente o processo de remodelação óssea do esqueleto

mantendo a sua integridade estrutural (Frost,1963;1992;1994).

O esqueleto humano é uma estrutura portadora de plasticidade, reestrutura

sua morfologia com as pressões do meio. Apesar de ser rígido e inflexível, é capaz de

responder a uma variedade de alterações genéticas e epigenéticas. Um importante

fator epigenético é o ambiente mecânico, o qual inclui as tensões a que as células e

matriz extracelular do tecido ósseo são submetidas. Os condrócitos, osteoblastos e

osteoclastos são expostos a forças físicas que modulam o fenótipo celular e a

expressão gênica durante o desenvolvimento e crescimento pós-natal. As alterações

celulares induzidas mecanicamente também são contribuintes para condições

patológicas, como osteoartrite e osteoporose e mal formação óssea, como alterações

nas relações maxilo-mandibulares (Hou et al., 2007).

Segundo Hou et al.(2007), a capacidade do osso e da cartilagem em

responderem ao estresse mecânico fornece a base para muitos procedimentos

ortopédicos e ortodônticos.

Sob o ponto de vista sistêmico, fatores hormonais controlam a fisiologia

óssea conferindo ao osso, função de suporte, proteção e locomoção. O tecido ósseo

constitui um importante reservatório de minerais, e localmente as forças mecânicas,

contribuem com um papel regulatório da estrutura óssea ativando fatores de

crescimento e citocinas. (Meikle, 2006).

A importância dos estímulos mecânicos na manutenção estrutural dos

tecidos esqueléticos tem sido reconhecida desde meados do século XIX (Von Meyer,

1867;Wölff,1892), e é o ponto de partida tradicional para qualquer discussão sobre

remodelação óssea e movimento dental.

Nos eventos de Remodelação óssea (RO) e movimento dentário

ortodôntico/ortopédico (MOO), o esqueleto é continuamente reestruturado por

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osteoclastos, reabsorvendo osso velho, e osteoblastos, subsequentemente, formando

osso novo durante a vida do indivíduo. Estas células volumosas de caráter

“reabsorvedor” e “aposicional” têm origem respectivamente nas células da medula

óssea e osteoprogenitoras das membranas conjuntivas que revestem os ossos

externa e internamente, especificamente da porção mais profunda e celular do

periósteo e do endósteo da matriz óssea. Reabsorção e formação ósseas são,

portanto, ditos eventos acoplados em um processo de renovação constante do

esqueleto enquanto mantém sua integridade estrutural (Frost, 1963, 2004). A

remodelação é orquestrada por células da linhagem osteoblástica responsáveis pela

deposição da matriz óssea. Esse processo envolve um complexo trabalho de

interações célula-célula, bem como, célula-matriz, envolvendo hormônios sistêmicos,

calcitonina (tireóide), paratormônio (paratireóide) e somatotrofina (hipófise), citocinas

produzidas localmente, fatores de crescimento, muitos dos quais são “seqüestrados”

dentro da matriz óssea. Neste contexto também está envolvido o fator mecânico sobre

as células (Meikle, 2006). Além disso, a resposta osteogênica do osso à carga externa

parece estar associada a uma reativação de células de revestimento ósseo

quiescentes (Dodds et al., 1993; Pead et al. 1988; Chambers et al., 1993), e não é

dependente de uma fase preliminar de reabsorção óssea (Chow et al., 1998). O osso

alveolar, em contraste, sofre reabsorção e aposição durante os movimentos dentários

ortodônticos, cuja extensão é dependente da magnitude, direção e duração da força

aplicada.

Durante a locomoção e outras formas de atividade física, o esqueleto é

carregado intermitentemente. Transforma as contrações dos músculos esqueléticos

em movimentos úteis e amplia as forças geradas na contração muscular (Junqueira &

Carneiro, 2008). Da mesma forma, o osso alveolar, assim como osso basal, são

carregados intermitentemente durante a mastigação, mas estão sujeitos a uma

“deformação” contínua ou tensão durante o movimento dentário ortodôntico, e se a

força é de suficiente magnitude, a remodelação do alvéolo irá ocorrer. No esqueleto,

a relação entre stress mecânico e reabsorção óssea é pouco entendida, e aplicação

de tensão induzida mecanicamente parece ser principalmente, um estímulo

osteogênico (Angle, 1910; Hěrt et al., 1971; Lanyon & Baggot, 1976).

A atresia maxilar é uma alteração esquelética em que ocorre uma

discrepância transversal entre as bases apicais, o osso maxilar e mandibular (Angle,

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1907; Cappellette Jr., 2014). Dentre as más oclusões, a deficiência transversa da

maxila está entre os mais danosos problemas esqueléticos da região craniofacial. Seu

estabelecimento e posterior manutenção até a idade adulta levam a alterações

anatômicas funcionais e até assimetrias faciais, tornando o tratamento do adulto mais

complexo (Langlade, 1998; Cross & Mcdonald, 2000). A deficiência transversa do

osso maxilar tem etiologia multifatorial e comumente está relacionada a obstruções

das vias aérea superiores e aos hábitos para funcionais, como sucção de dedo e de

chupeta. Somam-se a estes, fatores etiológicos como pressionamento lingual atípico,

perdas dentárias precoces e assimetrias esqueléticas, entre elas aquelas ligadas às

fendas palatinas (Modéer et al., 1982; Moyers, 1991).

A alteração estrutural que existe em uma atresia maxilar, como a contração

da arcada superior, conseqüente mordida cruzada posterior dental, esquelética ou

associação de ambas em uma determinada fase de desenvolvimento da criança,

interfere no seu padrão de crescimento craniofacial, acarretando mudanças na face,

além de repercutir negativamente nos aspectos cognitivos e psicossociais. (Mitchell,

2013; Cappellette Jr., 2014).

Uma das formas de correção ortopédica da atresia maxilar é a Expansão

Rápida da Maxila. Segundo Hass (1965), com exceção de alguns casos em dentição

mista, a expansão do palato, de nenhuma maneira, significa tratamento completo de

qualquer caso. No entanto, casos que poderiam ser considerados entre os mais

difíceis, tornam-se relativamente de rotina depois da sutura aberta. Para Black (1893)

e Hass (1965) nestes casos, o ortodontista era até a década de 60, confrontado com

o dilema de expandir o arco dental maxilar e fazer a constrição do arco dental

mandibular. Mais tarde, os profissionais já tinham em mente que a musculatura bucal

e labial raramente permitiria a inclinação lateral dos dentes maxilares e a língua

também, raramente toleraria aspectos de confinamento do arco dental mandibular.

Então, a conduta mais desejada visando à estabilidade dos resultados alcançados,

seria corrigir as disparidades na largura da base dental, muito mais que no

comprimento do arco dental (Hass, 1965).

Em ortopedia dento-facial, o fator “largura”, conceito de dimensão

transversa é visto sempre como o fator mais importante, já que com o crescimento

facial, esta dimensão transversa muda pouco, não é passível de autocorreção. Antes

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da expansão rápida da maxila (ERM), alguns procedimentos demandados para

correção das discrepâncias entre os maxilares eram muitas vezes impossíveis ao

clínico (Hass, 1980).

Por isso, Hass em 1980, em seu artigo clássico, Long term post treatment

evaluation of rapid palatal expansion, é tão catedrático em afirmar:

Se a discrepância esquelética está na dimensão transversa dos

maxilares e bases dentais, a mais óbvia solução ortopédica é

encontrada no procedimento de expansão rápida palatina

(Hass,1980).

E ainda frisa que, qualquer pensamento dirigido para mudanças na

base dental ou apical mandibular, quando grosseiramente deficiente

ou supra desenvolvida seria uma intervenção necessariamente de

natureza radical. Envolvendo cirurgia de abertura e osteotomia da

sínfise (Haas, 1965).

A mandíbula pela natureza funcional, anatômica e posição, é

obviamente o mais imutável dos dois maxilares (Haas, 1980).

A fumaça de cigarro foi observada como um importante fator de risco ao

corpo. Somam-se associadas a este fator 5,4 milhões de mortes prematuras

anualmente no mundo todo (US Centers for Disease Control and prevention, 2005;

Zaracostas, 2008). Foi demonstrado que a porcentagem de fumantes entre pacientes

que estavam sob tratamento ortodôntico não era algo passível de ser negligenciado

(Buttke & Proffit, 1999), e a nicotina foi o principal componente tóxico encontrado na

fumaça de cigarro (Talhout et al., 2011).

A exposição passiva à fumaça de cigarro é comum, e seus danos à saúde

têm sido conhecidos por décadas (Cheraghi & Salvi, 2009). A fumaça durante a

gravidez afeta o desenvolvimento fetal e a maturação do pulmão, o desenvolvimento

do sistema imune pulmonar, prematuridade e retardo do crescimento intrauterino, o

que leva a vias aéreas reduzidas (Newman et al., 2010).

Após o nascimento, a fumaça de cigarro pode levar, além da toxicidade

direta nas vias aéreas, dano oxidativo, recrutamento de células inflamatórias, aumento

da inflamação neutrofílica, aumento da permeabilidade vascular, e mudança do perfil

de citocinas, aumento na permeabilidade epitelial, disposição a infecções

respiratórias, sensibilização alérgicas e pobre resposta ao tratamento com corticoide.

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(Cheraghi & Salvi, 2009; Gonzalez – Barcala et al., 2013). Em seu experimento,

Gonzalez-Barcala et al. (2013) observaram que há relação robusta entre exposição

passiva à fumaça de cigarro e asma, entre crianças e adolescentes de forma dose-

dependente. Também foram observados enfisemas pulmonar (Cendon-Filha, 1993) e

injúria dos pneumócitos do tipo 2 em modelo experimental de ratos tratados com

fumaça de cigarro (Le Mesurier, Stewart, Leek, 1981). Castellsagué et al. (2004)

ressaltam que a combinação de bebida alcóolica e fumo leva à altas chances de

câncer oral.

A OMS, Organização Mundial de Saúde, (WHO - World Health

Organization) conclamou todos os países ao Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio de

2016 com o slogan: “Prepare-se para embalagens simples”. Neste comunicado, em

Genebra foram iniciados movimentos para introduzir embalagens padronizadas de

produtos do tabaco com intuito de salvar vidas, desmotivando o “glamour” do consumo

e a demanda por estes produtos que matam (Organização Mundial da Saúde e

Convenção para o Controle do Tabaco, 2016).

A embalagem simples de produtos contendo tabaco restringe o uso de

logotipos, cores, imagens de marca e informações promocionais em embalagens que

não sejam marcas e nomes de produtos exibidos em uma cor e estilo de fonte padrão.

No quesito “embalagem simples” a Austrália foi a pioneira (WHO, 2016). Em 20 de

Maio de 2016, a França e o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte

começaram a programar as embalagens simples (Disponível em:

http://www.who.int/topics/tobacco/en/)

Um grande número de estudos in vivo e in vitro demonstram que a fumaça

de cigarro pode afetar o metabolismo ósseo. Foi sugerido que a nicotina agravou a

perda óssea alveolar em experimentos de periodontites (Liu et al., 2010, Oballe et

al.,2014). Muitos outros estudos em animais têm sugerido que a nicotina pode não

somente afetar a saúde/cicatrização do defeito ósseo (Raikin et al., 1998; Oballe et

al., 2014), como também acelerar o movimento dental ortodôntico de forma dose-

dependente (Sodagar et al., 2011).

Nota-se que há uma falta de informação quanto ao aspecto histológico, se

há influência da fumaça de cigarro sobre a remodelação óssea que ocorre após a

disjunção ou expansão rápida da maxila. Também não se sabe quanto tempo a

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fumaça de cigarro leva para alterar a remodelação óssea, se logo no início do

processo de remodelação, na fase ativa do tratamento, aos 7 dias e/ou na fase de

contenção aos 14 dias. Esta dissertação de mestrado foi desenvolvida buscando

responder a estas questões.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DEFICIÊNCIA MAXILAR TRANSVERSA E EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA

2.1.1 Suturas craniofaciais

As suturas craniofaciais, assim como as sincondroses, são flexíveis e

pouco menos densas que os ossos. As suturas são dinâmicas e respondem a

diferentes estímulos mecânicos (Herring, 2008). Neste sentido, a terapia ortopédico-

ortodôntica tira proveito utilizando o stress mecânico aplicado para estimular ou inibir

o crescimento ósseo via mudança das atividades celulares no interior das suturas

craniofaciais e sincondroses (Yu et al., 2007).

O processo de ossificação na sutura palatina mediana começa com

espículas ósseas que partem das margens da sutura, juntamente com o que se parece

com "ilhas ósseas", conforme descrito por Melsen (1972, 1975) durante a ossificação

inicial,ou massas de tecido acelular e inconsistentemente calcificadas no meio da

abertura sutural ao longo da sutura palatina mediana (Persson, Magnusson et al.

1978; Persson & Thilander,1977; Korbmacher et al., 2007).

A formação de espículas ocorre em muitos locais ao longo da sutura, e o

número delas aumenta com a progressão da maturação óssea (Persson & Thilander,

1977, Melsen, 1972), formando muitas áreas festoneadas próximas e separadas em

algumas áreas por tecido conjuntivo (Wehrbein & Yildizhan, 2001; Knaup et al., 2004)

Concomitantemente, a interdigitação na região sutural aumenta (Knaup et

al., 2004; Melsen, 1975). A fusão entre os ossos palatinos ocorre mais cedo na região

posterior da sutura, com progressão da ossificação de posterior para anterior (Persson

& Thilander, 1977; Knaup, et al. 2004), e concomitante reabsorção do osso cortical

nas extremidades suturais e formação de osso esponjoso (Sun, Lee et al., 2004).

Exceto pelas suas similaridades na mastigação, as naturezas dos dois

maxilares são muito diferentes. A maxila tem importante papel na respiração. É

formada pelos seios nasais e delicada por natureza anatômica e histológica para

permitir a passagem e aquecimento do ar e o equilíbrio das pressões aéreas. Já a

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mandíbula, não tem suporte rígido ou ligação aos ossos craniais. Tem funções

principais de postura e mastigação. Não é influenciada pelo movimento dental. Por

ser composta de dois ossos distintos juntos na sutura palatina mediana e intermaxilar,

a maxila permite influência ortopédica da base dental (Haas, 1965).

As suturas cranianas são articulações fibrosas que conectam os ossos do

crânio, e somente os ossos do crânio. Essas imbricações são linhas sinuosas que

marcam a aderência entre os ossos cranianos, seu crescimento e fechamento das

fontanelas cranianas e sutura palatina. São parte do esqueleto craniofacial e

compartilham com este as cargas mecânicas aplicadas sobre elas. Tanto as suturas

cranianas como as sincondroses são estruturas flexíveis e pouco menos densas que

os ossos que são unidos por elas. Sendo áreas dinâmicas e que respondem a

diferentes tipos de estímulo mecânico (Herring, 2008), as suturas com sua

característica de relativa flexibilidade criam vantagens à terapia ortopédica –

ortodôntica fazendo do estresse mecânico aplicado artifício de estímulo ou inibição do

crescimento ósseo ou mesmo de agente modificador da direção de crescimento via

mudança das atividades celulares dentro das suturas craniofaciais e sincondroses (Yu

et al., 2007).

As suturas desempenham papéis mecânicos particulares, acomodando a

formação do crânio nas distorções que ocorrem durante o nascimento ( o que é

importante para humanos, mas provavelmente pouco importante para outras

espécies), propiciando distensões causadas por pressões internas, carregamento

cíclico da atividade muscular, e absorção de impactos traumáticos (Herring, 2008).

Estas estruturas que conectam as hemi-maxilas têm um papel importante no

crescimento da face e do crânio, e só são encontradas no crânio. Definem - se em

articulações fibrosas entre os ossos, que, no entanto, permitem apenas movimentos

limitados e funcionalmente permitem que crânio e face acomodem os órgãos em

crescimento, tais como olhos e encéfalo (Nanci, 2013).

Tal qual os componentes do sistema músculo-esquelético, as suturas

respondem à cargas mecânicas e sua adaptabilidade evidente por séculos fez com

que essas estruturas fossem tidas como análogas a placas de crescimento

cartilaginoso, com crescimento independente (Weinmann & Sicher, 1947).

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O fato de que a morfologia e o crescimento sutural são de fácil modificação

não prova que o ponto de partida é mecânico, mas enfatiza a atenção para o local e

fenômenos que o afetam. A sutura palatina mediana e demais suturas craniofaciais

têm natureza complexa, constituída por uma variedade de zonas de matriz, com

muitos tipos celulares e vascularização bem desenvolvida. Elementos que

isoladamente respondem a estímulos mecânicos (Wang et al., 2005; Redlich, 2004).

Para Ten Cate (2013), embora histologicamente o tecido ósseo tenha a

mesma configuração, a sua formação ou ossificação ocorre através de três

mecanismos principais: endocondral, intramembranoso e sutural. A ossificação

endocondral ocorre quando a cartilagem é substituída por osso. A ossificação

intramembranosa ocorre diretamente em meio ao mesênquima. Já a ossificação

sutural é um processo peculiar.

O crescimento maxilar intramembranoso, formado diretamente em meio ao

mesênquima do processo maxilar do primeiro arco faríngeo, sem precursor

cartilaginoso (Ten Cate, 2013), tem uma melhor resposta ao tratamento ortopédico,

baseado no controle de crescimento e redirecionamento, contribuindo para o sucesso

da intervenção precoce (McNamara Jr, 2002, Guest et al., 2010).

O periósteo nos ossos é formado por duas camadas, uma fibrosa externa

e uma celular/ osteogênica, interna. Nas suturas, a camada fibrosa se subdivide em

interna e externa. A porção externa ou câmbio é a que cruza o espaço da sutura para

se unir a outra porção externa do outro lado. Ao passo que, de cada lado a porção

interna ou cápsula junto com a camada osteogênica do periósteo percorre a sutura ao

longo da superfície dos ossos envolvidos na articulação. Entre essas duas camadas

há um tecido conjuntivo frouxo, altamente vascularizado e detentor de vários tipos

celulares (Ten Cate, 2013)

Ten Cate (2013) afirma que a formação de suturas e fontículos é produto

da proliferação contínua de tecido mesenquimal durante a ossificação

intramembranosa. No entanto, particulariza as suturas como tendo o mesmo potencial

osteogênico que o periósteo. Segundo este autor, quando a sutura palatina mediana

e as demais suturas do crânio são separadas acompanhando o processo fisiológico

de crescimento do crânio e do soalho da cavidade nasal, respectivamente ou no caso

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da sutura palatina mediana quando a separação se dá por procedimentos

biomecânicos ortopédicos, forma-se tecido ósseo nas bordas da sutura com ondas

sucessivas de novas células ósseas diferenciando-se a partir do câmbio, porção mais

externa do periósteo. As duas camadas de câmbio são separadas por uma camada

intermediária inerte, tornando o crescimento ósseo independente em cada margem

óssea.

Um processo semelhante à ossificação intramembranosa em condições

naturais, ocorre na região da sutura palatina mediana da maxila quando o tecido ósseo

primário imaturo sofre rápida remodelação e ocorre a proliferação na membrana

conjuntiva e entre os ossos adjascentes até a idade adulta. As células mesenquimais

se proliferam e se condensam. Concomitantemente, ocorre um aumento na

vascularização nesses locais de condensação na membrana conjuntiva, osteoblastos

se diferenciam e começam a produzir matriz óssea. Á medida que as células

mesenquimais se diferenciam em osteoblastos, eles começam a apresentar atividade

de fosfatase alcalina. Esses eventos ocorrem em múltiplos locais em meio a cada osso

da calvária, inclusive na maxila. A medida que os ossos vão assumindo seu formato

adulto, a proliferação contínua do tecido mesenquimal entre os ossos adjascentes

resulta na formação de suturas e fontanelas (Junqueira & Carneiro, 2008; Ten Cate,

2013).

2.1.2 Atresia Maxilar e Expansão Rápida da Maxila

A atresia maxilar, definida em uma alteração na dimensão transversa da

maxila foi diagnosticada e tratada através da expansão rápida da maxila primeiro por

Angell (1860).

Para Silva Filho & Capelozza (1997), o que se apresenta com freqüência é

uma alteração do arco dentário superior, que perde o seu “desenho parabólico” normal

e assume em muitos casos, um aspecto triangular, o que define sua atresia.

As mordidas cruzadas no quadrante posterior são frequentemente

associadas com uma maxila constricta no sentido transverso, e que usualmente não

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são autocorrigíveis (McNamara, 2000; Kutin & Hawes, 1969; Thilander, Wahlund,

Lennartson,1984).

Para o diagnóstico diferencial de uma atresia maxilar e correção pela

terapêutica da ERM de forma precoce, até um pouco antes do surto de crescimento

puberal, por volta dos 12- 14 anos de idade, com o objetivo de se evitar alterações

permanentes nas estruturas maxilo-faciais, é imperioso definir o conceito de

normalidade para a relação inter arcos na dentição decídua, mista e permanente. (1º)

O arco dentário superior deve sempre conter por completo o arco dentário inferior; (2º)

A relação sagital entre os arco dentários, determinada pela relação de caninos, deve

ser de Classe I, ou seja, a ponta de cúspide do canino superior deve ocluir na ameia

entre o canino e primeiro molar decíduo inferior (Foster & Hamilton, 1969; Ravn, 1975);

(3º) A relação de incisivos deve manter trespasses horizontal e vertical positivos (Silva

Filho et al., 2003).

Conclui-se que, anatomicamente e funcionalmente, as dimensões do arco

dentário superior maxilar devem ser compativelmente maiores que as do inferior

mandibular, para permitir que em oclusão, as cúspides palatinas dos pré-molares e

molares superiores assentem adequadamente nas fossas oclusais dos pré-molares e

molares inferiores (Silva Filho et al., 2003).

Esta alteração transversa deve, antes de tudo, ser tratada imediatamente

ao seu diagnóstico, uma vez que altera e limita o crescimento e desenvolvimento das

estruturas cranianas e dos ossos ligados a elas, maxila e ossos da face. Uma vez feita

a correção destes agentes limitantes do crescimento pela correção da maloclusão,

tem-se consequentemente, uma modificação do padrão de crescimento e a expansão

global dos ossos do terço médio da face, já que são unidos por suturas (Iseri et al.,

1998; Ong, Khanbay et al., 2015; Zandi et al., 2014).

Mantendo o objetivo de intervenção precoce sobre a sutura palatina

mediana a fim de proporcionar um desenho parabólico à arcada maxilar, com

resultados cada vez mais estáveis, os pesquisadores estão cada vez mais

interessados em delinear os eventos que ocorrem a nível celular e molecular durante

a aplicação de forças mecânicas através das suturas craniofaciais (Katebi et al., 2012).

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As mordidas cruzadas do segmento posterior caracterizam-se por uma

relação interarcos invertida no sentido transversal, em conseqüência da redução da

dimensão transversal do arco dentário superior. Dependendo do grau de atresia da

maxila, a mordida cruzada posterior varia desde o cruzamento de um único dente,

passando pela clássica mordida cruzada posterior unilateral, até a mordida cruzada

total. A prevalência de mordida cruzada posterior na dentição decídua é alta e

representa um dos problemas ortodônticos mais freqüentes neste estágio do

desenvolvimento oclusal (Kurol & Berglund, 1992).

Os levantamentos epidemiológicos estimam que cerca de 1,0% a 23,5%

das crianças na fase de dentição decídua manifestam esse tipo de má- oclusão

(Korkhaus, 1928; Foster &Hamilton, 1969; Kutin & Hawes, 1969; Kohler & Holst, 1973;

Holm, 1975; Infante, 1975; Ravn, 1975; Rebello Junior & Toledo, 1975; Kisling &

Krebs, 1976; Melsen et al., 1979; Nyströn, 1981; Modéer et al.,1982; Vis et al.,1984;

Kamp, 1991; Jones et al., 1993; Farsie & Salama, 1996; Tschill et al., 1997).

Inúmeros autores sugerem um tratamento precoce das mordidas cruzadas

para prevenir disfunção mandibular, bem como assimetria craniofacial. (Silva-Filho,

Villas Boas, Capelozza,1991)

Alguns autores deram definições clássicas de mordida cruzada posterior

envolvendo a atresia maxilar. Proffit (1991), classificou as mordidas cruzadas

posteriores (Figura 1) em: esqueléticas - quando resultantes de uma maxila estreita

ou de uma mandíbula excessivamente larga; dentárias - quando o teto do osso

palatino apresenta-se normal, mas os processos dento - alveolares inclinavam-se para

lingual; dento alveolares - quando ocorria uma inclinação dos dentes e respectivos

alvéolos superiores no sentido lingual, ocorrendo também atresia da maxila, porém

não sendo observado aprofundamento da abóboda palatina, quando ocorria desvio

da mandíbula em função de contatos deflexivos ou prematuros.

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Figura 1 – A mordida cruzada posterior pode ser dentária, como em um paciente com largura palatal adequada (isto é, a distância AB aproximadamente igual a CD), ou esquelética, devido à uma largura palatal inadequada (isto é, distância CD consideravelmente maior que distância AB).

Fonte: Proffit, 1991.

Entende-se por mordida cruzada posterior a relação anormal, envolvendo

o quadrante maxilar posterior, nas faces vestibular ou lingual de um ou mais dentes

da maxila, com um ou mais dentes da mandíbula, estando os arcos dentários em

Relação Centrica, e ainda, podendo ser uni ou bilateral (Cozzani et al., 2007; Locks et

al., 2008). Relação Cêntrica foi definida por Dawnson (1980) como a relação maxilo-

mandibular na qual os côndilos articulam com a porção avascular mais fina de seus

respectivos discos dentro de um sistema na porção ântero-superior da eminência

articular, um relacionamento espacial entre o côndilo mandibular e a cavidade

glenóide da articulação temporomandibular (Nishioka & Bottino, 1987)

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Figura 2- A) Corte transversal em Relação Cêntrica (RC) mostrando que tanto as

bases ósseas quanto as inclinações dos dentes posteriores estão normais; B)

observa-se relação posterior das cúspides de topo devido à deficiência maxilar

bilateral; C) Corte transversal em RC, permanece a mordida cruzada posterior, existe

uma atresia maxilar bilateral acentuada associada com a inclinação vestibular dos

dentes posteriores superiores.

Fonte: Locks et al., 2008.

Figura 3a-b) Foto intra e extra-oral de criança com 8 anos de idade, com mordida

cruzada funcional e desvio da linha média dentária inferior para a direita; c) foto

oclusal logo após a colocação do aparelho disjuntor d) após a expansão; e-f) final do

tratamento.

Fonte: Proffit, 1991.

As classes III são patologias de prognóstico duvidoso que caracterizam -

se por prognatismo mandibular, retrognatismo ou atresia da maxila ou a combinação

de ambos. Estes posicionamentos são sempre definidos em relação à base anterior

do crânio. Quando associadas à atresia maxilar antes do surto de crescimento

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puberal, as classes III apresentam prognóstico ao tratamento ortopédico mais

favorável (Delaire, 1997).

2.1.3 Histórico da Técnica Expansão Rápida da maxila

A expansão rápida da maxila (ERM) ou disjunção maxilar é um

procedimento ortopédico comum que visa melhorar a dimensão transversa nos

pacientes com arcos maxilares constritos. (Lagravere et al., 2006). Esse procedimento

também trata a mordida cruzada posterior dental, esquelética ou associação de

ambas, além de ser indicada na correção de diversas discrepâncias ântero-

posteriores associadas ou não à mordida cruzada posterior. A mordida cruzada

posterior é uma maloclusão transversal, que se manifesta por constrição uni ou

bilateral do arco dentário, muitas vezes com apinhamento dental (Hass, 1961,1965,

1980).

Em 1860, Angell iniciou as primeiras expansões da maxila em

experimentos humanos, obtendo 6 mm de separação entre os incisivos, em uma

garota de 14 anos e 06 meses. Como precursor da terapêutica, no estado de Ohio,

Dr. Angell visualizando os sinais clínicos de abertura de um diastema entre os incisivos

centrais, concluiu que os ossos maxilares haviam se separado, já que esse era o único

meio de diagnóstico, pois o RX não havia sido descoberto na época (Angell,1895).

Até 1960, a comunidade ortodôntica mantinha-se muito dividida. A

Ortodontia Americana era indiferente e alguns grupos contrários ao método, não

aderiam ao uso terapêutico por caracterizá-lo perigoso. Enquanto a Ortodontia

europeia timidamente fazia experimentos da nova técnica de REM, 100 anos após o

pioneirismo da técnica utilizada por Angell em 1860 (Hass, 1960).

O caráter inovador da técnica de Angell seguia provocando grande

controvérsia e não conseguiu despertar atenção para a técnica de expansão rápida

da maxila, que continuou sem amplitude de reconhecimento até 1960, quando Hass

passou a publicar trabalhos clássicos sobre o tema proporcionando reconhecimento

à técnica, inclusive entre a comunidade científica americana (Hass,1961; 1965; 1970;

1980).

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Haas discorreu, em seu artigo publicado em 1961, que o procedimento tal

como é aceito hoje, com aplicação de forças pesadas foi reintroduzido na Ortodontia

americana durante a visita do professor Korkhaus ao Departamento de Ortodontia, na

Universidade de Ilinois, em 1956. Até então, fora usado mais largamente na Europa

por Babcook (1911), Schroeder – Bensler (1915), Huet (1926), Mesnard (1929),

Khorkhaus (1956), Krebs (1958), Thorne (1960), e outros.

Durante seus estudos sobre a expansão rápida da maxila Khorkhaus

(1956) e outros autores, testaram o método em um primeiro estudo animal com porcos

da raça Duroc- Poland. Os achados desse estudo trouxeram resultados interessantes

como a aparente ausência de dor, pouca resistência da sutura palatina mediana à

separação, a sutura abria até 15 mm em duas semanas e a largura internasal

aumentou em até 07 mm.

Em 1961, Haas registrou em um estudo com 44 pacientes, evidências

encorajadoras para a comunidade ortodôntica.

O critério indicativo para a expansão ortopédica é o diagnóstico estrutural

de atresia maxilar, independente de estágio oclusal que possa estar presente desde

a dentição decídua (da Silva Filho, Valladares Neto, Capelloza Filho, de Souza Freitas,

2003).

Mais especificamente, as indicações mais comuns da ERM são: correção

das discrepâncias transversas reais ou relativas, unilaterais ou bilaterais dos ossos

maxilares (Haas, 1961; 1970; Wertz, 1970); constrição do arco dentário superior nas

maloclusões de classes II e III esqueléticas; constrição do arco dental superior

associada com respiração bucal e palato profundo; mordida cruzada total e mordida

cruzada posterior (Silva Filho et al., 1995); fissura labial e fenda palatina (Haas 1961;

1965; 1980; Timms, 1981).

Já que a maxila encontra - se ligada à base do crânio e a vários ossos,

como o osso etmoíde, cavidade nasal, inclusive contribuindo em importantes aspectos

da respiração. As correções ortopédicas tendem a se dissipar pelas várias suturas

circummaxilares, tornando as correções pela REM ganhos permanentes (Sicher &

Dubrul, 1991; Enlow, 1993; Haas, 1980).

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Apesar de, os primórdios da maxila e mandíbula serem originados de

células da crista neural, semelhantes e possuírem características moleculares

similares, eles se desenvolvem em entidades estruturais muito diferentes devido a um

gradiente de expressão de genes diferentes (Enlow, 1993; Ten Cate, 2013).

A mandíbula não responde à terapêutica ortopédica da ERM porque não é

um bloco ósseo compacto ligado ao crânio, tem ossificação da sínfise precocemente

e atua posturalmente e na mastigação sozinha. Já a maxila ligada aos ossos nasais

por suturas, apresenta ossificação peculiar a partir das margens da sutura palatina

mediana próxima dos 14 anos de idade no sexo feminino ou próxima do final do surto

de crescimento puberal em ambos os sexos (Bishara¨&, Stanley, 1987). Neste caso,

quando participa da etiologia da maloclusão, apresenta as vantagens de tempo de

ação do ortodontista e plasticidade quanto à redefinição da sua dimensão transversa

em relação à mandíbula nos casos onde as intervenções ortopédicas são precoces

(Isery et al., 1998; Ong et al., 2013; Zandi et al., 2014).

Por isso, o envolvimento da maxila na etiologia da maloclusão de classe III

foi um marco no diagnóstico para mudar a terapêutica ortodôntica. Em inúmeros

casos, excelentes resultados foram alcançados atuando na maxila, com a rápida

expansão deste osso, seguida de protração maxilar (Oltramari-Navarro et al., 2013).

A maxila antes do surto de crescimento puberal é passível de ser expandida /

separada. A expansão rápida da maxila estimula a atividade celular sutural,

melhorando também, quando indicados, os resultados da protração maxilar pós ERM

(Cozzani, 1981; Turley 1988; Loh & Kerr, 1985).

A expansão rápida da maxila (ERM) ou disjunção maxilar é um

procedimento ortopédico que tem sido usado na prática ortodôntica/ ortopédica para

a correção de diversas discrepâncias anteroposteriores associadas ou não à mordida

cruzada posterior e apinhamento dental (Bishara & Staley, 1987; Haas, 1961 ;1965;

1980), bem como para facilitar a correção das maloclusões de classe II (McNamara et

al., 2010) e III de Angle. (Da Silva Filho et al., 1998; McNamara Jr & Brudon, 2001),

com o objetivo global de alargar a maxila pela separação da sutura palatina mediana

e sistema sutural circummaxilar à custa de remodelação óssea (McNamara Jr, 2002).

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Neste processo de expansão ortopédico, a sutura palatina mediana da

maxila é rompida abruptamente e se reorganiza rapidamente, mediante reparo do

tecido conjuntivo e formação de novo osso. Os sinais clínicos segundo o precursor do

processo, o cirurgião - dentista americano Angell (1860) eram vistos com base no

diastema que se abria entre os incisivos centrais superiores, sem que qualquer força

fosse direcionada a estes dentes. Além de alargamento das paredes da cavidade

nasal, separação da concha do septo nasal e as margens livres do processo horizontal

da maxila movem-se inferiormente. Aumentando a capacidade intranasal. Os incisivos

centrais superiores, após processo de estabilização do aparelho por ação das fibras

transeptais estressadas durante a abertura da maxila, retornam aos contatos mesiais

e verticalizados (Haas, 1965).

Para que estes eventos de separação das hemimaxilas se dêem, o

procedimento da mecânica da expansão rápida maxilar emprega grandes níveis de

cargas de força que são destinadas a produzir máximo reposicionamento esquelético

com um mínimo de movimento dental individual (Zimring & Isaacson, 1965).

A magnitude da carga é importante à medida que grandes cargas são

requeridas para superar a resistência esquelética no deslocamento das metades das

maxilas, mais que no deslocamento individual dental (Mesnard, 1929).

Segundo Lagravere et al. (2005), forças de grande magnitude são

entregues durante a ativação do parafuso expansor contido no aparelho ortopédico,

de 15 a 50N sobre a maxila e estruturas paramaxilares, acarretando mudanças

transversas e de comprimento na maxila e em outras estruturas esqueléticas em torno

da maxila, como o alargamento da cavidade nasal,reconformação do seio maxilar

(Chung & Font, 2004), além de mudanças nas suturas circummaxilares (Leonard et

al., 2011; Ghoneima et al., 2011), e ainda do osso esfenóide (Leonard et al., 2010).

Como inferido por Haas (1961), a máxima carga produzida por uma única

ativação ocorre imediatamente no mesmo tempo que o aparelho é ativado e começa

a dissipar esta mesma força logo após. Em primeiro plano, é produzida uma carga

lateral direcionada imediatamente aos dentes e logo depois, excede a largura do

ligamento periodontal, o esqueleto facial age como uma unidade de resistência à

expansão, e em um pequeno intervalo de tempo reage com modificações nas suturas.

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Quando ocorre o subseqüente decréscimo na carga de ativação, tem-se o

movimento dos segmentos maxilares e separação dos incisivos centrais. O que pode

ser observado clinicamente em todos os pacientes nos primeiros 15 minutos e

abranda progressivamente até 24 horas depois da ativação (Zimring & Isaacson,

1965).

No seu experimento clínico em 04 pacientes com a idade variando de 11

anos e seis meses a 15 anos e meio, Zimring & Isaacson (1965) referendam a hipótese

da falha em exceder a carga de resistência óssea e dissipá-la completamente com

resultante acúmulo de cargas residuais, estarem ligadas ao aumento da idade

cronológica e maturidade óssea. Isso porque, neste experimento, o paciente mais

velho produziu alto nível de sobrecarga com o menor número de ativações. Porém,

não perceberam correlação entre maturação esquelética e desenvolvimento dental, já

que um dos pacientes do experimento se encontrava na fase de dentição mista, e os

outros dois que tinham idade similar, tiveram comportamento semelhante.

Após a expansão rápida da maxila (ERM) ou disjunção rápida da maxila, é

esperada uma rápida reorganização dos tecidos no “vão” criado entre as hemi-

maxilas, na região correspondente à sutura palatina mediana, mediante reparo de

tecido conjuntivo desorganizado e formação de novo osso, restabelecendo a

integridade da sutura palatina mediana em um período de 3 a 6 meses e corrigindo a

dimensão transversa maxilar (Graber & Vanarsdall, Jr., 1996).

Com base em experimentos animais sobre a ERM, sabe-se que a sutura

aberta é histologicamente caracterizada por fibras conjuntivas fibrosas estiradas e

desorganizadas com invasão de osteoclastos em massa nas bordas ósseas no interior

da sutura (Korbmacher et al., 2007).

Durante o período de contenção os tecidos se reorganizam e em termos

histológicos e a sutura não mostra diferença em relação à sutura inicial antes da ERM.

Por causa da pequena proporção de estabilidade, principalmente nos casos tratados

após o surto de crescimento puberal, a estabilidade da nova largura da maxila diminui,

somente 25% da largura alcançada, mantém-se, daí a necessidade de se manter o

aparelho estabilizado no parafuso expansor, em posição (Lagravere et al., 2005).

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Por isso, ainda atualmente preconiza-se a sobrecorreção da expansão e

estabilização dos resultados com tempo suficiente de contenção no período pós-surto

de crescimento puberal, quando ocorrem recidivas (Deeb et al., 2010; Ferris et al.,

2005).

No estudo de Schauseil, Ludwig et al. (2014), os autores atestaram que em

casos tratados com a expansão rápida da maxila com disjuntor convencional e com

um disjuntor híbrido composto por parafusos ancorados no palato após o surto de

crescimento puberal, houve benefício de prevenir recidivas com a manutenção da

contenção por mais de 06 meses, e ainda nesse período não houve completa

reorganização da sutura.

Além disso, há mais de um século o que se faz com sucesso e estabilidade

são procedimentos de expansão rápida da maxila da sutura palatina mediana, com

intuito claro de corrigir as deformidades dento faciais e as deficiências na largura

maxilar (Angel, 1860; Haas, 1961).

Nos experimentos de Iseri et al. (1998), observou-se efeitos da ERM sobre

o esqueleto craniano através de Método de Elemento Finito, com a separação das

hemi-maxilas e um maior alargamento nas áreas dento-alveolares. E esse

alargamento gradualmente diminuiu nas suturas dos ossos faciais superiores,

enquanto a largura da cavidade nasal e assoalho do nariz aumentou marcadamente.

Para Ong, Khanbay et al. (2015) após a ativação da ERM, ocorreu o que

os autores chamam de “pan expansão” ,mostrando que os efeitos da expansão rápida

da maxila incluíram não somente o osso maxilar, mas também os ossos laterais do

nariz e o zigomático.

Nas correções de atresia maxilar associadas à mordida cruzada posterior

usando o procedimento de ERM, vem sendo observado ao longo dos anos, de forma

unânime, a separação e afastamento dos ossos palatinos em direção lateral, abertura

da sutura palatina mediana, e clinicamente o surgimento de um diastema entre os

incisivos centrais superiores, redução da profundidade do osso palatino,

deslocamento antero-inferior da maxila e da mandíbula, aumento da largura nasal e

assoalho da cavidade nasal, e ainda deslocamento da maioria dos ossos que se

articulam com a maxila, ocasionando mudanças nos tecidos moles e no perfil do

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paciente, e equilíbrio das forças musculares envolvidas (Bishara & Staley, 1987; Iseri

et al., 1998); Cross & McDonald, 2000; Provatidis et al., 2008; Ong, Khanbay et

al.,2015; El & Palomo, 2014; Altorkat et al., 2016).

Após um período de 3 a 6 meses de estabilização do parafuso expansor e

contenção observa-se a neoformação e mineralização óssea na região sutural e

correção transversa da mal oclusão (Hass, 1961;1965; 1980; Takenouchi et al., 2014).

Existe um consenso na literatura e entre os profissionais de que a mordida

cruzada posterior não representa característica exclusiva da dentição permanente,

estando presente também nos estágios precoces da oclusão e que antecedem a

maturidade oclusal com o estabelecimento da dentição permanente. A rigor, a

preocupação com a questão se justifica, pois, como regra geral, do desenvolvimento

não é uma má oclusão que espontaneamente se corrige com o tempo (Silva Filho et

al., 2003).

2.2 FUMAÇA DE CIGARRO E MOVIMENTO ORTODÔNTICO

O turnover ósseo pode variar em intensidade em resposta a forças

ortodônticas / ortopédicas por diferentes fatores sistêmicos, como anormalidades

sistêmicas da fisiologia da tireóide (Verna e Melsen, 2003; Arnez, 2014) ou por fatores

locais deletérios à saúde, como hábito social de fumar cigarros (Sodagar et al., 2011)

ou mesmo o simples fato de se estar sujeito à inalação passiva da fumaça de cigarro.

O paciente portador de maloclusão e atresia maxilar necessita de

intervenção ortopédico-ortodôntica imediata, ainda assim está sob constantes fatores

externos que alteram o padrão de remodelação óssea, como a fumaça de cigarro.

Esta correlação vem sendo estudada ao longo do tempo, mas ainda permanecem

escassos estudos in vivo que relacionem a influência da inalação da passiva da

fumaça de cigarro com a remodelação óssea que ocorre após a rápida expansão da

maxila ou disjunção maxilar (Sodagar et al., 2011).

Recentes estudos epidemiológicos têm mostrado constantemente que a

exposição a baixos níveis da fumaça de cigarro determina risco à saúde,

particularmente afetando o pulmão e a todas as estruturas do esqueleto ósseo,

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reduzindo a densidade óssea mineral e a espessura da cortical, tanto no sexo feminino

como masculino, em jovens e adultos (Pleasance et al., 2010; Clauss et al., 2011;

Göttinget al. ,2011; Coleman et al., 2010; Giampietro, McCarty et al., 2010; Bjarnason

et al.,2009; Jenkins & Denison, 2008; Wong et al., 2007; Donzé et al., 2007; Oncken

et al., 2006; Bernaards et al., 2004; Kanis et al., 2005; Lorentzon et al., 2007; César-

Neto et al., 2005; Correa et al., 2009; Ajiro et al.,2010; Saulyte et al., 2014).

Apesar das contínuas campanhas para eliminar o tabagismo e alertar sobre

os efeitos prejudiciais do tabagismo passivo, as taxas de tabagismo real ainda

aumentam em todo o mundo. Vários sistemas corporais fisiológicos, sendo o

respiratório o principal, são prejudicados pela fumaça de cigarro e progressivamente

se deterioram através de exposições crônicas (Götting et al., 2011).

Isto é particularmente importante em crianças, uma vez que as

complicações respiratórias durante a infância podem ser transferidas para a idade

adulta, levando a perfis de saúde significativamente inferiores. Desta forma, não é

surpresa que crianças expostas à fumaça de cigarro, quer na vida intra-uterina ou na

primeira infância possam ter uma maior prevalência de alergias e asma. No entanto,

investigar os efeitos agudos da fumaça de cigarro em crianças é inerentemente

limitado por complexidades relativas principalmente às restrições éticas. O

conhecimento dos efeitos agudos pode ser muito importante, pois são os efeitos

agudos dose-dependentes do tabagismo passivo que levam a adaptações de longo

prazo associadas ao desenvolvimento de alergia e asma. Estudos mostram que os

constituintes químicos e carcinogênicos do tabaco têm efeitos profundos na saúde das

crianças, uma vez que podem alterar o desenvolvimento biológico normal. A fumaça

de cigarro parece ter efeitos pronunciados sobre parâmetros respiratórios

desenvolvendo asma e chiado persistente, além de outras alergias (Metsios et al.,

2009; Flouris et al,2010).

O hábito de fumar também está associado com menor densidade óssea

mineral e reduzida espessura da cortical em homens (Lorentzon et al., 2007) e

osteoporose em mulheres pós-menopausa (Giampetro et al., 2010).

O cigarro foi identificado como causa da morte de metade dos seus

usuários regulares, mas uma consideração insuficiente tem sido dada ao risco do fumo

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passivo. Assim, um interesse crescente tem sido focado sobre os fatores que podem

proteger contra a ação nociva da fumaça de cigarro (Shu-guang Gao et al., 2012).

Seu principal componente, a nicotina quando administrada de forma

sistêmica pode ter significantes efeitos adversos com impacto sobre a recuperação ou

cicatrização óssea durante a osseointegração de implantes de titânio em ratos e inibir

a expressão de genes relacionados a matriz óssea requeridos nesse processo de

cicatrização (Berley et al., 2010).

Para Andrade et al., (2013) os efeitos da inalação da fumaça de cigarro

passiva associada ao consumo de café na neoformação e integração óssea dos

implantes de hidroxiapatita são deletérios à medida que causam diminuição da

neoformação óssea ao redor do implante tibial de hidroxiapatita densa, bem como na

formação óssea na fenda parietal.Por si só, a inalação da fumaça de cigarro ou o

consumo de café também levaram a uma diminuição da neoformação óssea em torno

do implante e atrasou o processo de reparação óssea em relação ao grupo controle.

No entanto, a redução no processo de reparação óssea foi acentuada com a

exposição à inalação da fumaça de cigarro e ao consumo de café associados.

A fumaça de cigarro é a maior causa de muitas doenças fatais e mortes

prematuras em muitos países (Dollet al., 2004). Fumar aumenta a progressão da

aterosclerose e doenças cardiovasculares e é altamente associado à Diabetes,

anomalias da tireóide, e doenças gastrointestinais (Harris et al.,1999; Mallampalli &

Guntupalli, 2006). É um fator de risco importante para câncer de pulmão, próstata e

pâncreas (Doll & Peto, 1976). Além de efeitos adversos sobre o sistema imune

(Sopori, 2002; Wonget al., 2007; Stampli & Anderson, 2009). Também tem efeitos

prejudiciais em fumantes passivos (Metsios et al., 2009).

Além disso, o fumo tem efeitos intraorais nocivos. Aumenta a progressão

da doença periodontal (Paulander et al., 2004; Baljoon et al., 2005) e é a maior causa

do câncer oral (Wynder et al., 1957).

A realidade americana aponta que 8,1% do ensino médio fumam cigarro e

22,3 % do ensino superior fazem uso, além do que 20% dos adultos são fumantes

(US Centers for Disease Control and prevention, 2005).

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Cerca de 20% de todos os pacientes ortodônticos são adultos, e o restante

são adolescente e crianças. Portanto, a proporção de fumantes entre pacientes

ortodônticos não é desprezível. (Buttke & Proffit, 1999). Com relação a essas

investigações, e considerando os efeitos do tabagismo sobre a diminuição da

qualidade da saúde, a Ortodontia pode desempenhar um papel crítico ao encorajar

seus pacientes a pararem de fumar, uma das principais ações para se evitar doenças

e mortes (Mulder et al., 2001; US Centers for Disease Control and Prevention, 2005).

A nicotina pertence ao grupo alcalóide livre de oxigênio. O principal

componente psicoativo da fumaça de cigarro, responsável pela característica

altamente viciante da fumaça de cigarro se inalado via ligação a receptores

colinérgicos nicotínicos no cérebro e libera neurotransmissor como a dopamina por

neuroadaptação (tolerância) (Henningfield & Goldberg,1988).

A nicotina é encontrada nas folhas de tabaco e é a principal responsável

pela dependência do fumo, além de causar prejuízos à saúde. É um composto

orgânico do grupo dos alcalóides, que são aminas heterocíclicas, isto é, que possuem

cadeias fechadas, contendo um nitrogênio (Mineur et al. 2011). Ela também pode

resultar em dependência e síndrome de abstinência (Benowitz, 2010; Miller &

Cocores, 1993). Muitos estudos investigaram os efeitos celulares e moleculares da

nicotina, e os efeitos dela em cultura de células sugerindo sua influência na aposição

e reabsorção óssea (Yuhara et al.,1999).

Em 2001, Liu et al. realizaram um experimento avaliando a ação direta da

fumaça de cigarro sobre as células osteoprogenitoras humanas. Neste experimento,

em ambas as condições de cultura, a fumaça de cigarro inibiu a diferenciação

osteogênica e a proliferação das células osteoprogenitoras humanas tipo osteoblasto

e as células em monocamadas estavam mais susceptíveis aos efeitos adversos da

fumaça de cigarro.

Segundo Nakao et al., (2009), a nicotina causa um aumento na expressão

dos genes da cicloxigenase – 2 (COX-2) e da prostaglandina E2 (PGE2) em

fibroblastos gengivais humanos de forma – dependente de tempo e dose. A COX é a

principal enzima para conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas, os quais

são importantes fatores na reabsorção óssea. (Grieve et al.,1994). Por conseqüência,

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a administração da nicotina poderia aumentar o movimento dental ortodôntico.

(Sodagar et al., 2011)

Nas células pré-osteoblásticas, nicotina promove o ciclo celular, mas inibe

a diferenciação osteogênica relacionada à regulação de p53, uma proteína

citoplasmática sintetizada pela própria célula, considerada como o “guardião do

genoma” que evita a propagação de células geneticamente defeituosas presente em

50% dos tumores humanos (Liu et al., 2001).

Em ratos, a administração diária de nicotina adversamente afetou os

tecidos periodontais de forma dose-dependente (Nociti et al., 2001)

Baseado na teoria de Wolff, o movimento dental ortodôntico pode ser

considerado um tipo de remodelação óssea. O movimento ortodôntico é baseado na

remodelação óssea, um complexo processo (Wolff, 1986). O processo de

remodelação óssea é influenciado por inúmeros fatores locais e sistêmicos (Bartzela

et al., 2009)

A nicotina é um dos componentes mais psicoativos da fumaça de cigarro e

influencia no binômio aposição / reabsorção óssea, que compõe a remodelação.

(Yuhara et al., 1999).

No estudo de Sodagar et al., (2011) mostrou-se que a administração de

nicotina aumenta a proporção de movimento dental ortodôntico de forma significante,

e a proporção de movimento dental ortodôntico tem uma resposta dose-dependente

para administração diária de nicotina.

O tabagismo a longo prazo é um fator de risco para a osteoporose. A

osteoporose. Uma das formas de tratamento da osteoporose é o uso de bifosfonatos,

que podem diminuir o movimento dentário ortodôntico rapidamente e interferir com os

resultados ortodônticos desejáveis. Estes medicamentos usados para tratar a

osteoporose e osteopenia, além de vários tipos de câncer, reduzem o turnover ósseo

e aumentam a densidade óssea mineral fazendo assim, contraposição aos efeitos da

fumaça de cigarro (Seeman et al., 1983; Rinchuse et al.,2007).

Assim, o hábito de fumar em longo prazo, poderia reduzir a proporção do

movimento dental quando associado a medicações para correção de osteoporose,

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mas mesmo isolada, a nicotina, pode aumentar o movimento dental (Rinchuse et al.,

2007; Sodagar et al., 2011).

Inúmeros estudos investigaram o efeito da nicotina sobre os osteoclastos e

osteoblastos, em diferentes condições de cultura de células, diferentes estágios de

diferenciação celular, diferentes tipos celulares, e diferentes doses de nicotina, o que

levou a resultados variáveis (Fang et al.,1991; Ramp et al., 1991). Estes resultados

obtidos de estudos in vitro divergiram dos estudos in vivo. Apesar da divergência de

resultados, todos estes estudos são unânimes de que a nicotina pode afetar o

metabolismo ósseo e, poderia ser a razão para a aceleração dos movimentos dentais

ortodônticos.

Sodagar et al., (2011), concordam e inferem a partir dos resultados dos

seus experimentos em ratos que a nicotina acelera a proporção de movimento dental

ortodôntico significantemente, e este efeito é dose-dependente. As alterações no

metabolismo ósseo, diminuição nos diâmetros dos vasos, indução de RNAm de COX-

2 e produção de PGE2 relacionada, aumentos nas funções de reabsorção dos

osteoclastos e a produção de citocinas presentes nos processos de reabsorção dos

ossos como a IL-1, induzida pela nicotina, podem ser responsáveis por essa

observação.

Quanto aos efeitos deletérios da fumaça de cigarro sobre a saúde, os

autores alertam a comunidade científica - profissional da Ortodontia e Odontologia a

encorajar seus pacientes a parar de fumar e entender que a terapia de reposição da

nicotina não deve interferir com o movimento dentário ortodôntico (Sodagar et al.,

2011).

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3 PROPOSIÇÃO

Visto que a remodelação óssea desencadeada pela rápida expansão da

maxila é um evento esperado na prática ortodôntica e que a fumaça de cigarro, é um

hábito social que vultuosamente provoca mortes e altera a remodelação óssea, no

movimento dental ortodôntico, este estudo tem como objetivo deste estudo avaliar

histomorfometricamente se a inalação passiva da fumaça de cigarro pode influenciar

no turnover da maxila, quando da expansão rápida da sutura palatina mediana em

ratos Wistar submetidos à fumaça de cigarro após a expansão em períodos de 7 e 14

dias, respectivamente em fases ativa e de contenção.

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4 MÉTODO

4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Vinte e cinco ratos Wistar (Rattus norvegicus albinus) machos, de 06

semanas de vida, com aproximadamente 300 g foram utilizados como animais

experimentais. O estudo foi conduzido pela CEUA (Comissão de Ética no Uso de

Animais da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP), Protocolo Aprovado

N.o 2013.1.970.58.6.

Os ratos foram fornecidos pelo Biotério I da Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foram aleatoriamente divididos em três

grupos quanto ao tratamento:

Grupo controle negativo: (05 ratos - sutura intacta, sem fumaça de

cigarro);

Grupo experimental I: (10 ratos cujo dispositivo expansor foi adaptado

para Expansão Rápida da Maxila – ERM e sem Fumaça de cigarro - FC);

Grupo experimental II: (10 ratos cujo dispositivo expansor foi adaptado

para Expansão Rápida da Maxila -ERM e foram inalados pela fumaça de 05 cigarros

de tamanho regular – FC no dia 1 após a instalação do dispositivo de expansão 2x

períodos diários às 10:00 hs e 15:00 hs durante 08 minutos).

Cinco animais por grupo foram submetidos à eutanásia no 7º e no 14º dia

após a REM. (Tabela 1).

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Tabela 1 – Distribuição dos grupos experimentais

Grupos experimentais Tratamento Data de sacrifício

Controle negativo (n=5)

GI (n=10)

GII (n =10)

Sutura intacta

Expansão Rápida da Maxila (ERM)

Expansão Rápida da Maxila + Inalação

passiva da fumaça de cigarro (FC)

7.o dia após a ERM

7.o dia após ERM (n=5); 14.o dia após

a ERM (n=5)

7.o dia após ERM (n=5) 14.o dia após a

ERM (n=5)

Total 25

O número de animais utilizados neste estudo obedeceu às diretrizes

baseadas em procedimentos humanitários, de metodologias que minimizem a dor e o

desconforto dos animais durante a investigação científica. Para atingir tais objetivos

dentro dessas diretrizes, obedeceu-se fielmente ao princípio básico dos 3 R´s –

replace, reduce and refine (Russel & Burch, 1992; Schechtman, 2002). Baseados

neste princípio, sempre que possível: substituir o uso de animais, reduzir seu número

(Andrade, Sant'Ana et al. 2013) e refinar os procedimentos. O refinamento das

técnicas consiste na busca de procedimentos que minimizem a dor, o stress e garantir

o bem-estar do animal. Dessa maneira, ao se falar de seja qual for o modelo

experimental utilizado nos ensaios biomédicos, se não houver possibilidade de ser

substituído, deve ter seu número reduzido ao mínimo estatisticamente viável, e que

se utilizem técnicas e metodologias que submetam a menor intensidade de estresse

e desconforto ao animal.

Antes da adaptação da mola entre os incisivos para disjunção da maxila,

os animais foram pesados e de acordo com seu peso corpóreo anestesiados. Os

animais eram anestesiados com ketamina (Vetaset, 100 mg/kg) e xilasina (Dopaser,

14 mg/kg), intramuscular (Carvalho – Filho et al.,2012).

A seleção do número de cigarros utilizados neste estudo teve como base

os estudos de Benatti et al (2005) e Shu-guang Gao, Ling Cheng et al.(2012) que

utilizaram um modelo de ratos semelhante onde a exposição à fumaça de cigarro

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aplicada foi considerada relativamente alta em relação à exposição humana,

totalizando 10 cigarros.

Após estudo piloto, definiu-se pela exposição passiva à fumaça de cigarro,

sem efeito letal sobre os animais com 05 cigarros acesos em dois períodos do dia às

10: 00 horas e 15:00 horas durante 08 minutos durante os dias experimentais

propostos.

Os animais foram mantidos em caixas plásticas, alimentados com dieta

padrão, constituída por ração moída (NuvitalR) a fim de se evitar eventuais danos ao

aparelho ortodôntico durante a mastigação, e água ad libitum.A água foi fornecida por

dispensadores apropriados adaptados à gaiola viveiro, com bico de aço inoxidável,

com capacidade de 500 ml, para garantir suprimento constante de água aos animais.

As gaiolas plásticas onde permaneceram os animais eram especificas para

este fim. Forradas com raspas de maravalha de pinus, atóxica, isolante térmico, não

comestível, substituída diariamente e dotadas de local apropriado para colocação de

água e ração. Cada gaiola continha um número máximo de cinco animais. Fornecendo

condições apropriadas de higiene e bem-estar dos animais. A temperatura do Biotério

foi mantida entre 21oe 23 oC, ideal para o desenvolvimento dos animais. Cada gaiola

foi devidamente identificada com uma ficha contendo especificação do grupo a qual

pertenciam os animais e o período (data/horário) de instalação do dispositivo expansor

e última inalação de fumaça de cigarro e por último, do sacrifício do animal ao 7.o e

14.o dia.

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4.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Para cada período foram utilizados cinco animais, sendo a distribuição dos

animais aleatória, nos grupos controle e experimental I e II. (Figura 4)

Grupo Controle negativo (GN n = 5): neste grupo os animais não

receberam tratamento algum. Foram submetidos à eutanásia no período de 07 dias;

Grupo experimental I (GI n= 10 ratos com dispositivo para Rápida

Expansão da Maxila – REM e sem inalação passiva da Fumaça de cigarro - FC),

Grupo experimental II (GII n= 10 ratos com dispositivo para REM e com

inalação passiva de fumaça de cigarro -FC). Cinco animais por grupo foram

submetidos à eutanásia no 7º e no 14º dia após a REM.

Figura 4 – Delineamento Experimental

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4.3 ANESTESIA DOS ANIMAIS E INSTALAÇÃO DO DISPOSITIVO PARA A

RÁPIDA EXPANSÃO DA MAXILA (ERM)

Antes da adaptação da mola entre os incisivos para ERM, os animais foram

pesados e de acordo com seu peso corpóreo anestesiados com solução de ketamina

(0,12ml/100g/IM) (Francotar®; Virbac do Brasil Industria e Comércio LTDA, Roseira,

S.P., Brasil) e cloridrato de xylasina (0,06 ml/100g/IM) (Virbaxil®; Virbac do Brasil

Indústria e Comércio LTDA, Roseira, S.P, Brasil).

O mecanismo de força utilizado para Expansão Rápida da Maxila (ERM)

ou Disjunção Maxilar é constituído de uma mola passiva de 1,5 mm de comprimento

de fio de aço inoxidável x 0,5 mm de diâmetro (Morelli®, Sorocaba, Brasil), posicionada

entre os incisivos superiores semelhante ao apresentado na literatura por Sawada &

Shimizu (1996) e Saito & Shimizu (1997) com intuito de possibilitar a correta calibração

e padronização de abertura/disjunção da sutura palatina mediana entregando o

equivalente a 30 gramas para cada incisivo do animal. A espessura do dispositivo

metálico, segundo Saito e Shimizu(1997) foi determinada com base nos resultados de

um estudo preliminar indicando que a expansão de 1,5 mm entre os incisivos induziu

a taxa de expansão máxima na sutura palatina mediana sem diminuição contínua do

peso corporal do animal.

No 1.o dia após instalação do dispositivo para disjunção da maxila o GII

com sacrifício no 7.o e 14.o dia com n=10 foram expostos à fumaça de 05 cigarros

tamanho regular, marca Ritz, por dois períodos diários de 08 minutos, às 10:00 hs e

às 15:00 hs, segundo metodologia descrita por Le Mesurier et al., (1981) e modificada

por Cendon-Filha (1993).

Na montagem do dispositivo para disjunção foram utilizados alicates n0

139, alicate para corte de fio espesso (Dentaurum®), espelho bucal (Duflex®), sonda

exploradora no 5 (Duflex®), hollemback e calcador de anéis (Duflex®). Todos os

dispositivos ortodônticos foram confeccionados e instalados pelo mesmo operador e

assistente, seguindo sempre o mesmo protocolo. Previamente a montagem do

dispositivo para a disjunção maxilar foi preparada a superfície dos incisivos para

aumentar a retenção e estabilizar a mola a ser confeccionada para inseri-la entre os

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incisivos superiores. Foi utilizada uma broca cilíndrica diamantada no 1090 (K.G.

Sorensen) em motor de alta rotação (Dabi-Atlante) para confeccionar sulcos rasos,

apenas no esmalte, no terço gengival das faces vestibular e distal dos incisivos

superiores. Em seguida foi realizada profilaxia dos incisivos com pasta de pedra-

pomes misturada com água aplicada em taça de borracha (Viking®) em contra-ângulo

adaptado ao micromotor (Dabi- Atlante®) por 15 segundos. Foi realizada a lavagem

com spray (água-ar) e a secagem com ar proveniente da seringa tríplice e,

condicionamento do esmalte nos incisivos utilizando ácido ortofosfórico a 37% em

forma de gel (3M®), durante 60 segundos, conforme recomendações do fabricante. Na

sequência foi feita, novamente, a lavagem e secagem das superfícies dentárias, por

15 segundos, com o auxílio da seringa tríplice. O agente de união (Primer e Bond 2.0

- Dentsply®) foi aplicado sobre a superfície condicionada do esmalte e

fotopolimerizado com luz halógena por 20 segundos com auxílio do aparelho Heliomat

II (Vigodent®). A resina fotopolimerizável (Transbond-ETM®) foi adaptada sobre o

segmento de fio nas faces vestibular e distal recobrindo-o e, em seguida foi induzida

a polimerização por meio de luz halógena, com comprimento de onda de 470m

(Heliomat II, Vigodent®), durante 30 segundos, dirigida em orientação oclusal,

vestibular, mesial e distal de cada incisivo. Para compensar o desgaste decorrente do

contínuo hábito roedor dos animais, várias camadas de resina foram

fotopolimerizadas sobre o grampo. (Figura 5 A-B-C-D-E). Após a ativação inicial, o

aparelho não recebeu outra ativação adicional durante o experimento e seu correto

posicionamento foi conferido diariamente, quanto à posição, à estabilidade e à

necessidade de correções na eventualidade de estar causando injúrias à mucosa oral

do animal.

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Figura 5 – Sequência de colagem do dispositivo para ERM. 5AB – Inserção do dispositivo após

preparo de retenções; 5C – Aplicação do Adesivo Dentinário; 5D – Afastamento das estruturas; 5E –

Início da fotopolimerização.

5B 5A

5C

5E 5D

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4.4 EXPOSIÇÃO À FUMAÇA DE CIGARRO

A metodologia utilizada para a exposição dos animais à fumaça de cigarro

foi descrita inicialmente por Le Mesurier et al., (1981) e modificada no laboratório de

pneumologia da Escola Paulista de Medicina (Cendon Filha, 1997). Atualmente, já

existe consenso de que os estudos com animais devem ser conduzidos somente

quando: 1) o objetivo é de importância justificável; 2) não existem métodos alternativos

válidos; 3) todas as estratégias relevantes de redução e refinamento já foram

identificadas e implementadas; 4) o desenho e a condução do estudo minimizem o

prejuízo causado ao bem estar animal, não somente com relação ao número de

animais utilizados, mas também em relação à dor e ao sofrimento causado e 5) exista

benefício científico máximo (Richmond, 2002).

Esta metodologia de exposição à fumaça passiva de cigarro foi readaptada

por Nociti et al. (2002) e foram respeitadas neste estudo as dimensões da caixa de

acrílico propostas por Benatti et al., (2005) com a finalidade de minimizar o stress

animal, já que o tamanho dos dispositivo para inalação à fumaça de cigarro é maior

do que o utilizado por Shu-guang Gao et al. (2012), 30 cm x 05 cm x 15 cm com um

cinzeiro colocado 10 cm abaixo da caixa.

Trata-se de um recipiente de acrílico transparente, confeccionado pela

Bonter – Ensino e Pesquisa - Equipamentos de Precisão - Ribeirão Preto – SP, com

dimensões de 45 X 25 X 20 cm3, composto por 2 câmaras interligadas por um orifício.

Na primeira câmara ficaram armazenados os cigarros acesos. Nessa parte há também

uma entrada por onde o ar foi insuflado, por um inalador marca Inalar Compact NS,

formando uma corrente de ar que levava a fumaça para a segunda câmara, onde

ficavam os animais. Na segunda câmara há outro orifício que proporcionou vazão ao

ar bombeado. (Figuras 6 e 7).

Cinco animais por grupo foram expostos à fumaça de 05 cigarros marca

Ritz, tamanho regular por dois períodos diários de 8 minutos às 10: 00 horas da manhã

e à tarde, às 15:00hs no dia 1 após a instalação do dispositivo para disjunção da

maxila.

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Os animais do grupo II foram expostos à fumaça de cigarro passiva no dia

1 após a instalação do dispositivo para expansão rápida da maxila até o final do

período operatório.

Figura 6 – Esquema da caixa de acrílico transparente para inalação da

fumaça de cigarro, com dimensões de 45 X 25 X 20 cm3, composta por

2 câmaras interligadas por um orifício confeccionada pela Bonter –

Ensino e Pesquisa - Equipamentos de Precisão - Ribeirão Preto – SP.

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Figura 7 - Inalador Inalar Compact NS (7A-B) responsável pelo bombeamento do ar com fumaça de cigarro para a câmara com os animais fumantes passivos.

Após o intervalo de dias preconizado para tratamento dos grupos de

animais experimentais (grupos de Expansão Rápida da Maxila e/ou exposição à

fumaça ou não) foi feita a eutanásia conforme o delineamento experimental (Figura

4).

4.5 EUTANÁSIA DOS ANIMAIS, COLETA E PREPARO DOS ESPÉCIMES

Os procedimentos operatórios foram realizados na sala de cirurgia

experimental do Biotério I da FORP-USP, sob condições de limpeza, anti-sepsia e

desinfecção, com instrumentos esterilizados em autoclave. Ao término dos períodos

experimentais, os animais sofreram eutanásia por uma injeção com sobredose de

anestésico com Ketamina e Xilazina via intramuscular.

Os animais foram perfundidos com solução salina (PBS) e paraformaldeido

4%, em seguida decapitados. A cabeça teve a mandíbula e o pêlo extraídos. Depois

foram colocadas em frascos previamente catalogados por grupo e tempo de

tratamento contendo paraformaldeído 4%.

As peças foram fixadas em solução de paraformaldeído tamponado a 4%,

com tampão fosfato (pH 7,2 - 7,4) por 48 horas.

7A 7B

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4.6 PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO

As maxilas fixadas em paraformaldeído (PFA 4%) a 4º C por 48 horas foram

devidamente reduzidas. O corte foi feito a partir da porção palatina dos incisivos,

exatamente há 5,00 mm dos incisivos em direção à primeira prega palatina (Figura 8).

Após a redução, os fragmentos foram lavados em solução tampão de

Fosfato 0,1M e salina a 0,9% ,PBS por 30 minutos.

A descalcificação foi realizada em solução de etileno-diamino-tetracetato-

dissódico a 4,13%, 0.25M e pH=7,0 (EDTA - Labormax Produtos Químicos e Indústria)

sob agitação constante à temperatura de 2 a 8°C, com trocas da solução a cada dois

dias até que osso estivesse descalcificado. Seguindo a tramitação laboratorial de

rotina do Laboratório de Histologia da FOP- UNICAMP. Após a descalcificação, os

fragmentos foram desidratados em concentrações crescentes de álcool 70,80,90,95%

e absoluto 100% (Merck KGaA, Darmstadt, Alemanha), diafanizados em xilol (Merck

KGaA, Darmstadt, Alemanha) e incluídos em parafina Paraplast Plus® for tissue

embedding Sigma Aldrich com a oclusal dos animais para baixo.

Para a análise histológica, secções seriadas de 5μm de espessura, foram

obtidas no sentido transversal ao longo eixo da sutura palatina mediana, coletados em

lâminas e corados com hematoxilina e eosina.Os cortes feitos em Micrótomo Lupetec

modelo MRPO3 foram obtidos com intervalos de 30 cortes até que se completassem

08 lâminas/cortes de cada animal, o que garantiu que a análise fosse feita em regiões

diferentes ao longo da sutura palatina mediana. (30 cortes de 5 μm= 150μm de

diferença entre cada corte).

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Figura 8 – Orientação do corte de redução da maxila para processamento histológico. A partir da porção palatina dos incisivos, exatamente há 5,00 mm dos incisivos em direção à primeira prega palatina. (A; B)

Com o auxílio de um programa para análise de imagens (Image Pro®,

Media Cibernetics, Silver Spring, MD, EUA) das 08 secções representativas da região

da sutura palatina mediana obtidas, os primeiros 05 cortes foram selecionados e

avaliados em relação a dois parâmetros: a largura da sutura palatina mediana (μm) e

a densidade de volume de osso neoformado em % da região da sutura palatina

mediana.

Para a obtenção da medida de densidade de volume de osso neoformado

em % um retículo (retangular) foi posicionado na região das hemi-maxilas de maneira

que sempre incluísse a região ao longo da sutura palatina mediana e com o tecido

conjuntivo sempre no centro do retículo.

4.7 HISTOMORFOMETRIA

As lâminas coradas em HE foram analisadas em microscopia de luz,

(Microscópio com Sistema de Fotodocumentação e Luz Polarizada – Leica- DMLP –

Procedência Mannheim, Alemanha) para avaliação de osso neoformado pós rápida

expansão da maxila.

Cinco cortes corados por rato foram corados em HE, analisados em

microscópio de luz (Leica DMLP, Leica Microsystems) acoplado a uma câmera de

vídeo (Nova Optika). Em cada corte, uma imagem contendo a região da sutura

5,0

mm

A B

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palatina mediana foi capturada no aumento de 10x. Nessas, os parâmetros da largura

da sutura palatina mediana (μm) e a densidade volumétrica (Vv) de osso recém-

formado na região da sutura foram obtidas pelo programa Image Pro Plus. A largura

da sutura palatina em cada corte foi medida em micrômetros traçando-se seis linhas

entre as bordas dos ossos palatinos ao longo da sutura e realizada a média dessas

seis medidas (Figura 9, 10). A quantificação do osso neoformado foi realizada através

da estereologia de acordo com o Princípio de Delesse (Mandarim de Lacerda,1999),

para a densidade de volume de osso neoformado foi obtida pela adição de um retículo

quadrilátero de 96 pontos sobre a região da sutura palatina em microscópio de luz

Carl Zeiss. Depois os pontos de intersecção foram contados de acordo com o Princípio

de Delesse como proposto por Mandarim-de-Lacerda (1999) e a seguinte fórmula foi

usada: Vv = PP/PT (%), onde Vv = densidade de volume ósseo neoformado ou volume

relativo; Pp = quantidade de pontos contados de intersecção do retículo sobre osso

neoformado; PT = quantidade de pontos total do retículo/sistema. As intersecções do

retículo sobre osso neoformado foram contadas e a densidade volumétrica em

porcentagem foi obtida pela fórmula: (Pp pontos contados / Pt pontos totais) x 100.

(Figura 11)

As figuras 9 e 10 exemplificam os cortes histológicos da sutura palatina

mediana, obtidos para caracterizar o padrão de expansão e movimento dos ossos

palatinos sob a aplicação do dispositivo de mola entre os incisivos, especificamente o

parâmetro da largura da sutura palatina mediana (μm) tomado nos animais controle e

experimental, conforme metodologia de Hou et al. (2007), onde em cada corte a

largura da sutura palatina mediana foi medida em micrômetros traçando-se seis linhas

entre as bordas dos ossos palatinos ao longo da sutura, da região anterior para a

região posterior do palato, com a última linha terminando antes da abertura das fossas

nasais, e subseqüentemente realizada a média dessas seis medidas.

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Figura 9– Corte transversal da sutura palatina mediana, 100X coloração HE, para determinação da Largura da sutura palatina mediana (μm) – 07 GII

Figura 10 – Corte transversal da sutura palatina mediana, coloração HE, para determinação da Largura da sutura palatina mediana (μm) – 07 CN aumento 100x, 6 linhas foram traçadas ao longo da sutura.

L1 L2

L3 L4 L5 L6

49,50µm

49,50µm

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Figura 11 – Padrão para a densidade volumétrica de osso neoformado - Vv = Pp/Pt (%), onde Vv = densidade de volume ósseo neoformado; Pp = quantidade de pontos contados sobre a neoformação óssea; Pt = quantidade de pontos total do retículo.

4.8 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

As medidas da largura da sutura palatina mediana foram comparadas entre

os grupos pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de

Student-Newman-Keus. As médias da densidade volumétrica de osso neoformado

tiveram distribuição normal e foram comparadas por ANOVA one way, seguido pelo

teste de Tukey. Para todas as análises, o nível de significância foi estabelecido em

p<0,05

49,50µm

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5 RESULTADOS

No presente estudo a aposição de novo osso progrediu sem complicações

em todos os animais. Não houve infecção pós – operatória. O dispositivo instalado

não trouxe prejuízo ao desenvolvimento normal dos animais. Não houve diferença

significativa de peso entre os animais do grupo controle e tratados durante o periodo

experimental.

A fumaça passiva de cigarro após a expansão rápida da maxila não afetou

o tamanho corporal dos animais durante o período experimental. Não foram

observados efeitos tóxicos da inalação passiva da fumaça de cigarro nos ratos. (Figura

12)

Figura 12– Mudança de peso em ratos durante o período experimental.

Nas análises histomorfométricas, as medidas de largura de sutura palatina

mediana obtidas dos cortes histológicos aos 7 dias mostraram que a sutura palatina

mediana foi expandida após a aplicação do dispositivo.

As figuras 13 e 14 mostram os valores obtidos para os 6 pontos ao longo

da sutura palatina mediana para um animal controle e um animal tratado do grupo GII

aos 7 dias no programa de análise Image Pro. Não houve diferença estatísticamente

significante entre os grupos de 07 dias tratados com expansão e tratados com

expansão + fumaça de cigarro (FC). No grupo 7GI (REM - rápida expansão da maxila)

0

100

200

300

400

500

600

Início 7 Gl(REM)

7GII(REM+FC)

14 Gl(REM)

14 Gll(REM+FC)

Pes

o (

g)

Dias de tratamento

Início

7 Gl (REM)

7GII (REM+FC)

14 Gl (REM)

14 Gll (REM+FC)

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os valores médios encontrados para a medida da largura da sutura palatina foram de

375,3 μm ± SD 36,0. No grupo 7GII, tratado com rápida expansão da maxila e inalação

passiva da fumaça de cigarro, a média da largura da sutura palatina mediana foi de

420,8 μm ± SD 115,3. Em ambos os grupos a abertura da sutura palatina mediana foi

estatisticamente significante quando comparadas ao grupo controle negativo, que

exibiu um pequeno espaço entre as hemimaxilas com valor médio de 76,4 μm ± SD

1,1. A largura da sutura palatina em micrômetros (μm) foi significantemente maior em

ambos os grupos em relação ao controle. A abertura da sutura palatina mediana

permaneceu levemente maior no grupo 7GII (tratado com REM e FC) em relação ao

grupo 7GI (REM). A fumaça passiva de cigarro começou a alterar o processo de

remodelação óssea a partir desse período experimental. (Figura 15)

As medidas da largura da sutura palatina mediana aos 14 dias para o grupo

controle foram de 76,4µm ± SD 1,1; 14 GI (REM): 68,5µm ± SD 9,9 e 14GII (REM

+FC): 244,34µm ± SD 44,5. (Figura 17). O grupo GII (REM+FC) mostrou diferença

estatisticamente significante quando comparado ao grupo GI (REM). No grupo 14GII

a sutura permaneceu significativamente mais aberta em relação ao grupo 14 GI,

mostrando que houve uma diminuição do preenchimento da área expandida pela

reduzida formação óssea quando comparado a 14GI. A fumaça de cigarro passiva

interferiu no processo de remodelação óssea e aposição de novo osso mantendo uma

largura maior da sutura palatina nos grupos14 GII tratados com expansão rápida da

maxila e fumaça de cigarro. (Figura 18)

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Figura 13-Valores da Largura da sutura palatina mediana em micrômetros (μm) de um espécime do grupo controle 07 CN tomadas linearmente entre as bordas dos ossos palatinos ao longo da sutura em 06 pontos.

Figura 14 - Valores da Largura da sutura palatina mediana em micrômetros (μm) para um espécime 07 GII tomadas linearmente em seis pontos (L1, L2,L3,L4,L5,L6) entre as bordas dos ossos palatinos ao longo da sutura.

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Figura 15 – Valores médios das medidas transversas da sutura palatina em μm, média ± SD (P < 0.05)

C

A

A

C

B

0

100

200

300

400

500

600

C 7 Gl 7 Gll 14 Gl 14 Gll

Su

tura

pala

tin

a (

µm

)

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Histologicamente a sutura palatina mediana do grupo controle de 07 dias

apresenta-se preenchida por uma delgada camada de tecido conjuntivo. (Figura 16 A-

B). Nos grupos GI e GII (Figura 16 C-D; 16 E-F) observou-se reparação histológica do

tecido conjuntivo desorganizado da sutura palatina mediana, ao final de 7 dias após a

REM com presença de ilhas de mineralização em C-D e projeções ósseas a partir das

margens das suturas em E-F.

Figura 16 – Aspecto histológico secção transversal da sutura palatina mediana aos 7 dias.Hematoxilina e Eosina. Aumento 100x. Grupo controle (A-B); GI - rápida expansão da maxila (C-D), presença de nódulos de osso por entre o tecido conjuntivo na cabeça da seta em preto; GII -Rápida expansão da maxila- + Fumaça passiva de cigarro(E-F) presença de neoformação óssea a partir das margens das suturas na cabeça da seta branca)

49,50µm49,50µm

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O aspecto histológico observado para os grupos controle e 14 GI (REM)

exibiram evidente semelhança histológica. Isso pôde ser verificado, já que aos 14 dias

em grupos tratados com REM há tempo suficiente para aposição de novo osso e

conclusão do processo de “preenchimento” do espaço sutural.

Figura 17- Aspecto histológico secção transversal da sutura palatina mediana aos 14 dias. Coloração Hematoxilina e Eosina, Aumento 100x. Grupo controle (G-H); GI - rápida expansão da maxila (I-J), observou-se semelhança entre controle e 14GI com fechamento quase completo da sutura palatina mediana por aposição óssea; GII - Rápida expansão da maxila + Fumaça passiva de cigarro, presença de nódulos de formação óssea focais, cabeça da seta branca e manutenção de abertura da sutura palatina mediana K-L, linhas pontilhadas vermelhas)

49,50µm

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No grupo 14 GII deste estudo (Figura 17, K-L, cabeça das setas) nota-se a

permanência da ampla abertura da sutura palatina mediana com retardo do processo

de remodelação, no que se refere à aposição de novo osso por influência da inalação

passiva da fumaça de cigarro, que prejudica a aposição de osso.

Com relação à Densidade volumétrica de osso neoformado (%) (Figura 18),

o grupo controle, não tratado foi o que apresentou a maior densidade de volume ósseo

(72,2 %± SD 2,2). Os grupos 7GI (5,3% ± SD 2,3) e 7GII (3,2% ± SD 0,7), 07 dias,

quando comparados ao controle apresentam menor densidade volumétrica óssea

(osso neoformado) no interior da sutura palatina mediana expandida, com menor

quantidade de osso neoformado, em virtude da ocorrência da separação das hemi-

maxilas tanto no grupo GI e GII sacrificados aos 7 dias.

Para os grupos de 14 dias a Densidade volumétrica de osso neoformado

(%) (Figura 18) obtida para o grupo 14GI foi de 72,2% ± SD 8,6 e para 14GII de 22,3%

± SD 11,2. Não houve diferença estatística na densidade volumétrica óssea de osso

neoformado na região da sutura palatina mediana entre os grupos controle e 14GI.

Houve tempo suficiente para o preenchimento da sutura palatina mediana com tecido

ósseo neoformado quase que por completo.

Quando comparados os grupos 14GI e 14GII, a densidade volumétrica de

osso neoformado no grupo 14GII foi estatisticamente menor (22,3%± SD 11,2) em

relação ao grupo 14GI (72,2% ± SD 8,6). A fumaça passiva de cigarro prejudicou a

reparação e neoformação óssea na sutura palatina mediana neste período.

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Figura 18 – Valores médios da Densidade Volumétrica de Osso Neoformado Volumétrica Óssea em % média ± SD (P < 0.05)

A

BB

A

B

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

C 7 Gl 7 Gll 14 Gl 14 Gll

Vv o

sso

(%

)

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6 DISCUSSÃO

6.1 HISTOMORFOMETRIA

6.1.1 Medidas da largura da sutura em micrômetros

O modelo animal bem estabelecido utilizado neste experimento mostrou

ser um sistema efetivo para analisar histomorfometricamente os efeitos da fumaça de

cigarro passiva sobre a remodelação e neoformação ósseas após a expansão rápida

da maxila, e na determinação abertura da sutura palatina mediana e da densidade

volumétrica de osso neoformado logo após a separação da maxila (Bosco et al., 2007;

Bonfante et al., 2008; Saito et al., 2013).

Uma vez que a exposição à nicotina é indicada se iniciar imediatamente

após os procedimentos cirúrgicos (González et al., 1996; Stefani et al.,2002), adotou-

se neste estudo iniciar a exposição passiva à fumaça de cigarro imediatamente no dia

1 após a instalação do dispositivo para a rápida expansão da maxila. Embora alguns

autores considerem clinicamente relevante expor previamente os animais à droga

começando a administração 4 semanas antes dos procedimentos cirúrgicos (Pinto et

al., 2002), outros 2 dias antes do procedimento cirúrgico três vezes ao dia (Benatti et

al., 2005).

É de conhecimento que a ocorrência da expansão ortopédica se dá em

indivíduos em crescimento com desenvolvimento esquelético imaturo e quando a

força aplicada aos dentes e à maxila excede os limites necessários para o movimento

dentário, sendo adotada neste estudo a amostragem de animais machos, jovens

(Wertz, 1970; Haas, 1970).

As medidas de largura de sutura palatina mediana obtidas dos cortes

histológicos aos 7 dias mostraram que a sutura palatina mediana foi expandida após

a aplicação do dispositivo utilizado nesse estudo.

No grupo GI (rápida expansão da maxila) com sacrifício aos 7 dias os

valores médios encontrados para a medida da largura da sutura palatina foram de

375,3 μm ± SD 36,0. No grupo GII, tratado com rápida expansão da maxila (ERM) e

inalação passiva da fumaça de cigarro (FC) por 07 dias, a média da largura da sutura

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palatina mediana foi de 420,8 μm ± SD 115,3. Em ambos os grupos a diferença foi

estatisticamente significante quando comparado ao grupo controle negativo, que

exibiu um pequeno espaço entre as hemimaxilas de tecido conjuntivo com valor médio

de 76,4 μm ± SD 1,1 durante o processo natural de remodelação óssea sem nenhum

tratamento aplicado. A comparação dos dados médios do grupo de 07 dias controle

negativo com 7GI (expansão rápida da maxila) e 7GII (ERM + fumaça de cigarro),

mostrou que a largura da sutura palatina em micrômetros (μm) foi significantemente

maior em ambos os grupos em relação ao controle, o que comprova a eficácia do

dispositivo utilizado neste estudo para a abertura da sutura palatina mediana, pelo

método utilizado.

As diferenças para a abertura da sutura palatina mediana entre GI e GII

nos grupos sacrificados aos 7 dias não foram estatisticamente significantes.

A abertura da sutura palatina mediana que permaneceu levemente maior

no grupo GII (tratado com ERM+FC) medida em micrômetros (μm) em relação ao

grupo GI (tratado somente com ERM) nos leva a inferir que a fumaça de cigarro

passiva começou a alterar o processo de remodelação óssea a partir desse período

experimental, dificultando a deposição de matriz óssea não mineralizada. Já que

segundo Hou, Fukai, Olsen (2007), em resposta às forças de expansão da maxila

observou-se histologicamente logo aos 7 dias formação óssea a partir das margens

dos ossos palatinos.

As medidas da largura da sutura palatina mediana aos 14 dias mostram

que o grupo 14GII (ERM+FC) apresentou diferença estatisticamente significante

quando comparado ao grupo 14GI (ERM). Os valores médios da largura da sutura

palatina foram: grupo controle: 76,4µm ± SD 1,1; 14GI: 68,5µm ± SD 9,9 e 14GII:

média 244,34µm ± SD 44,5.

No grupo 14GII a sutura permaneceu significativamente mais aberta em

relação ao grupo 14 GI, mostrando que houve uma diminuição do preenchimento da

área expandida pela reduzida formação óssea quando comparado a 14GI, mostrando

como inferido por Sodagar et al.,2011, que o processo de remodelação óssea sofre

influência da fumaça de cigarro que causa um desequilíbrio entre reabsorção e

aposição óssea, que definem a remodelação óssea. Desta forma, pode-se observar

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que a fumaça passiva de cigarro interferiu no processo de remodelação óssea e

aposição de novo osso mantendo uma largura maior da sutura palatina nos grupos 14

GII tratados com expansão rápida da maxila e fumaça de cigarro.

Não houve diferença estatística entre os grupos 14GI e controle, pois

segundo dados da literatura (Lagravere et al., 2005), aos 14 dias houve tempo

suficiente para a aposição de novo osso, o que fez com que a sutura assumisse

histologicamente um aspecto muito semelhante ao processo de remodelação natural

em grupos não tratados com ERM. Havendo aposição de osso neoformado em quase

toda a espessura da sutura palatina mediana reduzindo a medida transversa da sutura

palatina em GI. Segundo Melsen (1972), durante o período de contenção os tecidos

se reorganizam e em termos histológicos a sutura não mostra diferença em relação à

sutura antes da ERM.

Histologicamente observou-se por Microscopia de Luz que a sutura palatina

mediana do grupo controle apresenta-se preenchida por uma delgada camada de

tecido conjuntivo. Nos grupos GI e GII observou-se reparação histológica do tecido

conjuntivo da sutura palatina mediana, ao final de 7 dias após a REM com presença

de focos de mineralização em concordância com as observações de Melsen (1972),

que define o início do processo de ossificação na sutura palatina mediana aos 07 dias

pós REM com a formação de espículas ósseas que partem das margens de sutura,

juntamente com porções que se assemelham a "ilhas ósseas” ou massas de tecido

acelular e não totalmente calcificado no meio da abertura sutural ao longo da sutura

palatina mediana (Persson et al., 1978;Persson & Thilander, 1977;Korbmacher et al.,

2007).

Após a fase ativa de expansão, ao final de 14 dias após a REM, de acordo

com estudos prévios, o que se observa para os grupos tratados com REM é o

preenchimento da região expandida ao longo da sutura palatina mediana com novo

osso ainda que não completamente mineralizado. Isso pôde ser observado em 14 GI

(REM), apresentando significativa semelhança com o controle. Em concordância com

inúmeros estudos que obtiveram dados a partir de cortes histológicos mostrando ao

final de 14 dias, período considerado de contenção (Cleall et al., 1965; Davis &

Kronamn, 1969; Debbane,1985; Hass,1970; Hass,1961;1965; Melsen, 1972;

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Starnbach et al.,1966; Ten Cate et al., 1977) a remineralização da sutura palatina

mediana (Ekstrom et al.,1977).

Ao passo que nos grupos 14 GII (REM+FC) deste estudo nota-se a

permanência da ampla abertura da sutura palatina mediana com retardo do processo

de remodelação no que se refere à aposição de novo osso por influência passiva da

inalação da fumaça de cigarro que prejudica a aposição de novo osso.

6.1.2 Densidade volumétrica de osso neoformado

A análise da densidade volumétrica de osso neoformado (%), foi obtida

tomando-se a porção de volume ósseo formado dentro de um volume pré-

estabelecido. Os valores médios foram comparados pelo teste de ANOVA one way

seguido pelo teste de Tukey.

Com relação à Densidade volumétrica de osso neoformado (%) na região

da sutura palatina mediana, observa-se uma variação dos grupos quando comparado

ao grupo controle. O grupo controle, não tratado foi o que apresentou a maior

densidade de volume ósseo. Os grupos GI e GII, sacrificados no 7.o dia, quando

comparados ao controle apresentam menor densidade volumétrica óssea no interior

da sutura palatina mediana expandida, ou seja, menor quantidade de osso

neoformado, isso se dá em virtude da ocorrência da separação das hemi-maxilas tanto

no grupo GI e GII sacrificados aos 7 dias, período marcado pelo início da remodelação,

conforme observado nos estudos de Melsen (1972), Persson et al.(1978), Persson &

Thilander (1977), Korbmacher et al. (2007), Ten Cate et al. (1977).

No entanto, não foram observadas diferenças estatisticamente

significantes no que se refere ao parâmetro Densidade volumétrica de osso

neoformado entre os grupos GI e GII ao final de 7 dias.

Em relação aos grupos sacrificados ao final de 14 dias observou - se que

não houve diferença estatística na densidade volumétrica óssea de osso neoformado

na região da sutura palatina mediana entre os grupos controle e 14GI, observações

que são concordantes com a literatura (Hou et al. 2007). Desta forma, com tempo

suficiente para o preenchimento da sutura palatina mediana com tecido ósseo

neoformado quase que por completo. Esse processo de rápida remodelação e

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aposição de novo osso ocorre porque as respostas biológicas que se dão após a

expansão da sutura palatina mediana provavelmente são induzidas por mecanismos

mecanosensitivos e não por processos de cicatrização de feridas, que normalmente

se extendem por longos períodos.

Ainda segundo Hou et al. (2007), a força expansiva que atua sobre o

periósteo induz a diferenciação de células progenitoras osteogênicas em

osteoblastos, células formadoras de osso na área de sutura palatina mediana sob a

mucosa nasal. Esta resposta das células periostais é rápida no lado oral onde as

células periostais de cada lado da sutura em expansão são visualizadas por

imunomarcação. Além disso, osso novo foi observado nas bordas dos ossos palatinos

no dia 7, o que também constatamos em nosso estudo à partir da análise histológica,

e a marcação com calceína no dia 14, segundo esses autores mostrou que uma

grande massa de osso neoformado foi depositada dentro da área da sutura. Essas

grandes massas ósseas foram também observadas em nosso estudo conforme

evidenciado nos cortes histológicos de 14 dias.

As taxas de proliferação mais elevadas de células periostais em suturas

expandidas em comparação com as suturas intactas dos animais controle ao longo

do período experimental de Hou et al. (2007), parecem indicar que há uma fonte de

células para formação de novo osso, e contrariamente ao observado no nosso estudo,

também de cartilagens na área de sutura expandida, provavelmente devido à

diferença de forças empregadas na expansão.

Quando comparados os grupos 14GI e 14GII, a densidade volumétrica de

osso neoformado no grupo 14GII foi estatisticamente menor em relação ao grupo

14GI, o que demonstra que a fumaça passiva de cigarro prejudicou a reparação e

neoformação óssea na sutura palatina mediana.

Os ossos estão em constante processo de remodelação óssea, esse

processo é definido pelos fenômenos de aposição e reabsorção óssea. A

remodelação óssea permite a conservação da massa óssea normal, apesar das

constantes mudanças nos ambientes internos e externos (Vignaux et al., 2013) . No

entanto, vários estudos têm sinalizado que fatores extrínsecos como o contato com a

nicotina sistêmica mostram alterar a remodelação óssea. Nos estudos realizados por

Shintcovsk et al. (2014); Henemyre et al. (2003), os autores inferiram que a nicotina

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estimulou a formação e diferenciação de osteoclastos, suprimiu a osteogênese nos

osteoblastos, diretamente estimulou os precursores de osteoclastos, e por fim,

estudos posteriores demonstraram ainda que a nicotina, principal componente da

fumaça de cigarro, induziu um desequilíbrio entre osteoblastos, que funcionalmente

atuam na aposição de osso e osteoclastos, que atuam na reabsorção óssea in vivo

(Tanaka, et al. 2013; Tanaka, et al., 2005). Concluindo-se que a remodelação e o

metabolismo ósseos podem ser afetados pela nicotina presente na fumaça de cigarro

em diferentes proporções. E ainda, que a nicotina exerce um papel de desequilíbrio

na reabsorção e aposição ósseas.

Este efeito deletério sobre a aposição de osso neoformado também foi

observado a partir dos dados das medidas da largura da sutura palatina mediana em

micrômetros dos grupos 14 GI e GII deste estudo, por onde pôde - se verificar a

permanência da ampla abertura da sutura palatina mediana com retardo do processo

de remodelação no que se refere à aposição de novo osso por influência passiva da

inalação da fumaça de cigarro, que prejudica a aposição de osso. Observou-se a

permanência da ampla abertura da sutura palatina mediana nos grupos GII, tratados

com rápida expansão da maxila e fumaça de cigarro ao final de 14 dias.

Somando-se aos dados obtidos em nosso estudo, a esse composto sempre

presente na fumaça de cigarro tem sido creditado a perda óssea alveolar em

periodontites experimentais (Liu et al., 2010), prejuízo à cicatrização da fratura e

aceleração do movimento dental ortodôntico de maneira dose-dependente (Sodagar

et al., 2011).

Outros estudos in vitro mostraram os efeitos da nicotina sobre mediadores

osteogênicos e osteolíticos, mostrando que a nicotina exercia supra- regulação sobre

a expressão de vários mediadores osteolíticos, tais como a interleucina 1 (IL1), IL-8,

receptor ativador do fator nuclear Kappa B e ligante RANK (RANK-L),

metaloproteinase da matriz, e ativador do plasminogênio tipo tecidual e ainda, infra

regula a expressão da osteoprotegerina (Lee, Pi et al., 2009; Ho, Yang et al., 2009;

Wu, Duan et al. 2013). Da mesma forma, a nicotina demonstrou afetar a reabsorção

óssea causada pelos osteoclastos bem como a reabsorção radicular induzida pelos

odontoclastos. Visto que, reabsorções radiculares e ósseas envolvem os mesmos

sistemas de ligantes e receptores, RANK/RANKL, atuantes na reabsorção de tecidos

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mineralizados, tais como dentes e ossos (Krall & Dawson - Hughes, 1991; Ramp et

al.,1991) durante o movimento dental ortodôntico (MOD).

Adicionalmente aos resultados deste estudo, de forma concordante, Saito,

Sato et al. (2013), que avaliaram o aumento ósseo guiado em grupos tratados com

nicotina e controle, verificaram que no grupo tratado com nicotina, o aumento ósseo

foi significantemente menor. Estes dados foram embasados por outros estudos que

obtiveram que a nicotina inibe a revascularização dos enxertos ósseos, reduz a

recuperação de defeitos ósseos parietais e inibe a expressão de genes diretamente

relacionados à neovascularização e diferenciação osteoblástica (Daftari, Whitesides

et al. 1994; Hollinger et al.,1999; Theiss, Boden et al.,2000).

Não foi observada diferença estatística na densidade de volume de osso

neoformado quando comparados os grupos 7 GI e 7 GII, provavelmente devido à

observação feita na fase ativa, de 7 dias, corresponder ao curto espaço de tempo de

exposição passiva à fumaça de cigarro deste estudo. Apesar de vários estudos não

considerarem a variável tempo, foi verificado que a administração venosa de nicotina

tem uma relação dose-dependente, e quando administrada diariamente aumenta a

proporção do movimento dental ortodôntico em ratos significantemente (Sodagar et

al., 2011; Lahmouzi et al., 2000).

McGuire et al.(1989) encontraram alterações funcionais dos fibroblastos

gengivais, aumento na apoptose e dilatação mitocondrial, os quais são sinais

necróticos e também mostraram, que alterações nas doses de nicotina podem mudar

a taxa de sobrevivência destas células, o que poderia estar intimamente relacionado

ao aumento da dosagem de nicotina, que por sua vez aumenta a proporção do

movimento dental ortodôntico. A meia-vida plasmática da nicotina é relativamente

curta (30 a 150 minutos), a partir daí é convertida no seu metabólito primário, a

cotinina, que apresenta meia-vida plasmática mais longa (11 a 24 horas) (McGuire et

al.,1989).

No que se refere à organização de tecido conjuntivo e aposição óssea, a

nicotina é o componente da fumaça de cigarro mais comumente relacionado a

dificuldades de reparo tecidual, perda óssea alveolar e à progressão da doença

periodontal (Oballe et al., 2014). No estudo de Benatti et al. (2005) os resultados da

exposição passiva à fumaça de cigarro durante ciclos de exposição por 30 dias, três

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vezes ao dia, foram avaliados histometricamente para os seguintes parâmetros:

extensão do defeito ósseo remanescente, porcentagem de preenchimento do defeito

ósseo, densidade do novo osso e extensão de novo cemento. Os dados obtidos

demonstraram que os defeitos tinham tamanho similar inicialmente, e que a exposição

à fumaça de cigarro reduziu significativamente a densidade do novo osso e o

preenchimento do defeito ósseo criado, influenciando negativamente a regeneração

periodontal espontânea em ratos.

De acordo com Sodagar et al. (2011), a nicotina, altera o metabolismo

ósseo e diminui o diâmetro dos vasos, aumenta o número de osteoclastos e funções

de reabsorção óssea. O que leva este a estudo a inferir que a fumaça passiva de

cigarro influencia negativamente o preenchimento da região da sutura palatina

mediana com osso neoformado nos grupos tratados com inalação passiva da fumaça

de cigarro aos 14 dias. Mas não o bloqueia. Isto é percebido pela distância transversa

da sutura palatina mediana que permanece aumentada nos grupos GII em relação ao

controle positivo GI. A fumaça de cigarro em estudos prévios foi observada como

agente suspeito de afetar adversamente a cicatrização de feridas (Jones & Triplett,

1992; Garcia et al., 2012) e o fumo tem mostrado piorar a resposta de cicatrização

depois da cirurgia periodontal (Grossi et al.,1995, Calsina et al., 2002; Benatti et al.,

2005).

O modelo animal utilizado aqui demonstrou ser um sistema conveniente

para examinar os efeitos da inalação passiva da fumaça de cigarro após a expansão

rápida da maxila sobre a remodelação óssea, bem como dos parâmetros

subseqüentes aos processos que sucedem à ERM: largura da sutura palatina

mediana (μm) e densidade volumétrica de osso neoformado ou relativa (Vv%).

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7 CONCLUSÃO

A partir do presente estudo pode-se concluir que :

a) O modelo animal utilizado neste experimento mostrou ser um

sistema efetivo para analisar histomorfometricamente os efeitos da

fumaça de cigarro passiva sobre a remodelação e neoformação

ósseas imediatamente após a expansão rápida da maxila, e na

determinação abertura da sutura palatina mediana e da densidade

óssea de osso neoformado logo após a separação da maxila.

b) A fumaça passiva de cigarro após a expansão rápida da maxila não

afetou o tamanho corporal dos animais durante o período

experimental.

c) As medidas da largura de sutura palatina mediana obtidas dos cortes

histológicos aos 7 dias mostraram que a sutura palatina mediana foi

expandida efetivamente mostrando eficácia do dispositivo utilizado

neste estudo para a ERM, expansão rápida da maxila.

d) A partir dos análise histomorfométrica, observou que a inalação

imediata da fumaça passiva de cigarro após a expansão rápida da

maxila (ERM) dificultou significativamente o processo de

remodelação óssea, mais especificamente de aposição de osso

neoformado na sutura palatina mediana.

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ANEXO 1- CERTIFICADO CEUA


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