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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Biomedicina

Trabalho de Conclusão de Curso

INFLUÊNCIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA SOBRE OS EFEITOS ADVERSOS DA AIDS

Autor:Thayane Soares Barros Orientador: Prof. Dra. Kênia Fonseca Pires

Brasília - DF 2011

THAYANE SOARES BARROS

INFLUÊNCIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA SOBRE OS

EFEITOS ADVERSOS DA AIDS

Artigo apresentado ao curso de Graduação

em Biomedicina da Universidade Católica

de Brasília, como requisito parcial para

obtenção do Título de Bacharel em

Biomedicina.

Orientador: Prof. Dra. Kênia Fonseca Pires

Brasília

2011

Artigo de autoria de Thayane Soares Barros, intitulado “INFLUÊNCIA DA

MEDICINA TRADICIONAL CHINESA SOBRE OS EFEITOS ADVERSOS DA

AIDS” apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Biomedicina da Universidade Católica de Brasília, em 02 de junho de 2011,

defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof. Dra. Kênia Fonseca Pires

Orientadora

Curso de Fisioterapia – UCB

Prof. Msc. Marcelo César Machado de Carvalho

Curso de Fisioterapia – UCB

Prof. Msc. Leina Adriana Barbosa Pimenta

Fisioterapeuta - SENAC

Brasília

2011

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Influências da medicina tradicional chinesa sobre os efeitos

adversos da AIDS

Influence of traditional chinese medicine on the adverse effects of AIDS

Thayane Soares Barros

Universidade Católica de Brasília, graduanda em Biomedicina, Brasília, DF-Brasil,

e-mail: [email protected]

Resumo:

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) abrange variadas técnicas, as quais buscam a

saúde e equilíbrio do ser. Além de trabalhar na cura, age também na prevenção e

manutenção da saúde. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), esta desenvolve em seus pacientes a diminuição

das células de defesa, principalmente os linfócitos CD4+, os tornando imunodeficientes, o

que aumenta a susceptibilidade a doenças originadas por agentes oportunistas como

bactérias, fungos e outros tipos de vírus. Após o surgimento dos medicamentos

antiretrovirais, a taxa de mortalidade de pacientes HIV + diminuiu, entretanto esses

fármacos causam uma série de efeitos indesejáveis, os quais incomodam muito e diminui a

qualidade de vida dos mesmos. O objetivo deste artigo é fazer uma revisão da literatura

sobre as influências da MTC na qualidade de vida do indivíduo portador do HIV/AIDS.

Palavras-chave: HIV, AIDS, Medicina Tradicional Chinesa.

Abstract

The Traditional Chinese Medicine (TCM) evolves various techniques which aim heath and

equilibrium. Besides working on the cure, it also acts on the prevention and maintenance of

heath. The Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS) is caused by the Human

Immunodeficiency Virus (HIV) which develops in patients and diminishes the cells defense,

the lymphocytes CD4+ making the immunodeficiency. The increases the suspensibility of

the disease originated by the opportunist agents such as bacteria, fungus and others types of

virus. Soon after tha anti-retrovirus medication, the death rate of HIV patience has

decreased drastically. However, this medication can cause a series of side effect which may

interfere in life quality.

KEY WORDS: HIV, AIDS, Traditional Chinese Medicine.

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INTRODUÇÃO

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é baseada em conceitos e bases

sem caráter científico, portanto são baseados através da observação da natureza e

fenômenos ocorridos nestas (1). Acredita-se que fenômenos da natureza, tais como

clima, influenciam no ser humano, podendo modificar a fisiologia a ponto de causar

patologias (2). Foram através da observação do dia - noite, fatores climáticos,

principais constituintes da matéria, que surgiram três teorias (Teoria Yin/Yang,

Teoria dos Cinco Elementos e Teoria do Zang Fu), as quais são os pilares da

MTC (3). Na MTC, não se separa corpo físico do mental, são vistos com uma única

entidade. Dessa forma, se há alterações na fisiologia altera-se também a mente do

paciente e vice-versa (4). Acupuntura, moxabustão, fitoterapia, reflexologia, entre

outras técnicas fazem parte da MTC (5). Na sociedade Ocidental, esta medicina tão

habitual e praticada no Oriente, é considerada como Medicina Alternativa (6).

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) causada pelo Vírus da

Imunodeficiência Humana (HIV) começou a repercutir na década de 1980, onde era

considerada a doença dos homossexuais e usuários de drogas injetáveis (7), vem

sendo muito estudada, quanto aos aspectos de transmissão, reprodução do vírus,

medicamentos em busca da cura e prevenção, (8). A AIDS como o próprio nome

nos revela, proporciona ao paciente a imunodeficiência, ou seja, os pacientes

adquirem baixa imunidade, os deixando mais vulneráveis às infecções oportunistas

(9).

Após muitos estudos sobre o HIV e a AIDS, surgiram os medicamentos

antiretrovirais, com isso a taxa de mortalidade diminuiu significativamente, assim a

AIDS deixou de ser uma sentença de morte (10). Porém, HACKER et al. (7),

ressalta que os usos destes medicamentos causam uma série de efeitos indesejáveis,

como vômito, anorexia, perda de peso, dor de cabeça e enjôos.

Diante da imunodeficiência e os efeitos adversos desencadeados nos

pacientes portadores de AIDS/HIV, a revisão literária tem como objetivo

5

demonstrar a influência da MTC sob os efeitos adversos dos medicamentos,

podendo melhorar a qualidade de vida dos mesmos.

A pesquisa foi realizada em duas principais bibliotecas virtuais, sendo

pubmed e scielo, usando as seguintes palavras chaves: HIV/AIDS/Medicina

Tradicional Chinesa. Foi encontrado um grande número de artigos, porém a maioria

é escrito em Mandarim, tornando isso uma limitação devido à falta de conhecimento

da língua. Dessa forma, foram selecionados para o presente estudo somente estudos

em dois principais idiomas (inglês e português).

MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

No Ocidente, a MTC é considerada um método de Terapia

Alternativa/Complementar, esta é muito utilizada por comunidades chinesas em

todo o mundo (11). Esta metodologia terapêutica abrange várias técnicas, as quais

buscam a saúde e o equilíbrio do ser (12). Além de trabalhar na cura, age também na

prevenção e manutenção da saúde (1).

De acordo com YAMAMURA (13) a MTC é constituída de conceitos

teóricos empíricos, observação da natureza e seus fenômenos climáticos,

alimentação/nutrição, exercícios e até mesmo higiene. A base da MTC é a

integração e interação entre o ser humano e a natureza (14), sendo que o organismo

é considerado um sistema energético e funcional (2). Assim, SILVA-FILHO et al.

(15) afirma que a MTC avalia de forma particular as relações entre o ser humano e o

meio externo. Usando como alicerce três teorias: a teoria do Yin e Yang, dos Cinco

Elementos e a do Zang Fu (órgãos e vísceras) (13).

Através da observação de fatores ambientais como o dia e a noite, foi que

surgiu a teoria do Yin e Yang. Sendo o Yin, a noite e o Yang o dia. Confirmando a

complementaridade e a transformação, cita-se o dia transformando em noite e a

noite transformando-se em dia. Aonde, dia e noite são dois opostos capazes de se

transformarem e se complementarem. Esse dualismo entre o Yin e o Yang é o que

dá origem à vida (1).

6

Foi também pela observação da Natureza e fenômenos naturais que os

chineses ainda na China Antiga perceberam que a madeira, o fogo, a terra, o metal e

a água eram os principais constituintes da mesma, dando origem assim a teoria dos

cinco elementos, que também é muito conhecida como a Teoria dos Cinco

Movimentos (4). São dois os princípios básicos dessa teoria: geração e

dominância. O de geração é também conhecido de lei “mãe-filho”, pois como já

citado, cada movimento gera o movimento seguinte. Dessa forma, o elemento que

gera é a mãe, e o que é gerado, filho. Assim, Madeira é mãe de Fogo e filho de água

(16). Já a regra “avô-neto”, ou de dominância, demonstra que cada elemento domina

o seguinte. Essa “regra” possui a função de controlar o crescimento descontrolado

que poderia acontecer se existisse somente a lei de geração (17). Juntos, esses

princípios têm a função de manter a harmonia do sistema, mantendo assim o

equilíbrio (12).

Os Zang Fu (Órgãos e Vísceras) possuem os mesmos nomes e posição

anatômica que a Medicina Ocidental, porém o conceito chinês ultrapassa a função

anato-fisiológica (15). De acordo com UNSCHULD et al. (3) os Zang-Fu devem ser

vistos como centros de sistemas energéticos distintos, porém inter-relacionados

entre eles. Os Zang (órgãos sólidos) são responsáveis pela produção, transformação

e armazenamento das substâncias vitais, enquanto os Fu são responsáveis pelas

funções de excreção, digestão e transporte dos alimentos (1).

A ligação/transmissão de energia entre o interior e o exterior do indivíduo é

realizada pelos canais de energia, também denominados de Meridianos (18). Nos

Meridianos circulam Qi e Xué, causando ligação interior/exterior, entre os Zang Fu

(órgãos e vísceras). São localizados em todo o corpo, promovendo dessa forma a

união Alto/Baixo (13). Qi é traduzido por energia - “Sopro Primordial”, surge

anteriormente à bipolaridade energética, ou seja, antes do Yin e Yang, o Qi é a força

que origina tudo, são pelos meridianos que o Qi circula e percorre (1). Já Xué é

traduzido como sangue, que circula todo o corpo através de vasos sanguíneos (13).

A MTC abrange uma série de técnicas as quais envolvem desde a utilização

de fitoterápicos, reflexologia, dietoterapia, magnetoterapia, acupuntura,

7

moxabustão, ventosaterapia, entre outras técnicas. HAYASHI & MATERA (19) e

CUNHA (20) descreveram que a acupuntura é realizada por meio de inserção de

agulhas em pontos denominados de acupontos, nos quais possuem uma enorme

quantidade de terminações nervosas sensoriais, feixes, plexos nervosos, mastócitos e

capilares. De acordo com ALTMAN (21), os acupontos possuem condutância

elétrica elevada, resistência baixa e diferença de potencial, quando comparado com

áreas adjacentes. Com esse conjunto de características o ponto é altamente reativo

quando estimulado por agulhas (4). A acupuntura leva este estímulo ao sistema

nervoso, favorecendo o organismo a criar condições internas que restabelecem o

equilíbrio, devolvendo assim bem-estar, diminuição de dores, entre outros sintomas

(22). Busca saúde e equilíbrio do ser (12).

A ação da acupuntura (AP) é basicamente relacionada a dois tipos de fibras

nervosas chamadas A-Delta e C. Este método é considerado de estimulação neural

periférica (1). Para WHITE (23) as fibras mais superficiais são A-Delta, capazes de

responderem estímulos fortes, e “trabalhando” com o efeito calmante quando

estimuladas com giros rápidos nas agulhas, já as fibras C respondem a estímulos

leves, com efeito, excitatório.

A agulha da acupuntura estimula neurônio periférico nos aferentes A-Delta,

que cessa no corno dorsal da medula espinhal, esse impulso é transferido a um

segundo neurônio que pertence ao mesmo segmento espinhal. Dessa forma, atinge

os três níveis do sistema nervoso, que são: medula espinhal, região supra-espinhal-

substância cinzenta periaquedutal, núcleo magno da rafe e o complexo hipófise-

hipotálamo (24).

Em 1972, um estudo de Han Jisheng demonstrou que AP estimulava

encéfalo e medula espinhal a produzir serotonina e outras substâncias capazes de

modificar o limiar da dor, assim, imaginou-se que também podia liberar/estimular

opióides endógenos, sendo assim capaz de suprimir a dor (19).

Quando os três níveis são estimulados, endorfinas e monoaminas

(serotoninas e adrenalina) são envolvidas em cascatas químicas, capazes de diminuir

8

a dor (19; 25). Ao serem liberadas as substâncias precursoras da beta endorfina (pró-

opiome lanocortina) são liberadas na corrente sanguínea em maiores níveis o

cortisol, com ação antiinflamatória. (26)

Assim, têm-se concluído que ao serem estimulados, os pontos de acupuntura

liberam peptídeos opióides, promovendo analgesia. Na teoria da MTC, Yin-Yang,

leva a um equilíbrio, sendo necessário haver o oposto, neste caso, a mesma

quantidade de opióides existente é a quantidade de antiopióides, alcançando o

equilíbrio. (26; 1)

Para YI (27) e LITSCHER (28) a moxabustão é uma técnica baseada na

aplicação da queima da erva Artemisia vulgaris sobre os acupontos. As principais

funções da moxaterapia é aquecer o ponto, remover as obstruções dos canais,

eliminar a umidade e frio e dessa forma melhorar a circulação de Qie e de Xué.

Além disso, ela estimula o fluxo de Qi e conseqüentemente, mantém equilíbrio e

saúde (28). Segundo ORIOLI & APFELMANN (29) a moxaterapia desempenha

uma função importante na manutenção e formação de células brancas do sangue,

podendo aumentar em até 90% a produção destas. Com isto, observa-se tamanha

importância de tal método principalmente em pacientes imunodeprimidos.

O mecanismo de ação da moxa sobre dor ainda não está elucidado, mas em

seu estudo, LEE et al. (30) demonstra boa eficácia no tratamento da dor, a

excluindo e/ou diminuindo, sendo um dos principais motivos os quais a população

procura tratamentos alternativos.

A Artemísia vem sendo muito estudada no Ocidente, onde já é conhecida

como “aspirina medieval” (31). Esta erva é utilizada no tratamento de enxaquecas,

reumatismos, além de cólicas menstruais. Comercialmente, são encontradas em

farmácias, principalmente homeopáticas em forma de folhas frescas ou desidratadas

e moídas (32).

De acordo com PARK et al. (33), a moxaterapia não está completamente

isenta de efeitos colaterais. Observou-se que sensações de coceira, náuseas, bolhas,

9

queimaduras, dores de cabeça e tontura, podem aparecer após aplicação em diversas

patologias.

A maior limitação da AP, ainda hoje no Ocidente é a falta de embasamento

científico, de estudos da técnica, devido à falta de tradição e crença nos

fundamentos filosóficos (6 ). Nos últimos 40 anos, tem-se investido em estudos e

pesquisas científicas, e foram comprovados efeitos da acupunturas quanto à

estimulação da produção de esteróides que agem como antiinflamatórios (34), além

da liberação de endorfinas, melhora sensação de bem estar, relaxamento, entre

outros benefícios (35).

Devido à explosão de fatos científicos e modernos, a MTC viu-se obrigada

a unir o conhecimento tradicional com os novos métodos científicos, e com este

intuito em 1979 a Organização Mundial de Saúde (OMS) patrocinou um seminário

na China com o intuito de demonstrar que a acupuntura não era apenas suposições e

crenças; no seminário questionou-se - “acupuntura é „puramente mental‟, como

explicar que as agulhas parecem ser igualmente eficientes na veterinária?”. (6)

Para MEDEIROS (36), cada indivíduo possui uma forma de encarar a sua

realidade e sua relação com o meio. Assim, SEGRE (37), conclui que um estado

razoável de harmonia entre o sujeito e a realidade, define saúde. Porém, a OMS

define saúde como um estado de total bem estar físico, mental e social, sendo assim,

saúde não é somente a ausência de doenças (38).

Para a MTC, saúde é o resultado do equilíbrio entre os sistemas físicos e

psíquicos (16). Segundo ROSS (39) para que o indivíduo goze de plena saúde, este

deve estar em completo equilíbrio entre o Yin e Yang, portanto a doença pode surgir

mediante desequilíbrio entre Yin e Yang. Essa desarmonia de energia provoca vazio

ou estagnação de Qi nos meridianos, isso acontece devido a influências do meio

externo, e/ou comportamento do indivíduo. De acordo com CLAVEY (40), quando

o organismo possui desequilíbrio, seja este por excesso ou deficiência, geram

processos patológicos, desgastes físicos e/ou mentais. O diagnóstico é dado através

do reconhecimento do desequilíbrio e trata-se com a técnica adequada, podendo

10

esta ser moxaterapia, fitoterapia, acupuntura, reflexologia, entre outras, podendo

assim corrigi-lo e trazer saúde novamente ao paciente (11).

O tratamento na MTC é direcionado a reconciliação e/ou restauração de um

deles, restabelecendo assim o equilíbrio. Para MAIKE et al. (17) o ajuste da relação

entre as duas polaridades (Yin e Yang), estimula a circulação tanto de Qi (energia)

quanto de Xué (sangue).

Qualquer modificação nos níveis energéticos causa manifestações ao Shen

(mente), conseguinte a coloração da face, manifestações funcionais de órgãos e só

então causam alterações nas estruturas do corpo, capazes de serem detectadas em

exames laboratoriais. (1)

O diagnóstico na MTC é realizado através da observação do corpo como um

todo, levando em consideração todos os sinais e sintomas, por ele apresentado. Ao

realizar a inspeção no paciente, é observada, a expressão facial, ânimo, fala,

respiração, pulsologia, semiologia da língua, estado de consciência e coordenação

de movimentos (41). Também é realizado com o individuo um interrogatório, onde

se estreita a relação terapeuta-paciente. Esta etapa é realizada considerando os cinco

elementos, meridianos e fatores externos. O paciente é interrogado sobre sensações

de frio e calor, transpiração, digestão, olhos, ouvidos, ginecologia, sono, entre

outros aspectos fisiológicos (42).

HIV/AIDS

No início da década de 80, a AIDS se tornou um fator muito preocupante, é

considerada um problema de saúde pública, social e até mesmo econômico (43).

Para CHRISTO (44) isso ocorre devido ao grave comprometimento imunológico

dos pacientes, tornando estes mais vulneráveis a neoplasias e infecções, geralmente

de caráter oportunista.

11

A infecção pelo HIV pode acontecer por várias vias sendo as mais comuns:

sexual, parenteral e vertical (7). Devido à forma de transmissão, alguns grupos são

considerados de risco como profissionais do sexo, usuário de drogas injetáveis,

moradores de rua, presidiários (45).

Para FARMER (8), a taxa de incidência de infecção, está relacionada com o

nível socioeconômico, tendo em vista a dificuldade em obter materiais descartáveis

e preservativos. O conhecimento sobre a AIDS, não depende somente das

informações dadas sobre a mesma, mas conjuntamente do entendimento individual,

aonde são assimiladas estas informações (46). Dessa forma, o nível econômico

contribui para o conhecimento e entendimento da doença, já que, na sociedade

brasileira, a educação está intimamente relacionada com a posição socioeconômica

da população (47).

A AIDS é causada pelo HIV, é caracterizada pela diminuição da atividade

celular de linfócitos T CD4, linfócitos B e T circulante, além da diminuição de

imunoglobulinas (46). Devido a esse declínio nas células responsáveis pela

imunidade e proteção, os indivíduos ficam mais susceptíveis a infecções por

patógenos oportunistas, podendo estes ser vírus, fungos, bactérias e as doenças

emergentes e negligenciadas como a tuberculose (49).

Freqüentemente, pacientes com AIDS apresentam algumas afecções como

candidíase oral e genital (esta mais comum em mulheres), periodondite, gengivite,

infecções pelo Epstein-Barr e Sarcoma de Kaposi (46). No estudo de

RODRIGUES-JÚNIOR et al. (50), a candidíase oral e esofágica, herpes simples,

tuberculose e pneumonia são as patologias oportunistas encontradas com maior

freqüência.

A terapia anti-retroviral tripla de alta potência (TARV) é o tratamento

utilizado por pacientes com HIV. Desde o início da TARV, a mortalidade de

pacientes soropositivos diminuiu consideravelmente. Isso se dá devido ao aumento

na contagem de linfócitos T CD4, diminuição da carga viral, entre outros efeitos

12

deste fármaco. O uso de TARV diminuiu a incidência das infecções oportunistas,

conseqüentemente aumentou a sobrevida dos seus usuários (51).

De acordo com ALENCAR et al. (52) governo brasileiro financia a

terapêutica TARV caracterizando uma nova “fase” da doença, onde pacientes com

AIDS conseguem conviver com a doença.

A adesão dos pacientes ao uso do TARV pode proporcionar alguns efeitos

adversos como: náuseas, perda de apetite, conseqüentemente de peso, mal estar,

vômitos, fraqueza, confusão mental, anemia, entre outros (44).

O uso de TARV melhora significantemente a qualidade de vida das pessoas

portadoras da AIDS, porém, juntamente com esses benefícios podem surgir

dislipidemia, diabetes e resistência a insulina (53).

Para o controle dessas desordens metabólicas, indica-se a prática de

exercícios físicos, iniciando o uso de fármacos, somente se essas alterações no

metabolismo persistirem (53).

Em pacientes com AIDS, além da preocupação com sintomas notáveis como

sarcoma de Kaposi, preocupa-se também com a saúde mental e qualidade de vida do

indivíduo (51). Um fato muito preocupante em pacientes HIV positivos é a

depressão. Apesar de LYKETSOS et al (54) observarem que não há relação entre

estado depressivo e a diminuição de células imunológicas, BURACK et al (55)

observaram uma redução mais acelerada nos níveis de linfócito T CD4+ nos

pacientes em depressão. Segundo MALBERGIER et al. (56) ressaltaram que a

depressão influencia na progressão da doença, já que estes diminuem os níveis de

células de defesa. WAGNER et al (57) relata que pacientes com AIDS e com

depressão sentem-se menos estimulados a realizarem o tratamento, assim, permitem

que a infecção por agentes oportunistas ocorra.

MTC E HIV/AIDS

13

ROSS (39) descreve que a MTC trata as seguintes patologias: sinusite,

rinite, resfriado, faringite, amigdalite aguda, zumbido, dor no peito, palpitações,

enfisema, bronquite crônica, asma brônquica, alterações menstruais, cólica

menstrual, lombalgia durante a gravidez, ansiedade, depressão, insônia, mal-estar

provocado pela quimioterapia, dores associadas com câncer, tendinites,

fibromialgia, dores pós-cirúrgicas, síndrome complexa de dor regional, dermatites,

gastrite, úlcera gástrica, úlcera duodenal, colites, diarréia, constipação, cefaléias,

enxaqueca, paralisia facial, seqüelas de acidente vascular cerebral, lombalgia,

ciatalgia, artrose, artrites entre tantas outras patologias.

O tratamento convencional para AIDS/HIV é realizado com medicamentos

anti-retrovirais, porém, estes trazem alguns efeitos adversos que incomodam muito

os pacientes que o utilizam. Dentre os efeitos não desejáveis estão: supressão de

medula óssea ocasionando anemia, náuseas, vômitos, dores de cabeça, diarréias,

síndromes gastrointestinais, falta de apetite, entre outros (57). Devido a essa

série de sintomas indesejáveis, a MTC está se tornando muito popular entre

pacientes com AIDS/HIV, devido ao seu efeito terapêutico sobre esta

sintomatologia indesejada (10).

A MTC não visa a cura, mas sim aumentar a qualidade de vida, já que é

comprovado que técnicas alternativas agem diminuindo dor e toda a sintomatologia

citada acima. A Medicina Ocidental trata as doenças e a Medicina Chinesa trata o

paciente. Assim, os pacientes tratados com a Medicina Oriental, podem prolongar a

passagem de portadores do HIV assintomáticos para pacientes com AIDS. Podem

ser utilizadas diversas técnicas, incluindo acupuntura, ervas medicinais,

moxabustão, dietoterapia, entre outras técnicas. Em pacientes assintomáticos, o

tratamento pela MTC tem o intuito de trabalhar principalmente sobre a imunidade

do mesmo, fazendo com que a passagem do estágio de portador do vírus, para

portador da AIDS seja retardada. Já em pacientes que são portadores da síndrome e

apresentam sintomas da mesma, a MTC tem como foco aliviar os sintomas, tratar

infecções oportunistas e melhorar a qualidade de vida dos mesmos, juntamente com

a medicação tradicional (antiretroviral), podendo também diminuir nos efeitos

indesejáveis causados pelos mesmos. Na ultima década foi observado em diversos

14

ensaios clínicos e randomizados que a associação da MTC com a Medicina

Ocidental beneficia os indivíduos com AIDS, já que o uso de ervas, moxabustão e

acupuntura aplicada em dois grupos, sendo um placebo, demonstraram que o uso

destas diminuiu consideravelmente os sintomas, as infecções por patógenos

oportunistas, além da melhora na imunidade e qualidade de vida (43).

BODEKER et al. (10) afirmaram que na Austrália, 41% da população que

faz tratamento com TARV , utiliza a Medicina Alternativa, pois a mesma possui

baixo custo e fácil acesso. Estes pacientes relatam que há melhora no bem estar

geral, aumento de peso, apetite, diminuição da dor, entre outros aspectos. 30 %

destes, afirmam que este é o principal tratamento para HIV/AIDS. Já em países

como África do Sul e Índia, onde há grande número de pacientes portadores do

HIV/AIDS, a MTC é muito utilizada, em manutenção da saúde em geral, não sendo

observada a utilização da mesma somente em pacientes que vivem com a AIDS.

Juntamente com o tratamento os pacientes devem ser orientados quanto a

alimentação correta, suplementos alimentares, exercícios físicos, relaxamentos

físicos e mentais.

A utilização de técnicas da MTC em sujeitos com AIDS tem diminuído

muito os sintomas dos mesmos, entre a sintomatologia destaca-se mal estar geral,

neuropatias e má qualidade do sono. Visando buscar terapias que auxiliam para

melhorar a qualidade de vida de pessoas que vivem com a AIDS, foi desenvolvido

um estudo que tinha como objetivos: oferecer treinamento de acupuntura para

profissionais de saúde tratar pacientes com HIV/AIDS; criar uma clínica gratuita em

um hospital localizado no Norte da Tailândia para pacientes com HIV/AIDS e;

realizar estudos que mensurassem quantitativamente e qualitativamente a eficácia da

acupuntura na qualidade de vida de pacientes com HIV/AIDS. O estudo foi

realizado na Tailândia com 27 pacientes portadores do HIV, confirmados

sorologicamente e com o número de linfócitos CD4 maior que 100 céls/mm³, esse

estudo demonstrou que as náuseas, antes presentes em 41% dos pacientes, após seis

meses de tratamento estavam presente em apenas 32%. Anteriormente ao

tratamento, 68% dos pacientes relatavam dores, posteriormente, apenas 55% queixa-

se de dor (59). Ainda na Tailândia, em 2003, em outro estudo relatou-se que 95% de

15

pessoas com HIV utilizam alguma técnica da MTC, porém apenas 78% visitam

regularmente profissionais da MTC, o restante utiliza de conhecimentos pessoais.

Com os estudos KURTLAND et al. (11) observou que quando associa-se MTC e

tratamento convencional com antiretrovirais, os efeitos do tratamento são

aumentados.

Já em Hong Kong, onde a maioria da população é de etnia chinesa, acredita-

se que a Medicina Ocidental e a MTC são complementares uma à outra.

KURTLAND et al. (2008) estudou a freqüência em que pacientes com HIV e em

tratamento com anti-retroviral há mais de um ano recorrem a MTC. Neste estudo

concluiu-se que a maioria dos pacientes já recorreram em algum momento à MTC,

porém, somente em busca da manutenção e prevenção da sintomatologia, qualidade

de vida. Entretanto, não procuravam especialistas, utilizavam chás, entre outros

métodos por conta própria ou familiares e amigos. Aos que não utilizavam técnicas

alternativas juntamente com o tratamento anti-retroviral foi atribuído falta de

informação/conhecimento sobre benefícios, malefícios e possíveis interações com o

tratamento convencional.

WANG & ZOU (43) relataram que a moxabustão e estimulação de

acupontos com eletroacupuntura agem no organismo dos indivíduos estimulando a

medula óssea a produzir células de defesa, os leucócitos. Concluíram que os

indivíduos tratados com essas técnicas apresentaram melhor imunidade em

pacientes com AIDS e diminuição de infecções por patógenos oportunistas (11).

Observou-se que somente após 36 meses de tratamento com moxa e estimulação de

acupontos com eletroacupuntura, obteve-se aumento considerável de linfócitos CD4

(43). Em um grupo com 239 pacientes portadores de HIV observou-se a

diminuição da dor global no grupo pesquisado, o que não ocorreu no grupo placebo

(10). Segundo WANG &ZOU (43), a aplicação de moxabustão sobre os pontos

VC8, VC4, TA 36, VC12 e TA25, apresentaram bons efeitos em pacientes com

diarréia e distúrbios gastrointestinais, quanto à diminuição dos mesmos.

Em (57) WU et al., descreveu uma busca muito intensa por compostos que

podem ser desenvolvidos como agentes terapêuticos, essa busca se dá pelo alto

16

custo dos medicamentos, efeitos adversos como supressão de medula óssea,

nefropatias crônicas, entre outras limitações contidas no tratamento convencional da

AIDS. Os chás muito utilizados na China estão sendo analisados e testados,

principalmente nos Estados Unidos e Hong Kong e também avaliaram a capacidade

inibitória das ervas sobre o vírus.

No século XIV os chineses já utilizavam chás da erva Trichosanthes

kirilowii com intuito de “expulsar” placenta retida, proteínas da T.kirilowii vem

sendo analisadas quanto a sua capacidade de inibir a infecção pelo HIV, e é utilizada

também em tratamento clínico da AIDS, para que a doença não progrida (57).

Também há registros da Agarratine, uma erva chinesa em estudo que possui ação

antiviral, esta erva é uma esperança do surgimento de um novo e potente fármaco

contra a AIDS, com a quantidade de efeitos indesejáveis menores do que no

tratamento convencional (60).

WU et al. (1993) desenvolveu um estudo onde foi observado que 22% de

pacientes com AIDS utilizavam uma ou mais ervas juntamente com o tratamento

convencional. Observa-se que houve um aumento na porcentagem nos últimos dez

anos. O aumento é devido a sua eficácia sob a sintomatologia indesejada. Desde

1987, o Instituto Nacional do Câncer juntamente com a Academia de Ciências

Chinesas estão estudando com atividade anti-HIV, já foram descobertos 20

compostos que exibem atividade anti-HIV (57).

Foi demonstrado por WANG & ZHOU (43) que ervas chinesa atuam

aumentando a imunidade e aliviando sintomas desagradáveis tais como fadiga,

diarréia e perda de peso, além de serem eficientes em candidíase oral, desordens

dermatológicas, entre outras manifestações. Porém, não são muito exploradas se

existem interações das ervas chinesas com os medicamentos antiretrovirais, com

isso, anteriormente ao uso faz-se necessária uma avaliação.

No estudo de BODEKER et al. (10), é relatado que a Medicina Alternativa

utiliza muito plantas, onde seus compostos possuem características bactericidas,

antifúngicas e antivirais, prova disto é que os antimicrobianos disponíveis em

17

drogarias, são elaborados a partir destas mesmas plantas. Dessa forma, os pacientes

são “poupados” de desenvolverem resistência a antibióticos, podendo estes ser

utilizados em momentos emergenciais. Também observou melhora em infecções por

Candida albicans, fungo este muito comum em pacientes imunodeprimidos. Devido

a propriedades antioxidantes e anti-infecciosas, plantas medicinais retardam a

progressão do HIV para a AIDS. Foi realizado um estudo com uma erva chinesa

chamada de Tai Bao, participaram deste estudo 40 pacientes HIV + os quais

apresentavam infecções por agentes oportunistas. A erva foi administrada três vezes

ao dia após as principais refeições por 18 meses. Passados os 18 meses, observaram-

se diminuição de doenças dermatológicas e sarcomas, aumento na contagem de

células CD4, além da diminuição da carga viral.

Foi observado que após 12 semanas realizando acupuntura em pacientes que

apresentavam xerostomia, houve aumento na produção de saliva, protegendo o

paciente de infecções por Candida albicans, por exemplo. Já em um estudo

realizado com dois grupos, sendo um placebo e outro experimental foram avaliados

os efeitos da qualidade de vida e contagem de linfócitos CD4 dos mesmos. O grupo

placebo não apresentou mudanças significativas, porém o grupo experimental

relatou maior satisfação em relação à qualidade de vida, o que não foi relatado pelo

grupo placebo. Em pesquisa avaliou-se o efeito de ervas chinesas em um grupo de

68 indivíduos, aonde foi investigada qualidade de vida, contagem de células CD4,

progressão da doença e sintomas. O grupo experimental queixou-se do aumento

representativo de distúrbios gastrointestinais após o início do uso de ervas chinesas.

Mais recentemente foram aplicadas técnicas de relaxamento muscular em 89

indivíduos do sexo masculino que relataram melhora na qualidade de vida total,

englobando corpo físico e psicológico, este estudo teve como principal limitação o

número de desistentes, já que o estudo foi findado com apenas 69 indivíduos

(MILLS et al.(61); apud BURACK et al.,(55); apud ELLER et al.,(62)).

Nos estudos encontrados por GONÇALVES et al. (63) pacientes infectados

pelo vírus HIV relatam diminuição do desejo e da satisfação sexual, associados a

fatores como baixa auto-estima, depressão, alterações metabólicas, alterações no

corpo, além de dificuldades em usar preservativos. Para BODEKER et al. (10) o

18

estado emocional pode estar intimamente relacionado com o estado imunológico do

paciente.

De acordo com HAND & PHILLIPS (48), o nível de cortisol em pacientes

HIV positivos é maior do que os não positivos, demonstrando assim que pacientes

com AIDS encontram-se em um nível superior de stress quando comparados aos

não portadores da doença. Entretanto, JOOS et al. (64) relatam que a acupuntura

melhora a harmonia interior ao aumentar a calma, diminuindo a ansiedade e raiva.

Também é observado que depressão, fé e espiritualidade contribuem muito no

prognóstico de pacientes com HIV. Dessa forma, MARGOLIN (65) admite que

acupuntura, especificamente a auriculoterapia, realizada em 5 pontos (Shen Men,

Simpático, Rim, Fígado e Pulmão) reconstitui a harmonia, equilibrando o físico e o

psique dos pacientes, proporcionando o enfrentamento à doença com mais

tranqüilidade e esperança.

Para MILLS et al. (61) terapias alternativas não possuem eficácia

comprovada, necessitando de mais estudos com maior validade científica. Este tipo

de recurso age admiravelmente em estresse, ansiedade, raiva, conseqüentemente

melhorando a qualidade de vida de pacientes com HIV.

Um dos pontos positivos e motivador de tratamentos alternativos é que não

há contra-indicações com relação a interações com o tratamento farmacológico já

adotado por estes pacientes (65). No entanto, BODEKER (10) diz ter pouco

investimento em pesquisas na Medicina Alternativa Chinesa, precisando aumentar o

embasamento cientifico dessa prática, para assim ter maior valor e aceitação em

todo o mundo, não somente aonde se têm maior credibilidade os fundamentos

filosóficos. É um tratamento de baixo custo e bastante acessível, além de ser muito

eficaz em infecções oportunistas.

19

CONCLUSÃO

A eficácia da MTC é demonstrada em diversas situações, incluindo os

efeitos adversos da AIDS. Esta terapia não visa à cura, mas ameniza efeitos

indesejáveis causados pela AIDS e pelo tratamento TARV, sendo capaz de interferir

até mesmo na produção de células sanguíneas, o que é essencial a pacientes HIV +,

já que estes encontram-se imunodeprimidos. Entretanto, são necessários mais

estudos e pesquisas, PALMEIRA (6) confirma isto ao demonstrar que a principal

limitação de técnicas pertencentes à MTC é a falta de embasamento científico.

MARGOLIN (65) afirma que mais pesquisas contribuirão para melhor aceitação e

incorporação da MTC, sendo necessário demonstrar os resultados benéficos que

ocorrem há mais de 5mil anos para a população. Estudos nesta área contribuirão não

só para avanços da MTC como beneficiará o bem estar e a saúde em geral.

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