INTRODUÇÃO À
MEDICINA LEGAL
E PERÍCIA MÉDICA
Perícia (latim, peritia): – 1. conhecimento proveniente da
experiência; habilidade; talento. 2. Exame; vistoria
Perito (latim, peritus): experiente, hábil, versátil.
Perícia:
Exame de situações ou fatos, relacionados a coisas ou
pessoas, realizado por um ou mais especialistas na
matéria, com o objetivo de elucidar determinados aspectos
técnicos.
A Perícia
Existem referências de que no Egito antigo já eram utilizados serviços de
“peritos” (6.000 a.C.) no ressarcimento de danos ao patrimônio sofrido por
causas naturais, para menor cobrança de impostos.
Imhotep, conselheiro do faraó Djoser, aproximadamente em 3.000 a.C.,
acumulava as funções de médico e juiz supremo do tribuno egípcio, sendo
considerado o primeiro perito médico que se conhece.
O Tratado mais antigo e completo sobre Dano Corporal e Perícia Médica
corresponde ao Código de Hamurabi (2.392 a.C.).
A Lei de Ur Nammu ou Tábuas de Nippur (2.050 a.C.) tem o propósito de
verificar a existência de dano corporal apresenta a que é tida como a mais
antiga tabela para a classificação de incapacidade, para reparação
proporcional do valor pedido.
Na China, entre 1.200 e 1.100 a.C. surge texto médico-legal em que estudam
as lesões e as atuações dos médicos diante dos tribunais de justiça.
Origem da Perícia
Em 1.200 a.C. existiam as figuras dos sacerdotes (tanto como peritos como
juízes), responsáveis por realização de avaliação de aborto, sinais de
virgindade, crimes contra a natureza, assassinatos, moléstias contagiosas,
entre outras. Princípio da Reparação ou Lei de “tal e qual”.
No início da Era Cristã, o médico se dedicava exclusivamente à cura,
portanto, como os cadáveres eram considerados sagrados, somente
sacerdotes poderiam realizar as perícias.
Somente em 534 d.C. com a codificação das leis romanas as verificações
de questões médicas relacionadas a assuntos jurídicos passaram a ser
realizadas por profissionais da área médica.
Na Idade Média, no império de Carlos Magno, estabelece-se que os Juízes
devem se apoiar no parecer dos médicos para orientar suas decisões.
Depois veio a Inquisição e ocorreu o período obscuro para as ciências, que
eram consideradas como formas de bruxaria.
Origem da Perícia (cont.)
Origem da Perícia (cont.)
Já sob a influência do Cristianismo (1.200 a 1.600 d.C.) a perícia médica
retorna como meio de conhecimento da verdade, investigada em Juízo e o
médico ganha, pela primeira vez, fé pública.
Em 1808 houve a criação da Escola Médico-Cirúrgica da Bahia que em
1832 foi transformada em faculdade de Medicina.
Em 1814 deu-se a primeira publicação médico-pericial de que se tem notícia
no Brasil, em Minas Gerais, de autoria do médico e senador do Império
Antônio Gonçalves Gomide.
Em 1532 foi promulgada a Constitutio Criminalis Carolina, considerada o
primeiro documento ordenado de Medicina Judiciária e previa a
obrigatoriedade da ouvida dos médicos antes da prolação das sentenças.
Em decorrência de tal legislação criminalista, a Alemanha é considerada o
berço da Medicina Legal.
Hélio Gomes afirma que a Constitutio Criminalis Carolina “abrigava o
embrião da Medicina Legal como disciplina distinta e individualizada”.
Com a obrigatoriedade das perícias, a maior circulação de informações
acerca do tema enseja a publicação das primeiras obras de valor sobre
Medicina Legal no Ocidente. Os primeiros tratados sobre o tema começam
a emergir na segunda metade do século XVI.
Fávero aponta como nascedouro da Medicina Legal o Edito della gran
carta della Vicaria di Napoli, de 1525. A maioria dos autores aponta a
Alemanha como berço da Medicina Legal enquanto ciência. Fávero afirma:
“No século XVIII, a Medicina Legal se instituiu como disciplina científica e,
daí para cá, se aprofundou em realizações, pelas três escolas rivais, que
disputam a supremacia – a francesa, sintética e original, a alemã, analítica e
erudita, e a italiana, reunindo às vantagens do gênio latino o amor às
minudências da escola alemã.”
Em 1575, Ambroise Paré lança o primeiro tratado ocidental sobre Medicina
Legal.
Origem da Perícia (cont.)
A partir de 1822 (Independência) deu-se início á formação de ordenamento
jurídico próprio iniciando pelo Direito Penal e Processo Penal, sendo que
em 1832 o Código de Processo Criminal estabelecia a Perícia Oficial para a
realização dos exames de corpo de delito, sendo incluída nessa época a
Disciplina de Medicina Legal como obrigatória nas Escolas Médicas.
Em 1939 houve a unificação do Processo Civil, tratando explicitamente do
procedimento pericial.
Em 1941 o Código de Processo Penal (CPP) atual entrou em vigor
trazendo a matéria pericial de forma ampla, mantida quase totalmente até
os dias atuais.
Em 1973 o Código de Processo Civil (CPC) sofreu alterações, ampliando o
tratamento dado à Perícia pelo Código de 1939, com novas inserções em
1992, mantidas ainda atualmente.
Fonte: Perícias Médicas – Teoria e Prática (Guanabara-Koogan) - RJ - 2009.
Origem da Perícia (cont.)
"É a contribuição da medicina e da tecnologia e
ciências afins às questões do Direito, na elaboração
das leis, na administração judiciária e na consolidação
da doutrina" (Genival Veloso de França)
"É a aplicação dos conhecimentos médicos aos
problemas judiciais" (Ambroise Paré, 1510-1590);
"Arte de pôr os conceitos médicos a serviço da
administração da Justiça" (Alexandre Lacassagne,
1843-1924)
Medicina Legal e Perícia Médica
Conceitos
"A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos
na elaboração e execução das leis que deles
carecem" (Flamínio Fávero, 1895-1982 – discípulo de
Oscar Freire de Carvalho).
"É o conjunto de conhecimentos médicos e para-
médicos, destinados a servir ao Direito, cooperando
na elaboração, auxiliando na interpretação e
colaborando na execução dos dispositivos legais no
seu campo de ação de medicina aplicada." (Hélio
Gomes).
Medicina Legal e Perícia Médica
Conceitos
Para quê serve a Perícia?
- Trazer à luz, a verdade sobre os fatos,
fundamentado no “visum et repertum”.
- Esclarecer Questionamentos em Processos
Administrativos e Judiciais.
Perícia Médica:
Ato Médico Propedêutico ou Exame que será realizado:
1 – Por Profissional médico(a);
2 – Como consequência de requisição formal de autoridade policial
ou judiciária quando necessária para convicção na execução de
suas funções;
3 - Em cumprimento a normas legais em serviços públicos;
4 - Para avaliar necessidade de segurado a usufruir dos benefícios
da previdência pública;
5 - Para avaliar necessidade de usufruir de benefícios contratados
com seguradoras;
6 - Para aplicação de cláusulas de contratos com seguradoras ou
planos de saúde.
Perito:
Historicamente a figura do Perito se confunde com o “Louvado”,
que era o escolhido por reis, príncipes e imperadores para emitir
opinião em assuntos em que tivessem conhecimento
especializado.
Perito:
É todo e qualquer indivíduo de moral ilibada e respeitável saber,
especializado em determinados ofícios, artes ou ciências, capaz
de conduzir quem quer que seja à verdade, quando para tal é
solicitado.
Perito Médico:
Nos dias de hoje, significa, em termos jurídicos, pessoa designada
ou nomeada por autoridade judiciária ou policial para avaliar
questão cível, trabalhista ou criminal que mantenha relações
estritas com as ciências médicas, emitindo parecer através de seu
Laudo.
Em termos administrativos e securitários é aquele que exerce
suas funções em cumprimento de determinações, normas ou
regulamentos estabelecidos por serviços públicos e/ou privados.
VOCABULÁRIO:
Autor (Reclamante) – Quem move a Ação.
Reclamada (Ré) – Quem sofre a Ação.
Parte – Cada um dos envolvidos no litígio.
Inicial – Instrução que inicia o processo. Petição inicial.
Petição – Pedido solene a uma autoridade superior.
Juízo – Quem julga a Ação.
Vara – Circunscrição ou área judicial em que se dividem as comarcas, a qual é
presidida por um Juiz de Direito.
Patrono – Advogado, que patrocina a Ação em relação a seus clientes.
Perito – Nomeado pelo Juízo.
Assistente Técnico – Designado pelas partes.
Autos – Peças ordenadas de um processo (exposição, petição, etc.)
Quesitos – Perguntas formuladas pelo Juízo ou pelas Partes.
Contestação / Impugnação – Manifestação contrária. Oposição.
Desqualificação.
Esclarecimentos – Solicitados pelas partes quando algo não atende às suas
expectativas ou o disposto não foi adequadamente entendido .
Paradigma – Profissional que contribuirá como reforço ou contra-prova sobre as
manifestações prestadas.
Formas de Atuação do Perito Médico:
• Perito Judicial (nomeado pelo Juízo – Trabalhista, Cível,
Juizado Especial Federal);
• Perito Oficial (concursado – IML, INSS, serviços de perícias
municipais e estaduais);
• Perito Securitário (contratado pelas empresas de seguro
privado);
• Perito Auditor Médico;
• Perito Médico do Tráfego;
• Auditor Médico;
• Assistente Técnico (contratado pelas partes em Processos);
• Parecerista (consultado pelas partes ou pelo juízo para
apresentar Parecer, sem ser Perito Oficial ou Assistente
Técnico naquele Processo).
Tipos de Perícia Médica
ADMINISTRATIVAS
Serviços Públicos;
Previdenciária;
Securitária;
Auditoria;
Medicina do Tráfego.
JUDICIAIS
Judicial Cível;
Judicial Trabalhista;
Médico-Legal.
PERÍCIA ADMINISTRATIVA
Procedimento Técnico-Científico realizado por
profissional com competência legal, para comprovação
de uma determinada situação de saúde, com finalidade
administrativa específica, prevista em legislação ou
regulamento.
Nesse tipo de Perícia, o Laudo Médico é elaborado no
decorrer da perícia médica, devendo estar pronto ao seu
término.
Perícia Previdenciária
Trata-se de Perícia Administrativa, mas que, pela sua
abrangência em nível Nacional ganha enorme
importância, apresentando-se com características de
regulamentação específicas que, por vezes, norteiam os
procedimentos periciais em serviços próprios de
Estados e Municípios.
Ex.: IN 98 (Aprova Norma Técnica sobre Lesões por Esforços
Repetitivos - LER ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho - DORT.)
Decreto 6957 (Altera o Regulamento da Previdência Social,
aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, no tocante à
aplicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de
Prevenção - FAP
Incapacidade (conceito):
“Impossibilidade do desempenho das funções
específicas de uma atividade ou ocupação, em
consequência de alterações morfopsicofisiológicas
provocadas por doença ou acidente.
O risco de vida para si ou para terceiros, ou de
agravamento, que a permanência em atividade possa
acarretar está implicitamente incluído no conceito de
incapacidade, desde que palpável e indiscutível”
Fonte: Manual do Médico Perito do INSS
Perícia Securitária
Apesar de dispositivos presentes no Código Civil dentro
dos Títulos “Das espécies de contrato” e “Do seguro”, é
nas normativas “Circular SUSEP 302/05” e “Resolução
CNSP 117/04” que se encontram as regras para o
funcionamento e os critérios para operação das
cobertura de riscos oferecidas em plano de seguro de
pessoas.
Ex.: Coberturas por Invalidez; Doenças Graves; Diárias de
Incapacidade; Despesas Médicas, hospitalares e
odontológicas; Diárias por internação hospitalar; entre outras.
Auditorias Médicas
As Auditorias são tipos de perícias realizadas sob
aspecto administrativo documental, seguindo às
determinações, formalidades, regulamentações e
legislação específica do foco da Auditoria.
Exemplos: Auditoria Médica Hospitalar; Auditoria
Médica em Saúde do Trabalhador; Auditoria prévia
para liberação de procedimentos médicos em
Convênios; Auditoria em procedimentos internos
para averiguação de irregularidades; etc.
Perícias em Medicina do Tráfego
As perícias no âmbito da Medicina do Tráfego são
específicas para atendimento às determinações,
formalidades, regulamentações e legislação do
DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) e
DETRAN’s (Departamentos Estaduais de Trânsito) no
que se refere à concessão e manutenção das
Habilitações para Condução de Veículos, em suas
diversas categorias (A, B, C, D, e, E).
É necessária capacitação complementar em Pós-
Graduação específica em Medicina do Tráfego.
PERÍCIAS JUDICIAIS
A Ação Judicial é um meio de que se valem as partes
litigantes para buscarem o direito a que julgam ser
possuidores.
Direta: Objeto da Perícia pode ser diretamente examinado pelo
Perito.
Indireta: Perícia realizada em documentos, registros, devido à
impossibilidade de examinar o objeto da Perícia.
Esferas: Cível Estadual e Federal; Criminal; Varas de Família;
Varas da Fazenda Pública Municipal, Estadual ou Federal; e, na
Justiça do Trabalho.
Exercício dos Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa.
Perícias Judiciais Cíveis
A Ação Judicial Cível é o meio de que se vale um cidadão
que, diante de um fato contrário aos seus interesses ou
no intuito de reparação de danos provocados por
outrem, procura a justiça comum para tentar resolvê-lo,
buscando a manutenção dos seus direitos.
Dano: Elemento essencial e imprescindível para caracterizar a
Responsabilidade (real, efetivo e concreto).
Dolo: Ação ou Omissão Voluntária.
Culpa: Negligência, Imprudência, Imperícia. Ausência de Dolo.
Nexo Causal: Relação entre o Ato e o Dano (local da ofensa
relacionado com local da lesão; temporalidade; lógica
anatomoclínica; não exista causa estranha motivadora do
dano).
• Indenizações decorrentes de lesões corporais outras em
que não estiverem envolvidas relações de trabalho –
acidentes, agressões
• Ações movidas contra seguros
• Ações movidas contra convênios médicos
• Ações relativas ao questionamento do exercício
profissional – “erro médico”
• Sucessão; exclusão de paternidade – exumações
• Pensões alimentícias para incapazes
• Interdições Judiciais
• Indenizações por contaminação ambiental – intoxicações
agudas e crônicas
Perícias Judiciais Trabalhistas
A Ação Judicial Trabalhista é o meio de que se vale um
cidadão para pleitear seus direitos quando a matéria
envolve Acidentes de Trabalho, Doenças Ocupacionais
(Profissionais ou do Trabalho) e as Condições de Trabalho,
decorrente dos quais tenha restado Morte, Incapacidade
(total, parcial, temporária, definitiva), Redução da
Capacidade, Sequelas de quaisquer naturezas,
Caracterização de trabalhos realizados em condições de
Insalubridade e/ou de Periculosidade.
Dano: Qualificação e Quantificação (Repercussões sobre a
Capacidade Física, Funcional, Laborativa e Dano Estético).
Nexo Causal: Existência do Risco/Exposição; local da ofensa
relacionado com local da lesão; temporalidade; lógica
anatomoclínica; não exista causa estranha motivadora do dano).
Incapacidade: Em decorrência da extensão do dano e dos
comprometimentos consolidados.
Insalubridade: Em conformidade com os critérios estabelecidos
na legislação pertinente – Norma Regulamentadora nº 15.
Periculosidade: Em conformidade com os critérios estabelecidos
na legislação pertinente – Norma Regulamentadora nº 16.
Algumas espécies de pedidos na Perícia Trabalhista:
. Reintegração
. Reparação de Dano
Dano Material – Perda de emprego – Tratamentos – Perdas por
lucros cessantes (pecuniário)
Dano Físico / Fisiológico (redução da capacidade)
Dano Estético
Dano Psíquico / Psicológico
Dano Moral / Dano Social (reputação, oportunidades futuras)
. Caracterização de doença ou sequela de acidente de trabalho
. Estabelecimento de Nexo Causal entre Doença e condições de trabalho
. Incapacidade total ou parcial, temporária ou permanente, para a função
desempenhada ou para o trabalho.
Para o estabelecimento do nexo de causalidade com os transtornos
saúde (Resolução CFM 1488/98)
Deve o médico considerar, além do exame clínico (físico e mental) e os
exames complementares, quando necessários:
> a história clínica e ocupacional, virtualmente decisiva em qualquer
diagnóstico e/ou investigação de nexo causal;
> o estudo do posto de trabalho;
o estudo da organização do trabalho;
> os dados epidemiológicos;
> a literatura atualizada;
> a ocorrência de quadro clínico ou sub-clínico em trabalhador
exposto a condições agressivas;
> a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos,
estressantes outros;
> os depoimentos e a experiência dos trabalhadores;
> os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus
profissionais, sejam ou não da área da saúde.
Doenças Relacionadas ao Trabalho:
1925: haviam 3 doenças – OIT – Convenção 18.
1934: 10 doenças Convenção 42 / OIT.
1964: 14 doenças.
1980: 29 doenças.
1991: Lei 8.213 - Lista A e B como anexo.
2007: Decreto 6.042 - Lista C.
Perícias Médico-Legais (Criminais)
Os Laudos Médico-Legais abrangem diversas áreas,
entre elas: Traumatologia Forense; Sexologia Forense;
Antropologia Forense; Tanatologia Forense.
Dano: Qualificação e não Quantificação.
Nexo Causal: Diagnóstico da Lesão Original; Origem
Traumática; Inexistência prévia de Lesão; Manifestação
Psíquica decorrente da Lesão; Aspecto compatível com
Cronologia; Correlação anatomoclínica.
Código Penal:
Art. 342: Fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade,
como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo
judicial, policial ou administrativo ou em juízo arbitral.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 2.º As penas aumentam de um terço se o crime é praticado
mediante suborno.
§ 3.º O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente
se retrata ou declara a verdade.
Falsa Perícia
Código Penal:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
vantagem a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para
fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, tradução ou interpretação, ainda que a promessa não
seja aceita.
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
Falsa Perícia
Código Penal:
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil
ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
com fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Falsa Perícia
Quem solicita a Perícia?
O Juiz, Autoridade Policial ou Autoridade/Entidade
Administrativa determina a realização da Perícia com
a finalidade de reunir subsídios técnicos e
argumentos para formar uma convicção sobre a
existência ou não de fatos relevantes, valendo-se dos
dados que lhe são oferecidos para poder proferir sua
sentença ou para determinação de resultado sobre a
demanda estabelecida.
Quem realiza a Perícia?
O Perito é o auxiliar da Justiça, pessoa civil, nomeado pelo
Juiz ou pelo Tribunal, devidamente compromissado,
assistindo-os para realizar prova pericial consistente em
exame, vistoria ou avaliação, valendo-se de conhecimento
especial, técnico ou científico.
O Assistente Técnico é o Perito indicado pelas partes,
assistindo-os, para realizar prova pericial, como referido no
item anterior.
Resolução CFM 1.488, DE 11/02/1998
Art. 7º - Perito-Médico Judicial é aquele designado
pela autoridade judicial, assistindo-a naquilo que a
lei determina.
Art. 8º - Assistente Técnico é o médico que assiste
às partes em litígio.
RESOLUÇÃO 1488/1998 CFM
Art. 10 - São atribuições e deveres do perito-médico judicial e
assistentes técnicos:
I - examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames
complementares necessários.
II - o perito-médico judicial e assistentes técnicos, ao
vistoriarem o local de trabalho, devem fazer-se acompanhar, se
possível, pelo próprio trabalhador que está sendo objeto da
perícia, para melhor conhecimento do seu ambiente de trabalho
e função.
III - estabelecer o nexo causal, CONSIDERANDO o exposto no
artigo 2° e incisos (deveres dos médicos que atendem
trabalhadores). (alterado pela Resolução 1.940/2010)
“Art. 2º - Para o estabelecimento do nexo causal entre os
transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do
exame clínico (físico e mental) e os exames complementares,
quando necessários, deve o médico considerar:
I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer
diagnóstico e/ou investigação de nexo causal;
II - o estudo do local de trabalho;
III - o estudo da organização do trabalho;
IV - os dados epidemiológicos;
V - a literatura atualizada;
VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador
exposto a condições agressivas;
VII - a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos,
mecânicos, estressantes e outros;
VIII - o depoimento e a experiência dos trabalhadores;
IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de
seus profissionais, sejam ou não da área da saúde.”
Quem pode ser Perito (Trabalhista)?
CLT: artigo 195 – A caracterização e classificação da insalubridade e
da periculosidade, serão estabelecidas através de perícia a cargo de
Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho,
devidamente registrados no Ministério do Trabalho e Conselho de
Classe. (grifo nosso).
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por
empregado, seja por sindicato em favor de grupo de associados, o juiz
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho
(grifo nosso).
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de
curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
em nível de pós graduação.
Médico do Trabalho
Médico portador de certificado de conclusão de curso de
Especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-
graduação ou portador de Certificado de Residência Médica em
área de concentração em Saúde do Trabalhador ou denominação
equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência
Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por
universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em
Medicina.
De acordo com a NR 4, da Portaria 3.214/78
NOTA TÉCNICA N.º 01 /DMSC/DSST/SIT - MTE
Brasília, 14 de janeiro de 2005.
• ASSUNTO: Médico do Trabalho. Definição.
• INTERESSADO: Associação Nacional de Medicina do
Trabalho - ANAMT
EMENTA: Médico do Trabalho. NR 04. Curso de especialização em
Medicina do Trabalho. Resoluções 1.634/02 e 1.666/03 do Conselho
Federal de Medicina. Competência do conselho profissional para editar
normas relativas aos requisitos necessários ao exercício da profissão.
A definição de médico do trabalho posta na NR 04 apenas preserva sua
eficácia se interpretada estritamente e compatibilizada com as
resoluções retro citadas; de modo a que se compreenda que o
certificado do curso de especialização a que alude é aquele que
concede ao portador o status de especialista em medicina do trabalho.
(. . .)
Em face do exposto, concluímos que a NR – 04, sem prejuízo de
que venha a ser futuramente revogada, apenas preserva sua
eficácia se interpretada estritamente de modo a compatibilizar-se
com as normas reguladoras editadas pelo Conselho Federal de
Medicina, ou seja, que certificação ali exigida seja aquela que
confere ao seu portador o status de Especialista.
Daniel de Matos Sampaio Chagas
Auditor-Fiscal do Trabalho
Quem pode ser Perito (Cível)?
O Código de Processo Civil regulamenta quem pode ser perito
nos art. 145 a 147.
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art.
421.
§ 1º - Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível
universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente,
respeitado o disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código.
§ 2º - Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que
estiverem inscritos.
§ 3º - Nas localidades onde não houver profissionais
qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos
anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe
assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia,
escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de cinco dias,
contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena
de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423).
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará
inabilitado, por dois (2) anos, a funcionar em outras perícias e
incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
O Código de Processo Civil regulamenta a Perícia na Seção VII, do
art. 420 ao art. 439.
Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a
entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de cinco dias, contados da intimação do
despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi
cometido, independentemente de termo de compromisso. Os
assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a
impedimento ou suspeição.
Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por
impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou
julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito (grifo
nosso).
Art. 424. O perito pode ser substituído quando:
I - carecer de conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que
lhe foi assinado.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a
ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda
impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o
possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
Quem não pode ser Perito? (Impedimentos / Suspeições)
Relações com a parte que caracterize impedimento ou suspeição
– art. 134 e 135 CPC:
. Se for parte.
. Interveio como mandatário, oficiou como perito, funcionou
como órgão do MP ou prestou depoimento como testemunha.
. Quando o cônjuge ou parente estiver funcionando como
advogado.
. Se for cônjuge, parente ou afim de alguma das partes.
. Quando pertencente à direção ou administração de pessoa
jurídica que seja parte na causa.
. Amigo ou inimigo de qualquer das partes.
. Receber dádivas antes ou depois de iniciado o Processo.
Quem não pode ser Perito? (Impedimentos / Suspeições)
. Mantém relacionamento comercial com uma empresa ou com o
reclamante.
. Parente trabalhando na empresa ou parentesco com o
reclamante.
. herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das
partes.
Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de
suspeição:
I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo
parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça;
III - ao perito (grifo nosso);
IV - ao intérprete.
Quem não pode ser Perito? (Impedimentos / Suspeições)
. Resolução 1488/1998 do CFM, artigo 12: Veda a atividade de
perito como a Resolução anterior.
. Sugestão de Conduta Médica Administrativa (SCMA) Nº 2 da
ANAMT – Sugere que o Médico do Trabalho não deve atuar como
Perito Judicial ou Assistente Técnico de empresa ou de
empregados com os quais tenha trabalhado.
. Novo Código de Ética Médica, artigo 93, veda o médico de ser
perito de seu paciente ou de pessoa de sua família, ou ainda de
pessoa que tenha relações capazes de influir em seu trabalho.
RESOLUÇÃO CFM nº 1.488/1998
(Publicada no D.O.U. de 06 março 1998, Seção I, pg.150)
Art. 12 - O médico de empresa, o médico responsável por
qualquer Programa de Controle de Saúde Ocupacional de
Empresas e o médico participante do Serviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho não podem ser peritos
judiciais, securitários ou previdenciários, nos casos que
envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos (atuais ou
passados).
VAMOS AVALIAR A EVOLUÇÃO DESTE ARTIGO
ESPECÍFICO NESSA RESOLUÇÃO!!!
RESOLUÇÃO CFM nº 1.810/2006
Art. 1º O artigo 12 da Resolução CFM nº 1.488 de 11 de fevereiro de
1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 12. O médico de empresa, o médico responsável por qualquer
programa de controle de saúde ocupacional de empresa e o médico
participante do serviço especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho não podem atuar como peritos judiciais, securitários,
previdenciários ou assistentes técnicos, nos casos que envolvam a
firma contratante e/ou seus assistidos (atuais ou passados)”.
(Por ordem judicial - Proc. 2009.34.00.003451-8 - este artigo não se
aplica aos médicos integrantes dos quadros da FUNASA)
(Por ordem judicial - Proc. 2007.34.00.032067-4 - este artigo não se
aplica aos médicos integrantes dos quadros da COPEL)
(Por ordem judicial - Proc. 2009.34.00.037277-2 - este artigo não se
aplica aos médicos integrantes dos quadros da TRANSPETRO)
Quem não pode ser Perito? (Impedimentos / Suspeições)
RESOLUÇÃO N° 2.015, DE 16 DE ABRIL DE 2013. (D.O.U. 17/05/13)
Art. 1º O art. 12 da Resolução CFM nº 1.488, de 11 de fevereiro de
1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 12. O médico de empresa, o médico responsável por qualquer
programa de controle de saúde ocupacional de empresa e o médico
participante do serviço especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho não podem atuar como peritos judiciais, securitários ou
previdenciários nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus
assistidos (atuais ou passados)";
Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação
Art. 3º Revoga-se o artigo 12 da Resolução CFM nº 1.488, de 11 de
fevereiro de 1998, publicada no D.O.U. de 6 de março de 1998, Seção
I, p.150.
Foi retirada a figura do Assistente Técnico dentro dos
impedimentos de atuação em perícias médicas.
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.931, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009
Capítulo XI
AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA
É vedado ao médico:
(. . .)
Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de
sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações
capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue
ou tenha atuado.
(. . .)
Código de Processo Civil
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência,
quesitos suplementares.
Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte
contrária.
Art. 426. Compete ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os quesitos que entender serem necessários ao
esclarecimento da causa.
A Perícia e o Perito
(Quesitos)
A Perícia e o Perito
(Prova Pericial)
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial
e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres
técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficiente.
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se
à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual
se requisitar a perícia.
Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os
assistentes técnicos utilizar de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como
instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer
peças.
Art. 430. Revogado pela Lei 8.455, de 24/8/92. Texto original: “O perito e
os assistentes técnicos, depois de averiguação individual ou em conjunto,
conferenciarão reservadamente e, havendo acordo, lavrarão laudo
unânime”.
Art. 431. Revogado pela Lei 8.455, de 24/8/92. Texto original: “Se houver
divergência entre o perito e os assistentes técnicos, cada qual escreverá o
laudo em separado, dando as razões em que se fundar”.
Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou
indicados pelo perito para ter início a produção da prova. (Artigo incluído
pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001).
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área
de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a
parte indicar mais de um assistente técnico. (Artigo incluído pela Lei nº
10.358, de 27.12.2001)
Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo
dentro do prazo, o Juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo
o seu prudente arbítrio.
LAUDO: Elaborado pelo Perito.
PARECER: Elaborado pelos Assistentes Técnicos
Art. 433 (CPC) - O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo
fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de
instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de
24.8.1992)
Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no
prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da
apresentação do laudo."(Redação da lei nº 10.358, de 27 de
dezembro de 2001). Em vigor após 28 de março/2002.
(Obs.: grifos nossos)
Art. 435. A parte que desejar esclarecimento do perito e do assistente
técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência,
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a
prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados
cinco (5) dias antes da audiência.
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua
convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a
realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer
suficientemente esclarecida.
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que
recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão
dos resultados a que esta conduziu.
Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas
para a primeira.
Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo
ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.
DA INSPEÇÃO JUDICIAL
Art. 440. O juiz, de oficio ou a requerimento da parte, pode, em
qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de
um ou mais peritos.
RESOLUÇÃO CFM Nº 1931/2009
Capítulo I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
(. . .)
III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita
ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa.
(. . .)
VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum
pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer
restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção
de seu trabalho.
(. . .)
Perito e Assistente Técnico
XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços
médicos e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde
pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
(. . .)
XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de
instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos
meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o
estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo
quando em benefício do paciente.
(. . .)
Atribuições do Perito Judicial e do Assistente Técnico
RESOLUÇÃO 1488/1998 CFM
Art. 10 - São atribuições e deveres do perito-médico judicial e
assistentes técnicos:
I - examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames
complementares necessários.
II - o perito-médico judicial e assistentes técnicos, ao vistoriarem o local
de trabalho, devem fazer-se acompanhar, se possível, pelo próprio
trabalhador que está sendo objeto da perícia, para melhor conhecimento
do seu ambiente de trabalho e função.
III - estabelecer o nexo causal, CONSIDERANDO o exposto no artigo 2°
e incisos. (alterado pela Resolução 1.940/2010)
“Art. 2º - Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos
de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico
(físico e mental) e os exames complementares, quando necessários,
deve o médico considerar:
I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico
e/ou investigação de nexo causal;
II - o estudo do local de trabalho;
III - o estudo da organização do trabalho;
IV - os dados epidemiológicos;
V - a literatura atualizada;
VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador
exposto a condições agressivas;
VII - a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos,
mecânicos, estressantes e outros;
VIII - o depoimento e a experiência dos trabalhadores;
IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus
profissionais, sejam ou não da área da saúde.”
Resolução 1.931, de 17/09/2009 – Novo CEM
É vedado ao médico
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo
quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender
ordem judicial ou para a sua própria defesa.
§ 1º quando requisitado judicialmente o prontuário será
disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz.
§ 2º quando o prontuário for apresentado em sua própria
defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo
profissional.
Capítulo XI - AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA
É vedado ao Médico:
Art. 92 - Assinar laudos periciais, auditorias ou de verificação
médico-legal quando não tenha realizado pessoalmente o exame.
Art. 93 - Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua
família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de
influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.
Art. 94 - Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou
perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer
apreciação em presença do examinado, reservando suas
observações para o relatório.
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em
seres humanos no interior de prédios ou de dependências de
delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e
presídios.
Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores
vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de
perito ou de auditor.
Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de
auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos
instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência,
emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando,
por escrito, o fato ao médico assistente.
Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado
para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os
limites de suas atribuições e de sua competência.
Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela
realização do exame pericial.
Como deve ser o Relacionamento entre o Perito do Juízo e o
Assistente Técnico?
Resolução 1.931, de 17/09/2009 – Novo CEM
Capítulo I
Princípios Fundamentais:
IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho
ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão.
Como deve ser o Relacionamento entre Perito Médico e
Assistente Técnico?
RESOLUÇÃO CFM 1488/1998
Art. 11 - Deve o perito-médico judicial fornecer cópia de todos
os documentos disponíveis para que os assistentes técnicos
elaborem seus pareceres.
Caso o perito-médico judicial necessite vistoriar a empresa
(locais de trabalho e documentos sob sua guarda), ele deverá
informar oficialmente o fato, com a devida antecedência, aos
assistentes técnicos das partes (ano, mês, dia, local e hora da
perícia).
Como deve ser o Relacionamento entre Perito Médico e o
Assistente Técnico?
(CPC)
Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os
assistentes técnicos utilizar de todos os meios necessários,
ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder de parte ou em repartições
públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos,
fotografias e outras quaisquer peças.
O Paciente, quando é submetido a um atendimento Médico , tem o
interesse na cura do mal ou da condição de alteração de saúde
que o aflige e, por essa razão, o relacionamento se estabelece
com base na confiança, onde o paciente não tem motivos para
sonegar quaisquer informações, sendo este relacionamento
baseado estritamente na CONFIANÇA.
A relação Perito/Periciando não se estabelece nos
mesmos termos da relação Médico/Paciente!!!
Por quê???
O Periciando, quando é submetido a uma Perícia, tem como
interesse não a cura de seu mal, mas a busca de um resultado
pecuniário para Ressarcimento ou Reparação de Danos, portanto,
este relacionamento não é baseado na CONFIANÇA e, sim, no
INTERESSE PECUNIÁRIO.
O quê invalida o Ato Pericial?
Atos descritos no Código Civil.
166 – Objeto ilícito, impossível, ou indeterminado; motivo
comum a ambas as partes; com objetivo de fraudar.
167 – Simulado, com declaração falsa, instrumentos ante
ou pós datados.
171 – Erro, dolo, coação, estado de perigo, fraude ou
lesão contra credores.
A Perícia
Quais os prazos para Entrega de Laudos?
LEI Nº 5.584, DE 26 DE JUNHO DE 1970.
Dispõe sobre norma do direito processual do trabalho.
Art 3º- Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo
Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.
Parágrafo único - Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente,
cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o
perito, sob pena de ser desentranhado dos autos.
LEI No 10.358, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001.
Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil, relativos ao processo de conhecimento
Art. 433 - Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus
pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da
apresentação do laudo.”
A Perícia e o Perito
Justiça Cível – O perito assistente tem 10 dias para
entregar o parecer, a contar da data da intimação do
Juíz, o que ocorre após a entrega do Laudo do perito
judicial.
Justiça do Trabalho – O perito assistente tem que
entregar na mesma data de entrega do Laudo do
perito judicial.
A Perícia e o Perito
PARTES DE UM LAUDO PERICIAL
. Preâmbulo
. Histórico ocupacional
. Transcrição de exames subsidiários (conclusão ou na
íntegra)
. Resumo ou transcrição do prontuário médico ou de
relatórios médicos e de avaliações de especialistas.
. Anamnese clínico-ocupacional
. Descrição do ato médico-pericial
. Discussão (Clara, Objetiva, Embasada na literatura
científica (8213/91 / 3048-99 / IN 98 / OS 606, entre outras).
. Conclusão (Clara, Objetiva, Científica)
. Resposta aos Quesitos
1 – NOMEAÇÃO DO PERITO PELO JUÍZO
- Justiça Cível (Provimento 797/2003) Art. 2 – Caberá ao profissional nomeado pela primeira vez a apresentação,
ao respectivo Oficio de Justiça, no prazo de 10 (dez) dias, de sua
qualificação pessoal e dos seguintes documentos:
1. Currículo com informações sobre formação profissional, qualificação
técnica ou científica, experiência e áreas de atuação para as quais esteja
efetivamente apto.
2. Declaração, sob as penas da lei, de que não tem vínculo de parentesco
sangüíneo, por afinidade ou civil por linha ascendente, descendente ou
colateral, até quarto grau, com o(s) Juiz(es) e servidores da unidade
judiciária em que há de atuar.
3. Cópia de certidões dos distribuidores cíveis e criminais das comarcas
da capital e de seu domicílio, relativas aos últimos dez anos;
4. Declaração de que não se opõe à vista de seu prontuário pelas partes e
respectivos advogados e demais interessados a critério do Juiz;
5. Outros documentos, a critério do Juiz.
DESENVOLVIMENTO DO ATO PERICIAL
NAS JUSTIÇAS CÍVEL E TRABALHISTA
Artigo 3º - O Ofício de Justiça autuará a documentação apresentada como
prontuário para exame e, em caso de aprovação, a exclusivo critério do juiz
corregedor permanente, serão ali anotadas todas as intercorrências úteis,
também a seu critério, além de prazos excedidos na execução de
trabalhos, destituições e punições.
Artigo 6º - No prazo máximo de dois anos ou sempre que houver alteração
na titularidade da Vara, o interessado deverá atualizar toda a
documentação mencionada no artigo 2º, itens 2 e 3, além de juntar outros
documentos de seu interesse ao respectivo prontuário.
Artigo 9º - O juiz informará à Corregedoria Geral da Justiça e a todos os
magistrados da Comarca os nomes dos profissionais nomeados e
comunicará inabilitações e punições, com cópias dos respectivos atos.
Artigo 10 - Ao final da fase instrutória de ação em que tenha havido perícia
ou outro trabalho técnico que não o de contador do Juízo, o diretor do
Ofício Judicial informará à Corregedoria Geral da Justiça o (s) nome (s) do
(s) profissional (is) que tenha (m) atuado e a remuneração fixada pelo juiz.
Artigo 11 – A remuneração de perito, intérprete, tradutor, liquidante,
administrador, comissário, síndico ou inventariante dativo será fixada
pelo juiz em despacho fundamentado, ouvidas as partes e, se atuante, o
Ministério Público, à vista da proposta de honorários apresentada,
considerados o local da prestação de serviços, a natureza, a
complexidade, o tempo necessário à execução do trabalho e o valor de
mercado para a hora trabalhada, sem prejuízo do disposto no artigo 33
do Código de Processo Civil.
Artigo 12 – As disposições acima se aplicam, no que couberem, aos
Tribunais e Colégios Recursais do Poder Judiciário do Estado.
- Justiça do Trabalho
Alguns Juízes pedem currículo. Não há necessidade de certidões.
2 – RECEBIMENTO DA NOTIFICAÇÃO PARA COMPARECER A
SECRETARIA E RETIRAR O PROCESSO
3 – CARGA DO PROCESSO
. Termo de compromisso.
. Livro Compromisso.
. Comprovante de carga (assinar a ciência da data da devolução).
4 – MARCAÇÃO (AGENDAMENTO) DA PERÍCIA
a) Determinação constante da ata de audiência ou do despacho.
b) Resolução 1488/1998 do CFM.
c) Dar conhecimento para as partes (fone, fax, telegrama, carta
registrada, petição nos autos).
d) Solicitação das partes.
RESOLUÇÃO 1488/1998 – CFM
Art. 10 - São atribuições e deveres do perito-médico judicial e assistentes
técnicos:
I - examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames
complementares necessários.
II - o perito-médico judicial e assistentes técnicos, ao vistoriarem o local
de trabalho, devem fazer-se acompanhar, se possível, pelo próprio
trabalhador que está sendo objeto da perícia, para melhor conhecimento
do seu ambiente de trabalho e função.
III - - estabelecer o nexo causal, CONSIDERANDO o exposto no
artigo 2° e incisos (deveres dos médicos que atendem
trabalhadores). (alterado pela Resolução 1.940/2010)
Art. 11 - Deve o perito-médico judicial fornecer cópia de todos os
documentos disponíveis para que os assistentes técnicos elaborem
seus pareceres. Caso o perito-médico judicial necessite vistoriar a
empresa (locais de trabalho e documentos sob sua guarda), ele
deverá informar oficialmente o fato, com a devida antecedência, aos
assistentes técnicos das partes (ano, mês, dia e hora da perícia).
5 – DO EXAME MÉDICO
a) Identificar o reclamante.
b) Qualificar o reclamante.
c) Conferir o período laboral, setores e as funções realizadas.
d) Identificar a queixa e/ou queixas.
e) Relato da história clínica da queixa.
f) Verificação de exames complementares.
g) Antecedentes pessoais e familiares.
h) Verificação de empregos anteriores e atuais.
i) Proposição aos assistentes se tem outras perguntas a fazer.
j) Exame físico.
k) Interrogatório dirigido (se necessário).
l) Solicitação de exames complementares (raro).
6 – DILIGÊNCIA NA EMPRESA
a) Marcação da vistoria
b) Portaria.
- identificação
- preencher documento, deixar documento.
- espera
- reclamante
- obrigatoriedade de utilizar “equipamentos de proteção”
c) Contato com o Responsável.
d) Acompanhamento.
- reclamante
- assistentes
- advogado
- técnico se segurança
- comissão de fábrica
e) Condução da perícia.
- postura do perito
- postura das partes
- dos assistentes
- do reclamante
f) Entrevistas
- responsável do setor
- paradigma
-outros
g) Medições.
- aparelhagem necessária
- metodologia aplicável
- fotografias
h) Solicitação de documentos
- Comprovação de equipamentos de proteção, certificados de aprovação
- Mapas de risco
- PPRA / PPP / LTCAT / PCMSO / PCA / PPR
- Fichas toxicológicas (MSDS)
- Prontuário médico
- Plantas
- Memorial descritivo do corpo de bombeiros.
7 – ELABORAÇÃO DO LAUDO
- Resumir todo ato pericial na escrita.
- Formal.
- Conter todos os elementos necessários à conclusão do Juiz
. Associando os achados às normas e parâmetros legais.
. Conter conclusão clara e objetiva.
- Ser sintético.
8 – DEVOLUÇÃO DO PROCESSO
9 – PROTOCOLIZAÇÃO DO LAUDO
- Protocolo do Laudo - Poderá ser na Secretaria da Vara do Trabalho
no momento da devolução do Processo ou por via eletrônica -
SISDOC).
- Prazo para Peritos Assistentes se manifestarem.
10 – RESPONDER ESCLARECIMENTOS AO JUÍZO E
IMPUGNAÇÕES/CONTESTAÇÕES/QUESITOS SUPLEMENTARES
ÀS PARTES.
HONORÁRIOS PERICIAIS - Quem paga?
Justiça Cível
Processo Cível – Artigo 33. (CPC) Cada parte pagará a remuneração
do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela
parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando
requerido por ambas às partes ou determinado de ofício pelo juiz.
Parágrafo único – O juiz poderá determinar que a parte responsável
pelo pagamento dos honorários do perito deposite o valor
correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em
depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será
entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua
liberação parcial, quando necessária.
HONORÁRIOS PERICIAIS - Quem paga?
Justiça do Trabalho
• Paga quem perde (geralmente), ao final do processo.
Quando a empresa perde.
Quando o reclamante perde (endereço falso, favela, oficial
encontra “geladeira, sofá, televisão, etc”).
• Responsável pelo pedido.
• Dividir proporcionalmente.
• Antecipação: Custos extras como, por exemplo, a análise
laboratorial.
Comunicado – 20/2001 do Tribunal Regional do
Trabalho: Honorários Periciais em Assistência
Judiciária Gratuita.
Artigo 2º: Nos casos em que a realização de prova pericial seja
absolutamente necessária ao deslinde da causa, na qual seja o autor
beneficiário de assistência judiciária, o juiz arbitrará a remuneração
do perito, obedecidos os critérios da tabela abaixo e dentro dos seus
limites, e determinará que o pagamento seja efetuado imediatamente
após o término do prazo para que as partes se manifestem sobre o
laudo respectivo, ou, havendo solicitação de esclarecimento a serem
prestados às partes, logo depois desses.
Área de atuação Valor Mínimo (R$) Valor Máximo (R$):
Contabilidade R$ 150,00 R$ 300,00
Engenharia R$ 450,00 R$ 900,00
Medicina R$ 150,00 R$ 300,00
Diversas R$ 150,00 R$ 300,00
Artigo. 3º - Em casos excepcionais, o Juiz poderá ultrapassar em
até 3 (três) vezes os limites máximos de remuneração mencionados
nessa tabela, mediante apuração da especialidade do perito, a
complexidade na realização da perícia e a localidade da prestação
do serviço deste que haja o parecer favorável do Corregedor-Geral
do Tribunal Regional Federal da respectiva Região.
RESOLUÇÃO Nº 66/2010, de 10/06/2010
(Revoga Resolução n.º 35/2007)
Regulamenta, no âmbito da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, a responsabilidade pelo pagamento e antecipação
de honorários do perito, do tradutor e do intérprete, no caso de
concessão à parte do benefício de justiça gratuita.
“Art. 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho deverão destinar
recursos orçamentários para:
I - o pagamento de honorários periciais, sempre que à parte
sucumbente na pretensão for concedido o benefício da justiça
gratuita;
(. . .)
§ 2º O juiz poderá ultrapassar em até 3 (três) vezes os valores
fixados na tabela constante do Anexo, observados o grau de
especialização do tradutor ou intérprete e a complexidade do
trabalho, comunicando-se ao Corregedor do Tribunal.
(. . .)
Art. 2º A responsabilidade da União pelo pagamento de honorários
periciais, em caso de concessão do benefício da justiça gratuita,
está condicionada ao atendimento simultâneo dos seguintes
requisitos:
I - fixação judicial de honorários periciais;
II - sucumbência da parte na pretensão objeto da perícia;
III - trânsito em julgado da decisão.
§ 1º A concessão da justiça gratuita a empregador, pessoa física,
dependerá da comprovação de situação de carência que
inviabilize a assunção dos ônus decorrentes da demanda judicial.
§ 2º O pagamento dos honorários poderá ser antecipado, para
despesas iniciais, em valor máximo equivalente a R$ 350,00
(trezentos e cinqüenta reais), efetuando-se o pagamento do saldo
remanescente após o trânsito em julgado da decisão, se a parte
for beneficiária de justiça gratuita.
Art. 3º Em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, o
valor dos honorários periciais, observado o limite de R$ 1.000,00
(um mil reais), será fixado pelo juiz, atendidos:
I - a complexidade da matéria;
II - o grau de zelo profissional;
III - o lugar e o tempo exigidos para a prestação do serviço;
IV - as peculiaridades regionais.
Parágrafo único. A fixação dos honorários periciais, em valor
maior do que o limite estabelecido neste artigo, deverá ser
devidamente fundamentada.
(. . .)”
A quem compete julgar ações de
indenização por danos materiais ou
morais decorrentes de acidente de
trabalho?
A Emenda Constitucional n° 45/2004 (08 de dezembro), ampliou
substancialmente a competência da Justiça do Trabalho.
Art. 114 (CF). Compete à Justiça do Trabalho processar (antes era
conciliar) e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
de direito público externo e da administração pública direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data,
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas
aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de
trabalho;
VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas
no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das
sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na
forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger
árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou
à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Algumas ocorrências que podem prejudicar o Ato Pericial:
- OBSTRUÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
PERICIAL;
- AUSÊNCIA DO PERICIANDO;
- SOLICITAÇÃO DE DOCUMENTOS A SEREM JUNTADOS
AOS AUTOS;
- DESENTENDIMENTO ENTRE AS PARTES NO MOMENTO DA
PERÍCIA;
- EMPRESA OU SETOR DESATIVADO.
A Perícia e os Conflitos
Conflitos por parte do Perito do Juízo
- Falta de comunicação, não respeitando a antecedência
de agendamento da data, hora e local da Perícia e/ou da
Vistoria.
- Recusa em fornecer cópia dos resultados dos exames
realizados aos Assistentes Técnicos.
- Restringir a atuação do Assistente Técnico não
permitindo que este realize a anamnese ou o exame físico.
- Permitir que não médicos participem da Perícia Médica
(Acompanhantes de maiores de idade capazes,
advogados, cônjuges, etc.).
- Realizar exame físico e anamnese superficialmente, com
displicência.
- Não realizar Vistoria, mesmo sendo necessária.
- Desconhecer as patologias ocupacionais e caracterizar
nexo causal de maneira indevida e inadequada.
- Elaborar Laudo sem fundamentação técnica e científica,
ou, com conclusão dúbia.
- Estabelecer procedimento de contra-partida.
Conflitos por parte do Perito do Juízo (cont.)
Conflitos por parte do Assistente Técnico
- Desqualificar ou Faltar com o Respeito para com o Perito
do Juízo durante o Ato Pericial ou no discorrer de seu
Parecer Técnico.
- Tentar induzir ao Periciando a responder aos
questionamentos de forma diferente daquela que ele
responderia.
- Exagerar na força ou forma de realização do exame físico
buscando resposta positiva para algum Teste específico.
- Desqualificar ou Desrespeitar o Assistente Técnico da
outra parte ou o Periciando.
- Promover alterações indevidas no local de trabalho antes
da realização da Vistoria.
- Elaborar Parecer Técnico sem ter examinado o Periciando.
- Enviar outro Assistente Técnico em seu lugar, mesmo sem
proceder à nomeação nos Autos.
- Relatar em seu Parecer situações, fatos ou resultados que
não ocorreram na Perícia Médica.
- Tentar alterar ou subverter a Técnica na realização de
avaliações do ambiente de trabalho.
Conflitos por parte do Assistente Técnico (cont.)
- Promover “treinamento” e “instrução” prévia visando
fraudar os resultados do exame médico pericial.
- Adulterar documentação médica (prontuários, Atestados,
etc.) e/ou orientar Reclamada a como fraudar ou alterar
documentação no intuito de fornecer informações
inverídicas ao Perito do Juízo.
- Oferecer contra-partida ao Perito do Juízo.
Conflitos por parte do Assistente Técnico (cont.)
Conflitos por parte do Periciando
- Hipervalorizar sintomatologia ou limitações buscando
fornecer subsídios e dados inverídicos ao Perito do Juízo.
- Negar-se a se submeter ao exame físico no momento do
Ato Pericial.
- Responder ao questionamentos com dados e
informações que não correspondem à verdade.
- Alegar agressão por parte do Perito do Juízo, no
momento do Ato Pericial (exame físico).
- Na Vistoria, relatar que faziam parte de suas funções
atividades que não realizava.
- Tentar difamar e/ou desqualificar os funcionários e
profissionais do SESMT da Reclamada.
- Desrespeitar o Perito do Juízo ou o Assistente Técnico
da outra parte que, em sua opinião, só querem o seu
prejuízo.
- Apresentar atestados que não correspondem à verdade.
Conflitos por parte do Periciando (cont.)
IMPUGNAÇÕES (quem elabora?):
- PROCESSO TRABALHISTA
Elaboradas pelo Advogado com fundamentação
técnica e científica dada pelo Assistente Técnico
(Perito Assistente).
- PROCESSO CÍVEL
Elaboradas pelo Assistente Técnico na apresentação
do seu Parecer, quando intimado para tal pelo Juízo.
IMPUGNAÇÕES (como elaborar?):
- Insalubridade e/ou Periculosidade:
- Contestar Técnica de avaliação ambiental e dos
equipamentos utilizados (adequação, calibração, etc.);
- Questionar quais foram as bases legais utilizadas para
enquadramento (NR15 e NR 16);
- Contestar a não realização de vistoria do local de
trabalho;
- Caracterizar o adequado fornecimento de EPI’s;
- Apresentar Programas de Controle do Ambiente de
Trabalho (PPRA, PCMSO, Análise Ergonômica, etc.), entre
outras manifestações.
IMPUGNAÇÕES (como elaborar?):
- Reintegração, Incapacidade, Doença Ocupacional:
- Contestar inadequações observadas no exame físico
(Testes realizados, sinais e sintomas observados);
- Contestar parâmetros utilizados no estabelecimento do
Nexo Causal;
- Contestar caracterização da incapacidade (inclusive
quantificação) e fundamentar a Capacidade laborativa;
- Apresentar documentações que, eventualmente, o
Perito do Juízo tenha esquecido de apresentar; entre
outras manifestações.
Como tentar minimizar os Conflitos na
Perícia Médica
- Conscientização e Valorização de uma adequada
CAPACITAÇÃO com estímulo à EDUCAÇÃO CONTINUADA
tanto dos Peritos quanto dos Assistentes Técnicos.
- Reforçar a obrigatoriedade de cumprimento dos
Parâmetros estabelecidos na Legislação vigente e também
no Código de Ética Médica.
- Buscar uma Remuneração Justa.
- Estímulo ao respeito entre as partes envolvidas.
Mercado de Trabalho em Perícias
• INSS (Previdenciária)
• DPME e Serviços Públicos em Geral
• IML
• IMESC
• Perícia Judicial (Cível, Trabalhista, Acidentária)
• Assistência Técnica em todos os Foros
• Consultoria e Assessoria
• Docência
• Auditoria
• Medicina do Tráfego
• Seguradoras
Obviamente o assunto não se encerra
neste momento, por isso,
recomendamos a leitura das
publicações a seguir apresentadas,
além do acesso aos endereços
eletrônicos indicados, onde poderão
ser aumentados os conhecimentos
relativos à Medicina Legal e à Perícia
Médica.
- Novo Código de Ética Médica (CEM) – Resolução 1.931, de 17/09/2009.
- Resoluções do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de
Medicina relativas à Perícia Médica.
- Perícias Médicas – Teoria e Prática – Coordenadores Emílio Bicalho Epiphanio,
José Ricardo de Paula Xavier Vilela – Rio de Janeiro – Guanabara-Koogan,
2009.
- Manual Prático – Como Elaborar uma Perícia Técnica de Insalubridade, de
Periculosidade, de Nexo Causal das Doenças Ocupacionais e das Condições
Geradoras do Acidente de Trabalho - F. J. Pereira, O. Castello Fº - SP - LTr.
- Guia Prático para elaboração de Laudos Periciais em Medicina do Trabalho –
Antônio Buono Neto, Elaine Arbex Buono – São Paulo – LTr.
- Perícia Judicial em Acidentes e Doenças do Trabalho – Primo Brandmiller – São
Paulo – Editora SENAC.
Bibliografia Recomendada:
-Manual de Perícia Médica da Previdência Social – MPAS/INSS –
www.previdenciasocial.gov.br.
-Perícias Judiciais na Medicina do Trabalho – Antônio Buono Neto, Elaine Arbex
Buono – São Paulo – LTr.
-Perícia e Processo Trabalhista - Antônio Buono Neto, Elaine Arbex Buono –
São Paulo – LTr.
-Compêndio de Medicina Legal – H. V. de C. Carvalho e M. Segre – Ed.
Saraiva.
- Propedêutica Ortopédica – Coluna e Extremidades – S. Hoppenfeld – Ed.
Atheneu.
- Avaliação do Dano Corporal Pós-Traumático: Metodologia Europeia Aplicada
ao Contexto Brasileiro – Mazza Edições Ltda.
- www.previdenciasocial.gov.br – SISLEX (Legislação Previdenciária).
- www.mte.gov.br - Legislação – Normas Regulamentadoras.
- www.periciasmedicas.org.br
- www.anamt.org.br
- www.spmt.org.br
- www.abml-medicinalegal.org.br
- www.saude.gov.br
- www.cfm.org.br