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  • 2014/1 Seo 01 1

    Introduo

    ao Direito

    Prof. Suriman Nogueira de Souza Junior

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    Introduo ao Direito

    Noes introdutrias

    Diviso do Direito

    Direito e sociedade

    Direito: tica e moral

    Heteronomia e bilateralidade

    Foro ntimo e externo

    Coao e sano

    Norma jurdica

    Fontes do Direito

    Contedo da SeoContedo da Seo

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    Direito

    Direito = lei e ordem

    Conjunto de regras obrigatrias que garantem a convivncia socialmediante o estabelecimento de limites ao de cada integranteda sociedade.

    a exigncia essencial de uma convivncia ordenada, poisno h sociedade que possa subsistir sem ordem, direo esolidariedade.

    Noes introdutriasNoes introdutrias

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    Em cada comportamento humano existe sempre apresena do fenmeno jurdico.

    O direito sempre pressuposto em cada relao dohomem que se relacione com outro homem.

    Ele garante comportamentos humanos por meio de regrasque salvaguardam e amparam a convivncia social.

    Noes introdutriasNoes introdutrias

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    Direito Natural

    a liberdade que cada homem tem de usar livremente oprprio poder para a conservao da vida e, portanto, parafazer tudo aquilo que o juzo e a razo considerem como osmeios idneos para a consecuo desse fim. (ThomasHobbes)

    o ordenamento jurdico ideal, correspondente a umajustia superior e anterior, que deriva da natureza de algo,de sua essncia.

    Trata-se de um sistema de normas que independe do direitopositivo, ou seja, independe das variaes do ordenamentoda vida social que se originam no Estado.

    Diviso do DireitoDiviso do Direito

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    Direito Positivo

    o ordenamento jurdico em vigor, em determinado pas eem determinada poca o direito posto. o conjunto denormas de direito estatudo oficialmente pelo Estado,dependente da vontade humana e das garantias dadas pelafora coercitiva do Estado. Divide-se em:

    Direito Pblico: regula os interesses ou coisas que sereferem ao Estado e traduzem o predomnio do interesseda coletividade. (Direito Constitucional, Administrativo,Tributrio, etc.)

    Direito Privado: regula as relaes que se referem aosinteresses do indivduo em particular. (Direito Civil,Comercial, etc.)

    Diviso do DireitoDiviso do Direito

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    Cada ramo do Direito impe limites discriminando o quepode, o que deve ou o que no deve ser feito.

    Trata-se do Direito Objetivo que surge obedecendo natureza das coisas, s linha evolutivas imanentes ao fato,mas potencializadas e tornadas efetivas pelo poder desntese ordenadora que singulariza o esprito humano.

    Diviso do DireitoDiviso do Direito

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    Direito Objetivo

    Como conjunto de normas e modelos jurdicos, destina-se ater vigncia e eficcia na universalidade de um territrio.Constitui, em seu todo, um sistema global que denominado ordenamento jurdico.

    O ordenamento jurdico pode ser visto como ummacromodelo, cujo mbito de validade traado em razodo modelo constitucional, ao qual devem imperativamentese adequar todos os modelos jurdicos.

    Diviso do DireitoDiviso do Direito

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    Direito Subjetivo

    O homem tem o poder de querer, segundo as regras dedireito, para a realizao de fins prprios, numa convivnciaordenada.

    O Direito Subjetivo est vinculado pessoa humana, comoente racional e volitivo. a vontade juridicamente protegida.

    a possibilidade de se exigir, de maneira garantida, aquiloque as normas de direito atribuem a algum como prprio.

    Diviso do DireitoDiviso do Direito

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    Espao e tempo

    O Direito, sendo um fenmeno histrico-social, sempre estsujeito a variaes e intercorrncias, fluxos e refluxos noespao e no tempo.

    Direito e economia

    Rudolf Stammler:

    se o contedo dos atos humanos econmico, a sua forma necessariamente jurdica.

    Direito e sociedadeDireito e sociedade

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    Direito e economia

    Na conduta humana, a subsistncia e a conservao sosempre exigncias vitais, com carter prioritrio,orientadas no sentido da produo e distribuio de bensindispensveis ou teis vida da coletividade.

    O Direito est presente em todas essas manifestaes,qualquer que seja a ordenao econmica.

    O Direito identifica os interesses econmicos sujeitando-oss estruturas jurdicas, dando-lhes condies derealizabilidade, em harmonia com os demais valoressociais.

    Direito e sociedadeDireito e sociedade

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    Relaes sociais

    A coexistncia pacfica das relaes humanas impe oestabelecimento de regras de organizao e conduta.

    As relaes so estabelecidas em razo de pessoas ou emfuno de coisas, tendo com referncia a realidade culturalde cada grupo social.

    Direito e sociedadeDireito e sociedade

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    Cultura

    o conjunto de tudo aquilo que construdo material ouintelectualmente pelo homem, alterando o que lhe dado ou alterando-se a si prprio.

    Valores sociais

    A partir da sua base cultural, o homem estabelecereferncias de valor para o comportamento em sociedade.

    Quando a norma social se apresenta como essencial para asociedade, o legislador impe a sua obrigatoriedade, pormeio da criao de uma norma ou regra jurdica.

    Direito e sociedadeDireito e sociedade

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    Valores sociais e tica

    Uma das finalidades do direito preservar valores sociais,sendo a experincia jurdica uma experincia tica,garantindo valores como a liberdade, igualdade efraternidade.

    Direito e tica

    Normas ticas: Envolvem juzo de valor sobre o comportamento

    humano. Culminam com a escolha de uma diretriz considerada

    obrigatria. O juzo um ato mental pelo qual atribumos

    determinada qualidade necessria a um ser.

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Direito e tica

    A terra um planeta = essa uma ligao necessria,no h necessariamente juzo de valor.

    (juzo de realidade) s p

    Jos deve ser ou pode estar apto = essa uma ligaoque depende dos dados e valores sociais considerados.

    (juzo de valor) s deve ser p

    (Onde: s o sujeito; e p, o predicado daproposio.)

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Direito e tica

    O legislador descreve algo como deve ser e suasconsequncias, no se limitando a descrever um fato comoele .

    Toda norma tica expressa um juzo de valor que se liga auma sano.

    Garante que uma conduta seja permitida ou proibida,objetivando o bem-estar da coletividade.

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Direito e moral

    Normas morais

    A moral o mundo das condutas espontneas, docomportamento que encontra em si prprio razo deexistir.

    As regras de ordem moral so cumpridasespontaneamente.

    No se concebe ato moral forado.

    Quando consideradas indispensveis paz social, ocumprimento torna-se obrigatrio pelo direito.

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Direito e moral

    Concepo ideal Teoria do mnimo tico

    O Direito representa apenas o mnimo de moraldeclarado obrigatrio para a sociedade sobreviver.

    Concepo real ou pragmtica

    Tudo o que jurdico moral, mas nem tudo o que moral jurdico.

    Nem tudo que lcito honesto.

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Direito e moral

    Coao

    Moral incoercvel.

    Direito coercvel, manifesta-se pela fora.

    O direito a ordenao coercitiva da conduta humana.

    Direito: tica e moralDireito: tica e moral

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    Heteronomia As leis esto acima das pretenses individuais, superando o

    querer de seus destinatrios.

    Mesmo sem concordar somos obrigados a cumprir as leis. Asleis valem objetivamente a despeito da nossa opinio.

    O direito heternomo, a vontade independe documprimento.

    O direito a ordenao heternoma e coercvel da condutahumana, pois no importa nossa vontade, somos obrigadosa cumprir sob pena do uso da fora.

    Heteronomia e bilateralidadeHeteronomia e bilateralidade

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    Bilateralidade

    A bilateralidade atributiva ocorre quando duas ou maispessoas se relacionam, ficando proporcionalmenteautorizadas a pretender, exigir ou a fazer, garantidamente,algo (ex.: a prestao de servio ou a compra e venda).

    Heteronomia e bilateralidadeHeteronomia e bilateralidade

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    Foro ntimo e externo

    Moral: cuida do que se processa intimamente, ningumpodendo interferir, obrigar a fazer ou deixar de fazer.(foro ntimo)

    Direito: cuida da ao humana depois de exteriorizada,projetando-se sobre outros indivduos, causando danos.(foro externo)

    O foro ntimo importa para se tentar distinguir entre asprticas dolosas e culposas, ou seja, se h uma intenopropositada ou no.

    Foro ntimo e externoForo ntimo e externo

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    Foro ntimo e externo

    Confronto: Direito e Normas de Trato Social

    Foro ntimo e externo

    Confronto: Direito e Normas de Trato Social

    Obrigao de fazer por coao

    (coercibilidade)

    Direito

    Independe da vontade(heteronomia)

    Costume e Direito

    Possibilidade de retribuio e

    direito (bilateralidade)

    Moral e Costume

    Exige retribuio(atributividade)

    Direito

  • 2014/1 Seo 01 24

    Coao

    Coercibilidade possibilidade da interferncia da fora nocumprimento de uma regra de direito.

    A coao corresponde fora imposta para o cumprimento dodireito.

    Nas relaes privadas ou particulares, a coao inconcebvel, avontade deve ser livre.

    Sano

    Sano todo e qualquer processo que garanta aquilo previstonuma regra.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 25

    Sanes morais

    O cumprimento das regras morais so espontneas, mas adesobedincia provoca determinadas consequncias, quevalem como sano.

    So sanes morais: o remorso, o arrependimento, avergonha, etc.

    a sano de foro ntimo. a fora do meio social.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 26

    Gradao

    Quando o indivduo no mais se importa com as sanesmorais, gradativamente se torna necessrio aplicar novassanes. Neste momento, dizemos que passamos do mundotico para o jurdico.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 27

    Organizao das sanes

    Tudo no Direito obedece ao princpio da sano organizadade forma predeterminada, de modo a sabermos de antemoque podemos recorrer justia.

    As sanes influem no sentido da adeso espontnea dosobrigados, mesmo que por intimidao.

    Tipos de sano: alm das sanes penais, existem assanes que propiciam benefcios, incentivos ou vantagens,as chamadas sanes premiais (ex.: desconto em valores detributos pagos antes do vencimento).

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 28

    Ordenaes estatais e no estatais

    Ordenaes estatais

    O Estado detm o monoplio da coao no que se refere distribuio da justia, garantidora da paz social.

    O Estado disciplina as formas e os processos de execuocoercitiva do direito.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 29

    Ordenaes no estatais

    Alm do Estado, existem estruturas normativasestabelecidas em outros grupos, em outras instituies.

    So as organizaes da sociedade civil que representaminteresses coletivos ou de grupos sociais, estimulando oudesestimulando determinados comportamentos de seusmembros ou associados.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 30

    Estado: meio e fim

    O Estado um meio para se alcanar uma vida digna,fundada nos valores da paz e do desenvolvimento.

    Concomitantemente, o Estado um fim enquantorepresenta uma ordem jurdica e uma ordem econmica,onde os direitos de cada um pressupe iguais direitos dosdemais.

    Coao e sanoCoao e sano

  • 2014/1 Seo 01 31

    Norma jurdica

    sempre previsto na norma jurdica um fato ao qual se ligauma consequncia, segundo um juzo normativo de valor.

    Os tipos primordiais de normas so: de Conduta de Organizao.

    Norma jurdicaNorma jurdica

  • 2014/1 Seo 01 32

    Normas de Conduta

    Regras de direito que disciplinam o comportamento dosindivduos.

    Normas de Organizao

    Regras de direito que disciplinam as atividades de grupos ouentidades sociais em geral, visando a estrutura e ofuncionamento de rgos, ou ainda, a disciplina dosprocessos tcnicos (ex.: as normas que constituem os rgosda administrao pblica e que lhes conferem atribuies).

    Norma jurdicaNorma jurdica

  • 2014/1 Seo 01 33

    Validade da norma jurdica

    A norma jurdica deve atender aos seguintes requisitos devalidade:

    Validade formal ou tcnico-jurdica (vigncia).

    Validade social (eficcia ou efetividade).

    Validade tica (fundamento).

    Norma jurdicaNorma jurdica

  • 2014/1 Seo 01 34

    Validade formal ou tcnico-jurdica (vigncia).

    So os requisitos para a sua feitura ou elaborao, quanto aorgo, matria e ao procedimento adotado.

    Validade social (eficcia ou efetividade).

    As normas devem operar por aceitao espontnea dasociedade. Quando contrariam tendncias ou inclinaesdominantes, somente so cumpridas de forma compulsria,perdendo sua validade no decorrer do tempo.

    Norma jurdicaNorma jurdica

  • 2014/1 Seo 01 35

    Validade tica (fundamento).

    As normas jurdicas devem buscar a justia, realizandovalores ou fins essenciais ao homem e coletividade,legitimando a experincia jurdica numa sociedade dehomens livres.

    Norma jurdicaNorma jurdica

  • 2014/1 Seo 01 36

    Fontes do Direito

    Fontes sociais, histricas e filosficas.

    Fontes formais ou materiais.

    Outras.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 37

    Fontes formais ou materiais de produo do Direito

    Diretas

    Lei: norma jurdica abstrata e geral, fonte maior doDireito.

    Costume: norma no escrita que o uso consagra, direitoconsuetudinrio.

    Indiretas

    Jurisprudncia: revelao do Direito pelo exerccio dajurisdio. Do latim jus (direito) e prudentia (sabedoria).

    Doutrina: trabalhos tericos dos juristas, cincia doDireito. Do latim doctrina, de docere (ensinar, instruir,mostrar).

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 38

    Outras fontes do Direito

    Regulamentar

    Normas baixadas pelo chefe do executivo, decorrentesdo poder regulamentar.

    Negocial ou contratual

    O poder de negociar resulta da autonomia da vontade,impondo as clusulas contratuais como lei entre aspartes, pacta sunt servanda (inclui-se o contrato coletivo,como regras estabelecidas por sindicatos ou associaode trabalhadores).

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 39

    Ainda:

    Princpio Gerais de Direito

    Expresses, com fora normativa, explcitos ou implcitosno sistema legal ptrio, extrados por induo eabstrao, sendo as razes estruturais do ordenamentopositivo.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 40

    Alguns princpios gerais

    Soberania; repdio ao terrorismo e ao racismo; liberdade;respeito dignidade humana; cidadania; inviolabilidade intimidade, vida privada, honra e imagem; valores sociais dotrabalho e da livre iniciativa.

    Presuno da inocncia; contraditrio e ampla defesa; alegar odesconhecimento da lei para no cumpri-la.

    Razoabilidade, proporcionalidade, segurana jurdica.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 41

    Alguns princpios gerais

    Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficincia na Administrao Pblica.

    Boa-f; autonomia da vontade; consensualismo; supremaciada ordem pblica; acordos ou contratos devem sercumpridos; manuteno das condies pactuadas.

    Princpios relacionados proteo do consumidor.

    Outros.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 42

    A prevalncia de cada fonte depende exclusivamente de

    circunstncias sociais e histricas, pois no h uniformidade

    entre os pases.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 43

    Tradio romanstica: naes latinas e germnicas.

    Tem como caracterstica o primado da lei, com atribuio devalor secundrio s demais fontes.

    Tradio Anglo-Americana ou Common Law: Inglaterra eEstados Unidos da Amrica.

    No um direto baseado na lei, mas antes nos usos ecostumes consagrados pelos precedentes firmados atravsdas decises dos tribunais.

    o direito costumeiro-jurisprudencial.

    Fontes do DireitoFontes do Direito

  • 2014/1 Seo 01 44

    Analogia

    No havendo previso legal, aplica-se norma prevista parahiptese distinta, porm assemelhada ao caso concreto.

    Equidade

    a justia do caso particular. Havendo lacuna legal, adapta-se a norma s condies do caso concreto, aproximando aspartes do justo, no seu sentido de ideal de justia universal,de valores suplentes como a liberdade e a igualdade.

    Analogia e equidadeAnalogia e equidade

  • 2014/1 Seo 01 45

    Bibliografia

    Bsica

    MARTINS, Sergio Pinto. Instituies de direito pblico e privado. 12 ed. So Paulo: Atlas. 2012.

  • 2014/1 Seo 01 46

    Bibliografia

    Complementar PALAIA, Nelson. Noes

    essenciais de direito. 4 ed. So Paulo: Saraiva,

    2011.

    REALE, Miguel. Lies preliminares de Direito. 27 ed. So Paulo:

    Saraiva, 2002.