Escola de EngenhariaUniversidade do Minho Departamento de Sistemas de Informação »«MERCADOS E NEGÓCIOS: DINÂMICAS E ESTRATÉGIAS
Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em tecnologias e sistemas de
informação
Delfina Sá Soares, Filipe Sá Soares,
»«wp 6b (2001)
1
WP 5 (2000) Working papers “Mercados e Negócios” TSI Maio 2000
Pag. 1
Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológicoem Tecnologias e Sistemas de Informação
O presente relatório foi elaborado no âmbito do Projecto ET2000, pela comissão
sectorial Sistemas de Informação.
O seu principal objectivo é efectuar a caracterização actual das actividades de
investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das
tecnologias e sistemas de informação em Portugal e, sempre que possível, traçar a sua
evolução nos últimos vinte anos.
A informação incluída neste relatório foi obtida essencialmente das seguintes fontes:
documentos on-line disponíveis nos sites do Ministério da Ciência e da Tecnologia,
Fundação para a Ciência e Tecnologia e Observatório das Ciências e das Tecnologias;
documentos editados por algumas destas instituições, etc.
O relatório encontra-se estruturado em quatro partes.
Na primeira parte - Introdução - é efectuada uma descrição sucinta do projecto
ET2000 e da metodologia adoptada para a sua execução. É ainda incluída a justificação
para a elaboração do presente relatório e apresentadas as principais dificuldades enfrentadas
na sua realização, nomeadamente a falta de documentação, a desactualização da informação
disponível e a elevada agregação da mesma, o que implicou, frequentemente, a
consideração da área agregada da Engenharia Electrotécnica e Informática.
Na segunda parte - Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico em
Portugal - apresenta-se uma caracterização geral e sintética da IC&DT realizados em
Portugal, enquadrando-se assim estas actividades. Para além da caracterização da situação
actual, sempre que possível procurou-se apresentar dados referentes à evolução das
actividades de IC&DT nos últimos 20 anos, bem como informação respeitante a
comparações internacionais de IC&DT.
A terceira parte - IC&DT Portugal - Engenharia Electrotécnica e Informática -
constitui a componente central de todo este trabalho. Os objectivos desta parte do
Pag. 2
documento são similares ao da segunda parte, tendo-se, no entanto, procurado uma
caracterização mais profunda para o domínio de interesse.
Na quarta parte são resumidas as principais conclusões de todo o trabalho.
Para além destas partes, este documento inclui ainda a lista de referências e links
consultados, bem como um conjunto de nove anexos que congregam diversos dados que
serviram de base à derivação dos resultados apresentados ou que complementam a
informação disponibilizada no corpo do relatório.
Globalmente, pode concluir-se que a IC&DT desenvolvidos na área Engenharia
Electrotécnica e Informática é de nível elevado. Os investigadores possuem elevada
qualificação profissional, dinamismo e uma média de idades relativamente baixa.
O número de doutoramentos é substancial, em crescendo desde 1986 (ano de entrada
de Portugal na Comunidade Europeia), o que se reflecte na posição de destaque ocupada
pelo domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática no universo de todos os
doutoramentos nacionais. Por outro lado, o número de investigadores do sexo feminino é
francamente inferior ao número de investigadores de sexo masculino.
Referentemente à condução das actividades de IC&DT verifica-se a premência do
surgimento de lideranças fortes a nível das direcções das instituições de IC&DT, dos seus
grupos de investigação e dos projectos desenvolvidos.
Em termos da distribuição geográfica da despesa e recursos humanos notam-se
diversas assimetrias, com especial incidência nos distritos de Lisboa e Porto, apesar do
Sector Ensino Superior apresentar uma boa dispersão nacional.
Finalmente, refere-se a grande expressão da participação portuguesa em programas
comunitários de IC&DT na área das Tecnologias da Informação e Comunicações.
Engenharia e Tecnologia 2000Comissão Sectorial Sistemas de Informação
Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico
em
Tecnologias e Sistemas de Informação
- Relatório Complementar -
Autoria
Filipe de Sá-Soares
Delfina de Sá-Soares
Coordenação
Altamiro Machado
Eduardo Beira
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
Departamento de Sistemas de Informação
2000
i
Índice
Índice................................................................................................................................................ i
Índice de Tabelas............................................................................................................................. iii
Índice de Figuras.............................................................................................................................. v
Siglas ............................................................................................................................................. vii
1. Introdução ........................................................................................................................................2
2. IC&DT em Portugal .............................................................................................................................2
2.1 Organismos Governamentais para a Política de IC&DT..................................................................2
2.2 Política Científica e Tecnológica ................................................................................................2
2.3 Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia ...................................................................................2
2.3.1 Sectores Institucionais ......................................................................................................2
2.3.2 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia...................................................................2
2.3.2.1 Análise Sectorial ........................................................................................................2
2.3.2.2 Análise Regional.........................................................................................................2
2.3.2.3 Análise por Área Científica ou Tecnológica .................................................................2
2.3.3 Comparações Internacionais ...............................................................................................2
3. IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática ...........................................................2
3.1 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia – Engenharia Electrotécnica e Informática.........2
3.1.1 Unidades de IC&DT..............................................................................................................2
3.1.2 Despesa em IC&DT...............................................................................................................2
3.1.3 Recursos Humanos em IC&DT...............................................................................................2
3.2 Avaliação das Unidades de IC&DT ................................................................................................2
3.3 Cooperação Científica e Tecnológica Internacional no âmbito da União Europeia .......................2
3.4 Produção Científica Portuguesa Referenciada Internacionalmente.............................................2
3.5 Doutoramentos por Universidades Portuguesas ..........................................................................2
3.6 Projectos de IC&DT em Curso ......................................................................................................2
3.7 Bolsas de IC&DT ..........................................................................................................................2
3.8 Eventos de IC&DT Financiados via FACC .......................................................................................2
ii
4. Conclusão ..........................................................................................................................................2
Referências ..........................................................................................................................................75
Anexos
Anexo A
Descrição dos Organismos Governamentais para a Política de IC&DT.......................................... a.1
Anexo B
Ministério da Ciência e da Tecnologia Política Científica e Tecnológica: Diagnóstico e Orientações (1998).................................................................................................................b.1
Anexo C
Relação de Instituições de IC&DT – Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL – IPCTN97 ........... c.1
Anexo D
Instituições com IC&DT em Tecnologias da Informação e Comunicações – Situação em 1995.....d.1
Anexo E
Avaliação das Unidades de IC&DT Financiadas pelo Programa Plurianual.................................... e.1
Anexo F
Relação de Doutoramentos e Equivalências a Doutoramento por Universidades Portuguesas entre 1980 e 1998 ........................................................................................................................... f.1
Anexo G
Relação de Projectos de IC&DT..................................................................................................g.1
Anexo H
Relação de Bolsas ..................................................................................................................... h.1
Anexo I
Relação de Eventos Financiados via FACC - Fundo de Apoio à Comunidade Científica ..................i.1
iii
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT (Portugal, 1986 – 1999) ................2
Tabela 2 - Evolução da Despesa Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997) .................................................2
Tabela 3 - Evolução do Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997)......2
Tabela 4 - Despesa Total em IC&DT por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997) ....2
Tabela 5 - Despesa Total em IC&DT por Tipo de Despesa, segundo o Sector de Execução (Portugal, preços correntes)............................................................................................................2
Tabela 6 - Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, 1995 –1997)......................................................................................................................................................2
Tabela 7 - Execução e Financiamento da Despesa Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1997) ..................................................................................................2
Tabela 8 - Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região e por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1997) ..................................................................................................2
Tabela 9 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997) .......................................................................................2
Tabela 10 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Área Científica ou Tecnológica, segundo Sectores Institucionais, excepto Sector Empresas (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)...............................................................................................................................................................2
Tabela 11 - Evolução da Despesa em IC&DT no Sector Empresas, por ramo de Actividade Económica (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997) .......................................................................................2
Tabela 12 - Distribuição do Número de Unidades de IC&DT, por Instituição de Acolhimento ...................2
Tabela 13 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução...................................................2
Tabela 14 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução ....................2
Tabela 15 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução ...................................................2
Tabela 16 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução.....................2
Tabela 17 - Distribuição dos Investigadores por Sector de Execução, segundo o Sexo.............................2
Tabela 18 - Médias das Idades dos Investigadores, por Sector de Execução ............................................2
Tabela 19 - Investigadores e Doutorados em Engenharia Electrotécnica e Informática, por Sector deExecução ................................................................................................................................................2
Tabela 20 - Escala de Classificação .........................................................................................................2
iv
Tabela 21 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual –Engenharia Electrotécnica e Informática (1996) ...............................................................................................2
Tabela 22 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual –Engenharia Electrotécnica e Informática (2000) ...............................................................................................2
Tabela 23 - Programas Comunitários de IC&DT com Participação Portuguesa (1986 – 1991) ....................2
Tabela 24 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT, por Programa e Sector (1986 – 1991) .................................................................................................................................2
Tabela 25 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro ........2
Tabela 26 - 4º Programa Quadro – Programas Aprovados e Repartição Financeira....................................2
Tabela 27 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 4º Programa Quadro – 1ªAcção (Dezembro de 1994 a Setembro de 1995) .........................................................................................2
Tabela 28 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1981 – 1990).....................2
Tabela 29 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1991 – 1997).....................2
Tabela 30 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998, por Área Científica...............2
Tabela 31 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998 .............................................2
Tabela 32 - Distribuição do Número de Doutoramentos, por Universidade...............................................2
Tabela 33 - Distribuição do Número de Projectos de IC&DT em Curso, por Instituição Proponente ..........2
Tabela 34 - Distribuição dos Montantes de Financiamento, por Instituição Proponente .........................2
Tabela 35 - Distribuição do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Instituição de Acolhimento....2
Tabela 36 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento......................2
Tabela 37 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por Instituição de Acolhimento...........2
Tabela 38 - Duração Média das Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento...................................2
Tabela 39 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento..............................2
Tabela 40 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por Instituição de Acolhimento ..................2
Tabela 41 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2
Tabela 42 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2
Tabela 43 - Distribuição do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2
v
Índice de Figuras
Figura 1 - Organismos Governamentais para a Política de IC&DT (Portugal) .............................................2
Figura 2 - Evolução das Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT em Percentagem do Produto Interno Bruto (Portugal, valores iniciais a preços correntes, 1986 – 1999) .......................2
Figura 3- Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região (Portugal, preços correntes 1988 – 1997)...................................................................................................................................2
Figura 4 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT ............................................................2
Figura 5 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT em Percentagem do Produto InternoBruto......................................................................................................................................................2
Figura 6 - Comparação Internacional do Pessoal em IC&DT (ETI) em Permilagem da População Activa .....2
Figura 7 - Comparação Internacional do Financiamento da Despesa em IC&DT.........................................2
Figura 8 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Sector de Execução .............................................2
Figura 9 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Distrito...............................................................2
Figura 10 - Distribuição das Unidades de IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução..................2
Figura 11 - Repartição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução .....................................................2
Figura 12 - Repartição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução......................................................2
Figura 13- Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação (1996) .................................2
Figura 14 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (1996).......................................................................................................................2
Figura 15 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (1998).......................................................................................................................2
Figura 16 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (2000).......................................................................................................................2
Figura 17 - Evolução do Número de Referências Internacionais - Área Científica Ciências da Computação2
Figura 18 - Evolução do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998 ...................................................2
Figura 19 - Evolução do Número de Doutoramentos Nacionais/Equivalências entre 1980 e 1998.............2
Figura 20 - Evolução do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa .................2
Figura 21 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa ........................2
Figura 22 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento para os Três Países de Acolhimento Mais Representativos..............................................................................................................................2
Figura 23 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por Ano de Início de Bolsa ................................2
vi
Figura 24 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento e por Ano de Início deBolsa ......................................................................................................................................................2
Figura 25 - Evolução do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Ano de Início de Bolsa...............................................................................................................................................................2
Figura 26 - Evolução do Número de Bolsas para Técnico de Investigação, por Ano de Início de Bolsa......2
Figura 27 - Evolução do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Ano de Início de Bolsa .........2
vii
Siglas
C&T Ciência e Tecnologia
CAD Computer Aided Design
CAE Classe de Actividade Económica
CAM Computer Aided Manufacturing
CIM Computer Integrated Manufacturing
EEI Engenharia Electrotécnica e Informática
ET2000 Engenharia e Tecnologia 2000
FACC Fundo de Apoio à Comunidade Científica
FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia
I&D Investigação e Desenvolvimento
IC&DT Investigação Científica e DesenvolvimentoTecnológico
IPCTN97 Inquérito ao Potencial Científico e TecnológicoNacional 1997
IPSFL Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
MCT Ministério da Ciência e da Tecnologia
OCT Observatório das Ciências e das Tecnologias
OE Orçamento de Estado
PIB Produto Interno Bruto
SI Sistemas de Informação
TI Tecnologias da Informação
TSI Tecnologias e Sistemas de Informação
1
1. Introdução
O projecto ET2000 (Engenharia & Tecnologia 2000) consiste num exercício de
prospectiva que tem por objectivo principal a identificação das necessidades de
conhecimento em engenharia e tecnologia que serão condicionantes do desenvolvimento
de sectores da economia relevantes para o futuro de Portugal, no horizonte 2000 a 2020,
bem como adquirir e reforçar tais conhecimentos para melhorar a competitividade das
empresas.
Em termos metodológicos o projecto ET2000 encontra-se dividido em três fases
(Fase A, Fase B e Fase C), sendo cada Fase constituída por duas etapas.
A Fase A tem por etapas:
- Situação Existente: caracterizar a situação actual de forma objectiva e
actualizada da realidade relevante;
- Tendências Pesadas: caracterizar as principais forças que condicionaram e
influenciaram essa realidade, determinando as suas tendências actuais.
A Fase B tem por etapas:
- Cenários Exógenos: identificar novos desafios e oportunidades futuras,
que podem suscitar novos “futuros” alternativos para a realidade actual,
os quais devem ser descritos de forma realista e sustentada;
- SWOT: desenvolver análises SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,
Threats) tendo em consideração as três etapas anteriores.
2
A Fase C tem por etapas:
- Linhas Estratégicas: elaborar estratégias de desenvolvimento alternativas,
procurando tirar partido das condicionantes, das limitações e das
vantagens estratégicas, de modo a construir propostas alternativas para o
futuro no horizonte estabelecido e proceder à sua avaliação relativa;
- Políticas: caracterizar as linhas orientadoras de políticas públicas e de
estratégias adequadas aos cenários prospectivados.
Considerando que qualquer exercício de prospectiva carece de um ponto de partida,
a Fase A, em que se procura sustentar e referenciar a situação actual, é de substancial
importância.
Uma vez que o projecto ET2000 se encontra dividido em comissões sectoriais, a
Fase A implica, no âmbito do sector “Tecnologias e Sistemas de Informação” (TSI), a
análise de documentação vária relacionada com a caracterização da situação actual
desse sector.
Em termos genéricos, a Fase A envolve três actividades fundamentais:
- Pesquisa desk study da informação disponível sobre o sector em questão;
- Efectuar entrevistas e contactos com as entidades que se considerem
relevantes para a caracterização da situação actual, contemplando quer
instituições quer empresas, públicas e privadas;
- Elaboração de um relatório que constituirá uma das componentes da Fase
A.
3
O documento que se apresenta insere-se na actividade de pesquisa desk study e
tem por objectivo caracterizar a situação actual e, sempre que possível, a evolução da
situação nos últimos 20 anos, ou seja de 1980 a 1999, do sector “Tecnologias e Sistemas
de Informação” na vertente “Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico”1. O
entendimento do conceito de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico
(IC&DT) adoptado neste trabalho resulta do proposto no Manual de Frascati [OCDE 1993]
como englobando “os trabalhos criativos prosseguidos de forma sistemática com vista a
ampliar o conjunto dos conhecimentos, incluindo o conhecimento do homem, da cultura e
da sociedade, bem como a utilização desse conjunto de conhecimentos em novas
aplicações”.
Na elaboração deste relatório deparou-se com diversas dificuldades que se
reflectiram na prossecução do objectivo inicialmente traçado para este trabalho. Estas
dificuldades constituem, em si, limitações à apresentação de um documento mais
completo e rigoroso sobre a situação actual e evolução nos últimos 20 anos do sector
“Tecnologias e Sistemas de Informação”. Entre as principais dificuldades enumeram-se:
- Quasi-omnipresença das Tecnologias da Informação (TI): a abrangência das
TI, demonstrada pelo seu largo espectro de aplicação, implicou a
consideração da sua utilização em sectores e domínios muito diversos, não
sendo possível estabelecer uma fronteira de contornos nítidos para aquilo
que se poderia denominar a área de aplicação das TI;
- Falta de uma definição consensual para o sector TSI: os conceitos TI e
Sistemas de Informação (SI) podem suscitar um conjunto distinto de
definições ou, dito de outra forma, as instâncias tecnológicas
identificadas por alguém como pertencentes ao sector TSI podem ser
diferentes das de outrem (ex.: Em que domínio classificar as tecnologias
1 Para além deste relatório, para o sector “Tecnologias e Sistemas de Informação”, elaboraram-se mais três relatórios similares,
subordinados às vertentes: “Formação Superior”, “Administração Pública” e “Mercado e Empresas”.
4
CAD, CAM e CIM? E as tecnologias de comunicações e telecomunicações? E
os sistemas de informação geográficos? ...)2.
- Escassez de informação: a informação disponível sobre IC&DT para o sector
em questão é relativamente escassa. Em termos de informação que
possibilitasse a apresentação de comparações internacionais para o sector
TSI não se conseguiu identificar fontes que contemplassem esse tipo de
informação. A escassez de informação revelou-se ainda no que concerne à
obtenção de dados que permitissem aferir o desempenho da IC&DT no
sector em estudo. Julga-se que o Observatório das Ciências e das
Tecnologias (OCT) poderá inverter esta situação mediante uma
disponibilização mais alargada da informação detida, uma melhor
estruturação da informação a fornecer, uma mais profunda/especializada
recolha e uma atitude mais orientada para a informação do público
interessado nestas temáticas.
- Desactualização da informação: muita da informação e análise sobre IC&DT
encontra-se desactualizada, em grande parte dos casos
independentemente do sector em consideração. Os tempos de recolha,
tratamento e processamento da informação sobre IC&DT encontram-se
algo desfasados das actuais necessidades de informação. Apesar de se
reconhecerem as exigências temporais, humanas e financeiras para esta
disponibilização julga-se necessário um maior esforço no
acompanhamento da situação cuja dinâmica não se compadece com ciclos
de fornecimento de informação demasiado longos. A desactualização da
informação é ainda mais assinalável no que concerne a estudos orientados
para a análise da evolução, alterações e tendências da IC&DT em Portugal.
Outra vertente desta dificuldade prende-se com a instabilidade e
2 Face às muitas intersecções de domínios, no âmbito deste documento optou-se por uma definição mais lata do conceito de TI,
nomeadamente, tecnologias da informação são o complexo de recursos, equipamentos (hardware) e suportes lógicos (software), que
5
demorada actualização de alguns dos sites que disponibilizam informação
sobre IC&DT.
- Agregação da informação: da análise da informação vulgarmente
disponível e à qual se teve acesso constata-se o elevado grau de
agregação da mesma. A disponibilização/existência de macro indicadores e
de grandes agregados de informação sobre IC&DT em Portugal não é
acompanhada pela disponibilização/existência de informação específica
sobre domínios ou áreas científicas. Esta constatação obrigou que grande
parte da informação consultada, posteriormente processada e
disponibilizada neste documento, diga respeito ao domínio da Engenharia
Electrotécnica e Informática e não apenas ao domínio das Ciências e
Engenharias Informática ou das Tecnologias e Sistemas de Informação, ou
ao facultar de informação específica sobre as diversas áreas componentes
deste domínio. Parte desta dificuldade tem origem na utilização de
esquemas de classificação que ainda não atingiram um estádio de
estabilidade.
Em termos de organização este documento estrutura-se em três grandes partes.
A primeira parte, “IC&DT em Portugal”, procura dar uma visão muito geral e
sintética da IC&DT realizados em Portugal, enquadrando assim esta actividade. Para além
da caracterização da situação actual, sempre que possível procurou-se apresentar dados
referentes à evolução das actividades de IC&DT nos últimos 20 anos, bem como
informação respeitante a comparações internacionais de IC&DT.
A segunda parte, “IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática”,
fornece informação sobre as actividades de IC&DT realizadas em Portugal no domínio da
Engenharia Electrotécnica e Informática (recordar dificuldades explicitadas
permitem a automatização das tarefas de recolha, armazenamento, processamento e distribuição de dados [Alter 1996, p. 61;Breukel e Simons 1993]
6
anteriormente). Os objectivos desta segunda parte do documento são similares ao da
primeira parte, tendo-se, no entanto, procurado uma caracterização mais profunda para o
domínio de interesse.
Os Anexos, que constituem a terceira parte deste relatório, congregam diversos
dados que serviram de base à derivação dos resultados apresentados nas duas primeiras
partes ou que complementam a informação constante das referidas partes e que por isso
fornecem uma informação mais detalhada ou instanciada.
7
2. IC&DT em Portugal
Esta secção pretende traçar, de forma muito sintética, a situação da IC&DT em
Portugal. Para a prossecução desse objectivo aflorar-se-ão aspectos relacionados com os
organismos, políticas e actividades de investigação científica e desenvolvimento
tecnológico no âmbito do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia.
2.1 Organismos Governamentais para a Política de IC&DT
No site do Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT), em
http://www.mct.pt/novo/organi.htm, encontra-se disponível a estrutura dos diversos
organismos governamentais responsáveis pela Política Nacional de IC&DT. Essa estrutura
é reproduzida na Figura 1.
8
Figura 1 - Organismos Governamentais para a Política de IC&DT (Portugal)
No Anexo A é disponibilizada uma descrição breve dos Organismos referidos.
De entre os Organismos considerados, sublinha-se, para os fins deste relatório, a
importância da acção e informação fornecida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia
(FCT) e pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT). Ao longo deste documento
far-se-á, frequentemente, referência às actividades destes dois Organismos, bem como à
documentação, em papel e electrónica, por eles disponibilizada.
A Missão para a Sociedade da Informação constitui, também, num documento sobre
IC&DT nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicações, uma entidade com um
papel determinante, mas que muito extravasa as fronteiras da IC&DT naquelas áreas.
9
2.2 Política Científica e Tecnológica
Para a caracterização da Política Científica e Tecnológica portuguesa foi possível
obter, em http://www.mct.pt/ForumCT/texto.htm, um documento intitulado “Política Científica
e Tecnológica: Diagnóstico e orientações de médio e de curto prazo – Documento de
Trabalho, OCT-01/98, 1ª versão, 1998” e que se encontra coligido no Anexo B deste
relatório.
O documento referido, composto por duas partes, a primeira denominada “Ciência e
Tecnologia” e a segunda “Sociedade da Informação”, fornece uma visão da forma como o
Sector Ciência e Tecnologia evoluiu nos últimos tempos e enuncia os objectivos e
prioridades governamentais para esse sector. Em termos mais detalhados, na primeira
parte desse documento são tratados dois assuntos principais:
- evolução do sector Ciência e Tecnologia em Portugal em termos de recursos
humanos, recursos financeiros, produção científica, cooperação internacional,
inovação e desenvolvimento tecnológico, organização e funcionamento do
sistema científico e tecnológico, cultura científica e ciência e tecnologia no
contexto da regionalização;
- apresentação dos grandes objectivos governamentais para o sector Ciência e
Tecnologia, nomeadamente, vencer o atraso, melhorar a qualidade através do
reforço da internacionalização e da diversificação das parcerias, reforçar a
produção científica, consolidar a nova organização e funcionamento do Sistema
de Ciência e Tecnologia, enraizar a ciência no país e reforçar a cultura científica e
tecnológica.
Quanto à segunda parte, num primeiro momento, são enunciadas as iniciativas
sugeridas no “Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal”, designadamente
Estado Aberto, Escola Informada, Acessibilidade à Sociedade da Informação, Iniciativa
Nacional para o Comércio Electrónico, Iniciativa Nacional para os Cidadãos com
10
Necessidades Especiais na Sociedade da Informação e Programa Cidades Digitais.
Seguidamente são caracterizadas as tendências marcantes para o período 2000-2006 e
enumerados os objectivos a atingir no contexto da Sociedade da Informação.
2.3 Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia
Nesta subsecção procura-se descrever a situação actual e traçar a evolução do
Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia através da identificação dos sectores
institucionais fundamentais, da análise dos principais indicadores de Ciência e
Tecnologia e da observação de algumas comparações internacionais em IC&DT.
2.3.1 Sectores Institucionais
Tradicionalmente, e sob o ponto de vista funcional, reconhecem-se quatro sectores
responsáveis pela IC&DT em Portugal: Sector Estado, Sector Ensino Superior, Sector
Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (IPSFL) e Sector Empresas3 [SECT 1995a, p. 7].
O Sector Estado inclui os laboratórios do Estado e as organizações de âmbito
sectorial ligadas ao Estado, tais como o Instituto Hidrográfico e o Laboratório Nacional
de Engenharia Civil. Não estão incluídas neste Sector as entidades estatais pertencentes
ao ensino superior nem as empresas públicas.
O Sector Ensino Superior é composto pelas Universidades, públicas e privadas e
pelos Institutos Politécnicos. O papel desempenhado pelas Universidades tem sido
determinante para a IC&DT em Portugal dado cobrirem todas as áreas científicas e
contribuído de forma fundamental para a formação avançada em Portugal [SECT 1995a, p.
7, 9], em especial a nível de mestrados e doutoramentos.
11
Como a própria designação indica, o Sector IPSFL inclui as instituições privadas
sem fins lucrativos vocacionadas para a IC&DT. Este Sector é formado por um número
crescente de entidades resultantes de parcerias estabelecidas entre universidades,
laboratórios do Estado, empresas e associações empresariais e industriais, as quais têm
desempenhado um papel fundamental na aproximação das universidades ao mundo
empresarial [SECT 1995a, p. 11].
Finalmente, o Sector Empresas compõe-se de empresas públicas e privadas com
actividades de IC&DT relevantes.
Nas secções seguintes deste relatório, os quatro Sectores apresentados formam
uma estrutura fundamental de agrupamento das diversas entidades com actividades de
IC&DT e permitirão efectuar algumas comparações internas e externas no domínio da
Ciência e Tecnologia.
2.3.2 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia
Os dados apresentados nesta subsecção têm por fonte o documento SECT [1995a] e
o site do Observatório das Ciências e das Tecnologias, designadamente no que se refere
às dotações para IC&DT4 e ao IPCTN 97-99 (Inquérito ao Potencial Científico e
Tecnológico Nacional – 1997 e 1999)5.
Na Tabela 1 apresentam-se dados referentes às dotações orçamentais públicas para
actividades de IC&DT.
É possível observar que nos últimos dez anos as dotações orçamentais em
percentagem do Orçamento de Estado (OE) quase que duplicou (1,08% em 1988 para 2,08%
em 1999), tendo a despesa pública, no mesmo período, aumentado, em valores absolutos e
3 Estes sectores são também denominados por sectores de actividade ou de execução.4 http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm5 http://www.oct.mct.pt/activ/ipctn97/ip_apres.htm
12
a preços correntes, de 20,4 milhões de contos em 1988, para 127,7 milhões de contos em
1999.
Tabela 1 - Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT (Portugal, 1986 – 1999)
Ano
IC&DTPreços
Correntes(mil contos)
IC&DTPreços
Constantes(mil contos)
OE(mil contos)
IC&DT/OE(%)
PIB(mil contos)
IC&DT/PIB(%)
1986 11.496 - 1.535.747 0,75 5.062.000 0,23
1987 16.350 - 1.633.256 1,00 5.928.000 0,28
1988 20.412 - 1.891.673 1,08 7.084.000 0,29
1989 24.543 27.701 2.149.586 1,14 8.372.000 0,29
1990 36.381 36.381 2.765.501 1,32 9.855.000 0,37
1991 44.823 39.985 3.403.891 1,32 11.315.000 0,40
1992 62.551 50.444 3.839.647 1,63 12.759.000 0,49
1993 66.926 50.933 4.119.459 1,62 13.463.000 0,50
1994 68.023 48.902 4.337.277 1,57 14.629.000 0,46
1995 72.963 49.940 4.734.353 1,54 15.688.000 0,47
1996 87.362 57.894 5.094.164 1,71 16.636.000 0,53
1997 95.562 61.297 5.338.684 1,79 17.851.000 0,54
1998 108.543 69.623 5.776.456 1,88 19.136.272 0,57
1999 127.681 81.899 6.140.373 2,08 20.322.721 0,63
Quanto à relação da despesa pública em IC&DT com o Produto Interno Bruto (PIB),
ilustrada na Figura 2, para o ano de 1999, o esforço público ascende a 0,63%. É possível
observar na Figura que os saltos se concentram no final da década de 80 e princípios da
década de 90 e a partir de 1995, com uma estagnação entre os anos de 1992 e 1995
resultante sobretudo da quebra das dotações orçamentais para o conjunto dos
organismos de coordenação e financiamento do sistema científico.
Concentrando-se agora a atenção na despesa total em IC&DT, entre 1980 e 1990
registou-se um aumento significativo, em especial a partir de 1986, apresentando
13
Portugal, nos finais da década de 80, uma das mais elevadas taxas de crescimento da
despesa nacional em IC&DT entre os membros da Comunidade Europeia. Este crescimento
baseou-se fortemente no financiamento público da despesa em IC&DT, como é
demonstrado, ao longo de toda a década de 80, apenas com ligeiras flutuações, pelo
contributo de cerca de 60% do total da despesa por parte do Estado. Acresce ainda o
papel desempenhado pelos Programas Quadro de Apoio da Comunidade Europeia, bem
como pelos programas ligados aos Fundos Estruturais da União Europeia.
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99
Ano
Per
cent
agem
Figura 2 - Evolução das Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT em Percentagemdo Produto Interno Bruto (Portugal, valores iniciais a preços correntes, 1986 – 1999)
Atentando-se no período que medeia entre o ano de 1988 e 1997 (Tabela 2), é
possível observar, para a despesa total em IC&DT, o mesmo crescimento a partir de 1995,
bem como a estagnação da despesa, no período de 1992 a 1995, apresentado pela
evolução das dotações orçamentais públicas.
14
Tabela 2 - Evolução da Despesa Total em IC&DT (Portugal, 1988 - 1997)
Despesa Total em IC&DT (DTIC&DT) DTIC&DT/PIB
Ano Preços correntes(106 Esc.)
Preços constantes(106 Esc.)
%
1988 29.910,8 37.623,6 0,43
1990 52.032,2 52.032,2 0,54
1992 80.397,8 62.035,3 0,63
1995 92.205,8 63.111,4 0,61
1997 115.822,4 74.820,7 0,68
Realça-se a radical mudança estrutural na despesa em IC&DT nos inícios da década
de 90 resultante do investimento em infra-estruturas associadas com os programas
relativos aos fundos estruturais.
Durante o Primeiro Programa Quadro, de 1989 a 1993, um conjunto de programas foi
implementado em Portugal com um efeito considerável sobre o Sistema Nacional de
Ciência e Tecnologia. Os programas que contribuíram, de forma decisiva, para a renovação
e extensão daquele Sistema foram:
- Programa CIENCIA - programa inteiramente dedicado ao fortalecimento da
IC&DT a médio prazo através da criação de infra-estruturas nacionais para a
ciência, investigação e desenvolvimento e formação avançada, e que
vigorou entre 1989 e 1993;
- Programa PRODEP - Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal,
o qual também incluía formação avançada;
- Programa PEDIP - Programa Estrutural para o Desenvolvimento da Indústria
Portuguesa, particularmente através do Subprograma Infraestrutura
15
Tecnologia, Esquema Incentivo ao Investimento, SINPEDIDP, programas para
a formação de investigadores jovens para a indústria, etc.;
- Programa PEDAP - Programa Estrutural para o Desenvolvimento da
Agricultura em Portugal - incluindo fortalecimento interestrutural de IC&DT
em biotecnologia e ciência e tecnologia agrícolas [SECT 1995a, p. 21].
Estes programas estruturais foram complementados pelo Programa STRIDE, que
decorreu entre Fevereiro de 1991 e Dezembro de 1993 e que apoiou a internacionalização
do Sistema de Ciência e Tecnologia, encorajou a participação da indústria nacional em
projectos de IC&DT, em particular através do apoio à investigação realizada por
consórcios e parcerias de empresas e centros de IC&DT, o lançamento da Agência de
Inovação e o estabelecimento de dois parques de Ciência e Tecnologia [SECT 1995a, p.
21].
No âmbito do Segundo Programa Quadro realça-se o Programa PRAXIS XXI, aprovado
para vigorar de 1994 a 1999, e que sucedeu aos programas CIENCIA e STRIDE, formalmente
concluídos em 1993 [SECT 1995b, v], constituindo o pilar principal do envolvimento em
Ciência e Tecnologia do Programa de Desenvolvimento Regional [SECT 1995a, p. 23]. Em
termos gerais, os objectivos operacionais do Programa PRAXIS XXI concretizam-se em
estimular programas de investigação de alta qualidade em vários domínios científicos e
tecnológicos, promover actividades de investigação que favoreçam o domínio de
tecnologias avançadas, estimular a associação dos principais centros de investigação ao
tecido empresarial e promover a valorização comercial das actividades de investigação,
prosseguir com a formação de recursos humanos e garantir a conclusão das
infra-estruturas de IC&DT lançadas no âmbito do Programa CIENCIA, bem como dos
Parques de Ciência e Tecnologia de Lisboa e Porto e promover a instalação selectiva de
novos laboratórios e infra-estruturas de uso comum e a realização de redes que
constituam uma base mais adequada para o desenvolvimento de actividades de
16
investigação de alta qualidade e com capacidade de afirmação internacional [SECT 1995b,
p. 120].
Em termos de recursos humanos, cuja evolução é traçada na Tabela 3, para o ano de
1997, contaram-se cerca de 22.000 investigadores, num total de cerca de 29.000 pessoas
a desenvolver actividades no domínio da IC&DT (os 22.000 investigadores correspondem
sensivelmente a 76% do total). Em permilagem da população activa, os investigadores
ETI6 representam 2,9‰ e o pessoal total 3,9‰.
Da Tabela 3 é ainda possível observar que o número de recursos humanos devotados
à actividade de IC&DT cresce regularmente desde 1992, apesar do decréscimo dos
recursos financeiros no período de 1992 a 1995.
Tabela 3 - Evolução do Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997)
1988 1990 1992 1995 1997
Total Investigadores
Número 10,756 12,675 15,522 18,690 22,201
ETI 6.560,8 7.736,3 9.451,3 11.599,2 13.528,5
Investigadores/Pop. Activa (‰) 1,4 1,6 2,0 2,4 2,9
Pessoal Total
Número 16.681 18.953 21.607 25.024 29.413
ETI 10.883,4 12.042,6 13.448,4 15.465,3 18.096,4
Pessoal Total/Pop. Activa (‰) 2,4 2,4 2,8 3,2 3,9
6 ETI (Equivalente a Tempo Integral) - Consiste no tempo total de exercício efectivo de actividade pelo pessoal, integral ou
parcialmente, afecto aos trabalhos de investigação. Os efectivos em ETI são calculados somando o número de indivíduos a tempointegral com as fracções do dia normal de trabalho dos indivíduos a tempo parcial. O tempo de referência para o tempo integral,contudo, é sempre a unidade “pessoa/ano” [OCT 1999].
17
2.3.2.1 Análise Sectorial
Por análise sectorial pretende-se significar a análise da distribuição dos recursos
financeiros e humanos por sector de execução – Estado, Ensino Superior, IPSFL e
Empresas.
Na década de 80, as mudanças a nível das despesas em IC&DT diferiram entre os
diversos Sectores. O Sector Estado assistiu a uma baixa gradual no que concerne à sua
contribuição relativa na despesa total em IC&DT (26% em 1990), ao passo que os Sectores
Ensino Superior e IPSFL aumentaram significativamente as suas despesas em IC&DT, com
particular relevância a partir de 1986 (36% e 12%, em 1990, respectivamente). No final
da década o Sector Empresas também cresceu em termos de despesas em IC&DT, embora
em 1990 a sua parte do total da despesa ainda fosse reduzida, contando-se na ordem dos
26%.
Na Tabela seguinte (Tabela 4) são apresentados dados referentes à despesa total
em IC&DT por sector de execução, a preços correntes, entre 1988 e 1997.
Tabela 4 - Despesa Total em IC&DT por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997)
1988 1990 1992 1995 1997
(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)
Estado 9.895,6 33 13.240,2 26 17.788,9 22 24.922,6 27 27.758,1 24
Ens. Superior 10.158,2 34 18.748,0 36 34.587,2 43 34.167,9 37 47.523,4 41
IPSFL 2.506,0 8 6.458,4 12 10.569,5 13 13.846,8 15 14.607,3 13
Empresas 7.351,0 25 13.585,6 26 17.452,2 22 19.268,5 21 25.933,6 22
Total 29.910,8 100 52.032,2 100 80.397,8 100 92.205,8 100 115.822,4 100
18
Para o ano de 1997, o Sector Ensino Superior concentrou 41% dos recursos
financeiros, seguindo-se o Estado e as Empresas, com pesos similares (24% e 22%,
respectivamente) e o Sector IPSFL, com 13% do total da despesa.
A análise da evolução da despesa entre os anos de 1995 e 1997 demonstra um
crescimento nos Sectores Ensino Superior e Empresas e uma alteração com menor
evidência, apesar de positiva, nos índices relativos aos outros dois Sectores.
Quanto ao tipo de despesa, a informação veiculada pela Tabela 5 permite concluir
que a expressão mais significativa cabe às despesas correntes, em especial com pessoal,
apenas se verificando um aumento substancial nas despesa de capital para o Sector
Empresas.
Tabela 5 - Despesa Total em IC&DT por Tipo de Despesa, segundo o Sector de Execução (Portugal, preços correntes)
(106 Esc.)
Empresas EstadoEnsino
SuperiorIPSFL Total
Despesas 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997
Correntes 15.557,0 17.287,4 21.121,0 24.400,4 31.989,6 44.517,5 12.288,0 12.578,3 80.955,6 98.783,6
Pessoal 9.295,7 10.862,8 15.216,4 18.862,3 27.080,2 37.158,4 8.283,9 8.741,2 59.876,2 75.624,7
Outras 6.261,3 6.424,6 5.904,6 5.538,1 4.909,4 7.359,1 4.004,1 3.837,1 21.079,4 23.158,9
Capital 3.711,5 8.646,2 3.801,6 3.357,7 2.178,3 3.005,9 1.558,8 2.029,0 11.250,2 17.038,8
Total 19.268,5 25.933,6 24.922,6 27.758,1 34.167,9 47.523,4 13.846,8 14.607,3 92.205,8 115.822,4
No que respeita a pessoal envolvido em actividades de IC&DT, o Sistema Nacional
de Ciência e Tecnologia foi alvo de mudanças radicais entre 1980 e 1990, com um
aumento notável de 56% no número de pessoas alocadas a actividades de IC&DT
(expressas em ETI). Refere-se em especial, o aumento verificado nos Sectores Ensino
Superior e IPSFL.
19
A evolução da situação entre os anos de 1995 e 1997 é sintetizada na Tabela 6. Uma
vez mais, o Sector Ensino Superior é aquele que assume a dianteira, com 7.575
investigadores ETI no ano de 1997, seguindo-se o Estado (2.853 investigadores ETI), as
IPSFL (1.899 investigadores ETI) e, finalmente, as Empresas com 1.210,5 investigadores
ETI.
Dos quatro sectores de execução, os que apresentam uma maior subida no número
de investigadores são o Sector Empresas e o Sector Ensino Superior, sendo neste último
sector que se concentram a maior parte dos recursos humanos com maiores qualificações:
5.218 doutorados dos cerca de 6.850 no total do sistema, isto é, cerca de 75% do total
dos doutorados.
20
Tabela 6 - Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, 1995 – 1997)
Empresas Estado EnsinoSuperior
IPSFL Total
1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997
Total Investigadores
Número 1.684 2.307 3.138 3.238 11.001 13.610 2.867 3.046 18.690 22.201
ETI 1.075,5 1.201,5 2.740,7 2.853,0 5.850,1 7.575,0 1.932,9 1.899,0 11.599,2 13.528,5
Pessoal Total
Número 3.333 3.962 6.210 6.738 12.098 14.985 3.383 3.728 25.024 29.413
ETI 1.916,7 1.991,3 4.715,5 5.213,2 6.484,2 8.661,1 2.348,9 2.230,8 15.465,3 18.096,4
Relativamente às fontes de financiamento (Tabela 7), mantêm-se as três principais
características do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia:
- o Estado como principal financiador das despesas de investigação (68% do total);
- as Empresas auto-financiando a maior parte das suas despesas com actividades de
IC&DT;
- a importância relativa dos financiamentos provenientes do estrangeiro
destinados às actividades de IC&DT.
Tabela 7 - Execução e Financiamento da Despesa Total em IC&DT, por Sector de Execução(Portugal, preços correntes, 1997)
Empresas Estado Ens. Superior IPSFL TotalExecução eFinanciamento (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)
Empresas 21.254,5 82 1.163,9 4 831,5 2 1.081,0 7 24.330,9 21
Estado 2.655,9 10 24.555,9 88 42.690,8 90 9.425,0 65 79.327,6 68
Ens. Superior - - 1.819,1 4 - 1.819,1 2
IPSFL - 276,5 1 631,2 1 2.389,1 16 3.296,8 3
Estrangeiro 2.023,2 8 1.761,8 6 1.550,8 3 1.712,2 12 7.048,0 6
Total Execução 25.933,6 100 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 115.822,4
(%) 22 24 41 13 100
21
No que respeita à origem das verbas provenientes do estrangeiro assinala-se a
considerável importância das verbas com origem na União Europeia, as quais ascendem a
cerca de 5,5 milhões de contos (aproximadamente 78% do total estrangeiro).
2.3.2.2 Análise Regional
Por análise regional pretende-se significar a análise da distribuição dos recursos
financeiros e humanos por região – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo,
Algarve, Açores e Madeira7.
Na Tabela seguinte (Tabela 8) são apresentados dados referentes à repartição da
despesa total em IC&DT por região e por sector de execução, a preços correntes, para o
ano de 1997.
Tabela 8 - Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região e por Sector de Execução(Portugal, preços correntes, 1997)
Empresas Estado Ens. Superior IPSFL Total
(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)
Norte 5.533,7 21 1.890,0 7 12.054,9 25 3.567,6 24 23.046,2 20
Centro 3.686,0 14 617,5 2 10.492,4 22 2.809,2 19 17.605,1 15
Lisboa V. Tejo 15.616,5 60 22.069,7 80 20.159,6 42 7.309,1 50 65.154,9 56
Alentejo 395,9 2 700,0 3 1.758,4 4 473,9 3 3.328,2 3
Algarve 123,1 * 290,8 1 1.392,2 3 37,7 * 1.843,8 2
Açores 5,1 * 965,0 3 1.316,1 3 165,3 1 2.451,5 2
Madeira 27,9 * 1.225,1 4 349,8 1 244,5 2 1.847,3 2
Nãoespecificado
545,4 2 - - - 545,4 *
Total 25.933,6 100 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 115.822,4 100
* – dado inferior a metade da unidade utilizada
7 O agrupamento utilizado corresponde ao NUTS II (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos II).
22
Observa-se que a repartição da despesa total em IC&DT se concentra na região de
Lisboa e Vale do Tejo, com 56% do total, com contribuições principais do Sector Estado e
Empresas (60% e 80%, respectivamente).
Em termos de evolução da repartição da despesa entre os anos de 1988 e 1997
(Tabela 9), conclui-se que o peso relativo da região de Lisboa e Vale do Tejo tem
diminuído ligeiramente, tendo o peso relativo das restantes regiões crescido
lentamente. Esta evolução é percebida mais facilmente na Figura 3.
Tabela 9 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região(Portugal, preços correntes, 1988 – 1997)
1988 1990 1992 1995 1997
(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)
Norte 4.970,9 17 9.650,0 19 17.575,2 22 18.931,2 21 23.046,2 20
Centro 4.116,5 14 7.520,9 14 11.488,8 14 13.821,2 15 17.605,1 15
Lisboa V. Tejo 19.953,1 67 33.026,4 63 47.181,5 59 53.064,3 58 65.154,9 56
Alentejo 452,3 2 823,3 2 2.455,9 3 2.187,7 2 3.328,2 3
Algarve 126,8 0.4 219,1 0.4 661,0 0.8 976,6 1 1.843,8 2
Açores 230,2 0.8 584,9 1 743,7 0.9 1.277,3 1 2.451,5 2
Madeira 61,0 0.2 207,6 0.4 291,7 0.4 1.947,5 2 1.847,3 2
Nãoespecificado
- - - - 545,4 *
Total 29.910,8 100 52.032,2 100 80.397,8 100 92.205,8 100 115.822,4 100
* – dado inferior a metade da unidade utilizada
23
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1988 1990 1992 1995 1997
Ano
Per
cent
agem
da
Des
pesa Norte
Centro
Lisboa V. Tejo
Alentejo
Algarve
Açores
Madeira
Figura 3- Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT,por Região (Portugal, preços correntes 1988 – 1997)
Quanto à repartição do pessoal total em IC&DT por região, em 1997, observa-se uma
distribuição similar à verificada para a despesa. A região de Lisboa e Vale do Tejo
concentra 53% dos recursos humanos. Em termos evolutivos, o fenómeno é também
similar ao sucedido no caso da despesa, embora a diminuição verificada na região de
Lisboa e Vale do Tejo seja menos acentuada.
Conclui-se, assim, da existência de consideráveis desequilíbrios regionais a dois
níveis: entre a região de Lisboa e Vale do Tejo e todas as outras regiões, em especial
Norte e Centro, dado o desenvolvimento dos seus sistemas de Ciência e Tecnologia e, num
segundo nível, entre estas três regiões e as outras quatro, onde o montante de despesa e
de recursos em IC&DT são muito baixos.
Conforme se verificou, os diversos sectores institucionais contribuem
diferentemente no que respeita aos desequilíbrios regionais, em especial no que
concerne à concentração dos Sectores Estado e Empresas na região de Lisboa e Vale do
Tejo, com o Sector Ensino Superior a contribuir menos para os desequilíbrios verificados
em virtude da dispersão das instituições de ensino superior. Esta última realidade
decorre, em parte, do estabelecimento, nos inícios dos anos 70, de Universidades no
24
Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Aveiro, Beira Interior, Algarve, Açores, Évora e,
posteriormente, na Madeira e, nos inícios dos anos 80, de uma rede de instituições
politécnicas que complementou a dispersão das instituições de ensino superior por
regiões que não as áreas urbanas de Lisboa e Porto.
A diminuição do impacto dos desequilíbrios regionais foi também perseguida
mediante a concretização de programas como o CIENCIA (assegurando que mais de 50%
do investimento seria fora da região de Lisboa), STRIDE (incluiu apoio a instituições de
IC&DT nas regiões menos desenvolvidas com vista ao desenvolvimento de projectos de
investigação) e PEDIP (auxiliou na criação de institutos orientados para novas
tecnologias ligados a determinadas Universidades com vista à aproximação dos centros
de investigação dessas Universidades à indústria regional).
2.3.2.3 Análise por Área Científica ou Tecnológica
Os dados de base para a análise, por áreas científicas ou tecnológicas, da evolução
da repartição da despesa total em IC&DT encontram-se na Tabela 10 e Tabela 11.
A Tabela 10 abarca os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL. É observável a
primazia da área Ciências Exactas e Naturais, com 31% da despesa total, seguida das
áreas Ciências da Engenharia e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas, com 25% e 22%,
respectivamente. Nota-se também que o Sector IPSFL concentrou 45% da sua despesa
total na área Ciências da Engenharia e Tecnologias, e os Sectores Estado e Ensino
Superior 30% e 34%, respectivamente, na área Ciências Exactas e Naturais.
25
Tabela 10 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Área Científica ou Tecnológica, segundoSectores Institucionais, excepto Sector Empresas (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)
Estado Ens. Superior IPSFL Total
(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)
Ciências Exactas e Naturais 8.430,5 30 16.007,7 34 3.046,6 21 27.484,8 31
C. Engenharia e Tecnologias 6.529,1 24 9.552,5 20 6.640,6 45 22.722,2 25
Ciências da Saúde 2.531,5 9 4.339,2 9 1.384,6 9 8.255,3 9
C. Agric., Silv., Pec., Caça e Pescas 7.532,6 27 3.674,5 8 721,5 5 11.928,6 13
Ciências Sociais e Humanas 2.734,4 10 13.949,5 29 2.814,0 19 19.497,9 22
Total 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 89.888,8 100
A Tabela 11 refere-se apenas ao Sector Empresas. A distribuição da despesa em
IC&DT pelas Empresas, por ramo de Classe de Actividade Económica (CAE), concentra-se na
indústria transformadora, com cerca de 65% do total da despesa em IC&DT do Sector
Empresas.
26
Tabela 11 - Evolução da Despesa em IC&DT no Sector Empresas, por ramo de Actividade Económica(Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)
CAE Actividade Económica 1995(106 Esc.)
1997(106 Esc.)
01+02+05
Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pescas 21,4 58,2
10-14 Indústrias Extractivas 72,2 12,4
15-37 Indústria Transformadora 12.480,4 16.853,5
15+16 Ind. Alimentares, Bebidas e Tabaco 641,9 505,3
17-19 Ind. Têxteis, Vestuário e Couro 536,2 695,3
20 Ind. Madeira e da Cortiça e suas obras 202,6 92,3
21+22 Ind. de Pasta, Papel e Cartão e seus artigos, Edição e Impressão 714,8 625,1
23-25 Coque, Petróleo, Indústria Química, Borracha e Matérias Plásticas 2.811,5 4.395,1
26 Fabricação de Outros Produtos Minerais Não Metálicos 128,8 157,6
27 Ind. Metalúrgicas de Base 14,3 24,3
28 Fabricação de Produtos Metálicos (excepto Máquinas e Equipamento) 427,0 189,3
29-35 Fab. de Máquinas e Equip., Equip. Eléctrico e de Óptica e Material de Transporte 6.934,2 10.120,8
29 Fabricação de Máquinas e Equipamentos 1.000,9 1.177,5
30-33 Fabricação de Equipamento Eléctrico e de Óptica 4.731,6 5.973,6
34+35 Fabricação de Material de Transporte 1 201,7 2.969,5
36+37 Outras Indústrias Transformadoras 69,1 48,4
40+41 Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água 1.151,8 1.081,2
45 Construção 17,3 176,9
50-99 Serviços 5.525,4 7.751,7
50-52 Comércio por Grosso e Retalho, Restaurantes e Hotéis 306,0 964,9
60-64 Transportes, Armazenagem e Comunicações 2.677,6 2.386,6
65-67 Actividades Financeiras 197,2 467,0
70-74 Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas 2.277,9 3.390,8
75-99 Adm. Pública, Educação, Saúde e Acção Social e Outras Activ. de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais 66,7 542,4
Total 19.268,5 25.933,6
27
2.3.3 Comparações Internacionais
Nesta subsecção procurar-se-á comparar alguns indicadores de Ciência e
Tecnologia portugueses com os de outros países, em especial, com os dos países membros
da União Europeia. A maior parte dos dados que suportam estas comparações foram
coligidos pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias8, com base em dados
nacionais, em dados europeus, publicados pelo Eurostat e OCDE, e em dados relativos ao
Japão e aos Estados Unidos.
A análise das figuras seguidamente apresentadas permite constatar, por um lado, a
tendência para a convergência da situação portuguesa com a dos restantes países mais
desenvolvidos e, por outro lado, a considerável distância a que Portugal se encontra dos
outros países da Europa em certos indicadores, a qual é acentuada quando a comparação
se estende a países como o Japão e Estados Unidos.
A Figura 4 apresenta uma comparação internacional da despesa total em IC&DT e
permite adquirir uma perspectiva em termos de ordem de grandeza da despesa total em
IC&DT.
Em 1995 Portugal gastou 755,6 milhões de dólares americanos em IC&DT, tendo
elevado em 1997 essa cifra para 934,4 milhões. Para o ano de 1996, a despesa da União
Europeia ascendeu a 132.601,6 milhões de dólares americanos, sendo a Alemanha, a França
e o Reino Unido os três países da União Europeia que mais despenderam em IC&DT. Os
valores para a despesa em IC&DT dos Estados Unidos e Japão cifram-se em 206.466 e
82.816,3 milhões de dólares americanos, respectivamente.
8 http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm, http://www.oct.mct.pt/estat/4c_comp.htm
28
0 50000 100000 150000 200000 250000
União Europeia (1996)Alemanha (1997)
Áustria (1997)Bélgica (1995)
Dinamarca (1997)Espanha (1996)Finlândia (1997)
França (1996)Grécia (1993)
Holanda (1995)Irlanda (1995)
Itália (1997)Portugal (1995)
Portugal (1997)Reino Unido (1996)
Suécia (1995)Estados Unidos (1997)
Japão (1996)
Paí
s
Despesa Total em IC&DT (Paridade de Poder de Compra Corrente - 106 US$)
Figura 4 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT
Em termos da percentagem média da despesa em IC&DT sobre o Produto Interno
Bruto (Figura 5), o conjunto dos países da União Europeia apresenta uma média de 1,84%,
com Portugal a ter associada uma média de 0,61% em 1995 e de 0,68% em 1997. Somente
a Grécia apresenta uma média inferior à de Portugal, sendo a Suécia o país europeu que
apresenta uma média mais elevada (3,59%). Para que Portugal alcance a média Europeia
será necessário mais do que duplicar os valores.
29
1,842,26
1,481,59
2,020,87
2,772,32
0,482,08
1,41,06
0,610,68
1,943,59
2,642,83
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
União Europeia (1996)Alemanha (1997)
Áustria (1997)Bélgica (1995)
Dinamarca (1997)Espanha (1996)Finlândia (1997)
França (1996)Grécia (1993)
Holanda (1995)Irlanda (1995)
Itália (1997)Portugal (1995)Portugal (1997)
Reino Unido (1996)Suécia (1995)
Estados Unidos (1997)Japão (1996)
Paí
s
Percentagem
Figura 5 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT em Percentagem do Produto Interno Bruto
A permilagem de pessoal total devotado a actividades de IC&DT e de investigadores
sobre a população activa (Figura 69) foi, em Portugal, para o ano de 1995 de 3,2‰ e de
2,4‰, respectivamente, tendo os países da União Europeia apresentado uma média de
9,5‰ e de 4,9‰ para os dois indicadores considerados. Novamente a Suécia assume a
dianteira com 14,5‰ e 7,8‰, respectivamente, seguida de perto pela Finlândia com
13,3‰ e 6,7‰. Uma vez mais, para que Portugal alcance a média Europeia será
necessário mais do que duplicar os valores.
No que concerne às fontes de financiamento da despesa em IC&DT (Figura 7),
verifica-se que Portugal é o país da União Europeia em que o peso do Estado (69%) se
acerca do dobro da média europeia (39%) e em que o peso do sector Empresas (21% -
somente a Grécia apresenta um valor menor, 20,2%) é inferior a metade da média
30
europeia (52%). Observa-se ainda a descida do financiamento estrangeiro em Portugal de
11,9% para 6,1% entre os anos de 1995 e 1997.
0 5 10 15 20
União Europeia (1995)Alemanha (1995)
Áustria (1993)Bélgica (1995)
Dinamarca (1996)Espanha (1995)Finlândia (1995)
França (1995)Grécia (1993)
Holanda (1995)Irlanda (1995)
Itália (1995)Portugal (1995)Portugal (1997)
Reino Unido (1995)Suécia (1995)
Estados Unidos (1993)Japão (1996)
Paí
s
Permilagem da População Activa (‰)
Investigadores
Pessoal Total
Figura 6 - Comparação Internacional do Pessoal em IC&DT (ETI) em Permilagem da População Activa
No conjunto dos países europeus constata-se que a Irlanda é o país europeu em que
o financiamento com origem empresarial tem mais expressão (67,4% em 1995), seguindo-
se de perto a Suécia (65,6%), a Bélgica (64,2%) e a Alemanha (61,6%). Em termos globais, e
para os países considerados, o Japão é o país em que as Empresas mais financiam as
despesas em IC&DT (73,4%).
9 Os valores relativos ao pessoal total para o Reino Unido e Estados Unidos da América não estavam disponíveis.
31
0 20 40 60 80 100
União Europeia (1995)Alemanha (1997)
Austria (1997)Bélgica (1995)
Dinamarca (1997)Espanha (1995)Finlândia (1995)
França (1995)Grécia (1993)
Holanda (1995)Irlanda (1995)
Itália (1997)Portugal (1995)Portugal (1997)
Reino Unido (1996)Suécia(1995)
Estados Unidos (1997)Japão (1996)
Paí
s
% do Financiamento
Estado
Empresas
Outras Fontes Nacionais
Estrangeiro
Figura 7 - Comparação Internacional do Financiamento da Despesa em IC&DT
32
3. IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática
Nesta parte do presente documento pretende-se caracterizar a situação actual e,
quando possível a sua evolução nos últimos anos, das actividades de IC&DT realizadas em
Portugal, no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática (EEI).
Primeiramente começa-se por apresentar alguns dos principais indicadores de
Ciência e Tecnologia para o domínio em consideração, seguindo-se a apresentação de
dados relativos a aspectos complementares da caracterização perseguida,
nomeadamente, avaliação das unidades de IC&DT, cooperação científica internacional no
âmbito da União Europeia, produção científica portuguesa referenciada
internacionalmente, doutoramentos por universidades portuguesas, projectos de IC&DT
em curso, bolsas de IC&DT e eventos de IC&DT financiados via FACC.
3.1 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia – Engenharia Electrotécnicae Informática
Nesta secção começa-se por identificar as principais unidades de IC&DT com
actividades no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática, seguindo-se a
apresentação de dados relativos à despesa e recursos humanos envolvidos nas
actividades de IC&DT deste domínio.
3.1.1 Unidades de IC&DT
Por solicitação dos autores ao OCT foi possível obter a relação de instituições com
actividades no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática constantes do Anexo
C1. A informação apresentada nesse Anexo refere-se ao Inquérito ao Potencial Científico
33
e Tecnológico Nacional 1997 (IPCTN97) e constitui a informação disponibilizada mais
recente sobre instituições com IC&DT no domínio em estudo à data de elaboração deste
documento.
A informação disponibilizada pelo OCT aos autores, bem como a informação
acessível no site do OCT, em http://www.oct.mct.pt/htmlinst/bdintro.htm, refere-se apenas a
três dos quatro sectores de execução referidos, nomeadamente Estado, Ensino Superior e
Instituições Privadas sem Fins Lucrativos. Presentemente, ainda não disponibiliza
idêntica informação para o sector Empresas, pelo que não será possível efectuar análises
nem apresentar dados sobre as instituições pertencentes a este Sector. Com o intuito de
tornar menos intensa esta falta de informação disponibiliza-se, no Anexo D, como
complemento, dados referentes às instituições que desenvolviam actividades de IC&DT
no domínio das tecnologias da informação e comunicações no ano de 1995. Em relação a
este Anexo sublinham-se três aspectos: fornece informação sobre os quatro sectores de
actividade (Sector Empresas incluído); foca, exclusivamente, a IC&DT realizada no
domínio das tecnologias da informação e comunicações e disponibiliza, quando possível,
dados relativos às áreas e projectos de IC&DT desenvolvidos pelas unidades10.
De acordo com o IPCTN97, em Portugal existem 106 instituições que desenvolvem
actividades de IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática, as quais se
distribuem por sector de execução conforme se ilustra na Figura 8. O Sector Ensino
Superior é aquele que apresenta uma maior concentração de instituições,
designadamente 55, o que corresponde a cerca de 52% do total, seguindo-se o Sector
IPSFL com 30 instituições (cerca de 28% do total) e, finalmente, o Sector Estado com 21
instituições (cerca de 20% do total). Das 106 instituições, 24 dedicam-se em regime de
exclusividade à IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática.
10 De toda a documentação revista, o documento SECT [1995a], no qual é baseado o Anexo D, constitui uma das recolhas mais
profundas, completas e sistematizadas sobre IC&DT em Portugal. Apesar de no seu prefácio poder ler-se que “... a próxima ediçãodo guia (NT: o documento SECT [1995a] foi a primeira edição), que em princípio deverá ser publicada dentro de dois anos...” [SECT1995a, p. ix], responsáveis do Observatório das Ciências e das Tecnologias informaram os autores que ainda não existe qualqueredição subsequente à de 1995.
34
21
55
30
0
10
20
30
40
50
60
Estado Ensino Superior IPSFL
Sector de Execução
N.º
de
Inst
itui
ções
Figura 8 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Sector de Execução
Uma análise semelhante pode ser efectuada em termos de localização geográfica
das unidades de IC&DT. Na Figura 9, em que se indica a distribuição do número de
unidades por distrito11, independentemente do sector, observa-se uma concentração
geográfica marcante no distrito de Lisboa, seguindo-se os distritos do Porto e Coimbra a
uma distância considerável12.
11 Manteve-se a designação de distrito fornecida pelo OCT, ainda que os Açores e a Madeira constituam Regiões Autónomas.12 Com base nos dados disponibilizados pelo OCT não foi possível elaborar análises geográficas com base no NUTS II.
35
1
2
1
6
6
12
2
3
1
1
38
2
17
2
9
3
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Açores
Aveiro
Beja
Braga
Castelo Branco
Coimbra
Évora
Faro
Guarda
Leiria
Lisboa
Madeira
Porto
Santarém
Setúbal
Vila Real
Dis
trit
o
N.º de Instituições
Figura 9 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Distrito
Se para além do distrito se considerar o sector de execução, a distribuição
resultante das unidades é a apresentada na Figura 10. O sector mais disperso é o Ensino
Superior, o qual atinge um pico de 14 unidades de IC&DT no distrito de Lisboa. O sector
mais concentrado é o Estado, com 13 das suas 21 instituições em Lisboa. O Sector IPSFL
tem presença dos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Madeira, Porto e Setúbal.
36
1
3
7
11
1
5
2
1
1
1
3
6
4
3
1
1
14
1
9
2
6
2
1
2
13
3
1
1
0 5 10 15
Açores
Aveiro
Beja
Braga
Castelo Branco
Coimbra
Évora
Faro
Guarda
Leiria
Lisboa
Madeira
Porto
Santarém
Setúbal
Vila RealD
istr
ito
N.º de Instituições
Estado
Ensino Superior
IPSFL
Figura 10 - Distribuição das Unidades de IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução
Atentando na distribuição das entidades por instituição de acolhimento,
sintetizada na Tabela 12 (valores apresentados por ordem decrescente de número de
entidades acolhidas por instituição), verifica-se que, das 106 unidades consideradas, 79
encontram-se ligadas a uma dada instituição de acolhimento13. Sob o ponto de vista das
instituições de acolhimento, a maior parte são universidades (acolhem 68 instituições),
seguindo-se os institutos politécnicos, que acolhem 9 instituições e outras entidades
responsáveis pelo acolhimento de 7 instituições com IC&DT no domínio em análise.
13 Da análise da Tabela 12 deriva-se um número diferente: 84 instituições de acolhimento. Esta diferença entre o número de
instituições de acolhimento e o número de instituições de IC&DT ligadas a instituições de acolhimento explica-se por certasinstituições serem acolhidas por mais do que uma instituição de acolhimento.
37
Tabela 12 - Distribuição do Número de Unidades de IC&DT, por Instituição de Acolhimento
Instituição de Acolhimento N.º deInstituições
Universidade Técnica de Lisboa 12Universidade de Coimbra 9Universidade Nova de Lisboa 9Universidade do Porto 7Universidade da Beira Interior 6Universidade do Minho 6Universidade de Lisboa 4Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica do Minho - IDITE Minho 3Universidade do Algarve 3Universidade Portucalense Infante D. Henrique 3Instituto Politécnico de Santarém 2Universidade de Aveiro 2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial - INETI - Lisboa 1Instituto Nacional de Investigação Agrária - INIA 1Instituto Politécnico da Guarda 1Instituto Politécnico de Beja 1Instituto Politécnico de Coimbra 1Instituto Politécnico de Leiria 1Instituto Politécnico de Setúbal 1Instituto Politécnico do Porto 1Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE 1Instituto Superior Politécnico Portucalense 1Universidade Atlântica 1Universidade da Madeira 1Instituto Pedro Nunes 1Universidade dos Açores 1Universidade Independente 1Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 1não aplicável 27
Total 111
No Anexo C2 disponibilizam-se, por sector de actividade (Estado, Ensino Superior e
Instituições Privadas sem Fins Lucrativos), dados adicionais sobre as 106 unidades de
investigação apresentadas.
3.1.2 Despesa em IC&DT
Com base nos dados constantes no Anexo C1 é ainda possível derivar informação
relativa ao domínio Engenharia Electrotécnica e Informática, sob o ponto de vista da
despesa para os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL.
38
Em termos absolutos, os três sectores referidos despenderam um total de
7.615.800,9 contos em actividades de IC&DT no domínio em causa (Tabela 13).
Tabela 13 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução
Sector de Execução Despesa(contos)
Estado 1.211.666,0
Ensino Superior 2.692.201,5
IPSFL 3.711.933,4
Total 7.615.800,9
Em termos relativos, a despesa repartiu-se pelos três sectores conforme se ilustra
na Figura 11. Observa-se que o Sector IPSFL concentra cerca de metade da despesa total
em actividades de IC&DT.
16%
35%
49%Estado
Ensino Superior
IPSFL
Figura 11 - Repartição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução
Na Tabela 14 apresenta-se a distribuição da despesa em actividades de IC&DT, por
distrito, segundo do sector de execução. Sem se considerar o sector de execução, os dois
distritos mais representativos em termos de despesa em IC&DT são Lisboa, com cerca de
39
43,1% da despesa total e Porto, com 23% da despesa total. Estes dois distritos
concentram mais de 65% da despesa em actividades de IC&DT no domínio Engenharia
Electrotécnica e Informática.
Tabela 14 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução
Estado Ensino Superior IPSFL Total
Distrito (contos) (%) (contos) (%) (contos) (%) (contos) (%)
Açores 4.128,6 0,2 4.128,6 0,1
Aveiro 280.729,0 10,4 171.828,0 4,6 452.557,0 5,9
Beja 2.126,4 0,1 2.126,4 0,0
Braga 237.375,0 8,8 109.438,7 2,9 346.813,7 4,6
Castelo Branco 134.066,1 5,0 134.066,1 1,8
Coimbra 5.958,2 0,5 349.267,8 13,0 398.804,3 10,7 754.030,3 9,9
Évora 12.658,3 1,0 12.658,3 0,2
Faro 75.935,9 2,8 75.935,9 1,0
Guarda 46.173,9 1,7 46.173,9 0,6
Leiria 29.999,4 1,1 29.999,4 0,4
Lisboa 1.134.547,1 93,6 577.783,5 21,5 1.572.680,8 42,4 3.285.011,4
43,1
Madeira 5.606,0 0,2 14.666,1 0,4 20.272,1 0,3
Porto 29.046,5 2,4 518.195,9 19,2 1.200.833,3 32,4 1.748.075,7
23,0
Santarém 24.106,2 0,9 24.106,2 0,3
Setúbal 26.801,0 2,2 270.891,8 10,1 243.682,2 6,6 541375,0 7,1
Vila Real 2654,9 0,2 135.816,0 5,0 138.470,9 1,8
Total 1.211.666,0
100,0
2.692.201,5
100,0
3.711.933,4
100,0
7.615.800,9
100,0
Sob o ponto de vista do Sector Estado, o único distrito digno de nota é Lisboa, com
cerca de 94% da despesa nesse Sector.
40
O Sector Ensino Superior é aquele que apresenta uma distribuição mais dispersa
pelos vários distritos: Lisboa com cerca de 21,5%, Porto com 19,2%, Coimbra com 13%,
Aveiro com 10,4% e Setúbal com 10,1%, para nomear os cinco distritos com maior quota
de despesa.
Finalmente, para o Sector IPSFL, os distritos de Lisboa e Porto voltam a destacar-
se com cerca de 42,4% e 32,4% da despesa no Sector, respectivamente, o que equivale a
cerca de 75% da despesa total em IC&DT para as instituições privadas sem fins
lucrativos. Em terceiro lugar surge o distrito de Coimbra com cerca de 10,7% da despesa.
3.1.3 Recursos Humanos em IC&DT
Dos dados coligidos no Anexo C1 é possível derivar informação relativa ao domínio
Engenharia Electrotécnica e Informática sob o ponto de vista do pessoal dedicado a
actividades de IC&DT para os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL.
Em termos absolutos, os três sectores referidos envolvem 1.326,7 investigadores
ETI (Tabela 15).
Tabela 15 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução
Sector de Execução Pessoal(ETI)
Ensino Superior 519,3
Estado 144,5
IPSFL 662,9
Total 1.326,7
41
Em termos relativos, o pessoal reparte-se pelos três sectores conforme se ilustra
na Figura 12. À semelhança do que sucede com a despesa, observa-se que o Sector IPSFL
concentra cerca de metade do pessoal em actividades de IC&DT no domínio em estudo.
Na Tabela 16 apresenta-se a distribuição do pessoal em actividades de IC&DT, por
distrito, segundo o sector de execução. Sem se considerar o sector de execução verifica-
se, à semelhança do que sucede com a distribuição da despesa, que os dois distritos mais
representativos são Lisboa, com cerca de 39,9% dos investigadores ETI totais e Porto,
com cerca de 25,2% dos investigadores ETI totais. Estes dois distritos concentram mais
de 65% dos recursos humanos ETI envolvidos em actividades de IC&DT no domínio
Engenharia Electrotécnica e Informática.
11%
39%
50%
Estado
Ensino Superior
IPSFL
Figura 12 - Repartição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução
42
Tabela 16 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução
Estado Ensino Superior IPSFL Total
Distrito Investigadores
ETI
(%) Investigadores
ETI
(%) Investigadores
ETI
(%) Investigadores
ETI
(%)
Açores 1,0 0,2 1,0 0,1
Aveiro 37,1 7,1 65,0 9,8 102,1 7,7
Beja 0,7 0,1 0,7 0,1
Braga 43,9 8,5 18,3 2,8 62,2 4,7
Castelo Branco 20,4 3,9 20,4 1,5
Coimbra 1,1 0,8 63,6 12,2 54,1 8,2 118,8 9,0
Évora 2,7 1,9 2,7 0,2
Faro 13,7 2,6 13,7 1,0
Guarda 6,6 1,3 6,6 0,5
Leiria 7,8 1,5 7,8 0,6
Lisboa 128,7 89,1 153,0 29,5 247,5 37,3 529,2 39,9
Madeira 1,3 0,3 2,3 0,3 3,6 0,3
Porto 7,3 5,1 85,8 16,5 241,4 36,4 334,5 25,2
Santarém 7,9 1,5 7,9 0,6
Setúbal 3,8 2,6 42,7 8,2 34,3 5,2 80,8 6,1
Vila Real 0,9 0,6 33,8 6,5 34,7 2,6
Total 144,5 100,0
519,3 100,0
662,9 100,0
1.326,7 100,0
Sob o ponto de vista do Sector Estado, o distrito de Lisboa congrega cerca de
89,1% dos investigadores ETI afectos a este Sector.
O Sector Ensino Superior apresenta, uma vez mais, uma distribuição relativamente
dispersa pelos vários distritos: Lisboa com cerca de 29,5%, Porto com 16,5%, Coimbra
com 12,2%, Setúbal com 8,2% e Aveiro com 7,1%, para nomear os cinco distritos com
maior quota de pessoal.
Finalmente, para o Sector IPSFL, os distritos de Lisboa e Porto voltam a destacar-
se com cerca de 37,3% e 36,4% dos investigadores ETI no Sector, respectivamente, o que
equivale a cerca de 73% dos investigadores ETI em IC&DT para as instituições privadas
43
sem fins lucrativos. Em terceiro lugar surge o distrito de Aveiro com cerca de 9,8% dos
investigadores ETI.
No que se refere à distribuição dos investigadores por sector de execução e
segundo o sexo (Tabela 17) verifica-se certa similitude entre os três sectores: cerca de
80% dos investigadores são do sexo masculino. Esta percentagem eleva-se quase a 90%
para o Sector IPSFL.
Tabela 17 - Distribuição dos Investigadores por Sector de Execução, segundo o Sexo(Dados disponibilizados aos autores pelo OCT – IPCTN97)
Sector deExecução
Sexo Masculino Sexo Feminino
Estado 81,4% 18,6%
Ensino Superior 83,6% 16,4%
IPSFL 88,2% 11,8%
Total 85,6% 14,4%
Da consideração da informação encerrada na Tabela 18 é possível concluir que a
média das idades dos investigadores envolvidos em actividades de IC&DT no domínio em
análise é de 34 anos, verificando-se a inexistência de variações dignas de grande nota
entre os três sectores de execução.
44
Tabela 18 - Médias das Idades dos Investigadores, por Sector de Execução(Dados disponibilizados aos autores pelo OCT – IPCTN97)
Sector deExecução
Média das Idades(anos)
Estado 38,5
Ensino Superior 34,3
IPSFL 33,0
Total 34,0
Finalmente, na Tabela 19 apresenta-se informação relacionada com o número de
investigadores ETI e doutorados ETI em Engenharia Electrotécnica e Informática, por
sector de execução. O Sector IPSFL concentra o maior número de investigadores (50,8%)
e de doutorados (51,2%), enquanto o Sector Estado conta com o menor número de
investigadores (8,6%) e de doutorados (8,6%). No Sector Ensino Superior a percentagem
de investigadores e de doutorados é similar (40,7% e 40,3%, respectivamente).
Tabela 19 - Investigadores e Doutorados em Engenharia Electrotécnica e Informática, por Sector de Execução(Adaptado de informação disponibilizada aos autores pelo OCT – IPCTN97)
Investigadores
Doutorados
Sector deExecução
(ETI) (%) (ETI) (%)
Estado 97,3 8,6 21,6 8,6
Ensino Superior 462,0 40,7 101,7 40,3
IPSFL 577,1 50,8 129,2 51,2
Total 1136,4
100,0
252,5
100,0
45
3.2 Avaliação das Unidades de IC&DT
A descrição das actividades de IC&DT em Portugal no domínio da Engenharia
Electrotécnica e Informática é enriquecida se, para além da identificação das unidades
que as desenvolvem, se considerar informação relativa ao seu desempenho, ou seja, se se
analisar informação derivada de processos de avaliação.
Da documentação revista é possível, com certas restrições, fornecer informação
sobre avaliação das unidades de IC&DT. As restrições impostas pela documentação
existente centram-se no facto de somente ter sido possível coligir informação de
avaliação das Unidades de IC&DT abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual.
O Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de IC&DT iniciou-se em
Dezembro de 1993. De acordo com o Regulamento do Programa de Financiamento
Plurianual, disponível em http://www.fct.mct.pt/unidades/regulam/, são abrangidas pelo
Programa as unidades de IC&DT integradas ou associadas a Instituições do Ensino
Superior (funcionando estas como instituições de acolhimento) e as instituições
privadas sem fins lucrativos, especialmente vocacionadas para actividades de IC&DT, ou
unidades com estas características nelas integradas. Daqui decorre que a informação
relativa à avaliação das unidades somente abarcará uma parcela do total de unidades de
IC&DT que realizam actividades de IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e
Informática. Apesar desta limitação, pareceu útil não desprezar este tipo de informação.
Desde 1996 (ano em que foi lançado um novo modelo de financiamento plurianual
das unidades de IC&DT) o financiamento das unidades de IC&DT passou a ser baseado em
critérios de responsabilização, avaliação independente e estabilidade, passando a ser
composto por duas parcelas: um Financiamento de Base (indexado ao número de
investigadores doutorados e à avaliação da actividade relevante) e um Financiamento
Programático Especial (relativo a algumas unidades em função das necessidades
específicas detectadas pelos avaliadores).
46
A avaliação das unidades é efectuada por Painéis de Avaliação essencialmente
constituídos por cientistas estrangeiros e envolve, geralmente, avaliação documental,
visitas dos avaliadores às unidades ou apresentações das actividades aos Painéis de
Avaliação por investigadores pertencentes às unidades. A análise documental encerra
critérios relacionados com a qualidade e quantidade dos resultados relativamente ao
número de doutorados, relevância da actividade de investigação e qualidade e
quantidade da internacionalização das actividades da unidade. No que concerne à
avaliação da visita/sessão de apresentação são tidos em conta o mérito intrínseco das
actividades da Unidade, as atitudes e ambiente de trabalho e os recursos disponíveis
para a actividade de investigação14.
O resultado final da avaliação concretiza-se, para cada Unidade, num Relatório do
Painel de Avaliação que inclui recomendações breves para comunicação à unidade, uma
recomendação relativa à atribuição de financiamento programático e uma classificação
da qualidade geral da Unidade de IC&DT que determina o escalão do Financiamento de
Base.
A classificação da qualidade geral é expressa de acordo com a escala apresentada
na Tabela 20 (designações dos níveis mantidas em inglês, conforme o original; descrições
traduzidas para português):
14 Uma descrição mais detalhada do Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de IC&DT e do Modelo de Financiamento
Plurianual e de Avaliação das Unidades de Investigação pode ser obtido em http://www.fct.mct.pt/unidades/avproj/index2.htm.
47
Tabela 20 - Escala de Classificação
Nível Descrição
Excellent Actividades de investigação de elevado nível internacional, com publicações nasprincipais revistas internacionais
Very Good Actividades de investigação de bom nível internacional e nacional, com publicaçõesnas principais revistas internacionais
Good Actividades de investigação de elevado nível nacional e de razoável nívelinternacional, com publicações em revistas internacionais bem conhecidas
Fair Actividades de investigação de razoável nível nacional, com publicações somente emalgumas revistas internacionais bem conhecidas
Poor Actividades de investigação com qualidade insuficiente
Para o Financiamento de Base são considerados três escalões: o mais elevado é
aplicado às unidades com classificação Excellent ou Very Good, o intermédio
(correspondente a 5/6 do valor do escalão mais elevado) é aplicado às unidades com
classificação Good e o mais baixo (correspondente a 2/3 do valor do escalão mais
elevado) é aplicado às unidades com classificação Fair. As unidades avaliadas como Poor
deixam de beneficiar de financiamento plurianual. No âmbito de cada escalão, as
unidades são financiadas proporcionalmente ao número de doutorados (número sujeito a
ajustes de acordo com dedicações parciais à unidade).
O Financiamento Programático Especial só é atribuído às unidades que receberam
dos Painéis de Avaliação uma forte recomendação nesse sentido.
No ano de 1996, com a introdução do novo modelo de financiamento e avaliação
das unidades de IC&DT, procedeu-se à avaliação das 270 unidades de investigação que
estavam a ser financiadas no âmbito do Programa. Esta avaliação foi realizada por 21
Painéis de Avaliação, organizados por áreas científicas.
Em termos globais, isto é, para todas as unidades avaliadas, independentemente da
área científica a que pertencem e para o ano de 1996, o resultado desta avaliação, em
48
termos de níveis de classificação, distribuiu-se conforme se ilustra na Figura 13.
Observa-se que 44% das unidades foram avaliadas com um nível de Very Good ou
Excellent.
16%
28%
31%
19%
6%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Excellent Very Good Good Fair Poor
Nível de Classificação
N.º
de
Uni
dade
s(e
m p
erce
ntag
em)
Figura 13- Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação (1996)
Para a área de Engenharia Electrotécnica e Informática, cujas unidades se
encontram listadas na Tabela 21, a distribuição do número de unidades, por nível de
classificação, é ilustrada na Figura 14.
No Anexo E1 encontram-se dados adicionais sobre as unidades listadas na Tabela
21.
Da análise da Figura 14 constata-se que 47% das unidades foram avaliadas como
Very Good ou Excellent, o que de alguma forma se encontra em consonância com a
avaliação global apresentada na Figura 13.
49
Tabela 21 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual - Engenharia Electrotécnica eInformática (1996)
Designação da Unidade de Investigação Ano deFundação
Avaliação N.º deInvestigadores
DoutoradosCentro Algoritmi 1991 Fair 25Centro de Análise e Processamento de Sinais – CAPS 1975 Good 5Centro de Automática da UTL 1975 Fair 11Centro de Ciência e Tecnologias Aeroespaciais 1994 Poor15 11Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil 1978 Fair16 15Centro de CIM do Porto – CCP 1990 Very Good 3Centro de Electrotecnia Teórica e Medidas Eléctricas – CEEL 1994 Fair 7Centro de Estudos em Física Acústica e Telecomunicações –CEFAT
1994 Fair17 7
Centro de Informática e Inteligência Artificial – CITIA 1991 Good 21Centro de Informática e Sistemas 1991 Very Good 15Centro de Investigação de Sistemas Eléctricos – CISE 1994 Fair 11Centro de Investigação em Engenharia Biomédica – CIEB 1991 Very Good 15Centro de Robótica Inteligente 1988 Very Good 4Grupo de Engenharia de Sistemas de Energia Eléctrica – GESEE 1994 Very Good 6Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC 1992 Good18 71Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Aveiro
1993 Fair 16
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Coimbra
1993 Good 7
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Lisboa
1980 Very Good 52
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Porto
1993 Very Good 30
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 1992 Very Good 13Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 1992 Excellent 27Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 1994 Very Good 15Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 1993 Good 12Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 1993 Good 12Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 1993 Excellent 37Lab. de Inteligência Artificial e Ciências de Computadores –LIACC
1988 Excellent 8
15 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Engenharia
Mecânica, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que a Unidade desenvolveinvestigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Fair.
16 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Ciências eEngenharia dos Materiais, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que aUnidade desenvolve investigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Good.
17 Classificação atribuída após recurso da Unidade.18 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Engenharia
Mecânica, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que a Unidade desenvolveinvestigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Good.
50
12%
35%
23%
27%
4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Excellent Very Good Good Fair Poor
Nível de Classificação
N.º
de
Uni
dade
s(e
m p
erce
ntag
em)
Figura 14 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (1996)
Em 1997 foi aberto um concurso para novas unidades de investigação, tendo a FCT
recebido um total de 135 pré-candidaturas, das quais 89 foram formalizadas como
candidaturas19. É de notar que cerca de 15% destas candidaturas resultaram de divisões
ou fusões de unidades de investigação financiadas anteriormente, na maioria dos casos
na sequência de recomendações dos Painéis de Avaliação de 1996. O resultado desta
avaliação, em termos de níveis de classificação, distribuiu-se conforme se ilustra na
Figura 15.
19 Quatro das unidades que formalizaram candidaturas desistiram durante o processo de avaliação e duas
outras, com menos de três doutorados, não foram consideradas elegíveis pelos painéis de avaliação.
51
15%
30%
36%
13%
6%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Excellent Very Good Good Fair Poor
Nível de Calssificação
N.º
de
Uni
dade
s(e
m p
erce
ntag
em)
Figura 15 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (1998)
Em http://www.fct.mct.pt/unidex/cabunid.htm é possível obter dados actualizados sobre a
Avaliação das Unidades de Investigação Financiados pelo Programa Plurianual. Uma
síntese da informação disponível, para a área Engenharia Electrotécnica e Informática, é
apresentada na Tabela 22. Observe-se que o conjunto das unidades de investigação é
distinto do apresentado na Tabela 21 e que o nível de classificação da maior parte das
unidades refere-se à avaliação efectuada em 1996 e as restantes à avaliação
concretizada em 1998.
52
Tabela 22 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual – Engenharia Electrotécnica eInformática (2000)
Unidade Ano deFundação
Avaliação N.º DoutoradosElegíveis
(1999)
Centro Algoritmi 1991 Fair 40
Centro de Análise e Processamento de Sinais – CAPS 1975 Good 4
Centro de Automática da UTL 1975 Fair 11
Centro de CIM do Porto – CCP 1990 Very Good 5
Centro de Energia Eléctrica nd Very Good 5,5
Centro de Estudos de Física, Acústica e Telecomunicações – CEFAT 1994 Fair 5
Centro de Informática e Sistemas 1991 Very Good 19,5
Centro de Informática e Tecnologias da Informação – CITI nd Very Good 12
Centro de Inteligência Artificial – CENTRIA nd Very Good 13
Centro de Investigação de Sistemas Eléctricos – CISE 1994 Fair 11
Centro de Investigação em Engenharia Biomédica – CIEB 1991 Very Good 15
Centro de Robótica Inteligente 1988 Very Good 6
Centro de Sistemas Telemáticos e Computacionais nd Good 4
Centro de Electrotecnia Teórica e Medidas Eléctricas nd Fair 6
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Aveiro 1993 Fair 23
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Coimbra 1993 Good 8
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Lisboa 1980 Very Good 48
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Porto 1993 Very Good 38
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 1992 Very Good 19
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 1992 Excellent 22
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 1994 Very Good 18
Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 1993 Good 13
Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 1993 Good 11
Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 1993 Excellent 42
Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores 1988 Excellent 15
Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande-Escala nd Excellent 5
nd – não disponível
53
A Figura 16 ilustra a distribuição, por nível de classificação, do conjunto de
unidades anterior. Sublinha-se que cerca de 60% das unidades foram avaliadas como Very
Good ou Excellent e que nenhuma unidade foi classificada com Poor.
15%
42%
19%
23%
0%0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Excellent Very Good Good Fair Poor
Nível de Classificação
N.º
de
Uni
dade
s(e
m p
erce
ntag
em)
Figura 16 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (2000)
O Painel de Avaliação para a área de Engenharia Electrotécnica e Informática
elaborou ainda um Relatório de Avaliação das Unidades de Investigação financiadas pelo
Programa Plurianual. Esse Relatório, disponível no Anexo E2, encontra-se dividido em
duas partes: a primeira, elaborada pela subcomissão de avaliação 1, centra a sua atenção
nas Unidades cujas actividades de investigação se inserem maioritariamente nas áreas da
Engenharia Eléctrica, Controlo, Robótica, Produção Integrada por Computador,
Processamento de Sinal, Acústica e Ciências da Computação; a segunda, elaborada pela
subcomissão de avaliação 2, centra a sua atenção sobre as Unidades com actividades de
54
investigação principalmente nas áreas da Electrónica, Telecomunicações, Engenharia da
Computação e Ciências da Computação.
Entre as diversas conclusões derivadas pelo Painel de Avaliação para a área de
Engenharia Electrotécnica e Informática realçam-se as seguintes:
- investigação com nível global de qualidade elevado;
- infra-estrutura de apoio administrativo e técnico às actividades de
investigação insuficiente;
- necessidade de reforçar a liderança a todos os níveis (direcção, grupos de
investigação e projecto);
- falta de mobilidade e evolução fechada dos investigadores;
- carga horária de ensino excessiva e elevado índice de envolvimento em
actividades de ensino.
No Anexo E3 apresenta-se, para cada uma das Unidades de Investigação
consideradas na Tabela 22, um conjunto de dados estruturado em três partes: dados
referentes à identificação e descrição geral da unidade, dados relativos à avaliação da
unidade (composição do painel, apreciação global, montantes de financiamento, relatório
de avaliação do Painel, comentário da unidade à investigação e relatório de recurso,
quando aplicável) e dados relativos à composição da equipa de investigação da unidade.
No Anexo E4 listam-se as unidades de IC&DT sujeitas a avaliação em 1999. Os
resultados desta acção ainda não se encontravam disponíveis aquando da elaboração
deste relatório.
55
3.3 Cooperação Científica e Tecnológica Internacional no âmbito da UniãoEuropeia
Desde que Portugal passou a integrar a União Europeia (adesão em 1986)
verificaram-se crescentes oportunidades para a cooperação internacional científica e
tecnológica. Estas oportunidades têm-se revestido de particular importância para o
desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia [SECT 1995a, p. 30]. Entre
os programas de investigação contratados e precompetitivos no domínio das tecnologias
da informação e comunicações referem-se os programas AIM, DELTA, DRIVE, ESPRIT e
RACE. Mais especificamente, no âmbito do Quarto Programa Quadro é ainda possível
realçar os seguintes programas directamente relacionados com o domínio referido:
Aplicações Telemáticas de Interesse Comum, Tecnologias para Serviços de Comunicações
Avançadas e Tecnologias da Informação [SECT 1995a, p. 29].
Em termos de impacto dos programas comunitários crê-se interessante referir
algumas das conclusões contidas em Caraça et al. [1993], SECT [1995b] e JNICT [1996].
O documento Caraça et al. [1993] sintetiza uma avaliação do impacto do Primeiro e
Segundo Programa Quadro no Sistema de Ciência e Tecnologia Português. Estes Programas
vigoraram entre Janeiro de 1986 e Junho de 1991. Nos parágrafos seguintes
apresentam-se algumas das observações e ilações mais importantes do trabalho referido
directamente relacionadas com a temática em estudo.
Desde 1986, ano de adesão de Portugal à União Europeia, que as equipas de IC&DT
portuguesas participam em programas comunitários. Para o período abrangido pelo
estudo de Caraça et al. [1993], os programas comunitários de IC&DT em que Portugal
participou encontram-se resumidos na Tabela 23.
56
Tabela 23 - Programas Comunitários de IC&DT com Participação Portuguesa (1986 – 1991)(Adaptado de Caraça et al. [1993, p. 18, 16])
Objectivo Programa N.º deContratos
Participações(equipas)
CLIMAT 3C 10 10
ENVCLI C 1 1
ENVPROT 4C 6 6
EPOCH 5 5
Qualidade de vida
STEP 18 25
Total Parcial 40 47
AIM 6 7
DELTA 9 15
DRIVE 4 4
ESPRIT 89 118
Tecnologias da informação etelecomunicações
RACE 17 19
Total Parcial 125 163
BRITE 12 15
BRITE/EURAM 38 55
EURAM 9 11
JRC R&D (ISPRA) 1 1
MATREC C 12 17
Modernização industrial
RAWMAT 15 18
Total Parcial 87 117
AGRIRES 3C 2 2
BAP 10 10
BRIDGE 7 7
ÉCLAIR 5 7
Exploração de recursos biológicos
FLAIR 3 3
Total Parcial 27 29
JOULE 22 30
ENNONUC 3C 22 24
RADPROT 6C/7C 8 9
RADWASTOM 4C 1 1
Energia
FUSION 5C 3 3
Total Parcial 56 67
Ciência e tecnologia para o desenvolvimento STD 15 15
Total Parcial 15 15
57
FAR 3 3Exploração de recursos marítimos
MAST 8 9
Total Parcial 11 12
MONITOR 3 3Ciência e tecnologia para a cooperação
SCIENCE 20 20
Total Parcial 23 23
AERO OS 10 10
FAST 2 2 2
MHR 4C 1 1
SCIFAC C 1 1
STIMULATION 13 14
Outro
STRIDE 1 1
Total Parcial 28 29
Total 412 502
É possível observar que a participação das equipas e instituições de IC&DT
portuguesas no conjunto dos Programas Comunitários foi considerável com especial
destaque para o programa ESPRIT, inserido no objectivo “Tecnologias da informação e
telecomunicações”. O programa ESPRIT concretizou-se, no período em análise, em 89
contratos (cerca de 22% do número total de contratos) e envolveu 118 equipas (cerca de
24% do número total de equipas). Em termos agregados, a área das “Tecnologias da
informação e telecomunicações” representa cerca de 30% dos contratos estabelecidos e
das participações.
Considerando-se a participação portuguesa em programas comunitários de IC&DT,
por programa e por sector de execução, para o período em consideração (Tabela 24),
constata-se que os sectores Ensino Superior e IPSFL concentram quase dois terços do
envolvimento nacional em projectos comunitários de IC&DT. Em termos de objectivo
“Tecnologias da informação e telecomunicações” o Sector IPSFL assume a dianteira em
termos de participação, com 65%, seguindo-se o Sector Empresas com 44%.
58
Tabela 24 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT, por Programa e Sector (1986 – 1991)(Adaptado de Caraça et al. [1993, p. 20])
Participações
SectorEstado
SectorEnsino Superior
SectorIPSFL
SectorEmpresas
Total
Contratos % % % % %
Programas
N.º %N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO
QV 40 9,7 17 30,9 18,5 36 65,5 16,4 2 3,6 2,0 0 0,0 0,0 55 100,0
10,7
TIT 125 30,3 6 3,7 6,5 48 29,4 21,8 65 39,9 65,0 44 27,0 44,0 163
100,0
11,8
MI 87 21,1 21 17,9 22,8 38 32,5 17,3 16 13,7 16,0 42 35,9 42,0 117
100,0
22,9
ERB 27 6,6 11 35,5 12,0 10 32,3 4,5 6 19,4 6,0 4 12,9 4,0 31 100,0
6,1
E 56 13,6 18 26,9 19,6 37 55,2 16,8 3 4,5 3,0 9 13,4 9,0 67 100,0
13,1
CTD 15 3,6 5 33,3 5,4 9 60,0 4,1 1 6,7 1,0 0 0,0 0,0 15 100,0
2,9
ERM 11 2,7 5 41,7 5,4 7 58,3 3,2 0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 12 100,0
2,3
CTD 23 5,6 3 13,0 3,3 16 69,6 7,3 4 17,4 4,0 0 0,0 0,0 23 100,0
5,7
Outros 28 6,8 6 20,7 6,5 19 65,5 8,6 3 10,3 3,0 1 3,4 1,0 29 100,0
5,7
Total 412
100,0
92 18,0
100,0
220
43,0
100,0
100
19,5
100,0
100
19,5 100,0
512
100,0
100,0
Legenda:QV – Qualidade de vida TIT - Tecnologias de informação e telecomunicaçõesMI - Modernização industrial ERB - Exploração de recursos biológicosE – Energia CTD - Ciência e tecnologia para o desenvolvimentoERM - Exploração de recursos marítimos CTC - Ciência e tecnologia para a cooperação
NS – No SectorPO – Por Objectivo
Os documentos SECT [1995b] e JNICT [1996] fornecem alguns dados referentes à
participação portuguesa em programas comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro e
do 4º Programa Quadro.
59
No que respeita ao 3º Programa Quadro, da observação da Tabela 25 verifica-se que
153 dos 500 projectos aprovados (correspondente a cerca de 30% do número total de
projectos aprovados) inserem-se em programas directamente relacionados com o
domínio das tecnologias da informação e comunicações. Em termos financeiros, os
programas “Tecnologias da informação (ESPRIT II)”, “Tecnologias das comunicações (RACE
II)” e “Sistemas telemáticos de interesse geral” ascendem a cerca de 49.000.000 Ecus, o
que equivale aproximadamente a 50% da comparticipação total da União Europeia.
Tabela 25 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro(Adaptado de SECT [1995b, p. 144] e JNICT [1996, p. 81])
Programa ProjectosAprovados
ComparticipaçãoUnião Europeia
(Ecus)
Tecnologias da informação (ESPRIT II) 66 22.000.000
Tecnologias das comunicações (RACE II) 38 18.872.000
Sistemas telemáticos de interesse geral 49 8.156.181
Tecnologias industriais e dos materiais (BRITE/EURAM) 70 21.000.000
Medições e ensaios 47 1.941.728
Ambiente 69 8.600.000
Ciências e tecnologias do mar (MAST II) 16 3.400.000
Biotecnologia 9 700.100
Agricultura e agro-indústria, incluindo as pescas (AIR) 51 7.849.213
Ciência e tecnologia do ser vivo a favor dos países em desenvolvimento (STD) 36 2.709.855
Energias nucleares (CISÃO) 7 188.000
Energias não nucleares (JOULE II) 44 5.229.377
Total 502 100.646.454
Quanto ao 4º Programa Quadro, adoptado em Abril de 1994, para vigorar no período
de 1994 a 1998 [SECT 1995b, p. 145], e concentrando a análise na sua 1ª Acção –
“Programas de Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração”, detalhada
em termos de recursos financeiros na Tabela 26, é possível verificar que os programas “A.
Tecnologias da Informação e das Comunicações” detêm um montante de 3405 milhões de
60
Ecus, o que equivale aproximadamente a 32% do montante global alocado à 1ª Acção, o
que faz deste conjunto de programas aquele que dispõe de maiores recursos financeiros.
Tabela 26 - 4º Programa Quadro – Programas Aprovados e Repartição Financeira(Adaptado de SECT [1995b, p. 146], JNICT [1996, p. 79])
Programas Montantes(Milhões ECU)
A. Tecnologias da Informação e das Comunicações 3.405
1. Telemática 843
2. Tecnologias das Comunicações 630
3. Tecnologias da Informação 1.932
B. Tecnologias Industriais 1.995
4. Tecnologias Industriais e dos Materiais 1.707
5. Medidas e Ensaios 288
C. Ambiente 1080
6. Ambiente e Clima 852
7. Ciências e Tecnologias Marinhas 228
D. Ciências e Tecnologias Ser Vivo 1.572
8. Biotecnologia 552
9. Biomedicina e Saúde 336
10. Agricultura e Pesca 684
E. Energia 2.256
11. Energias Não Nucleares 1.002
12. Energias Nucleares 1.254
F. Transportes 240
13. Transportes 240
G. Investigação Sócio Económica 138
14. Investigação Sócio Económica Orientada 138
Total 10.686
Em termos de participação portuguesa nestes programas do 4º Programa Quadro,
para a 1ª Acção e considerando o período de Dezembro de 1994 a Setembro de 1995,
61
foram aprovados 294 projectos, dos quais 112 (cerca de 38%) no âmbito dos programas
Tecnologias da Informação e das Comunicações (Tabela 27). A participação portuguesa no
domínio dos programas ultimamente referidos eleva-se a perto de 45.000.000 Ecus, o que
corresponde a cerca de 65% do montante total da participação portuguesa para o
período em consideração.
Tabela 27 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 4º ProgramaQuadro – 1ª Acção (Dezembro de 1994 a Setembro de 1995)
(Adaptado de JNICT [1996, p. 82])
Programas ProjectosAprovados
Montantes(ECU)
Aplicações Telemáticas de Interesse Comum (ATIC) 61 27.639.471
Tecnologias das Comunicações (ACTS) 27 6.300.000
Tecnologias da Informação (ESPRIT IV) 24 11.000.000
Tecnologias Industriais e dos Materiais 34 9.600.000
Medições e Ensaios 9 703.000
Ambiente 37 4.500.000
Ciências e Tecnologias do Mar (MAST III) 11 684.000
Biotecnologia 4 813.300
Biomedicina e Saúde (BIOMED II) 12 1.200.000
Agricultura e Pescas (FAIR) 15 964.814
Energias Não Nucleares (JOULE III) 25 4.800.000
Energias Nucleares (CISÃO) 1 nd
Transportes 22 nd
Investigação Sócio Económica Orientada (TSER) 12 600.000
Total 294 68.804.885
nd – não disponível
62
3.4 Produção Científica Portuguesa Referenciada Internacionalmente
Em http://www.oct.mct.pt/estat/produ/proci_t.htm é possível apreciar os valores
referentes à produção científica portuguesa referenciada internacionalmente entre os
anos de 1981 e 1997.
De acordo com a introdução disponibilizada pelo Observatório das Ciências e das
Tecnologias, os valores que a seguir se apresentam foram elaborados a partir da base de
dados National Science Indicators on Diskette (1981-1997), produzida pelo Institute for
Scientific Information. Esta base de dados contém os números de publicações e os
números de citações por elas recebidas, distribuídos por país e/ou área científica. A
versão disponibilizada data de 1998. É importante notar que esta base de dados, de
âmbito internacional, contém informação que se reporta unicamente a artigos, notas,
revisões e comunicações em conferências, não considerando registos bibliográficos tais
como editoriais, cartas, correcções, resumos, etc.
Por motivos de formatação, a informação relativa à produção científica
referenciada internacionalmente foi dividida em duas tabelas (Tabela 28 e Tabela 29), a
primeira cobrindo o período 1981-1990, e a segunda o período 1991-1997 e o total
agregado 1981-1997.
63
Tabela 28 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1981 – 1990)
Área Científica 1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
Mathematics 8 13 9 14 19 18 32 17 36 26
Chemistry 37 53 58 63 43 104 111 122 127 144
Physics 35 46 50 49 69 86 78 118 112 147
Astrophysics 1 2 3 3 2 4 0 2 6 6
Geosciences 8 5 10 4 11 5 10 6 11 23
Clinical Medicine 62 45 64 52 64 84 77 80 81 91
Biology & Biochemistry 21 33 21 38 21 35 35 41 59 71
Immunology 1 2 2 2 3 6 8 4 9 9
Microbiology 16 27 21 22 17 25 18 15 41 35
Molecular Biology & Genetics 3 6 7 3 8 5 11 11 15 18
Neurosciences 4 7 11 16 10 17 18 14 18 24
Pharmacology 7 6 7 8 16 8 11 9 20 28
Plant & Animal Sciences 12 17 22 14 24 30 36 43 55 59
Agricultural Sciences 2 3 8 7 6 5 6 6 12 12
Ecology/Environment 3 4 6 6 11 4 14 21 22 20
Computer Sciences 4 1 7 2 4 6 7 9 4 15
Engineering 19 24 43 49 40 39 55 65 92 110
Materials Science 2 7 3 10 8 15 15 21 39 32
Economics & Business 3 3 2 4 4 7 7 11 14 13
Education 1 1 0 1 0 1 3 3 5 1
Law 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0
Psychology/Psychiatry 1 0 0 2 2 5 10 6 9 3
Social Sciences, General 3 2 4 3 8 10 6 6 4 11
Arts & Humanities 4 1 6 7 6 6 7 5 7 7
Multidisciplinary 6 9 2 5 1 8 9 2 5 7
Total 263 317 366 384 397 533 584 638 804 912
64
Tabela 29 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1991 – 1997)
Área Científica 1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Total (1981-1997)
Mathematics 37 39 39 56 46 53 56 518
Chemistry 164 198 221 254 242 290 375 2606
Physics 166 201 216 240 251 288 316 2468
Astrophysics 4 2 6 7 16 25 16 105
Geosciences 22 26 31 16 34 40 40 302
Clinical Medicine 123 148 126 165 209 206 284 1961
Biology & Biochemistry 90 99 129 131 150 146 162 1282
Immunology 15 14 9 18 17 16 17 152
Microbiology 43 48 39 62 68 76 74 647
Molecular Biology & Genetics 16 30 26 37 38 42 49 325
Neurosciences 32 24 33 41 53 52 38 412
Pharmacology 23 19 27 45 23 48 63 368
Plant & Animal Sciences 55 82 106 95 151 139 140 1080
Agricultural Sciences 18 26 27 45 47 76 90 396
Ecology/Environment 25 30 34 21 50 41 50 362
Computer Sciences 10 9 14 18 10 31 20 171
Engineering 109 134 119 155 200 269 276 1798
Materials Science 37 51 59 63 71 103 129 665
Economics & Business 8 12 23 19 30 34 23 217
Education 4 1 4 6 3 5 5 44
Law 0 0 0 0 0 0 0 2
Psychology/Psychiatry 13 6 7 10 13 26 9 122
Social Sciences, General 2 8 15 10 21 19 8 140
Arts & Humanities 7 5 14 9 26 17 20 154
Multidisciplinary 5 7 8 9 14 10 9 116
Total 1028
1219
1332
1532
1783
2052
2269
16413
65
A área das Ciências da Computação (Computer Sciences) é a 17ª entre as áreas
científicas consideradas, em termos de número de referências internacionais, com um
volume de cerca de 1% em relação ao total de referências, para o período de 1981 a
1997.
Em termos evolutivos, ao longo do período de 1981 a 1997, o número de referências
internacionais na área das Ciências da Computação parece indicar uma tendência
crescente, apesar de algumas quedas significativas nesse período, em especial nos anos
de 1989, 1995 e 1997 (Figura 17).
0
5
10
15
20
25
30
35
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Ano
N.º
de
Ref
erên
cias
Int
erna
cion
ais
Figura 17 - Evolução do Número de Referências Internacionais - Área Científica Ciências da Computação
No site do Observatório das Ciências e Tecnologias encontra-se, ainda, informação
respeitante ao número de colaborações internacionais por área científica e por país para
os anos de 1995, 1996 e 1997. A elevada agregação das áreas científicas não permite,
todavia, uma análise para a área da Engenharia Electrónica e Informática ou similares (a
área mais aproximada disponível é Engenharia, Computação e Tecnologia).
66
3.5 Doutoramentos por Universidades Portuguesas
A consulta da Base de Doutoramentos por Universidades Portuguesas, disponível em
http://www.oct.mct.pt/htmldout/bdintro.htm, para o domínio Engenharia Electrotécnica e
Informática, entre os anos de 1980 e 1998 forneceu a relação de doutoramentos
constantes no Anexo F. Esta informação provém das próprias universidades, por
disponibilização dos seus registos administrativos ao OCT.
Antes de se concentrar a análise no domínio da Engenharia Electrotécnica e
Informática, indica-se, na Tabela 30, o número de doutoramentos realizados em Portugal
e no estrangeiro (com equivalência), entre 1980 e 1998, para todas as áreas científicas
(apresentação por ordem decrescente de número de doutoramentos).
Tabela 30 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998, por Área Científica(Adaptado de informação disponibilizada aos autores pelo OCT – IPCTN97)
Área Científica N.º deDoutoramento
s
Percentagem
do Total
Ciências da Saúde 837 13%
Ciências Biológicas 502 8%
Engenharia Electrotécnica eInformática
449 7%
Física 387 6%
Química 384 6%
Matemática 351 6%
Ciências Agrárias e Veterinárias 349 6%
História e Arqueologia 300 5%
Economia 283 4%
Ciências da Educação 268 4%
Engenharia Civil e de Minas 266 4%
Engenharia Química 263 4%
Estudos Literários 258 4%
Engenharia Mecânica 238 4%
67
Ciências da Terra e do Espaço 179 3%
Psicologia 170 3%
Ciências e Engenharia dos Materiais 114 2%
Sociologia 111 2%
Filosofia 100 2%
Engenharia Bioquímica 84 1%
Gestão 78 1%
Linguística 76 1%
Ciências Jurídicas 64 1%
Antropologia 63 1%
Geografia 43 1%
Ciências Políticas 29 0%
Ciências da Comunicação 22 0%
Estudos Artísticos 21 0%
Arquitectura e Urbanismo 12 0%
Demografia 1 0%
Total 6302 100%
Dos 6302 doutoramentos realizados entre 1980 e 1998, 449 inserem-se na área
científica Engenharia Electrotécnica e Informática, o que corresponde a cerca de 7% do
total de doutoramentos terminados e à colocação em terceiro lugar da área referida em
termos de ordenação decrescente do número de doutoramentos por área científica.
Atentando-se exclusivamente na área científica Engenharia Electrotécnica e
Informática, entre 1980 e 1998 (Tabela 31), dos 449 doutoramentos obtidos, 316 são
nacionais (70% aproximadamente) e 133 são equivalências a doutoramentos (30%
aproximadamente).
68
Tabela 31 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998
Ano doGrau
N.º de Equivalênciasa Doutoramento
N.º de DoutoramentosNacionais
Total
1980 10 2 12
1981 3 3 6
1982 7 6 13
1983 8 9 17
1984 9 13 22
1985 5 11 16
1986 3 4 7
1987 4 9 13
1988 6 17 23
1989 7 14 21
1990 3 17 20
1991 3 14 17
1992 5 19 24
1993 4 24 28
1994 7 23 30
1995 14 31 45
1996 13 43 56
1997 13 21 34
1998 9 36 45
Total 133 316 449
Em termos de evolução no período considerado, a Figura 18 aponta para a
existência de um período de sustentação no número de doutoramentos a partir dos finais
da década de 80, seguindo-se um reforço desta situação a partir de meados da década de
90.
69
0
10
20
30
40
50
60
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
Ano
N.º
de
Dou
tora
men
tos
Figura 18 - Evolução do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998
Mantendo a análise da evolução do número de doutoramentos entre 1980 e 1998,
mas distinguindo-se os doutoramentos nacionais das equivalências a doutoramentos
(doutoramentos obtidos no estrangeiro e depois alvo de processo de equivalência
nacional), obtém-se a Figura 19. Da sua observação constata-se que somente nos três
primeiros anos da década de 80 as equivalências a doutoramento ultrapassaram ou
igualaram o número de doutoramentos nacionais. A partir de 1983 o número de
doutoramentos nacionais ultrapassou o número de equivalências a doutoramento,
observando-se muito claramente o distanciar daquele número a partir de 1986. No
período em consideração, de 1980 a 1998, o número de equivalências a doutoramento
tem-se mantido relativamente estável, observando-se uma ligeira subida a partir de
1994. No entanto, a partir deste mesmo ano, o número de doutoramentos nacionais
elevou-se de forma ainda mais significativa, conhecendo uma queda para os níveis de
1994 no ano de 1997. Em 1998, último ano disponível, o número de doutoramentos
nacionais voltou a subir, apesar de não atingir o pico verificado em 1996 (43
doutoramentos).
70
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
Ano
N.º
de
Dou
tora
men
tos
Equivalência
Nacional
Figura 19 - Evolução do Número de Doutoramentos Nacionais/Equivalências entre 1980 e 1998
Considerando-se a distribuição do número de doutoramentos por universidade
(Tabela 32), verifica-se que a Universidade Técnica de Lisboa lidera com um total de 179
doutoramentos (cerca de 40% do total e quase o dobro da segunda universidade com
mais doutoramentos concedidos, a Universidade do Porto). É ainda observável que a
Universidade do Minho, Universidade da Beira Interior e Universidade do Algarve são as
únicas universidades cujo número de equivalências a doutoramento ultrapassa o número
de doutoramentos nacionais.
71
Tabela 32 - Distribuição do Número de Doutoramentos, por Universidade
Universidade Equivalência Nacional Total
Universidade Técnica de Lisboa 43 136 179
Universidade do Porto 30 63 93
Universidade de Aveiro 6 40 46
Universidade de Coimbra 14 28 42
Universidade Nova de Lisboa 9 28 37
Universidade do Minho 19 13 32
Universidade de Lisboa 3 3 6
Universidade da Beira Interior 3 1 4
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2 2 4
Universidade do Algarve 4 0 4
ISCTE 0 1 1
Universidade dos Açores 0 1 1
Total 133 316 449
3.6 Projectos de IC&DT em Curso
A consulta da Base de Dados de Projectos em Curso, disponível em
http://www.fct.mct.pt/projx/index2.htm, para a área científica de Engenharia Electrotécnica e
Informática forneceu a relação de projectos constantes no Anexo G.
Com base nos dados obtidos, é possível derivar os valores a seguir apresentados.
Aquando da consulta da Base de Dados referida, encontravam-se em curso 186
projectos, os quais se distribuíam, por ordem decrescente de número de projectos por
instituição proponente conforme se indica na Tabela 33.
A instituição proponente com maior número de projectos em curso é o INESC –
Lisboa (34 projectos), seguida do Instituto Superior Técnico (19 projectos) e do INESC –
Porto e IT – Lisboa, ambos com 18 projectos cada. Em quinto lugar surge a Universidade
do Minho. Em conjunto, estas 5 instituições concentram mais de 50% dos projectos em
curso.
72
Tabela 33 - Distribuição do Número de Projectos de IC&DT em Curso, por Instituição Proponente
Instituição Proponente N.º deProjectos
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC – Lisboa 34
Instituto Superior Técnico – IST 19
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC – Porto 18
Instituto de Telecomunicações - IT – Lisboa 18
Universidade do Minho 13
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra 10
Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 8
Instituto de Telecomunicações - Aveiro 7
Instituto de Engenharia Biomédica 5
Universidade de Aveiro 5
Dep. de Informática da Fac. de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 4
Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Coimbra 4
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 3
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 3
Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 3
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC - Aveiro 3
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC - Coimbra 3
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 2
Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto 2
Instituto de Telecomunicações - IT - Coimbra 2
Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial 2
UNINOVA - Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 2
Universidade do Algarve 2
Universidade do Porto 2
Centro de Robótica Inteligente - CRI 1
Instituto da Energia - INTERG 1
Instituto de Engenharia Mecânica - IDMEC - Lisboa 1
Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Lisboa 1
Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Porto 1
Instituto Pedro Nunes - Coimbra 1
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa - ISEL 1
Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto - IPP / ISEP 1
73
Reitoria da Universidade do Porto 1
Universidade da Beira Interior 1
Universidade de Évora 1
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 1
Total 186
Em termos de duração, os projectos apresentam uma duração média de 29,2 meses,
com um desvio padrão de 6,9 meses.
No que diz respeito a montantes de financiamento, apresentados na Tabela 34, o
total de financiamento para todos os projectos em curso ascende a 1.981.296 contos. O
valor médio de financiamento dos projectos em curso é de 10.652 contos, com um desvio
padrão de 9.824 contos.
Tabela 34 - Distribuição dos Montantes de Financiamento, por Instituição Proponente
Instituição Proponente Montante(contos)
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Lisboa 393.601
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Porto 220.794
Instituto Superior Técnico – IST 202.232
Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 173.61320
Universidade do Minho 157.760
Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 96.060
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra 79.524
Universidade de Aveiro 72.225
Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 62.310
Dep. de Informática da Fac. de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 58.320
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 57.583
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 48.700
20 Face à imprecisão do resultado obtido da consulta à base de dados, interpretou-se o montante de financiamento do projecto
referência 2/2.1/TIT/1641/95 igual a 6.333 contos.
74
Instituto de Engenharia Biomédica 46.450
Universidade do Porto 38.400
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 38.126
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 38.000
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Aveiro 26.650
Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial 22.500
Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 15.225
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Coimbra 13.530
UNINOVA - Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 13.290
Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 12.072
Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto 10.867
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 9.560
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa – ISEL 9.210
Universidade da Beira Interior 8.000
Instituto Pedro Nunes - Coimbra 7.300
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 7.180
Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC - Lisboa 6.897
Reitoria da Universidade do Porto 6.800
Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto – IPP/ISEP 6.160
Universidade do Algarve 6.120
Instituto da Energia – INTERG 5.945
Centro de Robótica Inteligente – CRI 3.720
Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 3.500
Universidade de Évora 3.072
Total 1.981.29621
21 Face à imprecisão do resultado obtido da consulta à base de dados, interpretou-se o montante de financiamento do projecto
referência 2/2.1/TIT/1641/95 igual a 6.333 contos.
75
3.7 Bolsas de IC&DT
A consulta da Base de Dados de Bolseiros - Programa PRAXIS XXI, disponível em
http://www.fct.mct.pt/bolsas/index2.htm, para a área científica de Engenharia Electrotécnica e
Informática forneceu a relação de bolsas constantes no Anexo H. Esta base de dados
contém as bolsas do programa PRAXIS XXI, iniciado em 1994, bem como as bolsas que
transitaram do programa CIENCIA, sendo apresentadas tanto as bolsas em curso como as
inactivas (terminadas, suspensas ou em outras situações de interrupção temporária).
No Anexo H deste documento a relação das bolsas encontra-se classificada de
acordo com os seguintes seis tipos de bolsas: bolsas de pós-doutoramento, bolsas de
doutoramento, bolsas de mestrado, bolsas de iniciação à investigação científica, bolsas
para técnico de investigação e bolsas para cientistas convidados. Com base nos dados
obtidos, é possível derivar os seguintes valores, de acordo com o tipo de bolsa.
i. Bolsas de Pós-Doutoramento
As bolsas de pós-doutoramento destinam-se a investigadores doutorados que
pretendam realizar trabalhos avançados de investigação científica em Universidades ou
Instituições Científicas Portuguesas ou Estrangeiras
[http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm]. Estas bolsas têm uma duração anual,
prorrogável até ao máximo de 6 anos.
Entre 1994 e 1999 foram iniciadas 16 bolsas de pós-doutoramento, distribuindo-se
nesse período conforme se ilustra na Figura 20.
76
2
3
5
0
3 3
0
1
2
3
4
5
6
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 20 - Evolução do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa
O INESC é a instituição de acolhimento com maior número de investigadores
bolseiros de pós-doutoramento (4 bolseiros). Os três principais países de acolhimento
foram Portugal (10 bolseiros a desenvolver actividade), os EUA (com 4 bolseiros) e o
Reino Unido (2 bolseiros).
Tabela 35 - Distribuição do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Instituição de Acolhimento
Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas
INESC Portugal 4Universidade Nova de Lisboa Portugal 2University of Florida EUA 2Imperial College Science & Technology & Medicine Reino Unido 1INEB Portugal 1Institute of Physical and Chemical Research - Riken Japão 1ISR Portugal 1IT Portugal 1Michigan State University EUA 1Royal Institute of Technology Suécia 1SRI International EUA 1Universidade do Porto Portugal 1University College London Reino Unido 1University Eindhoven Holanda 1
Total 1922
A duração média das bolsas de pós-doutoramento foi de 12,3 meses, com um desvio
padrão de 9,9 meses.
77
ii. Bolsas de Doutoramento
As bolsas de doutoramento destinam-se a licenciados ou mestres que pretendam
obter o grau de doutor por Universidades Portuguesas ou Estrangeiras e têm uma
duração anual, prorrogável até ao máximo de 4 anos
[http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm].
Entre 1993 e 1999 foram iniciadas 295 bolsas de doutoramento. Neste período o
ano de 1995 apresenta o valor mais elevado de bolsas iniciadas (Figura 21).
36
53
62
31
51
31 31
0
10
20
30
40
50
60
70
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 21 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa
Atentando no país de acolhimento, cerca de 55% dos bolseiros iniciaram
doutoramento em Portugal, cerca de 19% no Reino Unido e cerca de 11% nos EUA. Estes
22 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de
acolhimento.
78
três países representam cerca de 85% do total de bolsas iniciadas no período em
consideração (Tabela 36).
Tabela 36 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento
País de Acolhimento N.º de Bolsas Percentagem
Alemanha 7 2,37%
Áustria 2 0,68%
Bélgica 3 1,02%
Brasil 1 0,34%
Dinamarca 1 0,34%
Espanha 4 1,36%
EUA 32 10,85%
Finlândia 1 0,34%
França 16 5,42%
Holanda 2 0,68%
Irlanda 1 0,34%
Itália 2 0,68%
Portugal 163 55,25%
Portugal, Dinamarca 1 0,34%
Reino Unido 56 18,98%
Suíça 3 1,02%
Total 295 100,00%
Na Figura 22 ilustra-se a evolução do número de bolsas para os três países de
acolhimento mais representativos. Será importante aguardar pelos dados dos próximos
anos para perceber o sentido da evolução das bolsas de doutoramento para estes três
países em particular.
79
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
EUA
Portugal
Reino Unido
Figura 22 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento para os Três Países de AcolhimentoMais Representativos
Quanto à distribuição das bolsas por instituição de acolhimento (Tabela 37)
observa-se que o INESC assume a dianteira com 43 bolsas. Nos EUA, a instituição de
acolhimento com maior número de bolseiros é o Massachusetts Institute of Technology
(8 bolseiros); no Reino Unido, a instituição de acolhimento com maior número de
bolseiros é a University College London (8 bolseiros).
Tabela 37 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por Instituição de Acolhimento
Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas
INESC Portugal 43
Universidade Técnica de Lisboa Portugal 29
Instituto de Telecomunicações Portugal 21
Universidade Nova de Lisboa Portugal 18
Universidade do Porto Portugal 17
Universidade de Coimbra Portugal 16
Universidade do Minho Portugal 15
80
Universidade de Aveiro Portugal 12
Massachusetts Institute of Technology EUA 8
University College London Reino Unido 8
Technische Hochschule Darmstadt Alemanha 5
University of Kent Reino Unido 5
ISR Portugal 4
University of California EUA 4
University of Essex Reino Unido 4
University of London Reino Unido 4
University of Southampton Reino Unido 4
Imperial College of Science Technology & Medicine Reino Unido 3
INRIA França 3
Lancaster University Reino Unido 3
Oregon State University EUA 3
Universidade do Algarve Portugal 3
University of Illinois EUA 3
University of Manchester Reino Unido 3
University of Salford Reino Unido 3
CNIG Portugal 2
CNRS França 2
INEB Portugal 2
Joint Research Centre Itália 2
LIP Portugal 2
Northeastern University EUA 2
Universidade Barcelona Espanha 2
Université Pierre et Marie Curie França 2
University of Glasgow Reino Unido 2
University of Oxford Reino Unido 2
University of Reading Reino Unido 2
University of Sheffield Reino Unido 2
University of Surrey Reino Unido 2
Aarhus University Dinamarca 1
Carnegie Mellon University EUA 1
CERN Suíça 1
Delft University of Technology Holanda 1
Ecole des Mines de Paris França 1
81
École Polytechinique Fédérale de Lausanne Suíça 1
École Polytechnique França 1
Empresa Nacional de Telecomunicações Portugal 1
FORWISS Alemanha 1
Fundação para a Computação Científica Nacional Portugal 1
Georgia Institute of Technology EUA 1
Helsinki University of Technology Finlândia 1
IGC, INRETS França 1
INETI Portugal 1
Institute EURÉCOM França 1
Instituto National Polytechnique de Toulouse Espanha 1
Instituto Pedro Nunes Portugal 1
Iowa State University EUA 1
Katholieke Univ. Leuven Bélgica 1
Portland State University EUA 1
Rensselaer Polytechnic Institute EUA 1
State University of New York EUA 1
Swiss Federal Institute of Technology Suíça 1
Technische Univ. Wien Áustria 1
Universidade de Lisboa Portugal 1
Universidade de Valladolid Espanha 1
Universidade de Versailles França 1
Universidade D'Orleans França 1
Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil 1
Universidade Gent Bélgica 1
Universidade Hannover Alemanha 1
Université de Rennes I França 1
Université Libre de Bruxelles Bélgica 1
Université Paris Dauphine França 1
University College of North Wales Reino Unido 1
University of Aberdeen Reino Unido 1
University of Arizona EUA 1
University of Bristol Reino Unido 1
University of Edinburgh Reino Unido 1
University of Florida EUA 1
University of Georgia EUA 1
82
University of Hull Reino Unido 1
University of Leeds Reino Unido 1
University of Limerick Irlanda 1
University of Michigan EUA 1
University of Newcastle Reino Unido 1
University of North Carolina EUA 1
University of Nothingham Reino Unido 1
University of Wisconsin EUA 1
University of York Reino Unido 1
Total 31623
A duração média das bolsas foi de 31,4 meses, com um desvio padrão de 15,5 meses.
A duração média das bolsas em Portugal foi de 32,3 meses (Tabela 38).
Tabela 38 - Duração Média das Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento
País deAcolhimento
Duração Média(meses)
Alemanha 26,4Áustria 30,0Bélgica 12,0Brasil 36,0Dinamarca 30,0Espanha 23,0EUA 35,1Finlândia 48,0França 26,9Holanda 48,0Irlanda 12,0Itália 24,0Portugal 32,3Portugal, Dinamarca 48,0Reino Unido 29,2Suíça 40,0
23 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de
acolhimento.
83
iii. Bolsas de Mestrado
As bolsas de mestrado destinam-se a licenciados que pretendam obter o grau de
mestre por Universidades Portuguesas ou Estrangeiras e, actualmente, apenas apoiam o
período de dissertação do Mestrado [http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm].
No que concerne à duração, este tipo de bolsas é, em princípio, anual.
No período compreendido entre 1994 e 1999 foram iniciadas 243 bolsas de
mestrado. Neste período verifica-se uma diminuição progressiva do número de bolsas
iniciadas (Figura 23).
78 78
39
27
12 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 23 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por Ano de Início de Bolsa
No que respeita ao país de acolhimento, os trabalhos de mestrado efectuados por
alunos bolseiros desenvolveram-se em Portugal, Reino Unido, EUA e França. A esmagadora
maioria das bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento (cerca de 97%).
84
A duração média das bolsas em Portugal é de 18 meses e é superior à duração média
das bolsas para os outros países de acolhimento (Tabela 39).
Tabela 39 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento
País de Acolhimento N.º de Bolsas Percentagem Duração Média(meses)
Brasil 1 0,41% 10
EUA 2 0,82% 12
França 1 0,41% 12
Portugal 235 96,71% 18
Reino Unido 4 1,65% 15
Total 243 100,00% 18
Em termos evolutivos (Figura 24) constata-se a diminuição progressiva e acentuada
do número de bolsas de mestrado iniciadas em Portugal, bem como a estabilidade e
reduzida expressão do número de bolsas de mestrado que apresentam outro país de
acolhimento que não Portugal.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
EUA
França
Portugal
Reino Unido
Figura 24 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento e por Ano de Início de Bolsa
85
Quanto às instituições de acolhimento, o INESC apresenta o maior número de
bolseiros acolhidos, com um total, no período considerado, de 73 bolsas, seguindo-se a
Universidade do Minho com 40 (Tabela 40).
Tabela 40 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por Instituição de Acolhimento
Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas
INESC Portugal 73
Universidade do Minho Portugal 40
Universidade Técnica de Lisboa Portugal 27
Universidade do Porto Portugal 22
Instituto de Telecomunicações Portugal 18
Universidade de Coimbra Portugal 17
Universidade de Aveiro Portugal 16
Universidade Nova de Lisboa Portugal 15
Universidade de Lisboa Portugal 6
INEB Portugal 2
Universidade do Algarve Portugal 2
Carnegie Mellon University EUA 1
CNIG Portugal 1
Ecole Nationale Supérieure des Télécommunications França 1
Massachusetts Institute of Technology EUA 1
Universidade Federal de Minas Gerais Brasil 1
University of Edinburgh Reino Unido 1
University of Hull Reino Unido 1
University of Leeds Reino Unido 1
University of Oxford Reino Unido 1
Total 24724
24 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de
acolhimento.
86
A duração média das bolsas foi de 18,0 meses, com um desvio padrão de 5,9 meses.
iv. Bolsas de Iniciação à Investigação Científica
As bolsas de iniciação à investigação científica destinam-se a jovens, licenciados
ou bacharéis, diplomados há menos de 2 anos, que estejam envolvidos preferencialmente
em dedicação exclusiva e em projectos de investigação apoiados pelo PRAXIS, a realizar
no país [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é anual, prorrogável até ao máximo de 3
anos.
Entre 1995 e 1999 foram iniciadas 64 bolsas de iniciação à actividade científica,
tendo no ano de 1997 ocorrido um pico de 33 bolsas (Figura 25).
14
4
33
8
5
0
5
10
15
20
25
30
35
1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 25 - Evolução do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Ano de Início de Bolsa
No período considerado, o INESC acolheu 25 dos 64 bolseiros (cerca de 39% do
total), seguindo-se o Instituto de Telecomunicações com 17 bolseiros (cerca de 27% do
87
total), pelo que estas duas instituições foram responsáveis pelo acolhimento de cerca de
65% dos investigadores com este tipo de bolsa (Tabela 41).
Tabela 41 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição deAcolhimento
Instituição de Acolhimento País N.º de Bolsas
INESC Portugal 25
Instituto de Telecomunicações Portugal 17
ISR Portugal 6
Universidade Técnica de Lisboa Portugal 6
Universidade Porto Portugal 4
Universidade Nova de Lisboa Portugal 3
Universidade de Aveiro Portugal 1
Universidade do Minho Portugal 1
Universidade do Porto Portugal 1
Total 64
Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento.
A duração média das bolsas foi de 18,6 meses, com um desvio padrão de 9,9 meses.
v. Bolsas para Técnico de Investigação
As bolsas para técnico de investigação destinam-se a proporcionar formação
complementar especializada a técnicos, em instituições de IC&DT nacionais ou
estrangeiras, no domínio da manutenção e funcionamento de equipamentos, de utilização
de infra-estruturas laboratoriais de carácter científico, apoiando o desenvolvimento de
projectos de investigação e inovação [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é
variável, até ao limite máximo de 2 anos consecutivos.
No período compreendido entre 1995 e 1999 foram iniciadas 36 bolsas para técnico
de investigação, as quais se distribuíram no tempo de acordo com a Figura 26.
88
4
10
11
6
5
0
2
4
6
8
10
12
1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 26 - Evolução do Número de Bolsas para Técnico de Investigação, por Ano de Início de Bolsa
A distribuição do número de bolsas em análise por instituição de acolhimento
encontra-se sintetizada na Tabela 42: o INESC e a Universidade do Porto são as
instituições de acolhimento com maior número destas bolsas, nomeadamente 8 bolsas
cada um (equivalente a cerca de 43% do total quando consideradas em conjunto).
Tabela 42 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição deAcolhimento
Instituição de Acolhimento País deAcolhimento
N.º deBolsas
INESC Portugal 8
Universidade do Porto Portugal 8
Instituto de Telecomunicações Portugal 3
Universidade Nova de Lisboa Portugal 3
Instituto Pedro Nunes Portugal 2
ISR Portugal 2
Universidade de Lisboa Portugal 2
89
Universidade do Minho Portugal 2
Universidade Técnica de Lisboa Portugal 2
Centro de CIM do Porto Portugal 1
CERN França 1
INEB Portugal 1
Instituto de EngenhariaMecânica
Portugal 1
Universidade de Aveiro Portugal 1
Total 3725
Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento, excepto uma, cujas
actividades foram desenvolvidas em França.
A duração média das bolsas foi de 17,4 meses, com um desvio padrão de 7,3 meses.
vi. Bolsas para Cientistas Convidados
As bolsas para cientistas convidados destinam-se a docentes ou investigadores
seniores residentes no estrangeiro, com curriculum científico de mérito
reconhecidamente elevado, para apoio a actividades de formação avançada e de
investigação científica em Portugal [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é variável,
entre um mínimo de 3 meses e um máximo de 2 anos.
Entre 1995 e 1999 foram iniciadas 9 bolsas para cientistas convidados, as quais se
distribuíram nesse período de acordo com o ilustrado na Figura 27.
25 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de
acolhimento.
90
4
2
1 1 1
0
1
2
3
4
5
1995 1996 1997 1998 1999
Ano
N.º
de
Bol
sas
Figura 27 - Evolução do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Ano de Início de Bolsa
A distribuição das bolsas por instituição de acolhimento pode ser observada na
Tabela 43: 5 entidades pertencentes ao Sector Ensino Superior acolheram 6 bolseiros, 3
entidades pertencentes ao Sector IPSFL acolheram 5 bolseiros e 1 entidade pertencente
ao Sector Empresas acolheu 1 bolseiro.
Tabela 43 - Distribuição do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Instituição de Acolhimento
Instituição de Acolhimento País N.º de BolsasINESC Portugal 3Universidade de Aveiro Portugal 2INEB Portugal 1Instituto de Telecomunicações Portugal 1Oblog Software, S.A. Portugal 1Universidade do Porto Portugal 1Universidade de Lisboa Portugal 1Universidade do Algarve Portugal 1Universidade Técnica de Lisboa Portugal 1
Total 1226
26 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de
acolhimento.
91
Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento.
A duração média das bolsas cifrou-se em 10,9 meses, com um desvio padrão de 5,8
meses.
3.8 Eventos de IC&DT Financiados via FACC
O Programa FACC (Fundo de Apoio à Comunidade Científica) tem por objectivo
apoiar, de forma selectiva, iniciativas de interesse para a comunidade científica
portuguesa que concorram para a promoção de actividades de IC&DT e/ou de transmissão
de conhecimentos em todos os domínios científicos [http://www.fct.mct.pt/facc].
De acordo com o regulamento do Programa FACC, disponível em
http://www.fct.mct.pt/facc, são apoiadas actividades de organização de reuniões científicas
em Portugal, edição de publicações periódicas de reconhecido mérito, funcionamento de
sociedades científicas ou outras instituições científicas da mesma natureza, edição de
publicações não periódicas de reconhecido mérito e, em condições especificamente
determinadas, participação em reuniões científicas no estrangeiro de estudantes de
pós-graduação ou investigadores pós-doutorados residentes em Portugal e estada em
Portugal de cientistas residentes no estrangeiro.
No Anexo I listam-se os eventos financiados pelo FACC, inseridos na área científica
de Engenharia Electrotécnica e Informática, para o ano de 1999. Os 16 eventos
financiados ascenderam a um total de 8.500 contos. Nota-se que não foi possível coligir
dados referentes a outras vertentes do Programa FACC tais como edição de publicações,
funcionamento de sociedades científicas, etc.
92
4. Conclusão
No final deste relatório crê-se estarem reunidas as condições para derivar algumas
conclusões sobre as actividades de investigação científica e desenvolvimento
tecnológico efectuadas em Portugal no domínio da Engenharia Electrotécnica e
Informática. Lamentavelmente, por inexistência de dados e falta de documentação não é
possível apresentar conclusões específicas ao verdadeiro domínio científico de interesse
(tecnologias e sistemas de informação), nem tão pouco perspectivar o papel do Sector
Empresas para o domínio considerado.
Globalmente, a IC&DT desenvolvidos na área Engenharia Electrotécnica e
Informática é de nível elevado.
Os investigadores possuem elevada qualificação profissional, em especial no que
concerne a investigadores doutorados a desenvolver actividades nos Sectores IPSFL e
Ensino Superior, dinamismo e uma média de idades relativamente baixa, na ordem dos 34
anos. Refira-se ainda o número substancial de doutoramentos, em crescendo desde 1986
(ano de entrada de Portugal na Comunidade Europeia), o que se reflecte na posição de
destaque ocupada pelo domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática no universo
de todos os doutoramentos nacionais. Por outro lado, o número de investigadores do
sexo feminino é francamente inferior ao número de investigadores de sexo masculino.
Referentemente à condução das actividades de IC&DT verifica-se a premência do
surgimento de lideranças fortes a nível das direcções das instituições de IC&DT, dos seus
grupos de investigação e dos projectos desenvolvidos.
Em termos da distribuição geográfica da despesa e recursos humanos notam-se
diversas assimetrias, com especial incidência nos distritos de Lisboa e Porto, apesar do
Sector Ensino Superior apresentar uma boa dispersão nacional.
93
Finalmente, refere-se a grande expressão da participação portuguesa em programas
comunitários de IC&DT na área das Tecnologias da Informação e Comunicações, o que
indicia um papel de relevo do domínio específico das Tecnologias e Sistemas de
Informação no âmbito da participação nacional, uma apreciável capacidade de resposta
do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia neste domínio em particular e um
considerável alinhamento nacional com as apostas estratégicas da União Europeia em
termos de actividades de IC&DT.
94
Referências
Alter, S.1996 Information Systems: A Management Perspective, The Benjamin/Cummings Publishing Company, Menlo
Park.
Breukel, A. e J.L. Simons1993 Competitive Strategy and Organizational Structure: Key Factors for Competitive Advantage with IT,
Proceedings of 1993 Information Resources Management Association International Conference,Harrisburg.
Caraça, J.M.G., F. Gonçalves, J.M.B. de Brito, A. Mateus, J.M.F. Ribeiro, A. Faísca e C. Moreno1993 Study of the Impact of Community RTD Programmes on the Portuguese S&T Potential, Junta Nacional
de Investigação Científica e Tecnológica, Lisboa.
FCT1999 Regulamento da Medida 4 do Programa PRAXIS XXI – Formação Avançada de Recursos Humanos,
Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Lisboa.
JNICT1996 Relatório de Actividades 1994 e 1995, Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica,
Lisboa.
OCDE1993 Frascati Manual, OCDE, Paris.
OCT1996 Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual - Engenharia Electrotécnica
e Informática, Observatório das Ciências e das Tecnologias, Ministério da Ciência e da Tecnologia,Lisboa.
OCT1999 Perfil da Investigação Científica em Portugal - Engenharia Electrotécnica e de Computadores,
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http://www.fct.mct.pt/projx/index2.htm
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http://www.fct.mct.pt/unidades/regulam/
http://www.fct.mct.pt/unidex/cabunid.htm
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http://www.mct.pt/ForumCT/texto.htm
http://www.mct.pt/novo/organi.htm
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http://www.oct.mct.pt/activ/ipctn97/ip_apres.htm
http://www.oct.mct.pt/estat/4c_comp.htm
http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm
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http://www.oct.mct.pt/htmldout/bdintro.htm
http://www.oct.mct.pt/htmlinst/bdintro.htm
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Anexos