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JORNAL ACADêMICO Boletim Informativo do Campus XV da UNEB ANO 2 - N°4 - Agosto de 2008/Fevereiro de 2009

UNEB-XV promove debate eleitoral pela primeira vez

Dr.Osvaldo (candidato), Carlos Eduardo (mediador)Cláudio______________________) Queiroz (candidato a re-eleição).

Pela primeira vez em sua história, o Campus XV da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Valença, promoveu um debate entre candidatos à prefeitura do município (Pág.3)

O Departamento de Educação do Campus XV da UNEB conta com nova configuração de gestão (Pág.3)

Campus XV da UNEB realiza I Seminário Educação e Ética: A prática do pensar o estágio nos espaços formais e não-formais (Pág.13)

CURTAS - (Pág. 14)

CULTURA & QUADRINHOS · Poesia: “A desintegração da entrega”

Suzana S.S. Andrade. (Pág.15) · Caça Palavras e Humor (Pág.16)

Editorial Transformação e Mudança são as duas palavras que representam o que de fato ocorreu no número 4 do nosso jornal acadêmico. (Pág.2) Artigos O desafio da avaliação na escolarização – Ricardo Japiassu (Pág.5) A herança das línguas africanas no português do Brasil – Joilene Nunes (Pág.7) Sou sem preconceito? - Patrícia Santana (Pág.9) Direito X Antidireito - Suzana S.S. Andrade (Pág.10) Ensino jurídico:em busca de práticas emancipatórias - Moacir Cortês (Pág.11)

O Ensino de Nove Anos: Repensando Práticas Construindo Saberes e Formação de Educador Popular numa Perspectiva Freiriana. (Pág.13)

Marque a sua presença no Encontro dialógico na leitura da questão Afro-brasileira (Pág.14)

Seminário Educação e Ética: a prática do pensar o Estágio nos Espaços Formais e Não-Formais (Pág.16)

Entrevista com Paulo José Gonçalves de Sousa, novo diretor de Departamento do Campus XV (Pág.17)

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Editorial “Nem só de retórica se faz um jornal. Nele vive também o sonho e a imaginação, em suma, o desejo de transformar.”

João Teixeira Lopes (sociólogo)

Transformação e Mudança são as duas palavras que representam o que de fato ocorreu no número 4 do nosso jornal acadêmico. Primeiro, os idealizadores do projeto inicial do jornal se afastaram e assumiu a coordenação à professora Maria José Etelvina dos Santos, que vem tentando junto com os colaboradores manter o mesmo nível de produção e veiculação das informações do campus. Segundo, a configuração gestora do departamento também mudou tendo o professor Paulo José Gonçalves Souza como diretor, que com sua sensibilidade vem mantendo um clima de serenidade e harmonia no departamento, muda também a coordenação do colegiado de pedagogia, tendo a frente à professora Cristiane Soares Mendes e no Colegiado de direito, o professor Sérgio Augusto Herreira Atauichi, como também a coordenação do NUPEX com a professora Maria José Etelvina dos Santos, como coordenador de Informática o técnico Weskley Lopes Fonseca, no financeiro Patrícia de Cássia Lima Vieira, na Biblioteca Eliecy Francisca dos Santos, na secretaria da direção Lucinéia Pereira Mota e na secretaria acadêmica nosso querido Michel Charles da Anunciação que vêm realizando um ótimo trabalho em suas respectivas áreas. Enfim, ano novo e vida nova no departamento, com olhar diferenciado, ações delineadas por novas forças e energias operando em sintonia com o todo.

Inicialmente, fizemos uma pesquisa com o coletivo sobre o formato e a configuração do jornal e recebemos vários e-mails e respostas positivas quanto à permanência da mesma configuração e formato, o que, levou-nos a permanência do estilo inicial, acrescentando apenas uma página com poesias, piadas, caça-palavras e dicas gerais sobre a vida, as relações humanas e o convívio social. Os projetos de extensão, os encontros, seminários, fóruns e entrevistas que ocorreram no campus durante o período de edição foram documentados e estão em destaque por todo o corpo do jornal, como também os artigos e textos enviados e demos prioridade àqueles textos que estão no aguardo desde a edição passada e não foram publicados por falta de espaço no número anterior do jornal e estão sendo publicados agora nesta edição.

Enfim, sensibilidade, harmonia, bem-aventurança, solidariedade, coesão, relações humanas melhoradas, prazer de ensinar e aprender, acolhimento, compaixão, respeito, compreensão e um felicíssimo ano novo para todos que compõem o coletivo do departamento de educação campus XV da Universidade do Estado da Bahia, é o que deseja a coordenação e colaboradores do Jornal Acadêmico Campus XV.

JORNAL ACADÊMICO DO Campus XV DA UNEB- Uma publicação do DEDCXV Rua Cecília Meireles, S/N- Centro- Valença-Ba Tel.: (75) 3641-0599/ E-mail:[email protected]

Reitor Coordenação do NUPEX Monitora Institucional Lourisvaldo Valentim da Silva Maria José Etelvina dos Santos Joice de Jesus Oliveira Pró-Reitor de Extensão Coordenação do Projeto Diagramação:Cristiano Vieira. Adriana Marmori Maria José Etelvina dos Santos Impressão: Laboratório de Impressão- . UNEB Direção de Departamento Ano: 2 Nº:4 Paulo José Gonçalves Tiragem: 1000

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CONFIGURAÇÃO DA NOVA GESTÃO

Pela 1ª vez a UNEB-XV PROMOVE UM DEBATE ELEITORAL

Direção de Departamento - Paulo Jose Gonçalves de Souza. Colegiado de Pedagogia-Cristiane Soares Mendes. Colegiado de Direito-Sergio Herreira Atauichi. Coordenação do NUPEX-Maria Jose Etelvina dos Santos. Coordenação de Informática - Wesckley L. Fonseca. Coordenação Financeira – Patrícia de Cássia L. Vieira. Coordenação Acadêmica – Michel Charles da Anunciação.

O processo de transformação da antiga para nova Gestão se deu de forma sensata e responsável, mantendo um clima de serenidade e harmonia no Departamento-Campus XV-Valença. Tal serenidade também foi observada durante todo processo de eleição e posse, e está sendo perceptível na gestão, que tem uma característica de Gestão Participativa.

O D.A de Pedagogia, juntamente com o D.A de

Direito promoveu um debate entre os candidatos

a prefeitura de Valença. Estavam concorrendo

quatro candidatos no qual. Só

compareceu o Dr. Oswaldo (PT) e o prefeito, até

então atual que luta pela re-eleição, Sr. Cláudio

Queiroz. O debate realizou-se no auditório do

Campus XV, e motivou muitas pessoas a se

deslocarem de suas casas para saber quais eram

as propostas de melhoria para a cidade de

Valença. Foi preciso a instalação de um telão na

parte externa do auditório para melhor

comodidade dos convidados e pessoas que se

fizeram presente naquele ato de cidadania

política.

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OPINIÃO

O Desafio da avaliação na escolarização: o estado da arte na pesquisa ao nível de graduação no DEDC Campus XV e uma proposta para a de(s)reitificação do conceito de “prova”

*Ricaro Japiassu é Ms. Dr. em Educação e Artes Cênicas, professor do Departamento Campus XV da UNEB

A Herança das línguas africanas no português do Brasil

* Joilene dos Santos Nunes é discente do curso de Pedagogia, VIII SEM. do Departamento Campus XV-UNEB

SOU SEM PRECONCEITO?

* * Patrícia Santos Santana é discente do IV sem. do Departamento Campus XV da UNEB.

*Suzana S. S. Andrade é discente do curso de Direito V sem. Departamento Campus XV

DIREITO x ANTIDIREITO

ENSINO JURÍDICO: EM BUSCA DE PRÁTICAS EMANCIPATÓRIAS Moacir Cortês Discente do curso de Direito V sem.Departamento Campus XV.

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O DESAFIO DA AVALIAÇÃO NA ESCOLARIZAÇÃO: O ESTADO DA ARTE NA PESQUISA

AO NÍVEL DE GRADUAÇÃO NO DEDC XV E UMA PROPOSTA PARA A DE(s)REIFICAÇÃO DO CONCEITO DE “PROVA”

Por Ricardo Japiassu, Professor Titular da UNEB XV

Vou tentar expor aqui, dentro das limitações impostas pelas recomendações editoriais do Jornal Acadêmico, alguns resultados que tenho obtido com a pesquisa da minha própria prática pedagógica numa perspectiva prático-reflexiva (NÓVOA, PERRENOUD, SCHÖN). O processo de avaliação dos componentes pedagógicos (disciplinas) sob minha responsabilidade tem sido desenvolvido articulando-se as dimensões AUTÔNOMA e HETERÔNOMA na mensuração do desempenho e produtividade acadêmicos dos cursistas. Isto é: propõe-se a participação dos alunos na definição dos índices numéricos que referem o seu desempenho e produtividade acadêmicos. A este sistema de avaliação o tenho referido valendo-me da consigna AVALIAÇÃO COLABORATIVA ou AUTO-SÓCIO-AVALIAÇÃO. Trata-se de um processo avaliativo participativo que é organizado com base na co-laboração de objetos de aprendizado relacionados aos assuntos de interesse do componente curricular tendo como eixo a pesquisa. Consiste portanto na operacionalização de um sistema alternativo, mais democrático, de avaliação do escolar, ao mesmo tempo em que busca atender às injunções do sistema educacional adotado pela UNEB e materializado (concretizado) pelo modelo “bancário” (FREIRE) oficial, padronizado, de diário de classe imposto a todos os docentes das UES da UNEB. Veja-se como o diário de classe tem sido preenchido por mim: PROFESSOR: RICARDO OTTONI VAZ JAPIASSU NOME DO ALUNO

Auto-conceito (cursista)

Sócio-conceito (pares)

Hetero-conceito (docente)

Aluno A 10 10 10 Aluno B 7 7 7 Aluno C - - - Aluno D 9 9 7

PROFESSOR: RICARDO OTTONI VAZ JAPIASSU

NOME DO ALUNO

Nº DE MATRÍCULA MÉDIA RESULTADO

FINAL

Aluno A 000000001 10 AC Aluno B 000000002 7 AC Aluno C 000000003 - RF Aluno D 000000004 8 AC

Fica claro que nos cursos dos componentes curriculares sob minha responsabilidade, conforme é possível constatar nas tabelas acima, está descartada a hipótese de reprovação do cursista, porque na avaliação colaborativa que proponho o menor índice numérico para referir o aproveitamento do aluno é 7 (SETE). A reprovação ocorre apenas nos casos de não atendimento por parte do escolar do percentual de freqüência mínima exigido (75% de freqüência) – caso do aluno C. Se o cursista demonstra insatisfação com a média a ele atribuída através deste sistema de avaliação cabe ao mesmo impetrar recurso junto à Coordenação Acadêmica da UES, nos prazos legais definidos pelo calendário da Universidade. Nesta hipótese, será facultado ao discente dissertar sobre um dos pontos do conteúdo programático da disciplina – que deverá ser escolhido por sorteio na ocasião de produção da “prova” na qual se baseia o seu pleito – no período (total de horas) de um encontro presencial, conforme a carga horária do componente curricular (60 e/ou 75h), ou seja: 4 (QUATRO) horas para os componentes de 60h e 5 (CINCO) horas para os de 75h, e assim por diante. Deste total de horas, a primeira 1 (UMA)

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hora será destinada à consulta bibliográfica e captura das eventuais citações bibliográficas de referências (livros, artigos, materiais etc) levadas ao local de realização da prova escrita, por cada um dos cursistas, quando e se os julgue útil na sustentação de sua argumentação. A elaboração da dissertação ocorrerá na presença de representante do Colegiado do curso no qual o aluno se encontra matriculado - e que tenha sido designado fiscal e zelador da lisura do processo examinatório do cursista. A prova escrita do seu aproveitamento, assim produzida, deverá ser examinada por docente da área de estudos do componente curricular, preferentemente pelo professor responsável pela avaliação (co)laborativa do cursista. Ao documento será atribuído valor de 0-10, podendo o cursista vir a ser reprovado. Será exigida a redação em folha de papel pautado, com cabeçalho contendo a identificação do documento por parte do próprio interessado, exlcusivamente em letra cursiva, legível, em tinta preta e ou azul – como é prática corrente nas IES públicas. E ainda caberá, como último recurso, o(a) acadêmico(a) solicitar uma BANCA EXAMINADORA para a defesa pública do seu pleito, e redação de parecer oficial, registrado através de ATA de qualificação da solicitação quanto à pertinência ou não do valor numérico atribuído ao documento (prova escrita) nestas circunstâncias produzido(a). Evidentemente são previamente acordados e detalhados os critérios objetivos da AVALIAÇÃO COLABORATIVA. A saber: (I) CONTÍNUO ou FORMATIVO: (1) Freqüência do cursista aos encontros presenciais e não-presenciais da turma (na sala de aula virtual); (2) Interação verbal (falada e escrita) nas discussões presenciais e não-presenciais da turma; (3) Engajamento produtivo em projeto de co-laboração de objetos de aprendizado-OA. (II) INTEGRATIVO ou SOMATIVO: Compreendendo 10 (DEZ) verificações de aprendizado. Às verificações de aprendizado discriminadas no item (II) do detalhamento dos critérios para a avaliação colaborativa SERÃO atribuídos valores numéricos; a cada uma delas corresponderá um dígito (1 ponto), perfazendo o total de 10 (nota máxima) da AUTO/SÓCIO/HETERO avaliação. A proposta apresentada aqui vem ao encontro de uma demanda por discutir-se e problematizar-se o tema da AVALIAÇÃO constatada em trabalhos de conclusão de curso apresentados ao DEDC XV até o primeiro semestre de 2004 (Consultar relatório da Coordenação de Pesquisa/CoPesq do NUPEX do ano em referência). Até o final de 2004.1 somavam 13 (TREZE) os trabalhos de conclusão de curso sobre a problemática da AVALIAÇÃO. Pode-se afirmar que a temática preferida dos cursistas da Uneb/Campus XV teria sido até aquela data as questões relacionadas à problemática da avaliação, seguida de perto pelos problemas referentes à aquisição da leitura e da escrita (lectoescrita). Além dessas temáticas destaca-se ainda o interesse dos acadêmicos pelo estudo (1) dos problemas próprios à educação de jovens e adultos; (2) das relações entre as novas tecnologias da informação e comunicação com a educação e (3) da indisciplina e agressividade (violência) na escolarização. Em contraste, os temas menos pesquisados até então dizem respeito à educação ambiental, à cultura de frutos da terra e do mar no Baixo Sul baiano (pesca artesanal, maricultura, agricultura familiar, cultura do cravo e do dendê), à sexualidade, à filosofia da educação, à evasão escolar, educação para o trânsito e ao binômio Turismo-Educação.

Evidentemente será necessário prosseguir na produção dos dados sobre a pesquisa no DEDC/Campus XV. As informações apresentadas aqui traduzem apenas os resultados parciais obtidos com a deflagração do processo de mapeamento da pesquisa na UES. Este trabalho deve ter continuidade e, certamente, mais adiante, fornecerá um perfil mais nítido das práticas investigatórias no Campus XV.

Algumas recomendações da CoPesq do NUPEx ao DEDC/Campus XV, na ocasião, com base nos resultados parciais obtidos pelo levantamento da produção investigatória na UES, são: “RECOMENDAÇÃO PRIMEIRA - O trabalho de digitalização dos dados relativos à produção acadêmica do DEDC/Campus XV necessita ser dinamizado exigindo-se que os autores de monografias e TCCs apresentem, paralelamente às respectivas encadernações de suas produções, o resumo técnico do trabalho em DISQUETE acompanhado de sua respectiva CÓPIA IMPRESSA (do resumo técnico). Essa necessidade aparece nitidamente quando se considera o fato de que quase todas as monografias entregues – e aceitas – pelos colegiados dos cursos de graduação e pós-graduação encontram-se, por exemplo, sem os respectivos resumos técnicos. Isso solicita – descabidamente - a leitura das

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monografias e a elaboração dos resumos por parte dos pesquisadores da educação da/na UES. Um trabalho que não se justifica necessário sobretudo quando, se espera, as monografias e TCCs sejam entregues com os seus resumos técnicos redigidos pelos seus autores, facilitando a visibilidade e digitalização/informatização do acervo. Só a partir de rigoroso acompanhamento dos trabalhos monográficos desenvolvidos pelos cursistas, através evidentemente do esclarecimento necessário por parte de seus respectivos professores-orientadores, torna-se possível a composição de um banco de dados sobre a pesquisa na UES. O DEDC/Campus XV não deve aceitar, de agora em diante, e em hipótese alguma, trabalhos sem os respectivos resumos técnicos aqui referidos.”

A seguir segue explicitado o conteúdo do resumo técnico requestado pela CoPESq: “Em um resumo técnico deve constar obrigatoriamente (1) o tipo de pesquisa desenvolvida (se pesquisa empírica ou teórica); (2) a metodologia utilizada pela investigação (por exemplo, se estudo de caso, observação participante, história oral, pesquisa bibliográfica, documental, survey etc); (3) um resumo do trabalho no qual são descritos brevemente a temática abordada, os conteúdos dos capítulos, as principais referências teóricas utilizadas pelo autor além dos resultados e conclusões obtidos com a investigação (máximo de 200 palavras); (4) palavras-chave do estudo (máximo de 5 palavras); e (5) Identificação e dados biográficos dos autores (titulação, instituições nas quais trabalham, endereço de correio regular e eletrônico além de telefones para eventual contato).” Vale ainda a pena lembrar que o resumo técnico - necessário à digitalização do acervo - não se confunde com o resumo da monografia (elemento pré-textual da estrutura de trabalhos acadêmicos). O resumo técnico é um expediente recomendado para uma ágil e eficiente composição da base de dados sobre a pesquisa na/da UES: “RECOMENDAÇÃO SEGUNDA – Sem a cooperação por parte do corpo docente, particularmente no que diz respeito à transparência de informações sobre os seus respectivos projetos de pesquisa na UES, torna-se inócua a tarefa de delinear a “cara” da pesquisa no DEDC/Campus XV. É importantíssima a cultura da comunicação dos resultados obtidos pela pesquisa. Sem a comunicação dos resultados alcançados pelos professores-pesquisadores da UES seus estudos deixam de constituir oficialmente o acervo de conhecimentos em construção e/ou construídos pela comunidade acadêmica. Solicita-se encarecidamente a todos os acadêmicos e docentes-pesquisadores da UES que procedam o cadastramento de seus estudos junto à Biblioteca da UES e ao NUPEx/Campus XV.” Por ter em vista a excelência acadêmica deste conceituado Departamento de Educação e a consolidação das bases da pesquisa na/da UES - tendo em vista a consolidação da emergente atividade de pós-graduação no Campus XV é que as recomendações acima apontadas constituem importantes mecanismos para o desenvolvimento e consolidação desta complexa atividade acadêmica no DEDC XV. Por fim, resta-me conclamar a comunidade acadêmica (discentes e docentes) a colaborarem com o mapeamento da pesquisa na graduação, buscando enredá-los, todos, no processo de co-construção das bases para a emergente atividade de pós-graduação no/do Campus XV.

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A HERANÇA DAS LÍNGUAS AFRICANAS NO PORTUGUÊS DO BRASIL

Joilene dos Santos Nunes1

Sabe-se que o português falado no Brasil é totalmente diferente do português falado em Portugal

e outros países por eles colonizados. Essa diferenciação deve-se a interação entre os vários povos que

vieram para o nosso país. As contribuições à nossa língua são muitas, entre elas está a grande

contribuição das línguas africanas trazidas pelos escravos. Por muito tempo no Brasil deixou-se à margem

os chamados africanismos, por serem considerados de classe inferior, como se a herança do povo africano

não estivesse implícita, ou por não dizer explicita no dia-a-dia da sociedade brasileira.

1 Graduanda do 8º semestre do curso de Pedagogia na Uneb Campus XV - Valença

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Segundo Castro (2006), do século XVI ao século XIX vieram para o Brasil, como escravos,

cerca de quatro a cinco milhões de africanos de duas regiões da África Subsaariana: a região banto e a

região sudanesa. Com eles também vieram seus costumes e uma grande variedade de línguas, cerca de

200 a 300 aproximadamente, sendo as mais faladas no Brasil o quicongo, quimbundo e o umbundo da

região banto e o ioruba e a we-fon da região sudanesa.

Tendo que se adaptar à nova terra e à nova língua, os negros foram forçados a renunciar à sua

língua materna, tendo que aprender, mesmo de forma imperfeita, o português. Porém o português que

aprenderam tornou-se simplificado com dizeres africanos embutidos, o que contribuiu para a chamada

“língua geral”, usada no Brasil até meados do século XVIII. Neste mesmo século, o Marques de Pombal,

preocupado com o “multilinguismo” existente no país e a importância da “língua geral”- considerada

inferior- para a comunicação da colônia, decretou o Português como língua oficial do Brasil, coibindo o

uso das demais. Com isso, “as medidas pombalinas tentaram reprimir o uso da língua geral e de outras

línguas indígenas. A difusão da língua portuguesa fazia parte do projeto educacional do Estado Imperial.

Com a educação esperava-se formar uma vontade coletiva, e poder vislumbrar uma unidade em meio a

tantas resistências, atrasos, barbáries” (Lima, 2001). Ainda segundo Lima (2001), a imposição de uma

uniformidade na língua portuguesa foi um problema para a formação dos Estados Nacionais, sendo o

desprezo a qualquer variação regional ou social, línguas indígenas ou africanas, a principal atitude,

tomada para tentar manter o padrão considerado correto.

Por ser em grande número, os escravos, influenciaram muito da língua brasileira. Segundo

Castro (2006), com a convivência de “falantes africanos” com a língua portuguesa, houve um processo de

africanização do português e um aportuguesamento do africano. Essa interação entre as línguas foi

facilitada em função da semelhança estrutural entre elas, dentre essas semelhanças podemos destacar o

sistema de sete vogais orais e a estrutura considerada ideal (consoante vogal, consoante vogal). A difusão

das línguas africanas se acentuou principalmente nas zonas rurais e cidades distantes da capital, como é o

caso de Salvador e Recôncavo Baiano, onde 75% da sua população é composta de negros e descendentes

que vem “assimilando e integrando elementos da cultura africana e européia através dos séculos”. (

Castro, 2001)

Muitas são as palavras de origem africana que utilizamos em nosso vocabulário; palavras estas

que já estão incutidas em nosso dia-a-dia que nem sabemos sua procedência. Yêda de Castro doutora em

línguas africanas, em seus vários estudos, já identificou a origem de diversas palavras africanas. Dentre

elas podemos citar:

Samba, xingar, muamba, tanga, sunga, jiló, maxixe, berimbau, forró, capanga, banguela,

cachaça, cachimbo, fubá, mocotó, maracutaia, gogó, terreiro, xodó, caçula, dengo, bagunça, moleque, fé,

zangado, cafuné, jabá, calango, macaco, canjica, ginga, zunzum, batuque, carinho, missanga, cacimba,

munguzá, capenga, cochilar, pirão, quitanda, cocunda, mandiga, bangüê, banana, bugiganga, quibebe,

marimbondo, fuzuê, mulambo, camundongo, gorila,dendê, dengue, garapa, muxoxo, patuá, orangotango,

bunda, caçua, calundu, calunga, candomblé, canjerê, capeta, caxinguelê, ioiô, maracatu, maracaxa,

quiabo, quitute, titica, tutu, xuxu, vatapá, coringa, chicana, zabumba, bocó, macambúsio, moranga,

moqueca, babá, caçamba, andu, caxumba, orixá, Oxóssi, Exu, peji, mandu, zumbi, oxé, iaiá, xongô,

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Oxalá, ogum, timbaú, cuíca, agogô, lundu, balagandã, congo, erê, atabaque, peneira, Omolu, ebó, gueto,

maculelê, saravá, farofa.

Fazendo um pequeno estudo nos dicionários Ximenes e Aurélio percebe-se que algumas palavras

citadas acima já estão dicionarizadas, porém não traz a informação sobre a sua origem ou formação.

Outras contribuições também são citadas por Castro (2001), como na morfologia, sintaxe, fonologia e

pronúncia ( as casa, foló, Brasiu) evidenciando ainda mais a influência africana no nosso dia-a-dia. Nos

cultos afro-brasileiros, ou candomblé, a influência das línguas africanas é mais acentuada, pois, há uma

certa resistência às mudanças trazidas dos contatos com outras línguas, resguardando assim as chamadas

“línguas - de - santo”, utilizadas nas saudações, nos cânticos, objetos sagrados, nomes de santos, nomes

de iniciantes, nos falares no momento de transe.

As contribuições das línguas africanas na nossa língua são muitas, porém sabe-se muito pouco

sobre sua origem. O que não se pode, é negar essas contribuições que foram de suma importância para o

desenvolvimento e formação de uma língua tão singular como a língua brasileira.

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SOU SEM PRECONCEITO?

Patrícia Santos Santana2

No Brasil foi embutido um padrão universal oriundo da colonização européia, nos tornando

reflexo de uma imagem na qual a maioria da população brasileira não se enquadra. A negação da

diversidade tem o propósito da perpetuação de que existe uma raça superior sendo ela dominante (branca)

e os dominados que em sua maioria compõem a população de baixa renda (negra). Proponho que façamos

uma análise ao sistema desigual que impera e vem se perpetuando na sociedade, nos fazendo acreditar

que nossa realidade é o reflexo da própria incapacidade racial reafirmando a desigualdade, a exclusão, o

autoritarismo, a inferioridade e a continuação da aculturação da população negra.

Esse modelo social no qual, os fatos não são observados pela sua origem e sim pelos seus

resultados, criando assim conceitos irreais, deturpados, que acabam adentrando a sala de aula

contradizendo um ambiente que deveria ser socializador, laico... tornando-se um espaço de afirmação ao

preconceito, destorcendo as manifestações populares que não correspondem à cultura européia, cujo

desconhecimento dos professores e professoras no que diz respeito à cultura africana e as suas

contribuições para com mundo, particularmente o Brasil, agrava ainda mais este círculo de inverdades e

de negação.

Ironicamente, o país que vivemos foi invadido e denominado de Brasil pelos europeus em 1500,

mais que poucos reconhecem que foi construído pelos escravos africanos e filhas(os) de negras(os), aonde

fomos vítimas de um silenciamento, diria até que ocorreu uma controvérsia dos fatos, pois os vilões se

tornaram heróis e os heróis se tornaram vilões. Que contradição, o dominador é totalmente dependente do

2 Graduanda em Pedagogia IV semestre na Universidade do Estado da Bahia - UNEB Campus XV - Valença

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dominado, mas se acha superior agregando a um artifício da tonalidade da pele para defender os seus

próprios interesses econômicos e políticos de forma alienadora afirmando uma cultura branca excludente.

É bom pensarmos na tal LIBERTAÇÃO ocorrida em 1888 na qual não foram criadas políticas de

inclusão e reparação direcionadas aos ex-escravos e ex-escravas, mesmo quando colocados na condição

de subalternos não anulam o fato de serem pais, mães, mulheres, homens, filhas, filhos, amantes, enfim,

seres humanos.

Trago esta abordagem, pois acredito ser de grande valia, pois quando falamos da escravidão de

forma tão racional parece que existiu ou só existe no livro didático na disciplina de História e ainda de

forma bem ilusionista, é como se 388 anos não significassem nada. Hoje é fácil declarar que não existe

raça só uma, a humana, que abrange preto, branco, amarelo todo o arco-íris, mas, diria que a diferença de

fato ela não existe biologicamente, isso não equivale dizer que historicamente e na prática ela não exista.

Acredito que a desigualdade racial foi e vem sendo camuflada, pois está tão enraizada que

deixou de ser uma coisa externa e se naturalizou de tal forma que passamos a desempenhar dois papéis o

de vítima e o de agressor ao mesmo tempo. Esse dilema ocorre mais ou menos assim: “somos muitos

(população negra), mas nos acham pouco (inferiores) e agredimos os poucos (pessoas que também são

vítimas do preconceito), quando a questão é de muitos (o modelo imposto na sociedade)”.

Na realidade vivemos um antagonismo social um desequilíbrio que perpetuou na sociedade

passada compondo o cenário da sociedade atual. Enquanto uns tem muito e outros tem pouco, é uma

sociedade contraditória cuja letra do alfabeto descreve o status social do indivíduo. É uma verdadeira

relação de força (branco x índio x negro), que abrange o lado econômico (rico x pobre) e cultural (arte x

folclore x exótico). Então lhes proponho a pensar e refletir em cima dos nossos próprios discursos, neles

afirmado que somos sem preconceito, ai vem o X da questão: o preconceito muitas vezes age de forma

silenciosa.

Agora falta saber onde ele se esconde? Está em mim ou em você? Sou sem ou com preconceito?

Esta pergunta é de fundamental importância para reconhecermos e darmos voz ao nosso preconceito,

reconhecendo de forma consciente no intuito de desconstruírmos e dar voz ao grito de justiça, através da

auto-avaliação (de mim para mim mesma), almejando assim uma prática ideologia de vida e sociedade

igualitária.

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DIREITO x ANTIDIREITO

Suzana S. S. Andrade3

Direito é entendido, por vezes e, quase sempre, como mero fator normativo, ou seja, uma visão extremada de um positivismo frio, lógico-sistêmico e mecanicista. No entanto, faz-se necessário encará-lo como

3 Graduanda do Curso de Direito V sem. da Universidade do Estado da Bahia- UNEB-Campus XV-Valença.

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reflexo da conduta social e como um elemento capaz de apaziguar, assim como conciliar as relações interindividuais, objetivando sempre a Justiça por intermédio da segurança jurídica.

Neste sentido, o Direito não deve ser estático, tampouco imutável, haja vista que deve evoluir de acordo com as transformações sociais e com os novos conflitos que a sociedade vivencia. É necessário que seja desmistificada e anulada a idéia, também a prática, de que o Direito, dotado de poder coercitivo, está em função de interesses particulares, possibilitando a ação de uma classe dominante em prol da expropriação de uma classe dominada. Entenda-se, aqui, expropriação no sentido mais amplo que a palavra possa designar, sendo assim de idéias, de força intelectual e física, de ideologia, dentre outros. Não podemos, entretanto, sermos românticos a ponto de confundirmos a prática atual do Direito com a função social do seu dever-ser. A realidade é muito mais agreste e promíscua do que possa ser imaginada. Muitos são os interesses que passam, por vezes, despercebidos nos bastidores da seara jurídica; a desproporção entre delito e pena, por exemplo, tem muito mais ligação na análise do agente, do que da prática delituosa. Os meios midiáticos veiculam constantemente o Direito ao antidireito, e a sociedade já não se sente amparada pelo Estado. A verdade é que o Estado mecanizou-se, os indivíduos enquadram-se numa perspectiva cartesiana, desprovidos de raciocínio, de interesses e de vontades. Parafraseando Karl Marx, todo uso da hermenêutica na aplicação do Direito, dissolve no ar. O que restou foi o Direito Objetivo numa exaltação formalista positivista ortodoxa, em total paradóxico com a idéia do que poderia ser. As cadeias e presídios estão superlotados, os meliantes quando retornam ao convívio social estão menos socializados do que quando tiveram a restrição de sua liberdade e muito mais revoltados com a máquina estatal, deste modo, os conflitos tornam-se ainda mais gritantes e salutares. O Direito, por sua vez, propõe uma humanização que, na prática destorcida, desumaniza os indivíduos e encarcera-nos na condição de reféns da insegurança de uma sociedade que a lei não beneficia a todos, que a justiça é parcial e voltada a interesses alheios ao bem comum. No entender de Roberto Lyra, “as ideologias jurídicas é filosofia corrompida, infestada de crenças falsas e falsificada consciência do que é jurídico, pela intromissão de produtos forjados pelos dominadores”, ideologia que, muitas vezes, reduz o Direito a uma norma fria. Faz-se relevante a impregnação da concepção dialética na prática do nosso Direito, isso implica a necessidade de uma sinalização de um modelo sociológico dialético. Bis in idem, com valores fundamentais eleitos pela própria vivência societária secular, será alcançada a Justiça, no sentido literal da palavra, com um Direito mais lapidado e mais Direito.

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ENSINO JURÍDICO: Discente do Curso de Direito, EM BUSCA DE PRÁTICAS EMANCIPATÓRIAS. V Semestre, UNEB – Campus XV.

Já te parece comum a clarividência de um vazio que se sente nos departamentos, nas salas de

aulas e nos corredores das Faculdades e Universidades atuais do Direito? Esse vazio de grandiosidade

intelectual que se apoderou do espírito dos professores? Esse vazio de ideais que as ideologias dos

poderes de forma rasteira destroem? Esse vazio de comprometimento emancipatório? Infelizmente, pode-

se dizer que sim.

O ensino jurídico atual, pelo menos teoricamente, tem se fincado em um pensar que objetiva um

ideal de mais ciência, de mais técnica, de mais domínio da realidade, de mais bem-estar e mais felicidade.

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Anedótico perceber é o tipo de conhecimento dominador e utilitarista que ainda permea grande parte dele,

e que se estabelece através de padrões enferrujados e das formas de pensar dogmatizadas e subservientes

aos poderes instituídos. Nele, ainda impera um ideal de domínio e de prepotência.

Um ensino, no qual qualidade e quantidade, não poucas vezes, andam afastadas. As pessoas, em

seus sonhos de ter uma boa formação profissional, estão se inserindo cada vez mais num esquema de

proliferação de novos cursos, totalmente desacompanhados de qualidade, da almejada qualidade técnica-

estrutural. E este problema, por sua vez, já é o resultado de variáveis como os antiquados conteúdos e

métodos aplicados; o perfil dos atuais/velhos professores; e a qualidade do profissional que se forma deste

esquema, desta grande cadeia de fatores.

Tornou-se comum encontrar conteúdos e métodos que se encerram no hermetismo das grades

curriculares dos cursos, e assim estáticos. Da mesma maneira, não é muito difícil encontrar corpos

docentes passíveis de posturas dogmáticas e vaidades escancaradas, prepotências e manifestações de

poder que os cargos paralelos lhe conferem, esquecendo-se que no mundo da educação, devem ser apenas

professores e não juizes, ou operadores do Direito de outra espécie. Muitos destes professores passam aos

estudantes apenas uma concepção legalista e formalista do Direito, embasada fortemente num feroz

positivismo kelseniano, e num ritual de aulas monologadas e verbalizadas. Além de tudo, não são poucos

os docentes de Direito que já encarnam algumas características clássicas, como revela Cláudio Souto em

seu livro Sociologia e Direito: não trabalha em pesquisa (tem outras funções paralelas à de professor)

ensina, em geral, uma só disciplina (o que lhe retira a visão interdisciplinar); não oferece orientação

devida aos estudantes (indisponibilidade de tempo); não participa da vida universitária; boicota os

movimentos docentes de reivindicação de melhorias (sempre inexpressivos se comparado a suas rendas

mensais).

Diante desta realidade a simples pergunta que se faz é “O que fazer então?” . Primeiramente,

mister se faz, nós acadêmicos de direito começarmos a entender o ensino jurídico também como um dos

aspectos triádicos da educação, de forma conjunta com a pesquisa e a extensão, e que por principio, não

se pode desenvolver de qualquer maneira. O modelo de Educação o qual o Direito deve ao menos tentar a

inclusão é o de um processo que ajuda a alcançar a plena formação do homem, o seu desenvolvimento, o

seu crescimento, a sua maturidade, que oferece uma maior capacidade de enfrentar a vida, clarificando os

horizontes nos vultos da incerteza e permitindo um autodirecionamento para verdadeira e plena liberdade.

Importante é desejarmos sinceramente uma gradativa virada de mesa, e de logo começarmos a

substituir os ideais de domínio e prepotência pelo de solidariedade e o de alteridade, formando novos

pensares e novas perspectivas de futuro. E neste sentido, por que não ambicionarmos conteúdos

programáticos bons suficientes para formar um perfil profissional condizente com a realidade social onde

estão inclusos os formandos, e que aproveitem todos seus potenciais e ideais, fomentando assim a

liberdade? Por que não exigirmos na frente do ensino jurídico um corpo docente que possua um

considerável conhecimento das disciplinas, que proporcione aos estudantes uma visão interdisciplinar,

despido de vaidades, e que efetivamente esteja imbuído da formação de profissionais, e acima de tudo, de

pessoas?

È fato !!! Os estudantes de direito almejam um ensino jurídico que os prepare para

instrumentalizar o próprio Direito como uma prática emancipatória da sociedade, que possibilite efetivas

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soluções de conflitos e estabeleça novos moldes de sociabilidade e solidariedade; que traga

predisposições para conhecer de forma inteligente, de forma libertadora, fundamentalmente libertadora,

como o próprio Direito é. De certo, não mais repetindo e reproduzindo uma herança indesejável.

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I Seminário Educação e Tecnologias: construindo redes de produção e difusão de conhecimento

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O Ensino de Nove Anos; Repensando Práticas Construindo Saberes e Formação de Educador Popular numa Perspectiva Freiriana, foram projetos realizados com o apoio e desenvolvimento do Campus XV-Valença.

O Seminário Educação e Tecnologias: Construindo redes de produção e difusão de conhecimentos foi realizado com a finalidade de fortalecer estudos e práticas pertencentes a este tema no espaço acadêmico do Departamento de Educação do Campus XV da UNEB, através do debate entre pesquisadores e acadêmicos de diferentes instituições, da socialização de pesquisas em torno da relação Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação, identificando o potencial de produção e difusão do conhecimento por meio desses elementos tecnológicos. O evento aconteceu nos dias 19 e 20 de setembro na sede do Departamento em Valença e contou com a presença de Doutores e Mestres que realizaram palestras sobre diferentes abordagens como a Dra. Raquel Recuero, professora da Universidade Católica de Pelotas – UCPel, que realizou a conferência de abertura falando sobre Comunidades de aprendizagem na WEB e práticas sociais.

Na manhã do dia 20, foram abordados temas como Potenciais das tecnologias digitais nos processos de aprendizagem através de uma Mesa Redonda composta pelas professoras, da MS. Andréa Lago (UNEB) e Simone Lucena (NTE) e Tecnologias e Linguagens: uma reflexão contemporânea com a Dra. Adriana Clementino da UFJF. E contamos ainda, com a participação da Dra. Terezinha Fróes, da UFBA que falou sobre Produção e difusão do conhecimento em rede e do Dr Arnaud Lima Jr e MS. Mary Valda Sales da UNEB que falaram sobre Processos de Formação a Distância: políticas, tecnologias e práticas. O seminário foi coordenado pela professora deste Departamento, MS.Vânia Valente e contou o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB e o apoio da Pro-Reitoria de Extensão –Proex da Uneb. Agradecemos, portanto, a todos que colaboraram com essa produção: monitores, pesquisadores que colaboraram e abrilhantaram o evento e ao público de mais de 250 pessoas, estudantes e profissionais, que participaram do evento.

O curso aconteceu no Município de Taperoá, com a parceria da Universidade do Estado da Bahia-Departamento de Educação Campus XV-Valença e a prefeitura de Taperoá. O objetivo dos Projetos foi de proporcionar um curso que acarretasse questionamentos e reflexões pelos docentes a cerca de suas praticas pedagógicas, podendo assim obter novas configurações de sua práxis. Os cursos foram ministrados pelas professoras Dídima Maria de Mello e Ana Lúcia Nunes Pereira.

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Marque a sua presença no Encontro dialógico na

leitura da questão Afro-brasileira. Cora Corinta

Na condução da disciplina Educação e Cultura Afro-brasileira no Curso de Pedagogia da

Universidade do Estado da Bahia/ UNEB - Campus XV - Valença, sentimos necessidade de ampliar o debate de uma temática que nos chega pulsante de discussão para além da possibilidade de uma leitura em livros no espaço da sala de aula. Buscando oxigenar os anseios de iniciarmos no empreendimento para a elaboração de conceitos como: cultura – civilização – alteridade (corpo) – raça – etnia – discriminação e racismo (sentimento e ressentimento de discriminação) – reparação da condição afro-descendente, estamos propondo a realização de uma reunião pedagógico-didática, ampliada, denominada de “Encontro dialógico na leitura da questão afro-brasileira” conforme programação (básica inicial) em anexo.

O objetivo deste encontro é garantir espaços de diálogos no Campus XV que sinalize para a reflexão dos conceitos acima citados. É também intenção ampliar o debate junto à comunidade valenciana na possibilidade de pensar e discutir questões afro-brasileiras “bebendo da fonte” num debate interativo com intelectuais artistas religiosos acadêmicos e curiosos afins que estudam e elaboram conceitualmente esta temática.

Para sinalizar os rumos do dialogo uma primeira questão que nos chega é a proposição do conceito de CULTURA como categoria normatizadora da condução da discussão. Ou seja, a que se deve a disciplina regulamentar no curso de pedagogia está denominada de “Educação e cultura afro-brasileira”. Por que não: civilização afro-brasileira? Neste sentido esta disciplina poderia chamar-se: Educação e a questão afro-brasileira? Educação afro-brasileira?. Dizer cultura nos colocaria de encontro a uma abordagem em antropologia (ressaltando a perspectiva colonialista)? Se sim, indagaríamos se este caminho supostamente hegemônico na condução desta discussão estaria limitando um entendimento da relação de reconhecermos o que é, por exemplo, o atual espaço público escolar valenciano?

Trata-se tão somente de uma provocação didática que sugere por suposto o caminho da “analise de discurso” para um estudo das “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana”. Quais as condições de produção do discurso institucional regulamentado para a trajetória escolar de discussão da questão afro brasileira? Com tal provocação estamos dinamizando esta discussão de sala de aula num recorte com outras temáticas como, por exemplo, a repetição entre nós de palavras como RESGATE e COMBATE para significar o contato e enfretamento com as desigualdades subjetivadas nas relações étnicas raciais na sociedade brasileira. Outra questão é o recurso metodológico no festejo do FOLCLORE no espaço das escolas públicas valencianas – um espaço na verticalidade de “A REPRODUÇÂO” bourdiana? Para além destas questões de caráter conceitual pedagógico o encontro enfatizará um desempenho irreverente numa tessitura de formas de expressões pulsantes de imagens que por certo marcara em nosso cotidiano um fazer pedagógico didático - ODARA. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Curtas

Formação de professores: relações étnico-raciais e a lei 10.639/03 Surya Aaronovich deu continuidade ao seu projeto, que já está na sua terceira edição, onde vem alcançando o objetivo de subsidiar conhecimentos que favoreçam o seu desenvolvimento profissional

O cinema no Campus Esse projeto, coordenado por Andréa Lago e Surya Aaronovich continua dando frutos. Uma das ex-monitoras, Elaine Joyce levou o trabalho desenvolvido no Campus XV – Valença – para apresentar na UEFS.

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CULTURA & QUADRINHOS

A desintegração da entrega (POEMA)

Café acadêmico Mais uma vez traz discussões pertinentes e temáticas interessantes que nos faz ter outros olhares sobre temas candentes da sociedade nos âmbitos culturais, sociais, econômicos e políticos. Neste período foi debatido. “A formação do professor e tecnologias contemporâneas

Rádio UNEB Antena XV Continua a todo vapor proporcionando uma programação que valoriza a comunicação do Campus XV com a comunidade da região do Baixo Sul. Suas programações acontecem semanalmente

NUPESPI-Núcleo de Pesquisa e estudos sobre Educação Especial e Inclusão Este projeto cria um espaço para reflexão, investigação e produção de temas bem como de materiais relacionados com educação especial e inclusão social e educacional. Este projeto é coordenado pelas Prof.ªs Nicoleta Mendes de Mattos e Sílvia Lúcia Lopes Benevides, tendo como prioridade atingir a comunidade acadêmica da UNEB e outras IES da região e comunidade local.

Suzana S.S. Andrade Acadêmica de Direito-UNEB XV

Provocante é o beijo que introduz desejos, Entre lábios quentes e uma língua intimativa. As mãos, que me apertam e deslizam em meu corpo, são firmes;Lambuzam-me com goles suaves de vinho tinto. Meus olhos são embriagadamente atraídos;Seus olhos são oblíquos como o de Capitu, atraentes. Mas, tímida é a entrega...A minha entrega! A vontade é forte, é lúcida, é consciente ...De outra face, a coragem restou fraca e covarde... As mãos continuam firmes e seguras. Os mais diversos desejos parecem envolver-me, quando saltam do sótão empoeirado das emoções. Por instantes até a coragem ganha força, a pele fica quente, efervescente... O ambiente também!

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SEMINÁRIO EDUCAÇÃO E ÉTICA: A prática do pensar o Estágio nos Espaços Formais e Não-Formais

“O Seminário Educação e Ética nos proporcio- nou enquanto futuros educadores refletir e repen- sar a educação em seu sentido real, pautado no principio norteador que é antes de mas nada, conce- ber aqueles indivíduos como seres humanos, seres capazes de amar, aprender e é claro de ensinar.”

Maria Paula Andrade.

“ Os relatos de experiências de estágios constituem-se como um elemento fundamental para refletir sobre a relação teoria- Prática. Percebe-se, pelos relatos dos colegas, que avançamos quando rompemos com limitações existentes e não estagnamos diante delas”.

Hélio de Cristo.

“Este seminário de Estagio está sendo interessante pelo fato de que todos os alunos tem a oportunidade de expor os seus desejos, angustias...os sentimentos em geral, e não fica apenas restrito a sala de aula”.

Gisele Alves.

O Seminário aconteceu nos dias 13/10/08 e 14/10/08 e teve como objetivo principal, instituir no Departamento de Educação-CAMPUS XV, um espaço permanente de socialização e reflexão das vivências á luz de discussões teóricas contemporâneas. Nesses dois dias os discente que fizeram ,

parte do estágio formal e não-formal, puderam relatar suas experiências e contar suas expectativas em relação ao espaço do qual iriam desenvolver seus projetos, colocando em pratica as diversas informações decorrente dos estudos teóricos realizados anterior a ida a campo. Além dos relatos dos discentes, tivemos mo mentos culturais proporcionando a socialização dos relatos de experiência com a cultura local.

Um dos grupos que se apresentaram foi “Afro Filhos da Terra”, que surgiu em 2002, coordenado, pela professora Maria Célia Praesent. Neste ano de 2008 o grupo foi contemplado pela FUNCEB(Fundação Cultural do Estado da Bahia). Suas apresentações seguem o estilo Afro e Afro Pop. música da apresentação na UNEB foi “Tremores da África”. O outro Grupo nos trouxe a musicalidade dos instrumentos de sopro.Como podemos observar var abaixo. Enfim os ouvintes do Seminário curtiram bastan- te a programação do evento. E expressaram seus sentimentos na escrita.

Sessão Projeto de pesquisa destaque

HUMOR

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Entrevista

Paulo Jose Gonçalves de Sousa, natural de Serrinha Ba, 40 anos de idade, Pedagogo, Educador, Mestre em Educação, Especialista em grupo operativo Biodança, Formador de Educadores Sociais, coordenou a elaboração do livro: “Arte brincando”, da Ação Social Arquidiocesana e produziu a cartilha “Abrigo: Construindo de Esperança em Esperança” e tem como princípio de vida a Espiritualidade Universalista.

1-O que lhe motivou a candidatar-se à direção de Departamento? 6- O que é Administração Colegiada?

R-Foi a possibilidade de contribuir, apresentando a partir do modelo de Gestão participati- R- É o espaço de construção conjunta, cons-

va, colaborativa um novo referencial e um novo jeito de fazer a Gestão do bem público, ciente e de responsabilidade compartilhada.

tornando-o um bem comum e acessível. Ainda, o acreditar da Comunidade Acadêmica 7- O que você considera de fundamental

na minha pessoa como Professor e Gestor. importância para o bom desempenho das

2-Qual a sensação de gerenciar uma Unidade da Universidade atividades acadêmicas?

do Estado da Bahia? R- Atendimento as necessidades prioritárias dos

R- Uma sensação de Aprendizagem e na maioria das vezes cursos , dos estudantes, dos profºs, envolvimento

de angustia diante a quantidade de necessidades não com a Comunidade local e regional e uma Gestão

atendidas. participativa, colaborativa e colegiada.

3 – Quais os entraves da administração deste Departamento? 8- A importância de termos uma política acadêmica

R- Falta de professor, sobretudo a demora no desfecho dos na construção do Campus XV, no que se refere á

processos nos setores internos da Administração Central e a consolidação da Tríade(ensino, pesquisa e extensão)?

limitação dos Recursos Orçamentários. R- Ajuda a direcionar e formar o Projeto do Departa-

4- Quais suas prioridades para o Departamento? mento com coesão e garantia das prioridades em tor-

R- Estabelecer uma relação com as instituições da região no das produções Acadêmicas, dos projetos desenvol

que o Departamento está sediado.Estabelecer uma transpa- vidos e da definição e direção a serem tomadas pelo

rência constante com os encaminhamentos e decisões admi- Departamento.

nistrativas, bem como a Avaliação dos cursos, elaboração do 9- Qual sua expectativa na re-elaboração de um Projeto Político

Projeto Pedagógico e um Plano Diretor do Departamento. Esta- Acadêmico do Campus XV, e este atrelado ao PDI?

belecer ainda um clima de harmonia nas situações de convi- R- É que de fato exista e que a gente possa elaborar o Projeto Político

vência do Departamento. do Departamento, conhecer com mais clareza o PDI, estabelecer as

5-Como se sente em relação á participação dos diferenciados seg- relações possíveis para vislumbrar o que se quer construir para o Cam

mentos da Universidade? R- Me sinto apoiado, sobretudo bem quisto pus XV, nas suas construções internas e de parcerias.

, com uma perspectiva po sitiva da realização de uma Gestão colaborativa

com todos que se envolvem, na medida do possível.

MENSAGEM:“Que de fato possamos encontrar a partir desse fenômeno humano -encontro entre pessoas - o sentido verdadeiro da formação humana, do conhecimento dos processos de aprendizagens para a vida, considerando tudo isso como trabalho humano, digno e que dá sentido fundamental a nossa existência”.