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SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.dezembro 2014.ano 14.n.º54

Comércio total

Bela Vista é de todos

pág. 12Orçamento municipal reforça consolidação financeira

págs. 4 a 7

Abertura do Alegro marca nova era na economia local. Baixa atravessa período de fulgor com atividade cativante para clientes e visitantes

Festa a postosjunto do Sado

pág. 28

págs. 14 e 15

Tremoço elevadoa estatuto de pitéuJovens setubalenses surpreendem com patê improvável

Atelier de tricot e crochet ajuda a partilhar experiências e até atrai quem vive fora do bairro

pág. 25

págs. 16 e 17

Futuro chegaaos Sapadores

Espírito de Natalcontagia concelho

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2SETÚBALoutubro|novembro|dezembro14

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: SMCI/Serviço Municipal

de Comunicação e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Frederico Campos, Hugo Martins,

Marco Silva, Raquel Proença,

Susana Manteigas

Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque,

Nuno Gaspar (foto da Escola Lima de Freitas)

Paginação: Humberto Ferreira

Impressão: Daniel & Lino, Lda.

Redação: SMCI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 8000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

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l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício do Banco de PortugalRua do Regimento de Infantaria 11, n.º 7265 545 180Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorMercado do Livramento, 1.º andar265 545 390

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeCasa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 [email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoPraça da República, 47212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Casa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 168

Museu de Setúbal/Convento de JesusExposição de longa duraçãoAvenida Luísa Todi, 119265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

EqUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipal de AtletismoEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.dezembro 2014.ano 14.n.º54

Comércio total

Bela Vista é de todos

pág. 12

Orçamento municipal reforça consolidação financeira

págs. 4 a 7

Abertura do Alegro marca

nova era na economia local.

Baixa atravessa período

de fulgor com atividade

cativante para clientes

e visitantes

Festa a postosjunto do Sado

pág. 28

págs. 14 e 15

Tremoço elevadoa estatuto de pitéuJovens setubalenses

surpreendem com

patê improvável

Atelier de tricot e crochet ajuda

a partilhar experiências e até atrai

quem vive fora do bairro

pág. 25

págs. 16 e 17

Futuro chegaaos Sapadores

Espírito de Natalcontagia concelho

pág. 28

4 PRIMEIRO PLANO O comércio está em alta em Setúbal. O Alegro abriu portas a uma nova realidade, num espaço que concilia modernidade e inovação, e a Baixa responde com iniciativas que atraem os clientes. 8 LOCAL Um conjunto de obras de requalificação da rede viária está a mudar a cidade. Novos equipamentos servem um município dotado de uma gestão com preocupações de rigor financeiro.13 FREGUESIA Um polo operacional concentra serviços de limpeza da União das Freguesias de Setúbal. A Gâmbia melhorou a imagem da quinta da Amizade e S. Sebastião tem uma assembleia do futuro.14 PLANO CENTRAL Na Bela Vista, velhos nem os trapos. Um atelier de tricot e crochet, dinamizado por munícipes no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, é um hino ao convívio e à partilha de experiências.16 SEGURANÇA A capacidade operacional dos Bombeiros Sapadores melhorou com o reforço de viaturas e equipamentos graças a uma candidatura municipal. Os Voluntários também são apoiados pela Autarquia.18 DESPORTO O tapete sintético do Campo Municipal da Várzea já está em funcionamento para gáudio dos Pelézinhos. A cidade continua a marcar pontos na atividade desportiva, incluindo a pesca. 19 TURISMO Um projeto académico procura contribuir para o aumento da qualidade do setor turístico, numa aposta na sustentabilidade. As iniciativas associadas ao Sado continuam a ser aposta segura.20 CULTURA O regresso dos Disto & Daquilo, uma exposição de José Mouga, e mais, nos dois anos da Casa da Cultura. As artes estão em foco também com mostras de Rogério Chora e sobre o Finuras.22 EDUCAÇÃO Figuras públicas e instituições são padrinhos ativos dos estabelecimentos de ensino, no âmbito do projeto “Uma Escola, Um Amigo”. Setúbal acolhe bem a comunidade educativa. 23 ACADEMIA Uma aluna da Escola Superior de Tecnologia levou à NASA um revestimento protetor de ligas de magnésio. A Escola Superior de Saúde associa deficiências de mastigação a problemas da fala.24 RETRATOS Verdadeiras obras de arte nascem do ouro e da prata num atelier de joalharia de Azeitão. A Officina Bellu Conti produz trabalhos personalizados únicos, alguns já premiados.25 INICIATIVA O empreendedorismo não para de surpreender. Um engenheiro de automação, um mestre em engenharia biológica e um estudante de marketing inventaram uma gama de patês de tremoço.26 MEMÓRIA quinze minutos abalaram a vila de Setúbal, a 1 de novembro de 1755, quase a destruindo e matando um terço da população. Meio século depois nasceu o visionário José Maria da Fonseca.28 PLANO SEGUINTE O Natal anima a cidade e Azeitão, com um conjunto de iniciativas culturais e de lazer que se prolonga até 2015. Como já se tornou hábito, o novo ano é festejado nas duas margens do rio.

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edit

oria

lA afirmação de Setúbal como a grande capital que é continua a ser feita com enorme intensidade

pelos vários protagonistas da vida local.

No que diz respeito à Câmara Municipal, temo-lo feito de variadíssimas formas, entre as quais

a requalificação urbana da cidade e do concelho, tornando-os mais atrativos para os que nos visitam

e criando mais qualidade para os que cá vivem.

Estamos convencidos de que, por esta via, criaremos mais e melhores condições para

o desenvolvimento sustentado, para a criação de mais riqueza, para o aumento do número de turistas

que nos visitam. O aumento gradual e sustentado da procura de Setúbal como destino turístico confirma,

aliás, esta nossa visão.

De acordo com dados do INE, registou-se, este ano, um crescimento de 16 por cento de dormidas

no concelho apenas no período entre janeiro e agosto, crescimento que parece ser a continuação

da tendência verificada desde 2013, em que a subida deste indicador

em relação ao ano anterior foi de cerca de 11 por cento.

Tais números são ainda mais relevantes quando comparados com

os 4,8 por cento de aumento do número de dormidas a nível nacional

e de 6,4 por cento na Área Metropolitana de Lisboa.

Vamos continuar a trabalhar para reforçar o posicionamento

e a notoriedade de Setúbal como destino turístico, aumentando

a perceção de valor de destino por parte de visitantes nacionais e estrangeiros.

quem nos visita sabe bem, aliás, que temos muito para dar, em especial e de forma integrada produtos

associados aos segmentos Sol e Mar, tradicional e ativo, Touring, nas áreas rural, descoberta e citadino,

e Gastronomia e Vinhos.

O que estamos a fazer é “apenas” aproveitar todo este enorme potencial.

Os números indicam que estamos no bom caminho.

O Centro Comercial Alegro Setúbal, inaugurado em novembro, corresponde a uma forma

de comércio que transformou, definitiva e obrigatoriamente, o tecido comercial do nosso país.

Na Câmara Municipal de Setúbal acreditamos, porque conhecemos intenções de investimento

que apontam nesse sentido, que será também um potenciador para que todo o comércio local se renove,

se modernize, ainda que os tempos sejam complexos e até mesmo de asfixia dos pequenos e médios

negócios, com uma carga fiscal brutal e injusta de que é o mais acabado exemplo a taxa de IVA

que a restauração é obrigada a praticar.

A autarquia continuará, contudo, empenhada na transformação urbana das principais zonas centrais

e de comércio da cidade, requalificando-as para que atraiam mais gente, mais consumidores.

Fizemo-lo com a criação de novos polos de atração, como é o caso do Fórum Municipal Luísa Todi

e da Casa da Cultura, da Casa da Baía, da Galeria de Arte do Banco de Portugal ou com a instalação

no quartel do Onze de uma escola de hotelaria que traz, diariamente, à zona mais e novos utentes.

O apoio municipal às mais recentes iniciativas de animação da Baixa comercial é outro dos exemplos

que evidenciam o nosso profundo interesse em criar condições para que estas zonas continuem a ser

espaços comerciais de oferta qualificada e diversificada, capazes de atrair cada vez mais consumidores.

Claro que ainda temos muito para fazer.

Mas não podemos nem queremos fazê-lo sozinhos.

Precisamos do empenho franco e aberto de todos, em particular dos mais interessados nestas questões,

para que possamos ultrapassar tempos difíceis; para que possamos, também, mudar o paradigma

da prestação de serviços comerciais que hoje temos em muitas zonas da cidade.

Sabemos que esta caminhada será longa, recheada de dificuldades, mas também sabemos que, juntos,

temos capacidade e força para chegar a bom porto.

A todos(as) um Feliz Natal e um Bom Ano Novo.

Temos muito para dar

Vamos continuar a trabalhar para reforçar o posicionamento

e a notoriedade de setúbal como destino turístico

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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Ao longo de vinte meses, a cidade assistiu, passo a passo, à concre-tização de uma complexa obra de engenharia e arquitetura. O Alegro é mais do que um equipamento de comércio. É um espaço de lazer e entretenimento, de portas abertas a todas as gerações.Traços de Setúbal saltam à vista à chegada ao Alegro. O rio, a serra e a baía dão as boas-vindas nas portas de entrada do moderno espaço co-mercial, um edifício de referência que tanto aposta na inovação tec-nológica como na sustentabilidade ambiental.Há mais de uma centena de lojas, uma dezena de restaurantes, nove salas de cinema de última geração e um ginásio, sob um teto, parcial-mente transparente, que em dias de céu limpo lembra a leveza azul do Sado.Máquinas de costura, cabides e car-tolas de outros tempos decoram as paredes dos acessos pelos três pisos subterrâneos de estacionamento e indicam aos clientes a localização do núcleo comercial Alegro. No lado oposto, pela porta da Baía, são car-rinhos de compras a remeter para a loja Jumbo.

Setúbal inspira Alegro

A modernidade e a inovação unem-se no Alegro, o novo espaço comercial da cidade. Há lojas e serviços para todos os gostos e idades, salas de cinema de última geração e espaços para entreter os mais novos. Tudo num edifício vanguardista, com traços da identidade setubalense, instalado numa área

alvo de uma profunda reabilitação urbanística

O edifício, criado de acordo com a mais exigente certificação ambien-tal, inclui sistemas de aproveita-mento de águas pluviais para rega e lavagem, iluminação com tecnolo-gia LED, mais eficiente e com con-sumos menores, a par de plantas naturais no interior do imóvel para renovação do ar.Entre as 114 lojas disponíveis no Alegro Setúbal com diversas insíg-nias do mercado nos mais variados setores, destaque para uma FNAC, assim como para uma Mango, com a primeira megastore em Portugal,

POSIÇÃO. A Immochan investiu 110 milhões de euros em Setúbal. É o terceiro centro comercial da marca Alegro a ser criado em Portugal e o único espaço desta tipologia de comércio aberto no País nos últimos dois anos.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

DESIGN. O projeto de arquitetura do Alegro Setúbal foi desenvolvido pela Sua Kay Arquitectos. O mobiliário e a sinalética, criados pelo designer português Pedro Gomes, deram origem a 14 produtos exclusivos para o centro comercial.

TECNOLOGIA. Paredes digitais que interagem com o público, mesas que se assemelham a tablets gigantes e elevadores panorâmicos que criam um cenário de ecrãs LED em movimento são exemplos do pioneirismo tecnológico.

LAZER. Além da área comercial, há equipamentos para miúdos e graúdos usufruírem, como parques infantis, um campo de jogos e uma parede de escalada, a par de jardim e varandas com vista para a cidade e a Arrábida.

AMBIENTE. Este é o primeiro edifício do País a respeitar completamente a BREEAM – Bilingue Research Establishment Environmental Assessment Method, a certificação ambiental mais exigente a nível internacional.

e uma H&M, a segunda maior do País.Na praça da restauração, há uma grande esplanada exterior vira-da a poente, inspirada em vários conceitos arquitetónicos. O espaço oferece uma vista privilegiada para a cidade e a Arrábida, tal como duas varandas, para fumadores, locali-zadas a sul.Experiências para ver, fazer e sen-tir são proporcionadas, em breve, na “Experience Box”, projeto que inclui a instalação de uma estrutura modelar, com aplicações diversas,

para a dinamização de workshops e cursos, assim como para a realiza-ção de exposições temporárias.No exterior do centro comercial há uma ampla área destinada ao lazer e entretenimento a descobrir, com parques infantis, um campo de jo-gos, uma parede de escalada e um vasto jardim com máquinas des-portivas.O Alegro Setúbal foi criado a par-tir da renovação do hipermercado Jumbo, espaço comercial presente na cidade há 22 anos, com um total de 11.150 metros quadrados de área,

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o qual foi também intervencionado no âmbito deste investimento.A reabilitação da loja, que agora in-corpora a zona da Box, dedicada a novas tecnologias e equipamentos domésticos, permitiu tornar este espaço num dos mais modernos, com a introdução de serviços como o Avulso, de venda a granel, e o Dri-ve, para compras online e entregas na viatura particular estacionada numa área dedicada.O investimento de 110 milhões de euros para a construção do Ale-gro impulsionou, igualmente, uma

transformação urbanística na en-trada norte de Setúbal que cria uma ligação entre o centro comercial e a cidade (ver caixa).

Inovação em português

A experiência digital é um dos des-taques do Alegro. A tecnologia de vanguarda, desenvolvida pela em-presa Edigma, complementa o mo-biliário e a sinalética criados em ex-clusivo para o espaço pelo atelier de Pedro Gomes. Tudo com assinatura em português.

Pelos corredores, há ecrãs que inte-ragem à passagem das pessoas, com informações úteis ou a anunciar eventos. A interação também está patente nos dois elevadores pano-râmicos interiores, que, em movi-mento, criam cenários digitais.Em pequenas estações, zonas tec-nológicas com iluminação e energia dedicadas, é dada a oportunidade de os clientes utilizarem os seus equi-pamentos portáteis, em momentos de trabalho ou de lazer. Em todo o lado, disponível gratuitamente, está uma rede sem fios.Na praça da restauração, o mobiliá-rio é essencialmente feito em ma-deira. Há diferentes áreas temáti-cas, com características adaptáveis a vários momentos de fruição, seja uma refeição mais demorada, em família, numa zona dedicada, ou um snack ligeiro, degustado num dos sofás.Já as mesas são tablets gigantes. A inovação tecnológica proporciona jogos para os miúdos e um conjun-to de conteúdos e funcionalidades para os graúdos, como o acesso a jornais digitais, informações me-teorológicas e um mapa interativo do Alegro.

Arte volta a casa

A arte está em toda a parte. A cidade e o Alegro sabem disso. Ao longo da construção do centro comercial, a população setubalense foi envolvi-da num processo criativo que resul-tou na produção de um conjunto de oito manifestações culturais.Várias formas e expressões artísti-cas foram utilizadas por fotógrafos, graffiters e designers, a par de ou-tros artistas locais, nacionais e in-ternacionais, para retratar a iden-tidade de Setúbal, com pessoas, costumes e sentimentos, a fauna, a flora e o próprio Alegro.Começou com arte urbana exposta em tapumes que alindaram a obra, agora colocados numa das fachadas. Continuou com Bisnau, uma répli-ca de golfinho criada a partir de lixo recolhido no mar e que hoje em-beleza a porta da baía, envolta num espelho de água.Num dos pisos subterrâneos, estão patentes as restantes intervenções do “Arte em Toda a Parte”, como os desenhos que decoraram três ca-miões betoneiras ou a reprodução fotográfica do mural em graffiti criado a partir de uma imagem de Américo Ribeiro.Ali, estão ainda os rostos de três de-zenas de setubalenses fotografados, outdoors que formaram uma galeria ao ar livre, materiais de construção convertidos em obras de arte e um antigo bote, decorado com 20 mil pioneses dourados, numa alusão aos marítimos da cidade sadina.

44.00027.000

26001500 3641151102010

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metros quadrados construídos

metros quadrados com lojas

lugares de estacionamento

postos de trabalho

Alegro no mundo

lojas em dois pisos

milhões de euros investidos

meses de obras

restaurantes

salas de cinema

health clubNÚ

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Cidade reabilita entradaA criação do Alegro Setúbal resultou na oportunidade para a Câmara Municipal avançar, em paralelo, com uma profunda intervenção de renovação urbanística naquela zona da cidade, dotando uma área de 221 mil metros quadrados de novas condições de vivência e usufruto.Uma das alterações mais relevantes foi concretizada na Avenida Antero de quental, com um novo reperfilamento, via agora dotada de características mais urbanas e que, a par da envolvente, possui zonas de circulação pedonal, ciclovias, áreas ajardinadas e bolsas de estacionamento.Ao nível das acessibilidades rodoviárias, destaque para a criação de uma rotunda de grandes dimensões no nó de interseção do final da A12 com as avenidas Álvaro Cunhal, Antero de quental e Pedro Álvares Cabral, assim como um novo viaduto de acesso à Nova Azeda.As obras, previstas no Plano de Urbanização da Entrada Norte da Cidade de Setúbal, incluíram a reabilitação das redes de saneamento e abastecimento de água daquela zona e impulsionaram a criação do emissário Ciprestes/Bonfim, com trabalhos igualmente em várias vias da cidade (ver página 8).Infraestruturas básicas, como passeios, redes de esgotos e águas e iluminação pública foram também criadas na envolvência do Alegro, em concreto numa zona que pode vir a receber um empreendimento habitacional, com arquitetura contemporânea.

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A primeira pedra do Alegro foi lan-çada no início de 2013. Em menos de dois anos, o que era um ambi-cioso projeto tornou-se uma reali-dade. O Alegro Setúbal foi revelado à população em ambiente de festa, numa cerimónia com vários apon-tamentos culturais.“A mais importante conquista alcan-çada por este novo espaço comercial setubalense é a vitória sobre o ceticis-mo”, afirmou a presidente da Câ-mara Municipal, a 11 de novembro, na cerimónia de inauguração.A autarca, ao sublinhar que o Ale-gro “corresponde a uma forma de co-mércio que transformou, definitiva e obrigatoriamente, o tecido comercial do País”, vincou que o investimento será “um potenciador para que todo o comércio local se renove e modernize”, apesar dos tempos complexos.Maria das Dores Meira salientou que, além das “limitações financei-ras” impostas pelo Orçamento do Estado para as autarquias locais, este é um período de “asfixia dos pequenos e médios negócios, com uma

Estímulo à economia

da cidadecarga fiscal brutal e injusta, como a taxa de IVA que a restauração é obri-gada a pagar”.Apesar de todas as restrições, ga-rantiu que o Município continua “empenhado na transformação urba-na das principais zonas centrais da cidade, requalificando-as para que atraiam mais gente e mais consumi-dores”.Setúbal “cresceu e avançou com proje-tos que há muito esperavam para sair da gaveta, com a imparável vontade de abrir à cidade um rio que esteve de-masiados anos bloqueado, e com no-vas e ímpares condições para a criação cultural e artística”, frisou.A inauguração do novo espaço co-mercial contou com a participação do ministro da Economia, António Pires de Lima, que destacou a im-portância do investimento para Se-túbal. “O Alegro Setúbal traz melho-rias assinaláveis para Setúbal e para os setubalenses.”O governante, ao assinalar que este “é o maior investimento estrangeiro concretizado em Portugal este ano”,

destacou o “empenho da presidente da Câmara Municipal de Setúbal na atração de mais investidores e oportu-nidades de negócio para a região”.A cerimónia de inauguração do Ale-gro Setúbal contou com vários mo-mentos de animação, com música e demonstrações cénicas e de dança, a par de apontamentos festivos de índole cultural promovidos por al-gumas lojas.

Última geração

“Com o Alegro Setúbal está preenchi-do um vazio na cidade”, afirmou o diretor-geral da Immochan, Mário Costa, ao frisar que “Setúbal era a

única capital de distrito que não tinha uma oferta deste tipo”.Destacou, ainda, que “os serviços e comércio” disponibilizados vão atrair “mais gente e negócios”.Mário Costa adiantou que são “mui-tas são as razões que fazem do Alegro um projeto único e especial”, porque “é o único equipamento comercial deste tipo a ser inaugurado em Portugal nos últimos dois anos”, e tendo em conta que, “finalmente, a região tem um cen-tro comercial de última geração”.Já o diretor-geral da Immochan Internacional, Valentin Serrano, indicou que o Alegro Setúbal é “um exemplo de pioneirismo” que merece um destaque especial. “É diferente e

inovador e será uma fonte de inspira-ção para todos.”Para a concretização desta realida-de, afirmou Mário Costa, foi funda-mental a “excecional interação com a presidente da Câmara Municipal de Setúbal e a sua equipa, numa parceria empenhada em contribuir para a for-mulação de soluções para alcançar os objetivos do projeto”.Aquele responsável realçou que, “num período de profunda crise na-cional, a Immochan acreditou no pro-jeto e teve consciência da importância do investimento a nível regional e na-cional”, nomeadamente com a con-tratação de empresas e fornecedo-res portugueses.

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Baixa renova dinâmicaA Baixa está diferente. Um conjunto de novas iniciativas impulsionadas pelos comerciantes com o apoio da Câmara Municipal renova a atratividade e estimula o comércio local. Há programas de animação, mais oportunidades de negócio, assim como decorações modernas e tradicionais a descobrir

A vida na Baixa é feita de música e de cor, de animação e de movimen-to. É feita de símbolos da identi-dade setubalense e da vontade dos lojistas de revitalizar o comércio local. É feita de estabelecimentos abertos fora de horas e de oportu-nidades de negócio imperdíveis. É feita de Setúbal.Cardumes de peixes, golfinhos e chocos, entre outros, confeciona-dos com trapilho e linha, além de uma praia, construída a partir de metal e plástico, sem esquecer o mar, enfeitam as ruas Álvaro Caste-lões e Dr. Paula Borba, num trajeto entre os largos da Misericórdia e Francisco Soveral. A decoração tradicional, intro-duzida no âmbito da campanha municipal “Setúbal Mais Bonita” e impulsionada através de um pro-jeto promovido por comerciantes, convive em harmonia com o novo mobiliário urbano instalado recen-

temente nos arruamentos do centro histórico (ver fotolegenda).Uma caminhada pela Baixa, além de um pretexto para ver as mon-tras e fazer algumas compras, é uma oportunidade para um passeio de convívio e de descontração, mo-mento acompanhado de um banda sonora regular que ecoa nas ruas.Artigos e serviços a preços bonifi-cados, com uma panóplia de opor-tunidades de negócio e verdadeiras pechinchas, a par de momentos de animação cultural, somaram atra-tivos de uma feira outlet, realizada a 25 de outubro, que levou uma en-chente à Baixa comercial.Vestuário e acessórios de moda, perfumes e cosmética e artigos de decoração foram alguns dos produ-tos em destaque e com preços con-vidativos na iniciativa que trouxe os estabelecimentos comerciais à rua, com zonas de mostra e venda insta-ladas no espaço público.

A iniciativa incluiu ainda, ao longo de todo o dia, um vasto programa de animação cultural, com apon-tamentos musicais e cénicos pelas ruas da Baixa e nos largos Francisco Soveral e da Misericórdia que cen-traram atenções das pessoas que aderiram ao evento.

Cheira a Natal!

As luzes tradicionais de Natal ilu-minam a cidade desde o final de novembro. Estão colocadas na Praça de Bocage e na Avenida Luí-sa Todi, numa iniciativa da Câmara Municipal, enquanto a decoração das ruas da Baixa ficou a cargo de comerciantes.Para celebrar o espírito natalício, a Autarquia, a União das Freguesias de Setúbal e comerciantes junta-ram-se para oferecer um programa, dinamizado a 22 de novembro, inti-tulado “Na Baixa já cheira a Natal!”,

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MODERNIDADE. A atratividade da Baixa comercial foi reforçada com novas floreiras, instaladas nas ruas Álvaro Castelões e Dr. Paula Borba, bem como em algumas vias adjacentes. As floreiras, um investimento municipal da ordem dos 7 mil euros, são constituídas por pequenas torres em aço corten, material nobre e moderno, esteticamente intemporal e que não necessita de manutenção. A operação foi concretizada no âmbito da estratégia do Município de criar novas dinâmicas de fruição desta área do centro histórico.

com apontamentos musicais, dança e animação cultural pelas ruas.O Tocador de Realejo Orlandito, o tango argentino ao ar livre pelo pro-fessor Carlos Matias e o Grupo de Gaiteiros Bardoada marcaram pre-sença neste programa de animação do centro histórico.Neste dia, vários espaços comer-ciais da Baixa aderentes a esta ini-ciativa de estímulo e dinamização

do comércio local estiveram aber-tos fora de horas e proporcionam um conjunto de promoções espe-ciais e surpresas para setubalenses e visitantes.Esta foi a primeira iniciativa de um programa mais vasto, intitulado “Natal da Baixa”, com a zona comer-cial a receber, durante a quadra, um conjunto de apontamentos cultu-rais e de atração turística.

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A otimização da distribuição de trânsito na cidade é assegurada com um conjunto de beneficia-ções viárias em curso, obras da Câmara Municipal enquadradas num plano integral de reabilita-ção viária que inclui a reabilitação de vias e a construção de infraes-truturas rodoviárias. Na Avenida da Europa, a criação de uma rotunda na zona de con-fluência com a Avenida Indepen-dência das Colónias, permitiu a redução de tráfego na Avenida Re-pública da Guiné-Bissau, via para a qual está programada uma pro-funda reabilitação urbanística.A redistribuição de trânsito pro-gramada para a Avenida da Eu-ropa inclui, posteriormente, a construção de uma outra rotunda, a instalar na interseção com a Rua Manuel Joaquim Santana Reimão, que dá acesso à zona habitacional do Bairro do Liceu.

A Casa das quatro Cabeças, no centro histórico de Setúbal, é rea-bilitada numa operação impul-sionada que faz renascer aquele património classificado desde 1977 como Imóvel de Interesse Municipal com um uso habitacio-nal renovado.A reabilitação da Casa das qua-tro Cabeças, edifício de tipologia multifamiliar localizado no Troi-no, com trabalhos de recuperação a decorrer desde dezembro, ma-terializa um dos grandes investi-mentos da Autarquia para este ano na área do urbanismo.A operação, consignada a uma empresa especializada na recupe-ração de imóveis antigos, centra os trabalhos na reabilitação, con-

Reforço na iluminaçãoA iluminação pública sai reabilitada e moder-nizada num investimento municipal superior a 75 mil euros que incluiu a substituição de lanternas de vapor de sódio por outras de tecnologia LED e o restauro de candeeiros. A operação, no centro da cidade, no âmbito do Plano de Otimização Energética Municipal, incidiu no início de novembro na conclusão dos trabalhos no Jardim do quebedo e nos largos da Misericórdia e Francisco Soveral.

Obras otimizam trânsitoAs condições de mobilidade e de circulação automóvel em Setúbal saem melhoradas com a reabilitação de um conjunto de vias estruturantes. A adoção de novas soluções rodoviárias, com a criação de acessos e rotundas, impulsiona a beneficiação urbana em vários locais da cidade

Na zona da Várzea, área para a qual está projetada a construção de um amplo parque urbano para usufruto da população, está igual-mente em curso uma obra viária que corresponde à criação da pri-meira fase de uma via de ligação entre a Estrada dos Ciprestes e a Avenida da Europa.A reformulação do cruzamento nas imediações do Alegro Setúbal, com a construção de uma rotunda de grandes dimensões, com três vias de circulação, materializa mais uma das ações de requalifi-cação urbana e de otimização viá-ria em execução na cidade.Esta reestruturação do nó de in-terseção do final da A12 com as avenidas Álvaro Cunhal, Antero de quental e Pedro Álvares Cabral é uma medida que permite uma maior fluidez no tráfego automó-vel naquela que é uma das princi-pais entradas na cidade.

A otimização e o reordenamento do esquema de circulação rodo-viária impulsionado naquela área motivaram a criação de uma ro-tunda no cruzamento dos quatro Caminhos, solução que permite melhorar ainda mais o escoa-mento do tráfego proveniente, sobretudo, da A12, e a passagem a prioridade na rotunda da Praça de Portugal.

Arruamentos mais urbanos

No âmbito da requalificação de vias estruturantes da cidade, a Autarquia está a avançar com uma operação urbanística que dota um conjunto de vias de características urbanas renovadas, com priori-dade para o usufruto público, e que promove, igualmente, o reor-denamento de trânsito.Os trabalhos englobam operações nas avenidas Alexandre Hercula-

Intervenção reabilita quatro Cabeçasservação e restauro das fachadas do edifício, com vestígios históri-cos de várias épocas arquitetóni-cas, e na reconstrução do interior.Antes da obra, um investimento

A possibilidade de requalificação da Casa das quatro Cabeças sur-giu no âmbito de uma candidatura da Autarquia ao “Reabilitar para Arrendar”, programa promovido pelo IHRU – Instituto da Habita-ção e da Reabilitação Urbana que impulsiona, com condições es-peciais, a recuperação de imóveis antigos.Os cinco fogos a criar – quatro com tipologia T0 e um T1 – são destinados a realojar tempora-riamente, em regime de renda apoiada ou condicionada, os ar-rendatários ou proprietários que decidam reabilitar edifícios e que, por esse motivo, necessitem de um local para permanecer du-rante as obras.

Requalificação de terrenoNovas acessibilidades pedonais e rodoviárias, a par de uma rede de drenagem de águas plu-viais, são criadas numa intervenção liderada pela Autarquia que permite reabilitar uma área descaracterizada entre a Rua dos quatro Caminhos e a Avenida Pedro Álvares Cabral. A obra, um investimento superior a 30 mil euros com conclusão prevista para o final do ano, dota aquele espaço público de condições mais condignas de usufruto urbano.

Peões ganham mobilidadeA mobilidade urbana na cidade é melhorada com uma intervenção que inclui a criação e reconstrução de acessibilidades pedonais, a par de ações de ordenamento do estaciona-mento público. O investimento superior a 42 mil euros, com conclusão prevista para o início do ano, decorre na zona do Bairro do Liceu e envolve a construção, reconstrução e alteração de passagens de peões de superfície e a eliminação de barreiras arquitetónicas.

Rotunda nova em AzeitãoUma nova rotunda, localizada na interseção da EN 10 com a EN 379, melhora a fluidez de trânsito e a segurança rodoviária em Azeitão e na ligação à Arrábida e a Sesimbra. A obra da Estradas de Portugal, que inclui a reabi-litação de uma conduta de abastecimento de água dinamizada pela Autarquia, a terminar em breve, permite eliminar um dos pontos negros identificados na EN10 no que respeita à sinistralidade rodoviária.

no e República da Guiné-Bissau e na Praça Vitória Futebol Clube, arruamentos que ganham uma maior atratividade e renovam as dinâmicas de usufruto e de vivên-cia urbana.O objetivo de assegurar uma me-lhor redistribuição do sistema de circulação viário na cidade passa pela Praça Vitória Futebol Clu-be, nó giratório que distribui o trânsito nas avenidas Alexandre Herculano, República da Guiné--Bissau, Dr. António Rodrigues Manito e 22 de Dezembro.Naquela praça, os trabalhos in-cluem o redimensionamento da rotunda existente a par da cons-trução de uma infraestrutura viá-ria semelhante, na confluência das avenidas Dr. António Rodri-gues Manito e 22 de Dezembro, soluções que asseguram uma maior fluidez e reorganização de tráfego na cidade.

global de 368.977,98 euros, uma equipa dos serviços camarários de arqueologia foi chamada a condu-zir trabalhos de estudo e investi-gação no interior e exterior.

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Dia do Mar exaltapotencial ribeirinho

Um estudo para a instalação da futura

marina de Setúbal foi apresentado num seminário

internacional dedicado ao turismo náutico.

O encontro, visitas aos navios Sagres,

Creoula e Vera Cruz e uma exposição

integraram o programa que assinalou o Dia

Mundial do MarA apresentação de um estudo preli-minar sobre a futura Marina de Se-túbal, num seminário internacional sobre náutica de recreio dinamiza-do no âmbito do Dia Mundial do Mar, aponta aquela infraestrutura como um projeto âncora para a re-qualificação e o desenvolvimento da frente ribeirinha.O estudo foi apresentado no I Se-minário Internacional Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cida-de “A Náutica de Recreio e o Turis-mo Náutico”, a 26 de setembro, no Fórum Municipal Luísa Todi.O projeto da Marina de Setúbal está em estudo desde 2013 por um grupo de trabalho que junta elementos da Autarquia e da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra para avaliar uma estratégia para o desen-volvimento do futuro equipamento e a otimização do potencial da fren-te ribeirinha da cidade.O vice-presidente da Autarquia, André Martins, anunciou que a fu-

O primeiro prevê a melhoria da “ar-ticulação de Setúbal com o Polo Turís-tico de Troia e com o Litoral Alentejano em matéria de transportes e acessi-bilidades, fazendo convergir numa plataforma intermodal os transportes rodoviários, ferroviários e fluviais e o estacionamento automóvel”.O segundo está associado à náuti-ca de recreio e ao turismo náutico, no qual se identificam os locais para a implantação de novas in-fraestruturas de apoio neste setor e se caracterizam os equipamentos existentes, contribuindo para uma melhoria dos serviços prestados.

Navios de portas abertas

O encontro incluiu um debate com a participação de responsáveis de áreas de interesse na náutica de recreio, que explanaram sobre as potencialidades do projeto para a Marina de Setúbal.Já o diretor-geral da Política do

tura infraestrutura, considerada um dos eixos estratégicos para a requalificação da frente ribeirinha, terá como melhor localização a doca de recreio utilizada atualmente pelo Clube Naval Setubalense.“Qualifica a cidade e contribui decisi-vamente para melhorar a sua relação com a frente ribeirinha”, sublinhou, acrescentando que as vantagens ur-banísticas da marina naquela loca-lização resultam da proximidade de equipamentos culturais e turísti-cos, o que potencia investimentos. André Martins adiantou que já estão a ser preparados dossiers para po-tenciais investidores no projeto da marina, que incluem um estudo de mercado sobre náutica de recreio, um estudo prévio de viabilidade económica e uma caracterização de Setúbal como destino turístico.O autarca anunciou que a Câmara e o Porto de Setúbal vão celebrar em breve um protocolo de intenções com dois objetivos basilares.

Mar, o comandante João Fonseca Ribeiro, frisou que o “urbanismo azul [frentes ribeirinhas] tem um espaço de afirmação” no futuro das cidades e que o desenvolvimento da náutica de recreio “deve centrar-se na valorização dos recursos endógenos dos locais”.Além do seminário, o programa comemorativo do Dia Mundial do Mar, promovido pela Administra-ção dos Portos de Setúbal e Sesim-bra e pela Autarquia, proporcionou a oportunidade de a população co-nhecer os navios Sagres, Creoula e Vera Cruz, acostados ao longo de três dias na frente ribeirinha, em visitas que revelaram um pouco da história naval portuguesa.A iniciativa dinamizada em Setúbal incluiu, igualmente, a exposição “Portos em Banda Desenhada”, mostra de vários autores, que este-ve patente na Casa da Baía, sobre a atividade portuária e o mundo ma-rítimo.

O Convento de Jesus, monumento nacional atualmente em fase de rea-bilitação e requalificação numa obra liderada pela Câmara Municipal, foi visitado no início de outubro por uma delegação constituída por ele-mentos da Associação Europeia de Casas Históricas.Durante a visita, promovida pela Associação Portuguesa das Casas Antigas, foi apresentada à comitiva o projeto de requalificação do monu-mento em curso e que permitirá, no

Delegação internacional visita Convento de Jesus

final desta fase de intervenções, re-ceber o espólio do Museu de Setúbal.A visita impressionou a delegação devido aos avanços registados na reabilitação do Convento de Je-sus, sendo que a obra atualmente em curso no monumento nacional destina-se a suster a degradação e a permitir a abertura parcial do edifí-cio ao público.A intervenção foi assumida pela Câ-mara Municipal de Setúbal após a Direção-Geral do Património Cul-

Baía encanta no BrasilSetúbal esteve representado no Fórum Internacional sobre Ges-tão de Baías, a 25 de setembro, em Salvador, Baía, no Brasil, com especialistas em baías de vários países. Maria das Dores Meira, presidente eleita do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, fez uma apresentação do historial da instituição e comentou um filme sobre a baía setubalense.

Cidade chega à CoreiaO esforço de recuperação da frente ribeirinha de Setúbal foi destacado no 10.º Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, realizado entre 17 e 19 de outubro, em Yeosu, na Coreia do Sul. A presidente da Câmara Mu-nicipal, Maria das Dores Meira, falou sobre os investimentos que permitiram devolver o usufruto daquela zona à população.

Património à descobertaAs riquezas setubalenses estive-ram à descoberta, entre setembro e novembro, num programa que assinalou em Setúbal as Jorna-das Europeias do Património. A exposição “Meu Pátrio Sado”, no Museu do Trabalho Michel Gia-cometti, foi um destaque da ini-ciativa, que incluiu tardes inter-culturais, uma visita à Arrábida e conferências sobre arquitetura.

tural, instituição do Estado, alegar incapacidade orçamental para rea-lizar as obras.Participaram na visita Carrilho da Graça, o arquiteto responsável pelo projeto de requalificação integral do convento, Fernando António Bap-tista Pereira, investigador de histó-ria de arte, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, assim como o presidente da Asso-ciação Portuguesa das Casas Antigas, Hugo O’Neill.

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lZeca Afonsorevisitadopelos discosA obra discográfi-ca de José Afonso foi revisitada numa mostra patente en-tre 8 de novembro e 13 de dezembro na Galeria Municipal do 11. Da edição do primeiro registo fonográfico, em 1953, nos estúdios da Emissora Regional de Coimbra, até ao último disco, “Galinhas do Mato”, de 1985, a exposição da Associação José Afonso deu uma perspetiva global de um dos mais marcantes autores da música por-tuguesa. “Desta canção que apeteço – Obra discográfica de José Afonso 1953//1985” foi dinamizada com o apoio da Autarquia.

Arte é espaço sem barreirasO Festival ExpressArte – XV Encontro de Tea-tro e Dança, da APPACDM, realizado entre o final de novembro e o início de dezembro, promoveu um conjunto de eventos em vários espaços de Setúbal, de Palmela e da Moita. Na abertura da iniciativa, que apresentou excertos desses espetáculos, o vereador com o pelouro da Inclusão Social, Pedro Pina, afirmou que “a arte não tem barreiras nem constrangimentos”.

Aposta no caminho da inclusãoA importância de prosseguir o trabalho de criação de condições para uma cidade inclu-siva foi destacada a 3 de dezembro na abertu-ra da 6.ª Semana Temática da Deficiência. O vereador Pedro Pina lembrou que a inclusão “só acontece se todos continuarem empenhados”, numa altura em que, lamentou, há “um desin-vestimento no apoio às famílias e às instituições”.

CerimóniaengradecepatronoA deposição de flo-res no monumento de S. Francisco Xa-vier assinalou, a 3 de dezembro, os 462 anos da morte do padroeiro da cidade de Setúbal. “É um grande orgulho para a Autar-quia estar associada a esta homenagem”, frisou o vereador Pedro Pina na cerimónia, assisti-da por cerca de cinquenta pessoas. O autarca destacou a missão da Câmara Municipal de “perpetuar a memória das pessoas, homens e mu-lheres, que representam a cidade” e agradeceu a participação e o envolvimento de várias enti-dades e associações na homenagem.

Arquivo desvendamemórias da cidade

Momentos do Vitória são partilhados numa exposição patente até 14 de fevereiro na Casa Bocage, que desvenda memórias da cidade e do clube sadino num cruzamento de fotogra-fias e troféus.“Para falar de Setúbal e da história contemporâ-nea temos de falar de duas referências da cida-de. Uma faz história e a outra ajuda a fixá-la”, afirmou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na inauguração da mostra “Para além da Glória – entre a Troféu e a Imagem”, a 20 de novembro, referindo--se, no primeiro caso, ao clube, no segundo, ao fotógrafo Américo Ribeiro.A mostra intimista, inaugurada no dia em que o clube completou 104 anos, inclui mais de duas dezenas de imagens do Arquivo Fotográ-fico Municipal Américo Ribeiro que retratam momentos entre os anos 40 e 70 da história

centenária do Vitória, as quais estão associa-das a um conjunto de troféus do espólio da agremiação sadina.“O que aqui se revela é a importância da enor-me massa de setubalenses que fazia o Vitória de Setúbal, que o apoiava e que por ele gritava de alegria ou de tristeza”, afirmou a autarca, ao apontar para uma das imagens que retrata uma manifestação popular na Praça de Boca-ge contra uma decisão de secretaria que fez a equipa de futebol do Vitória descer de divisão.Maria das Dores Meira frisou que “ler as fotos de Américo Ribeiro e acrescentar-lhes o devido contexto será sempre, para qualquer setubalen-se, um prazer” e “para a cidade será sempre um exercício de memória que abre espaço à reflexão e ao melhor conhecimento da história recente”.Já o presidente do Vitória Futebol Clube, Fernando Oliveira, afirmou que “é um prazer

Momentos de vitória

enorme poder observar as relíquias do grande fo-tógrafo Américo Ribeiro. O Vitória está orgulhoso por estas preciosas fotos terem o seu cunho e faze-rem parte da história e identidade setubalense”.A iniciativa, além de dar a conhecer histórias

As fotografias de Américo Ribeiro, com textos associados, ajudam a retratar alguns dos principais momentos da história

centenária do Vitória. Esta exposição mostra ainda troféus, alguns desconhecidos do grande público

menos conhecidas do Vitória, destaca o tra-balho de restauro, estudo e inventariação do património museológico do clube que está a ser conduzido desde o início do ano por uma equipa de voluntários e técnicos municipais.

As memórias guardadas no Arquivo Muni-cipal de Setúbal deslumbraram os 15 idosos do Centro Comunitário de Vanicelos que vi-sitaram, dia 5 de novembro, o espaço mais escondido dos Paços do Concelho.Apesar da idade, nada demove Maria de Lur-des, 89 anos, conhecida como D. Milu, de su-bir os 28 degraus que dão acesso ao Arquivo Municipal de Setúbal, guardador da história da cidade. “Sou setubalense, mas nunca vim ao arquivo. Estou muito curiosa”, refere, animada. A sala de leitura é o ponto de partida da visi-ta, promovida pela Câmara Municipal de Se-túbal. Neste espaço, sóbrio e com luz natural, as mãos podem folhear pedaços da História. Numa mesa é possível consultar-se docu-mentos arquivados, de obras a óbitos, passan-do por atas oficiais, mas com todo o cuidado.Mariana Garraz, 82 anos, é convidada a sen-tar-se, mas prefere olhar primeiro para a imensa coleção da sala. “Antes, tenho de ver, depois é que me sento”, anuncia, deslumbrada. Os idosos, com um ar curioso, anseiam saber mais sobre um local que a maioria nunca an-tes visitara. Ouvem com toda a atenção a ex-plicação do técnico municipal Nuno Soares.

Da sala de leitura abre-se a porta à sala de depósito, um lugar com corredores repletos de testemunhos que guarda dois quilómetros de documentação e acolhe uma quantida-de enorme de papel gasto pelo tempo e com cheiro a História.Na sala técnica, é hora de descobrir o que está por trás de todo o processo, desde que os do-cumentos chegam às mãos dos arquivistas até que passam para as dos leitores.Uma máscara, pincéis e luvas são materiais imprescindíveis na limpeza dos documentos. Retira-se tudo o que é nocivo, como clipes, agrafos, tachas, de forma a manter sempre a ordem original. Depois de limpo, o documento é digitaliza-do e inserido na base de dados DigitArq, que permite usufruir à distância, através da in-ternet, de um conjunto de serviços que ape-nas são disponibilizados presencialmente no arquivo.O armazenamento é a última etapa do pro-cesso. Os papéis são presos com uma fita de nastro, de forma a garantir a preservação dos documentos e, depois, acondicionados em pastas devidamente identificadas no exterior.

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O segundo ciclo do “Ouvir a Popula-ção, Construir o Futuro” completou a fase de visitas de trabalho. Foram nove meses a percorrer a pente fino todo o concelho, num progra-ma municipal que aproxima como nunca as populações da gestão ca-marária.Os territórios das freguesias de Azeitão, do Sado e de Gâmbia, Pon-tes e Alto da Guerra foram os últi-mos a receber o Executivo muni-cipal e corpo técnico da edilidade, com visitas no terreno, e encontros com associações, coletividades e instituições locais, a par de empre-

sas e estabelecimentos de ensino.A metodologia de intervenção deste programa inédito em Portugal in-cluiu a dinamização de atendimen-tos personalizados com munícipes, em todas as freguesias sem exceção, sessões que contaram com a parti-cipação da presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, e de outros membros do Executivo.O “Ouvir a População, Construir o Futuro”, relançado em finais de abril, com início em São Sebastião e, depois, no território da União das Freguesias de Setúbal, permite re-solver os problemas mais urgentes

Um forno crematório e outro piro-lítico foram inaugurados a 1 de no-vembro, Dia de Todos os Santos, no Cemitério da Paz, espaço que agora acolhe o Complexo Fúnebre de Se-túbal.O complexo resulta de um contrato de concessão da Câmara Municipal à CFS Acticonstroi, que tem os direi-tos de exploração da nova infraes-trutura durante os próximos vinte anos.A construção do equipamento e o respetivo investimento foram assu-midos pela empresa, que tem ainda a responsabilidade de pagar à Au-tarquia, até ao fim do período con-tratualizado, um valor total de 300 mil euros pela concessão.O concessionário fica responsável pelo pagamento de uma percenta-gem sobre o total de receitas geradas pelos serviços prestados no equipa-mento, resultante da tabela de pre-ços, sujeita a aprovação da Autar-quia e da Assembleia Municipal.O novo complexo, inaugurado na

Complexo fúnebre com crematórioA última despedida para entes queridos é feita

em condições mais condignas no Complexo Fúnebre de Setúbal. O espaço está dotado de salas de velação,

áreas ajardinadas para deposição de cinzas e um crematório com dois fornos

Município ouve a populaçãode cada zona do concelho com rapi-dez e eficácia.No terreno, é feito um levantamen-to exaustivo que identifica as prin-cipais necessidades dos munícipes e define quais as prioridades de in-tervenção no território de Setúbal.Esta metodologia, adotada no âm-bito da filosofia de município par-ticipado, transversal a todo o tra-balho desenvolvido na Autarquia, apura com precisão o que, em cada freguesia, cada bairro, cada rua, pode ser feito em prol da qualidade de vida das populações e da imagem urbana do concelho.

presença de várias personalidades locais, é constituído por dois edifí-cios, sendo o primeiro no concelho a permitir cerimónias fúnebres de cremação.No edifício principal encontram--se o forno crematório, instalações sanitárias, uma sala para crianças e outra designada de “Última Despe-dida”, além do “Jardim das Cinzas”, espaço ajardinado no exterior onde se pode optar por depositar as cin-zas dos entes queridos.Este edifício do Complexo Fúnebre de Setúbal, localizado logo após a entrada do Cemitério da Paz, inclui ainda salas de velação, disponíveis não apenas para as cremações, mas também para qualquer outra ce-rimónia fúnebre. Possui também serviços de marmorista, florista e de cafetaria. A segunda estrutura do Complexo Fúnebre, localizada nas imediações do Cemitério da Paz, é constituída por um forno pirolítico destinado principalmente a animais, tanto de

origem doméstica, como selvagem.“A abertura deste complexo funerário representa, para os setubalenses, ine-gável progresso, evitando que tenham de se deslocar para fora do concelho em momentos particularmente difíceis e de grande dor”, sublinhou a presi-dente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira.Guilherme Gomes, da CFS Acti-

nária, como tantas outras de Norte a Sul, também teve de enfrentar”.Maria das Dores Meira recordou que está prevista para breve a “reabilita-ção da capela do Cemitério de Nossa Senhora da Piedade”, uma interven-ção também a cargo da CFS Acti-constroi, que “faz parte do caderno de encargos do contrato de concessão” do Complexo Fúnebre de Setúbal.

constroi, salientou que a inaugu-ração da obra representou um mo-mento “muito ambicionado por todo o concelho” e endereçou um “agradeci-mento especial à Câmara Municipal” por todo o apoio.A autarca adiantou que a demora na construção do novo complexo se de-veu à conjuntura de crise que o País atravessa “e que a empresa concessio-

PAZ. A necessidade de concórdia entre os homens para a preservação da paz foi defendida, a 11 de novembro, na comemoração do 96.º armistício da Grande Guerra. Na cerimónia, organizada pelo Núcleo de Setúbal da Liga dos Combatentes, o vice-presidente da Autarquia, André Martins, sublinhou a importância de continuar a lembrar os soldados portugueses que combateram na I Guerra Mundial.

CONFLITO DA GRANDE GUERRA RECORDADO

EVOCAÇÃO. Setúbal associou-se às comemorações nacionais de evocação do centenário da Grande Guerra com uma cerimónia realizada a 18 de outubro. A evocação, organizada pelo Estado--Maior General das Forças Armadas, em colaboração com o núcleo de Setúbal da Liga dos Combatentes, teve a participação de pelotões do Exército, da Marinha e da Força Aérea nas honras militares.

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Desfile com roupas locais A “Moda Sado 2014” culminou num desfile a 4 de outubro na Praça de Bocage, numa parceria da Câmara Municipal e lojas de pronto a vestir e salões de beleza da Baixa. Dos cinquenta candidatos que participa-ram em castings, 17 jovens entre os 15 e os 25 anos fizeram o desfile e dois acabaram selecionados para serem agenciados pela Just. As lojas SMS, Tininha e ZetaNel vesti-ram os modelos com a nova coleção, numa noite que contou ainda com a participação dos estabelecimentos de roupa de criança Totinhas e Picolino. Dois jovens criadores setubalenses, Luís Miguel e Flávia Fer-nandez, apresentaram-se na mesma noite com várias propostas.

Talento distingue juventudeA Câmara Municipal de Setúbal premiou, em cerimónia realizada a 10 de outubro, no Fórum Municipal Luísa Todi, 25 jovens com ligação ao concelho que se destacaram durante este ano nas mais distintas áreas. Na Festa Jovem Revelação de Setúbal 2014, o vereador com o pelouro da Juventude, Pedro Pina, partilhou com o público a difi-culdade em falar dos jovens como algo em trânsito, sem presente. “Esta noite prova o contrário. Eles têm voz própria, sentir próprio, olhar próprio e um papel na sociedade. Como cidadãos e cidadãs, dão o melhor de si à cida-de, ao País”, sublinhou. “Os jovens não são um processo de futuro. São o hoje, o agora, o presente.”

Tarde dedicada à PalestinaA história e a cultura da Palestina deram o mote a um encontro realizado no dia 1 de novembro, na Casa da Cultura, com diver-sas intervenções, uma sessão de poesia e um lanche inspirado nas tradições e nos costu-mes gastronómicos palestinos. Adel Sida-rus, professor egípcio jubilado e investiga-dor da Universidade de Évora, o jornalista José Manuel Rosendo e Carlos Almeida, da organização, deram os seus contributos nesta tarde intercultural promovida pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palesti-no e pela Paz no Médio Oriente, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal. O verea-dor com o pelouro da Cultura, Pedro Pina, também participou no encontro.

A Câmara Municipal de Setúbal tem um Orçamento para 2015 com uma dotação inicial de 106 milhões e 500 mil euros, o que representa um decréscimo de cerca de 15 por cento em relação ao montante aprovado no ano anterior.O preâmbulo do documento fi-nanceiro indica a preocupação de prosseguir o esforço feito “na contenção de despesas, por exem-plo na evolução prevista para os custos com pessoal”, bem como de “consolidação das finanças municipais, continuando a adotar os melhores princípios de gestão e contratação”.Por outro lado, há a intenção de,

O Parque Urbano de Albarquel e a Avenida Luísa Todi contam, desde o início de dezembro, com mais 1730 plantas, após uma operação de requalificação ambiental pa-trocinada pelo Grupo Soporcel Portucel.A iniciativa, desenvolvida em es-treita colaboração com a Câmara Municipal de Setúbal, traduziu--se na plantação de um conjun-to diversificado de espécies, em particular autóctones e de reves-timento, característica que, além do embelezamento do espaço pú-blico, permite poupar nos servi-ços de manutenção.Enquanto no Parque Urbano de

A necessidade de trabalho em equipa para a promoção da en-treajuda entre associações e o poder local foi a nota dominante no 9.º Encontro do Movimento de Dirigentes Associativos de Se-túbal, realizado a 6 de dezembro, na Casa da Baía.Na sessão de abertura, a presi-dente da Câmara Municipal sa-lientou que, “em Setúbal, acredi-ta-se plenamente no associativismo como um bem maior, uma riqueza de primeira ordem”, na dinâmica que é gerida nas atividades culturais, desportivas, recreativas e de ação social.Na reflexão no início do encontro, subordinado ao tema “A Relação do Movimento Associativo e a Administração Local”, com orga-

Orçamento consolidafinanças municipaisO Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2015 foi elaborado pela Autarquia com a preocupação de prosseguir o reequilíbrio financeiro. A aposta na qualificação e na competitividade do território também é para manter

“embora com menor intensidade, continuar a maximizar a utili-zação de financiamentos a fundo perdido para a qualificação do ter-ritório e das pessoas”, enquadran-do-se nesta área projetos como o Parque Urbano de Albarquel, a nova Biblioteca Pública Munici-pal, o Terminal 7 e a recuperação geral do Convento de Jesus.O documento destaca que o es-forço de investimento feito nos últimos anos, suportado sem re-curso a empréstimos, contribui para a dívida total do Município, o que onera as finanças munici-pais.“Apresenta-se portanto adequado, neste momento, a realização de um

estudo sobre as eventuais vantagens que poderão decorrer da realização de uma operação de consolidação da dívida total do Município, cujos resultados poderão contribuir para a consolidação orçamental neces-sária, operação a concretizar ain-da durante e com efeitos no ano de 2015”, assinala o preâmbulo.A Câmara Municipal de Setúbal considera que, com a requali-ficação resultante dos investi-mentos realizados recentemen-te, “o desafio para os próximos anos, e já em 2015, é o de manter, e reforçar, embora a um ritmo menor, a qualificação e a competitividade do território de Setúbal, ao mesmo tempo que, agora com maior priori-

Associativismo em articulação com poder localnização da Autarquia, Maria das Dores Meira destacou não só a importância das associações e co-letividades como parceiros fun-damentais da Autarquia na pres-tação de serviços à comunidade, mas também o papel relevante e central que as mesmas têm “numa malha urbana recheada de desafios complexos”.A autarca indicou que, atual-mente, o movimento associativo de Setúbal contabiliza cerca de 250 associações, das mais pe-quenas “que trabalham à laborio-sa escala do seu bairro ou empre-sa”, às de maior dimensão “que movimentam centenas ou milhares de sócios” bem como a população em geral, referindo que “a Autar-quia insiste em manter níveis con-

Cidade mais verde Albarquel foram plantados 560 espécimes, a Avenida Luísa Todi, via com mais de um quilómetro de extensão, recebeu 1170 arbustos e herbáceas.A operação incluiu ainda, princi-palmente na Avenida Luísa Todi, a plantação de flores, o que confere mais cor àquelas zonas da cidade.Os trabalhos de plantação realiza-dos no Parque Urbano de Albar-quel e na Avenida Luísa Todi fo-ram desenvolvidos pela empresa Lusiform, a qual já tem a respon-sabilidade de assegurar a manu-tenção das zonas verdes daqueles e de outros locais da cidade, por adjudicação da Autarquia.

dade, se deverá promover uma oti-mização das receitas e das despesas municipais”.A Autarquia refere que, nos pró-ximos anos, o valor da dívida total “irá diminuir”, nomeada-mente por via da amortização de empréstimos de médio e longo prazo, enquanto é expectável que as receitas próprias do Muni-cípio apesentem “uma evolução ligeiramente positiva”.O ritmo destes dois fatores, convergentes para a consoli-dação orçamental e financeira, depende diretamente do nível de grandeza do “efeito da des-truição de valor das políticas dos governos”.

siderados de apoio, quer financeiro, quer logístico”.Um esforço traduzido em 2014, até outubro, em mais de 1 milhão de euros atribuídos às associações do concelho, no somatório dos apoios diretos e logísticos e dos subsídios a agrupamentos escola-res e refeições de alunos.O presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades de

Cultura, Recreio e Desporto, Au-gusto Flor, indicou que o desafio que se coloca às associações passa pela cooperação “com o poder local” e “entre associações e outros movi-mentos”, pois “só assim se combate a tese da adaptação em prol da tese da transformação e da mudança”.Durante o encontro, que contou com diversas intervenções, me-sas de casos práticos e debates, o vereador Pedro Pina reforçou a noção de que o trabalho em equi-pa é fundamental para o desen-volvimento do associativismo. “As associações têm de sair dos ‘casulos’ e zelar pela cumplicidade e com-prometimento mútuo”, frisou. “É necessário pugnar pelo trabalho in-terassociativo e implementar o jogo de diálogo.”

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Uma operação de limpeza e desmatação lidera-da pela Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, executada entre outubro e novembro, renovou as condições de segurança e salubridade numa área descaracterizada na zona da quinta da Amizade.A intervenção, dinamizada ao longo de duas semanas, foi concretizada com recursos téc-nicos e humanos da própria junta de freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, auxiliados por maquinaria pesada, como trato-res e retroescavadoras.A operação, que materializa “uma resposta di-reta aos apelos de um conjunto de moradores da-quela zona”, sublinha o presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, José Belchior, constitui um trabalho de “grande relevância” para a imagem da zona da quinta da Amizade.

As novas tecnologias estão em destaque na Junta de Freguesia de São Sebastião. Nas as-sembleias, a documentação em papel foi substituída pelo formato digital e o trabalho é feito com recurso a computadores. A me-dida inovadora no concelho já dá resultados e aponta ao futuro. A sessão da Assembleia de Freguesia de S. Sebastião de 25 de setembro marcou o início de uma nova realidade na gestão da junta. “Es-tamos a criar as condições para trabalhar com a total ausência de papel”, assinala o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa.A medida, impulsionada com a aquisição de 18 computadores portáteis, em regime de renting, permite uma maior racionalização de recursos, através da poupança de consumíveis, como papel e tinteiros, medidas que apoiam, igual-

A operacionalidade dos serviços de limpeza e manutenção urbana da União das Freguesias de Setúbal é reforçada com a construção de uma nova base de operações, situada na zona de Vanicelos, dotada de funcionalidades que asseguram um melhor serviço público.

Tecnologia melhora gestão

Intervenção limpa terreno

mente, a sustentabilidade ambiental. “Agora só necessitamos de imprimir um exemplar em papel para arquivo. Antes, eram mais de três dezenas, a distribuir por todos os membros”, adianta Nuno Costa, para vincar que a opção pelo formato digital facilita, igualmente, a “consulta e o ar-quivo de documentos”. Também a gestão ganha uma nova eficiência, com o expediente das sessões da assembleia de freguesia a ser tratado em poucas horas. “Com este novo procedimento aumentámos a eficiência dos processos que, antes, demoravam cerca de dois dias.”No futuro, esta medida poderá ser alargada a todos os serviços da Junta de Freguesia de São Sebastião, com a implementação de um sistema de gestão documental. “O objetivo é continuar a trilhar este caminho que iniciámos”, salienta o autarca.

Do terreno, uma área com cerca de 30 mil me-tros quadrados com vegetação descaracteriza-da, como canaviais e moitas de silvas, “foram removidas perto de vinte toneladas de lixo”, vin-ca José Belchior, ao adiantar um conjunto de mais-valias alcançadas com a obra.Os trabalhos conduzidos naquele local permi-tiram a limpeza de uma vala, para um correto encaminhamento de águas pluviais, assim como a desobstrução de sumidouros de uma rede de drenagem. “Agora temos uma zona mais condiga, com uma melhor imagem para a popula-ção”, adianta o autarca. O presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra salienta, igualmente, que a operação de limpeza e desmatação da-quela zona permitiu “salvaguardar as condições de segurança” para automobilistas e utilizado-res pedonais.

Polo reforça operacionalidade

A logística e a eficiência dos serviços de limpeza e manutenção da União das Freguesias de Setúbal são reforçadas com uma nova base de operações. O Polo Operacional de Vanicelos, que visa a redução de custos funcionais, deve ficar pronto até ao final do ano

O Polo Operacional de Vanicelos, localizado na Rua Conde Ferreira, criado com um in-vestimento global de 32.880,14 euros, cujas obras estão a decorrer, é implementado no âmbito do processo de descentralização de competências da Câmara Municipal de Se-

túbal nas freguesias nas áreas da limpeza e da manutenção urbana.O equipamento, com entrada em funciona-mento prevista para o final do ano, será o centro nevrálgico das atividades dos 16 fun-cionários que desenvolvem tarefas em zonas

como os bairros do Liceu, das Amoreiras, da Urbisado e de Vanicelos.“Este polo passa a ser a base para os operacionais de higiene, limpeza e manutenção do espaço pú-blico cuja intervenção está centrada no território correspondente à antiga freguesia de São Julião”, adianta o presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas.O espaço, implantado num terreno descarac-terizado cedido pela Câmara Municipal, inclui balneários, refeitório e uma zona química dedicada, exclusivamente, à preparação de produtos, assim como uma área destinada ao estacionamento automóvel.Rui Canas salienta que o Polo Operacional de Vanicelos “permite reforçar os níveis logísticos e de mobilidade dos meios da junta”, mais-valias que se traduzem “numa redução de custos ope-racionais e no aumento de eficiência dos serviços prestados à população”.O autarca realça que este projeto, localizado junto do Centro Comunitário de São Paulo, dá continuidade ao objetivo de “dotar a União das Freguesias de Setúbal dos recursos técnicos e hu-manos que visam a satisfação das necessidades da comunidade”.A construção do polo operacional inclui, igualmente, a execução de uma intervenção urbanística do local, com a criação de zonas de circulação pedonal e pequenas áreas ajar-dinadas, para uma maior integração do equi-pamento na malha habitacional.

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al Dominada por novelos coloridos, li-nhas, agulhas, panos, rendas, uma das salas do polo da biblioteca da Bela Vista junta pessoas da zona e de fora. A união e o crescimento coletivo do bairro têm sido prio-ridade tanto da Câmara Municipal como dos que ali residem.Eduarda Fernandes, 52 anos, mo-radora na Bela Vista há trinta e dois, é exemplo disso. Orgulhosa do sítio onde vive, foi uma das pri-meiras moradoras a pôr as mãos na massa para cuidar daquilo que também lhe pertence.Como o comodismo não faz parte do seu léxico, tem desenvolvido inúmeras atividades em coordena-ção conjunta com a Câmara Muni-cipal de Setúbal.Desta vez, Eduarda decidiu parti-

Velhos nem os traposA Bela Vista conta com os mais velhos. Autonomia, crescimento coletivo e combate ao isolamento são ingredientes que ganham incentivo no “Atelier de Tricot e Crochet”. No meio de agulhas e lãs um grupo de mulheres partilha o mesmo princípio – conviver e partilhar experiências

lhar o conhecimento que tem nas áreas do tricot e do crochet. Não sabe ao certo, mas “deve ter sido por volta dos 13, 14 anos” que despertou para o mundo das agulhas e nove-los, lição que aprendeu com a irmã, “lendo algumas revistas desta arte e praticando muito”, recorda.Animadas e de olhos sempre pos-tos no trabalho, as formandas do atelier concordam que “é de projetos como este que o bairro precisa”.Parece que este momento lhes per-tence única e exclusivamente, abs-traindo-se de tudo e de todos, de tal forma que é “um alívio ao stress”, explica Maria Teresa, 63 anos, uma das formandas.“Quando estamos aqui, o tempo pas-sa a correr e aprendemos sempre no-vas técnicas”, diz, enquanto mostra,

com vaidade, a primeira peça que fez no projeto. Um casaco gran-de de malha, verde-esmeralda. É deste orgulho que é feito o “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa de que faz parte o atelier.Maria Teresa mora na Bela Vista há trinta e três anos. A fábrica de con-feções onde trabalhava fechou e foi no bairro que encontrou uma es-capatória à vida de desempregada. “Saber que perto da minha casa há qualquer para me entreter é ótimo!”, exclama, animada.O atelier é uma das ações dinami-zadas no “Nosso Bairro, Nossa Ci-dade”, programa que conta com o envolvimento de moradores, téc-nicos municipais e de instituições com atividade nos bairros da Bela Vista, Manteigadas, Forte da Bela

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Novas ações a dinamizar no território da Bela Vista foram apre-sentadas a 16 de novembro no 2.º Encontro Nosso Bairro, Nossa Cidade, com perto de duas centenas de moradores a participar ativamente na iniciativa, um exemplo de exercício de cidadania democrática.A vontade de contribuir com ideias para construir um bairro melhor foi o sentimento dominante do encontro, realizado ao longo de toda a tarde na EB+S Ordem de Sant’Iago, com o en-volvimento de autarcas, técnicos municipais e moradores em representação dos cinco bairros do território da Bela Vista.A construção de um futuro melhor é feita de homens e mulhe-res, dos jovens aos idosos. É feita a uma só voz, num esforço e empenho conjunto que juntou uma multiplicidade de culturas e etnias com várias crenças no auditório escolar completamente lotado.“Vocês são a força de transformação das vossas próprias vidas. Nós, Poder Local Democrático, incondicionalmente, estamos cá para vos ajudar”, salientou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira. “Estamos a ir muito bem!” O encontro, que incluiu um apontamento dos BelaBatuke e a exibição de um vídeo com o trabalho que tem vindo a ser reali-zado no âmbito do programa, foi organizado por uma comissão com moradores dos cinco bairros, com o apoio da Câmara Mu-nicipal. Na iniciativa, os participantes reuniram-se em grupos de tra-balho para debater e avaliar o resultado das iniciativas saídas do primeiro encontro anual e para perspetivar novas medidas e planos de ação concretos para o desenvolvimento de projetos em prol da população.

Ações definidas em várias áreas

Projetos de beneficiação do espaço público, com a reabilitação de passeios e a criação de zonas ajardinadas, a par de trabalhos de recuperação do edificado para melhoria das condições de vi-vência em comunidade, foram algumas das ideias lançadas no encontro. A continuidade de algumas iniciativas de índole cultural e des-portiva, como o “Férias no Bairro” e festas populares, foi tam-bém definida no encontro, assim como um projeto de pré-reco-lha de roupas e outros materiais colocados no lixo para posterior tratamento e reutilização.Maria das Dores Meira afirmou que a continuidade do caminho de mudança impulsionado por este “programa único em todo o País” deve ser feita com “a participação de todos” e com a convic-ção de que a transformação desejada não é alcançada somente com o trabalho camarário.A tamanha participação de moradores no encontro, o dobro da edição anterior, comoveu a autarca. “Esta atitude dá-nos confian-ça para o que aí vem e a certeza de que o futuro pode e já está a ser transformado com este trabalho conjunto.”O vereador da Habitação da Autarquia, Carlos Rabaçal, enalte-ceu a importância do encontro, este ano com o lema “Decidir, Organizar e Realizar, para a “procura e debate de novas propostas de trabalho”, mas também para o “reforço dos laços de coesão e de proximidade entre os moradores”.Carlos Rabaçal vincou a “qualidade do debate e o sentido comuni-tário alcançado no encontro” e frisou o “compromisso de todos os moradores em se envolverem ativamente para a concretização de to-das as propostas debatidas e apresentadas em plenário”.

Velhos nem os trapos

Vista, Alameda das Palmeiras e quinta de Santo António.As formandas partilham da opinião de que “o atelier é excelente para pas-sar umas horas diferentes e também para conviver” e gera “uma partilha muito interessante entre conhecimen-tos”.Comparam, espreitam o trabalho da vizinha, dão e recebem dicas de Eduarda Fernandes. Sim, também dão. Todos ensinam, todos apren-dem, é esse o lema. “Uma vez tive uma dúvida relativamente ao bico de um pano e foi uma das formandas que me ajudou”, relembra a formadora.

Da cidade ao bairro

Com o “Nosso Bairro, Nossa Ci-dade” a mudança é visível. Não é apenas aos moradores da Bela Vista e zona envolvente que o programa toca. Também abrange pessoas de fora do território. Uma das “Ma-rias” que fazem parte do atelier é Maria José Banha, 61 anos. Apesar de ter nascido no Alentejo, consi-dera-se mais setubalense. “Já vivo em Setúbal há trinta e quatro anos.”Maria Banha vive fora do bairro e é uma das mulheres que participam no atelier e, como outras, em situa-ção de desemprego. quando soube da abertura de inscrições para o “Atelier de Tricot e Crochet” não hesitou em inscrever-se.“O rótulo que alguns ainda põem no bairro não me afetou”, salienta, con-tando que, tempos antes, passava na Bela Vista com regularidade, quando trabalhava na antiga uni-dade industrial Mecânica Setuba-lense.Um dos motivos que levaram Ma-ria José a inscrever-se foi “o sonho de participar num projeto destes” dada a importância para o estímu-lo do espírito de participação ativa. “Ouve -se falar do bairro como proble-mático. É por isso que é importante participar neste tipo de iniciativas”, pois “só assim se pode mudar men-talidades”.

Não é por acaso que os olhos bri-lham quando fala em tricot e cro-chet. “O gosto por esta arte nasceu comigo e isto acaba por ser viciante”, assume Maria José. “Não há dia em que me deite sem fazer alguma coisa.”Embora já soubessem fazer crochet e tricot, as formandas consideram que estão sempre a aprender e há também quem faça questão de não ter os trabalhos acabados.“Tenho sempre um trabalho a meio”, confessa Maria José, enquanto aponta para uns marcadores de li-vros feitos em ponto cruz que não estão terminados. “Assim, quando estiver cansada de uma coisa, tenho sempre algo para acabar.”Apesar do número crescente de participantes “é pena não haver mais pessoas a participar em iniciativas como esta”, lamenta Maria José Ba-nha, que não percebe como “há muitas pessoas em casa sem fazer nada. Têm locais onde passar uma tarde agradável” e, “participando, iam sentir-se mais úteis”.

Combate ao isolamento

Nem só do convívio e da partilha de experiências se faz este atelier. Diminuir o isolamento em que al-gumas pessoas possam viver é uma das premissas do projeto, adianta Eduarda Fernandes, para sublinhar a mais-valia social da iniciativa. “Uma das senhoras que estiveram connosco vive sozinha, porque é viúva. Enquanto aqui esteve, falava, convi-via, passava um bom momento.”Com Eduarda está Maria Alfaiate, 82 anos, também formadora. O seu cajado – como trata a bengala –, num dos cantos da sala, simboliza a partilha intergeracional de que é feito o projeto.A pronúncia “charroca” não enga-na. Nasceu em Setúbal, na freguesia de São Sebastião, e mora na Alame-da das Palmeiras, Bela Vista. Apesar de a idade já ir avançada e das dificuldades na visão, não lar-ga as agulhas e os novelos. “Gosto muito de tricotar e ensinar. As pessoas aprenderem aquilo que eu ensino é que me deixa feliz.”É assim que Maria Alfaiate define o vício de tricotar e a importância do atelier na sua vida. “O problema são os meus olhos”, continua, entriste-cida. A “vista”, a aborrecida “falta de vista”, que tanto a incomoda e que, muitas vezes, não a deixa fazer mais.Mãe, avó e bisavó, Maria Alfaiate dedica o seu tempo no “Atelier de Tricot e Crochet” a fazer trabalhos e olha ao redor. “Sinto-me muito feliz com os projetos que são desenvolvidos no meu bairro. Parece que me sinto sempre acompanhada”, agradece, enquanto as mãos, calejadas, tra-balham num casaquinho, em tons de amarelo, azul e rosa, para um bisneto. Maria Alfaiate é acarinhada por to-das, e o faz juntamente com Eduar-da Fernandes é exemplo do envolvi-mento da população e da promoção do envelhecimento ativo.Do atelier, nascem panos, roupa para crianças, camisolas. Da Bela Vista. nascem mudanças.

Oficina de partilhaO que levou Eduarda Fernandes, moradora da Bela Vista, a propor a realização de um atelier de partilha da vontade de aprender a arte do tricot e do crochet foi fazer com que as pessoas saiam de casa e participem no esforço de construir um bairro melhor.O “Atelier de Tricot e Crochet”, iniciado em 2012 e que propor-ciona aos participantes a oportu-nidade de aprender em conjunto, conviver e partilhar experiências, é uma das muitas iniciativas do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa municipal assente na participação dos moradores em ações de beneficiação e na imple-mentação de projetos na zona da Bela Vista.Apesar de especialmente diri-gido à zona de intervenção do programa – Bela Vista, Mantei-

gadas, Alameda das Palmeiras, Forte da Bela Vista e quinta de Santo António –, o atelier recebe pessoas vindas de fora. No total, este projeto envolveu cerca de vinte formandas, acompanhadas por duas formadoras. A oficina, com sessões à tarde no Polo da Bela Vista da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, já conta com três edições. As formandas têm a oportunidade de, em datas festivas como o Natal e a Páscoa, oferecer alguns dos trabalhos que realizam.O atelier já ultrapassou o território da Bela Vista. Em 2013, transitou para o Museu do Trabalho Michel Giacometti no âmbito da exposição “Do Bairro ao Museu – Olhares do Bairro”, como forma de divulgar a partici-pação ativa dos moradores.

Novas ideias lançamfuturo na Bela Vista

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16SETÚBALoutubro|novembro|dezembro1416SETÚBALoutubro|novembro|dezembro14

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Uma viatura plataforma de gran-des dimensões, com um alcance máximo, em altura, de 43 metros, vocacionada para missões de sal-vamento e também para cenários de combate a incêndios, é um dos principais veículos adquiridos no âmbito da candidatura comunitá-ria “Resiliência Setúbal +”. “Mais do que o reforço da capacidade

Sapadores mais operacionais

As capacidades operacionais da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal saem

reforçadas com um conjunto de novos equipamentos. Veículos, contentores logísticos

e material de intervenção diverso foram adquiridos no âmbito do “Resiliência Setúbal +”,

uma candidatura comunitária apresentada pela Autarquia da ordem dos 2,5 milhões de euros

operacional da companhia, a nova viatura permite uma maior abran-gência de intervenção em vários tea-tros de operação”, sublinha Paulo Lamego, comandante da Compa-nhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS).A maior flexibilidade de inter-venção, um dos principais ganhos para esta companhia, é alcançada

com a plataforma da viatura que pode ser manobrada, simultanea-mente, na vertical até um máximo de 33 metros de altura, e também na horizontal, num alcance até dez metros.“Esta polivalência de atuação per-mite alcançar locais de difícil acesso, como são exemplo algumas áreas no centro histórico. A viatura avança até

à zona mais próxima possível do local a intervir, enquanto a missão é exe-cutada pela plataforma”, adianta o comandante da CBSS.Uma cesta instalada no topo da plataforma, com capacidade de carga até 500 quilos, é outra das principais mais-valias de utiliza-ção no novo veículo. “Conseguimos colocar, rapidamente, operacionais

e material em locais a grandes altu-ras”, salienta.A viatura plataforma está apetre-chada com um jato de água com possibilidade de controlo remoto, assim como um gerador de energia elétrica e tanques de ar compri-mido. Está igualmente preparada com tubagem para o fornecimento de ar respirável e água. O “Resiliência Setúbal +”, um in-vestimento global de 2 milhões, 662 mil e 457,78 euros, é promo-vido no âmbito do qREN – quadro de Referência Estratégico Nacional e enquadrado no regulamento de Prevenção e Gestão de Riscos do Programa Operacional Temático Valorização do Território.

Atuação abrangente

Três contentores logísticos, um dos quais com um conjunto de ma-

A consolidação de procedimentos e o trabalho em equipa foram reforçados numa iniciativa que juntou, entre os dias 3 e 7 de novembro, bombeiros sapadores de Setúbal e militares da GNR num treino de busca e resgate em estruturas colapsadas.“O balanço é muito positivo”, subli-nha o comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS), Paulo Lamego, ao destacar que durante os cinco dias da iniciati-va, “além da forte componente de treino técnico, houve um importante fomento nas relações institucionais”.Participaram na “Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas” 13 ele-mentos da CBSS, trinta militares do Grupo de Intervenção de Proteção e

Resgate une forças

MULTIUSOS A viatura plataforma é a nova estrela da companhia. Tem um alcance máximo em altura de 43 metros, 360 cavalos e pesa 35 toneladas.

EqUIPAMENTOS DE SOCORROINDÚSTRIAO novo veículo, dotado de dois jatos de ataque a fogos, tem um depósito com capacidade para 9 mil litros de água e mil de espumífero.

FLORESTAA antiga viatura, com perto de 20 anos, é substituída por um veículo todo o terreno preparado para o combate a incêndios florestais.

RODOVIÁRIO Material de corte em grande amplitude e uma grua para elevar grandes cargas são mais-valias do Veículo de Socorro e Assistência Especial.

LOGÍSTICAOs contentores, de utilização polivalente, têm uma área de utilização até 60 metros quadrados. Dispõem de isolamento térmico.

RESGATE Os Sapadores são a segunda força do País com um contentor de material de última geração para busca e resgate em estruturas colapsadas.

QUÍMICOA redução de custos na aquisição de materiais do “Resiliência Setúbal +” permitiu reequipar e reativar o contentor químico da companhia.

Socorro da GNR e cinco operacionais da Força Especial de Bombeiros Ca-narinhos, da Autoridade Nacional de Proteção Civil.Paulo Lamego adianta que o trei-no, com ações teóricas e práticas no quartel dos Sapadores de Setúbal, na Serra da Arrábida e em unidades industriais abandonadas, permitiu “testar as capacidades operacionais em exercícios com equipas constituídas por elementos das três forças envolvidas no treino”.No exercício de teste das capacida-des globais de proteção e socorro na área da busca, salvamento e resgate de vítimas em edifícios, estruturas colapsadas e espaços confinados, foram utlizados, pela primeira vez

e em simultâneo, dois contentores logísticos equipados com material de última geração.Operações de escoramento de edi-fícios, demolições, corte e perfu-ração de estruturas, trabalhos de desencarceramento em viaturas e exercícios de extração de vítimas em espaços confinados foram algumas das ações dinamizadas no âmbito do treino conjunto realizado em Se-túbal.O exercício, uma organização con-junta da CBSS e do Grupo de In-tervenção de Proteção e Socorro da GNR, com a presença de meia cente-na de operacionais, permitiu testar o trabalho em equipa em prol da segu-rança da população.

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Os procedimentos de evacuação no caso de ocorrência de um sismo foram testados, com sucesso, a 13 de outubro, no Centro Escolar do Bairro Afonso Costa, exercício no qual participaram mais de duas centenas e meia de crianças.“Este é um tipo de exercício realizado duas vezes por ano e que faz parte da atividade global da proteção civil, so-bretudo em termos de prevenção, di-namizada no concelho”, salientou o vereador da Proteção Civil, Carlos Rabaçal, num briefing dinamizado após o simulacro.Nuno Sousa, do Serviço Munici-pal de Proteção Civil e Bombei-ros, adiantou que o sucesso desta iniciativa surge na “sequência do trabalho de planeamento e de prepa-ração que tem vindo a ser realizado desde 2007 num trabalho de coope-ração muito próximo entre a Câmara Municipal de Setúbal e as escolas”.

Apoio aos VoluntáriosO apoio municipal à Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Setúbal (AHBVS) foi desta-cado pelo vereador Manuel Pisco, a 19 de outubro, nas celebrações do 131.º aniversário da instituição, ce-rimónia que incluiu a apresentação de uma nova ambulância.

Escolas treinam para sismos

O teste aos procedimentos e às respostas de evacuação em caso de emergência foi conduzido no Cen-tro Escolar do Bairro Afonso Costa, assim como noutras 32 escolas do 1.º ciclo e em mais de uma dezena de estabelecimentos de ensino do 2.º ciclo e do secundário.O exercício foi conduzido no âm-

Sapadores mais operacionais

O autarca, ao afirmar que os Bom-beiros Voluntários de Setúbal são “uma força imprescindível no quadro de proteção e socorro estabelecido para o concelho”, destacou o trabalho de-senvolvido, sobretudo através da dinamização de protocolos munici-pais de colaboração.

Sistema vigia tsunamisUma experiência no sistema de alerta de tsunamis instalado no cais da Secil testou com sucesso, a 2 de outubro, o equipamento pro-tótipo capaz de detetar antecipa-damente a ocorrência deste tipo de fenómenos naturais.O ensaio permitiu analisar se a transmissão em tempo real do sinal proveniente do sistema de medição para o painel digital é fi-dedigna e demonstrar que a medi-ção do nível do mar pode ser usada eficazmente como mecanismo de acionamento do sistema de alerta.O teste consistiu na simulação computorizada da elevação do nível do mar correspondente a um tsu-nami, num cenário criado a partir dos dados conhecidos aquando da

teriais modernos para salvamento e resgate, figuram no leque de no-vos equipamentos ao serviço dos Sapadores de Setúbal, adquiridos no âmbito da candidatura “Resi-liência Setúbal +”.Os contentores logísticos, dotados de isolamento térmico, estão aptos para atuação em qualquer teatro de operações, em qualquer parte do mundo. A conceção estandardiza-da dos equipamentos permite que sejam transportados por meios terrestres, marítimos e aéreos.Os contentores, com 60 metros quadrados de área máxima de uti-lização, permitem uma multipli-cidade de aplicações, desde logo o transporte de materiais, incluindo embarcações semirrígidas, mas também podem funcionar como postos avançados de comando, hospitais de campanha ou refeitó-rios.

Um dos contentores logísticos, utilizado recentemente num exer-cício conjunto entre Sapadores de Setúbal e GNR, está equipado com material de última geração para busca, salvamento e resgate de ví-timas em edifícios, estruturas co-lapsadas e espaços confinadosMerecem destaque os equipamen-tos de corte e perfuração, entre os quais um hidráulico para demoli-ções, ferramentas para uso em veí-culos elétricos, a par de detetores sísmicos e de gases, assim como lanternas que podem ser utiliza-das em cenários potencialmente explosivos.

Mais proteção

No âmbito da candidatura a fun-dos comunitários foi adquirido mais um conjunto de equipamen-tos, nomeadamente um veículo de socorro e assistência especial, di-recionado para acidentes rodoviá-rios, com material de corte e uma grua para elevar grandes cargas.À companhia de Sapadores chega igualmente um veículo especial de combate a incêndios, viatu-ra vocacionada para a atuação em ocorrências na área industrial, “É uma mais-valia brutal na proteção industrial”, realça o comandante da CBSS.Além do reequipamento do conten-tor químico, concretizado graças a uma candidatura com financia-mento comunitário, está previs-ta a chegada de um veículo todo o terreno especialmente preparado para intervenções em situações de incêndio em áreas florestais.“Todos estes equipamentos tornam a companhia mais eficaz, com atua-ções mais especializadas que abran-gem cenários urbanos, florestais, industriais e ainda o porto”, destaca Paulo Lamego, ao adiantar que este apetrechamento operacional mo-tiva “um trabalho extra na elabora-ção de procedimentos”.O “Resiliência Setúbal +” já dotou os Sapadores de outros materiais e equipamentos, nomeadamente o recheio do modernizado Centro Municipal de Operações de Socor-ro, assim como 65 equipamentos de comunicação SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

ELITE. Uma equipa de Sapadores de Setúbal representou Portugal no Firefighter Combat Challenge 2014, competição realizada entre os dias 3 e 9 de novembro, em Phoenix, nos Estados Unidos. Pedro Gomes, Abraão Borges, Daniel André, Edi Silva e Mauro Castro competiram com elementos de 46 equipas oriundas de países como Austrália, Alemanha, Argentina e África do Sul. A primeira participação de sempre de uma equipa portuguesa valeu um lugar a meio da tabela, numa prova que contribui para o aperfeiçoamento de técnicas e táticas.

A Autarquia apoiou ainda, recen-temente, a aquisição de vários veí-culos para os Voluntários, entre os quais uma viatura de desencarcera-mento “que reforça significativamen-te o dispositivo de proteção e socorro presente em Azeitão”, realçou Manuel Pisco.Em dia de festa, em cerimónia realizada no pavilhão do quartel da AHBVS, o corpo de voluntários apresentou uma nova ambulância, um investimento de 53 mil euros que reforça não só as capacidades da instituição mas também o dis-positivo municipal ao serviço das populações.As celebrações incluíram ainda o hastear da bandeira nos quartéis de Setúbal e de Azeitão, uma romagem ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade para deposição de flores no talhão dos bombeiros e a assinatura um protocolo de parceira entre os Voluntários e a Liga dos Bombeiros Portugueses no âmbito do Centro Internacional de Gestão de Emer-gências.

bito do Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, que tem como objetivo de alertar os Esta-dos para a necessidade de adoção de políticas que visem a prevenção e a redução de danos, humanos e materiais, causados pela ocorrên-cia de fenómenos de origem natu-ral.

ocorrência do terramoto de 1755 que devastou Lisboa e afetou gra-vemente Setúbal.A experiência foi conduzida pela equipa técnica do Centro Comum de Investigação da Comissão Euro-peia, entidade que desenvolveu o equipamento experimental, cons-

tituído por um sistema de medição do nível do mar e por um painel di-gital informativo, este colocado no Parque Urbano de Albarquel.Estratégia, prevenção e respon-sabilidade são razões invocadas pela presidente da Câmara Muni-cipal, Maria das Dores Meira, para a adesão de Setúbal a este projeto pioneiro e de “fulcral importância para a proteção da cidade e dos ha-bitantes” em caso da ocorrência de um tsunami.O dispositivo de alerta integra o Modelo Global de Propagação de Ondas Tsunami, desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia no contexto do Sistema de Coordenação e Aler-ta Global de Desastres.

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As condições de prática despor-tiva para mais de uma centena de crianças e jovens saíram me-lhoradas com a aplicação de um relvado sintético no Campo Mu-nicipal da Várzea, beneficiação desportiva inaugurada a 4 de no-vembro, numa festa com um jogo de futebol. “Cumprimos um sonho”, realçou a presidente da Câmara Muni-cipal, Maria das Dores Meira, na cerimónia de inauguração do piso artificial aplicado naquele equipamento, um investimento camarário de 167 mil euros.O recinto, anteriormente em terra batida, utilizado pelo Clube Des-portivo “Os Pelézinhos” no âmbi-to de um protocolo de colaboração com a Autarquia, está agora dota-do de condições renovadas para o desenvolvimento desportivo.“Aqui, crianças e jovens formam--se como atletas mas também como

O VII Campeonato do Mundo de Pesca Embarcada – Clubes, realizado entre os dias 29 e 31 de outubro, foi ganho pelos italianos da Lenza Emiliana Tubertini e nas outras duas posições do pódio fi-caram portugueses, um deles de Setúbal.Na competição, organizada pela Federação Portuguesa de Pes-ca Desportiva do Alto Mar, os 52 atletas participantes, de 13 clu-bes provenientes de seis países, capturaram mais de 4 mil peixes, à cana, numa área defronte da Comporta e do Carvalhal, a me-nos de dez milhas da costa.No evento desportivo, organi-zado com o apoio da Autarquia, os italianos da Tubertini foram

Crianças ganham campoMais de meia centena de crianças do jardim de infância e ATL “O Palhacinho” usufruem de um campo de jogos, num investimento de cariz social impulsionado por sapadores de Setúbal e pela Liga dos Amigos da Ter-ceira Idade. Além da criação do recinto des-portivo, a intervenção solidária inaugurada a 29 de setembro incluiu a reabilitação de áreas ajardinadas com canteiros de flores e a criação de zonas de passagem.

Sintético reforça Várzea

De pelado a relvado. Um piso sintético forra o Campo Municipal da Várzea. A beneficiação melhora as condições de prática desportiva para mais de uma centena de crianças e jovens. Seguem-se mais requalificações em equipamentos camarários

pessoas”, afirmou Maria das Dores Meira, acompanhada de outros membros do Executivo, ao apon-tar a importância da instituição desportiva na cidade.Com a beneficiação do campo municipal, o clube sadino fun-dado há mais de três décadas, em 1981, que usufrui daquele cam-po, espera captar mais crianças e jovens para as fileiras das várias equipas de futebol.A obra, dinamizada entre julho e setembro, incluiu trabalhos preparatórios do terreno, com a construção da caixa de areia para receber o relvado sintético que cobre o campo de futebol de 11, a par de intervenções complemen-tares.A instalação de um sistema de rega, a criação de uma rede de drenagem de águas e a colocação de mobiliário novo foram ações dinamizadas no âmbito da em-

preitada executada naquele equi-pamento desportivo.Luís Mendes, em representação do Clube Desportivo “Os Pelézi-nhos”, agradeceu, em nome do presidente da instituição, Mário Mestre, o “esforço e o empenho do Município para tornar o sonho uma realidade”.O presidente da Associação de Futebol de Setúbal, Joaquim Sou-sa Marques, sublinhou que esta “é uma requalificação fundamental para o desenvolvimento desportivo da cidade”.Maria das Dores Meira, ao frisar que “este é mais um investimento que consagra a ambição de desporto para todos”, afirmou a continui-dade do objetivo de dotar outros campos em terra batida com rel-vados sintéticos.O próximo campo a intervencio-nar “está aqui ao lado”, anunciou a presidente da Autarquia ao apon-

Clubes do mundo pescam em Setúbalos vencedores, na segunda po-sição ficou o Clube Pesca e Náu-tica Desportiva, de Albufeira, e o terceiro lugar foi ocupado pelo

cipal de Setúbal, na reunião pú-blica de 5 de novembro, na qual foi destacado “o empenho e esforço dos atletas” participantes, assim como a vocação marítima dos se-tubalenses.Os restantes representantes de Portugal, o Botafogo Futebol Clu-be, de Palmela, e o Clube Naval de Sesimbra, ficaram, respeti-vamente, no sexto e no sétimo lugar.As equipas foram pontuadas de acordo com a quantidade de exemplares pescados, cada um com um determinado valor uni-tário. O peixe capturado foi en-tregue a instituições de solida-riedade social, através do Lions Clube de Setúbal.

Zumba dança solidáriaO espírito solidário e a prática desportiva “dançaram” juntos na Festa Zumba Setúbal + Solidária, iniciativa realizada a 15 de no-vembro com vista à angariação de fundos para a Cruz Vermelha Portuguesa – Delega-ção de Setúbal. O evento, realizado no Cais 3 do Porto de Setúbal, envolveu dezenas de participantes numa tarde de dança integra-da nas comemorações do 99.º aniversário da delegação setubalense.

Arrábida desafia no trailA resistência física foi desafiada no Arrá-bida Ultra Trail, a 16 de novembro, com perto de 1300 participantes em três provas de dificuldades e distâncias distintas. Por caminhos de natureza menos conhecidos da cordilheira, entre o Castelo de Palmela e o Parque Urbano de Albarquel, foram per-corridos percursos de 80, 23 e 14,5 quiló-metros, com o mais longo a ser conquistado por Henrique Delgado em 08h43m36s.

Passeio revela cidadeCerca de 500 pessoas participaram no IV Setúbal Bike Tour, evento que levou famílias e, principalmente, muitas crianças a desco-brir a cidade ao longo de um percurso com 16 quilómetros em bicicleta. A iniciativa, realizada a 19 de outubro, um momento de confraternização entre cicloturistas, incluiu passagens por zonas onde é possível circu-lar de bicicleta em segurança e que deu a co-nhecer novas zonas cicláveis em construção.

tar para o equipamento de utili-zação desportiva partilhada, com utilização regular pelo Vitória Fu-tebol Clube.Um desafio na categoria de ini-ciados entre Os Pelézinhos e os Ídolos da Praça estreou o relvado sintético, com o pontapé de saída do jogo inaugural a ser dado por Maria das Dores Meira.O investimento municipal na área de instalação de relvados sintéticos em recintos despor-tivos realizado nos últimos anos perfaz três campos de futebol de 11 e cinco polidesportivos.A criação de condições despor-tivas condignas que promovam e estimulem a prática despor-tiva dos mais novos é o princi-pal desígnio destas intervenções municipais e uma das apostas estratégicas da Autarquia para o aumento da qualidade de vida de Setúbal.

Grupo Desportivo “Os Amarelos”, de Setúbal. O feito desportivo do clube sadino foi distinguido com uma saudação da Câmara Muni-

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turi

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O reforço do posicionamento e da notorie-dade de Setúbal como destino turístico foi destacado na apresentação, a 5 de novembro, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, do “Sistema LiderA”, projeto que aponta medi-das para um desenvolvimento sustentável.“Estamos a afirmar Setúbal como a grande capi-tal que é com a requalificação urbana da cidade e do concelho”, salientou a presidente da Câ-mara Municipal, Maria das Dores Meira, no encontro “Desenvolvimento do Destino Tu-rístico Sustentável para Setúbal”.A autarca reforçou que “Setúbal é o único des-tino turístico com oferta tão diversificada”, no qual se engloba o turismo de natureza, da ob-servação de aves aos recursos do Estuário do Sado e da Arrábida, mas também os vinhos e a gastronomia.O “Sistema LiderA”, uma ferramenta de ava-liação e reconhecimento da construção sus-

As potencialidades naturais do Estuário do Sado foram observadas e descobertas ao longo de dois dias no ObservaNatura, cer-tame dedicado ao turismo de natureza, com enfoque na vertente ornitológica, com ati-vidades centradas no Moinho de Maré da Mourisca.“O palco desta feira é um ponto de referência na observação de aves, um ponto de partida para passeios de natureza, para conhecer o Estuário

A necessidade de estimular o empreende-dorismo no setor da aquicultura regional foi destacada pela presidente da Câmara Munici-pal num colóquio realizado a 1 de outubro no âmbito do 34.º aniversário da Reserva Natu-ral do Estuário do Sado.“Setúbal, terra intimamente ligada ao seu rio e ao mar, sempre foi, com maior ou menor intensi-dade, de acordo com os tempos, uma cidade com atividade aquícola de relevo”, apontou Maria das Dores Meira na abertura do encontro, na qual destacou o “retomar da produção de ostras” nos últimos anos.Na iniciativa, realizada no auditório do Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, a autarca adiantou que são “ainda muitas as empresas que se dedicam à exploração de aqui-culturas de onde sai peixe de grande qualidade”, razão pela qual o Município continua a dar uma “grande atenção” ao setor.No colóquio “A Aquicultura na Reserva Natu-ral do Estuário do Sado: contributos”, a autar-ca enalteceu a importância para, em conjunto

Destino sustentávelO desenvolvimento de Setúbal como destino turístico sustentável está na mira do “Sistema LiderA”. Este projeto académico avalia o setor e procura contribuir para o aumento da qualidade

Convívio com a natureza

tentável, estabelece indicadores e orientações que auxiliam a procura de sustentabilidade na rede de serviços turísticos, tais como o aloja-mento, a restauração e os transportes.“O projeto procura desenvolver e gerir a sustenta-bilidade”, afirmou Manuel Duarte Pinheiro, docente do Instituto Superior Técnico e coor-denador do projeto que atua no setor turístico e procura conciliar, em harmonia, as verten-tes de ambiente, economia e sociedade.Um melhor desempenho dos serviços e a criação de valor, a par do contributo para o aumento da sustentabilidade, são objetivos do sistema de avaliação, que atua ao nível da integração local, dos recursos energéticos, das cargas ambientais e das vivências socio-económicas.No âmbito do “Sistema LiderA” foi ainda di-namizado um workshop, a 17 de novembro, na Casa da Baía, para agentes do setor turístico.

Concelho ao gosto francêsSetúbal e a baía sadina foram os convida-dos de honra de 2014 do SAGA – Salão de Gastronomia e Artes Culinárias, realizado em Vannes, França, entre novembro e de-zembro. O pavilhão, uma exposição sobre o Estuário do Sado e a degustação da cozinha regional fizeram sucesso juntos dos milha-res de visitantes. A delegação setubalense estreitou ainda relações com o município francês e a comunidade lusa ali residente.

Enoturismo celebrado à mesaCerca de três dezenas de pessoas marcaram presença numa iniciativa gastronómica e ví-nica com a apresentação e degustação de os-tras e vinho espumante, que assinalou, a 9 de novembro, o Dia Europeu do Enoturismo. Na Casa da Baía, os participantes tiveram à dis-posição ostras Neptuno ao natural, gratinadas ou com acompanhamento de molhos e espu-mante “Santo Isidro Espumante Branco Bru-to”, da Adega Cooperativa de Pegões.

Região à prova em EspanhaO alargamento dos contactos internacionais e a divulgação de produtos locais e do concelho foram algumas das mais-valias da participa-ção de Setúbal na Iberovinac. Neste Salão do Vinho e da Azeitona da Extremadura, realiza-do em Almendralejo, Espanha, no início de novembro, Setúbal mostrou credenciais na vertente turística e apresentou-se a dezenas de países de todo o mundo como uma região produtora de vinho de qualidade.

Outono saboroso na MouriscaDuas mil pessoas passaram pela VII Feira de Outono, realizada a 9 de novembro, na Herdade da Mourisca, certame de divul-gação de produtos regionais da época que contou com um magusto, música, poesia, degustações e passeios ao ar livre. Produtos hortofrutícolas, mel, sal, ostras, pão, vinho, queijo e ervas aromáticas foram atrativos do evento, no qual foi inaugurada a mostra “O Sal e a Salicórnia”, de Florbela Glindim.

do Sado e a beleza que envolve a região”, salien-tou a presidente da Câmara Municipal, Ma-ria das Dores Meira, na abertura do evento.Na sexta edição da iniciativa, organizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pela Autarquia, a 11 e 12 de outubro, houve minicursos, workshops, passeios, observação de aves, encontros e troca de experiências entre empresas deste setor turístico.

Empreendedorismo ajudaa estimular aquicultura

com os vários agentes, “entender as razões de um eventual declínio do setor” e encontrar “estí-mulos para o aparecimento de novas empresas”.Já o secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Mi-guel de Castro Neto, ao salientar o potencial das ostras portuguesas, desafiou os especia-listas presentes a propor medidas que pos-sam impulsionar a atividade da aquicultura no Estuário do Sado.

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Várias gerações assistiram, quase trinta anos depois, ao regresso da música dos Disto & Daquilo, num concerto realizado a 4 de outu-bro, no exterior da Casa da Cultura, no âmbito do segundo aniversário deste espaço de pro-moção das artes.O espetáculo serviu para o grupo, pelo qual passaram mais de duas dezenas de músicos, recordar os temas do álbum que gravou em 1983 e outros que não chegaram a ser edita-dos, nalguns casos apresentados agora com novos arranjos.O público, heterogéneo, dos 8 aos 80, prati-camente encheu a entrada da Casa da Cultura. Os mais velhos quase se lembravam das le-tras de cor, enquanto para os mais novos foi a oportunidade de conhecer um projeto que, nos anos 80, obteve reconhecimento nacio-nal, com críticas positivas na imprensa espe-cializada e aparições na televisão e rádio.

Casa com muita arteUm concerto de regresso dos Disto & Daquilo e uma exposição do pintor José Mouga foram os pontos altos das comemorações do segundo aniversário da Casa da Cultura. Mas houve muito mais para mostrar e apreciar num espaço que já recebeu mais de 100 mil visitantes

Teatro no palco do sonho “O Sonho”, a nova produção do TAS – Teatro Animação de Setúbal, com drama, poesia e comédia a proporcionarem uma viagem por um ambiente onírico, esteve em cena a 24, 25 e 26 de novembro, no Fórum Municipal Luísa Todi, repetindo a 27 e 28 de dezembro. A peça, baseada na obra homónima de Au-gust Strindberg, com encenação de Carlos Curto, convida a assistir ao desenrolar de um sonho, recorrendo a vídeo mapping que utiliza uma dinâmica de imagens em que realidade e a imaginação ora se confundem, ora se complementam.

Jazz toca em salas cheiasSetúbal recebeu com casas cheias Rodrigo Amado Wire quartet, uma das formações portuguesas que gozam de mais prestígio internacional, mas também Osso Vaidoso, o quarteto Guida Palma e a Capricho Big Band, conjuntos que preencheram o cartaz desta edição do Círculo de Jazz, a 7, 8 e 9 de novem-bro. O festival, organizado pela Câmara Mu-nicipal, em parceria com a Sociedade Musical Capricho Setubalense e a associação Expe-rimentáculo, atrai mais público a cada ano. Nesta edição os espetáculos foram na Casa da Cultura e na Capricho.

Cinema francês em festaUm homem cujo horizonte é o sofá da sala de casa, adolescentes estrangeiros a aprender francês, um jovem que aspira ser ator de ci-nema e outro que sonha ser estrela do futebol. A 15.ª Festa do Cinema Francês exibiu, entre 13 e 15 de novembro, diversas obras, algu-mas em antestreia. A iniciativa, do Institut Français du Portugal, em colaboração com a Câmara Municipal e a Alliance Française de Setúbal, promoveu diversas sessões no Cine-ma Charlot – Auditório Municipal, incluin-do uma destinada ao público infantil. Tudo a preços especiais.

Oferta de música alternativa A música alternativa às produções vistas como mais comerciais esteve em destaque em Setúbal, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, na Casa da Cultura, em mais uma edição do festival Lado B. O certame, organizado pela Câmara Municipal em parceria com a Capricho Setubalense, trouxe no dia de abertura o pianista Tiago Sousa e Timespi-ne, projeto de Tó Trips. O Vaiapraia, de voz e piano, abriu o serão de dia 6, em que tam-bém atuou A Jigsaw, de blues e folk. Charlie Mancini, que cria bandas sonoras de clássi-cos do cinema mudo, fechou o cartaz, dia 7.

No dia anterior, a 3 de outubro, foi inaugura-da a exposição de pintura e desenho “Notas de Viagem”, inspirada em ciprestes, de José Mouga, “artista que rompe com estéticas defi-nidas e que, com este trabalho, que requer uma observação precisa, remete para uma viagem”, afirmou o vereador da Cultura da Câmara Mu-nicipal de Setúbal, Pedro Pina.

equipamento municipal, acessível através do endereço www.casadacultura-setubal.pt.A plataforma disponibiliza informações so-bre as atividades regulares e pontuais dina-mizadas naquele espaço de concentração das artes, como exposições, palestras, encontros, música e cinema, que em dois anos de fun-cionamento acolheu “mais de 100 mil visitan-tes”, adiantou o vereador Pedro Pina.Com cerca de 60 mil visitantes só em 2014, a Casa da Cultura proporciona “aos setubalenses e àqueles que visitam a cidade uma oferta diver-sificada de cultura, com qualidade”.A aposta na cultura, com a promoção de inú-meras iniciativas e com a reabilitação, nos úl-timos anos, de vários espaços e equipamentos culturais, constitui “uma viagem de continui-dade que a Câmara Municipal de Setúbal quer continuar a fazer” em conjunto com a popula-ção, frisou o autarca.

José Mouga, ao afirmar que ao longo de toda a vida “nunca teve um estilo definido”, classificou o trabalho como “um processo de fecundação”.Além do espetáculo de Disto & Daquilo e des-ta mostra, o segundo aniversário da Casa da Cultura contou, entre os dias 3 e 5 de outubro, com a música de The Logadogue Swing Pro-ject, do Tocador de Realejos e da Banda Filar-mónica da Casa Gaiato, a palestra e exposição de monografias “A República e os Museus: O Museu de Educação de Setúbal”, um atelier de pintura e a tertúlia “As Duas Caras do Patrão” – o Círculo Cultural e o Teatro de Intervenção Social”.

Viagem de continuidade

O encontro com José Mouga, no âmbito da inauguração da exposição “Notas de Viagem”, serviu de pretexto para apresentar o sítio do

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Francisco Finura, homem multifacetado que se destacou em vida no desempenho de vá-rias profissões e pelo espírito inventivo e empreendedor, é recordado numa exposição biográfica patente até 1 de fevereiro no Museu do Trabalho Michel Giacometti.Entre familiares, amigos, conhecidos e ad-miradores de “Finuras”, como era conhecido, dezenas de pessoas estiveram, a 29 de no-vembro, presentes na inauguração da mostra “Francisco Finura – Um homem muito gran-de que viveu num mundo muito pequeno”.

O percurso de 50 anos na pintura de Rogério Chora foi recuperado numa exposição com mais de meia centena de obras, patente em outubro na Galeria Municipal do 11.“Esta é uma grande exposição de um artista que não é só setubalense, pois passa muito além das fronteiras da região”, sublinhou a presidente do Município sadino na inauguração, dia 5 de outubro, que encheu a galeria com familia-res, amigos e admiradores do pintor, além de apreciadores de arte.Maria das Dores Meira, confessa admirado-

A Câmara Municipal reforçou a aposta na qua-lidade da programação cultural do Fórum Luí-sa Todi, já patente nos eventos que ali se rea-lizam, como comprova o último trimestre do ano, ao celebrar a 1 de outubro um protocolo de colaboração com a AMEC|Metropolitana.O acordo assegura, para 2015, um programa cultural desenvolvido em conjunto pelas duas entidades, nomeadamente concertos da Or-questra Metropolitana de Lisboa, que atuou nessa noite para interpretar obras de Richard Strauss e Tchaikovsky.A música clássica voltou à maior sala de espe-táculos do concelho a 21 de novembro, com a

Mostra revela génio do Finuras

Homem dos mil ofícios. Operário especializado em trabalhos não especializados. Mergulhador-salvador, ilusionista. Quase tudo. A genialidade de Francisco Finura é recordada numa exposição

O filho, igualmente Francisco Finura, subli-nhou na abertura todo o envolvimento e em-penho da Câmara Municipal na organização da exposição, constituída por muitas fotogra-fias, pinturas, objetos pessoais e um vídeo de e sobre “Finuras”, falecido em 2012.O espírito inventivo do homem que se des-creveu como “operário especializado em tra-balhos não especializados” revelou-se em so-luções tão simples com travões para bicicletas instalados de forma diferente ou enchimen-tos para motores de barcos.

Meio século de artera da obra de Rogério de Chora, frisou que o pintor setubalense, que tantas vezes retratou paisagens e retratos de figuras da terra natal, “está a pintar Setúbal para o futuro”, uma vez que “retrata muitas coisas que em breve vão dei-xar de ser assim”.O pintor hiper-realista, atualmente com 73 anos, elogiou “o espaço maravilhoso” onde fi-cou patente a mostra “Rogério Chora – 50 Anos de Pintura”, composta por 54 obras criadas pelo pintor sadino, a mais antiga, um autorretrato desenhado a lápis, de 1959.

qualidade espreita o futuro

Gala de Ópera – Bel Canto Italiano, que deu voz a árias, duetos e tercetos de Bellini, Verdi e Donizetti.Noutro registo musical, revivalista dos anos 70, o cantautor espanhol Patxi Andión atuou a 31 de outubro para apresentar o álbum “Cuatro Días de Mayo”, gravado em Portugal.No teatro, a companhia Artistas Unidos apre-sentou a 15 de novembro o clássico de Ten-nessee Williams “Gata em Telhado de Zinco quente”. A encenação de Jorge Silva Melo con-tou com Catarina Wallenstein e Rúben Gomes nos principais papéis.Num espírito de fusão do moderno com o tra-

dicional, subiu ao palco do Fórum Luísa Todi o quarteto de Fado Deolinda de Jesus, que inter-preta temas clássicos daquele género musical com arranjos com outras influências rítmicas.A 29 de novembro um grupo de amigos de Fernando Guerreiro organizou um espetáculo multidisciplinar para recordar as diferentes facetas, pessoais e profissionais, do ator, en-cenador e poeta falecido em agosto de 2013.O Coral Infantil de Setúbal assinalou os 35 anos com o espetáculo “Um aniversário com... Gospel”, a 30 de novembro. O Coro Gospel de Lisboa e o Coro Feminino TuttiEncantus jun-taram-se à festa.

“Finuras”, nascido em 1929, em Setúbal, além de inventor, foi um desportista regular. Mer-gulhador e nadador-salvador credenciado, salvou várias pessoas de afogamento, sendo reconhecido com algumas medalhas pelos feitos.

Trabalhou, entre muitos outros ofícios, como vulcanizador, empresário do ramo das con-servas, serralheiro, bate-chapas, ferreiro, mecânico, encarregado de vendas, polidor de metais, eletricista e fundidor. Foi ainda ilu-sionista, hipnotista e telepata.

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Padrinhos ativosFiguras públicas e instituições apoiam estabelecimentos de ensino desde 2005. “Uma Escola, Um Amigo” ganhou novo fôlego. Personalidades e empresas ajudam e animam crianças e jovens E, de caminho, inspiram-nos a traçar planos de vida

O projeto municipal “Uma Escola, Um Ami-go” conheceu um novo impulso depois de um encontro entre padrinhos e representantes de escolas do concelho, realizado a 26 de no-vembro, no Hotel do Sado.Rosa Mota e Helena Coelho foram algumas das individualidades e instituições que mar-caram presença no encontro destinado a re-lançar o projeto criado em 2005.“Uma Escola, Um Amigo” procura aproximar figuras públicas e instituições da comunida-de escolar através do apadrinhamento de es-tabelecimentos de todos os graus de ensino no concelho.Durante o encontro, no qual participaram também a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, e o ve-reador com o pelouro da Educação, Pedro Pina, escolas “afilhadas” e padrinhos tiveram oportunidade de se conhecer melhor e trocar

impressões sobre iniciativas a desenvolver.“Trata-se de um projeto de educação para a cidadania e também de participação cidadã”, sublinhou a presidente da Autarquia, que enfatizou, ainda, o facto de “Uma Escola, Um Amigo” estar a ser “um dos mais importantes projetos no que à comunidade educativa diz res-peito”, responsável pela “edição de livros, festas com artistas e tantas outras iniciativas, em que figuras públicas e empresas têm-se substituído ao Poder Central nas responsabilidades que tem para com as crianças e jovens que frequentam os sistema de ensino”.No encontro realizado no Hotel do Sado, vá-rios padrinhos e escolas ainda tinham ini-ciativas e objetivos a definir. Noutros casos, porém, os apadrinhamentos já se fazem sen-tir junto da população escolar.A SOPAC reformulou os jardins da EB dos Arcos e ofereceu bilhetes aos alunos para um

musical em Lisboa, enquanto a Casa Erme-linda Freitas deu um apoio financeiro à Esco-la Secundária de Bocage para a aquisição de equipamento desportivo.A Cruz Vermelha, numa parceria desenvolvi-da juntamente com uma marca de produtos desportivos, ofereceu centenas de pares de ténis a alunos da EB dos Pinheirinhos.O envolvimento social de figuras públicas também se reflete de diferentes formas, como na própria imagem do projeto. O hino de “Uma Escola, Um Amigo” foi criado por Toy, que o gravou juntamente com o Coral In-fantil de Setúbal, enquanto a cantora Piedade Fernandes produziu o logotipo do projeto.Na longa lista de padrinhos das escolas de Setúbal encontram-se ainda nomes como Maria Barroso, Telma Santos, More Than a Thousand, Anjos, Ana Sobrinho, Luís Lou-renço e Deolinda de Jesus.

BOAS-VINDAS. Perto de mil alunos, entre caloiros e veteranos, do Instituto Politécnico de Setúbal foram recebidos pela Câmara Municipal, na manhã do dia 2 de outubro, na Praça de Bocage. O coordenador do Gabinete da Juventude da Autarquia, Hugo Tavares, deu as boas-vindas aos estudantes, a quem pediu a responsabilidade de serem “embaixadores de Setúbal”.

A urgência da criação de condições para que o funcionamento das escolas profissionais seja devidamente enquadrado em termos ju-rídicos foi uma das mensagens deixadas num congresso sobre estabelecimentos de ensino daquela natureza, realizado a 2 de outubro, no Fórum Municipal Luísa Todi.A presidente da Câmara Municipal de Se-túbal, Maria das Dores Meira, apelou a que o Governo coloque um ponto final nas “situa-ções de vazio para o futuro destas escolas [pro-fissionais], que são muito necessárias e não têm culpa de reformas da Administração Pública que não lhes eram dirigidas, mas de que sofrem as consequências”.Ao discursar no VI Congresso da Associação Nacional de Escolas Profissionais, a autarca referia-se à incerteza gerada pelo processo de extinção de fundações e empresas municipais detentoras de escolas profissionais.

Ensino profissionaldiscutedefinição

Meio milhar de pessoas marcaram presença, no dia 8 de outubro, na cerimónia de receção à comunidade educativa, iniciativa em que a presidente da Câmara Municipal apontou crí-ticas ao processo de colocação de professores.Com os docentes a viverem “dias muito difíceis, envolvidos numa confusão sem precedentes, na qual não têm qualquer responsabilidade”, Ma-ria das Dores Meira manifestou “total solida-riedade” para com os docentes no encontro realizado na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.Na cerimónia, em que esteve o vereador com o pelouro da Educação, Pedro Pina, assim como outros membros do Executivo municipal, Ma-ria das Dores Meira salientou a importância deste setor na estratégia municipal. “A Educa-ção uma prioridade de intervenção, porque é nela que está o futuro, o desenvolvimento e o progresso.”A Educação, “uma das grandes conquistas de Abril que importa reconhecer e recordar”, vincou, constitui “um esforço conjunto para proporcionar às crianças e aos jovens um crescimento saudável, em harmonia, conhecimento e bem-estar”.Na habitual confraternização dos agentes da comunidade educativa estiveram ainda, entre outros, o delegado regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, o presidente da Assem-bleia Municipal de Setúbal e presidentes de juntas de freguesia.A cerimónia incluiu um apontamento musical a cargo do ensemble de percussão do Conser-vatório Regional de Setúbal.

Município acolhe comunidade

O projeto de modernização e ampliação da EB+S Lima de Freitas está nomeado para o Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia – Mies van der Rohe, numa lista com um total de 420 candidatos na qual constam outros cinco trabalhos portugueses.O projeto, elaborado pelo atelier Ricardo Car-valho + Joana Vilhena Arquitectos, resultou na execução de uma obra naquela escola, concluí-da em 2013, com o objetivo de melhorar a fun-cionalidade do imóvel e integrar o estabeleci-mento com a paisagem da Serra da Arrábida.

Candidata a prémio europeuA valorização do espaço coletivo, a criação de mais valências educativas e a beneficiação geral da escola, com melhorias ao nível das acessibilidades, conforto térmico, acústico e energético, foram algumas das mais-valias al-cançadas.O prémio de arquitetura, instituído em 1987 pela Comissão Europeia, pelo Parlamento Europeu e pela Fundação Mies van der Rohe, é atribuído de dois em dois anos. A lista dos projetos finalistas ao galardão é conhecida no final de janeiro.

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quando mastigar dá que falar

acad

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A importância de mastigar cor-retamente, sobretudo em idade de pré-escolar, é explorada num projeto de investigação académi-ca que junta docentes e alunos da licenciatura em Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde do Ins-tituto Politécnico de Setúbal.O “Mastiga +”, em desenvolvi-mento há cerca de um ano, surge após a frequente identificação de problemas na fala e na voz dos mais novos e que, de acordo com os investigadores envolvidos, po-dem resultar de perturbações na alimentação ou de uma incorreta mastigação/deglutinação.A construção e validação de um instrumento que permita a sina-lização precoce de alterações na mastigação em crianças em idade de pré-escolar e que possibilite uma intervenção atempada e efi-caz no tratamento materializam o grande desafio da investigação.

Barreira protetoraUm revestimento inovador que aumenta a durabilidade de ligas de magnésio foi desenvolvido por uma aluna de mestrado da Escola Superior de Tecnologia, que esteve na NASA. As consequências de uma mastigação incorreta, sobretudo ao nível da fala, são estudadas numa investigação que junta professores e estudantes da Escola Superior de Saúde

Para validar a teoria, o projeto, coordenado pelas docentes Sónia Lima e Vânia Ribeiro, conta com o envolvimento de mais de duas de-zenas de alunos e profissionais de saúde e da educação, assim como os próprios pais e antigos estudantes.“É uma área pouco desenvolvida. Há uma escassa partilha de informação de casos de crianças com problemas de alimentação e mastigação, situa-ções que podem estar relacionadas com anomalias da fala, crescimento craniofacial, postura, motricidade orofacial e respiração”, adianta Sónia Lima.Para elaborar o instrumento de si-nalização, os investigadores con-tam com a colaboração de agentes que intervêm com as crianças, que reportam comportamentos que se julgam vulgares e normais mas que, na realidade, podem estar relacio-nados com o objeto de estudo do trabalho.

Há vários sinais referenciados. “Crianças que levam demasiado tempo na hora da refeição, que se sujam em demasia, que têm preferências por di-ferentes formas de confeção do mesmo alimento ou que não sabem manusear corretamente os talheres”, alerta Vânia Ribeiro.

Muitos destes comportamentos, vulgarmente identificados como “preguiça, distração ou simples falta de jeito, podem estar relacionados com alterações sensoriais nas crianças, algumas delas muito precoces, que po-dem surgir ainda durante o período de amamentação”, afirma Sónia Lima.

A durabilidade de ligas de magné-sio, materiais com diversas formas de aplicação, nomeadamente na indústria aeronáutica, automóvel e biomédica, é aumentada com a aplicação de um revestimento pro-tetor inovador desenvolvido por Cátia Piedade.A otimização de ligas de magnésio, através da diminuição do processo de corrosão destes materiais, cada vez mais utilizados, foca a investi-gação da aluna do mestrado em En-genharia Biomédica – Desporto e Reabilitação, da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal.

A designação do projeto da inves-tigadora de 25 anos pouco revela à grande maioria das pessoas, “Re-vestimento em magnésio ultra puro nas ligas AZ31 biodegradáveis: fun-cionalização com nanopartículas de hidroxiapatite e grafeno”. A expli-cação acaba por ser mais simples.As ligas de magnésio detêm exce-lentes propriedades e permitem uma panóplia de aplicações. Contu-do, são muito suscetíveis à corrosão, facto que a aluna procurou inverter no trabalho de investigação iniciado em outubro de 2013, com largos me-ses de experiências em laboratório. “Para baixar a corrosão do magnésio

são necessários tratamentos de su-perfície. Neste caso foi utilizada uma solução com fosfato e grafeno, um componente quimicamente inerte, es-tável e impermeável. Juntos formam a barreira de proteção desejada”, expli-ca Cátia Piedade. A investigação da estudante, licen-ciada em Engenharia Biomédica, começou precisamente por explo-rar esta área da medicina, com a criação de implantes biodegradá-veis que desaparecem ao longo do tempo, sem necessidade de remo-ção por cirurgia e sem efeitos noci-vos para o utente.As experiências conduzidas, com

recurso a simulações e técnicas la-boratoriais de desgaste e corrosão agressivas, indicam que a aplicação do revestimento diminui substan-cialmente a taxa de degradação de ligas de magnésio. “Foram momen-tos de descoberta até porque esta é uma área pouco explorada.” Em suma, salienta a jovem investi-gadora, o trabalho visou “o aumento da durabilidade de ligas de magnésio, o que permite o alargamento da apli-cação deste material a diversas áreas de intervenção, nomeadamente na biomédica, na qual o magnésio ainda é pouco utilizado”.

Sonho americano

Em finais de outubro, Cátia Piedade levou o trabalho de investigação até aos Estados Unidos, para uma apre-sentação na conferência “Environ-ment and Alternative Energy: In-creasing Space Mission Resiliency through Sustainability”, da NASA, Agência Espacial Norte-AmericanaO desafio foi impulsionado pelas docentes Catarina Santos e Maria João Carmezim. As orientadoras da tese de mestrado da aluna can-didataram a investigação à Funda-ção Luso-Americana, entidade que atribuiu uma bolsa que ajudou Cátia Piedade a viajar até ao outro lado do Atlântico. Na conferência sobre ambiente e energias alternativas, realizada

no Kennedy Space Center Visitor Complex, em Orlando, Flórida, a aluna apresentou a investigação do revestimento de proteção em fos-fato e grafeno em aplicações mais vocacionadas para a indústria aero-náutica e automóvel.“Neste caso, a utilização do revesti-mento protetor em ligas de magnésio aplicadas na mecânica, além do au-mento da durabilidade, pode pro-porcionar mais-valias na eficiência, nomeadamente na redução de consu-mos de energia e de emissão de gases”, esclarece.A participação na conferência in-ternacional, ao lado de alguns dos melhores cientistas e investigado-res da atualidade, é motivo de orgu-lho. “Foi gratificante e, no fundo, um reconhecimento pelos vários meses de estudo, pesquisa e investigação.”A experiência americana, vinca Cá-tia Piedade, contribuiu para o “cres-cimento pessoal, académico e poste-riormente profissional, bem como para uma maior projeção do revestimento desenvolvido. Em suma, abriu algu-mas portas para explorar no futuro”.Apesar de fascinada pela área da investigação, a aluna quer agora ingressar no mercado de trabalho. “Foram sete anos consecutivos a estu-dar. Agora, se conseguir, espero come-çar a trabalhar.”Contudo, não fecha a porta a um novo desafio na vertente de pesqui-sa. “Se surgir a oportunidade certa...”

O instrumento de sinalização, uma checklist de diagnóstico que permita identificar e validar si-nais de alterações sensoriais para uma atuação mais rápida, sobre-tudo ao nível do terapeuta da fala, deverá estar finalizado até meados de 2015.Além da criação do instrumento, a investigação pretende cons-ciencializar os profissionais que trabalham com crianças para a importância do diagnóstico de transtornos na mastigação, atra-vés de ações de formação dinami-zadas pelos estudantes em regime curricular.“Se conseguirmos intervir o mais atempadamente possível e, por outro lado, sensibilizar a população para a correta identificação destes compor-tamentos, estamos a contribuir para a atenuação de repercussões futuras no desenvolvimento das crianças”, vinca Sónia Lima.

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24SETÚBALoutubro|novembro|dezembro1424SETÚBALoutubro|novembro|dezembro14

retr

ato

s

Pelas bancadas brotam martelos, li-mas, tenazes, lixas, ferramentas de corte, alguidares, frascos e frasqui-nhos com químicos e o indispensá-vel maçarico. Mistura-se e espalha-se esta e outra parafernália por uma assoalhada do tamanho de uma ga-ragem. O resultado, num quadro que recupera uma comum carpintaria, é o atelier da joalharia Officina Bellu Conti.Camuflados na pacatez bucólica de Brejos de Azeitão, José e Paula Vilaça dão vida a rudes blocos de ouro, pra-ta ou outros metais nobres e vis.São artesãos. Artistas. “Nunca saíram daqui duas peças iguais. Nem se pode dizer que seja, chamemos-lhe assim, ‘capricho artístico’. Simplesmente, não é possível”, garante José Vilaça, com os ombros encolhidos.A originalidade e a criatividade vin-cam, como uma cinzelada, a distância que os separa de uma convencional ourivesaria. As peças são todas per-sonalizadas, ímpares e concebidas à medida dos desejos dos clientes. Um coração pode ser um pedido ha-bitual a um joalheiro, mas na Bellu Conti os corações batem todos de maneira diferente e, talvez pela pai-xão demonstrada na viagem entre a fundição do ouro em estado bruto e o polimento final da nova obra de arte,

Oficina de ovos de ouro

De metais em bruto fazem arte. A matéria-

-prima, muita dela preciosa, ganha

a elegância de uma joia. A Officina Bellu Conti destaca -se em

Azeitão pelo trabalho personalizado.

O ouro ou a prata não lhe esconde segredos e ganha a forma dos

sonhos de cada um

as encomendas não vão faltando e até se sobrepõem.“Repare, um quilo de prata custa à vol-ta de 400 euros. É muita prata. Não é o que encarece o valor de uma peça. As horas de trabalho, a dedicação, é o que se reflete no preço final”, observa José Vilaça.A propósito, as peças mais baratas a sair das mãos dos artesãos são anéis em metais não nobres. Custam entre 20 e 30 euros. Da mais cara, curio-samente, não se lembram do valor. “Talvez uns 300 ou 400 euros”, adian-ta, manifestamente insegura, Paula Vilaça, mulher de José, na mesma frase em que atira também “uns 1700 euros” por um trabalho “mais com-plexo e com muito material precioso”. Resumindo, é difícil dar números à arte.

Não saem prémios

O esforço e o empenho empregues em cada peça podem gerar devoção e, sem dúvida, são fonte de orgulho quando o trabalho fica terminado.“Dá sempre um apertozinho no peito quando se entrega uma peça de que gostamos muito. Mas este é o trabalho. Pode deixar de ser minha, só que passou para alguém que gostou dela o suficien-te para a encomendar. É um conforto”,

desabafa a sempre sorridente Paula.“Também temos de viver todos os dias”, acrescenta José, a quem, concordam ambos, é mais difícil desapegar-se das criações.Só que o ego encontra outros meca-nismos de consolo. “As peças premia-das não as vendemos. Já quiseram com-prar, mas não consigo. Eventualmente podemos fazer outra. As premiadas é que não”, afirma José com recurso a pantomina assertiva, mas sem abrir mão da simpatia contagiante.Por isso, naquela que é uma espécie de antecâmera do atelier, há prate-leiras decoradas com obras de uma coleção que se pode definir como pessoal e intransmissível.Desde que se iniciaram no ramo da joalharia, há cerca de vinte anos, já arrecadaram vários prémios em concursos.No mostruário impõem-se à vista dois enormes ovos de avestruz, um deles com duas figuras de prata a eclodir em alegria. Foi menção hon-rosa numa edição dedicada ao Ano Europeu da Igualdade de Oportuni-dades do concurso Inovarte, no qual o casal também já recebeu honras de primeiro e segundo lugares noutros anos.A restante área das prateleiras está polvilhada com outras peças, mais

ou menos vistosas, e, praticamente todas, com etiquetas a indicar um concurso e o respetivo prémio con-quistado.“Em quase uma dezena de provas não fomos premiados por duas vezes. Esta foi uma delas [segura uma detalhada e impactante rendeira de bilros em prata]. Não é que coloquei um lenço na cabeça da mulher?! Disseram-me que não ganhava o prémio porque as senho-ras não usam lenços. Nunca!”, explica José Vilaça entre gargalhadas.A culpa, porventura, residirá na contemporaneidade que define o estilo de ambos os artesãos e que poderá negligenciar detalhes de tra-dições.

Joias com pronúncia

José nasceu em Braga e Paula em Gondomar. Fizeram as malas rumo ao Sul depois de José cumprir o serviço militar. O Barreiro ficou então para trás com o desejo de se abrir uma ourivesaria em Azeitão, cumprindo-se o gosto comercial de Paula.José, amigo das artes, em particular da pintura, e tipógrafo naquela al-tura, decide tirar um curso de joa-lharia em Gondomar instigado pela mulher.

Absorve “o máximo de informação possível para poder trazer cá para ‘bai-xo’”. Resulta, pois leva “jeito para a coisa” e, “numa altura em que havia assaltos a lojas”, fecham a que ti-nham e abrem a oficina de joalha-ria personalizada e por encomenda. Paula junta-se ao mester depois de a curiosidade a levar a observar o ma-rido a trabalhar.Assinam as peças que criam porque os clientes assim o pedem.Cada tem um estilo próprio, mas adotam “um processo criativo de com-plemento mútuo”, diz Paula.“Somos mais conhecidos fora de Se-túbal”, observa a artesã, notando, igualmente, que o Norte tem mais tradição na compra e criação de joa-lharia.“O início foi engraçado”, acrescenta José. “No último dia de uma feira em Coimbra, uma senhora aborda-me com as mãos cheias de peças em pra-ta. Perguntou se era artesão, confirmei. Deu-me aquilo tudo e disse para levar, derreter e ir enviando criações novas à medida que as fosse fazendo. Fiquei parvo. Perguntei-lhe se não tinha medo que fosse um bandido.”Não era. E a senhora não teve medo. Ainda hoje, como tantos outros, continua cliente da Officina Bellu Conti.

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O popular tremoço está a ganhar o es-tatuto de iguaria requintada graças à iniciativa de três jovens setubalenses que transformaram a vulgar semente em patê gourmet.À originalidade inspirada na tradição chamou-se Taroço e, convença ou não o paladar, é impossível passar desper-cebido.Numa primeira impressão, transfor-mar o prosaico tremoço em patê de elite soa a ideia peregrina, mas Pedro Baptista, André Fernandes e Pedro El-vas rapidamente perceberam que de tal excentricidade poderia surgir uma ideia com futuro.“Queremos que as pessoas vejam o Taroço como algo de excelência porque se trata de um produto saudável”, explica Pedro Baptista, 26 anos.Para o engenheiro de automação, con-trolo e instrumentação, a maioria dos produtos biológicos e saudáveis peca por lhes faltar sabor. O Taroço vem dar outro tempero a essa tendência. “Ninguém fica indiferente. É intenso e marcante. Depois depende dos gostos”, observa.André, 26 anos, mestre em engenharia biológica, explica que o tremoço tem as

O tremoço gourmet

características de um superalimento, com altos teores de proteínas. Recusam-se a usar conservantes, co-rantes e outros aditivos artificiais, além de que o original patê setubalen-se não leva sal e está livre de glúten e lactose. Argumentos que fazem André Fernandes garantir que a produção do produto final é transparente para o consumidor.

Agora é a sério

Os constantes convites para reporta-gens e programas televisivos, os mais de mil “Gostos” no Facebook e as mi-lhares de visualizações no canal do Ta-roço no Youtube quase fazem esquecer que este é um projeto que está a dar os primeiros passos.Na verdade, nem sequer está a ser co-mercializado.quem quiser experimentar deve enco-mendar através da página do Facebook ou do endereço de correio eletrónico [email protected], o projeto esteve expos-to numa plataforma de crowdfunding para angariar fundos junto do público.A equipa conseguiu, graças à confiança

inic

iati

va

Do pires saltou para um frasco com rótulo elegante. Barra-se em tostas e no pão e até adorna saladas. Estranha-se e depois entranha-se, num plágio, com propriedade, das palavras do poeta. Senhoras e senhores, vem aí o Taroço, o patê de tremoço

rostoÁgua revela super-heróiUsualmente renegado aos pires de café, quase como adorno de uma refrescante imperial em esplanada de verão, o tremoço merece um olhar mais atento.Esta semente das plantas fabáceas tem como nome cientí-fico Lupinus e, de entre as centenas de espécies existentes, a Albus é a mais consumida em Portugal.O tremoço quase lembra um super-herói com uma identi-dade secreta.quando se encontra no estado de semente seca, contém várias substâncias tóxicas e prejudiciais à saúde, como aminoácidos e alcaloides.Cozido e passado por água corrente, torna-se altamen-te proteico e rico em fitonutrientes e fibras, com baixo valor calórico e de gorduras. Características típicas de um super alimento, com vários benefícios para a saúde.Tremoço em números: Energia (kcal) 83,05; Água (g) 49,61; Proteína (g) 10,87; Lípidos totais (g) 2,04; Carbohidratos (g) 6,90; Fibras (g) 1,95.

depositada pelos cibernautas, apoios financeiros para que o Taroço seja ana-lisado em laboratórios. Um dos valores dos quais aguardam novidades é, por exemplo, o prazo de validade do sabo-roso patê.Mas a espera não se faz de braços cru-zados. Contactos para perceber o futu-ro do negócio sucedem-se, desejando o trio assegurar a continuidade da pro-dução do Taroço e garantir uma distri-buição ajustada do produto.“A ansiedade faz parte, mas não nos dei-xamos afetar. Queremos fazer as coisas bem e com calma, sem precipitações”, re-flete André.Pedro Elvas, 25 anos, estudante de marketing, desvenda algo mais sobre planos a longo prazo. “O Taroço deverá ser uma marca de vários produtos saudá-veis à base do tremoço e pensamos ainda ser possível vingar internacionalmente”, acrescenta.Pedro Elvas tem motivos para querer conquistar o mundo. “Já fomos contac-tados por uma senhora, emigrante em Pa-ris, que nos propôs vender o Taroço na loja gourmet que tem lá.”Com tantas perspetivas de crescimen-to, já pensam em mais variedades além

dos atuais “Clássico”, “Pimento Ver-melho” e “Cebola”.“Acreditamos piamente que se vai tornar uma realidade no mercado”, confessa Pedro Baptista.Essa fé comercial está intimamente ligada à própria origem da ideia, que remonta a uma conversa corriquei-ra entre André e Pedro Elvas na qual constataram uma lacuna no mercado dos produtos biológicos e saudáveis. Não têm paladar, consideram.Curiosos, começaram a investigar pro-dutos com potencial. “Curiosamente foi fácil. Pensámos no abacate, mas não tinha potencial. No dia seguinte, com uma simples pesquisa na internet, depa-rámo-nos com o tremoço. O Pedro [Elvas] gosta de se aventurar na cozinha, surgiu a primeira pasta e percebemos que merecia mais atenção”, recorda André Fernan-des.Agora, já com Pedro Baptista, que ra-pidamente abraçou a aventura, fabri-cam o Taroço para amigos, familiares e curiosos experimentarem e ditarem sentenças. “Temos pedidos, mas o me-lhor sintoma é que geralmente voltam a pedir mais”, adianta Pedro Elvas, com palavras de confiança.

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quem vê a cidade de Setúbal hoje não consegue imaginar como foi o acordar do primeiro dia de novem-bro de 1755. Um terramoto e um maremoto, aos quais se seguiu um fogo incomensurável. Um verdadei-ro dia de terror.Calores desajustados para a época, a lembrar um longo verão sem pingo de chuva, foi assim que se anunciou o Dia de Todos os Santos de 1755. As missas tinham começado cedo e sucediam-se em todas as igrejas e capelas da cidade.Era perto das nove e meia da manhã quando um abalo, de quinze minu-tos, sacodiu a vila de Setúbal. A terra não parava de tremer, as casas desa-bavam, e já se preparava outra amea-ça – o mar começara a crescer como uma montanha e a enchente atingiu o primeiro andar dos edifícios. Derrubou barcos, engoliu quantos se tinham refugiado junto da água para escapar ao terramoto. Depois do mar, o fogo, que, durante seis dias, viria a assenhorear-se de tudo o que encontrava, ateava o lume e este era espalhado pelos ventos.Em “Portugal Antigo e Moderno”, de Pinho Leal, o cronista escreve que Setúbal, na altura vila, “sofreu mais do que as outras povoações” naquele que ficou conhecido por Terramo-to de Lisboa “porque saíram da terra grandes jatos d’água, que se levanta-ram a grande altura, ao mesmo tempo em que o mar, que abandonara a praia, refluiu logo com grande fúria” e acabou por assolar o porto, “destruindo em-barcações e matando muita gente”.O historiador relata que, “à falta de habitações, se fizeram barracas em di-versos sítios, principalmente junto das muralhas, de que ainda restam alguns vestígios”.Nesse período, Setúbal viveu dias de “balbúrdia”. No meio do horror e da destruição, as pessoas, enlou-quecidas, procuravam amigos e fa-miliares entre as ruínas, acorriam

Os quinze minutosque abalaram SetúbalO terramoto de 1755 não devastou apenas Lisboa. Muitas localidades do Sul também foram atingidas. A vila de Setúbal não escapou à fúria da natureza e foi a que mais sofreu, com mais de 4 mil mortos, quase um terço da população

a esmos sem saber onde abrigar--se. Dos escombros retiravam-se os mortos e começaram a crescer, de forma desorganizada, barracas de lona ou de madeira armada para abrigar os desalojados.Um dos setubalenses que vivenciou o terramoto, o historiador Gregório de Freitas, deixou um documento intitulado “Notícia do terramoto do mês de Novembro de 1755 pelo que respeita a esta Vila de Setúbal”, no qual refere a perturbação de toda a gente após o dia do sismo que con-sidera “o dia final”, no qual “os mari-dos procuravam pelas mulheres, estas por eles, os pais e mães pelos filhos, estes por eles e elas, os irmãos uns pelos outros, enfim tudo era confusão”.

Danos incalculáveis

Do terramoto de 1755 sabe-se que terá vitimado mais de 4 mil dos cer-

ca de 13 mil habitantes de Setúbal. Muitas casas caíram. Outras ruíram parcialmente. Pinho Leal refere, no seu livro, que no Largo da Fonte Nova, “se reuniu tão grande entulho que chegava à altura das janelas dos primeiros andares”.Os Paços do Concelho, edifício-se-de da Câmara de Setúbal, ficaram praticamente em ruínas. Esta situa-ção vai determinar que o arquivo do município, que não foi afetado pelo terramoto, seja transferido para o Convento de Brancanes, onde passa a reunir a vereação.As freguesias de S. Sebastião, S. Ju-lião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça sofreram violentamente os efeitos da catás-trofe. É disso que dão conta os re-latos prestados pelos párocos das freguesias de Setúbal, em resposta ao inquérito nacional coordenado pelo padre Luís Cardoso, em 1758, a

mando do secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal.Na freguesia de S. Sebastião, nal-gumas ruas, os edifícios caíram. Na freguesia de S. Julião, a maior parte das casas ficou arrasada e as restan-tes bastante destruídas. Três ruas inteiras, Direita dos Mercadores, dos Caldeireiros e das Canastras, foram queimadas pelo fogo que se seguiu ao terramoto.Na Igreja de S. Domingos, caiu a abóbada e algumas das capelas cola-terais. No Convento dos Agostinhos Descalços, houve também prejuí-zos, mas facilmente reparados. No Colégio dos Padres da Companhia de Jesus, “todo o teto veio a terra”, só ficando ilesa a capela-mor. No Con-vento de S. João, metade da igreja, a capela-mor e colaterais caíram, o coro ficou muito aluído e a parte

Desenho da vista geral de Setúbal em 1669, um século antes do terramoto, feito por Pier Maria Baldi durante a viagem por

Portugal de Cosme III de Médicis, grão-duque da Toscana

Na atual Praça Teófilo Braga, existia a Igreja da Anunciada, devastada pelo terramoto e onde, no átrio, eram enterrados cadáveres, descobertos em escavações arqueológicas realizadas a partir de 2011

Fontes “Setúbal no século XVIII – As infor-mações paroquiais de 1758”, Rogé-rio Peres Claro, Setúbal, 1957“Coleção de clássicos n.º 5 – O Marquês de Pombal, o terramoto de 1755 em Setúbal e o Padre Malagri-da”, Daniel Pires, Setúbal, 2013“Portugal Antigo e Moderno”, Au-gusto Soares de Pinho Leal, Lisboa, 1880“História e cronologia de Setúbal, 1248-1926”, Albérico Afonso Costa, Setúbal, 2011

poente do convento inabitável. Na Igreja Paroquial de S. Sebastião, veio abaixo o zimbório da torre, ficando as escadas bastante afeta-das. Caíram a cruz e as cimalhas de pedra.A Igreja de S. Julião também sofreu muito com o terramoto, o mesmo acontecendo ao Convento do Carmo e à Igreja de Santa Maria, particu-larmente a capela-mor e as torres. A Igreja da Misericórdia ou do Santo Espírito ficou irreparável e o hos-pital aí instalado registou sérios danos.A ruína causada pelo maremoto, descrita pelos párocos das fregue-sias de Santa Maria e da Anunciada, foi muito intensa nos bairros do Troino e das Fontainhas. “Com o tre-mor de terra se observaram na mesma várias aberturas, de onde saía quanti-dade de água”.Depois do flagelo de 1755, registos de azulejos passaram a aparecer nas fachadas das casas dos setubalen-ses, convocando a proteção dos san-tos contra semelhantes catástrofes.Apesar da devoção e fé, um século depois, em 1858, Setúbal é de novo assolada por um violento terramo-to que provoca inúmeras vítimas, destruindo também várias casas do centro histórico, principalmente na zona do Troino.

História

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Cidade unida pelo Vitória

Brinde à visão

hojeontem O edifício que hoje todos conhecemos ocupado pelo Comando da PSP de Setúbal,

no número 350 Avenida Luísa Todi, esquina com a Avenida 22 de Dezembro, como

retrata a foto atual de Mário Peneque, serviu, durante o Estado Novo, de sede da delegação

local da Legião Portuguesa, como se vê na imagem de Américo Ribeiro, de 1947,

e numa das salas funcionava o serviço de censura à imprensa. Depois do 25 de Abril

de 1974, o imóvel foi sede do MDP/CDE, partido da oposição ao regime

de Salazar e Caetano.

Pessoa

Estória

mem

óri

a

“Queremos o Vitória na primeira di-visão!” Este era o sentimento que setubalenses e vitorianos exibiam nos cartazes presentes na Praça de Bocage a 21 de junho de 1951. O que os unia era o protesto contra a des-cida de divisão da equipa de futebol decidida por despacho do ministro da Educação Nacional. Motivo: sus-peita de suborno.Homens, mulheres, crianças, com bandeiras e bandeirinhas, saíram à rua em manifestação. Nada os demoveu de exigirem a revogação do despacho que consideravam injusto, referente ao jogo entre o Oriental e o Vitória disputado a 18 de março de 1951, partida que os sadinos venceram 2-1.Reuniram-se em frente do Palácio Salema (antiga sede do clube), do Governo Civil e da Câmara Muni-cipal. A revolta e a preocupação de-monstraram o apego dos setubalen-ses ao clube da terra. A população

José Maria da Fonseca foi um empresário inovador. Única imagem conhecida. Sem data

José Maria da Fonseca sobressaiu como um visionário que há 180 anos se instalou no concelho para mudar indelevelmente a paisagem cam-pestre de Azeitão e revolucionar o mercado do vinho em Portugal e no mundo.Natural de Vilar Seco, concelho de Nelas, onde nasceu a 31 de maio de 1804, desde o primeiro instante que chegou a Setúbal revelou perspicácia invulgar.Filho de um comerciante com ativi-

A empresa foi a primeira a usar charruas atreladas a animais nas vinhas, diminuindo a força braçal nas plantações. Imagem do século XX.Arquivo José Maria da Fonseca

Medalhas de mudança

dade no Cais do Sodré, em Lisboa, visitou Azeitão para avaliar uns ter-renos dados como garantia de dí-vida ao Contrato dos Tabacos. Viu, analisou e concluiu que as parcelas seriam boa paga da dívida, desde que tivessem um novo rumo: a plantação de vinhas.Da personalidade de José Maria da Fonseca pouco se conhece no círculo público, mas as inovações que im-plementou ajudam a adivinhar uma mente pragmática e incomum.

extraordinária de Câmara, na qual o vereador Guilherme Faria apresen-tou uma moção, aprovada por una-nimidade. O esforço foi em vão. O despacho de descida de divisão do Vitória manteve-se.

Manifestação popular na Praça de Bocage, a 21 de Junho de 1951, contra uma decisão de secretaria que empurrou o Vitória Futebol Clube para a 2.ª divisão. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

não entendia outra linguagem se não a vitoriana. Mais do que qual-quer outra coisa, só o Vitória Fute-bol Clube contava naquela hora.Na manifestação de 1951, conside-rada a maior concentração do géne-ro realizada em Setúbal, as pessoas surgiam nas varandas dos edifícios e assistiam aos discursos que pro-metiam fazer justiça ao Vitória, pela voz do presidente da Assembleia Geral, Álvaro Gomes, do deputado pelo Círculo de Setúbal e antigo go-vernador civil de Setúbal José Gui-lherme de Melo e Castro e ainda do presidente da Câmara de Setúbal, Miguel Rodrigues Bastos.As taças mais emblemáticas foram colocadas na varanda da sede do clu-be, de onde discursou o presidente do Vitória, Artur Gago da Silva. Jun-to do Governo Civil, na Avenida Luí-sa Todi, o presidente da Assembleia Geral do Vitória falou sobre a preo-cupação dos setubalenses em geral

relativamente ao sucedido. Também o governador civil, Francisco Corrêa Figueira, prometeu fazer todos os possíveis para que a decisão fosse revogada ou alterada.Nesse dia houve ainda uma reunião

A inglória de 1951 não foi caso único. Após o regresso à 1.ª divisão, o Vitória Futebol Clube chega, na época de 1953/54, à final da Taça de Portugal, defrontando o Sporting, num desafio marcado por uma ar-bitragem com critérios duvidosos. A equipa acaba, injustamente, der-rotada por 3-2.Mais uma vez, as hostes sadinas não se conformaram. Organizou-se uma subscrição pública e, com os donati-vos do povo setubalense, foi feito um troféu que recebeu o nome de “Taça Recompensa”, uma réplica da Taça de Portugal, para distinguir aqueles que deveriam ter sido os vencedores da final.A manifestação de 1951 e outras es-tórias do clube são recordadas na ex-posição “Para Além da Glória – Entre o troféu e a imagem”, com espólio do Arquivo Fotográfico Américo Ribei-ro, patente até ao dia 14 de fevereiro na Casa Bocage.

A casa José Maria da Fonseca conquistou várias medalhas ao longo do trajeto de 180 anos e as primeiras premiaram o fundador ainda em vida.Até ao ano da morte de José Maria da Fonse-ca, em 1884, a empresa recebeu a medalha de ouro na Exposição Universal de Paris, em 1855, pelo Moscatel de Setúbal, vinho que também marcou pela inovação na produção.O ouro assentou ainda a José Maria da Fon-seca na Exposição Universal de Filadélfia, EUA, em 1876, por duas vezes, e novamen-te, por uma vez, noutra edição da Exposição Universal de Paris, desta feita em 1878.

Em 1840, seis anos após a fundação da empresa com o seu nome, passa-vam pelas vinhas charruas atreladas a animais. Cenário inusitado para a época.José Maria da Fonseca, bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra, reparou ainda que as habi-tuais plantações em quincôncio, uma disposição no formato do cinco nos dados, só prejudicavam, adotando a plantação em fileiras, que permi-tiam, também, mais exposição solar. Seguiu-se o engarrafamento do vi-nho, opção mais prática e apelativa para a comercialização e de total ru-tura com a usual venda a granel em Portugal.Em 1850 cria o “Periquita”, a primei-ra marca vínica do País e que fica na boca de portugueses e estrangeiros. Até hoje.Os novos padrões implementados no setor vínico foram tais que D. Pedro V confere em 1857 a Ordem de Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito “às instalações vinárias do senhor Fon-seca”.

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plan

o

segu

inte

Setúbal está a festejar o Natal com um conjunto de iniciativas, que se prolongam até janeiro, em diversos espaços e locais públicos do conce-lho, dirigidas a todos os públicos.O programa “Natal em Setúbal”, com concertos, exposições, animações de rua, teatro, dança e artesanato, em vários locais da cidade e em Azeitão (ver texto nesta página), conta este ano com a novidade “STB Christmas Market”, um mercado instalado na

O Espírito de Natal chegou a Azei-tão em meados de dezembro e só de lá sai em janeiro, depois de muitos dias e muitas noites de animação garantida.A história de Vila Nogueira de Azei-tão, as nozes e os citrinos produzi-dos na região deram tema este ano às atividades desenvolvidas num certame no âmbito do Espírito de Natal em Azeitão, entre os dias 12 e 14 de dezembro.O Espaço Descoberta centrou as atenções dos mais novos com vários ateliers lúdico-pedagógicos, como decoração de pinhas natalícias, animais feitos a partir de cascas de nozes e confeção de bolos com base em pasta de açúcar.A chegada do Pai Natal foi um dos momentos mais aguardados. Com ele vieram a Mãe Natal, a Fada da

Azeitão com espíritoNeve e o Ratinho, personagens pro-venientes de um espetáculo cénico e de dança que juntou a história da “Vila Nogueira” e o bailado quebra--Nozes, e também o Manel da Horta. O certame incluiu a construção e decoração de uma árvore de Natal com pinhas e a entrega de brinque-dos e cabazes às crianças e a famí-lias carenciadas da freguesia.Houve ainda, entre outras ativi-dades, uma Venda de Natal, com artesanato e produtos regionais de artesãos e produtores locais. O programa Espírito de Natal em Azeitão, organizado pela Junta de Freguesia de Azeitão, com o apoio da Câmara Municipal e da Águas do Sado, engloba ainda a Tempora-da Musical nas Igrejas e Capelas de Azeitão, com um conjunto de con-certos a decorrer até janeiro.

Fim de ano azul

Setúbal festeja NatalO Natal é motivo de festa. Por todo o concelho, há atividades à espera dos munícipes e dos visitantes. A alegria da quadra contagia Setúbal até ao início de janeiro

zona da Praça de Bocage. Até 24 de dezembro, cerca de vinte casinhas rústicas de madeira e bancas com artesanato e gastronomia decoram o largo central da cidade, com pontos de venda como “Mãe cor-de-rosa”, “Fascínio da arte” e “Molhos e sabo-res”, numa organização da Câmara Municipal de Setúbal.Boris, um argentino que vive em Se-túbal há cerca de 25 anos, é um dos artesãos presentes no mercado de

Momentos de música, animação em bares e restaurantes na frente ribeirinha e um espetáculo de fogo de artifício integram a festa de fim de ano, que volta a unir Setúbal e Troia.Com o tema “Venha Passar um Fim de Ano Azul numa das Mais Belas Baías do Mundo”, são esperadas mais de 30 mil pessoas nesta festa que começa, às 22h30, com ani-mação musical da banda Danie-la4teto, na Doca dos Pescadores, centro de animação da noite. Pouco antes da contagem decres-cente para a meia-noite, a atenção foca-se num inesquecível fogo de artifício que vai iluminar o pla-no de água do rio Sado, visível em Setúbal e Troia. À hora marcada, ouve-se o estalo das garrafas de

espumante e comem-se as 12 pas-sas, enquanto se pedem os desejos para 2015.As primeiras horas de uma noite re-cheada de cor, luz e brilho são ani-madas pelo DJ Monchique.O programa envolve a participação de quarenta restaurantes e trinta bares da Avenida Luísa Todi e da zona à beira-rio, que promovem um programa especial de divertimento, que, nalguns casos, se prolonga até de manhã.

O Estuário do Sado serve de pano de fundo para o programa de ré-veillon organizado pelo quarto ano consecutivo pela Câmara Munici-pal de Setúbal e pelo troiaresort, em parceria com a Câmara Mu-nicipal de Grândola, Infratroia, Águas do Sado, Atlantic Ferries, Casino de Troia e Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.O programa completo do “Fim de Ano Azul” pode ser consultado em www.fimdeanoazul.com.

Natal. Muito acostumado à vida de ambulante, saltitando de feira em feira, justifica que “a necessidade faz o artista”, ao mesmo tempo que negoceia um pequeno sino com um cliente, que regateia a peça por um preço mais baixo. “Não posso baixar o preço, amigo, porque este é de bronze!”, responde.O mercado tem como principal ob-jetivo promover o artesanato local e estimular o comércio tradicional.

Artesanato que vai desde os traba-lhos em cortiça às bonecas de trapo, da gastronomia aos bordados, para delícia de quem por ali passa.“Passei pela Baixa, vi o mercado e ex-perimentei dar uma olhadela. Está muito giro”, diz uma das visitantes, enquanto mexe num saco para o pão exposto numa das bancas, bordado com “Feliz Natal”.Artur Caetano transaciona as peças que constrói em casa, em conjunto

com a mulher. O casal faz do arte-sanato “uma espécie de hobby para ajudar os filhos e os netos” e vê no mercado “uma boa oportunidade de negócio”.Apesar de o artesanato ser o ponto forte, no “STB Christmas Market” há lugar à gastronomia. “Venham cá para provar umas coisas boas!”, apre-goa João Paulo Matos, especialista na arte de confecionar geleias e com-potas.

Setúbal volta a estar na rota das grandes decisões desportivas ao receber, em junho de 2016, a elite mundial da natação em águas aber-tas numa prova de qualificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janei-ro.A atribuição à cidade da derradeira competição que apura atletas para o Brasil nesta disciplina da natação

Sado na rota do Rio de Janeirofoi decidida no início de dezembro pela Federação Internacional de Natação, entidade que organiza o evento desportivo sadino em con-junto com a Federação Portuguesa de Natação e a Autarquia.Os dez quilómetros da “FINA Olympic Marathon Swim quali-fier”, organizada pela segunda vez na cidade, depois da competição em

2012 de apuramento para os Jogos de Londres, são percorridos a par-tir do Parque Urbano de Albarquel.Antes da prova de qualificação olímpica, Setúbal recebe, a 27 de junho de 2015, uma etapa do cir-cuito mundial da “FINA 10 Km Marathon Swimming World Cup”, competição que se mantém no Sado pelo menos até 2017.