Nascido em 27 de Junho de 1941, em Varsóvia, Polónia, graduado na Universidade de Lodz FilmAcademy, em 1969, começou a sua carreira filmando documentários e curtas-metragens principalmente focado na vida da cidade dos trabalhadores, dos soldados, e da sociedade, a sua notoriedade começou no inicio dos anos 70 em grande parte graças aos documentários e curtas sobre a realidade politica da Polónia. Mais tarde nos anos 70 explora a relação entre o pessoal e o politico com estilo, franqueza e objectivismo tornam-no numa figura chave no cinema de “inquietação moral”. Muitos dos seus trabalhos foram censurados (Workers 1970…) outros banidos (Przypadek/Blind Chance), tendo que trabalhar para o próprio governo (Curriculum Vitae), foi fortemente criticado entre seus colegas, por cooperar com o governo, causas que o levaram a desistir do cinema documental e focar-se em parte no cinema de Longas-metragens.
A sua estreia em cinema de longa-metragem deu-se em 1976 com Blizna (A Cicatriz), um drama de realismo que mostrava a realidade de uma pequena cidade. Seguiu Amator (Amador), um drama caracterizado por possuir um certo nível filosófico, onde a arte e o papel do artista estão intrinsecamente demonstrados. Mais tarde produziu outra serie de filmes alguns mais manifestante mente políticos e ai encontramos o Bez Knoca (Sem Fim) e depois Pryzypadek, um drama com o tema politico social. A narrativa do seus documentários influenciou directamente os seus primeiros filmes de ficção. Krzysztof ainda desenvolveu projectos para a televisão polonesa, uma serie de filmes baseados nos Dez Mandamentos, todos tratando os conflitos morais.
Nesta fase a apresentação da historia muda, ele diminui a quantidade mínima o dialogo e concentra-se em transmitir todo o poder da imagem. “As palavras são substituídas por uma poesia imagética.”
O cineasta aprimora o seu estilo ao realizar os seus próximos filmes. Os últimos filmes do Kieslowskisão realizados na França. os filmes “a Dupla vida de Veronique” e a trilogia das Cores (A liberdade é azul, A igualdade é Branca e A fraternidade é Vermelha). A trilogia veio ser o ponto alto da carreira do realizador, apresentando a ideia que ainda era possível criar poesia, beleza e emoção no cinema, visto que nos anos 90 vemos que o cinema era dominado pelo descartável cinema americano, reabilitando assim o cinema europeu, e elevando-o, e provando que a sensibilidade do artista ainda podia falar mais alto que as megaproduções cheias de tecnologia.
Depois do seu ultimo filme da trilogia, decide aposentar-se alegando estar cansado de fazer cinema.
Porem inicia a escrita do roteiro para outra trilogia “Paraíso, Purgatório e Inferno” baseados na Divina comedia de Dante Alighieri. E que não chega a concluir antes da sua morte em 1996 com 56 anos.
Krzystof Kieslowski foi um marco no cinema europeu e inspiração para muitos mostrando um cinema único e digno, tornando-o num grande director da historia do cinema Mundial.
Krzysztof Kieslowski
A Técnica de Krzysztof
Kieslowski
Nos primórdios da sua carreira de cineasta, Kieslowskidestacou-se no cinema documental, tendo como grande objectivo a apresentação da realidade social da Polónia nos períodos de 60, 70.
Esse destaque notou-se nas suas primeiras linhas de produção de cinema de longas metragens, cativando de forma muito informativa todo o conteúdo dos seus filmes. Está fase é decorrida maioritariamente na Polónia.
A sua forma de de narrar a sua historia muda completamente a partir da serie “Decalogo”, onde deixa de dar enfase ao dialogo e passa a narrar a historia através de imagem luz e cores, criando poesia através de imagem.
Esta técnica foi aprimorada nos próximos filmes que realiza, elevando o cinema europeu a outro patamar.
Portefolio
1966 - O escritório (Urzad)Curta que mostra a burocracia do serviço público polonês (e
possivelmente mundial).
1968 - A fotografia (Zdjecie) (TV)
1968 - Da cidade de Lódz (Z miasta Lodzi)
1967 - Concerto de pedidos (Koncert zyczen)
1966 - O trem (Tramwaj)
1974 - Passagem subterrânea (Przejscie podziemme) (TV)
1974 - Primeiro amor (Pierwsza milosc) (TV)
1974 - Raio X (Przeswietlenie)
1973 - Pedreiro (Murarz)
1972 - Entre Wroclawiem e Zielona Gora (Miedzy
Wroclawiem a Zielona Gora)
1972 - Princípios de segurança e higiene numa mina
(Podstawy BHP w kopalni miedzi)
1972 - Refrão (Refren)
1971 - Fabryka
1971 - Antes da reunião (Przed rajdem)
1971 - Trabalhadores nada sobre nós sem nós (Robotnicy
1971 - Nic o nas bez nas)
1970 - Eu era um soldado (Bylem zolnierzem
1979 – Amator
1978 - Sete mulheres de idades diferentes (Siedem
kobiet w róznym wieku)
1978 - O ponto de vista do porteiro noturno (Z punktu
widzenia nocnego portiera)
1977 - Eu não sei (Nie wiem)
1976 - A cicatriz (Blizna)
1976 - Pessoal (Personel) (TV)
1976 – Klaps
1976 - Hospital (Szpital)
1975 - Curriculum vitae (Zyciorys)
1985 - Sem fim (Bez konca)
1981 - Dia curto de trabalho (Krótki dzien pracy)
(TV)
1980 - A calma (Spokój) (TV)
1980 - Estação de trens (Dworzec)
1980 - Pessoas que falam (Gadajace glowy)
1990 - City life1989 - Decálogo (Dekalog) (TV)
1989 - Dekalog, dziesiec (TV)
1988 - Não amarás (Krótki film o milosci)
1988 - Não matarás (Krótki film o zabijaniu)
1988 - Siedem dni w tygodniu
1987 - Sorte cega (Przypadek)
1993 - A liberdade é azul (Trois couleurs: Bleu)
Sinopse
Após um trágico acidente em que morrem o marido e
a filha de uma famosa modelo (Juliette Binoche),
ela decide por renunciar sua própria vida. Após
uma tentativa fracassada de suicídio, ela volta a
se interessar pela vida ao se envolver com uma
obra inacabada de seu marido, que era um músico de
fama internacional.
"A Liberdade é Azul" é o primeiro filme de uma
trilogia realizada por Kieslowski em homenagem à
França, inspirada nos princípios da revolução
francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) e
representada pelas cores da bandeira desse País:
Azul, Branco e Vermelho. Os dois outros filmes
que completam a trilogia são "A Igualdade é Branca" e "A Fraternidade é
Vermelha".
Como o título indica, o filme exalta a liberdade, o que é feito com extrema
sensibilidade e com grandes atuações do elenco. Juliette Binoche está perfeita
no papel de Julie Vignon, numa das maiores interpretações de sua carreira. Do
restante do elenco, destaco as atuações de Hélène Vincent e de Florence
Pernel. Vale ainda a pena ressaltar a música de Zbigniew Preisner e a
fotografia de Slavomir Idziak.
1994 - A igualdade é branca (Trzy kolory: Bialy)
Sinopse
Karol Karol, um cabeleireiro polonês expatriado,
recebe uma intimação para comparecer ao Palácio de
Justiça de Paris e se surpreende ao saber que
Dominique, sua esposa, quer o divórcio após seis
meses de casamento, alegando impotência de sua
parte. Sem falar absolutamente uma palavra em
francês e por não conseguir deixar de amá-la, ele
sente na pele a rejeição, a miséria e a falta de
incentivo à vida.
Sem dinheiro e destituído de seu passaporte, Karol
Karol consegue voltar para a Polônia como
clandestino. Uma vez lá, aos poucos ele vai
reconstruindo sua vida e, com o tempo, consegue
amealhar uma considerável fortuna. As dores
amorosas, entretanto, continuam ainda a serem
sentidas.
Não suportando mais essa situação, ele bola um
diabólico plano para se vingar de sua amada, mesmo
continuando a amá-la loucamente.
1994 - A fraternidade é vermelha (Trois couleurs:
Rouge)
É o terceiro filme da trilogia das cores, baseada nas
três cores da bandeira francesa e nas três palavras do
lema da Revolução Francesa - liberdade, igualdade e
fraternidade. O filme completa completa a trilogia e
trata do ideal da fraternidade.
Sinopse
Valentine está dirigindo seu carro de volta para casa
quando atropela algo em seu caminho. Ao descer do
veículo, encontra uma cachorrinha ferida, com o
endereço de seu dono na coleira. Assim ela passa a
conhecer a pessoa que iria alterar o curso de sua vida:
um juiz aposentado, que termina seus dias espionando as
conversas telefônicas de seus vizinhos. Por trás deste
estranho comportamento, está o enigma de um homem cujo
motivo vital é tomar posse da intimidade daquelas
pessoas e acompanhar passo a passo o desenrolar de seus
destinos.
Prémios e Nomeações
• Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu duas nomeações ao César de Melhor Filme, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu duas nomeações ao César de Melhor Realizador, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu duas nomeações ao César de Melhor Argumento Original, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Recebeu duas nomeações ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994). Venceu por "A Fraternidade é Vermelha".
• Recebeu uma nomeação ao European Film Awards de Melhor Argumento, por "Paraíso" (2002).
• Ganhou o Prémio do Júri no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988).
• Ganhou o Prémio Ecuménico do Júri no Festival de Cannes, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991).
• Ganhou duas vezes o Prémio FIPRESCI no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988) e "A Dupla Vida de Veronique" (1991).
• Ganhou o Urso de Prata de Melhor Realizador no Festival de Berlim, por "A Igualdade é Branca" (1994).
• Ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, por "A Liberdade é Azul" (1993).
• Ganhou o Prémio FIPRESCI no Festival de Veneza, por "Decálogo" (1989).
• Ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988).
• Ganhou duas vezes o Prémio OCIC no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988) e "Decálogo" (1989).
• Ganhou o Prémio Bodil de Melhor Filme Não-Americano, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994).
• Ganhou duas vezes o Prémio Bodil de Melhor Filme Europeu, por "Não Matarás" (1988) e "Decálogo" (1989).
• Ganhou o Prémio da Crítica na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Decálogo" (1989).
• Ganhou o Prémio do Público na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Não Amarás" (1988).
Bibliografia, Web grafia, Autoria
Web Grafia
http://subjectiva.blogspot.com
http://cinebuli.blogspot.com
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trois_couleurs:_Bleu
http://www.sensesofcinema.com/2003/great-directors/kieslowski/
http://www.petey.com/
http://www.filmref.com/directors/dirpages/kieslowski.html
http://www.facebook.com/pages/Krzysztof-Kieslowski/8754868403?v=wall
Blibografia
Geoff Andrew, The ‘Three Colours’ Trilogy, London, British Film Institute, 1998
Paul Coates (ed.), Lucid Dreams: The Films of Krzysztof Kieslowski, Wiltshire, Flicks Books, 1999
Annette Insdorf, Double Lives, Second Chances, New York, Hyperion, 1999
Autor: Nelson Fernandes
Nº: 41115
Comunicação e Multimédia