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LEIA NO PANORAM A GERAL No Dia Internacional do Leite, o Rio Grande brinda a produção leiteira

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Trigo: Semeadura alcança os 45% da área estimada

N.º 1.403

23 de junho de 2016

Aqui você encontra:

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

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Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando

você na tomada de decisões.

PANORAM A GERAL

No Dia Internacional do Leite, o Rio Grande brinda a produção leiteira

O Rio Grande do Sul é o segundo maior estado produtor de leite do Brasil, com mais de 4,6 bilhões de litros/ano, e o primeiro em produtividade, com uma média geral de 3.200 litros de leite/vaca/ano, sendo, neste caso, de 10,5 litros de leite/vaca/dia. Já para os produtores gaúchos vinculados à indústria, que produzem 4,2 bilhões de litros de leite/ano, a média anual é de 3.576 litros/vaca, ou de 11,7 litros de leite/vaca/dia. Diante destes números, ainda em transição, especialmente pelas recentes políticas públicas voltadas ao setor, podemos, neste Dia Internacional do Leite, celebrado dia 24 de junho, comemorar avanços no campo, principalmente, pela permanência dos produtores na atividade. Hoje, no Estado, são 198.817 produtores de leite, incluindo os 101.361, que produzem apenas para o consumo familiar, os 84.500 (42% do total de produtores), vinculados à indústria, presentes em 467 (ou 94% dos) municípios gaúchos, e ainda os 224 produtores gaúchos que processam o leite em agroindústrias próprias legalizadas. Toda essa produção, distribuição e envolvimento, basicamente familiar, por parte do produtor, movimenta a economia dos municípios. Interessante destacar que 97,6% dos produtores que fornecem leite para as indústrias são familiares, ou seja, 82.145 produtores estão vinculados a empresas que processam e transformam o leite, em delícias que vêm para nossas mesas. Mas não basta garantir leite em quantidade, precisamos manter a qualidade, proporcionando ao produtor uma Assistência Técnica também de qualidade, com capacitações, acompanhamento e incentivando e promovendo sua inserção no mercado. No Estado, a Emater/RS-Ascar assiste a mais de 30 mil produtores de leite, distribuídos em 443 municípios (89% dos municípios gaúchos). Para nós, extensionistas, a qualidade do leite é prioridade e é buscada através do tripé: alimentação a base de pasto, qualidade do leite e gestão, temas estes que têm incentivado o aumento do volume de produção e a inclusão no mercado de 5.200 produtores que participam, nos últimos anos, da Chamada Pública do Leite. Nessas propriedades é perceptível o aumento da produtividade por animal e, apesar de ainda termos uma produção em menor escala e estarmos passando por um momento de crise, por questões de fraudes e de redução do consumo, acreditamos que um dos avanços que conquistamos no dia a dia é, enquanto Instituição de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social, viabilizar a permanência do produtor no campo, seja através de políticas públicas e de capacitações, ou pela redução da penosidade de seu trabalho, com novos equipamentos e melhoria das instalações. Acreditamos que, apesar da flexibilização dos prazos de adequação às normativas, estamos no caminho da qualificação do produtor e do leite, garantindo aos consumidores um produto de qualidade e que gere renda e incentive o produtor a manter seu trabalho no campo, para que, a cada ano, tenhamos ainda mais motivos para comemorar o Dia Internacional do Leite. Um brinde aos nossos produtores e a todos os consumidores de leite!

Lino Moura Diretor técnico da Emater/RS

e superintendente técnico da Ascar

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TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA A AGRICULTURA

As tecnologias da informação para agricultura informatizam e aprimoram a produção rural, desde o comportamento da vegetação até a formulação de dietas para bovinos de corte. A Embrapa Informática Agropecuária divulga algumas dessas tecnologias, tais como o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico e o aplicativo Agritempo, além dos sistemas Invernada, SATVeg e da Infoteca-e (Informação Tecnológica em Agricultura). Para auxiliar o trabalho dos agricultores e dar suporte a consultorias e seguradoras agropecuárias, o Agritempo oferece informações meteorológicas e agrometeorológicas de diversos municípios e estados brasileiros, incluindo mapas de monitoramento e dados históricos de temperatura e precipitação. Disponível na internet, apresenta uma versão para dispositivos móveis, desenvolvida para plataforma Android. O sistema Invernada simplifica o planejamento da produção de bovinos de corte, permitindo que o usuário compare opções de manejo distintas, como pastejo exclusivo, pastejo com suplementação e confinamento. Com essa tecnologia, o produtor pode formular dietas especiais para os animais e ainda simular o crescimento de pastagens, do pastejo e dos bovinos. Já a ferramenta SATVeg, baseada em imagens de satélites, permite acompanhar o comportamento da vegetação na superfície terrestre ao longo do tempo. O sistema possibilita a observação de perfis temporais de índices vegetativos, para auxiliar o desenvolvimento de trabalhos e estudos relativos ao uso e cobertura da terra. A Infoteca-e serve como suporte para os usuários das tecnologias produzidas pela Embrapa. O serviço disponibiliza informações e orientações em forma de cartilhas, livros e programas de rádio e de televisão. Fonte: Embrapa

A CONSERVAÇÃO DO SOLO E O ALERTA DA FAO

O Relatório da FAO realizado com a participação da equipe da Embrapa Solos revela que 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Entre outros prejuízos, apontam o selamento da terra – que agrava as enchentes – e a perda de fertilidade; os solos degradados que captam menos carbono da atmosfera, interferindo nas mudanças climáticas, também é destacado. Por outro lado, quando gerido de forma

sustentável, o solo pode desempenhar um papel importante na diminuição das alterações climáticas, por meio do sequestro de carbono e outros gases de efeito estufa. Este trabalho da FAO ilustra este cenário, reunindo o esforço de cerca de 200 cientistas do solo de 60 países. Informa-se neste documento denominado "Status of the World's Soil Resources" detalhes de como a erosão elimina 25 a 40 bilhões de toneladas de solo por ano, reduzindo a produtividade das culturas, a capacidade de armazenar carbono, os nutrientes e a água. As perdas de produção de cereais devido à erosão foram estimadas em 7,6 milhões de toneladas por ano. Se não forem tomadas as medidas para reduzir a erosão, haverá a diminuição total de mais de 253 milhões de toneladas de cereais em 2050. Essa perda de rendimento seria equivalente a retirar 1,5 milhão de quilômetros quadrados de terras na produção de culturas - ou cerca de toda a terra arável da Índia. Na América Latina o cenário também é dito - preocupante. Cerca de 50% dos solos latino-americanos estão sofrendo algum tipo de degradação. No Brasil, os principais problemas encontrados são erosão, perda de carbono orgânico e desequilíbrio de nutrientes, mas também sofrem com a salinização, a poluição e a acidificação. Relata-se que o Brasil é o país que mais possui áreas que podem ser incorporadas à agricultura, porém precisa avançar na adoção de práticas sustentáveis na produção de alimentos e no conhecimento dos solos como o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a fixação biológica de nitrogênio, citando exemplos. Fonte: FAO

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA

SEMANA DE 17/6/2016 A 23/6/2016

No período de 17 a 24 de junho de 2016 o ar frio novamente predominou em todo território gaúcho. Nos dias 17/6 (sexta-feira) e 18/6 (sábado), o deslocamento de uma frente fria gerou áreas de instabilidade e provocou pancadas de chuva, principalmente na Metade Norte. Entre os dias 19/6 (domingo) e 21/6 (terça-feira), a presença do ar frio e seco favoreceu novo declínio da temperatura, com registros de valores negativos e formação de geadas em grande parte das regiões do Estado. Nos dias 22/6 (quarta-feira) e 23/6 (quinta-feira), a propagação de uma área de baixa pressão gerou nebulosidade e provocou chuva em áreas isoladas. Os totais mais significativos,

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registrados nas estações do INMET, foram observados em Passo Fundo (20 mm), Lagoa Vermelha (22 mm), Frederico Westphalen (28 mm) e Iraí (35 mm). A temperatura mínima do período foi registrada em Cambará do Sul (-3,8°C) no dia 20/6 e a máxima ocorreu em Uruguaiana (20,0°C) no dia 22/6.

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA SEMANA DE 24/6/2016 A 30/6/2016

A previsão meteorológica para o período de 24 a 30 de junho mostra a intensificação da chuva em grande parte do RS. Na sexta-feira (24/6), a presença do ar seco manterá o tempo firme, com nevoeiros no amanhecer e sol entre nuvens no restante do dia, e temperaturas mais amenas em todo Estado. Entre o sábado (25/6) e a terça-feira (28/6), o deslocamento de uma área de baixa pressão sobre o Uruguai vai favorecer a formação de áreas de instabilidade e provocará chuva no Oeste e na Metade Sul. Há possibilidade de chuva intensa e temporais isolados, com fortes rajadas de vento e descargas elétricas. Na quarta-feira (29/6) e na quinta (30/6), a propagação de uma frente fria no oceano manterá a nebulosidade e provocará chuva na faixa Leste. Os totais esperados no período deverão oscilar entre 80 e 100 mm na maioria das localidades da Metade Sul, e poderão superar os 125 mm em algumas áreas da Serra do Sudeste e na Zona Sul. Nas demais regiões os valores serão bem inferiores e oscilarão entre 10 e 25 mm. Ao longo da semana não há previsão de frio extremo e as temperaturas permanecerão mais amenas em todo Estado.

Fonte:CEMETRS – INMET/FEPAGRO

GRÃOS Trigo – Com as condições de umidade do solo favorável, os produtores avançaram na semeadura da cultura, atingindo 45% do total previsto. As primeiras lavouras implantadas apresentam stand razoável com emergência em duas etapas, conferindo aspecto desuniforme às lavouras. Estas áreas foram implantadas com umidade do solo um pouco acima da ideal no final de maio e primeiros dias de junho. O stand final está um pouco abaixo do ideal, mas não compromete a expectativa de produtividade inicialmente projetada. Parte das lavouras semeadas recentemente enfrentou aproximadamente 15 dias sem chuvas, preocupando os produtores. Com o retorno das chuvas, mesmo de baixa intensidade, boa parte do risco foi minimizado. Entretanto, alguns municípios não foram contemplados com volumes adequados de precipitações, gerando grande expectativa quanto ao estabelecimento da cultura. Práticas como adubação nitrogenada aguardam a incidência mais expressiva de chuvas para o aumento da umidade do solo e a consequente efetividade da adubação. Preço médio da saca de 60 kg: R$ 40,17. Canola - A lavoura encontra-se no início da fase de desenvolvimento vegetativo. As geadas intensas e sucessivas paralisaram o crescimento das plantas, chegando a necrosar as primeiras folhas, mas sem apresentar grandes danos; com o retorno das chuvas e a elevação da temperatura, houve reação positiva da cultura, retomando seu crescimento. Nas regiões Celeiro, Alto Jacuí e

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Noroeste Colonial, ocorre alta incidência de azevém e aveia nas lavouras. No geral, as lavouras estão sendo conduzidas com boa tecnologia, incentivada pelo preço atrativo do mercado (equivalente ao da soja), de R$ 84,00/sc., preço balcão. Cevada – A cultura encontra-se na fase de semeadura; atinge aproximadamente 70% da área estimada para o RS, devendo encerrar o plantio até o final do mês. As áreas implantadas no final de maio e início de junho estão em fase de desenvolvimento vegetativo com bom estande de plantas, livre de pragas e doenças, sendo realizado o controle de ervas daninhas (azevém e nabo). Preço balcão: R$ 40,00/sc.

Linhaça - Produtores intensificaram a semeadura das lavouras destinadas ao cultivo nas regiões das Missões e Fronteira Noroeste. Espera-se que ocorram chuvas durante os próximos dias para favorecer a germinação das sementes. Com uma área de plantio de 600 ha em São Luiz Gonzaga, a cultura apresenta atualmente 60% em desenvolvimento vegetativo, com o restante aguardando melhores condições climáticas de umidade para iniciar a emergência. Cultivo estimado em 1.600 ha nos municípios de Giruá, Senador Salgado Filho, Sete de Setembro, Guarani das Missões, Eugênio de Castro e São Miguel das Missões, apresentando boa germinação e bom desenvolvimento. A estimativa de produtividade inicial/atual varia de 900 a 1.200 kg/ha. O preço da saca de 60 kg está em R$ 90,00. Aveia branca - Levantamento realizados nos municípios da região Noroeste prevê área semeada de aveia branca para ser colhida (grão) de aproximadamente de 16.720 hectares, sendo em São Miguel das Missões aproximadamente 6.000 ha, em Giruá 5.000 ha, em Eugênio de Castro 3.000 ha; 1.000 ha em Guarani das Missões, 800 ha em Caibaté, 500 hectares em Sen. Salgado Filho, 400 ha em Rolador e 20 ha em Cerro Largo; 95% desta área já se encontra semeada com boa germinação e desenvolvimento inicial. Produtividade inicial/atual estimada entre 1.800 a 2.400 kg/ha.

HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais As baixas temperaturas e geadas ocorridas durante a semana impactaram as folhosas cultivadas em ambiente desprotegido, mas não comprometeram o abastecimento nas áreas do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial. A alface, mesmo com aumento da oferta, não atende à demanda total, devendo ser alcançada somente nos próximos dias com maior produção. Com a entrada em produção das hortas domiciliares constata-se diminuição gradativa da procura pela alface, o que não é observado na rúcula que continua com demanda aquecida. A couve chinesa, brócolis, couve-flor e repolho tiveram as bordas das folhas queimadas pelas geadas, mas isso não compromete a produção, apenas retarda o desenvolvimento das plantas. A emergência da cenoura é satisfatória, e o desenvolvimento das mudas de beterraba está muito bom. Ampliação da área cultivada com moranguinho, com a cultura em estádio inicial de desenvolvimento. Praticamente todas as mudas importadas já foram entregues e plantadas. Produtores realizam a colocação dos filmes plásticos nos túneis baixos. Aumento a procura por crédito para construção de estufas. Produtores manejam as culturas, providenciando a retirada do sombrite e limpeza dos filmes plásticos das estufas e túneis. Condições fitossanitárias muito boas, com baixa incidência de doenças e pragas. Continuidade na comercialização das frutas cítricas. Geadas fortes provocam queimadura nos frutos muito expostos, principalmente bergamota, levando à queda. Há diminuição da incidência de mosca das frutas, e frutos apresentam sintomas de ataque de percevejos. Pessegueiros com baixa emissão de flores, o que pode contribuir para uma florada na época ideal e uniforme. Videiras em dormência; produtores realizam o controle de cochonilhas. O período foi de muito frio com fortes geadas em toda região produtora do Vale do Caí. As geadas prejudicaram as culturas plantadas fora de época, como pepino, pimentão e abobrinha, que tiveram seu crescimento, floração e frutificação paralisados e em alguns casos queimados. O grande número de dias sem sol também foi prejudicial aos cultivos. Associada à falta de sol e às baixas temperaturas, ocorreu também falta de

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chuvas exigindo mais momentos com irrigação. Devido a esta situação, diminuiu em muito a quantidade e qualidade do produto final. Apesar desta condição climática desfavorável à produção, olericultores relatam que o preço na Ceasa está muito bom e com tendência de alta, mas que a comercialização está lenta e há sobra de algumas olerícolas devido ao preço elevado e do poder aquisitivo do consumidor. A Câmara Regional de Olericultura do Vale do Caí tornou públicos em sua última reunião plenária realizada em 15 de junho, em Bom Princípio, os resultados preliminares da pesquisa qualitativa realizada para identificar gargalos e potencialidades dos principais cultivos típicos desenvolvidos na região. Tal trabalho envolveu 14 culturas, 80 unidades de produção familiar de 10 municípios do Vale do Caí (São José do Hortêncio, São Sebastião do Caí, Capela de Santana, Montenegro, Feliz, Barão, Bom Princípio, Linha Nova, Alto Feliz e Vale Real) e tem como propósito orientar as ações do conjunto de atores sociais que participam deste espaço de concertação nesta cadeia produtiva. Programou-se para dezembro a realização do Iº Encontro Regional de Olericultura do Vale do Caí, evento que tem como propósito constituir uma marca sociotécnica deste importante segmento produtivo da região. Em outros cultivos como o feijão-vagem, que se encontra em falta, o preço dessa leguminosa já chegou a R$ 80,00 nesta última semana (saco de 10 kg). O cultivo de beterraba encontra-se em fases variáveis, de desenvolvimento vegetativo à colheita, registrando-se a ocorrência de olho de perdiz em algumas propriedades nas quais há registro de que os produtos utilizados não estão controlando satisfatoriamente a doença. O aipim está em fase de colheita e alguns agricultores já estão iniciando o preparo de solo para o plantio precoce. A cultura do aipim segue com os preços estáveis, entre R$ 18,00 e 20,00 e com ótima comercialização. No microclima do município de Muçum, no Vale do Taquari, o cultivo de tomate encontra-se em fase final de colheita, sendo comercializado a R$ 3,00/kg. A alface se encontra com bom desenvolvimento, em fases distintas, do plantio à colheita, sendo comercializada por até R$ 1,50 a unidade. O cultivo de feijão-vagem se encontra em fase de desenvolvimento vegetativo, tratamento fitossanitário e colheita, com bom

desenvolvimento, sendo comercializado por até R$ 6,00/kg. No Planalto Médio, continuam ocorrendo geadas na região de Passo Fundo, ocasionando danos diversos nas folhosas. Cultiva-se 426 ha de brócolis para indústria de congelamento e estima-se as perdas em torno de 50% a 60% devido às geadas e doenças bacterianas. As perdas em folhosas ficaram em torno de 30% a 40%. Em torno de 30% do cultivo de folhosas está em ambientes protegidos, e os 70% do cultivo a campo não tiveram perdas mais acentuadas devido às geadas como inicialmente pensávamos. Nas outras olerícolas como aipim, repolho, cebola, alho, beterraba, cenoura e outras, as perdas foram mínimas ou nulas. Até o momento não houve variações de preços nas feiras do produtor. As geadas ocorridas no período e as baixas temperaturas causaram perdas parciais na produção de hortaliças a céu aberto, o que está gerando leve diminuição na oferta e queda na qualidade de produtos nos mercados públicos municipais na Fronteira Noroeste. Nas áreas do vale do Rio Uruguai a produção de olerícolas da estação, principalmente folhosas, está prejudicada devido à falta de luminosidade, em função dos dias muito frios e com bastante neblina pela parte da manhã. Culturas como tomate que não estavam em estufas foram perdidas. Demais olerícolas de inverno continuam com desenvolvimento normal. Com o clima mais frio, o consumo de folhosas de forma geral diminuiu, sendo que a tendência contrária é em relação à couve, muito utilizada no preparo de pratos quentes como sopas. Também as geadas aceleraram a maturação de bergamotas e laranjas de ciclo médio e tardio, e espera-se alta disponibilidade desses frutos para as próximas semanas; além disso, as geadas causaram grandes prejuízos na fruticultura, sobretudo nos citros, mamão, banana emaracujá. O comércio de citros é tímido pela alta oferta em pomares domésticos, sendo que produtores que apresentam maiores áreas plantadas investem no processamento em forma de sucos congelados ou pasteurizados. Bananeiras e mamoeiros sentiram os efeitos das sucessivas geadas e interrompem a produção, pois apresentam frutos queimados. No Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí, a predominância de tempo bom por mais de 30 dias, com redução drástica da

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temperatura (formação de geada fortes), propiciou condições desfavoráveis ao crescimento e desenvolvimento das culturas olerícolas da época. Algumas espécies são mais tolerantes ao frio, como repolho, brócolis, cenoura e beterraba, entre outras. Mesmo em determinados locais onde ocorre formação de geadas muito fortes, o desenvolvimento destas espécies tende a se estabilizar durante este período. Culturas folhosas como alface necessitam de proteção (túneis baixos ou estufas) nesses períodos de frio intenso, visando melhor desenvolvimento e qualidade do produto. No entanto, essa condição de tempo mais seco diminui a ocorrência de doenças fúngicas. Sob essas condições os olericultores que dispõem de sistema de irrigação estão utilizando esse recurso, visando a manutenção da umidade do solo em condições satisfatórias ao desenvolvimento das olerícolas. O tempo seco favorece atividades de preparo do solo para semeadura e plantio de hortaliças da época. Alguns olericultores se preparam para a formação de mudas para o plantio da próxima safra. Segue a colheita de aipim e da batata-doce. Os preços das olerícolas vêm sofrendo reajustes em função da baixa oferta. Na Ceasa os preços tiveram uma elevação significativa, fazendo donos de armazéns e mercados optarem por adquirir hortaliças locais.

Olerícolas Cebola – Na Serra, as condições de muito frio e pouca umidade estão colaborando com a sanidade das sementeiras. Em alguns casos, face ao local da semeadura, as geadas de maior intensidade chegaram a castigar as cebolinhas, porém, sem danos irreversíveis. Essas condições mantêm travado o crescimento vegetativo e favorecem o desenvolvimento do sistema radicular, condicionando a produção de mudas de alta qualidade, com pouca área foliar, forte pseudocaule e abundante enraizamento. Tratamentos foliares para controle/prevenção de fitopatias vêm sendo efetivados, assim como o controle de ervas espontâneas com capina química. Cebolicultores que adotaram técnica de cobertura da sementeira com serragem vêm colhendo bons resultados no controle das ervas concorrentes, isentando-se da necessidade de uso de herbicidas, sempre passíveis de afetar o crescimento das mudas. Pepino - O frio e a geada da última quinzena ocorrida no Vale do Caí prejudicaram em muito o

desenvolvimento da cultura e a formação de frutos novos. Mesmo em estufa fechada, a temperatura para a cultura do pepino não é ideal. Mesmo assim encontramos produtores colhendo pepino, sendo que neste momento registra-se baixa incidência de problemas fitossanitários. A procura da cultura está em alta nos mercados. Devido à escassez do produto, característica da época, o pepino tipo conserva está sendo comercializado por até R$ 100,00 por caixa de 25 kg na Ceasa, bem como no mercado em geral; o pepino salada subiu de R$ 30,00 para 50,00. Tomate e pimentão - Para a pequena área de cultivo de tomate – que neste momento se encontra em fase de desenvolvimento, frutificação e colheita, o clima dos últimos dias não foi favorável. As geadas nas últimas semanas no Vale do Caí ocasionaram prejuízos em áreas de cultivo em ambiente protegido. O desenvolvimento da planta e de novos frutos ficou aquém do esperado, o que afetará a produção (o desenvolvimento da planta e da produção está “parado”, já que a temperatura não é a ideal para a produção dessa cultura, mesmo em estufa). O preço da última semana ficou na faixa de R$ 60,00 a R$ 70,00 a caixa. O cultivo do pimentão também sentiu bastante a incidência da geada, cessando o florescimento e reduzindo bastante a expectativa da produção para os próximos dias. Ocorreram algumas perdas de lavouras plantadas sob estufins e não protegidas com filme extra. O pimentão está sendo comercializado ao preço de R$ 35,00 a caixa de 10 kg, na Ceasa, bem como no mercado em geral. Couve-flor, repolho, brócolis e alface – No Vale do Caí não há mudanças significativas no cenário do cultivo destas espécies dado sua ambientação ao clima, encontrando-se em distintas fases, de desenvolvimento vegetativo à colheita. Quanto à comercialização, os preços praticados na última semana foram os seguintes: brócolis, R$ 60,00 a dúzia; couve-flor, a R$ 80,00 a dúzia; repolho, a R$ 40,00 dúzia ou R$ 20,00 o saco com 20 quilos. A área de cultivo de alface se mantém típica para época. Há relatos pontuais de perdas por ocasião da geada, mas no geral não chegou a prejudicar significativamente a cultura, mantendo-se o preço nas últimas três semanas, que variou de R$ 13,00 a R$ 20,00/dz.

Frutícolas

Morango - Esta cultura é uma das mais prejudicadas com a ausência de luz solar no Vale

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do Taquari. Nessa época do ano, , já deveria estar sendo iniciada a colheita dos primeiros frutos desta cultura. Somente agora ocorre o início da floração nas áreas implantadas no cedo ou manejadas, em que se mantiveram as mudas do ciclo anterior, , indicando-se boa produção para o próximo mês. As noites com alta incidência de sereno e umidade e a falta de sol e calor pela manhã, que mantêm a umidade até próximo do meio-dia, têm favorecido a incidência de doenças fúngicas, com alguma expressão. Em alguns pontos onde ocorreram temperaturas mais extremas, principalmente nas áreas plantadas com mudas nacionais, observou-se a ocorrência de folhas vermelhas. O último lote de mudas importadas ocorreu na semana passada; muitos produtores, particularmente novos empreendedores nesta atividade, estão finalizando o plantio. Citros - Período com continuidade de frio intenso, formação de geadas e pouca precipitação, em média 12 mm, além de muita insolação no Vale do Caí, condições essas favoráveis à manutenção da sanidade das plantas e frutas. Estas continuam a imprimir coloração da casca e sabor da polpa. Principal fitomoléstia da cultura, a pinta preta quase não vem se pronunciando, e a principal praga, a mosca das frutas, permanece completamente ausente dos pomares. Vem ocorrendo acúmulo de variedades maduras, sobrecarregando a oferta e complicando o fluxo comercial, situação essa dentro de um padrão para a época em safras de produtividades altas. Pomares de variedades de bergamota como a Ponkan e a Caí continuam com elevadas cargas de frutos. No caso da Ponkan, nota-se que o calibre está, em média, bem aquém do costumeiro, tendo como condicionadores o escasso raleio e as condições de altas temperaturas no verão e, principalmente, no mês de abril, afetando o período de engrossamento da fruta. Cotações em sensível recuo, tendo como preços médios por quilo os seguintes valores: bergamota Ponkan - R$ 0,60; Caí - R$ 0,70; Laranja do céu - R$ 0,60; Bahianinha - R$ 0,75; Bahia - R$ 1,00. Continuam ocorrendo geadas na região de Passo Fundo no Planalto Médio, mas não foi constatado dano na citricultura por ser uma área próxima ao rio Uruguai e pelo fato de haver muita cerração pela manhã. A colheita da laranja Valência está prevista para o início de agosto. Até o momento, as variedades que estão sendo

colhidas apresentam, em média, uma produção acima do esperado. Os preços continuam os mesmos da semana passada. As laranjas de mesa comercializadas no município de Maximiliano de Almeida são as seguintes:

Rubi, Iapar 53 e Salustiana - 900 cx. a R$11,50/cx.

Laranja de umbigo Bahia - 120 cx. a R$ 13,50/cx.

Laranja do Céu - 20 cx. a R$ 12,00/cx.

Laranja indústria: 16 t a R$ 300,00/t. As variedades mais cultivadas de bergamotas na região são a Ponkan e Montenegrina. Chama a atenção dos comerciantes a qualidade da bergamota Ponkan. Não houve variação de preço.

Bergamota Ponkan - 470 cx. a R$

11,00/cx.

A curiosidade da semana foi a bergamota Ponkan: devido à alta produção deste ano, foram compradas pela indústria de suco 16 t, a valores de R$ 180,00/t. Na região do Médio Alto Uruguai, em Alpestre e em seu entorno, a comercialização da bergamota Ponkan teve preço de R$ 15,00/cx.; as laranjas Salustiana, Rubi e Iapar 73, a R$ 0,35/kg; umbigo Bahia a R$ 0,50/kg. A empresa Ecocitros está comprando laranjas no município no valor R$ 12,00/cx. Em Liberato Salzano as laranjas de umbigo do cedo, Bahia e Navelina, estão sendo comercializadas de R$ 0,80 a R$ 1,00/kg. A indústria ESAU está adquirindo laranjas ao preço de R$ 0,33/kg; Iapar para mesa, de R$ 0,40 a R$ 0,45/kg; bergamota Caí, a R$ 23,00/cx. e Ponkan a R$ 15,00/cx.; frutas de boa qualidade.

Comercialização de Hortigranjeiros

Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da CEASA/RS no período entre 14/06/2016 a 21/06/2016, tivemos17 produtos estáveis em preços, 07 em alta e 11 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. A CEASA/RS, uma verdadeira Bolsa de Valores na área dos hortigranjeiros, mais uma vez reflete perfeitamente o momento da economia gaúcha na retração das vendas deste grupo de alimentos. O comércio varejista mantem-se retraído na

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aquisição dos hortigranjeiros evitando sobras, ou seja, prejuízos. No atacado tanto as empresas como os produtores, observando o nível de procura de seus produtos, posicionam-se na intenção de uma pequena diminuição do volume que vem sendo ofertado ao universo varejista. São preocupações inerentes ao jogo de oferta e procura buscando evitar que maiores perdas inviabilizem seus rendimentos.

Não ocorreram destaques em alta ou em baixa.

PRODUTOS EM ALTA

14/06 (R$)

21/06 (R$)

Aumento (%)

Abacate (kg) 2,00 2,40 + 20,00

Limão Tahiti (kg) 1,75 2,00 + 14,29

Repolho verde (kg) 1,15 1,25 + 8,70

Chuchu (kg) 2,75 3,25 + 18,18

Pepino Salada (kg) 1,75 2,00 + 14,29

Vagem (kg) 10,00 12,00 + 20,00

Batata (kg) 4,00 4,40 + 10,00

PRODUTOS EM BAIXA

14/06 (R$)

21/06 (R$)

Baixa (%)

Mamão Formosa (kg)

2,50 2,30 - 8,00

Manga (kg) 3,50 3,25 - 7,14

Melão espanhol (kg)

2,30 2,15 - 6,52

Morango (kg) 21,43 17,85 - 16,71

Bergamota Caí (kg) 1,00 0,90 - 10,00

Agrião (molho) 0,83 0,67 - 19,28

Alface (pé) 0,83 0,67 - 19,28

Couve-flor (cabeça) 5,83 5,00 - 14,24

Beterraba (kg) 1,75 1,50 - 14,29

Cebola nacional (kg)

2,75 2,25 - 18,18

Cenoura (kg) 1,75 1,50 -14,29 Fonte: Ceasa/RS

CRIAÇÕES Pastagens - Tivemos um outono atípico com uma sequência de várias semanas de temperaturas muito baixas e sequência de vários dias com formação de geada e com períodos prolongados de baixa intensidade solar. O campo nativo apresenta-se com aspecto mais fibroso, com redução da taxa de crescimento de forragem e diminuição da qualidade devido à queda das temperaturas e à formação de geadas em alguns locais, que provoca o crestamento das pastagens. A digestibilidade está comprometida. A partir dessa época é importante o fornecimento de sal proteinado, para suprir a deficiência de

proteína devido à redução da qualidade das espécies forrageiras do campo nativo. As pastagens cultivadas de inverno apresentam-se em desenvolvimento lento, pois as condições climáticas no momento contribuem para o baixo desempenho das pastagens implantadas. A expectativa de uma sequência de dias ensolarados, se confirmada, irá proporcionar um melhor desempenho das pastagens com aumento da taxa de crescimento. Em várias regiões o excesso de chuvas trouxe alguns transtornos durante a fase de implantação das pastagens. As pastagens cultivadas de aveia e azevém implantadas no cedo estão sendo pastoreadas, pois tiveram ótimo desenvolvimento em função do calor e do bom regime de chuvas de março e abril. No entanto a aveia também sofreu com as grandes geadas verificadas na região ficando com sua qualidade comprometida. Devido ao frio extremo verificado na semana, não houve crescimento de pasto já implantado. As pastagens semeadas na tarde tiveram grande dificuldade de germinação e desenvolvimento pelo frio e pela falta de luminosidade. Os produtores que realizam a integração lavoura-pecuária já estão com aveia e azevém em desenvolvimento, e em algumas áreas semeadas mais no cedo estão realizando pastoreio. Porém em algumas áreas, observa-se que o tempo poderá ser insuficiente para permanência dos animais para um adequado ganho de peso até a época recomendada pelo zoneamento agrícola para o novo plantio de soja. Em alguns locais as passagens de inverno estabelecidas estão sendo utilizadas mesmo sem terem atingido o porte ideal, fato que compromete o potencial produtivo das mesmas. Em algumas propriedades está ocorrendo a aplicação da adubação de cobertura com nitrogênio com o objetivo de acelerar o crescimento e dar maior suporte de carga animal sobre as pastagens. Bovinocultura de corte - Os animais mantidos exclusivamente a campo sentem os efeitos negativos do clima extremo dos últimos dias e da falta de qualidade da alimentação que se baseia essencialmente em campo nativo. Com o avanço da colheita da soja, abre o período de preparo dessas áreas para uso com o gado de corte, sendo que nos próximos meses intensificam-se as operações de compra de animais para engorda, para aqueles criadores que já estão com suas pastagens implantadas. Alguns rebanhos que têm oferta de campos altos, ou seja, com bastante

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pasto ainda que seco, seguem suplementados com sal proteinado. No rebanho bovino a fase é de gestação das vacas, com expectativa de altas taxas de prenhez; praticamente concluída a realização do diagnóstico de gestação, e os resultados obtidos até o momento estão apresentando bons índices. O estado sanitário do rebanho de corte é bom, mas continua a perda de peso no rebanho bovino com a sequência de dias frios e ocorrência de geadas. Com as grandes geadas verificadas reduziu a incidência de ectoparasitas, especialmente o carrapato. A vacinação da aftosa foi encerrada no Estado. Para superar a pouca disponibilidade de pasto no campo nativo, os produtores da região de Santa Rosa lançam mãos dos recursos que possuem, trocando os animais constantemente de potreiros e alimentando-os com reservas como cana-de-açúcar e fenos. Porém as poucas reservas, o alto preço do milho para produção de ração concentrada para alimentar bovinos e o inverno apenas no início começam a gerar preocupação entre os produtores, pois há anos não se perde animais no inverno por falta de forragens. Torcem para que ocorram chuvas com pequena elevação na temperatura, condições favoráveis para produção de volumosos suficientes para alimentar o rebanho, que também aumentou nos últimos cinco anos. Geadas severas registradas nas semanas anteriores afetaram negativamente o campo nativo e áreas de pastagem perene, como braquiária, cujas folhas apresentam coloração amarelo palha, característica do dano pós-geada, uma vez que a planta perde funções vitais devido aos danos irreversíveis na membrana celular. A partir de agora, alguns pecuaristas que não investiram em pastagem cultivada de inverno terão problemas para manter os animais. Também na região de Soledade, o clima da semana – com frio intenso, formação de geadas severas – e a redução da umidade do solo em função de mais de 30 dias sem chuvas significativas têm mostrado um quadro de estabilização do desenvolvimento das pastagens anuais de inverno. Este cenário começa a preocupar os pecuaristas pois nessas condições o gado começa a perder escore corporal. Com os campos nativos praticamente secos pelas geadas, a fonte de volumoso mais “rica” são as pastagens anuais de inverno, embora o campo nativo ainda contribua para alimentação do gado em alguns casos. Registra-se o encerramento do período de cobertura; a fase atual é de gestação. A vacinação

contra a febre aftosa foi finalizada dia 17 de junho, sendo obrigatória a declaração anual de rebanho. Realiza-se a vacinação contra a brucelose nas terneiras dos três aos oito meses de idade. Comercialização: na maioria das regiões, os preços no mercado do boi gordo estão estabilizados. Em Caxias do Sul, os preços dos bovinos e a comercialização continuaram estáveis durante o período, sendo boi gordo R$ 5,40/kg vivo; vaca gorda R$$ 4,80/kg vivo e terneiro R$ 6,00/kg vivo Em Passo Fundo, os preços praticados na semana foram de R$ 5,80 a 6,20 para o quilo do novilho para engorda, de R$ 4,50 a R$ 4,80 a vaca gorda, e do boi gordo para abate entre R$ 5,50 e 6,00 para o quilo do peso vivo. Em Pelotas, diminuiu a procura por terneiro e vacas para invernar. Produtores esperam a disponibilidade das pastagens, principalmente de azevém na resteva de soja. O frio intenso com geada está prejudicando o desenvolvimento das pastagens nativas e cultivadas. O preço do boi gordo apresenta reação na região. Em Santa Rosa, a comercialização de bovinos anda em baixa, com compradores solicitando mais prazos. Acompanhando esta situação, pastagens sofrem com a falta de chuvas não se desenvolvendo a contento; para agravar, os campos nativos sofrem com a ação das geadas consecutivas, paralisando totalmente o desenvolvimento. Bovinocultura de leite - Na atividade leiteira os animais são manejados em pastagens anuais de inverno. Com a redução da umidade do solo e as geadas fortes, o desenvolvimento das forrageiras é prejudicado. Os produtores de leite não podem mais contar com as pastagens de tifton e jiggs para alimentar os animais. Em consequência deste cenário, de maneira geral os rebanhos de bovinos de leite estão apresentando desempenho menor, e a produção começa a diminuir.

Para amenizar o efeito da cerração na região Serrana, alguns produtores estão colocando as vacas para pastarem apenas à tarde, em razão dessa neblina. Assim poupam as pastagens do pisoteio com o pasto molhado. A condição corporal dos rebanhos leiteiros à base de campo nativo está prejudicada devido à ocorrência do frio e de geadas. Os produtores que estão utilizando o sistema de piqueteamento nas pastagens têm conseguido um melhor aproveitamento das forrageiras. Mas neste período, a tendência é ocorrer uma queda na produção, e para evitar essas perdas os

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produtores estão fornecendo silagem e rações como maneiras de suplementar o déficit alimentar, pois em alguns locais as pastagens de inverno ainda não apresentam condições plenas para o pastoreio. Os preços altos dos componentes das rações, especialmente milho e farelo de soja, preocupam os produtores de leite, pois isto se reflete diretamente no custo de produção. Apesar dessas dificuldades de alimentação, o gado de leite ainda apresenta boas condições nutricionais. Foi encerrada a vacinação dos animais contra a febre aftosa em todo o Estado. As condições sanitárias são satisfatórias e houve uma drástica redução das ectoparasitoses, especialmente carrapato. Especificamente na região de Lajeado, as pastagens anuais de inverno (aveia e azevém), semeadas nos meses de março e abril, estão sendo pastejadas, onde o clima favoreceu. Mesmo assim, o rebrote é lento e a oferta de forragem é restrita. O clima pouco favorável com dias nublados de pouca luminosidade e baixas temperaturas limita o crescimento das pastagens. A estiagem de junho e as geadas ocorridas entre 06 e 12/06 praticamente paralisaram o crescimento das pastagens de aveia e azevém. Em outras regiões, as pastagens implantadas no mês de março/abril tiveram problemas no desenvolvimento em virtude do clima e do ataque de pragas e doenças. Outro relato é que muitas sementes, principalmente de azevém, não germinaram, obrigando os produtores a refazerem o replantio, o que acabou atrasando mais ainda a formação das pastagens de inverno. Poucos agricultores conseguiram utilizar estas pastagens até o momento, e muitos semearam novamente aveia e azevém, nestas áreas, devido ao desaparecimento das plantas. A grande maioria das áreas foi semeada em abril e maio e estão na dependência de chuvas para atingirem o ponto de pastejo que poderá ocorrer a partir do início de julho. Comercialização Na região de Caxias do Sul, o preço médio do leite pago ao produtor varia de R$ 1,10 a R$ 1,45, dependendo de bônus por qualidade e quantidade. Na região de Erechim, os preços variam de R$ 0,93 a R$ 1,35, com média R$ 1,06/litro. Em Frederico Westphalen, os preços sinalizam recuperação e grande variação entre os agricultores. Preço máximo pago pela indústria ao produtor: R$ 1,14; preço mínimo pago pela indústria ao produtor: R$ 0,88; remuneração

média: R$ 1,00; preço novilha da raça holandesa prenha: R$ 3.700,00 Em Passo Fundo, os valores pagos ao produtor pelo litro de leite variam de R$ 0,95 a R$ 1,07. Observa-se uma elevação no custo da ração, em virtude da reação dos preços de milho e soja. A ração com 18% de proteína bruta apresentou custo de R$ 1,00 a R$ 1,17/kg. Em Pelotas, os preços pagos aos produtores na região ficaram entre R$ 0,80 a R$ 1,37/l. Na região de Porto Alegre, nesta semana ocorreu a inauguração da Empresa de Laticínios Dielat Indústria e Comércio de Laticínios Ltda. no município de Taquara, que está pagando em média R$ 1,17/litro. Nos demais laticínios, como Piá, Stefenon e Lactalis (antiga BRF), o preço bruto do leite entregue permanece no valor médio de R$ 1,00/l, sendo que alguns produtores que recebem bonificação por qualidade estão recebendo em torno de R$ 1,10/l em média. O produto é comercializado em média a R$ 0,96 por litro. Em Soledade - O preço do leite está em alta, em torno de R$ 1,00 (dependente da quantidade e qualidade), mas há produtores recebendo R$ 1,30 por litro. Observa-se uma leve tendência de diminuição da oferta do produto. Foram finalizadas as operações de ensilagem de milho, e alguns agricultores comercializam o excedente de silagem por valores que variam de R$ 0,20 a R$ 0,24/kg. Ovinocultura - Época de gestação das ovelhas. As que estão em fase final de gestação estão sendo colocadas nos melhores potreiros. No momento o nascimento de cordeiros está iniciando em algumas propriedades que realizaram o encarneiramento do cedo. Notam-se já bastantes ovelhas com prenhez avançada. Os produtores realizaram a esquila pré-parto no rebanho, como limpeza de úbere, cascos, olhos e cola. Em algumas regiões, há cerca de 20% dos cordeiros já nascidos. Os rebanhos apresentam condição corporal razoável; porém os animais estão perdendo peso devido ao frio. Os cordeiros apresentam desenvolvimento razoável. Produtores relatam morte de cordeiros devido aos rigores climáticos e também pelo ataque de javalis e outros predadores. De maneira geral as condições climáticas com baixas temperaturas influem nas pastagens nativas. Em alguns locais os rebanhos começam a apresentar queda no estado corporal, em função da perda gradual da qualidade e quantidade do pasto nos campos nativos. Os animais apresentam problemas de verminose, especialmente

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hemoncoses, percebidos em todas as categorias do rebanho, inclusive cordeiros e borregos, com relatos de algumas mortes. Os produtores realizam cuidados especiais no controle das miíases. Alguns rebanhos apresentam problemas de podridão dos cascos. Comercialização No mercado, embora os preços do cordeiro estejam atrativos, a comercialização continua lenta, com reduzida oferta; também ocorrem negócios com borregos até dois dentes; ovelhas de descarte com difícil comercialização. Em Santa Rosa, capão R$ 5,50/kg; ovelha R$ 4,80 a 5,00/kg; cordeiro: R$ 5,50 a 6,00/kg; carne ovina, de R$ 15,00 a R$ 18,00 ao quilo. Em Pelotas, ovelha de R$ 4,50 a 5,10/kg; cordeiro R$ 5,50 a 6,10/kg; capão R$ 4,80 a 5,50/kg; Lã Merina R$ 13,00 a 14,00/kg; Lã Ideal (Prima A) 12,00 a 13,00/kg; Lã Corriedale (Cruza 1), de R$ 11,50 a 12,50/kg e Lã Corriedale (Cruza 2) de R$ 9,50 a R$ 10,50/kg. Em Bagé, capão de R$ 3,00 a 5,30/kg; cordeiro R$ 4,00 a 7,50/kg; ovelha de cria R$180,00 a R$ 250,00/cab.; ovelha consumo R$ 150,00 a R$ 230,00/cab. e lã cruza 1 especial R$ 8,00 a 16,80/kg. Suinocultura - A atividade passa por momentos de dificuldade e isso se deve basicamente ao alto preço dos insumos. Os produtores estão preocupados com a pequena oferta de milho no mercado e com a alta constante nos preços. Na última quinzena os preços do quilo de suínos reagiram, em torno de 3% para a produção integrada e de 8% para a produção independente; porém, apesar da reação positiva, ainda estão abaixo do custo de produção, que fica em torno de R$ 3,50/kg. Em determinadas localidades, o milho está sendo comercializado de R$ 45,00 a R$ 58,00/sc. e, além disso, é difícil de encontrar em algumas regiões. O quilo do farelo de soja, de R$ 1,60 e até R$ 2,10/kg com pagamento a prazo. O preço quilo do suíno vivo para produtor integrado é de R$ 2,90/kg vivo, mais bonificação de carcaças e R$ 3,71/kg vivo para os produtores independentes, o que causa um grande descontentamento dos suinocultores com o retorno econômico da atividade. Em setembro de 2015 o criador recebia até R$ 4,20 por quilo de suíno vivo e comprava o saco de milho por menos de R$ 30,00. Há criadores deixando passar o cio e até provocando aborto nas fêmeas para evitar prejuízos ainda maiores na atividade. Quanto ao mercado, as exportações em bom momento

fizeram com que a demanda interna ficasse ajustada. Piscicultura e Pesca artesanal – Em Erechim a semana foi de baixas temperaturas e pouca precipitação na região. As madrugadas com temperaturas negativas propiciaram a formação de fortes geadas. Este forte frio paralisa o crescimento e pode ameaçar a sobrevivência dos peixes. O forte da comercialização ocorre de forma direta com os consumidores em feiras de peixe vivo. As carpas foram comercializadas em feiras entre R$ 8,00 e R$ 14,00/kg e as tilápias a R$ 8,00/kg, com preço estável na semana. Na Zona Sul, em Rio Grande, Pelotas, São Lourenço e São José do Norte a partir do dia 01 de junho os pescadores artesanais devem receber o seguro defeso, ficando proibida a pesca da Laguna dos Patos até o mês de setembro. Já em Arroio Grande a captura de peixes é farta pelo alto nível da Lagoa Mirim, possibilitando uma pesca mais viável para o pescador, com menor custo. Em Jaguarão a pesca também é boa. A indústria está exigindo tamanho acima de 500 gramas. Em Tavares a pesca do Camarão está encerrada. Na região Metropolitana, a atividade vem crescendo devido ao incentivo da Emater/RS-Ascar e parceiros, com capacitações, informações técnicas aos produtores e sobre acesso a políticas públicas, com construções de novos açudes para fomento da atividade. A expectativa para este ano é que haja um aumento na produção e na venda de peixe. Apicultura – As temperaturas muito baixas da semana dificultaram o trabalho de campo das abelhas, que passam a produzir própolis para vedar as colmeias e se protegerem do frio. É possível observar a movimentação de abelhas somente nas horas de maior insolação, quando a temperatura sobe mais. Nesta época do ano, praticamente não há floradas. Muitos dos produtores estão alimentando seus enxames para evitar perdas de abelhas no período de inverno. O período é caracterizado pelo manejo de inverno das colmeias (redução do alvado, retirada da sobrecaixa e alimentação). Alguns apicultores realizam alimentação proteica, pois os enxames não têm grande reserva de mel e pólen. A redução do alvado evita a perda de calor da colmeia, devido às baixas temperaturas, principalmente para os apicultores que trabalham com caixas americanas. Alguns aproveitam o período para construírem ou reformarem suas

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caixas e caixilhos. Outros realizam monitoramento nos apiários para controlarem ataque de predadores, pois neste período procuram as colmeias buscando mel. Os enxames, de uma maneira geral, encontram-se em boas condições sanitárias. A falta de mel para abastecer os mercados elevou o preço do produto, variando de R$ 18,00, R$ 20,00, R$ 25,00 e até R$ 30,00/kg, dependendo da região, para comercialização no varejo. No atacado o preço no Estado oscila entre R$ 8,00 e 10,00/kg.

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2011/2015

23/06/2016 16/06/2016. 26/05/2016 25/06/2015 GERAL JUNHO

Arroz em Casca 50 kg 44,43 43,12 41,25 36,97 37,03 35,30

Feijão 60 kg 177,09 171,33 160,00 136,21 140,65 149,64

Milho 60 kg 47,73 47,60 45,89 25,31 29,08 28,05

Soja 60 kg 82,00 83,78 75,33 67,62 67,26 66,09

Sorgo Granífero 60 kg 39,78 39,21 37,30 20,86 24,42 25,55

Trigo 60 kg 40,17 40,05 38,63 31,49 35,54 33,10

Boi para Abate kg vivo 5,43 5,39 5,33 5,86 4,43 4,53

Vaca para Abate kg vivo 4,85 4,84 4,75 5,35 3,98 4,07

Cordeiro para Abate kg vivo 5,44 5,48 5,59 5,31 4,87 4,77

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,15 3,17 3,10 3,42 3,35 3,14

Leite (valor liquido recebido) litro 1,04 1,04 1,00 0,93 0,91 0,91

20/06-24/06 13/06-17/06 23/05-27/05 22/06-26/06 - -

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica, são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2011-2015 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2011-2015.


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