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Crimes contra o sistema financeiro – Lei 7.492/86

(Crimes do colarinho branco – White collar crimes)

Esta lei pretende punir criminosos com poder econômico.

1. CONCEITO DE SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL1

Significa a política financeira do estado. Política monetária do governo. Refere-se ao emprego dos recursos econômicos disponíveis pelo Estado.O sistema financeiro stricto sensu refere-se às finanças públicas, que são “a massa de dinheiro e crédito que o Governo Federal e os órgãos a ele subordinado.O Sistema Financeiro Nacional estrutura a política financeira do Estado.

2. BEM JURÍDICO PROTEGIDO

Apesar da lei se referir a SFN, ela não protege apenas ao sistema financeiro strictu sensu (dinheiro do Estado), mas sim em sentido lato. Inclui o mercado financeiro, o mercado de capitais, os seguros, consórcios, atividades de câmbio, de capitalização, de poupanças, que se situam no âmbito do direito econômico e não no direito financeiro. Bem jurídico principal – o SFN

A organização do mercado A regularidade do mercado A confiança nele exigida A segurança dos negócios

Bens jurídicos protegido reflexamente Patrimônio dos investidores Administração Pública A fé pública A “saúde econômica” de uma instituição financeira

Só se aplicará esta Lei se o crime envolver instituição financeira.

3. INSTITUIÇÃO FINANCEIRAArt. 1º - Considera-se instituição financeira, para efeito desta Lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (VETADO) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.

* Pessoas jurídicas de direito público – CMN, BC, BB, BNDES, CEF, CEE’s2

* Pessoas jurídicas de direito privado – bancos, sociedades de créditos imobiliário, fundos de investimento, cooperativas de crédito, bolsa de valores.* Valores mobiliários – títulos emitidos por sociedade anônimas. Ex. ações, debêntures.

4. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA POR EQUIPARAÇÃO (AUMENTA O ROL) Art. 1ºParágrafo único - Equipara-se à instituição financeira:I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.

A lei quis apanhar os chamados laranjas, fantasmas, testas-de-ferro, homens de palha, pessoa física que faz o serviço sujo para a pessoa jurídica, que representam os delinqüentes do colarinho branco. Nesse sentido REsp 20.784/SP – quinta turma.IMPORTANTE – o artigo 1º da LC 105/01 traz um rol do que ela considera instituições financeiras.

1 Conceito extra penal.2 Caixas Econômicas estaduais.

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Factoring é instituição financeira. Art. 1º, § 2º LC 105/01.Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.        § 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos desta Lei Complementar:        I – os bancos de qualquer espécie;        II – distribuidoras de valores mobiliários;        III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;        IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos;        V – sociedades de crédito imobiliário;        VI – administradoras de cartões de crédito;        VII – sociedades de arrendamento mercantil;        VIII – administradoras de mercado de balcão organizado;        IX – cooperativas de crédito;        X – associações de poupança e empréstimo;        XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;        XII – entidades de liquidação e compensação;        XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.        § 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas aplicáveis às instituições financeiras previstas no § 1o.

STF e STJ entendem que os fundos de pensão ou entidade fechada de previdência privada complementar também respondem como instituições financeiras.

Se a sociedade por ações for ao mesmo tempo uma instituição financeira, prevalece a Lei 7.492/86 (princípio da especialidade).Toda instituição financeira é uma sociedade anônima.

Há dois julgados do STF que quando o Estado emite títulos da divida pública para colocar no mercado financeiro e captar recursos, não se equiparam a instituição financeira, pois são representantes do estado, STF APenal 351/SC Rel Min Marco Aurélio.

Da Aplicação e do Procedimento Criminal

Art. 25 - São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado).

§ 1º - Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico. § 2º - Nos crimes previstos nessa Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou párticipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá sua pena reduzida de um a dois terços. Delação premiada, não apenas indicar os co-autores e quadrilheiros, tem que delatar com detalhes os crimes praticas, por confissão espontânea. Admite na participação.

A lei criou um caso de responsabilidade objetiva, incluiu as pessoas pela simples qualidade de: Administradores, diretores, gerentes, por equiparação o liquidante, interventores, OBS. não é administrador o sindico.

Só poderão responder se agir com dolo o culpa, nos crimes contra o sistema financeiro, as pessoas não podem ser incluídas apenas por sustentarem a qualidade, é necessário que a denuncia descreva qual foi a participação da pessoa, do crime societário contra o sistema financeiro, sob pena de denuncia genérica, que inviabiliza o contraditório e ampla defesa, sendo inepta por ensejar uma responsabilidade penal objetiva.

O gerente de banco tem poder de decisão e esta incluído, STJ Resp 823.056 Para.

Digitadores e operadores de processamento de dados não podem ser réus.

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Os crimes contra o sistema financeiro sujeitos ativos do art 25., admitem participação de terceiras pessoas que não sejam indicados e não pertencentes a instituição financeira, OBS essa condição pessoal de condição Gerente é elementar do tipo penal e portanto se comunicam ao terceiro participante do crime, art 30 CP. STF HC 84.238 BH.

Responsabilidade penal objetiva e denuncia genérica.

As pessoas do art 25 não podem ser denunciadas por crime contra o SFN pela simples condição de ser diretores ou gerentes da instituição financeira, se a denuncia não indicar minimamente qual a relação entre a conduta do gerente ou diretor e o crime, essa denuncia é genérica e inepta por inviabilizar o contraditório e a ampla defesa.

No sistema jurídico brasileiro o MP tem o dever de expor de maneira precisa e individualizada qual foi o envolvimento da pessoa na infração penal. O ordenamento brasileiro repudia as acusações genéricas. A mera invocação da condição de diretor da instituicao sem a descrição do comportamento típico que o vincule ao crime não é fator suficiente para a acusação estatal, a circunstancia de alguém meramente exercer cargo não é suficiente por si so autorizar presunção de culpa (STF HC 83.947 Celso de Melo 07/08/2007) (STJ RHC 19.219 RJ Laurita Vaz 11/04/2008), STF e STJ Repudiam a denuncia genérica.

Distinção entre Denuncia Geral e Denuncia Genérica

Denuncia Geral: narra o fato criminoso com todas as suas circunstancias e o imputa simultaneamente a várias pessoas indicando que essa conduta descrita foi praticada por todos os denunciados.

Denuncia Genérica: imputa genericamente o crime a um acusado apenas em razão da sua condição de diretor gerente, sócio, administrador Etc., sem indicar o mínimo vinculo entre o acusado e o crime; sem descrever qual foi o fato criminoso praticado pelo denunciado. (STF HC 85.579 MA), e tb Professor Eugenio Pacelli.

Competência para julgamento dos crimes contra o SFN

Art. 26 - A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal.

Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto no art. 268 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Dec.-lei 3.689, de 03/10/41, será admitida a assistência da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização.

Nucci, minoritário, todo e qualquer crime contra o SFN é da justiça Federal, independentemente do bem jurídico tutelado.

Majoritário: Regra: os crimes contra o SFN são da Justiça Federal, art.26, e são da justiça federal quando atingirem bens, serviços ou interesses da União, suas autarquias etc., SFN em geral, (STJ HC 26.288 SP) (STJ CC 85.558 TO).

Exceção: os Crimes do SFN serão de competência da Justiça Estadual, quando não causar lesão a bens, serviços interesses da união e suas autarquias, (STJ CC 87.450 SP 08/10/08). STF RE 502.915 SP). Pacifico no STF e STJ, nem todo crime contra o SF é de competência da JF.

Alguns estados criaram varas especializadas de crimes de lavagem de dinheiro e contra o SFN, essas varas especializadas são constitucionais, e STF já decidiu que a

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competência é absoluta em Razão da matéria, os TJ podem estabelecer especialização no âmbito da organização judiciária local.

Em razão do numero de pessoas envolvidas o STJ vem admitido excepcionalmente, que a competência seja fixada pelo domicilio ou residência do réu, fundamento principio da celeridade processual.

Prisão Preventiva

Art. 30 - Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Dec.-lei 3.689, de 03/10/41, a prisão preventiva do acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada (VETADO).

Além das hipóteses do art. 312 a lei criou outra hipótese em razão da magnitude da lesão causada. Entendimento do STF e STJ, a magnitude da lesão causada não é suficiente para fundamentação da prisão preventiva em razão do principio do estado de inocência, é possível a prisão em razão da magnitude da lesão causada desde que somada a um dos requisitos ou dos requisitos do art 312 e desde que presentes os pressupostos da prisão preventiva (STF Pleno votação unânime HC 95.009 06/11/2008 Daniel Dantas).

Crime Inafiançável. Art. Inútil e ridículo segundo a doutrina.

Art. 31 - Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a prisão preventiva.

O simples fato de o crime ser punido com reclusão não autoriza por si só a proibição de fiança e o apelo preso.

Se há motivos pra prisão preventiva, o réu vai apelar preso.

Dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional

Art. 3º - Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira:

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.A maioria dos crimes dos SFN são praticados pela pessoa do art 25, há crimes contra o SFN que podem ser praticados por qualquer pessoa crimes comuns.

Sujeito passivo: o Estado a instituição financeira prejudicada, pela informação falsa ou incompleta e os investidores.

Conduta: verbo núcleo divulgar, propalar para várias pessoas, dar publicidade. OBS: Se a informação for verdadeira e completa não haverá o crime ainda que prejudique a instituição financeira.Tem que abalar a instituição financeira, ter potencialidade lesiva, ou seja capacidade de causar prejuízo a instituição financeira. Elemento normativo do tipo prejudicialmente.Se a publicidade for absolutamente capaz de causar prejuízo não há o crime.

Elemento subjetivo: dolo de divulgar, não se exige nenhuma finalidade específica.

Consumação: o crime é formal ou de mera conduta. Se consuma com a simples divulgação da informação capaz de gerar prejuízo, ainda que não cause. Não se exige o resultado naturalístico prejuízo.

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Tentativa: so é possível se a conduta for plurisubsistente do crime, e não é possível na forma unisubisistente do crime (ex divulgação verbal).

Distinção de Crimes:

1) Se a divulgação tiver por finalidade levar devedor em recuperação judicial a falência ou se for com o objetivo de obter vantagem em relação a empresa devedora, haverá o crime falimentar do art 170 da Lei Falências.

2) Se a informação divulgada falsa for de sociedade por ações que não é instituição financeira, é crime do art 177 de CP.

Gestão fraudulenta e gestão temerária.

Art. 4º - Gerir fraudulentamente instituição financeira:

Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - Se a gestão é temerária:

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Falta matéria SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio, uma vez que exige do agente uma qualidade especial. A conduta pressupõe que o agente exerça atividade de gerenciamento da coisa. Assim, esteSujeito passivo: estado, instituição financeira e terceiros prejudicados.

Conduta: Gerir, significa administrar, gerenciar, por isso que so pode ser praticado pelas pessoas do art. 25.Gerir fraudulentamente, praticando atos fraudulentos. Não há necessidade de induzimento.Ex. simulação de empréstimo em beneficio próprio para burlar o fisco.

Elemento subjetivo: dolo não se exige finalidade específica.

Consumação: é Crime Formal que se consuma com a simples conduta de gestão fraudulenta, independentemente da ocorrência de prejuízo, resultado naturalístico. Doutrina crime de perigo concreto, não se exige o dano mais uma probabilidade real de dano a instituição financeira.

Crime é Habitual ou é instantâneo?1c) Minoritária: Crime habitual exige reiteração de atos fraudulentos, um único ato é fato atípico ou caracterizador de outro crime.

2c) Majoritária: Crime instantâneo crime não é habitual, ou seja um único ato fraudulento, capaz de causar perigo a saúde econômica da instituição financeira já configura o crime de gestão fraudulenta, ainda que a sua reiteração de atos não configurem vários crimes. Ex. empréstimo milionário feito a um credor sem qualquer garantia. Nucci, STJ não é crime habitual próprio, é habitual impróprio o mesmo que não habitual.

Se para o crime de gestão fraudulenta for utilizado documento falso, haverá concurso de crimes entre a gestão fraudulenta e o falso, art. 64 da lei 8383/91.

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(STJ HC 61.870 RJ 08/05/2007) é possível concurso formal entre gestão fraudulenta e crime falimentar.

Gestão temerária art 4° § único.

Sujeito ativo: cf. art. 25 da lei, os diretores e gerentes. Trata-se de crime próprio. Sujeito passivo: Estado+ mercado financeiro

Bem jurídico principal tutelado: credibilidade do sistema financeiro nacional. Bem jurídico secundário: higidez na gestão, patrimônio da própria instituição e o patrimônio de t3º.

Tipo Objetivo: Gerir: Temerário perigoso, arriscado, imprudente.

Toda doutrina diz que esse tipo penal é inconstitucional, porque é vago e impreciso, fere o principio da taxatividade.

Elemento subjetivo: Dolo, é doloso mas o legislador foi infeliz na redação, temerário é sinônimo de imprudente, e imprudência significa culpa.OBS: STF admitiu a forma culposa, o crime de gestão temerária pode ser culposo (RHC 7982/RJ 13/03/2007).

Consumação e tentativa vide art 4 Caput.

Apropriação indébita especial, em razão da qualidade do sujeito ativo.

Art. 5º - Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, de dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de que tem a posse, sem autorização de quem de direito.

Sujeito ativo: as pessoas mencionadas no art 25 da lei, por expressa referencia do tipo penal, admitindo-se o concurso de outras pessoas, inclusive das pessoas que não pertencem a instituição financeira.OBS: a doutrina entende que se o agente for funcionário publico, o crime é o de peculato.

Sujeito passivo: estão, instituição financeira, e a pessoa prejudicada pela conduta.

Condutas: apropriar-se assenhorear com animo definitivo. Desviar dar destinação errada

Objeto: Dinheiro, título valor, ou qualquer outro bem móvel. Poe ser da instituição financeira ou de outra pessoa. Contrário Nucci se não for da instituição financeira apropriação idebita ou peculato.

Pressuposto: ter a posse licita do bem.A Doutrina não mencionou a mera detenção.

Elemento subjetivo: dolo

Consumação na conduta de apropriarse, ocorre no momento da inversão da posse, na conduta de desviar com o desvio em proveito próprio ou alheio.

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Tentativa: é Possível: na forma plurisubsistente.

Sonegação de informação

Art. 6º - Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública competente, relativamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-a falsamente:

Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Sujeito ativo: qualquer pessoa maioria.Minoria doutrina entende ser crime próprio so pode ser praticado por quem detem a informação,

Sujeito Passivo: Estado, instituição financeira e a pessoa jurídica prejudicada financeiramente.OBS: A pessoa induzida em erro tem que ser o sócio investidor ou repartição publica competente (funcionário).

Condutas: Induzir: levar alguém a erro, Manter alguém em erro.Forma vinculada = Sonegando-lhe informação ou prestando-lhe informação falsa sobre operação financeira, ou sobre a situação financeira da empresa.

Elemento subjetivo: dolo: sem finalidade específica.

Caixa dois

Art. 11 - Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:

Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Conduta: manter (crime habitual) que significa conservar, ou movimentar (não é habitual) que significa girar a contabilidade paralela.Como movimentar inclui manter, o crime não é habitual Nucci.

Quando ele for praticado para a pratica de outros crimes haverá concurso de delitos, ex pagar propina.

Se essa conduta não for praticado por instituição financeira, não há o crime art. 11, poderá ser o crime falimentar.

Sujeito ativo: Crime Próprio: administrador, interventor, diretor, responsável pela contabilidade da empresa,

Sujeito passivo: estado, e eventualmente pessoa prejudicada.

Consumação: Crime formal, se consuma com a simples contabilidade paralela, não se exigido nenhum prejuízo a terceiros.

Tentativa: e admite a tentativa na forma plurisubsistente.

Art. 19 - Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira:

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Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse de financiamento.

Obter = conseguir financiamento em instituição financeira (mediante fraude) ardil artificio, ou qualquer outro meio fraudulento.Financiamento = valor a ser pago posteriormente.

Sujeito ativo qualquer pessoa

Sujeito passivo: instituição financeira, estado.

Consumação: crime material, se consuma com a obtenção do financiamento fraudulento.

Tentativa: perfeitamente possível.

ExemplosFoi considerado crime: utilizar falsa certidão negativa de debito do INSS para obter financiamento.

Não foi considerado crime a utilização de passaporte falso para obter empréstimo.STJ não caracteriza a obtenção fraudulenta de empréstimo, pois empréstimo não é financiamento OBS: Financiamento, valor financiado tem destinação específica, no empréstimo o valor emprestado não tem destinação específica.

Art. 20 - Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato, recursos provenientes de financiamento concedido por instituição financeira oficial ou por instituição credenciada para repassá-lo:Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Nesse caso o financiamento não foi obtido mediante fraude, foi regularmente obtido de forma lícita, mas o recurso foi utilizado para finalidade diversa da prevista em ou no contrato.

Pode ser obtido em instituição oficial, ou instituição financeira particular credenciada para fazer financiamento.

EVASAO DE DIVISAS

Art. 22 - Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País:Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Conduta Efetuar = realizar Operação de cambio = conversão de moeda de um pais em moeda de outro pais.

Só há o crime se for uma operação de cambio não autorizada, clandestina.

Não basta efetuar a operação de cambio, deve haver Finalidade especifica do tipo, com o fim de promover evasão de divisas do país.

Sujeito ativo: qualquer pessoa

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Sujeito passivo: o Estado.

Elemento subjetivo: dolo acrescido do especial fim de agir, promover a evasão de divisas do pais.

Norma penal em branco: não autorizada.

Consumação: Crime Formal: o crime se consuma com a simples operação de cambio ilegal, ainda que não ocorra a evasão de divisas, basta a finalidade, “com o fim de”

Tentativa: ë possível, se o agente não consegue efetuar a operação de cambio por circusntancias alheias a sua vontade.

Competência para julgar do local onde ocorreu a operação ilegal do cambio.