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Grupo de Comunicação
CLIPPING 9 de agosto de 2019
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Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 4
Vazamento de cloro coloca moradores em risco................................................................................. 4
Após incêndio, situação de área com pás eólicas é questionada na Câmara .......................................... 5
Cetesb fará laudo sobre incêndio em pás eólicas ............................................................................... 6
Brincando com fogo ....................................................................................................................... 7
O Parque CERET foi fechado nessa manhã por vazamento de gás de cloro ............................................ 8
Prefeitura de Santa Isabel denuncia ex-secretário por irregularidades na emissão de licenças ambientais . 9
Problemas no Orquidário Ruth Cardoso .......................................................................................... 11
'Monte da oração' atrai fiéis a área preservada na zona leste de SP ................................................... 12
Mairiporã lidera consumo de energia elétrica na região .................................................................... 15
Obras na rua Turmalina são retomadas após reparos nas redes de água e esgoto ............................... 16
Horto Florestal Municipal realiza visita agendada para grupos ........................................................... 17
NOTA DE ESCLARECIMENTO Veiculação de conteúdo não condizente com as questões ambientais de Pirangi ....................................................................................................................................... 18
Editorial - Saldo positivo .............................................................................................................. 20
Flora Rica é representada em evento de Municipalização do Licenciamento Ambiental em São Paulo ...... 21
Na China, Doria defende oposição de Sul e Sudeste a restante do país ............................................... 22
Descarte pilhas e baterias: Prefeitura instala postos de arrecadação .................................................. 23
Alunos e comunidade visitam Nascente Municipal Modelo ................................................................. 24
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 25
Filhote de lobo-marinho desnutrido é resgatado no litoral de SP; vídeo .............................................. 25
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 27
O QUE A FOLHA PENSA: Com o fígado ........................................................................................... 27
Brasil tem pouco tempo para se adaptar às mudanças climáticas ...................................................... 28
25% da população mundial está em risco de falta de água ............................................................... 30
Painel: Moro mantém popularidade maior que a de Bolsonaro, mostram pesquisas de siglas................. 31
Mônica Bergamo: Bolsonaro escanteia Moro e age com indiferença em eleição da PGR ......................... 33
ESTADÃO ................................................................................................................................... 35
Taesa quer papéis verdes para projetos até 2022 ............................................................................ 35
Animal é ser senciente ................................................................................................................. 36
Eliane Cantanhêde: E a impessoalidade? ........................................................................................ 37
40% do País apresenta nível moderado ou alto de ameaça aos corpos hídricos ................................... 39
Ações do Brasil 'contradizem mensagens' do relatório sobre clima, diz cientista do IPCC ...................... 41
Campanha arrecada agasalhos, cobertores e caminhas para animais em São Paulo ............................. 43
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 44
Alemanha avalia elevar imposto sobre carne para reduzir consumo ................................................... 44
Privatização da Eletrobras terá venda de ações ............................................................................... 46
Medida vai abrir o mercado de energia ........................................................................................... 51
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Grupo de Comunicação
IPCC quer campo mais sustentável ................................................................................................ 53
Fernando Abrucio: Discurso patriótico de Bolsonaro segue caminho do sectarismo .............................. 54
Tatiana Salem Levy: Ailton Krenak, Bolsonaro e o desmatamento da Amazônia .................................. 57
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE Veículo: Record News
Data: 08/08/2019
Vazamento de cloro coloca moradores em risco
HORA NEWS/RECORD NEWS/SÃO PAULO Data
Veiculação: 08/08/2019 às 08h43
Duração: 00:01:55
+ informações
Transcrição
Um vazamento de cloro colocou em risco
moradores da zona leste de São Paulo, uma
força-tarefa foi mobilizada para conter o
vazamento do produto tóxico, que pode
provocar irritação e queimaduras. Uma força-
tarefa foi mobilizada para conter o vazamento
de cloro líquido de gás no clube recreativo que
fica na zona leste de São Paulo, os bombeiros
tiveram que usar uma roupa especial e
cilindros dia para entrar no espaço onde o
vazamento começou. O avião pessoal fazendo
a manutenção na casa de bombas, a piscina
movimentaram Sininho que estava desativado
um cilindro de cloro desse cilindro ele
apresentou um vazamento que acabou
incomodando os vizinhos Luisinho do clube
chamaram o Corpo de Bombeiros. Pelo menos
quatro viaturas dos bombeiros e equipes da
Cetesb da Defesa Civil foram chamadas, os
vizinhos foram os primeiros a sentir o cheiro
forte vindo do clube. O vazamento começou
ontem, por volta das oito horas da noite, no
local precisou ser esvaziado, precisou ser
isolado o trabalho de contenção foi demorado
terminou, agorinha por volta de seis horas da
manhã, as equipes no corpo de Bombeiros
permanece no local isolando toda área
inicialmente, a previsão era de que esse local
fosse reaberto ainda nesta manhã, mas eu
conversei com os bombeiros. Eles acham que
vai ser possível por conta da ocorrência na rua
Eleonora Cintra no Jardim Anália Franco foi
isolada nos dois sentidos por equipes a ser e
não houve registro. Pessoas que tenham
passado mal a ação dos bombeiros precisou
ser rápido porque eu e o produto tóxico dele
em contato com a pele e ele provoca irritação
em queimaduras e pode ocorrer também é a
queima das vias aéreas, porque em contato
com a no qual eu reagi se tornando corrosivo.
http://cloud.boxnet.com.br/y53hgqd9
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Grupo de Comunicação
Veículo: Cruzeiro do Sul - Sorocaba
Data: 08/08/2019
Após incêndio, situação de área com pás
eólicas é questionada na Câmara
O vereador João Donizeti lembrou da
possibilidade de contaminação da água e do ar
O incêndio desta semana gerou reclamação de centenas
de pessoas na região do Éden. Crédito da foto: Emídio
Marques
A questão das pás eólicas, abandonadas em
um local particular no Distrito Industrial de
Sorocaba, foi abordada na sessão ordinária
desta quinta-feira (8) na Câmara. O assunto
foi levado à tribuna da Casa pelo vereador
João Donizeti (PSDB), que é presidente da
Comissão de Meio Ambiente do Legislativo.
O local sofreu um incêndio de terça-feira (6)
para quarta-feira (7), inclusive com
intervenção do Corpo de Bombeiros.
O parlamentar lembrou que o local onde estão
armazenados os itens é considerado “bacia
zona do agrião”. “A preocupação não é só com
a poluição do ar, mas da água também. Na
composição das pás, há componentes
altamente tóxicos”, diz João Donizeti.
O parlamentar também afirmou que já fez
uma série de questionamentos para vários
órgãos, incluindo a Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (Cetesb),
Departamento de Água e Energia Elétrica
do Estado (DAEE), a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente, Parques e Jardins (Sema) e a
própria Tecsis, fabricantes das pás eólicas.
O incêndio desta semana gerou reclamação de
centenas de pessoas na região do Éden. Foi o
segundo incêndio no local, já que em 4 de
novembro o fogo atingiu a vegetação próxima
de onde estão os equipamentos. O cemitério
de pás também foi tema de matéria do
Cruzeiro Sul em setembro de 2018.
A área foi usada pela Tecsis na primeira fase
em que a empresa operou em Sorocaba, até
maio de 2017, e fica próxima da avenida
Conde Zeppelin, no Éden.
A área foi usada pela Tecsis na primeira fase em que a
empresa operou em Sorocaba. Foto: Erick Pinheiro /
Arquivo JCS
Na ocasião da reportagem, a empresa
garantiu que daria a destinação adequada aos
itens de duas formas. A primeira é com
relação aos materiais que fazem parte do
processo de produção e que não necessitam
de descarte assistido. Seria realizada uma
concorrência pela Tecsis com prazo de dois
meses para ser efetivado.
Já no caso das pás, inteiras ou as danificadas,
o processo, segundo a empresa, deveria ser
mais criterioso e demorado. Nesse caso,
haveria a necessidade de autorização da
Receita Federal, que designa um fiscal para
acompanhar o processo.
O caso também é investigado pelo Ministério
Público do Estado (MP-SP), que abriu um
inquérito para tratar da situação.
http://cloud.boxnet.com.br/y598v7ch
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Grupo de Comunicação
Veículo: Cruzeiro do Sul - Sorocaba
Data: 09/08/2019
Cetesb fará laudo sobre incêndio em pás
eólicas
http://cloud.boxnet.com.br/y3p3npfr
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Grupo de Comunicação
Veículo: Cruzeiro do Sul - Sorocaba
Data: 09/08/2019
Brincando com fogo
http://cloud.boxnet.com.br/yxt5usaj
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Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio CBN
Data: 08/08/2019
O Parque CERET foi fechado nessa manhã
por vazamento de gás de cloro
RÁDIO CBN FM 90,5/SÃO PAULO | ESTÚDIO
CBN Data Veiculação: 08/08/2019 às 15h49
Duração: 00:01:02
+ informações
Transcrição
Hoje, o parque Ceret na zona leste de São
Paulo foi fechado por causa de um vazamento
de gás de cloro que começou ontem à noite.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o
Cobom estava armazenada em um seguindo o
que foi danificado durante a manutenção de
bombas da piscina do clube, equipes da
Cetesb estiveram no local e o vazamento foi
controlado esse cilindros será retirado por
uma empresa especializada e levado até um
local adequado à situação no momento está
sob controle, mas mais cedo, a concentração
de gás no local chegou a cinquenta partes por
milhão. Essa foi uma referência para o nosso
vinte a partir de dez partes por milhão já
causa irritação nos olhos e nas vias
respiratórias, o cilindro que armazenava o gás
que vazou não era mais utilizado e estava em
mau estado de conservação, a rua Eleonora
Cintra Anália Franco chegou a ser interditada
para o trânsito, mas foi liberado ainda de
manhã, o Fernando. Obrigada e tanto.
http://cloud.boxnet.com.br/y4fzs5or
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Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 08/08/2019
Prefeitura de Santa Isabel denuncia ex-
secretário por irregularidades na emissão
de licenças ambientais
Administração municipal alega que atual
vereador da cidade emitiu licenças para áreas
acima de mil metros quadrados, o que não
compete ao município. Ex-secretário alega que
cidade tem competência para a emissão e
afirma estar sendo perseguido pela prefeita
Fábia Porto (PV).
Por Cayan Ferreira e Mirielly de Castro, Diário
TV 2ª Edição
08/08/2019 20h54 Atualizado há 8 horas
Prefeitura de Santa Isabel denuncia ex-
secretário por emitir licenças irregulares
A Prefeitura de Santa Isabel apresentou em
entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira
(8) uma denúncia contra o ex-secretário
municipal de Meio Ambiente e atual vereador
da cidade por emitir cerca de 200 licenças
ambientais irregulares. Secretário diz que
cidade tinha poder para emitir as licenças.
Uma das áreas fica logo na entrada da cidade,
ao lado do Portal. No local funciona um
empreendimento de paisagismo, pesca e
restaurante, em meio a uma área verde de 6
mil m², onde cerca de 40 árvores foram
derrubadas.
Segundo a prefeitura, o estabelecimento está
em dia com a documentação, só que por se
tratar de uma Área de Proteção
Permamente (APP), o proprietário pode ter
sido uma das mais de 200 vítimas de supostas
licenças ambientais irregulares emitidas pelo
município entre setembro de 2017 e agosto de
2018.
Outra área, no Jardim Eldorado, está na
mesma situação: 20 mil m² devastados para a
construção de uma igreja, segundo a
prefeitura. Essa e todas as outras licenças
teriam sido emitidas pelo então secretário
municipal de meio ambiente, Reinaldo Nunes,
hoje vereador.
A informação foi divulgada durante a tarde
desta quinta em entrevista coletiva. Na
ocasião, a atual titular da pasta, Sandra Yoko
Igaraci Barbosa disse que o município só tem
autonomia para emitir licença de áreas de até
mil m².
“O fato de você extrapolar o limite do
município é uma coisa que quebra a confiança
que existe entre o município e o estado”, diz.
Uma comissão foi formada para investigar as
denúncias contra o ex-secretário. Segundo a
secretária de Assuntos Jurídicos de Santa
Isabel, Valesca Cassiano Silva, um documento
apontando irregularidades foi protocolado no
Ministério Público em março desse ano.
Segundo Prefeitura de Santa Isabel, áreas de
preservação foram liberadas para
empreendimentos por ex-secretários. — Foto:
Reprodução/TV Diário
A secretária fala ainda que a promotora pediu
um relatório complementar que deve ser
enviado ainda essa semana para o MP, para a
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) e para a Câmara de
Vereadores.
“Ele pode ser responsabilizado criminalmente,
pode ter pena de reclusão de até oito anos.
Além de tudo isso, ele pode ser penalizado por
improbidade administrativa. Podemos pedir o
afastamento dele do cargo”, diz a secretária.
O atual vereador e ex secretário, Reinaldo
Nunes, disse que tentou participar da coletiva
de imprensa na prefeitura mas foi impedido.
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Grupo de Comunicação
Nunes garante que todas as licenças foram
emitidas de acordo com um decreto de 2015.
Disse ainda que algumas autorizações de
terraplanagem, por exemplo, foram emitidas
pela atual secretária de Meio Ambiente do
município e que as extensões também estão
acima dos mil m², o que segundo ele, é
permitido.
“Eu criei um grupo técnico de profissionais,
criei um ritmo de trabalho focado em
licenciamento ambiental, e isso incomodou. Eu
fiz parte de uma CPI onde eu fui presidente e
a gente investigou a compra da mansão dela
(prefeita), e ela começou a investigar as
minhas licenças, a procurar pelo em ovo.
Desde 2014, o nosso município tem condições
técnicas de fazer o licenciamento pelo
município”, ressaltou.
Procurada, a prefeita Fábia Porto (PV) não
respondeu até o fechamento da matéria sobre
a acusação do vereador.
http://cloud.boxnet.com.br/y4kqr534
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Grupo de Comunicação
Veículo: Bom Dia SP
Data: 08/08/2019
Problemas no Orquidário Ruth
Cardoso
“Poderia fazer uma blitz no Parque
Villa_Lobos”
Aguardando resposta do Governo do Estado
5 min
Exibição em 9 Ago 2019
Orquidário que fica no Parque Villa-Lobos, na
zona oeste da capital, está com a estrutura de
proteção danificada
https://globoplay.globo.com/v/7829791/progr
ama/
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Grupo de Comunicação
Veículo: Agora São Paulo online
Data: 09/08/2019
'Monte da oração' atrai fiéis a área
preservada na zona leste de SP
Peregrinação ocorre há mais de uma década
em terreno adquirido pela CDHU
Elaine Granconato
Fiéis de igrejas evangélicas de várias
denominações têm subido o morro
diariamente para orar na Fazenda do Carmo,
Cidade Tiradentes (zona leste).
Fiéis buscam 'monte de oração' na zona leste
de SP
A peregrinação, que segundo os cristãos chega
a reunir 4.000 pessoas nas noites de sextas-
feiras, ocorre dentro da APA (Área de
Proteção Ambiental) Iguatemi, onde é
proibido o acesso de visitantes.
O terreno foi adquirido na década de 1990
pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano), hoje sob a gestão
João Doria (PSDB). De um milhão de metros
quadrados de área total, 30% são de reserva
ambiental -cerca de 300 mil metros
quadrados.
É exatamente nesse trecho de zona de mata
que os crentes pentecostais buscam ouvir
Deus pela oração, como a reportagem do
Agora presenciou na última quarta-feira (7).
A entrada se dá pela rua Gitirana, que fica
bem em frente aos conjuntos habitacionais
erguidos pela companhia estadual.
Não há nenhum portão ou muro que impeça o
acesso ao 'monte da oração', como o local é
conhecido pelos fiéis. Na entrada até existe
uma placa da CDHU que informa ser área de
proteção ambiental, inclusive a lei de crimes
ambientais (9.605/1998).
O chão de terra batida sem vegetação possui
degraus para facilitar o acesso morro acima.
'A gente sobe em nome de Jesus. Quando o
coração fala pra gente', disse uma integrante
da Igreja Apostólica Plenitude do Trono de
Deus, quando descia do monte ao lado de
outra mulher.
Outros, entre homens e mulheres, subiam
para o interior da mata. A maioria com Bíblias
nas mãos.
Em parte da reserva ambiental existe uma
espécie de clareira aberta onde ocorrem os
cultos há mais de uma década.
Por entre as árvores nativas, se chega a um
templo improvisado. Ali, a cerca foi construída
com galhos das árvores, bem como os bancos
com troncos.
Perigo
O perigo de frequentar o local, principalmente
à noite, está na presença de morcegos. A
Prefeitura de São Paulo registrou o aumento
de acidentes por mordida do mamífero
silvestre na área do Iguatemi, habitat natural
do animal.
Neste ano, até esta quinta-feira (8), o hospital
de referência da região registrou 56
atendimentos por mordida de morcegos.
Apesar de dizer que houve aumento nos
casos, a gestão Bruno Covas (PSDB) não citou
quantos foram em 2018.
Segundo a prefeitura, não é possível
determinar se todos os casos foram na área
onde ocorrem os cultos.
Todas as espécies de morcegos têm hábitos
noturnos e são encontradas em todas as
épocas do ano. Os animais são transmissores
do vírus da raiva.
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Grupo de Comunicação
No 'monte da oração', o tema morcego não é
bem administrado pelos frequentadores.
Questionados, muitos disseram que não há
perigo algum. 'Eu fiquei acampado 30 dias lá
em cima e não fui mordido', afirmou um
pastor.
Uma mulher foi mais direta: 'As pessoas só
são mordidas aqui quando ficam fora do
limpão', disse, enquanto varria as folhas do
chão da clareira onde ocorrem os cultos
religiosos.
Na unidade de saúde próxima, uma usuária
disse que duas filhas foram mordidas há seis
anos no monte à noite. 'Elas estavam de
chinelo, mas não aconteceu nada de grave',
afirmou.
Até em inglês
Um círculo formado e um pastor pregava em
inglês para imigrantes, entre angolanos e
nigerianos, que costumam frequentar o ponto
de peregrinação evangélico na região.
'Muito bom aqui', disse um nigeriano, que
deixou há quatro anos o continente africano
para morar no Brasil. O grupo se reúne todas
as quartas-feiras.
Segundo um pastor ouvido pelo Agora, o
'morro da oração' é frequentado por pessoas
de vários lugares. 'Tem gente de Itaquá
(Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo), até
do Rio de Janeiro, nos cultos da noite e da
madrugada', afirmou.
O pastor Marco Almeida, secretário adjunto da
Assembleia de Deus - Ministério do Belém, que
reúne em torno de 2.000 igrejas na capital e
na Grande São Paulo, não recomenda aos seus
fiéis reuniões de oração em matas e montes
especialmente em altas horas da noite por
causa de riscos, por se tratar de matas,
embora admita que é um ato de fé dessas
pessoas.
Resposta
A CDHU, da gestão João Doria (PSDB),
afirmou que mantém no terreno dois postos
de vigilância presencial 24 horas, além de
ronda motorizada, 'justamente para evitar
invasões'.
A licitação para a recomposição da cerca
destruída por atos de vandalismo está em
andamento.
A companhia disse ainda que 'em respeito ao
livre exercício religioso', monitora o uso com a
realização de 'ações educativas e de
conscientização' para preservação ambiental
do local. O governo não soube dizer há quanto
tempo ocorrem os cultos.
Questionada sobre a degradação da reserva
ambiental, a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente limitou-se a dizer que a 'Fundação
Florestal realiza monitoramento das áreas
verdes da APA [Área de Proteção
Ambiental] não registrou nenhum
desmatamento no local neste ano'.
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas
(PSDB), informa que, caso se encontre um
morcego caído, a orientação a não tocar no
animal, colocar sobre ele uma caixa ou um
balde e acionar o telefone 156.
Representantes da Igreja Plenitude do Trono
de Deus não retornaram as ligações do Agora.
(EG)
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28843362&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Agora São Paulo online
Data: 09/08/2019
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28853574&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Juquery
Data: 08/08/2019
Mairiporã lidera consumo de energia
elétrica na região
NO QUESITO energia elétrica Mairiporã
registrou um consumo de 475.838.858 kWh,
ficando com a liderança no consumo em
relação às demais cidades. Caieiras aparece a
seguir com 434.772.096 kWh.
Os dados foram divulgados na última semana
no Anuário de Energéticos por Município do
Estado de São Paulo, da Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente, relativos
ao ano de 2018.
Os consumos residenciais e industriais foram
os dois que registraram aumento expressivo.
Petróleo - Ainda de acordo com as
informações do relatório, os mairiporanenses
consumiram o dobro de gasolina em relação
ao etanol. Foram 15,3 milhões de litros do
derivado de petróleo, ante 7,1 milhões do
álcool. O total de óleo diesel chegou a 14,8
milhões de litros, enquanto as donas de casa
utilizaram 2,78 milhões de quilos de gás de
cozinha. O consumo de asfalto, pela
administração pública, foi o menor da região,
com 5,7 mil quilos. Para efeito de comparação,
Caieiras utilizou 2,23 milhões de quilos.
'Com base nos valores apurados, no somatório
do consumo de energéticos, o Estado de São
Paulo apresentou em 2018 um ligeiro aumento
de 0,06% em relação ao ano anterior', diz
trecho da pesquisa. O documento apresenta
dados de consumo por energéticos como
energia elétrica, gás natural, etanol e
derivados de petróleo, além das emissões de
dióxido de carbono (CO2) produzidas por cada
um dos municípios.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28834275&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Suzano
Data: 08/08/2019
Obras na rua Turmalina são retomadas
após reparos nas redes de água e esgoto
A secretaria de Manutenção e Serviços
Urbanos de Suzano retomou as obras da rua
Turmalina, no Jardim Monte Cristo, após a via
receber a execução de reparos nas redes de
água e de esgoto, pela Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp). Agora, diante de um
trabalho cauteloso junto aos dutos de energia
da empresa EDP São Paulo, o trecho segue
com o recapeamento previsto para ser
concluído neste semestre.
De acordo com o engenheiro responsável,
Laert de Laet de Carvalho, os serviços por
parte da Sabesp foram realizados antes do
novo recape, a fim de se evitar intervenções
futuras por parte da autarquia após a
revitalização da rua. “As obras na rua
Turmalina se iniciaram em março, quando foi
necessária a troca da antiga rede de esgoto, e
posteriormente também a de água, por parte
da Sabesp. Se a secretaria não tivesse
avisado à Companhia sobre a intervenção,
certamente a Sabesp teria que abrir a rua
após a revitalização”, explicou. A ação da
companhia estadual se estendeu até o final de
julho.
Contudo, uma situação semelhante também
foi verificada diante de dutos de energia da
EDP São Paulo. “Entendíamos que as
instalações estivessem com uma camada de
proteção, mas não foi o que encontramos. Por
isso será feita uma escavação cautelosa e
manual para os serviços de manutenção da
via”, contou.
O trabalho está concentrado na preparação de
solo, com a retirada de parte dos
paralelepípedos para o recebimento de novo
recapeamento, de maneira a ordenar as
camadas inferiores que garantirão a
estabilidade do piso para a colocação da
cobertura asfáltica, que será de Concreto
Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ).
A obra de revitalização completa de 300
metros de extensão compreende quatro
quarteirões, entre a avenida Paulista e o limite
com o município de Poá, também com a
requalificação de sarjetas e valetas, além de
reparos em quatro bocas de lobo.
No total, 1.857 metros quadrados serão
beneficiados pela Renov Pavimentação e
Construções Ltda., com um investimento de
R$ 388 mil, angariados entre recursos do
governo do Estado, emendas parlamentares e
contrapartida do município. O trabalho visa
oferecer maior segurança na mobilidade
urbana do bairro Jardim Monte Cristo, já que
rua também é uma das principais vias de
ligação entre Suzano e Poá.
http://cloud.boxnet.com.br/y2pwr3ww
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: JauMais
Data: 08/08/2019
Horto Florestal Municipal realiza visita
agendada para grupos
A Prefeitura de Jahu, por meio da Secretaria
de Meio Ambiente, informa que o Horto
Florestal Municipal realiza visitas agendadas
para grupos de até 40 pessoas de segunda à
sexta-feira, e também aos sábados. O
primeiro grupo irá visitar as dependências do
horto neste final de semana (10/08).
Localizado anexo ao CEPROM, o horto fica
próximo ao Jardim São José, na Rodovia
Comandante João Ribeiro de Barros, sem
número. Para agendar a visita, os interessados
devem entrar em contato com a Secretaria de
Meio Ambiente pelo telefone (14) 3621-6989,
ou pessoalmente à Rua Edgard Ferraz, 619,
Centro, das 8h às 17h.
O horto conta com áreas para trilhas, leitura e
descanso, sob os grandiosos flamboyants,
ipês, entre outas espécies de madeira de lei.
Emoldurado pelo Rio Jahu, é possível
encontrar no local aves como tucano, canários
da terra, sabiás, sanhaço, biguá, bem-te-vi,
entre outras. Além disso, o horto conta com a
'Sala Verde', que é o Centro Municipal de
Educação, que foi todo reformado e
reestruturado pela Prefeitura para atender
escolas e interessados em educação
ambiental. 'O objetivo desse projeto é
promover a importância da preservação
ambiental e do ecossistema. Cada visitação é
única. Há um padrão, um formato, mas é a
natureza do dia que faz acontecer a visitação',
explica o fiscal ambiental, coordenador do
Horto Florestal e interlocutor do Projeto
Município Verde Azul, Giovani Minete
Fabrício, que convida a todos para realizar o
agendamento e se aprofundar no tema.
Os visitantes também podem acompanhar de
perto o trabalho da equipe de produção de
mudas no horto, que nos últimos anos já
distribuiu milhares de mudas de árvores que
foram utilizadas em reflorestamento de matas
ciliares e arborização de áreas urbanas.
Hoje o horto possui mudas de várias espécies
para doação aos munícipes de Jahu. Possui
uma equipe técnica para orientar a população
sobre as espécies adequadas para o plantio
em calçadas, jardins e praças, evitando,
assim, danos nas casas ou calçadas. 'O horto
não é apenas para retirada de mudas de
árvores, e sim como uma área de lazer,
passeio, e com grande potencial para
educação ambiental', finaliza Giovani.
Serviço:
Horto Florestal Municipal - Visitação
Agendada.
Local: Horto Florestal
Rod. Comandante João Ribeiro de Barros S/N -
Anexo ao CEPROM
Telefone para agendamento: (14) 3621-6989
-. Secretaria de Meio Ambiente 8h às 17h de
segunda a Sexta-feira.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28840787&e=577
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Cidades
Data: 08/08/2019
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Veiculação de conteúdo não condizente com as questões ambientais de Pirangi
A diretora do departamento de meio ambiente
da Prefeitura de Pirangi Anaira Caramelo fez
um esclarecimento público sobre a questões
ambientais de Pirangi ;
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Ref.: Veiculação de conteúdo não condizente
com as questões ambientais de Pirangi
Em 2019, a Prefeitura de Pirangi foi
contemplada com duas certificações
ambientais, sendo uma expedida pela
ANAMMA (Associação Nacional dos Órgãos
Municipais de Meio Ambiente) durante o
evento 'II Fórum Brasil de Gestão Ambiental',
que aconteceu em Campinas no dia 27 de
junho, onde foi entregue o 'Prêmio Destaque
em Gestão Ambiental Municipal', e a outra foi
obtida no dia 11 de julho em Bauru pela
Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, pelo
Programa Município Verde Azul.
Tal reconhecimento se deu não apenas por
fatores pontuais, mas por ações amplas,
efetivas e contínuas na área ambiental,
exercidas pelo Departamento de Agricultura,
Abastecimento e Meio Ambiente, tais como:
educação ambiental na rede municipal de
ensino; preocupação com a qualidade do ar
por meio de treinamento de funcionários para
combate a incêndios urbanos, aquisição de
caminhão pipa e fiscalização quanto à prática
de queimadas, assim como o monitoramento
da emissão de fumaça preta nos veículos a
diesel da frota municipal; instituição e
funcionamento do conselho de meio ambiente,
que anualmente reúne-se 12 vezes para a
discussão das questões ambientais locais,
assim como publicação de resoluções próprias
para a proteção do meio ambiente;
estabelecimento de uma estrutura ambiental
composta por subsídios à orientação da
população quanto às questões de meio
ambiente da cidade.
Além dessas ações, também existe a
preocupação por parte do departamento com
a qualidade do solo por meio de ações de
combate à erosão através da construção de
galerias de águas pluviais e recape de áreas
carentes de asfalto, concomitante à proteção
das águas por meio de monitoramentos
frequentes da água bruta, água tratada,
identificação de vazamentos para a tomada de
providências, instalação de hidrômetros, assim
como o atual processo de licitação para a
perfuração de um poço na Rua Oswaldo
Mendes, nº 947, tendo em vista ampliar o
sistema de abastecimento e mitigar possíveis
períodos de falta de água à população no valor
de R$196.748,00. Além disso, a participação
efetiva junto ao Comitê de Bacia Hidrográfica
Turvo/Grande possibilitou a conquista recente
de R$131.916,74 para a substituição e
recuperação de um emissário de esgotos
domésticos na Rua Benjamin Constant.
Também é realizado um monitoramento
contínuo na estação de tratamento de esgotos
da cidade, tendo em vista o acompanhamento
da eficácia do sistema, assim como a busca
contínua pela melhoria desse processo. Diante
disso, foi aprovado pelo FEHIDRO um valor de
R$326.105,96 para o desassoreamento das
lagoas, ou seja, para a melhoria da qualidade
do tratamento. Atualmente essa ação
encontra-se em fase de licitação, já que o
contrato foi assinado. Sendo assim, tanto em
2018 quanto em 2019 foram conquistados
recursos para investimento tanto em água
quanto em esgoto.
Juntamente a isso, são analisados critérios de
arborização, ou seja, a existência de um plano
de arborização, cumprimento do mesmo,
controle de árvores que são erradicadas ou
plantadas, assim como o incremento da
arborização urbana, que em 2019 contou com
o plantio de mais de 500 árvores (perímetro
urbano). Somente são erradicadas árvores
quando realmente existe a necessidade devido
a riscos à população, porém, são feitos
plantios compensatórios. As questões do lixo
também são muito importantes para a
obtenção de uma certificação ambiental,
correspondendo a um décimo da nota da
cidade (0 a 10 em uma escala que varia de 0
a 100). Diante disso, a prefeitura destina
todos os pneus não utilizados pelas
borracharias para a produção de massa
asfáltica por meio de um convênio com a
Associação RECICLANIP. Quanto ao óleo de
frituras usado, mensalmente são realizadas
coletas para a destinação ambiental adequada
junto è empresa FERTIBOM, que transforma o
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Grupo de Comunicação
óleo usado em biodiesel. Em 2019, foram
destinados mais de 500 litros de óleo. Quanto
ao lixo eletrônico, também são realizadas
campanhas de coleta para destinação junto a
empresas especializadas em reciclagem. Tais
programas são divulgados a toda a população
pela rádio, jornal, site da prefeitura, redes
sociais, dentre outros. Ou seja, existe um
projeto efetivo de reciclagem do óleo, pneus e
lixo eletrônico.
Quanto à poda de árvores, grande parte do
material coletado é devidamente triturado,
servindo posteriormente como um
condicionador de solo para produtores rurais
interessados na cidade e também para um
projeto voltado à horta municipal. Já para o
lixo doméstico gerado pela população, assim
como os materiais volumosos (móveis), os
mesmos são totalmente destinados ao CGR
(Centro de Gerenciamento de Resíduos) de
Catanduva, já que a área do aterro sanitário
do município foi encerrada e atualmente não é
passível de ampliação, tendo em vista que é
necessária a liberação do COMAER (Comando
da Aeronáutica). Sendo assim, para a
obtenção de uma certificação, analisa-se todo
o rol de ações desenvolvidas em uma cidade.
Inclusive, está tramitando o início da coleta
seletiva por parte da prefeitura, que ocorrerá
uma vez por semana visando atender à
população e aliar a melhoria da qualidade
ambiental.
Diante desses fatos, o presente
esclarecimento técnico tem como finalidade
abordar também sobre as imagens e vídeos
divulgados recentemente sobre o descarte de
resíduos volumosos e galhos em uma área não
apropriada. Cabe destacar que todo o material
foi devidamente retirado, tendo em vista que
por se tratar de uma área rural, o proprietário
solicitou poda de árvore triturada para
incorporação ao solo, já que tal material atua
como um condicionador eficaz para as plantas.
Porém, por estarem os galhos de árvores
misturados com os resíduos volumosos
coletados pela prefeitura durante a limpeza da
cidade, todo o material acabou sendo
depositado no local sem que os responsáveis
pelo serviço verificassem a tempo. Porém,
assim que o fato foi constatado,
imediatamente o material foi recolhido e
procedeu-se a limpeza do local, conforme
pode ser verificado nas fotos. Atualmente a
prefeitura continua realizando a destinação
correta e também atendendo os produtores
que se interessam pela poda triturada.
Diante dos fatos, a prefeitura vem
intensificando inclusive, a fiscalização em
pontos estratégicos de descarte clandestino de
lixo por parte de alguns munícipes que ao
invés de utilizarem do serviço público de
coleta, descartam seus resíduos
irregularmente em estradas rurais, terrenos
baldios, pontes, córregos, etc. Foram inclusive
enviadas várias notificações a
estabelecimentos comerciais com a finalidade
de acompanhar o descarte do lixo.
Todas essas medidas são para manter a
qualidade dos serviços prestados à população
sem qualquer envolvimento em atos
especulatórios com finalidades adversas às do
bem comum. Rotina para a prefeitura é
realizar a coleta adequada e destinar
corretamente os resíduos gerados. Inclusive,
após a veiculação da matéria em um
programa de TV, foi encaminhado vídeo do
local totalmente limpo, porém não foi
realizada a veiculação.
Acontecimentos bons devem ser enaltecidos, e
diante de adversidades, é papel fundamental
da população alertar e buscar meios para
soluções em parceria com a administração
pública, já que todos devem buscar o bem
comum e da maioria, não defendendo
interesses particulares.
Maiores informações sobre todas as ações
executadas em prol ao meio ambiente de
Pirangi encontram-se no site da prefeitura:
www.pirangi.com.br.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28837215&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 09/08/2019
Editorial - Saldo positivo
http://cloud.boxnet.com.br/yykldjmp
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Grupo de Comunicação
Veículo: Panorama Notícia
Data: 14/08/2019
Flora Rica é representada em evento de
Municipalização do Licenciamento
Ambiental em São Paulo
Ermenson Rodrigues
O secretário Municipal do Meio Ambiente
Inaldo Nascimento e o interlocutor do Projeto
Município Verde Azul Fábio Florentino
participaram nesta quinta, 08 de agosto, do
evento de Municipalização do Licenciamento
Ambiental em São Paulo.
Durante o evento foram abordados os
benefícios desta proposta, que garante a
autorização do município para expedir licenças
ambientais para mais atividades de produção,
e logo, geração de emprego e renda.
Estiveram presentes o secretário estadual
de Infraestrutura e Meio Ambiente
Marcos Penido e a presidente da
Companhia Ambiental do estado de São
Paulo, Patrícia Iglecias.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28818559&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Veja.com
Data: 09/08/2019
Na China, Doria defende oposição de Sul e
Sudeste a restante do país
De maneira diplomática, como de hábito, o
governador de São Paulo, João Doria,
defendeu a marcação de uma posição política
clara entre as regiões Sul e Sudeste, e os
estados do restante do país.
Em visita à China, onde lidera uma delegação
de integrantes de seu governo e empresários
do estado de São Paulo para atrair
investimentos da potência asiática, Doria
afirmou que São Paulo poderia crescer mais
caso o restante do país mantivesse o mesmo
ritmo econômico.
“Nos últimos 20 anos tem sido assim, São
Paulo lidera a economia brasileira. E
continuará assim, em escala até mais forte:
nos últimos seis meses, a economia do nosso
estado cresceu, mesmo que a um índice
menor do que poderíamos se o restante do
país estivesse acompanhando nosso ritmo”,
afirma o governador.
Há três meses, Doria articulou a criação do
Cosud (Consórcio Sul Sudeste) para tentar
alinhar projetos entre os sete estados, que
representam 70% da economia brasileira, e
também marcar uma posição política.
“O Cosud serve também para alinhar
posicionamentos políticos, que servem muitas
vezes de contraponto a certas posições que
outros estados defendem. Nós, dos estados do
sul e sudeste, acreditamos em trabalhar
unidos para o desenvolvimento do país”,
completa.
O governador acredita que a economia
brasileira tende a retomar o crescimento no
último trimestre do ano, caso a reforma da
Previdência seja aprovada definitivamente no
Senado – o que ele acredita que vá acontecer
até o fim de setembro.
“Por diferentes circunstâncias – muitas de
natureza político-institucional – não houve o
crescimento esperado nos primeiros sete ou
oito meses do ano. Alguns fatores políticos
causaram turbulência, mas a economia vai
virar no no final do ano”.
Enquanto a reforma da Previdência não sai,
Doria trabalha para convencer investidores
chineses a trazer dinheiro para São Paulo.
Entre os projetos que está vendendo na Ásia,
o governador acredita que os que tem atraído
mais interesse são a construção de duas
ferrovias (uma entre São Paulo e São José dos
Campos, a outra ligando São Paulo a
Campinas) e a capitalização ou privatização
da Sabesp, a companhia estadual de
saneamento básico.
“Nossa expectativa era de gerar 12 bilhões de
dólares em negócios para os próximos dez
anos aqui na China. Hoje, estamos revisando
esta conta para 30 bilhões de dólares, tudo
capitaneado pelo nosso programa de
desestatização e obras de infraestrutura”,
comemora Doria.
http://cloud.boxnet.com.br/y46td49o
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Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura de Guaratinguetá
Data: 08/08/2019
Descarte pilhas e baterias: Prefeitura
instala postos de arrecadação
O descarte incorreto de pilhas e baterias pode
causar danos ao meio ambiente e a saúde das
pessoas. A Prefeitura convida todos a
participarem da 3ª Operação Intermunicipal
de Descarte Correto de Pilhas e Baterias, uma
promoção do programa Município Verde
Azul.
A Secretaria de Meio Ambiente está instalando
postos de arrecadação nos PEVs (São Dimas e
São Francisco), Parque Ecológico Anthero dos
Santos, Prefeitura Municipal, Secretarias de
Turismo e Meio Ambiente, Supermercado
Colinas e Mega Farma dos dias 12 a 23 de
agosto.
Ao final da campanha, empresa responsável
recolherá os materiais para dar destino
adequado. As pilhas e baterias possuem
metais pesados em suas composições, que
contaminam solo e água, além de causar
doenças pelo contato. Elas podem demorar
cerca de 450 anos para se decompor.
Participe dessa ação sustentável. Não fique de
fora!
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28818560&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura Lençóis Paulista
Data: 09/08/2019
Alunos e comunidade visitam Nascente
Municipal Modelo
A partir do mês de agosto, os alunos da rede
formal de ensino e grupos da comunidade
participam de visitação monitorada na
Nascente Municipal Modelo, localizada na mata
ciliar do Córrego da Prata, no Jardim Europa.
A iniciativa tem como propósito dar
continuidade às ações que estão previstas na
diretiva 'Gestão das Águas' do Programa
Município Verde Azul.
A Nascente Municipal Modelo deve ser um
ponto de referência para trabalhar a educação
ambiental junto às crianças, jovens e outros
grupos comunitários de interesse, para que
conheçam a importância da preservação da
mata ciliar e das nascentes do Rio Lençóis e
seus afluentes. O Córrego da Prata, segundo
maior curso d'água que atravessa a área
urbana, é uma referência de preservação de
mata ciliar. Outros afluentes do Rio Lençóis já
recebem atenção com reflorestamento para
proteção das nascentes, principalmente em
parceria com empresas agrícolas e
proprietários de terras.
As crianças dos bairros Cecap e Jardim
Ubirama, que participam da visitação em
agosto, demonstram-se surpresas ao
observarem uma nascente dentro da área
urbana e tomam consciência sobre o problema
do descarte irregular de lixo e resíduos, que
não devem ser despejados na mata ciliar,
enfatizando assim a necessidade da separação
do material reciclável e destinação para coleta
seletiva na manutenção da área de
preservação permanente.
A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente
(SAMA) instalou placa para identificação visual
da nascente, bem como ao longo do percurso
do Córrego também instalou placas de
orientação com relação ao descarte irregular
de lixo ou resíduos com divulgação do Disk
Denúncia (14) 99819.4934.
A Nascente Modelo do bairro Cecap foi
desativada para visitação, pois com a escassez
de chuvas dos últimos meses o volume de
água tem diminuído muito. Já a Nascente do
Jardim Europa é perene, com afloramento de
água durante o ano todo. A Nascente
Municipal Modelo está localizada na mata ciliar
do Córrego da Prata, na Avenida José Veloso,
Jardim Europa.
Para agendamento de visitas monitoradas os
interessados devem entrar em contato com a
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente pelo
telefone (14) 3269.7054.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28818039&e=577
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Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: G1 Santos
Data: 09/08/2019
Filhote de lobo-marinho desnutrido é
resgatado no litoral de SP; vídeo
Segundo o Instituto Biopesca, o animal estava
debilitado e magro. Ele foi localizado em
Itanhaém, no litoral paulista.
Por G1 Santos
Filhote de lobo marinho com sinais de
desnutrição é resgatado em Itanhaém, SP
Um filhote de lobo-marinho-sul-americano
(Arctocephalus australis) foi resgatado em
uma praia de Itanhaém, no litoral de São
Paulo, nesta quinta-feira (22). Equipes do
Instituto Biopesca, que realizaram o resgate,
afirmam que o animal chegou à sede da
organização debilitado e magro e, no
momento, está sendo estabilizado e recebe
cuidados veterinários.
O animal foi avistado pela primeira vez nesta
quarta-feira (7), na praia de Mongaguá (SP).
Ao avistar o filhote, um guarda-vidas que atua
no local acionou o Biopesca, que executa o
Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia
de Santos (PMP-BS).
Os profissionais relataram ao G1 que o animal,
provavelmente, tentava descansar e que a
espécie migra nesta época do ano, nadando
muitos quilômetros. Por isso, quando
necessário, procura local seco onde possa se
recuperar.
Filhote foi encontrado por banhistas e resgatado pela equipe do Instituto Biopesca em Itanhaém, SP — Foto: Kaio Nunes/Instituto Biopesca
No entanto, com o grande número de
banhistas tentando se aproximar, ele voltou
ao mar após tentar descansar na faixa de
areia várias vezes. De acordo com as equipes
que realizaram o resgate, ao ser localizado
pela população, o animal estava alerta e ativo.
Mas, nesta quinta-feira pela manhã, já foi
encontrado na Praia de Itanhaém e bastante
debilitado.
Alerta
De acordo com o Biopesca, é muito importante
que nas praias a população não se aproxime
dos lobos-marinhos, para que eles possam
descansar sem serem incomodados. Caso ele
volte ao mar antes de recuperar as energias, a
sua chance de sobrevivência diminui, alertam
os especialistas.
Além disso, de acordo com o instituto, ficam
asseguradas a segurança e o bem-estar não
só do animal, mas também das pessoas. A
orientação é que quando avistado algum
animal marinho, o Biopesca seja informado
imediatamente.
De acordo com o Biopesca, animal já foi encontrado debilitado e magro nesta quinta-feira (8) em Itanhaém, SP — Foto: Kaio Nunes/Instituto Biopesca
De acordo com o Biopesca, animal já foi
encontrado debilitado e magro nesta quinta-
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Grupo de Comunicação
Para acionar o serviço de resgate de golfinhos,
tartarugas e aves marinhas, a população pode
entrar em contato pelos telefones 0800 642
3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570
(WhatsApp e chamada a cobrar).
O Instituto Biopesca é uma das instituições
executoras do PMP-BS, atividade desenvolvida
para o atendimento de condicionante do
licenciamento ambiental federal das atividades
da Petrobras de produção e escoamento de
petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia
de Santos, conduzido pelo Ibama.
O objetivo é avaliar os possíveis impactos das
atividades de produção e escoamento de
petróleo sobre as aves, tartarugas e
mamíferos marinhos, através do
monitoramento das praias e do atendimento
veterinário aos animais vivos e necropsia dos
animais encontrados mortos.
https://g1.globo.com/sp/santos-
regiao/noticia/2019/08/08/filhote-de-lobo-
marinho-desnutrido-e-resgatado-no-litoral-de-
sp-video.ghtml
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Data: 09/08/2019
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Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO O QUE A FOLHA PENSA: Com o fígado
Bolsonaro se dedica a revanches pessoais, ao
arrepio da impessoalidade exigida
Antes mesmo de assumir o mandato de
presidente da República, mas já eleito, Jair
Bolsonaro (PSL) ameaçava retaliar com corte de
publicidade federal veículos de imprensa que se
comportassem “dessa maneira indigna”. Esta
Folha, então, era o alvo apenas circunstancial.
Bolsonaro assestava contra a imprensa livre,
compromissada com a busca da verdade e
desatrelada de governos, partidos e dogmas.
Havia ainda, vale notar, uma outra ofensa
implícita na conduta do candidato que acabava
de sair vitorioso das urnas —ao princípio
constitucional da impessoalidade na
administração pública.
Não cabe ao governante discriminar, com a
investidura concedida pela população, quem lhe
cause transtorno. Está obrigado a comportar-se
com a equidistância do magistrado, nos limites
fixados pela lei e pela jurisprudência.
Frustrou-se até agora quem apostou na
capacidade de civilizar-se do político periférico e
rude alçado de repente a chefe de Estado. Jair
Bolsonaro, há mais de sete meses no Planalto,
continua a reagir mais com o fígado do que com
a cabeça.
A medida provisória que suspende a necessidade
de publicação de balanços em jornais foi, nas
palavras presidenciais, uma retribuição ao
tratamento crítico que recebe de veículos de
comunicação.
A motivação persecutória e casuística se ressalta
pelo fato de a liberalização já estar encaminhada,
com prazo para vigorar em 2022, em lei
sancionada pelo próprio presidente.
O governo Bolsonaro, que em março puniu o
fiscal responsável por aplicar multa ambiental ao
então deputado pelo Rio, reincidiu nesta semana
na retaliação pessoal ao cortar contrato de
serviços jurídicos da Petrobras com o presidente
da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa
Cruz.
O advogado havia sido covardemente insultado
pelo presidente da República, que insinuou
conhecer fatos desabonadores sobre o pai de
Santa Cruz, militante de esquerda assassinado
pelo aparelho repressivo da ditadura militar —
cujo legado de violações dos direitos humanos
Bolsonaro voltou a exaltar nesta quinta (8) ao
homenagear a memória de um torturador.
A fronteira entre a pessoa do presidente e o
decoro exigido pela elevada função que
desempenha não tem sido ultrapassada apenas
para o exercício da vingança. A insistência na
nomeação do filho para embaixador em
Washington retrocede ao tempo do despotismo
monárquico e emula práticas de ditadores de
regimes caricatos.
Mas o Brasil não é uma dessas republiquetas.
Aqui a imprensa continuará a exercer o seu papel
de vigilância. O Legislativo, os tribunais e os
demais órgãos de controle não hesitarão em
vetar, como já têm feito, os atos autoritários e
ilegais que vierem do Executivo.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/08/
com-o-figado.shtml
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Data: 09/08/2019
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Grupo de Comunicação
Brasil tem pouco tempo para se adaptar às
mudanças climáticas
País precisa aperfeiçoar sua ciência, diplomacia e
técnicas de cultivo; agronegócio pode ser
protagonista
Ana Carolina Amaral
SÃO PAULO
As recomendações trazidas pelo relatório da ONU
podem não ser aproveitadas a tempo de garantir
um lugar de protagonismo internacional para o
país que tem em abundância o ativo valorizado
pelo novo diagnóstico do clima: solo.
Até então, a ciência climática demandava esforço
principal do setor energético, em transição de
combustíveis fósseis para renováveis.
De hoje em diante, gigantes em terra como o
Brasil passam a ser mais cobrados pelo desafio
de equilibrar redução de emissões de gases-
estufa e de desmatamento, produção de
alimentos e de bioenergia.
As diferentes vocações podem ser combinadas
sem causar competição por terra em um país
com dimensões continentais como o Brasil.
Todas elas cumprem papeis estratégicos para
mitigar efeitos e ajudar na adaptação ao novo
clima, garantindo, por exemplo, que não falte
comida e nutrição para um mundo de clima
inconstante e cada vez menos previsível.
Por outro lado, a potência dessas oportunidades
diminui à medida que o quadro climático se
agrava e os possíveis protagonistas de uma nova
realidade se tornam, de antemão, vítimas.
Isso porque, ironicamente, grandes ativos no
enfrentamento do clima ficam cada vez mais
vulneráveis com efeitos das mudanças climáticas
e com a degradação dos solos.
A escolha entre as duas direções depende de um
despertar urgente por parte do setor mais
pragmático do governo, ligado ao agronegócio.
Depois de garantir, no início do ano, que o Brasil
permaneça (ao menos formalmente) no Acordo
de Paris, os ruralistas caíram em profundo
silêncio nos últimos meses e preferiram não se
manifestar sobre a crise do governo em relação à
revelação dos dados de desmatamento - ainda
que a falta de transparência coloque em risco o
acordo comercial do Mercosul com a União
Europeia.
Segundo cálculos trazidos no relatório da ONU,
cada dólar investido em gestão sustentável dos
solos gera seis dólares de retorno em serviços
ecossistêmicos. Isso significa, por exemplo,
maior regularidade de chuvas —recurso caro à
atividade agrícola.
Se, por um lado, o relatório dá recados claros de
como o país poderia direcionar suas políticas
públicas, também absorve influência da atuação
brasileira, que garantiu atenção aos
biocombustíveis, enquanto ajudou a evitar uma
possível recomendação à diminuição da dieta
carnívora (cuja cadeia produtiva tem liderança
brasileira e é importante emissora de gases-
estufa).
A resiliência das florestas e da agricultura neste
novo cenário climático também dependerá
fatalmente de políticas públicas de adaptação ao
clima.
Governos locais e também o federal falham em
reconhecer a vulnerabilidade do país, à revelia do
agravamento evidente de secas e enchentes nos
Data: 09/08/2019
29
Grupo de Comunicação
últimos anos, que causam perdas de produção no
campo e mortes humanas nas cidades.
Tratando-se de clima, também importa para o
solo brasileiro o que os outros países fazem para
reduzir suas emissões - ponto em que, até aqui,
a diplomacia brasileira veio cobrando de países
desenvolvidos.
Com a crise climática já instalada e dando sinais
evidentes pelo mundo através de eventos
extremos, o Brasil não terá muito tempo para
reunir o que tem de melhor em termos de
conhecimento científico, diplomacia e práticas de
manejo florestal e agrícola.
Interesse nacionais e globais se mobilizam na
direção de o Brasil liderar os esforços para evitar
uma tragédia climática - se o atual governo não
escolher a mão contrária.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/brasil-tem-pouco-tempo-para-se-adaptar-as-
mudancas-climaticas.shtml
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Data: 09/08/2019
30
Grupo de Comunicação
25% da população mundial está em risco de
falta de água
Países do norte da África e do Oriente Médio
correm maior risco
WASHINGTON | AFP
Quase 25% da população mundial vive em 17
países que enfrentam situação de estresse
hídrico extremo e se aproximam do que se
chama de "dia zero", quando as torneiras secam,
afirma um relatório divulgado nesta terça-feira.
O Instituto de Recursos Mundiais (WRI, na sigla
em inglês) classificou o estresse hídrico, o risco
de seca e o risco de inundação fluvial utilizando
uma metodologia revisada por especialistas.
"A agricultura, a indústria e os municípios estão
consumindo 80% das águas superficiais e
subterrâneas disponíveis em um ano médio nos
17 países mais afetados", afirmou o WRI.
O Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro,
liderados pelo Distrito Federal, apresentam risco
médio-alto para estresse hídrico - Raul
Spinassé/Folhapress
Catar, Israel, Líbano, Irã, Jordânia, Líbia, Kuwait,
Arábia Saudita, Eritreia, Emirados Árabes Unidos,
San Marino, Bahrein, Índia, Paquistão,
Turcomenistão, Omã e Botsuana formam o grupo
dos 17.
"O estresse hídrico é a maior crise sobre a qual
ninguém fala. As consequências são visíveis na
forma de insegurança alimentar, conflito,
migração e instabilidade financeira", disse
Andrew Steer, presidente executivo do WRI.
Outros 27 países integram a lista de "alto
estresse hídrico de referência".
Oriente Médio e o norte da África têm 12 dos
países mais estressados. A Índia, que aparece na
posição 13, tem uma população três vezes maior
que os outros 16 países.
"A recente crise da água na região de Chennai
chamou a atenção mundial, mas diversas áreas
da Índia sofrem um estresse hídrico crônico",
afirmou Shashi Shekhar, ex-secretária para a
Água da Índia.
Ela disse que o relatório pode ajudar as
autoridades a identificar e priorizar os riscos.
Até os países com reduzido estresse hídrico
médio podem ter pontos críticos. Os Estados
Unidos aparecem na 71ª posição, mas o estado
do Novo México sofre estresse hídrico.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/um-quarto-da-populacao-mundial-enfrenta-
estresse-hidrico-extremo.shtml
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Data: 09/08/2019
31
Grupo de Comunicação
Painel: Moro mantém popularidade maior
que a de Bolsonaro, mostram pesquisas de
siglas
O pulso ainda pulsa
As fraturas acumuladas por Sergio Moro (Justiça)
entre integrantes dos três Poderes nos últimos
dois meses não foram suficientes para corroer o
apoio que ele tem em diversos setores da
sociedade. Sob forte pressão desde o início da
publicação de mensagens pelo The Intercept, em
9 de junho, a força do ministro foi testada em
pesquisas internas de partidos. Ele não ostenta a
aprovação de outrora —perdeu pontos na casa
das dezenas—, mas “mesmo fraco é forte, maior
do que Jair Bolsonaro”.
Todos os lados
Partidos de centro e centro-direita fizeram nos
últimos dias levantamentos municipais e
nacionais. A popularidade de Moro foi testada na
segunda categoria.
Ponto de vista
Aliados do ministro da Justiça reconhecem que
ele está sob fogo cerrado, uma peça central no
que chamam de “crise de confiança entre a Lava
Jato e Brasília”, mas dizem que seu trabalho na
segurança pública, os índices que tem
apresentado, lhe dão sustentação no cargo para
além da espuma política.
Para todo gosto
Apesar de o presidente ter exibido Moro no início
de sua live desta quinta (8), são vastos os
relatos da crescente desconfiança entre
Bolsonaro e seu auxiliar.
Tá comigo ou não?
No Planalto, prolifera a versão de que o ministro,
para se eximir da posição de subscritor de
propostas polêmicas, municia a imprensa com
informações que o distanciem de casos como o
dos decretos que facilitaram porte e posse de
armas.
O que é seu é meu
O desconforto entre Bolsonaro e Moro é tema de
conversas no Congresso e no Supremo. Em
ambos os Poderes, os relatos indicam que o
presidente não vê o auxiliar como alguém
disposto a segurar rojões que não sejam do
próprio interesse.
Mãos abanando
Ao dizer que Moro precisava dar uma “segurada”
na tramitação de seu pacote anticrime, Bolsonaro
desagradou parte da bancada da bala. O
coordenador da Frente Parlamentar de Segurança
Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP), diz
que faltou diálogo com o grupo para avisar que a
causa deixaria de ser prioridade.
Querer é poder
Para Augusto, é compreensível que o governo
queira direcionar sua força para a reforma
tributária, mas ele afirma que o pacote de Moro
precisa apenas de maioria simples para ser
aprovado e poderia ser tratado em paralelo.
A condição
Lideres do centrão na Câmara avisaram o
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da
reforma da Previdência, que só vão endossar um
texto que preveja o embarque de estados e
municípios nas novas regras de aposentadoria se
ele condicionar a adoção das normas federais à
aprovação dos legislativos locais.
Onde desliga?
Em evento organizado pelo BTG, em SP, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
disse que ainda tenta se recuperar do cansaço
acumulado nas longas sessões de votação da
reforma. Chegou a brincar que queria dormir no
voo até a capital paulista, mas que a presença de
Paulo Guedes (Economia) no avião tornou o
descanso impossível.
Suor do meu rosto
Guedes, por sua vez, literalmente correu pelas
ruas de Brasília para chegar a tempo de
acompanhar o fim da votação da Previdência, na
quarta (7). Havia trânsito e o ministro decidiu
descer parte da Esplanada a pé em passo
acelerado, ao lado de três assessores.
Missão de paz
Guedes tem feito um trabalho de formiguinha
para suavizar ao máximo o impacto das
mudanças que estuda fazer para tirar o Coaf do
centro do embate político entre Moro, o
Congresso e o Supremo. Têm falado com todos
os envolvidos.
Música para os ouvidos
Em audiência com Bolsonaro nesta quinta (8), o
subprocurador Paulo Gonet, que tenta ficar com
o comando da Procuradoria-Geral da República,
disse ser contra a criminalização da homofobia
pelo STF e que o tribunal invade atribuições que
são do Legislativo ao decidir sobre o tema.
Data: 09/08/2019
32
Grupo de Comunicação
Loteria
Alvo de ataques de dentro do MPF, Augusto Aras
ainda é visto como o favorito para a vaga. Gonet
obteve apoios importantes, e Lauro Cardoso foi
elogiado pelo presidente. O nome de Raquel
Dodge perdeu muita força.
TIROTEIO
O presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, faz
apologia a um torturador e à prática da tortura. É
lamentável…
Da procuradora regional Eugênia Augusta
Gonzaga, após o presidente chamar Carlos
Alberto Brilhante Ustra de “herói”. Gonzaga era
presidente da Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos até a semana passada,
quando foi exonerada por Bolsonaro.
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/08/09/
moro-mantem-popularidade-maior-que-a-de-
bolsonaro-mostram-pesquisas-de-siglas/
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Data: 09/08/2019
33
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Bolsonaro escanteia Moro
e age com indiferença em eleição da PGR
Até o fim da tarde de quinta (8), o presidente
não tinha recebido nenhum dos três candidatos
eleitos para compor a lista tríplice
O presidente Jair Bolsonaro ainda não tinha
recebido, até o fim da tarde de quinta (8),
nenhum dos três candidatos eleitos pelos
procuradores para compor a lista tríplice de
indicados para comandar a PGR (Procuradoria-
Geral da República). Mas já tinha atendido pelo
menos cinco procuradores que concorrem por
fora para o cargo.
DE LADO
A indiferença em relação à eleição é um dos
aspectos introduzidos por Bolsonaro para a
escolha. O outro é o escanteio em que colocou o
ministro da Justiça, Sergio Moro —que recebe
alguns candidatos mas não participa das
conversas deles com o presidente.
OS CARAS
Os antecessores de Bolsonaro sempre
prestigiaram seus ministros da Justiça, que
tiveram peso decisivo nas escolhas.
QUEM SERÁ?
Bolsonaro afirmou na quinta que a sua própria
lista de candidatos favoritos para a PGR tinha
cinco nomes. Mas só citou quatro.
SOBRENOME
Entre os procuradores a aposta é a de que o
subprocurador-geral Paulo Gonet é o quinto do
grupo.
GRANA
A Polícia Federal enviou a seus servidores no fim
de julho uma circular com regras para reduzir
gastos com diárias e passagens em viagens. O
objetivo é “orientar esforços” na “aplicação de
recursos disponíveis face ao quadro de
contingenciamento orçamentário imposto pelo
Decreto nº 9.741”.
CURTA
O texto se refere ao bloqueio de verbas assinado
por Bolsonaro em março. Entre os casos
autorizados pela circular a gastar com passagens
estão a manutenção de operações policiais e a
representação oficial em eventos internacionais.
CAUDA
Órgãos representativos de delegados da PF dizem
que o contingenciamento afetou atividades da
instituição. Além da orientação de evitar viagens,
eles alegam que o treinamento de tiro em SP foi
suspenso.
LONGA
O Ministério da Justiça afirma que “não existe
embasamento” para dizer que faltam recursos
para a PF. “Apesar do contingenciamento, a
Polícia Federal vem sendo priorizada”, diz. Na
semana, passada foram liberados R$ 50 milhões.
MOVIMENTO
A atriz Regina Braga, o médico Drauzio Varella, o
cantor Tom Zé e o jornalista Maurício Kubrusly
foram à estreia do espetáculo “Gil”, do Grupo
Corpo, na quarta (7), no Teatro Alfa. O músico e
escritor Zuza Homem de Mello, o ensaísta José
Miguel Wisnik, o diretor-presidente do Masp,
Heitor Martins, e a diretora da SP-Arte, Fernanda
Feitosa, também compareceram.
MEMÓRIA
O ator Tony Ramos fará leitura de conferência
que o escritor Albert Camus fez quando veio ao
Brasil, em 1949. A apresentação ocorre no Sesc
Consolação no dia 20 deste mês e abre um ciclo
de eventos em São Paulo que celebra os 70 anos
da visita do francês.
MEMÓRIA 2
Uma tradução inédita do texto lido por Ramos
integrará uma coletânea de Camus a ser lançada
pela Editora Record.
PAPO RETO
O secretário municipal da Cultura de SP, Alê
Youssef, quer marcar uma reunião com o
Data: 09/08/2019
34
Grupo de Comunicação
ministro Osmar Terra, da Cidadania, em Brasília,
para tratar sobre a Ancine (Agência Nacional do
Cinema). A ideia é apresentar, junto com a
presidente do SPCine, Laís Bodanzky, números
que comprovem a importância econômica do
setor audiovisual.
JUNTOS
Já no próximo dia 14, um evento organizado pela
Prefeitura de SP e SPCine vai reunir nomes do
audiovisual brasileiro na Praça das Artes. Será
“um movimento anticensura”, de acordo com
Youssef.
DESCANSO
A Assembleia Legislativa de SP (Alesp) colocou
de férias 512 servidores no começo de julho. Mas
eles só receberam o valor referente ao período
de descanso no fim do mês (dia 26). A Casa
afirma ter gasto cerca de R$ 2 milhões com isso.
APERTADO
Segundo a Alesp, esses funcionários tinham até
três férias acumuladas e foram obrigados a gozar
uma delas para obedecer norma que proíbe o seu
acúmulo.
ATRASO
De acordo com a Casa, o atraso para o depósito
do dinheiro se deu porque a folha de pagamento
que vence no dia 4 de julho já tinha sido fechada
quando a lista de servidores que deveriam gastar
férias acumuladas foi concluída.
VOZES
A cantora Ivete Sangalo, o vocalista da banda
Jota Quest, Rogério Flausino, e o cantor Silva se
apresentaram juntos no Theatro Municipal de São
Paulo, no show “Amores Acústicos”, na quarta
(7). A apresentadora Bela Gil passou por lá.
CURTO-CIRCUITO
O advogado Antonio Carlos de Oliveira Freitas é
mediador de debate sobre venda de terras para
estrangeiros. Na sexta (9), às 8h, no Hotel
Ca’d’Oro.
O vereador Celso Giannazi lança o Conselho de
Inclusão Escolar na Câmara Municipal de SP.
O MIS faz show multimídia especial na exposição
Björk Digital. Na sexta (9), às 21h.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia, será entrevistado no “Roda Viva” de
segunda (12), na TV Cultura.
com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI,
GABRIEL RIGONI e VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/08/bolsonaro-escanteia-moro-e-
age-com-indiferenca-em-eleicao-da-pgr.shtml
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Data: 09/08/2019
35
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Taesa quer papéis verdes para projetos até
2022
Coluna do Broadcast
A Taesa, uma das maiores elétricas do País
focada em linhas de transmissão, pretende usar
debêntures de infraestrutura com selo de
responsabilidade ambiental, também chamadas
de “greenbonds”, para financiar projetos em
construção e que têm obrigação junto à Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de estarem
operacionais entre o final de 2021 e 2022. Uma
primeira emissão dessas debêntures está
prevista para o final de setembro, com valor de
R$ 450 milhões e vencimento em 2025. A
emissão foi aprovada em conselho e a Taesa
busca agora a certificação de título verde. Outras
debêntures verdes são estudadas, mas as
emissões devem acontecer ao longo dos
investimentos.
Destino. Ao todo, são quatro projetos de linhas
de transmissão, que somam investimentos de
cerca de R$ 2,5 bilhões. Em três deles – Aimorés,
Paraguaçu e Ivaí – a Taesa tem como sócio da
ISA Cteep. O quarto projeto é localizado em
Minas Gerais da transmissora de Janaúba, tendo
somente a Taesa como participante. Na
divulgação de seu balanço do segundo trimestre,
o presidente da companhia, Raul Lycurgo Leite,
afirmou que a Taesa trabalha com uma
“perspectiva concreta” de entrada de operação
de Janaúba, Aimorés e Paraguaçu antes do prazo
estipulado pela Aneel.
Bom uso. Ao receber a certificação de título
verde, a companhia é obrigada a direcionar os
recursos para projetos comprovadamente
sustentáveis do ponto de vista ambiental, o que
é verificado ao longo do projeto. A Taesa já
emitiu R$ 210 milhões em debêntures verdes em
maio para três projetos.
Antenados. O Brasil já emitiu US$ 11,3 bilhões
em títulos alinhados ao clima no mercado local e
externo, e os verdes respondem por US$ 4,1
bilhões, de acordo com dados do Climate Bonds
Initiative, que tem trabalhado junto a
autoridades brasileiras e o setor privado há anos
para os greenbonds.
https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-
do-broad/taesa-quer-papeis-verdes-para-
projetos-ate-2022/
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Data: 09/08/2019
36
Grupo de Comunicação
Animal é ser senciente
Cássio Faeddo*
Animal não é coisa, mas não é só o cãozinho.
No antigo Código Civil de 1916 a personalidade
jurídica dos animais era a de coisas (res), sendo
a classificação mantida no Código Civil de 2002
(Lei 10.406/02).
A classificação vem desde o Direito Romano no
qual há três categorias fundamentais: pessoas
(persona), coisas (res) e ações (actio). As
pessoas têm a condição abstrata de sujeitos de
direito, dividindo-se em pessoas naturais (seres
humanos) e pessoas jurídicas.
Nos referimos que o Código Civil de 2002 trata os
animais como objeto, e resta claro no artigo 82
que traz conceito sobre os bens móveis, no art.
936 fala acerca da responsabilidade civil do
proprietário em razão de dano causado pelo
animal e no art. 1.263 sobre a aquisição da
propriedade, coisa sem dono (res nullius).
A Constituição traz no artigo 225 o conceito de
meio ambiente e dos princípios que devem
nortear os atos e leis vigentes no país, deixando
clara a disposição do constituinte em intensificar
os cuidados com a proteção da vida animal.
Ressalto também notório processo no qual se
tratou da colisão de princípios constitucionais
expressos nos artigos 225, VII, (atos de
crueldade contra animais) em colisão com arts
215 e 216 (manifestação cultural) quando do
julgamento do Recurso Extraordinário 153531-8
SC ( STF, que tratava do caso da “farra do boi”).
No particular, maior interesse residiu na proteção
dos animais, coibindo-se a prática considerada
cruel aos animais.
Há de se ressaltar no plano infraconstitucional a
existência da Lei dos Crimes Ambientais (
9.605/98), que trata de crimes contra a fauna
silvestre e também maus-tratos contra animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos
ou exóticos.
Porém, ressalto, não há que se falar ainda de um
direito dos animais no país, pois estes, ainda que
protegidos, não são sujeitos de direito.
Já no direito francês há disposição expressa no
Código Civil classificando os animais como seres
sencientes(que tem a capacidade de ter
percepções conscientes do que lhe acontece).
No direito brasileiro, há iniciativa legislativa
visando alterar o classificação de animais como
“coisas” ( PLC 27/2018 de autoria do Deputado
Federal Ricardo Izar, em fase de tramitação no
Senado).
Ao lembrarmos de animais logo vem à mente os
animais domésticos. Porém, com o PLC 27 qual
será o impacto em razão dos animais criados em
cativeiro para alimentação humana? Como ficará
a legislação para criação e abate? E aqueles
utilizados em pesquisa?
Animal não é coisa, mas não é só o cãozinho.
*Cássio Faeddo, advogado. Mestre em Direitos
Fundamentais, MBA em Relações Internacionais –
FGV SP
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/animal-e-ser-senciente/
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Data: 09/08/2019
37
Grupo de Comunicação
Eliane Cantanhêde: E a impessoalidade?
Decisões de presidentes devem obedecer ao
interesse público, não o pessoal, familiar ou de
grupos
Alguém precisa avisar ao presidente Jair
Bolsonaro que ele foi eleito para presidir o País,
não para se tornar dono da República e fazer o
que bem entende. Pelo princípio da
impessoalidade, definido no artigo 37 da
Constituição, o mandatário tem de tomar
decisões de acordo com o interesse público, não
ao sabor dos seus interesses, vontades e crenças
pessoais, nem para favorecer a si, à família, aos
amigos ou a grupos específicos. Há controvérsias
se é exatamente assim que Bolsonaro governa,
fala e age.
O exemplo mais chocante foi a indicação do filho
para a mais importante embaixada do planeta, a
dos EUA. Trata-se de um jovem de 35 anos que
nunca pisou no Instituto Rio Branco, não é
especialista na área nem um personagem de
destaque na vida nacional. É filho do presidente,
ponto.
E os dois exemplos mais recentes são retaliações
do cidadão Bolsonaro, que aproveita o principal
gabinete do Planalto e uma caneta Bic para se
vingar de desafetos. Um é o cancelamento do
contrato da Petrobrás com o escritório de
advocacia do presidente da OAB, Felipe Santa
Cruz. Outro é a dispensa de publicação de
balanços de companhias abertas em jornais.
“Não precisa dar dinheiro para um cara da OAB”,
aplaudiu Bolsonaro, que falou de forma cruel
sobre o desaparecimento do pai de Felipe na
ditadura militar, remexendo uma ferida que não
é só da família Santa Cruz, mas de toda a Nação.
Onde está o interesse público no cancelamento
do contrato? O escritório, especializado em
Justiça do Trabalho, evitou em 2018 rombo de
R$ 5 bilhões à Petrobrás em causas trabalhistas.
Logo, a companhia não dá dinheiro “para o cara”,
remunera um serviço bem feito.
“Retribuí parte daquilo que grande parte da mídia
me atacou”, disse Bolsonaro, assumindo a
intenção de vingança quando desobrigou a
publicação dos balanços. A decisão é do governo,
mas o interessado é o ex-candidato, insatisfeito
com as revelações da imprensa sobre seu
passado e entorno desde a campanha. Como,
aliás, ela tem o dever de fazer.
Lembra a punição ao fiscal do Ibama que multou
o cidadão Jair por pescar em área protegida. O
fiscal cumpriu seu dever, o cidadão descumpriu a
lei. Quem riu por último? Aquele que, flagrado na
infração, pensou: “Ah, esse aí me paga!”. Pagou
mesmo. O pescador assumiu e usou o poder
contra um pobre fiscal.
Também não se pode classificar de
impessoalidade a decisão do presidente de “não
dar nada para esse cara”. Desta vez, não o
presidente da OAB, mas o governador do
Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, um desses
“paraíba” que ousam ser de esquerda. Do varejo
para o atacado, o governo federal conseguiu
punir o Nordeste inteiro, com apenas 2,2% dos
empréstimos da CEF.
É um direito de Bolsonaro não gostar de Dino,
como é dos governadores do Nordeste não gostar
de Bolsonaro. Mas não é um direito da pessoa do
presidente usar seu poder contra uma região, a
segunda mais populosa do Brasil. O interesse
dessa população está acima das birras do Jair.
E o que falar sobre o Coaf, que identifica
movimentações financeiras atípicas e, assim,
municia os órgãos de fiscalização e controle
contra a lavagem de dinheiro, prima-irmã da
corrupção? Ia tudo bem, até que o Coaf bateu os
olhos numa dinheirama de um tal de Queiroz.
Data: 09/08/2019
38
Grupo de Comunicação
Esse foi o fio da meada de uma história ainda
muito mal contada sobre contratações, salários,
depósitos e esquemas nos gabinetes do clã
Bolsonaro. Tal como o fiscal do Ibama, o Coaf
está sendo punido por simplesmente fazer o que
tinha de fazer. Podia pegar todo mundo, não o
filho “01” do presidente, Flávio, agora senador.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco, mas nos
olhos do poder arde, causa irritação e, no caso
dos Bolsonaro, gera retaliação. O problema é
combinar com a Constituição. O artigo 37 é claro,
preciso, um alerta.
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,e-
a-impessoalidade,70002960586
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Data: 09/08/2019
39
Grupo de Comunicação
40% do País apresenta nível moderado ou alto de ameaça aos corpos hídricos
As principais ameaças às águas no País são as
mudanças climáticas, as mudanças no uso do
solo, a fragmentação de ecossistemas e a
poluição, de acordo com relatório do Painel
Brasileiro de Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos
Giovana Girardi
Anos de seca prolongada nas regiões Sudeste (na foto, o sistema Cantareira) e Centro-Oeste levaram a uma perda estimada de R$ 20 bilhões na receita agrícola em 2015. Crédito: Sergio Castro / Estadão
Cerca de 40% do território nacional apresenta
níveis de ameaça aos corpos hídricos que vão de
moderado a elevado. E o Estado de São Paulo é o
que está em pior condições. É o que mostra um
relatório divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo
Painel Brasileiro de Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos.
O trabalho, que considerou pesquisas científicas
realizadas nos últimos anos sobre o assunto,
mostra que as principais ameaças às águas no
País são as mudanças climáticas, as mudanças
no uso do solo (como desmatamento), a
fragmentação de ecossistemas e a poluição.
A região Sudeste, que abriga 58% da população
e apenas 13% da disponibilidade de água do
País, apresenta um cenário delicado. Pelo
levantamento, quase 70% do território de São
Paulo está em situação crítica por conta do
adensamento populacional e o intenso uso da
terra associado à agricultura.
O indicador usado para fazer essa análise é o
impacto sobre a biodiversidade que vive nesses
ambientes aquáticos. Segundo o trabalho, o
Brasil abriga mais de 3 mil espécies de peixes de
água doce. Só na Bacia Amazônica estima-se que
haja mais espécies de peixes do que em todo o
oceano Atlântico.
Mas essa biodiversidade está em risco: 10% das
espécies de peixes continentais estão sob o risco
de extinção e 30% do total de espécies da fauna
ameaçada no Brasil compreendem peixes e
invertebrados de água doce. Estima-se que até
2050, a Bacia Amazônica e o extremo sul do País
terão uma perda de mais de 25% nas espécies
aquáticas.
“Consideramos 23 ameaças (como
desmatamento, uso de fertilizantes, presença de
hidrelétricas, segurança hídrica, espécies
invasoras, perdas no sistema, ocorrência de
secas e inundações) à biodiversidade”, explicou
ao Estado Aliny Pires, da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro e coordenadora do estudo.
“Se a gente pensa que uma água de qualidade
depende de que todo o sistema aquático esteja
funcionando adequadamente, se a água não está
boa para a biodiversidade, também não estará
adequada para o consumo humano”, afirmou a
pesquisadora.
“A biodiversidade ajuda a indicar a qualidade
daquele ecossistema. Quando dizemos que em
40% das águas a biodiversidade está ameaçada,
isso também indica que 40% das águas estão
ameaçadas como um todo. É uma questão
integradora”, complementou o pesquisador
Vinicius Farjalla, da UFRJ e também autor do
trabalho.
“Não se olha só para a qualidade ou para a
quantidade de água. Quando se olha de maneira
mais integrada – é daí que vem o conceito do
sustentável –, temos de trabalhar com todos
esses componentes. A biodiversidade é mais um
grande indicador do uso sustentável, da
qualidade daquele ambiente de maneira mais
integrada”, disse.
Data: 09/08/2019
40
Grupo de Comunicação
Gráfico do relatório Água, Biodiversidade, Serviços Ecossistêmicos e Bem-estar Humano no Brasil do BPBES
De acordo com o trabalho, cerca de 98% dos
municípios do Nordeste já reportaram eventos de
seca. E no Sul do País, 92% dos municípios já
reportaram eventos de inundação.
Aliny lembra, porém, que mesmo em regiões
onde a quantidade de água não é um problema
aparente, como os Estados amazônicos – que
respondem por 68% da disponibilidade hídrica do
País para 7% da população, a situação não é tão
simples, já que há altas taxas de perda no
fornecimento.
Impactos econômicos
Feita em conjunto por 17 pesquisadores de
diversas instituições do País, a avaliação aponta
que se por um lado os recursos hídricos são
fundamentais para a economia brasileira, por
outro, cenários de escassez já trazem prejuízos
significativos.
O relatório aponta que o País ganhou mais de R$
15 bilhões por ano, entre 2004 e 2016, com os
investimentos realizados em saneamento,
incluindo a promoção do turismo e a redução
com gastos em saúde. A pesca esportiva
movimenta até R$ 3 bilhões por ano no País. Só
os recursos pesqueiros sustentam cerca de 300
mil pescadores artesanais.
Nossos recursos hídricos são fundamentais para
a energia do País. A matriz elétrica depende de
cerca de 65% da produção hidrelétrica.
A agricultura irrigada e a pecuária são os
principais usuários dos recursos hídricos do País,
consumindo, respectivamente, cerca de 750 mil e
125 mil litros de água por segundo. A maior
parte (85%) da produção agropecuária depende
da água das chuvas, originada em 40% na
evapotranspiração da Amazônia.
O estudo destaca ainda que somente no ano
passado, o Brasil exportou 84 milhões de
toneladas de soja, o que corresponde a 8,4
trilhões de litros de água.
Por outro lado, a seca recente que afetou as
regiões Sudeste e Centro-Oeste, por exemplo,
provocou uma perda de cerca de R$ 20 bilhões
na receita agrícola em 2015, um recuo de quase
7% em relação ao ano anterior.
Para o futuro, levando em conta o aumento da
demando por crescimento da população, as
perdas do sistema e impactos climáticos, se não
houver investimentos em infraestrutura, faltará
água para 74 milhões de pessoas até 2035, com
impacto em vários setores produtivos, em
especial a indústria, que pode sofrer 84% das
perdas econômicas previstas.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/a
mbiente-se/40-do-pais-apresenta-nivel-
moderado-ou-alto-de-ameaca-aos-corpos-
hidricos/
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Data: 09/08/2019
41
Grupo de Comunicação
Ações do Brasil 'contradizem mensagens' do
relatório sobre clima, diz cientista do IPCC
Pesquisador alemão fez comentário durante
lançamento de relatório do IPCC que mostra a
importância no combate ao desmatamento da
Amazônia para conter o aquecimento global
Giovana Girardi e Roberta Jansen
Inpe é responsável por monitorar o desmatamento na
Amazônia e oferecer a taxa oficial de perda anual da floresta
Foto: Daniel Beltra / Greenpeace
Apesar de optar por fazer uma análise mais geral
sobre a situação do planeta, sem dar destaque
para os países de modo individual, o Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas,
o IPCC, deu uma cutucada na forma como o
governo brasileiro vem lidando com a Amazônia.
Durante a entrevista coletiva que os
pesquisadores membros do painel deram na
manhã desta quinta-feira, 8, para lançar o
relatório especial sobre mudanças climáticas e
uso da terra, o cientista alemão Hans-Otto
Portner, co-chair do grupo de trabalho 2 do IPCC,
afirmou que as mudanças que estão sendo feitas
no Brasil no que se refere à gestão da Amazônia
“contradizem todas as mensagens apresentadas
no relatório”.
O documento pela primeira vez focou em como a
agropecuária, o desmatamento e outros usos da
terra contribuem com o aquecimento global. Os
cientistas destacam que os setores respondem
por 23% das emissões de gases de efeito estufa
do planeta. A perda da vegetação, por sua vez,
faz o planeta absorver cada vez menos o CO2 em
excesso na atmosfera, minando ainda mais sua
capacidade de combater as mudanças climáticas
em curso. Segundo os autores, se esse problema
não for atacado, não será possível evitar a crise
climática.
Eles alertam que a redução do desmatamento, o
aumento do reflorestamento e a redução das
emissões da agropecuária são fundamentais para
alcançar a meta de conter o aquecimento do
planeta a menos de 2°C até o final do século,
como prevê o Acordo de Paris. Mas essas ações
também têm limite, uma vez que o aquecimento
leva à degradação dos ecossistemas e à perda de
produtividade agropecuária.
A situação brasileira não é citada especificamente
no texto, mas com o desmatamento em alta, o
País foi alvo de questionamento da imprensa que
estava presente na entrevista coletiva. Foi em
resposta a uma pergunta que o pesquisador
alemão se manifestou.
Data: 09/08/2019
42
Grupo de Comunicação
Para Carlos Rittl, secretário executivo do
Observatório do Clima, coletivo que reúne
dezenas de ONGs brasileiras, opina que o
relatório passa dois recados para o governo
brasileiro. “Ao negar o aquecimento global e
estimular o desmatamento da Amazônia, a
administração de Jair Bolsonaro está rasgando
dinheiro, já que o sistema alimentar será
reorientado para atividades de baixo carbono que
o Brasil tem potencial de liderar”, diz.
“Ao mesmo tempo, ao aderir à ideologia
obscurantista de Donald Trump, o presidente do
Brasil desperdiça oportunidade de negócios,
inovação e investimento nesse novo setor de uso
da terra que o relatório do IPCC delineia”,
complementa o ambientalista em nota à
imprensa.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,acoes-do-brasil-contradizem-mensagens-
do-relatorio-sobre-clima-diz-cientista-do-
ipcc,70002959807
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Data: 09/08/2019
43
Grupo de Comunicação
Campanha arrecada agasalhos, cobertores e
caminhas para animais em São Paulo
REDAÇÃO - O ESTADO DE S.PAULO
Ampara Animal encaminhará doações para pets
que vivem na Divisão de Vigilância de Zoonoses
Animais que estão no centro de zoonoses de São
Paulo receberão doação de agasalhos, cobertores
e caminhas. Foto: Pixabay
A Ampara Animal, Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIP), realiza
campanha do agasalho em São Paulo para pets.
O objetivo é arrecadar doações de roupas,
cobertores e caminhas para animais que vivem
na Divisão de Vigilância de Zoonoses de São
Paulo.
Apesar de estarem abrigados do frio, muitos são
idosos e dormem em camas de metal. “Sabemos
da falta de recursos do governo para compra de
roupinhas e cobertores para os animais que
vivem na DVZ e, na nossa última visita, vimos
aqueles animais morrendo de frio, não
conseguindo mais dormir. Por isso, criamos a
campanha do agasalho e esperamos que muitas
pessoas se sensibilizem e amparem um
animalzinho do frio junto com a gente”, enfatiza
a porta-voz e uma das fundadoras da associação,
Juliana Camargo.
A Ampara Animal disponibilizou diversos pontos
de arrecadação por São Paulo, como no Santana
Parque Shopping e em várias unidades do
supermercado Carrefour.
A campanha permanecerá durante todo o período
de inverno, com término previsto para o dia 23
de setembro.
Juliana Camargo afirma que o apoio da
população é fundamental. “Assim como nós, os
animais sentem frio, sede e fome e ter o mínimo
de cuidado e oferecer bem-estar é fundamental.
Infelizmente, não são só os animais da DVZ que
precisam de roupinhas e cobertores. Existem
abrigos de animais que estão superlotados e que
precisam muito da nossa ajuda”, destaca.
https://emais.estadao.com.br/noticias/comporta
mento,campanha-arrecada-agasalhos-
cobertores-e-caminhas-para-animais-em-sao-
paulo,70002959951
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Data: 09/08/2019
44
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Alemanha avalia elevar imposto sobre carne
para reduzir consumo
Por Daniela Chiaretti | De São Paulo
Uma proposta formulada pelos Verdes e pelo
Partido Social Democrata (SPD) propõe elevar a
tributação da carne na Alemanha. O objetivo é
reduzir o consumo, o que ajudaria a combater à
mudança do clima e a melhorar o bem-estar
animal. Rebanhos produzem metano, gás do
efeito estufa mais nocivo à atmosfera que o CO2.
A iniciativa alemã tem potencial de se tornar
tendência em países ricos, não só pelo efeito
ambiental, mas ainda por questão de saúde.
Estimular a redução no consumo de carne foi um
dos pontos controversos dos debates entre
delegados de 195 países do Relatório sobre Clima
e Terra da ONU, aprovado ontem, em Genebra. O
relatório, do Painel Intergovernamental sobre
Mudança Climática, (IPCC, na sigla em inglês),
faz um resumo dos estudos científicos mais
atuais feitos em todo o mundo.
No IPCC, o tema da carne é polêmico. Países em
desenvolvimento, como o Brasil, maior produtor
e exportador mundial de carne bovina, temem
medidas que afetem sua economia. Na outra
ponta, países da Ásia e da África sequer têm
acesso, hoje, a dietas altamente proteicas. No
futuro, porém, seriam dois bilhões de pessoas a
mais consumindo carne.
A solução encontrada no texto do IPCC foi sugerir
dietas mais saudáveis e sustentáveis. O relatório
diz que agricultura e uso da terra respondem por
cerca de 22% das emissões globais de gases-
estufa. E que a crise climática não pode mais ser
enfrentada apenas com cortes de combustíveis
fósseis.
Na Alemanha, atualmente a carne se beneficia de
uma taxa reduzida do Imposto de Valor Agregado
(IVA) em relação a outros alimentos. É de 7%.
Verdes e social-democratas querem que passe a
19%.
Albert Stegemann, porta-voz do partido da
premiê Angela Merkel, da União Democrata-
Cristã (CDU), disse que a proposta pode ser
"construtiva", segundo agências internacionais.
Na sua opinião, porém, as receitas fiscais
adicionais deveriam ser usadas para ajudar os
criadores a se reestruturarem.
Com o aumento da tarifa, a intenção é reduzir o
consumo. "Sou a favor do fim da redução do IVA
para a carne, para promover maior bem-estar
animal", disse à Reuters Friedrich Ostendorf,
porta-voz da política agrícola dos Verdes.
O líder do partido, Robert Habeck, quer ainda
mais ambição e sugere uma reforma completa do
IVA para enfrentar a crise climática e os
problemas ambientais.
Partidos de oposição ao governo Merkel, como o
A Esquerda e o de Alternativa para a Alemanha
(AfD, de extrema-direita), se manifestaram
contra a "taxa da carne", assim como a entidade
que representa os agricultores.
No primeiro semestre, os abatedouros alemães
mataram quase 30 milhões de porcos, vacas,
ovelhas, cabras e até cavalos, segundo dados
oficiais do governo alemão.
O Brasil é o maior produtor mundial de carne
bovina. Produziu 10,9 milhões de toneladas (em
equivalente carcaça). As exportações somaram
2,2 milhões de toneladas. Os maiores
compradores são China e Hong Kong, que
consomem 40% desse total, segundo a
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras
de Carne (ABIEC), a entidade que representa os
frigoríficos exportadores.
Segundo dados da Secretaria de Comércio
Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da
Agricultura, as exportações de carne bovina para
a Alemanha renderam US$ 70,4 milhões no ano
passado. O volume exportado foi de 10,6 mil
toneladas.
Data: 09/08/2019
45
Grupo de Comunicação
Os alemães representam 10% da carne
brasileiros exportada aos europeus. Em geral, a
região compra cortes mais caros. No caso da
Alemanha, o preço médio da carne exportada foi
US$ 6.628 por tonelada, 66% acima da média de
US$ 3.987 das exportações gerais.
No ano passado, a União Europeia importou
116,7 mil toneladas de carne bovina do Brasil,
gastando US$ 705,5 milhões. Isso representou
7,1% do volume total exportado pelos frigoríficos
brasileiros e 10,7% da receita cambial. O preço
médio das exportações à Europa foi US$ 6.046
por tonelada, 51,6% acima da média. (Colaborou
Luiz Henrique Mendes)
https://www.valor.com.br/internacional/6384021
/alemanha-avalia-elevar-imposto-sobre-carne-
para-reduzir-consumo
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Data: 09/08/2019
46
Grupo de Comunicação
Privatização da Eletrobras terá venda de
ações
Por Rafael Bitencourt e Lu Aiko Otta | De Brasília
O ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, garantiu ao Valor que a União
perderá o controle da Eletrobrás. Embora esse
fosse o cenário que já vinha se desenhando nos
bastidores, foi a primeira vez que Albuquerque
reconheceu que a capitalização será
acompanhada de perda da posição majoritária da
União. O desenho da privatização, aprovado na
semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro e
ainda mantido em segredo, terá sete etapas que
envolvem o aval do Congresso, a liberação do
Tribunal de Contas da União (TCU) e, por fim, a
emissão de ações que capitalizará a estatal e
diluirá o controle da União. O novo modelo
deverá ser apresentado aos presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado,
Davi Alcolumbre (MDB-AP) quando o ministro
retornar de sua viagem à China, para onde foi
ontem.
Ele fará conversas preparatórias à visita de
Bolsonaro, "no fim de outubro ou início de
novembro".
A concordância do Legislativo é uma etapa
essencial, porque pelo menos duas alterações
legais são necessárias para abrir o caminho para
a privatização. Seguindo decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional terá
de dar aval para privatizar a holding, reinserindo
a estatal no Programa Nacional de
Desestatização (PND).
Além disso, é preciso mudar a legislação para
tirar as usinas mais antigas da Eletrobras do
regime de cotas, modelo instituído no governo
Dilma Rousseff para reduzir as contas de luz por
meio de corte na remuneração dos projetos. A
"descotização" é considerada importante para
recompor o caixa da empresa, atrair investidores
para a capitalização e permitir que a União
receba pela outorga desses novos contratos.
Em linhas gerais, a privatização será feita por
meio de venda de ações, de forma que o governo
federal deixará de ser o controlador. "Mas
nenhuma outra empresa será majoritária", frisou.
O modelo escolhido é o de "corporation". "Não
vamos vender a Eletrobras. Vamos abrir o
capital."
Na China, o ministro vai falar sobre a carteira de
investimentos disponível no Brasil. Só nas áreas
de óleo, gás e mineração são projetos que
somam R$ 1,5 trilhão até 2027. A governança
das concessões na área de energia e o calendário
com os leilões futuros são pontos que atraem a
atenção dos investidores.
Outra frente de interesse dos asiáticos é a
energia nuclear. O governo pretende fechar, até
o fim deste ano, as negociações com um sócio
privado que concluirá a usina de Angra 3.
Recentemente, recebeu executivos de um fundo
russo-chinês, interessados também em novos
projetos de geração nuclear.
O ministro está confiante na queda de preços da
energia a partir do Novo Mercado do Gás. Ele
comentou que usinas que utilizarão gás do pré-
sal devem vender o megawatt-hora por R$ 85 já
em 2022. Atualmente, o megawatt está saindo a
R$ 550. A seguir, os principais trechos da
entrevista:
Valor: Qual o motivo de sua viagem à China?
Bento Albuquerque: Tenho recebido vários
convites desde que eu assumi o ministério. Não
só do governo chinês, mas também das
empresas que têm investimentos no Brasil e
daquelas que pretendem fazê-lo. A China é o
principal parceiro no que diz respeito a
importações e exportações. E tem investimentos
no setor elétrico, no setor de óleo e gás e na
mineração.
Valor: São os maiores no setor de energia?
Albuquerque: Não, mas têm investimento aqui da
ordem de US$ 50 bilhões a US$ 70 bilhões. Eu
acredito que, pelas oportunidades que nós
Data: 09/08/2019
47
Grupo de Comunicação
temos, os investimentos chineses aqui
aumentarão bastante. Recebi recentemente um
fundo de investimento chinês-russo que tem
muito interesse na área nuclear como um todo.
Valor: Angra 3 foi qualificada no Programa de
Parcerias de Investimentos (PPI) para ser
concluída. Já está claro como isso será feito?
Albuquerque: Vai ser por uma parceria público-
privada. E o projeto, por se tratar de um
monopólio da União, será conduzido pela
Eletronuclear. Já tem três empresas que
apresentaram grande interesse nisso. Agora,
estamos conversando no PPI para definir
exatamente o modelo e preparar o edital para
termos um parceiro definido até o fim do ano e o
contrato seja concretizado no primeiro trimestre
do próximo ano. Daí, as obras reiniciam.
Valor: O fundo chinês-russo está interessado em
entrar em Angra 3?
Albuquerque: Está interessado, como outras
empresas chinesas. A russa Rosatom está
interessada nisso. A francesa Areva, os
americanos da Westinghouse também
manifestaram interesse em conhecer o modelo.
Esse fundo está interessado naquilo que virá
depois de Angra 3, as novas usinas.
Valor: O governo já mapeou as novas usinas?
Albuquerque: Estamos revendo o nosso
planejamento até 2050, o Plano Nacional de
Energia (PNE). Vamos dar a divulgação desse
plano, que será consolidado em outubro, depois
de passar por consulta pública. Em dezembro,
será incluído aquilo que temos de expectativa
com as novas usinas. O anterior eram 6
gigawatts (GW) de geração nuclear. Veremos se
será uma usina que vai gerar esses mais de 6
gigawatts, ou mais de uma usina.
"Dados mostram que cada 10% de queda do
preço da molécula de gás tem impacto de 2,1%
de incremento no PIB industrial"
Valor: Na China, o que o sr. vai dizer aos
potenciais investidores?
Albuquerque: Vou fazer uma apresentação sobre
a conjuntura do setor de energia e mineração e
as perspectivas para o futuro em termos de
investimentos necessários para um
desenvolvimento sustentável do país nos
próximos dez, 20, 30 anos. Vou mostrar como é
a nossa governança para que esses
investimentos ocorram no Brasil, em questão de
segurança jurídica e regulatória, previsibilidade
dos leilões. Só no setor de energia são da ordem
de R$ 1,5 trilhão, sendo o setor elétrico com
quase R$ 500 bilhões e setor de óleo e gás com
mais R$ 1 trilhão até 2027. Se aumentarmos o
horizonte no setor de óleo e gás, esse valor vai a
R$ 2 trilhões até 2030.
Valor: Isso num momento em que se avizinha o
megaleilão do excedente da cessão onerosa.
Albuquerque: Tudo é interessante. Essa visita
está sendo agora justamente na véspera da
visita do presidente, que vai ocorrer entre o fim
de outubro e início de novembro. Não deixa de
ser uma visita preparatória para a visita
presidencial, em termos de acordos que possam
ser firmados, de cooperação, memorandos de
entendimento e por aí vai. O Brasil é o país no
mundo, sem nenhum ufanismo, que tem
melhores oportunidades de investimento. Qual o
país que tem mais de 200 milhões de habitantes,
um território continental, uma diversidade de
recursos minerais e de fontes de energia? Os
grandes investidores estão esperando só algumas
reformas. Passar no Congresso a Nova
Previdência é um fato importante porque o país
precisa ter uma estabilidade fiscal para que os
investimentos tenham segurança.
Valor: Quando o programa Novo Mercado de Gás
produzirá efeito?
Albuquerque: A abertura do mercado de gás tem
impacto no insumo, mas também vai
proporcionar a reindustrialização do país. Tem
dados de simulações de que cada 10% de queda
Data: 09/08/2019
48
Grupo de Comunicação
do preço da molécula de gás tem impacto de
2,1% de incremento no PIB industrial. Isso é
uma potencialidade muito grande. Eu estive na
última reunião do Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico. Nós vamos ter termelétricas do
pré-sal entrando em operação em 2022 com o
preço do megawatt-hora de R$ 85.
Valor: Hoje está quanto?
Albuquerque: Depende. Mas já despachamos
este ano termelétricas a gás natural de contratos
antigos a R$ 550 o MWh. Podem dizer que é um
absurdo e que alguém poderia estar metendo a
mão, mas não. Naquela época, quando não tinha
esse gás, era o preço. Esses R$ 550 são mais
baratos que os R$ 1.500 que pagamos hoje em
Roraima, em 24 horas por dia, com 80 carretas
de óleo diesel fazendo o trajeto de Manaus a Boa
Vista, para a geração de energia. E não estamos
falando de algo que vai acontecer daqui a dez
anos, mas em 2022.
Valor: Com essa energia mais barata, o Brasil
fica menos dependente da energia de Itaipu e em
condições mais favoráveis de negociar a revisão
do acordo com o Paraguai?
Albuquerque: Sem dúvida. Assim como vamos
negociar com a Bolívia o uso do Gasbol
(Gasoduto Brasil-Bolívia). É importante dizer que
isso não será governo a governo, mas entre
empresas. Antigamente, era só com uma
empresa, a Petrobras. Hoje, a Petrobras, que
negocia com a Bolívia, vai dizer o preço e,
depois, negociar com outras empresas.
Valor: E a situação de Itaipu do Paraguai?
Albuquerque: Com o Paraguai, nós vamos iniciar
o processo de negociação no início de 2020 em
relação à revisão do Anexo C do contrato
binacional. Evidentemente, o preço da energia
vai cair porque a hidrelétricas já estará
amortizada em fevereiro de 2023.
Valor: Só essa amortização reduz a tarifa em
quanto?
Albuquerque: Isso vai depender da negociação.
Valor: Tem um carta boa na mão, então.
Albuquerque: Claro. Para os dois países. O que
pagam hoje pelo investimento [financiamento da
usina], vão deixar de pagar. É coisa de US$ 2
bilhões, com um R$ 1 bilhão para cada lado.
Valor: Além mexer nas cláusulas econômicas, o
Paraguai quer alterar, por pressões políticas, o
tratado como um todo, o que não estava
previsto.
Albuquerque: Olha: se teve um bom negócio, foi
Itaipu. Por mais que haja críticas de um lado e de
outro, ao dizerem que o Paraguai levou
vantagem ou, na realidade, foi o Brasil que levou
vantagem, o tratado é um exemplo de negócio
bem-sucedido. Itaipu tem uma importância vital
para a economia do Paraguai, no PIB do país. Do
lado de cá, Itaipu teve e ainda tem uma
importância muito grande para a segurança
energética do Brasil. Existem assimetrias entre
os dois países, mas foi, está sendo e continuará
sendo um bom negócio depois de 50 anos para
os dois lados.
Valor: E a privatização Eletrobras? O último
movimento foi o "ok" do presidente para os
estudos apresentados.
Albuquerque: Tudo foi feito com transparência.
Anunciei, já no meu discurso de posse, que
daríamos continuidade ao processo de
capitalização da Eletrobras. Agora, seguindo qual
modelo? Aí nós sentamos com a Economia, com
outros atores como PPI, Advocacia-Geral da
União e a própria Eletrobras. O presidente
Bolsonaro aprovou e, como vocês sabem, é
preciso passar pelo Congresso. O próximo passo,
é procurar a presidência das Casas, tanto da
Câmara como do Senado, e apresentar aquilo
que foi aprovado pelo presidente para a
Data: 09/08/2019
49
Grupo de Comunicação
consideração dessas lideranças. Aí pretendemos
dar início a esse processo.
Valor: E qual é o melhor timing? Agora, que
passou a reforma da Previdência na Câmara?
Albuquerque: Nós não podemos ficar aqui
parados, esperando. A Eletrobras perdeu a
capacidade de investimento. Hoje, deveria estar
investindo R$ 15 bilhões, R$ 16 bilhões, por ano
só para manter o status quo dela - 30% da
geração de energia e 50% da transmissão. Só
que ela vai investir este ano R$ 3,6 bilhões. Está-
se melhorando a governança da empresa, está-
se reestruturando como um todo. O que começou
um ano e meio atrás tem tido resultados
bastante positivos. Fizemos nosso trabalho e
dissemos que, para continuar tendo a
importância que sempre teve no setor elétrico
brasileiro, precisamos que a Eletrobras se torne
uma corporação.
"Itaipu foi importante para o Paraguai e tem
importância muito grande para a segurança
energética do Brasil"
Valor: Sendo uma corporação, a União perderá o
controle, embora nenhum grupo privado terá
participação majoritária. É isso?
Albuquerque: Não terá nenhum grupo no
comando. Nós não vamos vender a Eletrobras.
Vamos fazer uma abertura [pulverização] de
capital em que a União deixará de ser
majoritária, mas também nenhuma empresa
ocupará essa posição. Será uma corporação.
Estamos falando da Eletrobras, a holding, e suas
principais empresas: Chesf, Eletronorte, Furnas e
Eletrosul.
Valor: Quando isso será acertado com as
lideranças do Congresso?
Albuquerque: Já falei com o Rodrigo Maia e estou
procurando uma agenda também com o Davi
Alcolumbre. Eu e o ministro Paulo Guedes iremos
procurar os dois para apresentar isso
formalmente. Aí vamos ver qual é o melhor
caminho, se é apresentação de um projeto de lei
do Executivo ou aproveitar alguma coisa que está
em tramitação no Congresso.
Valor: Sem essa conversa, o governo não quer
definir detalhes da privatização?
Albuquerque: Em linhas gerais, é isso. Agora, o
que vai acontecer no Congresso Nacional nós não
sabemos. Dentro do modelo, nós vamos ter que
separar Itaipu, Eletronuclear, Cepel e as políticas
públicas disso que será capitalizado.
Valor: Isso ajuda a diminuir resistências?
Albuquerque: Até por questões legais, você não
pode colocar. Itaipu é um tratado internacional,
que você não capitaliza nem vende. A
Eletronuclear, de acordo com a Constituição, é
monopólio do Estado. A Cepel funciona com uma
empresa de pesquisa energética em tecnologia
que é muito importante para o desenvolvimento.
Temos ainda as políticas públicas que não têm
como capitalizar ou transferir, que têm que ficar
sob a égide do Estado, do governo. As demais
empresas serão capitalizadas.
Valor: A mudança de regime de contrato das
usinas da Eletrobras entra nesse pacote?
Albuquerque: Ela tem que andar junto. A
descotização faz parte desse processo. Não será
apenas um artigo do projeto de lei, sendo
bastante genérico, autorizando a capitalização da
empresa. A Eletrobras, para se capitalizar,
precisa desses outros instrumentos legais que
têm que ser modificados ou aperfeiçoados.
Valor: O sr. já indicou a possibilidade de elevar o
pagamento de R$ 12 bilhões à União pela
mudança nos contratos das usinas. Como seria?
Albuquerque: Acho que os números não devem
ser tratados agora. Devemos considerar que, se
você capitalizar alguma coisa que se mostra um
Data: 09/08/2019
50
Grupo de Comunicação
bom negócio pelas condições operacionais, ela
vai valer mais. Mas, se você vender o que
operacionalmente tem dificuldades, ela vai valer
menos. Então, o que queremos é aperfeiçoar ou
mudar alguns instrumentos legais para que a
empresa se torne mais atrativa.
Valor: Tem alguma inovação em relação ao
modelo de privatização do governo Temer?
Albuquerque: A gente pensou nisso. Levamos em
consideração tudo que já estava em tramitação,
tudo que já tinha discutido, a experiência nesse
tempo que passou, o que o próprio mercado
sinaliza. Vamos submeter para a apreciação do
Congresso.
Valor: Quais seriam essas mudanças?
Albuquerque: Não tem como dizer. Não é nem
pelo segredo em si. É lógico que tem um
segredo, porque, primeiro, ainda não apresentei
isso para o presidente Rodrigo Maia e o
presidente Davi Alcolumbre. Segundo, porque
ainda não fechamos o texto, porque vai depender
inclusive dessa conversa com eles. Temos apenas
aquilo que entendemos e definimos como etapas
a serem implementadas. Que passa pela
descotização, até pelo [novo] período da
concessão.
Valor: De fato teria que ter uma sequência, pois
não daria para fazer a capitalização, com emissão
de papéis, sem fazer antes a descotização.
Albuquerque: Realmente, não dá. Mas aquilo que
nós formos trabalhar como projeto de lei ou
como substitutivo a ser feito pelo Congresso vai
contemplar tudo isso. Aquilo que pode ser feito
dentro do que a legislação atual permite, já está
sendo feito. Até mesmo pela Eletrobras, quando
ela se desfez das distribuidoras, por exemplo.
Isso já foi uma recuperação que a empresa teve
no último um ano e meio até o final do ano
passado.
Valor: Então, terá novidade em relação ao
modelo anterior?
Albuquerque: Com certeza. Posso lhe dizer que
não está igual ao projeto de lei que está em
tramitação. A gente entende que vamos
apresentar alguns aperfeiçoamentos. Até porque
a empresa, quando foi proposto o projeto de lei,
tinha uma situação diferente à de agora. Só isso
já leva a alterações. Estamos sim, trazendo
aperfeiçoamentos que vão tornar o debate no
Congresso mais transparente, inclusive com as
bancadas regionais. Tenham a certeza de que
tudo foi considerado.
Valor: O sr. pode dizer ao menos quantas etapas
terá o processo de privatização?
Albuquerque: Dizem que o número sete é um
número de mentiroso, mas serão sete etapas.
Envolvem o próprio Ministério de Minas e
Energia, a Eletrobrás e o Tribunal de Contas da
União. Aí, tu montas os sete do jeito que
quiseres. Cada um tem sua dinâmica e seu
controle sobre o que está sob sua
responsabilidade, por isso é difícil falar num
cronograma.
https://www.valor.com.br/brasil/6384061/privati
zacao-da-eletrobras-tera-venda-de-acoes
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Data: 09/08/2019
51
Grupo de Comunicação
Medida vai abrir o mercado de energia
Por Camila Maia e Rodrigo Polito | De São Paulo e
do Rio
O Ministério de Minas e Energia (MME) decidiu
acelerar a abertura do mercado livre de energia,
no qual os consumidores podem escolher de
quem comprar o insumo, apurou o Valor. Hoje,
será aberta uma consulta pública para discutir a
redução gradual dos limites de migração de
consumidores, com perspectiva de abertura total
em janeiro de 2024.
Hoje, consumidores de menor carga, como os
residenciais, por exemplo, só podem comprar
energia da distribuidora local. A ideia do governo
é, gradualmente, reduzir os limites de carga para
a migração para o mercado livre. Assim como no
caso da telefonia, no futuro, todos poderão
escolher de quem comprar a energia. As
distribuidoras seguirão com monopólio nas suas
áreas de concessão, mas apenas do uso da rede
(o fio), e não da venda de energia, que poderá
ser feita por comercializadoras ou diretamente
por geradores.
Pela proposta, que ficará em consulta pública por
15 dias, o limite de migração de consumidores
livres vai cair da carga de 2 megawatts (MW)
para 1,5 MW a partir de janeiro de 2021. A partir
de 1º de julho de 2021, o limite cairá
novamente, para 1 MW. Em janeiro de 2022,
para 0,5 MW.
Além disso, até o fim de janeiro de 2022,
deverão ser feitos estudos sobre as medidas
regulatórias necessárias para permitir a abertura
do mercado livre para consumidores com carga
abaixo de 0,5 MW. A ideia é que a abertura total
seja concluída em janeiro de 2024.
Se confirmada, essa será a maior abertura do
mercado livre de energia dos últimos 22 anos.
Até o ano passado, o limite de migração de
consumidores de energia para o mercado livre
era de 3 MW. Uma portaria assinada pelo então
ministro Moreira Franco determinou a redução
para 2,5 MW a partir de julho deste ano, e
também garantiu nova redução, para 2 MW, a
partir de janeiro de 2020.
Hoje, consumidores com carga de 0,5 MW a 2,5
MW podem migrar para o mercado livre, mas na
figura de consumidores especiais, obrigados a
comprar energia de fontes incentivadas
(renováveis como eólica, solar e biomassa). A
diferença proposta pelo decreto é que os
consumidores com essa carga poderão comprar
energia de qualquer fonte, o que vai aumentar a
competição no mercado livre e mudar as
dinâmicas de preço.
O cronograma proposto é também mais
acelerado que o discutido, por exemplo, no
projeto de lei 1917/2015, que reúne algumas das
propostas de reforma do mercado livre debatidas
pela antiga equipe do MME por meio da chamada
consulta pública (CP) 33.
Paralelamente, o MME segue com as atividades
de um grupo de trabalho criado no início do ano
para discutir a modernização do setor elétrico. A
ideia é antecipar algumas mudanças que não
dependam de lei, como no caso da abertura do
mercado livre e também a consulta pública
lançada ontem, que propôs que consumidores
livres com carga de até 1 MW sejam obrigados a
comprar energia de comercializadores varejistas
a partir de janeiro do ano que vem.
O comercializador varejista funciona como uma
espécie de imobiliária. O cliente migra para o
mercado livre sem necessariamente precisar virar
um agente da Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), que não tem capacidade
de lidar com o número cada vez maior de
agentes de pequeno porte.
Data: 09/08/2019
52
Grupo de Comunicação
A proposta, contudo, é polêmica, já que o rito da
CCEE para desligar agentes em casos de
inadimplência é considerado lento. "Enquanto
não se resolver isso, ninguém vai querer ser
varejista", disse João Carlos Mello, presidente da
Thymos Energia.
Para Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel
(associação das comercializadoras de energia), a
migração de consumidores especiais vai parar
com isso, já que o custo de transação repassado
aos consumidores vai parar.
Especialistas concordam que a CCEE não foi
criada para fazer a gestão de um mercado
varejista com muitos pequenos consumidores (os
especiais). O problema é como alocar esses
riscos. "É preciso cuidado para que o processo
como um todo efetivamente minimize os riscos
do mercado, e não apenas os realoque da CCEE
para as comercializadoras", disse Leonardo Salvi,
diretor de operações da Electra Energy.
A resistência à figura do varejista é tal que desde
que a modalidade foi regulamentada, em 2015,
apenas 13 comercializadoras se habilitaram como
tal, sendo que apenas quatro delas representam
consumidores hoje na CCEE. "A
operacionalização não é difícil, mas é preciso
saber como será a parte do crédito do cliente. Se
ele ficar inadimplente, como ser desligado? Ele
pode voltar para o mercado regulado?",
questionou Paulo Toledo, sócio diretor da Ecom
Energia. Para o especialista, essas questões
podem ser regulamentadas pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel).
https://www.valor.com.br/empresas/6384161/m
edida-vai-abrir-o-mercado-de-energia
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Data: 09/08/2019
53
Grupo de Comunicação
IPCC quer campo mais sustentável
Por Daniela Chiaretti | De São Paulo
Ter políticas adequadas para estimular
biocombustíveis é uma das ferramentas
sugeridas por cientistas do mundo todo para
combater a crise climática. Há, contudo, riscos
ambientais e de segurança alimentar se não
forem adotadas boas práticas de produção. Essa
é uma das mensagens sobre bioenergia do
relatório sobre Clima e Terra do painel científico
das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês),
lançado ontem, em Genebra.
É a primeira vez que o Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática, o IPCC, produz um
relatório sobre clima e terra. No relatório, 100
cientistas de 52 países analisaram os estudos
internacionais mais recentes sobre mudança do
clima, desertificação, degradação dos solos,
manejo sustentável da terra, segurança
alimentar e fluxos de gases-estufa nos
ecossistemas territoriais.
A recomendação é que a produção agrícola terá
que ser mais sustentável se os países quiserem
limitar o aquecimento da temperatura a bem
menos de 2ºC até o fim do século, como está no
Acordo de Paris. As emissões de gases-estufa
relacionadas à agricultura e ao uso do solo
respondem por 22% do total global. Cortar só as
emissões de combustíveis fósseis não será
suficiente para combater a crise do clima.
"Um dos destaques do relatório é que bioenergia
e tecnologias de captura e estocagem de carbono
de bioenergia têm enorme potencial", diz Marcelo
Moreira, pesquisador e sócio do instituto de
pesquisas Agroicone. Ele se refere às chamadas
BEECS, tecnologia ainda sem viabilidade
comercial, mas que pode capturar carbono na
produção de biocombustíveis e torná-los mais
eficientes.
O relatório aponta o risco da bioenergia se for
mal produzida. Basicamente, usar muita terra
para produzir biocombustíveis pode significar
uma competição com a produção de alimentos
em um mundo de 10 bilhões de habitantes em
2050. Pode também ocorrer degradação de solos
e de recursos hídricos, e ter outras
consequências ambientais.
"É evidente que a produção de biocombustíveis
não deve gerar desmatamento e não se deve
incentivar produção ineficiente e desenfreada",
destaca Moreira. "Cana-de-açúcar é a cultura
mais eficiente em produção de energia por
hectare. Também é sabido que mais de 80% das
áreas de cana-de-açúcar no Brasil estão em
regiões onde a vegetação nativa aumentou nos
últimos dez anos", diz nota do Agroicone à
imprensa.
Moreira diz, ainda, que a política nacional de
biocombustíveis conhecida por RenovaBio "tem
causado profunda transformação de
comportamento entre produtores de bioenergia.
Ao colocar na mesa a possibilidade de receitas
pela boa gestão ambiental, usinas estão
investindo em sustentabilidade".
Bioenergia foi um dos temas polêmicos da
conclusão do relatório do IPCC, assim como a
produção e consumo de carne. O IPCC não
produz ciência, mas compila os estudos
produzidos internacionalmente sobre a temática.
"O problema é que alguns estudos não
diferenciam boas e más práticas de produção e
embaralhavam os resultados", diz Moreira. "E
então a produção de bioenergia pode, em vez de
combater a mudança do clima, ter efeito
contrário."
https://www.valor.com.br/agro/6384173/ipcc-
quer-campo-mais-sustentavel
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Data: 09/08/2019
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Grupo de Comunicação
Fernando Abrucio: Discurso patriótico de
Bolsonaro segue caminho do sectarismo
Por Fernando Abrucio
A defesa do patriotismo é uma das marcas do
presidente Jair Bolsonaro em seu início de
governo. Essa ideia pode parecer "démodé" num
momento histórico marcado pela globalização.
Mas o senso patriótico continua sendo essencial
em dois sentidos: como elemento de agregação
dos cidadãos em torno de valores e crenças
comuns que dão sentido a uma nação, além de
ser peça-chave na defesa dos interesses
legítimos de cada país na ordem internacional.
A relevância desse sentimento, contudo, não
significa que qualquer forma de atuação em seu
nome seja correta e democrática. Se usado de
forma errada, o patriotismo deixa de ser remédio
e vira veneno. Fica, então, a questão: de que
modo o comportamento patriota pode produzir
efeitos positivos a um país? A resposta a essa
pergunta pode ajudar a avaliar melhor o modo
como Bolsonaro tem defendido sua atuação
patriótica.
Em sua forma benigna, o patriotismo tem de
responder a quatro objetivos. O primeiro diz
respeito à defesa dos interesses nacionais frente
aos demais países. O sucesso nesse quesito
vincula-se à capacidade de obter o máximo de
benefícios numa determinada ordem
internacional, o que exige entender a dinâmica
de poder em cada contexto.
No caso brasileiro, o entendimento de seu lugar
político, econômico e cultural é fundamental, pois
nossa história diplomática sempre foi bem-
sucedida quando conseguimos atuar mais
cooperando do que entrando em conflito.
Patriotismo, aqui, é defender o Brasil sem
aumentar nossos inimigos e ampliando os canais
de interlocução.
Um segundo objetivo que deveria comandar uma
liderança patriótica é saber separar o espaço
público do espaço privado. A Pátria não é a
extensão de uma família; ela é a representação
impessoal da nação. Por isso, idealmente, deve
ser comandada pelo princípio do mérito, com os
governantes patriotas escolhendo pessoas que
possam ser as melhores dentro de um campo
político. Um estadista tem de ter uma equipe que
vá além de seus próximos, amigos e
correligionários.
Elenca-se como terceiro aspecto positivo do
patriotismo a capacidade de unir uma nação.
Valores patrióticos são bons quando unem as
pessoas em torno de aspectos que congregam a
coletividade. Isso vale para eventos esportivos,
para festas populares e para a defesa de
princípios cívicos. Mas o ponto principal aqui é
evitar mobilizações e manifestações direcionadas
ao isolamento de grupos relevantes de uma
determinada sociedade.
Nesse sentido específico, cabe às lideranças
políticas atuar contra o acirramento do conflito
entre os compatriotas. Governar a pátria é
procurar, na medida do possível, encontrar
caminhos de juntar os diferentes.
O patriotismo contemporâneo, por fim, supõe sua
convivência com os valores e instituições
democráticas. Defender a pátria
democraticamente envolve respeitar a separação
dos Poderes e saber que a soberania popular está
contida num conjunto de estruturas políticas, e
não só no presidente.
Governantes que desrespeitam as regras do
jogo, colocam em questão a legitimidade dos
demais atores e, na pior das situações, adotam
caminhos autoritários só pensam no fundo em si
mesmos e no seu grupo, e não na nação. Isso é
o inverso do patriotismo, embora muitas
ditaduras tenham usado o discurso patriótico
Data: 09/08/2019
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Grupo de Comunicação
para se segurar no poder, como foi no
salazarismo ou no regime militar brasileiro.
Tomando como base esses critérios, como
entender o sentido do patriotismo defendido por
Bolsonaro? Para início de conversa, constata-se
que no plano internacional o ideal patriótico
proposto é perigoso.
O governo atual tem arranjado conflitos
desnecessários com organismos multilaterais e
organizações não governamentais internacionais
(ONGs), quando se pode ganhar muito mais com
parcerias, como a articulação do Mercosul com a
União Europeia. O Brasil é um "global player" no
plano econômico e, por isso, não pode adotar
posições minoritárias ou de confronto contra
consensos internacionais.
Na América do Sul, principal lugar brasileiro no
tabuleiro mundial, Bolsonaro tem cometido o
mesmo erro que o lulismo, só que com o sinal
ideológico contrário, apoiando candidatos em
outras eleições nacionais.
Isso está ocorrendo em relação à disputa
presidencial na Argentina, e mesmo que o nome
escolhido pelo bolsonarismo seja o vencedor, a
pretensa ação patriótica da política externa
brasileira poderá ser lida por boa parte dos
argentinos como um nacionalismo destemperado.
O pior acontecerá se o resultado for o inverso,
com a vitória de Cristina Kirchner. A lição que
fica aqui é que não devemos nos imiscuir na
definição dos governantes de outras nações.
As ações de política interna cada vez mais se
articulam com as relações internacionais e, nesse
ponto, o maior problema da era bolsonarista está
na questão ambiental. A ideia de que os
governantes e ONGs estrangeiros, quando não os
próprios "brasileiros antipatriotas", estão jogando
contra o Brasil, é um discurso pretensamente
patriótico, porque seu resultado vai contra os
interesses do país. Se o mundo acreditar que
estamos piorando nossa gestão do meio
ambiente, seremos penalizados em acordos
comerciais ou na ação dos consumidores. O
patriotismo de Bolsonaro não nos protegerá
quando perdermos dinheiro.
A defesa da pátria não combina com nepotismo,
a não ser em regimes ditatoriais unipessoais,
como as monarquias do Oriente Médio, a Coreia
do Norte e Cuba. Parece-me que não é esse o
caminho que os brasileiros querem trilhar. Neste
sentido, um dos maiores problemas do
presidente Bolsonaro é a sua relação mal
resolvida com a família, não só com os três
filhos, mas com o conjunto de mais de uma
centena de parentes que ganharam cargos
públicos nos últimos anos.
Todo esse patrimonialismo poderia ter ficado no
passado, nos postos do Legislativo. Mas
Bolsonaro que dar o "filé mignon" ao filho
Eduardo, com a embaixada brasileira nos Estados
Unidos. Isso é desnecessário porque a visão
política do bolsonarismo-raiz já domina a agenda
do ministro das Relações Exteriores. Além disso,
o zero-um e o zero-três tiveram votações
expressivas e poderiam representar as posições
políticas da família no Congresso sem precisar do
uso do nepotismo. Será que não existiriam outras
pessoas para defender a concepção patriótica
bolsonarista nos Estados Unidos?
Dividir continuamente o país definitivamente não
é uma boa forma de exercer o patriotismo. Todos
somos brasileiros, não importa a religião, o
gênero, a região de nascimento, muito menos o
candidato presidencial que cada um escolheu.
Bolsonaro foi eleito para governar para o
conjunto do país, e se fizer isso será um grande
patriota. Por essa razão, é preciso parar de
provocar minorias, fazer piadas de mau gosto
com nordestinos e pedir para que sejam
aniquilados os adversários. O pior é que
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Grupo de Comunicação
regularmente são feitos atos como vingança,
contra a OAB, contra a imprensa e outros grupos,
um tipo de ação que não unifica a nação e,
portanto, é antipatriótica.
Alimentar a polarização, ademais, não resolverá
os problemas brasileiros e nem fará o
bolsonarismo crescer eleitoralmente. Esse tipo de
comportamento político é um apequenamento de
uma liderança que obteve uma enorme
legitimidade eleitoral. Daí vem uma questão
inevitável: que pátria Bolsonaro prometerá na
próxima eleição ao povo brasileiro, uma em que
só caiba aqueles que pensam como ele?
Fortalecer a democracia é uma das formas mais
importantes de patriotismo no mundo
contemporâneo. E a vida democrática, por
definição, é pluralista. Ora, todo o discurso
patriótico de Bolsonaro segue o caminho do
sectarismo. O presidente diz que fala para a
nação, mas exclui partes delas e pretende que
seu grupo seja o espelho para os demais.
Existem os "bons brasileiros" e os "patriotas", e
esses são apenas os que concordam com o
bolsonarismo. Há a "velha" e a "nova" política, e
esta última é composta por aqueles políticos e
amigos que fazem parte do governo e sua base
parlamentar - embora na hora da votação da
reforma da Previdência quem garantiu a vitória
foi o velho centrão, motivado pela nova forma de
distribuir emendas parlamentares.
Talvez o presidente só consiga ter referências de
patriotismo advindas de formas autoritárias de
poder, dado que seu modelo de boa governança
é o regime militar. Mas numa democracia só
pode haver atos patrióticos quando eles são
conjugados no plural, pois o caminho de uma
nação deve passar por muito diálogo e
negociação. Um líder em prol do patriotismo deve
conversar com todos e respeitá-los, mas parece
que Bolsonaro fala apenas para si e para os
próximos - e contra todos os outros. Assim, a
pátria deixa de ser um grande sonho coletivo
para se tornar somente um lugar destinado aos
escolhidos pelo rei - ou pela família real.
Se o presidente quer mesmo recuperar o
patriotismo como um valor orientador da ação
dos brasileiros, ele precisa urgentemente
incorporar e respeitar a todos em seu discurso,
inclusive e sobretudo aqueles que hoje discordam
do bolsonarismo. Do contrário, a fala de
Bolsonaro é apenas uma "fake news", que vende
a ideia de um Brasil para todos, mas que só vale
mesmo para o seu grupo sectário.
Fernando Abrucio, doutor em ciência política pela
USP e chefe do Departamento de Administração
Pública da FGV-SP, escreve neste espaço
quinzenalmente
E-mail: [email protected]
https://www.valor.com.br/cultura/6383361/ferna
ndo-abrucio-discurso-patriotico-de-bolsonaro-
segue-caminho-do-sectarismo
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Grupo de Comunicação
Tatiana Salem Levy: Ailton Krenak,
Bolsonaro e o desmatamento da Amazônia
Por Tatiana Salem Levy
O governo Dilma já havia sido terrível para a
Amazônia e os povos indígenas. A usina
hidrelétrica de Belo Monte será uma mancha
eterna num governo do qual se esperava uma
obsessão menor pelo crescimento econômico que
depreda o nosso planeta e envenena a nossa
comida. O desmatamento da Amazônia cresceu
estupidamente naquela altura. Mas eis que, no
instante em que imaginávamos estar chegando
ao fundo do poço, descobrimos que o poço não
tem fundo. Se o governo Dilma foi terrível para a
Amazônia e os povos indígenas, não há palavra
para descrever a política de Bolsonaro. Terrível é
quase nada.
Uma área equivalente a mais de três campos de
futebol tem sido desmatada na Amazônia a cada
minuto. Invasões a terras indígenas têm sido
cada vez mais reportadas. No Amapá,
garimpeiros invadiram a aldeia Mariry,
assassinando o cacique Emyra Waiãpi. Deu no
"The New York Times", no "El País", no "Le
Monde", mas Bolsonaro não se incomoda. Ao
contrário, sente-se muito à vontade nesse papel
de herdeiro da colonização, que acredita que
floresta existe para ser desmatada e virar pasto
de gado cheio de hormônio, plantação de soja
transgênica e extração de minério. Eis o ápice de
um pensamento que propaga, desde o século
XVI, que as civilizações indígenas estão um passo
atrás na escala evolutiva e precisam ser
catequizadas, doutrinadas e controladas para
alcançarem um estágio superior.
E o pior é que nós crescemos aprendendo essa
ladainha na escola. Acreditando que quando os
portugueses aqui chegaram havia índios mas já
não há. Que índios são seres do passado e os
que sobraram devem ser assimilados para
trabalhar como garimpeiros em "suas" terras,
como afirmou o atual presidente. Que o Brasil é
incrível porque, sendo tão grande, consegue unir
todos seus habitantes com uma única língua.
Nunca aprendemos que há quase trezentas
línguas faladas no Brasil. Que os índios querem
continuar vivendo como índios. Que progresso
não é sinônimo de inteligência.
Aliás, podemos dizer que, muitas vezes, chega a
ser sinônimo de burrice. Desde quando destruir a
própria casa é sinal de brilhantismo? O
aquecimento global não é futuro distante nem
está prestes a acontecer, ele já é a nossa
realidade. Quem se lembra de um verão tão
quente na Europa? Gelo derretendo, nível dos
mares subindo e a gente ainda queimando
floresta, lançando dióxido de carbono nos ares,
mercúrio nas águas... De que outros exemplos
esse governo e seus apoiadores precisam para
entender que estão queimando a própria canoa?
Até quando os donos do Brasil vão continuar
odiando o Brasil?
Alguns meses atrás, por ocasião da mostra de
cinema "Ameríndia", realizada na Fundação
Gulbenkian, em Lisboa, tive a oportunidade de
assistir à conferência "Ideias para Adiar o Fim do
Mundo", de Ailton Krenak. Ailton esteve na Flip
no mês passado e acabou de lançar um livro com
esse título (pela Companhia das Letras). Quem o
ouviu falar talvez tenha pensado na mesma
canção que eu, na voz do Caetano: "Um índio
descerá de uma estrela colorida e brilhante. (...)
E aquilo que nesse momento se revelará aos
povos/ Surpreenderá a todos, não por ser
exótico/ Mas pelo fato de poder ter sempre
estado oculto/ Quando terá sido o óbvio."
Ailton nasceu em 1953 na região do rio Doce, em
Minas Gerais. Desde o início da década de 80,
tem se dedicado ao movimento indígena, sendo
um dos fundadores da União das Nações
Indígenas (UNI) e da Aliança dos Povos da
Floresta. Ailton, pertencente à tribo Krenak, ficou
conhecido pelo seu discurso na tribuna, durante a
Assembleia Constituinte em 1987, quando pintou
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Grupo de Comunicação
o rosto de preto com a tinta do jenipapo para
protestar contra o retrocesso na luta pelos
direitos dos índios.
Ao ouvi-lo no Instituto de Ciências Sociais da
cidade que outrora foi o berço colonizador, de
onde saíram as caravelas que levariam o chumbo
e os vírus que mataram a extensa maioria das
tribos indígenas do Brasil, era impossível não
ficar comovida. Não pensar no poema de Oswald
de Andrade: "Quando o português chegou/
Debaixo de uma bruta chuva/ Vestiu o índio/ Que
pena!/ Fosse uma manhã de sol/ O índio tinha
despido/ O português." Ou no aquecimento
global, na destruição avassaladora da Terra, na
estupidez e na tristeza que é sermos nós, "seres
evoluídos", a destruir não só a nossa casa, mas
também a casa dos outros.
Ailton tem ideias para adiar o fim do mundo,
porque viu seu mundo ser destruído séculos
atrás. Apesar do extermínio de centenas de
tribos que aqui viviam, os índios resistem, re-
existem, afirmam-se enquanto tais. Têm muito a
ensinar aos brancos que estão prestes a ver o
seu mundo acabar.
Ainda não li "Ideias para Adiar o Fim do Mundo",
mas aconselho vivamente uma ida às livrarias
em busca de um exemplar do livro "Ailton
Krenak", da série "Encontros", da Azougue
Editorial, que reúne uma série de entrevistas e
depoimentos com o líder indígena, de 1984 a
2013. A partir dos textos compilados,
entendemos a relação entre os índios e a política
no Brasil desde a retomada da democracia até o
governo Dilma. Percebemos de que forma a
identidade do índio foi esvaziada. E encontramos
muitas pérolas para o mundo contemporâneo,
frases "óbvias" como: "Para continuar sendo os
países mais ricos do mundo, precisa ter mundo!"
Ailton mostra como o governo brasileiro nunca se
dirigiu aos povos indígenas como nações, com o
intuito constante de assimilá-los. A partir da
Segunda Guerra, começou a vigorar a leitura de
que "os índios, enquanto seres estranhos à
nacionalidade, precisavam ser rigorosamente
vigiados, porque eram potenciais inimigos
internos." Ailton comenta como a elite brasileira
ficava incomodada com que o mundo visse o
Brasil na cara do Raoni, pois há mais de 500
anos vem vendendo o retrato do branco. Diz ele:
"pessoal da senzala, das malocas, não pode sair
por aí se exibindo de tanga, botoque e cocar. O
incômodo é tão grande para uma parte da elite
brasileira que é mais ou menos como se vocês
estivessem exibindo um segredo de família para
o público."
Temos muito a aprender com os índios. Desde
como educar crianças em contato com a
natureza, livres, até o entendimento de que "o
cosmos é um lugar só", passando por uma
política que se baseia em alianças afetivas. É
certeira a sua percepção: "As alianças políticas
possibilitam coisas constrangedoras, como um
presidente da República que gostaria de matar
seu vice-presidente ou um vice-presidente que
adoraria explodir uma bomba no avião do
presidente." A cultura indígena não se funda na
escrita, mas os índios sabem ler o mundo como
ninguém, porque nunca se dissociaram da terra e
seus sinais. Numa entrevista de 1991 para o
"Jornal do Brasil", ele diz: "depois de ter
desenvolvido toda a tecnologia nuclear, de os
homens terem descoberto que podem construir
um míssil que captura outro míssil, será que não
ocorre a eles que era mais fácil não fazer míssil
nenhum? Essa ideia do míssil que caça míssil
para mim é o exemplo de uma civilização
superespecializada em fazer nada." Nós somos os
loucos que jogam "bombas para cima, pensando
que vão flutuar, sem perceber que irão explodir
nas suas [nossas] cabeças".
Faz mais de 500 anos que no Brasil estamos nos
distanciando de nossa ancestralidade. Agora é
hora de parar para ouvir o índio que está
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descendo de uma estrela colorida e brilhante
para nos revelar o óbvio.
Tatiana Salem Levy, escritora e pesquisadora da
Universidade Nova de Lisboa, escreve neste
espaço quinzenalmente
E-mail: [email protected]
https://www.valor.com.br/cultura/6383357/tatia
na-salem-levy-ailton-krenak-bolsonaro-e-o-
desmatamento-da-amazonia
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