Transcript
Page 1: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

Instrumentação Biomédica Primeira Lista de Exercícios

!A. CONCEITOS

1) Qual a diferença entre equipamento biomédico e equipamento eletromédico?

Segundo a norma técnica NBR IEC 60601-1, o Equipamento eletromédico é definido como:

• Equipamento elétrico dotado de não mais do que um recurso de conexão a uma determinada rede de alimentação elétrica e destinado ao diagnóstico, tratamento, ou monitoração do paciente, sob supervisão médica, que estabelece contato físico ou elétrico com o paciente e (ou) fornece energia para o paciente, ou recebe a que dele provém, e (ou) detecta essa transferência de energia.

Equipamento Biomédico ???

!2) Dentre os vários sistemas de classificação de equipamentos biomédicos apresentados, existem aqueles definidos por normas técnicas ou legislação e aqueles definidos por áreas do conhecimento

a) Cite dois sistemas de classificação definidos por normas técnicas ou legislação, explique as classes e justifique a relevância de cada um deles.

1. Classificação quanto ao Risco ao paciente:

Classe I – Baixo risco; Classe II – Médio risco baixo; Classe III – Médio risco alto; Classe IV – Alto risco.

Esta classificação é realizada a partir de 18 regras de classificação pela Resolução - RDC nº 185 de 22/10/2011. Neste caso, diversos critérios são utilizados como por exemplo: se o equipamento é não-invasivo, invasivo ou atua através de algum orifício do corpo; se o equipamento modifica ou não a composição química dos fluidos do corpo; o tempo de uso do equipamento; o contato ou não com o sistema nervoso; se são ativos ou passivos do ponto de vista de energia (fonte externa); dentre outros.

A relevância deste tipo de classificação é que quanto maior o risco, mais confiável e seguro sob diversos aspectos o equipamento terá que ser, para evitar risco de danos ao paciente. Isso implica diretamente em cuidados a serem tomados no projeto do equipamento, e no seu custo de produção aunado tiver que utilizar materiais mais específicos, isolamentos melhores, dentre outros critérios de fabricação.

2. Classificação quanto à proteção de choque elétrico:

Classe I – Isolação elétrica básica do equipamento com conexão ao aterramento da instalação fixa.

Classe II – Isolação elétrica básica e recursos adicionais como isolação dupla ou reforçada. Não possui conexão com o aterramento.

Page 2: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

Neste caso, existem normas não só para matéria isolante mas para distancias mínimas entre condutores dos circuitos. Esta classificação identifica a adequação do equipamento para funções de menor ou maior risco de choque elétricas.

b) Cite dois sistemas de classificação definidos por áreas do conhecimento, explique as virtudes e defeitos de cada um e dê exemplos de possíveis classes de cada sistema.

1. Classificação de acordo com a especialidade médica. Exemplo: cardiologia, radiologia, oftamologia, odontologia. A vantagem desta abordagem é a de cada profissional em sua área ter os equipamentos específicos para os fins de sua especialidade. A desvantagem é que vários tipos de medições são comuns em mais de uma especialidade.

2. Classificação de acordo com a grandeza a ser medida. Exemplo: pressão, temperatura, fluxo, etc. Neste caso, teremos equipamentos específicos para medida de cada tipo de grandeza, inclusive aparelhos que medem as mesmas grandezas de maneiras diferentes, podendo ser complementares. A desvantagem é que grandezas diferentes poderiam compartilhar circuitos elétricos semelhantes em sua medição e portanto diminuir a quantidade de aparelhos com uma abordagem mais multifuncional.

3) Explique o processo de certificação de equipamentos eletromédicos no Brasil, ressaltando o modelo ISO adotado e as principais normas técnicas aplicáveis.

A certificação de equipamentos eletromédicos no Brasil é supervisionada pelo SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, temos o CONMETRO (órgão normativo) e o INMETRO (órgão executivo).

A execução da certificação é realizada através de Organismos de Certificação de Produtos (OCPs) cadastrados, Laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio e Laboratórios da Rede Brasileira de Calibração, credenciados junto ao INMETRO dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade.

Pelas normas do CONMETRO, existem 8 modelos de ISO de avaliação:

Modelo 1 - ensaio de tipo, uma única vez. É o modelo mais simples de certificação, por fornecer apenas uma comprovação de que uma amostra do objeto de certificação atende a requisitos estabelecidos.

Modelo 2: análise de tipo, seguido por análises de amostras do produto retiradas do comércio para verificar se a produção continua sendo conforme a amostra inicial aprovada.

Modelo 3: de ensaio de tipo, seguido por análises de amostras do produto retiradas do fabricante para verificar se a produção continua sendo conforme a amostra inicial aprovada.

Modelo 4: de ensaio de tipo, seguido por análises de amostras do produto retiradas do comércio para verificar se a produção continua sendo conforme a amostra inicial aprovada.

Modelo 5: ensaio de tipo, avaliação e aprovação do sistema de qualidade do fabricante, acompanhado de auditorias no fabricante e ensaio de amostras retiradas no comercio e no fabricante para verificar se a produção continua sendo conforme a amostra inicial aprovada. Este é o modelo de certificação mais completo.

Page 3: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

Modelo 6: avaliação do sistema de qualidade do fabricante, onde é verificada a capacidade de uma indústria para fabricar um produto conforme uma especificação determinada.

Modelo 7: ensaio de lote em uma amostra, tomada de um lote do produto, a um ensaio pré-estabelecido, emitindo-se a certificação de todo o lote a partir dos resultados obtidos.

Modelo 8: ensaio em 100 % dos produtos. Cada um dos produtos é submetido a um ensaio preestabelecido, sendo a certificação concedida a cada produto individualmente.

No caso de equipamentos eletromédicos, é adotado o Modelo 5.

1. Auditoria de Fábrica seguindo os padrões da Norma ISO 9001 com: a) identificação e rastreabilidade do produto; b) controle de processo; c) inspeção e ensaio; d) controle de equipamento de inspeção, medição e ensaios; e) situação de inspeção; f) controle de produtos não-conformes; g) manuseio, armazenamento, embalagem e expedição; h) controle de registros da qualidade. Ensaios de Rotina seguindo a norma NBR IEC 60601-1 em 100% da produção e compreendem: a) funcionamento do equipamento: verificação das funções do equipamento; b) aterramento; c) corrente de fuga; d) rigidez dielétrica. !

2. Ensaios de Tipo segundo as normas da série NBR IEC 60601

- Realizados por Laboratório da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensario (RBLE) - Equipamentos importados devem ter o MOU (memorandum of understanding) confirmado

pela Comissão de Certificação do OCP. !4. Manutenção da Certificação

- Auditorias anuais ou semestrais; - Novos ensaios de tipo: a cada 5 anos ou a partir de qualquer alteração de projetos. !

4) Explique as principais etapas a serem cumpridas para o registro de um equipamento de risco classe III na ANVISA. O que seria diferente (no processo e em cada uma das etapas equivalentes, caso existam) se o equipamento a ser registrado fosse de risco classe I?

Para o registro de um equipamento de Classe III, a ANVISA exige que sejam apresentados os seguintes documentos e características:

a) Formulário do Fabricante ou Importador de Produtos Médicos (FFIPM).

Page 4: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

b) Comprovante original de pagamento da taxa de vigilância sanitária correspondente ao peticionamento eletrônico efetuado; c) Dados da empresa: Cópia de Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE), caso tenha havido alguma alteração recente; d) Rótulo, conforme item 2 do Anexo IIIB da RDC nº185/01; e) Etiqueta indelével, conforme Art. 4º da RDC nº 185/01; f) Instruções de uso, conforme item 3 do Anexo IIIB da RDC nº 185/01; g) Relatório Técnico, conforme Anexo IIIC da RDC nº185/01; h) Comprovante de cumprimento dos requisitos estabelecidos em Regulamentos Técnicos ou que venham a ser solicitados pela Anvisa. i) Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle (CBPFC) emitido pela Anvisa. j) Para produtos importados: - Carta de autorização de representação no Brasil, emitido pelo fabricante no exterior; - Certificado de Livre Comércio (CLC). !Para equipamentos da Classe I são exigidos: !a) Ficha Técnica do Equipamento conforme o Anexo I da IN nº 13/2009; b) Comprovante original de pagamento da taxa de vigilância sanitária correspondente; c) Cópia do Certificado de Conformidade emitido no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), para os equipamentos médicos com certificação compulsória, determinada pela Anvisa, de acordo com as disposições da RDC Anvisa n° 32/2007; d) Cópia do comprovante de registro ou do certificado de livre comércio ou documento equivalente, outorgado pela autoridade competente de países onde o produto médico é fabricado e/ou comercializado; e) Cópia de autorização do fabricante ou exportador no exterior, para o importador comercializar seu produto médico no País. Quando autorizado pelo exportador, o importador deverá demonstrar a relação comercial entre o exportador e o fabricante; f) Declaração, constante no Anexo II da IN nº 13/2009, assinada pelo responsável técnico e legal da empresa; g) Mídia eletrônica contendo o manual do usuário, modelo de rótulo, etiqueta indelével e documento do Anexo I da IN nº 13/2009; h) Cópia do Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle emitido pela Anvisa para o fabricante do produto nos termos da RDC Anvisa nº 59/2000; Nota: Observando-se o prazo de entrada em vigor da RDC Anvisa nº 25/2009. i) Em casos específicos, o Dossiê Técnico indicado no art.10 da IN nº 13/2009. !B. ACOPLAMENTO ELETROMAGNÉTICO E OUTRAS INTERFERÊNCIAS

1) Seja um resistor de carbono de 1kΩ e 0,125W cujos parâmetros medidos experimentalmente foram R = 1,05kΩ, Cparasita = 1,2pF, Lparasita = 14nH.

a) Desenhe o modelo em circuito equivalente deste resistor.

Page 5: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

"

b) Calcule até que frequência de operação se pode assumir que este resistor realmente operará de forma puramente ôhmica.

" !c) Explique as associações físicas a cada um dos componentes do modelo.

No modelo equivalente do resistor, teremos a capacitância parasita em paralelo ao resistor e a indutância parasita em série. A capacitância é resultado da distância entre os terminais do componente que atuam como duas placas em paralelo. A indutância é resultante do comprimento do loop criado pelos terminais do resistor. !2) O gráfico abaixo representa a variação com a frequência da impedância de um capacitor cerâmico de 470 pF. Desenhe o modelo equivalente deste capacitor como um circuito no qual todas as suas não-idealidades estejam representadas quantitativa e qualitativamente. Explique a associação física a cada um dos itens do circuito equivalente.

"

!Modelo equivalente:

fc 1

2 R Cpar=

1

2 1, 05E3 1, 2E 12= 126, 31MHz

Page 6: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

"

!De acordo com o gráfico temos:

fo ≈ 102 MHz / Rs ≈ 380 mΩ

"

Neste caso, haverá além da capacitância desejada (C), uma capacitância Clead resultante dos efeitos elétricos dos terminais do componente bem como uma indutância Llead em decorrência dos efeitos magnéticos dos terminais do componente. Além disso, temos a resistência do metal das placas externas, definida pela área das placas, e também as perdas internas do material dielétrico que formam uma resistência dielétrica, definida pelo volume do material dielétrico.

3) Você quer impedir que 60% de uma corrente a 100MHz (proveniente de ruído acoplado) chegue os terminais de entrada do seu circuito amplificador transistorizado com impedância de entrada resistiva de 60Ω e pretende usar um capacitor para isso.

a) Explique como o capacitor vai realizar fisicamente isso.

Neste caso, é necessário inserir um capacitor em paralelo ao circuito de entrada pois, a baixas freqüências, o mesmo irá atuar como um circuito aberto e não afetará o funcionamento do amplificador. À medida em que a freqüência aumenta, o capacitor vai diminuindo sua impedância e a corrente começa a passar por ele, reduzindo assim a corrente que vai para o amplificador.

b) Calcule o valor do capacitor desejado e desenhe o diagrama esquemático de sua colocação em relação aos terminais de entrada do amplificador.

Verificar cálculo - layout, capacitor em paralelo com os terminais do amplificador.

Resposta: 20pF

4) Para a mesma situação problema do exercício anterior, use agora um indutor. a) Explique como o indutor vai realizar fisicamente isso.

No caso do indutor, é necessário colocar o mesmo em série com o circuito. Assim, a baixas frequências o mesmo irá atuar como um circuito aberto, não afetando a corrente de entrada do amplificador. De acordo com o aumento da frequência, o indutor começa a aumentar sua

fo =1

2 pLlead C

! Llead =1

(2 fo)2 C =1

(2 102 106)2 470 1012= 5, 18nH

Page 7: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

impedância e assim atua como uma resistência em série, diminuindo a corrente de entrada do amplificador.

b) Calcule o valor do indutor desejado e desenhe o diagrama esquemático de sua colocação em relação aos terminais de entrada do amplificador.

Verificar cálculo - layout, indutor em série com a entrada do amplificador.

5) Como evitar que as aberturas para refrigeração e de acesso ao interior do equipamento comprometam a blindagem eletromagnética oferecida pelo gabinete?

Senso as aberturas para refrigeração necessárias é necessário trabalhar com sua geometria para minimizar os efeitos tanto de entrada quanto de saída das ondas eletromagnéticas. Furos grandes acabam desviando as correntes induzidas comprometendo a blindagem. Para evitar este efeito, ao invés de uma abertura, são feitos diversos furos em uma matriz em quantidade suficiente para dar vazão ao fluxo de ar e ao mesmo tempo minimizar ao máximo a perturbação na direção das correntes induzidas. No caso das aberturas de acesso, dependendo de seu tamanho, haverá a formação de uma antena e portanto é indicado que se coloquem parafusos espaçados ao longo da abertura conectando as duas partes de modo que se evite um vão grande entre as paredes de metal. Além disso, utilizar vedações condutoras para evitar o efeito antena. !6) Explique três possíveis opções de design para minimizar interferências eletromagnéticas no circuito ainda na fase de projeto.

1. Escolher componentes com geometria que tenha características mais adequadas como por exemplo componentes SMD ao invés de true bole para minimizar as capacitâncias e indutâncias parasitas.

2. Posicionar os componentes no circuito de modo a minimizar os caminhos a serem percorridos pelas correntes com o intuito de minimizar os efeitos de campo.

3. Definir planos de terra separados para cada parte do circuito de acordo com sua frequência de operação, natureza do sinal, intensidade das correntes, dentre outros. !

7) Explique duas diferenças de projeto eletrônico entre sistemas eletrônicos de Classe I e Classe II de isolação.

Os sistemas de Classe I possuem somente a isolação básica onde as distâncias de isolamento entre os elementos condutores dos circuitos é pequena. Além disso possuem uma conexão terra.

Os sistemas de Classe II possuem não só a isolação básica para partes do circuito como também isolação dupla e reforçada que exigem distâncias maiores entre os elementos condutores. Além disso, não possuem conexão de aterramento.

8) Quais são os dois possíveis efeitos causados pela eletricidade eletrostática em circuitos?

Dois possíveis efeitos da eletricidade eletrostática são: a formação de um campo eletromagnético causado pela separação das cargas que causará interferência eletromagnética e a descarga elétrica em formato de arco podendo danificar o equipamento.

Page 8: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

9) Explique uma forma de imunidade via hardware e outra de imunidade via software de um sistema eletrônico em relação à descarga eletrostática.

Imunidade de hardware: prevenir ou reduzir o acoplamento (condutivo ou irradiado) da eletrônica

Imunidade de software: utilizar software para criar uma imunidade intrínseca do EEM à ESD

!C. ELETROQUÍMICA – APLICAÇÕES DA LEI DE FARADAY

1) Uma bateria é construída a partir de várias células voltaicas usando a reação entre Al metálico e O2 do ar.

Dados: Massa molar (Al) = 27 g.mol-1

F = 96.500 C.mol-1

1h = 3.600 s

1V = 1J.C-1

I = V.R-1

1C = 1A.1s

1W = 1J.s-1

a) Se o ânodo de Al dessa célula consiste em 84g de alumínio, por quantas horas a bateria é capaz de suprir 1A de eletricidade?

"

b) Se você precisa alimentar um circuito com consumo médio (entre operação ativa e stand by) previsto de 900 mAh, qual o peso mínimo de Al necessário nesta bateria?

"

D. CONDUÇÃO ELETROLÍTICA E DIELÉTRICO

1) Explique o mecanismo de condutividade da água pura.

A condutividade da água pura se dá pelo fato dela ser polar e possuir naturalmente em seu estado de equilíbrio íons. Portanto, a partir de uma determinada diferença de potencial entre os eletrodos, os íons irão começar a se movimentar, carregando com eles as moléculas de água polarizadas.

!2) Cite e explique 3 (três) fatores que influenciam a condutividade de uma solução salina padrão.

1. Frequência da corrente 2. Temperatura

84g(Al) 1

27.

mol

g

96500. C

mol

1. JC

1. sJ

1

3600.

h

s

= 83, 4h

0, 9.A.h 3600. sh

1

96500.

mol

C

27. g

mol

= 906, 5mg

Page 9: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

3. Pressão!3) Calcule a condutividade iônica (em S/m) de uma solução salina padrão Dados:

Massa molar (Na) = 23 g.mol-1

;

Massa molar (Cl) = 35 g.mol-1

Λ (Na+

) = 50 S.cm2.mol

-1 (condutividade molar do Na+

)

Λ (Cl-) = 76 S.cm

2.mol

-1 (condutividade molar do Cl-)

Solução Salina Padrão = 0,9% => 0,9g de NaCl em cada 100mL de água (100 cm3). !Proporção de Na+ = 23/(23+35) => 0,3965517241*0,9g = 0,3568965517g Proporção de Cl- = 35/(23+35) => 0,6034482759*0,9g = 0,5431034483g !Na+ => 0,3568965517g * 1/23 mol/g * 50 S.cm2/mol*1/(100 cm3)*100 cm/m= 0,7758620689 S/m Cl- => 0,5431034483g*1/35 mol/g * 76 S.cm2/mol*1/(100 cm3)*100 cm/m= 1,1793103449 S/m !4) Existem 3 modelos principais para a dupla camada de cargas elétricas formadas na interface eletrodo-eletrólito. !a) Explique o modelo mais simples dos três (i.e., Helmholtz), suas limitações e ao menos uma situação onde sua aplicação é possível.

Pelo modelo de Helmholtz diz que quando um condutor eletrônico é colocado em contato com um condutor iônico (sólido ou líquido), uma dupla camada de cargas elétricas com polaridades opostas é formada na conexão entre os dois. Além disso que a carga armazenada é linearmente dependente da tensão aplicada e fica distribuída uniformemente na superfície de contato entre os dois materiais.

Uma das limitações deste modelo é que ele não considera fatore importante como a difusão e a mistura dos íons na solução, a possibilidade de absorção dos mesmos na superfície do eletrodo e a interação entre o o solvente e o eletrodo.

Apesar de não considerar cargas difusas, pode ser utilizado nos casos em que o eletrodo

!!

Page 10: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

b) Explique o modelo mais complexo dos três (i.e., Stern), ressaltando porque este é o mais completo dos três.

O modelo de Stern é uma combinação entre os modelos de Helmholtz, apresentado anteriormente, e de Gouy-Chapman que propõe um modelo difuso onde a capacitância não é uma constante e depende do potencial aplicado e da concentração iônica, tendo suas cargas distribuídas como uma função exponencial da distância dos íons para a placa metálica do eletrodo. A modelo de Stern, então, prevê tanto a concentração de cargas na superfície do eletrodo quanto cargas difusas na solução variando em concentração em relação à distância da superfície.

!!

5) O circuito elétrico equivalente abaixo representa os três processos de condução eletrolítica em um eletrodo. Explique cada um dos itens circulados

"

!A. Neste caso, a Rsolu é a resistência do eletrólito e obedece a Lei de Ohm, não dependendo da

freqüência, somente dependendo da geometria e de suas dimensões.

B. Esta capacitância corresponde ao potencial D.C. de meia-célula do eletrodo.

C. Esta é a capacitância correspondente à dupla camada de cargas presente na superfície molhada dos eletrodos.

D. Ret é a resistência do ramo faradaico que é não-linear, dependente da corrente e relacionada com a energia de ativação.

6) O que caracteriza um meio (ou material) como dielétrico em vez de condutor?

Um dielétrico é um matéria que em condições normais atua como isolante elétrico, porém, sob atuação de um campo elétrico exterior que esteja acima do limite de sua rigidez dielétrica, permite o fluxo da corrente elétrica. O condutor, por sua vez conduz diretamente em praticamente todas as condições.

7) O que é polarização?

Page 11: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

A polarização é uma propriedade das ondas eletromagnéticas que, por serem tridimensionais, podem sofrer variações no vetor resultante de seu campo elétrico. Em um material ou meio, por exemplo e um material dielétrico, a perturbação da distribuição de cargas em uma região induzida por um campo elétrico provoca a polarização, concentrando mais ou menos cargas nesta região.

E. ELETRODOS E DERIVAÇÕES

1) O que é uma derivação? Diferencie uma derivação unipolar de uma derivação bipolar.

Uma derivação é a medição do fenômeno elétrico através do eletrodo em mais de um ponto.

A derivação unipolar consiste em registrar as variações de potencial obtidas pelo eletrodo positivo enquanto o eletrodo negativo é posicionado a uma distância muito grande em relação ao positivo de modo que sirva como referência e que o eletrodo positivo somente capte os potenciais absolutos do local onde é colocado.

Na derivação bipolar, os eletrodos positivo e negativo são colocados à mesma distância do ponto que se quer medir e captam a diferença de potencial entre estes pontos.

2) Uma derivação unipolar pode ter um registro bifásico? Caso seja possível, descreva esta situação em que isso acontece.

Sim, a derivação unipolar terá um registro bifásico caso registre o impulso elétrico parcialmente positivo e parcialmente negativo. Isto pode ocorrer pois um eléctrodo positivo localizado no sentido da onda de propagação do impulso regista uma deflexão positiva (acima da linha de base) enquanto registra uma deflexão negativa quando está em localização oposta ao sentido de propagação do impulso. Caso o mesmo esteja em um sentido perpendicular à direcção de propagação do impulso, irá registar uma deflexão positiva quando o impulso se aproxima e uma deflexão negativa quando se afasta, resultando numa deflexão bifásica.

3) Explique que arranjos espaciais ou dimensões físicas devem ser manipuladas para podermos controlar a) A profundidade de registro de uma derivação bipolar?

A profundidade é controlada pela distância entre os centros de massa dos eletrodos. b) A impedância de um eletrodo?

A impedância do eletrodo é controlada a partir de sua área (muitas vezes padronizada) e pela superfície de contato com o meio (a pele, por exemplo). No caso da pele, o uso de um gel apropriado irá moldar a superfície de contato.

Neste caso, duas grandezas influenciam esta impedância, a área do eletrodo (EA) - área da interface metal/eletrólito - e a área efetiva do eletrodo (EEA) - área da interface do meio de contato (eletrólito) e o tecido.

c) A sua resolução espacial? !

Page 12: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

A resolução espacial é a medida da dimensão da área que está sendo medida pelo eletrodo. Caso um eletrodo tenha uma área de contato muito grande, irá captar sinais elétricos de toda esta revisão, apresentado sua medida como a média dos sinais elétricos da região.

4) Sobre eletrodos polarizáveis e não-polarizáveis, a) Diferencie as duas classes e dê exemplos de eletrodos de cada uma delas

Aqui temos os eletrodos perfeitamente polarizáveis onde: - Nenhuma carga cruza a interface eletrodo-eletrólito; - Toda a corrente é do tipo de deslocamento; - Possui comportamento capacitivo.

Exemplo:

E os eletrodos perfeitamente não-polarizáveis - A corrente passa livremente na interface eletrodo-eletrólito; - Não há energia de ativação necessária; - Possui comportamento resistivo.

Exemplo:

b) Porque evitamos usar eletrodos fortemente polarizados para registros clínicos?

5) Cite e explique pelo menos dois motivos bioelétricos que justifiquem a preferência por eletrodos de Ag | AgCl em registros clínicos não-invasivos.

1. O potencial de meia-célula de Ag|AgCl depende do logaritmo da concentração de Cl-, que pode ser controlado pelo Gel condutivo.

2. Com a utilização do Gel condutivo (rico em Cl-) este tipo de eletrodo possui potencial de meia-célula estável, baixa impedância e baixo ruído térmico. Este dois fatores combinados fazem com que este tipo de eletrodo ofereça uma maior qualidade de registro.

F. SINAIS BIOELÉTRICOS E RUÍDO DURANTE REGISTRO

1) Explique o que é, como é gerado e que medidas corretivas podem ser feitas (no equipamento ou no protocolo de captação) para minimizar os efeitos do a) ruído de 60Hzb) artefato de movimento

c) jitter muscular

2) Explique como é gerado, quais seus padrões típicos e quais os valores de frequência e amplitude típicos de cada um dos seguintes sinais a) Eletrocardiograma (clínico) e Eletrocardiograma (monitoração) b) Eletromiograma de superfície e Eletromiograma de uma único MUAP

c) Eletroencefalograma

Page 13: Listas de Exercicios - Instrumentação Biomédica

d) Eletroretinograma

Somente serão aceitas respostas individuais e em papel, impressas ou manuscritas. Bom trabalho.


Recommended