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projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva
habitação de interesse social
avaliação da qualidade da
organizadoras | autoras | Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
autores | Cláudia Naves David Amorim, Débora Félix Rodrigues Ikeda, Liza Andrade,
Márcio Buson, Natália Lemos, Vanda A. G. Zanoni
Universidade de Brasília
Reitor: Ivan Marques de Toledo Camargo
Vice-reitora: Sonia Báo
Decana de extensão: Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da
Costa
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB
Diretor: José Manoel Morales Sánchez
Vice-diretora: Luciana Sabóia Fonseca Cruz
Coordenador de pós-graduação: Daniel Richard Sant’Ana
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de Brasília - UnB
Instituto Central de Ciências - ICC Norte - Gleba A
Campus Universitário Darcy Ribeiro - Asa Norte - Caixa postal 04431
CEP: 70904-970 - Brasília / DF - E-mail: [email protected]
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A945 Avaliação da qualidade da habitação de interesse social : projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade
construtiva / organizadoras, Raquel Naves Blumenschein, Elane Peixoto, Cristiane Guinancio. – Brasília : UnB, FAU,
2015.
214 p. : il. ; 21 x 23 cm.
ISBN 978-85-60762-20-0.
1. Habitação de interesse social. 2. Planejamento urbano. 3. Arquitetura e urbanismo. 4. Projeto urbanístico. 5.
Projeto arquitetônico. 6. Sustentabilidade urbana. I. Blumenschein, Raquel Naves, org. II. Peixoto, Elane, org. III.
Guinancio, Cristiane, org.
faunbFaculdade de Arquiteturae Urbanismo UnB
Avaliação da qualidade da habitação de interesse social:
projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva
organizadoras | autoras
Raquel Naves Blumenschein
Elane Ribeiro Peixoto
Cristiane Guinancio
autores
Cláudia Naves David Amorim
Débora Félix Rodrigues Ikeda
Liza Andrade
Márcio Buson
Natália Lemos
Vanda A. G. Zanoni
1ª edição
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de Brasília
Brasília, 2015
Edital MCTI/CNPq/MCIDADES No 11/2012
Colaboração:
Arquitetas Ayla Sauerbronn Gresta, Marina Lima de Fontes e
Talita da Silva Sá
Estagiárias Lara Araújo Garcia, Shinelle Delice Hills e Tais Alves
Oliveira
Projeto gráfico
Gabriela Bílá e Marilia Alves | GRUPO Arquitetura etc.
CDU 351.778.532(81)
8 apresentação [ Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ]
12 o desenvolvimento da metodologia de avaliação do pmcmv [ Raquel Naves Blumenschein,
Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ]
16 referências
19 1 qualidade de projeto urbanístico /// sustentabilidade e qualidade da forma urbana [ Liza Andrade e Natália Lemos ]
20 1.1 introdução23 1.2 métodos e procedimentos 23 1.2.1 análise de impacto ambiental (AIA)
27 1.2.2 princípios de sustentabilidade ambiental para reabilitação de assentamentos urbanos
33 1.2.3 dimensões morfológicas dos lugares para análise de projetos em arquitetura e urbanismo
37 1.2.4análisedascertificações,naturezasefinalidades
40 1.3 a metodologia de avaliação46 1.3.1 sustentabilidade ambiental
48 1.3.2 sustentabilidade social
49 1.3.3 sustentabilidade econômica
50 1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional
91 notas de rodapé
94 listasdefigurasequadros
94 referências
99 2 qualidade de projeto arquitetônico [ Cláudia Naves David Amorim, Cristiane Guinancio,
Débora Félix Rodrigues Ikeda, Elane Ribeiro Peixoto ]
100 2.1 introdução103 2.2 conceitos, definições e procedimentos metodológicos103 2.2.1flexibilidade
104 2.2.2 funcionalidade
114 2.2.3 habitabilidade
121 2.2.4 uso sustentável de energia e água
122 2.2.5 acessibilidade
124 2.2.6 satisfação do usuário
126 2.2.7 ferramenta operacional consolidada
134 2.3 considerações à avaliação da qualidade de projeto arquitetônico135 notas de rodapé
136 listasdefigurasequadros
136 referências
139 3 qualidade construtiva [ Márcio Buson e Vanda A. G. Zanoni ]
140 3.1 introdução143 3.2 fundamentação conceitual 147 3.3 princípios, critérios, indicadores e verificadores da qualidade construtiva147 3.3.1 segurança da unidade habitacional
148 3.3.2 habitabilidade
149 3.3.3 sustentabilidade construtiva
151 3.3.4 responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
152 3.3.5 satisfação do usuário com a qualidade construtiva
166 3.4 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva sob o ponto de vista do usuário
168 3.4.1 Instrumento de coleta de dados - questionário
173 3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
178 3.5 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva por meio de vistorias e levantamento documental
184 3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento
196 3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
200 3.5.3apresentaçãofinaldasavaliaçõesdosindicadoresdaqualidadeconstrutiva
202 3.6 considerações à avaliação da qualidade construtiva 204 listasdefigurasequadros
204 referências
208 conclusão
sumário
98
apresentação
No Brasil, desde o estabelecimento da propriedade
fundiária rural e urbana em 1850, observa-se a exclusão
de parcelas menos favorecidas da população do acesso
à terra. Não que antes isto não ocorresse, mas a lei é um
marco de institucionalização da exclusão socioespacial
dessas populações (BONDUKI, 1998, 2010; SEVCENKO,
1998; CORREIA, 2004).
Em fins do século XIX e início do século XX, na transição
da economia agrícola para a industrial, a segregação socio-
espacial nas cidades se traduz pela expulsão da população
pobre para as periferias não urbanizadas. Neste período, a
população proveniente do campo em busca de melhores
condições de vida tinha por opções de moradia apenas as
vilas operárias ou as moradias de aluguel oferecidas pela
iniciativa privada. Somente a partir de 1930, o Estado inicia
ações visando à produção de moradias. Os Institutos de
Aposentadorias e Pensões tornaram-se referência na pro-
dução habitacional, assim como órgãos governamentais,
como foi o caso do Departamento de Habitação do Dis-
trito Federal, responsável pela execução do Conjunto do
Pedregulho, construído no Rio de Janeiro. Este importante
Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
conjunto ensaiava a configuração de uma unidade de vizi-
nhança, assim como expressava em termos de arquitetura e
proposição urbana os debates da primeira geração brasileira
de arquitetos e urbanistas modernos.
A partir da segunda metade do século XX, a urbaniza-
ção brasileira, em sincronia com o que ocorre no mundo,
acelerou-se surpreendentemente. A explosão das cidades,
tanto no que tange à população quanto à extensão sobre o
território, tornou-se um fato consumado. Dentre os princi-
pais problemas resultantes desta situação, destacou-se o
expressivo incremento da demanda habitacional. O quadro
de forte crise de moradia, dentre outros fatores da conjuntura
política, levou à criação, em 1964, do Banco Nacional de
Habitação – BNH. Suas ações, ao longo de décadas, favo-
receram a produção de unidades habitacionais em grande
escala. Todavia, a adoção de soluções burocráticas, pauta-
das na ideia de casas embriões ou em espaços mínimos de
moradia, situados em conjuntos a grandes distâncias dos
centros das cidades, originou vazios urbanos, transforma-
dos em estoque de terra para a especulação imobiliária. As
respostas à demanda habitacional dadas pelo BNH resul-
taram em custos sociais expressivos. Na década de 1980,
a crise econômica enfrentada pelo país levou à extinção
do BNH em 1986. Os problemas de moradia agravaram-se
em função do empobrecimento da população e da drástica
redução dos financiamentos habitacionais.
O período pós os anos de 1980 caracterizou-se pela
atuação dos estados e municípios, mediante uma orientação
de maior autonomia dessas instâncias no enfrentamento
da questão. Seja com recursos próprios ou oriundos do
Governo Federal, programas que envolviam as comunidades
locais na produção da habitação foram estimulados, dando
origem às cooperativas e aos mutirões de autoconstrução.
Há também neste período um esforço para responder aos
desafios das ocupações irregulares, caracterizadas por
moradias construídas de forma precária em áreas de risco
ou de proteção ambiental. Porém, essas experiências por
mais exitosas que tenham sido não foram prosseguidas.
Com a criação do Ministério das Cidades em 2003,
novas orientações foram dadas à questão habitacional,
considerada tema indispensável para a concepção de um
desenvolvimento urbano integrado. Mesmo alçada a um
A partir da segunda metade do século XX, a urbanização brasileira, em sincronia com o que ocorre no mundo, acelerou-se
surpreendentemente. A explosão das cidades, tanto no que tange à população quanto à extensão
sobre o território, tornou-se um fato consumado.
1110 novo patamar de importância, o financiamento de unidades
era restrito. Com o agravamento da crise financeira interna-
cional no final de 2008, o governo federal adotou medidas
mitigadoras do impacto na economia nacional, entre essas
medidas, encontrava-se o lançamento do Programa Minha
Casa Minha Vida – PMCMV.
Ao longo dessa história, observam-se diferenças ex-
pressivas nas soluções habitacionais. Evidenciam-se espe-
cificidades na inserção urbana das unidades habitacionais
assim como de sua produção. Um contexto multifacetado
desenhou-se compreendendo habitações espontâneas em
lugares impróprios, modelos habitacionais pré-determinados
e, muito pontualmente, soluções que procuraram responder
a particularidades espaciais de grupos sociais específicos.
Em graus diferenciados de atuação, a produção habitacio-
nal foi assumida tanto pela iniciativa privada quanto pela
iniciativa pública. Em decorrência da grandeza da demanda
por habitações e da pressão que exercem, as políticas pú-
blicas historicamente caracterizaram-se por soluções que
priorizavam grandes quantidades de unidades, geralmente
sacrificando sua qualidade.
Atualmente a questão habitacional implica um amplo
espectro de ações na esfera governamental, tais como regu-
larização fundiária, melhorias habitacionais, urbanização de
assentamentos precários e reabilitação de edifícios desocu-
pados, além da produção de novas unidades habitacionais.
Avaliações das experiências consolidadas apontam
abordagens interessantes, visando a garantir qualidade às
habitações. Entre as questões tratadas merece atenção a
compreensão de que o morar relaciona-se ao pertencimen-
to, o que implica considerar os beneficiários de políticas
públicas de habitação em suas redes sociais e essas es-
tendidas a outras atividades, como o trabalhar (SANTOS,
1983). Compreendeu-se que o sucesso das ações voltadas
novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis
urbanos para famílias com renda até dez salários mínimos.
As fontes de financiamento são: o Fundo de Garantia por
Tempo de Trabalho (para renda até dez salários mínimos);
o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR (para renda
até três salários); Fundo de Atendimento Social (para renda
até três salários mínimos e organizado em cooperativas ou
instituições sem fins lucrativos); e oferta pública de recursos
(atendimento às famílias com renda até três salários mínimos
para municípios de até 50.000 habitantes).
Quanto à segunda modalidade, o Programa de Habi-
tação Nacional de Habitação Rural, seu principal objetivo
é a produção ou reforma de imóveis de agricultores. São
três faixas de renda consideradas, grupos com renda anual
até vinte e cinco salários mínimos; grupos com renda entre
vinte e cinco e cinquenta salários mínimos; e grupos com
renda até cem salários mínimos.
No caso das habitações urbanas, objetos específicos
dos estudos aqui apresentados, são duas as formas básicas
de sua produção. Na primeira delas, a produção da habita-
ção concerne à participação das construtoras contratadas
pelo agente financeiro do governo federal, Caixa Econômica,
para a execução dos serviços. Depois de concluídas, as
unidades são vendidas às famílias que atendem aos critérios
estabelecidos. Na segunda modalidade de atendimento,
o financiamento é direto às famílias que, organizadas em
entidades sem fins lucrativos, assumem a produção das
moradias. Nesse caso, as unidades podem ser produzidas
por administração direta, pela contratação de empresas,
por mutirão assistido ou autoconstrução (ROLNIK, 2010).
As formas de produção vinculam-se, como esclarecido,
aos níveis de renda das famílias atendidas. Até o final de
2014 foi estimada a construção de um total de 2.750 mi-
lhões de casas, contabilizando um investimento superior a
à habitação vincula-se à inclusão socioeconômica da po-
pulação atendida. Além disso, os processos construtivos
foram postos em debates e, ao menos em discursos, con-
siderou-se a utilização de tecnologias não tradicionais, que
visam melhorar a qualidade, o desempenho e a redução de
impactos ambientais causados pela geração de resíduos
e pelo uso excessivo de matérias-primas, entre outros.
Embora as iniciativas neste sentido nem sempre cumpram
o que anunciam, o fato de serem discutidas aponta para
perspectivas futuras.
Quanto à solução habitacional, tem-se fortalecido ao
longo dos últimos anos a compreensão de que esta deve
responder à diversidade de composição das famílias. Apesar
do aprofundamento das reflexões acerca do assunto , os
resultados são questionáveis, o que comprova a comple-
xidade da problemática habitacional e a necessidade de
estudos multidisciplinares. É neste quadro que se apre-
sentou o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV),
cujas realizações abrangem o país como um todo e susci-
ta questionamentos sobre a qualidade e propriedade dos
empreendimentos. Seu lançamento marca a retomada da
gestão do processo produtivo da habitação de interesse
social pelo governo federal, que assumiu como diretriz a
perspectiva quantitativa, demonstrada pela meta inicial de
contratar a construção de 1 milhão de unidades de 2009 a
2010, e mais 2,4 milhões de 2011 a 2014. Curiosamente, o
PMCMV parece contrariar os mais recentes debates sobre
a habitação social, ao optar por modelos de urbanização e
de arquitetura que parecem remeter às práticas do antigo
BNH, evidenciando seu papel de dinamizador da economia.
Estruturalmente, o Programa Minha Casa Minha Vida
divide-se em duas modalidades: o Programa Nacional de
Habitação Urbana e o Programa Nacional de Habitação
Rural. À primeira, compete a produção ou aquisição de
dois bilhões de reais. Estes números oferecem uma ideia
da magnitude do programa de habitação envolvendo as
instâncias federal, estadual e municipal.
O PMCMV estabelece uma série de requisitos que de-
vem ser atendidos pelos empreendimentos. Todavia estas
exigências não têm se mostrado suficientes para garantir
a qualidade dos projetos arquitetônicos e urbanísticos e a
qualidade construtiva dos empreendimentos produzidos.
Grande parte das realizações é anacrônica em relação às
questões da habitação de interesse social. Elas não consi-
deram os modos de vida dos grupos sociais e tampouco a
composição de grupos familiares. Os modelos de residência
não se caracterizam por uma flexibilidade adequada permi-
tindo ajustes às necessidades de seus futuros moradores.
Além das limitações da casa, a inserção urbanística dessas
habitações ignora sua continuidade com a cidade onde se
encontram. Em geral, tornam-se urbanizações monofun-
cionais, aprofundando velhos problemas de dependência
com centros distantes de serviços e comércio e agravam
os problemas de mobilidade e ambientais. A qualidade
construtiva das moradias do PMCMV é outro aspecto que
exige atenção, pois em parte de realizações pesquisadas
o seu desempenho está comprometido pela precoce ne-
cessidade de manutenções.
Avaliar e monitorar realizações de programas de enver-
gadura nacional é um desafio que exige a participação de
profissionais de áreas distintas. Sociólogos, antropólogos,
assistentes sociais, arquitetos e urbanistas, engenheiros,
entre outros, em trabalho de colaboração, podem oferecer
uma visão mais clara sobre eles, indicando suas conquistas
e limites. Tem-se consciência de que o presente trabalho é
uma visão parcial sobre o tema, pois são reflexões de um
grupo de arquitetos e engenheiros.
1312
O PMCMV visa a atender as famílias cuja renda limita-se
no máximo a dez salários mínimos. Para que essas famílias
possam arcar com pagamento do financiamento da casa
própria, foram definidos três grupos de atendimento, consi-
derando as faixas de renda. Assim, tem-se: faixa 1 – famílias
com renda até três salários mínimos; faixa 2 – famílias com
renda entre três e seis salários mínimos; faixa 3 – famílias
com renda entre seis e dez salários mínimos.
Para a execução de um projeto concebido para ser
executado em escala nacional envolvendo diferentes ato-
res, pressupõe-se a necessidade de municiar os agentes
institucionais de recursos que possibilitem avaliar e mo-
nitorar a qualidade dos empreendimentos, independen-
temente da capacidade ou das iniciativas dos gestores
institucionais locais em fazê-lo. Apesar do relativo avanço
no monitoramento e avaliação do que até o momento foi
realizado, ainda são poucas as iniciativas institucionais
com este propósito e, mais raro ainda, é o conhecimento
sistematizado de metodologias de avaliação. Ainda não se
tem um conhecimento sólido das práticas de avaliação e,
tampouco, se conhecem os seus resultados, pois eles não
são divulgados amplamente.
A carência de metodologias avaliativas de fácil domínio
destinadas à produção habitacional demanda esforços,
tendo em vista otimizar os subsídios de recursos públicos.
Essas metodologias possibilitariam ao poder público, prin-
cipalmente aquele de pequenas cidades, capacitar seus
funcionários para o cumprimento do que é de sua compe-
tência: zelar pela qualidade das realizações no seu sentido
mais amplo. Isto só é possível a partir de avaliações contí-
nuas que possam alimentar todo o processo da produção
de habitações de interesse social (HIS). Em síntese, essas
avaliações implicam percorrer desde a escolha do local para
a instalação das HIS, o projeto de arquitetura, a qualidade
construtiva, o nível de satisfação dos usuários, qualidade do
projeto urbanístico/sustentabilidade e qualidade da forma
urbana, entre outros aspectos. As avaliações nesta ampli-
tude, quando tornadas uma prática corrente, promovem
revisões críticas, ajustes, possibilitando resultados melhores.
O monitoramento e avaliação da produção das habita-
ções de interesse social são, portanto, determinantes para o
controle de qualidade dos empreendimentos. Desta forma,
os estudos cujos interesses contribuem para aperfeiçoar
a qualidade arquitetônica, urbanística e construtiva dos
empreendimentos são imprescindíveis. Acredita-se que
instrumentos de monitoramento e avaliação que possam
ser disseminados e replicados nacionalmente fortaleçam a
prática da avaliação de resultados dos programas e ações
gerados por meio de recursos públicos.
A metodologia que se apresenta resulta de pesquisas
realizadas por professores da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade de Brasília, no âmbito da
Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012,
cujo objetivo é oferecer apoio financeiro a estudos para o
monitoramento, a avaliação e o aprimoramento do Programa
Minha Casa Minha Vida, vinculado à Secretaria Nacional
de Habitação do Ministério das Cidades. Visa a contribuir
para o desafio de se construir casas de interesse social com
qualidade, com especial ênfase no entendimento que elas
são partes da construção das cidades. Embora seu ponto
de partida tenha sido o programa Minha Casa, Minha vida,
a metodologia elaborada não se restringe a ele, podendo
ser aplicada em outras circunstâncias ou programas. Seu
objetivo é oferecer informações necessárias para evitar a
repetição de soluções ou procedimentos inadequados que
comprometam os recursos econômicos, além dos aspectos
ambientais e sociais. Por esta razão, contempla duas esca-
las de análise: a urbanística e a arquitetônica, abrangendo a
avaliação de impactos urbanos e ambientais, a concepção
dos projetos e a realização dos empreendimentos, sua
ocupação e uso.
A metodologia foi concebida para ser replicada em
contextos diferenciados, constituindo-se em um documento
de referência para a avaliação de empreendimentos. Foi
aplicada em situações reais visando a testá-la. O propósito
o desenvolvimento da metodologia de avaliação do pmcmvRaquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
1514 era verificar sua adequação e facilidade de aplicação. Para
tal, selecionou-se como local de aplicação o PMCMV na
Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito
Federal (RIDE-DF). Os casos selecionados responderam a
critérios prévios de escolha: realização concluída, dois ou
mais anos de uso das moradias, residências destinadas a
faixas de renda distintas. Os testes foram necessários para
o ajuste da metodologia, pois mostraram seus problemas e
dificuldades sanados na versão aqui apresentada.
Sobre a metodologia, cabem algumas considerações ge-
rais. Estudos históricos sobre a habitação de interesse social
permitiram identificar linhas mestras de orientação para a
análise das HIS. Elas foram sintetizadas em duas escalas: a
da moradia e de sua inserção urbana. No caso da primeira,
é importante observar que se orientou pela capacidade de
as moradias responderem às necessidades individuais dos
grupos familiares. Para que isso seja possível, conclui-se
que a casa devesse ser pensada como um processo de tal
forma que ela se realizasse ao longo do tempo, permitindo
ajustes, modificações de uso, ampliações, enfim adaptações
de ordem funcional e simbólica. Na segunda dimensão, a
da inserção urbana, considerou-se que a construção de
HIS não se limita a objetos arquitetônicos, mas que elas
são parte do todo – a cidade. Portanto, questões como
oferecimento de serviços, equipamentos públicos, mobili-
dade, qualidade morfológica, qualidade ambiental, relações
entre bairros, entre bairros e centralidades ou centralidade
são imprescindíveis.
O entendimento da HIS segundo as escalas referidas
orientou as reflexões desenvolvidas pelas três equipes for-
madas pelos pesquisadores e bolsistas da Universidade
de Brasília, responsáveis pelo trabalho. Cada uma reuniu
especialistas de tal forma a contemplar a avaliação da: qua-
lidade do projeto urbanístico (equipe 1); qualidade do projeto
arquitetônico (equipe 2); qualidade construtiva arquitetônica
(equipe 3). Embora os trabalhos tenham sido desenvolvidos
pelas três equipes, não se perdeu de vista a interação entre
elas, pois um projeto arquitetônico de qualidade responde à
qualidade de sua inserção urbana e ambas repercutem na
qualidade construtiva do urbano e vice-versa. A interação
das equipes foi garantida por reuniões periódicas a cada
quinze dias, possibilitando a inter-relação de todas as vari-
áveis a serem observadas em cada âmbito de abordagem,
de tal forma a superar contradições e fomentar interações.
Além das linhas mestras para a orientação das pes-
quisas, foi necessária a definição de uma linguagem co-
mum aos grupos, tendo em vista a unidade pretendida da
metodologia de avaliação. Optou-se por uma estrutura
composta pela definição de princípios e critérios de avalia-
ção e monitoramento, posteriormente, desdobrados em
instrumentos operativos na forma de quadros de mais fácil
manejo e visualização para os responsáveis pela avaliação
e monitoramento de projetos do PMCMV.
Cabem explanações sobre o que se considerou como
princípios, critérios, indicadores e verificadores, termos-
chaves que nortearam a concepção do método de
avaliação proposto. As definições a seguir foram baseadas
no Guidelines for Applying Multi-Criteria Analysis to the
Assessment of Criteria and Indicators (1999), documento
elaborado pelo Center for International Forestry Research
(CIFOR). Estas definições foram concebidas especificamente
para responder ao manejo florestal e foram, para o propósito
do presente trabalho, adaptadas. De forma geral, tem-se:
Princípios – Verdade ou lei fundamental base para a
reflexão ou ação. São eles que justificam os critérios, in-
dicadores e verificadores, estabelecendo entre eles uma
hierarquia coerente de dados e informações.
Critérios – Padrão pelo qual uma coisa é avaliada. Um
critério pode ser entendido como um segundo nível de prin-
cípio, sem ser diretamente uma medida ou uma performance.
É um ponto intermediário no qual as informações dadas
pelos indicadores podem ser integradas e interpretadas.
Indicador – Variável ou componente usado para inferir o
status particular de um critério. Um indicador deve exprimir
uma única informação. Representa um conjunto de um ou
mais dados com algumas relações estabelecidas.
Verificador - Dados que apuram a especificidade e ca-
pacidade avaliativa dos indicadores. Como um quarto nível
de especificidade, os verificadores oferecem detalhes que
indicam a condição desejada de um Indicador, ao qual
atribuem significado e precisão.
A definição de cada um destes níveis de informação deu-
se a partir de revisão bibliográfica, constituída por autores
que problematizam a Habitação de Interesse Social, cuja
leitura permitiu articular na metodologia avaliativa questões
que contemplassem a qualidade dos empreendimentos de
tal forma que permitisse a programas de magnitude como
o PMCMV superar a quase sempre oposição entre quanti-
dade e qualidade.
Em síntese, pode-se apresentar a problematização para
pensar uma metodologia de avaliação e monitoramento da
qualidade das realizações do PMCMV a partir de perguntas,
considerando a habitação como um processo e a construção
de HIS como construção de cidades. Tem-se, na escala da
habitação – o que implica pensar uma casa-processo? Que
questões devem ser priorizadas? Na escala urbanística,
por sua vez, tem-se: como pensar as inserções urbanas de
empreendimentos do PMCMV? Que questões e relações
seriam importante privilegiar na concepção de um projeto
de qualidade de tal forma que se integre ao todo urbano?
No âmbito da qualidade construtiva, a pergunta mestre é:
como aferir desempenho construtivo dessas habitações?
Estas questões orientaram as pesquisas bibliográficas
e as discussões entre equipes. A resposta a elas resultou
na concepção da metodologia de avaliação aqui apresen-
tada, que foi traduzida em quadros de averiguação das
exigências consideradas necessárias para uma razoável
qualidade de Habitações de Interesse Social. Espera-se
que o resultado apresentado possa orientar as práticas
e fortalecer o sistema de aprendizagem dos atores que
participam de empreendimentos semelhantes àqueles do
programa Minha Casa, Minha Vida, além de estimular o
debate no âmbito acadêmico e contribuir para a formação
de novos profissionais.
Os três capítulos que constituem este trabalho sintetizam
os resultados obtidos pelas equipes nele envolvidas.
O primeiro capítulo, “Qualidade de projeto urbanístico/
sustentabilidade e qualidade da forma urbana”, discute a
inserção e a forma urbana de urbanizações destinadas às
habitações de interesse social, considerando os impactos
ambientais por elas causados.
O segundo capítulo, “Qualidade do projeto arquitetôni-
co”, tem por interesse o projeto de arquitetura e visa a definir
os princípios indispensáveis para a avaliação dos projetos,
considerando as potencialidades da habitação de responder
à demanda de diferentes composições de grupos familiares.
O terceiro e último capítulo, “Qualidade construtiva”,
apresenta os princípios considerados na avaliação do as-
pecto construtivo da habitação, tendo em vista evitar erros
que conduzem inevitavelmente em patologias, envelheci-
mento precoce e manutenção constante das moradias.
Por fim, o último texto realiza um balanço da experiência
que reuniu os pesquisadores envolvidos no trabalho e pon-
dera sobre os limites e garantias da metodologia proposta
de avaliação e monitoramento de habitações de interesse
social, além de apresentar diretrizes para sua disseminação.
16
BONDUKI, Nabil Georges. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. 2. ed. São
Paulo: Estação Liberdade: Fapesp, 1998.
BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da habitação social. São Paulo: Unesp, 2010.
CORREIA, Telma de Barros. A construção do habitat moderno no Brasil: 1870-1950. São Paulo: Rima Editora, 2004.
Center for International Forestry Research (Ed.). Guidelines for applying multi-criteria analysis to the assesment of criteria and indicators.
Jakarta: Cifor, 1999. Disponível em: <http://www.cifor.org/livesinforests/publications/pdf_files/toolbox-9c.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2014.
ROLNIK, Raquel. Como produzir moradia bem localizada com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida: implementando os instrumen-
tos do estatuto da cidade. Brasília: Ministério das Cidades, 2010.
SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Habitação: o que é mesmo que pode fazer quem sabe? In: VALLADARES, Licia do Prado. Repensando
a habitação no Brasil. v. 3. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
SEVCENKO, Nicolau. In: BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da Habitação Social. São Paulo: Unesp, 2010. (Texto da
orelha do livro).
referências
qualidade de projeto urbanístico /// sustentabilidade
e qualidade da forma urbana
Liza Andrade e Natália Lemos1
2120
As questões relacionadas ao ambiente construído, no
qual são produzidos e gestados os empreendimentos imo-
biliários, compõem um dos setores econômicos em maior
ascensão no cenário atual do país. De modo paradoxal, é
um dos campos que causa maior impacto ao meio ambiente
e aos aspectos socioculturais das comunidades, dimensões
muitas vezes ignoradas por envolver estratégias e ações
para a redução do déficit habitacional e a conquista da
casa própria.
Neste contexto da necessidade de se produzir uma
gigantesca quantidade de moradias, o grande desafio está
em conciliar o atendimento das demandas às exigências re-
lacionadas à qualidade construtiva do imóvel, ao significado
e ao valor da unidade para o usuário e às visões sistêmicas
atuais dos estudos da ecologia urbana.
Na visão de Santana (2013), o marketing da habitação
traz uma importância demasiada as empresas e profissio-
nais do marketing e propaganda, dando-lhes o papel de
criador das melhores locações, conceitos e necessidades
habitacionais. Esses novos atores oferecem consultorias
especializadas sobre o melhor terreno e localização para
empreendimentos, e até mesmo a definição de programas
e ordenamento, função anteriormente preenchida por ar-
quitetos e urbanistas.
Tais profissionais do marketing “habitacional”, que es-
colhem e definem o terreno a ser adquirido bem como o
plano do empreendimento habitacional, geralmente, com
base em estudos de mercado, não atentam para a sensibi-
lidade inerente às necessidades ambientais e urbanas, que
compreendem as edificações e a configuração de relações
entre as habitações e com seu entorno, cujos conhecimen-
tos técnicos especializados fazem parte da formação dos
designers de lugares.
Desta maneira, as escolhas sustentáveis de terrenos que
se fazem fundamentais para a mobilidade, potencialização
de áreas com infraestruturas consolidadas e redução de
gastos públicos deixam demasiadamente a desejar.
Para além da necessária responsabilidade social com o
local do empreendimento habitacional, tais escolhas susten-
táveis, também, estão ligadas ao controle do ciclo de vida
dos materiais e produtos empregados, reaproveitamentos e
redução, fontes renováveis e menos poluidoras de energia,
e usos eficientes de água e energia.
Segundo Santana (2013), o enfoque entre as questões
do consumo e da cidade auxiliam na análise do modo com-
portamental do mercado e da sustentabilidade urbana por
meio de três ramificações.
A primeira é a comunicação publicitária, que traz suporte
ao consumo tendo o meio urbano como base territorial; a
segunda, os ritmos e fluxos urbanos determinantes aos
modos de morar e viver na sociedade urbana do consumo. E
por fim, outra ramificação, talvez a mais incidente na questão
habitacional, abrange novos conceitos e produtividade do
atual sentido de habitar e morar, podendo ser variável em
função do contexto, da camada socioeconômica e realidade
da qual o indivíduo faz parte.
Assim, tais empreendimentos, de um modo geral, são
lançados por incorporadoras e construtoras renomadas
no mercado e que lançam estilos e modas. Essas mesmas
empresas ao empreender para classes de menor poder
aquisitivo se segmentam no mercado dentro de um mesmo
grupo empresarial para que possam atender esse público
sem perder a imagem de marca de luxo (SANTANA, 2013).
Para essas camadas sociais a produção habitacional é
condicionada por políticas subsidiadas pelo governo, o que
justifica as localizações habitacionais em regiões demasia-
damente afastadas dos centros urbanos, muito em função
do preço da terra, fato impresso no Programa Minha Casa
Minha Vida - PMCMV. No PMCMV os empreendimentos
são locados em áreas de valor inferior com menor acesso
aos meios de transporte e infraestrutura.
Nos estudos de Santana (2013), verificou-se que a con-
quista da casa própria tornou os consumidores condizentes
com os processos de devastação de lugares e com a noção
do desenvolvimento atual, na qual se prevalece o desejo
de ter e não o de ser.
No Brasil, os programas habitacionais como PMCMV,
apresentam objetivos para redução do déficit habitacional
no país. As avaliações do programa nos estudos de Villa e
Ornstein (2013) demonstram que, frente aos objetivos da
superação do déficit habitacional, as ações priorizam as
relações quantitativas como números de famílias atendidas,
faixa econômica e o impacto das edificações sobre as ques-
tões do déficit habitacional local, descuidando totalmente
do contexto da qualidade global do produto.
As questões levantadas para a satisfação do usuário
não apresentam relações com os elementos específicos de
qualidade do ambiente urbano como a inserção, equipamen-
A evidência do marketing da sustentabilidade da habitação nos empreendimentos imobiliários demonstra
claramente que a sustentabilidade se tornou um pretexto na conquista da casa própria de modo incoerente com a
noção de desenvolvimento sustentável.
1.1introdução
2322 tos e serviços urbanos disponíveis, implantação qualitativa,
desenho e paisagismo urbano do bairro. Na qualidade das
edificações, também, não são consideradas questões como
dimensões espaciais, acabamentos e níveis de conforto,
todos oriundos do projeto arquitetônico.
Assim, Villa e Ornstein (2013) afirmam que esse tipo de
avaliação não impacta na qualidade da prática profissional
da construção e do projeto, perdendo-se oportunidades
de inserção de melhorias nos processos produtivos de
habitações. O aumento do impacto das construções de
conjuntos habitacionais em centros urbanos e da qualidade
da moradia deveria ser o objeto principal das avaliações.
Os métodos de avaliação deveriam instigar os gestores
nesse direcionamento utilizando produtos, conceitos e pro-
cessos novos. Deveriam incluir metodologias que avaliam
as expectativas sociais quanto ao desempenho da quali-
dade dos espaços urbanos, lembrando Holanda (2013), os
“efeitos da arquitetura” sobre o modo de vida das pessoas,
dos ecossistemas e dos processos biogeoquímicos (AN-
DRADE, 2014).
No que tange às questões de mercado e sustentabilidade
na área da habitação, Santana (2003) conclui que os empre-
endedores priorizam a venda do imóvel por meio do marke-
ting do “produto sustentável e ecológico” em detrimento
da oferta de uma sustentabilidade sistêmica e verdadeira.
A evidência do marketing da sustentabilidade da habi-
tação nos empreendimentos imobiliários demonstra cla-
ramente que a sustentabilidade se tornou um pretexto na
conquista da casa própria de modo incoerente com a noção
de desenvolvimento sustentável, tornando-se uma alavan-
ca dos processos de devastação de lugares no contexto
urbano e ambiental com apoio dos compradores, os quais
em grande parte não tem o conhecimento necessário para
discernir se a habitação de fato agrega sustentabilidade
arquitetônica, urbana e ambiental.
Por outro lado, na visão de Andrade (2014) a certificação
de empreendimentos verdes no Brasil, que estão sendo
importadas dos países desenvolvidos, vem favorecendo
o marketing habitacional e bairros para elites, isolados do
contexto social e urbano, estruturados como condomínios
de luxo. São distantes da realidade socioeconômica das
cidades dos países em desenvolvimento e fortalecem o
modo de produção capitalista por meio de estratégias de
economia e tecnologias verdes.
Nos países desenvolvidos as problemáticas ambien-
tais urbanas locais da Agenda Marrom, como saneamento
ambiental, poluição do ar, da água e do solo, coleta e reci-
clagem do lixo, ordenamento territorial e acesso a moradia
adequada, já foram superadas com políticas de bem estar
social ao longo da história e, atualmente, exibem um modelo
de desenvolvimento poluidor em nível global em termos de
pegada ecológica e se concentram em ações da Agenda
Verde.
De acordo com o documento da ONU-Habitat (2009)
“Planejamento de Cidades Sustentáveis: orientações para
políticas” é importante encontrar formas de integrar as
agendas respeitando mutuamente o ambiente natural e as
melhorias no ambiente humano.
No Brasil essas tentativas de integração ocorrem por
mecanismos integrados da regularização ambiental em nível
nacional, estadual e municipal, pelo licenciamento ambiental
de empreendimentos urbanos – Estudo de Impacto de Vizi-
nhança, instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei 10257/01), e
do projeto de lei que altera a Lei Federal de Parcelamento
do Solo (PL no. 3.057/00) que introduz a licença urbanística
e ambiental integrada do parcelamento.
Embora o EIA-RIMA auxilie os órgãos ambientais na
decisão de concessão das licenças ambientais, e também
sirva de instrumento de negociação dos agentes envolvidos
nos projetos, de acordo com Absy (1995) em muito pouco
contribui para o aperfeiçoamento da concessão de projetos
propostos e para a gestão ambiental no todo.
Segundo (Costa, Campanate e Araújo, 2011, p.178),
em geral, os Planos Diretores não integram as Agendas
Verde e Marrom, por abordar ações de preservação como
sinônimo de “não ocupação”, e questões de habitabilidade
do espaço urbano como atividades “não ambientais”. Os
instrumentos legais devem ser revistos para que o governo
federal na implementação de seus programas e ações de
grandes investimentos na área de habitação, regularização
fundiária e infraestrutura, por intermédio do PAC e do PM-
CMV, adotem padrões urbanos mais sustentáveis.
O método de avaliação da sustentabilidade urbana que
foi adotado nesta pesquisa está baseado em quatro estu-
dos, a saber:
(1) as inovações-chave para aproximar a sinergia entre
as agendas Verde e Marrom do documento Informe Global
da ONU-Habitat de 2009 e ferramentas de avaliação de im-
pactos ambientais no contexto urbano (AIA, EIA-Rima, EIV).
(2) os princípios de sustentabilidade estudados por An-
drade (2005) para mediar conflitos entre os atributos pró-
prios das agendas Verde e Marrom no Brasil e promover a
reabilitação sustentável dos assentamentos urbanos;
(3) a metodologia das Dimensões Morfológicas do Pro-
cesso de Urbanização do grupo DIMPU (Holanda e Kohl-
sdorf 1984; Kohlsdorf, 2006; Holanda, 2013), que consiste
na avaliação do espaço quanto ao desempenho da forma
urbana incidente nas expectativas sociais; e por fim,
(4) alguns critérios de certificação de empreendimentos
verdes que estão sendo aplicados no Brasil (Selo Azul da
Caixa e AQUA para Bairros da Fundação Vazolini, 2012).
Após o levantamento das referências, foi realizado um
cruzamento das informações referentes à avaliação da sus-
tentabilidade e da qualidade da forma urbana, identificadas
nas metodologias e nos modelos de certificação, que foram
sistematizadas no formato princípios/critérios/indicadores/
verificadores, buscando assim, atender as atribuições que
melhor se adéquam as realidades e necessidades brasileiras,
tendo como foco, principalmente, as populações contem-
pladas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.
2524
métodos e procedimentos 1.2.1 Da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) aos Princípios de Sustentabilidade aplicados ao desenho de assentamentos urbanos
1.2
A ferramenta de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
é baseada numa política de gestão urbana do governo
norte-americano criada em 1969 – o Environment Impact
Assessment (EIA) –, que é a exata tradução para o inglês
da AIA brasileira. Dessa forma, portanto, existe uma coin-
cidência de siglas, pois este EIA americano é diferente
(e precedente) do EIA brasileiro, que significa Estudo de
Impacto Ambiental e é parte integrante da AIA.
Essa ferramenta auxilia o processo de desenvolvimento
de projetos de crescimento urbano, analisando e identifi-
cando os impactos nas esferas ambiental, social e cultural,
propondo respostas em curto, médio e longo prazo. A AIA
deve identificar os processos socioeconômicos, conhe-
cer os ecossistemas, definir os tópicos ambientais que
sejam relevantes a um determinado empreendimento e
gerar informações que possibilitem a tomada de decisões
considerando a participação da sociedade. “Métodos de
AIA são mecanismos estruturados para identificação, co-
leção e organização de dados sobre impactos ambientais”
(ERICKSON apud RODRIGUES, 2003).
A AIA é um conjunto de procedimentos concatenados
de maneira lógica, com a finalidade de analisar a viabilidade
ambiental de projetos, planos e programas, e fundamentar
a certificação de empreendimentos verdes no Brasil, que estão sendo importadas dos países desenvolvidos, vem favorecendo o marketing habitacional e bairros para elites, isolados do contexto social e urbano, estruturados como condomínios de luxo
26 a AIA auxilia o desenvolvimento de projetos
de crescimento urbano, analisando e identificando
os impactos nas esferas ambiental, social e cultural,
propondo respostas a curto, médio e longo prazo
uma decisão a respeito. As etapas a serem seguidas para
confecção da AIA são: apresentação da proposta com me-
morial descritivo do projeto incluindo o levantamento de
dados; plano de trabalho com definição da abrangência
e conteúdo do EIA que será o que foi identificado como
provável impacto pelo empreendimento na etapa anterior;
elaboração do EIA com a previsão dos impactos identifi-
cados anteriormente; publicação do relatório com as con-
clusões alcançadas (RIMA); decisão da aprovação ou não
do empreendimento em questão; caso positivo, execução
da obra com o devido programa de acompanhamento,
monitoramento e auditorias. Os impactos ambientais cau-
sados pela implantação e operação do empreendimento,
identificado nos meios físico, biótico e antrópico, são qua-
lificados e hierarquizados, segundo critérios que devem
ser combinados e ponderados, tais como: magnitude do
impacto, probabilidade de ocorrência do impacto, exten-
são espacial e temporal, possibilidade de recuperação do
ambiente afetado, importância do ambiente afetado, nível
de preocupação pública, repercussões políticas etc. (NE-
GREIROS; ABIKO, 2007).
Em suma, a AIA é o processo de identificar as consequ-
ências futuras de uma ação presente ou proposta e possui
um caráter prévio e preventivo.
A norma de brasileira para EIA foi implantada pela Re-
solução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que
apresenta uma lista de empreendimentos com potencial
de degradação ou poluição que passam a ser sujeitos à
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como condição para
licenciamento ambiental.
O EIA consiste na elaboração de um documento resultante
do desenvolvimento de uma Avaliação de Impacto
Ambiental(AIA)que,porsuavez,correspondeaoprocesso
deidentificar,prever,avaliaremitigarosefeitosrelevantes
deordembiofísica,socialououtrosdeprojetosou
atividades antes que decisões importantes sejam tomadas.
(IAIA,1999).
O EIA e o RIMA são documentos integrantes do proces-
so de AIA, portanto não são métodos de classificação de
empreendimentos, mas apenas de avaliação.
Existe um Termo de Referência para preparação de
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deve ser seguido
por equipe multidisciplinar independente do empreendedor
e custeado por este. Neste documento existe uma série de
tópicos que devem ser pesquisados e levantados, além de
muitas informações a respeito do projeto e o local onde
ele será implantado. É tão particular para cada caso, que
se torna um trabalho complexo único, não havendo um
questionário objetivo que se possa preencher e se possa
comparar efetivamente um empreendimento com outro.
Na lista de atividades em que é exigida a licença ambien-
tal para instalar e operar, projetos urbanísticos aparecem no
final, sem muito destaque e com restrições para aplicabi-
lidade, tais como área mínima de 100 hectares e ser áreas
de relevante interesse social. Isso indica que o sistema de
avaliação é de fato voltado para o meio ambiente e sua
preservação. O foco está sempre nos impactos ambientais
em si, independente do tipo de empreendimento, seja um
assentamento urbano, seja uma indústria petroquímica.
Nesse sentido, segundo Rezende (2009), tanto o EIA
quanto o RIMA, e até mesmo a AIA, não possuem logomarca
ou selo que os identifiquem em um empreendimento, têm
sua necessidade de aplicação exigida por lei e, portanto,
constituem uma obrigação que não tem retorno para o in-
vestidor, que arcará com altos custos durante a elaboração
dos estudos. Dessa maneira, os estudos exigidos, apesar de
2928 tico preliminar.
Quando o projeto urbanístico tem a chance de ser de-
senvolvido em regiões que já foram estudadas por meio de
EIA-RIMA, ou qualquer outro estudo similar, à semelhança
do EIVI, não são levadas em consideração as informações
obtidas, por justamente existir uma lacuna na análise des-
ses dados.
Era de se esperar que da interface de informações do
meio físico, biótico e antrópico, obtidas na etapa do diag-
nóstico ambiental, surgissem estratégias sustentáveis de
uso e ocupação do solo urbano, isto é, soluções alternativas
ao espaço urbano em áreas protegidas.
O que se pode observar nos projetos, entretanto, são
proposições de tecnologias imediatistas tradicionais e res-
trições de uso, que muitas vezes só adiam os problemas.
Consequentemente, não contribuem para acelerar o pro-
cesso de licenciamento ambiental.
Segundo Andrade (2005), nos projetos urbanísticos, a
ênfase ainda é dada ao tipo de uso do espaço e suas malhas
viárias e não à capacidade de suporte do regime hídrico de
cada região, estabelecendo uma unidade hidrográfica como
unidade de planejamento.
Portanto, segundo Rezende (2009), um sistema de
certificação ambiental através de um selo que lhe confi-
ra credibilidade “perante o mercado”, que pode propor
uma revolução no desenvolvimento de projetos para as-
sentamentos urbanos, como também “puxar para cima”
os assentamentos existentes que tenham interesse em
serem certificados através de profundos retrofites em suas
instalações para se adequarem ao checklist proposto pela
empresa auditora do processo.
De acordo com Rezende (2009), porém, apesar de o
processo de certificação ser muito conveniente, talvez se
mostre um tanto superficial e pode contribuir para direcionar
as estratégias de mercado aos empreendedores privados,
no lugar dos órgãos e entidades públicas, e favorecer a
gestão privada das comunidades, em vez de promover
novas formas de gestão da administração pública local. Este
processo de certificação pode se tornar excludente, uma
vez que não incorpora os problemas urbanos já existentes,
visto que o modelo, na maioria das vezes, é empregado em
novos empreendimentos.
Neste caso, torna-se importante um estudo aprofundado
da sustentabilidade urbana do empreendimento voltado para
o meio ambiente e para sociedade, além do mercado. Sob
este ponto de vista, enquadra-se melhor nesta pesquisa uma
avaliação do projeto (ou assentamento constituído) por meio
dos Princípios de Sustentabilidade propostos por Andrade
(2005).(ou assentamento constituído) por meio dos Princí-
pios de Sustentabilidade propostos por Andrade (2005).
1.2.2 princípios de sustentabilidade ambiental para reabilitação de assentamentos urbanos
Estudo desenvolvido por Andrade (2005) para mediar
conflitos entre os atributos próprios das agendas Verde e
Marrom no Brasil comprovou que deve haver uma aproxi-
mação ecológica para os profissionais que trabalham o meio
ambiente construído e uma aproximação urbanística para
os profissionais que trabalham o meio natural.
Os princípios de Andrade (2005) também trazem abor-
dagens provenientes de uma análise que discorre sobre a
legislação ambiental brasileira e os instrumentos de gestão
ambiental urbana dentro do processo de licenciamento am-
biental para empreendimentos urbanos. A autora evidencia
que os instrumentos de gestão ambiental urbana, como o
obrigatórios, fazem com que o processo de licenciamento
ambiental seja algo malvisto pela sociedade como contra-
partida de investimento, pois não oferecem nada em troca
ao empreendedor, podendo ainda gerar mais custos para
o montante da obra, com exigências projetuais ou atitudes
mitigadoras e compensatórias.
Para que o tratamento dos possíveis impactos causados
peloprojetopropostosejaeficaz,oEIApropõemedidas
deadequaçãoaoprincípiodasustentabilidadeambiental,
divididasemtrêstiposbásicos:medidasvalorizadoras
dos impactos positivos; medidas mitigadoras que buscam
a diminuição e a proporção dos impactos ambientais
negativos; e medidas compensatórias para os impactos
ambientais negativos cuja mitigação é impossível ou
insuficiente.
O EIA-RIMA é um instrumento fundamental aos órgãos
de meio ambiente competentes a conceder licenças
ambientais,poréméinsuficienteparaproporcionardesafios
noprocessodecriaçãodenovosprojetos,assimcomo
paragestãoambientalnogeral.(REZENDE,2009).
Segundo Absy (1995, p. ), o EIA-RIMA “tem contribuído
muito pouco para aperfeiçoar a concepção dos projetos
propostos e para a gestão ambiental no seu todo”
Mesmo funcionando como um elo entre o componente
político e social, responsável pela execução das diretri-
zes ambientais, e o componente técnico, científico e legal
desses instrumentos, existe um distanciamento entre as
informações obtidas nos estudos de impactos ambientais
e as análises e proposições para as intervenções urbanas,
ou seja, apresentam um caráter mais enciclopédico do que
analítico (ANDRADE, 2005).
Segundo Ribas (2003), quando os EIAs-RIMAs são apli-
cados diretamente em áreas urbanas, apresentam alguns
problemas operacionais que comprometem sua credibilida-
de e sua eficácia de avaliação: primeiramente, a necessida-
de de avaliação da hipótese de não realização do projeto
analisado ou suas alternativas de localização.
Em prosseguimento, trata da rotina processual de apro-
vação ou emissão de licenças – a prévia, a de instalação e
a de operação. Na visão desse autor, a licença de operação
não se aplica à dinâmica urbana, uma vez que, ao implantar
o loteamento (desmatamento, abertura de vias, implantação
de infraestrutura), a operação já está sendo iniciada.
Por fim, apresenta o problema de estruturação meto-
dológica de avaliação de impactos, pois são estabelecidos
pesos iguais para atributos de naturezas diversas, resul-
tando em conclusões hipotéticas e gerando documentos
conclusivos ilegítimos, verdadeiras enciclopédias de dados,
muitas vezes irrelevantes e, quase sempre, onerosos para
o agente empreendedor.
Esses estudos, em sua maioria, não evitam conflitos no
processo de licenciamento e, consequentemente, esten-
dem-se por muito tempo, privando a população carente
dos benefícios da urbanização da área. O processo de li-
cenciamento ambiental de assentamentos urbanos torna-se
cada vez mais complexo, muitas vezes o projeto urbanístico
é desenvolvido pelo órgão municipal por profissionais da
área de arquitetura e urbanismo que tratam das questões
relacionadas à Agenda Marrom, e o licenciamento ambien-
tal é assegurado pelo órgão ambiental por pesquisadores
que estão preocupados com questões da Agenda Verde
no âmbito federal.
Os projetos urbanísticos, por sua vez, não se apropriam
das informações obtidas nos EIAs para a formulação do
desenho dos assentamentos, pois usualmente os estudos
de impactos são feitos posteriormente ao estudo urbanís-
31EIA-RIMA não dinamizam a execução de estudos coerentes
e objetivos entre suas fases de dimensionamento do pro-
blema a estudar, proposição de mitigação e controle dos
impactos.A análise do autor evidencia que os instrumentos
de gestão ambiental urbana, como o EIA-RIMA, não dina-
mizam a execução de estudos coerentes e objetivos entre
suas fases de dimensionamento do problema a estudar,
proposição de mitigação e controle dos impactos.
Andrade (2005) desenvolveu estudos no Brasil sobre a
visão sistêmica ou ecossistêmica para aplicação de princí-
pios de sustentabilidade ambiental, que podem ser adotados
no planejamento e desenho das cidades brasileiras. Eles
formam uma estrutura sistêmica e integrada que nos ajuda a
entender o potencial para implantar assentamentos urbanos
sustentáveis. De acordo com os princípios da Rede Europeia
para Cidades Sustentáveis, é importante encontrar soluções
simples, sobretudo, capazes de resolver vários problemas
de uma só vez ou várias soluções combináveis entre si.
Tais princípios estudados por Andrade (2005) são basea-
dos em autores1 que estudam a visão sistêmica dos assenta-
mentos humanos e das cidades, a saber: proteção ecológica
(biodiversidade), adensamento urbano, revitalização urbana,
implantação de centros de bairro e desenvolvimento da
economia local, implementação de transporte sustentável
e habitações economicamente viáveis, comunidades com
sentido de vizinhança, tratamento de esgoto alternativo,
drenagem natural, gestão integrada da água, energias alter-
nativas e, finalmente, políticas baseadas nos 3Rs (reduzir,
reusar e reciclar). Andrade (2008, p. 389), dentro da visão
sistêmica, fez a adaptação para a realidade brasileira dos
princípios para reabilitação ambiental de assentamentos
urbanos.
quadro 1.1
de acordo com os princípios da rede europeia para cidades sustentáveis, é importante encontrar soluções simples, sobretudo, capazes de resolver vários problemas de uma só vez ou várias soluções combináveis entre si
3332
implantação de centros de bairro
desenvolvimento da economia local
implementação de transporte sustentável
Verificar se o comércio está centralizado dentro de distâncias caminháveis da maioria das
edificações. Se for um condomínio isolado, por exemplo, a ausência de um centro comercial,
dentro do empreendimento ou nas proximidades, é um dos incentivos para as pessoas usa-
rem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança, dada a ausência
de oportunidades para as pessoas se encontrarem. Centralizar a região de comércios dentro
de distâncias caminháveis da maioria das casas do empreendimento. A ausência de um cen-
tro comercial, dentro dos empreendimentos ou nas proximidades, é um dos incentivos para
as pessoas usarem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança,
em virtude da ausência de oportunidades para as pessoas se encontrarem.
Estabelecer estratégias práticas para o empreendimento da economia local nos planejamen-
tos em sintonia com o planejamento de transportes (moradia-trabalho).
Verificar se há provisão de caminhos para bicicleta com vegetação, interconectados com as
ruas ou redes de transporte público. Certificar se o transporte público é eficiente. Verificar
se há ruas mais estreitas em oposição às ruas largas, típicas da expansão suburbana, para
redução de área de superfície pavimentada, diminuindo os efeitos de ilhas de calor. Estabele-
cer estratégias de desenho incluindo a provisão de caminhos para bicicleta, com vegetação
e interconectados com as ruas ou redes de transporte público. Sugere-se a existência de
conexões atrativas para pedestres, redutores de velocidade para a travessia de indivíduos
de modo a incentivar as pessoas a caminharem ou andarem de bicicleta, o que promove a
redução de CO2.
moradias economicamente viáveis
Certificar os tipos de classes sociais, se há diversidade de classes. As estratégias precisam vir
acompanhadas do desenho urbano como zoneamento inclusivo, bônus de densidade e fun-
dos para terra, incentivando habitações econômicas. Uma comunidade sustentável necessita
de diversidade e mistura de classes com variedade de moradias e custos diferentes.
quadro 1.1 princípios de sustentabilidade desenvolvidos por Andrade (2005). Fonte: autores.
princípio descrição
proteção ecológica (biodiversidade)
adensamento urbano – “adensar para proteger e incluir”
revitalização urbana
Fazer um diagnóstico ambiental e um levantamento da legislação ambiental da região e verifi-
car se há aplicação da lei, bem como planos de recuperação de nascentes ou florestas. Verifi-
car se há respeito ao Código Florestal e às Resoluções do Conama 302, 303 e 369. Identificar
a relação da superfície pavimentada e cobertura vegetal. Verificar também se há propostas de
agricultura urbana na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.
Evitar a expansão urbana de modo a conter: a ocupação urbana de terras agrícolas, o enfra-
quecimento do sentido de comunidade e o aumento de emissões de dióxido de carbono com
viagens locais. Verificar a densidade do bairro (baixa, média, alta). Se estiver em áreas centrais
com baixa densidade, certificar se a expansão urbana ocorre em áreas de proteção permanen-
te – APPS – ou em terras agrícolas, se enfraquece o sentido de comunidade e se aumenta as
emissões de dióxido de carbono com viagens locais. Se estiver em áreas com altas densida-
des, identifique os problemas de ilhas de calor, problemas de conforto térmico, canalização de
córregos, ausência de áreas verdes e poluição do ar e das águas. Identificar possíveis corre-
dores ecológicos que possam ser recuperados, juntamente com a recuperação dos córregos.
Verificar se há áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados, se há possi-
bilidade de recuperação para reaproveitar a infraestrutura existente e valorizar a cultura de sua
cidade. Recuperar áreas urbanas, para reaproveitar uma infraestrutura existente (sustentabili-
dade). Essa iniciativa celebra a cidade viva, trazendo novos moradores, comércio e atividades
para a vizinhança em áreas abandonadas.
3534
políticas baseadas nos 3R’s (Reduzir, Reusar, Reciclar)
Verificar se há coleta seletiva e reciclagem do lixo orgânico, dos resíduos da construção entre
outros. Verificar se há espaços para a compostagem de lixo e hortas comunitárias e individu-
ais. Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3R’s incluem redução do gasto de
energia, reuso das edificações e reciclagem de resíduos de construção.
1.2.3 dimensões morfológicas dos lugares para análise de projetos em arquitetura e urbanismo
Holanda e Kohlsdorf (1994) e Kolhsdorf (2006) propõem
entender arquitetura como qualquer espaço socialmente
utilizado e, portanto, como situação relacional e dimensio-
nal. A qualidade de um mesmo espaço arquitetônico pode
variar conforme cada expectativa/dimensão considerada;
seu juízo global é uma ponderação entre avaliações parciais,
pois as expectativas/dimensões recebem priorizações dife-
rentes para cada indivíduo ou grupo social considerado. A
classificação de expectativas sociais gera taxonomia dos
lugares que são as dimensões com várias descrições de
um mesmo lugar, segundo diferentes atributos (categorias
e elementos analíticos).
Essa metodologia de projetação se fundamenta em
respostas dimensionais originadas a partir da pesquisa
Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização de
Holanda, F.; Kohlsdorf, G.; Kohlsdorf, M.E. e Villas Boas,
M., Brasília: FAU-UnB / FINEP / CNPq, 1985 – 1994. Essa
metodologia vem sendo utilizada na Faculdade de Arquite-
tura e Urbanismo da Universidade de Brasília, inicialmente
utilizada pelos professores Frederico de Holanda, Maria
Elaine Kolhsdorf e Gunter Kohsdorf e, posteriormente, pelas
professores de projeto de urbanismo Liza Maria Souza de
Andrade e Gabriela Tenório. Anteriormente, foi empregada
na disciplina de Projeto de Habitação de Interesse Social
(PROJETO IV) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do
Centro Universitário Euroamericano em Brasília.
A teoria agrupa seis dimensões equânimes: funcionais,
bioclimáticas (conforto térmico, acústico, luminoso e qua-
lidade do ar), econômicas (infraestrutura urbana), expres-
sivo-simbólicas, sociológicas (facilidade de encontros não
programados no espaço público) e topoceptivas (orientação
e identificação). Não existem, em princípio, diferenças de
valor entre elas. Considerar uma ou outra mais importante
é questão dependente de pessoas, grupos e contextos
culturais.
A metodologia é divida em três movimentos recorrentes,
princípio descrição
comunidades com sentido de vizinhança (habitáveis)
tratamento de esgoto alternativo e drenagem natural
gestão integrada da água
energias alternativas
Verificar se há espaços públicos adequados e instalações comunitárias que gerem oportunida-
des para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal. Proporcionar espaços que gerem oportu-
nidades para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal por meio de instalações comunitárias
e do tratamento dos espaços públicos. Ex: Village Homes.
Verificar os problemas e soluções dentro da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e
ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em duas escalas: sistemas de
tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empre-
endimento como um todo (wetlands).
Verificar as condições de abastecimento de água em seu bairro e de onde vem a água dentro
da bacia hidrográfica. Identificar se há exemplos de aplicação dos princípios da gestão ecoló-
gica do ciclo da água. Se não houver, proponha soluções, os empreendimentos de natureza
mais compacta podem utilizar menos água, se preparados tecnicamente, que loteamentos
suburbanos com densidades mais baixas. Tecnologias como coberturas ajardinadas, estacio-
namentos e vias com pisos permeáveis, além de tanques ou cisternas para reaproveitamento
de água da chuva ou águas servidas, podem reduzir o consumo de água.
Verificar de onde vem a energia gerada utilizada, se há energia vinda de fontes renováveis
como o sol, o vento e a biomassa e, em segundo lugar, sob o viés do gasto de combustíveis
fósseis se há um gasto excessivo de energia utilizada no transporte individual. A eficiência
energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a
ótica de uso da energia utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomas-
sa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combustíveis fósseis utilizados nas moradias,
carros e indústrias.
3736 quadro 1.2 descrição das dimensões morfológicasFonte: adaptado Andrade et. al (2010), apud Queiroz, 2000. Kohlsdorf (2006)
dimensões morfológicas
expectativas sociais para as dimensões morfológicas
caracterização dos atributos morfológicos
funcional
bioclimática
copresencial
topoceptiva
econômica
expressiva e simbólica
funcionais
bioclimáticas
copresenciais
topoceptivas
econômico-financeiras
expressivas- simbólicas
respostas espaciais para com a realização de determinadas
atividades: configuração do espaço disponível; quantificação de
espaço disponível; e as relações locacionais entre as unidades
funcionais
resposta do espaço ao conforto luminoso, higrotérmico, acústi-
co e de qualidade do ar
resposta do espaço para a facilidade de encontros casuais e
não programados em áreas livres públicas, analisando vida
social e espacial, além de padrões espaciais
resposta espacial para orientabilidade e identificabilidade dos
lugares, analisando representações secundárias, imagens men-
tais e percepção
resposta espacial aos custos de sua construção e manutenção,
fundamentadas nos custos de formação (origem: planificação e
construção); custos fundamentais de utilização (manutenção)
resposta do espaço quanto às representações simbólicas e à
forma física dos lugares para a satisfação emocional, a partir de
qualidades semânticas; fenômenos da configuração e a plastici-
dade da composição
análise da situação existente, avaliação de desempenho
quanto às expectativas sociais, às dimensões morfológicas
e propostas de programa de necessidades em todas as
dimensões analisadas, descritos no Quadro 3 - Cronograma
dos movimentos de atribuição crítica-técnica segundo as
Dimensões Morfológicas.
Além de vínculos pessoais e espaciais da cidade, se
tornam explícitas relações abrangentes do cotidiano, apesar
de essas não envolverem, de modo necessário, as articula-
ções estabelecidas entre usuários e lugares.
Isso ocorre por processos sociais que se evidenciam
em todas as situações, tempos, por consequência das re-
lações existentes entre pessoas, usuários e meio ambiente,
e pessoas e o mundo simbólico.
Com tudo isso, desenvolveram-se áreas de conheci-
mento para o tratamento de cada “macrodimensão”, nas
quais as primeiras são objeto da ética; as segundas, da
ecologia e, as terceiras, da estética. Essas macrodimensões
englobam as descrições do Quadro 4 - Macrodimensões das
dimensões morfológicas. A dimensão ecológica aplicada
estuda como realizar conceitos do homem como natureza
e da própria natureza nas relações de modo geral. Essas
relações mudam com o tempo de acordo com a sociedade
em questão, as quais podem ter maior ou menor impacto
na transformação do meio herdado.
Os valores ecológicos demonstram o modo pelo qual
características do lugar são incorporadas no projeto, tais
como recursos regionais, clima, relevo, cultura; além de fato-
res socioeconômicos do usuário e do gestor da construção.
Essa metodologia proposta pelas dimensões morfoló-
gicas permite que se estabeleça um modo de elaborar um
projeto coerente entre as partes, permitindo que as propos-
tas sejam analisadas e avaliadas durante o desenvolvimento
do processo projetual.
Por meio dessa análise e avaliação é possível ponderar,
em função de um estudo do lugar, qual aspecto deve ser
enfatizado pelo projeto: social ou ambiental. Esse entendi-
mento resulta do fato de que os dois aspectos não recebem
o mesmo peso em um projeto, ou seja, em função das
características do lugar um deles deve ser priorizado.
quadro 1.4
quadro 1.3
quadro 1.2
3938 1.2.4 análise das certificações, naturezas e finalidades
A avaliação da sustentabilidade urbana é um tema ainda
bastante complexo e com diferentes abordagens em vários
países do mundo, seja pelo nível de desenvolvimento eco-
nômico de cada país ou pela diversidade de legislações am-
bientais existentes que geram uma vasta gama de métodos
para avaliação ambiental, cada qual adaptado à realidade
local. Faz-se necessário, no entanto, avaliar a aplicabilida-
de dos métodos de certificação ambiental estrangeiros no
contexto brasileiro, considerando as desigualdades sociais
existentes no país.
Essas certificações ou guias são ações que procuram
colaborar com a sustentabilidade no setor urbano e da
construção, visando a uma elevação da qualidade dos ser-
viços e produtos, decorrentes de estímulos à competição
“verde” no mercado. Sua utilização se diversifica como
instrumento de políticas administrativas, ambientais e até
mesmo contratuais.
Na direção da construção de edificações, as certifica-
ções atuam de modo a orientar a conduta técnica e arqui-
tetônica na busca pela eficiência energética do projeto. Ao
urbanismo implicam pautas e critérios ambientais e susten-
táveis para com os processos de planejamento e projetual
de novos bairros e com as reabilitações espaciais urbanas.
Para o urbano, as certificações são recentes, sendo poucas
com essa abordagem.
No desenvolvimento do tema de certificações, houve um
desenvolvimento propriamente urbano através de uma des-
crição, ampla metodologia e o procedimento de avaliação
que consideram a análise comparativa final, identificando
os critérios de base da sustentabilidade e a importância
dada a cada um deles nas certificações.
As certificações representam uma ação de acreditar, de
maneira documental e fiel, que um determinado produto
ou serviço cumpre os requisitos e exigências definidas em
normas ou especificações técnicas, emitidas pelo certificado
de um organismo autorizado.
Para este trabalho, dentre os sistemas de certificação
internacionais, foram selecionados os critérios utilizados
no método Alta Qualidade Ambiental (AQUA) para Bairros,
adaptado do referencial técnico francês HQE – Haute Qualité
Environnementale –, que está sendo difundido no Brasil,
desde setembro de 2011 pela Fundação Vanzolini (2011), e
o método lançado pela Caixa Econômica Federal em 2009,
o selo Casa Azul, sintetizados no Quadro 5 a seguir.
quadro 1.5
quadro 1.3
quadro 1.4
cronograma dos movimentos de atribuição critica-técnica segundo as dimensões morfológicas
macrodimensões das dimensões morfológicas
Fonte: adaptação de Andrade et. al (2010), apud Kohlsdorf 2006.
Fonte: Andrade et. al (2010). Kohlsdorf (2006)
movimento
macrodimensões
definição
expectativas sociais
análise
ética
avaliação
ecológica
proposição
estética
novo ciclo
explicar fenômenos e situações de acordo com suas várias dimensões, descrevendo elementos e cate-
gorias incidentes em cada dimensão
o espaço para com o balizamento das relações entre os indivíduos
julgar, tanto individual como global, a bondade do fenômeno e da situação quanto ao desempenho
afetivo e expressivo, econômico, topoceptivo, copresencial, funcional e bioclimático
espaço ao balizamento das relações entre indivíduos e meio natural
sugerir uma nova situação superando os problemas detectados na avaliação
o espaço quanto às expectativas pelo belo nas relações entre os indivíduos e o mundo
iniciar outro ciclo de análise e avaliação da proposta, caso necessário elaborar nova proposição
4140
tecnológicos; saúde.
Vida social e dinâmicas econômicas: economia do projeto; funções e pluralidade; ambientes e espaços públicos; inserção e forma-
ção; atratividade, dinâmicas econômicas e estruturas de formação locais.
iluminação natural de áreas comuns, ventilação natural de banheiros, adequação às condições físicas do terreno.
Os de eficiência energética: lâmpadas de baixo consumo, dispositivos economizadores, sistema de aquecimento solar, sistemas de
aquecimento a gás, medição individualizada de gás, elevadores eficientes, eletrodomésticos eficientes, fontes alternativas de energia.
Para conservação de recursos materiais: coordenação modular, qualidade de materiais e componentes, componentes industrializa-
dos ou pré-fabricados, formas e escoras reutilizáveis, gestão de resíduos de construção e demolição (RCD), concreto com dosagem
otimizada, cimento de alto-forno e pozolânico, pavimentação com RCD, facilidade de manutenção da fachada, madeira plantada ou
certificada,
Para gestão da água: medição individualizada de água, dispositivos economizadores, sistema de descarga, dispositivos economiza-
dores – arejadores e registro regulador de vazão, aproveitamento de águas pluviais, retenção de águas pluviais, infiltração de águas
pluviais, a áreas permeáveis.
Práticas sociais: educação para a gestão de RCD, educação ambiental dos empregados, desenvolvimento pessoal dos empregados,
capacitação profissional dos empregados, inclusão de trabalhadores locais, participação da comunidade na elaboração do projeto,
orientação aos moradores, educação ambiental dos moradores, capacitação para gestão do empreendimento, ações para mitigação
de riscos sociais, ações para a geração de emprego e renda.
quadro 1.5 métodos de certificação abordados pelo trabalho
métodos de avaliação - movimentos para a sustentabilidade urbana
princípios norteadores, critérios e categorias de avaliação
AQUA para BairrosReferencial Técnico de Certificação para a Qualidade Ambiental
Selo Azul da Caixa
Integração e a coerência do bairro: território e contexto local; densidade; mobilidade e
acessibilidade; patrimônio, paisagem e identidade; adaptabilidade e potencial evolutivo.
Recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro: água; energia e clima; mate-
riais e equipamentos urbanos; resíduos; ecossistemas e biodiversidade; riscos naturais e
Consiste em verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o
atendimento dos critérios estabelecidos pelo instrumento, a fim de estimular a adoção de
práticas direcionadas à sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais.
Os atributos são divididos em: qualidade urbana; projeto e conforto; eficiência energética;
conservação de recursos e materiais; gestão da água; práticas sociais. O método abrange
três classificações: bronze, prata e ouro–, as quais serão contempladas em função do
número mínimo de critérios que o empreendimento atende.
Critérios de avaliação
Os critérios da qualidade urbana estão subdivididos em: qualidade do entorno, infraestru-
tura; qualidade do entorno, impactos, melhoria do entorno, recuperação de áreas degra-
dadas, reabilitação de imóveis.
Os de projeto e o conforto abrangem: paisagismo, flexibilidade de projeto, relação com
a vizinhança, solução alternativa de transporte, local para coleta seletiva; equipamentos
de lazer, sociais e esportivos, desempenho térmico (vedações, orientação solar e eólica),
4342 ficações Ambientais Selo Azul, Aqua, Leed-ND e Breeam; o
UN-HABITAT (Planning Sustainable Cities: Global Report on
Human Settlements, 2009); o trabalho do Grupo de Pesquisa
Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012 –
“Princípios, critérios, indicadores, verificadores”; a tese de
doutorado da Prof. Liza Andrade, Conexões dos padrões
espaciais nos ecossistemas urbanos: desenho urbano sensível
à água e infraestrutura verde (2014).
O fluxograma, a seguir, apresenta o processo construti-
vo da avaliação proposta a partir das correlações entre as
visões teóricas selecionadas. Pelo fluxograma se demonstra
que os grupos teóricos, representados no fluxograma por
quadros individuais, evidenciam que a abordagem de cada
um estabelece algumas relações com outros, contribuindo
no todo do processo de construção da metodologia.
No âmbito da qualidade de projeto urbanístico/sus-
tentabilidade e qualidade da forma urbana foram traçadas
quatro dimensões: sustentabilidade ambiental (que abran-
ge os princípios proteção ecológica e agricultura urbana,
infraestrutura verde, conforto ambiental, promoção dos
sistemas alternativos de energia, saúde, redução, reutili-
zação e reciclagem de resíduos), sustentabilidade social
(urbanidade, comunidade com sentido de vizinhança, mo-
radias adequadas, mobilidade e transportes sustentáveis),
sustentabilidade econômica (adensamento urbano, dinâmica
urbana, desenvolvimento da economia local em centros de
bairros) e sustentabilidade cultural e emocional (revitalização
urbana, legibilidade e orientabilidade, identificabilidade e
afetividade e simbologia).
Em conjunto global, a avaliação da Sustentabilidade e
Qualidade da Forma Urbana trabalha sobre 17 princípios,
41 critérios, 92 indicadores e 104 verificadores, que ao
serem quantificadas por sustentabilidade sintetizam-se na
figura 1.2.figura 1.2
figura 1.1
a metodologia de avaliação1.3
Quanto à metodologia de análise decidiu-se adotar a
integração dos Princípios de Sustentabilidade (Andrade,
2005) com o Desempenho Morfológico dos Lugares (trata-
se das expectativas sociais) proposto pelo Grupo DIMPU,
composto por Maria Elaine Kohlsdorf, Gunter Kohlsdorf e
Frederico de Holanda, da FAU/UnB.
A partir da integração dessas visões, chegou-se ao que
denominamos Dimensões da Sustentabilidade e Dimensões
Morfológicas, construindo uma abordagem integrada da
sustentabilidade, urbanidade e habitabilidade, sendo esta
oriunda das pesquisas da Profª. Liza Andrade, da FAU/UnB,
juntamente com outros pesquisadores nas disciplinas de
Projeto de Habitação de Interesse Social e Urbanismo 1.
Para que esse conjunto de abordagens teóricas se
viabilizasse com uma metodologia de análise aplicada,
construíram-se quatro quadros, divididos em Sustentabili-
dade Ambiental, Sustentabilidade Social, Sustentabilidade
Econômica e Sustentabilidade Cultural e Emocional dentro
do grupo que denominamos Princípios das Dimensões da
Sustentabilidade e das Dimensões Morfológicas.
Ao construirmos os quadros de aplicação para análise,
sintetizamos em critérios, indicadores e verificadores: as
contribuições da Legislação Urbana e Ambiental; as Certi-
4544
LEGISLAÇÃO URBANA E AMBIENTALParâmetros urbanísticos e am-
bientais.
Normas da ABNT
UN-HABITAT (ONU-HABITAT).
Planning Sustainable Cities: Global Report On Human Settlements 2009. Londres:
Earthscan, 2009
CRITÉRIOS INDICADORES VERIFICADORES DESCRITORES: Parâmetros urbanís-ticos e Parâmetros ambientais - Normas
CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE PESQUISA Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº
11/2012.
Princípios, critérios, indicadores, verificado-
res, descritores.
Cristiane Guinâncio, Elane Ribeiro, Liza An-
drade, Natália Lemos, Raquel Blumenshein
TESE DE DOUTORADO Profª. Liza Andrade Conexão dos padrões espaciais dos ecossistemas
urbanos: a construção do método com enfoque
transdisciplina para o desenho urbano sensível à água
no nível da comunidade e da paisagem.
Parâmetros de Projeto Padrões espaciais
PRINCÍPIOS DAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILI-DADE E DAS DIMENSÕES MORFOLÓGICASSUSTENTABILIDADE AMBIENTAL (SA) – A. Proteção
ecológica e agricultura urbana. B. Infraestrutura verde:
gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgo-
to alternativo. C. Conforto ambiental. D. Promoção dos
sistemas alternativos e diminuição da pegada ecológi-
ca. E. Saúde. F. Redução, reutilização e reciclagem de
resíduos.
SUSTENTABILIDADE SOCIAL (SS) – A. Urbanidade B.
Comunidade com sentido de vizinhança. C. Moradias
adequadas. D. Mobilidade e transportes sustentáveis.
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA (SE) – A. Adensa-
mento urbano. B. Dinâmica urbana. C. Desenvolvimento
da economia local em centros de bairros.
SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL (SCE) – A. Revitalização urbana B. Legibilidade e
orientabilidade. C. Identificabilidade D. Afetividade e
simbologia.
CONFLITOS ENTRE AS QUESTÕES URBANAS E AS QUESTÕES AMBIENTAISAgenda Marrom e Agenda Verde.
Diferença de prioridades entre
os países desenvolvidos e em
desenvolvimento.
Regularização Fundiária.
Avaliação de impactos
socioambientais (não
considera os efeitos da
forma urbana)
EIA-RIMA
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAISSELO AZUL, AQUA, LEED-ND,
BREEAM. Avaliação do desempe-
nho da sustentabilidade ambiental
desvinculado da forma urbana.
FORMA URBANAGera impacto no modo de vida
das pessoas e no meio ambiente
(F. Holanda).
PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADEPrincípios associados
à morfologia urbana
(Andrade, 2005).
DESEMPENHO MORFOLÓGICO DOS LUGARES – EXPECTATIVAS SOCIAISBioclimática, funcional, econômica, copresencial, topocepti-
va, expressiva-simbólica (Grupo DIMPU: M. E. Kohlsdorf; G.
Kohlsdorf; F. Holanda).
DIMENSÕES DA SUSTEN-TABILIDADE E DIMEN-SÕES MORFOLÓGICAS Sustentabilidade, Urbanida-
de e Habitabilidade. Fonte:
Pesquisas acadêmicas rea-
lizadas pela professora Liza
Andrade e outros pesquisa-
dores no âmbito da discipli-
na de Projeto de Habitação
de Interesse Social e de
Urbanismo 1
SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DA FORMA URBANA
Figura 1.1 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas
47
sustentabilidade cultural e emocional
SCE4 princípios
7 critérios
12 indicadores
14 verificadores
sustentabilidade econômica
SE3 princípios
10 critérios
23 indicadores
23 verificadores
Os quadros apresentados a seguir demonstram as ava-
liações atribuídas para cada uma das sustentabilidades
envolvidas na avaliação do contexto geral para a Sustenta-
bilidade e Qualidade da Forma Urbana. As sustentabilidades
se dividem em quatro quadros, os quais têm uma aborda-
gem específica para seu conjunto de princípios, critérios,
indicadores e verificadores.
Inicialmente estão apresentados os princípios norteado-
res da metodologia. Em seguida estão estruturados em um
quadro referencial os princípios, critérios, indicadores e seus
verificadores. Estão apresentados em planilhas especificas
os meios de verificação, seus respectivos instrumentos de
coleta de dados, procedimentos e forma de apresentação
dos resultados.
Para aplicação e teste da metodologia foram seleciona-
dos empreendimentos identificados na Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF,
sendo eles: Jardins Mangueiral no Distrito Federal e Resi-
dencial Bethel no Goiás. Nesta fase contou-se com o apoio
das estagiárias Natália Rios e Julia Kano, ambas da FAU/
UnB para avaliação de desempenho da sustentabilidade
urbana dos empreendimentos.
quadro 1.6
sustentabilidade social
SC4 princípios
12 critérios
25 indicadores
35 verificadores
17 princípios
41 critérios
92 indicadores
104 verificadores
sustentabilidade ambiental
SA6 princípios
15 critérios
32 indicadores
55 verificadores
sustentabilidade e qualidade da forma urbana
Figura 1.2 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas
4948
1
2
3
1
4
1
3
4
2
5 6
1.3.1 sustentabilidade ambiental
1
2
34
56
proteção ecológica e agricultura urbana
infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
conforto ambiental
promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica
saúde
redução, reutilização e reciclagem de resíduos
Respeito aos ecossistemas, atendimento ao Código Florestal, às Resoluções do Conama 302, 303 e 369, e às leis ambientais
respectivas a cada região, bem como aos planos de recuperação de nascentes ou florestas. Existência de agricultura urbana
na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.
Observação da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em
duas escalas: sistemas de tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empreendi-
mento como um todo (wetlands). Os empreendimentos de natureza mais compacta podem utilizar menos água, se preparados
tecnicamente, que loteamentos suburbanos com densidades mais baixas.
Resposta do espaço com relação ao desempenho luminoso, térmico, acústico e de qualidade do ar.
A eficiência energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a ótica de uso da energia
utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomassa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combus-
tíveis fósseis utilizados nas moradias, carros e indústrias.
O ambiente não deve apresentar vulnerabilidade ambiental, decorrente de materiais tóxicos e poluição do ar, do solo e das
águas.
Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3Rs incluem redução do gasto de energia, reuso das edificações e
reciclagem de resíduos de construção, e compostagem do lixo orgânico.
quadro 1.6 princípios de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
5150 1.3.3 sustentabilidade econômica
1
2
3
adensamento urbano
dinâmica urbana
desenvolvimento da economia local em centros de bairros
Uso do solo intensificado numa relação equilibrada entre densidade e infraestrutura verde, de modo a evitar a expansão ur-
bana com a ocupação de terras agrícolas, o enfraquecimento do sentido de comunidade com grandes espaços públicos, e o
aumento de emissões de dióxido de carbono com viagens locais.
Economia de recursos financeiros no processo de construção e manutenção dos espaços urbanos com o uso efetivo desses
espaços, resultante de condições adequadas de infraestrutura, mobiliário urbano, iluminação e sistema viário.
Espaços que favoreçam a existência de centralidades na malha viária e mescla de funções, e atividades localizadas a distân-
cias caminháveis.
1 2 3
1.3.2 sustentabilidade social
1
2
34
urbanidade
comunidade com sentido de vizinhança
moradias adequadas
mobilidade e transporte sustentáveis
Desempenho do espaço urbano, considerando a interação social por meio do desenho da malha viária e das macroparcelas
com maior integração, conectividade, espaços externos positivos, constitutividade dos espaços, diversidade de uso do solo e
acessibilidade.
Oportunidades para a sociabilidade, participação no processo, e desenvolvimento pessoal em espaços públicos e instalações
comunitárias.
Diversidade e mistura de classes sociais, estabelecidas com variedade de moradias, custos diferenciados e acessibilidade
universal garantida.
Existência de estruturas adequadas a diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas) e inibidoras do
uso de combustíveis fósseis, aliada à disponibilidade de transporte público eficiente.
1
3 4 4
1 2
desenvolvimento da economia local em centros
de bairros
$
52 1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional
1
234
revitalização urbana
legibilidade e orientabilidade
identificabilidade
afetividade e simbologia
Recuperação e valorização de infraestrutura existente em áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados,
promovendo o incremento da ocupação dessas áreas.
Os espaços devem responder à necessidade de orientação dos usuários nos lugares, obtidos com a conectividade entre bair-
ros e diferenciação entre bairros e continuidade de caminhos.
Reconhecimento de características particulares ao espaço urbano resultantes de diversidade tipológica em pequenos agrupa-
mentos e efeitos visuais que promovam imagens mentais e percepção da paisagem urbana.
A forma física dos lugares promove satisfação emocional quando laços afetivos se estabelecem pelo reconhecimento de qua-
lidades e plasticidade da configuração urbana.
21
3 4
5554 B.infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
B.1 desempenho eficiente do ciclo da água no solo urbano
B.1.1 atendimento à capacidade de suporte da bacia hidrográfica de acordo com o plano de gestão integrada de recursos hídricos
B.2.1 respeito à condição natural dos cursos d’água perenes e intermitentes e recuperação de córregos
B.2.2 respeito às áreas de inundações
B.3.1 respeito à topografia e aos córregos como limites entre bairros
B.4.1 capacidade de suporte das estações de tratamento existentes
atendimento à restrição do PGIRH não ocupando áreas ambientalmente sensíveis e adensamento em outra área da bacia
jardins de chuva, canteiros pluviais, canais de infiltração, bacias de retenção e retenção, wetlands, tetos verdes, piso permeável
cisternas para armazenamento, cisternas comunitárias, telhados com calhas para captação. Atentar para o atendimento ao Código de Obras Local, se não houver consultar técnico especializado para avaliação
cisternas para armazenamento e tratamento com filtros de areia e plantas aquáticas (zonas de raízes) em atendimento à normas para qualidade da água, se não houver consultar técnico especializado para avaliação
córregos não aterrados, não estreitados, não canalizados e distâncias adequadas das áreas edificadas aos corpos hídricos
projeto de prevenção aos riscos eventuais de inundações nos espaço urbano. Consultar técnico especializado para avaliação
desenho de vias e macroparcelamento acompanhando as curvas de nível associadas às infraestruturas verdes
relatório de oferta – demanda - vazão existentes, consultar o plano municipal de saneamento
B.1.2 presença de sistemas naturais para retenção de águas pluviais
B.1.3 existência de captação e armazenamento de água da chuva nos espaços públicos e nas edificações.
B.1.4 reaproveitamento de águas servidas
B.2 equilíbrio entre vazões de cheias, altas e vazões de seca
B.3 desenho urbano adequado ao terreno natural
B.4 provimento da ecoeficiência e biodiversidade
quadro 1.7 síntese da metodologia de avaliação de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
princípios critérios indicadores verificadores
A.proteção ecológica e agricultura urbana
A.1 cumprimento da legislação ambiental
A.1.1 existência de diagnóstico e avaliação ambiental urbana (EIA e EIV)
A.2.1 limites de crescimento urbano sobre áreas agrícolas e de preservação ambientalmente sensíveis
A.3.1 conectividade das áreas verdes (manchas) de acordo com zonas de vida silvestre dos planos de manejos em áreas urbanas não consolidas
A.4.1 existência de espaços livres públicos que possibilitem o cultivo
A.4.2 existências de hortas em lotes privados e áreas comunitárias
A.4.3 pomares urbanos
aplicado no processo de desenvolvimento projetual para minimizar o impacto ambiental da forma urbana3
ocupações topos de morro, margens de cursos d’água, código florestal; conformidade com as atribuições estabelecidas nos Plano de Regularização Fundiária Sustentável - Resolução CONAMA 369 e Lei nº 11.977/20094
invasão e parcelamento do solo em zona rural e áreas ambientalmente sensíveis
disposição dos corredores entrelaçados em zona rural, urbana e de preservação ambiental, em afetar e integrar positivamente a capacidade de dispersão das espécies para manutenção da biodiversidade
cultivos em canteiros de vias, beira de estradas, linhas de transmissão, parques, praças, jardins de escolas públicas
cultivos em quintais, tetos, paredes, trepadeira
árvores frutíferas dispersas no espaço urbano
A.1.2 ocupação urbana respeitando às APPs com aplicação da legislação para projetos de regularização fundiária sustentável
A.2 compatibilização dos zoneamentos (urbano, ambiental e balanço hídrico)
A.3 proposição e respeito à corredores ecológicos
A.4 provimento de áreas para agricultura urbana e paisagismo produtivo
sustentabilidade ambiental
5756C.1.5 materiais de superfície adequados ao conforto térmico, acústico e luminoso
materiais com baixo nível de reflexão da luz solar e calor, e absorvedores do som
D.promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica
E.saúde
C. C.1
C.1.6 obstáculos adequados das fontes geradoras e receptoras de ruídos
C.1.7 minimização do de efeito vale (caixa de via estreita com altura superior a largura)
D.1.1 aplicação de sistemas para redução do uso de energia, incorporação de energia renovável e compensação de CO2
E.1.1 risco de poluição e materiais tóxicos
distâncias mínimas de fontes de ruídos, aplicação de obstáculos para propagação do som segundo atributos da norma6
paralelismo entre superfícies (não potencializar a reflexão do som)
existência e infraestrutura voltada para técnicas passivas com orientação adequada ao aproveitamento do potencial das energias solar, eólica, hídrica e biomassas, desvinculadas de uma central única
aparição de sistemas de infraestrutura projetada em um desenho direcionado para o controle integrado das companhias de energia e água
existência de sistemas de automação, sistemas alternativos interligados ou independentes ao sistema tradicional e substitutos
poluição dos solos
poluição da água
poluição atmosférica
parcela da população exposta à poluição e toxidade
D.2.1 existência de sistemas instalados em unidades em bairros e usinas de geração de energia comunitária
D.3.1 presença de abordagens de base comunitária e planejamento da gestão local centralizada
D.1 redução do uso de energia
E.1 vulnerabilidade ambiental
D.2 aplicação de sistemas alternativos
D.3 integração da água e energia: sistemas integrados para distribuição da energia e água
B. B.4 B.4.2 tratamento ecológico e reaproveitamento das águas negras(esgoto) para usos não potáveis
C.1.1 conformidade ao relevo
C.1.2 composição dos espaçamentos entre edificações e aberturas e fechamentos das edificações quanto à orientação solar e eólica para o conforto térmico e luminoso
C.1.3 coerência da densidade construtiva e edificada em relação a orientação solar e eólica
C.1.4 otimização ou redução da quantidade de luz proveniente do céu visível
uso de wetlands, biodigestores e ecofossas
zonas de raízes, bacia de evapotranspiração, cisternas de bananeiras
proximidade entre corredor ecológico e o saneamento ecológico
ocupações em vales, morros e planos conforme orientação às condições climáticas, à topografia e áreas aquíferas usando como parâmetros as diretrizes do zoneamento bioclimático brasileiro
distanciamentos entre edificações, largura da caixa viária, massa de vegetação (arbustiva e arbórea) em vias usando como referência a NBR15220
a massa edificada na relação com a área total considerada deve propiciar ventilação e insolação adequadas através de saliências e reentrâncias na horizontal e na vertical. Atentar para os parâmetros da norma de zoneamento bioclimático brasileiro
adequabilidade da quantidade de luz proveniente do céu visível e a quantidade de luz refletida externa à edificação5
B.4.3 tratamento ecológico e reaproveitamento de águas cinzas(chuveiros, máquinas de lavar) para usos não potáveis
B.4.4 promoção da vida silvestre
C.1 conforto térmico, luminoso e acústico
princípios critérios indicadores verificadores
C.conforto
ambiental
5958
princípios critérios indicadores verificadores
A.proteção ecológica e agricultura urbana
A.1 interação social
A.2 acessibilidade
A.3 centralidade
A.4 vigilância: olhos para ruas
A.1.1 configuração que possibilite encontros não programados
A.2.1 adequabilidade da permeabilidade versus barreiras ao desenho universal
A.3.1 áreas de inserção de empreendimentos do PMCMV em regiões de centralidade integrada à malha viária
A.4.1 constituição das aberturas nas fachadas
configuração de espaços livres públicos menores que promova a probabilidade, intensidade e constância de pessoas7
a configuração espacial é favorável aos deslocamentos e acessibilidade quanto desenho universal, atentar para os parâmetros da NBR90508
maior presença de vias integradas que favoreçam ao percurso mínimo
porcentagem de aberturas voltadas para espaços públicos e vias, evitando paredes sem entradas (x/C): número total de entradas (x) dividida pelo número total de espaços em que se possa caminhar em linha reta entre quaisquer pontos (C). Quanto maior o percentual, maiores possibilidades de interface entre os espaços serão observadas
percentual da área de espaços abertos sobre o espaço total (y/A): área dos espaços abertos (y) dividida pela superfície total da área considerada (A) – quanto menor o percentual de espaços abertos, maior urbanidade será observada
maior presença de interconectividade entre bairros e localização de subcentros a cada agrupamento entre 5 - 7 mil pessoas
A.1.2 adequabilidade da relação de ilhas espaciais e permeabilidade versus barreiras
A.3.2 inserção de subcentros com comércio: núcleos integradores
sustentabilidade social
F.redução, reutilização e reciclagem de resíduos
F.1.1 instalação de usinas de reciclagem e compostagem dentro da microbacias
F.2.1 presença de coleta seletiva de resíduos e destinação adequada dos resíduos orgânicos
F.2.2 destinação adequada e reaproveitamento dos resíduos da construção
existência de proximidade entre a usina de reciclagem e compostagem
existência de infraestrutura para a coleta seletiva e compostagem local, setorial ou regional
existência de relatórios de resíduos de impacto da construção
F.1 promoção da redução da pegada ecológica
F.2 destinação adequada e reaproveitamento de resíduos
princípios critérios indicadores verificadores
6160C.1.1 adoção de tecnologias apropriadas ao uso com ênfase na redução de recursos econômicos e financeiros
aplicação de sistemas construtivos mais sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia embutida, agregadores de facilidade de corte e mobilidade do canteiro de obras, concreto ultraleve, e materiais à base de terra
D.mobilidade e transporte sustentáveis
C.moradias adequadas
C.1.2 diversidade de macroparcelas e tipos edilícios
C.1.3 diversidade socioeconômica e de faixa etária
C.1.4 atendimento das habitações adaptadas às pessoas com mobilidade reduzida
D.1.1 coerência da demanda e oferta de transporte público
apresenta diversidade de quadras e tipologias habitacionais com habitação uni e multifamiliar e também usos mistos
apresenta mesclas de faixas socioeconômicas e de faixas etárias15
a cada 100 unidades habitacionais, ao menos 3 devem estar totalmente adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida segundo os padrões da NBR 9050
distribuição equilibrada dos pontos de ônibus17
existência de integração entre transporte, uso do solo e tecnologia18
passeios de pequeno porte
passeios de médio e grande porte
ciclovias e ciclofaixas
vias locais
vias coletoras
vias arteriais
vias expressas
distribuição equilibrada, acessibilidade, integração das redes de transporte público; existência de mobiliário urbano especifico para cada rede16
D.1.2 composição adequada dos pontos de ônibus
D.1.3 existência de corredores de sustentabilidade
D.2.1 dimensionamento adequado de acordo com a hierarquia viária.
D.1 sistema de transporte público eficiente
C.1 variedade de moradias com adequabilidade ao padrão das faixas socioeconômicas
D.2 sistema viário
A.
B.comunidade com sentido de vizinhança
A.5operacionalidade
B.1promoção do sentimento de pertencimento
B.2inserção da comunidade no processo de planejamento do empreendimento
A.5.1 diversidade de atividades
B.1.1 continuidade de laços sociais previamente existentes
B.1.1 ações de fomentos a promoção de modelos comunitários sustentáveis (PMCMV Entidades)
provimento de comércio e serviços na vizinhança: (correio, bancos, casas lotéricas, postos de serviços municipais, mercados, feiras livre, farmácia)9, mercearias na esquina
implementação de núcleos sociais afetivos e empresariais14
ações de educação para sustentabilidade
equipamentos educacionais em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal10
equipamentos de saúde em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal11
equipamentos de segurança em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal12
oportunidades de atividades diárias ou semanais organizadas dentro da própria vizinhança: praças, áreas de práticas esportivas e lazer13
atividades locais, subcentrais, centrais ou regionais em períodos diurnos, noturnos, diuturnos, constantes, esporádicas ou sazonais
A.5.2 abrangência e temporalidade das atividades
princípios critérios indicadores verificadores
6362
princípios critérios indicadores verificadores
A.adensamento urbano
B.dinâmica urbana
A.1 respeito aos gradientes de densidade crescente em direção ao centro de bairro
A.2 existência de adensamento responsável
B.1 provimento de infraestruturas diversificas
B.2 especificação de mobiliário urbano adequado
A.1.1 coerência da densidade construtiva com o espaço urbano e o espaço natural.
A.2.1 preenchimento dos subúrbios
A.2.2 existência de uma relação equilibrada entre densidade e infraestrutura urbana
A.2.3 edifícios com limites de altura – de 4 a 5 pavimentos
B.1.1 respeito às taxas de ocupação do solo
B.2.1 existência de mobiliário urbano
B.2.2 especificação de materiais resistentes
B.2.3 desenho confortável e ergonômico do mobiliário
aplicabilidade do gradiente de densidade decrescendo em sentido ao subúrbio
ocupação em áreas urbanas disponíveis sem necessidade de ampliar o limite urbano
proporção unidade habitacional por hectare24
edificações baixas para redução de custos, redução de elevadores e melhorar o contato direto com a rua
respeito aos índices de ocupação do solo, devendo atentar para as regulamentações das normas locais
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8625
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nos equipamentos e mobiliário urbano
dimensionamento adequado ao usuário e à funcionalidade
sustentabilidade econômica
D. D.2
D.3existência de estruturas propícias aos diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas)
D.4existência de estruturas inibidoras do uso de combustíveis fósseis
D2.2 arborização e canteiros pluviais de acordo com a hierarquia viária
D.3.1 distinção clara das áreas de fluxo de pedestres, ciclistas e carros.
D.4.1 menor dependência da infraestrutura baseada em veículos particulares
D.3.2 mobilidade garantida
D.4.2 ordenamento dos espaços e das atividades urbanas para menor dependência do deslocamento motorizado
D.3.3 malha urbana permeável
existência de árvores em canteiros lineares com no mínimo 1.8m de largura. As árvores com tronco de Ø ≥ 90cm, espaçadas a cada 4.5 a 9m. As árvores oferecem sobreamento. Sem linhas aéreas de serviços públicos19
sinalização correta gerindo e articulando os diversos modais20
a maioria das conexões entre quadras por veículos a cada 120m com velocidade controlada. As quadras são mais longas, favorecendo as trilhas e outros passeios para com as conexões necessárias22
ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias de pedestres e vias para automotores21
a maioria das quadras é acessada por vias locais, sem acessos privativos para veículos, possuem unidade de habitação ou outros meios de vigilância23
para a conectividade entre as atividades interbairros a conexão deve ocorrer com a via principal sendo o limite entre os bairros e não transversal
princípios critérios indicadores verificadores
6564B.7.1 existência de Estações Reguladoras de Pressão
união entre linha de transmissão e rede suporte e entre a rede-suporte e distribuição, sendo necessário 1 para cada 80 ha
C.desenvol-vimento da economia local em centros de bairros
B. B.7projeto adequado para a rede de abastecimento de gás B.7.2
correto desenho, localização e dimensionamento da rede
C.1.1 completude das centralidades em relação à população atendida
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
oferta de espaços para atividades corriqueiras e essenciais ao cotidiano da vida urbana
proximidade entre atividades proporcionando a multifucionalidade
oferta de espaços para atividades
existência para bairros de 16 -80 hectares em raios de 400m a partir do ponto central
C.1.2 concentração de destinos (comércio/serviços) para os pedestres e usos do solo urbanizado
C.1.3 coexistência de comércio/serviço e habitação
C.1.4 espaços para atividades comunitárias de crescimento profissional
C.1 centralidades com mescla de funções e atividades em distâncias caminháveis
B. B.3sistema de Iluminação pública eficiente
B.4sistema viário compatível com os materiais empregados
B.6projeto adequado para a rede de abastecimento de energia elétrica
B.5eficiência da rede de água, esgoto e drenagem
B.3.1 garantia de segurança viária, citadina e orientação visual
B.4.1 revestimentos adequados à hierarquia viária
B.4.1 correto desenho, localização e dimensionamento da rede
B.5.1 sistema da rede pluvial completo (tubulação, canais de infiltração, canteiros pluviais e bocas de lobo para a correta infraestrutura verde)
reconhecimento de obstáculos e da presença de pessoas a uma distância máxima de 4m
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nas vias de circulação
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição.
existência de todos os equipamentos necessário à funcionalidade do sistema com dimensionamento adequado
adequabilidade da iluminância e ofuscamento para orientabilidade no espaço de acordo com a capacidade instalada
iluminação ativa durante o período necessário
altura dos postes apropriada a iluminação do espaço
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de vazão
localização de modo a possibilitar acesso aos condutos para limpeza e inspeção
B.3.2 respeito aos valores adequados de iluminância e ofuscamento
B.3.3 temporalidade da iluminação
B.3.4 adequação da capacidade de instalada
B.5.2 correto desenho, localização e dimensionamento da rede de acordo com a topografia e o sistema viário.
B.5.3poços de visitas acessíveis
princípios critérios indicadores verificadores
6766C.2.1 reconhecimento de efeitos visuais no percurso do pedestre na caixa de via entre o observador e a linha da massa construída na calçada
C.2.2 reconhecimento de efeitos visuais pelo ângulo visual do pedestre da massa construída na caixa de via e entre vias
identificação de efeitos visuais no percurso do pedestre entre o observador e a linha da massa construída e: estreitamento, enclausuramento, alargamento, amplidão e envolvimento
identificação de efeitos perspectivos: conexão, direcionamento, realce, emolduramento, impedimento e efeito y
D.afetividade e simbologia
C. C.2identificação de efeitos visuais observados no campo visual do percurso do pedestre
D.1.1 reconhecimento de cenas quanto à agradabilidade do lugar
desperta sentimentos e evoca significados de natureza simbólica. Capacidade de recordar um espaço pela simbologia, conotação, evocação de proximidade ou semelhança, originalidade, volumetria, ornamentação e significância27
diz respeito à fruição pela contemplação de coisas belas. Percepção de conjuntos formados por sínteses Capacidade de recordar um espaço pela memorização, planos de composição, ligação entre espaços soltos, similaridade, continuidade, clareza, originalidade, simplicidade ou complexidade e dominância26
D.1.2 reconhecimento de cenas quanto à simbolização do lugar
D.1 laços afetivos através da agradabilidade visual e da simbologia
princípios critérios indicadores verificadores
A.revitalização urbana
A.1 patrimônio, paisagem e identidade
A.1.1 desenho responsável contra a padronização e a banalização do espaço construído existente
A.2.1 possibilidade de reuso de terras ou edifícios em áreas degradadas ou abandonadas
respeito ao patrimônio existente
emergência de uma identidade própria
identificação de elementos marcantes e implantação que permita sua contemplação
reaproveitamento dos espaços e/ ou reabilitação de moradias, equipamentos públicos e empreendimentos
A.1.2 singularidade do projeto de acordo com a geografia e com a história
A.2 proposição de economia de solo urbano
B.legibilidade e orientabilidade
C.identificabilidade
B.1 continuidade de caminhos
C.1 agrupamentos com unidade e diversidade
B.2 conectividade entre bairro, definição de bairros heterogêneos e agrupamentos
B.1.1 implantação de caminhos conectados para livre circulação no espaço urbano
C.1.1 presença de diversidade tipológica e unidade de pequenos agrupamentos
B.2.1 coerência entre os limites de quadra
B.2.2 apresentação de características de conjunto nas quadras, marcos visuais e pontos focais
B.2.3 presença de características de conjunto nas quadras
presença de continuidade e integração no tecido urbano
unidade de conjunto entre tipologias dentro de um agrupamento de 20 habitações e diversidade de conjuntos no contexto do bairro
aspecto de diálogo entre os limites das quadras: praças, parques, pequenos comércios, áreas verdes, etc
presença de elementos que se destacam visualmente nas áreas limítrofes entre bairros como marcos visuais e pontos focais
existência de partes ou porções que se expressam por configurações próprias ou conjuntas
adequabilidade do gabarito entre os bairros
sustentabilidade cultural e emocional
6968
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
A.3 proposição e respeito a corredores ecológicos
A.4 provimento de áreas para agricultura urbana e paisagismo produtivo
A.3.1 conectividade das áreas verdes (manchas) de acordo com zonas de vida silvestre dos planos de manejos em áreas urbanas não consolidadas
A.4.1 existência de espaços livres públicos que possibilitem o cultivo
A.4.2 existências de hortas em lotes privados e áreas comunitárias
A.4.3 pomares urbanos
disposição dos corredores entrelaçados em zona rural, urbana e de preservação ambiental, em afetar e integrar positivamente a capacidade de dispersão das espécies para manutenção da biodiversidade
cultivos em canteiros de vias, beira de estradas, linhas de transmissão, parques, praças, jardins de escolas públicas
cultivos em quintais, tetos, paredes, trepadeiras
árvores frutíferas dispersas no espaço urbano
percentuais abaixo de 20% em relação a um raio de 1 km
ausência de hortaliças e frutas no espaço urbano
ausência de cultivos privados, hortaliças e frutas no espaço urbano
ausência de árvores frutíferas no espaço urbano
em áreas urbanas não consolidadas
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
maior que 20% e ≤ 60% em relação a um raio de 1 km
área igual ou maior que 1,1 ha com hortaliças e frutas anualmente
áreas aproximadas a 11 ha para cultivos comunitários e 0,25 ha para cultivos privados de hortaliças e frutas anualmente
área igual ou maior que 0,1 ha com árvores frutíferas apropriadas para região
quadro 1.8 síntese da metodologia de avaliação de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
sustentabilidade ambiental
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
A. proteção ecológica e agricultura urbana
A.1 cumprimento da legislação ambiental
A.2 compatibilização dos zoneamentos (urbano, ambiental e balanço hídrico)
A.1.1 existência de diagnóstico e avaliação ambiental urbana (EIA e EIV)
A.2.1 limites de crescimento urbano sobre áreas agrícolas e de preservação ambientalmente sensíveis
A.1.2 ocupação urbana respeitando às APPs com aplicação da legislação para projetos de regularização fundiária sustentável
aplicado no processo de desenvolvimento projetual para minimizar o impacto ambiental da forma urbana28
invasão e parcelamento do solo em zona rural e áreas ambientalmente sensíveis
ocupações topos de morro, margens de cursos d’água, código florestal Conformidade com as atribuições estabelecidas nos Plano de Regularização Fundiária Sustentável – Resolução Conama nª 369 e Lei nº 11.977/2009 29
não aplicado no processo
não houve sobreposição dos planos do território
presença de ocupações nessas áreas;fora da área estabelecida
pequenos empreendimentos
empreendimentos em áreas urbanas consolidadas
ocupações anteriores previstos nas legislações
pequenos empreendimentos
houve sobreposição dos planos do território
ausência de ocupações nessas áreas;inserido em área estabelecida
7170
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
B.2 equilíbrio entre vazões de cheias, altas e vazões de seca
B.3 desenho urbano adequado ao terreno natural
B.2.1 respeito à condição natural dos cursos d’água perenes e intermitentes e recuperação de córregos
B.3.1 respeito à topografia e aos córregos como limites entre bairros
córregos não aterrados, não estreitados, não canalizados e distâncias adequadas das áreas edificadas aos corpos hídricos
desenho de vias e macroparcelamento acompanhando as curvas de nível associadas às infraestruturas verdes
desrespeito e não preservação do desenho natural dos cursos e limites de corpos hídricos
desenho incompatível com a composição do traçado das curvas de nível
a condição básica para a manutenção do ciclo da água e do ecossistema aquático é a não alteração do desenho
em casos em que o parcelamento urbano está definido previamente pelo plano diretor
respeito e preservação do desenho natural dos cursos e limites de corpos hídricos
desenho acompanhando a composição do traçado das curvas de nível
B.2.2 respeito às áreas de inundações
projeto de prevenção aos riscos eventuais de inundações nos espaço urbano. consultar técnico especializado para avaliação.
não houve projeto preventivo às possibilidades eventuais de inundações
o empreendimento não deve estar em áreas sujeitas às inundações
houve projeto preventivo às possibilidades eventuais de inundações
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
B. infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
B.1 cumprimento da legislação ambiental
B.1.1 atendimento à capacidade de suporte da bacia hidrográfica de acordo com o plano de gestão integrada de recursos hídricos
B.1.2 presença de sistemas naturais para retenção de águas pluviais
B.1.3 existência de captação e armazenamento de água da chuva nos espaços públicos e nas edificações
B.1.4 reaproveitamento de águas servidas
atendimento à restrição do PGIRH não ocupando áreas ambientalmente sensíveis e adensamento em outra área da bacia
jardins de chuva, canteiros pluviais, canais de infiltração, bacias de retenção e retenção, wetlands, tetos verdes, piso permeável
cisternas para armazenamento, cisternas comunitárias, telhados com calhas para captação. atentar para o atendimento ao Código de Obras Local. se não houver, consultar técnico especializado para avaliação
cisternas para armazenamento e tratamento com filtros de areia e plantas aquáticas (zonas de raízes) em atendimento às normas para qualidade da água. se não houver, consultar técnico especializado para avaliação
não houve consulta PGIR
ausência dos sistemas naturais
não aproveitamento máximo da cobertura para captação, e considerar demanda diária por pessoa
ausência de instalações para reapro-veitamento e tratamento
inexistência de plano de bacia (PGIR)
deve ser aplicado em qualquer empreendimento
se for em área de poluição atmosférica, considerar uso para demandas de água não potáveis
quando a oferta for maior que a demanda
consulta ao PGIR
presença dos sistemas naturais
aproveitamento máximo da cobertura para captação, e considerar demanda diária por pessoa
apresenta instalações para reaproveitamento e tratamento
7372
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
C. conforto ambiental
C.1 conforto térmico e luminoso
C.1.1 conformidade ao relevo
C.1.230 composição dos espaçamentos entre edificações e aberturas e fechamentos das edificações quanto à orientação solar e eólica para o conforto térmico e luminoso
C.1.3 coerência da densidade construtiva e edificada em relação à orientação solar e eólica
C.1.4 otimização ou redução da quantidade de luz proveniente do céu visível
C.1.5 materiais de superfície adequados ao conforto térmico, acústico e luminoso
ocupações em vales, morros e planos conforme orientação às condições climáticas, à topografia e áreas aquíferas usando como parâmetros as diretrizes do zoneamento bioclimático brasileiro
distanciamentos entre edificações, largura da caixa viária, massa de vegetação (arbustiva e arbórea) em vias usando como referência a NBR 15220
a massa edificada na relação com a área total considerada deve propiciar ventilação e insolação adequadas através de saliências e reentrâncias na horizontal e na vertical. atentar para os parâmetros da norma de zoneamento bioclimático brasileiro
adequabilidade da quantidade de luz proveniente do céu visível e a quantidade de luz refletida externa à edificação31
materiais com baixo nível de reflexão da luz solar e calor, e absorvedores do som
ocupação do relevo inadequada às implicações climáticas, topográficas e aquíferas
quando a altura dos edifícios for menor ou maior que a metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 0 ≤ w/h ≤ 1 ou 5 ≤ w/h ≤ 7, não é satisfatório
quando houver maior porcentagem de massa edificada sobre os espaços públicos sem possibilidade ventilação e insolação
ausência de limites dos incômodos visuais
materiais com alta reflexão e baixa absorção
em áreas já consolidadas
quando o empreendimento não apresentar continuidade na massa edificada paralela às vias
limites inadequados para os incômodos visuais
limites inadequados para os incômodos visuais
ocupação do relevo adequada aos fatores climáticos, topográficos e aquíferos
quando a altura dos edifícios for metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h ≤ 4, é satisfatório
quando houver menor porcentagem de massa edificada sobre os espaços públicos com possibilidade de ventilação e insolação
limites dos incômodos visuais pelo gabarito, prospectos, planos de massas
materiais com baixa reflexão e alta absorção
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
B.4 provimento da ecoeficiência e biodiversidade
B.4.1 capacidade de suporte das estações de tratamento existentes
B.4.2 tratamento ecológico e reaproveitamento das águas negras (esgoto) para usos não potáveis
B.4.3 tratamento ecológico e reaproveitamento de águas cinza (chuveiros, máquinas de lavar) para usos não potáveis
B.4.4 promoção da vida silvestre
relatório de oferta-demanda-vazão existentes, consultar o plano municipal de saneamento
uso de wetlands, biodigestores e ecofossas
zonas de raízes, bacia de evapotranspiração, cisternas de bananeiras
proximidade entre corredor ecológico e o saneamento ecológico
está ultrapassando a capacidade de suporte
ausência de infraestrutura para o tratamento dessa água
ausência de infraestrutura para o tratamento dessa água
saneamento ecológico não localizado em áreas de vida silvestre
o saneamento ecológico – problema como solução
o saneamento ecológico – problema como solução
quando estiver localizado em áreas centrais
está adequada à capacidade de suporte
infraestrutura para o tratamento dessa água
infraestrutura para o tratamento dessa água
saneamento ecológico está localizado em áreas de vida silvestre
7574
indicador verificador35desempenhonão não se aplica sim
D.3 integração da água e energia: sistemas integrados para distribuição de energia e água
D.3.1 presença de abordagens de base comunitária e planejamento da gestão local centralizada
aparição de sistemas de infraestrutura projetada em um desenho direcionado para o controle integrado das companhias de energia e água
indisponibi-lidade nas edificações comuns de dispositivos ou equipa-mentos mais eficientes que garantam economia em relação aos consumos convencionais
em regiões onde não houver possibilidades de adaptação
disponibilidade nas edificações comuns de dispositivos ou equipamentos mais eficientes, garantindo economia de ao menos 20% em relação aos consumos convencionais
indicador verificador36desempenhonão não se aplica sim
E. saúde
E.1 vulnerabilidade ambiental
E.1.1 risco de poluição e materiais tóxicos
poluição dos solos
poluição da água
poluição atmosférica
parcela da população exposta à poluição e toxidade
potencial de poluição identificada, sem adoção de algumas medidas mitigadoras
riscos significativos sem as proteções necessárias
aplicável a qualquer fator de risco – “justiça ambiental”
aplicável a qualquer fator de risco – “justiça ambiental”
potencial de poluição moderada e adoção de medidas mitigadoras
identificação de riscos moderados e proteções necessárias
indicador verificador não não se aplica sim
C.1.6 obstáculos adequados das fontes geradoras e receptoras de ruídos
C.1.7 minimização do efeito de vale (caixa de via estreita com altura superior à largura)
distâncias mínimas de fontes de ruídos, aplicação de obstáculos para propagação do som segundo atributos da norma32
paralelismo entre superfícies (não potencializar a reflexão do som)
Raios menores que 2.500 m
quando a altura dos edifícios for maior que a metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h, é insatisfatória
Raios maiores que 2.500.m
quando a altura dos edifícios for menor que metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h, é satisfatória
indicador
indicador
verificador33
verificador34
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
D. promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica
D.1 redução do uso de energia
D.2 redução do uso de energia
D.1.1 aplicação de sistemas para redução do uso de energia, incorporação de energia renovável e compensação de CO2
D.2.1 existência de sistemas instalados em unidades em bairros e usinas de geração de energia comunitária
existência de sistemas de automação, sistemas alternativos interligados ou independentes ao sistema tradicional e substitutos
existência e infraestrutura voltada para técnicas passivas com orientação adequada ao aproveitamento do potencial das energias solar, eólica, hídrica e biomassas, desvinculadas de uma central única
habitações não equipadas ao uso de energia renovável
ausência de energia renovável cobrindo o consumo de energia elétrica dos equipamentos públicos
em regiões onde não houver possibilidades de adaptação
em regiões onde não houver possibilidades de adaptação
adesão de 50%–80% das habitações equipadas ao uso de energia renovável
uso de energia renovável cobrindo 10% do consumo de energia elétrica dos equipamentos públicos
7776
sustentabilidade social
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
A. urbanidade
A.1 interação social
A.2 acessibilidade
A.1.1 configuração que possibilite encontros não programados
A.2.1 adequabilidade da permeabilidade versus barreiras ao desenho universal
A.1.2 adequabilidade da relação de ilhas espaciais e permeabilidade versus barreiras
configuração de espaços livres públicos menores que promova a probabilidade, intensidade e constância de pessoas37
a configuração espacial é favorável aos deslocamentos e acessibilidade quanto desenho universal. Atentar para os parâmetros da NBR905038
percentual da área de espaços abertos sobre o espaço total (y/a): área dos espaços abertos (y) dividida pela superfície total da área considerada (a) – quanto menor o percentual de espaços abertos, maior urbanidade será observada
ausência de pessoas utilizando os espaços públicos como pequenas praças, limites entre bairros
com barreiras ao desenho universal
acima de 50%
pequenos empreendimentos
pequenos empreendimentos
sem barreiras ao desenho universal
abaixo de 50%.
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
F. redução, reutilização e reciclagem de resíduos
F.1 promoção da redução da pegada ecológica
F.2 destinação adequada e reaproveitamento de resíduos
F.1.1 instalação de usinas de reciclagem e compostagem dentro da microbacias
F.2.1 presença de coleta seletiva de resíduos e destinação adequada dos resíduos orgânicos
F.2.2 destinação adequada e reaproveitamento dos resíduos da construção
existência de proximidade entre a usina de reciclagem e a de compostagem
existência de infraestrutura para a coleta seletiva e compostagem local, setorial ou regional
existência de relatório de resíduos de impacto da construção
não tem instalações
inexistência de infraestrutura para a coleta da massa de resíduos orgânicos e renováveis produzidos
não existe esse relatório
em pequenos empreendimentos considerar o nível das moradias
tem instalações
previsão de coleta da massa de resíduos orgânicos e renováveis produzidos
existe esse relatório
7978
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
A.5 operacionalidade
A.5.1 diversidade de atividades
A.5.2 abrangência e temporalidade das atividades
provimento de comércio e serviços na vizinhança (correio, bancos, casas lotéricas, postos de serviços municipais, mercados, feiras livre, farmácia) , mercearias na esquina
atividades locais, subcentrais, centrais ou regionais em períodos diurnos, noturnos, diuturnos, constantes, esporádicas ou sazonais
equipamentos educacionais em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal39
equipamentos de saúde em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal40
Equipamentos de segurança em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal41
Oportunidades de atividades diárias ou semanais organizadas dentro da própria vizinhança: praças, áreas de praticas esportivas e lazer42
não atende ao raio estipulado
usos exclusivamente diurnos ou noturnos, e somente local ou regional
não atende ao raio estipulado
não atende ao raio estipulado
não atende ao raio estipulado
não existem os equipamentos
existência dessas atividades em raios de abrangência menores ou igual a 1 km
usos diuturnos locais centrais e regionais
c.e.infantil em raio ≤ 300.m; c.e. fundamental em raio ≤ 1.050 m; c.e. médio em raio ≤ 1.440 m; c.e. especial em raio ≤ 10.000 m
posto de saúde em raio ≤ 2.500 m; centro de saúde em raio ≤ 3.000 m; hospital regional em raio ≤ 20.000 m
posto policial em raio ≤ 2.000 m
praças ≤ 600m; parques ≤ 2400 m; playground ≤ 600 m; equipamentos de esporte em raio ≤ 600 m.
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
A.3 centralidade
A.3.1 áreas de inserção de empreendimentos do PMCMV em regiões de centralidade integrada à malha viária
A.3.2 inserção de subcentros com comércio: núcleos integradores
maior presença de vias integradas que favoreçam ao percurso mínimo
maior presença de interconectividade entre bairros e localização de subcentros a cada agrupamento entre 5 e 7 mil pessoas
vias com poucas conexões no sistema
inexistência de um centro por agrupamento
vias com muitas conexões no sistema
um centro por agrupamento
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
A.4 vigilância: olhos para ruas
A.4.1 constituição das aberturas nas fachadas
porcentagem de aberturas voltadas para espaços públicos e vias, evitando paredes sem entradas (x/c): número total de entradas (x) dividido pelo número total de espaços em que se possa caminhar em linha reta entre quaisquer pontos (c). quanto maior o percentual, maiores possibilidades de interface entre os espaços serão observadas
inexistência de portas, varandas, janelas, galerias em um percentual abaixo de 50%.
existência de portas, varandas, janelas, galerias em um percentual acima de 50%.
8180
C.1 variedade de moradias com adequabilidade ao padrão das faixas socioeconômicas
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
C. moradias adequadas
C.1.1 adoção de tecnologias apropriadas ao uso com ênfase na redução de recursos econômicos e financeiros
C.1.2 diversidade de macroparcelas e tipos edilícios
C.1.3 diversidade socioeconômica e de faixa etária
C.1.4 atendimento das habitações adaptadas às pessoas com mobilidade reduzida
aplicação de sistemas construtivos mais sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia embutida, agregadores de facilidade de corte e mobilidade do canteiro de obras, concreto ultraleve, e materiais à base de terra
apresenta diversidade de quadras e tipologias habitacionais com habitação uni e multifamiliar, e também usos mistos
apresenta mesclas de faixas socioeconômicas e de faixas etárias44
a cada 100 unidades habitacionais, ao menos 3 devem estar totalmente adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida segundo os padrões da nbr 9050
não usos de materiais ecológicos e tecnologias construtivas apropriadas
não há mescla desses tipos edilícios
oferta de edificações acessíveis para 1 classe socioeconômica
habitações não realizadas
usos de materiais ecológicos e tecnologias construtivas apropriadas
mescla desses tipos edilícios
oferta de edificações acessíveis para 4 classes socioeconômicas
habitações realizadas
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
B. comunidade com sentido de vizinhança
B.1 promoção do sentimento de pertencimento
B.2 inserção da comunidade no processo de planejamento do empreendimento
B.1.1 continuidade de laços sociais previamente existentes
B.2.1 ações de fomentos à promoção de modelos comunitários sustentáveis (PMCMV Entidades)
B.2.2 projetar em parceria com a comunidade
implementação de núcleos sociais afetivos e empresariais43
ações de educação para sustentabilidade
participação da comunidade no projeto desde a elaboração à aprovação do projeto
nenhum espaço relacionado à integração social
ausência de centro de educação ambiental
não houve participação no desenvolvimento do projeto
abranger ao mínimo três espaços relacionados à integração social
centro de educação ambiental
houve participação no desenvolvimento do projeto
8382
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
D.3 existência de estruturas propícias aos diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas)
D.4 existência de estruturas inibidoras do uso de combustíveis fósseis
D.3.1 distinção clara das áreas de fluxo de pedestres, ciclistas e carros
D.4.1 menor dependência da infraestrutura baseada em veículos particulares
D.3.2 mobilidade garantida
D.4.2 ordenamento dos espaços e das atividades urbanas para menor dependência do deslocamento motorizado
D.3.3 malha urbana permeável
sinalização correta gerindo e articulando os diversos modais50
a maioria das conexões entre quadras por veículos a cada 120 m com velocidade controlada. As quadras são mais longas, favorecendo as trilhas e outros passeios para com as conexões necessárias52
ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias de pedestres e vias para automotores51
a maioria das quadras é acessada por vias locais, sem acessos privativos para veículos, possuem unidade de habitação ou outros meios de vigilância53
para a conectividade entre as atividades interbairros a conexão deve ocorrer com a via principal sendo o limite entre os bairros e não transversal
ausência de sinalização de advertência
não atende aos 120 m
rede de pedestre e ciclistas paralela à de automotores sem tratamento adequado aos diferentes modais
indisponibilidade de sistema de transporte (tipo circular) sem uso de combustível fóssil
a via principal corta os limites
sinalização de advertência para atentar a prioridade do transporte
atende aos 120 m
rede de pedestre e ciclistas paralela à de automotores com tratamento adequado aos diferentes modais
disponibilidade de sistema de transporte (tipo circular) sem uso de combustível fóssil
mapas de trajetos e distância ≤ 200 m
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
D. mobilidade e transporte sustentáveis
D.1 sistema de transporte público eficiente
D.2 sistema viário
D.1.1 coerência da demanda e oferta de transporte público
D.2.1 dimensionamento adequado de acordo com a hierarquia viária48
D.1.2 composição adequada dos pontos de ônibus
D.2.2 arborização e canteiros pluviais de acordo com a hierarquia viária
D.1.3 existência de corredores de sustentabilidade
distribuição equilibrada, acessibilidade, integração das redes de transporte público; e existência de mobiliário urbano específico para cada rede45
passeios de pequeno porte
passeios de médio e grande porte
ciclovias e ciclofaixas
vias locais
vias coletoras
vias arteriais
vias expressas
distribuição equilibrada dos pontos de ônibus46
existência de árvores em canteiros lineares com no mínimo 1.8 m de largura. As árvores com tronco de ø ≥ 90 cm, espaçadas a cada 4.5 a 9m. As árvores oferecem sobreamento. Sem linhas aéreas de serviços públicos49
Existência de integração entre transporte, uso do solo e tecnologia47
distribuir previsão de uso para um único modal
não atende à largura média
não possui pontos a cada 800 m
não atende
mapas de trajetos e distância > 400 m
distribuir previsão de usos para cada modal
largura média de 1.8 m largura média de 2.1 mlargura média de 1.05 mlargura média de 2.85 mlargura média de 3.3 mlargura média de 3.45 mlargura média de 3.75 m
Pontos a cada 800 m
atende
mapas de trajetos e distância ≤ 200 m
8584
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
B. dinâmica urbanaB.1 provimento de infraestruturas diversificas
B.2 especificação de mobiliário urbano adequado
B.1.1 Respeito às taxas de ocupação do solo
B.2.1 existência de mobiliário urbano
B.2.2 especificação de materiais resistentes
B.2.3 d esenho confortável e ergonômico do mobiliário
respeito aos índices de ocupação do solo, devendo atentar para as regulamentações das normas locais
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8655
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nos equipamentos e mobiliário urbano
dimensionamento adequado ao usuário e à funcionalidade
não atinge os índices estipulados
não se identifica a presença desses equipamentos no espaço urbano
equipamentos instalados não utilizam esses materiais
dimensionamento não adequado
empreendimento em área consolidada
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas nas quais já constam equipamentos públicos
40% público – sendo 10% equipamentos públicos, 15% áreas verdes e livres; e 15%vias e circulação.60% privado – sendo acima de 5% comercial e 55% habitações
identifica-se a presença desses equipamentos no espaço urbano
equipamentos instalados utilizam esses materiais
dimensionamento adequado
sustentabilidade econômica
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
A. adensamento urbano
A.1 respeito aos gradientes de densidade crescente em direção ao centro de bairro
A.2 existência de adensamento responsável
A.1.1 coerência da densidade construtiva com o espaço urbano e o espaço natural
A.2.1 preenchimento dos subúrbios
A.2.2 existência de uma relação equilibrada entre densidade e infraestrutura urbana
A.2.3 edifícios com limites de altura – de 4 a 5 pavimentos
aplicabilidade do gradiente de densidade decrescendo em sentido ao subúrbio
ocupação em áreas urbanas disponíveis sem necessidade de ampliar o limite urbano
proporção unidade habitacional por hectare54
edificações baixas para redução de custos, redução no de elevadores e melhorar o contato direto com a rua
gradiente de densidade não decrescente em sentido ao subúrbio
quando houver ampliação do tecido urbano – espraiamento para fora dos limites
abaixo de 25 uni/ha – casas unifamiliares com recuos (até dois pavimentos) em vias locais
edificações de apartamentos com mais de 5 pavimentos
empreendimentos em áreas consolidadas
densidade alta em áreas centralizadas com queda (média a baixa) no sentido do subúrbio
quando o empreendimento for inserido dentro dos limites urbanos sem espraiamento
menor ou igual 112,5 uni/ha – blocos habitacionais baixos (2 ou 3 pavimentos) em vias locais
edificações de apartamentos em até entre 4 e 5 pavimentos
8786
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
B.6 projeto adequado para a rede de abastecimento de energia elétrica
B.6.1 correto desenho, localização e dimensionamento da rede
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
aplicação não apropriada
empreendimentos em áreas consolidadas
aplicação apropriada
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
B.5 eficiência da rede de água, esgoto e drenagem
B.5.1 sistema da rede pluvial completo (tubulação, canais de infiltração, canteiros pluviais e bocas de lobo para a correta infraestrutura verde)
B.5.2 correto desenho, localização e dimensionamento da rede de acordo com a topografia e o sistema viário
B.5.3 poços de visitas acessíveis
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8656
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de vazão
localização de modo a possibilitar acesso aos condutos para limpeza e inspeção
não se identifica a presença desses equipamentos no espaço urbano
aplicação não apropriada
poços não acessíveis
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
identifica-se a presença desses equipamentos no espaço urbano
aplicação apropriada
poços acessíveis
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
B.3 sistema de iluminação pública eficiente
B.4 sistema viário compatível com os materiais empregados
B.3.1 garantia de segurança viária, citadina e orientação visual
B.4.1 revestimentos adequados à hierarquia viária
B.3.2 respeito aos valores adequados de iluminância e ofuscamento
B.3.3 temporalidade da iluminação
B.3.4 adequação da capacidade de instalada
reconhecimento de obstáculos e da presença de pessoas a uma distância máxima de 4 m
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nas vias de circulação
adequabilidade da iluminância e ofuscamento para orientabilidade no espaço de acordo com a capacidade instalada
iluminação ativa durante o período necessário
altura dos postes apropriada à iluminação do espaço
iluminação não adequada
materiais com elevado custo à necessidade de manutenção
empreendimentos em áreas consolidadas
não se identificam nomes das ruas, números de edifícios e outros elementos do entorno urbano pela capacidade instalada
iluminação pública ativa em partes do período noturno e eventualmente durante o período diurno
altura dos postes não apropriada à luminosidade necessária
iluminação adequada
materiais com custo compatível à necessidade de manutenção
identificam-se nomes das ruas, números de edifícios e outros elementos do entorno urbano pela capacidade instalada
iluminação pública ativa durante todo o período noturno, sem desperdícios no período diurno
altura dos postes ≥ 4m e ≥ a metade da altura da edificação mais próxima
8988
sustentabilidade cultural e emocional
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
A. revitalização urbana
A.1 patrimônio, paisagem e identidade
A.2 proposição de economia de solo urbano
A.1.1 desenho responsável contra a padronização e a banalização do espaço construído existente
A.2.1 possibilidade de reuso de terras ou edifícios em áreas degradadas ou abandonadas
A.1.2 singularidade do projeto de acordo com a geografia e com a história
respeito ao patrimônio existente
reaproveitamento dos espaços e/ ou reabilitação de moradias, equipamentos públicos e empreendimentos
emergência de uma identidade própria
identificação de elementos marcantes e implantação que permita sua contemplação
ausência ou desrespeito às diretrizes e restrições locais
destruição dos espaços e edifícios existentes
banalização do espaço sem identificação da cultura e saberes locais
ausência de elementos marcantes e valorização do sítio físico
em áreas fora do conjunto tombado
em áreas sem ocupação
identificação e preservação de patrimônios à conservação e regulamentação
reaproveitamento dos espaços e reuso dos edifícios
identificação da cultura e saberes locais e tradicionais aplicados à arquitetura
elementos marcantes e valorização do sítio físico
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
B.7 projeto adequado para a rede de abastecimento de gás
B.7.1 existência de estações reguladoras de pressão
B.7.2 correto desenho, localização e dimensionamento da rede
união entre linha de transmissão e rede-suporte e entre a rede-suporte e distribuição, sendo necessário 1 para cada 80 ha
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
Não atende
aplicação não apropriada
Atende
Aplicação apropriada
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
C. desenvolvimento da economia local em centros de bairrosC.1 centralidades com mescla de funções e atividades em distâncias caminháveis
C.1.1 completude das centralidades em relação à população atendida
C.1.2 concentração de destinos (comércio/serviços) para os pedestres e usos do solo urbanizado
C.1.3 coexistência de comércio/serviço e habitação
C.1.4 espaços para atividades comunitárias de crescimento profissional
existência para com bairros de 16-80 hectares em raios de 400 m a partir do ponto central
oferta de espaços para atividades corriqueiras e essenciais ao cotidiano da vida urbana
proximidade entre atividades proporcionando a multifuncionalidade
oferta de espaços para atividades
centros locais com distanciamento entre si maiores que 400 m
ausência de atividades para atendimento das necessidades primárias da população local
quando não houver proximidade entre comércio/serviço e habitação dentro do parcelamento
nenhum centro de desenvolvimento comunitário local no bairro
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
empreendimentos em áreas consolidadas
centros locais com distanciamento entre si de até 400m
atividades que atendam às necessidades primárias da população local
quando houver proximidade entre comércio/serviço e habitação dentro do parcelamento
ao menos um centro de desenvolvimento comunitário local no bairro
9190
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
C. identificabilidade
C.1 agrupamentos com unidade e diversidade
C.2 identificação de efeitos visuais observados no campo visual do percurso do pedestre
C.1.1 presença de diversidade tipológica e unidade de pequenos agrupamentos
C.2.1 reconhecimento de efeitos visuais no percurso do pedestre na caixa de via entre o observador e a linha da massa construída na calçada
C.2.2 reconhecimento de efeitos visuais pelo ângulo visual do pedestre da massa construída na caixa de via e entre vias
unidade de conjunto entre tipologias dentro de um agrupamento de 20 habitações e diversidade de conjuntos no contexto do bairro
identificação de efeitos visuais no percurso do pedestre entre o observador e a linha da massa construída e estreitamento, enclausuramento, alargamento, amplidão e envolvimento
identificação de efeitos perspectivos: conexão, direcionamento, realce, emolduramento, impedimento e efeito y
sem unidade e sem diversidade
menos que 50% de efeitos
unidade a cada 20 habitações e diversidade tipológica no conjunto
50% de efeitos
indicador
indicador
verificador
verificador
desempenho
desempenho
não
não
não se aplica
não se aplica
sim
sim
B. legibilidade e orientabilidade
B.1 continuidade de caminhos
B.2 conectividade entre bairro, definição de bairros heterogêneos e agrupamentos
B.1.1 implantação de caminhos conectados para livre circulação no espaço urbano
B.2.1 coerência entre os limites de quadra
B.2.2 apresentação de características de conjunto nas quadras, marcos visuais e pontos focais
B.2.3 presença de características de conjunto nas quadras
presença de continuidade e integração no tecido urbano
aspecto de diálogo entre os limites das quadras: praças, parques, pequenos comércios, áreas verdes, etc
presença de elementos que se destacam visualmente nas áreas limítrofes entre bairros como marcos visuais e pontos focais
existência de partes ou porções que se expressam por configurações próprias ou conjuntas
adequabilidade do gabarito entre os bairros
malha não integrada ao entorno do empreendimento
sem limites de quadras e bairros bem definidos
ausência de marcos visuais e pontos focais nos limites entre bairros ou agrupamentos
sem divisão em partes menores diversificadas
incoerência entre os gabaritos de bairros
em áreas densamente ocupadas
em pequenos empreendimentos
malha integrada ao entorno do empreendimento
limites de quadras e bairros bem definidos
existência de marcos visuais e pontos focais nos limites entre bairros ou agrupamentos
divisão em partes menores diversificadas
coerência entre os gabaritos de bairros
9392 notas de rodapé
1. Capra (2002), Mollissom (1998), Rueda (2000), Rogers (2001), Register (2002) e Dancey e Peck (2002).
2. Desenhos de alunos da disciplina de Projeto urbano 1, ministrada pela Prof. Liza Andrade na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de Brasília.
3. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo
do Distrito Federal.
4. Lei Federal nº 11.977/2009, que possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento
estiver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condi-
ções ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior.
5. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011.
6. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575.
7. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO,
2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985 - 1994).
8. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços E Equipamentos Urbanos – NBR 9050.
9. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa.
10. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
11. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n°4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
12. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
13. Norma para Equipamentos urbanos – NBR9284.
14. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
15. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
16. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
17. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104).
18. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
19. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
20. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
21. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
indicador verificadordesempenhonão não se aplica sim
D. afetividade e simbologia
D.1 laços afetivos através da agradabilidade visual e da simbologia58
D.1.1 reconhecimento de cenas quanto à agradabilidade do lugar
D.1.2 reconhecimento de cenas quanto à simbolização do lugar
diz respeito à fruição pela contemplação de coisas belas. Percepção de conjuntos formados por sínteses. Capacidade de recordar um espaço pela memorização, planos de composição, ligação entre espaços soltos, similaridade, continuidade, clareza, originalidade, simplicidade ou complexidade e dominância59
desperta sentimentos e evoca significados de natureza simbólica. Capacidade de recordar um espaço pela simbologia, conotação, evocação de proximidade ou semelhança, originalidade, volumetria, ornamentação e significância60
sem percepção dos conjuntos (agrupamentos e quadras)
percepção de conjuntos nos agrupamentos (20 habitações) ou quadras formados por sínteses
percepção de conjuntos nos agrupamentos (20 habitações) ou quadras evocando significados de natureza simbólica
9594 Federal.
43. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
44. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p 16.
45. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
46. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, .p 5.
47. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável:desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104).
48. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
49. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
50. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
51. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
52. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
53. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
54. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
55. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
56. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96).
57. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
58. KOHLSDORF, 2006.
59. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes
soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor).
60. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto,
seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e
semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas.
* A fase de aplicação da metodologia contou com o apoio das estudantes Julia Kano e Natália Rios.
22. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
23. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
24. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96).
25. Norma para Equipamentos urbanos – NBR 9.284.
26. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes
soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor).
27. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto,
seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e
semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas.
28. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo
do Distrito Federal
29. Lei Federal nº 11.977/2009: possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento esti-
ver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condições
ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior.
30. O item C.1.2 teve como parâmetro de referência a tese do prof. Caio Frederico Silva. “ O conforto térmico de cavidades urbanas:
contexto climático do Distrito Federal
31. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011.
32. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575.
33. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
34. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
35. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
36. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 13.
37. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO,
2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985, 1994).
38. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos – NBR 9050.
39. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa.
40. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
41. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
42. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
9796
ANDRADE, Liza Maria Souza de; COSTA E SILVA, Erika da; MEDEIROS, A. M.; TIMO, C. R. F. Sustentabilidade e urbanidade para Projeto de
Habitação de Interesse Social Multifamiliar: Análise crítica e proposta para um novo modelo Par/Caixa em Samambaia – DF. In XIII Encontro
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ENTAC 2010.
BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT – BRE. Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology. BREEAM
Communities Assessor Manual. Development Planning Application. 2009.
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referências
Figura 1. 1 Fluxograma: correlações entre visões teóricas
Figura 1. 2 Síntese dos princípios, critérios, indicadores e verificadores da Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
Quadro 1. 1 Princípios de Sustentabilidade desenvolvidos por Andrade (2005, p. ).
Quadro 1. 2 Descrição das dimensões morfológicas. Fonte: Queiroz (2000). Adaptado por Andrade et al. (2010).
Quadro 1. 3 Cronograma dos movimentos de atribuição crítica-técnica segundo as Dimensões morfológicas.
Quadro 1. 4 Macrodimensões das dimensões morfológicas. Fonte: Andrade et al. (2010).
Quadro 1. 5 Métodos de Certificação adotados pelo método proposto
Quadro 1. 6 Princípios de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
Quadro 1. 7 Síntese da metodologia de avaliação de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
Quadro 1. 8 Meios de verificação
listas de figuras e quadros
p.42
p.44
p.30
p.35
p.36
p.36
p.38
p.46
p.52
p.66
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qualidade de projeto
arquitetônico
Cláudia Naves David Amorim,
Cristiane Guinancio,
Débora Félix Rodrigues Ikeda,
Elane Ribeiro Peixoto2
103102
A dimensão histórica da casa e seu significado lançam luz à habitação de interesse social.
e convinha às demandas de uma sociedade de massa. Os
grandes conjuntos habitacionais surgiram nas periferias
de importantes cidades e nos anos de 1970 tornaram-se
objeto das mais ferrenhas críticas, pois eram vistos como
desumanizados, destituídos de qualidades agregadoras de
comunidades e de identidade.
No âmago dessas críticas, encontra-se a consciência
de que o sentido da morada humana definido ao longo
de séculos havia se perdido. A casa burguesa do século
XIX era e é ainda a referência que povoa o imaginário do
homem ocidental. Privacidade e intimidade, salubridade e
eficiência tornaram-se valores implícitos no conceito de boa
moradia. A eles somam-se os valores estéticos, orientados
pelo desejo de distinção e reconhecimento que a casa, no
sentido amplo de abrigo, atribui a quem a habita.
A dimensão histórica da casa e seu significado lançam
luz à habitação de interesse social. Desde o século XIX
foram incontáveis as tentativas de responder às exigências
de populações urbanas inéditas em termos numéricos na
história das cidades. Leis higienistas, proposições de so-
cialistas utópicos e ações de industriais filantropos ou de
capitalistas interessados na obtenção de renda de aluguel
ou ainda políticas públicas proporcionaram versões dife-
rentes de moradias.
Muitas foram bem-sucedidas e tornaram-se paradig-
máticas. No caso do Brasil podem-se considerar como
período áureo dessas realizações os conjuntos financia-
dos pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos In-
dustriários – IAPIs – e as iniciativas nos anos de 1980 de
soluções situadas na esfera dos municípios e organizadas
em cooperativas para a construção de residências para
comunidades específicas.
Porém, parece que os insucessos são mais numerosos,
bastando recordar as realizações do BNH, criado em 1964
para interromper a produção de habitações informais e a
expansão desordenada das cidades. As soluções massifi-
cadas, expressas, sobretudo, pela construção de conjuntos
habitacionais em grande escala, suas desvantajosas loca-
lizações, a falta de qualidade arquitetônica e construtiva
demonstraram a fragilidade de uma gestão centralizadora
que ignorava qualquer partição popular. Ao se fazer um
balanço sobre a história das habitações de interesse social
no Brasil, não seria absurdo dizer que a opção sempre re-
caiu na quantidade de unidades produzidas, mais do que
na qualidade delas.
É ainda importante considerar que as políticas públi-
cas de produção de habitação de interesse social (HIS)
extrapolam o atendimento exclusivo de famílias carentes,
pois estão imbricadas numa ordem macroeconômica que
ativa uma poderosa rede de produção da construção civil,
introdução
Ao apresentarmos a metodologia desenvolvida para
a avaliação e o monitoramento da qualidade de projetos
de arquitetura, acreditamos ser necessário tecer algumas
considerações históricas sobre a habitação em geral e da
habitação de interesse social, tendo em vista o entendimento
dos problemas que lhe são inerentes.
A história da casa estende-se na longa duração. O ponto
de referência para a compreensão da moradia ocidental no
século XX reporta-se ao Renascimento, momento em que a
casa inicia o processo de divisão e especialização funcio-
nal de seus espaços. A casa renascentista na sua grande
maioria ainda pouco se diferenciava da casa medieval,
nelas as funções se sobrepunham em um único espaço, os
móveis eram poucos e a eles também correspondia uma
indeterminação equivalente ao espaço da casa. Todavia,
os primeiros passos para as noções de privacidade e in-
timidade foram definitivamente dados neste momento da
história da casa no Ocidente e são concomitantes com o
surgimento do conceito de indivíduo. Porém, muito havia
ainda para se caminhar até que as noções de domesticidade
e comodidade surgissem e ensejassem novas distribuições
espaciais da casa. Primeiramente, deu-se a distinção dos
ambientes de acesso público daqueles reservados à priva-
cidade da família, esses se multiplicaram e os seus móveis
especializaram-se para propiciar conforto, noção datada do
século XVIII e chave para compreender a casa burguesa do
século XIX como o apogeu de um longo percurso. À casa
burguesa somaram-se outras duas importantes noções: a
de salubridade, com criativas soluções para arejar, ventilar
os cômodos enfumaçados pelo fogo das lareiras; e o de efi-
ciência, proveniente das contribuições de inúmeros atores,
entre os quais as mulheres americanas e seus manuais de
bem gerir uma casa (RIBCZYNKI, 1996).
Na mesma medida em que a casa adquiria uma cres-
cente especialização de seus espaços, ela também se
mecanizou. A presença das máquinas provocou mudan-
ças dimensionais e técnicas nas moradias e não cessaram
de causá-las em decorrência das rápidas mudanças tec-
nológicas que caracterizam o século XX. A casa foi me-
taforicamente definida como uma máquina de morar. As
experiências das vanguardas arquitetônicas do século XX
buscaram inventar novas tipologias, tais como as unidades
de habitação de Corbusier, as casas coletivas soviéticas,
chamadas de condensadores sociais, ou ainda os estudos
ergonômicos desenvolvidos para racionalizar os espaços
e atividades da moradia com proposições como a cozinha
de Frankfurt ou o conceito de espaço mínimo ideal. Muitas
dessas ideias foram testadas no segundo pós-guerra. A casa
produzida por processos industriais parecia ser a resposta
mais indicada para a urgência de reconstrução da Europa
2.1
105104
conceitos e definições
2.2.1 flexibilidade
2.2
Os conceitos e definições que apresentamos estão
organizados de forma hierárquica, segundo uma ordem
decrescente de complexidade.
Pensar a casa como um processo implica concebê-la
com qualidades que permitam sua alteração ao longo do
tempo, garantindo sua individualização, envolvendo as
questões distributivas do espaço, de acréscimo, de con-
forto e salubridade e de expressão estética para responder
adequadamente aos grupos familiares.
O primeiro princípio considerado é o da flexibilidade.
Antes de defini-lo é preciso esclarecer que seu significado
não é fixo e dado, mas foi construído no decorrer da história
da arquitetura, respondendo às prerrogativas de diversos
períodos. Paiva (2002, p.167) considera um conceito de
flexibilidade que, aqui, tomamos como referência. Ele está
orientado por três linhas: a primeira pauta-se pelo reconhe-
cimento e capacidade de trabalhar com situações prévias,
em termos físicos e emocionais; a segunda implica todas as
proximidades com a construção de tal forma que a estrutura
se adapte às necessidades espaciais e não que essas sejam
por ela ditadas; a terceira, por fim, diz respeito à capacidade
concreta de conectar espaços, proporcionando condições
de fácil uso. O conceito de flexibilidade dado por Paiva foi
com geração de renda e trabalho. Portanto, equacionar
quantidade e qualidade no âmbito da HIS requer considerar
questões em geral desprezadas: à casa somam-se valores
que ultrapassam sua função de abrigo. Esses valores devem
ser entendidos como indispensáveis para a concepção de
uma metodologia de avaliação de realizações e políticas
públicas que visem responder à demanda de HIS.
São os valores definidos na história dos estabelecimen-
tos humanos que devem ser considerados numa definição
de qualidade para as políticas habitacionais. Portanto, a
casa deve ser entendida como morada, respondendo a
dimensões individuais das famílias, pertencentes a grupos
sociais que partilham crenças, hábitos e modos de vida. Mas
a casa-morada não existe autônoma. Ela só se completa
na integração de um espaço social maior que extrapola a
dimensão da vizinhança imediata, para se conectar à cidade,
seus lugares de trabalho, de lazer de serviços e de exercício
político. Considerada nesta abrangência, não se está diante
de um problema simples, pois não se trata de construir um
abrigo, mas de construir cidades, invertendo-se a lógica
modernista que considerava a cidade a somatória de suas
células habitacionais.
Das recuperações históricas, extraímos linhas mestras
orientadoras para o desenvolvimento da metodologia de
avaliação e monitoramento da qualidade de projetos ar-
quitetônicos. Estas linhas podem ser sintetizadas em duas
dimensões: a da moradia e de sua inserção urbana. No caso
da primeira, é importante observar que ela deve ser capaz
de responder mais especificamente às necessidades indivi-
duais dos grupos familiares. Para isso, a casa-morada deve
ser concebida como um processo a se realizar ao longo do
tempo, permitindo ajustes, modificações de uso, ampliações,
enfim, adaptações de ordem funcional e simbólica. Na se-
gunda dimensão, a da inserção urbana, como frisamos, as
HIS não se limitam a construir objetos arquitetônicos isola-
dos, mas de pensá-los a partir do todo, a cidade. Portanto,
questões como oferecimento de serviços, equipamentos
públicos, mobilidade, qualidade morfológica, qualidade am-
biental, relações entre bairros, entre bairros e centralidades
ou centralidade são imprescindíveis nesta escala.
A par das linhas mestras consideradas, a metodolo-
gia apresentada para a avaliação da qualidade do projeto
arquitetônico considera a qualidade de informação dada
pelos documentos técnicos. As referências para avaliação
e aferição dessas informações são dadas, no caso da ar-
quitetura, pelas Normas Técnicas Brasileiras (NBR 13531,
NBR 13532), que determinam os conteúdos relacionados
a cada fase de desenvolvimento de projetos. Interessa-nos
o que define o conteúdo do projeto executivo, implicando
documentos técnicos e documentos escritos. As exigências
discriminadas nesses documentos foram organizadas na
forma de quadro, constituindo um checklist, tendo em vista
conferir as informações apresentadas, conforme Quadro-
Síntese da Metodologia.
Esclarecemos que nossa proposição de metodologia de
avaliação da qualidade de projeto de arquitetura adotou o
que foi consensual entre as três equipes que desenvolveram
o conjunto dos trabalhos aqui apresentados. Em decorrência
desta opção definimos seis princípios – flexibilidade, funcio-
nalidade, habitabilidade, uso sustentável de energia e água,
acessibilidade e satisfação do usuário –, que se desdobram
em critérios de avaliação, indicadores e verificadores, estru-
turando os níveis de informação necessários à análise dos
projetos de arquitetura. A seleção dos princípios citados é
referenciada na bibliografia que discute a moradia, tanto em
sua historicidade quanto atualidade, com especial interesse
em autores que abordam as habitações de interesse social.
106 Figura 2.1 - Adaptabilidade e Ampliabilidadeampliado, visando à proposição de espaços polivalentes e
versáteis que permitem a individualização não só em termos
funcionais, ou de lógica produtiva, mas também de valores
simbólicos e estéticos.
Os estudos mais recentes sobre flexibilidade classificam-
na em dois tipos: a inicial e a permanente. A inicial relacio-
na-se ao momento de concepção do projeto, construção
e escolha da habitação. No momento de concepção, duas
condições se estabelecem, sendo elas as estratégias proje-
tivas do partido arquitetônico e/ou a participação do usuário
na definição do programa. No momento da construção,
considera-se a participação do usuário por autoconstrução.
E por fim, no momento da escolha, implica a oferta de va-
riações de tipologias acessíveis aos interessados.
A flexibilidade permanente é a que se adéqua à con-
cepção de uma casa processo ou casa evolutiva e envolve
uso múltiplo dos espaços (neutralidade e mutabilidade)
e alterações físicas da habitação, dentro ou fora de seu
perímetro (PAIVA, 2000).
Com este entendimento do princípio de flexibilidade,
assumida como permanente, consideramos dois critérios
para aferir a capacidade de individualização das habitações
aos diferentes grupos sociais: adaptabilidade e ampliabi-
lidade. Cada um deles desdobra-se em verificadores com
níveis de informação mais detalhadas. Temos:
Adaptabilidade – a capacidade da edificação de ajustar-
se às necessidades de seus usuários; para isso é necessário
que haja cômodos neutros e que possibilitem usos múltiplos.
Ampliabilidade – capacidade da habitação de sofrer
alterações com acréscimo de área ou não. No caso des-
sas alterações, é imprescindível avaliar a concepção e o
dimensionamento estrutural, as instalações e o desenho
da cobertura e as alternativas apresentadas em manual
dedicado ao usuário.
A verificação das questões de ampliabilidade e de adap-
tabilidade necessita de desenho para testar alternativas de
novas configurações da unidade habitacional. Para isso,
elaboramos, por meio de estudos morfológicos, um ins-
trumento que nos possibilite especular sobre os limites e
possibilidades de alteração das moradias (Figura 2.1).
Para este propósito é indispensável avaliar o sistema
estrutural da habitação, sua cobertura, os sistema de es-
gotamento sanitário e abastecimento de água e energia, as
circulações e a distribuição dos cômodos de forma que as
alterações possam ser realizadas sem riscos à estabilidade,
funcionalidade e estética da moradia.
2.2.2 funcionalidade
O segundo princípio considerado é o da funcionalidade.
A funcionalidade pode ser entendida como a especialização
dos compartimentos da casa em decorrência do atendimen-
to a atividades específicas. Deve-se ter em consideração
que essas compartimentações ocorreram ao longo de tempo
e foram consequência de valores culturais, conquistas tec-
nológicas e valores simbólicos traduzidos na espacialidade
das habitações. Como referido, a noção de privacidade,
sincrônica à de indivíduo, as noções de higiene e conforto,
as conquistas das engenharias, a produção do maquinário
doméstico contribuíram para a conformação de tipologias
de habitações ocidentais no século XIX. Basicamente, nesse
século podem-se identificar duas tipologias dominantes:
a casa burguesa e a casa operária. O que em especial as
diferencia são o número e o grau de especialização de
cômodos, suas dimensões, o nível de mecanização, entre
outros. Para essas diferenças, a casa operária foi pensada,
109em certa medida, como uma réplica da casa burguesa em
menor escala, guardando seus esquemas distributivos e
suas funções básicas à morada humana.
Para o princípio de funcionalidade consideramos dois
critérios: o programa arquitetônico e o rigor dimensional dos
ambientes da residência. O programa arquitetônico à es-
pecialização de cômodos ou ambientes para determinados
fins. Para efeito deste trabalho, consideramos os ambientes
julgados essenciais para uma habitação de interesse social,
tendo por referência os estudos de Palermo (2007) e do que
é definido pela NBR 15575 – Edificações Habitacionais:
Desempenho. Elaboramos, portanto, um rol de ambientes
considerados indispensáveis às HIS, sendo eles: ambientes
para o repouso, para o convívio social, para a preparação
de alimentos, higiene pessoal, higiene e manutenção geral,
estudos e atividades afins e para o armazenamento de
pertences diversos.
Todavia, a presença desses ambientes não garante em
si o bom desempenho da moradia. É necessário que os
espaços sejam corretamente dimensionados. Por esta razão
consideramos outro critério: o rigor dimensional. Para veri-
ficar os ambientes, são necessários estudos ergonômicos
que relacionem a eles um mobiliário mínimo, recomendado
pelo documento NBR 15575 – Edificações Habitacionais
Desempenho”, e os espaços para sua correta utilização.
Verificar se os ambientes estão corretamente dimensiona-
dos demanda experimentar as possibilidades de layout que
eles permitem. Para isso, propusemos um instrumento de
desenho apresentado como anexo à metodologia e que
servirá para responder se os ambientes são apropriados
às atividades para os quais foram propostos (Figura 2.2).
Esclarecemos que o mobiliário é padrão e os espaços de
utilização correspondem aos recomendados pela norma
mencionada (Quadros 2.1, 2.2, 2.3).quadro 2.1
Figura 2.2 - Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação
Palermo / ABNT NBR 15.575
111110 dimensões mínimas de mobiliário e circulaçãoquadro 2.2quadro F.2/ABNT – NBR 15575
sala de estar
sofá de 2 lugares com braço-
mesa de estudo
sofá de 3 lugares com braço
poltrona sem braço
poltrona com braço
poltrona sem braço
sofá de 3 lugares sem braço
estante/armário para tv
sofá de 2 lugares sem braço
mesinha de centro ou cadeira
ambiente móvel ou
equipamento
mobiliáriodimensões [m] circulação
L P
observações
prever espaço de
0,50 m na frente do
assento, para sentar,
levantar e circular
1,7 0,7
1,2 0,7
0,8 0,7
1,5 0,7
1,0 0,7
0,5 0,7
0,5 0,7
0,8 0,5 0,5 m
- - -
a largura mínima da
sala de estar deve ser
de 2,40 m.
número mínimo de
assentos determinado
pela quantidade de
habitantes da unidade,
considerando o número
de leito
1 unidade, consideran-
do o número de leito
espaço para o móvel
obrigatório
espaço para o móvel
opcional
disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de móveis/equipamentos-padrão
quadro 2.1tabela F1/ NBR 15575: Móveis e Equipamentos Padrão
atividades essenciais/cômodo móveis e equipamentos-padrão
dormir/ dormitório de casal
dormir/dormitório para uma pessoa (3º dormitório)
dormir/dormitório para duas pessoas (2º dormitório)
estar
cozinhar
alimentar/tomar refeições
fazer higiene pessoal
lavar, secar e passar roupas
estudar, ler, escrever, costurar, reparar e guardar objetos diversos
cama de casal + guarda – roupa + criado-mudo
(mínimo 1)
duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou
mesa de estudo
cama de solteiro + guarda-roupa +
criado-mudo
sofá de dois ou três lugares + armário/estante
+ poltrona
fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia +
gabinete + apoio para refeição (2 pessoas)
mesa + quatro cadeiras
lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário. no caso de la-
vabos, não é necessário o chuveiro
tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + má-
quina de lavar roupa
escrivaninha ou mesa + cadeira
113112
cama de solteiro
criado-mudo
armário
mesa de estudo
dormit.casal dormitório principal
dormit. para 2 pessoas 2º dormitório
dormit. para 1 pessoa 3º dormitório
cama de casal
criado-mudo
criado-mudo
guarda-roupa
mesa de estudo
guarda-roupa
camas de solteiro
circulação mínima
entre o mobiliário e/ou
paredes de 0,50 m
circulação mínima
entre as camas de
0,60 m. demais cir-
culações, mínimo de
0,50 m
circulação mínima
entre as camas de
0,60 m. demais cir-
culações, mínimo de
0,50 m
1,4
-
-
1,9
0,5 0,5
1,6 0,5
0,8
0,8
1,9
1,9
0,5
0,5
1,5
1,2
0,8
0,8
0,5
0,5
0,5
0,5
0,6
0,6
mínimo: 1 cama, 2
criados-mudos e 1
guarda-roupa
É permitido somente
1 criado-mudo, quando
o 2º interferir na abertu-
ra de portas do
guarda-roupa
mínimo: 2 camas, 1
criado-mudo e 1 guar-
da-roupa
mínimo: 1 cama,
1 guarda-roupa e 1
criado-mudo
espaço para o móvel
opcional
espaço para o móvel
opcional
estar/jantar
jantar/copa
copa/cozinha
cozinha
mesa redonda para 6 lugares
mesa redonda para 4 lugares
apoio para refeição
(2 pessoas).
mesa retangular para 6 lugares
mesa quadrada para 4 lugares
pia
mesa quadrada para 6 lugares
fogão
mesa retangular para 4 lugares
geladeira
armário sob a pia e gabinete
circulação mínima
de 0,75 m a partir
da borda da mesa
(espaço para afastar
a cadeira e levantar)
circulação mínima
de 0,85 m frontal à
pia, fogão e gela-
deira
ø 0,95
ø 1,2
-
-
1,0 1,0
1,2 1,2
1,2 0,8
1,2 0,8
1,2 0,5
0,55 0,6
0,7
-
-
0,7
-
-
-
-
largura mínima estar/
jantar ou jantar isolado:
2,40m
mínimo: 1 mesa para 4
pessoas. O lado menor
da mesa pode ser
encostado na parede,
desde que haja espaço
para seu afastamento,
quando de sua utiliza-
ção.
espaço opcional para
móvel
largura mínima de cozi-
nha: 1,50 m
mínimo: pia, fogão e
geladeira e armário
espaço obrigatório para
móvel
115114 disponibilidade de espaço para inclusão de novo mobiliárioquadro 2.3
mínimo exigido + criado- mudo
mínimo exigido + criado- mudo
mínimo exigido + criado- mudo
mínimo exigido + poltrona com
braço
mínimo exigido + armário
mínimo exigido + armário
+ bancada com pia
mínimo exigido + armário
mínimo exigido + mesa de
estudos
dormir/dormitório de casal
dormir/dormitório para duas
pessoas (2º dormitório)
dormir/dormitório para uma
pessoa (3º dormitório)
estar
cozinhar
alimentar/tomar refeições
fazer higiene pessoal
lavar, secar e passar roupas
estudar, ler, escrever, costurar,
reparar e guardar objetos diversos
atividades essenciais/ cômodos
dimensões mínimas
inclusão de novo
mobiliário L P
circulação mínima
exigida (m)
0,5
0,5
0,5
0,8
1,2
0,4
0,8
1,2
0,8
0,5
0,5
0,5
0,7
0,5
0,4
0,55
0,5
0,6
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,35
0,5
0,5
0,7
banheiro
área de serviço
lavatório com bancada
lavatório
box retangular
vaso sanitário (caixa acoplada)
bidê
vaso sanitário
tanque
box quadrado
máquina de lavar roupa
circulação mínima
de 0,4 m frontal ao
lavatório, vaso e
bidê
circulação mínima
de 0,50 m frontal ao
tanque e máquina
de lavar
NOTA 1. Esta Norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, dei-
xando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação
segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais
ou municipais que versam sobre dimensões mínimas dos ambientes.
NOTA 2. Em caso de adoção em projeto de móveis opcio-
nais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.
0,39
0,8
0,29
0,55
0,6 0,7
0,6 0,6
0,8 0,8
0,7 0,9
0,6 0,6
0,52 0,53
0,6 0,65
-
largura mínima do ba-
nheiro: 1,10 m, exceto
no box.
mínimo: 1 lavatório, 1
vaso e 1 box.
mínimo: 1 tanque e 1
máquina (tanque de no
mínimo
20 l).
Peça Opcional
117116
zoneamento bioclimático
brasileiro
Figura 2. 3
(NBR 15220-3)
Z1 - 00,8%
Z2 - 06,4%
Z3 - 06,5%
Z4 - 02,0%
Z5 - 05,6%
Z6 - 12,6%
Z7 - 12,6%
Z8 - 53,7%
2.2.3 habitabilidade
O princípio da habitabilidade aplicado à moradia en-
volve as questões de conforto, segurança e salubridade.
Segundo Bonduki (1998), este conceito diz respeito ao
conjunto de aspectos que interferem na qualidade de vida
e na comodidade dos moradores, bem como na satisfação
de suas necessidades físicas, psicológicas e socioculturais.
Por meio desse conceito, poder-se-iam visualizar questões
como a do conforto ambiental: luminoso, térmico, acústico
e táctil; segurança do usuário e salubridade domiciliar e do
seu entorno, que seriam as mesmas questões envolvidas
na fruição, usufruto e construção do espaço arquitetural.
O conceito de Habitabilidade da Unidade Habitacional está
associado ao conceito de ambiência, vinculado à neces-
sidade de se estar confortável em termos de: adequação
sociocultural (materiais locais em que foram feitos móveis,
utensílios e em que foram elaborados pisos, paredes e tetos)
e adequação ambiental (temperatura, ventilação, luminosi-
dade e da quantidade e qualidade do ruído inserido dentro
do espaço arquitetural).
No âmbito da presente pesquisa, selecionaram-se como
critérios mínimos derivados do princípio de habitabilidade:
a existência de instalações prediais, o conforto ambiental
e a estanqueidade à umidade.
Para as instalações hidrossanitárias, consideramos a
existência de sistemas de abastecimento de água e coleta
de esgoto, efetuados por redes públicas ou alternativas.
Nas questões de conforto, especificamente relacionadas
ao conforto térmico, ventilação e iluminação naturais quatro
documentos foram as bases para a definição do que con-
siderar na avaliação do projeto tendo em vista a obtenção
de condições espaciais favoráveis. Esses documentos são:
a ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho – Edificações
Habitacionais), o RTQ-R (Regulamento Técnico da Quali-
dade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Residenciais), a NBR 15220-3 (Desempenho Térmico de
Edificações – Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes
Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse
Social) e o Guia Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal.
No caso desse último, a referência adotada foi a obtenção
da qualificação de categoria bronze. A partir da análise
feita com os referidos documentos foram identificadas as
recomendações que devem ser seguidas para se obter
adequadas condições de conforto térmico, ventilação e
iluminação naturais.
Essas recomendações consideram desde a orientação
da edificação, os materiais que compõem as paredes e co-
berturas, a existência e ângulos mínimos de proteção solar
das aberturas, a proporção de aberturas para iluminação e
ventilação naturais e porosidade mínima da edificação para
se obter o mínimo de ventilação natural.
De acordo com a NBR 15575 e NBR 15220-3, as estraté-
gias de condicionamento térmico passivo são apresentadas
em conjunto com o Zoneamento Bioclimático Brasileiro que
compreende oito diferentes zonas (Figura AII.4).
A NBR 15220-3 define para cada zona bioclimática3
diretrizes e parâmetros de projeto relativos ao tamanho
das aberturas para ventilação, necessidade de existência
de proteção das aberturas, vedações externas (tipo de
parede externa e tipo de cobertura) bem como estratégias
de condicionamento térmico passivo.
119118
fachada Norte Brasília
fachada Sul Brasília
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
edificações residenciais
edificações residenciais
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
α
-
α
-
βd
-
βd
-
βe
-
βe
-
γd
-
γd
-
γe
-
γe
-
α
-
α
-
βd
-
βd
-
βe
30º
βe
-
γd
-
γd
-
γe
30º
γe
-
A proteção solar dos ambientes em relação à orientação
solar é uma recomendação dada pelo RTQ-R. Protetores
solares são elementos utilizados para barrar os raios solares
sem impedir a visão e a ventilação, reduzindo o excesso
de luminosidade nos ambientes internos (BITTENCOURT,
2004, p.20). Pilotto Neto (1980, p. 54) afirma que os pro-
tetores solares são elementos construtivos utilizados para
atenuar a ação dos raios solares, modificando os ângulos de
incidência de modo a permitir uma iluminação por reflexão
(IKEDA, 2012, p. 37).
As proteções solares nas fachadas podem proteger as
janelas dos ganhos térmicos solares e, ao mesmo tempo,
preservar a visibilidade celeste e reduzir o ofuscamento;
no entanto, podem diminuir os níveis de iluminação natural
internamente. Como a luz refletida pelas proteções solares é
uma fonte potencial de ofuscamento, devem ser cuidadosa-
mente localizados, para evitar o campo visual dos usuários
(BROWN; DEKAY, 2004, p. 283; IKEDA, 2012, p. 37).
Existem vários tipos de proteção solar que podem ser
utilizados em fachadas, dentre os quais pórticos, varandas,
beirais, marquises, brises, cobogós e pergolados. Os prote-
tores solares podem ser verticais (representados pelo ângulo
beta), horizontais (representados pelo ângulo alfa) e mistos
(representados pelos ângulos alfa e beta em conjunto),
podendo ser fixos ou móveis. Os protetores solares móveis
devem ser manipulados pelos usuários para serem posi-
cionados de acordo com a necessidade (BITTENCOURT,
2004; AMORIM, 2007).
Cada fachada tem uma necessidade diferente de pro-
teção solar, por isso deve-se primeiramente identificar os
azimutes (ângulos formados com a normal de cada fachada
em relação ao norte geográfico) para se propor quais os
ângulos de proteção são adequados para cada uma.
Com relação aos ângulos de proteção solar, o RTQ-R
apresenta um quadro com os ângulos mínimos que garan-
tem a proteção solar para cada fachada, considerando a
dimensão das janelas.
ângulos mínimos indicados para protetores solares para a cidade de Brasília Fonte: BRASIL, 2010
quadro 2.6transmitância térmica de paredes externas
transmitância térmica da cobertura(NBR 15220-3)
(NBR 15220-3)
A NBR 15575 e Selo Azul da CAIXA indicam qual é a correta composição das paredes e cobertura objetivando atender
à transmitância térmica4 visando ao desempenho térmico da habitação em padrões aceitáveis. De acordo com a NBR
15575, as transmitâncias das paredes e coberturas devem seguir o recomendado nos Quadros.5 e.6.
quadro 2.4
quadro 2.5
transmitância térmica (U) - W/m² . K
transmitância térmica (U) - W/m² . K
zonas 1 e 2
zonas 1 e 2
zonas 3 a 6
zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8
zonas 7 e 8
α ≤ 0,6
αa ≤ 0,6
α é a absortância à radiação solar da superfície externa da cobertura.
NOTA: O fator ventilação (FV) é estabelecido na ABNT NBR 15220-2
αa é a absortância à radiação solar da superfície externa da parede.
α ≤ 0,4α > 0,6
αa > 0,6
α > 0,4
U ≤ 2,3
U ≤ 3,7
U ≤ 2,3 FVU ≤ 1,5
U ≤ 2,5
U ≤ 1,5 FVU ≤ 2,30
U ≤ 2,5
121120 Além dos protetores solares visando ao conforto da
moradia, o RTQ-R apresenta outras recomendações pro-
jetuais que têm o mesmo fim. Dentre elas, podemos subli-
nhar o atendimento à proporção entre a área de abertura
para ventilação em relação à área do piso; a proporção de
aberturas para propiciar a ventilação natural cruzada nas
fachadas; o atendimento à porosidade5 mínima para pelo
menos duas das fachadas; o atendimento ao percentual
de abertura para iluminação natural em relação à área do
piso; adequada refletância do teto; atendimento à relação
entre a profundidade e a altura da abertura em ambientes
de permanência prolongada.
Com relação ao atendimento à proporção entre a área
de abertura para ventilação com relação à área do piso, o
RTQ-R recomenda que as unidades habitacionais devam
atender aos seguintes pré-requisitos de ventilação natural:
a) As áreas mínimas de abertura para ventilação para
ambientes de permanência prolongada e cozinhas devem
obedecer às áreas mínimas de abertura considerada a área
de piso dos ambientes.
percentual de áreas mínimas para ventilação em relação à área de piso Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013
quadro 2.7
percentual de abertura para ventilação em relação à área de piso (A)ambiente
ambientes de permanência prolongada e cozinha
ZB 1 a 6 ZB 7 ZB 8
A ≥ 8
Nota: Nas ZB 1 a 7 e nas cidades que possuam médias mensais das temperaturas mínimas abaixo de 20°C, as aberturas
para ventilação devem ser passíveis de fechamento durante o período de frio (excetuam-se as áreas de ventilação de segu-
rança como as relativas às instalações de gás).
A ≥ 5 A ≥10
fachada Leste Brasília
fachada Nordeste Brasília
fachada Noroeste Brasília
fachada Oeste Brasília
fachada Sudeste Brasília
fachada Sudoeste Brasília
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
edificações residenciais
edificações residenciais
edificações residenciais
edificações residenciais
edificações residenciais
edificações residenciais
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
área da janela > 25% área do piso
α
-
α
-
α
-
α
-
α
-
α
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βe
-
βe
-
βe
-
βe
-
βe
-
βe
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γe
-
γe
-
γe
-
γe
-
γe
-
γe
-
α
-
α
-
α
-
α
-
α
-
α
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βd
-
βe
30º
βe
30º
βe
30º
βe
-
βe
-
βe
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γd
-
γe
30º
γe
30º
γe
30º
γe
-
γe
-
γe
-
123122
2.2.4 uso sustentável de energia e água
doslavabos(50%mais1),devesergarantidoporuma
oumaisaberturasparaoexterior.Asomadasáreasde
aberturas para iluminação natural desses ambientes deve
corresponder a no mínimo 1/10 da área do piso. Para o
cômputo desta área é considerada apenas a área passível
dedesobstruçãototal,excluindocaixilhos.
Observação:Emcozinhasiluminadaspelaáreade
serviço,aaberturaparailuminaçãodaáreadeserviço
devecorresponderanomínimo1/10daáreadopiso,
considerandoasomadasáreasdepisodacozinhaeda
áreadeserviço.(RTQ-R,2012p.30,31).
Para garantir adequada iluminação natural, o RTQ-R
recomenda ainda que cada ambiente de permanência pro-
longada, cozinha e área de serviço/lavanderia deve ter re-
fletância do teto acima de 60%.
Para o atendimento à relação entre a profundidade e a
altura da abertura em ambientes de permanência prolon-
gada, o RTQ-R orienta que:
[...]aprofundidadedeambientesdepermanênciaprolongada,
cozinhaeáreadeserviço/lavanderia(50%mais1)com
iluminação natural proveniente de aberturas laterais deve ter
profundidademáximacalculadaatravésdaEquaçãoxx.Caso
existamaberturasemparedesdiferentesemummesmo
ambiente,deveráserconsideradaamenorprofundidade.
(SERVIÇOPÚBLICOFEDERAL,2010,p.105,106).
Com a apresentação destas recomendações concluímos
a indicação de algumas das principais formas de verificar
o atendimento mínimo de conforto térmico e luminoso no
projeto de unidades habitacionais.
Podemos, então, tratar de um outro critério de análise
relacionado ao princípio da habitabildade: estanqueidade
à umidade. A partir das NBR 15.575 – Edificações Habita-
cionais – Desempenho, são indicadores importantes para
a qualidade do projeto de arquitetura, considerando este
critério, a impermeabilização de componentes construtivos,
escoamento e proteção contra infiltração de água em áreas
molhadas e cobertura. Os indicadores foram desdobrados
em verificadores que podem ser observados no projeto
executivo, nos memoriais e recomendações. A título de
exemplo, podemos citar a especificação ou indicação de
barras impermeáveis em paredes, caimento de pisos de áre-
as molhadas, impermeabilização de fundações, entre outros.
Em que:
P: profundidade do ambiente (m);
ha: distância medida entre o piso e a altura máxima da
abertura para iluminação (m), excluindo caixilhos.
Seria um equívoco grosseiro não considerar os aspectos
de sustentabilidade nos empreendimentos do programa Mi-
nha Casa, Minha Vida. O conceito de sustentabilidade é muito
amplo e sua vulgarização nada contribuiu para seu esclareci-
mento. Muito pelo contrário, terminou por borrar fronteiras e
tornar os limites do termo menos nítidos. Na construção civil,
sustentabilidade abrange desde a concepção do projeto, com
as implicações de ordem espacial e técnica, a construção de
edifícios, o tratamento dos resíduos, o uso dos materiais, a
logística construtiva, o aspecto social dos trabalhadores, até
o seu ciclo de vida, manutenção e demolição. Os estudos
de Ken Yeang (2006) são referências importantes, pois eles
a seguir:
Em que:
A1: somatório das áreas efetivas de aberturas para ven-
tilação localizadas nas fachadas com maior área de abertura
para ventilação (m²);
A2: somatório das áreas efetivas de aberturas para ven-
tilação localizadas nas demais fachadas (m²).
Com relação ao atendimento à porosidade6 mínima o
RTQ-R (2012, p. 132) recomenda que:
[...] unidade habitacional de até dois pavimentos deve
comprovaraexistênciadeporosidademínimade20%
empelomenosduasfachadascomorientaçõesdistintas,
expressapelarelaçãoentreaáreaefetivadeaberturapara
ventilaçãoeaáreadafachada(averificaçãodaporosidade
é feita para cada fachada).
Para o atendimento ao percentual de abertura para
iluminação natural com relação à área do piso o RTQ-R
orienta que:
[...] o acesso à iluminação natural em ambientes de
permanência prolongada deve ser garantido por uma
oumaisaberturasparaoexterior.Asomadasáreasde
aberturas para iluminação natural desses ambientes deve
corresponder a no mínimo 1/8 da área do piso. Para o
cômputo desta área é considerada apenas a área passível
dedesobstruçãototal,excluindocaixilhos.Oacesso
àiluminaçãonaturalemcozinhas,áreasdeserviço/
lavanderiasenamaioriadosbanheiros,comexceção
O percentual de abertura para ventilação (A) é calculado
de acordo com a equação a seguir:
Em que:
A: percentual de abertura para ventilação em relação à
área de piso (%);
AA: área efetiva de abertura para ventilação (m2), sendo
que para o cálculo desta área somente são consideradas
as aberturas, as quais permitem a livre circulação do ar,
devendo ser descontadas as áreas de perfis, vidros e de
quaisquer outros obstáculos;
Ap: área de piso do ambiente (m2).
Com relação ao atendimento à proporção de aberturas
para propiciar a ventilação natural cruzada nas fachadas o
RTQ-R recomenda que:
[...]unidadehabitacionaldevepossuirventilaçãocruzada
proporcionada por sistema de aberturas compreendido
pelasaberturasexternaseinternas.Portasdeacesso
principal e de serviço não serão consideradas como
aberturas para ventilação. O projeto de ventilação natural
deve promover condições de escoamento de ar entre
asaberturaslocalizadasempelomenosduasdiferentes
fachadas (opostas ou adjacentes) e orientações da
edificação,permitindoofluxodearnecessáriopara
atender condições de conforto e higiene. As aberturas
devematenderàproporçãoindicadanaequação[...],
(RTQ-R,2012,p.29),
124
L11
L21
L12
L22
L11 = trocas energéticas externas L22 = trocas energéticas internasL12 = trocas do meio externo com o interno L21 = trocas do meio interno com o externo
(YEANG, 1999)
ilustram a complexidade que o uso do termo “sustentabili-
dade” na arquitetura pode adquirir. Para o arquiteto malaio,
o edifício deve ser concebido como ser vivo e inserido numa
matriz inspirada nas cadeias alimentares.
No processo de concepção, construção, uso e manuten-
ção do edifício e seu fim são considerados os aportes ener-
géticos que o sustentam. A matriz ao lado sintetiza a energia
necessária à construção do edifício, à sua manutenção, as
trocas que realiza com o meio em que se encontra. Esse
tipo de avaliação é de fato uma grande contribuição para as
questões ambientais. Mas considerar abordagens semelhan-
tes como condição necessária para uma boa qualidade das
construções de habitação de interesse social reprovaria toda
a experiência que até o momento se realizou no País. Por esta
razão, buscou-se um mínimo de exigência a considerar no
âmbito da metodologia de avaliação da qualidade do projeto
de arquitetura que ora se apresenta. Tomamos por documento
de referência o Guia do Selo Casa Azul.
Considerando os 53 critérios apresentados nesse docu-
mento, organizados em seis categorias, elegemos, além dos
obrigatórios, outros que podem mais facilmente ser respon-
didos pelos construtores das moradias. Ressalta-se que as
categorias referidas limitam-se àquelas que dizem respeito à
sustentabilidade do edifício, como objeto a ser construído e
nas demandas sociais que lhe são inerentes. Essas implicam
incluir os trabalhadores do canteiro de obras, assim também
como seus futuros moradores.
A água potável e a energia elétrica, recursos necessários
para a sobrevivência humana, dão suporte ao modo de vida
contemporâneo. A vida urbana, confortável e prática depende
diretamente do acesso a esses recursos. Sua produção ocorre
com grandes custos para a natureza – sua fonte original é
finita. Racionalizar o seu consumo é uma das melhores for-
mas de garantir que os recursos estarão sempre disponíveis.
Quase metade da energia elétrica consumida no País é
usada nos edifícios, seja em iluminação, seja no condiciona-
mento térmico dos ambientes ou no funcionamento de ele-
trodomésticos. Portanto, além de grandes investimentos na
melhoria da captação de água, da produção de energia, e da
educação da população urbana a respeito do uso sustentável
de recursos naturais é necessário que o projeto arquitetônico
esteja comprometido com este princípio.
Cientes dos limites do que propomos, consideramos
como princípio de avaliação o uso sustentável de recursos
naturais, restringindo-nos ao de controle do consumo de água
e energia na fase de uso das residências. Nos projetos de
habitação de interesse social, em especial, pode-se verificar a
eficiência no consumo de energia e água por meio da especi-
ficação de componentes economizadores de energia e água,
entre os quais podemos lembrar os sensores de presença, as
minuterias ou lâmpadas eficientes, medidores individuais de
gás e de água e especificação de bacias sanitárias dotadas
de sistema de descarga econômico.
Ou por meio da previsão da implementação de sistemas
alternativos economizadores de energia e recursos naturais,
como: aquecimento solar com reservatório acoplado com
volumes mínimos proporcionais à quantidade de dormitórios
da residência, coletores e reservatórios de água pluvial e
sistema de aproveitamento de águas pluviais com dispositivo
de descarte de águas iniciais, entre outros sistemas.
2.2.5 acessibilidade
O princípio da Acessibilidade baseia-se nos propósitos ex-
pressos na Norma Brasileira NBR 9050, que visa a proporcionar
“[...] à maior quantidade possível de pessoas, independente-
mente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percep-
127126 quadro síntese - qualidade do projeto arquitetônicoquadro 2.8critérios indicadoresprincípios
flexibilidade
funcionalidade
habitabilidade
uso sustentável de recursos naturais
acessibilidade
satisfação do usuário
adaptabilidade às neces-
sidades do usuário
atendimento às principais
necessidades humanas
instalações prediais
adequadas
conforto ambiental
satisfatório
eficiência de consumo
de energia e água
efetividade da concepção
de projeto
estanqueidade à
umidade
atendimento das exigências da
norma técnica brasileira nbr 9050
para o total das unidades
possibilidade de alteração de usos e expansão
existência e correto dimensionamento dos ambientes segundo a norma de
desempenho
existência de sistema domiciliar de abastecimento de água, energia elétrica e gás,
coleta de esgoto, escoamento de águas pluviais e segurança contra incêndio
adequada utilização de estratégias de condicionamento térmico passivo, orien-
tação e proteção solar de ambientes e composição dos elementos construtivos
adequado desenho e dimensionamento das aberturas e especificação de
dispositivos para ventilação e iluminação conforme RTQ-R
especificação de componentes economizadores de energia e água e medição
individualizada
adequada impermeabilização de componentes construtivos, escoamento e
proteção contra infiltração de água em áreas molhadas e cobertura
corretos dimensionamentos de elementos construtivos e sinalização
satisfação do usuário com a adequação da moradia
Satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
sistemas alternativos economizadores de energia e recursos naturais.
2.2.6 satisfação do usuário
A qualidade de projeto arquitetônico, além de responder
aos parâmetros técnicos, conceituais e legais aplicáveis, deve
igualmente considerar a Satisfação das expectativas dos usuá-
rios. Consideramos duas possibilidades para a avaliação deste
princípio. A primeira antes de a residência estar construída e a
segunda, quando estiver pronta e habitada. No primeiro caso, a
avaliação recai sobre o entendimento que o morador tem de sua
futura casa, o que pode ser aferido pelos documentos que lhe
são oferecidos, tais como cadernos informativos com desenho
facilmente legíveis de tal forma a garantir a compreensão funcional
da casa, suas possibilidades de uso e sua qualidade plástica.
No caso da segunda, com a moradia pronta, a avaliação é mais
direta e fácil, pois o morador responderá à avaliação a partir de
sua experiência de habitar a nova casa.
Ambas as circunstâncias, portanto, consideram que um prin-
cípio básico da avaliação da qualidade do projeto de arquitetura
é dado a partir do ponto de vista do usuário (GARVIN,1992).
Com base nesse princípio, a avaliação da qualidade focaliza o
produto, o usuário e a produção. Para isso são estabelecidas
combinações das dimensões de desempenho, características,
confiabilidade, conformidade, durabilidade, atendimento, estética
e qualidade percebida. A abordagem baseada no produto relacio-
na as dimensões de desempenho, características e durabilidade.
A abordagem baseada no usuário fundamenta-se na dimensão
estética e qualidade percebida. Para os objetivos da avaliação do
produto unidade habitacional são aplicáveis os focos no produto e
no usuário. No caso da metodologia proposta, consideramos que
o produto foi contemplado na avaliação dos princípios anteriores,
cabendo, portanto, considerar a avaliação por parte do usuário.
Assim, incluímos a apreciação da qualidade arquitetônica a
partir da ótica do usuário, envolvendo as dimensões da estética
e da qualidade percebida. A consulta sobre o grau de adequação
da moradia às necessidades da família e de sua beleza indica o
nível de satisfação. As necessidades da família estão relacionadas
à existência dos ambientes para o acolhimento das diferentes
atividades humanas e a particularidades relativas a hábitos e
modos de vida. A satisfação com a beleza encontra-se no âmbito
da subjetividade do usuário.
Os princípios e critérios apresentados são os que permane-
ceram na versão final da metodologia depois de ter sido posta
à prova. Com este último princípio, fechamos a metodologia de
avaliação da qualidade do projeto de arquitetura que apresenta-
mos a seguir, na forma de quadros-sínteses de razoável amplitude,
todavia, de fácil leitura.
Apresentamos a seguir a ferramenta operacional completa da
Metodologia de Avaliação da Qualidade de Projeto Arquitetônico.
ção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente,
edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos”.
Cabe frisar que para responder aos selos de qualidade da Caixa
Econômica Federal é necessário que, do total de unidades do
empreendimento, 3% respondam às exigências da NBR 9050.
Como esta norma é muito abrangente e detalhada, selecio-
nou-se o que especificamente diz respeito ao espaço arquitetô-
nico, sendo as questões relativas ao espaço urbano tratados em
capítulo próprio. O espaço arquitetônico compreende o interior
dos edifícios e os espaços de uso coletivo.
Dessa forma, para o interior da residência, consideramos
como indicador o correto dimensionamento dos elementos
construtivos, com atenção às portas, circulação, rampas, pa-
tamares, sanitários e dimensão de dormitórios.
No espaço coletivo, o indicador adotado foi a sinalização
específica, verificada em portas de sanitários e sinalização tátil
nos percursos, além de sua presença nos banheiros adaptados,
portas, rampas.
129128
verão: j) ventilação seletiva (nos
períodos quentes em que a tem-
peratura interna seja superior à
externa)
verão: h) resfriamento evaporativo
e massa térmica para resfriamento
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
habitabilidade instalações prediais ade-
quadas
conforto ambiental
satisfatório
existência de sistema domi-
ciliar de abastecimento de
água, energia elétrica e gás,
coleta de esgoto, escoa-
mento de águas pluviais e
segurança contra incêndio
adequada utilização de
estratégias de condicio-
namen-to térmico passi-
vo, orientação e proteção
solar de ambientes e
composição dos elemen-
tos construtivos
zona 4 e 6 (estratégias
de condicionamento
térmico passivo a serem
analisadas pela zona
bioclimática específica)
c) preparação de alimentos
d) higiene pessoal
e) limpeza e manutenção geral
f) estudo e atividades afins
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
rede pública de abastecimento de água
espaço de utilização *
espaço de utilização *
espaço de utilização *
espaço de utilização *
poço
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
rede pública de coleta de esgoto
sistema alternativo
altura mínima de pé-direito direito para
corredores é de 2,30 m
projeto de segurança contra incêndio
aprovado nos órgãos competentes
existência de sombre-
amento das aberturas
critérios indicadores verificadores
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
princípios
flexibilidade
funcionabi-lidade
adaptabilidade às neces-
sidades do usuário
- ver figura 2.1 adaptabili-
da-de e ampliabilidade
atendimento às principais
necessidades humanas
* ver figura 2.2 e quadros
2.1, 2.2 e 2.3
possibilidade de
alteração de usos e
expansão
existência e correto
dimensionamento
dos ambientes
segundo a norma
de desempenho
cômodos neutros
a.1) repouso dormitório do casal
a.2) repouso dormitório 2 pessoas
a.3) repouso dormitório 1 pessoa
b) convívio familiar e social
previsão de espaço de trabalho
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
mobiliário mínimo exigido pela norma *
independência entre vedação e estrutura
espaço de utilização *
espaço de utilização *
espaço de utilização *
espaço de utilização *
cobertura permite ampliação
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
ampliação sem prejuízo da iluminação e ventilação
natural dos ambientes internos
fossa e sumidouro dimensionados prevendo-se
ampliação da unidade habitacional – anexo qua-
dro de dimensionamento de fossa
previsão de novos circuitos elétricos
manual de utilização da habitação com alternati-
vas de expansão da unidade habitacional
previsão de ampliação da capacidade de armaze-
namento de água potável
2.2.6 ferramenta operacional consolidada
131130
sala de estar
quarto 1
quarto 2
cozinha
fachada 1
fachada 2
fachada 3
fachada 4
adequado desenho e dimen-
sionamento das aberturas e
especificação de dispositivos
para ventilação e iluminação
conforme RTQ-R.
anexo 3 - quadro
de desconto das
esquadrias RTQ-R
zona 4 e 6: aberturas
médias em que a≥ 7%
da área do piso
atendimento à porosi-
dade mínima de 20%
para pelo menos 2 das
fachadas (RTQ-R)
A2/A1 ≥ 0,25 em que:
A1: somatório das áreas de aberturas para ven-
tilação localizadas nas fachadas da orientação
com maior área de abertura para ventilação (m²)
A2: somatório das áreas de aberturas para
ventilação localizadas nas fachadas das demais
orientações (m²)
utilização de dispositivos especiais (como
venezianas móveis, peitoris ventilados, torres de
vento e outros), que favoreçam o desempenho da
ventilação natural, da incidência de chuvas e dos
raios solares e a manutenção da privacidade
na zona bioclimática 8, as aberturas intermediárias
(portas, rasgos, etc.) devem apresentar permeabi-
lidade em relação à circulação do ar, quer seja na
própria folha da esquadria, quer na forma de ban-
deiras móveis ou rasgos verticais. a área livre desses
componentes deve corresponder a, no mínimo, 30%
da área da abertura intermediária quando esta esti-
ver fechada e devem ser passíveis de fechamento
pelo menos 50% dos banheiros, com exceção
de lavabos, devem possuir ventilação natural.
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
atende
atende
ambientes
fachadas
zona ñ atende
ñ atende
s n
inverno: c) vedações
internas pesadas (inér-
cia térmica)
inverno: b) aque-
cimento solar da
edificação s | n | na
s | n | na
conforto ambiental
satisfatório
adequada utilização de
estratégias de condicio-
namento térmico passivo,
orientação e proteção solar
de ambientes e compo-
sição dos elementos
construtivos
zona 4 e 6 (estratégias
de condicionamento
térmico passivo a serem
analisadas pela zona
bioclimática específica)
zona 4 e 6: as aberturas dos
cômodos de permanência
prolongada (salas e dormitó-
rios) recebem insolação direta
durante o inverno.
quartos
salas
cozinha
banheiro
serviço
correta composição da parede segundo
a norma 15.575/selo casa azul caixa
ver anexo 3: quadro 3, 3.a e 4 zona 4 e
6: absortância ≤ 0,6 u ≤ 3,7 w/m2.k
absortância > 0,6 u ≤ 2,5 w/m2.k
correta composição da cobertura se-
gundo norma 15575/selo azul caixa
ver anexo 3: quadro 3.b e 5 zona 4 e 6:
absortância ≤ 0,6 u ≤ 2,3 w/m2.k
absortância > 0,6 u ≤ 1,5 w/m2.k
habitabilidade
critérios indicadores verificadoresprincípios
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
cômodos
cômodos
zonas
zonas
proteção
antende
antende
ângulo
ñ antende
ñ antende
antende ñ antende
fachada norte
fachada leste
fachada sul
fachada oeste
133132 estanqueidade a
umidade
eficiência de consu-
mo de energia e água
adequada impermeabili-
zação de componentes
construtivos, escoamento e
proteção contra infiltração
de água em áreas molha-
das e cobertura
especificação de compo-
nentes economizadores de
energia e água e medição
individualizada.
existência de impermeabilização da fundação
inclinação adequada dos telhados
estanqueidade a águas pluviais na cobertura
pingadeiras e/ou frisos nas fachadas
inclinação e pingadeira em peitoril nas janelas
sistema de medição individualizada de água
diferença de nível na soleira da porta de entrada
existência de impermeabilização do contrapiso das
áreas externas e molhadas.
existência de caimento
adequado de piso:
pisos externos => 0,5%
pisos internos => 0,5 a 1%
box chuveiro => 1 a 2%
apresentação de barras de impermeabilização em
regiões sujeitas à deposição de água
pias de cozinha e lavatórios: especificação de
rodabanca e azulejo
diferença de nível entre áreas molhadas e áreas
secas demarcadas por soleira.
cobertura em telha cerâmica: especificação de
rufos e beiral mínimo
cobertura em telha plana: especificação de rufos e
pingadeiras
especificação e detalhamento dos encontros entre
planos de telhados, calhas, rufos, pingadeiras e
esquadrias
sensores de presença, minuterias ou lâmpadas
eficientes em áreas comuns dos condomínios
medidores individuais de gás, certificados pelo
inmetro, para todas as unidades habitacionais
especificação em todos os banheiros e lavabos,
de bacia sanitária dotada de sistema de descarga
com volume nominal de seis litros e com duplo
acionamento (3/6 L)
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
uso sustentável de recursos naturais
conforto ambiental
satisfatório
habitabilidade
critérios indicadores verificadoresprincípios
adequado desenho e
dimensionamento das
aberturas e especifica-
ção de dispositivos para
ventilação e iluminação
conforme RTQ-R.
sala de estar
quarto 1
quarto 2
cozinha
a. de serviço
1 - aberturas para
iluminação natural em
ambientes de perma-
nência prolongada:
a soma das áreas de
aberturas deve corres-
ponder a, no mínimo,
1/8 da área do piso
2 - aberturas para
iluminação natural
em cozinhas, área de
serviço e lavanderias:
a soma das áreas de
aberturas deve corres-
ponder a, no mínimo,
1/10 da área do piso
refletância do teto deve
ser maior que 60%.
relação entre a profun-
didade do ambiente e a
altura da abertura: p≤ 2,6 h
p = profundida-
de do ambiente
h = altura do piso ao topo
da janela
atende
atende
atende
ambientes
ambientes
ñ atende
ñ atende
ñ atende
s | n | na
s | n | na
s | n | na
cômodos
salas
quartos
cozinha (em cozinha
integrada com área
de serviço, conside-
rar a profundidade
dos dois ambientes).
janelas: a cota do peitoril deve estar
posicionada a, no máximo, 100,cm do
piso interno, e a cota da testeira do vão
no máximo a 220 cm a partir do piso
interno
antende ñ antende
135134as barras de apoio devem ter diâmetro de
3 cm e distante a 4,5cm da parede.
dentro do box do chuveiro deverá ter um
banco de dimensões mínimas (45 x 70
cm) a uma altura de 46 cm do chão
área de manobra em 360º com raio de
150 cm
informação visual, localizada no centro da
porta ou na parede adjacente
sinalização tátil em braile ou texto em
relevo
sinalização tátil direcional em áreas de circu-
lação na ausência ou interrupção da guia de
balizamento ou da linha-guia identificável
a existência de piso tátil de alerta implantado
perpendicularmente ao sentido de deslocamento
(faixa tátil direcional), nas seguintes situações:
lavatório com barra de proteção a 80 cm
do chão
no início e término de escadas e rampas
ao longo de toda a extensão onde houver
risco de queda
existência de barras de apoio auxiliando
a utilização de pias, bacias sanitárias e
chuveiros
sanitários
sinalização
tátil nos
percursos
atendimento
às necessida-
des da família
beleza da mora-
dia quanto aos
aspectos físicos
da construção
dimensiona-
mento dos
dormitórios
portas de
sanitários
devidamente
sinalizadas
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
efetividade da con-
cepção de projeto
satisfação
do usuário
satisfação do usuário com
a adequação da moradia
satisfação do usuário com
a dimensão estética da
moradia
atende
satisfato-
riamente
atende
parcial-
mente
atende
insatisfato-
riamente
atendimento das
exigências da Norma
Técnica Brasileira
NBR 9050 para o
total das unidades
acessibilidade
critérios indicadores verificadoresprincípios
sistemas alternativos eco-
nomizadores de energia e
recursos naturais
corretos dimensionamen-
tos de elementos construti-
vos e sinalização
unidades habitacionais dotadas de sistema individual
de aquecimento solar com reservatório acoplado
vão livre mínimo de 80 cm
demarcação nítida de soleiras
largura útil entre 90 cm e 120 cm
inclinação máxima de 8,33%
largura da rampa recomendada entre
120 cm e 150 cm
maçanetas do tipo alavanca e puxador
horizontal
medida de área ideal para box de bacia
sanitária 150 L x 170 C
altura da descarga de 1,00 do seu eixo
ao piso
box chuveiro: largura mínima livre de 90
x 90 cm.área de transferência: avanço
da parede de 30 cm
comprimento do patamar no mínimo
de 150 cm
existência do prolongamento do
corrimão
Piso antiderrapante nas rampas
portas
circulação
(corredores, rampas e escadas)
rampas
portas
sanitários
casa com 1 a 2 dormitórios, reservatório do
sistema de aquecimento solar com capacidade
mínima de 200 litros
casa com 3 dormitórios, reservatório do sistema
de aquecimento solar com capacidade mínima
de 250 litros
coletores e reservatórios de água pluvial
sistema de aproveitamento de águas pluviais com
dispositivo de descarte de águas iniciais
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
s | n | na
eficiência de consu-
mo de energia e água uso sustentável de recursos naturais
137136
notas de rodapé
3. Região geográfica homogênea quanto aos elementos climáticos que interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano
de acordo com a NBR 15220-3.
4. Transmitância térmica (U) [W/(m²K)] é a transmissão de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou
componente construtivo; neste caso, dos vidros e dos componentes opacos das paredes externas e coberturas, incluindo as resistências
superficiais interna e externa, induzida pela diferença de temperatura entre dois ambientes (RTQ-R, p.13).
5. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
6. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
7. Desenhos: planta geral de implantação, planta de terraplenagem, cortes de terraplenagem, plantas de coberturas, plantas de pavimento,
cortes, elevações, plantas, cortes e elevações de ambientes especiais, detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da
edificação e de seus componentes construtivos ( portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos, revestimentos e seus encon-
tros, impermeabilização e proteções).
Textos: memorial descritivo da edificação, memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações prediais (aspectos arquitetôni-
cos), dos componentes construtivos e dos materiais de construção, memória quantitativa dos componentes construtivos e dos materiais de
construção, perspectivas (opcionais), maquetes (opcionais), fotografias etc. (opcionais), recursos audiovisuais (opcionais).
Os princípios apresentados, desdobrados em critérios,
indicadores e verificadores, foram organizados em qua-
dro-síntese objetivando a construção de um instrumento
orientador da avaliação e monitoramento da qualidade do
projeto arquitetônico. Para aplicá-lo é preciso primeiramente
que toda a documentação técnica exigida pelas Normas
Brasileiras 13531 esteja reunida e disponível para os avalia-
dores7. Para refinar o que propusemos, submetemos nosso
instrumento a testes que nos permitissem avaliá-lo. Esta
experiência demonstrou a necessidade de simplificação do
quadro, implicando a exclusão de critérios que demandariam
conhecimentos teóricos mais exigentes, como, por exemplo,
noções de topologia. Além dessa decisão, revisamos os
textos para que, de maneira mais econômica, eles pudes-
sem comunicar objetivamente seu conteúdo. A verificação
da metodologia foi, portanto, orientada pela preocupação
com sua aplicação, que possivelmente será feita pelos
agentes públicos, responsáveis pelo financiamento e gestão
das moradias. Na aplicação do quadro, os percentuais de
respostas aos verificadores SIM, NÃO ou NÃO SE APLI-
CA permitem visualizar um cenário de desempenho para
cada princípio (contabilizando seus respectivos critérios e
indicadores), apontando o grau de desempenho da con-
cepção arquitetônica. As respostas podem ser traduzidas
em gráficos simples, como os do tipo “pizza”, que depois
podem ser unidos em um único, cujo objetivo é visualizar
o desempenho global da qualidade de projeto.
Consideramos importante demonstrar o desempenho
específico de cada princípio, assim como o do conjunto
formado por eles. Vale ressaltar que os gráficos resultam
de uma soma numérica de respostas SIM, NÃO E NÃO
SE APLICA aos verificadores de cada princípio, ou seja,
o 100% de cada gráfico corresponde ao número total de
verificadores que cada princípio possui, e esse número de
verificadores pode variar de um princípio para o outro.
As sucessivas simplificações permitiram atingir um re-
sultado mais sintético. Mesmo assim, é importante ressaltar
que sua aplicação demandaria a preparação prévia de seus
executores. Isto poderia ser feito a partir de treinamentos
e cursos preparatórios que poderiam ser ministrados a
distância, ou mesmo por meio de material didático auto-
explicativo, como são exemplos os bons tutoriais. Somente
com pessoal devidamente preparado, competente para
aplicação e leitura dos resultados da metodologia proposta,
poder-se-ia vislumbrar uma alteração positiva no quadro
que hoje se desenha acerca das políticas habitacionais de
âmbito nacional.
considerações à avaliação da qualidade de projeto arquitetônico
2.3
139138 IKEDA, Débora Félix R. Análise de projeto com foco em iluminação natural: aprimoramento e validação de um método. 2012. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2012.
JOHN, Vanderley Moacyr; Prado, Racine Tadeu A. (Coord.). Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas & Letras,
2010.
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Regulamento Técnico da Qualidade – RTQ para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais. Brasília: MDIC, 2012.
PAIVA, Alexandra Luísa Severino de Almeida e. Habitação flexivel: analíse de conceitos e soluções. Lisboa: Faculdade de Arquitectura da
Universidade Técnica de Lisboa, 2002.
PALERMO, C. E. Habitação social: uma visão projetual. In: COLÓQUIO DE PESQUISAS EM HABITAÇÃO “COORDENAÇÃO MODULAR E
MUTABILIDADE”, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: EAUFMG, abr. 2007. Disponivel em: <http:/www.arq.ufmg.br/mom/coloquio-
mom/>. Acesso em: 17 abr. 2013.
PILLOTO NETO, Egydio. Cor e iluminação nos ambientes de trabalho. São Paulo: Liv. Ciência e Tecnologia,1980.
RIBCZYNKI, Witold. Casa: pequena história de uma ideia. Tradução de Betina von Staa. Rio de Janeiro: Record, 1996
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia – INMETRO Portaria n.º 449 , de 3 de outubro de 2014.
YEANG, Ken. Proyectar com la naturaleza. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.
listas de figuras e quadros
referências
Figura 2.1 Adaptabilidade e Ampliabilidade
Figura 2.2 Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação
Figura 2. 3 Zoneamento bioclimático brasileiro (NBR 15220-3)
Quadro 2.1 Disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de móveis/equipamentos-padrão (Tabela F1/ NBR 15575)
Quadro 2. 2 Dimensões mínimas de mobiliário e circulação (Quadro F.2/ABNT – NBR 15575)
Quadro 2. 3 Disponibilidade de Espaço para Inclusão de Novo Mobiliário
Quadro 2. 4 Transmitância térmica da cobertura (NBR 15220-3)
Quadro 2. 5 Transmitância térmica de paredes externas NBR 15220-3)
Quadro 2. 6 Ângulos mínimos indicados para protetores solares para a cidade de Brasília (Fonte: BRASIL, 2010)
Quadro 2. 7 Percentual de áreas mínimas para ventilação em relação à área de piso (Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013)
Quadro 2. 8 Quadro Síntese - Qualidade do Projeto Arquitetônico
p.105
p.106
p.115
p.108
p.109
p.113
p.116
p.116
p.117
p.119
p.125
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220-3. Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático
brasileiro e estratégias de condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575. Edificações habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
AMORIM, Cláudia Naves David. Paranoá: Cadernos em Arquitetura e Urbanismo 3. (número temático Luz Natural). Brasília: PPG/FAU, UnB,
2007.
BITTENCOURT, Leonardo. Uso das cartas solares: diretrizes para arquitetos. Maceió: EdufaL, 2004.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Fapesp,
1998.
BROWN, G. Z.; DEKAY, Mark. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Tradução de Alexandre Ferreira da Silva. Porto Ale-
gre: Bookman, 2004.
GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva, Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.
qualidade construtiva
Márcio Buson
Vanda A. G. Zanoni3
142
Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo de vida do empreendimento, de forma contínua,
integrada e sistematizada
fase 1agentes institucionais
fase 3usuários
fase 2agentes empresariais
etapa 1
etapa 7
etapa 3
etapa 5
políticas habitacionais
uso, operação e manutenção (pós ocupação)
planejamento e concepção
instrumentos das políticas habitacionais: planos, programas, ações e atividades
final da vida útil do projeto
projetos
produção
entrega do produto
etapa 2
etapa 8
etapa 4
etapa 6
figura 3.1 Sistematização das fases e etapas dos ciclos avaliativos
A metodologia de monitoramento e avaliação da qua-
lidade construtiva, aqui apresentada, é resultado de uma
série de etapas cumpridas ao longo dos processos de con-
cepção, desenvolvimento, aplicação piloto e consolidação
da metodologia, como uma ferramenta concebida para
ser capaz de avaliar a qualidade construtiva, na fase de
uso, das unidades habitacionais produzidas por meio do
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), em todo o
território nacional.
Os empreendimentos de habitação de interesse social
apresentam grande variabilidade, tanto no processo de
produção como nos produtos. Vários pesquisadores, entre
eles Formoso et al. (2003), Formoso e Ino (2003), Picchi
(1993), Souza e Abiko (1997), Ioshimoto (1998), Barros Neto
(1999), Sabbatini (2003), Fiess et al. (2004), Bartz (2007),
Richter (2007), Zanoni e Basso (2007, 2009), Berr e Formo-
so (2012), Balbim et al. (2012), Thomaz e Del Mar (2013),
discutem aspectos da complexidade da cadeia produtiva
da construção e da diversidade dos contextos regionais e
locais, a grande incidência de manifestações patológicas, a
ausência ou deficiência de mecanismos sistematizados para
monitoramento e avaliação da qualidade construtiva, nas
diversas fases e etapas do ciclo de vida do empreendimento.
Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo de
vida do empreendimento, de forma contínua, integrada e
sistematizada (Figura 3.1), retroalimentando o processo de
melhoria da qualidade construtiva nas diversas esferas de
responsabilidade (institucional, empresarial e do usuário).
A metodologia proposta, neste capítulo, enquadra-se
no desenvolvimento de uma ferramenta que visa avaliar
o produto na escala da unidade habitacional, na etapa de
uso, operação e manutenção (Etapa 7 da Figura 3.1), sem,
no entanto, deixar de considerar aspectos das etapas an-
teriores e posterior.
O objetivo é avaliar o produto na fase de uso, isto é,
avaliar a qualidade da produção habitacional após certo
período de vida útil em serviço. Sugere-se que a avaliação
seja realizada entre dois e cinco anos de uso da unidade
habitacional, ainda dentro dos prazos de garantia legal.
O período proposto para a realização das avaliações,
por meio de vistorias, na fase pós-ocupação, atende às
exigências da NBR 15575-1 quanto aos prazos mínimos
decorridos para as avaliações de campo: “Do ponto de
vista da durabilidade, as avaliações de campo só devem
introdução3.1
145144
fundamentação conceitual 3.2
A qualidade construtiva pode ser entendida como a
ausência de defeitos, a conformidade com os requisitos (es-
pecificações) e a adequação ao uso. A ausência de defeitos
e o atendimento aos requisitos estabelecidos junto ao cliente
podem ter um impacto positivo em termos de diminuição
dos custos e redução no número de reclamações, aumen-
tando a satisfação dos usuários. A adequação ao uso mostra
que as necessidades e as expectativas dos clientes foram
atendidas, gerando satisfação (JURAN; GODFREY, 1998).
Para Garvin (1992) a qualidade é obtida quando são
preenchidos os seguintes quesitos: desempenho, carac-
terísticas especificadas, durabilidade, atendimento aos
requisitos, estética, qualidade percebida, conformidade e
confiabilidade. Para Arditi e Gunaydin (1999), o atendimento
aos requisitos deve satisfazer as expectativas do usuário, os
atributos e especificações dos projetos, dos construtores e
das exigências legais.
Considera-se que a população atendida pelos progra-
mas de interesse social, principalmente da faixa 1, possui
baixa capacidade de se posicionar em relação às dimensões
da qualidade, porque dispõe de pouca referência ou expe-
riência vivenciada quanto à qualidade de uma construção.
Parte da produção habitacional de interesse social atende
ser aceitas se a construção ou instalação tiver ocorrido há
pelo menos dois anos” (ABNT, 2013).
A concepção desta metodologia foi fundamentada no
conjunto de normas brasileiras, principalmente, no conjunto
de normas NBR 15575 – Edifícios Habitacionais – Desempe-
nho (ABNT, 2013). As normas de desempenho constituem-
se, no estágio atual, na mais importante base referencial
de critérios para a qualidade construtiva na produção ha-
bitacional brasileira. Visto que as normas de desempenho
reportam-se às outras normas brasileiras, por vinculação,
considera-se que as normas citadas também integram a
base referencial para a avaliação da qualidade construtiva.
Os princípios, critérios, indicadores e verificadores se-
lecionados para compor esta metodologia de avaliação e
monitoramento foram baseados em referenciais consagra-
dos na área da qualidade construtiva, entre eles Formoso e
Ino (2003), Ornstein e Romero (1992), Formoso et al. (2003),
Picchi (1993), Wood Jr. e Urdan (1994), Souza e Abiko (1997),
Juran e Godfrey (1998), Arditi e Gunaydin (1999), Abiko e
Ornstein (2002), Roméro e Ornstein (2003), IEE/PUCSP
(2006), Mitidieri, Cleto e Weber (2007), Bartz (2007), Richter
(2007), Berr e Formoso (2012), Brasil (2004, 2014), Thomaz
e Del Mar (2013).
Este capítulo foi estruturado de forma a apresentar as
principais partes que constituem uma metodologia, a saber:
princípios, critérios de análise, indicadores e seus verifi-
cadores, meios de verificação, instrumentos de coleta de
dados, procedimentos e critérios de avaliação dos dados
e forma de apresentação dos resultados.
146 a avaliação da produção habitacional deve ser
um mecanismo de proteção ao consumidor e de monitoramento das
construtoras
a uma população oriunda de áreas de extrema precarieda-
de do habitat, em condições inadequadas de salubridade
ambiental, oriunda de áreas de risco ou de irregularidade
urbanística, além de baixo nível de instrução. Assim, no
que tange à qualidade, essas populações exercitam baixo
nível de exigência, pois não possuem experiência anterior
ou conhecimento tácito para avaliar comparativamente o
produto adquirido. Por isso, a metodologia apresentada
neste trabalho está ancorada na avaliação dos resultados do
produto final, na fase de pós-ocupação, quando se verifica
o efetivo atendimento das necessidades dos usuários na
fase de uso, buscando tutelar uma população que apresenta
fragilidade na defesa das garantias de seus direitos.
Historicamente, as trincas e a umidade estão entre as
principais patologias que ocorrem nas habitações de in-
teresse social. No entanto, com a entrada dos sistemas
construtivos inovadores devem-se avaliar outras ocorrên-
cias, além das trincas e umidade.
Considerando a falta de histórico de manutenção para os
sistemas inovadores, os desembolsos financeiros requeridos
para pagar os gastos com as operações e manutenções
preventivas das edificações devem ser de conhecimento
dos intervenientes e devem ser explicitados nos contratos e
outros documentos técnicos. As operações e manutenções
preventivas geram custos que não são do conhecimento
do usuário quando da escolha e aquisição do imóvel. Esse
equacionamento entre os custos de venda e os custos de
manutenção e operação exigidas pelo imóvel compõe o
custo global da edificação e deve ser declarado para que
o comprador possa fazer escolhas conscientes ao adquirir
a sua casa própria.
A fase de uso, operação e manutenção envolve direta-
mente o usuário que passa a ter responsabilidades sobre
as condições de ocupação e de manutenção preventiva
e corretiva da unidade habitacional, a serem realizadas
ao longo da vida útil da edificação, para conservar a sua
capacidade funcional e de seus sistemas constituintes, de
forma a garantir o tempo de vida útil previsto em projeto. A
adequação ao uso, assim como as demandas por manuten-
ção, está diretamente relacionada à qualidade construtiva.
A qualidade construtiva dos empreendimentos de inte-
resse social e de suas unidades habitacionais começa a ser
delineada quando são estabelecidas, no âmbito da esfera
pública, as Políticas Habitacionais, seus programas, ações
e instrumentos, que resultam em produtos habitacionais.
Esta fase caracteriza-se pela determinação dos condicio-
nantes institucionais. Trata-se dos requerimentos indutores
da qualidade construtiva da fase subsequente, que ocorre
sob a responsabilidade e interesses dos empreendedores.
Portanto, a qualidade construtiva não depende somente dos
agentes empresariais, mas também das decisões tomadas
pelos agentes institucionais.
No âmbito local e na escala do empreendimento, as
etapas de planejamento, concepção do produto, elaboração
de projetos, processo de produção e entrega do produ-
to resultam em produtos de maior qualidade construtiva
na medida em que os empreendedores (incorporadoras
e construtoras) sejam aderentes aos compromissos com
a sistematização e controle de cada etapa do processo,
buscando a efetividade e a melhoria contínua por meio da
retroalimentação baseada na avaliação e monitoramento da
sua produção. A rigor, essas fases caracterizam-se pelos
condicionantes econômicos e financeiros que exercem forte
influência nas decisões sobre o empreendimento. Portanto,
a qualidade construtiva depende de uma maior exigência
no cumprimento das obrigações e responsabilidades ine-
rentes aos construtores e incorporadores durante o prazo
de garantia legal e ao longo da vida útil do imóvel.
149148
princípios, critérios, indicadores e verificadores da qualidade construtiva
3.3
Neste item são descritos os princípios e os critérios de
análise a serem considerados na avaliação dos indicadores
e seus verificadores. Para cada princípio são estabelecidos
os critérios de análise que norteiam as observações e as
avaliações da qualidade construtiva. No Quadro 3.1 são
apresentados os indicadores e seus respectivos verifica-
dores, e no Quadro 3.2 os meios de verificação e os instru-
mentos de coleta de dados adotados para a metodologia.
3.3.1 segurança da unidade habitacional
Independente do sistema estrutural ou dos materiais
constituintes a unidade habitacional deve apresentar esta-
bilidade e segurança da construção frente às cargas gra-
vitacionais, à ação do vento, ações decorrentes do uso e
ocupação do imóvel ou outras condições de exposição,
apresentando durabilidade prevista de acordo com a vida útil
de projeto, desde que as condições de uso e manutenção
Os indicadores selecionados para compor esta meto-
dologia de avaliação da qualidade construtiva foram pen-
sados com o propósito de servir como referência para a
retroalimentação das políticas e ações visando à melhoria
da produção de habitação de interesse social no país.
Normalmente, os indicadores de desempenho para as
etapas de planejamento, concepção de projeto e constru-
ção do empreendimento são contemplados amplamente
pelos mecanismos dos sistemas de gestão da qualidade
que operam nas fases que antecedem a entrega do em-
preendimento.
Na etapa pós-entrega da unidade habitacional, cabe
aos usuários exigir o atendimento às ocorrências (falhas ou
danos), fazendo cumprir os aspectos legais dos prazos de
garantia. A solução ágil das ocorrências depende da efeti-
vidade dos mecanismos relacionados à assistência técnica
da construtora e do compromisso empresarial em cumprir
as suas responsabilidades. Caso a assistência técnica não
seja tratada como prioridade na política da empresa, o
consumidor fica desprotegido.
Por isso, a avaliação da produção habitacional deve
ser um mecanismo de proteção ao consumidor e de mo-
nitoramento das construtoras quanto ao atendimento às
demandas de assistência técnica na fase pós-ocupação.
Deve ser de interesse empresarial atender às solicitações
ou reclamações do consumidor, preservando assim a sua
imagem e as relações legais e contratuais com os agentes
promotores.
Os indicadores selecionados para esta metodologia
são sinalizadores de processo, portanto, o objetivo não é
o rigor técnico da medição, considerando que os critérios
de avaliação possuem muitos aspectos subjetivos para a
avaliação.
Esta proposta de metodologia para avaliação e moni-
toramento da qualidade construtiva não substitui, em ne-
nhum momento, os procedimentos obrigatórios de Inspeção
Predial padronizados pelas normas brasileiras como uma
exigência a ser cumprida pelos usuários. Os resultados
das avaliações da qualidade construtiva não devem ser
usados como justificativa da ausência ou suspensão dos
procedimentos padronizados de Inspeção Predial para ma-
nutenção das edificações que são obrigações normativas
dos proprietários e síndicos.
151150 necessidades de seus moradores. As intervenções, quando
efetuadas, devem garantir as características e integridade
da habitação original.
A falta de adequação da unidade habitacional quanto
aos aspectos funcionais relacionados à construção pode
ser observada quando ocorrem:
a) Substituição de materiais, componentes ou elemen-
tos para melhor atender aos padrões e às necessidades
da família;
b) Adaptações de materiais, componentes ou elemen-
tos para melhor atender aos padrões e às necessidades
da família (colocação de piso, instalações de sistemas de
comunicação, dispositivos de segurança, colocação de
grades de proteção);
c) Modificações, extensões ou adaptações no sistema ou
dispositivos elétricos ou dispositivos hidrossanitários para
melhor adequação às necessidades da família;
d) Reformas: modificações internas sem acréscimo de
área para melhor adequação às necessidades da família;
e) Ampliações: reformas com acréscimo de área para
ampliar a unidade habitacional acrescentando novos am-
bientes ou aumentando os existentes.
3.3.3 sustentabilidade construtiva
Expressa pela durabilidade, manutenibilidade e adequa-
ção ambiental, a sustentabilidade construtiva deve promover
o equilíbrio entre os aspectos técnicos, econômicos, sociais
e de preservação ambiental, em todo o ciclo produtivo.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Durabilidade: a unidade habita-
cional deve apresentar estado satisfatório de desempenho e
conservação de acordo com a vida útil de projeto e com as
funções esperadas. As medidas quantitativas da durabilidade
são a vida útil e a manutenção das edificações. A durabilidade
como expressão qualitativa da vida útil é representada por:
a) Estado de conservação compatível com a vida útil de
projeto;
b) Ausência de patologias (ausência de não conformi-
dades que se manifestam no produto em função de falhas
no projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na
montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas
que não decorram do envelhecimento natural) de acordo com
a NBR 15575-1 (2013);
c) Ausência de obsolescência funcional, de partes ou do
todo, decorrente de estado insatisfatório de desempenho;
d) Sistemas construtivos cujos materiais, componentes e
elementos são compatíveis com as condições de exposição;
e) Sistemas construtivos com detalhes construtivos, so-
luções construtivas e dispositivos adequados para assegurar
a vida útil de projeto;
f) Condições ambientais sem alterações que afetem a vida
útil de projeto, tais como mudanças do microclima, níveis de
poluição no local, mudanças no entorno ao longo do tempo
(trânsito de veículos, rebaixamento do nível do lençol freático,
obras de infraestrutura, expansão urbana etc.).
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Manutenibilidade: a manutenção
é uma das expressões quantitativas da durabilidade e depen-
de da manutenibilidade, ou seja, do grau de facilidade de um
sistema, elemento ou componente ser mantido ou recolocado
no estado no qual possa executar suas funções requeridas,
sob condições de uso especificadas, quando a manutenção
é executada de acordo com as recomendações do Manual
do Proprietário. A manutenibilidade é representada por:
a) Facilidade em realizar as inspeções prediais bem como
as intervenções de manutenção previstas no Manual do
Proprietário;
b) Facilidade de substituição ou reposição de componen-
especificadas sejam atendidas.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Segurança estrutural: a uni-
dade habitacional não deve apresentar danos que compro-
metem a sua integridade estrutural, tais como:
a) Perda de estabilidade ou ruína no todo ou em qualquer
uma de suas partes estruturantes;
b) Presença de fissuras decorrentes de afundamentos
ou recalques de fundação;
c) Presença de fissuras excessivas em elementos estru-
turais, de vedação, entre os elementos de vedação ou entre
os elementos de vedação e a estrutura que se configuram
como resultado de estados inaceitáveis de deslocamentos,
deformações, impactos ou vibrações;
d) Dificuldade de operação, funcionamento ou manuseio
das esquadrias ou de outros componentes, elementos ou
subsistemas da edificação decorrente das deformações
estruturais;
e) Interações não previstas entre a edificação e o solo,
que podem provocar recalques de fundação, presença de
afundamento ou trincas no sistema de piso no nível do solo;
f) Presença de abaulamentos, descolamentos, empe-
namentos ou flechas excessivas em componentes ou ele-
mentos estruturais ou de vedação;
g) Situação de sobrecarga em lajes, tetos ou parede
ocasionada por mau uso ou mudança de uso ou função,
inclusive aquelas ocasionadas por reformas inadequadas
que geram cargas não previstas em elementos estruturais
ou de vedação.
3.3.2 habitabilidade
A habitabilidade da unidade habitacional é uma condição
necessária para garantir a saúde, a integridade física das
pessoas assim como a durabilidade do bem imóvel. As
condições de habitabilidade melhoram a qualidade de vida
fortalecendo a dignidade dos moradores e as relações de
pertencimento e propriedade necessárias para a valorização
e conservação do bem imóvel.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Estanqueidade: a unidade ha-
bitacional não deve apresentar umidade ou outros defeitos
relacionados com a perda da estanqueidade.
O comprometimento da estanqueidade é representado
por:
a) Presença de manchas, eflorescência, corrosão, apo-
drecimento, mofo ou bolor, empolamento ou descascamento
no revestimento ou pintura decorrentes da umidade;
b) Gotejamento ou escorrimento de água por vazamen-
tos decorrentes de rompimento, desencaixe ou falhas nas
ligações das instalações;
c) Infiltração por falhas nos sistemas de impermeabi-
lização;
d) Umedecimento da edificação por falhas nos sistemas
de drenagem responsáveis pelo afastamento das águas
de chuva;
e) Falhas de vedação nas interfaces ou ligações entre
os diversos elementos ou componentes da construção;
f) Infiltrações ou vazamentos por falhas ou ausência de
detalhes construtivos que assegurem a estanqueidade de
partes do edifício, interfaces e juntas entre componentes
(pingadeiras, rufos, selantes, etc.);
g) Gotejamento ou escorrimento de água decorrente de
infiltração da água de chuva pelas fachadas e seus com-
ponentes.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Funcionalidade: as unida-
des habitacionais e os ambientes de uso coletivo (áreas
condominiais) devem apresentar condições construtivas
adequadas para o uso e manutenção de acordo com as
153tes, elementos ou sistemas mantendo as mesmas caracte-
rísticas estéticas e de desempenho da habitação original;
c) Facilidade de acesso para manutenção, considerando
acessos às instalações prediais, aos telhados, áticos, lajes
de cobertura ou quaisquer partes elevadas da construção;
d) Procedimentos de execução das manutenções com-
patíveis com as especificações, quantificações, instruções
técnicas e respectivos custos de desembolso financeiro,
todos previstos no Manual do Proprietário;
e) Adequação ao uso e função com base nas condições
satisfatórias de manutenções realizadas sobre condições
determinadas, procedimentos e meios prescritos;
f) Cumprimento das exigências normativas quanto à rea-
lização das inspeções prediais elaboradas por profissionais
habilitados e devidamente preparados, como ferramenta que
propicia uma avaliação sistêmica da edificação, facilitando
assim as manutenções preventivas, visto que classifica as
não conformidades constatadas na edificação quanto a sua
origem, grau de risco e indica orientações técnicas neces-
sárias à melhoria da manutenção dos sistemas e elementos
construtivos.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ambiental: as unida-
des habitacionais devem ser produzidas e usadas de forma
a minimizar alterações adversas no meio ambiente. Essas
condições são representadas por:
a) Ausência de alterações no ambiente local decorrentes
de desconfinamento do solo, além de outros riscos similares
decorrentes da implantação e das formas de uso e operação
da unidade habitacional (individual ou coletiva) na escala
do lote;
b) Ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto,
vazamentos ou lançamentos indevidos de águas servidas
provenientes dos sistemas hidrossanitários, evitando a con-
taminação do ambiente local.
3.3.4 responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
Os empreendedores de habitação de interesse social
devem ter o compromisso com a qualidade construtiva,
traduzida na incessante busca pela elevação do patamar
de excelência na construção civil e pelo empenho pela
adequação ambiental.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Compromisso com a qualidade
construtiva: o compromisso com a qualidade construtiva
requer responsabilidades quanto aos aspectos técnicos,
organizacionais, legais, normativos e socioambientais. Essas
condições são representadas por:
a) Cumprimento dos termos e prazos de garantia;
b) Adoção de Planos de Seguro;
c) Procedimentos sistematizados para entrega da unida-
de habitacional, acolhimento das reclamações do usuário
e registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e
corretivas) realizados pós-venda por meio dos Serviços de
Assistência Técnica ao usuário;
d) Fornecimento do Manual do Proprietário com infor-
mação sobre itens de manutenção e a periodicidade das
manutenções, formas de realização (técnicas, processos,
equipamentos, materiais etc.) e forma de registro das ins-
peções prediais;
e) Fornecimento de Planos de Manutenção com previ-
são quantitativa de todos os materiais necessários para as
diferentes modalidades de manutenção e a estimativa do
desembolso financeiro para pagar os respectivos gastos;
f) Recomendações gerais para reforma e ampliações,
inclusive sobre prevenção de danos, situações de sobre-
cargas não previstas no projeto estrutural, abertura de vãos
de portas ou janelas em paredes estruturais, perfuração de
peças estruturais para passagem de dutos, entre outros;
a sustentabilidade construtiva deve promover o equilíbrio entre os aspectos técnicos, econômicos, sociais e de preservação ambiental, em todo o ciclo produtivo
155154 a sua influência no nível de satisfação quanto à qualidade
construtiva;
b) Cuidados com a limpeza, conservação e reparo da
unidade habitacional e do conjunto habitacional como um
todo como uma forma de reconhecimento do valor do bem
imóvel e dos significados da casa como morada.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Inserção dos moradores no
contexto do empreendimento. Uma das condições neces-
sárias para concretizar a efetividade do programa habi-
tacional e dos investimentos públicos no atendimento às
necessidades e expectativas da população-alvo é a inserção
dos moradores no contexto urbano e social gerado pelo
empreendimento e, em uma escala ampliada, no bairro
onde está localizada a intervenção.
a) A satisfação com o lugar e a intenção de permanência
são condições necessárias para a fixação da família à casa
e contribuem com a valorização do imóvel na medida em
que estimulam a sua conservação.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Aspectos relacionados à manu-
tenção: a qualidade construtiva é percebida pelo usuário por
demandar menos manutenção. As ações de manutenção
exigem dupla responsabilidade: do usuário e dos constru-
tores. Essas condições são representadas por:
a) Disponibilidade e facilidade de obtenção de informa-
ções necessárias para as ações de manutenção contidas
nos projetos e Manual do Proprietário;
b) Plano de manutenção com informações referentes às
manutenções a serem realizadas e seus prazos;
c) Cumprimento pelos construtores dos prazos de ga-
rantia legais;
d) Efetividade da assistência técnica quanto ao atendi-
mento às solicitações de manutenção feitas pelo usuário;
e) Efetividade das ações de manutenção feitas tanto pela
construtora como aquelas realizadas pelo usuário.
lidando a permanência no lugar, o desenvolvimento local e
a convivência harmônica da comunidade local.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ao uso: a qualidade
construtiva é percebida pelos usuários por atender melhor
aos seus desejos e necessidades e corresponde às prefe-
rências e modos de vida dos moradores com base na sua
experiência vivenciada e nos seus valores. A adequação
ao uso mostra que as necessidades e as expectativas dos
usuários foram atendidas, gerando satisfação. Essas con-
dições são representadas por:
a) Satisfação quanto à qualidade construtiva das prin-
cipais partes ou subsistemas da edificação percebida por
corresponder ao desempenho no uso ou operação. As
principais partes ou subsistemas da edificação, aqui con-
sideradas, são: telhado ou cobertura, teto (lajes ou forros),
paredes, pisos internos, áreas externas (quintal, calçadas,
muros, áreas condominiais), esquadrias (portas e janelas),
instalações elétricas (fiação e peças elétricas), instalações
hidráulicas (tubulação de água, louças e metais), instalações
sanitárias (tubulação e esgoto, sistemas de fossa, caixas
de inspeção), partes externas da edificação ou das áreas
condominiais (quintais, calçadas, acessos, muros, equipa-
mentos coletivos etc.);
b) Satisfação quanto à qualidade construtiva em virtude
da ausência de problemas ou defeitos que comprometem o
desempenho ou a durabilidade dos materiais, componentes
e elementos.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Dimensão estética: a satisfação
com a dimensão estética do bem imóvel reflete o bem-estar
do indivíduo e, consequentemente, as relações afetivas e
sociais no âmbito da família e da comunidade. Esta condição
é representada por:
a) Correspondência da dimensão estética com os valo-
res da família e suas referências anteriores, considerando
g) Existência e disponibilidade de projetos completos
e outros documentos técnicos, incluindo os mecanismos
institucionais que facilitam o acesso a projetos, documen-
tação técnica e assistência técnica ao usuário;
h) Declaração do Custo Global como resultado da soma
das parcelas Custo de Venda + Custo de Manutenção e
Operação;
i) Fornecimento da composição dos Custos de Operação
e Manutenção Preventiva;
j) Adesão às normas técnicas;
k) Adoção de documentos de referência que fundamen-
tam a excelência construtiva;
l) Cumprimento integral dos projetos na execução da
obra considerando que os projetos cumprem integralmente
as normas nacionais;
m) Adoção de sistemas gerenciais que visem à saúde e
à segurança dos trabalhadores;
n) Adesão aos Sistemas da Qualidade ou outros sistemas
gerenciais que visem à diminuição das não conformidades
pela incessante busca pela melhoria contínua;
o) Cumprimento dos requisitos relacionados à seleção,
especificação e certificação dos materiais de acordo com
as exigências normativas e legais para as condições de
exposição encontrada;
p) Aquisição de materiais, componentes e equipamentos
cujos inventários de ciclo de vida de produtos são fornecidos
pelos fabricantes;
q) Especificação de insumos que causem menor de-
gradação ambiental, menor consumo de água, de energia
e de matérias-primas, desde as fases de exploração dos
recursos naturais à sua utilização final;
r) Utilização de madeiras cuja origem possa ser com-
provada mediante apresentação de certificação legal ou
sejam provenientes de plano de manejo aprovado pelos
órgãos ambientais;
s) Aquisição de materiais, componentes, elementos e
equipamentos cuja declaração de vida útil é fornecida pelos
fabricantes e compatíveis com a vida útil de projeto;
t) Utilização de produtos certificados pelo Programa Bra-
sileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H);
u) Adoção de sistemas de gestão e organização do
canteiro de obra e logística com implantação de sistema de
gestão de resíduos no canteiro de obras, de forma a mini-
mizar sua geração e possibilitar a segregação de maneira
adequada para facilitar o reuso, a reciclagem ou a disposição
final em locais específicos;
v) Adoção de sistemas construtivos e processos produti-
vos racionalizados ou industrializados que indiquem a busca
pelo aumento da produtividade decorrente da elevação
do grau de inovação, racionalização e industrialização do
sistema de produção;
w) Aperfeiçoamento de seus produtos por meio da in-
trodução de inovações para o aumento da produtividade;
x) Equipe técnica com qualificação profissional e expe-
riência comprovada e atualizada para o projeto, execução
e fiscalização, de acordo com o tipo de empreendimento;
y) Adoção sistemática e frequente de programas de
qualificação técnica e capacitação/treinamento das equipes
de mão de obra.
3.3.5 satisfação do usuário com a qualidade construtiva
A qualidade construtiva, além de entender aos parâme-
tros técnicos e legais, deve corresponder às expectativas
dos usuários que, satisfeitos nas suas necessidades e de-
sejos, buscam conservar e valorizar o bem imóvel, conso-
a qualidade construtiva, além de atender aos parâmetros técnicos e legais, deve corresponder às expectativas dos usuários
157quadro 3.1 quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e meios de verificação da qualidade construtiva
indicador 1.1.1
indicador 1.1.2
presença de trincas
presença de deformações
meio de verificação
meio de verificação
verificador 1.1.1.1
verificador1.1.2.1
verificador 1.1.1.2
verificador 1.1.2.2
verificador 1.1.1.3verificador 1.1.1.4verificador 1.1.1.5
presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares, vigas,
lajes, escadas e rampas
ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos
estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas
presença de fissuras em elementos de vedação vertical com função
estrutural
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, desco-
lamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de
vedação com função estrutural
presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem função
estrutural
presença de fissuras em sistemas de piso
presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/ou
vedação
vistoria
vistoria
princípio 1 - segurança da unidade habitacional
critério de análise 1.1 – segurança estrutural
verificador 1.1.2.3
verificador 1.1.2.4
verificador 1.1.2.5
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, desco-
lamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de
vedação sem função estrutural
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descola-
mentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou forros
ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre o solo
159158 verificador 2.2.1.5
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas elétricos
indicador 2.2.2 reforma da unidade habitacional meio de verificaçãoverificador 2.2.2.1
verificador 2.2.3.1
verificador 2.2.2.2
verificador 2.2.2.3
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
unidade habitacional, mas com alterações em elementos estruturais
acréscimo de área da unidade habitacional original
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais
adaptação da habitação para adequação aos padrões ou neces-
sidades da família (colocação de pisos, grades, muros, calçadas,
suportes etc.)
vistoria
vistoria
vistoria
indicador 2.2.3 ampliação da unidade habitacional meio de verificação
verificador 2.2.4.1
adequação das intervenções efetuadas de acordo com os padrões
mínimos da construção original (substituições, reformas ou acréscimos)
indicador 2.2.4 adequação das intervenções efetuadas meio de verificação
indicador 3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
meio de verificação
verificador 3.1.1.1
verificador 3.1.1.2
verificador 3.1.1.3
estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, revestimento
e pintura das paredes de fachada; esquadrias externas; impermeabi-
lizações e proteções do sistema de fachada)
estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus siste-
mas de impermeabilização
estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal
e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação,
revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos, inclusive
seus sistemas de impermeabilização e proteção).
vistoria
princípio 3 - sustentabilidade construtiva
critério de análise 3.1 – durabilidade
indicador 2.1.1 presença de umidade meio de verificaçãoverificador 2.1.1.1
verificador 2.1.1.2
verificador 2.1.1.3
verificador 2.1.1.4
presença de umidade ascendente (do solo)
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela fachada
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela cobertura
ou telhado
presença de umidade por vazamentos de instalações hidrossanitárias
vistoria
vistoria
princípio 2 - habitabilidade
critério de análise 2.1 – estanqueidade
verificador 2.1.1.5verificador 2.1.1.6verificador 2.1.1.7
presença de umidade de condensação
presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou
manutenção
presença de umidade decorrente das condições inadequadas de
escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem das
águas de chuva (inundação)
indicador 2.2.1 substituições de materiais, componentes ou dispositivos meio de verificação
critério de análise 2.2 – funcionalidade
verificador 2.2.1.1verificador 2.2.1.2
verificador 2.2.1.3
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de revesti-
mentos de piso, parede ou teto
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de cober-
tura ou telhado
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de esqua-
drias
verificador 2.2.1.4
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas hidros-
sanitários
161160
indicador 4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade construtiva meio de verificação
verificador 4.1.1.1
verificador 4.1.2.1
verificador 4.1.1.2
verificador 4.1.1.3
verificador 4.1.1.4
verificador4.1.1.5verificador 4.1.1.6
fornecimento de termos e prazos de garantia
declaração da previsão de custos para operação e manutenção pre-
ventiva da habitação ao longo da vida útil de projeto
procedimentos sistematizados para entrega da unidade habitacional
procedimentos sistematizados para acolhimento das reclamações do
usuário
registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e corretivas)
realizados na pós-venda por meio dos serviços de assistência técni-
ca ao usuário
fornecimento do manual do proprietário
disponibilização de projetos ao usuário
documentos
documentos
documentos
princípio 4 - responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
critério de análise 4.1 – compromisso com a qualidade construtiva
indicador 4.1.2declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de mantutenção) meio de verificação
meio de verificaçãoindicador 4.1.3adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação
verificador 4.1.3.1verificador 4.1.3.2
adoção de normas técnicas e outros documentos técnicos e de
referência
adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do trabalho
verificador 4.1.3.3
verificador 4.1.3.4
adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros sistemas de
certificação
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais,
componentes e equipamentos que possuam inventários de ciclo de
vida ou vida útil declarada
verificador3.1.1.4
estado de conservação das instalações prediais e seus componentes
(instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais, louças, acessó-
rios e equipamentos)
indicador 3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
meio de verificação
vistoria
indicador 3.1.2condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação meio de verificação
verificador3.1.2.1verificador 3.1.2.2
materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos compatí-
veis com as condições de exposição
presença de soluções construtivas adequadas para a proteção aos
agentes externos de degradação
vistoria
indicador 3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção meio de verificação
critério de análise 3.2 – manutenibilidade
indicador 3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente (na escala do lote)
meio de verificação
critério de análise 3.3 – adequação ambiental
verificador 3.2.1.1
verificador 3.3.1.1
verificador3.2.1.2
verificador 3.3.1.2
verificador 3.2.1.3
verificador 3.3.1.3
condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação de
equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, esquadrias, e
sistemas de instalações e equipamentos (elétricos, de gás etc.)
ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de es-
gotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote
facilidade de substituição ou reposição de materiais, componentes,
elementos ou sistemas da habitação
ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do lote
facilidade de manutenção
ausência de alteração das condições topográficas do lote inicialmente pre-
vistas em projeto que comprometem as condições de vizinhança e entorno
vistoria
vistoria
163162
indicador 5.1.1satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional meio de verificação
verificador 5.1.1.1verificador 5.1.1.2verificador 5.1.1.3
verificador 5.1.1.4
telhado ou cobertura
teto (lajes ou forros)
paredes
pisos internos
opinião do usuário
princípio 5 - satisfação do usuário com a qualidade construtiva
critério de análise 5.1 – adequação ao uso
verificador 5.1.1.5verificador 5.1.1.6
verificador 5.1.1.7verificador 5.1.1.8verificador 5.1.1.9
portas e janelas
parte externa da unidade habitacional (quintal, calçadas, muros)
instalações elétricas
instalações hidráulicas
instalações sanitárias
verificador 5.1.1.10
unidade habitacional como um todo
verificador 5.1.2.1verificador 5.1.2.2
ausência de trincas ou rachaduras
ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos
indicador 5.1.2
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção meio de verificação
opinião do usuário
verificador 4.1.3.5
verificador 4.1.3.6
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais,
componentes e equipamentos cuja origem possa ser comprovada
mediante apresentação de certificação legal
comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com
as normas técnicas ou certificados pelo Programa Brasileiro de Qua-
lidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H)
meio de verificaçãoindicador 4.1.3adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação
indicador 4.1.4ações de combate às perdas, despercícios e diminuição de consumo meio de verificação
verificador 4.1.4.1
verificador 4.1.4.2
adoção de procedimentos sistematizados de gestão e organização
do canteiro de obra e logística
adoção de plano de gestão de resíduos sólidos
documentos
documentos
verificador 4.1.4.3
verificador 4.1.5.1
verificador 4.1.5.2verificador 4.1.5.3
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção
(redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração
de resíduos)
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção
(redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração
de resíduos)
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos raciona-
lizados
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos industriali-
zados
documentos
indicador 4.1.5procedimentos para a inovação do sistema de produção meio de verificação
verificador 4.1.6.1verificador 4.1.6.2
adoção de programas de capacitação e treinamento das equipes de
mão de obra
experiência e qualificação profissional comprovada da equipe técnica
de acordo com o tipo de empreendimento
documentos
indicador 4.1.6procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais meio de verificação
165164
verificador 5.3.1.1verificador 5.3.1.2
intenção de permanência no conjunto habitacional
satisfação com o conjunto habitacional como um todo
opinião do usuário
indicador 5.3.1satisfação do usuário com o conjunto habitacional meio de verificação
critério de análise 5.3 – inserção dos moradores no contexto do empreendimento
verificador 5.4.1.1verificador 5.4.1.2
recebimento dos projetos da unidade habitacional quando da entrega
do imóvel
recebimento do manual do proprietário quando da entrega do imóvel
opinião do usuário
indicador 5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
meio de verificação
critério de análise 5.4 – aspectos relacionados à manutenção
verificador 5.2.1.2
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou
condomínio
verificador 5.4.1.3verificador 5.4.1.4
verificador 5.4.2.2
conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações
conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no
manual do proprietário
solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica da construto-
ra (serviço de atendimento ao usuário) foram efetivamente atendidas
indicador 5.4.2 efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
meio de verificação
verificador 5.4.2.1
solicitação feita à assistência técnica da construtora (serviço de aten-
dimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou reparoopinião do usuário
verificador 5.1.2.4
verificador 5.1.2.5verificador 5.1.2.6
verificador 5.1.2.7
verificador 5.1.2.8
ausência de problemas nas instalações elétricas
ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água
ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, tornei-
ras e caixa d’água
ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água
opinião do usuário
verificador 5.1.2.9
verificador 5.1.2.10
verificador 5.1.2.11verificador 5.1.2.12
ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa
ausência de problemas na pintura
ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade
habitacional
ausência de falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos
externos ou internos
verificador 5.1.3.1
adequação da moradia às necessidades da família
indicador 5.1.3satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família meio de verificação
verificador 5.1.2.3
ausência de problemas nas portas e janelas
indicador 5.1.2
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção meio de verificação
indicador 5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
meio de verificação
critério de análise 5.2 – dimensão estética
verificador 5.2.1.1
beleza da habitação quanto aos aspectos físicos da construção
opinião do usuário
167quadro 3.2 meios de verificação
identificação meios de verificaçãoinstrumento de coleta de dados
documento
vistoria
opinião do usuário
levantamento documental: coleta de dados documentais
disponíveis em projetos e outros documentos técnicos
checklist
matriz de achados
roteiro de vistoria
matriz de achados
registro fotográfico
questionário
entrevista
observação visual (in loco) da unidade habitacional
pesquisa de satisfação para obtenção da opinião dos usuários
por meio de questões fechadas e questões abertas
a habitabilidade da unidade habitacional é uma condição necessária para garantir a saúde das pessoas
169168 ções que contribuem com as análises qualitativas e escla-
recem as avaliações quantitativas. Segundo Balbim et al.
(2012), há casos em que o dado pode ser quantitativo ou
qualitativo; as duas formas garantem que o item seja aferido
de forma satisfatória. Os critérios de avaliação da satisfação
do usuário são dados no Quadro 3.3.
Quando os respondentes expressam suas opiniões por
meio de notas (números inteiros variando de 1 a 5), as ava-
liações dos verificadores com notas são feitas pelas médias
simples. Neste caso, a avaliação do indicador baseia-se na
soma das médias dos verificadores, isto é: na condição de
máxima satisfação (quando todas as médias são iguais a
5) o indicador recebe uma pontuação máxima, atingindo a
meta 100 pontos de satisfação; para a condição de mínima
quadro 3.3 critérios de classificação para a avaliação da opinião do usuário
notas escala de satisfação intervalo de médiasescala de avaliação
5
4
3
2
1
fortemente satisfeito
satisfeito
neutro
insatisfeito
fortemente insatisfeito
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
4,1 a 5
3,1 a 4
3
2 a 2,9
1 a 2,9
satisfação (quando todas a médias são iguais a 1) o indica-
dor recebe a pontuação mínima de 20 pontos de satisfação.
Nas questões fechadas, quando os respondentes opi-
nam, concordando ou discordando sobre as questões apre-
sentadas, as avaliações dos verificadores são feitas pelos
percentuais de respostas positivas (sim). Neste caso, a
avaliação do indicador baseia-se na soma dos percentuais
obtidos nos verificadores. Na condição de máxima satis-
fação (quando todos os percentuais são iguais a 100% de
resposta sim) o indicador recebe uma pontuação máxima,
atingindo a meta 100 pontos de satisfação. Para a condição
de mínima satisfação (quando todos os percentuais são
iguais a 100% de resposta não, ou seja, 0% de respostas
sim), o indicador recebe a pontuação mínima de 0 ponto.
procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva sob o ponto de vista do usuário
3.4
Para que a metodologia de avaliação e monitoramento
da qualidade construtiva possa ser aplicada em todo o
território nacional e seus resultados possam ser analisa-
dos comparativamente, de forma integrada, nos diversos
contextos produtivos e de localização, é importante que os
procedimentos sejam sistematizados e os instrumentos de
coleta de dados sejam padronizados.
A coleta de dados da opinião do usuário deve ser rea-
lizada em uma amostra estatisticamente representativa do
universo amostral. O questionário, com questões fechadas
e questões abertas (conforme formulário padrão), deve ser
aplicado preferencialmente à(o) proprietária(o) da casa.
Nas questões fechadas, os respondentes atribuem no-
tas, ou então concordam (sim) ou discordam (não) com a
questão apresentada. As questões abertas são respondidas
espontaneamente pelos respondentes; fornecem informa-
171170
Qual a sua opinião sobre a qualidade construtiva da sua moradia (o todo e as partes)?
nota justificativa
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas:
indicador – satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
9
13
11
15
17
10
14
12
16
18
Unidade habitacional como um todo
Pisos internos
Teto (lajes ou forros)
Parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
Instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
Telhado ou cobertura
Portas e janelas
Paredes
Instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.)
Instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
3.4.1 Instrumento de coleta de dados - questionário
quadro 3.4 instrumento de coleta de dados
1
1
2
2
4
3
6
4
8
5
3
5
7
identificação do exemplar da amostra
fortemente satisfeito
empreendimento
satisfeito
nome do respondente
neutro
número de moradores da habitação
insatisfeito
condição de propriedade primeiro propietário segundo proprietário
fortemente insatisfeito
inquilino invasor
endereço da unidade habitacional
posição na família
tempo de moradia (em meses)
avaliação da qualidade construtiva – ponto de vista do usuário
considere a seguinte escala de avaliação por notas variando de 1 a 5 pontos:
pesos escala de satisfação
173172
quais os principais problemas ou defeitos que existem na construção da sua moradia? nãosim justificativa
assinalar a concordância (sim) ou a discordância (não) e apresentar as justificativas
indicador – percepção do usuário quanto aos problemas ou defeitos existentes na construção
26
30
28
32
34
27
31
29
33
35
36
37
presença de trincas ou rachaduras
ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
problemas nas portas e janelas
ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, torneiras e caixa d’água
problemas na tubulação de esgoto e fossa
presença de umidade por infiltrações ou vazamentos
vazamentos nas tubulações e registro de água
problemas nas instalações elétricas
ocorrência de falhas no abastecimento de água
problemas na pintura
falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade habitacional
falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos externos ou internos
19
22
24
20
23
25
21
a habitação é adequada às necessidades da família?
beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo?
quais as melhorias e manutenções já efetuadas na sua moradia? por que foram realizadas?
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou condomínio
você deseja continuar morando neste imóvel?
sobre a construção da sua moradia, o que você teria construído diferente ou melhor?
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas
atribuir nota variando de 1 a 5
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas
indicador – satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família
indicador – satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
indicador – satisfação do usuário com o conjunto habitacional
nota
nota
nota justificativa
175174
3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
quadro 3.5 resultados da avaliação da satisfação dos usuários
satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
unidade habitacional como um todo
telhado
teto (lajes ou forros)
paredes
pisos internos
portas e janelas
parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
instalações elétricas (fiação, quadros de energia, tomadas, interruptores)
verificadores nota
avaliaçãogeral(20 a 100 pontos)
indicador
5.1.1
5.1.1.1
5.1.1.2
5.1.1.3
5.1.1.4
5.1.1.5
5.1.1.6
5.1.1.7
5.1.1.10
5.1.1.9
5.1.1.8
38
42
39
43
40
41
no ato de recebimento da unidade habitacional foram entregues todos os projetos?
depois do recebimento da unidade habitacional você já solicitou algum tipo de manutenção ou reparo para a assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário)?
Anotações do entrevistador:
Horário: - início:- término:
Data: Assinatura do entrevistador:
no ato de recebimento da unidade habitacional foi entregue o manual do proprietário?
caso tenha solicitado algum tipo de manutenção ou reparo para a assistência técnica da construtora, as reclamações foram efetivamente atendidas?
você tem conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações?
você tem conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual do proprietário?
assinalar a concordância (sim) ou discordância (não)
assinalar a concordância (sim), a discordância (não) ou não de aplica (n/a)
indicador – percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
indicador – percepção positiva do usuário quanto à efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
não
não n/a
sim
sim
177176
satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
satisfação do usuário com o conjunto habitacional
beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
satisfação do conjunto habitacional como um todo
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou condomínio
intenção de permanência no conjunto habitacional
verificadores
verificadores
nota
nota
avaliaçãogeral(20 a 100 pontos)
avaliaçãogeral(20 a 100 pontos)
indicador
indicador
5.2.1
5.3.1
5.2.1.1
5.3.1.1
5.2.1.2
5.3.1.2
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção
ausência de trincas ou rachaduras
ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos
ausência de problemas nas portas e janelas
ausência de problemas nas instalações elétricas
ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água
ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, torneiras e caixa d’água
ausência de problemas na pintura
ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade habitacional
ausência de falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos externos ou internos
ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa
ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água
verificadores %
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
indicador
5.1.2
5.1.2.1
5.1.2.2
5.1.2.3
5.1.2.4
5.1.2.5
5.1.2.6
5.1.2.7
5.1.2.10
5.1.2.11
5.1.2.12
5.1.2.9
5.1.2.8
satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família
adequação da moradia às necessidades da família
verificadores nota
avaliaçãogeral(20 a 100 pontos)
indicador
5.1.3
5.1.3.1
179178
unidade habitacional como um todo
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote
telhado
a habitação é adequada às necessidades da família?
você deseja continuar morando nesse imóvel?
beleza da casa quantos aos aspectos físicos da construção
instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.)
instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias...)
teto (lajes ou forros)
qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo?
parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
portas e janelas
paredes
pisos inernos
atende muito insatisfatoriamente
atende insatisfatoriamente
atende parcialmente
atende satisfatoriamente
atende muito satisfatoriamente
3,43
4,67
4,53
4,40
4,17
4,00
3,97
3,70
3,63
3,63
3,62
3,52
2,73
2,73
2,30
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
satisfação do usuário
figura 3. 2 - exemplo de diagrama de resultados da satisfação do usuário
figura 3. 3 - exemplo de gráfico de resultados da satisfação do usuário
26% 29%
29%6%
10%
percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
recebimento dos projetos da unidade habitacional quando da entrega do imóvel
solicitação à assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou reparo
recebimento do manual do proprietário quando da entrega do imóvel
solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário) foram efetivamente atendidas
conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações
conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual do proprietário
verificadores
verificadores
%
%
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
indicador
indicador
5.4.1
5.4.2
5.4.1.1
5.4.2.1
5.4.1.2
5.4.2.2
5.4.1.3
5.4.1.4
181180 deformações e umidade, buscando identificar os danos que
comprometem a integridade estrutural e a estanqueidade
das unidades habitacionais. Para cada situação observa-
da, são apresentadas as evidências, possíveis causas e
efeito (falhas ou danos). Após identificar e caracterizar a
situação encontrada são feitas as análises, segundo os
princípios e critérios de análise já pré-estabelecidos (BSI,
2006). Os dados obtidos para cada verificador e as análises
de causa-efeito permitem avaliar a situação encontrada em
cada unidade habitacional. Cada indicador é avaliado de
acordo com as evidências, a frequência de ocorrência e a
severidade dos danos. A análise do grupo de verificadores
permite avaliar o indicador do respectivo grupo.
Os índices de ocorrência e de severidade, que variam
de 1 a 10, além de permitirem classificar a criticidade dos
indicadores e seus verificadores, também permitem quantifi-
car a Prioridade de Risco (PR) para cada uma das variáveis.
Para a avaliação do indicador, deve ser atribuído um índice
de severidade em conformidade com a sua gravidade, ex-
tensão e impacto dos efeitos da falha. Da mesma forma,
é atribuído para cada indicador um índice de ocorrência.
Para a classificação, deve-se considerar sempre a situação
mais crítica apresentada pela falha e suas consequências
ou danos (SAKURADA, 2001; BSI, 2006; SILVA; FONSECA;
BRITO, 2006).
De acordo com o número de Prioridade de Risco (PR),
cada exemplar da amostra pode ser plotado em um diagra-
ma de criticidade. A Matriz de Criticidade mostra a avaliação
de todos os exemplares da amostra, para cada indicador.
Deve-se aferir a porcentagem de unidades habitacionais
classificadas para cada categoria de risco. Em síntese, os
indicadores Trinca, Deformação e Umidade são avaliados
pelo procedimento que determina o número da Prioridade
de Risco (PR), e classificados de acordo com os critérios
de risco (risco mínimo se PR ≤ 16; risco moderado se 16 <
PR ≤ 36; risco crítico se 36 < PR ≤ 100).
A Figura 3.4 mostra a representação dos resultados da
avaliação quanto ao grau de risco, plotados na Matriz de
Criticidade.
A avaliação do indicador é a síntese da avaliação do
conjunto de seus respectivos verificadores. Os quadros 3.6
e 3.7 mostram os critérios para classificação dos índices
de ocorrência e de severidade.
quadro 3.7
quadro 3.6
procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva por meio de vistorias e levantamento documental
3.5
Por meio da observação in loco, em vistoria à unidade
habitacional, são verificados as falhas e os danos, suas
tipologias, localizações e extensões. Seguindo o roteiro para
as vistorias (formulário padrão no item 3.5.1 e 3.5.2), as ma-
trizes de achados devem ser preenchidas. As ocorrências
devem ser anotadas em registro fotográfico.
Todas as fontes de dados devem ser devidamente re-
gistradas para que seja possível rastrear a informação. Para
os levantamentos de dados documentais e observações
in loco, devem ser consultados os projetos arquitetônicos,
projetos estruturais e projetos de instalações prediais, entre
outros. Os documentos técnicos, entre eles o Memorial
Descritivo e o Manual do Proprietário, também devem ser
consultados. Outras informações necessárias devem ser
solicitadas às empresas construtoras.
Devem ser realizados os levantamentos das trincas,
183182
quadro 3.6 critério de classificação do índice de ocorrência de trincas, deformações e umidade
frequência da falha
índice de ocorrência
critério de classificação do índice de ocorrência
I - muito baixa
II - baixa
III - moderada
IV - alta
V - muito alta
1
3
5
7
9
2
4
6
8
10
ausência de ocorrências visualmente observáveis
ocorrências pontuais eventuais e de pequena extensão
ocorrências de características lineares: a soma de todas as extensões não ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes e fachadasocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas não ultrapassa 5 % das áreas de todas as paredes, incluindo as fachadas
ocorrências de características lineares: a soma de todas as extensões ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes e fachadasocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas ultrapassa 5% das áreas de todas as paredes, incluindo as fachadas
ocorrências de características lineares: a soma das extensões ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes ou das fachadasocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas ultrapassa 5% das áreas de paredes ou das fachadas
índi
ce d
e oc
orrê
ncia
índice de severidade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
risco mínimo ≤ 16
16 < risco moderado ≤ 36
36 < risco crítico ≤ 100
6 6 2 7 6 3 3 3 3 3 2 4 2 5 2 4 4 2 2 3 4 6 3 5 4 2 2 2
6 6 2 6 6 3 3 3 3 3 2 4 2 5 2 6 7 2 2 6 4 6 3 6 5 2 2 2
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
grau de risco - umidade
figura 3. 4 - exemplo de matriz de criticidade obtida para o indicador umidade
4
1 109876542 3
2 20181614121086
3 3027242115126
4 4036328 12
5 5045403510 15 20
6 605448423012 18 24
7 706356493514 21 28
8 80726456484016 24 32
9 90817263544518 27 36
10 100908070605020 30 40
9
16 20 24 28
18
25 30
36
42
í. de ocorrência
critério de classificação de risco:
!
í. de severidadegrau de risco - umidade
amosta
36 36 4 42 36 9 9 9 9 9 4 16 4 24 4 24 28 4 24 18 16 36 9 30 20 4 4 4
185184 Alguns indicadores que medem a qualidade construtiva
são avaliados por meio de notas. Com base nas vistorias e
na identificação das situações relacionadas à durabilidade
e vida útil das unidades habitacionais, são apresentadas as
evidências, possíveis causas e efeito (falhas ou danos). Após
identificar e caracterizar a situação encontrada são feitas
as análises, segundo os princípios e critérios de análise já
preestabelecidos. Os dados obtidos para cada verificador
e as análises de causa-efeito permitem avaliar a situação
encontrada em cada unidade habitacional, atribuindo uma
nota (números inteiros variando de 1 a 5), de acordo com
os critérios de avaliação do Quadro 3.5. Com base na ava-
liação dos verificadores é feita a avaliação do indicador
correspondente.
quadro 3.8 critérios de avaliação por meio de notas e por escala de atendimento dos verificadores e indicadores
critério de avaliaçãoavaliação do(a) indicador(a) avaliação do verificador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
A > 90%
90 % ≥ A > 70 %
70 % ≥ A > 50 %
50 % ≥ A > 30%
A ≤ 30 %
5
4
3
2
1
A avaliação do indicador baseia-se na soma das médias
das notas dadas para os respectivos verificadores. Com
base na proporção entre a pontuação máxima prevista
para o indicador e a pontuação obtida pelo indicador, é
feita a avaliação quanto ao grau de atendimento da meta
estabelecida (Quadro 3.5).
Para os indicadores e seus respectivos verificadores
avaliados por meio do atendimento (sim) ou não atendimento
(não) dos princípios e critério estabelecido (formulário padrão
no Quadro 3.5), a avaliação deve ser feita considerando
proporcionalmente os percentuais de itens respondidos po-
sitivamente. Portanto, para o indicador atingir a pontuação
máxima de 100 pontos, 100% dos verificadores devem ter
sido assinalados positivamente no checklist.
quadro 3.7 critério de classificação do índice de severidade de trincas, deformações e umidade
categoria de risco
índice de severidade
critério de classificação do índice de severidade
I desprezível
II mínimo
III moderado(regular)
IV crítico
V catastrófico
1
3
5
7
9
2
4
6
8
10
riscos que não causam nenhum prejuízo às pessoas, ao edifício ou ao meio ambiente. Qualquer tipo de falha sem gravidade que não se enquadra nas condições apresentadas nas outras categorias, desde que ocorra de maneira pontual, esporádica e não sistêmica
risco de causar pequenos prejuízos à estética, sem a probabilidade de ocorrência dos riscos moderados e críticos, além de baixo comprometimento do valor imobiliário. Falhas de pequeno grau de gravidade, com causas bem definidas e que não afetam os elementos estruturantes ou a estanqueidade da edificação
risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação e deterioração precoce. Danos de pequeno grau de gravidade, mas que podem vir a ocasionar consequências mais graves decorrentes da sua evolução, para um ou mais componentes do sistema
risco de provocar danos contra a saúde dos moradores ou segurança das pessoas, do edifício ou do meio ambiente; perda de desempenho e funcionalidade com comprometimento sensível da vida útil. Danos graves que afetam um ou mais componentes do sistema
comprometimento de todo o sistema, necessitando intervenção imediata. As situações de ruína ou perda de estabilidade no todo ou em qualquer uma de suas partes estruturantes sinalizam categoria de risco catastrófico, em qualquer situação
187186
presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas
presença de fissuras em elementos de vedação vertical com função estrutural
presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem função estrutural
presença de fissuras em sistemas de piso
presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/ou vedação
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
ficha 1 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador1.1.1 trincas
situação observada
avaliação do indicador I.I.I trincas
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
verificador 1.1.1.1
verificador 1.1.1.2
verificador 1.1.1.3
verificador 1.1.1.4
verificador 1.1.1.5
avaliação
simn/a
não
3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento
quadro 3.9 roteiro para vistoria
identificação do exemplar da amostra
empreendimentos
endereço da unidade habitacional
189188
presença de umidade ascendente (do solo)
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela fachada
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela cobertura ou telhado
presença de umidade por vazamentos de instalações hidrossanitárias
presença de umidade de condensação
presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou manutenção
presença de umidade decorrente das condições inadequadas de escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem das águas de chuva (inundação)
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
ficha 1 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador2.1.1 umidade
situação observada
avaliação do indicador 1.1.2 deformações
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
verificador 2.1.1.1
verificador 2.1.1.2
verificador 2.1.1.3
verificador 2.1.1.4
verificador 2.1.1.5
verificador 2.1.1.6
verificador 2.1.1.7
avaliação
simn/a
não
ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação com função estrutural
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação sem função estrutural
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou forros
ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre o solo
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
ficha 1 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador1.1.2 deformações
situação observada
avaliação do indicador 1.1.2 deformações
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
verificador 1.1.2.1
verificador 1.1.2.2
verificador 1.1.2.3
verificador 1.1.2.4
verificador 1.1.2.5
avaliação
simn/a
não
191190
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da unidade habitacional, mas com alterações em elementos estruturais
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais
adaptação da habitação para adequação aos padrões ou necessidades da família (colocação de pisos, grades, muros, calçadas, suportes etc.)
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
comentários
ficha 2 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador2.2.2 reforma da unidade habitacional
avaliação do indicador
verificador 2.2.2.1
verificador 2.2.2.2
verificador 2.2.2.3
pontuação
sim não
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de revestimentos de piso, parede ou teto
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de cobertura ou telhado
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de esquadrias
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas hidrossanitários
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas elétricos
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
comentários
ficha 2 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador2.2.1 substituições de materiais, componentes ou dispositivos
avaliação do indicador
verificador 2.2.1.1
verificador 2.2.1.2
verificador 2.2.1.3
verificador 2.2.1.4
verificador 2.2.1.5
pontuação
sim não
193192
adequação das intervenções efetuadas de acordo com os padrões mínimos da construção original (substituições, reformas ou acréscimos)
ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador2.2.4 adequação das instervenções efetuadas
situação observada
evidências e análises
verificador 2.2.4.1
avaliação
2345n/a
1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
avaliação do indicador
acréscimo de área da unidade habitacional original
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
comentários
ficha 2 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador2.2.3 ampliação da unidade habitacional
avaliação do indicador
verificador 2.2.3.1
pontuação
sim não
195194
materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos compatíveis com as condições de exposição
presença de soluções construtivas adequadas para a proteção aos agentes externos de degradação
ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação
situação observada
evidências e análises
verificador 3.1.2.1
verificador 3.1.2.2
avaliação
2345n/a
1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
avaliação do indicador
estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, revestimento e pintura das paredes de fachada; esquadrias externas; impermeabilizações e proteções do sistema de fachada)
estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus sistemas de impermeabilização
estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação, revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos, inclusive seus sistemas de impermeabilização e proteção
estado de conservação das instalações prediais e seus componentes (instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais, louças, acessórios e equipamentos)
ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
situação observada
evidências e análises
verificador 3.1.1.1
verificador 3.1.1.2
verificador 3.1.1.3
verificador 3.1.1.4
avaliação
2345n/a
1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
avaliação do indicador
197196
ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de esgotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote
ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do lote
ausência de alteração das condições topográficas do lote inicialmente previstas em projeto que comprometem as condições de vizinhança e entorno
ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente local (na escala do lote)
situação observada
evidências e análises
verificador 3.3.1.1
verificador 3.3.1.2
verificador 3.3.1.3
avaliação
2345n/a
1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
avaliação do indicador
condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação de equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, esquadrias, e sistemas de instalações e equipamentos (elétricos, de gás etc.)
facilidade de substituição ou reposição de materiais, componentes, elementos ou sistemas da habitação
facilidade de manutenção
ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção
situação observada
evidências e análises
verificador 3.2.1.1
verificador 3.2.1.2
verificador 3.2.1.3
avaliação
2345n/a
1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador
atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
avaliação do indicador
199198
adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação
adoção de normas técnicas e outros documentos técnicos e de referência
adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do trabalho
adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros sistemas de certificação
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes e equipamentos que possuam inventários de ciclo de vida ou vida útil declarada
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes e equipamentos cuja origem possa ser comprovada mediante apresentação de certificação legal
comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com as normas técnicas ou certificados pelo programa brasileiro de qualidade e produtividade no hábitat (pbqp-h)
verificadores nãosim
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
indicador
4.1.3
4.1.3.1
4.1.3.2
4.1.3.3
4.1.3.4
4.1.3.5
4.1.3.6
ações de combate às perdas, desperdícios e diminuição de consumo
adoção de procedimentos sistematizados de gestão e organização do canteiro de obra e logística
adoção de plano de gestão de resíduos sólidos
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção (redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração de resíduos)
verificadores nãosim
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
4.1.4
4.1.4.1
4.1.4.2
4.1.4.3
3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
quadro 3.10 avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
compromisso com a garantia da qualidade construtiva
declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de manutenção)
fornecimento de termos e prazos de garantia
declaração da previsão de custos para operação e manutenção preventiva da habitação ao longo da vida útil de projeto
procedimentos sistematizados para entrega da unidade habitacional
procedimentos sistematizados para acolhimento das reclamações do usuário
registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e corretivas) realizados na pós-venda por meio dos serviços de assistência técnica ao usuário
fornecimento do manual do proprietário
disponibilização de projetos ao usuário
verificadores
verificadores
não
não
sim
sim
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
indicador
4.1.1
4.1.2
4.1.1.1
4.1.2.1
4.1.1.2
4.1.1.3
4.1.1.4
4.1.1.5
4.1.1.6
200
procedimentos para a inovação do sistema de produção
sistematização e adoção de boas práticas no projeto e produção dos empreendimentos habitacionais
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos racionalizados
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos industrializados
verificadores nãosim
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
indicador
4.1.5
4.1.5.1
4.1.5.2
4.1.5.3
procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais
adoção de programas de capacitação e treinamento das equipes de mão de obra
experiência e qualificação profissional comprovada da equipe técnica de acordo com o tipo de empreendimento
verificadores nãosim
avaliaçãogeral(0 a 100 pontos)
4.1.6
4.1.6.1
4.1.6.2
os empreendedores de habitação de interesse
social devem ter o compromisso com a
qualidade construtiva
203202 quadro 3.13
quadro 3.14
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva
indicadores
indicadores
avaliação global - 0 a 100 pontos
avaliação global - 0 a 100 pontos
4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade construtiva
5.1.1 satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
4.1.2 declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de manutenção)
5.1.2 percepção negativa do usuário quanto aos problemas ou defeitos existentes na construção
5.3.1 satisfação do usuário com o conjunto habitacional
5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
5.4.2 opinião do usuário quanto à efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
4.1.4 ações de combate às perdas, desperdícios e diminuição de consumo
5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
4.1.3 adesão a sistemas da qualidade e/ou certificação
5.1.3 satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família
4.1.5 procedimentos para a inovação do sistema de produção
4.1.6 procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais
3.5.3 apresentação final das avaliações dos indicadores da qualidade construtiva
quadro 3.11
quadro 3.12
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade da unidade habitacional
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a sustentabilidade construtiva
indicadores
indicadores
avaliação global - grau de risco
avaliação
1.1.1 trincas
2.2.4 adequação das intervenções efetuadas
1.1.2 deformações
3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
2.1.1 umidade
3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação
3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção
3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente local
(na escala do lote)
risco mínimo
atende muito satisfatoria-mente
atende muito insatisfatoria-mente
atende satisfato-riamente
atende insatisfato-riamente
atende parcial-mente
risco moderado risco crítico
205204
da por meio de recursos subsidiados pelo poder público,
espera-se que os municípios, principalmente das cidades
de pequeno porte que são mais carentes de instrumentos
de controle, possam capacitar-se para os processos de
aprendizagem e melhoria contínua proporcionados pelos
resultados dos processos avaliativos, quando devidamente
apreendidos e aplicados.
Para garantir a imparcialidade da avaliação, e em con-
cordância com os pesquisadores Balbim et al. (2012), re-
comenda-se que os processos avaliativos sejam realizados
por meio de contratação de equipe externa à execução,
estimulando assim a formação de equipes independentes
daquelas que tiveram a responsabilidade pela execução da
política, programa, projeto ou execução.
Entende-se que o processo de monitoramento e avalia-
ção deve ser estabelecido como fluxo contínuo pela perma-
nente apropriação das análises realizadas como referenciais
para retroalimentação de decisões e aprimoramento de
resultados em novos empreendimentos, fortalecendo a
cultura da avaliação de resultados dos programas e projetos
gerados por meio de alocação de recursos públicos.
A proposta de Metodologia para Monitoramento e Ava-
liação da Qualidade Construtiva, apresentada neste capítulo,
é resultado da consolidação de uma ferramenta que foi
concebida, ajustada, testada e validada por meio de dois
estudos de caso realizados em Conjuntos Habitacionais de
Interesse Social. A aplicação da metodologia em dois testes-
piloto permitiu torná-la mais sucinta e intuitiva. Os resultados
da sua aplicação mostraram-se capazes de detectar os
principais aspectos que avaliam a qualidade construtiva,
na escala da unidade habitacional, principalmente em em-
preendimentos com construções em série.
Como forma de retroalimentar as Políticas Habitacionais
e seus instrumentos, na busca da melhoria contínua, uma
das alternativas é avaliar os resultados, isto é, o compor-
tamento em uso do produto final.
Considera-se que esta proposta de Metodologia para
Monitoramento e Avaliação da Qualidade Construtiva vem
minimizar a ausência de ferramentas sistematizadas para a
avaliação na fase de pós-ocupação, de unidades habitacio-
nais construídas em série, à luz de importantes conceitos
consagrados pelo conjunto de normas de desempenho
(ABNT, 2013) e da recente introdução no mercado dos siste-
mas inovadores, validados pelo Sistema Nacional de Avalia-
ções Técnicas – SINAT (MITIDIERI; CLETO; WEBER, 2007).
A mediação dos resultados entre os interesses econô-
micos e financeiros e a busca pela qualidade construtiva
depende não só do atendimento aos condicionantes insti-
tucionais e técnicos, mas também da satisfação do usuário
e do compromisso e responsabilidade dos empreendedores
com a qualidade construtiva.
Neste contexto, pressupõe-se a necessidade de mu-
niciar os agentes institucionais de uma ferramenta que
possibilite avaliar e monitorar a qualidade construtiva dos
produtos gerados por meio das políticas e recursos pú-
blicos destinados às habitações de interesse social, de
forma sistematizada, unificada e de abrangência nacional,
abarcando a diversidade da produção em cada cidade do
país, independente da capacidade ou das iniciativas dos
gestores institucionais locais de manterem instrumentos
próprios de controle da qualidade construtiva dos empre-
endimentos produzidos.
Rompendo com a lacuna histórica da falta de mecanis-
mos de monitoramento e avaliação da produção habitacional
brasileira fomentada pelas políticas públicas e provisiona-
considerações à avaliação da qualidade construtiva
3.6
207206
BALBIM, Renato; BECKER, Maria Fernanda; CASSIOLATO, Martha; KRAUSE, Cleandro; NADALIN, Vanessa. Meta-avaliação: estudos e pro-
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listas de figuras e quadros
referências
Figura 3. 1 – Sistematização das fases e etapas dos ciclos avaliativos
Figura 3. 2 - Exemplo de diagrama de resultados da satisfação do usuário
Figura 3. 3 - Exemplo de gráfico de resultados da satisfação do usuário
Figura 3. 4 - Exemplo de Matriz de Criticidade obtida para o indicador umidade .
Quadro 3. 1 Quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e meios de verificação da qualidade construtiva
Quadro 3. 2 - Meios de verificação e coleta de dados
Quadro 3. 3 - Critérios de classificação para a avaliação da opinião do usuário
Quadro 3. 4 - Instrumento de coleta de dados
Quadro 3. 5 Resultados da avaliação da satisfação dos usuários
Quadro 3. 6 Critério de classificação do índice de ocorrência de trincas, deformações e umidade
Quadro 3. 7 Critério de classificação do índice de severidade de trincas, deformações e umidade
Quadro 3. 8 Critérios de avaliação por meio de notas e por escala de atendimento dos verificadores e indicadores
Quadro 3. 9 Roteiro para vistoria
Quadro 3.10 Avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
Quadro 3.11 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade
da unidade habitacional
Quadro 3.12 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a sustentabilidade construtiva
Quadro 3.13 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade
construtiva
Quadro 3. 14 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva
p.141
p.177
p.177
p.180
p.155
p.165
p.177
p.168
p.173
p.181
p.182
p.183
p.184
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nos espaços públicos, como a proliferação de urbanizações
monofuncionais e o desequilíbrio da distribuição de serviços
e equipamentos públicos e ambientais. É preciso admitir:
as cidades brasileiras são injustas, violentas e feias.
Diante de um quadro tão pouco animador, como pen-
sar respostas possíveis? Uma primeira alternativa seria a
descentralização das políticas habitacionais com maiores
exigências de participação dos estados e município nas
decisões do onde e do que construir, apostando, sobretu-
do, na autonomia dessas instâncias na avaliação do que é
realizado. Ao pensar nesta alternativa, depara-se com outra
dificuldade: a ausência de capital humano, no âmbito da
administração pública, preparado para o exercício dessas
funções. Dessa forma, urge investir na formação de equipes
técnicas municipais, o que implica educação e valorização
dos profissionais.
Para a disseminação do método de monitoramento e
avaliação da Qualidade de Projeto Urbanístico e Arquitetôni-
co e da Qualidade Construtiva, aqui proposto, é imprescin-
dível contar com um corpo técnico apto, plenamente capaz
de lidar com os instrumentos de avaliação. Para tanto, os
gestores municipais e suas respectivas equipes precisam
ter consciência dos seus papéis e das responsabilidades
como gestores de programas de habitação social, assim
como da importância do monitoramento e avaliação de
resultados. Uma vez assumida a responsabilidade de
monitorar e avaliar resultados, passa-se à necessidade
de capacitar equipe técnicas municipais no uso dos ins-
trumentos propostos.
O sucesso da apreensão dos instrumentos de avalia-
ção e monitoramento depende do cumprimento de dois
requisitos: os gestores municipais devem reconhecer a
importância de assumirem esses instrumentos, integran-
do-os à gestão dos programas habitacionais; as equipes
técnicas municipais devem ser capacitadas para a aplica-
ção e o potencial de uso dos instrumentos, permitindo que
contribuam de maneira efetiva para a melhoria contínua
dos programas de habitação de interesse social.
Portanto, como etapas para assegurar a absorção dos
instrumentos propostos têm-se:
1. Publicação da ferramenta – os testes realizados
para ajuste dos instrumentos demonstram seu potencial
conclusão
O trabalho apresentado resulta de um esforço coletivo,
visando a contribuir para o avanço das questões habita-
cionais e da qualidade das cidades no Brasil. Diante da
complexidade que elas implicam, tem-se ciência dos limites
da metodologia de avaliação e monitoramento elaborada no
decorrer de dois anos de estudos e trabalhos.
A questão habitacional pressupõe, sobretudo, a distri-
buição de renda no país. Uma distribuição de renda mais
igualitária possibilitaria, por exemplo, que o déficit habita-
cional pudesse ser minimizado pela iniciativa da própria
sociedade, caracterizada por grupos distintos, com neces-
sidades espaciais e hábitos diversos, distribuída num Brasil
com variações climáticas continentais. A distribuição de
renda mais justa permitiria aos grupos sociais construir suas
moradias em consonância com suas aspirações particulares.
Essa mesma desigualdade de renda se expressa no
espaço urbano, acarretando problemas graves que difi-
cultam ainda mais a vida das populações. A mobilidade
urbana, o acesso aos equipamentos públicos e serviços,
entre outros, corroboram para a conformação das cidades
como arquipélagos onde uns concentram riquezas e outros,
indigência e carência.
Tem-se a convicção de que as questões da habitação
e de nossas cidades requerem transformações sociais a
muito longo prazo, pois demandam uma alteração social
de base que exige revisão da tradição cultural brasileira
patrimonialista e hierárquica. Todavia, compreender a origem
cultural dos problemas habitacionais e urbanos em cida-
des brasileiras não significa impedir a busca de respostas
possíveis, mesmo que se reconheçam nelas ineficiências.
Faz-se necessário questionar as políticas de âmbito
nacional que tratam a habitação como um modelo universal,
replicável em âmbito nacional, sem considerar as diferenças
regionais. A inadequação de tal concepção da moradia é
agravada pela desconsideração de que essas são partes
integrantes de cidades, cujo planejamento urbano tem, a
cada dia, assumido uma orientação “flexível” e se associa-
do ao capital privado, originando adensamentos obtusos
e expansões urbanas perdulárias, ao se considerar o solo
urbano. Os efeitos da gestão urbana, calcada em modelo
que acentua a segregação espacial da população, apre-
sentam consequências deletérias facilmente identificáveis
resposta a uma situação de emergência
para oferecer diagnóstico e subsídios para o desenho de
estratégias de melhoria contínua de programas de habita-
ção social.
2. Apresentação dos instrumentos aos municípios e
respectivas equipes técnicas em eventos organizados com
a participação do Ministério das Cidades, Caixa Econômica,
Banco do Brasil e Associação Nacional dos Municípios,
entre outros agentes identificados como relevantes à sua
disseminação.
3. Capacitação das equipes técnicas municipais, in-
cluindo elaboração de material técnico para este fim. A
capacitação envolve a orientação para o conhecimento
dos instrumentos de análise e suas respectivas fundamen-
tações conceituais, tanto para o planejamento e realização
do trabalho de análise quanto para a avaliação dos resul-
tados obtidos. As particularidades relativas à avaliação da
qualidade de projeto e da qualidade construtiva exigem
abordagens diferenciadas, resultando em estratégias gerais
e específicas.
É ainda preciso que os órgãos de planejamento urbano
retomem seu papel de mediador entre os atores urbanos.
Ainda que a legislação existente, como o Estatuto da Cidade,
tenha oferecido importantes instrumentos de controle do
solo urbano, visando a uma justiça espacial, os órgãos de
planejamento e as instâncias participativas, como os Con-
selhos Municipais de Política Urbana, não têm conseguido
fazer frente aos especuladores, como bem o demonstra o
estado de nossas cidades: degradação de regiões centrais,
descuido com o patrimônio edificado, espaços públicos
abandonados, equipamentos degradados, entre outros que
poderiam ser enumerados.
Descentralização das políticas habitacionais, com o
apoio do governo federal, e atuação de órgãos estadual
e municipal apontam para uma luz no fim do túnel, com
o reforço de uma participação mais exigente dos agentes
financiadores dessas políticas. As políticas habitacionais
estão, em geral, atreladas às políticas econômicas, pois
elas geram emprego e dinamizam a economia com a cir-
culação de capital. Todavia, essa associação nem sempre
resulta no efeito desejado, enredando com frequência na
transferência de recursos públicos para a iniciativa privada,
com lucros vantajosos para esta. Não se advoga aqui pela
não participação da iniciativa privada na solução do déficit
habitacional e da qualidade das cidades. Pelo contrário,
ela é bem-vinda e necessária, contanto que também esteja
sobre avaliações competentes e constantes, podendo ser de
responsabilidade dos órgãos de financiamento juntamente
com as instâncias de gestão municipal e estadual. E aqui se
esbarra em mais uma vez dificuldade: a integração desses
poderes com a gestão das cidades.
As dificuldades e os desafios são muitos, quando as
questões são habitação e cidades, e não dependem de
respostas técnicas, embora sejam imprescindíveis. A me-
lhoria das cidades, no seu sentido mais amplo, só pode
ser vislumbrada na coordenação de frentes múltiplas e
interdisciplinares de trabalho. O que se apresenta como
resultado dos estudos realizados e apresentados nesta
publicação não pode fazer as vezes de um checklist, que
quando respondido ateste a validade de um empreendi-
mento. Espera-se que ele sirva como um instrumento que
apoie e sustente a avaliação das políticas relativas à habi-
tação social e cumpra o papel de realimentar um processo
de produção da moradia, minimizando erros de origem à
conclusão. E para cumprir este objetivo é preciso que se
torne de domínio pelos responsáveis pelas avaliações. O
domínio não significa posse, mas ciência e entendimento.
faunbFaculdade de Arquiteturae Urbanismo UnB