Transcript
Page 1: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Ciência:

pesquisa, métodos e

normas

Sandro Dau

Page 2: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Ciência:

pesquisa, métodos e

normas

2a edição revista e ampliada

Editora Alexandria

Page 3: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Copyright by Sandro Dau

Editoração, arte e impressão

Editora Alexandria

Revisão

Rodrigo Tostes Geoffroy

Ficha catalográfica

D235c Dau, Sandro.

Ciência/ Sandro Dau. – Juiz de Fora:

Alexandria, 2006, 184 p. 155: il. Rev., Amp.

1.Metodologia de pesquisa. 2.

Metodologia científica. I. Título.

Capa

Litografia Drawing hands (1948) de Maurits

Cornelius Escher.

Page 4: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

“Depois de observado por muitas experiências, parece-

me ser esta a condição humana em relação às coisas

intelectuais: quanto menos entende-se e sabe-se, com

tanta mais força quer-se discutir; e, pelo contrário, mais

coisas são conhecidas menor é tendência de discutir

resolutamente sobre qualquer novidade.”

Galileu Galilei

Page 5: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Dedicado a André Gomes Dau e a Arthur Gomes Dau.

Page 6: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Sumário

Apresentação ............................................................ 15 Capítulo I Leitura de textos técnico-científicos ........................ 17

1.1. Diferenças entre explicação e comentário ........ 19

Capítulo II Metodologia ............................................................... 21 Capítulo III Ciência e teoria .......................................................... 26

3.1. Ciência ............................................................. 26

3.1.1. Métodos da Ciência ................................... 31

3.1.2. Características da Ciência ......................... 33

3.1.3. Generalizações científicas ......................... 34

3.1.4. Interesse da ciência ................................... 34

3.1.5. Elementos da ciência ................................. 34

3.1.6. Objeto da ciência ....................................... 38

3.1.7. Objetivo da ciência..................................... 38

3.1.8. Objetividade da ciência .............................. 38

3.1.9. Devemos evitar os preconceitos ................ 39

3.1.10. Análise científica ...................................... 43

3.2. Teoria ............................................................... 44

3.2.1. Valor da teoria ........................................... 45

3.2.2. Crítica à teoria ........................................... 46

Page 7: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Capítulo IV Conceitos ................................................................... 47

4.1. Natureza dos conceitos .................................... 49

4.2. O que são os conceitos .................................... 49

4.3. Origem dos conceitos ....................................... 50

4.4. Uso dos conceitos ............................................ 50

4.5. Importância dos conceitos ................................ 51

Capítulo V Verdade ...................................................................... 53

5.1. Três tipos de verdades científicas ..................... 54

5.2. Tipos de ciências sociais .................................. 56

5.3. Quatro tipos de referências da verdade em

relação aos fatos ..................................................... 57

5.4. Quatro espécies de relações do espírito com a

verdade ................................................................... 57

5.5. Seis critérios reveladores da verdade do espírito

................................................................................ 59

Capítulo VI Pesquisa científica .................................................... 62

6.1. Divisão da pesquisa.......................................... 62

6.1.2. Pesquisa metodológica .............................. 64

6.1.3. Pesquisa empírica ..................................... 64

6.1.4. Pesquisa prática ........................................ 65

6.2. Como pesquisar ............................................... 65

6.3. Objetivo da pesquisa ........................................ 66

Page 8: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

Capítulo VII Esquema .................................................................... 68

7.1. Utilidade do esquema ....................................... 68

7.2. Objetivo do esquema ........................................ 68

7.3. Características do esquema ............................. 69

7.4. Recursos para se fazer um esquema ............... 69

Capítulo VIII: Resumos - NBR 6028 ................................................ 71

8.1. Aspectos principais de um resumo ................... 71

8.2. Tipos de resumos ............................................. 71

8.3. Conteúdo do resumo ........................................ 72

8.4. Tamanho dos resumos ..................................... 72

8.5. Como resumir ................................................... 72

8.6. Como não resumir ............................................ 73

Capítulo IX Resenha crítica - NBR 6023 ...................................... 74

9.1. Estrutura formal da resenha ............................. 74

Capítulo X Fichamentos .............................................................. 77

10.1. Composição da ficha ...................................... 77

10.2. Tipos de fichas ............................................... 77

10.2.1. Fichamento de uma obra inteira .............. 77

10.2.2. Fichamento de parte de uma obra ........... 79

10.2.3. Ficha tipo citação: .................................... 80

Page 9: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

10.2.4. Ficha tipo esboço ..................................... 81

Capítulo XI Como apresentar citações - NBR 10520 .................. 83

11.1. Termos latinos ................................................ 83

11.1.1. Idem ........................................................ 83

11.1.2. Ibidem ...................................................... 84

11.1.3.Opus citatum ............................................. 84

11.1.4. Apud ........................................................ 85

11.2. Tipos de citações ............................................ 85

11.2.1. Citações curtas ........................................ 85

11.2.2. Citações longas ....................................... 86

Capítulo XII Referências bibliográficas - NBR 6023 .................... 88

12.1. Objetivos das referências ............................... 88

12.2. Localização das referências ........................... 88

12.3.Tipos de referências ........................................ 90

12.3.1 Um autor escreveu a obra ......................... 90

12.3.2. Dois autores escreveram a obra .............. 91

12.3.3. Três autores escreveram a obra .............. 92

12.3.4. Mais de três autores escreveram a obra .. 93

12.3.5. Vários os autores escreveram a obra....... 94

12.3.6. Notas de sala de aula .............................. 94

12.3.6. Notas de sala de aula .............................. 95

12.3.7. Monografias ............................................. 96

Page 10: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

12.3.8. Monografia em meio eletrônico ................ 97

12.3.9. Periódicos ................................................ 98

12.3.10. Artigos de periódicos ............................. 99

12.3.11. Artigos de jornais ................................. 100

12.3.12. Artigos em meio eletrônico ................... 101

12.3.13. Documentos de eventos ...................... 102

12.3.14. Evento como um todo em meio eletrônico

.......................................................................... 103

12.3.15. Trabalho apresentado em evento ........ 104

12.3.16. Trabalho apresentado em evento em meio

eletrônico ........................................................... 105

12.3.17. Legislação............................................ 106

12.3.18 Jurisprudências ..................................... 107

12.3.19. Doutrinas ............................................. 108

12.3.20. Documentos jurídicos em meio eletrônico

.......................................................................... 109

12.3.21. Filmes, vídeos e DVDs......................... 110

12.3.22. Documento cartográfico ....................... 111

12.3.23. Documento cartográfico em meio

eletrônico ........................................................... 112

12.3.24. Documento sonoro ............................... 113

Capítulo XIII Projeto de pesquisa - NBR 15287 ........................... 114

13.1. Objetivos do projeto de pesquisa .................. 114

13.2. Conteúdo do projeto de pesquisa ................. 115

Page 11: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

13.3. Elementos do projeto de pesquisa ............ 117

13.3.1. Capa do projeto ..................................... 118

13.3.2. Folha de rosto do projeto ....................... 119

13.3.3. Sumário ................................................. 120

13.3.4. Apresentação do projeto ........................ 121

13.3.5. Justificativa do projeto ........................... 122

13.3.6. Área de concentração ............................ 123

13.3.7. Natureza do projeto ............................... 123

13.3.8. Delimitação do assunto (tema)............... 123

13.3.9. Revisão da literatura .............................. 125

13.3.10. Problema (pergunta) ............................ 127

13.3.11. Hipótese(s) .......................................... 132

13.3.12. Procedimento ....................................... 136

13.3.13. Análise dos dados ................................ 136

13.3.14. Objetivos .............................................. 136

13.3.15. Conteúdo Programático da pesquisa ... 138

13.3.16. Metodologia ......................................... 139

13.3.17. Cronograma de execução .................... 140

13.3.18. Bibliografia básica ................................ 141

13.3.19. Anuência do orientador ........................ 142

Capítulo XIV Elaboração de monografias .................................... 144

14.1. Definições de monografia ............................. 144

14.2. Importância da monografia ........................... 144

Page 12: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

14.3. Características da monografia ...................... 145

Capítulo XV Estrutura da Monografia ......................................... 147

15.1. Partes da monografia ................................... 147

15.1.1. Introdução .............................................. 147

15.1.2. Corpo do trabalho ou desenvolvimento .. 149

15.1.3. Conclusão .............................................. 152

15.1.4. Notas de rodapé .................................... 152

15.1.5. Bibliografia ............................................. 152

15.1.6. Outras orientações básicas .................... 153

Capítulo XVI Trabalho acadêmico - NBR 14724 .......................... 154

16.1. Formato ........................................................ 154

16.2. Margens ....................................................... 154

16.3. Espaço entre as linhas ................................. 155

16.4. Numeração das páginas ............................... 155

Capítulo XVII Estrutura formal da monografia ............................. 156

17.1. Elementos pré textuais ................................. 157

17.1.1. Capa ...................................................... 157

17.1.2. Anverso da folha de rosto ...................... 158

17.1.3. Verso da folha de rosto .......................... 159

17.1.4. Folha de aprovação ............................... 160

17.1.5. Dedicatória ............................................ 162

Page 13: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

17.1.6. Agradecimento ....................................... 163

17.1.7. Epígrafe ................................................. 164

17.1.8. Resumo em português ........................... 165

17.1.9. Resumo em língua estrangeira .............. 166

17.1.10. Lista de ilustrações .............................. 167

17.1.11. Lista de tabelas .................................... 168

17.1.12. Sumário ............................................... 169

17.2. Elementos textuais ....................................... 170

17.2.1. Introdução .............................................. 170

17.2.2. Desenvolvimento ................................... 170

17.2.3. Conclusão .............................................. 170

17.3. Elementos pós textuais ................................. 171

17.3.1. Bibliografia ............................................. 171

17.3.2. Glossário ............................................... 172

17.3.3. Apêndice ................................................ 173

17.3.4. Anexo .................................................... 175

17.3.5. Índice ..................................................... 176

17.3.6. Contracapa ............................................ 177

Capítulo XVIII Relatórios técnico-científicos - NBR 10719 ........... 178

Capítulo XIX Artigo científico impresso em periódico - NBR 6022 .................................................................................. 182

19.1. Elementos pré textuais ................................. 183

Page 14: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

19.2. Elementos textuais ....................................... 184

19.3. Elementos pós textuais ................................. 185

Bibliografia .............................................................. 186

Page 15: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

15

Apresentação

O livro Ciência: pesquisa, métodos e normas não

pretende ser definitivo. Na verdade, esta obra é a

experiência advinda de um trabalho que se acredita

válido pela praticidade e objetividade oferecida àqueles

que desta se servirem.

No conjunto dos assuntos tratados neste manual,

houve a preocupação em abordar, de modo claro e

acessível para o leitor, as normas e os métodos que são

utilizados para se fazer Ciência. Procedeu-se, para tal, a

uma seleção de itens fundamentais, presentes no

quotidiano científico.

De início, o planejamento que norteou Pesquisa:

Ciência, métodos e normas teve como ponto de partida

uma divisão equilibrada em dezesseis capítulos, nos

quais se pode reconhecer cinco grandes temas.

O primeiro abrange a Ciência e seu interesse,

seus elementos, sua tarefa, fornecendo ao leitor uma

delimitação precisa sobre a matéria.

O segundo se ocupa da pesquisa e sua

metodologia. Aqui estão arrolados os tipos de

pesquisas, seus métodos específicos e o roteiro que

deve ser seguido, para se fazer uma pesquisa científica.

O terceiro tema abarca os tipos de textos

científicos, diferenciando-os quanto às suas estruturas e

quanto às suas aplicações.

O quarto tema trata das normas da ABNT, para

citações de autores e referências bibliográficas. A

abordagem é objetiva e prática, utilizando quadros

Page 16: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

16

esquemáticos, nos quais o leitor visualiza todos os

elementos das citações e das referências.

Por último, o quinto grande tema compreende as

sugestões para se realizar um trabalho científico,

apresentando, ao leitor, a estrutura e a organização de

uma monografia.

Assim sendo, ao ensejo desta obra, os autores

acreditam estar prestando um auxílio aos alunos que

precisem elaborar trabalhos científicos, segundo os

parâmetros estabelecidos pela ABNT. E também a todos

aqueles que necessitarem de esclarecimentos, em

relação aos temas constantes neste livro.

Prof. Rodrigo Tostes Geoffroy

Page 17: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

17

Capítulo I Leitura de textos

teórico-científicos

Uma dificuldade apresenta-se constantemente

àqueles que estão entrando para o mundo da Ciência: a

não compreensão da linguagem utilizada na academia.

Por ser uma linguagem lógico-dedutiva, a mesma foge

ao entendimento da maioria dos estudantes.

No mundo acadêmico, saber ler é fundamental,

para se formar uma sólida base teórica. Essa afirmação

parece óbvia, visto que uma grande parcela dos

estudantes admite que sabe ler muito bem. Entretanto, a

experiência mostra que, às vezes, o desinteresse dos

alunos está ligado diretamente a não compreensão dos

textos técnicos, uma vez que, no entendimento desses

não se admite a imaginação e, menos ainda, a

experiência de vida dos leitores.

A grande dificuldade de se compreender um texto

científico encontra-se no fato dele ser apresentado, na

maioria das vezes, através do método dedutivo1. Por

esse motivo, torna-se relevante este capítulo, uma vez

que nele se encontram algumas técnicas de estudo

úteis.

Não se deve esquecer que a compreensão de um

texto é base da aprendizagem. Não obstante, a

aprendizagem torna-se um esforço desmotivante, para

alguns indivíduos, devido à falta de compreensão do

que se lê.

1 A dedução é o raciocínio puramente abstrato, no qual sua

inteligibilidade ocorre diretamente das proposições inerente ao texto.

Page 18: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

18

Aí se encontra o empecilho para alguns

estudantes, visto que a leitura técnica é uma atividade,

como foi visto mais acima, na qual não pode entrar nem

a imaginação, nem as experiências, e, menos ainda, as

opiniões do leitor: “Nestes casos, conta-se tão-somente

com as possibilidades da Razão reflexiva, o que exige

muita disciplina intelectual para que a mensagem possa

ser compreendida com o devido proveito e para que a

leitura se torne menos insípida.”2 Quando se lê um texto

científico, é preciso que se conte somente com o poder

da Razão, para se conseguir o entendimento do

conteúdo.

Na ciência o conhecimento deve ser pautado pela

Razão, a qual utiliza argumentações universais.

Consequentemente suas conclusões podem ser

aplicadas a outros casos proporcionando uma

“previsibilidade” dos acontecimentos futuros, caso as

condições sejam mantidas.

A seguir, apresentam-se algumas diretrizes para

leitura de obras científicas: delimitar uma parte do texto

de sentido completo. É preciso compreendê-la e,

somente após isso, deve-se passar a outro item;

analisar o texto por inteiro, a fim de compreender seu

conteúdo, porém é uma leitura sem mais

aprofundamentos. Nesta fase, é aconselhável fazer um

esquema do texto, para que se possa ter uma visão

completa; tematizar o texto é o próximo passo. Aqui o

leitor apresentará suas dúvidas ao texto, visando a

2 SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico.

13a ed.. São Paulo: Cortez, 1986, p. 48.

Page 19: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

19

entendê-lo. Entender3 o texto é descobrir seu tema, ou

seja, o assunto que está sendo exposto: fazer uma

análise interpretativa, ou melhor, ultrapassar o que foi

escrito, perguntando ao autor sobre as ideias

apresentadas; problematizar o tema lido. Nesta etapa, o

leitor faz perguntas, a fim de realizar uma reflexão

particular; redigir uma síntese própria, em outras

palavras, é o momento da leitura em que o estudante

deve escrever o que entendeu do texto.

1.1. Diferenças entre explicação e comentário

Uma explicação é uma resposta a uma pergunta.

Ela deve ser testada empiricamente, a fim que

possamos verificar como poderia ocorrer o fato4 a ser

explicado: “Explicar a ocorrência de um acontecimento

é, portanto, fazer o enunciado que o descreve derivar de

outros enunciados verdadeiros e empíricos, dos quais

pelo menos um há de ser lei geral. Mais resumidamente:

explicação é subsunção dedutiva a leis gerais.”5

3 É a explicação que nos faculta tomar consciência da situação.

4 “O que é ou acontece na medida em que é tomado como um dado

real da experiência, sobre o qual o pensamento se pode afundar.” In LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. Tradução de Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 388. 5 LAMBERT, K. e BRITTAN, G. G.. Introdução à Filosofia da Ciência.

São Paulo: Cultrix, 1972, pp. 46-7.

Page 20: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

20

Explicação Comentário Prevalece sobre o comentário Supõe uma explicação

É anterior ao comentário É posterior à explicação

Está a serviço do texto Interroga o texto

Parte do texto Parte do texto

Restringe-se ao texto Não se restringe ao texto

A seguir reproduzimos o “Esquema sobre as

diretrizes para a leitura, análise e interpretação de

textos”6, pois sua clareza possibilita-nos a compreensão

da atitude intelectual que o estudante deve ter frente a

uma obra científica:

6 SEVERINO, Antônio Joaquim. op. cit., p. 61.

Page 21: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

21

Capítulo II Metodologia

A metodologia estuda os métodos de se fazer

Ciência. Método é um conceito formado por dois radicais

gregos (meta = além; odos = caminho) significando,

literalmente, caminho além. Em outros termos, o método

é o caminho estabelecido por determinada ciência, a fim

de conseguir conhecimentos válidos por intermédio de

instrumentos confiáveis. Em linguagem mais acadêmica,

o método é o “conjunto dos processos de conhecimento

que constituem a forma de uma determinada ciência

[...].”7 Com menos formalidade, pode-se dizer que o

método é o caminho usado pelo pesquisador, para

tentar resolver um problema (pergunta, dúvida, questão,

dificuldade).

Uma característica marcante do método científico

é sua simplicidade: “Todo pensamento será formulado

tão clara e simplesmente quanto possível, o que só

pode ser efetuado mediante trabalho árduo.”8 E,

continua o autor: “o método da ciência consiste em

tentativas experimentais para resolver nossos

problemas por conjecturas que são controladas por

severa crítica.”9

Um método para ser denominado de científico

deve levar em consideração a: escolha de fenômenos

7 LIARD, L.. Lógica. São Paulo: Cia. Ed. Nac., 1979, p. 10.

8 POPPER, Karl. Lógica das Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Tempo

Brasileiro, 1978, p. 39. 9 Ib., p. 16.

Page 22: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

22

importantes; diversidade dos meios para se descobrir

uma lei.

O método tem os seguintes momentos:

investigação; transmissão; organização. O primeiro se

propõe a fazer novas descobertas; o outro tem como

objetivo transmiti-las: é, também, chamado de método

didático; por fim o método de organização visa à

sistematizar as pesquisas com a finalidade de se

conseguir uma maior eficiência.

Todo e qualquer método se apoia em dois pontos

básicos: reprodutibilidade; falsificabilidade. Com relação

àquela é necessário, para se ser científico, que os

resultados conseguidos sejam repetidos por outros

pesquisadores, os quais devem chegar ao mesmo

resultado, independente da época ou lugar.

A falsificabilidade é a característica, segundo a

qual é necessário criar diversas hipóteses que neguem

a afirmação, quanto mais essa se sustente mais ela é

considerada correta.

Com relação ao objeto o método pode ser:

racional; experimental. O método racional parte do fato

ou de proposição evidente. No primeiro caso tem-se a

Filosofia e no segundo a Matemática: há autores que o

denomina de método reflexivo.

O método experimental parte das experiências,

por isso é conhecido como método indutivo. Como

critério de validade tem-se a verificação dos dados

objetivos. Não é preciso dizer que esse método é

racional, visto que tem por base a reflexão. Ele tem

Page 23: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

23

quatro fases: observação10; elaboração da hipótese;

experiência; generalização.

Existem vários métodos de se abordar um

problema, portanto compete ao estudante decidir qual o

melhor caminho (empírico; teórico; histórico; trabalho de

campo; trabalho de laboratório).

A metodologia é considerada um conjunto de

métodos, pelo qual se adquire o conhecimento

sistemático e exato do mundo "real", em oposição à

intuição, à especulação e às observações mais ou

menos casuais, embora não raro penetrantes, da

literatura, da filosofia, da teologia, etc.: “Em qualquer

campo de estudos, a substância a ser aprendida é que

deverá ditar o método de seu aprendizado. Jamais

poderá essa ordem ser trocada, ou seja, permitir-se que

uma prática ou um método predetermine a visão do

assunto.”11

Como podemos ver ela é importante, quando se

trata de fazer Ciência, porém a mesma é apenas um

instrumento, um meio para se pensar cientificamente,

mas não se pode ser extremista, e dizer que essa é

inútil. Ela tem relevância, dentro do mundo acadêmico,

visto que possibilita ao cientista perguntar sobre a

verdade, os limites, a extensão e o valor dos

conhecimentos apreendidos.

10

“Observação é a consideração atenta dos fatos com o objetivo de descobrir-lhes as formas de comportamento e as causas. É um primeiro passo para determinar o „como‟ e o „porquê‟ dos mesmos.” In NERICI, Imideo G.. Introdução à Lógica. São Paulo: Nobel, 1971, p. 122. 11

LIPSON, Leslie. Os Grandes Problemas da Ciência Política. Rio de

Janeiro: Zahar, 1976, p. 24.

Page 24: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

24

Com uma boa metodologia, o cientista tem

condições de bem delimitar o objeto a ser estudado,

bem como lhe facilita a criatividade, no desenvolvimento

da pesquisa. Além disso, otimiza a capacidade do

cientista de entender o assunto que pesquisa: “O

objetivo da metodologia, que é uma praxiológica da

produção dos objetos científicos, é o de esclarecer a

unidade subjacente a uma multiplicidade de

procedimentos científicos particulares, ela ajuda a

desimpedir os caminhos da prática concreta da pesquisa

dos obstáculos que esta encontra.”12

A metodologia é o instrumento usado para fazer

ou definir a Ciência, logo a possibilidade de agir

cientificamente é saber utilizar esse instrumento.

Somente será um bom cientista aquele que souber

utilizar bem o instrumento da Ciência: a Lógica13,14.

Portanto, o seu conhecimento é sumamente importante,

para todo aquele que deseja ingressar no mundo da

ciência.

Os críticos ao método científico apontam três

limitações que ele apresenta: a indução pode não ser

válida para todos os casos; não se conseguir a

12

BRUYNE, Paul de. Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977, p. 27. 13

“Lógica é a ciência que estuda as leis gerais do pensamento e a arte de aplicá-las corretamente na ivestigação e demonstração da verdade dos fatos.” In NERICI, Imideo G.. Introdução à Lógica. São Paulo: Nobel, 1971, p. 16. 14

Nem todos os pensadores aceitam esse papel da lógica e alguns a colocam em segundo plano: “A lógica não passa de uma técnica de aplicação da psicologia como sublinha Husserl, ela não pode pretender regulamentar a ciência, pois ela vem depois e não antes da ciência; [...].” In MOLES, Abraham. A Criação Científica. São

Paulo: Perspectiva, 1971, p. 38.

Page 25: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

25

inferência através dos fatos experimentados; a

inferência ser muito abstrata.

Apesar dessas críticas não devemos deixar de

afirmar que, rigorosamente falando, não existe uma

ciência, caso não seja precedida por um método: isso

não é uma novidade, visto que ele foi o guia do

pensamento científico desde o século XVI. Não se pode

esquecer que: “o que realmente interessa é a pesquisa.

Essa é a maior finalidade da Ciência. A metodologia é o

melhor caminho para se conseguir esse objetivo."15

Dentro do ambiente acadêmico, a pesquisa é o objetivo,

mas, para se fazer Ciência, é imprescindível a utilização

de um método, pois a Ciência sem o método é

impossível.

15

DAU e DAU. Metodologia Científica. Juiz de Fora: Editar, 2001, p.

14.

Page 26: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

26

Capítulo III Ciência e teoria

3.1. Ciência

A ciência é o conhecimento que quantifica a

natureza, por outras palavras, é o conhecimento que

utiliza a matemática, para estudar a natureza. Nesse

mesmo sentido, podemos ainda, dizer que a ciência é a

matematização da natureza, transforma os dados da

natureza em números. O conceito ciência “deve ser

considerado o conjunto das aquisições intelectuais, de

um lado, das matemáticas, do outro, das disciplinas do

dado natural e empírico, fazendo ou não uso das

matemáticas, mas tendendo mais ou menos à

matematização.”16

A fim de definir mais esmiuçadamente esse

conceito podemos ainda dizer que: “é um sistema

teórico de desenvolvimento autônomo, quer dizer, que

se estrutura conforme critérios de coerência interna.

Mas se uma suposta verdade dessa estrutura for

contraditada (falseada) pela realidade, a própria

estrutura tem de ser reajustada.”17

A palavra ciência tem vários significados, contudo,

atualmente, a mesma é usada, basicamente, em dois

sentidos: é um corpo de conhecimento que tira sua

validade das experiências rigorosas, organizadas em

leis gerais. Por outras palavras, é qualquer corpo de

conhecimentos fundado em observações dignas de fé e

16

JAPIASSÚ, H. F.. Op. cit., pp. 15-6. 17

BORRÓN, Juan C. G.. A Filosofia e as Ciências. Lisboa: Teorema,

1988, p. 113.

Page 27: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

27

organizado no sistema de proposições ou leis gerais; a

ciência é formada por um conjunto de métodos que

buscam sistematizar (organizar) o conhecimento sobre a

natureza.

Galileu Galilei (1564-1642) é um marco para a

história da ciência, porque foi um dos primeiros a usar o

método cientificamente, ou seja, das observações

particulares chegou a leis gerais, as quais lhe

facultavam a previsão dos acontecimentos futuros.

Estabeleceu seu papel ao afirmar que ela deve ter por

finalidade o questionamento das verdades inabaláveis

lançando dúvidas sobre seus fundamentos: “promover

aquelas dúvidas, que parecem abalar as opiniões

manifestadas até agora e propor alguma nova teoria

para examinar se existe alguma coisa, que possa

esclarecer e abrir o caminho rumo à verdade [...]”.18

A finalidade da ciência é a tentativa de

compreensão da natureza e do homem. Nesta tentativa,

os caminhos são múltiplos: uns mais árduos e outros

mais fáceis. Cabe à metodologia mostrar ao

pesquisador, qual o caminho mais fácil para se fazer

ciência.

O conhecimento científico tem sua origem na

preocupação do indivíduo em conseguir um

conhecimento, que ultrapasse suas necessidades

primárias e atinja um grau de organização que possa

fazer com que outros indivíduos tenham condições, por

meio de experiências, provar o que foi afirmado. Esse

conhecimento quer atingir um conhecimento seguro num

mundo mutável.

18

GALILEU. O Ensaiador. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 63.

Page 28: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

28

O primeiro passo para se produzir o

conhecimento científico é questionar a validade e

extensão dos conhecimentos existentes em sociedade.

Na ciência é a pergunta o ponto de partida, para se

substituir os conhecimentos existentes:

A investigação científica se inicia, portanto, (a) com a identificação de uma dúvida, de uma pergunta que ainda não tem resposta; (b) com o reconhecimento de que o conhecimento existente é insuficiente ou inadequado para esclarecer essa dúvida; (c) que é necessário construir uma resposta para essa dúvida e (d) que ela ofereça provas de segurança e de confiabilidade que justifiquem a crença de ser uma boa resposta (de preferência, que seja correta).

19

É comum aceitar que a ciência parte das

observações empíricas, mas que não se atém a elas

especificamente, pois seu objetivo é o geral. Isso é

evidente, porque um fato isolado é apenas um exemplo,

através do qual não se pode atingir a generalização

necessária às afirmações científicas. Diversos fatos

isolados não formam uma teoria científica, visto que

para se chegar a ela é preciso que haja uma elaboração

de diversas proposições, organizadas hierarquicamente,

desde o fato mais particular à afirmação mais geral.

A ciência surgiu pela primeira vez na Grécia, a

2700 anos, mais precisamente, na cidade de Mileto, na

região da Jônia (atualmente essa região faz parte da

Turquia). O primeiro cientista, de que se tem notícia, foi

Tales de Mileto (625-558 a.C.), e, desde o início, ele

estipulou que a ciência deveria procurar a ordem na

19

KÖCHE, J. C.. Fundamentos de Metodologia Científica. 19a ed.

Petrópolis: 2001, p. 30.

Page 29: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

29

natureza, e que essa mesma ordem não se encontrava

na superfície das coisas.

A busca pelo conhecimento científico somente

será possível caso o indivíduo questione os

conhecimentos existentes tanto em sua validade, como

em sua extensão. Essa problematização é o ponto de

partida, para que se possa esquadrinhar as verdades

existentes no meio em que se está inserido.

A preocupação científica nasce no momento em

que o indivíduo busque um conhecimento, o qual

ultrapasse a simples satisfação de suas necessidades

quotidianas. Tal conhecimento deve ser sistematizado, a

fim de que os demais indivíduos possam comprovar o

que foi afirmado utilizando as experiências específicas.

Seu objetivo é a assunção de uma verdade a respeito

do mundo, no qual percebemos, por meio da

sensibilidade, uma complexa relação de coisas

mutáveis.

No mundo da ciência, sabe-se, hoje, que suas

verdades não são eternas, perfeitas e imutáveis.

Atualmente, os cientistas sabem que há uma

aproximação da verdade, mas que essa verdade não é

jamais alcançada por completo.

Aquele que entrou para um ambiente no qual se

trabalha com o pensamento científico (por exemplo uma

universidade) tem que estar consciente de que sua vida

será uma eterna busca pela verdade. Deve também

estar ciente de que, ao alcançar uma verdade, essa não

é um ponto de chegada, porém uma nova largada, no

aprofundamento sobre a verdade da natureza ou do

homem. É por isso que se diz que a ciência é um perene

caminhar.

Page 30: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

30

A mesma é uma maneira de se investigar a

natureza e o homem, mas existem diversas maneiras de

se investigá-los: filosofia; religião; arte; ciência; etc:

Filosofia Religião Arte Ciência Razão pura fé intuição Razão aplicada verdade verdade verdade verdade este mundo outro mundo este mundo este mundo homem homem homem homem inspiração inspiração inspiração inspiração crítica

20 não-crítica crítica crítica

objetiva subjetiva subjetiva objetiva

Todo conhecimento científico, para ser científico,

deve generalizar as experiências particulares. Não há

nada de novo nessa proposição, pois Aristóteles de

Estagira (384-322 a.C.) afirma que não existe ciência do

particular, mas só do geral. Essas generalizações

devem se submeter ao crivo das comprovações

experimentais: “Por meio de experiências repetidas,

mantendo-se constantes todos menos um dos possíveis

fatores que influenciam um fenômeno, podem-se isolar

causas e chegar a descobertas verificáveis em qualquer

laboratório do mundo.”21

Isso ocorre dessa maneira, visto que uma única

experiência não nos permite atingir a condição

20

Esse conceito em do grego krisis e significa julgamento. Ter uma

visão crítica de mundo é apenas fazer uma valoração a respeito do que se estuda, entretanto para alguns sectários do marxismo, o conceito adquiriu um sentido mágico, o qual se refere à capacidade de compreensão dos truques da burguesia, a fim de enganar o proletariado. No sentido kantiano, é o ato de fazer uma pergunta sobre a possibilidade de se discutir uma questão, de modo livre e público. Neste livro, crítica deverá ser entendida, no sentido kantiano. 21

BUTLER, D. E.. Comportamento Político. Rio de Janeiro: Laudes,

1958, p. 28.

Page 31: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

31

fundamental da ciência que é a generalização.

Também, devemos insistir, que diversos fatos sem

relação entre si não constituem uma teoria científica,

porquanto essa somente é possível, quando podemos

elaborar proposições sistematizadas numa hierarquia:

partindo do simples devemos alcançar o geral (método

indutivo).

Portanto, compete dizer que o que se deseja com

a ciência é a conclusão generalizante sobre o tema

pesquisado, para tanto criam-se hipóteses

racionalmente elaboradas, com o intuito de orientar o

estudo. O conhecimento científico é resultado da relação

da inteligência (quando se serve de conceitos) com a

reflexão racional, a qual produz uma conclusão lógica.

3.1.1. Métodos da Ciência Basicamente a Ciência tem dois métodos:

dedutivo; indutivo.

3.1.1.1. Método dedutivo No método dedutivo, a preocupação maior do

pesquisador é demonstrar e justificar uma teoria, uma

análise, etc. Seus objetos são ideais, visto que são

abstrações. Quanto a seu propósito quer alcançar a

coerência, a não-contradição, ou seja, suas afirmações

não podem se contradizer. O ponto de partida de quem

utiliza esse método é o universal, e o ponto de chegada

é o particular. Com ele, quer-se provar racionalmente

uma proposição.

Page 32: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

32

3.1.1.2. Método indutivo

Quanto ao método indutivo, pode-se dizer que o

mesmo procura provar empiricamente (através de

experiências) uma afirmação. O ponto de partida de

quem utiliza esse método é o particular (experiência) e o

ponto de chegada é o universal (geral).

Esse método, que é a base da ciência, recebe o

seu nome da forma de raciocínio denominada indução:

forma de conhecer segundo a qual, partindo de

elementos particulares chegamos, a um conhecimento

universal. Em outras palavras, podemos ainda afirmar

que a indução tem sua origem nas observações

rigorosas de fenômenos particulares, cujo objetivo é

atingir o maior grau de generalização possível.

A indução é composta de três etapas: observação

e análise dos fatos com intuito de descobrir as causas

de sua manifestação; comparação procurando encontrar

uma relação constante; generalização por intermédio da

qual estabelecemos uma relação entre os fatos

análogos.

Existem dois tipos de indução: formal; científica.

Esta, de acordo com Aristóteles, induz de alguns casos

ou mesmo de um único caso. Ela tem como base as

relações, as causas e as prováveis leis que regem o

dado.

No que diz respeito à indução formal podemos

dizer que ela simplesmente procura a generalização

pela enumeração de casos específicos.

A indução é regida por três relações gerais: do

essencial dos dados; dos fatos idênticos; da

quantificação dos elementos.

Page 33: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

33

Os problemas tratados pelo método indutivo são

empíricos, ou seja, dizem respeito à experiência

sensível (visão, olfato, paladar, tato e audição),

entretanto o cientista deve ultrapassar o mundo do

sensível e atingir o plano lógico, o plano da teoria. É

utilizado sempre que o cientista deseja provar

empiricamente uma proposição.

3.1.2. Características da Ciência A Ciência tem algumas características peculiares:

seus métodos são lógicos; seus resultados não são um

fim, mas um novo ponto de partida; suas verdades não

são eternas; seus conhecimentos devem unir a teoria

com a prática; suas experiências devem ser

cuidadosamente controladas pelo cientista (rigor

científico); seus resultados se voltam para o mundo

prático.

Um conhecimento, para ser científico, ainda deve

comportar os seguintes traços: classificar os

conhecimentos; descrever os fatos; explicar os

fenômenos; interpretar os diferentes casos; ser

autocorretivo; experimental; descritivo; particular;

cumulativo; operativo.

Outra característica da ciência é não admitir o

princípio de autoridade, o qual tem mais a ver com a

crença do que com a ciência e aquele que quer tornar-

se pesquisador deve dar azo às provas sobre o que se

disse e não deve se preocupar com quem disse.

Em resumo: O cientista deve ter sempre claro, em

seu pensamento, que não existe uma teoria definitiva na

ciência. Todo e qualquer conhecimento no âmbito da

ciência não é um ponto de chegada, mas um ponto de

Page 34: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

34

partida. Quem quiser encontrar um conhecimento

absoluto sobre as coisas, não deve buscar a ciência,

todavia procurar outra forma de conhecer a natureza.

3.1.3. Generalizações científicas As proposições, que constituem qualquer corpo de

conhecimento científico, são generalizações. Tais

generalizações não se referem a acontecimentos ou a

entidades individuais, senão a classes ou tipos de

fenômenos. As generalizações científicas devem estar

sujeitas, direta ou indiretamente, a comprovações

experimentais.

3.1.4. Interesse da ciência As ciências se interessam pelo padrão, pelo

atributo ou característica partilhados, pelo que os

acontecimentos, os elementos, as árvores ou as coisas

tenham em comum. Toda ciência se funda na

suposição, tão claramente examinada e descrita pelos

gregos, de que existe uma "ordem na natureza" que o

homem pode descobrir.

3.1.5. Elementos da ciência Toda ciência compõe-se de dois elementos

imprescindíveis: Razão22 (teoria); experiências23;24

22

“Conjunto de conhecimentos e de investigações com um suficiente grau de unidade, de generalidade, e suscetíveis de trazer aos homens que se lhe consagram conclusões concordantes, que não resultam nem de convenções arbitrárias, nem de gostos ou interesses individuais que lhes são comuns, mas de relações objetivas que se descobrem gradualmente e que se confirmam através de métodos de verificação definidos.” In LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 155.

Page 35: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

35

(práticas). Assim, a ciência, não só como

conhecimento, mas também como método, tem dois

elementos essenciais: o racional e o empírico. Se o

conhecimento for baseado só na Razão, o mesmo é

chamado de Filosofia, mas, caso seja fundamentado

somente na experiência, ele é chamado de senso

comum. O conhecimento científico é resultado da

relação da inteligência (quando se serve de conceitos)

com a reflexão racional, a qual produz uma conclusão

lógica.

Assim, temos que o conhecimento pode ser

dividido em duas espécies: científico; empírico. Esse,

também chamado de vulgar ou espontâneo, tem como

base os sentidos. É um conhecimento desorganizado

que depende de cada sujeito cognoscente, bem como é

aplicado a cada coisa em particular. Por intermédio

desse conhecimento não vemos as relações existentes

entre as coisas no mundo. O importante nesse

conhecimento são as qualidades e não as quantidades.

Nele a aparência torna-se relevante, a subjetividade é a

regra e não é possível prever aspectos futuros, portanto

é um conhecimento que limita a ação do homem.

Esse é o conhecimento do homem ordinário e é a

forma mais simples de interpretação do mundo. É um

conhecimento que não se preocupa com elaborações

lógicas complexas, mas sim com a solução de

problemas práticos do quotidiano. Não é um

23

É o conhecimento do mundo externo, que ocorre através dos sentidos (olfato, visão, tato, paladar, audição). 24

Sentidos: “São as impressões recebidas das coisas que fornecem o conhecimento, mas de modo superficial, sem ligação uma com as outras.”NERICI, Imideo G.. Op. cit., p. 105.

Page 36: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

36

conhecimento que procure as causas do fenômeno,

mas somente seu porquê: “Através de milhares de anos

de aperfeiçoamento e modificações, o conjunto de

generalizações da experiência começa a constituir um

„núcleo compacto de crenças‟ que „parecem quase

evidentes por si‟. Assim, nesse modo prático de

conhecer, a generalização indutiva formula-se

conceptualmente como uma lei. A sua forma mais geral

é uma formulação universal e abstracta do tipo „sempre

que ocorre x, ocorre y‟.”25

No conhecimento via senso comum existe uma

regra geral indicadora do caminho a seguir, entretanto

ele não se serve de um método rigoroso em sua

aplicação, o que pode levar a resultados diferentes: “Na

origem, o senso comum leva-nos a considerar as coisas

e o mundo sensível como existentes fora de nós, de tal

forma que as nossas ideias não são mais que suas

imagens fieis.”26

O conhecimento científico quer explicar os fatos

por intermédio das possíveis causas e pelas leis. Este

conhecimento tem duas funções: especulativa; prática.

A primeira visa à descoberta de novas relações de

causalidade; ao passo que a segunda tem como objetivo

a utilização do conhecimento teórico na resolução de

problemas da vida do dia a dia.

Esse conhecimento parte do pressuposto de que o

método racional contribui para se conhecer a natureza,

25

BORRÓN, Juan C. G.. A Filosofia e as Ciências. Lisboa: Teorema, 1988, p. 112. 26

BROCHARD, V. Do Erro. Coimbra: Atlântida, 1971, p. 09.

Page 37: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

37

o homem e as relações dos homens entre si e com a

natureza.

A ciência parte das experiências, não obstante

procura ultrapassá-las, uma vez que seu objetivo é a

generalização de seus resultados. O que se deseja com

ela é a conclusão generalizante sobre o tema

pesquisado, para tanto criam-se hipóteses

racionalmente elaboradas, com o intuito de orientar o

estudo.

O conhecimento científico diferencia-se do senso

comum por causa do rigor com o qual ele adquirido. A

característica, então, desse conhecimento é dada por

seu método. Além disso, espera-se que um

conhecimento dessa espécie possibilite explicações

sistematizadas e fundamentadas em experiências.

Como conhecimento substantivo, a ciência é

constituída de proposições logicamente relacionadas,

que devem ser também sustentadas pela evidência

empírica. Como método, põe em destaque a observação

objetiva, que possa ser verificada e analisada

logicamente.

Uma verdade para ser científica deve se submeter

a experiências. Após essa verificação é necessário

submetê-la aos questionamentos do público: esse é o

momento da crítica intersubjetiva. O conhecimento

científico parte das causas, para se conseguir explicar

um fenômeno. É uma relação de causa e efeito, porém

é necessário tomar cuidado com as relações, visto que

somente é possível relacionar coisas do mesmo gênero,

por isso o pesquisador procura ser cauteloso, rigoroso

ao comparar os elementos, pois pode relacionar coisas

de gêneros diferentes e concluir absurdos.

Page 38: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

38

3.1.6. Objeto da ciência

O objeto da ciência é o material com que essa

trabalha. Esse material pode ser: ideias; minerais;

vegetais; palavras; povos; estrelas; rios; etc.

3.1.7. Objetivo da ciência Toda ciência tem como objetivo criar um conjunto

de teorias, as quais possam incluir diversas

experiências. Assim, sua meta é a criação de uma teoria

que indique, quais experiências devam ser estudadas

por esta determinada ciência. Seu objetivo não é dizer o

que vai ocorrer, mas o que, dependendo das condições,

poderá ocorrer.

Outro objetivo é a construção de teorias que

possam explicar o maior número possível de

experiências. Considera-se uma teoria melhor do que

outra, devido ao número de experiências que a mesma

pode explicar e comprovar. Por exemplo, a Teoria da

Queda dos Corpos de Isaac Newton (1642-1727) é

melhor do que a de Aristóteles, porque aquela pode ser

experimentada e comprovada, além de explicar um

número maior de casos.

3.1.8. Objetividade da ciência A principal característica da análise, como da

observação científica, é a objetividade, ou melhor, todo

conhecimento da ciência se pauta por não depender das

opiniões, gostos, culturas, religiões, vontades, desejos,

etc.

A ciência busca conhecer a natureza, contudo o

conhecimento do homem sobre essa é afetado pela

Page 39: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

39

maneira como ele vê o mundo, uma vez que seus

paradigmas são dados pelos conceitos, com os quais foi

educado. Por isso é premente tomar cuidado com

aquelas verdades que parecem evidentes, pois essas

podem ser preconceitos.

O ideal da ciência é a objetividade, por esse ideal

se procura criar modelos teóricos que representem a

natureza de maneira “fiel”, ou seja, a ciência quer ser

verdadeira e nessa busca pela verdade tenta-se atingir

um grau de imparcialidade (âmbito da verdade

semântica).

Uma ciência torna-se objetiva quando seu

método é usado com rigor lógico. Nesse caso a

objetividade não se relaciona com os valores do

pesquisador, mas com o grau de racionalidade adotado

na utilização de um determinado método.

Karl Popper afirma, em sua Décima-segunda

tese, a respeito da objetividade da ciência: “O que pode

ser descrito como objetividade científica é baseado

unicamente sobre uma tradição crítica que, a despeito

da resistência, frequentemente torna possível criticar um

dogma dominante.”27

3.1.9. Devemos evitar os preconceitos A grande dificuldade, em se fazer pesquisa, está

em superar os preconceitos. Os mesmos são as

maneiras de pensar, que aparecem aos homens como

verdades, por esse motivo dificultam toda e qualquer

tentativa de se descobrir algo novo. Cabe ao cientista

compreender que o conjunto de ideias com o qual ele foi

27

POPPER, Karl. Op. cit., p. 23.

Page 40: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

40

educado é, em muitas das vezes, o maior escolho para

a descoberta do novo. Deve-se, portanto, tomar cuidado

com as verdades a que se está acostumado, visto que

elas podem induzir ao erro.

Com toda clareza dos pensadores ingleses

Francis Bacon (1561-1626) expôs os empecilhos

epistemológicos na tentativa de se conseguir atingir à

verdade. À causa dos erros, nas análises sobre a

natureza, ele denominou de preconceitos ou ídolos (que

impedem o homem de conhecer a verdade). Em seu

entender cumpre evitar os preconceitos, os quais ele

denomina de ídolos:

Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam.

28

São os preconceitos as formas de conhecimento

de uma realidade mais perigosa que possa existir, uma

vez que eles servem de barreiras a todo e qualquer

conhecimento novo. Existem quatro espécies de

preconceitos que impedem o homem de conhecer a

verdade.

3.1.9.1. Ídolos da tribo (idola tribus) São as limitações derivadas das deficiências

naturais de compreensão que afetam os homens. São

28

BACON, F.. Novum Organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.

39.

Page 41: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

41

inclinações comuns à humanidade, que impedem a

aceitação de fatos que vão contra as teorias

particulares: “Os ídolos da tribo estão fundados na

própria natureza, na própria tribo ou espécie humana. É

falsa a asserção de que os sentidos do homem são a

medida das coisas. Muito ao contrário, todas as

percepções, tanto dos sentidos como da mente,

guardam analogia com a natureza humana e não com o

universo. O intelecto humano é semelhante a um

espelho que reflete desigualmente os raios das coisas e,

dessa forma, as distorce e corrompe.”29

3.1.9.2. Ídolos da caverna (idola specus)

Referem-se aos enganos proporcionados pela

natureza individual do homem, devido a sua educação,

às autoridades intelectuais e ao ânimo do indivíduo: “Os

ídolos da caverna são os dos homens enquanto

indivíduos. Pois cada um - além das aberrações próprias

da natureza humana em geral - tem uma caverna ou

uma cova que intercepta e corrompe a luz da natureza:

seja devido à natureza própria e singular de cada um;

seja devido à educação ou conversação com os outros;

seja pela leitura dos livros ou pela autoridade daqueles

que se respeitam e admiram; seja pela diferença de

impressões segundo ocorram em ânimo preocupado e

predisposto ou em ânimo equânime e tranquilo; de tal

forma que o espírito humano – tal como se acha

disposto em cada um - é coisa vária, sujeita a múltiplas

perturbações, e até certo ponto sujeita ao acaso.”30

29

Ib., p. 40. 30

Ib., p. 40.

Page 42: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

42

3.1.9.3. Ídolos da praça pública, do mercado (idola fori)

Erros provenientes do uso da linguagem, pois nós

somos condicionados na interpretação das coisas por

meio da língua: “Há também os ídolos provenientes, de

certa forma, do intercurso e da associação recíproca dos

indivíduos do gênero humano entre si, a que chamamos

de ídolos do foro devido ao comércio e consórcio entre

os homens. Com efeito, os homens se associam graças

ao discurso, e as palavras são cunhadas pelo vulgo. E

as palavras, impostas de maneira imprópria e inepta,

bloqueiam espantosamente o intelecto. [...] E os homens

são, assim, arrastados a inúmeras e inúteis

controvérsias.”31

3.1.9.4. Ídolos do teatro (idola theatri) Ideias derivadas de sistemas e de raciocínios

filosóficos. São erros provenientes dos grandes mestres

da filosofia, os quais se tornaram argumentos de

autoridade e ninguém tem coragem de questionar: “Há,

por fim, ídolos que imigraram para o espírito dos homes

por meio das diversas doutrinas filosóficas e também

pelas regras viciosas da demonstração. São os ídolos

do teatro: por parecer que as filosofias adotadas ou

inventadas são outras tantas fábulas, produzidas e

representadas, que figuram mundos fictícios e teatrais.

[...] Ademais, não pensamos apenas nos sistemas

filosóficos, na sua universalidade, mas também nos

numerosos princípios e axiomas das ciências que

31

Ib., p. 41.

Page 43: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

43

entraram em vigor, mercê da tradição, da credulidade

e da negligência.”32

O significado filosófico desta divisão baconiana

está em exigir do cientista o perfil crítico e

independência intelectual. Para se pensar

cientificamente é premente, que se abandonem os

preconceitos, porquanto eles não permitem a verdade

surgir na mente humana.

É importante reconhecer que os homens veem,

com frequência, o que estão preparados para ver ou o

que desejam ver. Sendo assim, o cientista deve

abandonar essa condição do senso comum, e se

esforçar em compreender o mundo, de acordo com os

pressupostos da análise científica.

3.1.10. Análise científica Uma análise, para ser científica, deve ter as

seguintes características: logicidade (as ideias devem

ser encadeadas de acordo com a Razão); objetividade

(as afirmações não devem depender dos contextos);

clareza conceitual (os conceitos não devem ambíguos);

precisão dos conceitos (não devem ser sugestivos).

32

Ib., p. 41.

Page 44: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

44

3.2. Teoria

A linguagem utilizada pela ciência, para enunciar a

descoberta de um novo conhecimento, é construída

através de teorias definidas de tal forma, que as

opiniões de quem as enunciam não sejam levadas em

consideração.

Teoria, ou sistema dedutivo, vem de theorein cujo

significado é “visão”, donde se conclui que uma teoria é

uma visão sobre um tema. Pode ser aplicada a tudo que

se deseja conhecer e seu significado remete a um

conjunto de ideias mais elaborado. Quando criamos

uma teoria queremos simplesmente tentar explicar um

problema: “A teoria consiste, em parte, numa forma de

estenografia mental, que reduz imensa variedade de

fatos, vinculados entre si, a uns poucos e breves

símbolos.”33

A teoria é formada por diversas proposições

encadeadas logicamente, e deve ter as seguintes

características: definição rigorosa; coerência interna;

generalização, por meio de deduções; ampliação do

conhecimento.

Na ciência, ela deve ser submetida à

comprovação. Caso não haja nenhum fenômeno,

experiência, prova, fato, etc. que a desaprove, a mesma

poderá ser considerada como válida. Quando a

experiência não verifica a teoria, a mesma deve ser

abandonada ou melhorada. É muito importante que o

cientista adapte sua teoria ao mundo e não o mundo a

sua teoria.

33

LIPSON, Leslie. Op. cit., p. 41.

Page 45: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

45

A teoria busca identificar quais são as condições

em que podem ocorrer determinados fatos, desta

maneira, possibilita predizer o que ocorrerá e, com isso,

oferece ao cientista um determinado controle sobre a

natureza. A predição que afirma se ocorrerá ou não

determinada ação não é uma profecia, porquanto a

ciência não diz o que ocorrerá, mas o que poderá

ocorrer, se determinadas características se

apresentarem futuramente.

3.2.1. Valor da teoria O valor de uma teoria está em sua capacidade de

incluir e de generalizar o maior número possível de

experiências.

A ordenação das experiências tem como meta a

generalização das ideias através de leis34, ficando

estabelecido que, na presença de determinados fatores,

poderá ocorrer determinado fenômeno. A generalização,

como o próprio nome indica, aponta para o aspecto

geral dos fenômenos e não para suas características

particulares. Essa por si só, não basta para tornar as

observações uma ciência. É preciso criar uma teoria.

Ao se colocar uma experiência, em determinada

categoria, e relacioná-la com outras experiências

conhecidas, é possível tirar delas conclusões que serão

úteis, para a vida do homem em seu quotidiano. Como

exemplo, pode-se citar a utilização da Teoria da

Evolução, de Charles Darwin, em contraposição à

Teoria Criacionista. A teoria de Darwin, é usada hoje em

dia, por ser mais útil aos homens modernos e não,

34

É a relação invariável entre dois ou mais elementos.

Page 46: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

46

necessariamente, porque esteja correta. Sobre essa

utilidade a passagem abaixo aponta para esta condição:

“O mundo deixou de acreditar que Josué fez parar o Sol,

pois a astronomia era útil à navegação; abandonou a

física de Aristóteles, pois a teoria de Galileu sobre a

queda dos corpos tornou possível calcular a trajetória de

uma bala de canhão; rejeitou a história do dilúvio, pois a

geologia é útil à mineração – e assim por diante.”35

3.2.2. Crítica à teoria Critica-se a teoria, ao afirmar que a mesma limita a

visão de mundo do homem, visto que o cientista deve

diminuir ao máximo possível as variáveis existentes na

natureza, para colocá-las dentro de uma determinada

teoria. Com essa atitude, a visão de mundo do cientista

se limita somente a alguns aspectos da natureza e,

assim, seu estudo sobre ela se torna mais restrito.

Essa crítica está correta, pois, ao se observar

determinados aspectos do mundo, por meio de um

conjunto de conceitos, é natural que se fechem os olhos

para outros caracteres que também são importantes.

No entanto não se pode esquecer que uma das

características principais da ciência é a sua

autocorreção, isto é, a mesma está sempre se

aperfeiçoando. Com isso, a teoria deixa de ser uma

verdade eterna e se torna aberta às novas provas e a

novos fatos que surjam.

35

RUSSELL, Bertrand. O Poder. São Paulo: Cia. Ed. Nac., 1957, p.

111.

Page 47: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

47

Capítulo IV Conceitos

Os conceitos são a base da ciência, mas um

conjunto de conceitos não forma uma ciência. Se assim

o fosse, um dicionário seria uma ciência, mas o mesmo

não o é. Os conceitos são os menores elementos com

os quais se constroem as teorias científicas. Esses

elementos não são organizados aleatoriamente,

contudo, há, em sua união, uma organização que é

organizada pela Razão.

O indivíduo que não está familiarizado com os

conceitos de um tema, quando participa de uma

discussão acaba por se tornar vítima daquele que

conhece o significado dos diversos conceitos.

Na ciência os conceitos são encadeados de modo

sistemático, a fim de que se possa chegar a conclusões

coerentes. O fio condutor que orienta este

encadeamento é a Lógica.36

É através do conhecimento dos conceitos

fundamentais de uma ciência, que se pode afirmar que

se compreende a mesma. Sem conhecê-los é

impossível entender com o que se está trabalhando:

“Defina sempre um termo ao introduzi-lo pela primeira

vez. Não sabendo defini-lo, evite-o. Se for um dos

termos principais de sua tese e não conseguir defini-lo,

abandone tudo. Enganou-se de tese (ou de

profissão)."37 Em outras palavras, a definição dos

36

Cf. Notas 13 e 14. 37

ECO, Umberto. Como se Faz uma Tese. 2a ed.. São Paulo:

Perspectiva, 1985, p. 89.

Page 48: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

48

conceitos é imprescindível ao trabalho acadêmico. A

ironia com que Umberto Eco trata essa questão mostra

a sua importância para o mundo da ciência.

É de máxima importância que o principiante em

qualquer ciência conheça os conceitos formadores da

mesma, visto que eles orientarão o modo como e o que

se observa na natureza.

As expectativas do homem são definidas pelos

conceitos, ideias que ele traz consigo. As ideias são os

meios (são os instrumentos), utilizados por ele na

organização e na interpretação do mundo.

Os conceitos são os instrumentos utilizados por

todos os cientistas e por todos os indivíduos no

quotidiano. São eles que definem os fenômenos a

serem estudados, bem como diferem uma ciência de

outra, por isso cada ciência tem seu próprio conjunto de

conceitos, que determina os campos de ação, os

métodos, os temas, os objetivos e os objetos de

pesquisa.

São eles que orientam o cientista no mundo,

apresentam quais as características que são

importantes e quais devem ser estudadas e como são

estudados os problemas levantados.

A definição dos conceitos é fundamental na

discussão científica, visto que aquele que afirma e

aquele pergunta devem ter bem claro qual o significado

do conceito empregado. A necessidade desse cuidado

está em não enganar aos outros e/ou enganar a si

próprio. Quando escrevemos um texto científico, é de

bom tom utilizar palavras conhecidas no mundo da

Ciência.

Page 49: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

49

Para conceitualizar rigorosamente é de bom

alvitre: especificar o elemento principal da coisa a ser

definida; buscar a concisão; apresentar de maneira

“clara e distinta”; evitar o excesso; evitar a negação;

evitar a tautologia.

4.1. Natureza dos conceitos Um conceito é uma palavra, porém não é como as

utilizadas no quotidiano, cujo significado é passageiro,

móvel. Ele, no âmbito da Ciência, caracteriza-se por ter

um único significado claro, preciso e abstrato, que não

resulta de preferências, de gostos e de anseios

individuais.

No mundo da ciência, o conceito pode ser

compreendido, a partir do próprio contexto em que se

encontra não necessitando, que o leitor invoque o

auxílio de qualquer elemento extrínseco ao texto.

4.2. O que são os conceitos A característica principal do conceito é a

identificação dos elementos centrais do que é estudado.

Além disso, é preciso dizer que um conceito se refere

não a um indivíduo, a um caso único, a um fenômeno,

mas a classes, a grupos, a relações, etc.

Podemos afirmar que é uma palavra que tem

como características: universalidade (seu significado é

válido, de igual maneira, para todos os componentes da

comunidade científica); necessidade (sua definição não

pode mudar de significado de acordo com os interesses

dos cientistas); objetividade (seu sentido não depende

das preferências individuais de quem fala).

Page 50: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

50

A relevância de sua utilização pelos cientistas

está na tentativa de diminuir, ao mínimo possível, a

variação dos sentidos da palavra empregada, a fim de

que se possa comunicar um pensamento, o qual possa

ser inteligível ao maior número possível de membros da

academia.

4.3. Origem dos conceitos Sua origem está na abstração das características

particulares dos fenômenos38. A partir de uma

determinada quantidade de elementos, extrai-se uma

característica comum, repetitiva, padronizada, igual em

todos os membros estudados.

4.4. Uso dos conceitos Com sua utilização o cientista procurará os

padrões, as regularidades, as uniformidades, as

repetições contínuas e permanentes das experiências,

porquanto somente assim é possível poder falar do

geral. É a condição que permite o pensar científico, por

isso não podemos esquecer o primordial na atitude

científica: “A Razão é o passo, o aumento da ciência, o

caminho e o benefício da humanidade o fim. Pelo,

contrário, as metáforas e as palavras ambíguas e

destituídas de sentido são como ignes fatui, e raciocinar

com elas é o mesmo que perambular entre inúmeros

absurdos, e o seu fim é a disputa, a sedição ou a

desobediência.” 39 No ato de pensar a ciência não

38

Fenômeno (phaenomenon) é uma palavra de origem grega, e significa “aquilo que se manifesta”. 39

HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1974, p. 35.

Page 51: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

51

devemos usar metáforas ou quaisquer outras figuras

de linguagem, mas a palavra em seu sentido próprio.

4.5. Importância dos conceitos É graças a eles que se torna possível delimitar e

caracterizar uma determinada ciência, pois orientam o

olhar do cientista para determinados aspectos da

realidade informando ao cientista o que ele deve

procurar na natureza. Tome-se, como exemplo, uma

partida de futebol, dependendo dos indivíduos que estão

olhando o jogo, aspectos distintos, uns dos outros, serão

notados:

Esse exemplo poderia se estender mais ainda,

contudo se quer chamar atenção para o aspecto de que

cada indivíduo olha, para aquilo que foi educado a ver,

ou seja, cada um percebe o mundo com os conceitos

com os quais foi educado.

Uma investigação científica deve partir dos

conceitos, os quais devem estar ordenados em um

Classes O que poderá interessar

Torcedores O resultado da partida

Biólogos O tipo de grama

Engenheiros elétricos A estrutura elétrica do estádio

Fisioterapeutas O esforço muscular dos jogadores

Médicos A saúde dos torcedores

Policiais A segurança dos participantes

Jornalistas As notícias sobre o jogo

Nutricionistas A alimentação dos jogadores

Farmacêuticos As drogas que podem ser usadas

Page 52: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

52

vocabulário, cuja clareza dos significados tenha sua

origem na racionalidade de seu encadeamento.

Conclui-se, então, que uma ciência está madura,

quando seus conceitos estão elaborados de modo

racional de tal maneira, que a comunidade científica não

tenha dúvidas, quanto a seus significados. Caso

contrário não se pode dizer, que ela tenha atingido a sua

maioridade.

Antes de iniciar sua pesquisa deve o cientista

começar por definir os conceitos com os quais tentará

resolver a questão proposta. Essa é uma precaução

afirmada por Cícero, quando ele coloca na boca de

Cipião as seguintes palavras: “começarei a discussão

observando uma regra necessária em toda disputa, se

se quer afastar o erro, que é ficar de acordo quanto à

denominação do assunto discutido e explicar claramente

o que significa. O sentido particular deve estabelecer-se

bem antes de abordar a questão geral, porque nunca se

poderão compreender as qualidades do assunto que se

discute se não se tem o mesmo na inteligência.”40

40

CÍCERO, M. T.. Da República. Rio de Janeiro: Edições de Ouro,

1965, pp. 34-5.

Page 53: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

53

Capítulo V Verdade

Na história da filosofia existem três modos de

conceituar a verdade: correspondência entre o co-

nhecimento e o objeto (realismo); coerência lógica

(idealismo); utilidade prática (pragmatismo).

A correspondência entre o conhecimento e o

objeto foi defendida desde os tempos de Aristóteles

(384-322 a.C.) como sendo o fundamento da verdade.

Estuda qual o valor do pensamento em relação à

realidade. Aristóteles, bem como Sócrates e Platão, não

admite o ceticismo41.

A verdade, afirma o Estagirita, se encontra no

entendimento (juízo) e não nos sentidos, portanto a

coisa não é verdadeira ou falsa. A verdade ou a

falsidade se encontra na relação de uma ideia com

outra, isto é, no juízo. Sendo assim, uma ideia por si só

não é falsa ou verdadeira. A verdade afirma que o que

existe, existe e o que não-existe, não-existe, a verdade

ou falsidade não está nas coisas, todavia na psiqué, no

entendimento humano em função do juízo.

Para Emanuel Kant (1724-1804) o posicionamento

do filósofo deveria ser a investigação das fontes das

afirmações, a fim de que se pudesse encontrar a

certeza. A verdade não se relaciona com o objeto, visto

que não se pode conhecer sua essência, por isso a

41

Ceticismo vem do grego (examinar, enganar). Como doutrina filosófica pode ser entendido como dívida sobre a capacidade do homem de chegar à verdade.

Page 54: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

54

verdade kantiana tornou-se a identidade dos

pensamentos entre si e as leis os que regem.

O pragmatismo foi fundado por William James

(1842-1910). Este conceito vem do grego pragma e

significa ação. Ele é o ceticismo moderno e como tal não

aceita a verdade (identidade do pensamento com a

existência).

A verdade para o pragmatismo é aquilo que é útil.

Seu enfoque abandona a teoria e se fixa na ação, pois

admite ser o homem não um ser teórico, mas prático.

Com o pragmatismo a verdade tornou-se aquilo que é

útil: a verdade deixa o plano teórico e se repousa sobre

o grau de eficiência que possa ser advinda dela, para o

meio.

Uma ideia é considerada verdadeira, quando ela

está em conformidade consigo mesma. A evidência não

pode ser considerada um critério da verdade, como

queria René Descartes (1596-1650), visto que a ideia

deveria aparecer como verdadeira para todos, assim a

evidência é apenas uma crença ou uma certeza

subjetiva. Uma ideia por si só não é verdadeira ou falsa:

a verdade ou a falsidade dela é dada pelas relações em

que ela aparece, portanto não há ideia errada, mas erro

de síntese mental.

5.1. Três tipos de verdades científicas

O primeiro tipo de verdade científica é a ciência do

certo, a qual tem na certeza seu dado imediato

desejando construir um conhecimento exato do mundo:

“Logo, a certeza já não se distingue da verdade. Não

seria uma boa definição considerá-la como adesão da

Page 55: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

55

alma à verdade: ela não é outra coisa mais que o

próprio conhecimento do verdadeiro. Não é um estado

subjetivo da alma; não é uma coisa que se junta à ideia

verdadeira. Se a alma está certa, não é por ser a alma

de este ou aquele, individual ou determinada, mas

porque representa um objeto e faz parte do absoluto.”42

Essa ciência era tida no século XIX como capaz

de descrever o mundo em sua totalidade. São

exemplos: a geometria e a mecânica.

O segundo tipo verdade científica é dado pela

ciência do provável, a qual interpreta o mundo por

intermédio da estatística. Com ela tem-se a introdução

do aleatório nas interpretações das experiências:

substitui a noção de causa da ciência do certo (que é

apenas um caso particular da ciência do provável) pela

de correlação. Para esse tipo de verdade o homem é

colocado em segundo plano em relação aos

instrumentos de pesquisa. O papel do homem é

“abstrato em um mundo que se reduz essencialmente a

uma dialética matéria/energia; [...].”43 Ele é substituído

pela noção físico-química e pela observação dos fatos.

O exemplo deste conhecimento é a termodinâmica

estatística e a microfísica.

Por fim, encontra-se a ciência do percebido, a qual

parte do pressuposto que o mundo é a representação do

próprio indivíduo: este é reduzido ao aspecto químico-

físico. Essa ciência aceita a dialética matéria/energia,

contudo acrescenta a dialética do previsível/imprevisível,

42

BROCHARD, V.. Op. cit, p. 10. 43

MOLES, Abraham. A Criação Científica. São Paulo: Perspectiva,

1971, p. 06.

Page 56: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

56

tendo o homem como medida de todas as coisas.

Como exemplo pode-se citar a psicologia.

5.2. Tipos de ciências sociais As ciências sociais podem, por questões didáticas,

ser enquadradas em quatro grupos, os quais na prática

ultrapassam esse artificialismo acadêmico e se

entrecruzam em constante fluidez: ciências nomotéticas

(tenta criar leis); históricas (preocupa-se com os

aspectos concretos de objetos particulares; jurídicas

(destaca o caráter normativo); filosófica (busca a

universalização.

Page 57: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

57

5.3. Quatro tipos de referências da verdade em relação aos fatos

Em relação aos fatos quatro, podem ser os tipos

de verdade que é possível se encontrar: lógico-formal;

objetivo; ontológico; moral.

A verdade lógico-formal tem como preocupação a

a não-contradição do raciocínio, para tanto segue

princípios formais e enunciados estabelecidos

procurando expressar uma nova proposição verdadeira.

Uma verdade é lógico-formal, quando o sujeito e o

predicado se adequam um ao outro.

A verdade objetiva relaciona o pensar com o

existir. Em outros termos tem-se uma verdade objetiva,

quando ela se adequa ao mundo exterior ou ao objeto.

A verdade ontológica, também chamada de

verdade metafísica ou verdade do Ser, se preocupa com

a essência da coisa exprimindo seu Ser.

A verdade moral pode ser denominada de

veracidade. É aquela que se preocupa com o agir

correto e corresponde à relação entre o pensar e sua

expressão.

5.4. Quatro espécies de relações do espírito com a verdade

O espírito ao se relacionar com a verdade pode

expressar quatro estados distintos: ignorância; dúvida;

opinião; certeza.

Diz-se que o espírito está no estado de ignorância,

quando a respeito de um objeto ele nada conhece.

Page 58: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

58

O estado de dúvida é aquele momento em que o

espírito não se atreve a dizer nada sobre o objeto. É

possível se enumerar quatro tipos de dúvidas:

espontânea; refletida; metódica; universal. A dúvida

espontânea ocorre quando o espírito se abstém de fazer

juízo a respeito de algo, mesmo tendo elementos

suficientes para poder fazê-lo. Na dúvida refletida o

espírito examina os dados, mas não tem elementos

suficientes para elaborar um juízo. Quanto à dúvida

metódica é tão somente uma ação mental que se

relaciona a um objeto específico de estudo. A dúvida é

utilizada como método de evitar o preconceito no estudo

do objeto. Com esse método o cientista duvida de todas

as coisas, mesmo das verdadeiras com o intuito de

conseguir uma verdade indubitável. Ela é imprescindível

naqueles que pretendem fazer ciência. Por fim, existe a

dúvida universal, a qual não admite que o indivíduo

possa alcançar a verdade. É a posição intelectual dos

céticos.

A opinião é uma afirmação inconsistente, na qual

o sujeito sabe que pode estar errado. É uma afirmação

cujos conhecimentos a respeito do que se afirma são

insuficientes. Ela pode ser de duas espécies: crença;

científica. A opinião é chamada de crença, quando sua

verdade se sustenta sobre aspectos subjetivos. É

científica, quando se baseia na Razão e em métodos

rigorosos e objetivos.

Na certeza o espírito tem a posse da verdade não

existindo dúvida sobre sua validade. Ela se divide em

dois tipos: subjetiva; objetiva. A certeza subjetiva é

Page 59: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

59

aquela que pertence ao indivíduo, entretanto não é

aceita pelos demais, visto que sua base depende do

ponto de vista daquele que expressa uma ideia. A

certeza objetiva tem como fundamento não o indivíduo e

sim ocorrências, as quais independem do observador,

pois sua validade tem origem na observação externa.

5.5. Seis critérios reveladores da verdade do espírito

O espírito deve ter como base critérios que

possam mostrar sua verdade. Esses critérios são de

seis espécies: autoridade; evidência; consenso

universal; senso comum; necessidade lógica;

experiência.

O princípio da autoridade continua a ter valor na

religião, entretanto perdeu sua validade na ciência, a

partir das pesquisas de Galileu Galilei (1564-1642). Na

ciência mais vale a comprovação por intermédio das

experiências, do que através das palavras de uma

autoridade.

A evidência percebe sem dificuldades que um

predicado se refere a um sujeito. É o critério adotado por

René Descartes (1596-1650), o qual dizia ser esse o

único caminho para se chegar à verdade.

O critério do consenso universal, afirma que um

juízo aceito por todos é verdadeiro. É um critério que se

mostra falho no âmbito da ciência.

O critério do senso comum é “indicado por Tomás

Reid que diz ser a verdade fornecida por uma faculdade

íntima, especial e comum a todos os homens, que seria

Page 60: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

60

o sentido comum. Seria como um instinto que nos

revela certas verdades que seriam a própria base da

ciência.”44

O critério da necessidade lógica defende que a

verdade não deve ter contradições, parte do

pressuposto que a verdade está em acordo com o

pensamento. A sua validade é possível no campo da

Matemática, entretanto nem sempre é válido para as

outras ciências.

Por último tem-se o critério da experiência, o qual

considera como verdade aquilo que passou pelo crivo

da experiência. A verdade deve ser considerada em

relação com a experiência.

44

NERICI, Imideo G.. Introdução à Lógica. São Paulo: Nobel, 1971,

p. 20.

Page 61: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

61

Page 62: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

62

Capítulo VI Pesquisa científica

A pesquisa é a procura de respostas a uma

determinada questão (problema, pergunta, dúvida,

dificuldade) apresentada. A mesma é uma ação

ordenada, sistemática (organizada de modo que seus

elementos tenham relações entre si), visando a

descobrir relações constantes entre os fenômenos. Sua

característica principal é a utilização de métodos

racionais, científicos, na comprovação, ou não, das

respostas encontradas. Como princípio geral, a

pesquisa científica deve ser objetiva (as afirmações

feitas não devem depender dos gostos, opiniões e

desejos de quem fala, mas depender somente da

Razão).

Para se desenvolver bem uma pesquisa, é

necessário que se cumpram duas condições: definir

quais tipos de coisas se argumenta e a partir de que

material se raciocina; deve-se estar bem servido dos

materiais sobre os quais se discute.

6.1. Divisão da pesquisa Costuma-se dividir a pesquisa em quatro tipos:

teórica; metodológica; empírica; prática.

Deve-se ter em mente que essa divisão é apenas

didática, uma vez que não existe uma pesquisa

totalmente pura: esses diversos tipos estão

constantemente interligados.

Page 63: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

63

6.1.1. Pesquisa teórica

Estuda as teorias sobre um determinado tema. A

mesma é fundamental, porque será essa a condição

necessária, para se formar o primeiro conhecimento

sobre um determinado assunto. Para tanto, é

imprescindível que o pesquisador leia as obras clássicas

sobre o tema estudado, pois são essas que lhe darão

condições de ser um pensador autônomo e não um

mero burocrata do saber.

A pesquisa teórica possibilita uma maior visão

crítica sobre o assunto estudado. O conceito crítica, nos

últimos anos, tornou-se uma palavra mágica que se

relaciona com a capacidade de entendimento do

indivíduo. Entretanto crítica, em sentido positivo, é o

exame livre e público, a respeito de uma determinada

questão. Em seu aspecto negativo, uma visão crítica é a

não aceitação de verdades, sem antes perguntar sobre

seu conteúdo (crítica interna) e sua origem (crítica

externa):

A crítica é um ponto fundamental para o desenrolar do pensamento científico. A criticidade é muito mais importante do que a erudição, pois enquanto aquela leva o pensamento adiante, esta é apenas um conhecimento de autores e obras, que pouco, ou quase nada, acrescenta a quem não tem uma visão autônoma do problema a ser estudado.

45

Todo pensamento, para ser considerado científico,

tem que apresentar considerações críticas a respeito do

assunto estudado, a fim de que possa haver um

aumento do conhecimento pesquisado. A erudição tem

45

DAU e DAU. op. cit., p. 16. Ver também nota 21.

Page 64: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

64

pouca valia, visto que não passa de uma mera

exposição de ideias de outros autores e, em nada,

contribui, para o desenvolvimento da ciência.

6.1.2. Pesquisa metodológica Essa pesquisa auxilia o cientista a abandonar a

visão ingênua do mundo. Ela é composta por

instrumentos que auxiliam a compreensão da natureza.

É por intermédio dela, que se podem identificar os

métodos utilizados por outros cientistas na construção

de suas teorias. Nesse processo de identificação dos

métodos é necessário comparar o método utilizado por

um cientista com outros métodos.

Após ter feito esse trajeto, o pesquisador está em

condições de criar sua teoria e, a partir dela, comunicar

aos demais cientistas suas descobertas.

6.1.3. Pesquisa empírica O conceito empírico vem do grego, empiria, e

significa experiência, daí ser essa uma pesquisa que

tem como preocupação as experiências. A pesquisa

empírica trabalha com o mundo dos objetos concretos,

por isso apresenta seus resultados quantitativamente. A

mesma é uma tentativa de união do mundo teórico com

o mundo prático.

Page 65: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

65

6.1.4. Pesquisa prática Esse último tipo de pesquisa procura comprovar

as teorias através de experiências práticas. Sua

importância encontra-se em ser uma atitude “política das

ciências sociais.” Nessa perspectiva, é uma atividade

científica que visa a conhecer os interesses que movem

as sociedades.

6.2. Como pesquisar Não se deve esquecer o conselho dado por Émile

Durkheim (1858-1917): "Em toda a ordem de pesquisas,

com efeito, é apenas quando a explicação dos fatos está

suficientemente avançada que se pode definir o fim para

o qual tendem.”46 Como se pode ver ele está chamando

a atenção, para algo que acontece com aqueles que

pretendem fazer uma pesquisa científica e que deve ser

evitado: afirmar peremptoriamente a solução do

problema a ser estudado, antes mesmo de iniciar a

pesquisa.

A fim de evitar esse risco, aconselha-se a todos os

que se iniciam nos estudos científicos que sigam o

percurso abaixo, pois será um guia que orientará o

iniciante, facultando-lhe condições mínimas em suas

primeiras pesquisas: reconhecer o objeto estudado;

classificar as espécies; procurar por indução metódica

(experimentação) as causas das variações; comparar os

diversos resultados; tirar uma fórmula geral.

46

DURKHEIM, Émile. op. cit., p. 99.

Page 66: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

66

6.3. Objetivo da pesquisa O objetivo da pesquisa é encontrar respostas

coerentes para os problemas (questões) propostos pelo

pesquisador. Essas respostas devem ser feitas,

baseadas em métodos científicos. O objetivo da

pesquisa é o conhecimento e a explicação racional do

mundo.

Somente se pesquisa, quando se tem um objetivo

específico para ser explicado: “Uma obra sem um

desígnio se assemelha mais a extravagâncias de um

louco do que aos sóbrios esforços do gênio ou do

sábio.”47

Ao traçar seus objetivos, o pesquisador demonstra

ter bem claro, em seu pensamento, o problema a ser

estudado, visto que eles, ao serem definidos,

coerentemente, aumentam o conhecimento não só de

quem pesquisa, mas da própria sociedade.

47

HUME, D.. Investigação Acerca do Entendimento Humano. São

Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 42.

Page 67: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

67

Page 68: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

68

Capítulo VII Esquema

O esquema, o resumo e o fichamento são

ferramentas importantes no aprendizado, pois forçam o

estudante a repetir, com suas palavras, o conteúdo

analisado. A repetição continuada, é, como disse

Aristóteles, um meio de se criar a memória e, por

consequência, o saber.

7.1. Utilidade do esquema O esquema, assim como o resumo e o fichamento,

é útil, ao se estudar um texto, uma vez que oferece

condições ao leitor de: delimitar a ideia central; ressaltar

os aspectos importantes; apreender as definições;

especificar os conceitos básicos.

7.2. Objetivo do esquema Possibilitar ao estudante um meio de compreender

uma obra em seu todo, relacionando as suas diversas

partes.

A técnica de esquematizar um texto traz o

benefício de facilitar ao estudioso a compreensão lógica

desse, ou seja, possibilita-o isolar a ideia principal, e

ligá-la às ideias secundárias, de maneira racional.

Page 69: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

69

7.3. Características do esquema Um esquema tem diversas características, dentre

as quais compete citar: “fidelidade ao autor” (não se

pode afirmar algo que não tenha sido dito pelo autor);

logicidade (ao identificar a ideia fundamental do texto o

estudante deverá relacioná-la a outras ideias

subordinadas); utilidade (o esquema existe para facilitar

a vida do pesquisador, e não para torná-la difícil);

subjetividade (um esquema sempre é feito para o uso

particular. Sendo assim, é impossível existir um modelo

válido para todos.

7.4. Recursos para se fazer um esquema Vários são os recursos utilizados para se fazer um

esquema, mas não se deve esquecer sua quarta

característica (subjetividade). Por esse motivo, as

indicações abaixo não podem ser tomadas como únicas:

usar gráficos; fazer desenhos; construir símbolos. A

seguir encontra-se um esquema da utilização do método

indutivo:

O esquema pode ser útil em algumas situações

particulares, contudo, por ser um meio limitado, recomenda-se fazer um resumo ou um fichamento, por

Método Indutivo: Teoria

↑ Hipótese

↑ Padrão

↑ Observação

Page 70: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

70

este motivo nos dois próximos capítulos estudaremos

estas ferramentas.

Page 71: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

71

Capítulo VIII Resumos - NBR 6028

O resumo48 é a apresentação concisa dos

elementos de um texto qualquer. O mesmo deve ser

utilizado principalmente, quando se quer uma

interpretação e uma visão geral do texto. No mundo

científico o resumo tem vários nomes: abstract, résumé,

resumen, resenha e outros.

Ele é elaborado com a intenção de facilitar a

decisão do leitor sobre a necessidade ou não da leitura

integral do texto, por isso o resumo deve ser elaborado

com a maior honestidade científica possível.

8.1. Aspectos principais de um resumo Um resumo, que pretenda apresentar as ideias

contidas num texto, deve partir dos seguintes aspectos:

apresentação da ideia principal, logo na primeira linha;

definição das ideias secundárias, em relação à principal;

estruturação, a partir dos pontos que se marcou no

texto; utilização de frases curtas, a fim de se ser claro.

8.2. Tipos de resumos Conforme a NBR 6028: 2003, os resumos podem

ser de quatro tipos: indicativo: indica os pontos

importantes do texto; informativo: “Informa ao leitor

finalidades, metodologia, resultados e conclusões do

documento, de tal forma que este possa, inclusive,

48

ABNT – NBR 6028. Resumo. Rio de Janeiro: 2003.

Page 72: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

72

dispensar a consulta ao original.”49 informativo-

indicativo: é uma combinação dos dois anteriores;

crítico (recensão ou resenha): “Resumo redigido por

especialistas com análise crítica de um documento.”50

8.3. Conteúdo do resumo Um resumo deve conter: o objetivo do texto; o

método utilizado pelo autor; os resultados da pesquisa;

a conclusão do autor.

8.4. Tamanho dos resumos O tamanho do resumo varia de acordo com sua

função, por isso o número de palavras que esse contém

deve ser de: cem para comunicações breves; duzentas

para artigos e monografias; quinhentas para relatórios e

teses.

8.5. Como resumir O resumo deve ser composto de frases concisas.

A primeira linha deve trazer o tema principal. O tipo de

texto resumido (científico ou não, estudos de caso ou

não, teórico ou não, etc.) deve ser especificado. A

redação deve ser feita na terceira pessoa.

49

ABNT – NBR 6028. Resumo. Rio de Janeiro: 2003. 50

Ib., p. 01. A NBR de 1990 trazia a locução análise interpretativa. Preferimos esta, pois ao definir resumo crítico como análise crítica temos uma petitio principii.

Page 73: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

73

8.6. Como não resumir Utilizando parágrafos. Usando frases negativas.

Criando fórmulas. Elaborando diagramas.

Exemplo de como se deve resumir:

A ontologia presente nas metáforas1

A existencialidade dos seres pode ser manifestada,

na linguagem, através de vários recursos, a começar pelo

processo de referenciação desencadeado pelas

expressões nominais definidas. Nesse contexto, o objetivo

do presente trabalho é descrever um dos processos que

vem enriquecer o universo ontológico dos seres – a saber,

a metáfora – demonstrando que a utilização de uma

expressão no lugar de outra encerra inúmeras implicações

no âmbito da filosofia da linguagem e da linguística

cognitiva. Tal estudo se deu através da aplicação de

aspectos linguístico-cognitivos da metáfora a sentenças da

linguagem entremeando essa aplicação. A partir desse

estudo, pode-se concluir que, subjacentes aos aspectos

técnicos de utilização da metáfora, existem vários aspectos

no campo da ontologia que enriquecem esse tipo de

abordagem nos estudos da língua.

Page 74: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

74

Capítulo IX Resenha crítica - NBR 6023

É também chamada de recensão. A resenha

crítica, como foi visto no capítulo VIII – 2, no item 4, tem

como objetivo apresentar o conteúdo de uma obra. De

acordo com a NBR 6028: 200351, a mesma deve ser

elaborada por especialistas no assunto, uma vez que

eles têm de dizer o valor da obra (juízo de valor).

9.1. Estrutura formal da resenha Uma resenha se compõe de quatro partes. A

primeira traz a referência bibliográfica, a qual deve ser

apresentada de acordo com a NBR 602352.

Enquanto que a segunda apresenta a vida e obra

do autor estudado. Nesse ponto, expõe-se a experiência

acadêmica do autor, a sua formação profissional, o seu

método utilizado no texto, etc.

Na terceira parte é premente conter resumo da

obra. É importante detalhar as ideias principais, dizendo

o assunto e sua característica, bem como apresentando

o tema abordado. Ainda, nessa parte, expõem-se as

conclusões do autor.

Por fim, a quarta parte devemos fazer a crítica da

obra (julgamento de valor a respeito do texto analisado).

É o momento no qual o resenhista julgará a obra, em

conformidade com o posicionamento do autor, em

relação a outros pensadores. Cabe a ele dizer qual a

contribuição daquele texto para o universo científico.

51

ABNT – NBR 6028. Resumo. Rio de Janeiro: 2003. 52

Ver capítulo XII, p. 91.

Page 75: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

75

Compete também ao resenhista analisar o estilo da

escrita e de sua forma. Por fim, ele indicará a quem o

texto é destinado (estudantes, profissionais, leigos, etc.).

Exemplo:

Primeira parte:

Referência bibliográfica

MILL, John Stuart. Da Liberdade. Tradução E. Jacy Monteiro. São Paulo: Ibrasa, 1963, 130 p.

Segunda parte:

Apresentação do autor

John Stuart Mill nasceu em 1806. Sua educação foi voltada para a visão utilitarista do mundo. Mas questões futuras fizeram com que ele abandonasse esse caminho inicial. Ele é o autor, por excelência, do liberalismo inglês. No seu mais importante livro, Da Liberdade, se encontra o fundamento do seu pensamento político, que procura uma intermediação entre a liberdade individual e a participação na sociedade.

Terceira parte:

Resumo da obra O ponto de partida desse seu livro é a ideia de felicidade, contudo uma felicidade que seja protegida. Essa proteção não se encontra na conformidade com o mundo, mas no antagonismo, de opiniões. E é por meio desse antagonismo, que ele irá repensar a política tendo como base a liberdade. O seu objetivo é conseguir a felicidade ao maior número possível de indivíduos. Já o problema que o move é buscar um meio termo entre o interesse particular e o público. O tema do livro é a liberdade social ou civil. O autor irá discutir a natureza e limites do poder, que a sociedade poderá exercer, de forma legítima sobre o indivíduo. Para Mill, esta será a questão no futuro das discussões políticas. A autoridade não pode impedir a opinião de sequer um só homem, pois caso se tente calar o indivíduo, é porque, provavelmente, este indivíduo está com a verdade. Recusar

Page 76: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

76

ouvir a um só indivíduo é considerar que se possui uma verdade absoluta. Ele examina a condição em que o homem, sendo livre para expor suas opiniões, não sofra pressão nem física e muito menos moral, visto que essa é uma condição indispensável. Qualquer ato que possa prejudicar terceiros, “sem causa justificada”, deve ser punido. nesse ponto, a liberdade individual deve ser limitada, porquanto não se deve causar aborrecimento a terceiros. Para ele, pertence à individualidade tudo aquilo que interessa ao indivíduo e à sociedade tudo aquilo que a pertence. Como conclusão, é possível afirmar que todo o argumento da obra Da Liberdade é impor limites a toda e qualquer autoridade coletiva que, em hipótese alguma, deve impedir a liberdade individual. Ele procura dar à liberdade individual uma característica universal, ou seja, ele busca a liberdade do indivíduo, porém não esquece que esse indivíduo vive em sociedade, portanto é necessário sempre pensar a liberdade em relação a terceiros.

Quarta parte:

Crítica da obra Essa obra de John Stuart Mill é uma ampla defesa da liberdade individual. Tal, não fora visto antes dele. É uma obra fundamental que deve servir de guia a todo pensador que preze a liberdade. Ela é escrita de tal forma que é acessível a qualquer um, pois não há nela nenhuma artimanha linguística, e, menos ainda, artifícios que forcem a aceitação de seus argumentos. Da Liberdade é uma obra voltada tanto para os filósofos, como também para os não filósofos. É a obra de todo aquele que defende a liberdade do indivíduo em sociedade.

Page 77: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

77

Capítulo X Fichamentos

O fichamento é um instrumento metodológico que

possibilita guardar um grande número de informações

sobre um livro, em um pequeno espaço. O mesmo é útil,

pois facilita ao pesquisador o acesso rápido e seguro ao

conteúdo estudado anteriormente.

10.1. Composição da ficha É composta por alguns elementos básicos: termo

genérico: refere-se ao assunto em geral; termo

específico: refere-se ao assunto particular;

numeração: toda ficha deve ter um número, no canto

superior direito.

10.2. Tipos de fichas Existem vários tipos de fichamentos: obra

completa; parte de uma da obra; citações; esboço.

10.2.1. Fichamento de uma obra inteira Esse tipo de ficha é muito útil, uma vez que, em

poucas linhas, é possível conhecer, de maneira geral, o

conteúdo de uma obra, que poderá ser usada, no

desenvolver da pesquisa.

Exemplo:

Page 78: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

78

(termo genérico) (termo específico) n

o

Filosofia antiga História 01

SANTOS, Mário José dos. Os pré-socráticos. Juiz de Fora: UFJF,

2001.

A obra é um estudo sobre a filosofia anterior a Sócrates. O autor

procura estudar os principais filósofos pré-socráticos, situando-os

lógica e cronologicamente. Mas não só, ele pretende mostrar como

as ideias desses primeiros filósofos aparecerão futuramente, em

outros autores, principalmente na elaboração dada por Sócrates.

O autor tem em mente, devido à sua longa experiência na

graduação, que os alunos têm uma deficiência sobre as origens da

Filosofia e de sua importância para o filosofar.

A preocupação filosófica, nesses primórdios, é a natureza e suas

complexidades. Os filósofos pré-socráticos tentam explicá-las sem

recorrer aos deuses e mitos. Além disso, eles procuram reduzir a

multiplicidade da natureza em um único aspecto, o qual deveria ser

admitido pela Razão.

(Biblioteca particular, 2004)

Page 79: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

79

10.2.2. Fichamento de parte de uma obra É um tipo de fichamento que enfocará apenas

uma parte da obra, que seja relevante para o

desenvolvimento da pesquisa. Não se preocupará com a

obra inteira, mas apenas com uma parte ou capítulo.

Exemplo:

(termo genérico) (termo específico) no

Razão vital Vida e preocupação 2

CARVALHO, José Maurício de. Vida e preocupação. In: Introdução

à filosofia de Ortega y Gasset. Londrina: Cefil, 2002, p. 68.

Os elementos da vida são recebidos pelo indivíduo. Esses

elementos fazem parte de sua vida. A vida oferece a ele inúmeras

possibilidades, por esse motivo, o indivíduo pode ser interpretado

como um projeto.

A vida dá ao indivíduo infinitas opções de agir. Interpretar a vida

dessa maneira é apresentá-la como uma coisa que ocorre aqui e

agora.

Entretanto, o indivíduo tem a capacidade de pensar o futuro. Essa

capacidade de pensar o futuro, em meio às circunstâncias do aqui e

do agora, pode ser chamada de liberdade: uma liberdade que é,

antes de mais nada, histórica.

(Biblioteca particular, 2004)

Page 80: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

80

10.2.3. Ficha tipo citação: Nesse fichamento, o pesquisador faz uma citação

sobre uma determinada passagem que ele admita ser

relevante, para o desenvolver de sua pesquisa no futuro.

Exemplo:

(termo genérico) (termo específico) no

Economia de Senhora dos

Remédios

O Motim das Taquaras

Acesas

3

ASSIS, João Paulo Ferreira de. O Motim das Taquaras Acesas. In:

História do município de Senhora de Remédios. Barbacena:

[s.n.], 2003, p. 88.

“Vieira não economizou adjetivos injuriosos aos remedienses:

„facinoroso‟, „mal inclinados‟, „infratores‟, „ingratos‟, sugerindo ainda

que fossem depravados, criminosos, assassinos e ofensores. Toda a

adjetivação sugere que Vieira redigiu sua catilinária no calor da

raiva, o que já torna suspeita a sua versão dos acontecimentos.

Sendo assim, Vieira poderia ter omitido informações que dariam

razão aos amotinados.”

(Biblioteca particular, 2003)

Page 81: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

81

10.2.4. Ficha tipo esboço Nesse fichamento, faz-se um apontamento das

principais partes de uma obra, que servirão de subsídios

a uma futura argumentação sobre o tema tratado.

Exemplo:

(termo genérico) (termo específico) no

A democracia segundo

Tocqueville

Tocqueville e os liberais

doutrinários

3

Número

das

páginas

78

79

81

81

VÉLEZ RODRÍGUEZ, Ricardo. A democracia liberal

segundo Alexis de Tocqueville. São Paulo:

Mandarim, 1998.

Alexis de Tocqueville não concordava com

François Guizot, quanto à utilização do voto censitário,

como meio de se superar o período revolucionário.

François Guizot influenciou Alexis de Tocqueville

em relação ao respeito que os jovens devem ter pelo

passado, a fim de que se possa tornar a nação una.

Para Alexis de Tocqueville, a liberdade não

deveria ser garantida apenas para a burguesia, como

queriam os doutrinários, mas para “todos os franceses.”

A democracia, para o autor, é um regime político

que se consolida no antagonismo dos interesses de

classes.

Page 82: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

82

Verso da ficha

82

A crítica de Alexis de Tocqueville aos

doutrinários fez com que esse grupo reagisse contra

ele. François Guizot “destruiu a moralidade ao

proclamar a autonomia das vontades em detrimento

dos direitos de Verdade, tal como ela se apresenta aos

espíritos esclarecidos.”

(Biblioteca particular, 2004)

Page 83: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

83

Capítulo XI Como apresentar

citações - NBR 10520

A citação53 é uma passagem de outro texto, ou de

outro autor, que ajuda a compreender o assunto

estudado.

Neste livro, somente se fará a apresentação das

citações de notas de rodapé, pois essas ficam fora do

texto e não interferem na leitura do trabalho. Sendo

assim, para se saber como se faz a citação, dentro do

texto, no fim de capítulo ou no fim livro, será necessário,

aos interessados, recorrerem à NBR 10520: 2002.

Nas notas de rodapé, é importante: usar os

números arábicos; numerar, de modo contínuo, cada

capítulo; apresentar a referência completa, quando ela

aparecer pela primeira vez.

11.1. Termos latinos Para auxiliar a apresentação das citações,

utilizam-se alguns termos latinos: idem; ibidem; opus

citatum; apud.

11.1.1. Idem Significa mesmo autor e se grafa assim: Id.. É

utilizado, quando a citação seguinte for uma referência

ao autor citado imediatamente antes, cuja obra é

diferente da anterior citada.

53

ABNT–NBR 10520: Citações de Documentos. Rio de Janeiro:

2002.

Page 84: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

84

Exemplo:

1. VÉLEZ RODRÍGUES, Ricardo. Liberalismo y

conservantismo em América Latina. Bogotá: Tecer

Mundo, 1978, p. 55.

2. Id. Tópicos especiais de filosofia contemporânea.

Londrina: UEL, 2001, p. 79.

11.1.2. Ibidem Significa mesma obra e se grafa assim: Ibid.. É

utilizado, quando a citação seguinte for uma referência à

mesma obra citada imediatamente antes, mas a página

for diferente da que foi citada anteriormente. Por outras

palavras, refere-se a uma mesma obra de um mesmo

autor, quando se muda apenas a página citada.

Exemplo:

1. CARVALHO, José Maurício. História da Filosofia e

tradições culturais: um diálogo com Joaquim de

Carvalho. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001, p. 139.

2. Ibid., p. 165.

11.1.3. Opus citatum Significa obra citada e se grafa assim: op. cit.. É

utilizado quando a obra do autor já tiver sido citada, mas

a nota antecedente se referir a outro autor.

Exemplo:

Page 85: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

85

1. VÉLEZ RODRÍGUES, Ricardo. Liberalismo y

conservantismo em América Latina. Bogotá: Tecer

Mundo, 1978, p. 55.

2. SANTOS, Mário José dos. Pré-socráticos. Juiz de

Fora: ed. UFJF, 2001, p. 41.

3. VÉLEZ RODRÍGUES, Ricardo. op. cit., p. 82.

11.1.4. Apud Significa citado por e se grafa assim: apud. É

utilizado, quando a citação feita foi colhida de outro

autor, e não do autor original.

Exemplo:

1. CONSTANT DE REBECQUE, Benjamin apud VÉLEZ

RODRIGUES, Ricardo. Ética empresarial: conceitos

fundamentais. Londrina: Ed. Humanidades, 2003, p. 56.

11.2. Tipos de citações As citações podem se apresentar de duas formas:

curtas; longas.

11.2.1. Citações curtas São chamadas de citações curtas aquelas que

tem até três linhas. As mesmas devem se apresentar

com as seguintes características: colocadas dentro do

texto; usadas com aspas; utilizadas com mesmo

espaçamento do texto; inseridas com a mesma fonte do

texto; explicadas, após inseridas.

Exemplo:

Page 86: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

86

Encontrar-se-á a “lógica da censura”, onde a

proibição ao sexo toma uma forma tripla: “afirmar que

não é permitido, impedir que se diga, negar que

exista”.54 A “lógica da censura” é, pois, a diversidade

levada ao seu grau maior, uma vez que nega a

existência ao sexo; em conseqüência, ele não pode se

manifestar (como algo inexistente pode manifestar-se?),

assim a seu respeito deve-se calar.

11.2.2. Citações longas São citações com mais de três linhas que devem

ser: colocadas fora do texto; grafadas sem aspas;

usadas com espaço simples entre as linhas; utilizadas

com uma fonte menor do que a do texto, em dois

pontos; explicadas, após a inserção.

Exemplo:

Para ele, no início dos tempos, havia homens com

raízes no lugar dos pés e ramos no lugar das mãos.

Com essa afirmação, tenta mostrar a origem natural dos

homens, por meio da evolução e não como uma criação

divina. Não se os vê, hoje em dia, porque os mais aptos

perderam as raízes e os ramos e assim sobreviveram,

enquanto os outros pereceram:

Ademais, diz ele que os seres humanos originalmente

nasceram de animais de uma espécie diferente, tendo

em vista que os outros animais desde cedo

conseguem cuidar de si mesmos, ao passo que os

seres humanos são os únicos que requerem um longo

54

Foucault, M.. História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Graal, 1976,

p.82.

Page 87: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

87

período de cuidados; por essa razão, tivesse sido esta

sua forma original, não teriam sobrevivido. ([Plutarco],

Miscelâneas, fragmento 179.2, em Eusébio,

Preparação para o Evangelho I, vii 16).55

Esta é a primeira ideia sobre a evolução do

homem. No pensamento de Anaximandro, o homem não

fora criado pelos deuses, mas sua origem foi fruto de

uma competição em que os melhores, adaptados ao

meio ambiente, sobreviveriam. Essa ideia voltará ao

pensamento ocidental, no século XIX, com Charles

Darwin.

Observação:

É muito importante saber que as citações devem

ser utilizadas com parcimônia e de forma lógica. É

preciso que se evitem citações descontextualizadas. O

momento de se fazer uma citação é crucial. Deve-se

citar o pensamento completo do autor e não apenas um

resumo de suas ideias.

Além disso não podemos esquecer que o plágio

não é só moralmente condenável, todavia é crime

identificado no Código Penal em seu artigo 184 com

penas que variam de multa à detenção.

55

BARNES, Jonathan. Filósofos pré-socráticos. São Paulo: Martins

Fontes, 1977. p. 85.

Page 88: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

88

Capítulo XII Referências bibliográficas –

NBR 6023 Conforme a NBR 6023, a referência é um

“conjunto padronizado de elementos descritivos,

retirados de um documento, que permite sua

identificação individual.”56 São elas que especificam os

elementos mais importantes, a serem indicados aos

leitores, sobre uma determinada obra.

12.1. Objetivos das referências De acordo com a NBR 6023, seus objetivos são:

fixar como os elementos devem aparecer, ao citar uma

obra; orientar a preparação das referências; apresentar

a ordem como os elementos devem aparecer nas

referências; preparar o material para inclusão de

bibliografias.

12.2. Localização das referências A NBR 6023 normatiza que as referências devem

se localizar: no pé de página; no fim do texto; no fim do

capítulo; na lista de referências.

56

ABNT – NBR 6023: Elaboração de referências bibliográficas. Rio de Janeiro: 2002., p. 02.

Page 89: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

89

Observação:

A notação das referências é muito diversificada e

cheia de minúcias, por esse motivo, os exemplos serão

apresentados em forma de gráficos, pois, assim, o

estudante poderá visualizar melhor os inúmeros

detalhes que cercam sua apresentação. Além disso,

caso ele siga cada um dos passos, em sua notação, a

possibilidade de erro será quase nula.

Essas regras não existem para serem decoradas,

portanto quando o estudante tiver dúvidas, deverá

consultar o livro, por isso deve tê-lo sempre à mão.

Page 90: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

90

12.3.Tipos de referências 12.3.1 Um autor escreveu a obra

Elementos Exemplo

SOBRENOME, KANT,

Prenome. Emanuel.

Título: (negrito ou, itálico)

Crítica da Razão Pura: (quando não houver subtítulo, deve-se utilizar um ponto e não dois pontos).

Subtítulo. (quando não houver subtítulo, este item não aparecerá).

Tradução de. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger.

Edição. 2a ed..

Local: São Paulo:

Editora, Abril Cultural,

Data. 1983.

No de páginas. 415 p.

Volume, , (quando for volume único, não é preciso indicar).

Série, , (quando não pertencer a uma série, não se referencia).

Coleção. . (se não pertencer a nenhuma coleção, este item não aparecerá na referência).

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 91: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

91

12.3.2. Dois autores escreveram a obra

Elementos Exemplo

SOBRENOME, LAKATOS,

Prenome; Eva Maria;

SOBRENOME, MARCONI,

Prenome. Marina de Andrade.

Título: Fundamentos de metodologia

científica. (quando não existir

subtítulo, coloca-se ponto e não

dois pontos).

Subtítulo. . (quando não houver subtítulo,

este item será ignorado).

Tradução de. . (quando não for tradução, este

item será ignorado).

Edição. 3a ed..

Local: São Paulo:

Editora, Atlas,

Data. 1991.

No de páginas. 230p.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 92: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

92

12.3.3. Três autores escreveram a obra

Elementos Exemplo

SOBRENOME, DAU,

Prenome; Sandro;

SOBRENOME, CAMACHO,

Prenome; Carlos Mário Paes;

SOBRENOME, GEOFFROY,

Prenome. Rodrigo Tostes.

Título: Os Pensadores Sociais

Contemporâneos:

Subtítulo. Émile Durkheim, Karl Marx e Max

Weber.

Tradução de. (quando não for tradução, este

item será ignorado).

Edição. . (quando for a primeira edição,

não será necessário indicar).

Local: Barbacena:

Editora, UNIPAC,

Data. 2004.

No de páginas. 197.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 93: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

93

12.3.4. Mais de três autores escreveram a obra

Neste caso, após o primeiro nome que aparece na capa

do livro, deve-se acrescentar o termo latino et al. (et alli)

que significa e outros.

Elementos Exemplo

SOBRENOME, DUBOIS,

Prenome et al. Jean et al.

Título: Dicionário de Linguística.

(quando não existir subtítulo,

coloca-se ponto e não dois

pontos).

Subtítulo. . (quando não houver subtítulo,

este item será ignorado).

Tradução de. Tradução de Izidoro Blikstein et

al.

Edição. 11a ed..

Local: São Paulo:

Editora, Cultrix,

Data. 2001.

No de páginas. 650p.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 94: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

94

12.3.5. Vários os autores escreveram a obra

Quando se for referenciar uma obra escrita por

vários autores, mas somente aparece em destaque o

nome de um só, é preciso que, após o nome do autor

em destaque, acrescente-se o termo Org. (organizador)

ou Coord. (coordenador).

Elementos Exemplo

SOBRENOME, MORGENSBESSER,

Prenome (org.). S. (org.).

Título: Filosofia da Ciência:

Subtítulo. . (quando não houver subtítulo,

este item será ignorado).

Edição. . (quando for a primeira edição,

não é necessário indicar).

Local: São Paulo:

Editora, Cultrix,

Data. 1975.

No de páginas. . (quando não constar o número

de páginas, este item deverá ser

desconsiderado).

Exercite

_______________________________________________________________________________________________________________

Page 95: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

95

12.3.6. Notas de sala de aula

Elementos Exemplo

SOBRENOME, CAMACHO,

Prenome. Carlos Mário.

Título: História das ideias políticas:

Subtítulo. Michel de Montaigne .

Data. 12 – 27 de out. de 2003.

Espécie. Notas de aulas.

Apresentação do

texto.

Fotocopiado.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 96: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

96

12.3.7. Monografias

Elementos Exemplo

SOBRENOME, PEREIRA,

Prenome. Arthur.

Título em negrito. Grécia Clássica.

Edição. . (Quando for a primeira edição, não é necessário indicar).

Local de publicação do trabalho:

Barbacena:

Editora que publicou o trabalho,

UNIPAC,

Data de publicação. 2003.

Número de páginas. 211 p.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 97: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

97

12.3.8. Monografia em meio eletrônico Repete-se a mesma regra anterior e se acrescenta

o seguinte:

Disponível em <http://www.nome do site> acesso

em: colocar a data de quando se consultou o site.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de

curta duração, não se aconselha fazer a referência.

Page 98: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

98

12.3.9. Periódicos

Elementos Exemplo

NOME DO PERIÓDI-CO.

IPUB.

Local de publicação do periódico:

Rio de Janeiro:

Nome da editora; Edições IPUB-CUCA;

Data de início do periódico -

1997- (Quando o periódico ainda for publicado, utiliza-se o ponto e não o traço).

Data de encerramento do periódico (quando for o caso).

. (Quando o periódico ainda for publicado, este item será ignorado).

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 99: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

99

12.3.10. Artigos de periódicos

Elementos Exemplo

SOBRENOME, MOLLICA,

Prenome. Maria Cecília.

Título. Enfoques de pesquisa sobre a

relação língua e sociedade.

Nome do periódico

em negrito.

Veredas – revista de estudos

linguísticos.

Local de publicação

do periódico,

Juiz de Fora,

Número do volume, v. 5,

Número do

periódico,

n. 1,

Página inicial - final

do artigo,

7-19,

Data de publicação

do artigo.

2002.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 100: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

100

12.3.11. Artigos de jornais

Elementos Exemplo

SOBRENOME, GEOFFROY,

Prenome. Rodrigo Tostes.

Título do artigo. A literatura: uma viagem a

Portugal.

Nome do jornal em

negrito.

O Democrata.

Local de publicação

do artigo,

Barbacena,

Número do volume, v. 22,

Seção do jornal (dia,

mês e ano);

19 dez. 2002;

Parte do jornal em

que se encontra o

artigo,

Variedades,

Número da página. p. 02.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 101: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

101

12.3.12. Artigos em meio eletrônico

Repete-se a mesma regra anterior e se

acrescenta o seguinte:

Disponível em <http://www.nome do site>

acesso em: colocar a data de quando se consultou o

site.

Exercite:

_____________________________________________

_____________________________________________

____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de curta

duração, não se aconselha fazer a referência.

Page 102: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

102

12.3.13. Documentos de eventos

Elementos Exemplo

NOME DO EVEN-TO,

SEMANA DE HISTÓRIA,

Número do evento, I,

Ano de realização do evento,

2003,

Local de realização do evento.

Juiz de Fora.

Título em negrito. Os movimentos sociais na História: livro de resumos.

Local de publicação:

Juiz de Fora:

Editora, CES-JF,

Data de publicação. 2003.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 103: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

103

12.3.14. Evento como um todo em meio eletrônico Repete-se a mesma regra anterior e se acrescenta

o seguinte:

Disponível em <http://www.nome do site> acesso

em: colocar a data de quando se consultou o site.

Exercite:

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de curta

duração, não se aconselha fazer a referência.

Page 104: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

104

12.3.15. Trabalho apresentado em evento

Elementos Exemplo

SOBRENOME, CAMACHO,

Prenome. Carlos Mário Paes.

Título do artigo. Tocqueville: a Revolução Francesa e a ética Jacobina.

In: (palavra latina que significa em)

In:

NOME DO EVENTO EM LETRAS MAIÚSCULAS,

SEMANA DE HISTÓRIA,

Número do evento; I;

Data de realização do evento,

2003,

Local de realização do evento.

Juiz de Fora.

Título do documento.

Livro de resumos.

Local de publicação: Juiz de Fora:

Editora, CES-JF,

Data de publicação. 2003.

Página inicial - final do trabalho.

125–131.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 105: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

105

12.3.16. Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico Repete-se a mesma regra anterior e se acrescenta

o seguinte:

Disponível em < http://www.nome do site > acesso

em: colocar a data de quando se consultou o site.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de curta

duração, não se aconselha fazer a referência.

Page 106: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

106

12.3.17. Legislação

Elementos Exemplo

JURISDIÇÃO. BRASIL.

Título e numeração, Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-lei n° 5.452,

Dia, mês e ano. de 01 de maio de 1943.

Nome da publicação em negrito,

Lex: coletânea de legislação: edição federal,

Local de publicação, São Paulo,

Volume, v.7,

Página inicial – página final,

, (não referenciar, quando não constar as páginas).

Mês e ano. 1943.

Parte da publicação em que se encontra a jurisdição.

Suplemento.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

____________________________________________

Page 107: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

107

12.3.18 Jurisprudências57 Elementos Exemplo

JURISDIÇÃO. BRASIL.

Órgão Judiciário. Tribunal Regional Federal (5. Região) .

Título e numeração. Apelação cível n0 42.441-PE

(94.05.01629-6).

Partes envolvidas (ape-lantes e apelados).

Apelante: Edilemos Mamede dos Santos e outros. Apelada: Escola Técnica Federal de Pernambuco.

Relator: Relator: Juiz Nereu Ramos. (após colocar o nome do relator coloca-se .)

Local, Recife,

Dia, mês e ano. 04 de março de 1997.

Nome do órgão que publicou a jurispru-dência em negrito,

Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais,

Local de publicação, São Paulo,

Volume, v.10,

Número, n. 103,

Página inicial - página final,

558-562,

Mês e ano. mar. 1998.

Exercite

__________________________________________________________________________________________________________________________

57

Ib., p. 09.

Page 108: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

108

12.3.19. Doutrinas

Elementos Exemplo

SOBRENOME, BARROS,

Nome do autor. Raimundo Gomes de.

Nome da doutrina. Ministério Público: sua legitimação

frente ao Código do Consumidor.

Nome do órgão

que publicou,

Revista Trimestral de

Jurisprudência dos Estados,

Local de

publicação,

São Paulo,

Volume, v. 19,

Número, n° 139,

Página inicial –

página final,

p. 53–72,

Mês e ano. ago. 1995.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 109: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

109

12.3.20. Documentos jurídicos em meio eletrônico Repete-se a mesma regra anterior e se acrescenta

o seguinte:

Disponível em < http://www.nome do site > acesso

em: colocar a data de quando se consultou o site.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de curta

duração não se aconselha fazer a referência.

Page 110: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

110

12.3.21. Filmes, vídeos e DVDs

Elementos Exemplo

TÍTULO DA OBRA. AMADEUS.

Nome do diretor. Milos Forman.

Nome do produtor. Saul Zaentz.

Nomes dos intérpre-tes.

F. Murray Abraham. Tom Hulce. Peter Shaffer.

Roteiro. . (quando não vier especificado o roteiro, este item não precisa ser referenciado).

Local de publicação:

Nova Iorque:

Editora, HBO vídeo,

Ano. 1984.

Número de unida-des físicas.

2997.

Tempo de duração. 158 minutos.

Sonoro ou não, Sonoro digital áudio (Hi-fi stereo),

Colorido ou não. colorido.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 111: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

111

12.3.22. Documento cartográfico58

Elementos Exemplo

AUTOR, INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP),

Título em negrito. Regiões de governo do Estado de São Paulo.

Local de publicação, São Paulo,

Data de publicação. 1994.

Quantidade. 01 atlas.

Escala. 1:600.000.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

58

Ib., p. 11.

Page 112: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

112

12.3.23. Documento cartográfico em meio eletrônico Repete-se a mesma regra anterior e se acrescenta

o seguinte:

Disponível em < http://www.nome do site > acesso

em: colocar a data de quando se consultou o site.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Quando o material, disponível na Internet, for de curta

duração não se aconselha fazer a referência.

Page 113: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

113

12.3.24. Documento sonoro

Elementos Exemplo

Compositor ou intérprete. Wolfgang Amadeus Mozart.

Título em negrito. Requiem.

Local de publicação: Berlim:

Gravadora, VEB Deutsche Schallplatten,

Data. 1985.

Especificação do supor-te.

1 CD.

Exercite

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Page 114: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

114

Capítulo XIII Projeto de pesquisa - NBR 15287

Um projeto de pesquisa59 é o primeiro passo para

se iniciar a pesquisa científica, por isso sua elaboração

deve ser rigorosa e obedecer aos processos

metodológicos básicos. Ele tem apenas funções de

auxílio na elaboração da pesquisa.

É somente a apresentação de um plano, para se

investigar um objeto orientando na consecução dos

meios, que possam auxiliar na resolução do problema

proposto.

Essas informações se referem às ações concretas

a serem executadas com o intuito de solucionar o

problema pesquisado. Sua atenção volta-se, para a

maneira como se pretende resolver o problema.

13.1. Objetivos do projeto de pesquisa São objetivos do projeto de pesquisa: definir o

caminho que será percorrido, no estudo do problema

proposto; planejar a estrutura da pesquisa a ser

seguida; orientar o professor sobre o que o aluno

pretende estudar; subsidiar o candidato a uma bolsa de

estudos.

Toda pesquisa, para ser desenvolvida, necessita

de um projeto, que definirá os caminhos a serem

seguidos pelo pesquisador. O projeto é direcionado a

uma determinada instituição que, após a análise,

definirá se esse será aceito ou não.

59

ABNT – NBR 15287. Projeto de Pesquisa. Rio de Janeiro: 2005.

Page 115: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

115

O mesmo é a apresentação do planejamento da

pesquisa. Seu objetivo é comunicar, ao meio

acadêmico, como será estudado o problema em pauta,

a fim de que se possa encontrar a orientação

necessária, para seu desenvolvimento bem como um

financiamento, ou mesmo um acompanhamento pelos

pesquisadores interessados no tema.

13.2. Conteúdo do projeto de pesquisa O projeto de pesquisa traz informações sobre: o

tema que se deseja estudar; as hipóteses que orientarão

a pesquisa; a metodologia utilizada; a origem das

informações recolhidas; as fontes de consulta; as

pesquisas de campo que deverão ser usadas; o

cronograma; o orçamento; a bibliografia.

Não deve ser amplo, uma vez que o

aprofundamento será feito no desenvolvimento da

própria pesquisa. É preciso evitar entrar em detalhes

sobre a pesquisa, visto que o projeto é apenas o

primeiro passo, para se iniciar o estudo.

É necessário se mostrar seguro, quanto à escolha

do que pesquisar, pois um posicionamento convicto

demonstra condições de desenvolver o que se propõe

estudar.

Aristóteles60 afirma que, primeiro, é preciso o

pesquisador conhecer vários argumentos sobre o tema

estudado. Depois, é necessário saber o significado dos

conceitos utilizados bem como ser capaz de identificar

os aspectos distintos, em cada elemento, e, por fim, o

estudioso tem que ter capacidade de encontrar as

60

ARISTÓTELES. Tópicos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 20.

Page 116: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

116

diversas semelhanças existentes entre os fenômenos

pesquisados.

Essas considerações são importantes ao se

apresentar um projeto a uma instituição, mas não

podemos esquecer que é apenas um rascunho, ou

melhor, é um mero documento, indicando o caminho a

seguir, e não, necessariamente, tem que ser conduzido

da maneira como foi apresentado. Assim sendo, as

alterações de percurso acontecerm e podem ser

substituídos alguns itens: o problema pode ser mudado;

uma ideia secundária tem condições de se tornar

principal; um questionamento, que antes não fora

percebido, pode se tornar importante; um determinado

problema, antes não visualizado, pode ser aprofundado.

O projeto proporciona o controle das mudanças

ocorridas durante o processo de execução da pesquisa.

Isso demonstra que o pesquisador conhece a situação

em que se encontra o seu estudo. Essa percepção o

ajuda a não se fazer diversas versões sobre o tema, o

que torna as ideias confusas, levando à desilusão com o

trabalho.

Não altere, constantemente, o projeto de

pesquisa, pois, caso isso aconteça, não se conseguirá

desenvolver o trabalho.

Page 117: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

117

13.3. Elementos do projeto de pesquisa

Não existe um modelo definido de projeto de

pesquisa, contudo há elementos imprescindíveis:

a) capa;

b) folha de rosto;

c) sumário;

d) apresentação do projeto;

e) justificativa do projeto;

f) área de concentração;

g) natureza do projeto;

h) delimitação do assunto;

i) revisão da literatura;

j) problema (pergunta);

k) hipótese(s);

l) procedimento;

m) análise dos dados;

n) objetivos;

o) conteúdo programático;

q) metodologia;

r) cronograma de execução;

s) bibliografia;

t) anuência do orientador.

Page 118: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

118

13.3.1. Capa do projeto A capa do projeto de pesquisa apresenta os

seguintes elementos:

a) nome da instituição;

b) nome do proponente;

c) título da pesquisa;

d) subtítulo;

e) departamento a que se destina;

f) nome da instituição;

g) local e data.

Exemplo:

AEV – Associação Educacional de Vitória

FISP – Faculdades Integradas São Pedro UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação Social

Curso de Publicidade e Propaganda

Pedro Alcântara

Filosofia Grega

Vitória, janeiro de 2011

Page 119: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

119

13.3.2. Folha de rosto do projeto A folha de rosto do projeto de pesquisa apresenta

os seguintes elementos:

a) nome do proponente;

b) título da pesquisa;

c) subtítulo;

d) departamento a que se destina;

e) nome da instituição;

f) local e data.

Exemplo:

AEV – Associação Educacional de Vitória

FISP – Faculdades Integradas São Pedro UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação Social

Curso de Publicidade e Propaganda

Pedro Alcântara

Filosofia Grega

Trabalho apresentado à AEV – Associação Educacional de Vitória, com o intuito de obtenção de créditos parciais na disciplina Filosofia. Orientador Prof. Dr. Pedro Paulo Couto.

Vitória, janeiro de 2011

Page 120: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

120

13.3.3. Sumário do projeto de pesquisa É a enumeração das partes do projeto de

pesquisa61.

61

Não confundir com o sumário da pesquisa. Ver p. 142.

Sumário...............................................................................04

Apresentação do projeto.........................................05

Justificativa do

projeto.........................................122....06

Área de

concentração.........................................123....08

Natureza do

projeto............................................123....08

Delimitação do assunto

(tema)................................123..09

Revisão da

literatura............................................125....10

Problema..........................................................................112

73

Hipótese(s).......................................................132.....

13

Procedimento.....................................................136....

14

Análise dos

dados................................................136...15

Objetivos...........................................................136....

16

Metodologia.......................................................................171

39

Cronograma de

execução.......................................140..18

Bibliografia

básica................................................141...19

Anuência do

orientador...........................................142.20

Page 121: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

121

13.3.4. Apresentação do projeto Neste tópico o tema a ser estudado é apresentado

de modo simples e sintético. É preciso que o projeto

seja claro de tal maneira, que com uma breve leitura o

orientador possa compreender o que se pretende. A fim

de se conseguir esta simplicidade exigida faz-se

premente seguir as sugestões a seguir.

O primeiro parágrafo deve conter o tema da

pesquisa, bem como sua atual situação no meio

acadêmico.

No segundo parágrafo apresenta-se o problema

que se propôs a estudar.

No terceiro parágrafo identifica-se os objetivos,

geral e específico, que movem a pesquisa.

No quarto parágrafo aponta-se importância da

pesquisa, para o meio acadêmico e a sociedade em

geral.

No quinto parágrafo é preciso descrever, qual a

metodologia empregada na tentativa de solução do

problema apresentado.

No sexto parágrafo expõe o posicionamento de

outros autores a respeito do tema, a fim de informar seu

grau de relevância na academia.

No sétimo parágrafo é necessário mostrar, sempre

de modo sucinto, a revisão da literatura referente ao

tema. Esta etapa descreve os autores em que se

fundamentou, para desenvolver a pesquisa.

Page 122: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

122

No oitavo parágrafo enumera-se os conceitos

que nortearão a pesquisa, pois é preciso deixar claro o

posicionamento do pesquisador frente ao tema.

No nono parágrafo faz-se uma análise do sumário:

no capítulo I estudaremos X; no capítulo II; analisaremos

Y e no capítulo III estabeleceremos a relação entre Z e

K.

13.3.5. Justificativa do projeto A credibilidade científica, inerente ao projeto,

passa, antes de mais nada, pela convicção do

pesquisador, portanto a justificativa da escolha é um

aspecto a ser bem trabalhado.

Na justificativa, o proponente ao estudo diz qual foi

o motivo que o levou àquela escolha. Dessa maneira,

apresenta a importância do trabalho, tanto na

perspectiva de como aquela pesquisa o ajudará a

explicar a sua específica visão de mundo, bem como a

relevância dos seus estudos para o mundo acadêmico e

para a sociedade em que está inserido o trabalho.

É o momento no qual apresenta-se o porquê da

pesquisa: aqui o pesquisador deve expor a relevância

do trabalho que pretende desenvolver.

13.3.5.1. Importância do tema Um tema é importante por dois aspectos:

atualidade; necessidade básica de desenvolver aquele

determinado ramo da Ciência. Caso o tema não seja

importante devemos abandoná-lo.

Page 123: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

123

13.3.5.2. Momentos da justificativa

A justificativa do porquê de se pesquisar é

imprescindível no projeto. A mesma se divide em quatro

fases, nas quais o proponente precisa:

1. informar a importância do trabalho para a

sociedade, mostrar o porquê da execução da

pesquisa se faz necessário;

2. defender seu trabalho, mostrando aos

outros por que ele é significativo;

3. expor os motivos que o levaram a

pesquisar aquele tema;

4. relacionar o projeto com um dos seguintes

objetivos: iniciação científica; dissertação de

mestrado; tese de doutorado e outros.

13.3.6. Área de concentração Neste espaço, indica-se em qual parte da Ciência

o trabalho está inserido (Política, Ética, Cosmologia,

Pedagogia, Enfermagem, etc.).

13.3.7. Natureza do projeto Neste tópico, indica-se qual motivo da realização

do trabalho (Bolsa de Iniciação Científica, conclusão de

curso, obtenção de créditos parciais, etc.).

13.3.8. Delimitação do tema O tema é mais teórico: é o próprio assunto a ser

estudado. Para se pesquisar, e se chegar a um

resultado que possa aumentar o conhecimento, em

determinada área, é necessário seguir alguns critérios

na escolha do assunto.

Page 124: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

124

Determinar o assunto é escolher com o que se

irá trabalhar: é um passo imprescindível, para iniciar

qualquer pesquisa. Nessa escolha, é preciso levar em

conta se há bibliografia disponível sobre o assunto.

Caso não haja, é aconselhável procurar outro tema para

ser estudado.

Para facilitar a pesquisa, é necessário limitar seu

campo de ação, uma vez que nenhum pesquisador pode

falar sobre um assunto muito amplo. A delimitação do

tema deve ser feita, a fim de facilitar o estudo do

mesmo, uma vez que é mais fácil pesquisar um tema

restrito do que amplo.

Com a delimitação do tema, o pesquisador tem a

vantagem de ampliar sua compreensão sobre o mesmo:

“Um homem está mais apto a saber o que afirma

quando tem uma noção nítida do número de significados

que a coisa pode comportar.”62

Nesta etapa do projeto indica-se que se pretende

pesquisar.

13.3.8.1. Escolha do tema Assim, antes de se iniciar qualquer pesquisa, é

preciso, em primeiro lugar, escolher um assunto. Essa

escolha não é feita de maneira aleatória, mas deve

seguir alguns critérios: ser delimitada; ser específica; ser

executável; ter bibliografia acessível; ter importância

para a sociedade; adequar-se à capacidade intelectual

do pesquisador; enquadrar-se na disponibilidade de

tempo do pesquisador.

62

ARISTÓTELES. Op. Cit., p. 26.

Page 125: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

125

13.3.8.2. Características do tema

O tema diz respeito ao que será explorado,

pesquisado. Um tema de pesquisa tem que ter as

seguintes características: clareza; objetividade.

13.3.9. Revisão da literatura Com essa revisão da literatura, ou levantamento

bibliográfico, indica-se, quais foram os autores com que

se dialogou, a fim de estruturar a pesquisa.

A revisão é feita por intermédio da pesquisa

bibliográfica, após se ter definido qual tema será

estudado.

A mesma é feita a partir de trabalhos existentes,

cuja presença na formação intelectual do pesquisador é

a conditio sine qua non para o desenvolvimento da

pesquisa. Essa revisão fornece as informações básicas

sobre o tema a ser estudado, além de orientr a não

repetir pesquisas alheias, bem como oferecer

conhecimentos necessários, para se evitar os erros de

outros pesquisadores.

A pesquisa bibliográfica tem como universo as

publicações sobre um determinado tema e é essencial a

qualquer um que queira ser um pesquisador, com uma

sólida base teórica. O primeiro contato do estudioso, ao

se aprofundar no mundo científico, é feito por meio

dessa pesquisa.

Uma pesquisa bibliográfica, aprofundada e

diligente, possibilitará ao pesquisador as condições

mínimas necessárias para ultrapassar os limites da

mera repetição, levando-o a conclusões inovadoras e

enriquecedoras.

Page 126: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

126

13.3.9.1. Necessidade da revisão literária

A revisão literária é necessária por três motivos:

ler sobre o tema e o que foi exposto sobre esse evita

repetir ideias alheias como se fossem inéditas; permitir

uma perspectiva ainda não abordada sobre o tema;

possibilitar a localização do tema dentro de determinado

ramo específico da ciência, pois, com tal revisão,

sabemos o que escreveram os diversos autores e qual é

o quadro teórico referencial que os une ou os separa.

Através da revisão de literatura, forma-se o quadro

teórico (base teórica ou quadro teórico-referencial). Esse

é o conhecimento que o proponente tem sobre um

determinado tema, que o situa em uma escola de

pensamento específico. É o resultado das leituras feitas

pelo proponente que refletem a sua visão de mundo,

frente a um tema em particular.

O quadro teórico-referencial é o conjunto de ideias

(conceitos) que formam o pensamento do proponente e,

portanto, dirigem seu olhar no mundo. O mesmo é a

condição que facilita a visão do proponente, sobre um

determinado aspecto na realidade.

É a base teórica que orienta a conduta do

pesquisador, por isso é de importância ímpar. Contudo,

no projeto de pesquisa, a mesma é apresentada em

linhas gerais.

Page 127: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

127

13.3.10. Problema (pergunta)63 Definido o tema que se irá estudar, é preciso que

esse seja problematizado: problematizar é fazer uma

pergunta a respeito do assunto. Somente pode

perguntar alguma coisa aquele que tenha uma

dificuldade, uma dúvida, uma contradição, etc., em

relação ao que foi analisado, estudado.

O problema se refere geralmente a: o que

pesquisar? como pesquisar? O mais importante na

pesquisa é o problema. A ciência ou a filosofia não se

preocupam com a resposta e sim com as perguntas,

pois essas são um caminhar em busca da superação

dos mais obscuros dogmatismos.

A origem da ciência está na elaboração de

problemas e, por extensão, poderia se dizer que não

existe uma ciência caso não exista um problema: “é o

caráter e a qualidade do problema e também, é claro, a

audácia e a originalidade da solução sugerida, que

determinam o valor ou a ausência do valor de uma

empresa científica.”64

Todo aquele que queira fazer uma pesquisa

científica deve partir de um problema. O conhecimento

existe em relação direta com o problema, porquanto

63

Problema vem do grego (lançar à frente; abertura para). Somente pode fazer uma pesquisa aquele que está aberto a novos conhecimentos, por isso defendemos o uso do conceito problema e não o de pergunta (do latim prae-cunutare, que significa indecisão) ou o de dúvida (do latim dubitare, que significa incerteza)

como o motivo de uma pesquisa. Ao se colocar o problema o cientista está ciente de que as respostas existentes, para determinadas situações, não são as únicas e, portanto, é lícito procurar outras posições. 64

POPPER, Karl. Op. cit., p. 15.

Page 128: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

128

sem problemas não é possível a existência do

conhecimento.

A importância da pergunta se encontra no fato de

que ao questionar o indivíduo inicia o processo de

reflexão conceitual.

F. N. Kerlinger65 afirma que o problema pode ser

geral ou específico: no primeiro caso revela-se como

necessidade de investigação de determinado tema. O

problema é uma questão que deve ser pesquisada; com

relação ao sentido específico do problema é o momento

em que se questiona o relacionamento da variáveis.

Assim, percbe-se que no âmbito particular da ciência, o

problema é uma pergunta sobre a relação entre as

diversas variáveis.

Sem problema é impossível pesquisar: para o

homem comum, o problema é uma situação ruim, que

necessita ser evitada, mas, para o cientista, é o motor

do estudo. O problema é somente uma pergunta, uma

dúvida, uma dificuldade que o cientista procura

solucionar. A busca da solução do problema é a

pesquisa, assim o problema é aquilo que o pesquisador

procura resolver.

A diferença entre um problema e uma proposição

está no seu enunciado, pois, enquanto o problema é

colocado de forma interrogativa, a proposição é feita de

modo explicativo.

Ele, portanto, é uma pergunta a que se deseja

responder: o mesmo é feito sempre como uma

interrogação. O problema somente será bem formulado

65

KERLINGER, F. N.. Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais.

São Paulo: Edusp, 1980, p. 35.

Page 129: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

129

se a revisão literária, sobre o tema, for profunda, por

conseguinte somente problematiza quem tenha

conhecimento sobre o assunto.

O objeto a ser estudado depende diretamente do

problema proposto. Ele se preocupa com a parte da

realidade a ser estudada. Neste tópico é premente que

ressaltemos a parte da realidade que pesquisaremos.

A escolha do problema é a parte mais difícil de

toda a pesquisa, pois somente é possível pesquisar um

assunto se, e somente se, ele for apresentado.

13.3.10.1. Origem do problema Sua origem se encontra na dificuldade, ou

insuficiência de conhecimentos, do proponente frente a

uma determinada situação. O problema está dentro dos

limites teóricos do pesquisador, ou melhor, ele se refere

aos conhecimentos possuídos sobre o tema.

13.3.10.2. Apresentação do problema Como já foi dito, e não é demais repetir, o

problema é uma pergunta, uma dúvida, uma dificuldade

sobre a qual o pesquisador passa a refletir, buscando

uma possibilidade de solução, geralmente é

apresentada de forma: interrogativa (pois ainda não se

sabe a resposta); precisa (não se confunde com outros

problemas); clara (não paira dúvidas sobre o que se

quer pesquisar); objetiva (não há rodeios em sua

apresentação).

Page 130: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

130

Além desses aspectos é necessário ainda

afirmar, segundo Marconi e Lakatos66, que o problema

deve ser viável, importante, novo, executável e

oportuno. Sem essas condições, a pesquisa não

apresenta interesse ao mundo em que se situa.

13.3.10.3. Cuidados ao se escolher um problema O problema é uma interrogação (sobre a natureza,

o homem e suas relações entre si e aquela) sendo a

resposta dada, ou não, pela pesquisa. Em outros

termos, o problema é: uma pergunta que desejamos

responder; apresentado sempre como uma

interrogação; claro e distinto; bem formulado, se a

revisão literária sobre o tema for boa, como também se

a análise crítica do autor refletir um posicionamento

particular; correspondente ao tema.

Pode-se fazer as mesmas perguntas que os

autores clássicos fizeram, pois não há nenhum demérito

em seguir os passos dos grandes mestres.

13.3.10.4. Alguns modelos de perguntas A fim de orientar aqueles que estão começando a

fazer uma pesquisa científica, seguem abaixo quinze

tipos de problematizações que podem ser feitas, em

relação a um tema qualquer. As sugestões servem

somente como orientação para o pesquisador, e não

pretendem ser um esquema fixo:

66

MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M.. Técnicas de Pesquisa. 3a

ed.. São Paulo: Atlas, 1996, p. 25.

Page 131: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

131

a) definição ou conceitual: como se

define? qual a natureza da coisa? o que é?

b) distinção: como se difere x de y? a

diferença entre x e y é de natureza ou não?

c) lugar: a qual parte do conhecimento

pertence este problema?

d) razão: qual o motivo de ser?

e) possibilidade ou fundamento: quais

condições possibilitam esta coisa? qual a

razão? qual o fundamento?

f) origem: qual a origem? quem pensou esta

coisa?

g) gênese: como se produziu? como foi

pensado?

h) finalidade: qual o fim? qual o objetivo?

i) efeitos: qual a consequência? de que pode

ser a causa?

j) gerais: que tipo?

k) específicas: qual a espécie?

l) causais: por que? qual a causa?

m) qualitativas: é melhor? é pior?

n) quantitativas: quantos são? é maior? é

menor?

o) comparativas: qual a relação entre X e Y?

Page 132: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

132

13.3.11. Hipótese(s) A elaboração da hipótese é importante, uma vez

que ela define o caminho a ser percorrido no estudo.

Após ter levantado o problema, o pesquisador deve

elaborar uma hipótese, a qual deverá ser estudada:

“Colocando o problema, em toda sua amplitude, o autor

deve enunciar suas hipóteses: a tese propriamente dita,

ou hipótese geral, é a ideia central que o trabalho se

propõe a demonstrar.”67

É interessante comerçarmos por definir termo, pois

no âmbito da ciência sempre que um termo for

apresentado pela primeira vez deve-se defini-lo:

“Hipótese vem do grego, υπόθεση, e quer dizer,

suposição. De fato, toda hipótese não passa de

suposição explicativa a respeito de um fenômeno ou

grupo de fenômenos. Em outras palavras, hipótese é a

suposição provisória de uma lei à espera da

confirmação.”68 Ela é uma suposição que se faz antes

de se iniciar o desenvolvimento da pesquisa. É feita sem

que se conheça exatamente o que se está pesquisando,

é parte de um conhecimento sem comprovações teórica

e/ou empírica.

A hipótese é a ideia que será defendida durante a

pesquisa. É ela que vai orientar os caminhos a serem

seguidos na observação dos fatos. É importante, porque

guia todas as pesquisas em busca de um conhecimento

a respeito de um fenômeno.

É uma resposta prévia que se oferece ao

problema antes de se pesquisá-lo. Após a pesquisa, a

67

SEVERINO, Antônio Joaquim. Op. cit., p. 161. 68

NERICI, Imideo G.. Op. cit., p. 124.

Page 133: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

133

hipótese pode ou não ser comprovada. É um raciocínio

provável e se divide em: dedutiva; indutiva; especial;

geral. A hipótese dedutiva parte de princípios, portanto

sem a participação de experiências. A indutiva parte de

experiências tendo como base um fato anterior, do qual

ainda não se tem uma explicação aceitável. Enquanto

que a especial prima pela explicação de um fato ou um

grupo restrito de fatos. Por último encontra-se a geral

(também denominada de sistema ou teoria), a qual tem

como objetivo explicar o maior número possível de

experiências.

Mais acima, foi dito que a hipótese é a primeira

resposta que é apresentada a um determinado

problema. Contudo, é uma resposta que não deve ser

aceita de imediato, e sim que precisa ser

experimentada, para isso é forçoso coletar os dados

com o intuitto de se comprová-la ou não.

Como o problema, a hipótese se coloca dentro do

quadro teórico do pesquisador. A mesma tem uma

relação muito íntima com o problema. É uma conjectura

sobre a relação entre variáveis, enquanto o problema é

uma proposição, feita de modo interrogativo, a hipótese

é feita de forma afirmativa. É mais específica que o

problema, e será testada na pesquisa, para se

comprovar ou não sua validade.

O seu valor está em evitar que o cientista, ao

pesquisar, exponha, em seus estudos, suas

preferências, portanto as hipóteses são responsáveis

pela tentativa de se construir uma ciência objetiva.

Na maioria das vezes, as mesmas são deduzidas

da teoria. A hipótese será tão mais útil, quanto mais

puder ser testada por outros cientistas.

Page 134: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

134

A demarcação dos objetivos da pesquisa

auxiliará na formulação das hipóteses de trabalho. Toda

a pesquisa é feita para que se desenvolva o estudo das

hipóteses. A sua estrutura lógica é: se X for verdade,

logo deverá ocorrer ou não Y.

A hipótese sempre é feita afirmando, ou negando,

mas nunca na forma interrogativa. Essa forma está fora

do ambiente da experiência, pois não se pode se

esquecer de que é apenas uma conjectura. É exigência

acadêmica que a sua elaboração, de maneira lógica,

parta de um conhecimento não comprovado, e que seja

experimentada.

Para se elaborar uma hipótese é preciso ser

rigoroso, por este motivo indica-se a seguir, por

didatismo, as seguintes sugestões: ser necessária

(explicar algo novo); ser possível (não ir contra uma lei

estabelecida, pois cairia em contradição); ser verificável

(visto que a ciência necessita de provas. Essa

verificação é: direta; indireta).

Na verificação da hipótese de maneira direta é

preciso que o fato seja repetido em diversas

experiências. A verificação da hipótese de maneira

indireta ocorre, quando estamos impossibilitado de

realizar a experiência, por isso utilizamos uma profunda

observação, além da dedução.

A partir da hipótese “devemos deduzir

consequências que possam ser postas à prova, por

meio da observação. Se essas consequências forem

verificadas, a hipótese é, provisoriamente, aceita como

verdadeira, ainda que usualmente, ela venha a requerer

Page 135: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

135

modificações posteriores, por causa da descoberta de

novos fatos.”69

Uma hipótese será considerada verdadeira caso

um determinado número de fatos a confirmem. É

consenso, que o pesquisador deva começar pelas

hipóteses mais simples, só devendo abandoná-las caso

não consiga comprová-la frente a novos fatos.

13.3.11.1. Tipos de hipóteses Existem dois tipos de hipóteses: hipótese a

verificar (são respostas preliminares, que se preocupam

em relacionar duas variáveis); hipótese de trabalho (são

os meios a serem seguidos no desenvolvimento da

pesquisa).

Observação:

Não há nada de depreciativo em uma pesquisa

caso a hipótese não seja comprovada, afinal de contas,

a pesquisa é o teste da hipótese. Se o estudioso, antes

de iniciar a pesquisa, tem certeza da resposta, não deve

pesquisar, pois somente deve pesquisar aquele que

ainda não sabe a resposta.

69

RUSSEL, B.. A Perspectiva Científica. São Paulo: Cia Ed. Nac.,

1969, p. 49.

Page 136: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

136

13.3.12. Procedimento É exigido uma conduta básica na elaboração de

uma pesquisa, segundo a qual se descreve

detalhadamente o processo de coleta e de registro de

dados. No procedimento o objeto estudado é demarcado

e os recursos metodológicos a serem utilizados são

detalhados.

13.3.13. Análise dos dados A análise ocorre após a classificação dos dados, a

confrontação dos resultados das tabelas e das provas

estatísticas, se utilizadas. Essa análise tem por objetivo

a comprovação de verdades ou falsidades das

hipóteses, propostas no estudo: “A acumulação de fatos,

evidentemente, não é um fim em si mesmo, e só tem

importância como base para a interpretação. Mas

embora a busca de fatos seja um prelúdio necessário à

análise correta de uma situação, algum tipo de análise

deve mesmo preceder a coleta de dados.”70

13.3.14. Objetivos A exposição dos objetivos71 da pesquisa serve

para aclarar a ideia, a ser desenvolvida no desenrolar do

estudo. Com os objetivos bem definidos, o pesquisador

consegue expor, de maneira mais determinada o

problema que será estudado.

O objetivo é definido quando o pesquisador

pergunta por que se deve estudar aquele tema e não

70

BUTLER, D. E.. Op. cit. Rio de Janeiro: Laudes, 1958, pp. 32-3. 71

A palavra objetivo vem do latim objectum (por à frente). Na pesquisa o objetivo é aquilo que se deseja conseguir, mais à frente, com o estudo desenvolvido.

Page 137: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

137

outro. O objetivo é a finalidade a que se destina o

trabalho. É a tentativa de responder ao questionamento:

para que fazer a pesquisa?

Os objetivo se relacionam às ações concretas a

serem executadas com o intuito de solucionar o

problema proposto. Sua atenção volta-se para a

maneira como se pretende resolver o problema: é

quando o pesquisador se ocupa com os resultados

auferidos da intervenção na realidade questionada.

Veja alguns verbos que devemm ser usados ao

apresentar os objetivos no anexo 1, p. 178.

13.3.14.1. Tipos de objetivos O objetivo é dividido em duas espécies: geral

(relaciona-se com a visão mais ampla da pesquisa, e

mostra o fim a que se pretende chegar com o trabalho);

específicos (relacionam-se diretamanente a cada

capítulo parte da pesquisa).

13.3.14.2. Importância dos objetivos A indicação dos objetivos visa a apresentar ao

orientador, qual o ponto que se pretende alcançar com a

pesquisa. São os objetivos que definem a natureza do

trabalho e respondem às perguntas: por que? para quê?

para quem?

A relação dos objetivos com a justificativa é

grande, visto que aqueles apresentam, de maneira mais

detalhada, o que se deseja pesquisar.

Page 138: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

138

13.3.15. Conteúdo Programático da pesquisa72 São os capítulos, itens ou subitens que compõem

a pesquisa.

72

Não se deve confundir o sumário da pesquisa com o do projeto de pesquisa. Ver p. 123.

Capítulo I

Origens da filosofia grega .......................................01

Capítulo II

Escola milésia

Tales...........................................................................10

Anaximandro...............................................................20

Anaxímenes................................................................30

Capítulo III

Escola socrática

Sócrates......................................................................40

Platão..........................................................................70

Aristóteles..................................................................150

Page 139: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

139

13.3.16. Metodologia No projeto de pesquisa, também não podem faltar

os instrumentos que serão utilizados para se estudar o

problema, ou seja, a metodologia. Sua apresentação é o

momento em que o proponente define o tipo de

pesquisa a ser executado.

Ela informa como o trabalho será realizado, em

outras palavras, o pesquisador deve esclarecer como e

com quais instrumentos trabalhará. Em resumo ela é

uma referência sobre quais os instrumentos, que serão

utilizados para se efetuar a pesquisa.

13.3.16.1. Três momentos da metodologia A metodologia deve ser apresentada em três

estágios: explicar qual método será usado, para se

conseguir estudar o problema; esclarecer como ele será

posto em prática, quais serão as técnicas (amostras,

coleta de dados, análises de dados, etc.); especificar a

titulação do proponente, sua função, suas atividades na

pesquisa e a duração da mesma.

Ao abordar a metodologia, espera-se que o

pesquisador trace a sequência do trabalho, como ele se

subdivide (expor quais são suas partes) e quais as

técnicas utilizadas, para efetivá-lo.

13.3.16.2. Tipos de técnicas de pesquisa As técnicas são variadas: coleta de dados; análise

de dados; entrevistas, etc.

Espera-se que o proponente deixe claro o

caminho teórico a ser seguido, e por qual motivo foi

traçada aquela linha teórica.

Page 140: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

140

13.3.17. Cronograma de execução O cronograma se divide em dois tipos: físico;

financeiro.

13.3.17.1. Cronograma físico Serve para delimitar e administrar o tempo a ser

utilizado na pesquisa, pois ela não é feita eternamente,

tem que ser encerrada. A administração de seu tempo

sempre está submetida às condições colocadas pelo

pesquisador.

O cronograma relata o tempo necessário para a

realização da pesquisa. Esse relato geralmente é

apresentado num gráfico como no exemplo abaixo73:

73

SALOMON, D. V.. Op. cit., p. 224.

Page 141: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

141

Sempre é importante ressaltar, que o cronograma

serve como orientação e não como meta rígida. O

mesmo pode ser mais curto ou mais longo do que o

apresentado.

13.3.17.2. Cronograma financeiro É conhecido também como orçamento. É utilizado

quando o pesquisador não tiver condições materiais de

financiar seus estudos e necessitar de verbas de

terceiros. Nesta fase, o proponente apresenta o custo da

sua pesquisa ao órgão financiador.

Ao apresentar o cronograma financeiro, o

pesquisador deverá relatar como o dinheiro será usado

no desenvolver do trabalho. É por intermédio do

orçamento que os financiadores saberão sobre a

honestidade e as perspectivas da pesquisa.

13.3.18. Bibliografia básica Bibliografia é o conjunto de livros, artigos, teses,

etc. que o pesquisador utilizou em seu estudo: liga-se

diretamente ao quadro teórico de referência.

Ela orientará o proponente na resolução do

problema apresentado. A bibliografia é a identidade do

autor, pois explicita como ele abordará a questão.

No projeto de pesquisa ela deve a menor possível,

uma vez que a própria pesquisa mostrará outras fontes

de importâncias diversas.

Page 142: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

142

13.3.19. Anuência do orientador É a folha pautada que encerra o projeto de

pesquisa. É nela que o orientador fará suas

observações, sobre o material que foi apresentado.

Exemplo:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

Menção:________ Assin. prof.:__________

Page 143: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

143

Page 144: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

144

Capítulo XIV Elaboração de monografias

14.1. Definições de monografia

Em qualquer trabalho científico é preciso definir os

conceitos empregados, partindo desse pressuposto,

deve-se, então, enunciar o que é monografia: uma

primeira definição é a simples análise de sua etimologia.

A palavra monografia é constituída de dois radicais

gregos mono (um) e graphein (escrita). Daí ser a

monografia um texto sobre um único assunto, cujo

objetivo, como o de qualquer pesquisa, é o

aprofundamento e o alargamento do horizonte da

ciência.

Além dessa definição é possível também

encontrar dois outros significados: particular; geral. No

primeiro sentido é uma tese, é um trabalho que aborda

um único tema, com determinados métodos científicos,

a fim de contribuir para o aumento do conhecimento, em

determinada área do saber.

Entendida de maneira geral identifica-se com

qualquer trabalho científico, fruto de uma pesquisa, feita

de modo rigoroso. É filha legítima da pesquisa contendo

uma reflexão particular a respeito do tema, para que não

seja uma simples repetição de ideias alheias.

14.2. Importância da monografia Uma monografia é importante, pois possibilita ao

escritor sistematizar suas ideias. Elaborá-la é antes de

mais nada: identificar um determinado tema; escolher

Page 145: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

145

uma bibliografia relevante; organizar, de maneira

lógica, a bibliografia; escrever de tal forma que o leitor

possa entender.

14.3. Características da monografia Como todo e qualquer trabalho científico, ela deve

tratar o tema com grande rigor metodológico. É o

primeiro passo em direção a uma pesquisa mais ampla.

Suas características básicas são: sistematicidade

(organizada segundo a Razão); especificidade (trata de

um tema único); metodologicidade (utiliza métodos

científicos); relevância (contribui para o aumento do

conhecimento).

Na apresentação de um trabalho monográfico, é

preferível um trabalho delimitado a determinado aspecto

do que a um trabalho panorâmico, uma vez que uma

boa delimitação do tema possibilita trabalhar com mais

segurança.

Ao escrever a monografia, deve-se utilizar termos

mais familiares, pois isso tornará o texto mais fácil de

ser entendido por todos. Lembre-se sempre de que a

ciência deve ser acessível a todos, tanto a especialistas,

como estudiosos ou leigos: “para difundir e cultivar um

caráter tão aperfeiçoado, nada pode ser mais útil do que

as composições de estilo e modalidades fáceis, que não

se afastam em demasia da vida, que não requerem,

para ser compreendiadas, profunda aplicação ou

retraimento e que devolvem o estudante para o meio de

homens plenos de nobres sentimentos e de sábios

preceitos, aplicáveis em qualquer situação da vida

humana. Por meio de tais composições, a virtude torna-

Page 146: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

146

se amável, a ciência agradável, a companhia instrutiva

e a solidão um divertimento.”74

A redação da monografia deve ser feita com

precisão e muito cuidado, para isso, é necessário

respeitar a ordem dos parágrafos (cada parágrafo deve

conter apenas uma ideia, e cada ideia deve estar num

parágrafo). Utilize parágrafos curtos e subtítulos, pois

essa técnica tornará mais fácil a compreensão do

conteúdo, tanto por parte de quem lê, como de quem

escreve.

É preciso dar atenção devida à pontuação, para

tanto, o domínio da língua formal é fundamental. O

jargão tem que ser evitado, uma vez que seu uso é

traduzido como sinônimo de pouco domínio sobre o que

se está escrevendo.

74

HUME, D.. Investigação Acerca do Entendimento Humano. São

Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 27.

Page 147: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

147

Capítulo XV

Estrutura da Monografia

15.1. Partes da monografia A monografia se divide, basicamente, em cinco

partes: introdução; desenvolvimento (explicação;

discussão; demonstração); conclusão; bibliografia; notas

de pé-de-página.

15.1.1. Introdução A introdução é a parte na qual se faz a

apresentação do tema estudado. Identifica o tema da

pesquisa, de maneira direta, simples e sintética. Além

disso, explica a metodologia que será usada, para se

pesquisar. Nesta parte, é exposta a situação do

problema pesquisado, citando os trabalhos que se

referem a ela diretamente.

15.1.1.1. Partes da introdução Geralmente, divide-se em três partes, que servem

para: apresentar a situação em que se encontra o

problema; mostrar que o problema é importante para os

leitores; expor o método utilizado na busca de

respostas.

Nas palavras de Umberto Eco:

Esta não é mais que o comentário analítico do índice: com o presente trabalho propomo-nos demonstrar uma determinada tese. Os estudos precedentes deixaram em aberto inúmeros problemas e os dados recolhidos não bastam. No primeiro capítulo tentaremos estabelecer o ponto “x”; no segundo, abordaremos o problema “y.” Concluindo, tentaremos provar isto e aquilo. Deve-se ter presente que nos fixamos limites

Page 148: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

148

precisos, isto é, tais e tais. Dentro destes limites o método que seguiremos é o seguinte etc. e etc.

75

Por outras palavras, na introdução fazemos um

breve comentário do sumário, dizendo o que se propõe

com o trabalho. É preciso dizer que os trabalhos

existentes não resolveram a questão. Além disso, é

necessário mostrar a delimitação da pesquisa e, como

foi dito mais acima, de seus métodos.

15.1.1.2. Conteúdo da introdução Na introdução, é necessário: expor o tema (o

assunto que será tratado); apresentar a tese (aquilo que

o autor afirma); problematizar o tema (fazer uma

pergunta sobre ele); mostrar os objetivos (enunciar a

meta a ser atingida); justificar sua elaboração (sublinhar

a importância de se estudar o assunto); fazer a revisão

da literatura (enfocar o autor, o tema e a relevância de

ambos no contexto da pesquisa); estudar os conceitos

que serão utilizados, mas de maneira superficial;

analisar os métodos utilizados ou os resultados obtidos;

relacionar o trabalho com outros já produzidos; evitar

fazer um resumo.

75

ECO, U.. Op. cit., p. 83.

Page 149: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

149

15.1.2. Corpo do trabalho ou desenvolvimento O desenvolvimento é a própria pesquisa; nele os

argumentos são apresentados de acordo com a lógica.

Serve para dar as bases teóricas ou práticas, utilizadas

no estudo do problema tendo como objetivo expor os

argumentos e depois prová-los.

15.1.2.1. Partes do desenvolvimento Divide-se em três partes: explicação; discussão;

demonstração.

15.1.2.1.1. Explicação A explicação é o momento em que o pesquisador

torna clara uma ideia que antes estava obscurecida. Na

explicação o tema é discutido de maneira analítica, a fim

de que o leitor tenha condições de compreender o

assunto estudado. Nesta etapa procura-se compreender

o objeto pesquisado, para tanto é preciso torná-lo o mais

fácil de ser entendido.

15.1.2.1.2. Discussão Na discussão, apresentam-se estudos que se

opõem ao posicionamento defendido na monografia. O

objetivo de trazer autores contrários, à perspectiva

estudada, é mostrar suas falhas, para que se possa

apresentar a solidez dos argumentos defendidos na

monografia. Aqui, a pesquisa é comparada a outras

perspectivas e apresentada em proposições.

Uma discussão deve partir da mesma base

comum, do mesmo critério de verdade, a fim de que se

Page 150: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

150

decida quem apresenta ou não sustentação racional

em seus argumentos.

15.1.2.1.3. Demonstração A demonstração pode ser definida, no seu sentido

geral, “como sendo „o raciocínio certo em que as

premissas são verdadeiras, dando, logo, uma conclusão

legitimamente certa‟. Em sentido restrito, porém,

demonstração é „silogismo do necessário, isto é, em que

as premissas são verdades necessárias, logo, a

conclusão é necessariamente necessária‟. É preciso

notar que a demonstração, em geral, parte de premissas

certas, o que não se verifica em outras formas de

raciocínio.”76

É a etapa em que se faz uso da dedução, a fim de

demonstrar a validade dos argumentos empregados.

Nesta fase do desenvolvimento o pesquisador deve

utilizar o método dedutivo, ou de outro modo, parte-se

de uma ideia geral e faz-se a aplicação a um caso

particular.

Desde Aristóteles (384-322 a.C.), ficou

estabelecido que não se pode aceitar nenhuma

afirmação como verdadeira caso não seja, antes,

demonstrada como tal. Então demonstrar algo é torná-lo

claro, é apresentar as conexões existentes, necessárias

entre as coisas ou ideias.

15.1.2.1.3.1. Características da demonstração O ato de demonstrar uma ideia, um argumento,

tem duas características: lógica; metodológica.

76

NERICI, Imideo G.. Op. cit., p. 139.

Page 151: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

151

Quanto ao aspecto lógico é preciso dizer que a

ciência não se preocupa com o mundo abstrato, não

obstante com o mundo das experiências sensíveis.

Sendo assim, ela não pode se ater totalmente à lógica

formal.

Sobre a questão metodológica, que se pressupõe

na argumentação, bastaria dizer que um trabalho

científico deve ter as suas afirmações comprovadas ou

justificadas, por intermédio de métodos rigorosos.

Observação:

Uma observação é necessária (ainda que, para

muitos, seja supérflua): durante o processo de escrita da

monografia, os três momentos se misturam

constantemente.

Page 152: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

152

15.1.3. Conclusão É um resumo das ideias centrais, apresentadas

anteriormente. É a apresentação concisa dos resultados

mais importantes da pesquisa. Para se apresentar uma

conclusão coerente, com o tema estudado, é preciso

que a mesma se refira diretamente às hipóteses do

trabalho. A conclusão diz se a hipótese é verdadeira ou

falsa.

Nesta etapa da pesquisa, apresentam-se questões

que não foram resolvidas pelo estudo e que poderão ser

estudadas, em outro momento.

15.1.4. Notas de rodapé São as indicações dos livros, artigos, teses, etc.

que foram citados. Nas notas de rodapé, também

podem aparecer definições de termos, informações

sobre um assunto, um autor, etc. Nelas pode-se fazer

uma discussão dos temas. Servem para deixar o texto

principal sem interferências externas tornando mais

agradável a leitura77.

15.1.5. Bibliografia É conjunto d os livros, artigos, dissertações, teses,

doutrinas, leis, etc. que foram utilizadas para se fazer o

trabalho78.

77

Para maiores informações sobre a apresentação de tais notas ver

p. 92. 78

Para maiores informações sobre a apresentação da bibliografia ver

p. 145.

Page 153: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

153

15.1.6. Outras orientações básicas Não é excessivo apresentar mais algumas

técnicas, que podem ser utilizadas por aqueles, que

queiram se iniciar no campo da pesquisa científica.

Seguem abaixo algumas indicações, mas não é preciso

lembrar que essa relação poderia ser acrescida de um

maior número de itens: deve ser inteligível o tema; ser

fiel ao assunto é o princípio fundamental de uma boa

monografia; redigir com cuidado; estudar

exaustivamente o assunto; abordar, com técnicas

próprias, cada tema; evitar os preconceitos; evitar as

definições prontas; começar a trabalhar, sabendo que as

definições são provisórias; colocar de lado as

generalizações infundadas; dar exemplos, com validade

universal.

Page 154: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

154

Capítulo XVI Trabalho

Acadêmico - NBR 14724

Os trabalhos acadêmicos79 devem ser

apresentados com a máxima precisão possível, tanto no

que se refere ao conteúdo, como com relação à forma.

Por esse motivo, seguem abaixo algumas sugestões

para uma apresentação aceitável.

16.1. Formato O trabalho acadêmico deve apresentar as

características gráficas a seguir: papel branco; tamanho

A4 (21 cm X 29,7 cm); impresso na cor preta; fonte

(letra) arial tamanho 12 (doze) para o texto; fonte (letra)

arial tamanho 10 (dez) para as citações longas, notas de

rodapé, número de páginas; a citação longa deve estar

a 04 (quatro) cm da margem esquerda em espaço

simples e fonte (letra) tamanho 10.

16.2. Margens

Esquerda: 3 cm;

Superior: 3 cm;

Direita: 2 cm;

Inferior: 2 cm.

79

ABNT - NBR 14724: Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Rio

de Janeiro: 2005.

Page 155: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

155

16.3. Espaço entre as linhas O texto deve ser apresentado com espaço 1,5; as

demais informações devem ser anotadas em espaço

simples; as referências bibliográficas são impressas em

espaço simples e separadas uma das outras com

espaço 1,5; os títulos sempre se iniciam a 8 cm da

margem superior; os títulos são separados do texto por

dois espaços 1,5.

16.4. Numeração das páginas O número da página deve ser colocado: na parte

superior direita a 2 cm da borda. Quanto à numeração, é

preciso: utilizar os números arábicos; numerar a partir

da primeira folha do texto, apesar de se contar as

páginas a partir da folha de rosto.

Page 156: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

156

Capítulo XVII Estrutura formal da monografia

Estrutura Elementos

Capa;

Folha de rosto;

Folha de aprovação;

Dedicatória*;

Agradecimento*;

Pré textuais Epígrafe*;

Resumo em português;

Resumo em língua estrangeira;

Lista de ilustrações*;

Lista de tabelas*;

Sumário.

Introdução;

Textuais Desenvolvimento;

Conclusão.

Bibliografia;

Glossário*;

Pós textuais Apêndice*;

Anexo*;

Índice*.

* Elementos opcionais

Page 157: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

157

17.1. Elementos pré textuais 17.1.1. Capa A capa deve apresentar os seguintes elementos

de identificação: nome da instituição (opcional); nome do

autor; título; subtítulo; local; data.

Exemplo:

AEV – Associação Educacional de Vitória FISP – Faculdades Integradas São Pedro UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação

Social

Curso de Publicidade e Propaganda

Pedro Alcântara

Filosofia Grega

Vitória, janeiro de 2011

Page 158: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

158

17.1.2. Anverso da folha de rosto Deve apresentar os seguintes elementos de

identificação: nome do autor; título; subtítulo; natureza e

objetivo do trabalho, nome da instituição e área de

concentração; nome do orientador; local; data.

Exemplo:

AEV – Associação Educacional de Vitória FISP – Faculdades Integradas São Pedro UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação

Social

Curso de Publicidade e Propaganda

Pedro Alcântara

Filosofia Grega

Trabalho apresentado à AEV – Associação

Educacional de Vitória, com o intuito de

obtenção de créditos parciais na disciplina

Filosofia. Orientador Prof. Dr. Pedro Paulo

Couto.

Vitória, janeiro de 2011

Page 159: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

159

17.1.3. Verso da folha de rosto No verso da folha de rosto, deve aparecer a ficha

catalográfica, ou seja, a ficha que traz as informações

técnicas do trabalho.

Exemplo:

D235h

Dau, Sandro.

História da Filosofia / Sandro Dau, Carlos Mário Paes Camacho. - - Juiz de Fora: Central, 2003. 105p. : il. Filosofia antiga - História. Camacho, Carlos Mario Paes, colab.

CDD – 180

Page 160: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

160

17.1.4. Folha de aprovação De acordo com a NBR 14724: 2005, a folha de

aprovação é o:

Elemento obrigatório, colocado logo após a folha de rosto, constituído pelo nome do autor do trabalho, título do trabalho e subtítulo (se houver), natureza, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de concentração, data de aprovação, nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituições a que pertencem. A data de aprovação e assinaturas dos membros componentes da banca examinadora são colocadas após a aprovação do trabalho.

80

Exemplo: ver próxima página

80

Ib., p. 05.

Page 161: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

161

AEV – Associação Educacional de Vitória FISP – Faculdades Integradas São Pedro

UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação Social Curso de Publicidade e Propaganda

Pedro Alcântara

Filosofia grega

Doutoramento em Filosofia Membros da Banca Examinadora

________________________________ Dr. Pedro Paulo Couto (Orientador)

________________________________

Dr. Paulo Henrique de Castro

________________________________ Dra. Isabela Alves Silveira

________________________________

Dra. Adriana Pinto de Oliveira

________________________________ Dr. Antônio Carlos do Couto

Vitória, 2010

Page 162: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

162

17.1.5. Dedicatória Nesta página, o trabalho é dedicado a um ou mais

indivíduos. Presta-se uma homenagem àqueles, os

quais o autor tem uma determinada consideração

afetiva, profissional, acadêmica, etc.

Exemplo:

Dedicamos este trabalho

a todos aqueles que me

auxiliaram durante esta

pesquisa.

Page 163: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

163

17.1.6. Agradecimento É o momento em que o autor do trabalho

agradece àqueles que foram importantes na execução

do mesmo. Caso o trabalho tenha sido financiado por

alguma instituição ou agência de fomento, é

imprescindível agradecê-las.

Exemplo:

Agradecemos à Profa

Maria da

Penha pela sua colaboração

constante.

À Maria do Carmo por suas

anotações em aula e sugestões

constantes.

À AEV – Associação Educacional

de Vitória pelo apoio dado à

publicação deste trabalho.

Page 164: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

164

17.1.7. Epígrafe É uma citação de um determinado autor, cujo

conteúdo se relaciona diretamente com o trabalho

apresentado.

Exemplo:

“Temos três tipos distintos de sensações de

infinito, todos eles matizados com distintas tonalidades, a saber: o gozo estético e sereno, cheio de encantamento, como no caso do pastor contemplando a quietude da noite estrelada; a ansiedade aniquilante e a opressão angustiosa, como no caso dos marinheiros perdidos nas imensidões oceânicas, à mercê dos ventos e tempestades; e, por último, uma espécie de estupor e assombro, como no caso do vigia, que vê perdida na ilimitada solidão do mar a pequena ilha, a cujo redor a imensidão das águas forma como que uma coroa que se estende ao infinito (apeiritos) em toda direção.”

Rodolfo Mondolfo

Page 165: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

165

17.1.8. Resumo em português Nele, apresentam-se os principais pontos do

trabalho, de forma concisa. Seu objetivo é mostrar, de

forma rápida, o conteúdo e as conclusões a que se

chegou. Apresenta as seguintes características: ser

elaborado na terceira pessoa; ter um único parágrafo;

ter, no máximo, quinze linhas; palavras-chave81.

Exemplo:

81

Para maiores informações ver capítulo VIII: Resumos - NBR 6028, p. 74.

Resumo

A tese procurará entender o funcionamento do poder-saber, segundo Michel Foucault, porquanto a normalização desta técnica da sociedade moderna possibilita o conhecimento de todo o seio social, limitando a liberdade humana. Com a analítica sobre o poder, Foucault desloca-o de um centro privilegiado e coloca-o no caldeirão das transformações sociais. O poder deixa de ser algo abstrato e torna-se mais difuso e mais difícil de se combater, visto que ele metamorfoseia-se em estratégias, que estão em constante movimento. A tarefa de Foucault é mostrar que o poder não é o que sempre foi dito e aceito: algo negativo. Foucault chamará atenção para a pluralidade das forças e para as suas relações, que constituem o poder. O funcionamento da normalização social se dá através do poder-saber, por isso Foucault irá dizer que a neutralidade do saber científico, nas Ciências Humanas e Sociais, é uma quimera, porquanto o saber está diretamente ligado ao poder, porém de forma nem sempre estável.

Palavras-chave: poder; saber; sexualidade.

Page 166: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

166

17.1.9. Resumo em língua estrangeira Todo trabalho científico deve conter um resumo

em uma língua estrangeira. O objetivo desse resumo é a

divulgação internacional dos resultados obtidos.

As mesmas regras para o resumo em Língua

Portuguesa devem ser usadas para o resumo em língua

estrangeira.

Exemplo:

Resumé

La thèse cherchera entendre le fonctionnement du pouvoir-savoir selon Michel Foucault, vu que la connaissance de cette technique de la societé moderne c'est que la possibilite normaliser tout le sein social, en limitant la liberté humaine. Avec l'analytique concernant au pouvoir, Foucault le déplace d'un centre privilégié et le met dans un chaudron des transformations soxiaux. Le pouvoir laisse d'être quelque chose metaphysique et se de vient plus diffus et plus difficile de se combattre, vu qu'il se metamorphose en stratégies en constant moviments. La tâche de Foucault c'est de montrer que le pouvoir n'est pas ce que toujours a été dit et a été accepté quelque chose négative. Le fonctionnement de la normalisation sociale survient du moyen du pouvoir-savoir, c'est pourquoi Foucault ira júsqu'a à dire que la neutralité du savoir scientifique est une chimére, car le savoir est directement attaché au pouvoir mais de forme pas toujours stable.

Mots clé: pouvoir; savoir; Foucault.

Page 167: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

167

17.1.10. Lista de ilustrações

É a lista que contém as páginas nas quais se

encontram: desenhos; gravuras; imagens; mapas.

Exemplo:

Lista de ilustrações

Paternon

23

Busto de Protágoras de Abdera 35

Mapa de Queroneia 53

Gravura representando Górgicas

Leontino

79

Page 168: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

168

17.1.11. Lista de tabelas De acordo com a ABNT NBR 14724 tabela é um

“elemento demonstrativo de síntese que constitui

unidade autônoma.”82

Exemplo:

82

Ib., p. 02.

Lista de tabelas

Número de habitantes na Europa no século XIX

33

Taxa de mortalidade da Inglaterra no século XIX 56

Taxa de natalidade na Itália no século XVIII 97

Page 169: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

169

17.1.12. Sumário A ABNT NBR 14724 define sumário como sendo a

“enumeração das principais divisões, seções e outras

partes do trabalho, na mesma ordem e grafia em que a

matéria nele se sucede.”83

Exemplo:

83

Ib., p. 02.

Sumário

Capítulo I: Metodologia

1

Tipos de metodologia 3

Capítulo II: Pesquisa 9

Pesquisa teórica 11

Pesquisa metodológica 16

Pesquisa empírica 19

Page 170: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

170

17.2. Elementos textuais

17.2.1. Introdução Para maiores informações sobre como se fazer a

introdução veja p. 148.

17.2.2. Desenvolvimento Para maiores informações sobre como se fazer o

desenvolvimento veja p. 149.

17.2.3. Conclusão Para maiores informações sobre como se fazer a

conclusão veja p. 152.

Page 171: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

171

17.3. Elementos pós textuais

17.3.1. Bibliografia Conjunto de livros, artigos, dissertações, etc. que

serviram de suporte teórico, para o desenvolvimento da

pesquisa.

Exemplo:

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro:

ABNT, 2000. _____________.NBR 6023: informação e documentação -

referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2000. BARROS, A. J. P. e LEHFELD, N.A.S.. Fundamentos de

Metodologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1986.

Page 172: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

172

17.3.2. Glossário É a parte na qual se encontram as definições das

palavras de significado pouco conhecido.

Exemplo:

Glossário

Certeza apodítica: “Absoluta necessidade, não se

baseando em nenhuma espécie de fundamentos de experiência: é, portanto, um produto da razão, mas além disso sintético.” Intuição: “... É uma representação, como se ela

dependesse imediatamente da presença do objeto.” Intuição empírica: “Torna possível (...) que ampliemos

nosso conceito dado por um objeto da intuição, através de novos predicados que a própria intuição oferece ... .” Método analítico: “é algo completamente diferente de um

complexo de proposições analíticas: significa apenas que se parte daquilo que se analisa, como se tivesse sido dado, e se chega às condições sob as quais somente é possível. Neste método empregam-se frequentemente apenas proposições sintéticas, do que dá um exemplo a análise matemática e poderia ser melhor denominado de método regressivo em contraposição com o sintético ou progressivo.”

Page 173: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

173

17.3.3. Apêndice É o material elaborado pelo autor, com o intuito de

completar sua argumentação. Esse material é colocado

fora do texto principal, a fim de não prejudicar sua

leitura.

Não se deve confundir anexo com apêndice, de

acordo com a ABNT NBR 14724: 2002, apêndice é o

“texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de

complementar sua argumentação, sem prejuízo da

unidade nuclear do trabalho.”84

Exemplo:

Ver próxima página.

84

Ib., p. 02.

Page 174: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

174

Margem superior : 3 cm

Ma

rge

m e

sq

ue

rda

: 3

cm

1. Margem do Parágrafo: 2 cm;

2. Margem da citação longa: 4 cm, com espaço

simples e fonte arial 10;

3. CAPÍTULO (SEMPRE A 8 cm, EM

VERSAIS);

4. Fonte arial 12, para o texto;

5. Fonte arial 10, para citação longa, nota de

rodapé e número de páginas;

6. Espaço entre linhas: 1,5 para o texto e

simples para as citações longas e notas;

7. Folha A 4 (21 cm X 29,7 cm);

8. Papel branco;

9. Impresso, na cor preta.

M

arg

em

dir

eit

a:

2 c

m

Margem inferior : 2 cm

Page 175: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

175

17.3.4. Anexo De acordo com a ABNT NBR 1472485 anexo é o

material elaborado por outro autor, cujo intuito é

fundamentar uma ideia, comprovar um argumento ou

ilustrar uma proposição.

Exemplo86:

85

Ib., p. 02. 86

Silva, E. L. da; Menezes E. M.. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 3

a ed. rev. e at. Florianópolis: UFSC,

2001.

“Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na formulação dos objetivos, podem-se citar para:

a) determinar estágio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar,

definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;

b) determinar estágio cognitivo de compreensão: os verbos descrever, discutir,

esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;

c) determinar estágio cognitivo de aplicação:

os verbos aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;

d) determinar estágio cognitivo de análise: os

verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar;

e) determinar estágio cognitivo de síntese: os

verbos articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar;

f) determinar estágio cognitivo de avaliação:

os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.”

Page 176: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

176

17.3.5. Índice De acordo com a ABNT NBR 14724: 2002, índice

é uma “lista de palavras ou frases, ordenadas segundo

determinado critério, que localiza e remete para as

informações contidas no texto.”87

Exemplo:

http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf <acessado em 21/12/2010> 87

Ib., p. 02.

Índice

Capítulo I

Diretrizes para a leitura de textos teórico-científicos 06

Capítulo II

Ciência 08

Capítulo III

Conceitos 26

Page 177: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

177

17.3.6. Contracapa Folha em branco, que protege e encerra o

trabalho.

Page 178: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

178

Capítulo XVIII Apresentação de relatórios

técnico-científicos - NBR 10719

É uma norma que contribui, para a elaboração e

apresentação padronizada de relatórios técnico-

científicos. A NBR 10719 define este tipo relatório como:

Documento que relata formalmente os resultados ou progressos obtidos em investigação de pesquisa e desenvolvimento ou que descreve a situação de uma questão técnica ou científica.

88

Na confecção de qualquer relatório é preciso

trazer uma numeração específica, a qual possa

identificar o documento e seu autor.

Os relatórios técnico-científicos devem apresentar

os seguintes elementos:

a) pré textuais;

b) textuais;

c) pós textuais.

Os elementos pré textuais são:

a) capa (frente e verso);

b) folha de rosto (ficha de

identificação);

c) apresentação;

88

ABNT-NBR 10719. Apresentação de Relatórios Técnico-científicos. Rio de Janeiro: 1989, p. 01.

Page 179: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

179

d) resumo;

e) listas;

f) sumário.

Exemplo:

Capa

AEV – Associação Educacional de Vitória FISP – Faculdades Integradas São Pedro UCCS – Unidade de Conhecimento de Comunicação

Social

Curso de Publicidade e Propaganda

No 041

Campanha Publicitária

Janeiro de 2011

Page 180: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

180

Folha de rosto

Classificação de segurança

Documento no

Mês e ano Projeto no

Título e subtítulo

No do volume

No da parte

Título do projeto

Entidade executora (autor coletivo)

Autor

Entidade patrocinada (cliente ou destinatário principal)

Resumo

Palavras-chave

No de edição

No de

páginas

ISSN CDD

Distribuidor

No de exemplares Preço

Observações

Page 181: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

181

Quanto aos elementos textuais temos:

a) introdução;

b) desenvolvimento;

c) conclusões.

Por fim, os elementos que aparecem após o texto

são:

a) anexos;

b) agradecimentos;

c) referências bibliográficas;

d) glossário;

e) índice;

f) ficha de identificação do relatório;

g) contra capa.

Caso o relatório tenha um grande número de

páginas aconselha-se dividi-lo em volumes. Estas partes

deverão ser identificadas da seguinte maneira: v.1; v.2,

etc.

Os relatórios técnico-científicos são impressos em

folha A4, frente e verso. A numeração das páginas deve

ser no canto direito superior nas páginas ímpares e

esquerdo nas páginas pares.

Page 182: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

182

Capítulo XIX Artigo científico impresso em

periódico - NBR 6022

O artigo científico é a apresentação resumida dos

resultados de uma pesquisa: “artigo científico é parte de

uma publicação com autoria declarada, que apresenta e

discute ideias, métodos, técnicas, processos e

resultados nas diversas áreas de conhecimento.”89 Seu

objetivo é a divulgação do tema estudado e para tanto

se faz mister: indicar o quadro teórico referencial

utilizado; apresentar a metodologia empregada; noticiar

os resultados alcançados.

Com este instrumento espera-se tornar público os

estudos realizados com o intuito de contribuir, para a

discussão sobre determinado tema.

O artigo tem como característica a síntese,

portanto urge que ele apresente: uma linguagem clara,

coerente, objetiva, impessoal. Deve conter os seguintes

elementos:

a) pré textuais: capa90; folha de rosto;

resumo; palavras-chave.

b) textuais: introdução; desenvolvimento;

conclusão.

c) pós textuais: referências; apêndices;

anexos.

89

ABNT-NBR 6022: Artigo em publicação periódica científica impressa. Rio de Janeiro: 2003, p. 02. 90

Opcional.

Page 183: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

183

19.1. Elementos pré textuais91

91

Apesar da vigência da NBR 6022: 2003 cada revista tem suas normas editoriais.

Título do artigo

Autores: breve currículo do(s) autor(es).

Resumo: deve ser apresentado de acordo com a

NBR 6028, 1990. É a síntese de um texto, a qual

possibilita ao leitor ter uma visão mais ampla

deste texto. Seu objetivo é auxiliar na decisão

sobre a leitura ou não do texto, por este motivo

ele deve estar em conexão direta com o material

apresentado. Sua primeira frase deve conter a

ideia principal e as frases devem ser curtas, a fim

de conseguirmos uma maior clareza. Além disso,

deve conter: o objetivo; o método; os resultados;

a conclusão. É preciso elaborá-lo na terceira

pessoa. Em média deve conter 250 (duzentas e

cinquenta palavras).

Palavras-chave: no mínimo três palavras.

Page 184: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

184

19.2. Elementos textuais

Introdução: devemos apresentar, de maneira

concisa, os (as): tema; metodologia; justificativa;

situação em que se encontra o problema,

principais conceitos.

Desenvolvimento: é a própria pesquisa. Neste

estágio é premente aclarar os conceitos

estudados. Devemos apontar as posições

contrárias à tese defendida. Por fim, esperamos

que o autor tenha condições de demonstrar a

validade lógica dos argumentos defendidos.

Conclusão: é um resumo das principais ideias

apresentadas no decorrer do artigo.

Page 185: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

185

19.3. Elementos pós textuais

Referências: é o conjunto de livros, artigos,

teses, etc. apresentado no trabalho. Devem ser

apresentadas em conformidade com a ABNT –

NBR 6023: 2002.

Apêndice: a ABNT NBR 14724: 2002 define

este elemento como sendo o material elaborado

pelo autor com o intuito de tornar ainda mais

clara as ideias discutidas.

Anexo: de acordo com a ABNT NBR 14724:

2002 o anexo é o documento elaborado por

outro autor com o intuito de fundamentar,

comprovar ou ilustrar os argumentos em pauta.

Page 186: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

186

Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. _____________.NBR 6023: informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002. _____________.NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro: 1989. _____________.NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro: 1987. _____________.NBR 6029: apresentação de livros. Rio de Janeiro: 1993. _____________.NBR 6032: abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas. Rio de Janeiro: 1989. _____________.NBR 6033: ordem alfabética. Rio de Janeiro: 1989. _____________.NBR 6034: preparação de índices de publicações. Rio de Janeiro: 1989. _____________.NBR 10522: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro: 2002. _____________.NBR 10522: abreviação na descrição bibliográfica. Rio de Janeiro: 1988.

Page 187: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

187

_____________.NBR 10523: entrada para nomes de

língua estrangeira em registros bibliográficos. Rio de Janeiro: 1988. _____________.NBR 10524: preparação de folha de rosto de livro. Rio de Janeiro: 1988. _____________.NBR 10719: apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: 1989. _____________. NBR 14724: apresentação de trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro: 2006. ARISTÓTELES. Tópicos. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Os Pensadores. BACON, F.. Novum Organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999. BARNES, Jonathan. Filósofos Pré-socráticos. São Paulo: Martins Fontes, 1977. BARROS, A. J. P. e LEHFELD, N.A.S.. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1986. _______________. Projeto de Pesquisa. 12a ed.. Petrópolis: Vozes, 1988. BASTOS, Lília da Rocha, PAIXÃO, Lyra, FERNANDES, Lucia Monteiro. Manual para a Elaboração de projetos e Relatórios de Pesquisa, Teses e Dissertações. 3a ed.. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. BEAUD, Michel. Arte da Tese. Tradução Glória de Carvalho Lins. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

Page 188: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

188

BOMBASSARO, Luiz Carlos. As fronteiras da

Epistemologia. Petrópolis: Vozes, 1992. BORNHEIM, Gerd A. (org.). Os Filósofos Pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1989. BORRÓN, Juan Carlos García. A Filosofia e as Ciências. Tradução Filipe Nogueira. Lisboa: Teorema, 1987. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (org.) Pesquisa Participante. 7a ed.. São Paulo: Brasiliense, 1988. CASTRO, Cláudio Moura. A Prática da Pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. COLLINGWOOD, R. G.. Ciência e Filosofia. 2a ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1989. COSTA, Antônio Fernando Gomes da. Guia para Elaboração de Relatórios de Pesquisa: monografia. 2a ed.. Rio de Janeiro: UNITEC, 1998. COSTA, Sérgio Francisco. Método Científico. São Paulo: Harbra, 2001. DAU e DAU. Metodologia Científica. Juiz de Fora: Editar, 2001. DAU, Sandro e CAMACHO, Carlos Mário. História da Filosofia: dos mitos aos milésios. Juiz de Fora: Editar, 2003.

Page 189: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

189

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências

Sociais. 2a ed.. São Paulo: Atlas, 1989. DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Os Pensadores. DIXON, B. Para que serve a Ciência? São Paulo: Nacional, 1976. ECO, Umberto. Como se faz uma Tese. São Paulo: Perspectiva, 1988. FERRARI, Alfonso T.. Metodologia da Ciência. 3a ed.. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. FOLSCHEID, Dominique e Wunnenburger, Jean-Jacques. Metodologia Filosófica. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1997. GALLIANO, A. Guilherme. O Método Científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 2 a ed.. Rio de Janeiro: Record, 1998. GOOD, W. J. e HATT, Paul M.. Métodos de Pesquisa Social. São Paulo: Nacional, 1977. HORGAN, John. O Fim da Ciência. Tradução de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. KERLINGER, F. N.. Metodologia das Ciências Sociais. São Paulo: Edusp, 1980.

Page 190: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

190

KNELLER, G. F.. A Ciência como Atividade

Humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. KÖCHE, J. C.. Fundamentos da Metodologia Científica. 19 a ed.. Petrópolis: Vozes, 1997. KOURGANOFF, V.. A Pesquisa Científica. São Paulo: Difel, 1961. LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. Tradução de Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993. LAMBERT, K. e BRITTAN, G. G.. Introdução à Filosofia da Ciência. São Paulo: Cultrix, 1972. LEITE, J. A. A.. Metodologia da Elaboração de Teses. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. LIARD, Louis. Lógica. Tradução de G. Rangel. 9 ed.. São Paulo: Nacional, 1979. MARINHO, Pedro. A Pesquisa em Ciências Humanas. Petrópolis: Vozes, 1980. MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M.. Técnicas de Pesquisa. 3 a ed.. São Paulo: Atlas, 1996. MORGENBESSER, S. (org.) Filosofia da Ciência. São Paulo: Cultrix, 1975. PENNA, Antonio Gomes. Introdução à Epistemologia. Rio de Janeiro: Imago, 2000. PORTOCARRERO, Vera (org.). Filosofia, História e Sociologia das Ciências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994.

Page 191: LIVRO - Ciência Pesquisa Métodos e Normas

191

REY, Luiz. Planejar e Redigir Trabalhos Científicos.

São Paulo: Edgar Blucher/Fundação Oswaldo Cruz, 1987. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 2 a ed.. São Paulo: Atlas, 1989. RUDIO, Franz V.. Introdução ao Projeto de Pesquisa. 30a ed.. Petrópolis: Vozes, 2002. RUIZ, João A.. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 2 a ed.. São Paulo: Atlas, 1988. SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. 10 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 13a ed. São Paulo: Cortez, 1986. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para Apresentação de Trabalhos. Curitiba: Ed. UFPR, 1995.


Recommended