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50 Parcerias Municipais para o Clima
MANUAL DAS PARCERIAS PARA O CLIMA PARA A ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS DE AÇÃO CONJUNTOS NA ÁREA DA MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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Uma publicação de ENGAGEMENT GLOBAL gGmbH Centro de Serviços para os Municípios em Um Só Mundo - SKEW Tulpenfeld 7 53113 Bonn, Alemanha Fone +49 228 20717 338, Fax +49 228-20717-321 www.engagement-global.de [email protected], www.service-eine-welt.de
Landesarbeitsgemeinschaft Agenda 21 NRW e.V. - LAG 21 NRW Grupo de Trabalho Agenda 21 do Estado Federado da Renânia do Norte-Vestfália Deutsche Str. 10 44339 Dortmund, Alemanha Fone +49 231 9369 60-0, Fax +49 231 9369 6013 www.lag21.de
Expediente:
Editor responsável Dr. Stefan Wilhelmy, gerente do dpto. F 2.1 SKEW/Desenvolvimento
Global/Sucursais
Coordenação do projeto: Jessica Baier, Kurt-Michael Baudach – SKEW
Texto: Dr. Klaus Reuter – LAG 21 NRW; Jessica Baier, Kurt-Michael Baudach – SKEW Redação: Jessica Baier, Kurt-Michael Baudach, Benjamin Lange – SKEW; Dr. Klaus Reuter, Moritz Schmidt – LAG 21 NRW Créditos fotográficos e composição gráfica: Dr. Klaus Reuter, Moritz Schmidt – LAG 21 NRW Bonn, outubro de 2012
Proibida e reprodução, total ou parcial, sem autorização do editor.
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Conteúdo
I. Introdução ....................................................................................................................................... 5
II Cronograma do projeto ................................................................................................................... 7
1 Criação e definição de rumo ........................................................................................................ 8
1.1 Divulgação ........................................................................................................................... 9
1.2 Estruturas operacionais das Parcerias para o Clima............................................................ 11
1.3 Levantamento do status quo ............................................................................................. 15
2 Elaboração do Programa de Ação .............................................................................................. 21
2.1 Diretrizes ........................................................................................................................... 21
2.2 Programa de Ação ............................................................................................................. 24
3 Implantação e processo de melhoria contínua........................................................................... 29
3.1 Relatórios e prestação de contas no âmbito Parceria para o Clima..................................... 29
3.2 Vias de implantação .......................................................................................................... 31
3.3 Aprimoramento da Parceria para o Clima, no médio e longo prazo .................................... 34
Anexo ............................................................................................................................................... 36
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Índice de figuras
Figura 1: Etapas e temas da Parceria para o Clima ............................................................................... 6
Figura 2: Estruturas operacionais da Parceria para o Clima................................................................ 11
Figura 3: Sessões do Comitê Gestor ................................................................................................ 132
Figura 4: Modelo de planilha - membros da equipe do clima ............................................................. 13
Figura 5: Modelo de planilha - membros do Comitê Gestor ............................................................... 13
Figura 6: Fluxograma do levantamento do status quo ....................................................................... 15
Figura 7: Matriz FOFA conjunta ......................................................................................................... 18
Figura 8: Temas da matriz FOFA ........................................................................................................ 18
Figura 9: Visão da Câmara de Vereadores de Dar es Salaam .............................................................. 22
Figura 10: Desenvolvimento do Programa de Ação ........................................................................... 24
Figura 11: Eixos de atuação e atores ................................................................................................. 25
Figura 12: Exemplo: Programa de Ação (detalhe) .............................................................................. 26
Figura 13: Correlações de causas e efeitos ........................................................................................ 37
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I. INTRODUÇÃO
O objetivo do projeto "50 Parcerias Municipais para o Clima até 2015" consiste em fortalecer
parcerias municipais entre a Alemanha e o Sul Global nas áreas da mitigação e adaptação às
mudanças climáticas, ou seja, na promoção de parcerias municipais para o clima.
Para nossos propósitos, adotamos a seguinte definição:
As Parcerias para o Clima são parcerias de cidades, municípios e regiões que desenvolvem
Programas de Ação concretos, que definem objetivos, medidas e recursos alocados às
políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
As parcerias municipais para o clima podem ser realizadas no âmbito da geminação de
cidades e/ou parcerias de projetos.
No âmbito do projeto "50 Parcerias Municipais para o Clima até 2015", a pedra fundamental para
uma cooperação duradoura e construtiva dos municípios parceiros no âmbito da mitigação e
adaptação às mudanças climáticas é lançada por meio da elaboração de Programas de Ação. Para
atingir o objetivo, o projeto induz um processo participativo, de baixo para cima, por meio do qual o
amplo acervo de experiências e conhecimentos dos municípios - nas áreas da mitigação e adaptação
às mudanças climáticas e da cooperação para o desenvolvimento - é aproveitado e colocado à
disposição dos parceiros. Ao mesmo tempo, as parcerias são consolidadas pelo envolvimento de
novos atores. O êxito duradouro das medidas e projetos realizadas no âmbito do Programa de Ação
depende do apoio dos mais variados atores (quadro administrativo municipal, políticos, sociedade
civil, empresas) que assumem um compromisso duradouro com os objetivos e submetem o
Programa de Ação à verificação periódica e ao aprimoramento contínuo.
O público-alvo deste Manual são todos os atores, do município e da sociedade civil, que se ocupam
da criação e implantação das Parcerias para o Clima. O Manual pode ser utilizado como quadro de
referência e para priorizar procedimentos, projetos e medidas do trabalho. Por ter em vista uma
estratégia de médio e longo prazo, ele fomenta e consolida a sustentabilidade e o compromisso das
parcerias.
É destinado aos municípios alemães e aos municípios parceiros no Sul Global (doravante, os
municípios envolvidos de ambos os lados são chamados de "municípios parceiros").
As municipalidades envolvidas ou interessadas em parcerias são muito diversas: entre elas, há
cidades de grande e pequeno porte, municípios rurais e, na Alemanha, os Landkreise, ou seja, os
distritos que agregam vários municípios; além disto, os contatos atuais com municipalidades no Sul
se encontram em patamares diferentes: além das cidades geminadas e Parcerias para o Clima que
cooperam há tempo, há relações recentes e incipientes; acrescem as diferenças causadas pelo
número dos atores e seus potenciais, ou seja: as posições de partida dos municipalidades que
começam a participar do processo da criação de uma Parceria para o Clima são bastante
diversificadas. Por não ser capaz de abranger esta diversidade, o presente manual descreve um
processo-padrão da criação de uma Parceria para o Clima e dá recomendações aos atores envolvidos.
Seu intuito consiste em apoiar o processo e a implantação das Parcerias para o Clima. Cidades
geminadas e parcerias existentes há mais tempo podem recorrer a este Manual para fins de
integração sistemática da mitigação e adaptação às mudanças climáticas no rol de suas atividades de
parceria. As etapas descritas no Manual também podem ser aplicadas a estruturas e convênios
existentes e a programas e projetos anteriores na área da mitigação e adaptação às mudanças
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climáticas. As Parcerias para o Clima, portanto, levam em consideração o que já existe,
proporcionando a extensão destas parcerias a setores, grupos e assuntos adicionais. Para parcerias
incipientes, este Manual apresenta o processo com base na experiência de longa data com as
parcerias municipais.
A elaboração dos Programas de Ação bilaterais tem três etapas. Ao longo do projeto, as etapas
desdobradas nos capítulos seguintes são acompanhadas pelo Centro de Serviços para os Municípios
em Um Só Mundo - SKEW e pelo Grupo de Trabalho Agenda 21 do Estado Federado da Renânia do
Norte-Vestfália - LAG 21 NRW. Partindo do pressuposto que são diversos os níveis de conhecimento
relativos à estruturação e implantação destes processos, procede-se, ainda, a uma fundamentação
teórica.
Figura 1: Etapas e temas da Parceria para o Clima
• Informação
• Estruturas operacionais das Parcerias para o Clima
• Levantamento do status quo (análise de dados ligados ao clima, planos, programas e atividades existentes)
Criação e definição do
rumo
• Diretrizes
• Objetivos globais
• Objetivos parciais e medidas
• Recursos
Elaboração do Programa de
Ação
• Vias de implantação
• Vias de financiamento
• Monitoramento , relatórios e prestação de contas
• Aprimoramento no médio e longo prazo
Implantação e processo de
melhoria contínua
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II Cronograma do projeto
Para a criação da Parceria para o Clima e a elaboração do Programa de Ação conjunto no qual as
partes definem os objetivos e as medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, o
projeto prevê um prazo de aprox. 18 meses. Após a assunção do compromisso de parceria pelas
partes, o primeiro encontro de rede dos municípios alemães marca o início da etapa de construção e
definição de rumo. Esta etapa inicial é concluída seis meses depois, após a análise dos dados
relevantes e o estabelecimento das estruturas operacionais da Parceria para o Clima, no segundo
encontro de rede dos municípios alemães. Outros marcos desta etapa são: a conferência de
lançamento internacional e a primeira etapa de destacamento.
O segundo encontro de rede dos municípios alemães marca o início da segunda etapa, a da
elaboração do Programa de Ação. Neste programa, os parceiros definem os enfoques temáticos,
objetivos, medidas e recursos da sua Parceria para o Clima. A etapa de elaboração, acompanhada
pelo intercâmbio entre as partes, é concluída com a redação final do Programa de Ação.
A etapa de implantação e o início do processo de melhoria contínua começa com a aprovação
política do Programa de Ação pelas partes e é acompanhada por uma conferência de conclusão de
todos os parceiros da rede. As primeiras medidas do Programa de Ação podem ser implantadas nesta
etapa em que também são debatidas questões de financiamento de projetos e monitoramento.
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1 Criação e definição de rumo
A primeira etapa de criação das Parcerias para o Clima é caracterizada pelas seguintes atividades:
informação dos atores importantes; deliberações das autoridades; criação das estruturas
operacionais necessárias; intercâmbio e análise de dados ligados ao clima, de informações, planos e
atividades existentes.
Além do estabelecimento dos contatos entre os parceiros, "informação" abrange a comunicação e o
repasse de todos os dados concernentes ao processo, ao contexto e aos benefícios a todos os atores
no município (políticos, quadro administrativo municipal, sociedade civil, público em geral) por várias
vias de comunicação (imprensa, internet, palestras, audiências). A criação e implantação de uma
Parceria para o Clima exige a colaboração construtiva dos atores (políticos, quadro administrativo
municipal e sociedade civil) que estão envolvidos, direta ou indiretamente, nas decisões que tangem
a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Para tanto, é oportuno e construtivo informar os
diversos grupos-alvo antes de entrar na parceria. Trata-se de obter o apoio duradouro dos grupos-
alvo à criação da Parceria para o Clima em ambos os municípios, de chegar a um consenso em torno
dos problemas e do novo procedimento estratégico e de cooptar os atores a participar ativamente
da parceria.
A atribuição de competências e responsabilidades pela tarefas no âmbito de uma Parceria para o
Clima é chamada de estrutura operacional. Esta estrutura operacional contribui para a consolidação
política da Parceria para o Clima e para a criação de uma organização transparente, sólida e eficaz
composta dos principais atores da administração pública, sociedade civil e sistema político local. A
estrutura operacional da parceria municipal para o clima atribui competências inequívocas, induz a
cooperação interdepartamental na administração municipal e integra os políticos e os atores da
sociedade civil com a devida antecedência. A meta desta abordagem participativa consiste em criar
um compromisso sólido enquanto alicerce da concepção e implantação do Programa de Ação da
Parceria para o Clima.
O levantamento, a descrição e avaliação da situação de partida em termos de mitigação e adaptação
às mudanças climáticas configuram o levantamento do status quo. Este levantamento é composto
da análise e avaliação de informações, planos e atividades existentes, e é realizado, em parceria,
pelos municípios parceiros. Por meio do levantamento do status quo, os municípios começam a se
ocupar intensivamente das realidades atuais, no próprio município e no município parceiro, para, a
partir daí, definir os eixos de atuação de seu Programa de Ação em prol de uma política de mitigação
e adaptação às mudanças climáticas.
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1.1 Divulgação
Procedimento
Após a manifestação de interesse de participar do projeto "50 Parcerias Municipais para o Clima até
2015", todos os atores relevantes são informados. Convém informar os atores até o primeiro
encontro de rede dos municípios alemães.
Uma política de divulgação aberta e convidativa é a condição sine qua non para iniciar uma
cooperação sólida e duradoura no âmbito das Parcerias para o Clima. Ela garante que atores
experientes em matéria de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e cooperação para o
desenvolvimento sejam contatados e informados pelos mais diversos canais de comunicação.
Dado o primeiro passo rumo a uma Parceria para o Clima, convém informar o quadro administrativo
municipal em todos os níveis, os decisores políticos, os atores da sociedade civil, os representantes
das instituições e da vida pública, bem como o público em geral, anunciando que o município
pretende entrar em uma Parceria para o Clima.
O recado pode ser dado por boletins, cartas circulares, informes, debates públicos com os cidadãos,
comunicados e matérias de imprensa, internet e pelo diário oficial do município. É importante
envolver os atores na criação da Parceria para o Clima e divulgar as informações de forma adequada
aos grupos-alvo.
Após a fase de divulgação, é oportuno contar com uma deliberação oficial para manifestar, em
público e perante todos os atores envolvidos, a adesão e o compromisso do município com a Parceria
para o Clima.
Atores e divisão de tarefas
A campanha de divulgação é lançada pela entidade que coordena os preparativos da Parceria para o
Clima (na maioria da vezes, esta iniciativa parte da secretaria de relações internacionais ou da
secretaria do meio ambiente/mitigação e adaptação às mudanças climáticas). Ela atua em sintonia
com a chefia da administração municipal, a secretaria de relações públicas e todos os demais
departamentos diretamente envolvidos na parceria. Como coadjuvantes desta etapa, citamos os
decisores políticos, os atores da sociedade civil e a população.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
No decorrer da etapa que antecede a Parceria para o Clima, importa alinhar, com a devida
antecedência, as atividades de divulgação e comunicação e instituir um fluxo de informação regular e
mútuo.
Consultoria
O SKEW e o LAG 21 NRW estão à disposição dos municípios parceiros para providenciar um amplo rol
de informações e dados relativos aos objetivos e à implantação do projeto, que podem ser
repassados aos atores relevantes no municípios.
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Lista de verificação
Todos os atores relevantes para o projeto - das esferas política, administrativa e sociedade civil - foram informados da Parceria para o Clima?
Os meios de comunicação foram informados? Houve algum debate/ato público de divulgação da parceria? As atividades são sintonizadas com frequência (em datas fixas) com o município parceiro? A câmara de vereadores ou algum órgão executivo municipal oficializou a Parceria para o
Clima por meio de uma deliberação? A participação dos atores municipais e da sociedade civil nos encontros de rede das Parcerias
para o Clima está assegurada?
Documentação
Cartas, informes de divulgação Comunicados de imprensa, matérias na internet, boletins, diários oficiais Informe sucinto para decisores políticos Convites e documentação de atividades de divulgação Apresentações e relatórios na câmara, nas comissões Proposta de deliberação sobre a Parceria para o Clima
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1.2 Estruturas operacionais da s Parcerias para o Clima
Procedimentos
As estruturas operacionais são definidas pouco antes ou imediatamente após a conferência de
lançamento internacional. A análise, elaboração e implantação do Programa de Ação aplicável a
parcerias municipais do clima demandam estruturas operacionais sólidas e eficazes. As estruturas
operacionais definem as funções e responsabilidades, garantem transparência e fomentam a
cooperação dos diversos atores políticos, administrativos e sociais. As estruturas operacionais de
uma parceria para clima são formadas pelos seguintes elementos:
Figura 2: Estruturas operacionais da Parceria para o Clima
Compete ao Comitê Gestor definir os objetivos e as medidas do Programa de Ação. O Comitê Gestor
é um órgão tripartite e paritário, formado por políticos, representantes da sociedade civil e da Equipe
Executiva formada por quadros administrativos municipais. Para evitar que a instituição da Parceria
para o Clima resulte em uma duplicação das estruturas, os conselhos e órgãos participativos
existentes podem ser integrados no Comitê Gestor. Durante o processo, o Comitê Gestor reúne-se
pelo menos quatro vezes a convite do coordenador. As quatro sessões do Comitê coincidem com as
etapas principais do projeto.
Comitê Gestor
Sociedade civil, políticos, quadro administrativo
municipal
Definição dos objetivos principais e
elaboração do Programa de Ação
Equipe Executiva
Quadro administrativo
municipal
(vários
departamentos)
Análise e planejamento
temático interdepartamental
Coordenação
Administração
Coordenação temática e
organizacional e ponto de contato dos
parceiros
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Figura 3: Sessões do Comitê Gestor (recomendação)
A primeira sessão tem lugar após o workshop de lançamento, a segunda, após o primeiro
destacamento, a terceira, após o segundo destacamento e a quarta, quando da deliberação do
Programa de Ação. A pauta da sessões do Comitê Gestor é preparada pela Equipe Executiva.
A Equipe Executiva, formada por quadros administrativos municipais, apoia a coordenação na
organização e no acompanhamento do processo de introdução e implantação. Além disto, ela
prepara os trabalhos temáticos do Comitê Gestor. Normalmente, a Equipe Executiva é composta de
duas a três pessoas. Uma Equipe Executiva de composição interdepartamental (planejamento, meio
ambiente, economia, assuntos sociais, transporte, etc.), permite integrar diversas abordagens e
soluções.
A Coordenação é o elemento central das estruturas operacionais. Compete a ela organizar o
processo de introdução e implantação. A Coordenação é ponto de contato central para todas as
partes interessadas e atores envolvidos. Além disto, é responsável pela salvaguarda dos resultados e
pelas relações públicas. Os Coordenadores municipais são os elos de ligação no processo bilateral e
velam pela troca de informações e a transferência de conhecimento entre os municípios parceiros.
Para garantir respaldo político durante a implantação do processo, recomenda-se integrar e manter
informada a Câmara de Vereadores. A administração municipal cria e implanta uma Parceria para o
Clima por ordem da Câmara de Vereadores.
Quando necessário, o Comitê Gestor pode instituir Equipes de projeto encarregadas de preparar
propostas específicas relativas ao Programa de Ação. Estas propostas são debatidas no Comitê
Gestor e integradas ao processo global.
Uma vez definidos os elementos da estrutura operacional e designadas as pessoas responsáveis, é
preciso garantir que os diversos órgãos se reúnam com frequência e superem as etapas necessárias à
elaboração e implantação do Programa de Ação da Parceria para o Clima. As reuniões de trabalho,
sessões e workshops ocorrem, de preferência, em intervalos regulares (a cada 2 a 3 meses).
Para assegurar a sintonização da parceria com o projeto global, os cronogramas, etapas e encontros
de intercâmbio são definidos em cooperação com o SKEW e o LAG 21 NRW.
Atores e divisão de tarefas
Cabe à chefia administrativa instituir a estrutura operacional na administração municipal. Para este
fim, a chefia administrativa municipal nomeia o Coordenador e a Equipe Executiva interna
1ª sessão
•após o workshop de lançamento
2ª sessão
•após o 1º destacamento
3ª sessão
•após o 2º destacamento
4ª sessão
•Deliberação do Programa de Ação
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responsáveis pela parceria do clima. Na prática, tendem a ser nomeadas as pessoas que tiveram uma
participação decisiva na preparação da Parceria para o Clima. Além da Equipe Executiva, o
coordenador convida atores políticos e sociais relevantes (associações, economia, cidadãos
interessados) a participar do Comitê Gestor da Parceria para o Clima. As pessoas que compõem os
órgãos municipais da Parceria para o Clima são relacionadas em uma planilha que é colocada à
disposição de todos os envolvidos.
Cargo Nome Departamento/divisão Fone E-mail
Coordenadora Paula de Andrade e Silva
Secretaria do Planejamento
123456 [email protected]
Equipe Executiva
João dos Santos Júnior
Secretaria do Meio Ambiente
123457 joã[email protected]
Equipe Executiva
Ana Maria de Souza Gomes
Secretaria dos Assuntos Sociais
123458 [email protected]
… … … … …
Figura 4: Modelo de planilha - membros da equipe do clima
Nome Instituição Endereço Fone E-mail
Antônio Fuchs Wiermann
Agenda 21 local … … …
Márcia Takayama Central de abastecimento
… … …
Anabela Bertoli Empresa municipal de serviços e utilidades
… … …
… … … … …
Figura 5: Modelo de planilha - membros do Comitê Gestor
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Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
Convém trocar informações sobre os atores envolvidos bem no início da Parceria para o Clima, i.e.
quando do estabelecimento das estruturas operacionais. Para tanto, os municípios parceiros trocam
entre si as planilhas com os dados dos atores envolvidos. Os Coordenadores municipais são os elos
de ligação no processo bilateral e velam pela troca de informações e a transferência de
conhecimento entre os municípios parceiros. Quando da nomeação dos coordenadores, convém
escolher uma pessoa que possa acompanhar o processo completo, do início ao fim. Além disto,
compete aos coordenadores velar pelas atas das sessões e reuniões que devem ser distribuídas aos
parceiros com a possível brevidade. Cabe aos parceiros definir um idioma de trabalho, optando
eventualmente pelo apoio de tradutores e intérpretes, e os meios de comunicação adequados (e-
mail, mensagens de texto, site na internet, conferências de vídeo, redes sociais).
Consultoria
Para a instituição de suas estruturas operacionais, o municípios podem valer-se da consultoria do
SKEW e do LAG 21 NRW. Os municípios podem solicitar o envio de pautas e atas padrão. Além disto,
a articulação dos municípios faculta o intercâmbio e a troca de modelos e experiências. Documentos
e dados relevantes relativos à estrutura operacional e relatórios de missões de curta duração são
disponibilizados na área de acesso restrito do site do projeto.
Lista de verificação
A chefia da administração encarregou uma pessoa da coordenação definitiva do processo? A Equipe Executiva foi composta de forma interdepartamental? O Comitê Gestor inclui representantes de várias bancadas da câmara dos vereadores? O Comitê Gestor inclui representantes da sociedade civil?
As planilhas com os dados dos membros dos órgãos da parceria foram repassados ao município parceiro?
Os resultados das sessões da Equipe Executiva e do Comitê Gestor são documentados em ata?
As atas são repassadas ao município parceiro?
Documentação
Planilha com os dados dos coordenadores, dos membros da Equipe Executiva e do Comitê Gestor
Convocações e atas das sessões da Equipe Executiva e do Comitê Gestor Convocações e atas das reuniões de trabalho dos parceiros
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1.3 Levantamento do status quo
Procedimentos
O status quo é levantado antes e durante o primeiro destacamento dos parceiros. A matriz FOFA
[acrônimo para "forças, oportunidades, fraquezas e ameaças", em inglês: SWOT - strengths,
weaknesses, opportunities, threats) e a definição dos enfoques temáticos são efetuadas no
momento da avaliação do primeiro destacamento, ou seja, até o segundo encontro de rede.
Uma das bases da elaboração de um Programa de Ação é o levantamento do status quo por meio do
qual os municípios parceiros são capacitados a visualizar a analisar todas as informações e dados
importantes relativos ao clima, ou seja, à situação atual da mitigação e adaptação à mudanças
climáticas. As etapas principais do levantamento do status quo (em inglês baseline review) são os
seguintes:
(a) análise de dados quantitativos e qualitativos;
(b) matriz FOFA;
(c) definição de eixos de atuação e objetivos globais.
Figura 6: Fluxograma do levantamento do status quo
A análise de dados e informações, quantitativos e qualitativos, parte dos documentos importantes e
das políticas relevantes identificados como tais compartilhados com o município parceiro, i.e.
estratégias existentes, como planos de mitigação ou adaptação às mudanças climáticas, locais,
regionais e nacionais; planos diretores de desenvolvimento urbano, conservação da natureza,
proteção do meio ambiente. Outra base da análise é um questionário de perguntas qualitativas: ele
contribui para a atualização das informações e garante que os parceiros atinjam um elevado nível de
informação. Para atingir este objetivo, os parceiros respondem as perguntas seguintes e
documentam suas respostas:
•Informações e dados importantes relativos ao clima
•Questionário
•Indicadores
Análise
•Intercâmbio de informações
•Perfil de forças e fraquezas
Matriz FOFA•Identificação e definição de enfoques temáticos e objetivos globais
Definição dos eixos de atuação
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Perguntas gerais:
Já foram elaborados planos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas?
Em que medida as questões da mitigação e adaptação às mudanças climáticas são
consideradas nos demais planos e instrumentos de planejamento (planos de
desenvolvimento municipal, etc.)?
Quais são os objetivos destes planos e instrumentos?
Que tipos de dados ligados ao clima estão disponíveis? O município prepara balanços?
Quais são as medidas prioritárias?
Em que áreas temáticas, os déficits são os maiores?
Quais são as medidas e projetos que as partes pretendem incluir em seu Programa de Ação
conjunto?
Que tipo de apoio é solicitado de cada parceiros?
Perguntas relacionadas à mitigação:
Existem estimativas sobre os potenciais de redução do consumo de energia nos setores
relevantes para a mitigação (domicílios, setor público, indústria, comércio, mobilidade)?
Existem dados sobre potenciais ganhos de eficiência energética nos setores relevantes para a
mitigação?
Em que medida a demanda de energia é suprida por energias renováveis de geração local
(energia elétrica e térmica, combustíveis)?
Qual é contribuição das energias renováveis para o consumo atual?
Em que setores relevantes para a mitigação foram definidos objetivos (obrigatórios) em
termos de mudanças climáticas?
Os objetivos foram definidos para todos os setores? Por que não?
As prioridades foram definidas com que justificativa?
As medidas foram tomadas em que setores relevantes para a mitigação?
Já foram definidas medidas para alcançar os objetivos em termos de mudanças climáticas?
Que medidas já foram implantadas?
A implantação de determinadas medidas causou problemas? Quais são estas medidas? E por
que há problemas?
Todos os atores relevantes dos diversos setores foram envolvidos na definição dos objetivos
e na elaboração das medidas?
Como se controla se os objetivos são alcançados? Há um sistema de monitoramento com
base em indicadores adequados a cada setor?
Perguntas relacionadas à adaptação:
Existem previsões (por região) dos impactos das mudanças climáticas?
Qual é a probabilidade de ocorrência de determinados riscos resultantes das mudanças
climáticas?
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Quais são os setores mais suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas (agricultura,
silvicultura, abastecimento de água, saúde, biodiversidade)? Como se avalia sua
vulnerabilidade?
Os potenciais riscos foram priorizados segundo sua probabilidade de ocorrência e a extensão
de eventuais sinistros?
Medidas de adaptação foram desenvolvidas com base nisto?
Quais são os setores que mais clamam por medidas de adaptação?
Quais são as medidas concretas, em cada setor, destinadas a contribuir para a adaptação às
mudanças climáticas?
Que medidas já foram implantadas?
A implantação de determinadas medidas causou problemas? Quais são estas medidas? E por
que há problemas?
Quais foram/são os atores envolvidos na realização das medidas?
Para a análise das informações e dos dados, quantitativos e qualitativos, recorre-se à matriz FOFA
(forças, oportunidades, fraquezas, ameaças). Uma avaliação das forças e fraquezas permite segregar
a situação atual do futuro prognosticado (oportunidades e ameaças). Além disto, as forças são
confrontadas com os riscos e as fraquezas, com as ameaças.
Para lançar as bases de uma estratégia integrada, os municípios parceiros começam por aplicar em
separado a matriz FOFA. As matrizes FOFA dos parceiros podem são agregados em ocasião das
primeiras reuniões de trabalho, o mais tardar quando de sua avaliação. Trata-se de justapor e
comparar as matrizes no intuito de identificar os potenciais eixos temáticos da cooperação. Elas
podem resultar na identificação de forças comuns. A cooperação mais promissor provavelmente se
dá em eixos temáticos nos quais os municípios são complementares entre si, ou seja, em áreas em
que um dos municípios está capacitado e seu parceiro sente a necessidade de apoio. Quando da
identificação dos eixos temáticos para o Programa de Ação e o trabalho em conjunto, a intenção
básica consiste em reforçar as forças, minimizar as fraquezas e superar as ameaças.
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Figura 7: Matriz FOFA conjunta
As matrizes FOFA são documentadas da seguinte forma:
Fato
res
inte
rno
s (c
on
tro
láve
is)
Forças Fraquezas
A que causas atribuímos nossos sucessos do passado?
Que potenciais de sinergia podem ser explorados, utilizando novas estratégias?
De que fraquezas precisamos nos prevenir no futuro?
Em que áreas, as carências são as maiores?
Fato
res
exte
rno
s (i
nco
ntr
olá
veis
)
Oportunidades Ameaças
Quais são as oportunidades?
Quais são as tendências que precisam ser seguidas?
Que problemas existem na sociedade em geral?
Quais são os efeitos de ações realizadas em outras regiões?
Nossa atuação acontece em bases políticas estáveis?
Figura 8: Temas da matriz FOFA
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Após a conclusão da matriz FOFA, trata-se de definir os eixos de atuação e os objetivos globais do
Programa de Ação. Com base nestas definições, os parceiros elaboram seu Programa de Ação
conjunto estipulando as medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas que a Parceria
para o Clima pretende adotar. Por meio do enfoque nos problemas e questões da mitigação e
adaptação às mudanças climáticas, que são prioritários para ambos os municípios, o escopo temático
é reduzido à dimensão do viável. Esta é a primeira decisão conjunta dos parceiros: eles definem a
rota temática do processo a ser iniciado em seguida.
Quando da definição dos eixos de atuação e dos objetivos globais, os parceiros não podem pensar
apenas em objetivos realizáveis a curto prazo: os projetos devem ser de médio e longo prazo.
Atores e divisão de tarefas
Cabe aos coordenadores e à Equipe Executiva levantar as informações e dados, responder os
questionários de levantamento do status quo e trocar as informações e os dados com o município
parceiro. O primeiro destacamento oferece a oportunidade de completar a matriz FOFA. A Equipe
Executiva pondera os dados levantados pela matriz FOFA e propõe eixos de atuação que, em seguida,
são debatidos e aprovados pelo Comitê Gestor.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
O workshop de lançamento internacional marca o começo de um diálogo intensivo sobre as
informações e dados apresentados pelos parceiros. Este passo é concluído quando do primeiro
destacamento (por meio do questionário ou método afim). A matriz FOFA e a definição dos eixos de
atuação posterior ao destacamento exigem um processo de alinhamento intensivo entre os
parceiros.
Consultoria
Para fins de consulta dos municípios parceiros, o SKEW e o LAG 21 NRW divulgam as estratégias de
mitigação e adaptação às mudanças climáticas de determinados países envolvidos no projeto, bem
como pesquisas e estudos científicos no site do projeto, No intuito de garantir a transferência de
informações, o SKEW providencia traduções de dados e estratégias essenciais dos municípios (até 30
páginas). Além disto, o SKEW e o LAG 21 NRW dão apoio a questões temáticas da análise e estão a
disposição para participar de workshops conjuntos dos parceiros na condição de facilitadores ou
palestrantes.
20
Lista de verificação
Todas as estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, nacionais, regionais e locais, foram identificadas?
O levantamento das estratégias considerou planos diretores e de desenvolvimento urbano e outros planos relevantes?
O questionário, que é parte do Manual, foi preenchido? Os documentos estão a disposição no idioma nacional do município parceiro? Os documentos mais importantes foram traduzidos? Todos os documentos e estratégias foram enviados ao município parceiro? A matriz FOFA foi preparada com base nos dados existentes, os resultados foram
comunicados ao parceiro? As matrizes FOFA individuais foram agregadas? O resultado foi debatido com o Comitê
Gestor? O primeiro destacamento dos parceiros resultou na elaboração dos eixos de atuação e
objetivos globais?
Documentação
Planos dos municípios parceiros que são relevantes em termos das mudanças climáticas Questionários preenchidos por ambos os parceiros Matriz FOFA Eixos de atuação e objetivos globais Atas dos workshops Relatórios dos destacamentos
21
2 Elaboração do Programa de Ação
Após a conclusão da primeira etapa, a do lançamento e alinhamento das bases temáticas e
organizacionais da Parceria para o Clima, a segunda etapa é dedicada à elaboração do Programa de
Ação conjunto. O Programa de Ação define as atividades concretas da Parceria para o Clima: o que
será feito? Por quem? Com que finalidade? Quais são os meios? Quais os prazos? Ou seja: medidas,
responsáveis, objetivos, prazos e recursos necessários (humanos, financeiros, materiais). Como
instrumento central da Parceria para o Clima, o Programa de Ação configura o espaço de ação dos
atores envolvidos, é referência para a atuação conjunta no médio prazo e fortalece o compromisso
com a parceria.
Importa ser realista e optar por ações viáveis, priorizar eixos temáticos com base nos resultados do
levantamento do status quo, e adequar o escopo do programa aos recursos disponíveis no âmbito da
parceria. O Programa de Ação deve ser um instrumento viável, orientado para a prática, com duas
categorias de medidas, saber: medidas que os municípios parceiros podem implantar com recursos
próprios e outras cuja execução exige o apoio de terceiros, tais como associações de parceria,
investidores da iniciativa privada, ou entidades de fomento. Em função disto, os projetos que
emanam do programa, podem assumir diferentes dimensões. Tendo em vista tratar-se de um
Programa de Ação conjunto, seus objetivos e medidas envolvem sempre ambos os municípios que se
encarregam juntamente de sua implantação, cada qual na sua medida.
O Programa de Ação começa por um preâmbulo no qual se definem as diretrizes, ou seja, a
orientação de longo prazo. As diretrizes descrevem os objetivos gerais e estratégicos dos municípios
subjacentes à criação da Parceria para o Clima. Constituem uma referência para a cooperação e
descrevem um estágio a ser alcançado dentro de 10 a 15 anos. Desta forma, reforçam o
compromisso dos parceiros. O Programa de Ação serve para concretizar e operacionalizar a visão
conjunta. Os Programas de Ação têm três horizontes de tempo (curto, médio e longo prazo).
2.1 Diretrizes
Procedimentos
As diretrizes são definidas após o primeiro destacamento. Seu esboço deve ser preparado até o
segundo encontro de rede dos municípios alemãs. Num primeiro passo, os municípios parceiros
compilam e sistematizam os princípios de atuação existentes. No caso de cidades geminadas, pode
se consultar o convênio entre as cidades para verificar se ele contém cláusulas que concernem a
mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Quando da definição das diretrizes pode recorrer-se,
ainda, a documentos de planejamento gerais, tais como planos diretores e de desenvolvimento
urbano. Planos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas existentes constituem a referência
principal. É importante garantir que as diretrizes conjuntas da parceria municipal para o clima
possam ser integradas nas demais diretrizes adotadas pelos municípios.
Estes preparativos são realizados pela Equipe Executiva, um grupo de matiz transversal formado por
quadros administrativos (ver capítulo 2.2). Em seguida, os resultados são debatidos no Comitê Gestor
que se ocupa de propor um esboço dos objetivos globais. Importa considerar, nisto, os resultados do
primeiro destacamento. Em seguida, passa-se a elaborar as diretrizes conjuntas que são aprovadas, o
mais tardar, quando do segundo destacamento.
22
Por fim, as diretrizes da Parceria para o Clima devem ser publicadas. As diretrizes também podem ser
integradas em convênios existentes entre cidades geminadas ou em convênios de Parceria para o
Clima que vierem a ser celebrados pelos municípios parceiros.
Para divulgar as diretrizes, importa tomar as seguintes medidas:
divulgação ao quadro administrativo (comunicação aos funcionários municipais direta ou indiretamente envolvidos; apresentação em reuniões de secretários, superintendentes, etc.);
reprodução na imprensa local, matérias na internet
Figura 9: Visão da Câmara de Vereadores de Dar es Salaam
As diretrizes têm caráter programático, de longo prazo. Elas apenas são alteradas em caso de
mudanças essenciais na administração ou quando elas provaram ser insuficientes.
Atores e divisão de tarefas
Cabe às Equipes Executivas definir as diretrizes. Os Comitês Gestores são envolvidos na medida do
exposto.
Cabe aos coordenadores das Equipes Executivas garantir a publicação e divulgação das diretrizes em
cooperação com as secretarias de relações públicas.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
Quando da preparação da definição das diretrizes, cabe aos coordenadores trocar entre si os
princípios (planos de desenvolvimento urbano, desde que estes ainda não foram trocados quando do
levantamento do status quo) e as propostas e ideias desenvolvidas pelos Comitês Gestores. Esta
troca aumenta a eficácia da definição conjunta das diretrizes. Neste passo, é necessário envolver as
Equipes Executivas.
23
Consultoria
O intercâmbio entre os municípios, realizado nos encontros de rede e na área de acesso restrito do
site, facilita a definição das diretrizes. Quando solicitados, os municípios recebem exemplos e boas
práticas. Além disto, representantes do SKEW e do LAG 21 NRW podem participar dos workshops
realizados em ocasião dos destacamentos, fazer palestras e dar apoio em termos de coordenação e
facilitação dos workshops.
Lista de verificação
Os convênios de geminação (se aplicável) e os demais documentos de planejamento gerais contêm disposições sobre a mitigação e adaptação às mudanças climáticas? Estas disposições foram consideradas?
Os documentos foram partilhados com o município parceiro? O Comitê Gestor preparou, com base nos documentos existentes, suas propostas e ideias
para as diretrizes da Parceria para o Clima? As propostas e ideias foram partilhadas com o município parceiro? As diretrizes foram divulgadas, ao quadro administrativo e ao público em geral?
Documentação
Ata da sessão do Comitê Gestor Relatório do destacamento Diretrizes Proposta de deliberação (se aplicável) Matérias de imprensa
24
2.2 Programa de Ação
Procedimentos
O Programa de Ação é elaborado entre o segundo e o terceiro (e derradeiro) destacamento. Ele deve
estar pronto, o mais tardar, dois meses antes do workshop de encerramento internacional.
Juntamente com as diretrizes, o Programa de Ação define o foco temático do processo global. O
Programa de Ação é o resultado de um processo participativo e constitui a base da parceria
municipal para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Suas bases são os resultados da
análise e as diretrizes.
Figura 10: Desenvolvimento do Programa de Ação
O Programa de Ação tem uma estrutura hierárquica que começa pelos objetivos globais e vai até a
definição concreta das medidas de implantação (cf. fig. 10). Os objetivos globais são definidos a partir
dos resultados do levantamento do status quo. Os objetivos específicos e medidas são derivados dos
objetivos globais. Refletem, portanto, os eixos de atuação e projetos prioritários identificados a partir
do levantamento do status quo. As medidas podem assumir a forma de projetos (de pequeno e
médio porte). O prazo das medidas realizáveis a curto prazo é de um ano, para as medidas realizáveis
a médio prazo, de até três anos. Além de investimentos na infraestrutura física, pode ser oportuno e
importante investir em projetos de formação e divulgação, de continuação e qualificação do
intercâmbio técnico-profissional entre os municípios parceiros. Tendo em vista que a expertise
municipal é um dos principais recursos, é importante considerar este know-how. O Programa de
Ação também pode prever pesquisas e estudos destinados à ampliação do acervo de informações e
dados relativos às mudanças temáticas. Todas as medidas, por mais que ainda não providas das
verbas necessárias, devem ser incluídas no Programa de Ação. Para as medidas que carecem de
verbas, convém especificar os recursos humanos e financeiros necessários. Indicadores
proporcionam a mensuração de resultados, efeitos e impactos. Após sua conclusão, o Programa de
Ação é utilizado para apresentar a potenciais investidores/financiadores/doadores os
empreendimentos propostos. Para mais informações sobre o planejamento de projetos orientado
para efeitos, cf. as indicações no anexo. Na planilha 1, apresentamos um Programa de Ação
25
desenvolvido de acordo com o modelo proposto. Na fig. 12, apresentamos potenciais eixos de
atuação e atores que atuam no âmbito da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Figura 11: Eixos de atuação e atores
Mitigação e adaptação
Eficiênciaenergética
Energiasrenováveis
Redução do consumo de
energia
Agricultura
Desmatamento
Adaptação àsmudançasclimáticas
Recursoshídricos
Solo
Agricultura
Florestas
Biodiversidade
Atores
Domicíliosprivados
Indústria
Iniciativapública
????
Página 26
Objetivo
global Objetivo Medida Competência Execução
curto/médio/
longo prazo Início Término Recursos Status Indicador
Objetivo global: 100 % de
energias renováveis até 2050
Objetivo: Aumentar a participação das
energias renováveis para 80 % do consumo
de energia elétrica até 2030
Medida: Sondar
potenciais para instalação
de parques eólicos
Secretaria de
Planejamento João a médio prazo
de
imediato 2013
Parecer
externo,
elevada
demanda de
recursos
financeiros
Propostas
de preço
recebidas
Plano de energia
eólica
Medida: Mapeamento e
mapa online de todas as
coberturas e tetos solares Registro de imóveis Maria a longo prazo 2013 ?
Consultoria
externa,
elevada
demanda de
verbas
ainda não
iniciado
Mapa online das
coberturas
solares está
disponível
Objetivo: Redução do consumo de energia
em prédios públicos
Utilização de réguas de
tomadas com interruptor
em todas as salas Jorge Jorge a curto prazo
de
imediato
Meados
de 2012
pouca
demanda de
verbas
Licitação
em fase de
preparação
Consumo de
energia elétrica -
prédios públicos
… … … … … … … … …
Objetivo: …
Figura 12: Exemplo: Programa de Ação (detalhe)
Página 27
O Programa de Ação é elaborado em várias sessões dos Comitês Gestores que são elementos
essenciais do processo participativo. Entre as sessões, as Equipes Executivas avaliam os resultados e
aprimoram o Programa de Ação em estreita cooperação.
Após o terceiro destacamento, os Comitês Gestores de ambos os municípios parceiros aprovam o
Programa de Ação que constitui a base para a evolução futura da Parceria para o Clima. Para obter o
respaldo político necessário para sua implantação, convém contar com uma deliberação da câmara
de vereadores que deve ser informada, antes da votação, que a implantação do Programa de Ação,
além de verbas municipais, prevê a mobilização de recursos financeiros de terceiros.
Caso determinados eixos de atuação demandem ações imediatas e caso estejam dadas as condições,
a implantação pode ser iniciada paralelamente à elaboração do Programa de Ação. Em parte, podem
existir projetos projetados ou em andamento com relação à mitigação e adaptação às mudanças
climáticas, notadamente em cidades geminadas há mais tempo. Medidas concretas podem ser um
excelente incentivo à motivação dos atores envolvidos nos dois municípios. Um processo de melhoria
contínua assegura o aprimoramento e a adaptação do Programa de Ação ao status quo.
Atores e divisão de tarefas
O Programa de Ação é elaborado em várias sessões dos Comitês Gestores de ambos os municípios e,
por fim, aprovado. Cabe ao coordenador (em cooperação com a equipe do clima) articular a
preparação, execução e avaliação do processo participativo destinado à elaboração do Programa de
Ação. O processo torna-se mais estável e conta com aceitação maior quando o Comitê Gestor
envolve políticos, cidadãos, empresários e representantes das associações locais que se interessam
pela causa. Desta forma, os atores envolvidos podem dialogar em pé de igualdade, ponderar os
diferentes interesses e tomar decisões objetivas. Caso desejado, o processo participativo pode ser
acompanhado por moderadores imparciais que eventualmente podem ser pagos pelo SKEW.
A secretaria de relações públicas participa da publicação e divulgação do Programa de Ação; a
informação da câmara de vereadores e a proposta de deliberação são tarefas da chefia da
administração.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
Programas de Ação conjuntos exigem uma cooperação estreita entre os municípios. Durante os dois
destacamentos iniciais, importa chegar a um consenso em torno da estrutura e dos temas mais
importantes. Em seguida, os coordenadores imediatamente comunicam ao município parceiro as
alterações do esboço. O terceiro destacamento oferece a oportunidade de preparar a versão final a
ser aprovada pelos Comitês Gestores.
Consultoria
Para além dos instrumentos contidos neste Manual, o SKEW oferece acompanhamento e consultoria
durante o processo. Nos workshops do Comitê Gestor e no âmbito do terceiro destacamento, o
SKEW pode assumir a moderação ou dar um aporte temático à preparação e execução. Além disto, é
possível integrar um módulo sobre o planejamento de projetos orientado para efeitos nos encontros
de rede dos municípios,
Página 28
Lista de verificação
O Programa de Ação foi elaborado e aprovado pelos Comitês Gestores dos dois municípios? Os objetivos globais e específicos e as diretrizes e resultados do levantamento do status quo
são coerentes entre si? Os responsáveis, prazo e meios necessários para a implantação das medidas foram
definidas? Face aos recursos humanos e financeiros, as medidas são realistas? O Programa de Ação foi divulgado ao público? A câmara de vereadores recebeu informações sobre o Programa de Ação e aprovou o
programa por meio de uma deliberação?
Documentação
Programa de Ação (planilha anexa) Atas das reuniões do Comitê Gestor Relatórios dos destacamentos Matérias de imprensa (se aplicável)
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3 Implantação e processo de melhoria contínua
O Programa de Ação conjunto de mitigação e adaptação às mudanças climáticas constitui a base da
cooperação duradoura no âmbito da Parceria para o Clima. Os focos temáticos da Parceria para o
Clima, definidos no Programa de Ação, foram identificados com base no sólido conhecimento da
situação nos dois municípios. Todos os atores envolvidos nos dois municípios pensam que as
medidas desenvolvidas são oportunas. A partir deste momento, trata-se de viabilizar as medidas
propostas. Os municípios são responsáveis pela viabilização, em medida igual. No caso de novas
parcerias, recomendamos iniciar o processo com uma medida-piloto de curta duração (em torno um
ano). A experiência adquirida com a medida-piloto tende a estreitar os laços de cooperação entre os
parceiros e a reforçar o respaldo da população local.
Como em todos os tipos de cooperação, a cooperação municipal para o desenvolvimento está
obrigada a verificar periodicamente a consecução de objetivos e medidas e a cuidar da adaptação às
mudanças. Para tanto, todos os atores envolvidos precisam definir, antes da implantação das
medidas, instrumentos de monitoramento adequados baseados nos indicadores definidos no
Programa de Ação. Os atores envolvidos chegam a um consenso sobre a metodologia e periodicidade
do levantamento dos indicadores.
A meta consiste em criar uma parceria sólida e duradoura. A cooperação contínua é responsabilidade
e competência exclusiva dos atores de ambos os municípios. Não obstante, a Parceria para o Clima
deve estar preparada para fazer uso de propostas de terceiros (SKEW e outros atores da cooperação
para o desenvolvimento). Enquanto cooperações de prazo limitado, elas que podem ser úteis para a
consecução dos objetivos. Ao mesmo tempo, a continuação autônoma da Parceria para o Clima deve
ser assegurada, sem o apoio de terceiros. As estruturas operacionais constituem a base desta
autonomia. Além disto, recomendamos documentar sistematicamente as informações e dados da
Parceria para o Clima de modo a assegurar a continuidade por mais que determinados atores possam
se retirar da parceria.
3.1 Relatórios e prestação de contas no âmbito Parceria para o Clima
Procedimentos
O primeiro relatório da Parceria para o Clima é apresentado em ocasião do workshop internacional
de encerramento. Ele documenta as atividades dos dois municípios destinadas a criar a Parceria para
o Clima e contém o Programa de Ação conjunto da Parceria para o Clima.
Por meio da apresentação periódica de relatórios da Parceria para o Clima, garante-se que todos os
atores municipais envolvidos ou interessados na parceria, sejam informados continuamente. O
primeiro relatório da Parceria para o Clima é o documento central que relata a integração das
questões de mitigação e adaptação às mudanças na parceria municipal. Os relatórios subsequentes
apresentam os avanços da implantação dos Programas de Ação e os resultados do processo de
melhoria contínua. Recomendamos integrar os relatórios sobre o avanço da Parceria para o Clima no
sistema de prestação de contas do município. Uma breve apresentação do êxito da Parceria para o
Clima pode ser integrada nos relatórios de acompanhamento do plano de mitigação e adaptação às
mudanças climáticas ou nos relatórios de associações que atuam no âmbito da parceria.
Página 30
Os seguintes assuntos devem ser objeto do primeiro relatório:
apresentação sucinta do processo de introdução, explicando as estruturas operacionais da Parceria para o Clima;
apresentação e avaliação dos documentos básicos existentes, de dados e informações concernentes à mitigação e adaptação às mudanças climáticas nos municípios parceiros bem como os resultados da matriz FOFA;
os eixos de atuação e diretrizes definidos pelos parceiros;
o Programa de Ação conjunto;
primeiras realizações e ações necessárias com vistas a objetivos e medidas definidos no Programa de Ação;
previsão de passos futuros da implantação do Programa de Ação conjunto.
Uma vez concluídos e apresentados os Programas de Ação, segue a etapa de implantação.
Aprovando o Programa de Ação, ambos os municípios assumem o compromisso de cultivar uma
cooperação duradoura na área da mitigação e adaptação às mudanças climáticas e implantar
paulatinamente o Programa de Ação conjunto.
Os relatórios subsequentes, a serem apresentados com periodicidade regular, dão foco ao controle
dos resultados e da eficácia da persecução dos objetivos e das medidas definidas no Programa de
Ação conjunto.
Convém apresentar os relatórios da Parceria para o Clima aos órgãos municipais competentes.
Competência e divisão de tarefas
Compete ao coordenador elaborar os relatórios sobre o clima em cooperação com a Equipe
Executiva da Parceria para o Clima. O feedback é dado pelo Comitê Gestor em sua função de órgão
corresponsável pela preparação dos assuntos essenciais. Para divulgar o estágio atual, os êxitos e as
ações demandadas, é imprescindível apresentar relatórios periódicos da Parceria para o Clima, seja
no âmbito da prestação de contas convencional, seja em relatórios separados. Os relatórios da
Parceria para o Clima devem ser apresentados uma vez por ano.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
Os dois municípios preparam um relatório conjunto, ou na língua franca, ou com tradução posterior
aos idiomas falados nos municípios em questão. Cabe aos coordenadores do municípios chegar a um
acordo sobre os relatórios da Parceria para o Clima.
Consultoria
O SKEW e o LAG 21 NRW cuidam da publicação do primeiro relatório da Parceria para o Clima. Esta
publicação permite informar os atores nos municípios e faculta o intercâmbio com os demais
municípios envolvidos em Parcerias para o Clima. Com base nas medidas definidas no Programa de
Ação, o SKEW oferece consultoria durante a implantação.
Página 31
Lista de verificação
Em que idioma o relatório da parceria será redigido? Qual é a forma de publicação do relatório? Que atores devem receber o relatório? Em que sistema de prestação de contas os relatórios podem ser integrados? Os relatórios da Parceria para o Clima são apresentados a que tipo de órgão? Os relatórios da
Parceria para o Clima podem ser apresentados aos órgãos com periodicidade regular? A que órgãos os relatórios sobre medidas concernentes à mitigação e adaptação às
mudanças climáticas normalmente são apresentados? Seria oportuno informar estes órgãos sobre os avanços obtidos no âmbito da Parceria para o Clima? Em caso afirmativo, qual seria a periodicidade adequada?
Documentação
Relatório da Parceria para o Clima Atas de sessões em que foram apresentados relatórios da Parceria para o Clima
3.2 Vias de implantação
Procedimentos
A implantação do Programa de Ação começa após o workshop internacional de encerramento no
qual as diversas Parcerias para o Clima apresentam seus Programas de Ação. Os Programas de Ação
conjuntos descrevem as medidas a serem implantadas nos 10 a 15 anos subsequentes (ver 2.2).
Concluída a elaboração do Programa de Ação, os projetos e atividades começam a ser implantados.
Quando da elaboração do Programa de Ação, convém definir as linhas mestras, os prazos e o início
das medidas, que ao mesmo tempo refletem as prioridades da Parceria para o Clima.
Recomendamos iniciar o processo com uma medida-piloto, de curta duração e com recursos
financeiros modestos. Para a implantação de determinadas medidas, pode ser oportuno envolver
parceiros adicionais. Estes atores atuam no nível dos projetos, são responsáveis por uma
determinada área do Programa de Ação e reforçam, desta maneira, as estruturas operacionais
criadas no âmbito da Parceria para o Clima. Os parceiros do projeto não precisam ser
necessariamente oriundos dos municípios parceiros. O papel que ocupam quando da implantação do
projeto resulta, antes disto, de sua contribuição para o projeto em questão. Dependendo do assunto
em questão, podem ser envolvidas organizações suprarregionais da sociedade civil, atores da
economia privada e da ciência. Os cientistas podem contribuir, antes de mais nada, para o
levantamento dos dados necessários e a realização das pesquisas preliminares.
Uma das principais perguntas com relação aos projetos de cooperação municipal para o
desenvolvimento costuma ser a do custeio das atividades. A princípio, há duas fontes de
financiamento: as verbas dos municípios envolvidos e recursos de terceiros. Nos municípios, trata-se,
em primeiro plano, de verbas do orçamento municipal. Para a identificação de fontes financeiras, é
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oportuno verificar, ainda, as oportunidade existentes no próprio município parceiro. Quando
projetos planejados têm uma relação direta com os planos de desenvolvimento municipais, o
orçamento pode prever verbas destinadas a este fim. Neste caso, a Parceria para o Clima pode ser
usada de forma complementar: para reforçar a adaptação às mudanças climáticas no plano de
desenvolvimento local, reproduzir boas práticas no município, etc. Além de verbas públicas, pode
recorrer-se a contribuições de atores privados. Pequenos fundos destinados à implantação do
projeto podem ser levantados por campanhas de doação no município, envolvendo escolas e
associações, etc. Algumas parcerias geram recursos comercializando produtos do comércio justo que
são produzidos pelo município parceiro. É oportuno analisar ainda a possibilidade de instituir
mecanismos de compensação locais. No âmbito da cooperação para o desenvolvimento, a
cooperação com as empresas em parcerias público-privadas reveste-se de importância crescente. A
Agência de Cooperação com a Economia (www.developpp.de) do BMZ oferece consultoria neste
sentido.
No que diz respeito às verbas de fomento de terceiros, é importante fazer a seguinte distinção: por
um lado, há verbas de fomento destinadas a entidade privadas (organizações não governamentais),
por outro, verbas de fomento que podem ser solicitadas pelos próprios municípios. Além disto,
existem verbas para projetos no exterior e outras para projetos na Alemanha (formação em política
de desenvolvimento), Para além das verbas de fomento da cooperação para o desenvolvimento, as
parcerias municipais para o clima devem verificar se existem verbas de fomento para a mitigação e
adaptação às mudanças climáticas.
Quando da submissão das propostas, é importante destacar o que cada ator pretende e pode fazer
pela implantação do projeto proposto. Nisto, as estruturas operacionais e o Programa de Ação
conjunto da Parceria para o Clima são muito salutares: por um lado, o processo ajudou a identificar
os atores e os parceiros da cooperação; por outro, os parceiros, com base em seu Programa de Ação
conjunto, podem reagir com flexibilidade à oferta de fundos de fomento. De acordo com os fundos
disponíveis, atividades previstas no Programa de Ação podem ser agrupadas, tornando-se
componentes de um projeto. Além disto, atividades que já foram realizadas no âmbito da Parceria
para o Clima, como o levantamento e a compilação de dados, podem ter efeito positivo quando da
submissão das propostas aos financiadores. O distintivo da cooperação municipal para o
desenvolvimento são as soluções locais. Às vezes, são muito criativas e fogem dos caminhos
convencionais. Citamos o caso das parcerias municipais que concedem uma pequena bolsa a
estudantes universitários que, em troca, levantam e analisam, em suas monografias e teses de
conclusão, os dados necessários para a implantação dos projetos. Em função da relação intrínseca
dos projetos com a população local, convém optar por abordagens participativas e comunitárias, nas
quais os próprios grupos-alvo contribuem com uma contraparte. Esta mais-valia da cooperação
municipal para o desenvolvimento pode ser destacada no contato com potenciais financiadores. As
oportunidades aqui elencadas são apenas uma primeira coletânea de ideias que pode ser
completada e estendida em função das atividades e estruturas da Parceria para o Clima. Nisto, os
vários atores representados no Comitê Gestor são promotores importantes: em suas respectivas
áreas de trabalho, eles podem identificar fontes de financiamento adicionais.
Atores e divisão de tarefas
As estruturas operacionais instituídas no âmbito da Parceria para o Clima (Equipe Executiva)
coordenam as atividades dos atores envolvidos na implantação do projeto. No Programa de Ação,
Página 33
ambos os municípios identificam uma pessoa responsável pela implantação do projeto. Estas duas
pessoas, responsáveis pelo projeto, atuam em estreita cooperação com os coordenadores da
Parceria para o Clima e garantem a comunicação entre as pessoas que, nos municípios parceiros,
participam do projeto em questão. Para sua implantação, o projeto pode valer-se de parceiros de
cooperação adicionais dos dois municípios. Regra geral, as funções e os papéis atribuídos aos atores
do projeto devem ser definidos inequivocamente antes do início do projeto. Cabe aos atores
municipais da Parceria para o Clima coordenar as atividades dos atores envolvidos no projeto.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
Juntamente, os municípios parceiros preparam um esboço detalhado/uma proposta de projeto com
base no Programa de Ação. Para fins de detalhamento das medidas, convém considerar os princípios
geralmente aceitos da cooperação para o desenvolvimento que dizem respeito ao planejamento de
projetos orientado para efeitos (ver anexo) Além disto, os municípios parceiros identificam
potenciais fontes de investimento e avaliam várias opções de co-financiamento. Compete aos atores
de ambos os municípios, em pé de igualdade, velar pelo êxito da implantação do projeto, pelos
relatórios e pela prestação de contas sobre o avanço do projeto. Se aplicável, o plano do projeto
deve prever fases de intercâmbio ou viagens de acompanhamento do projeto.
Consultoria
Durante a etapa de implantação, o SKEW e o LAG 21 NRW podem oferecer consultoria pontual. No
Manual de Financiamento online, o SKEW oferece orientações iniciais a atores municipais e da
sociedade civil com relação ao financiamento das atividades desenvolvidas no âmbito das parcerias
municipais (http://www.service-eine-welt.de/fira). Além disto, o SKEW oferece consultoria relativa à
sintonização dos projetos com outros assuntos da cooperação municipal para o desenvolvimento
(Comércio Justo, compras governamentais justas, etc.). O LAG 21 NRW pode ser contatada com
relação a todos os assuntos ligados à mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Por meio da
cooperação no âmbito da Parceria para o Clima, todos os atores das parcerias para clima estão
articulados em rede e podem dispor das experiências que outros municípios adquirem com o
planejamento e a implantação dos projetos. Os diversos fóruns de articulação do SKEW, tais como a
Conferência Federal dos Municípios e Iniciativas da Alemanha e as conferências das parcerias
municipais, podem ser utilizados para expandir as redes, articulando-se com outros atores. O SKEW
oferece a oportunidade de conhecer o trabalho de outros atores da cooperação municipal para o
desenvolvimento e de discutir assuntos atuais da cooperação internacional.
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Lista de verificação
Todos os dados / informações necessários para a implantação do projeto foram levantados? Como levantar dados / informações inexistentes? Um dos municípios parceiros possui o know-how necessário para a implantação do projeto?
É preciso recorrer a know-how externo? Quem poderia aportar este know-how? Quais são os riscos imanentes à implantação do projeto? Que efeitos não previstos podem
ser causados pela implantação do projeto?
Documentação
Esboços de projetos Projetos apresentados a financiadores (se aplicável) Relatórios temáticos e comprovantes intermediários
3.3 Aprimoramento da Parceria para o Clima, no médio e longo prazo
Procedimento
O porvir da Parceria para o Clima depende do aprimoramento e da adaptação de objetivos e
medidas. A apresentação do primeiro relatório da Parceria para o Clima não significa que o processo
esteja pronto ou concluído. Trata-se, antes disto, de um ciclo permanente.
Este ciclo é chamado de Processo de Melhoria Contínua (PMC). O PMC garante o aperfeiçoamento
contínuo com base nos passos seguintes: Planejar - Executar - Verificar - Agir.
O propósito do processo de melhoria contínua consiste no controle periódico de objetivos e medidas
(confrontar o previsto com o realizado) com vistas à melhoria e ao aprimoramento contínuos das
diretrizes e dos objetivos globais.
Por mais que um Programa de Ação esteja "pronto", seus objetivos globais e as medidas são
submetidos a verificações e análises periódicas segundo o primeiro passo do PMC (planejar). As
potenciais melhorias detectadas neste passo induzem o desenvolvimento de novas medidas. No
segundo passo (executar), as medidas e os projetos são implantados. No terceiro passo (verificar),
compara-se o previsto com o realizado com base nos indicadores. A avaliação pode ser efetuada à luz
do Programa de Ação e por meio de uma nova matriz FOFA. O último passo do PMC (agir) consiste
em adaptar o Programa de Ação com base nos resultados da análise e em iniciar atividades
subsequentes.
As alterações e análises são consideradas no relatório subsequente da Parceria para o Clima, ou seja:
os relatórios não ficam restritos a medidas realizadas e estruturas instituídas. Eles apresentam,
notadamente, os resultados do PMC e as consequências para a futura cooperação dos dois
municípios que formam a Parceria para o Clima. Sendo assim, os relatórios devem refletir as
dificuldades, problemas e erros ocorridos no caminho.
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Competência e divisão de tarefas
Compete ao coordenador implantar o processo de melhoria contínua em cooperação com a Equipe
Executiva da Parceria para o Clima. O feedback sobre os resultados é dado pelo Comitê Gestor.
Os resultados do PMC (previsto x realizado, descrição de êxitos e problemas constatados durante a
implantação, atividades subsequentes, etc.) são documentados no relatório da Parceria para o Clima.
Intercâmbio e cooperação com o município parceiro
O andamento da Parceria para o Clima e os projetos realizados no âmbito do Programa de Ação são
objeto de uma troca intensiva entre os dois municípios, por exemplo quando de elaboração do
relatório conjunto sobre a Parceria para o Clima. Cabe aos coordenadores dos municípios divulgar
informações sobre os processos atuais em matéria de mitigação e adaptação às mudanças no
município em questão. Desta forma, pode verificar-se de que forma as atividades da Parceria para o
Clima podem ser relacionadas com outros medidas planejadas.
Consultoria
Os relatórios da Parceria para o Clima podem ser apresentados ao SKEW que, quando assim
solicitado, divulga os avanços no site, em circulares e boletins. Com base nos relatórios, o SKEW pode
apresentar recomendações destinadas ao aperfeiçoamento continuado da Parceria para o Clima. A
rede do projeto "50 Parcerias Municipais para o Clima até 2015" proporciona a divulgação dos
relatórios das Parcerias para o Clima a outros municípios envolvidos em parcerias.
Lista de verificação
Que atividades foram implantadas nos dois anos iniciais da Parceria para o Clima? As condições-quadro da Parceria para o Clima mudaram? Em que sentido? Houve inovações e mudanças nos municípios parceiros no que concerne a mitigação e
adaptação às mudanças climáticas? Quais? Os municípios iniciaram novos projetos? Quais? Estes projetos podem ser relacionados com
a Parceria para o Clima? Surgiram novos contatos que trazem oportunidades de cooperação adicionais?
Documentação
Relatórios da Parceria para o Clima
Página 36
Anexo
I Planejamento de projetos orientado para efeitos1
Regra geral, a implantação do Programa de Ação envolve o desenvolvimento de projetos específicos.
Quando do planejamento destes projetos, recomendamos traçar, antes de mais nada, o chamado
limite do sistema que pode ser identificado por meio das seguintes perguntas:
Que área geográfica ou administrativa pretendemos ou podemos cobrir com os projetos? Que grupo-alvo participará diretamente do projeto / será beneficiado pelos efeitos do
projeto? Que atores exercem um papel de mediação importante, fazendo ponte entre os produtos do
projeto e o grupo-alvo? Quais são os demais atores que - trabalhando na esfera geográfica e temática do projeto -
devem ser informados e consultados? Quais são os temas, quais as áreas s serem trabalhadas pelo projeto?
Tendo em vista que é necessário prestar contas dos efeitos - ao público em geral, sobretudo aos
doadores dos recursos financeiros, durante a execução e após a conclusão do projeto - convém
considerar o que é viável com os recursos previstos dentro do período previsto.
Para fins de planejamento, pode ser útil recorrer ao esquema de correlações de causas e efeitos
bastante usado na área da cooperação para o desenvolvimento. Este esquema representa os nexos
existentes entre os diversos níveis da planilha de planejamento. Apresentamos, em seguida, uma
descrição deste esquema.
Nível II Designação na proposta de projeto (exemplo)
Pergunta Exemplo
Impacto (impacto) Objetivo de desenvolvimento
O projeto pretende para que tipo de objetivo superior?
Melhoria das condições de vida, redução da pobreza
Efeito (outcome) Objetivo do projeto
Quais as melhorias intencionadas para o grupo-alvo?
Acesso à "energia limpa"
Utilização Objetivo parcial (se aplicável)
De que forma o grupo-alvo / os multiplicadores devem utilizar os produtos do projeto?
Operação da usina de biogás Uso de biogás e/ou energia elétrica
Produtos (output) Resultados O que é gerado pelo projeto?
Usina de biogás
Atividades O que o projeto faz? Planejamento, construção, formação, informação
1 Este capítulo foi compilado a partir de várias publicações de agências de cooperação para o desenvolvimento, entre as quais: Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit GmbH (ed., 2008): Wirkungsorientiertes Monitoring – Leitfaden für die Technische Zusammenarbeit; [Monitoramento orientado para efeitos - guia para a cooperação técnica] Deutsche Welthungerhilfe e.V. (ed., 2008): Leitfaden Wirkungsorientierung in den Projekten und Programmen der Welthungerhilfe (3 partes) [Guia de orientação para efeitos nos projetos e programas da Agro ACTION Alemanha]
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Recursos Com que o projeto trabalha? Recursos financeiros, humanos, know-how, materiais
Figura 13: Correlações de causas e efeitos
Fontes: GTZ (2008) e DWHH (2008), preparação própria.
Os recursos disponíveis e as contrapartidas dos atores envolvidos são usados para realizar atividades
que, em soma, geram um produto. Este produto pode ser tangível (usina de biogás) ou intangível
(formação contínua, etc.). Os intermediadores do projeto (como uma ONG, uma cooperativa) e o
grupo-alvo devem utilizar os produtos no intuito de melhorar sensivelmente a situação do grupo-
alvo. Exemplos: a aplicarem as qualificações obtidas em atividades de formação, eles incrementam a
qualidade e o preço de venda de seus produtos e conseguem aumentar sua renda. Assim sendo, o
projeto teria surtido efeito. Neste nível, é possível atribuir os efeitos ao projeto, estabelecendo um
nexo causal. Não obstante, a utilização e os efeitos estão sujeitos a fatores externos (setas no
gráfico). Ao mesmo tempo, o projeto pode surtir efeitos não previstos e, em última consequência,
negativos (caixa vermelha no gráfico). Vejamos o exemplo da usina de biogás: para garantir o
suprimento dos resíduos orgânicos necessários para sua operação, ela pode entrar em concorrência
com os produtores de adubos orgânicos. Dentro do possível, estes efeitos colaterais devem ser
considerados durante o planejamento e medidas de prevenção, tomadas.
Embora as correlações de causas e efeitos, sob condições reais, não sejam automatismos e precisem
ser averiguadas e adequadas constantemente, elas são uma ferramenta útil quando do
planejamento: permitem estimar de forma realista o que é viável e o que há de ser considerado para
que os efeitos previstos possam ser surtidos. Para tanto, é importante preparar o esquema das
correlações de causas e efeitos juntamente com os atores diretamente envolvidos, integrando seus
conhecimentos específicos das condições locais e pontos de vista, desde o princípio.
Recursos
Atividades
Produtos (output)(resultados)
Utilização
Objetivo parcial (se aplicável)
Efeito (outcome) Objetivo do projeto
Lacuna de atribuição
Impacto (impact)Objetivo de
desenvolvimento
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II Planilha Membros Equipe Executiva + Comitê Gestor no município parceiro I
Cargo Nome Departamento/divisão
Organização / instituição
Fone E-mail
Coordenador
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Página 39
Planilha Membros Equipe Executiva + Comitê Gestor no município parceiro II
Cargo Nome Departamento/divisão
Organização / instituição
Fone E-mail
Coordenador
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Equipe do clima
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Comitê Gestor
Página 40
III Identificação de documentos relevantes / etapas anteriores da análise da situação /
levantamento de informações
Análise da situação no município parceiro 1
Tipo de informação Enfoque temático Nexo com a Parceria para o Clima
Análise da situação no município parceiro 2
Tipo de informação Enfoque temático Nexo com a Parceria para o Clima
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IV Matriz FOFA do município parceiro 1
Fato
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Forças Fraquezas
Fato
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Oportunidades Ameaças
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Matriz FOFA do município parceiro 2
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Forças Fraquezas
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Oportunidades Ameaças