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  • Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome - MDS

    Secretaria Nacional de Renda de Cidadania - Senarc

    MANUAL DE GESTO DE

    BENEFCIOS

    Braslia, DF 3 edio

    Maio de 2010

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    Sumrio

    Apresentao ........................................................................................................................................ 4

    Captulo I O Programa Bolsa Famlia e a Gesto de Benefcios ...................................................... 6 1. O Programa Bolsa Famlia ........................................................................................................... 6

    2. A Gesto de Benefcios do Programa Bolsa Famlia ................................................................... 7

    2.1. O Cadastro nico e a Gesto de Benefcios do PBF ............................................................ 7

    2.2. Conceitos importantes ........................................................................................................... 7

    2.3. Composio dos benefcios financeiros do PBF ................................................................... 8

    2.3.1. Concesso, Clculo e Prescrio do valor financeiro do BVCE ................................... 10

    3. Integrao entre o PBF e o Peti .................................................................................................. 11

    3.1. Desenho da integrao entre o PBF e o Peti .......................................................................11

    Captulo II Habilitao, Seleo e Concesso de benefcios .......................................................... 14 1. A Habilitao de beneficirios ................................................................................................... 14

    2. A Seleo e Concesso de benefcios ....................................................................................... 15

    Captulo III Administrao de benefcios ....................................................................................... 17 1. Atividades de administrao de benefcios ................................................................................ 17

    2. Aplicao e efeitos das atividades de administrao de benefcios.......................................... 18

    2.1. Incluso de benefcios ......................................................................................................... 29

    2.2. Liberao de benefcios ...................................................................................................... 29

    2.3. Reavaliao de benefcios ..................................................................................................29

    2.4. Bloqueio de benefcios .......................................................................................................29

    2.5. Desbloqueio de benefcios ..................................................................................................32

    2.6. Cancelamento de benefcios ...............................................................................................32

    2.7. Reverso de cancelamento de benefcios ...........................................................................34

    2.8. Reincluso de benefcios ....................................................................................................35

    2.9. Suspenso e reverso de suspenso de benefcios ..............................................................35

    2.10. Cancelamento e concesso/reverso de cancelamento do benefcio bsico .....................36

    2.11. Cancelamento e concesso/reverso de cancelamento de benefcio varivel ..................36

    2.12. Cancelamento e concesso/reverso de BVJ ....................................................................37

    3. Divergncias das famlias quanto realizao de atividades de gesto de benefcios .............37

    4. Prazo do agente operador para repercusso de atividades de gesto de benefcios no relatrio

    da folha de pagamento e no sistema bancrio ...................................................................................37

    Captulo IV O Sistema de Gesto de Benefcios do Programa Bolsa Famlia e a sua operacionalizao ............................................................................................................................... 40

    1. O Sistema de Gesto de Benefcios .......................................................................................... 40

    2. A operacionalizao do Sistema de Gesto de Benefcios ........................................................ 40

    2.1. A descentralizao da gesto de benefcios do PBF ........................................................... 41

    2.2. Fluxograma da operacionalizao da gesto de benefcios ................................................ 42

    2.3. Operacionalizao das atividades de gesto de benefcios nos municpios ........................ 43

    2.4. Operacionalizao das atividades de gesto de benefcios por meio da repercusso de

    alterao cadastral ...................................................................................................................... 44

    2.4.1. A rotina de repercusso automtica de alterao cadastral ......................................... 45

    2.4.2. Fluxograma do processamento da repercusso de alterao cadastral no SGB ........... 45

    2.4.3. A rotina de reavaliao no SGB .................................................................................. 47

    2.4.4. Detalhamento das regras da repercusso de alterao cadastral ................................. 47

    3. Acompanhamento da execuo de atividades de gesto de benefcios com o SGB .................. 50

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    4. Demais aes baseadas na Rotina de Repercusso Automtica de Alteraes Cadastrais .......56

    4.1. Converso de NIS ............................................................................................................... 56

    4.2. Substituio de Responsvel pela Unidade Familiar ..........................................................57

    4.3. Mudana de municpio .......................................................................................................58

    4.3.1. Procedimentos do gestor municipal do municpio de origem .....................................58

    4.3.2. Procedimentos do gestor municipal do municpio de destino .....................................59

    4.3.3. Procedimentos da famlia ............................................................................................60

    4.3.4. Procedimentos em caso de excluso indevida do cadastro .........................................60

    5. A execuo de atividades de gesto de benefcios pela Senarc .................................................61

    5.1. A utilizao do Formulrio Padro de Gesto de Benefcios .............................................61

    5.2. Envio de ofcios Senarc para processamento centralizado de atividades de gesto de

    benefcios .............................................................................................................................................62

    Captulo V A organizao da Gesto de Benefcios do Programa Bolsa Famlia .......................... 64 1. A organizao da Gesto de Benefcios ..................................................................................... 64

    2. Responsabilidades dos entes federados no que tange Gesto de Benefcios .......................... 64

    2.1. Responsabilidade da Unio ................................................................................................ 64

    2.2. Responsabilidade dos Estados ........................................................................................... 65

    2.3. Responsabilidade dos Municpios ......................................................................................65

    3. Canais de Atendimento .............................................................................................................. 66

    Captulo VI - Introduo e definies da Reviso

    Cadastral.............................................................................................................................................68

    1.Apresentao...................................................................................................................................68

    2. O que Reviso Cadastral..............................................................................................................68

    2.1. Como as famlias so selecionadas para Reviso Cadastral .......................................................69

    2.2. Validade do benefcio .................................................................................................................69

    2.3. Ms de Reviso Cadastral ..........................................................................................................71

    Captulo VII - Operacionalizao da Reviso

    Cadastral.............................................................................................................................................74

    1. Entendendo "na prtica" os conceitos de validade de benefcio e ms de Reviso Cadastral.......74

    2. Divulgao do pblico da Reviso Cadastral.................................................................................76

    2.1. Como obter a listagem de famlias na Central de Sistemas ........................................................76

    2.2. Como obter a listagem de famlias no Sibec ..............................................................................77

    2.3. Consultando o ms de Reviso Cadastral no Sibec ....................................................................78

    2.4. Comunicando a Reviso Cadastral famlia ..............................................................................79

    3. Procedimentos de Gesto do Cadnico na Reviso Cadastral......................................................80

    4. Como a Reviso Cadastral altera a Gesto de Benefcios..............................................................80

    4.1. Concesso de benefcios a cadastros desatualizados ..................................................................81

    4.2. Cancelamentos de todos os benefcios da famlia por conta de aumento de renda per capita

    familiar ..............................................................................................................................................81

    4.3. Cancelamento/Desbloqueio de benefcios bloqueados por encerramento do prazo para Reviso

    Cadastral ............................................................................................................................................82

    4.4. Cancelamento do benefcio bsico .............................................................................................82

    4.5. Reverso de cancelamento de benefcios cujos cadastros estejam com renda per capita familiar

    acima do limite estabelecido .............................................................................................................82

    5. Canais de Atendimento aos municpios ........................................................................................83

    ANEXO..............................................................................................................................................84

    Lista de normas e instrues do Programa Bolsa Famlia, Programas Remanescentes e Cadastro

    nico .................................................................................................................................................84

    Leis e Decretos...................................................................................................................................84

    Portarias Ministeriais .........................................................................................................................85

    Instrues Normativas e Operacionais ..............................................................................................87

  • 4

    Apresentao

    Esta publicao do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome - MDS

    destina-se aos gestores do Programa Bolsa Famlia - PBF nos municpios e estados e visa favorecer

    a compreenso da gesto de benefcios do PBF, suas finalidades e seus mecanismos. A gesto do

    PBF pblica, controlada socialmente, com participao comunitria e compartilhada entre o

    governo federal, os governos estaduais e, principalmente, municipais.

    O papel dos municpios na execuo e no aprimoramento do PBF de importncia central.

    por meio do poder municipal que as famlias pobres que precisam do benefcio acessam o

    Programa. Por entender essa importncia vital, o MDS vem gerando, com o apoio de estados e

    municpios, os instrumentos, procedimentos e mecanismos para a execuo descentralizada das

    atividades que integram a gesto dos benefcios do PBF.

    As instncias de controle do PBF tambm podem ser beneficiadas com a publicao deste

    manual com o aumento da transparncia das aes sociais e a maior participao da sociedade.

    Nesse sentido, os conselhos estaduais e municipais de controle social do PBF, bem como a rede

    pblica de fiscalizao, instituda em janeiro de 2004, formada pelo Tribunal de Contas da Unio,

    Controladoria-Geral da Unio e membros dos Ministrios Pblicos Estadual e Federal, tero mais

    informaes a sua disposio para o trabalho de acompanhamento e fiscalizao do Bolsa Famlia

    em todas as esferas governamentais.

    Este manual foi elaborado pelo Departamento de Benefcios da Secretaria Nacional de

    Renda de Cidadania - Senarc, a quem compete o esclarecimento de dvidas e o acolhimento de

    sugestes, por meio do e-mail [email protected]. A edio deste manual estar

    disponvel no stio eletrnico do MDS (www.mds.gov.br).

    Este Manual de Gesto de Benefcios est organizado da seguinte forma:

    Parte I Concesso e Administrao de Benefcios

    Captulo I Descreve o PBF e apresenta a gesto de benefcios;

    Captulo II Explica sobre a habilitao, seleo e concesso de benefcios financeiros;

    Captulo III Explica sobre a administrao de benefcios do PBF;

    Captulo IV Apresenta a operacionalizao do Sistema de Gesto de Benefcios; e

    Captulo V Detalha as principais atribuies do governo federal e dos governos estaduais e municipais, alm das instncias de controle social e da rede pblica

    de fiscalizao, na gesto de benefcios.

    Parte II - Reviso Cadastral das Famlias Beneficirias do Bolsa Famlia

    Captulo VI Introduo e definies da Reviso Cadastral

    Captulo VII Operacionalizao da Reviso Cadastral.

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    Parte I

    Concesso e Administrao de Benefcios

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    Captulo I O Programa Bolsa Famlia e a Gesto de Benefcios

    1. O Programa Bolsa Famlia

    O Programa Bolsa Famlia um programa de transferncia de renda direta s famlias

    pobres e extremamente pobres que vincula o recebimento do auxlio financeiro ao cumprimento de

    compromissos (condicionalidades) nas reas de Educao e Sade. Como no podia deixar de ser, o

    Bolsa Famlia busca atender a toda a famlia.

    O PBF, institudo pela Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto

    n 5.209, de 17 de setembro de 2004, tem por objetivos:

    Promover o acesso rede de servios pblicos, em especial, de sade, educao e assistncia social;

    Combater a fome e promover a segurana alimentar e nutricional;

    Estimular a emancipao sustentada das famlias que vivem em situao de pobreza e extrema pobreza;

    Combater a pobreza; e

    Promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das aes sociais do Poder Pblico.

    O Bolsa Famlia um dos programas que integram o Fome Zero, que tem maior abrangncia

    e cujo objetivo assegurar o direito humano alimentao adequada com prioridade para as

    pessoas com dificuldade de acesso aos alimentos.

    O PBF integra e unifica os atos e procedimentos de gesto de antigos programas de

    transferncia de renda do governo federal, chamados Programas Remanescentes, a saber: Bolsa

    Escola, institudo pela Lei no 10.219, de 21 de abril de 2001; Bolsa Alimentao, institudo pela MP

    no 2.206, de 6 de setembro de 2001; Auxlio-Gs, institudo pelo Decreto n

    o 4.102, de 24 de janeiro

    de 2002; e Carto Alimentao, institudo pela Lei no 10.689, de 13 de junho de 2003.

    No h impedimentos legais para que as famlias continuem a receber benefcios dos

    Programas Remanescentes enquanto no migrarem para o Bolsa Famlia. Igualmente, no existem

    tambm impedimentos a que essas famlias sejam beneficiadas por programas financiados com

    recursos dos estados e municpios.

    Cabe destacar que, atualmente, o Programa Carto Alimentao o nico Remanescente

    ainda vigente. As famlias que pertenciam aos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentao e

    Auxlio-Gs e atendiam ao perfil para recebimento do benefcio do Bolsa Famlia j foram

    migradas.

    O Cadastro nico - Cadnico, institudo pelo Decreto n 6.135, de 26 de junho de 2007 e

    regulamentado pela Portaria GM/MDS n 376, de 16 de outubro de 2008, um instrumento de

    coleta de informaes que tem como objetivo identificar e qualificar todas as famlias pobres. O

    foco do Cadnico so as famlias com renda por pessoa de at meio salrio mnimo. por meio do

    Cadnico que as famlias acessam o PBF. Por isso, a gesto adequada do Cadnico de vital

    importncia para a gesto de todo o Programa.

    A lista de normas e instrues do PBF encontra-se no anexo deste manual.

  • 7

    2. A Gesto de Benefcios do Programa Bolsa Famlia

    Assim como todos os programas de transferncia direta de renda que o antecederam, o PBF

    implementou alguns processos e atividades para garantir a transferncia mensal de renda s famlias

    beneficirias. A gesto de benefcios do PBF compreende todas as etapas necessrias

    transferncia continuada dos valores referentes aos benefcios financeiros previstos na Lei n

    10.836, de 2004, desde o ingresso da famlia at seu desligamento do Programa, englobando ainda

    aes relativas ao pagamento de benefcios.

    Os principais processos que compem a Gesto de Benefcios do PBF so os seguintes:

    Habilitao, Seleo e Concesso de benefcios financeiros A concesso segue um plano de expanso do PBF, com base na estimativa de famlias em cada

    municpio, na disponibilidade oramentria e na existncia de Programas

    Remanescentes na localidade. A execuo da concesso feita de modo

    automatizado, com preferncia s famlias de menor renda por pessoa com cadastros

    habilitados no Cadnico.

    Administrao de benefcios pela Senarc e pelos municpios Observada a legislao vigente, o gestor federal e os gestores municipais podem descontinuar a

    transferncia de renda s famlias beneficirias do PBF, temporria ou

    permanentemente. Ao longo deste manual sero expostas as condies em que as

    famlias podem deixar de receber os benefcios financeiros do PBF.

    Pagamento dos benefcios financeiros A Caixa Econmica Federal - Caixa realiza o pagamento dos benefcios financeiros do PBF e dos Programas

    Remanescentes em todo o territrio nacional.

    Reviso Cadastral: A Reviso Cadastral uma rotina de atualizao cadastral obrigatria das famlias beneficirias do Programa Bolsa Famlia, realizada pelos

    municpios.

    2.1. O Cadastro nico e a Gesto de Benefcios do PBF

    Como os benefcios financeiros do PBF so concedidos com base em informaes do

    Cadnico, a gesto de benefcios favorecida com uma administrao eficiente do Cadnico pelo

    municpio. Desse modo, se os municpios, no instante do cadastramento, do especial ateno a

    informaes como renda por pessoa, composio familiar e dados de identificao de pessoas

    (nome completo, data de nascimento, documentao pessoal, etc.), o processo de concesso de

    benefcios do PBF positivamente beneficiado.

    Da mesma forma, a administrao dos benefcios pelos municpios se utiliza de uma srie de

    atualizaes cadastrais efetuadas no Cadnico. Por exemplo, a modificao da renda familiar por

    pessoa de uma famlia beneficiria do PBF no Cadnico pode, no futuro, implicar seu desligamento

    do Programa. O funcionamento da repercusso da alterao cadastral ser detalhado no Captulo IV,

    com a apresentao da operacionalizao da administrao dos benefcios pelos municpios.

    2.2. Conceitos importantes

    Para melhor compreenso da gesto de benefcios do PBF til conhecer alguns conceitos

    importantes:

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    Benefcios da Famlia: o conjunto de todos os benefcios financeiros especficos transferidos famlia por meio de seu respectivo Responsvel pela Unidade Familiar

    - RF;

    Benefcios Especficos da Famlia: so os benefcios financeiros previstos no art. 2 da Lei n 10.836, de 2004, concedidos na forma da Portaria GM/MDS n 341, de

    2008, a saber:

    a) benefcio bsico: vinculado s famlias extremamente pobres;

    b) benefcio varivel: vinculado a crianas e adolescentes de at 15 anos, gestantes e nutrizes;

    c) benefcio varivel vinculado ao adolescente - BVJ: vinculado a jovens de 16 e 17 anos; e

    d) benefcio varivel de carter extraordinrio - BVCE: destinado s famlias dos Programas Remanescentes Bolsa Escola, Bolsa Alimentao, Carto

    Alimentao e Auxlio-Gs, calculado o seu valor e prescrio no ato da

    migrao para o PBF.

    Folha de pagamento: mensalmente so geradas listagens para pagamento dos valores apurados junto lista de famlias com benefcios financeiros concedidos.

    Essas listagens so chamadas folha de pagamento e sua gerao realizada uma vez

    em cada ms;

    Parcelas de pagamento: o valor financeiro a ser transferido mensalmente, calculado com base nos benefcios que a famlia possui no momento em que

    realizado o processo de gerao da folha de pagamento do PBF;

    Conta de pagamento de benefcios: so as modalidades de contas mantidas pela Caixa ou Instituio Financeira contratada pelo Agente Operador para

    disponibilizao de parcelas famlia, tendo o Responsvel pela Unidade Familiar

    como titular da conta, conforme disposto no art. 2, 12 da Lei n 10.836, de 2004;

    as contas de pagamento de benefcios podem assumir as seguintes modalidades:

    a) contas contbeis;

    b) contas-correntes de depsito vista; e

    c) contas especiais de depsito vista.

    Guia de pagamento bancria: a guia individual para saque de benefcios exclusivamente em agncias da Caixa, em caso de perda, dano ou extravio do carto

    magntico;

    Carto magntico: o principal meio de saque das parcelas de pagamento pela famlia.

    Calendrio operacional do PBF: o cronograma de aes, pactuado entre a Caixa e a Senarc, visando execuo de processos operacionais direta ou indiretamente

    relacionados gerao da folha de pagamento e ao cumprimento do calendrio de

    pagamento do Programa, nos termos da Portaria GM/MDS n 532, de 3 de novembro

    de 2005.

    2.3. Composio dos benefcios financeiros do PBF

    O PBF dispe dos seguintes tipos de benefcios financeiros, definidos na Lei n 10.836, de

    2004:

    Benefcio Bsico no valor de R$ 68,00, concedido a cada famlia com renda por pessoa igual ou inferior a R$ 70,00;

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    Benefcio Varivel no valor de R$ 22,00, concedido para cada criana ou adolescente de 0 a 15 anos de idade, at o limite de trs crianas por famlia; e

    BVJ no valor de R$ 33,00, concedido a todas as famlias do PBF que tenham adolescentes de 16 e 17 anos de idade que estejam freqentando a escola, at o limite de

    dois adolescentes por famlia; e

    BVCE concedido s famlias dos Programas Remanescentes Auxlio-Gs, Bolsa Escola, Bolsa Alimentao e Carto Alimentao, cuja migrao para o PBF houver perdas

    financeiras. O valor concedido calculado caso a caso e tem prazo de prescrio, alm do

    qual deixa de ser pago.

    Os benefcios bsico e varivel esto previstos na Lei n 10.836, de 2004, e foram

    regulamentados pelo Decreto n 5.209, de 2004. Os valores referenciais do PBF para a definio da

    renda que caracteriza famlias pobres e extremamente pobres, fundamento para concesso do

    benefcio bsico, tambm foram regulamentados pelo Decreto n 5.209, de 2004. O Quadro I

    exemplifica os vrios valores que uma famlia pode receber da juno desses benefcios.

    A concesso de benefcio varivel de gestante ou nutriz de uma famlia, segundo o 1, do

    art. 19 do Decreto n 5.209, de 2004, ser regulamentado posteriormente pela Senarc, com vistas

    prestao continuada desse benefcio varivel.

    Conforme prev o artigo 21 do Decreto n 5.209, de 2004, a concesso do benefcio

    realizada em carter temporrio famlia e no gera direitos, na acepo legal da palavra. No

    entanto, o governo federal compromete-se com a realizao mensal da transferncia de renda

    famlia, respeitadas as regras de operao do Programa.

    Quadro I Composio dos benefcios financeiros (bsico, varivel e BVJ) do PBF

    Famlias sem adolescentes de 16 e 17 anos:

    Renda Mensal per capita

    Composio familiar com membros de:

    Valor do benefcio 0 a 15 anos 16 e 17 anos

    De R$ 70,01 a R$ 140,00

    1 membro Sem ocorrncia R$ 22,00

    2 membros Sem ocorrncia R$ 44,00

    3 ou + membros Sem ocorrncia R$ 66,00

    At R$ 70,00

    Sem ocorrncia Sem ocorrncia R$ 68,00

    1 membro Sem ocorrncia R$ 90,00

    2 membros Sem ocorrncia R$ 112,00

    3 ou + membros Sem ocorrncia R$ 134,00

    Famlias com um adolescente de 16 ou 17 anos:

    Renda Mensal per capita

    Composio familiar com membros de:

    Valor do benefcio 0 a 15 anos 16 e 17 anos

    De R$ 70,01 a R$ 140,00

    Sem ocorrncia 1 membro R$ 33,00

    1 membro 1 membro R$ 55,00

    2 membros 1 membro R$ 77,00

    3 ou + membros 1 membro R$ 99,00

    At R$ 70,00 Sem ocorrncia 1 membro R$ 101,00

  • 10

    1 membro 1 membro R$ 123,00

    2 membros 1 membro R$ 145,00

    3 ou + membros 1 membro R$ 167,00

    Famlias com dois ou mais adolescentes de 16 e 17 anos:

    Renda Mensal per capita

    Composio familiar com membros de:

    Valor do benefcio

    0 a 15 anos 16 e 17 anos

    De R$ 70,01 a R$ 140,00

    Sem ocorrncia 2 ou + membros R$ 66,00

    1 membro 2 ou + membros R$ 88,00

    2 membros 2 ou + membros R$ 110,00

    3 ou + membros 2 ou + membros R$ 132,00

    At R$ 70,00

    Sem ocorrncia 2 ou + membros R$ 134,00

    1 membro 2 ou + membros R$ 156,00

    2 membros 2 ou + membros R$ 178,00

    3 ou + membros 2 ou + membros R$ 200,00

    2.3.1. Concesso, Clculo e Prescrio do valor financeiro do BVCE

    O BVCE est previsto nos 8 e 9, do artigo 2 da Lei n 10.836, de 2004, e foi

    regulamentado pela Portaria GM/MDS n 737, de 15 de dezembro de 2004. Como o valor do BVCE

    calculado caso a caso, a soma de todos os benefcios financeiros que so pagos s famlias bem

    variada. possvel at mesmo que, em funo do BVCE, algumas famlias recebam um valor

    superior a R$ 200,00.

    Somente as famlias migradas de Programas Remanescentes que recebam mais do que

    receberiam no PBF podem ter concesso do BVCE, para compensar as perdas que a migrao para

    o PBF ocasionaria1. Ou seja, uma famlia que receba, por exemplo, Auxlio-Gs, Bolsa Escola e

    Bolsa Alimentao pode vir a receber o BVCE no Bolsa Famlia, caso a soma dos benefcios

    financeiros bsico e varivel concedidos pelo PBF seja inferior ao que a famlia recebia antes

    naqueles programas.

    No clculo do valor do BVCE, so somados todos os benefcios pagos famlia pelos

    Programas Remanescentes e o resultado desta soma comparado com a soma dos benefcios

    bsico+varivel do PBF. Em suma, o valor do BVCE aquele que mantm a famlia recebendo o

    mesmo total que vinha recebendo dos Programas Remanescentes. Se o valor do BVCE resultar em

    centavos, o valor arredondado para mais. Dessa forma, famlias diferentes podem ter valores de

    BVCE distintos, conforme a renda por pessoa, a composio familiar e os benefcios anteriores.

    O BVCE, por ser de carter extraordinrio, no pago indefinidamente. Assim, no momento

    da concesso dos benefcios financeiros do PBF fixada uma prescrio para o BVCE, tendo por

    base os Programas Remanescentes de que a famlia participava antes de migrar para o PBF. Para

    famlias inscritas em mais de um Programa Remanescente, no clculo da prescrio do BVCE

    escolhida a regra mais favorvel para a famlia.

    1 Famlias usurias do Peti podem receber tambm o BVCE, desde que sejam simultaneamente beneficirias do

    Bolsa Alimentao, do Auxlio-Gs ou do Carto Alimentao (ver o item 3 deste captulo).

  • 11

    Assim, pode haver uma data de prescrio do BVCE distinta para cada famlia, a depender

    da aplicao das regras de prescrio. Depois de fixada uma prescrio para o BVCE, sua data final

    no mais modificada, mesmo que venham a acontecer alteraes na composio da famlia.

    O detalhamento do BVCE consta no Anexo III da Instruo Operacional n 12, de 3 de

    fevereiro de 2006.

    3. Integrao entre o PBF e o Peti

    O Programa de Erradicao do Trabalho Infantil - Peti operacionalizado pela Secretaria

    Nacional de Assistncia Social - SNAS, em parceria com estados, municpios e a sociedade civil, e

    tem o objetivo de erradicar o trabalho infantil nas atividades perigosas, insalubres, penosas ou

    degradantes nas zonas urbana e rural.

    Com a edio da Portaria GM/MDS n 666, de 28 de dezembro de 2005, o MDS

    regulamentou a integrao entre o PBF e o Peti, visando aprimorar a gesto e ampliar a cobertura

    para todas as famlias que atenderem aos critrios de elegibilidade de cada um desses programas,

    alm de fortalecer o papel do Cadnico como ferramenta de planejamento e gesto dos programas

    sociais de transferncia de renda.

    Para compreender a integrao entre o PBF e o Peti, necessrio saber que a

    operacionalizao do Peti, sob o controle da SNAS a modalidade mais atual de operacionalizao

    do Peti. Conta com todas as famlias beneficirias includas no Cadnico. A Caixa, como agente

    operador, encarregada da operacionalizao da gesto de benefcios e do pagamento s famlias

    por meio de sua rede credenciada. Anteriormente, havia uma modalidade de operacionalizao do

    Peti que se baseava na transferncia de recursos da Unio para os municpios via Fundo Nacional de

    Assistncia Social. Um dos objetivos da integrao do Peti com o PBF era justamente possibilitar a

    existncia de apenas uma forma de operacionalizao do Peti.

    Observa-se, portanto, que na modalidade de operacionalizao atual, o controle da lista de

    beneficirios realizado pelo Cadnico e o pagamento dos benefcios efetuado pela Caixa. A

    Portaria GM/MDS n 666, de 2005, estabeleceu critrios para a migrao de famlias do Peti para o

    PBF e novas regras para a entrada de novas famlias no Peti.

    3.1. Desenho da integrao entre o PBF e o Peti

    No desenho de integrao entre o PBF e o Peti, o MDS teve o cuidado de respeitar as

    especificidades dos programas. Como princpio, assumiu a coexistncia dos programas depois da

    integrao, diferentemente do que ocorre com os Programas Remanescentes. As vantagens

    comparativas entre o PBF e o Peti foram destacadas ao mximo para que essas polticas pblicas,

    atuando juntas e no em concorrncia, favorecessem o alcance dos seus objetivos. Assim, as

    estratgias de integrao traadas, regulamentadas pela Portaria MDS n 666, de 2005, foram as

    seguintes:

    A transferncia de famlias do Peti para o PBF, quando possvel, no implica reduo no total dos benefcios financeiros pagos pelo Peti, hiptese em que a

    famlia deixa de ser includa no PBF e permanece no Peti. Quando a famlia

    recebe do Peti e de algum Programa Remanescente (exceto Bolsa Escola), so

    considerados no clculo do BVCE os valores financeiros pagos pelo Peti;

    As famlias em situao de trabalho infantil, que no sejam beneficirias nem do Peti nem do PBF, passam a ser includas nesses programas, depois de cadastradas

    no Cadnico, tendo por base o critrio de renda por pessoa familiar;

  • 12

    As famlias beneficirias do PBF que estejam em situao de trabalho infantil passam a cumprir as atividades socioeducativas e de convivncia oferecidas pelo

    Peti nos municpios, juntamente com aquelas que esto no Peti; e

    As famlias beneficirias do Peti, ao serem includas no PBF, passam a cumprir adicionalmente apenas a condicionalidade de sade, uma vez que a freqncia

    escolar j era uma contrapartida familiar no Peti. Elas tambm devem cumprir as

    atividades socioeducativas e de convivncia.

    As regras de concesso de benefcios para a integrao podem ser mais bem compreendidas

    ao se observar que as famlias a serem includas no PBF esto inicialmente em trs situaes

    diferentes:

    Famlias em situao de trabalho infantil sem nenhum benefcio financeiro do PBF ou do Peti; e

    Famlias beneficirias Peti.

    O Quadro II, por meio de diagramas, mostra como funciona o desenho da integrao ente o

    PBF e o Peti.

    Quadro II Desenho da integrao entre o PBF e o Peti

    A famlia que ainda no recebe benefcios nem do Peti nem do PBF poder ser includa em

    um desses programas, conforme as seguintes condies:

  • 13

    a) Se a renda mensal familiar por pessoa for igual ou inferior a R$ 140,00 a famlia estar habilitada a entrar no PBF; e

    b) Se a renda mensal familiar por pessoa for superior a R$ 140,00 a famlia estar habilitada a entrar no Peti.

    Caso j receba benefcios financeiros do Peti, a famlia ser includa no PBF se atender as

    seguintes condies:

    a) Ter renda mensal familiar por pessoa igual ou inferior a R$ 140,00; e

    b) A transferncia para o PBF no acarretar reduo no montante dos benefcios financeiros recebidos por essa famlia, caso em que permanecer no Peti.

    Se a famlia usuria do Peti e, ao mesmo tempo, beneficiria de um dos Programas Bolsa

    Alimentao, Carto Alimentao ou Auxlio-Gs, ao ser migrada para o PBF, torna-se elegvel ao

    benefcio varivel de carter extraordinrio. Haver uma pequena diferena de clculo: soma-se aos

    benefcios financeiros recebidos dos Programas Remanescentes o benefcio financeiro que a famlia

    recebe do Peti.

  • 14

    Captulo II Habilitao, Seleo e Concesso de benefcios

    1. A Habilitao de beneficirios

    A Habilitao de famlias no PBF o processo que verifica se as famlias cadastradas no

    Cadnico atendem s regras de elegibilidade para o Programa ou se h alguma restrio cadastral

    ou administrativa que, igualmente, impedem a sua habilitao. Somente famlias habilitadas podem

    ser pblico para a seleo e concesso de benefcios.

    O quadro abaixo demonstra como so analisadas as regras de habilitao para cada tipo de

    benefcio do PBF, bsico, varivel e BVJ, demonstrando os motivos de no habilitao aplicados

    para cada um:

    Grupo Motivo de No-habilitao Aplicao por Tipo de Benefcio

    Bsico Varivel BVJ

    Inel

    egib

    ilid

    ade

    Renda per capita familiar superior a R$ 140,00 X X X

    Benefcio do PETI maior do que benefcios do PBF X X X

    Renda familiar per capita entre R$ 70,01 e R$ 140,00 X

    Famlia j possui 3 benefcios variveis X

    Possui benefcio por outra famlia X X

    Idade superior ao limite permitido X X

    Sem acompanhamento de freqncia escolar no ltimo perodo de apurao

    X

    Famlia j possui 2 benefcios variveis para jovem X

    Res

    tri

    o C

    adas

    tral

    Multiplicidade Cadastral X X X

    Cadastro no atualizado (ltimos 24 meses) X X X

    Cadastro com Responsvel Familiar com idade menor que 16 anos

    X X X

    Cadastro excludo do Cadnico X X X

    Informao de Escola invlida no Cadnico (Campo INEP);

    X

    Informao de Escola desatualizada no Cadnico h mais de 12 meses (Campo INEP).

    X

  • 15

    Res

    tri

    o

    Ad

    min

    istr

    ativ

    a Deciso judicial X X X

    Auditoria/Fiscalizao autorizada pelo MDS X X X

    2. A Seleo e Concesso de benefcios

    A concesso de benefcios, atribuio exclusiva do MDS, exercida operacionalmente pela

    Senarc, com base, principalmente, nas estimativas de pobreza em cada municpio e no quantitativo

    de famlias habilitadas e selecionadas para uma determinada folha de pagamentos, a partir de

    informaes constantes do Cadastro nico. A Portaria MDS n 341, de 7 de outubro de 2008,

    regulamenta a habilitao, seleo e concesso de benefcios do Bolsa Famlia.

    Com relao ao PBF, os valores referenciais para definio de pobreza e extrema pobreza

    foram inicialmente definidos na prpria lei do Programa e atualizados pelo Decreto n 6.917, de 30

    de julho de 2009. Atualmente, a concesso de benefcios financeiros pelo PBF considera famlias

    pobres aquelas com at R$ 140,00 de renda mensal familiar por pessoa, e famlias extremamente

    pobres aquelas com at R$ 70,00 de renda mensal familiar por pessoa.

    A definio da estimativa de famlias pobres existentes no Brasil em cada municpio foram

    elaboradas pelo MDS e pelo Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada - Ipea. Essa estimativa,

    atualizada em 2006, tem como referncia informaes da Pnad - Pesquisa Nacional por

    Amostragem de Domiclios/2004 e do Censo Populacional e est disponvel no stio do MDS. A

    cobertura do Bolsa Famlia e o planejamento de sua expanso so realizados segundo essa

    estimativa.

    A incluso da famlia no PBF para a concesso de benefcios feita exclusivamente entre as

    famlias cadastradas no Cadastro nico. No entanto, o cadastramento de uma famlia no resulta na

    imediata concesso do benefcio pelo PBF: depende da situao no Cadastro nico, da

    disponibilidade de recursos do governo federal e do cronograma de expanso do Programa. Nem

    todas as famlias inscritas no Cadnico so includas no PBF. Como o Cadastro nico registra

    famlias com diferentes valores de renda por pessoa, apenas o subconjunto das famlias cadastradas

    com renda compatvel para o PBF pode ser periodicamente habilitado concesso de benefcios.

    Alm da concesso de benefcios para famlias novas, desde sua criao o PBF vem

    transferindo para o Programa as famlias includas nos Programas Remanescentes, com o objetivo

    de unificar procedimentos de gesto e execuo dos programas de transferncia de renda do

    governo federal, e, desde junho de 2006, vem integrando ao programa as famlias atendidas pelo

    Peti.

    Cabe ressaltar que a concesso de benefcios pelo PBF feita de maneira impessoal, por

    meio de um sistema informatizado, que concede benefcios de acordo com o cronograma de

    expanso do Programa. As famlias constantes do Cadastro nico em cada municpio so

    priorizadas segundo o critrio da renda por pessoa, da menor para a maior renda.

    O Quadro III a seguir apresenta uma sntese da operao do Programa Bolsa Famlia; rene

    os principais envolvidos na execuo do Programa e demonstra a correlao entre o cadastramento

    e a concesso de benefcios.

  • 16

    Quadro III Fluxograma de operao do PBF

    Cadastramento Gerao da Folha e do Carto

    MD

    SF

    AM

    ILIA

    PR

    EF

    EIT

    UR

    AC

    AIX

    A

    Define Polticas e

    Diretrizes

    Disponibiliza

    Formulrios

    e sistemas

    Coleta

    dados

    famlias

    Atribui NIS

    e envia arquivo

    retorno

    Dados

    registrados na

    Base Local

    Envia dados

    Digita

    dados

    famlias

    Cadnico

    Extrai

    Dados

    Famlias

    Aplica regras

    e informa

    habilitados

    Concede benefcio

    SIBEC

    Gera Folha

    SICIDCadastra Senha,

    efetua

    pagamento

    Produz Carto

    e distribui

  • 17

    Captulo III Administrao de benefcios

    1. Atividades de administrao de benefcios

    Depois de concedido um benefcio financeiro a uma famlia, o governo federal passar a

    inclu-la nas folhas de pagamento todo ms. Existem, no entanto, algumas situaes em que isso

    pode deixar de ocorrer e levar descontinuidade na transferncia de renda direta famlia,

    temporria ou permanente. J em outras situaes, o que se deseja restabelecer o fluxo de

    pagamentos famlia. As atividades de administrao de benefcios, ento, so aes realizadas

    pelos municpios ou pela Senarc que podem interromper ou restabelecer o pagamento normal de

    benefcios famlia.

    Cada atividade de administrao de benefcios, ao ser realizada, leva modificao da

    situao dos benefcios pagos s famlias, podendo repercutir ou no sobre parcelas de pagamento

    ainda no sacadas, conforme cada caso. As parcelas de pagamento futuras tambm podem sofrer

    alterao. Cancelar um carto magntico ou bloquear sua senha individual no afeta a situao do

    benefcio ou da parcela de pagamento, uma vez que o carto meramente um instrumento para

    saque.

    Toda a disciplina da gesto de benefcios foi regulamentada por meio da Portaria GM/MDS

    n 555, de 2005, que representou um avano na consolidao do modelo de operacionalizao do

    PBF. Foi a primeira vez que um programa de transferncia de renda do governo federal teve esse

    aspecto de sua operacionalizao regulamentado, permitindo a execuo das diversas atividades de

    gesto de benefcios de forma descentralizada aos municpios. As atividades de administrao de

    benefcios so:

    a. Incluso de benefcios;

    b. Liberao de benefcios;

    c. Reavaliao de benefcios; e

    d. Atividades de gesto de benefcios para os benefcios Bsico, Varivel e Vinculado ao Adolescente - BVJ:

    i. Bloqueio;

    ii. Cancelamento;

    iii. Suspenso;

    iv. Desbloqueio;

    v. Reverso de cancelamento; e

    vi. Reverso de suspenso

    e. Reincluso de benefcios

    Por meio da Administrao de Benefcios o municpio e as instncia de controle do Bolsa

    Famlia conseguem o acesso a consultas e aos relatrios sobre os benefcios do Programa, por meio

    do Sistema de Gesto de Benefcios. Portanto, os gestores municipais, conselheiros do controle

    social do PBF e a Rede Pblica de Fiscalizao - que engloba TCU, CGU, MPF e MPEs - podem

    realizar consultas e emisso de relatrios de acompanhamento das famlias beneficirias. Esse

    acompanhamento fundamental para garantir que a renda chegue s famlias que atendem aos

  • 18

    critrios do Programa e que dependem dos benefcios financeiros. No caso dos gestores municipais

    ainda possvel a realizao de inmeras atividades de administrao de benefcios, como bloqueio,

    desbloqueio e cancelamento de benefcios.

    2. Aplicao e efeitos das atividades de administrao de benefcios

    O Quadro IV apresenta os motivos aplicveis e os efeitos de cada atividade de administrao

    de benefcios. Elas podem ser realizadas pelo municpio ou pela Senarc. Os municpios no podem

    realizar as atividades da Senarc diretamente no Sistema de Gesto de Benefcios, porm a Senarc

    pode realizar as intervenes municipais.

  • 19

    Quadro IV Aplicao e efeitos das atividades de administrao de benefcios

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    ATIVIDADES COM EFEITO EM TODOS OS BENEFCIOS DA FAMLIA

    Incluso

    1) Ocorre logo aps a concesso do benefcio famlia;

    2) necessrio o cadastramento, pelo RF, de senha eletrnica individual do carto magntico em estabelecimento credenciado da Caixa ou de Instituio Financeira autorizada, dentro do prazo de 6

    (seis) meses, contado da data em que o benefcio for registrado como includo no Sistema de Gesto de Benefcios;

    3) necessria a realizao dos procedimentos necessrios reviso de elegibilidade, prevista no art. 21 do Decreto n 5.209, de 2004.

    Registro do benefcio na situao de includo no Sistema de Gesto de Benefcios do PBF, com

    base nas informaes constantes do Cadnico;

    Definio da modalidade de conta para saque de benefcios, conforme o disposto no 12, do art. 2

    da Lei n 10.836, de 2004;

    Emisso e expedio de carto magntico pela Caixa ou Instituio Financeira autorizada;

    Emisso e entrega de notificao da concesso famlia, por meio do envio de correspondncia ao

    endereo registrado no Cadnico, ou por outra

    sistemtica eventualmente autorizada pela Senarc;

    Poder haver, a critrio da Senarc, a liberao de parcelas, mantendo-se o benefcio na situao de

    includo, at o cadastramento pelo RF de senha eletrnica individual do carto magntico e

    realizao de procedimentos necessrio reviso

    da elegibilidade; e

    Esgotado o prazo de 6 (seis) meses para o cadastramento de senha eletrnica individual, o

    benefcio poder ser cancelado a critrio da

    Senarc.

    Liberao

    Atividade realizada automaticamente pela Senarc. Ocorre depois de confirmada a incluso de benefcios pela famlia, conforme item anterior, em decorrncia de atividades de reverso de

    benefcios, com resultado positivo, tratados mais adiante, e aps transcorrido o prazo da suspenso de

    benefcios e de BVJ.

    Registro na situao de liberado no Sistema de Gesto de Benefcios do PBF ;

    Disponibilizao das parcelas de pagamento nos meses subseqentes, a partir do momento da

    gerao das respectivas folhas de pagamento; e

    Poder haver, a critrio da Senarc e observado o calendrio operacional, a liberao de parcelas de

    pagamento, ou frao, para correo de erro

  • 20

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    operacional no processamento da folha de

    pagamento j gerada, limitada a retroao a 12

    (doze) parcelas, cumprimento de deciso judicial

    ou recurso administrativo deferido no mbito da

    Senarc, limitada gerao de 12 (doze) parcelas.

    Reavaliao

    Atividade realizada automaticamente pela Senarc. Ocorre depois de processadas as alteraes

    cadastrais da famlia beneficiria do PBF, ocorridas no mbito do Cadnico, depois de

    realizadas as atividades de reverso de benefcios ou para compatibilizao de informaes

    entre o Cadnico e o Sistema de Gesto de Benefcios, a critrio da Senarc.

    Liberao de benefcios caso as regras de elegibilidade do PBF sejam atendidas; e

    Cancelamento de benefcios, caso alguma regra de elegibilidade do PBF no seja atendida.

    Bloqueio

    1) Motivos municipais (executados diretamente no Sistema de Gesto de Benefcios):

    a. Trabalho infantil na famlia;

    b. Durante procedimento de averiguao de cadastramento, quando houver indcios de:

    i. renda per capita familiar superior ao limite de meio salrio-mnimo utilizado no mbito do Cadastro nico;

    ii. no localizao de crianas ou adolescentes nos estabelecimentos regulares de ensino;

    iii. no adequao s regras de definio de cadastro vlido, citadas no inciso II, do art. 4 da Portaria GM/MDS n 376, de 16 de outubro de 2008, e observado normas complementares

    editadas e publicadas pela Senarc;

    iv. no localizao da famlia no endereo informado no Cadnico; e

    v. crianas ou adolescentes em situao de abrigamento, exceto na hiptese de o Conselho Tutelar ter atestado as condies para a reintegrao da criana ou adolescente famlia,

    conforme o art. 25, 7 da Portaria GM/MDS n 376, de 2008.

    c. Durante procedimento de averiguao de acmulo de benefcios financeiros do PBF com os do

    Programa de Erradicao do Trabalho Infantil (PETI); ou

    d. Por deciso judicial.

    2) Motivos da Senarc (executados diretamente no Sistema de Gesto de Benefcios ou por aproveitamento de informaes cadastrais):

    a. Em decorrncia do encerramento do prazo para a realizao da reviso cadastral das famlias beneficirias do PBF, que ocorrer no perodo de janeiro a outubro de cada ano;

    b. Omisso de informao ou de prestao de informaes falsas, apurados em cruzamento do Cadnico com outras bases de dados, conforme disposto no art. 18 da Portaria GM/MDS n

    376, de 2008;

    c. Em decorrncia de procedimentos de fiscalizao do MDS, conforme art. 35, inciso I do Decreto n 5.209, de 2004; ou

    Impedimento da retirada das parcelas de pagamento ainda no sacadas pela famlia;

    Impedimento do saque das parcelas de pagamento dos meses subseqentes at o

    desbloqueio, se for o caso;

    No acarreta, por si s, o desligamento da famlia do PBF;

    Benefcios bloqueados h mais de 6 (seis) meses sero automaticamente cancelados

    contados da notificao do bloqueio, observado

    o calendrio operacional do PBF, salvo

    disposio em contrrio da Senarc;

    A famlia beneficiria do PBF encontrada em situao de trabalho infantil, permanecer com

    os benefcios bloqueados at a cessao do fato;

    Solucionada a questo que deu causa ao bloqueio, o benefcio dever ser desbloqueado

    ou cancelado; e

    O bloqueio de benefcios em razo de descumprimento de condicionalidades impede a

    retirada de parcelas a partir da data de

    efetivao do bloqueio, sem afetar as parcelas

    anteriormente geradas.

  • 21

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    d. Em cumprimento Portaria GM/MDS n 321, de 2008, que trata da gesto de condicionalidades do PBF:

    - Descumprimento de condicionalidades; ou

    - Ausncia de informaes sobre o acompanhamento de

    condicionalidades.

    Suspenso

    Atividade realizada exclusivamente pela Senarc, em cumprimento Portaria GM/MDS n 321, de

    2008, nas seguintes situaes:

    a. Descumprimento de condicionalidades; ou

    b. Ausncia de informaes sobre o acompanhamento de condicionalidades, na forma do art. 10 da

    Portaria GM/MDS n 321, de 2008.

    Interrupo da disponibilizao das parcelas de pagamento nos meses subseqentes, na forma do

    art. 4 da Portaria GM/MDS n 321, de 2008;

    A retomada automtica da disponibilizao das parcelas de pagamento, depois de encerrado o

    prazo determinado no art. 4 da Portaria

    GM/MDS n 321, de 2008;

    No acarreta, por si s, o desligamento da famlia do PBF; e

    Encerrado o prazo citado no art. 4 da Portaria GM/MDS n 321, de 2008, haver a liberao

    automtica do benefcio.

    Cancelamento

    1) Motivos municipais (executados diretamente no Sistema de Gesto de Benefcios):

    a. Desligamento voluntrio da famlia, mediante declarao escrita do RF; ou

    b. Deciso judicial.

    2) Motivos da Senarc (executados diretamente no Sistema de Gesto de Benefcios ou por aproveitamento de informaes cadastrais):

    a. Repercusso de alterao cadastral que implique inelegibilidade ao PBF, em especial nas

    seguintes situaes:

    i. renda per capita familiar no Cadastro nico superior estabelecida para o PBF, depois de

    encerrado o perodo de validade do benefcio;

    ii. cadastro excludo da base nacional do Cadnico; ou

    iii. renda per capita familiar superior ao limite de meio salrio-mnimo utilizado no mbito do

    Cadastro nico.

    b. No adequao s regras de definio de cadastro vlido, citadas no inciso II, do art.4 da Portaria

    GM/MDS n 376, de 2008, e observado normas complementares editadas e publicadas pela Senarc;

    Cancelamento das parcelas de pagamento ainda no sacadas pela famlia;

    Interrupo da disponibilizao das parcelas de pagamento nos meses subseqentes, na forma do

    art. 4 da Portaria GM/MDS n 321, de 2008;

    Desligamento da famlia do PBF;

    Cancelamento do respectivo carto magntico em prazo a ser estipulado pela Senarc; e

    A famlia beneficiria do PBF encontrada em situao de trabalho infantil, ter seus benefcios

    cancelados depois de esgotados os recursos para

    a cessao do fato.

  • 22

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    c. Decurso do prazo de permanncia do benefcio na situao de bloqueado, aproveitando-se no registro, quando possvel, o motivo que deu origem ao bloqueio;

    d. Acmulo de benefcios financeiros do PBF com os do Programa de Erradicao do Trabalho Infantil

    (Peti);

    e. Encerramento do prazo para reviso de elegibilidade das famlias beneficirias do PBF, que ocorrer

    no perodo de janeiro a outubro de cada ano;

    f. Omisso de informao ou de prestao de informaes falsas, apurados em cruzamento do

    Cadnico com outras bases de dados, conforme disposto no art. 18 da Portaria GM/MDS n 376, de 2008;

    g. Posse de beneficirio do PBF em cargo eletivo remunerado de qualquer das 3 (trs) esferas de

    governo;

    h. Em decorrncia de procedimentos de fiscalizao do MDS, conforme art. 35, inciso I do Decreto n

    5.209, de 2004;

    i. Em cumprimento Portaria GM/MDS n 321, de 2008, que trata da gesto de condicionalidades do

    PBF:

    - Descumprimento de condicionalidades; ou

    - Ausncia de informaes sobre o acompanhamento de condicionalidades, na forma do art. 10 da

    Portaria GM/MDS n 321, de 2008.

    j. Reiterada ausncia de saque de benefcios, em 6 (seis) parcelas consecutivas, conforme o art.

    24 do Decreto n 5.209, de 2004;

    l. Esgotamento do prazo estipulado pela Senarc para a ativao do carto magntico nos estabelecimentos credenciados;

    m. Em decorrncia de cancelamento de todos os benefcios variveis, quando a famlia no

    possuir benefcio bsico concedido;

    n. Em decorrncia de cancelamento do benefcio bsico, quando a famlia no possuir benefcios

    variveis concedidos; ou

    o. Em funo da prescrio do benefcio varivel de carter extraordinrio, quando a famlia no

    possuir benefcios bsico ou variveis concedidos, conforme o disposto no artigo 2, 4, e no art. 5,

    3, da Portaria GM/MDS n 737, de 15 de dezembro de 2004.

  • 23

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    Desbloqueio

    Atividade realizada pela Senarc ou pelos municpios. Ocorre em decorrncia da elucidao ou

    finalizao das situaes que deram origem ao de bloqueio.

    Liberao das parcelas anteriormente bloqueadas que ainda estejam dentro do prazo

    de validade fixado no art. 24 do Decreto n

    5.209, de 2004; e

    Liberao de benefcios, conforme item especfico desse quadro.

    Reverso de

    Suspenso

    Atividade realizada pela Senarc ou pelos municpios. Ocorre para retificao de erro operacional

    no processamento ou no envio das informaes sobre condicionalidades do PBF pelos

    municpios, conforme o caso, aos Ministrios da Sade, da Educao e Secretaria Nacional de

    Assstncia Social.

    A reverso de suspenso de benefcios ter os seguintes efeitos, se efetuada no perodo de at 2

    (dois) meses da data da suspenso, observado o

    calendrio operacional do PBF:

    o Reavaliao de benefcios, conforme item especfico desse quadro; e

    o Disponibilizao das parcelas anteriormente suspensas, at a gerao da prxima folha

    de pagamento, caso a reavaliao resulte em

    liberao de benefcios.

    Superado o prazo de at 2 (dois) meses da data da suspenso, a reverso da suspenso de

    benefcios no ser permitida, salvo mediante

    recurso administrativo nos termos da Portaria

    GM/MDS n 321, de 2008.

    Reverso de

    Cancelamento

    Atividade realizada pela Senarc e pelos municpios. Ocorre para desfazer o cancelamento de

    benefcios que tenha ocorrido a menos de 120 (cento e vinte) dias, em razo de fato superveniente

    que implique a necessidade de retificao do cancelamento ocorrido anteriormente.

    A reverso de cancelamento de benefcios ter os

    seguintes efeitos, se efetuada dentro do perodo de

    120 (cento e vinte) dias:

    o Reavaliao de benefcios, conforme item especfico desse quadro;

    o Retorno da famlia ao Programa e gerao de parcelas a partir da prxima folha de

    pagamento, caso a reavaliao resulte em

    liberao de benefcios; e

    o Disponibilizao das parcelas anteriormente canceladas, caso a reavaliao resulte em

    liberao de benefcios.

    Superado o prazo de 120 (cento e vinte) dias o reingresso da famlia depender da atividade de

  • 24

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    reincluso de benefcios;

    A reverso de cancelamento de benefcios em prazo superior a 120 (cento e vinte) dias caber

    apenas Senarc, e nas seguintes hipteses:

    o Para correo de erro operacional na folha de pagamento j gerada, limitada

    a retroao a 12 (doze) parcelas,

    conforme informaes cadastrais

    disponveis no Sistema de Gesto de

    Benefcios poca da reverso de

    cancelamento;

    o Cumprimento de deciso judicial; ou

    o Cumprimento de deciso em sede de recurso administrativo deferido no

    mbito da Senarc, limitada gerao de

    12 (doze) parcelas.

    O decurso do prazo para reverso de cancelamento de benefcios implicar no cancelamento do

    respectivo carto Bolsa Famlia, em prazo a ser

    estipulado pela Senarc.

    Reincluso

    Atividade realizada pela Senarc ou pelos municpios. Possibilita o reingresso famlia no PBF depois

    de superado o prazo de reverso de cancelamento de benefcios.

    Reconduo do cadastro da famlia ao processo de habilitao, com aplicao das regras constantes

    da Portaria GM/MDS n 341, de 2008, que pode

    resultar na habilitao ou na no-habilitao do

    registro da famlia a novo ingresso no PBF;

    Subordinao do cadastro da famlia habilitado s regras de seleo e concesso constantes da

    Portaria GM/MDS n 341, de 2008, em condies

    de igualdade com as demais famlias;

    A reincluso de benefcios ser executada automaticamente pela Senarc, sempre que

    possvel, com aproveitamento das alteraes

    cadastrais da famlia efetuadas no Cadnico

    pelos municpios; e

    Nos casos em que no for possvel o

  • 25

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    aproveitamento automtico das alteraes

    cadastrais, observada norma regulamentar

    especfica publicada pela Senarc, a reincluso

    de benefcios se dar com a utilizao do

    Sistema de Gesto de Benefcios pelos

    municpios ou pela Senarc.

    ATIVIDADES COM EFEITO EM BENEFCIOS ESPECFICOS DA FAMLIA

    Bloqueio de BVJ

    1) Motivos municipais:

    a. Por deciso judicial; e

    b. Durante procedimento de averiguao de cadastramento, quando houver indcios de no

    localizao dos adolescentes nos estabelecimentos regulares de ensino.

    2) Motivos da Senarc:

    a. Em decorrncia de procedimentos de fiscalizao do MDS, conforme art. 35, inciso I do Decreto

    n 5.209, de 2004; e

    b. Ausncia de informaes sobre o acompanhamento de condicionalidades, na forma do art. 10 da

    Portaria GM/MDS n 321, de 2008.

    Registro do respectivo BVJ na situao de bloqueado no Sistema de Gesto de Benefcios;

    Impedimento de retirada das respectivas parcelas de BVJ ainda no sacadas pela famlia;

    Impedimento do saque das parcelas de BVJ geradas nos meses subseqentes;

    No implica, por si s, o desligamento do adolescente do PBF;

    Benefcios que tenham sido bloqueados h mais de 6 (seis) meses sero automaticamente

    cancelados, contados da notificao de bloqueio,

    observado o calendrio operacional do PBF,

    salvo disposio em contrrio da Senarc; e

    Solucionada a questo que deu causa ao bloqueio, o benefcio dever ser desbloqueado

    ou cancelado.

    Desbloqueio de BVJ

    Atividade realizada pela Senarc ou pelos municpios. Ocorre em decorrncia da elucidao ou

    finalizao das situaes que deram origem ao de bloqueio.

    Liberao das parcelas anteriormente bloqueadas que ainda estejam dentro do prazo

    de validade fixado no art. 24 do Decreto n

    5.209, de 2004; e

    Liberao de benefcios, conforme item especfico desse quadro.

  • 26

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    Suspenso de BVJ

    Atividade realizada exclusivamente pela Senarc. Ocorre no caso de descumprimento de condicionalidades por parte de respectivo adolescente da famlia.

    Registro do respectivo BVJ na situao suspenso no Sistema de Gesto de Benefcios;

    Interrupo da disponibilizao das respectivas parcelas do BVJ nos meses subseqentes, na

    forma do art. 5 da Portaria GM/MDS n 321, de

    2008;

    No implica, por si s, o desligamento do adolescente do PBF; e

    Encerrado o prazo citado no art. 5 da Portaria GM/MDS n 321, de 2008, haver a liberao

    automtica do BVJ.

    Reverso de

    Suspenso de BVJ

    Atividade realizada pela Senarc ou pelos municpios. Ocorre para retificao de erro

    operacional no processamento ou no envio das informaes sobre condicionalidades do PBF

    pelos municpios ao Ministrio da Educao.

    A reverso de suspenso de BVJ ter os seguintes efeitos, se efetuada no perodo de at 2 (dois)

    meses da data da suspenso, observado o

    calendrio operacional do PBF:

    o Reavaliao de benefcios, conforme item especfico desse quadro; e

    o Disponibilizao das parcelas do BVJ anteriormente suspensas, at a gerao da

    prxima folha de pagamento, caso a

    reavaliao resulte em liberao de

    benefcios.

    Superado o prazo de at 2 (dois) meses da data da suspenso, a reverso da suspenso de BVJ

    ter como efeito apenas a disponibilizao das

    parcelas dos meses subseqentes.

    Cancelamento de

    benefcio bsico,

    varivel e BVJ

    Atividades realizadas automaticamente pela Senarc, por meio do Sistema de Gesto de

    Benefcios, mediante anlise das alteraes cadastrais recentemente efetuadas pelos municpios

    no Cadnico.

    A anlise das alteraes cadastrais servir para verificar as regras de elegibilidade do PBF

    constantes da Portaria GM/MDS n 341, de

    2008, gerando os seguintes efeitos:

    o Cancelamento de benefcio bsico, varivel ou BVJ, caso alguma regra de

    elegibilidade do PBF no seja atendida; e

    o Registro dos benefcios financeiros na respectiva situao no Sistema de Gesto

  • 27

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    de Benefcios.

    O cancelamento de benefcio varivel ou BVJ, realizado exclusivamente pela Senarc, por meio

    do Sistema de Gessto de Benefcios do PBF,

    ocorrero sempre nos meses de janeiro, tendo

    como referncia a data de 31 de dezembro do

    ano anterior, nos seguintes casos:

    o Para os adolescentes de 16 (dezesseis) anos que no puderam ser migrados para

    o BVJ, em razo do preenchimento das 2

    (duas) vagas disponveis para a famlia

    por outros adolescentes do domiclio; e

    o Para os adolescentes que tenham completado 18 (dezoito) anos e estiverem

    ligados ao BVJ.

    Encerrado o perodo de validade do benefcio, ocorrer o cancelamento do benefcio bsico,

    caso a renda per capita familiar no Cadnico

    permanea superior estabelecida para a

    concesso desse benefcio.

    Reverso de

    Cancelamento de

    benefcio bsico,

    varivel ou BVJ

    Atividades realizadas automaticamente pela Senarc, por meio do Sistema de Gesto de

    Benefcios, mediante anlise das alteraes cadastrais recentemente efetuadas pelos municpios

    no Cadnico.

    A anlise das alteraes cadastrais servir para verificar as regras de elegibilidade do PBF

    constantes da Portaria GM/MDS n 341, de

    2008, gerando os seguintes efeitos:

    o Reverso de benefcios bsico, varivel ou BVJ, conforme as regras de

    elegibilidade do PBF sejam atendidas; e

    o Registro dos benefcios financeiros na respectiva situao no Sistema de Gesto

    de Benefcios.

  • 28

    Atividades de Gesto

    de Benefcios Motivos Efeitos

    Concesso de

    benefcio bsico,

    varivel ou BVJ

    Atividades realizadas automaticamente pela Senarc, por meio do Sistema de Concesso de

    Benefcios, mediante anlise das alteraes cadastrais recentemente efetuadas pelos municpios no

    Cadnico.

    A anlise das alteraes cadastrais servir para verificar as regras de elegibilidade do PBF

    constantes da Portaria GM/MDS n 341, de

    2008, gerando os seguintes efeitos:

    o Concesso de benefcio bsico, varivel ou BVJ, conforme as regras de

    elegibilidade do PBF sejam atendidas; e

    o Registro dos benefcios financeiros na respectiva situao no Sistema de Gesto

    de Benefcios.

  • 29

    2.1. Incluso de benefcios

    Como pde ser observado no Quadro IV, a aplicao das atividades de

    administrao de benefcios iniciam-se logo aps o processo de ingresso de famlias

    (habilitao, seleo e concesso), com a atividade de Incluso de benefcios.

    Essa atividade de exclusividade da Senarc e tem por objetivo separar as

    famlias recm-ingressas no Programa das que j esto estabelecidas com continuidade

    de pagamentos, de forma a possibilitar tanto a Senarc quanto a gesto municipal o

    direcionamento de aes especficas as famlias recm-ingressas, como por exemplo:

    revalidao das informaes cadastrais prestadas pela famlia na poca do

    cadastramento, informao direcionadas s recm-ingressas sobre as condicionalidades

    que devem ser cumpridas pelos beneficirios do Programa, aes especficas para

    entrega de cartes, quando for o caso, entre outras.

    Essa condio possui carter transitrio at o cadastramento pelo responsvel

    familiar de senha eletrnica individual do carto magntico em estabelecimento

    credenciado pela Caixa, no prazo de 6 (seis) meses, e a realizao, caso necessrio, de

    procedimentos relacionados reviso de elegibilidade.

    A critrio da Senarc e em carter tambm transitrio, parcelas de pagamentos

    podem ser liberadas para as famlias nessa fase, mesmo quando ainda no houve a

    liberao definitiva do benefcio.

    2.2. Liberao de benefcios

    Todo benefcio financeiro que sai de uma situao de incluso, bloqueio,

    suspenso ou passa por uma reverso de cancelamento em que houve sucesso, assume a

    situao de liberado nos sistemas de gesto de benefcios com os efeitos que a liberao produz.

    A partir da liberao, os benefcios financeiros da famlia passam a ser pagos de

    maneira permanente, sujeitos apenas a novas situaes de administrao.

    2.3. Reavaliao de benefcios

    Esta atividade ocorre cada vez em que h mudana na situao dos benefcios,

    automticas ou no e confere, neste momento, se a famlia mantm as condies de

    elegibilidade que deram origem ao benefcio, tais como: crianas entre 0 e 15 na

    manuteno do benefcio varivel; jovens em idade de 16 a 17 para manuteno do

    BVJ; multiplicidade cadastral etc.

    Nesta ao, a famlia pode perder parte ou todos os benefcios caso no tenha

    mais as condies de elegibilidade para manuteno dos mesmos.

    2.4. Bloqueio de benefcios

    O bloqueio de benefcios pelos gestores municipais depende da emisso de

    parecer tcnico por profissionais da rea de assistncia social ou tcnicos de

  • 30

    fiscalizao. Em todos os casos, preciso formalizar a deciso de bloqueio e obter a

    autorizao do responsvel pela Gesto de Benefcios na prefeitura. No prximo

    Captulo ser apresentado o Formulrio-Padro de Gesto de Benefcios, um

    instrumento til e obrigatrio para a formalizao e arquivamento desses casos de

    bloqueio. Algumas prefeituras procuram abrir processos formais para essa deciso de

    bloqueio. O importante o respeito s regras de fundamentao do bloqueio em

    pareceres tcnicos, a formalizao das decises e o arquivamento das informaes.

    Os efeitos do bloqueio de benefcios so de fcil observao. Bloqueado um

    benefcio, as parcelas de pagamento ainda no sacadas pela famlia so bloqueadas. As

    folhas de pagamento futuras passam a gerar as parcelas de pagamento dessa famlia

    bloqueadas. Depois de 6 meses de parcelas bloqueadas, o benefcio estar sujeito ao

    cancelamento.

    a) Bloqueio de benefcios para averiguao de cadastramento

    De acordo com a Portaria 555, cabe bloqueio para averiguao de cadastramento

    em casos como: (i) renda per capita superior ao limite de meio salrio-mnimo do

    Cadnico; (ii) no localizao de crianas ou adolescentes nos estabelecimentos

    regulares de ensino, (iii) no adequao s regras de definio de cadastro vlido,

    citadas no inciso II, do art. 4 da Portaria GM/MDS n 376, de 16 de outubro de 2008,

    (iv) no localizao da famlia no endereo informado no Cadnico; e (v) crianas ou

    adolescentes em situao de abrigamento, exceto na hiptese de o Conselho Tutelar ter

    atestado as condies para a reintegrao da criana ou adolescente famlia, conforme

    o art. 25, 7 da Portaria GM/MDS n 376, de 2008.

    O bloqueio de benefcios para averiguao de cadastramento os respectivos

    motivos precisa sempre aplicado em situaes que precisam maior aprofundamento e

    detalhamento por parte do Poder Pblico local, mas que mediante uma anlise

    preliminar j se pde apontar a existncia de indcios que sugerem fortemente que a

    situao exista. Logo, a anlise de indcios exige um processo de apurao e a

    formalizao de uma anlise sobre os casos. Por exemplo, a no-localizao da famlia

    no endereo somente pode ser constatada por meio de visita domiciliar ou pelo

    cruzamento de informaes com outras fontes de dados. O importante que os indcios

    sejam slidos e que o bloqueio tenha a formalizao da deciso bem fundamentada.

    Os casos que levaram ao bloqueio devem continuar sendo aprofundados e

    investigados pelo Poder Pblico local, de modo a confirmar ou no a situao apontada

    nos indcios, garantido o amplo acompanhamento pelo controle social do PBF, assim

    como a participao da famlia, maior interessada em ver sua situao esclarecida e seu

    benefcio desbloqueado.

    O bloqueio por renda per capita superior a meio salrio-mnimo devido pois

    com a introduo da reviso cadastral, embora se admita o pagamento de benefcios a

    famlias com renda per capita superior ao limite do PBF, fixou-se um teto que equivale

    ao limite de renda utilizado no Cadnico (1/2 salrio-mnimo).

    O bloqueio dos benefcios por motivo de no adequao s regras de cadastro

    vlido realizado exclusivamente pela Senarc, para os benefcios cujo cadastro no se

    enquadre nas especificaes de cadastro vlido descritas no art. 4 da Portaria GM/MDS

    n 376, de 2008. considerado cadastro vlido todo domiclio que atenda s seguintes

    condies:

  • 31

    i) todos os campos considerados obrigatrios para validao, indicados no

    aplicativo de

    entrada de dados, preenchidos;

    ii) o Responsvel pela Unidade Familiar (RF) ter idade mnima de 16 anos;

    iii) conter o registro de pelo menos um documento de identificao para todos os

    membros da famlia;

    iv) conter o registro do nmero de Cadastro de Pessoa Fsica (CPF) ou do Ttulo

    de Eleitor para o Responsvel pela Unidade Familiar, exceo dos casos de

    cadastramento diferenciado definidos pelo Ministrio do Desenvolvimento

    Social e Combate Fome (MDS) no Captulo IX desta Portaria;

    v) o CPF, quando informado para o responsvel e para todas as demais pessoas

    da famlia, dever ter dgito verificador vlido; e

    vi) ausncia de pessoas em multiplicidade na base nacional.

    De acordo com o art. 2, inciso I da Lei n 10.836, de 2004, famlia, a unidade

    nuclear, eventualmente ampliada por outros indivduos que com ela possuam laos de

    parentesco ou de afinidade, que forme um grupo domstico, vivendo sob o mesmo teto

    e que se mantm pela contribuio de seus membros. Dessa forma, quando houver

    indcios de criana ou adolescente em situao de acolhimento institucional, o gestor

    municipal dever bloquear o benefcio do PBF da famlia. Aps confirmado o fato,

    dever atualizar os dados no Cadnico, excluindo a respectiva criana ou adolescente

    do referido cadastro, e desbloquear o benefcio, desde que a famlia possua ainda o

    perfil estabelecido pelo PBF. Assim que a criana ou adolescente retorne ao convvio

    familiar, o gestor municipal dever inclu-la novamente no cadastro da famlia para que

    seja realizado a reavaliao do benefcio.

    b) Bloqueio de benefcios para averiguao de acmulo financeiro de Peti com PBF

    No caso de bloqueio por acmulo de benefcios do Peti, deve ser considerado o

    disposto no artigo 10, da Portaria GM/MDS n 666, de 2005. O pagamento simultneo

    de benefcios do PBF e do Peti no autorizado, cabendo a quem identificar o caso

    tomar as providncias para que o benefcio financeiro de menor valor seja cancelado. O

    gestor municipal deve analisar qual o benefcio de menor valor e cancel-lo

    imediatamente. Nesse exemplo, se o benefcio a cancelar o do PBF, o motivo

    aplicvel justamente o acmulo de benefcios do Peti. O bloqueio do benefcio de

    menor valor cabvel se houver indcio de acmulo de benefcios entre Peti e PBF,

    registrado formalmente a partir de auditoria ou fiscalizao.

    c) Bloqueio dos benefcios por descumprimento de condicionalidades

    O bloqueio dos benefcios por descumprimento de condicionalidades feito

    exclusivamente pela Senarc, depois da apurao da freqncia escolar e/ou da agenda

    de sade pelos Ministrios da Educao e da Sade. Em ambos os casos, as informaes

    utilizadas so aquelas lanadas pelas Secretarias Municipais de Educao e de Sade

    nos sistemas informatizados mantidos pelos respectivos Ministrios. A gesto das

    condicionalidades est regulamentada na Portaria GM/MDS n 321, de 2008. Assim, o

    artigo 10 desta Portaria fixa regra para bloqueio, suspenso e cancelamento de

    benefcios em caso de descumprimento de condicionalidades.

  • 32

    d) Bloqueio por encerramento do prazo para Reviso Cadastral

    Alm dos motivos j existentes para bloqueio de benefcios, existe um motivo de

    bloqueio associado ao processo de Reviso Cadastral. A famlia tem um prazo, 31 de

    outubro do ano que for selecionada para a Reviso Cadastral, para atualizar suas

    informaes cadastrais. Quando se encerra este prazo o benefcio bloqueado por

    encerramento do prazo para Reviso Cadastral.

    Se for feita uma atualizao cadastral no domiclio da famlia ocorre o

    desbloqueio automtico do benefcio, to logo a atualizao seja recebida pelo Sibec.

    2.5. Desbloqueio de benefcios

    O desbloqueio pode ser feito pelo municpio, ainda que o bloqueio seja realizado

    apenas pela Senarc. O desbloqueio dos benefcios deve ocorrer sempre que os fatos que

    deram origem aplicao do bloqueio tenham cessado ou sido esclarecidos. Essa

    averiguao deve ocorrer antes de decorridos 6 meses do bloqueio dos benefcios, pois

    depois desse prazo os benefcios sero cancelados automaticamente.

    Com o desbloqueio, liberam-se todas as parcelas de pagamento ainda no

    sacadas pela famlia, observado o perodo de validade das parcelas. Assim, no mximo,

    a famlia conseguir sacar as parcelas de pagamento depositadas nos ltimos 3 meses

    visto que a validade das parcelas deve ser observada2.

    O benefcio bloqueado pelo motivo Encerramento do prazo para Reviso

    Cadastral desbloqueado automaticamente quando a informao da atualizao cadastal

    repercute no Sibec. O desbloqueio pelo mdulo on-line no permitido nesses casos.

    2.6. Cancelamento de benefcios

    So inmeros os motivos de cancelamento de benefcios, conforme o art. 8 da

    Portaria MDS n 555, porm alguns so idnticos aos de bloqueio. Normalmente, os

    motivos que podem levar a bloqueio ou cancelamento, indistintamente, servem para o

    Poder Pblico possa optar entre uma e outra atividade, segundo a existncia de indcios

    ou fatos comprovados. Em geral, a existncia de indcios leva ao bloqueio, enquanto a

    existncia de comprovao dos fatos leva ao cancelamento. Esse o caso por exemplo

    do motivo de acmulo de benefcios do PBF e do Peti.

    Em outros casos, o motivo de cancelamento tambm idntico ao de bloqueio,

    porm a escolha de qual utilizar est mais relacionada a possibilitar que Poder Pblico

    possa escolher a modalidade mais adequada, segundo o caso especfico e as

    circunstncias existentes. Por exemplo o motivo decorrncia de procedimentos de

    fiscalizao do MDS, conforme art. 35, inciso I do Decreto n 5.209, de 2004 comum

    atividade de bloqueio e de cancelamento, podendo ser aplicado aos benefcios

    2 Situaes de emergncia, de calamidade pblica, de greve de funcionrios do agente operador, entre

    outras, podem implicar uma modificao nesse perodo de validade por parte do MDS.

  • 33

    segundo deciso do MDS. Cada ao de fiscalizao pode levar a diferentes decises,

    segundo os fatos e informaes encontrados.

    Outra situao que alguns motivos bloqueio podem levar ao cancelamento, por

    decurso do prazo na condio de bloqueado, mantendo-se sempre que possvel o motivo

    que deu origem ao bloqueio. Por exemplo, a no-localizao da famlia no endereo

    indicado no Cadnico, depois de o benefcio permanecer bloqueado por mais de 6

    meses, cabe cancelamento, que utilizar este mesmo motivo.

    A forma como cada cancelamento comandado varia conforme o motivo.

    Muitos motivos de cancelamento ocorrem automaticamente por meio do

    aproveitamento de alteraes cadastrais; alguns podem ser feitos pelo gestor municipal

    ou pela Senarc; e outros podem ser feitos apenas Senarc.

    Quanto aos cancelamentos que aproveitam alteraes cadastrais efetuadas pelos

    municpios nos cadastros das famlias, tem-se, por exemplo, a no adequao s regras

    de definio de cadastro vlido em relao multiplicidade de membros que leva

    automaticamente ao cancelamento do benefcio. Se o adolescente da famlia completou

    a idade limite para recebimento do BVJ, o benefcio ser cancelado em janeiro do ano

    seguinte. Esse conjunto de alteraes que so automaticamente tratadas pelo SGB

    conhecido como repercusso de alteraes cadastrais e ser explicado em detalhes mais

    adiante. Caso necessrio, recomendvel, conforme o caso, que o gestor municipal faa

    o bloqueio de benefcios; se a alterao cadastral for processada o benefcio acabar

    sendo cancelado.

    O Bolsa Famlia tem assim um conjunto amplo de motivos de cancelamento de

    benefcios realizados de forma automatizada pelo Sistema de Gesto de Benefcios, tais

    como:

    a) Desligamento voluntrio da famlia;

    b) Deciso judicial;

    c) Repercusso de alterao cadastral que implique inelegibilidade ao PBF, em especial nas seguintes situaes: 1) Renda per capita familiar no Cadnico

    superior estabelecida para o PBF, depois de encerrado o perodo de validade

    do benefcio; 2) cadastro excludo da base nacional do Cadnico; ou 3) renda

    per capita familiar superior ao limite de meio salrio-mnimo utilizado no

    mbito do Cadastro nico.

    d) Decurso do prazo de permanncia do benefcio na situao de bloqueado, na forma do art. 6, 3 desta Portaria, aproveitando-se no registro, quando

    possvel, o motivo que deu origem ao bloqueio;

    e) No adequao s regras de definio de cadastro vlido, citadas no inciso II, do art. 4 da Portaria GM/MDS n 376, de 2008;

    f) Acmulo de benefcios financeiros do PBF com os do Programa de Erradicao do Trabalho Infantil (PETI);

    g) Encerramento do prazo para reviso de elegibilidade das famlias beneficirias do PBF, que ocorrer no perodo de janeiro a outubro de cada ano;

    h) Omisso de informao ou de prestao de informaes falsas, apurados em cruzamento do Cadnico com outras bases de dados, conforme disposto no art.

    18 da Portaria GM/MDS n 376, de 2008;

  • 34

    i) Posse de beneficirio do PBF em cargo eletivo remunerado de qualquer das 3 (trs) esferas de governo;

    j) Em decorrncia de procedimentos de fiscalizao do MDS, conforme art. 35, inciso I do Decreto n 5.209, de 2004;

    k) Em cumprimento Portaria GM/MDS n 321, de 2008, que trata da gesto de condicionalidades do PBF ;

    l) reiterada ausncia de saque de benefcios, em 6 (seis) parcelas consecutivas, conforme o art. 24 do Decreto n 5.209, de 2004;

    m) Esgotamento do prazo estipulado pela Senarc para a ativao do carto magntico nos estabelecimentos credenciados;

    n) Em decorrncia de cancelamento de todos os benefcios variveis, quando a famlia no possuir benefcio bsico concedido;

    o) Em decorrncia de cancelamento do benefcio bsico, quando a famlia no possuir benefcios variveis concedidos; ou

    p) Em funo da prescrio do benefcio varivel de carter extraordinrio, quando a famlia no possuir benefcios bsico ou varivel concedidos, conforme o

    disposto no artigo 2, 4, e no art. 5, 3, da Portaria GM/MDS n 737, de 15

    de dezembro de 2004.

    Os cancelamentos de benefcios efetuados diretamente pelos municpios no Sistema

    de Gesto de Benefcios devem ser registrados no Formulrio-Padro de Gesto de

    Benefcios, tendo por base parecer de profissionais da assistncia social ou de tcnicos

    de fiscalizao, e outros registros considerados relevantes para a compreenso futura

    das causas do cancelamento. Com relao aos cancelamentos efetuados a partir de

    alteraes cadastrais, os lanamentos e o arquivamento de informaes condicionam-se

    regulao do Cadnico, no sendo necessria a utilizao do Formulrio-Padro de

    Gesto de Benefcios. Nessa ltima hiptese, a documentao pertinente deve ser

    arquivada segundo as regras do Cadnico.

    Como efeito do cancelamento de benefcios, tem-se o cancelamento das parcelas

    de pagamento ainda no sacadas. A famlia desligada do Programa e deixa de constar

    das folhas de pagamento futuras.

    2.7. Reverso de cancelamento de benefcios

    Por meio dessa atividade, os benefcios financeiros do PBF que estejam na

    condio de cancelado podero voltar a ser pagos a uma determinada famlia, inclusive

    as parcelas de pagamento no sacadas durante o perodo em que o benefcio estava

    cancelado. Para que isso ocorra, preciso que a reverso seja comandada pelo gestor

    municipal no prazo de at 120 dias aps o cancelamento.

    Conforme prev o artigo 11, da Portaria GM/MDS n 555, de 2005, reverte o

    cancelamento de benefcios que tenha ocorrido h menos de 120 (cento e vinte) dias, e

    deve ser executada em razo de fato superveniente que implique a necessidade de

    retificao ou correo do cancelamento ocorrido anteriormente.

  • 35

    Realizada dentro do prazo citado acima, a reverso de cancelamento ter os

    seguintes efeitos:

    a) Readmisso da famlia no Programa, depois de confirmado que ela ainda preencha os requisitos para a concesso. Em caso positivo, o benefcio

    ser retirado da situao de cancelado;

    b) Disponibilizao, na prxima folha de pagamento a ser gerada depois da data de reverso, das parcelas de pagamento anteriormente canceladas e,

    tambm, daquelas que no chegaram a ser geradas durante o perodo em

    que o benefcio esteve na situao de cancelado; e

    c) Retomada da disponibilizao normal de parcelas de pagamento nos meses posteriores reverso.

    A reverso de cancelamento demandada pelo municpio passa ainda por uma

    reavaliao que verifica se a famlia ainda possui os requisitos de elegibiliade para

    retornar ao PBF.

    2.8. Reincluso de benefcios

    Aps excedido o prazo para reverso de cancelamento de benefcios tratada no

    item anterior, a famlia apenas poder retornar ao Programa pela atividade de reincluso

    de benefcios.

    No entanto, diferente dos efeitos da reverso de cancelamento, a modalidade de

    reincluso aqui proposta para possibilitar ao gestor municipal indicar, via sistema, se a

    famlia deve voltar a concorrer em situao de igualdade com as demais para o ingresso

    do PBF. Esta ao do municpio, preferencialmente, ser realizada nos casos em que o

    motivo de cancelamento teve fato gerador que somente pode ser reanalisado in loco

    pelo gestor municipal. Sempre que possvel as alteraes efetuadas no cadastro de

    famlia supriro a reanlise do municpio, possibilitando a reconduo da famlia ao

    processo de habilitao e seleo ao PBF. Isto significa que a atividade de reincluso

    no retornar a famlia de imediato ao PBF, sendo que isto depende de atendimento de

    todos os requisitos para ingresso no Programa, em especial os limites oramentrio-

    financeiro e de estimativas de cada municpio, conforme dispe a Portaria GM/MDS n

    341, de 2008.

    2.9. Suspenso e reverso de suspenso de benefcios

    A suspenso de benefcios por descumprimento de condicionalidades feita

    exclusivamente pela Senarc, depois da apurao da freqncia escolar e/ou da agenda

    de sade pelos Ministrios da Educao e da Sade, seguindo as regras da Portaria

    GM/MDS n 321, de 2008. O prazo de suspenso firmado nesta Portaria de 2 meses.

    Se um benefcio colocado na situao de suspenso, deixam de ser depositadas

    as parcelas de pagamento da famlia, durante o perodo de suspenso. Encerrada a

    suspenso, o benefcio volta automaticamente condio anterior, mas no so geradas

    parcelas relativas ao perodo em que houve a suspenso.

  • 36

    A reverso de suspenso pode ser feita pelo municpio, ainda que a suspenso

    tenha sido feita pela Senarc. Efetuada a suspenso de benefcios, em caso de reclamao

    da famlia, o gestor municipal deve proceder conforme as orientaes de interposio de

    recursos da Portaria GM/MDS n 321, de 2008 e, ento realizar a reverso de suspenso.

    Efetuada a reverso de suspenso, as parcelas de pagamento anteriormente no

    geradas sero depositadas famlia, quando da gerao da folha de pagamento seguinte.

    2.10. Cancelamento e concesso/reverso de cancelamento do benefcio bsico

    O cancelamento do benefcio bsico ocorre com o aproveitamento das alteraes

    cadastrais efetuadas pelos municpios no Cadnico, seguindo o Calendrio

    Operacional. A elevao da renda por pessoa da famlia para valores entre R$ 70,01 e

    R$ 140,00 leva ao cancelamento do benefcio bsico dessa famlia, quando se encerra o

    perodo de validade do benefcio, se a renda familiar ainda estiver acima do limite para

    a concesso do bsico deste benefcio.

    A concesso/reverso de cancelamento do benefcio bsico ocorre tambm com

    o aproveitamento das alteraes cadastrais efetuadas pelos municpios no Cadnico,

    seguindo o Calendrio Operacional. A reduo da renda por pessoa da famlia para

    valores abaixo de R$ 70,00 leva concesso do benefcio bsico a essa famlia por

    ocasio da gerao da folha de pagamento indicada no Calendrio Operacional. Se essa

    famlia j teve um benefcio bsico, ocorrer uma rever