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Manual Prático Orientativo aos Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual: Retenção Previdenciária

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MANUAL PRÁTICO ORIENTATIVO

DOS ORGÃO E ENTIDADES DO PODER

EXECUTIVO ESTADUAL:

Retenções Previdenciárias

Cuiabá – Novembro/2005

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MANUAL PRÁTICO ORIENTATIVO

DOS ORGÃO E ENTIDADES DO PODER

EXECUTIVO ESTADUAL:

Retenções Previdenciárias

Elaborado pelo Auditor

ISAIAS LOPES DA CUNHA

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APRESENTAÇÃO

A Auditoria-Geral do Estado de Mato Grosso – AGE-MT após detectar as necessidades dos órgãos e entidades do Poder Executivo em manter à disposição dos técnicos que no dia a dia lidam com processos das mais diversas naturezas, incumbiu aos auditores de elaborar as instruções sobre procedimentos a serem adotados quanto aos tributos e contribuições.

Assim, o presente manual, fruto de pesquisas e esforços dos nossos laboriosos auditores, tem como objetivo auxiliar e orientar os técnicos de cada órgão ou entidade do Poder Executivo, constituindo-se dessa forma, em importante instrumento na busca de atender as legislações aplicadas aos mais diversos segmentos de despesas, com isto, caminhamos para o aperfeiçoamento dos nossos padrões de qualidade e levando conforto que deve ter o ordenador de despesa na sua missão de liberar os pagamentos.

Esperamos, então, que os esforços empreendidos pelos nossos técnicos cheguem tempestivamente para promover o auxílio a todos que lidam com processos de pagamento.

Finalmente, lembremo-nos de que somos servidores públicos estaduais e devemos proceder conforme as instruções o apóstolo Paulo: “Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores, segundo a carne, não servindo só na aparência como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração como ao Senhor e não aos homens. Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança porque a Cristo, o Senhor, servis”. Col 3:22-24.

Em Cuiabá, novembro de 2005.

SÍRIO PINHEIRO DA SILVA Secretário-Auditor Geral do Estado de Mato Grosso.

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S U M Á R I O INTRODUÇÃO .................................................................................. 5

1. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL ...............................................................................

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1.1. Definição de Contribuinte Individual........................................... 1.2. Obrigatoriedade da Retenção........................................................ 1.3. Enquadramento Previdenciário..................................................... 1.4. Contribuição Previdenciária......................................................... 1.5. Alíquota da Retenção Previdenciária ...........................................

1.6. Formas de Prestação de Serviços..................................................

1.7. Prazo de Recolhimento da Contribuição...................................... 1.8. Obrigações Acessórias da Contratante.........................................

1.9. Procedimentos Práticos de Apuração e Recolhimento................

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2. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS....................................................................................

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2.1. Conceito das Modalidades............................................................

2.2. Obrigatoriedade da Retenção........................................................ 2.3. Alíquota de Retenção Previdenciária............................................ 2.4. Retenção da Contribuição Previdenciária..................................... 2.5. Serviços Sujeitos à Retenção Previdenciária................................ 2.6. Apuração da Base de Cálculo da Retenção.................................. 2.7. Casos de Dispensas da Retenção ................................................. 2.8. Não-Aplicação da Retenção Previdenciária ................................ 2.9. Destaque da Retenção Previdenciária........................................... 2.10. Prazo de Recolhimento da Retenção..........................................

2.11. Obrigações Acessórias das Empresas......................................... 2.12. Procedimentos Práticos de Apuração e Recolhimento...............

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3. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL..............................................................................................

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3.1. Conceito de Construção Civil ...................................................... 41 3.2. Retenção Previdenciária .............................................................. 41 3.3. Serviços Sujeitos à Retenção Previdenciária................................ 41 3.4. Casos de Dispensa da Retenção.................................................... 41 3.5. Aplicação das Demais Disposições.............................................. 42 3.6. Solidariedade na Construção Civil............................................... 43 3.7. Procedimentos Práticos de Retenção e Recolhimento.................. 46 4. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DAS COOPERATI-

VAS DE TRABALHO.................................................................. 49

4.1. Conceito de Cooperativa de Trabalho.......................................... 4.2. Enquadramento Previdenciário..................................................... 4.3. Contribuição Previdência Patronal............................................... 4.4. Apuração da Base de Cálculo ...................................................... 4.5. Retenção das Contribuições dos Cooperados...............................

4.6. Prazo de Recolhimento da Retenção............................................ 4.7. Obrigações Acessórias da Cooperativa de Trabalho....................

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5. PERGUNTAS E RESPOSTAS ....................................................

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................

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INTRODUÇÃO

A visão de futuro da Auditoria Geral do Estado de Mato Grosso, definida em seu Plano Estratégico é “ser um órgão de referência de auditoria e controle interno, atuando preventivamente na avaliação da gestão dos recursos públicos de forma efetiva”.

Assim, neste contexto, Auditoria-Geral desenvolve um conjunto

de ações de preventiva que a visa orientar o Gestor da Administração Pública Estadual quanto aos procedimentos a serem adotados para gerir os recursos públicos com eficiência, eficácia e economicidade.

Esta iniciativa decorre da convicção de que orientar é mais

prudente e eficaz do que corrigir irregularidades, em assuntos relacionados a administração e aplicação de recursos públicos, para consecução dos planos e ações governamentais, com a finalidade de atender o bem comum.

A Constituição Federal, no artigo 195, prevê que a seguridade social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei. Ainda, dispõe que além dos recursos públicos dos entes federados, a seguridade será custeada pelas contribuições sociais do empregador, da empresa, do empregado, inclusive do trabalhador que preste serviço sem vinculo empregatício, etc..

O objetivo geral deste Manual é o esclarecer os principais procedimentos a ser adotado na retenção da contribuição social previdenciária pelos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual.

Ressaltamos, quanto ao seu conteúdo que estará sujeito a alterações ou regulamentações legais. Acrescenta-se, ainda, que este Manual não substitui o teor e demais peculiaridades da legislação previdenciária.

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1. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 1.1. DEFINIÇÃO DE CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Contribuinte individual é a pessoa física que recolhe individualmente, por conta própria, suas contribuições previdenciárias, mediante inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social –INSS. Assim sendo, as pessoas físicas que se enquadram como contribuinte individual são segurados obrigatórios do regime geral da previdência social. No entanto, para fins deste trabalho, define-se como contribuinte individual a pessoa física que presta serviços de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego, como também, aquele que exerce atividade econômica de natureza urbana, por conta própria, com fins lucrativos ou não. 1.2. OBRIGATORIEDADE DA RETENÇÃO

O art. 4o , da Lei nº 10.666/2003, estabeleceu a obrigatoriedade da empresa arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição ao seu encargo até o dia dois do mês seguinte ao da competência. 1.3. ENQUADRAMENTO PREVIDENCIÁRIO Enquadra-se como segurado obrigatório do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), na condição de contribuinte individual, o profissional autônomo ou empresário, além de outras

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pessoas, ficando ambos obrigados a proceder sua inscrição no referido regime previdenciário, gerido e administrado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). 1.3.1. Número de Identificação do Trabalhador (NIT) A inscrição do trabalhador no Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS) será efetuada mediante atribuição de um Número de Identificação do Trabalhador (NIT), sendo que este pode ser o número de inscrição no:

a) Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

b) Programa de Integração Social ( PIS);

c) Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);

d) Sistema Único de Saúde (SUS).

1.3.2. Contribuinte Individual não inscrito no INSS A empresa que contratar contribuinte individual para a prestação de serviços deverá exigir deste a comprovação da sua regular inscrição no RGPS. Caso o trabalhador (autônomo ou empresário) ainda não tenha efetuado a sua inscrição, ficará a empresa contratante obrigada a inscreve-lo no cadastro do INSS. 1.3.3. Procedimentos de inscrição no cadastro do INSS A inclusão do trabalhador no Número de Identificação do Trabalhador (NIT) pode ser feita da seguinte forma:

a) pelo próprio trabalhador, em qualquer Agência da Previdência Social (APS);

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b) pela internet, na página da Previdência Social, no endereço www.previdenciasocial.gov.br;

c) nos quiosques de auto-atendimento das Agências da Previdência Social;

d) nas unidades móveis de atendimento da Previdência Social;

e) pelo serviço de atendimento telefônico (PREVFONE): 0800-780191.

Importante:

A inscrição do segurado contribuinte individual será feita uma única vez e o NIT a ele atribuído deverá ser utilizado para o recolhimento de suas contribuições previdenciárias.

1.4. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 1.4.1. Contribuição previdenciária individual

A contribuição previdenciária do contribuinte individual corresponde a 20% (vinte por cento) da remuneração paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços prestados às pessoas físicas e empresas, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

Entende-se por salário-de-contribuição o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais, que lhe prestem serviços e corresponde a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo de salário-de-contribuição.

1.4.2. Contribuição previdenciária patronal

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A contribuição previdenciária da empresa contratante (contribuição patronal) relativa aos serviços prestados pelo contribuinte individual corresponde à quantia resultante da aplicação da alíquota de 20% (vinte por cento) sobre o valor da remuneração paga ou creditada, auferida durante o mês, sem qualquer limite. 1.4.3. Fato gerador da obrigação previdenciária

Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação previdenciária principal e existentes seus efeitos no mês em que for paga, devida ou creditada a remuneração. Isto é o fato que gera a obrigação da empresa efetuar a retenção e recolhimento da contribuição previdenciária é o pagamento ou crédito da remuneração ao contribuinte individual, no decorrer do mês, pelos serviços prestados. 1.5. ALÍQUOTA DE RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA 1.5.1. Contribuinte individual não contratado por empresa

A partir da competência abril/2003, para os segurados contribuinte individual e facultativo, o valor da contribuição deverá ser de 20% (vinte por cento) do salário-base, caso não preste serviço à(s) empresa(s), que poderá(âo) variar do limite mínimo ao limite máximo do salário-de-contribuição.

Tabela de Contribuição Previdenciária

Tabela de contribuição para segurados contribuinte individual e facultativo para pagamento de remuneração a partir de 1º de maio de 2005

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota de recolhimento ao INSS (%)

de 300,00 (valor mínimo) até 2.668,15 (valor máximo)

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1.5.2. Contribuinte Individual contratado por empresa

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Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a

uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% (quarenta e cinco por cento) da contribuição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução a 9% (nove por cento) do respectivo salário-de-contribuição, segundo § 4º, do art. 30, da Lei nº 8.212/1991.

Essa permissão resultou na aplicação da alíquota de 11% sobre o valor dos serviços prestados para efeito de desconto da contribuição previdenciária do contribuinte individual, a ser efetuada pela empresa contratante, observado o limite mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

1.5.3. Limites mínimo e máximo de salário-de-contribuição

Na tabela de contribuição previdenciária acima, consta o limite mínimo de salário-de-contribuição de R$ 300,00, ou seja, um salário mínimo, e o limite máximo de salário-de-contribuição de R$2.668,15, os quais são atualizados anualmente pela Previdência Social. 1.6. FORMAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 1.6.1. Prestação de serviços a mais de uma empresa no decorrer do mês O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa, quando o total das remunerações recebidas no mês atingir o limite máximo do salário-de-contribuição, deverá informar este fato à empresa na qual a sua remuneração, somada aos valores porventura já recebidos, atingir o referido limite e às que se sucederem, mediante apresentação dos seguintes documentos:

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a) comprovante de pagamento fornecido pela empresa

(item 1.6.7); b) declaração emitida pelo contribuinte individual, sob as

penas da lei, discriminando o valor sobre o qual já sofreu desconto naquele mês, ou identificando as empresas que efetuarão o desconto até o limite máximo do salário-de-contribuição.

1.6.2. Prestação de serviços à empresa e exercício de atividade por conta própria – Simultaneidade O contribuinte individual que prestar serviços à empresa ou à equiparada, e concomitante, exercer atividade por conta própria, no mesmo mês, deverá recolher a contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração auferida pelo exercício de atividade por conta própria, respeitando o limite de salário-de-contribuição. 1.6.3. Exercício simultâneo das atividades de empregado e contribuinte individual

O segurado que exerce atividade como empregado (inclusive o doméstico ou trabalhador avulso), e concomitante exercer atividade como contribuinte individual terá como salário-de-contribuição na atividade de empregado a remuneração efetivamente recebida nessa atividade, observado o limite máximo de salário-de-contribuição e a contribuição deverá ser calculada mediante aplicação da alíquota correspondente à faixa salarial. O salário-de-contribuição na situação de contribuinte individual será a remuneração recebida nessa atividade, caso a soma das remunerações recebidas nas duas atividades (empregado

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e contribuinte individual) não ultrapasse o limite máximo do salário-de-contribuição. Se a soma das remunerações correspondentes às duas atividades ultrapassar o limite máximo do salário-de-contribuição, a diferença entre a remuneração como segurado empregado e a remuneração como segurado contribuinte individual será considerado salário-de-contribuição na atividade de contribuinte individual, respeitado o limite máximo de salário-de-contribuição. Entretanto, para fins de apuração do salário-de-contribuição, na atividade de contribuinte individual, o segurado empresa, inclusive o domestico ou trabalhador avulso, deverá:

a) apresentar às empresas contratantes o recibo de pagamento de salário relativo à competência anterior à da prestação de serviços, ou

b) prestar declaração, sob as penas da lei, de que é

segurado empregado, consignado o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou declarando que a remuneração recebida naquela atividade atingiu o limite máximo de salário-de-contribuição e identificando a empresa que efetuou o desconto sobre o valor por ele declarado.

1.6.4. Prestação de serviços a entidade beneficente de assistência social isenta A entidade de assistência social isenta de contribuição previdenciária (patronal) está obrigada a descontar a contribuição previdenciária da remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual que lhe prestar serviço, devendo recolher o valor descontado juntamente com as contribuições devidas pelos seus

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empregados e fornecer ao prestador dos serviços o comprovante de pagamento previsto no item 1.6.7. Nesta hipótese, a alíquota a ser aplicada sobre o valor dos serviços prestados é 20%, observado o limite máximo de salário-de-contribuição, posto que não há possibilidade de redução da alíquota de 45% (quarenta e cinco por cento) mencionado no item 1.6.5 deste trabalho. 1.6.5. Fornecimento de comprovante de pagamento A empresa contratante deverá fornecer ao prestador de serviço (contribuinte individual) o comprovante de pagamento pelo serviço prestado por ocasião do efetivo pagamento da remuneração, consignando:

a) O valor da remuneração;

b) O valor do desconto feito a título de contribuição previdenciária;

c) A identificação completa da empresa contratante, inclusive com o numero do CNPJ;

d) O Número de Inscrição do Contribuinte Individual no INSS (NIT).

1.7. PRAZO DE RECOLHIMENTO DA RETENÇÃO

• Pela empresa: até o dia 2 do mês seguinte ao da competência a que se referir, prorrogando-se o vencimento para o primeiro dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia 2.

• Pelo contribuinte individual: até o dia 15 do mês seguinte ao da competência a que se referir, prorrogando-se o

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vencimento para o primeiro dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia 15.

1.8. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DA CONTRATANTE Além de outras obrigações acessórias previstas em lei a empresa contratante deverá elaborar mensalmente a Guia de Recolhimento de Fundo de Garantida e informações a Previdência Social – GFIP, com informações sobre os serviços prestados por contribuinte individual, consignando os dados pessoais, o valor bruto dos serviços, o valor do salário-de-contribuição, o valor retido e o valor liquido pago, conforme Manual da GFIP. 1.9. PROCEDIMENTOS PRÁTICOS DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO

1.9.1. Procedimentos práticos de apuração e recolhimento da retenção previdenciária

O recolhimento da contribuição previdenciária deverá ser feito pela empresa em uma única Guia da Previdência Social – GPS, dentro do prazo de recolhimento, a qual consignará os valores correspondentes a:

a) contribuição previdenciária dos empregados – contribuição descontada em folha de pagamento dos empregados, de acordo com a faixa e os limites do salário-de- contribuição;

b) retenção previdenciária - 11% (onze por cento) sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual, observado o limite máximo do salário-de- contribuição;

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c) contribuição previdência patronal - 20% (vinte por cento) sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual, no decorrer do mês, independente de limite.

d) contribuições de terceiros – contribuições para

organização sociais, em percentuais variados, conforme a atividade da empresa contratante.

A empresa contratante de serviços prestados por contribuinte individual deverá adotar os seguintes procedimentos, antes de efetuar o pagamento e recolhimento da retenção previdenciária: 1º) Passo: apurar e calcular o valor da remuneração contratada ou do salário-de-contribuição, este quando for o caso;

2º) Passo: calcular o valor da retenção da contribuição previdenciária do contribuinte individual, sem prejuízo da retenção do ISS e IRRF, quando for o caso;

3º) Passo: determinar o valor líquido a pagar ao contribuinte individual pelos serviços prestados, o qual será a diferença entre valor bruto e o valor(es) retido(s);

4º) Passo: calcular a contribuição previdenciária patronal sobre a remuneração paga ou creditada, durante o mês, ao contribuinte individual;

5º) Passo: elaborar recibo de pagamento ou declaração de pagamento de serviços prestados;

6º) Passo: recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, a importância retida com as demais contribuições da empresa, dentro do prazo de recolhimento;

7º) Passo: cumprir com as obrigações acessórias ao encargo do contratante dos serviços prestados.

1.9.2.Modelo da Guia da Previdência Social (GPS)

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Modelo da Guia da Previdência Social – GPS

3.CODIGO DE PAGAME PAGAMENTO

4. COMPETÊNCIA

PREVIDENCIA SOCIAL

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – MPS

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - GPS

5. IDENTIFICADOR 6. VALOR DO INSS 7. 8.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/ FONE/ ENDEREÇO:

9. VALOR DE OUTRAS ENTIDADES

2. VENCIMENTO (Uso do INSS) 10. ATM, MULTA E

JUROS ATENÇÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado.

11. TOTAL 12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA

1.9.3. Instruções para o preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS)

A empresa contratante depois de efetuar a retenção previdenciária dos serviços prestados deverá preencher a Guia da Previdência Social, de acordo com as seguintes instruções:

• Campo 1: Nome e endereço da empresa contratante.

• Campo 3: Código de pagamento ref. a contribuição.

• Campo 4: Mês e ano da prestação dos serviços.

• Campo 5: Numero do CNPJ da empresa contratante.

• Campo 6: Valor da retenção previdenciária a ser recolhida + demais contribuições da empresa.

• Campo 7: Valor da contribuição de terceiros, se for o caso;

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• Campo 10: Valor atualização monetária, multa e juros, quando for o caso;

• Campo 11: Valor das contribuições previdenciárias do campo 6, acrescido dos campos 9 e 10.

1.9.4. Código de Recolhimento das Contribuições

O código de pagamento a ser utilizado pelos órgãos e entidades da Administração Publica Estadual para recolhimento da contribuição previdenciária patronal, contribuições dos empregados e, principalmente, da retenção previdenciária do contribuinte individual relativo aos serviços prestados, serão os seguinte:

Código Descrição do Código de Pagamento

2003 Empresas Optantes pelo Simples CNPJ/MF

2100 Empresas em Geral (comércio, industria, serviços etc.) CNPJ/MF

2402 Órgãos e Entidades (Empresa Pública e Soc. Econ. Mista) do Poder Público CNPJ/MF

1.9.5. Exemplos Práticos de Apuração e Recolhimento da Retenção

Previdenciária

Apresentamos a seguir exemplos práticos de apuração e recolhimento de retenção previdenciária, envolvendo exemplos e cálculos do salário-de-contribuição, da retenção previdenciária, da remuneração líquida a pagar e da contribuição previdenciária patronal.

Exemplo 1: Pagamento de serviços prestados por contribuinte individual durante o mês W, no valor de R$ 1.000,00.

1º) Passo: Apuração e cálculo da remuneração ou salário-de-contribuição:

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Item Discriminação Referência Valor

1 Valor da remuneração 100% R$ 1.000,00 2 (-) Dedução de salário-de-contribuição Não há - 3 Valor do salário-de-contribuição R$ 1.000,00

2º) Passo: Cálculo da retenção previdenciária sobre o salário-de-contribuição:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor do salário-de-contribuição 100% R$ 1.000,00 2 Alíquota de retenção previdenciária 11% 11% 3 Valor da Retenção Previdenciária 1.000,00 x 11% R$ 110,00

3º) Passo: Cálculo do valor líquido da remuneração a pagar

pelos serviços prestados:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 1.000,00 2 (-) Retenção previdenciária 11% R$ 110,00 3 Valor líquido da remuneração 1.000,00 – 110,00 R$ 890,00

(*) Valor líquido da remuneração a pagar foi calculado sem considerar a retenção ISS incidente sobre a prestação de serviços, o qual não é objeto deste trabalho.

4º) Passo: Cálculo da contribuição previdenciária patronal

sobre remuneração bruta:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 1.000,00 2 Alíquota de contribuição previdenciária 20% 20% 3 Valor da contribuição patronal 1.000,00 x 20% R$ 890,00

Exemplo 2: Pagamento de serviços prestados por contribuinte individual durante o mês K, no valor de R$ 3.000,00.

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1º) Passo: Apuração e cálculo da remuneração ou salário-de-contribuição: Item Discriminação Referência Valor

1 Valor da remuneração 100% R$ 3.000,00 2 Limite do salário-de-contribuição 2.668,15 - 3 Valor do Salário-de-contribuição R$ 2.668.15

2º) Passo: Cálculo da retenção previdenciária sobre o

salário-de-contribuição:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor do salário-de-contribuição R$ 2.668.15 2 Alíquota de retenção previdenciária 11% 11% 3 Valor da Retenção Previdenciária 1.000,00 x 11% R$ 293,50

3º) Passo: Cálculo do valor líquido da remuneração a pagar

pelos serviços prestados:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 3.000,00 2 (-) Retenção previdenciária 11% R$ 293,50 3 Valor líquido da remuneração (*) 3.000,00 – 293,50 R$ 2.706,50

(*) Valor líquido da remuneração a pagar foi calculado sem considerar as retenções do IR e ISS incidente sobre a prestação de serviços, o qual não é objeto deste trabalho.

4º) Passo: Cálculo da contribuição previdenciária patronal sobre remuneração bruta:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 3.000,00 2 Alíquota de contribuição previdenciária 20% 20% 3 Valor da contribuição patronal 1.000,00 x 20% R$ 600,00

Exemplo 3: Contratação e pagamento de serviços

prestados por contribuinte individual durante o mês X, no valor de R$ 3.600,00. O Contratado apresentou comprovante de retenção de outra pessoa jurídica descrita abaixo:

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• Comprovante de pagamento emitido pela empresa Alfa no valor de R$ 1.100,00, dentro do mês X;

1º) Passo: Apuração e cálculo da remuneração ou salário-

de-contribuição: Item Discriminação Referência Valor

1 Valor da remuneração 100% R$ 3.600,00 2 Limite do salário-de-contribuição 2.668,15 R$ 2.668.15 3 (-) Salário-de-contribuição já retido Empresa Alfa R$ 1.100,00 3 Valor do Salário-de-contribuição 2.668,15– 1.100,00 R$ 1.568.15

2º) Passo: Cálculo da retenção previdenciária sobre o salário-de-contribuição:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor do salário-de-contribuição R$ 1.568.15 2 Alíquota de retenção previdenciária 11% 11% 3 Valor da Retenção Previdenciária 1.000,00 x 11% R$ 172,50

3º) Passo: Cálculo do valor líquido da remuneração a pagar

pelos serviços prestados:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 3.600,00 2 (-) Retenção previdenciária 11% R$ 172,50 3 Valor líquido da remuneração (*) 3.600,00 – 172,50 R$ 3.427,50

(*) Valor líquido da remuneração a pagar foi calculado sem considerar as retenções do IR e ISS incidente sobre a prestação de serviços, o qual não é objeto deste trabalho.

4º) Passo: Cálculo da contribuição previdenciária patronal sobre remuneração bruta:

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor da remuneração 100% R$ 3.600,00 2 Alíquota de contribuição previdenciária 20% 20% 3 Valor da contribuição patronal 3.600,00 x 20% R$ 720,00

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* * * 2. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS 2.1. CONCEITO DAS MODALIDADES

Cessão de mão-de-obra: é a colocação à disposição da

contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário. Empreitada: é a execução de tarefa, obra ou serviço, contratualmente estabelecido, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada,, tendo como objeto um resultado pretendido.

Entende-se por: a) Dependências de terceiros: são aquelas indicadas pela

empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora de serviços.

b) Serviços contínuos: são aqueles que constituem

necessidade permanente da contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade-fim, ainda

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que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por diferentes trabalhadores.

c) Diferenças entre cessão de mão-de-obra e empreitada.

Cessão de Mão-de-Obra Empreitada • Trabalhadores são dirigidos pela

empresa contratante; • Trabalhadores ficam a disposição da

empresa contratante; • Serviços não podem ser prestados

nas dependências da contratada.

• Trabalhadores são dirigidos pela empresa contratada;

• Trabalhadores não são colocados a disposição da empresa contratante;

• Serviços podem ser prestados em quaisquer dependências.

2.2. OBRIGATÓRIEDADE DA RETENÇÃO

A Lei 9.711/1998 introduziu a obrigatoriedade da retenção

de 11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, a título de contribuição previdenciária, das empresas prestadoras de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

A retenção sempre se presumirá feita pela contratante, não

lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pelas importâncias que deixar de reter ou tiver retido em desacordo com a legislação.

Ainda que a atividade principal da contratada não seja,

especificamente, de execução de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, a sua contratação nessa forma estará sujeita à retenção previdenciária.

2.1. Aplicação universal do instituto da retenção

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O instituto da retenção previdenciária no âmbito do serviço público aplica-se a todas as formas de execução e/ou de contratação de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, sejam elas contraídas e pagas através:

• Contratação direta;

• Licitação pública;

• Convênios e parcerias;

• Adiantamento a Servidor.

2.3. ALIQUOTA DA RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Em geral, a alíquota da retenção previdenciária é de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços das empresas prestadoras de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

Não obstante, as alíquotas da retenção da contribuição previdenciária serão de: a) 11% (onze por cento) a ser aplicada sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, ou b) 11% (onze por cento) acrescido 4%, 3% ou 2%, respectivamente, perfazendo alíquota total de 15%, 14% ou 13% para empresa contratante que exerça atividade que exponha empregado a agentes nocivos, que possibilite a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho em condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

2.4. RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

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A empresa contratante (tomadora) de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, à titulo de contribuição previdenciária e recolher à Previdência Social em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada.

2.5. SERVIÇOS SUJEITOS À RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A legislação contempla a relação de serviços que se

encontram sujeitos à retenção previdenciária. Essa relação é exaustiva, ou seja, somente os serviços mencionados nelas estão sujeitos à retenção.

2.5.1. Serviços contratados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra:

• limpeza, conservação e zeladoria;

• vigilância e segurança;

• construção civil;

• serviços rurais;

• digitação; e

• preparação de dados para processamento.

2.5.2. Serviços contratados mediante cessão de mão-de-obra:

• acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos;

• cobrança;

• coleta e reciclagem de lixo e resíduos;

• copa e hotelaria;

• corte e ligação de serviços públicos;

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• distribuição;

• treinamento e ensino;

• entrega de contas e documentos;

• ligação e leitura de medidores;

• manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos;

• montagem;

• operação de máquinas, equipamentos e veículos;

• operação de pedágio e de terminais de transporte;

• operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou sub-concessão;

• portaria, recepção e ascensorista;

• recepção, triagem e movimentação de materiais;

• promoção de vendas e eventos;

• secretaria e expediente;

• saúde; e

• telefonia, inclusive telemarketing. 2.6. APURAÇÃO DA BASE DE CALCULO DA RETENÇÃO

Em regra a base de cálculo da retenção da contribuição

previdenciária é o valor bruto da nota fiscal, fatura ou do recibo de prestação dos serviços. Entretanto, a legislação permite que, em algumas hipóteses, a redução dos valores relativos a material e/ou equipamentos utilizados na realização dos trabalhos do valor bruto para apuração da base de calculo da retenção.

2.6.1. Fornecimento de material ou utilização de equipamento descrito no contrato

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Havendo previsão e discriminação contratual de fornecimento de material ou de utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto equipamento manual, para execução dos serviços, esses valores serão deduzidos da base de cálculo desde que discriminados na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. Assim, são requisitos de validade:

a) Discriminação no contrato – o valor relativo ao

material ou equipamento utilizado devem estar descrito no contrato, ou previsto em planilha anexa, mediante cláusula nele expressa;

b) Discriminação no documento fiscal – o valor do

material ou equipamento utilizado dever ser discriminado na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

c) Limite de redução – o valor da “dedução” não poderá

ser superior ao valor de aquisição ou de locação para fins de apuração da base de calculo.

d) Comprovação – o valor descrito na letra “b”, fica

sujeito á fiscalização da SRP, mediante apresentação de documentos fiscais de aquisição do material ou contrato de locação de equipamento.

6.2. Fornecimento de material ou utilização de

equipamento previsto no contrato, mas sem discriminação de valores

Quando o fornecimento de material ou a utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto o manual, estiver previsto em contrato, mas sem discriminação dos valores de material ou equipamento, a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, a:

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a) 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou recibo de prestação de serviços em geral;

b) 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da

fatura ou do recibo de prestação de serviços para os serviços de transporte passageiros, cujas despesas de combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da contratada;

c) 65% (sessenta e cinco por cento) do valor bruto da nota

fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, quando se referir à limpeza hospitalar;

d) 80% (oitenta por cento) do valor bruto da nota fiscal,

fatura ou recibo de prestação de serviços, quando se referir às demais limpezas.

6.3. Fornecimento de material ou utilização de

equipamento sem previsão contratual Não existindo previsão contratual de fornecimento de

material ou de utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto equipamento manual, e o uso deste não for inerente ao serviço, a base de calculo será da retenção será o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, mesmo havendo discriminação de valores nestes documentos.

A única exceção prevista é o caso de serviços de

transporte de passageiros, em que a base de calculo corresponderá a 30% (trinta por cento) do valor bruto dos mencionados documentos.

6.4. Fornecimento de equipamento não previsto

contratualmente, cuja utilização é inerente à execução dos serviços

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Mesmo não havendo previsão contratual, porém, se a

utilização do equipamento for inerente à execução dos serviços contratados, a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, a 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, observando-se, no caso da prestação de serviços na área da construção civil, os percentuais a seguir relacionados:

a) 10% (dez por cento) para pavimentação asfáltica;

b) 15% (quinze por cento) para terraplanagem, aterro sanitário e dragagem;

c) 45% (quarenta e cinco por cento) para obras de arte (pontes e viadutos);

d) 50% (cinqüenta por cento) para drenagem;

e) 35% (trinta e cinco por cento) para demais serviços realizados com a utilização de equipamento, exceto o manual.

2.7. CASOS DE DISPENSA DA RETENÇÃO

A contratante estará dispensada de efetuar a retenção

quando: a) o valor a ser retido por nota fiscal, fatura ou recibo for inferior ao limite mínimo estabelecido pelo INSS para recolhimento em GPS - atualmente R$ 29,00;

b) a contratada atender cumulativamente aos seguintes requisitos: não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular ou sócio e quando o faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição – atualmente R$5.336,30 (2 x R$2.668,15);

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c) a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou outros contribuintes individuais.

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Quadro Sinóptico da Apuração da Base de Cálculo

Nº Prestação de Serviços Requisito Essencial Limite de Dedução Base de Cálculo Fundamento

1 Fornecimento de material ou utilização de equipamento

• Discriminação no contrato • Discriminação na nota fiscal

• Valor de aquisição • Valor de locação

Valor bruto da nota fiscal – Limite de Dedução

Aquisição= comprovação pelo documento fiscal Locação = contrato de locação de equipamento

2 Fornecimento de material ou utilização de equipamento

• Previsão contratual • Sem Discriminação na nota

fiscal -

• 50% - serviços em geral; • 30% - transporte de passageiros; • 65% - limpeza hospitalar; • 80% - demais limpezas.

Determinação legal

3 Fornecimento de material ou utilização de equipamento

• Sem previsão contratual • Uso não for inerente a execução • C/S Discriminação na nota fiscal

-

• Regra = 100% valor bruto da nota fiscal;

• Exceção = 30% valor serviços de transporte de passageiros.

Determinação legal

4 Fornecimento de equipamento inerente a execução do serviço

• Sem previsão contratual • Uso for inerente a execução • C/S Discriminação na nota

fiscal

-

• Serviços diversos: - 50% valor bruto da nota fiscal. • Serviços da Construção Civil:

- 10% pavimentação; - 15% terraplenagem, aterro etc.; - 45% obras de arte (pontes etc); - 50% drenagem; - 35% demais serviços.

Determinação legal

5 Poderão deduzir os valores relativos à alimentação e vale-transporte

Discriminação dos valores ou parcelas na nota fiscal

• Custo de alimentação in natura fornecida

pela contratada. • Fornecimento de vale-transporte.

Valor bruto da nota fiscal – Limite de Dedução

De acordo com os programas de alimentação aprovados pelo M.T.E. conf. Lei 6.321/1976; Conforme a legislação própria.

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2.8. NÃO-APLICAÇÃO DA RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Não se aplica o instituto da retenção previdenciária de

11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços, nos seguintes casos:

a) à contratação de serviços prestados por trabalhadores

avulsos por intermédio de sindicato da categoria ou de órgão gestor de mão-de-obra (OGMO);

b) à empreitada total, quando a empresa construtora

assume a responsabilidade direta e total por obra de construção civil ou repasse o contrato integralmente a outra construtora, aplicando-se, nesse caso, o instituto da solidariedade;

Quadro Sinóptico da Dispensa de Retenção

Item Requisito Observação

LETRA “a” * Retenção inferior ao limite mínimo Atualmente R$ 29,00

* Sem empregados

* Serviço prestado pelo sócio LETRA “b”

* Valor igual ou inferior a duas vezes o teto

Atualmente R$ 5.336,30

* Profissão regulamentada

* Serviço prestado pelo sócio

* Sem auxílio de empregado e/ou autônomos

LETRA “c” (1ª parte)

* Não importa o valor do faturamento

Sociedade civil

* Ensino e treinamento

* Serviço prestado pelo sócio

* Sem auxílio de empregado e/ou autônomos

LETRA “c” (2ª parte)

* Não importa o valor do faturamento

Com exceção dos serviços constantes no Art.145 da IN 03/2005

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c) à contratação de entidade beneficente de assistência

social isenta de contribuições sociais; d) ao contribuinte individual equiparado à empresa, à

pessoa física, à missão diplomática e à repartição consular de carreira estrangeira;

e) à contratação de serviços de transporte de cargas, a

partir de 10/06/2003, data de publicação no DOU do Decreto nº 4.729/2003.

2.9. DESTAQUE DA RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

2.9.1. Destaque da retenção pela contratada

a) Obrigatoriedade

No momento da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, a contratada deverá destacar o valor da retenção com o título de “RETENÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”.

Esse destaque deverá ser identificado logo após a descrição dos serviços prestados, apenas para produzir efeito como parcela dedutível no ato de quitação da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, sem alteração do valor bruto destes documentos.

b) Falta de Destaque

Caso a empresa contratada prestadora de serviços não efetue o destaque do valor retido, conforme mencionado, ficará sujeita à autuação com a imposição da multa correspondente.

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2.9.2. Destaque da retenção pela Subcontratada

Havendo subcontratação, poderá ser deduzido o valor da

retenção a ser efetuada pela contratante os valores retidos da subcontratada e comprovadamente recolhidos pela contratada, desde que todos os documentos envolvidos se refiram à mesma competência e ao mesmo serviço.

Para tanto, a contratada deverá destacar na nota fiscal,

fatura ou recibo de prestação de serviços as retenções da seguinte forma:

a) retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor bruto dos serviços;

b) dedução de valores retidos de subcontratadas: informar o valor total correspondente aos valores retidos e recolhidos relativos aos serviços subcontratados;

c) valor retido para a Previdência Social: informar o valor correspondente à diferença entre a retenção apurada na forma da letra “a” e a dedução efetuada conforme a letra “b”, que indicará o valor a ser efetivamente retido pela contratante.

A contratada deverá encaminhar à contratante, juntamente

com a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, cópia dos seguintes documentos:

a) das notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços das subcontradas com o destaque da retenção;

b) dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontradas;

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c) da GFIP, elaboradas pelas subcontratadas, em que

conste, no campor “Inscrição Tomador CNPJ/CEI”, o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo”Denominação social Tomador de Serviço/Obra construção civil”, a denominação social da empresa contratada.

2.10. PRAZO DE RECOLHIMENTO DA RETENÇÃO

O recolhimento da contribuição previdenciária deverá ser

feito através da Guia da Previdência Social – GPS, por período de competência, a qual conterá o valor retido correspondente a 11% (onze por cento) sobre o valor bruto dos serviços, constante da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

O contratante deverá efetuar o recolhimento dos valores

retidos em um único documento de arrecadação (GPS), quando dentro do período competência, o mesmo estabelecimento da contratada emitir mais de uma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

O prazo de recolhimento, prorrogação deste prazo,

procedimentos para recolhimento, bem como, conseqüências pelo não-recolhimento da retenção previdenciária são descritos a seguir:

a) Prazo de recolhimento – até o dia 02 do mês seguinte ao

da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

b) Prorrogação do prazo – prorroga-se este prazo para o 1º

dia útil subseqüente, quando no dia 02 não houver expediente bancário.

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c) Procedimentos de recolhimento – preencher no documento de arrecadação (GPS) os seguintes campos:

• Identificador – o numero CNPJ do estabelecimento da empresa contratada;

• Nome ou denominação social – o nome da empresa da contratada, seguida o da empresa contratante;

d) Não-recolhimento – a falta de recolhimento no prazo

legal das importâncias retidas configura, em tese, crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A do Código Penal.

2.11. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DAS EMPRESAS

2.11.1. Obrigações Acessórias da Empresa Contratada A empresa contratada deverá elaborar:

a) folhas de pagamento distintas e o respectivo resumo geral para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante, relacionando todos os segurados alocados na prestação de serviços;

b) GFIP com as informações relativas aos tomadores de

serviços para cada estabelecimento da empresa contratante ou cada obra de construção civil, utilizando os códigos de recolhimento próprios da atividade;

c) Demonstrativo mensal por contratante e por contrato,

assinado pelo seu representante legal, contendo:

• A denominação social e o CNPJ da contratante ou a matrícula CEI da obra de construção civil;

• O numero e a data de emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

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• O valor bruto, o valor retido e o valor o líquido recebido relativo à nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

• A totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil ou por estabelecimento da contratante, conforme o caso.

2.11.2.Obrigações Acessórias da Empresa Contratante

A empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, por empresa contratada, em ordem cronológica, durante 10 anos, as notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, as correspondentes GFIP e, se for o caso, cópia dos documentos relativos à subcontratação, a saber:

a) das notas fiscais, faturas ou recibo de prestação de

serviços das subcontratadas com o destaque da retenção;

b) dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos

das subcontratadas; c) das GFIP´s, elaboradas pelas subcontratadas, em que

conste no campo “Inscrição do Tomador CNPJ/CEI”, o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo “Denominação social Tomador de Serviço/Obra construção civil”, a denominação social da empresa contratada.

2.12. PROCEDIMENTOS PRÁTICOS DE APURAÇÃO E

RECOLHIMENTO

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12.1. Procedimentos de Apuração e Recolhimento da Retenção Previdenciária O contratante ou tomador dos serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, após o término dos serviços ou durante a execução, conforme disposição contratual, deverá adotar os seguintes procedimentos efetuar o pagamento e recolhimento da retenção previdenciária: 1º) Passo: exigir a emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação dos serviços com destaque da retenção previdenciária, além de outros tributos pertinentes; 2º) Passo: apurar e calcular a base de calculo da retenção previdenciária dos serviços prestados, segundo disposições contratuais e legais, quando for o caso;

3º) Passo: conferir o cálculo da retenção da contribuição previdenciária da empresa prestadora de serviços; 4º) Passo: determinar o valor líquido a pagar a contratada pelos serviços prestados, o qual será a diferença entre valor bruto e o valor retido; 5º) Passo: preencher a Guia de Previdência Social – GPS, conforme instruções constantes no item 2.12.3 deste manual;

6º) Passo: recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS a importância retida dentro do prazo para recolhimento;

7º) Passo: cumprir com as obrigações acessórias pertinentes ao contratante dos serviços prestados.

2.12.2. Modelo da Guia da Previdência Social (GPS)

O recolhimento da retenção da contribuição previdenciária

deverá ser feito através da Guia da Previdência Social – GPS, segundo modelo abaixo:

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Modelo da Guia da Previdência Social – GPS

3.CODIGO DE PAGAME PAGAMENTO

4. COMPETÊNCIA

PREVIDENCIA SOCIAL

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – MPS

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - GPS

5. IDENTIFICADOR 6. VALOR DO INSS 7. 8.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/ FONE/ ENDEREÇO:

9. VALOR DE OUTRAS ENTIDADES

2. VENCIMENTO (Uso do INSS) 10. ATM, MULTA E

JUROS ATENÇÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado.

11. TOTAL 12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA

2.12.3. Instruções para o preenchimento da Guia da

Previdência Social (GPS) A empresa contratante depois de efetuar a retenção

previdenciária por ocasião do pagamento pelos serviços prestados deverá preencher a Guia da Previdência Social, de acordo com as seguintes instruções:

• Campo 1: Nome e endereço da empresa contratada e contratante.

• Campo 3: Código de pagamento ref. a contribuição.

• Campo 4: Mês e ano da prestação dos serviços.

• Campo 5: Numero do CNPJ da empresa contratada.

• Campo 6: Valor da retenção previdenciária a ser recolhida.

• Campo 7: Valor da contribuição de terceiros, se for o caso;

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• Campo 10: Valor atualização monetária, multa e juros, se for o caso;

• Campo 11: Valor da retenção previdenciária, acrescido ou não do campo 9 e 10.

2.12.4. Código de Recolhimento das Contribuições O código de pagamento a ser utilizado pelos órgãos e entidades da Administração Publica Estadual para recolhimento das retenções previdenciárias relativas aos serviços prestados ou contratados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada será o seguinte:

Código Descrição do Código de Pagamento

2631 Contribuição retida sobre a NF/Fatura da Empresa Prestadora de Serviço - CNPJ/MF (Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista)

2640 Contribuição retida sobre NF/Fatura da Empresa Prestadora de Serviço - CNPJ/MF (Órgão do Poder Público Administração Direta, Autarquia e Fundação).

2.12.5. Exemplo Prático de Apuração e Recolhimento da

Retenção Previdenciária Apresentamos a seguir exemplos práticos de apuração e

recolhimento de retenção previdenciária, envolvendo exemplos com emissão de nota fiscal, cálculo da retenção, cálculo do valor a pagar, conferência e preenchimento do documento de arrecadação.

Exemplo 1. Contratação de serviços de limpeza por

empresa pública ou sociedade de economia mista.

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A Empresa Pública Beta contratou a Limpa Tudo Ltda. para realizar a limpeza do edifício. O preço do serviço foi ajustado em R$10.000,00. O serviço foi iniciado no dia 20/04/2005 e terminando em 21/05/2005, data em que a empresa Limpa Tudo emitiu o documento fiscal correspondente.

1º) Passo: Emissão de nota fiscal de serviço pela empresa:

EMPRESA LIMPA TUDO

Endereço: Rua Publicana, 100 - Centro Município: Cuiabá - Estado: MT

CNPJ nº 00.002.003/0001-02 - Inscr. Mun. nº 100200-7

NOTA FISCAL Nº 007 DE SERVIÇOS Série A

Data de Emissão: 21/05/2005 Data de Validade: 31/12/2007

Usuário dos Serviços Nome: Empresa Publica Beta Ltda Endereço: Município: Estado: CNPJ/CPF: Inscr. Municipal:

Preço – R$ Quanti-dade

Unidade Discriminação dos Serviços Unitário Total

1 Prestação de serviços de limpesa 10.000,00 10.000,00

- RETENÇÃO P/CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA 11%= R$ 1.100,00

NÃO VALE COMO RECIBO VALOR TOTAL

DA NOTA 10.000,00

Nota Importante: Ressaltamos que neste trabalho não será abordado o instituto da

retenção do Imposto sobre serviços e nem Imposto de Renda Retido na Fonte, os quais são objetos de outros trabalhos.

2º) Passo: Apuração da base de cálculo da retenção

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor bruto dos serviços 100% R$ 10.000,00 2 (-) Redução legal ou contratual - - 3 = Valor da base de calculo 100% R$ 10.000,00

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3º) Passo: Conferência do cálculo da retenção previdenciária

destacada na nota fiscal:

Item Discriminação Referência Valor 1 Base de cálculo da retenção 100% R$ 10.000,00 2 Alíquota de retenção previdenciária 11% - 3 Valor da retenção previdenciária 11% x 10.000,00 R$ 1.100,00

4º) Passo: Determinação do valor a pagar ao contratante

pelos serviços prestados: Item Discriminação Referência Valor

1 Valor bruto dos serviços 100% R$ 10.000,00 2 (-) Retenção previdenciária 11% R$ 1.100,00 3 Valor líquido a pagar 89% R$ 8.900,00

5º) Preenchimento da Guia da Previdência Social – GPS

para recolhimento:

3. CÓDIGO DE PAGAMENTO

2631

4. COMPETÊNCIA 05/2005

PREVIDENCIA SOCIAL

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – MPS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –

INSS

GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – GPS 5. IDENTIFICADOR

00.002.003/0001-02

6. VALOR DO INSS 1.100,00 7. 8.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/ FONE/ ENDEREÇO: EMPRESA LIMPA TUDO (CEDENTE) EMPRESA PÚBLICA BETA (TOMADORA) - RETENÇÃO 11% NFS 007 9. VALOR DE OUTRAS

ENTIDADES

2. VENCIMENTO (Uso do INSS) 10. ATM, MULTA E

JUROS

ATENÇÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado.

11. TOTAL 1.100,00

12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA

6º) Passo: Recolhimento ou pagamento dos valores retidos

à Previdenciária Social - INSS:

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Efetuar o recolhimento (pagamento) da importância retida,

através da Guia de Previdência Social – GPS, em qualquer estabelecimento bancário até o dia 02 do mês seguinte ao da emissão da nota fiscal, a saber:

• Data de emissão da NFS: 21/05/2005

• Data de pagamento da GPS: 02/06/2005

• Valor total a recolher/ pagar: R$ 1.100,00 6) Cumprimento das obrigações acessórias por parte da

empresa contratante:

Além do cumprimento das obrigações acessórias constantes no item 2.11.2 deste manual, a empresa contratante (tomador) deverá entregar a empresa contratada (cedente) o comprovante de pagamentos e retenção de contribuição à previdência Social;

* * *

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3. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 3.1. CONCEITO DE CONSTRUÇÃO CIVIL Segundo art. 413, da IN MPS/SRF nº 003/2005, considera-se “ obra de construção civil a construção, a demolição, a reforma, a ampliação de edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo. 3.2. RETENÇÃO PREVIDENCIÁRIA

As obras e serviços prestados na construção civil sujeita a retenção previdenciária de 11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, admitida as deduções legais e contratuais para apuração da base de cálculo, como previsto no item 2.6 deste manual. 3.3. SERVIÇOS SUJEITOS A RETENÇÃO Estão sujeito a retenção previdenciária, na construção civil, os serviços prestados mediante:

a) contrato de empreitada parcial;

b) obras e serviços da construção civil;

c) a reforma de pequeno valor.

3.4. CASOS DE DISPENSA DA RETENÇÃO Não se sujeitam à retenção previdenciária os serviços de construção civil prestados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra de:

a) administração, fiscalização, supervisão ou gerencia-mento de obras;

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b) assessoria ou consultoria técnicas;

c) controle de qualidade de materiais;

d) fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou preparada;

e) jateamento ou hidrojateamento;

f) perfuração de poço artesiano;

g) elaboração de projeto de construção civil vinculado a uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);

h) ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo, provas de carga, ensaios de resistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros serviços afins);

i) serviços de topografia;

j) instalação de antenas, de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão;

k) locação de caçamba;

l) locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros utensílios sem fornecimento de mão-de-obra;

m) venda com instalação de estrutura metálica, de equipamento ou de material,com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil;

n) fundações especiais.

3.5. APLICAÇÃO DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES

Aplica-se aos serviços da construção civil sujeitos a

retenção previdenciária as demais disposições prevista no item 2, deste manual, principalmente, relativo a apuração da base de cálculo, prazo de recolhimento e obrigações acessórias da contratante e contratada.

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3.6. SOLIDARIEDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

3.6.1. Responsabilidade Solidária O proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o condomínio de unidade imobiliária, pessoa jurídica ou física, quando contratar a execução da obra mediante empreitada total, são solidários com empresa construtora, e esta e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento da obrigação previdenciária principal.

A Administração Pública ao contratar obra de construção civil por empreitada total, responde solidariamente pelas contribuições sociais previdenciárias decorrentes da execução do contrato.

Ao contratante, responsável solidário, é ressalvado o direito regressivo contra o contratado e admitida a retenção da importância devida a este para garantia do cumprimento das obrigações previdenciárias.

3.6.2. Hipóteses de Aplicação da Responsabilidade Solidária

Aplica-se o instituto da responsabilidade solidária nos seguintes casos:

a) na contratação de execução de obra por empreitada total, a qual consiste na contratação de um empreendimento na sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em plenas condições de utilização ou operação;

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b) no repasse integral do contrato nas mesmas condições pactuadas, hipótese em que a responsabilidade solidária será aplicada a todas as empresas envolvidas (contratada originalmente e a subcontratada), além da solidariedade entre o proprietário, o dono da obra ou o incorporador e aquelas.

3.6.3. Elisão da Responsabilidade Solidária A responsabilidade solidária do proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o condomínio de unidade imobiliária, como a empresa construtora, será elidida com a comprovação, conforme o caso:

a) das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração contida na folha de pagamento dos segurados utilizados na prestação de serviços e respectiva GFIP, corroborada por escrituração contábil, se o valor recolhido for inferior ao aferido indiretamente, mínimo de 40% (quarenta por cento) do valor dos serviços contido nas notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços;

b) das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração da mão-de-obra contida em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, aferidas indiretamente, mínimo de 40% (quarenta por cento) do valor dos serviços contido nas notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, caso a contratada não apresente a escrituração contábil formalizada na época da regularização da obra;

c) das retenções previdenciárias de 11% (onze por cento) efetuados pela empresa contratante, incidente sobre o valor bruto das notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços emitidos pela construtora mediante empreitada total;

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d) das retenções efetuadas com base nas notas fiscais,

faturas ou recibos de prestação de serviços emitidos pelas subempreiteiras, que tenham vinculação inequívoca com a obra construída.

Ressaltamos, no entanto, que a contratante de empreitada total, ainda que órgãos e entidades da Administração Pública, poderá elidir-se da responsabilidade solidária mediante:

a) a retenção de 11% (onze por cento) o valor bruto das

notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços contra ela emitido pela contratada;

b) a comprovação do recolhimento do valor retido a

Previdência Social, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada; e

c) apresentação da documentação comprobatória do

gerenciamento dos riscos operacionais, na forma prevista no art. 381, observado o disposto no art. 172, da IN MPS/SRP nº 003/2005.

Também, excluem-se da responsabilidade solidária as demais formas de contratação de empreitada de obra de construção civil de responsabilidade de pessoa jurídica, aplicando-se o instituto da retenção, bem como, das contribuições destinadas a terceiros (entidades e fundos) arrecadadas e cobradas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

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3.7. PROCEDIMENTOS PRÁTICOS DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO 3.6.1. Exemplo Prático de Apuração e Recolhimento da

Retenção Previdenciária

Exemplo. Contratação de serviços com fornecimento de material ou utilização de equipamento por órgão público.

A Secretaria Faz Tudo contratou a Alicerce Cuiabá Ltda. para reformar seu prédio com fornecimento de material previsto em contrato, no valor de R$ 15.000,00. A empresa iniciou e terminou a obra em 25/07/2005, emitindo nota fiscal de serviços.

1º) Passo: Emissão de nota fiscal de serviço pela empresa:

ALICERCE CUIABÁ LTDA Endereço: Av Brasil, 1000 – CPA II Município: Cuiabá - Estado: MT

CNPJ nº 01.002.003/0001-04 - Inscr. Mun. nº 100400-8

NOTA FISCAL Nº 015 DE SERVIÇOS Série A

Data de Emissão: 25/07/2005 Data de Validade: 31/12/2007

Usuário dos Serviços Nome: Secretaria Faz Tudo Endereço: Município: Estado: CNPJ/CPF: Inscr. Municipal:

Preço – R$ Quanti-dade

Unidade Discriminação dos Serviços Unitário Total

1 Prestação de serviços de reforma c/ forne- 15.000,00 15.000,00

cimento de material, conforme contrato.

Fornecimento de material = R$ 10.000,00

Serviços de Mão-de-obra = R$ 5.000,00

- RETENÇÃO P/CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA 11%= R$ 1.100,00

NÃO VALE COMO RECIBO VALOR TOTAL

DA NOTA 15.000,00

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Nota Importante: Ressaltamos que neste trabalho não será abordado o instituto da

retenção do Imposto sobre serviços e nem Imposto de Renda Retido na Fonte, os quais são objetos de outros trabalhos.

2º) Passo: Apuração da base de cálculo da retenção

Item Discriminação Referência Valor 1 Valor bruto dos serviços 100% R$ 15.000,00 2 Valor do fornecimento de material (*) Previsão R$ 10.000,00 3 (-) Redução legal ou contratual 50% - 4 = Valor da base de calculo 50% x 15.000,00 R$ 7.500,00

(*) O valor do material fornecido deve estar discriminado no

contrato, em cláusula ou planilha anexo expressamente previsto no contrato, para ocorra a redução integral.

3º) Passo: Conferência do cálculo da retenção previdenciária

destacada na nota fiscal:

Item Discriminação Referência Valor 1 Base de cálculo da retenção 50% R$ 7.500,00 2 Alíquota de retenção previdenciária 11% - 3 Valor da retenção previdenciária 11% x 7.500,00 R$ 825,00

4º) Passo: Determinação do valor a pagar ao contratante

pelos serviços prestados: Item Discriminação Referência Valor

1 Valor bruto dos serviços 100% R$ 15.000,00 2 (-) Retenção previdenciária 11% R$ 825,00 3 Valor líquido a pagar 89% R$ 14.175,00

5º) Preenchimento da Guia da Previdência Social – GPS

para recolhimento:

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3. CÓDIGO DE PAGAMENTO 2640

4. COMPETÊNCIA 07/2005

PREVIDENCIA SOCIAL

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – MPS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –

INSS

GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – GPS 5. IDENTIFICADOR 01.002.003/0001-04

6. VALOR DO INSS 825,00 7. 8.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/ FONE/ ENDEREÇO: ALICERCE CUIABA (CEDENTE) SECRETARIA FAZ TUDO (TOMADORA) - RETENÇÃO 11% NFS 015

9. VALOR DE OUTRAS ENTIDADES

2. VENCIMENTO (Uso do INSS) 10. ATM, MULTA E

JUROS

ATENÇÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado.

11. TOTAL 825,00

12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA

6º) Passo: Recolhimento ou pagamento dos valores retidos

à Previdenciária Social - INSS:

Efetuar o recolhimento (pagamento) da importância retida, através da Guia de Previdência Social – GPS, em qualquer estabelecimento bancário até o dia 02 do mês seguinte ao da emissão da nota fiscal, a saber:

• Data de emissão da NFS: 25/07/2005

• Data de pagamento da GPS: 02/08/2005

• Valor total a recolher/ pagar: R$ 825,00 7) Cumprimento das obrigações acessórias por parte da

empresa contratante:

Além do cumprimento das obrigações acessórias constantes no item 2.11.2 deste manual, a empresa contratante (tomador) deverá entregar a empresa contratada (cedente) o comprovante de pagamentos e retenção de contribuição à previdência Social;

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4. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DAS COOPERA-

TIVAS DE TRABALHO 4.1. CONCEITO DE COOPERATIVA DE TRABALHO Cooperativa de trabalho, urbana ou rural, é uma sociedade de pessoas, sem fins lucrativos, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, constituída para prestar serviços a seus associados.

Cooperativa de trabalho, espécie do gênero cooperativa, também denominada cooperativa de mão-de-obra, é a sociedade formada por operários, artífices ou pessoas da mesma profissão ou ofício ou de vários ofícios de uma mesma classe, que, na qualidade de associados, prestam serviços a terceiros por seu intermédio.

4.2. ENQUADRAMENTO PREVIDENCIÁRIO 4.2.1. Trabalhadores Cooperados

São contribuintes individuais, entre outros, o trabalhador associado à cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros, a qual efetuará a retenção e recolhimento de suas contribuições sobre o valor das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas, no decorrer do mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

4.2.2. Cooperativa de Trabalho A cooperativa de trabalho não está sujeita à contribuição patronal de 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações ou retribuições pagas, distribuídas ou creditadas, no decorrer do

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mês aos respectivos cooperados, pelos serviços que, por seu intermédio, tenham prestados as empresas. 4.3. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A Lei nº 9.876/1999 institui a contribuição a cargo da empresa contratante, a qual deverá recolher 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo relativo a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços por cooperativa de trabalho, a titulo de contribuição previdenciária patronal. 4.4. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO 4.4.1. Base de Cálculo das Atividades em Geral

A base de cálculo da contribuição previdenciária é o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços relativos a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho. 4.4.2. Bases de Cálculo de Atividades Especiais

Na prestação de serviços de cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho que houver fornecimento de material ou utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto os manuais, esses valores serão deduzidos da base de cálculo da contribuição previdenciária, desde que atendidos os seguintes requisitos:

a) existência previsão contratual de fornecimento de material ou utilização de equipamentos;

b) discriminação na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços;

c) comprovação do custo de aquisição dos materiais e de locação de equipamentos de terceiros, se for o caso.

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Na atividade de transporte de cargas e de passageiros, os

serviços prestados por cooperados intermediados por cooperativas de trabalho, a base de cálculo da contribuição previdenciária não será inferior a 20% (vinte por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviço, desde que os veículos e as respectivas despesas com manutenção e combustível corram por conta da cooperativa.

4.4.3. Base de Cálculo de Atividades da Saúde

Nas atividades da área de saúde, serviços médicos e técnicos de medicina, prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, a base de cálculo da contribuição previdenciária será definida pelas peculiaridades da cobertura do contrato, observado os seguintes critérios: I – nos contratos coletivos para pagamento por valor predeterminado, quando os serviços ou materiais fornecidos não estiverem discriminados na nota fiscal ou fatura, a base de cálculo não poderá ser:

a) inferior a 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura, quando se referir a contrato de grande risco ou de risco global;

b) superior a 65% (sessenta e cinco por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura, quando se referir o contrato de pequeno risco.

II – nos contratos coletivos por custo operacional,

celebrado com empresa, onde a cooperativa médica e a contratante estipulam, de comum acordo, um tabela de serviços e honorários, cujo pagamento é feito após o atendimento, a base de cálculo será o valor dos serviços efetivamente realizados pelos cooperados.

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Na atividade na área de saúde, os serviços odontológicos,

prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, a base de cálculo da contribuição previdenciária não será inferior a 65% (sessenta e cinco por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, caso os serviços prestados e os materiais não estejam discriminados na respectiva da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

No entanto, na celebração de contrato coletivo de plano de

saúde da cooperativa médica ou odontológica com empresa, em que o pagamento do valor seja rateado entre a contratante e seus beneficiários, deverão ser consideradas como base de cálculo da contribuição previdenciária o valor bruto da nota fiscal ou fatura emitida contra a empresa.

4.5.RETENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DOS COOPERADOS

A Lei 10.666/2003 trouxe também alterações quanto ao recolhimento das contribuições previdenciárias devidas pelas cooperativas de trabalho, as quais devem descontar a contribuição previdência de 11% (onze por cento) sobre o valor das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas, no decorrer do mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

Caso o cooperado, por intermédio da cooperativa de

trabalho, prestar serviço a pessoa física ou a entidades beneficentes de assistência social isentas da contribuição patronal, o desconto será de 20% (vinte por cento) do valor da remuneração ou retribuição paga ou distribuída, no decorrer do mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

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4.6. PRAZO DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES 4.6.1. Contribuições Previdenciária dos Empregados

As cooperativas de trabalho têm prazo até o dia 2 do mês seguinte para recolher as contribuições descontadas de seus empregados, dos contribuintes individuais e empresas que lhe prestem serviços sujeitos a retenção, juntamente com as suas contribuições, prorrogando-se para o próximo dia útil, quando o dia do vencimento não for dia útil. 4.6.2. Contribuições Previdenciária dos Cooperados As cooperativas de trabalho têm prazo até o dia 15 do mês seguinte para recolher as contribuições descontadas de seus cooperados, prorrogando-se para o próximo dia útil, quando o dia do vencimento não for dia útil. 4.6.3. Contribuição Previdenciária da Empresa Contratante

A empresa contratante deverá recolher a contribuição previdenciária patronal até o dia 2 do mês seguinte, incidente sobre a base de cálculo relativo a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços de cooperativa de trabalho, prorrogando-se para o próximo dia útil, quando o dia do vencimento não for dia útil. 4.7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DA COOPERATIVA

A cooperativa de trabalho está obrigada a cumprir as obrigações acessórias prevista na legislação tributária, previdenciária e comercial. Entre elas está a incumbência de preparar mensalmente as folhas de pagamento das remunerações pagas a todos os segurados a seu serviço, fazer os respectivos

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lançamentos contábeis e prestar todas as informações solicitadas, por meio da fiscalização previdenciária. 5. PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Caso o empregado possua mais de um vínculo empregatício (empregos simultâneos), deverá cada empresa empregadora proceder ao desconto da contribuição previdenciária no respectivo salário.

R. O segurado empregado contribuirá à Previdência Social

em todos os vínculos empregatícios, observado o limite máximo do salário-de-contribuição (atualmente R$ 2.668,15).

Para fim de observação do teto máximo de contribuição, o segurado deverá comunicar tal fato a todos os seus empregadores, informando mensalmente, a remuneração recebida até o limite do salário-de-contribuição, envolvendo todos os vínculos, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário de contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada. Se a remuneração global for superior ao limite máximo de salário-de-contribuição, o segurado poderá eleger qual o empregador que procederá ao desconto sobre a parcela do salário de contribuição complementar até o teto máximo de contribuição, observada a alíquota correspondente à soma das remunerações de todos os vínculos. Caso o contrário os empregadores deverão efetuar o desconto da contribuição proporcionalmente ao teto máximo do salário de contribuição. 2) Para o contribuinte individual o que é salário de contribuição.

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R. Salário de Contribuição é o total das remunerações pagas ou creditadas à qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais, autônomos ou empresários, que lhe prestem serviços e corresponde a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo de salário de contribuição. 3) Qual é o limite mínimo e máximo de salário de contribuição. R. Atualmente o limite mínimo de salário de contribuição é de R$ 300,00, ou seja, um salário mínimo, e o limite máximo de salário de contribuição é de R$2.668,15, os quais atualizados anualmente pela Previdência Social.

4) O teto máximo do salário de contribuição deverá ser observado pelas empresas na contratação de contribuintes individuais. R. As empresas, inclusive as optantes pelo simples, que utilizarem os serviços de contribuintes individuais, seja ele autônomo ou empresário, ficam obrigadas a arrecadar a contribuição previdenciária desse segurado, mediante desconto de 11% (onze por cento) a ser efetuado na remuneração correspondente aos serviços prestados, observados o limite máximo do salário de contribuição. 5) Qual é o fato gerador da obrigação previdenciária do contribuinte individual. R. Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação previdenciária principal e existentes seus efeitos no mês em que for paga, devida ou creditada a remuneração.

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6) A empresa contratante de serviços é obrigada a inscrever contribuinte individual não inscrito no RGPS. R. Sim. Ao contratar um contribuinte individual – profissional autônomo – ainda não inscrito no RGPS, a empresa contratante deverá proceder à respectiva inscrição da seguinte forma:

a) pela internet, no site www.previdenciasocial.gov.br - o cadastramento será feito mediante informações dos dados pessoais, tais como: nome completo, data de nascimento, sexo, cédula de identidade, CPF, CTPS etc;

b) pelo telefone, no PrevFone 0800-78191 – nesta hipótese o cadastramento exige as mesmas informações constantes da alínea “a”. 7) Se o contribuinte individual prestar serviços a mais de uma empresa, dento do mês, será descontada a contribuição previdenciária relativa a cada remuneração recebida. R. Sim. Caso não tenha atingido limite máximo do salário de contribuição. Os segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, dentre eles o contribuinte individual, estão sujeitos ao desconto da contribuição previdenciária até o teto máximo do salário de contribuição. Assim, o contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa, deverá informar às outras empresas o total das remunerações recebidas no mês que atingiu o limite máximo do salário de contribuição, ou caso não atingiu, que somada a sua remuneração não ultrapasse o referido limite, mediante a apresentação dos seguintes documentos:

a) Comprovantes de pagamentos fornecidos pelas empresas contratantes ou tomadoras dos serviços;

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b) Declaração emitida pelo contribuinte individual, sob penas da lei, consignando o valor sobre o qual já sofreu desconto naquele mês, até o limite máximo do salário de contribuição.

8) É devida a retenção de contribuição previdenciária de segurado empregado que exerce atividade como contribuinte individual simultaneamente. R. Sim. O segurado que exerce atividade como empregado e concomitantemente exerce atividade como contribuinte individual terá como salário de contribuição a remuneração efetivamente recebida nessa atividade, observado o limite máximo do salário de contribuição e a contribuição previdenciária deverá ser calculada mediante aplicação da alíquota correspondente à faixa salarial. 9) Como será apurado o valor da mão-de-obra do transportador ou condutor autônomo para efeito de recolhimento da contribuição previdenciária da empresa. R. Considera-se remuneração paga ou creditada ao transportador ou condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive ao condutor auxiliar e o taxista, a importância correspondente a 20% (vinte por cento) do rendimento bruto a título de frete, carreto ou transporte de passageiros. 10) Como será determinado o desconto do transportador autônomo a título de contribuição previdenciária. R. A empresa tomadora de serviços deverá descontar o valor correspondente a 11% (onze por cento) da remuneração paga ou creditada ao transportador autônomo, a qual é determinada como sendo a importância correspondente a 20% (vinte por cento) do valor que lhe for pago ou creditado a título de frete, carreto ou transporte de passageiros.

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11) No caso de a empresa contratar representante comercial pessoa física, que recolhimentos deverão ser efetuados para a Previdência Social. R. Tratando-se de representante comercial pessoa física, a empresa contratante, desde a competência abril/2003, está obrigada a descontar do contribuinte individual e recolher na sua GPS os 11% (onze por cento) sobre o valor total pago, observado o teto do salário-de-contribuição. Lembrando que, sobre o valor total pago ao representante, a empresa deverá recolher 20% (vinte por cento) a título de contribuição previdenciária patronal, salvo se a empresa for optante pelo Simples, caso em que estará desobrigada deste recolhimento. 12) A empresa deve incluir em folha de pagamento a remuneração paga ou devida ao trabalhador contribuinte individual que lhe presta serviços. R. Sim. A empresa deverá elaborar a folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento uma via do respectivo documento e recibos de pagamentos. 13) A empresa que remunera contribuinte individual está obrigada a informar essa prestação de serviços na GFIP. R. Sim. A empresa e a equiparada estão obrigadas a informa mensalmente, em GFIP, emitida por estabelecimento de empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, os dados cadastrais do contribuinte individual, os fatos geradores das contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS.

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14) A empresa que remunera contribuinte individual deve recolher o valor devido à Previdência Social em guia separada como na retenção de pessoa jurídica prestadora de serviços. R. A empresa é obrigada a reter a contribuição previdenciária do contribuinte individual a seu serviço, mediante desconto de 11% (onze por cento) na remuneração a ele paga ou creditada, e recolher o produto arrecadado juntamente com as contribuições a seu cargo. Dessa forma, o valor descontado do contribuinte individual integrará a GPS da empresa, no campo 6, não havendo, portanto obrigatoriedade de efetuar tal recolhimento em GPS distinta. 15) A empresa contratante de serviços de contribuinte individual deve fornecer comprovante de pagamento dos serviços prestados. R. Sim. Por ocasião do pagamento da remuneração devida ao prestador de serviços, a empresa contratante deverá fornecer-lhe o comprovante de pagamento pelo serviço prestado, consignando:

a) Valor da remuneração; b) Valor do desconto feito a título de contribuição

previdenciária; c) Identificação completa da empresa contratante,

inclusive com nº CNPJ; d) Numero de inscrição do contribuinte individual no

INSS (NIT). 16) Além da contribuição previdenciária, é devida alguma outra contribuição social pelo transportador autônomo de veículo rodoviário.

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R. O transportador autônomo de veículo rodoviário, inclusive o condutor auxiliar e o taxista, bem como o cooperado filiado à cooperativa de transporte autônomo, está sujeito ao pagamento da contribuição para terceiros – SENAT e SEST – respectivamente, nas alíquotas de 1% e 1,5%, incidente sobre o salário de contribuição, que deverá ser descontada e recolhida pela empresa contratante dos serviços ou pela cooperativa de trabalho, conforme o caso. 17) Qual a alteração substancial trazida pela lei 9.711/98 para algumas empresas prestadoras de serviços. R. A Lei 9.711/1998 introduziu a obrigatoriedade da retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, a título de contribuição previdenciária, das empresas prestadoras de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada. 18) Qual a diferença entre prestação de serviço mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada. R. Entende-se por cessão de mão-de-obra a colocação à disposição da contratante (em suas dependências ou nas de terceiros), de segurados que realizem serviços contínuos relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário. Já empreitada é a execução de tarefa, obra ou serviço, contratualmente estabelecida, relacionada ou não com a atividade-fim da empresa contratante, tendo como objeto um fim específico ou resultado pretendido.

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19) Quais os tipos de serviços sujeitos a retenção da contribuição previdenciária, enquadrados como cessão de mão-de-obra. R. Enquadram-se como serviços realizados mediante cessão de mão-de-obra, os seguintes serviços: limpeza, conservação e zeladoria, vigilância e segurança, construção civil, serviços rurais, digitação e preparação de dados para processamento; acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; cobrança, coleta e reciclagem de lixo e resíduos, copa e hotelaria, corte e ligação de serviços públicos, distribuição, treinamento e ensino, entrega de contas e documentos, ligação e leitura de medidores; manutenção de instalações, de máquinas, equipamentos e veículos; montagem; operação de máquinas, equipamentos e veículos; operação de pedágios e terminais de transporte; operação de transporte de passageiros; portaria, recepção e ascensorista; recepção, triagem e movimentação de matérias; promoção de vendas e eventos; secretaria e expediente; saúde, telefonia, inclusive telemarketing. 20) Quais os tipos de serviços sujeitos a retenção da contribuição previdenciária, enquadrados como cessão de mão-de-obra ou empreitada. R. Enquadram-se como serviços realizados mediante empreitada de mão-de-obra, os seguintes serviços: limpeza, conservação e zeladoria; vigilância e segurança, construção civil, serviços rurais e digitação e preparação de dados para processamento. 21) Quem está obrigado a fazer a retenção da contribuição previdenciária e recolhimento a Previdência Social.

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R. A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, inclusive as empresas optantes pelo Simples e órgãos públicos da administração direta e indireta. 22) É devida a retenção de 11% a título de contribuição previdenciária das empresas prestadora de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada optantes do Simples.

R. Sim. As empresas optantes pelo simples que prestarem serviços mediante cessão de mão-de-obra e empreitadas estão sujeitos a retenção previdenciária de 11% (onze por cento) incidente sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. 23) Como deve ser emitido a nota fiscal, a fatura ou recibo de prestação de serviços pela empresa contratada. R. A contratada deverá emitir nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, destacando o valor da retenção com o título de “RETENÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”, logo após a descrição dos serviços prestados, apenas para produzir efeito como parcela dedutível no ato da quitação do documento, sem alteração do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços. 24) A atividade de transporte de cargas entre pessoas jurídicas está sujeita à retenção de 11% para a Seguridade Social. R. A atividade de transporte de carga não mais se sujeita à retenção de 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo, a partir de 10/06/2003, data de publicação no DOU do Decreto nº 4.729/2003.

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25) No caso de contratação de mão-de-obra temporária, a base de cálculo referente à retenção de 11% para a seguridade social será o total da nota fiscal ou poderá ser abatida a taxa administrativa. R. O valor relativo à taxa de administração ou de agenciamento, ainda que figure discriminado na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não poderá ser objeto de dedução da base de cálculo da retenção, inclusive no caso de serviços prestados por trabalhadores temporários. 26) Quando a empresa contratante estará dispensada de efetuar a retenção de 11% na contratação de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

R. O art. 148 da Instrução Normativa MPS/SRP nº 003/2005, preceitua as hipóteses que a contratante fica dispensada de efetuar a retenção se:

a) o valor correspondente a 11% dos serviços contidos em cada nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo estabelecido pelo INSS para recolhimento em documento de arrecadação (atualmente equivale a R$ 29,00);

b) a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou inferior a duas vezes o limite máximo do salário de contribuição, cumulativamente (atualmente equivale a R$ 5.336,30);

c) a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou outros contribuintes individuais.

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27) Em que hipóteses não se aplicam o instituto da retenção das contribuições previdenciárias.

R. Segundo o art. 176, da IN MPS/SRP nº 003/2005, não

se aplica o instituto da retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor total dos serviços, quando relacionados:

a) à contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio de sindicato da categoria ou de órgão gesto de mão-de-obra (OGMO);

b) à empreitada total, quando a empresa construtora assume a responsabilidade direta e total por obra de construção civil ou repasse o contrato integralmente a outra construtora, aplicando-se, nesse caso, o instituo da solidariedade;

c) à contratação de entidade beneficente de assistência social isenta de contribuições sociais;

d) ao contribuinte individual equiparado à empresa, à pessoa física, à missão diplomática e à repartição consular de carreira estrangeira;

e) à contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10/06/2003, data de publicação no DOU do Decreto nº 4.729/2003.

28) Em atenção à legislação previdenciária, como deve ser elaborada a folha de pagamento pelas as empresas em geral. R. A folha de pagamento deverá ser elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção de serviços e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, o qual deverá discriminar o nome dos segurados, indicando os serviços prestados; agrupar os segurados por categorias (segurado empregado, trabalhador avulso, empresário, trabalhador autônomo ou a este equiparado); e destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003. Dispõe sobre a concessão de aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999. Dispõe sobre a contribuição previdenciária do contribuinte individual, o cálculo do benefício, altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 9.711, de 20 de novembro de 1998. Dispõe sobre a recuperação de haveres do Tesouro Nacional e do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, a utilização de Títulos da Dívida Pública, de responsabilidade do Tesouro Nacional, na quitação de débitos com o INSS, altera dispositivos das Leis nos 7.986, de 28 de dezembro de 1989, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e 9.639, de 25 de maio de 1998, e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui o Plano de Custeio, e da outras providências. BRASIL. Ministério da Previdência Social. Secretaria da Receita Previdenciária. Instrução Normativa MPS/SRP nº 003, de 14 de julho de 2005. Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária – SRP e dá outras providencias. IOB THOMSON. Boletim de Informações Objetivas 2004 e 2005: Legislação Trabalhista e Previdenciária.