MARKETING PESSOAL E REDES SOCIAIS NA EMPREGABILIDADE
DO PSICÓLOGO RECÉM-FORMADO NO MERCADO DE TRABALHO
MODERNO.
TENÓRIO, Luís Gustavo Barbosa1
SOUTO, Leandro Matos2
RESUMO
O aludido artigo enseja aos psicólogos recém-formados repensarem as suas estratégias de
marketing ou de divulgação de serviços psicológicos para a inserção no mercado de trabalho.
No momento atual, a quantidade de profissionais é aritmeticamente maior que a quantidade de
empregos ofertados, criando um mercado saturado de profissionais. A princípio fez-se uma
recapitulação histórica referente a mercado de trabalho, conceito e suas transformações até os
moldes atuais. Posteriormente, aborda-se a história da profissão do psicólogo até seu
reconhecimento, enquanto ciência legitimada. Em seguida são pleiteadas ferramentas como
mídias sociais, marketing, networking e marketing pessoal, dispositivos de grande valia para
inserção destes profissionais no cenário de mercado atual, à medida que oportunizam
informações, esclarecem e dão dicas, potencializando as chances de sucesso e alcance de
empregabilidade. Vale salientar os cuidados que devem ser tomados na prática destes
instrumentos de forma a resguardar a sociedade. Este estudo foi baseado em um levantamento
bibliográfico, baseado em consultas de artigos especializados, livros, manuscritos, dentre
outros.
Palavras- Chave: Recém-formados em psicologia, Mídias sociais, Marketing pessoal,
Empregabilidade.
ABSTRACT
The aforementioned article allows newly formed psychologists to rethink their marketing
strategies or to promote psychological services for insertion in the job market. At the present
time, the number of professionals is arithmetically greater than the number of jobs offered,
creating a market saturated with professionals. At the outset, a historical recapitulation was
made regarding the labor market, concept and its transformations to the current molds.
Subsequently, the history of the psychologist's profession until its recognition, as a legitimized
science, is approached. Next, tools such as social media, marketing, networking and personal
marketing are sought, devices of great value for insertion of these professionals
1 Graduando do Curso de psicologia do Centro Universitário Cesmac. Maceió-AL. E-
mail:[email protected]. 2 Professor orientador: Especialista, Centro Universitário Cesmac. Maceió-AL. E-mail:
2
in the current market scenario, as they provide information, clarify and give tips, potentializing
the chances of success and scope of employability . It is worth emphasizing the care that must
be taken in practice of these instruments in order to protect society. This study was based on a
bibliographic survey, based on specialized articles, books, manuscripts, among others.
Keywords: Newly graduated in psychology, Social media, Personal marketing, Employability.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................2
1 MERCADO DE TRABALHO E EMPREGO.....................................................................5
1.1 Mercado de trabalho, conceito e perspectiva histórica................................................5
1.2 Emprego e o mercado de trabalho hoje.......................................................................7
2 PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO NO BRASIL...........................................................8
2.1 História da Psicologia como profissão........................................................................8
3 MARKETING, MÍDIAS SOCIAIS E EMPREGABILIDADE DO PSICÓLOGO.......10
3.1 Marketing e marketing pessoal..................................................................................13
3.2 Redes sociais e networking........................................................................................14
3.3 Mídias sociais e divulgação de serviços do psicólogo..............................................16
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................17
REFERÊNCIAS......................................................................................................................18
INTRODUÇÃO
Com o crescimento populacional, a melhora na distribuição de renda, a globalização, e
a divulgação da relevância do papel da Psicologia para os demais segmentos sociais através dos
veículos de informação, corroboraram para um aumento significativo de estudantes à procura
de instituições formadoras em Psicologia, e na busca dos serviços ofertados pela mesma no
cenário atual.
Sendo assim, a ciência da Psicologia passou a sinalizar um crescimento exponencial
nos serviços e atuação social, figurando-se em um patamar privilegiado dentre as profissões de
ensino superior mais requisitada.
Em decurso da sua importância, e atuação nos mais variados contextos, a Psicologia
exerce um alcance imensurável no que concerne a novos campos de operacionalização e
pesquisa a serem explorados, logo vem quebrando fronteiras e descontruindo estigmas sociais
onde seu modelo de atuação consistia apenas em ambientes clínicos, hoje, sabe-se que para o
3
mercado atual é uma profissão-chave, pois envolvem pessoas, relacionamentos interpessoais,
comportamento, comunicação.
Isso significa que está havendo uma maior dialética entre a Psicologia e as demais áreas,
abrindo, assim, maior “leque” de oportunidade. Contudo, apesar do crescimento geométrico da
profissão, pode-se perceber que uma parcela significativa dos formandos em Psicologia não é
absorvida pelo mercado de trabalho.
Ainda em uma realidade recente o maior desafio de um jovem era atravessar a fase do
vestibular. Após ter vivenciado esta árdua jornada e ter superado esta fase, o jovem esperançoso
carregava a certeza de que logo mais ao final do término do seu curso, com seu diploma em
mãos estaria com seu emprego assegurado.
Porém, hoje o cenário modificou-se, o maior desafio dos recém-formados e dos
profissionais mais experientes consiste não só em conseguir um bom emprego, mas conseguir
manter-se nesta nova realidade de trabalho pautada em processos seletivos cada vez mais
complexos.
Essa nova formatação regida pelo capital que modifica valores, relações entre o próprio
homem e o mundo é uma realidade que consiste em mais candidatos por vagas disponíveis,
tendo como dogma neste mercado: a competição.
Por sua vez, para que o psicólogo se assegure em um bom emprego, atualmente, já não
basta uma jornada acadêmica, títulos de bacharel, cursos, graduações, pois há um novo perfil
de profissional que o mercado clama, como pessoas ambiciosas, criativas, críticos, atualizados
e flexíveis, destarte, aqueles que não se adequarem a este molde, correm o risco de não se
adaptarem ao mercado.
Diante de tal cenário surge a seguinte indagação: Como o mercado de trabalho se
encontra para os profissionais recém-formados de Psicologia, e como as redes sociais, além do
marketing pessoal pode ajudar o psicólogo em sua empregabilidade?
Não é nenhuma novidade que no mundo moderno o uso das redes sociais vem ganhando
cada vez mais espaço, mais do que isso, elas passaram a ser o cartão de visita de muitas pessoas
à medida que se disponibiliza um perfil de informações com outras pessoas ou empresas.
Ao falar das redes sociais, suscita-se imediatamente alguns sites como: Facebook,
Twitter e Linkedin ou aplicativos: Snapchat, Instagram como meios propagadores de
informação, seja através de anúncios, oferecimento de produtos, serviços, ou convocando
pessoas para manifestações, espaços para debates. (grifos nossos).
A Internet ocupa uma posição cada vez mais importante na atual Era Digital e da
Informação. No Brasil, essa realidade não é diferente. Os usuários de Internet brasileiros,
4
pessoas com 2 anos ou mais que navegaram na internet através de computadores no domicílio,
no mês em dezembro de 2012, passam cerca de 33:52 horas por mês na rede, conforme dados
do IBOPE/NetRaitings. Isso mostra que a Internet faz cada vez mais parte do cotidiano dos
indivíduos e com seu avanço, as novas mídias sociais também se tornaram integrantes da vida
das pessoas. Pode-se dizer que a Internet afetou também as indústrias, proporcionando maior
agilidade nos processos, flexibilidade nas operações, integração em escala mundial e
possibilitando novos meios de venda e também de comunicação. (MEDEIROS, et al, 2014,
p.2).
O uso da internet vem se incorporando cada vez mais ao cotidiano brasileiro, que
procura otimizar o tempo através de transações comerciais/profissionais rápidas, na obtenção
de conhecimento sobre algum assunto do seu interesse, na atualização das informações do dia,
na comunicação imediatista em longas distâncias num curto espaço de tempo, além da busca
pelo entretenimento através do avanço tecnológico.
Visando aproveitar esse mercado em crescimento, as empresas estão potencializando o
uso de ações de Marketing Digital com a intenção de captar a atenção do consumidor,
conquistar novos clientes, fidelizar os atuais, divulgar produtos e melhorar a sua rede de
relacionamentos. Entre essas ações, se destacam as que se aproveitam das novas mídias sociais
(das quais fazem parte, por exemplo, o uso do Twitter, Facebook, blogs, Instagram e Google).
(MEDEIROS, et al (2014, p.2). grifos nossos.
Diante de tais explanações, elucida-se que o objetivo deste artigo visa destacar os
cuidados e vantagens do uso das mídias sociais para fomentar o marketing pessoal, o network
e consequentemente ajudar na empregabilidade do profissional, em especial na
empregabilidade do psicólogo.
O presente estudo disponibilizará informações sobre o mercado de trabalho, sobre a
profissão do psicólogo, sobre as regras de divulgação de serviços do profissional de Psicologia,
sobre marketing pessoal e como utilizar o potencial das mídias sociais em favor da
empregabilidade.
A pesquisa será realizada através de livros especializados, artigos científicos, bem
como, da revisão bibliográfica e levantamento de dados oficiais do Conselho Federal de
Psicologia – CFP e do Conselho Regional de Psicologia 15ª Região.
1 MERCADO DE TRABALHO E EMPREGO
1.1 Mercado de trabalho, conceito e perspectiva histórica
5
Os estudos de mercado de trabalho no Brasil são geralmente realizados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, focando aspectos gerais sobre o emprego no país
e em suas regiões, no entanto não fornece um panorama sobre a empregabilidade na Psicologia.
Assim, os dados são escassos e pouca ênfase é dada às pesquisas que acompanham, ao
longo do tempo, as variáveis determinantes do emprego do psicólogo, visto que forças atuam
na sua absorção ou não no mercado profissional. Tal situação obriga o Conselho Federal de
Psicologia a se mobilizar, e se responsabilizar pelo levantamento de tais informações.
Para que se possa compreender a atual situação do psicólogo inserido no mercado de
trabalho atual, cabe primeiramente definir o termo ‘mercado de trabalho’ sem entrar em
contradições com suas vertentes ou perspectivas.
O objeto do mercado de trabalho se perfaz, no trabalho ofertado, ou ainda, de vagas de
emprego oferecidas pelas organizações, em determinado lugar e em determinada época.
(CHIAVENATO, 2014).
De fato, o mercado de trabalho engloba oferta e demanda de empregos que, por sua vez,
são considerados enquanto atividades orientadas ao exercício especializado da atividade
profissional, cuja competência e concorrência coexistem num mesmo espaço.
O mercado de trabalho pode ainda ser considerado como o local, no qual, as pessoas no
papel de agentes econômicos ou, popularmente falando, comerciantes procedem à troca de bens
seja por dinheiro ou outros bens.
Quanto à compreensão sobre o termo ‘trabalho’, Marx (1980) ensina que se reputa a
uma atividade realizada pelo homem, de forma consciente, onde permite o mesmo a
transformação da natureza, do seu eu, alterando relações de produção, gerando, ainda,
significação ao mundo que o cerca.
Nesse sentido, Marx (1980, p.118) enfatiza, ainda que
O trabalho é, em primeiro lugar, um processo entre o homem e a natureza um
processo integrado no qual o ser humano faculta, regula e controla a sua forma
material com a natureza através de sua atividade [...]. Ao atuar sobre a natureza
externa a si, modificando-a, o ser humano modifica simultaneamente sua
própria natureza [...].
É possível, então, considerar ‘trabalho’ como sendo a relação inicial entre o homem e a
natureza, onde o mesmo busca regular, controlar a sua forma material, no intuito de dominar as
suas propriedades químicas, e físicas, a fim de modificá-la para si, facilitando a sua vida
doméstica através da aplicabilidade da sua atividade física e intelectual.
De acordo com Martins (2000, p.3), quanto à origem do ‘trabalho’, explana que
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A primeira forma de trabalho a ser lembrada é a escravidão, e m que o escravo
era considerado apenas uma coisa, não tendo qualquer direito, muito menos
trabalhista. O escravo, portanto, não era considerado sujeito de direito. Nesse
período, constatamos que o trabalho do escravo continuava no tempo, até de
modo indefinido, ou mais precisamente até o momento e m que o escravo
vivesse ou deixasse de ter essa condição. Entretanto, não tinha nenhum direito,
apenas o de trabalhar. Na Grécia, Platão e Aristóteles entendiam que o
trabalho tinha sentido pejorativo. Envolvia apenas a força física. A dignidade
do home m consistia e m participar dos negócios da cidade por meio da
palavra. Os escravos faziam o trabalho duro, enquanto os outros poderiam ser
livres. O trabalho não tinha o significado de realização pessoal. As
necessidades da vida tinham características servis, sendo que os escravos é
que deveriam desempenhá-las, ficando as atividades mais nobres destinadas
às outras pessoas, como a política. Hesíodo, Protágoras e os sofistas mostram
o valor social e religioso do trabalho, no sentido de que agradaria os deuses,
criando riquezas e tornando os homens independentes. A ideologia do trabalho
manual como atividade indigna do home m livre foi imposta pelos
conquistadores dóricos (que pertenciam à aristocracia guerreira) aos aqueus.
Nas classes mais pobres, na religião dos mistérios, o trabalho é considerado
como atividade dignificante.
Nos primórdios o trabalho tinha um caráter manual e artesanal, a produtividade se dava
por manufaturas, fornecendo aos artesões o manejo de todas as fases do processo produtivo, os
trabalhos eram realizados nas residências dos próprios artesões e a depender da quantidade de
trabalho poderia ser dividido entre grupos, ficando cada um responsável por cada etapa do
processo, ainda assim, um único artesão poderia ficar como responsável por todo o processo,
desde a garantia da matéria prima até sua confecção e comercialização final.
O trabalho passou a ser explorado demasiadamente durante a Revolução Industrial. A
chegada das máquinas nas indústrias trouxe uma reformatação da produção. Os artesões
perceberam que sua força de trabalho seria incipiente quando comparada à produção das
máquinas. A maquinofatura, potencializou os lucros e acelerou a produção.
Nesse sentido, Martins (2000, p.5) diz que
A Revolução Industrial acabou transformando o trabalho em emprego. Os
trabalhadores, de maneira geral, passaram a trabalhar por salários. Com a
mudança, houve um a nova cultura a ser apreendida e uma antiga a ser
desconsiderada.
Destarte, o trabalho artesanal perdeu espaço dentro do processo produtivo, o artesão
passou manipular máquinas submetendo-se a condição de empregado. Começava a história das
relações de emprego.
1.2 Emprego e o Mercado de Trabalho Hoje
7
O mundo globalizado sofre constantes transformações, sejam elas políticas, ideológicas,
religiosas, culturais, sociais. As mudanças destas esferas repercutem diretamente em seu plano
de fundo marcado pelo capital, mais precisamente o mercado de trabalho.
Inevitavelmente, estas modificações alteram a realidade concreta indo desde a sociedade
como configuração social mais ampla até suas particularidades, de cada indivíduo. A soma
desses efeitos pode ser observada no estabelecimento das relações sociais quanto à
competitividade, indo um pouco mais além, na forma como o indivíduo irá se comportar frente
a estas novas necessidades que o mercado impõe, logo só há um caminho: adaptar-se.
Em outras palavras, se o jovem de hoje não buscar uma atualização, aprimoramento ou
desenvolvimento pessoal constante para saber lidar com estas novas realidades, suas chances
de serem absorvidos por este mesmo mercado de trabalho serão nulas.
O mercado de trabalho vem se tornando cada vez mais competitivo ano após ano, e a
formação do indivíduo enquanto profissional não compreende mais apenas ensinar as técnicas
do trabalho especializado, ou seja, treinar outrem acerca das suas competências laborais, mas
também ensinar a necessidade de desenvolver as próprias competências. (ROCHA-PINTO, et
al., 2007).
Diante desta situação e de um mercado de trabalho tão competitivo, fica claro que uma
boa formação profissional ou o término de sua caminhada acadêmica não assegura a sua
inserção no mercado de trabalho.
Em resposta a este cenário inseguro e vivenciado com muita expectativa e aflição por
parte dos formandos e recém- formados, a escolha do tema pode ajudar não só os profissionais
de Psicologia, mas também de outras áreas e profissões a obter dicas e orientações de como
utilizar as mídias sociais e o marketing pessoal ao favor de sua empregabilidade, como também
pode ajudar os profissionais que já estão atuando no mercado de trabalho a se manterem de
forma atuante.
Nesse sentido, Minarelli (1995, p. 17). “O emprego já representou segurança
profissional para muitos trabalhadores em tempos anteriores, em que as pessoas ingressavam
em uma determinada empresa e saiam das mesmas aposentadas”.
De fato, o emprego gerava segurança na vida profissional do indivíduo que tinha a
ciência que ao longo das suas atividades laborais mensais receberia a contraprestação ao serviço
realizado, bem como, observava que era o caminho produtivo essencial para garantir-lhe
segurança financeira na velhice com a obtenção da aposentadoria.
Quanto ao desemprego, explica Reinert (s/d, p.2) que o “[...] é caracterizado como sendo
a não possibilidade do trabalho assalariado nas organizações de um modo geral”.
8
O desemprego é, ainda, o indivíduo que se encontra fora do exercício das suas atividades
produtivas, e que, consequentemente, se não produz, não ganha dinheiro.
Broucker (1996, p.227) informa que o desemprego implica, ainda, em
[...] alguém que não desenvolveu qualquer tipo de trabalho (ou o fez, mas por
menos que uma hora) durante a semana de referência, que procurou
ativamente por trabalho ou esperou pelo resultado da última pesquisa, mas
mesmo assim, ficou disponível para o trabalho.
Fato é que o desemprego vem aumentando exponencialmente, principalmente nos
grandes centros das capitais do país. Os mais diversos seguimentos da população vêm sendo
atingidos, mesmo aqueles, cuja qualificação é diferenciada.
2. PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO NO BRASIL
2.1. História da Psicologia como profissão
Para compreender o momento atual da profissão de Psicologia é necessário que se faça
uma viagem no tempo. Será recapitulada a história da Psicologia como uma nascente, vista sob
o prisma da produção de saberes, em decorrência da sua evolução, a mesma passa por um
processo de regulamentação de suas práticas e reconhecimento enquanto atividade profissional.
A primeira fase caracteriza-se pela criação das faculdades do Rio de Janeiro e da Bahia
(1833) e o final do século XIX (1890). Nesta época não havia nenhuma sistematização ou
institucionalização do conhecimento psicológico. A Psicologia não era definida ou
regulamentada, logo ainda não havia o reconhecimento da profissão de psicólogo no Brasil.
(PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003).
A segunda fase consistiu em 1890/1906 e 1975. Compreende a institucionalização da
prática psicológica até a regulamentação da profissão e a elaboração dos seus dispositivos
formais. Esse período é marcado pela Reforma de Benjamin Constant (1890), a inauguração
dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906) e a criação do código de ética
(1975). Desde então a psicologia passa a ter um conhecimento autônomo, reconhecido e
institucionalizado, passando a deter um mercado de trabalho ainda dividido com a medicina e
a educação. (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003).
Quando da criação das faculdades no Brasil, a ciência da Psicologia ainda não estava
definida, tampouco era regulamentada ou institucionalizada. A profissão do psicólogo, por sua
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vez, era desconhecida no Brasil. Posteriormente, a Psicologia passou a ser reconhecida, e
institucionalizada, desenvolvendo e expandido o seu conhecimento autônomo.
Massimi (1990, p.70) acrescenta ainda que,
a psicologia experimental, recém-constituída, parece oferecer à pedagogia o
método objetivo para o conhecimento do homem e de seu processo evolutivo,
substituindo-se ao método empírico ou filosófico da tradição anterior.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, seu artigo 1º, (2007, p.15), dispõe
que “a formação em psicologia iria estar associada às faculdades de Filosofia, em cursos de
bacharelado e licenciatura”. Já a regulamentação da lei nº. 4.119, de agosto de 1962, dispôs
sobre a profissão de psicólogo.
Outro momento importante da Psicologia ocorreu em 1975, quando a profissão de
psicólogo passou a ser estabelecida. A profissão ficou suscetível a alterações socioeconômicas.
O surgimento de inúmeras faculdades de psicologia e o lançamento desenfreado de
profissionais repercutiu na precarização no valor da mão de obra. A Psicologia descentralizou-
se do âmbito clínico e passou a surgir novos campos de atuação. (PEREIRA; PEREIRA NETO,
2003).
Quando a Psicologia passou a ser institucionalizada, e portanto, estabelecida como
ciência, obtendo o a aceitabilidade científica do seu conhecimento autônomo, a profissão de
psicólogo passou a ter maior credibilidade, e também, e com isso, sofrera alterações
socioeconômicas, haja vista que se expandia o mercado de trabalho para novos profissionais.
Sendo assim em 1988, o Conselho Federal de Psicologia realizou o primeiro
levantamento da profissão no Brasil. Essa pesquisa, cujo os dados foram coletados no final de
1985 e início de 1987, apontam que a profissão se caracteriza por: profissão feminina (o número
de psicólogas chegava a 85%); profissão jovem (73% à 90% dos profissionais estavam na faixa
de 22 e 30 anos) e aglomerados em cidades, onde há a predominância do mercado de trabalho.
A pesquisa apurou que os psicólogos eram profissionais mau-remunerados e que trabalhavam
em períodos parciais, ou seja, trabalhavam em outra atividade remunerada, com o objetivo de
compensar a renda. Nessa época havia 58.277 profissionais registrados nos conselhos de
psicologia (ROSAS, ROSAS E XAVIER, 1988).
Duas outras pesquisas foram realizadas em 1944 e em 2001, pelo conselho federal de
psicologia, indicam que os dados apurados em 1988 permanecem os mesmos (ACHCAR, 1994,
CFP 2001). A profissão de Psicologia no Brasil continua sendo em sua maioria composta por
mulheres, jovens, mal remuneradas. Predominantemente a área que mais se sobressai é a
clínica, em especial o âmbito dos consultórios.
10
3. MARKETING, MÍDIAS SOCIAIS E EMPREGABILIDADE DO PSICÓLOGO
Este capítulo irá explanar a colaboração das mídias sociais articulando o marketing
como ferramenta fundamental para propiciar a empregabilidade do psicólogo no cenário atual
de mercado de trabalho.
Antes de aprofundar-se no assunto, é pertinente esclarecer a definição de marketing,
mídias sociais e empregabilidade para que posteriormente com tal compreensão possa
correlacionar estes conceitos.
De acordo com Kotler (1998, p.27), “Marketing é um processo social e gerencial pelo
qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da
livre troca de produtos e serviços de valor com outros”.
Em outras palavras o marketing é um conjunto de estratégias que busca agregar valor às
marcas ou produtos e afins, seu propósito não se limita a venda de produtos e também uma
interação, confecção de produtos ou serviços que atendam às necessidades do seu público alvo.
Já as mídias sociais são meios que permitem a produção e um intercâmbio de material
produzido pelo próprio usuário.
Por volta do início dos anos de 1990 que, num sentido mais estrito, mídia se referia
especificamente aos meios de comunicação de massa, especialmente aos meios de transmissão
de notícias e informação, tais como jornais, rádio, revistas e televisão. Também se passou a
chamar de mídias todos os meios de que a publicidade se serve, desde outdoors até as
mensagens publicitárias veiculadas por jornal, rádio, TV. Em todos esses sentidos, a palavra
"mídia" se referia aos meios de comunicação de massa. (SANTAELLA, 2003).
Antes da chegada da internet, bem como da tecnologia virtual desenvolvida
posteriormente, a mídia se limitava aos meios comunicacionais presentes na época como os
impressos, a televisão e o rádio. Além disso, os meios de disseminação de propaganda que a
publicidade utilizava para informar o indivíduo sobre determinado produto ou serviço, também,
eram reputados enquanto mídia, no caso dos outdoors. (grifos nossos).
As mídias não simplesmente convivem, mas convergem na coexistência de uma cultura
de massa que permanece e da cultura das mídias ainda em plena atividade (SANTAELLA,
2003).
11
De fato, as mídias não se limitaram aos meios de comunicação preexistentes, ao
contrário, se desenvolveram e expandiram para âmbitos informacionais cada vez mais
tecnológicos, como a internet.
As mídias sociais digitais são do que sistemas populares que difundem notícias e outros
conteúdos de interesse pessoal. As mídias sociais vêm sendo usadas como uma ferramenta
online, uma plataforma para o compartilhamento de opiniões, percepções, experiência e
perspectivas, em mensagens que utilizam texto, imagens, áudio e vídeo. Esse conteúdo pode
ser hospedado em sites populares como Facebook, Instagran, Twitter, Youtube e Wikipédia e
Blogs. (THEVENO, 2007).
Branco e Matsuzaki (2009) os autores propõem que o termo social media, traduzido
para o português como "mídia social", caracteriza o uso do meio eletrônico para interação, bem
como para a comunicação entre pessoas, combinando textos, imagens, sons e vídeo,
possibilitando, consequentemente, a criação de uma interação social de compartilhamento de
experiências, construídas com base nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0.
Mídias sociais podem ser encaradas como uma relação online entre pessoas que se
comunicam, difundem ideias sobre temas diversos, exercem influência sobre pessoas e são
influenciados pelos mesmos, com seus posts, opiniões e afins. As pessoas se relacionam
partilhando seus pontos de vista profissional ou pessoal.
Pela facilidade de liberdade de expressão nas mídias sociais, os comentários
provenientes dos usuários podem repercutir positivamente na catalisação de determinada marca
de produto ou serviço, ou em sua degradação com o mau posicionamento.
Com o advento da inovação tecnológica, tornou-se indispensável para um mercado tão
competitivo, que as empresas passassem a planejar e vislumbrar uma realidade baseada em
qualidade e produtividade, reformulando-se em direção de um movimento empreendedor que
valoriza o capital humano intelectual e impelindo uma revolução no quadro empregatício.
Um perfil de qualificações como dedicação às atividades, desenvolvimento de
habilidades, inovação, criatividade, suscita na combinação de diferenciais que incutem valores
à sua sustentabilidade no mercado. Este novo modelo de mercado, obriga as empresas e
profissionais a estarem atentos às oportunidades e oscilações do comércio para que sempre
estejam à frente dos seus concorrentes, tendo um olhar visionário de forma a alcançar e
estabelecer seu reconhecimento e remuneração.
No que concerne o termo empregabilidade, refere-se às capacidades do indivíduo além
de sua formação acadêmica e profissional, mas ao desenvolvimento de aptidões que lhe
permitam se adaptar à configuração do mercado de trabalho.
12
Um dos primeiros autores a abordar o tema foi Minarelli (1995, p.11) que entende a
empregabilidade como sendo:
condição de ser empregáveis, isto é, de dar e conseguir emprego para os seus
conhecimentos, habilidades e atitudes intencionalmente desenvolvidas por
meio de educação e treinamentos sintonizados com as necessidades do
mercado de trabalho.
Conforme explana o estudioso, a empregabilidade é a condição dada ao indivíduo de ser
empregado, e de conquistar seu espaço empregatício através de habilidades, e atitudes
intencionais que foram desenvolvidas com o fito de se harmonizar com as necessidades
pleiteadas pelo mercado de trabalho.
Segundo, Carvalho (2006, p.57)
Um conceito no qual se estabelece para os profissionais, empregados ou não,
a obrigatória preocupação no sentido maior de se manterem permanentemente
atualizados e empregáveis, diante das exigências de formação, em face das
habilidades, especializações e talentos que o mercado de trabalho requer.
Consequentemente, cabe a cada profissional buscar atualizações constantes para se
manterem competitivos no mercado. Atualmente a inserção no mercado de trabalho, em uma
abordagem mais específica, por estudantes universitários, é mais difícil do que era antigamente.
Tal situação é resultado da própria necessidade dos estudantes de se manterem atualizados e
motivados e também pelo fato do ingresso no mercado de trabalho estar cada vez mais
disputado. (CAMPOS, et al., 2008).
O mundo contemporâneo é marcado pela era digital, as tecnologias de comunicação
exercem um papel fundamental na dispersão de informação, alcançando um público cada vez
mais alarmante. Mas afinal, qual a relevância das mídias sociais, marketing e sua incidência na
empregabilidade do psicólogo?
Fora visto que o sistema empregatício sofreu revoluções, que o mercado interpela um
perfil profissional cada vez mais sofisticado para se manter e adaptar-se a estes novos tempos
marcados pela era digital. O marketing, através das mídias sociais, nos dias de hoje, tornou-se
uma ferramenta fundamental para colocar o profissional em evidência no mercado, a medida
que expõe, para um público estratégico e de quantidade maciça, habilidades, aptidões, projetos,
trabalhos desenvolvidos, produtos, serviços de empresas e profissionais a serem ofertados para
a sociedade, e permite uma maior aproximação das relações com outros usuários de forma mais
dinâmica e direta, do que por outras mídias como a televisão, o rádio e o jornal impresso.
O alcance da era digital transcende ao que, uns tempos atrás, seria julgado como algo
futurístico. A velocidade da informação ocorre de forma vertiginosa. A divulgação de um curso,
13
de uma palestra, de um artigo pode ser acessada por milhares de pessoas que tenha interesse
por tal assunto ou simplesmente de forma aleatória com tanto que esteja conectado a esta rede.
O marketing pode fomentar a atratividade por intermédio dos aspectos psicológicos
como emoções, pensamentos, esquemas visuais e sinestésicos captando a atenção e o interesse
de uma massa de consumo de informação cada vez mais crescente, sem esquecer-se de cultivá-
lo e estimulá-lo.
A possibilidade do profissional de Psicologia recém- formado projetar-se de forma
mais eficiente no mercado e aumentar suas chances de empregabilidade pode ser alcançado
através do manejo cauteloso, e responsável do marketing concomitantemente articulada com as
mídias sociais.
Por fim, a segurança profissional só será alcançada administrando sua própria carreira,
se reinventando no mercado à medida que desenvolve suas competências, gerando um
diferencial competitivo no mercado saturado de profissionais de preço.
3.1 Marketing e marketing pessoal
A oscilação de capital e o fluxo intenso de bens e serviços fez com que empresas e
indivíduos fossem galgar seu próprio espaço, necessitando de mais visibilidade e evidência, e
buscam isso através de estratégias de marketing. Cabe fazer uma rápida explanação sobre
marketing pessoal.
O marketing pessoal consiste em amplificar e solidificar a imagem de uma pessoa pelo
público, ou por uma parcela deste público. Sob outra perspectiva marketing pessoal caracteriza-
se por projetar uma “marca” do indivíduo, como se fosse um produto ou serviço.
Para Kotler (2003, p.91) o marketing pessoal é
(...) uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing
em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando
o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura.
No marketing pessoal, dois fatores são primordiais para alcançar o êxito na
empregabilidade, e para que o profissional recém-formado de psicologia deva está atento para
facilitar seu ingresso e permanência no mercado de trabalho.
Primeiro fator é a comunicação verbal, direta e clara. Comunicar-se com fluidez e de
forma natural é essencial para mostrar seu potencial e competência. A comunicação verbal
nesse contexto não irá se deter a capacidade de discurso do sujeito, mas também da sua
capacidade de se mostrar profissionalmente através de currículos, exposições, palestras e etc.
14
De acordo com Knapik (2008) apud Silva, et al., (2018, p.1)
A comunicação é um processo de interação e troca de informações, de
transmissão de ideias e sentimentos por meio de palavras ou símbolos que
veiculam uma mensagem, ideia ou sinal. O objetivo é a compreensão e a
interpretação da mensagem por parte de quem a recebe, embora nem sempre
as pessoas entendam.
O outro fator primordial para o marketing pessoal se refere à comunicação não verbal.
A comunicação não compreende, apenas, a linguagem verbal, mas também, não verbal.
Conforme afirma Pease (2005, p. 19), “a linguagem do corpo é o reflexo do estado
emocional da pessoa. Cada gesto ou movimento pode ser uma valiosa fonte de informação sobre
a emoção que ela está sentindo num dado momento”.
A postura corporal, o semblante, as gesticulações, as atitudes, hábitos, manias etc,
emitem informações a respeito da personalidade do indivíduo, como timidez, agressividade,
organização, dentre outros, por isso é importante apresentar uma linguagem corporal
congruente com o que se fala, se vestir de forma coerente agindo com atitudes éticas e
condizente com a profissão, esses itens devem ser considerados para o marketing pessoal
eficiente.
Nas estratégias de marketing a embalagem do produto, ou seja, sua apresentação pode
ser fator diferencial na atratividade do cliente e consequentemente no aumento das vendas do
produto. No marketing pessoal o princípio se aplica de forma semelhante.
De acordo com Ritossa (2009, p. 32), “No marketing pessoal, em vez de vendermos um
objeto, vendemos a nós próprios”. Nós nos tornamos o produto a ser “vendido”. A apresentação
pessoal, bem como, a continua promoção à obtenção e aprofundamento de técnicas e
conhecimentos sobre a área de atuação profissional faz com que o indivíduo ganhe destaque no
mercado de trabalho, e assim, possua elementos diferenciados, logo atrativos às empresas.
3.2 Redes sociais e networking
O mercado de trabalho atual exige dos profissionais para conseguir manter-se
empregado ou para conseguir manter a venda de produtos e serviços, uma eficiente rede de
contatos. É possível iniciar com pessoas conhecidas, no trabalho ou na vida social.
Salienta Peters (2000, p.79) que
A internet é uma excelente ferramenta para construir e interagir com
uma rede de contatos, o Networking. Por meio dela as chances de
conquista de novos contatos aumentam consideravelmente. Sites como
15
Instagran e Twitter se usados de forma responsáveis e adequados
podem ser importantes aliados para fazer contatos e se propagar no
mercado. Quanto mais pessoas conhecemos, quanto mais circulamos,
maiores as chances das oportunidades aparecerem.
A internet disponibiliza através da sua tecnologia virtual a possibilidade de maior
interação entre os indivíduos. Assim, viabiliza no âmbito profissional, maior contato com os
clientes, bem como, a disseminação do profissional e suas habilidades.
O Networking é a técnica de criar, desenvolver e manter uma rede de contatos informais,
buscando criar condições para a satisfação de interesses mútuos. É uma rede de relacionamentos
em que os participantes se mantêm em contato e buscam usar os recursos uns dos outros no
momento da necessidade. Recursos tais como, informações, possibilidade de indicação ou
apresentação. (CAMPOS, et al., 2008).
O sentido do networking é viabilizar vínculos mútuos de solidariedade entre pessoas.
Para alcançar é necessário fazer uma manutenção não se limitando a momentos em que se
precisa, mas cultivar relações, fazer contato para saber como o outro estar ou disponibilizar-se
para o outro, de forma gratuita.
Para fomentação desta rede de contatos é indispensável a aplicação do marketing nas
mídias sociais, visto que, as mídias são os meios de exposição de trabalhos, de produtos,
serviços, informações, para nutrir o desejo e atenção do seu público-alvo; já o marketing
desempenha a função de um catalisador criativo à medida que expõe estes conteúdos de forma
vistosa, estética e sedutora que potencialize o alcance de novos interessados pelo seu trabalho.
Seguindo esta linha de pensamento, em outras palavras diz-se que, muitas vezes a
credibilidade de um serviço ou produto que é vendido pela internet e que atinge um número
gigantesco de visualização não está associado diretamente a qualidade do serviço e/ou produto,
mas associado ao número de visualizações, curtidas, comentários e/ou compartilhamentos
destas publicações.
Quanto maior forem os contatos, vínculos, “seguidores” nas redes sociais, e
relacionamentos profissionais, ou seja, networking, maior será a probabilidade desse
reconhecimento expandir através de mais visualizações e consequentemente, de mais contratos
de serviço firmados. (grifos nossos).
Esta “onda” de influência pode ser compreendida pela sistemática: se um seguidor
passa a ter acesso a um material disponibilizado na rede social e esse conteúdo atende ao seu
interesse, este passa a ser propagado ou “compartilhado” no seu ciclo social, ou seja, como um
efeito dominó, mais pessoas se interessarão e passarão a propagar e “compartilhar” com mais
16
outras pessoas, tal metodologia é utilizada por profissionais ligados diretamente a internet como
blogueiros, digitais influencers, lojas online, dentre outros. (grifos nossos).
3.3 Mídias sociais e divulgação de serviços do psicólogo
Em decurso da importância das mídias sociais como ferramenta de projeção do
profissional, vale salientar os cuidados a serem tomados pelo psicólogo recém-formado, durante
a publicação ou oferecimento de serviços e bens.
O psicólogo ao viabilizar seus serviços publicamente, individual ou coletivamente, por
qualquer meio, incluindo nas mídias Sociais, deverá informar: Informar seu nome completo,
CRP e seu número de registro, referenciar apenas títulos ou qualificações profissionais que
possua, divulgar qualificações, atividades recursos relativos a técnicas e práticas que sejam
reconhecidas ou regulamentadas pela profissão, não utilizar preços de serviço como forma de
propaganda, não fará previsão taxativa de resultados, não fará autopromoção em relação à
outros profissionais, não irá propor atividades privativas de outras categorias profissionais, não
fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais, segundo o Código de Ética
Profissional do Psicólogo (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2014, p.15).
Só é permitido ao psicólogo sobre seu exercício profissional, no que se refere à
divulgação e a publicidade, através dos meios de comunicação, vincular ou associar o seu título
de psicólogo e/ou ao seu exercício profissional, somente técnicas ou práticas psicológicas, já
reconhecidas como próprias do profissional psicólogo e que estejam de acordo com os critérios
científicos estabelecidos no campo da psicologia.
Segundo os critérios do Conselho Federal de Psicologia (2007), através da Resolução
010/97, estabelece-se a divulgação, publicidade e o exercício profissional do psicólogo,
associados às práticas que não estejam de acordo com os critérios científicos estabelecidos no
campo da psicologia.
Conforme o Conselho Federal de Psicologia (2007, p.46):
A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos, a proteção
contra publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços, a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Da publicidade: A
publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e
imediatamente, a identifique como tal, é proibida toda publicidade enganosa
ou abusiva.
17
A explanação dos direitos e deveres do psicólogo recém-formado é fundamental para a
manutenção de uma relação de respeito entre os psicólogos e seus pares, atestando para a
sociedade serviços psicológicos que possuam respaldo técnico e ético.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante o estudo realizado foi possível perceber as reformulações que o conceito e as
relações de trabalho sofreram dentro do sistema capitalista marcado pela competitividade.
Atualmente com mercado instável, a quantidade de empregos se torna incipiente para
a quantidade de profissionais que são lançados no mercado de trabalho, exponencialmente. Os
efeitos desse sistema empregatício geram a necessidade de produzir profissionais que atendam
a criatividade, atualização constante, inovação e que saibam manejar estratégias que lhes
possibilitem uma projeção e reconhecimento no cenário atual.
Com o advento tecnológico, a disseminação da informação vem se dando de forma
célere. As redes sociais têm se tornado excelentes ferramentas de propagação de conteúdos
diversos, possibilitando a conquista de novos mercados de consumidores de informação em um
curto espaço de tempo.
Instrumentos essenciais para os psicólogos recém-formados é a utilização do marketing
nas mídias sociais, uma vez que, podem explorar seu lado laboral, perspectivas, opiniões e
cursos apresentando, assim, um material estético que se identifica com seu público alvo,
fomentando-os e estimulando o networking, dessa forma aumentam as possibilidades de criar
uma imagem positiva, de alcançar o reconhecimento e sua empregabilidade no mercado do
trabalho.
Além dos benefícios trazidos pela divulgação de serviços através das redes sociais, é
imperativo destacar os cuidados éticos segundo o Conselho Federal de Psicologia para que o
oferecimento dos serviços atenda aos padrões e normas delimitadas por tal entidade, buscando
assim legitimar os serviços para a sociedade.
Este artigo enseja, informa e alerta os profissionais de Psicologia recém-formados a
respeito da conduta ética, e das benesses ao se utilizar da divulgação de seus serviços através
das mídias sociais, disponibilizando dispositivos e maneiras de usufruir os mesmos em favor
da inserção e manutenção da sua empregabilidade no mercado atual.
18
Salienta-se que o sucesso será advindo da administração da sua própria carreira
profissional, se expondo aos novos desafios, buscando atualizações constantes, sendo criativo,
tornando-se um profissional de valor qualitativo.
Por fim, todos estes fatores elucidados no artigo têm contribuído com algumas
mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais, pois hoje, percebe-se o aumento do público
masculino nas universidades de psicologia, bem como na busca pelos serviços ofertados pela
Psicologia de forma espontânea, o que demonstra os avanços na quebra de paradigmas sociais,
tabus, preconceitos em direção a uma profissão digna de respeito, valorização e
reconhecimento, além do enaltecimento e notoriedade da profissão através dos veículos de
informação.
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