MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO
DO USO DO PRONTUÁRIO SUAS
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE GESTÃO DO SUAS
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
2
EXPEDIENTE Presidenta da República Federativa do Brasil │ Dilma Rousseff Vice-Presidente da República Federativa do Brasil │Michel Temer Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome │ Tereza Campello Secretário Executivo│ Marcelo Cardona Rocha Secretária Nacional de Assistência Social | Denise Ratmann Arruda Colin Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional | Arnoldo Anacleto de Campos Secretário Nacional de Renda de Cidadania | Luís Henrique da Silva de Paiva Secretário de Avaliação e Gestão da Informação| Paulo de Martino Jannuzzi Secretário Extraordinário de Superação da Extrema Pobreza | Tiago Falcão Silva SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Secretária Adjunta | Valéria Maria de Massarani Gonelli Diretora de Gestão do Sistema Único de Assistência Social | Simone Aparecida Albuquerque Diretora de Proteção Social Básica | Lea Lucia Cecílio Braga Diretora de Proteção Social Especial | Telma Maranho Gomes Diretora de Benefícios Assistenciais | Maria José de Freitas Diretora da Rede Socioassistencial Privada do SUAS | Carolina Gabas Stuchi Diretor Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social | Dulcelena Alves Vaz Martins CRÉDITOS COORDENAÇÃO Coordenação-Geral dos Serviços de Vigilância Social Departamento de Gestão do Sistema Único de Assistência Social SUPERVISÃO/REVISÃO Luis Otávio Pires Farias Simone Aparecida Albuquerque REDAÇÃO/ORGANIZAÇÃO Selaide Rowe Camargo COLABORAÇÃO TÉCNICA Cinthia Barros dos Santos Miranda Luís Otávio Pires Farias Rita de Cássia Alves de Abreu Maria Izabel de Amorim Simone Aparecida Albuquerque CONTRIBUIÇÕES Departamento de Proteção Social Básica Departamento de Proteção Social Especial Departamento de Benefícios Assistenciais
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
3
LISTA DE SIGLAS
CadÚnico Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal
Censo SUAS Censo do Sistema Único de Assistência Social
Centro POP Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua
CF Constituição Federal
CRAS Centro de Referência de Assistência Social
CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DF Distrito Federal
LA Liberdade Assistida
LOAS Lei Orgânica de Assistência Social
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
MEC Ministério da Educação
MS Ministério da Saúde NOB/SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
NOB-
RH/SUAS
Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social
PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
PBF Programa Bolsa Família
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PNAS Política Nacional de Assistência Social
PSB Proteção Social Básica
PSE Proteção Social Especial
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PSC Prestação de Serviços à Comunidade
RMA Registro Mensal de Atendimento
SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social
SENARC Secretaria Nacional de Renda e Cidadania
SUAS Sistema Único de Assistência Social
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO......................................................................................................04
CAPÍTULO 1
Das Estratégias de Mobilização .................................................................................07
1.1 O que significa? ....................................................................................................07
1.2 Para que serve/ qual o objetivo? ..........................................................................09
1.3 Quem convidar? ...................................................................................................11
1.4 Quais as formas importantes para operacionalizar? ............................................12
CAPÍTULO 2
Das Estratégias para Replicação do Conhecimento sobre a Utilização do Prontuário
SUAS ......................................................................................... .................................14
2.1 A ESTRUTURA DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO.....................................14
2.1.1 O Planejamento da Multiplicação.......................................................................14
2.1.2 A Ementa e Objetivo ..........................................................................................18
2.1.3 O Percurso Metodológico ..................................................................................19
2.1.4 O Roteiro da Multiplicação.................................................................................21
2.1.5 Técnicas, Procedimentos e Recursos Didáticos................................................23
CAPÍTULO 3
3.1 O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO........................................................................29
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS – UM BREVE CONTEXTO ........................29
3.1.1 Aula 1................................................................................................... ..............35
3.1.2 Aula 2.................................................................................................................39
3.1.3 Aula 3 .................................................................................................. ..............45
3.1.4 Aula 4.................................................................................................................48
3.1.5 Aula 5 e Aula 6...................................................................................................54
3.1.5.1 Aula 5 .............................................................................................................55
3.5.1.2 Aula 6 ............................................................................... ..............................60
Referência...................................................................................................................64
Anexo 1 Matriz Pedagógica........................................................................................67
Anexo 3 Avaliação......................................................................................................70
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
5
APRESENTAÇÃO
O presente documento técnico contém proposta de material
didático/instrucional a ser utilizado por estados e municípios no processo de
multiplicação do conhecimento sobre Prontuário SUAS.
O Prontuário SUAS é apontado na Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais como requisito essencial para o trabalho social com famílias
no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Após a aprovação da Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais, ocorrido em 2009, intensificou-se a discussão para
qualificar o trabalho social desenvolvido com as famílias nos Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centro de Referência
Especializado da Assistência Social (CREAS). Essas unidades estatais são
responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho social com famílias no âmbito
dos serviços de Proteção de Atendimento Integral à Família (PAIF) e Proteção
e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI),
respectivamente.
Considerando que os serviços públicos têm o dever de produzir e
organizar informações sobre a prestação de serviço à comunidade, é
imperativa a sistematização das informações e a padronização de dados para
melhoria na qualidade da oferta da política pública de Assistência Social.
Conforme Manual do Prontuário SUAS, “o registro sistemático de
informações em prontuário representa um indicador de qualidade do serviço
ofertado”. O Prontuário compõe um instrumento técnico para respaldo ético e
legal dos profissionais responsáveis por desenvolver o serviço. Já para as
famílias e indivíduos, corresponde ter seu histórico social de relacionamento
com os serviços da unidade preservados.
A materialização do Prontuário SUAS ocorre à medida que os
profissionais responsáveis pelo trabalho social com famílias se comprometem a
efetivar o acompanhamento familiar no âmbito dos serviços. Isso pressupõe o
planejamento de atividades, a organização do trabalho e o registro sistemático
de informações.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
6
Sendo assim, torna-se fundamental a disseminação do conhecimento
sobre o Prontuário SUAS nos Estados e Municípios.
A aquisição do conhecimento sobre o Prontuário, suas funcionalidades
e sua importância no aprimoramento dos serviços no domínio do SUAS
representam estímulo para o enfrentamento de novos desafios na Política de
Assistência Social.
A diferença no tocante a efetividade na transmissão do conhecimento se
encontra quando o conhecimento técnico está aliado a sua gestão, seja ela na
esfera do Município, do Estado ou do Governo Federal. A criação e a
implantação de processos que gerem, armazenem, gerenciem e disseminem o
conhecimento representam, também, um desafio a ser enfrentado pelos entes
federados.
A gestão do conhecimento exige cultura organizacional que não só
permita, mas promova a circulação de informações qualificadas, o que exige
que se tenham profissionais proativos, dispostos a aprender, debater,
aprimorar e a compartilhar o conhecimento obtido. Não obstante, a
necessidade de apoio da gestão municipal, estadual e colegiados no
fornecimento de condições estruturais para a reprodução do conhecimento
técnico com qualidade.
Nesse aspecto, o presente documento tem por objetivo proporcionar um
conteúdo que subsidie os técnicos estaduais, os gestores municipais da
Assistência Social e os profissionais responsáveis pelo preenchimento do
Prontuário SUAS no processo de multiplicação do conhecimento sobre esse
instrumental.
Neste material didático/instrucional, a ser utilizado por Estados e
Municípios no processo de multiplicação sobre o Prontuário SUAS, o Percurso
Formativo será apresentado em uma proposta de 16h de curso obrigatório (4
encontros de 4horas aula ou 2 encontros de 8horas aula).
O conteúdo está dividido em 3 Capítulos. O curso não possui objetivo
apenas teórico, mas o desenvolvimento das potencialidades por meio da
prática. Para isso será utilizada metodologia participativa e dialogada para que
o aluno saia do curso com uma base estratégica para implementação.
O conteúdo estará direcionado respectivamente à formulação de:
a) Estratégias de mobilização dos participantes para a multiplicação e,
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
7
b) Estratégias para a replicação do conhecimento sobre utilização do
Prontuário SUAS.
O Capítulo 1 tratará das Estratégias de Mobilização: O que são? Para
que servem? Quais formas são importantes considerar para operacionaliza-
las? Essas são algumas questões, que se tenta responder (reconhecendo que
não se esgotam as possibilidades) de modo a oferecer elementos, que
contribuam para o alcance do objetivo proposto neste documento.
O Capítulo 2 abordará das Estratégias para a Replicação do
Conhecimento sobre a Utilização do Prontuário SUAS. O Percurso
metodológico, a ementa e objetivo, o plano e programação da multiplicação, os
procedimentos, técnicas e recursos didáticos, os roteiros de aulas e demais
sugestões estarão distribuídos em subtópicos nos capítulos.
Por fim, o Capítulo 3 aponta o conteúdo programático a ser desenvolvido
nas aulas de multiplicação.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
8
CAPÍTULO 1
DAS ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO.
Para iniciar um processo de Multiplicação é preciso tomar algumas
providências, a primeira delas é a decisão de realizar esta ação. A decisão
deverá partir da gestão da política de assistência social local. No entanto,
recomenda-se ser compartilhada entre técnicos e gestores da Assistência
Social de município e/ou estados a fim de obter um melhor resultado da
proposta. Em seguida uma série de atividades fará parte do processo.
Nesse aspecto, descreveremos sugestões de passos necessários para
mobilização de profissionais que receberão o conhecimento sobre a utilização
do Prontuário SUAS nas unidades de CRAS e CREAS. E, sugestões de
estratégias utilizadas para efetivar a multiplicação.
1.1 O QUE SIGNIFICA?
Ser um mobilizador não é sinônimo de ser um multiplicador. A
capacidade e potencial dos profissionais devem ser avaliados e medidos, pois
trabalhar com o ponto forte das pessoas é um modo de fazê-las crescer. Então.
O que é ser Multiplicador?
Mobilização – É colocar em movimento, em
atuação. Finalização de qualquer projeto que teve
no princípio: planejamento, estratégia, recursos,
organização chegando à sua finalização e objetivo.
(Aurélio)
Multiplicador: são alunos que assimilam e dominam o
conteúdo abordado em aula e, após um curso
preparatório, dão continuidade ao projeto. Inicialmente
esses alunos executam atividades como instrutores e
monitores e, no futuro, ministram aulas do curso,
substituindo o papel dos professores [Rodrigues, 2011).
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
9
Provavelmente não será possível que todos da equipe participem desse
tipo de treinamento. Nestas situações, o ideal é escolher profissionais chaves
para adquirirem este conhecimento e multiplicá-lo aos demais posteriormente.
Multiplicar o conhecimento é dar autonomia e autoconfiança - Percepção
e motivação. Basta lembrar a insistência de Paulo Freire com relação à
contextualização no ensino. Só aprendemos aquilo que faz sentido para nós e
com o que conseguimos estabelecer vínculo.
Além da multiplicação técnica específica, de acordo com a formação
profissional e atuação no SUAS, a aquisição de novos conhecimentos,
habilidades e atitudes devem ser potencializadas na educação permanente
desse sistema.
Capacidade de multiplicar significa preparar a pessoa para enfrentar as
situações inerentes à sua função, através da aplicação de conhecimentos, com
possibilidade de criar, resolver adversidades e sugerir alternativas de
progresso. Isso significa promover progresso. É mais do que treinar ou apenas
mobilizar.
Por isso, as estratégias de mobilização trazidas nesse Capítulo estão
relacionadas ao exercício que antecede o conhecimento sobre os conteúdos
necessários na reprodução do conhecimento sobre o Prontuário SUAS. O
curso é composto pela mobilização mais o conteúdo prático e conceitual do
Prontuário SUAS que será abordado no Capítulo 2 e 3.
A estratégia é a maneira de organizar os recursos, sejam financeiros ou
humanos, e utilizá-los de maneira mais eficaz. Buscar estratégias equivale a
admitir que o talento e conhecimento por mais importantes que são sempre
necessitam de um caminho bem orientado.
1
1 MINTZBERG, Henry. Estrutura e Dinâmica das Organizações. Lisboa. Dom Quixote. 1995.
Estratégia – Para Mintzberg trata-se da forma de pensar
no futuro, integrada no processo decisório, com base em
um procedimento formalizado e articulador de resultados.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
10
De acordo com o economista e pesquisador de comportamento humano,
Carlos Hilsdorf2 “Qualquer estratégia, para ser colocada em prática, depende
de pessoas. Elas são o maior capital de uma organização”.
Para tanto, para efetiva utilização do Prontuário, os profissionais que
desenvolvem o trabalho social com famílias nas unidades dos CRAS e CREAS
deverão estar imbuídos do interesse em registrar as informações de forma
qualitativa.
1.2 PARA QUE SERVE/ QUAL OBJETIVO?
Após a decisão tomada de realizar a ação. Uma importante pergunta
você, que está se preparando para ser um replicador de conhecimento deverá
fazer: Qual o objetivo dessa Multiplicação?
Aqui você já deve começar a fazer suas anotações, e as colocar na
parte de objetivos e conceitos, caso você as tenha dividido em seções. Você as
deve ter como seus próprios objetivos e não pensar que é apenas uma lista de
ideais de alguma pessoa.
O objetivo da mobilização no desenvolvimento de uma ação pode variar
de pessoa para pessoa, de município para município ou ainda de estado para
estado.
No entanto, há elementos em comum que podem ser: a replicação de
conhecimento, o desenvolvimento da capacidade profissional, o revestir-se por
meio do saber fazer, etc.
Assim, quanto mais você souber a respeito do Prontuário SUAS, cada
um dos objetivos descritos se tornará mais interessantes e desafiadores.
Assim, o profissional que participou do curso “Oficina de
Multiplicadores para Implantação e Utilização do Prontuário SUAS”,
2 Membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Qualidade de Vida – Frase divulgada no
site http://kdfrases.com/autor/carlos-hilsdorf. Consultado em setembro de 2014.
“Se você não souber para onde está indo,
então qualquer caminho servirá."
(Alice no País das Maravilhas)
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
11
promovido pela Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS/MDS, em
agosto e novembro de 2014. Assumiu o compromisso de realizar em âmbito
municipal e/ou estadual a replicação dos conhecimentos obtidos, de forma a
multiplicar o conhecimento aos demais trabalhadores dos CRAS e CREAS.
O Gestor municipal teve um papel importante nesse processo,
comprometeu-se a fornecer o devido apoio institucional para que este
profissional realize a multiplicação aos demais profissionais que atuam no
município. Que este profissional atue como agente multiplicador em eventuais
capacitações de âmbito regional organizadas por outros órgãos. Desde que as
datas e frequência destas eventuais atividades regionais não coloquem em
risco o bom andamento das atividades sob-responsabilidade deste profissional
no âmbito do município.
A fim de direcionar o conteúdo, neste capítulo utilizaremos como objetivo
geral o preparo e a execução de ações que antecedem o processo formativo
da multiplicação do conhecimento sobre o Prontuário SUAS.
Atacar as causas de vulnerabilidades ou riscos sociais nos territórios
quer dizer lutar contra a apatia, a ignorância ou o senso comum. Exemplo onde
a compreensão dos objetivos aumenta através da experiência.
Da mesma forma, para os gestores municipais, uma boa governança
não quer dizer só liderança e administração eficiente. Mas também, o
envolvimento, confiança na equipe, disponibilização de condições necessárias
para o bom uso e manuseio do Prontuário SUAS, entre outras.
Nesse aspecto, a comunicação clara e concisa do que se espera obter
em termos de mobilização deve estar relacionado ao fator principal – agregar
profissionais para multiplicar o uso do Prontuário SUAS.
Deixar de se basear em ações pontuais, tópicas e meramente
compensatórias para se transformar em políticas de intervenção na
qualificação e no planejamento para atingir resultados de eficiência.
Atualize várias vezes as suas anotações, refine-as e
adicione detalhes a todos os objetivos.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
12
1.3 QUEM CONVIDAR?
Para responder a essa questão faremos uma divisão entre dois públicos
distintos:
a) Aqueles que farão parte das mesas temáticas e/ou ministrarão o
conteúdo programático nas aulas e;
b) Aqueles que serão multiplicadores – os alunos.
Concernente ao item “a” - A multiplicação do conhecimento sobre o
Prontuário requer domínio e clareza nos assuntos que serão ministrados. Para
isso, é desejável que as pessoas envolvidas no objetivo de transmitir o
conhecimento estejam imbuídas do saber.
Veremos mais a frente os conteúdos imprescindíveis que deverão ser
fornecidos nas oficinas. Para que os alunos possam estar aptos e convictos
acerca da importância do Prontuário SUAS, a pessoa a ser convidada para
cada aula ou mesa temática deve ter domínio do conteúdo a ser repassado.
Atinente ao item “b” - O Prontuário SUAS só poderá ser preenchido por
profissionais da equipe de referência que realizam o acompanhamento familiar
no Serviço do PAIF ou no Serviço do PAEFI.
Os profissionais permitidos a realizar o acompanhamento familiar no
âmbito das unidades CRAS e CREAS devem ter código de ética profissional e
respectivo registro no Conselho de Classe de sua profissão.
Nesse aspecto, o público que participará da multiplicação deverá ser o
técnico que compõe a equipe de referência dos serviços PAIF e PAEFI previsto
na NOB-RH/SUAS, ratificado pela Resolução do CNAS nº 17/2011. Que são:
Assistente Social, Psicólogo e Advogado e; conforme a esfera da replicação, os
representantes do Conselho Municipal da Assistência Social, do CONGEMAS,
do CEAS, da equipe da proteção social básica e proteção social especial dos
estados. Outros atores poderão ser convidados para participar da
multiplicação no sentido de adquirir o conhecimento; contribuir para replicar o
conteúdo e proporcionar um melhor desenvolvimento das aulas e dos debates
nas mesas temáticas. Fundamental que seja convidado os representantes das
classes profissionais de psicologia, serviço social e direito de sua região.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
13
1.4 QUAIS AS FORMAS IMPORTANTES PARA OPERACIONALIZAR?
Quando há priorização da função de Planejamento nos processos de
Mobilização, uma das estratégias pode ser feita é a elaboração do Briefing
Básico.
Na fase de mobilização dos participantes para a multiplicação sobre o
prontuário, o briefing poderá ser considerado como importante agregador. Nele
constará quem vai desenvolver as oficinas, suas características, o público a
quem se destina, tempo de duração e o objetivo esperado. Uma vantagem que
poderá ser divulgado em espaços em que se tenha grande circulação ou
presença de profissionais com o perfil que se deseja como multiplicador.
“o propósito do briefing pode ser estabelecido como uma forma de
organizar a passagem de informação certa, das pessoas certas para outras
pessoas certas, na hora certa, na maneira certa e pelo custo certo”. (Sampaio,
1992:208).
Modelo de briefing:
Outros modelos de mobilização são os contatos telefônicos, reuniões de
CONGEMAS, COEGEMAS, Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e o envio
de convites por caixa postal.
O Briefing é um instrumento de comunicação que consta de um
resumo, uma síntese e com tratamento orientado para informar apenas
o essencial para o trabalho de planejamento, criação, produção e
execução da ação.
Multiplicação sobre o conhecimento do
Prontuário SUAS. Destinado aos técnicos de
referência que realizam o acompanhamento familiar
no PAIF e PAEFI. Será realizado entre os dias Y e Z
na sala 001 deste órgão gestor. Faça sua inscrição
pelo telefone 666-2222 ou e-mail
inscriçã[email protected].
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
14
Em todos os contatos realizados entre os profissionais, independente da
forma e estratégia utilizada é importante que se tenha uma linguagem clara,
concisa e objetiva.
CAPÍTULO 2
DAS ESTRATÉGIAS PARA A MULTIPLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
SOBRE A UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO SUAS
Neste capítulo trataremos de estratégias recomendadas para a
replicação do conhecimento sobre a implantação e utilização do Prontuário
SUAS nas unidades dos CRAS e CREAS.
Após a realização da mobilização para a multiplicação de
conhecimentos, vamos nos ater aos passos necessários e fundamentais para
que essa multiplicação se realize com sucesso desejado.
O contato telefônico aproxima os profissionais e facilita a
comunicação entre os órgãos, departamentos, setores, etc.
Uma estratégia importante para equipes estaduais com os
municípios ou colegiados. Essa estratégia tende a sanar todas
as possíveis dúvidas durante o contato realizado.
A grande facilidade da estratégia do correio eletrônico é sua
possibilidade de contatar um grande número de pessoas em
curto prazo de tempo. Ao enviar o convite, insira a ficha de
inscrição e todas as informações necessárias para não gerar
dúvidas para quem realizar a leitura.
Nas reuniões de Colegiado, acompanhamento técnico,
Comissões Intergestores Bibartites, entre outras. São
momentos oportunos para divulgar todas as informações sobre
as oficinas que se deseja realizar. Aproveite para entregar aos
participantes um informe por escrito contendo as informações
necessárias a serem repassadas as equipes técnicas das
unidades CRAS e CREAS.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
15
Nesse sentido, a abordagem desse capítulo se dará em formato de
subtópicos específicos para cada etapa a ser desenvolvida.
2.1 A ESTRUTURA DA MULTIPLICAÇÃO
Neste tópico será abordado o conteúdo sobre a configuração didática
sugerida para a replicação do conhecimento de multiplicadores do prontuário
SUAS.
A multiplicação se dará de forma presencial, em sala de aula, composto
de aulas expositivas, dialogadas, atividades práticas e vivência.
A modalidade de repasse de informações por web conferência,
teleconferência ou videoconferência não é a mais apropriada para desenvolver
essa multiplicação em função do tempo de duração das aulas e da
necessidade de interação que esse conteúdo exige. Sugere-se utilizar dessas
estratégias para mobilização ou para complementar determinados conteúdo
das aulas a ser ministradas nas oficinas.
A intensão é fornecer subsídios para que Estados e Municípios possam
multiplicar o conhecimento sobre o Prontuário SUAS a partir da matriz
pedagógica sugerida no Capítulo 3.
2.1.1 O PLANEJAMENTO DA MULTIPLICAÇÃO
“Planejamento é elaborar – decidir que tipo de sociedade e de homem
se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso(...) é propor
uma série de ações (...)é revisar sempre”. (Danilo Gandin).
O planejamento é uma ferramenta muito importante para o instrutor. Por
meio dele, o instrutor pode fazer a previsão dos conteúdos que serão dados, as
atividades que serão desenvolvidas, os objetivos que pretende alcançar, e as
formas de avaliação.
O Instrutor é constituído por técnicos estaduais ou municipais,
habilitados como multiplicadores do conhecimento sobre o Prontuário SUAS,
Um planejamento bem feito do que será
realizado em uma oficina, melhora muito o
aprendizado dos alunos e aprimora sua prática
de replicar o conhecimento.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
16
com disponibilidade para multiplicar o conhecimento adquirido em oficina
anterior.
Para desenvolver a previsão de atividades em consonância com
objetivos e conteúdos previstos da multiplicação, o instrutor deverá estruturar
seu Plano de aula que atenda a intenção do instrutor e o modo de
operacionalizá-la. Expressa, ainda, as opções desse instrutor diante de seu
contexto de trabalho, que implica pensar simultaneamente o conteúdo e os
sujeitos com os quais interage, ou seja, os alunos.
Todo plano de aula, além de ser um guia, traz implícitas questões
pessoais de um instrutor comprometido com sua tarefa e com seus alunos: por
que faço? O que é uma aula? Espaço de parceria ou de resistência? Como
motivar o aluno para aprender? Como verificar se o aluno aprendeu?
Programar ou planejar é basicamente “conversar” de maneira
organizada o cumprimento da tarefa, desenvolve nosso raciocínio lógico e
nossa capacidade de resolver problemas.
Nesse aspecto, programar o curso de multiplicadores sobre o Prontuário
SUAS requer dedicação. Importante não é apenas estabelecer um roteiro /
modelo padrão de plano, mas o registro dos aspectos que orientam o instrutor
para estruturar a prática cotidiana. O estabelecimento de modelos pode
burocratizar o planejamento e restringir as possibilidades de auto-organização
do instrutor na elaboração do plano da multiplicação do saber.
Para o êxito na multiplicação, é fundamental conter no planejamento a
definição de quais e quantos participantes, os objetivos, a metodologia
aplicada, o material instrucional e de apoio e o sistema de avaliação das
oficinas.
A relação aluno-instrutor não deve ser uma relação de imposição, mas
sim uma relação de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve
ser considerado como sujeito interativo no seu processo de construção de
conhecimento. Assumindo o instrutor um papel fundamental nesse processo,
como um indivíduo mais experiente. (Vygotski).
A organização das aulas deverá ser realizada de acordo com os temas
envolvidos no Prontuário SUAS. Os horários previstos para início, intervalo e
término das aulas são registrados no plano de aula, mas podem ser adaptados
de acordo com a realidade local.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
17
As oficinas com os profissionais dos CRAS e CREAS poderão ser
conduzidas tanto pelos estados quanto pelos municípios. A operacionalização
das aulas será realizada preferencialmente pelas equipes estaduais, mas
poderá ser descentralizada para os municípios.
Para que o município possa conduzir uma oficina de multiplicação, ele
deverá possuir instrutores habilitados nessa temática. Nesse aspecto é
fundamental que as equipes estaduais tenham conhecimento de quais
municípios tiveram representantes nas oficinas de multiplicadores do
conhecimento sobre o Prontuário SUAS realizado pelo MDS em 2014.
Além do apoio logístico para promoção das atividades de multiplicação
nos respectivos municípios, as equipes estaduais participarão do
acompanhamento das oficinas realizadas. É importante que o Estado
acompanhe os cursos por meio de relatórios e por amostragem, participando in
loco de algumas turmas dos municípios.
Para que a formação de multiplicadores do conhecimento sobre o uso do
Prontuário SUAS seja uma ação continuada recomenda-se que nas
coordenações estaduais, seja proteção básica, proteção especial ou gestão do
SUAS devem ser mantidas equipes de multiplicadores com um coordenador
pedagógico e instrutores para:
a) Ministrar cursos aos gestores e técnicos municipais;
b) Formar novos instrutores, quando necessários; e
c) Acompanhar as oficinas descentralizadas, conduzidas pelos
municípios.
Os Municípios também poderão contar com uma estrutura
semelhante a do Estado, contando com coordenador pedagógico ou técnico
responsável por organizar as oficinas em âmbito municipal.
Nos Estados, o coordenador pedagógico será o responsável pelos
procedimentos relativos à operacionalização das capacitações, com atribuições
de:
a) Auxiliar na elaboração do Plano de Formação no Estado;
b) Providenciar a quantidade de materiais necessários para as
oficinas, conforme plano estadual de formação;
c) Organizar as turmas de até 35 alunos;
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
18
d) Indicar a dupla de instrutores (preferencialmente Assistente Social
e Psicólogo);
e) Escolher local apropriado para a realização: salas arejadas, com
boa iluminação, espaço suficiente para acomodação dos alunos e
para movimentação do instrutor;
f) Organizar, em cada sala de aula, os equipamentos necessários
ao instrutor (computador, power point, tela de projeção, etc);
g) Definir em conjunto com os instrutores os horários de realização
das oficinas e seus respectivos intervalos;
h) Divulgar as informações relativas à operacionalização da
multiplicação a todos os envolvidos;
i) Distribuir o material instrucional e de apoio para uso do instrutor e
dos alunos, antes do início da multiplicação.
Além das atribuições descritas acima, outras atribuições poderão ser
agregadas de acordo com cada localidade de execução.
No Planejamento deverá ser previsto dois Instrutores, os quais irão
acompanhar os alunos durante todo o percurso da formação. Esses Instrutores
terão um vínculo de aproximação maior com os alunos. Eles deverão,
antecipadamente, estabelecer a distribuição das aulas entre si e serão os
responsáveis pelos procedimentos relativos à operacionalização das aulas com
atribuições de:
a) Estudar atentamente todo o material instrucional antes de iniciar
as turmas de multiplicação;
b) Organizar os materiais didáticos referente às dinâmicas de grupo;
c) Organizar os materiais de apoio necessário para as aulas;
d) Organizar em conjunto com coordenador pedagógico os convites
de representações necessárias para composição das mesas de
abertura e das temáticas trabalhadas nas oficinas.
e) Verificar os equipamentos na sala antes do início das aulas;
f) Certificar-se que os slides de power point estão de acordo, antes
do início de cada turma;
g) Verificar em conjunto com o coordenador pedagógico, a lista de
presença da turma e garantir que ela seja devidamente assinada
pelos alunos diariamente;
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
19
h) Providenciar em conjunto com o coordenador pedagógico cópias
das avaliações a serem preenchidas pelos alunos ao término da
multiplicação.
Assim como para o Coordenador Pedagógico, para o Instrutor
outras funções poderão ser agregadas de acordo com cada realidade.
No Planejamento da atividade de multiplicação para implantação
e utilização do Prontuário SUAS deverá conter a descrição de todo o material a
ser utilizado. O material Instrucional e material de apoio.
Nesse aspecto, o material instrucional é composto de:
instrumental do Prontuário SUAS e o seu respectivo manual (disponíveis no
site do MDS); a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais; as
orientações sobre a articulação entre o Cadastro Único e o Prontuário SUAS;
as apresentações em power point.
A composição de materiais de apoio a ser providenciado sugere-se: lista
de participantes; kit de material aos alunos (composto por exemplar do
Prontuário SUAS, seu respectivo Manual e outros materiais); um computador
ou notebook conectado à internet, um projetor multimídia, microfones sem fio,
serviço de som, uma tela de projeção, materiais para realização de dinâmicas
de grupo, quadro branco ou de escrever, cadeiras móveis (para realizar
atividades que exige a mobilidade por parte dos alunos), entre outros.
2.1.2 A EMENTA E OBJETIVO
É um termo aplicado de modo geral, para indicar uma
espécie de apontamento ou anotação tomada para lembrança, a fim de que,
posteriormente, se produza o documento escrito, para que se faça e se execute
o ato nela lembrado. Por exemplo, é a decisão resumida das matérias e suas
cargas horárias dadas num curso determinado.
A ementa apresenta os temas gerais que serão abordados ao longo das
aulas a serem dadas, como forma de um fichamento. A apresentação mais
Conforme dicionário Aurélio, ementa é uma palavra
originária do latim ementum, que expressa um
“pensamento” ou “ideia”.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
20
detalhada dos assuntos que serão estudados, ponto a ponto, é sugerida
no programa de curso a ser ministrado.
A ementa trazida no conteúdo programático para as oficinas de
multiplicadores do Prontuário SUAS deverá ser de acordo com cada aula a ser
ministrada.
O objetivo do Prontuário SUAS é oferecer aos profissionais dos CRAS e
dos CREAS um instrumento documental padronizado, organizado e conciso.
Que os(as) oriente na organização e registro das informações relacionadas ao
trabalho social com as famílias e indivíduos acompanhados pelo Serviço de
Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e do Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI).
A Oficina de “Multiplicadores para implantação e utilização do
Prontuário SUAS” tem como objetivo formar multiplicadores para implantação e
utilização do Prontuário SUAS e considera a necessidade de que todos os
trabalhadores do SUAS do país tenham acesso às informações acerca do
Prontuário SUAS.
Em cada uma das turmas sugere-se o máximo de 35 participantes para
um bom desempenho e participação.
2.1.3 O PERCURSO METODOLÓGICO
A noção de Percurso Formativo apresentada na Política Nacional de
Educação Permanente do SUAS corresponde ao conceito de trilha de
aprendizagem. Conforme essa Política, o conceito evidencia uma forma de
desenvolvimento de competências profissionais, na qual o percurso ou
trilha construída pelo participante para o seu desenvolvimento profissional
resultam, de um lado, das suas próprias conveniências, necessidades e
aspirações profissionais; e de outro lado, das necessidades da
organização na qual trabalha.
No âmbito do SUAS, a combinação e o equilíbrio entre esses dois
elementos resultam da diversificação de alternativas de formação ofertadas. Do
direcionamento dessa oferta para o atendimento das reais necessidades de
qualificação que os profissionais necessitam.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
21
Em torno das necessidades serão planejadas, formatadas, ofertadas e
realizadas as ações compreendidas no escopo da Política de Assistência
Social.
Para a finalidade deste material de apoio ao planejamento e execução
do processo de multiplicação do uso do Prontuário SUAS, o Percurso
Formativo proporciona uma didática instigadora com conteúdo previsto nas
normativas do SUAS, tornando espaço de conhecimento e aprimoramento dos
temas sugestivos para a “replicação do conhecimento sobre utilização do
Prontuário SUAS”.
Nesse aspecto, esta orientação didática não possui a intenção de ser
estática, mas sim, como trajetória de aperfeiçoamento contínuo, deve ter
coerência e ser organizativo, poderá ser alterado ao longo do tempo, de acordo
com as especificidades locais, mas sem perder a finalidade de replicação do
conhecimento sobre o Prontuário SUAS.
Faz-se nesse sentido atentar que o Prontuário SUAS contribui com a
efetivação do objetivo precípuo da Política de Assistência Social. De garantir a
Proteção Social a todo “cidadão ou grupos que se encontram em situações de
vulnerabilidades e/ou riscos pessoais ou sociais”, com isso garantindo proteção
a toda família.
O material didático sugerido visa trazer informações de apoio para vocês
técnicos municipais que manuseiam os instrumentais no cotidiano do trabalho
social com famílias e compartilham saberes com seus pares, seja nas unidades
de referência CRAS e CREAS ou no âmbito da gestão municipal.
Também é para você profissional da equipe estadual que possui o
compromisso com a função de disseminar o conhecimento e acompanhar o
processo de implantação nos municípios de seu estado. Contribuindo para
efetividade do comando único da política de assistência social na proteção
social e garantia de direitos.
As ações, indicadas neste material, busca garantir a uniformidade nas
oficinas de multiplicadores sobre o prontuário SUAS em todo o território
nacional, além de ajudar os técnicos de referência a desempenhar com
qualidade o seu papel nesse empreendimento. O presente instrumental contém
subsídios e informações necessárias para a condução das aulas.
É através da articulação sobre o quê ensinar com o como
ensinar que você estará assumindo plenamente o seu papel de
multiplicador.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
22
2.1.4 O ROTEIRO DA MULTIPLICAÇÃO
O roteiro das aulas para a multiplicação de conhecimento para a
implantação e utilização do Prontuário SUAS é elaborado com objetivo de:
fornecer aos Instrutores, os elementos básicos para a condução das aulas.
Para aperfeiçoar e dinamizar as aulas sugere-se que sejam
desenvolvidos alguns estudos de caso. Isso aproxima os profissionais da
realidade de execução e contribui para que o repasse das informações pelo
Instrutor. Poderá se utilizar do formato escrito a seguir, para estruturar um
caso, ou buscá-los na literatura, a exemplo de: SANTOS, Adriana Aparecida. et
al. Trabalho com famílias vulnerabilizadas: dinâmicas orientadas na
perspectiva do SUAS. Londrina: Ed. Mídia, 2006.
QUE ESTRUTURA UM CASO PODE SEGUIR?
1. Introdução
Define o problema a ser examinado e explica os parâmetros ou as
limitações da situação; deve despertar interesse e curiosidade.
2. Visão Geral/Análise
Onde/quando/por quê; fornece detalhes sobre atores envolvidos e
organizações; identifica questões vivenciadas no caso, deve ser rico em
nuances contextual: cenários, personalidades, culturas, urgência das questões
etc.
3. Relato da Situação
Descreve as ações, pode incluir declarações dos atores e suas relações;
deve deixar claro o período temporal ou a cronologia do caso; é importante
saber onde os eventos importantes ocorrem, com sugestões de locais e das
instituições.
O roteiro é um documento narrativo utilizado como
diretriz para a realização das oficinas sobre
multiplicadores do uso do Prontuário SUAS
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
23
4. Problemas do caso
Geralmente um ou dois problemas que requerem análise para resolver
uma questão específica; devem ser apresentados de forma clara; podem
assumir diferentes formas: a) apresentam uma situação e perguntam aos
alunos o que fariam a seguir; b) definem uma tarefa, como, por exemplo, pedir
aos alunos transcrever a situação familiar no Prontuário; c) ilustram um cenário
e pedem aos alunos o que analisem e recomendem como a situação deveria
ser abordada e atendida nos serviços socioassistenciais.
O tempo destinado a cada aula é adaptável ao ritmo e disponibilidade de
cada localidade, no entanto, recomendamos que o curso seja de 16h aula.
Podendo ser distribuído em até 4h diárias ou 8h dependendo da realidade. Na
escolha de aulas com períodos maiores, os intervalos para café ou almoço
deverão ser previstos no planejamento do curso.
Para facilitar uma boa direção da aula, indica-se o tempo considerado
adequado a cada atividade. Entretanto, o Instrutor deverá administrar o tempo,
levando em consideração a capacidade de assimilação dos alunos.
A necessidade de articulação entre teoria e prática deverá aparecer
reiteradamente. Há grande demanda pela oferta de casos e instrumentos
práticos para subsidiar a formulação e a implementação das oficinas. A
trajetória e a experiência profissional devem ser consideradas nos processos
de multiplicação. As mesmas devem ser apresentadas de forma articulada com
as questões teóricas.
A prática deve perpassar os cursos de formação o que precisa ser
demonstrado no modelo a ser aplicado aos técnicos das unidades CRAS e
CREAS, ou seja, deve ser buscada sempre uma retroalimentação das
instâncias teórica e prática. Esse formato aproxima e auxilia os técnicos a
trazerem suas realidades cotidianas de trabalho para dentro da multiplicação,
proporcionando uma melhor integração entre os participantes e também melhor
fixação do conteúdo estudado.
Importante que o roteiro das atividades se identifique como um processo
de aperfeiçoamento profissional e se constitua em um trabalho contínuo de
aprendizagem crítica que permita analisar e questionar as práticas e os
saberes já estabelecidos.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
24
Outro item que deverá compor a estrutura do planejamento é a avaliação
(modelo anexo), composto por avaliação de aprendizagem e avaliação das
aulas.
A avaliação de aprendizagem é realizada por meio de um instrumental
previamente elaborado pelo Instrutor e o Coordenador Pedagógico. Ela possui
o objetivo de avaliar o grau de aprendizagem adquirida pelo aluno para realizar
sua tarefa de replicador do conhecimento. Recomenda-se uma avaliação
individual e sem consulta ao material didático e ser aplicado no término do
conteúdo. Abordando os tópicos principais das oficinas.
A avaliação tem o objetivo de verificar o grau de satisfação dos alunos e
Instrutores com os métodos e técnicas utilizadas na multiplicação do saber.
Devendo estar diretamente vinculados aos resultados obtidos na avaliação de
aprendizagem. Sua aplicação é feita no último dia de formação e para que
todos possam contribuir com essa avaliação sugere-se vincular o
preenchimento de seu formulário com a entrega do certificado de participação.
2.1.5 TÉCNICAS, PROCEDIMENTOS E RECURSOS DIDÁTICOS
É de responsabilidade do Instrutor explicar aos alunos os conceitos e
procedimentos do Prontuário SUAS. A sua importância no acompanhamento
familiar realizado nos CRAS e CREAS e a sua relação com o Cadastro Único
para programas sociais do governo federal.
A utilização dos recursos didáticos adequados impõe ao Instrutor da
multiplicação alguns critérios para uma escolha mais eficiente, como:
Os resultados obtidos com a avaliação irão possibilitar a permanente
alteração e garantia da qualidade das oficinas e a consequente
identificação das necessidades de possíveis correções e atualizações,
bem como, identificação de experiências exitosas para replicação.
“As palavras ensinadas a que faltam a corporeidade do
exemplo valem pouco ou quase nada”
(FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia).
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
25
a) Adequação dos objetivos, conteúdos e grau de conhecimento dos
alunos;
b) Adequação das habilidades que se quer desenvolver. Nesse caso, de
profissionais que farão a replicação sobre a utilização do Prontuário
SUAS;
c) Simplicidade, baixo custo sem perder a qualidade;
d) Despertar a curiosidade dos participantes, desejo de querer aprender
mais e debater os assuntos propostos.
Por isso, quanto mais você conhecer a proposta de multiplicadores
para a implantação e utilização do Prontuário SUAS, mais você poderá ajuda-
los no aprimoramento do conhecimento e qualidade das capacitações futuras.
De acordo com Freitas, 2007 é muito comum unir como sinônimos os
termos método, procedimento, técnica, recursos, materiais e estratégias.
Porém, apesar da semelhança e estreita ligação entre eles, algumas diferenças
devem ser consideradas.
O Método – é um conjunto de técnicas de ensino, organizadas para um
fim específico (objetivo). Exemplo: Método Paulo Freire que reúne técnicas de
problematização do contexto (debates, relatos de experiências, “tempestade de
ideias” e fóruns), a partir das quais se faz a seleção dos temas para o estudo.
Assim, na multiplicação é fundamental que se tenha um método dialógico, com
integração e participação de todos no processo de aprendizagem.
A Técnica – é um tipo de saber que se aplica, normalmente com
instrumentos e ferramentas úteis ao processo ensino-aprendizagem.
Paulo Freire compreendia que a aprendizagem acontecia mais
facilmente quando o objeto de estudo integrava a realidade do estudante e
fazia a relação tanto com seus conhecimentos prévios quanto com a
funcionalidade no seu dia-a-dia.
Assim, quando o Prontuário SUAS é utilizado no acompanhamento as
famílias pelos técnicos de referência, torna-se mais fácil a apreensão do
Técnicas; métodos; conhecimentos;
estratégias; procedimentos; recursos,
ou....?????
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
26
conteúdo e de sua importância em relação ao olhar protetivo da Política de
Assistência Social.
Entretanto, a competência técnica do Instrutor vai além do conhecimento
da matéria a ser transmitida. Refere-se, também, à formação para o uso de
procedimentos, técnicas e recursos didáticos que facilitem o processo de
transmissão dos conteúdos e, consequentemente, da aprendizagem do aluno.
O recurso didático, por mais desenvolvido tecnologicamente, não tem
apresentado resultado instantâneo e automático, nem no ensino, nem na
aprendizagem. Nesse aspecto ao optar por recursos como web conferências,
tele conferências ou vídeo conferências é fundamental que sua aplicação seja
de forma sistemática, ordenada, respeitando ao contexto local do aluno.
Essa estratégia de transmissão de conhecimento, se ocorrer, deverá
acontecer em aulas sequenciadas de curta duração. O tempo de interação
entre Instrutor e aluno nesse formato é reduzido significativamente. Por ser de
curta duração, cerca de 1hora, de maneira a não ser cansativo. Por
conseguinte a extensão da formação se dará em prazo maior.
Ressaltamos que a multiplicação aqui proposta se destina a um grupo
de pessoas que objetiva adquirir conhecimentos e habilidades para
desempenhar um trabalho específico. Cabe nesse sentido, criar um ambiente
propício para favorecer a comunicação dos alunos, tanto com você Instrutor,
quanto com seus pares. Nesse entendimento, é preciso analisar qual estratégia
didática irá oferecer o resultado satisfatório.
Importante lembrar que nenhum material didático pode, por mais bem
elaborado que seja garantir, por si só, a qualidade e a efetividade do processo
de ensino e aprendizagem. Apenas cumprem o papel de mediação e jamais
visualizá-los como se fossem, começo, meio e fim de um processo didático.
Outro aspecto relevante para um bom desenvolvimento das oficinas é o
Instrutor informar-se sobre o perfil e o número de alunos. Ressalta-se a
participação dos profissionais de serviço social e psicologia. Isso se deve em
função de seu papel no desenvolvimento do trabalho social com famílias nos
serviços do PAIF e do PAEFI e o manuseio do Prontuário SUAS.
No grupo você encontrará interesses, habilidades e atitudes distintas.
Essas diferenças devem ser encaradas como material de trabalho, pois é por
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
27
meio delas que o grupo poderá trocar pontos de vista e construir o
conhecimento.
O espaço físico é um dos principais elementos que influenciam para um
bom resultado da multiplicação. Verifique as condições físicas do local a ser
realizada as oficinas, teste os equipamentos, a fim de buscar soluções antes do
início do evento, se necessário.
Nesse momento, você Instrutor pode dar sua contribuição. Compondo o
espaço de acordo com cada atividade: às vezes compondo as cadeiras em
semicírculos, para que todos possam observar e ser observados. Outras vezes,
dispondo as cadeiras em pequenos grupos. Sempre lembrando que a
multiplicação possui um caráter dinâmico e diversos trabalhos em grupos são
realizados.
Lembre-se que a comunicação verbal será bastante utilizada, por isso,
procure falar em um tom de voz claro, pausado e com volume adequado ao
tamanho do grupo.
Dirija-se ao grupo de maneira sempre respeitosa, buscando a integração
dos participantes. Portanto, evite gírias ou termos pejorativos e nunca se
indisponha com o aluno. Evite ainda, a repetição de palavras ou certos vícios
de linguagem (“não é?”, “tá”, “entendeu” ou qualquer outra expressão que se
torne motivo de desatenção dos participantes).
Sua postura deverá ser descontraída, desloque-se pela sala. Olhe
sempre para os alunos enquanto expõe. Essa postura lhe auxiliará a captar a
atenção dos participantes e verificar se existem dúvidas.
Mostre aos participantes a importância das atividades em grupo que
serão realizadas durante as oficinas, valorize as dinâmicas e envolva os
participantes, criando um clima de descontração e confiança.
O que fazer para que uma sala de aula se
transforme em um espaço mais agradável?
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
28
Nos momentos de questionamentos, antes de responder, certifique-se
que entendeu a pergunta. Provoque questionamentos, a fim de que todas as
dúvidas sejam dirimidas.
No caso de perguntas que antecipam o encadeamento da aula, procure
responde-las resumidamente e peça ao participante para aguardar o momento
exato do assunto entrar em pauta, para que possa ser explorado
adequadamente.
Muito importante, caso você não tenha elementos para responder
alguma pergunta ou tenha dúvidas, não tenha receio de dizer ao grupo que não
tem a resposta. Comprometa-se a consultar a resposta. Anote a dúvida,
consulte-as e devolva a resposta posteriormente.
Se o grupo apresentar cansaço, faça perguntas envolvendo a todos, de
modo a buscar uma participação mais ativa.
Em relação as técnicas didáticas ou de ensino, podemos dizer que
constituem um conjunto de processos que o Instrutor utiliza para facilitar e
reforçar a aprendizagem; promover a participação no grupo; exercitar e avaliar
a aplicação dos conceitos e procedimentos apresentados.
Para replicar o modelo de matriz pedagógica deste documento, sugere-
se o uso de técnicas como: exposição oral, leitura dirigida, dinâmicas de grupo,
discussão em pequenos grupos, discussão em duplas, aulas com ferramenta
tecnológica (computador com internet para versão eletrônica).
A seleção de quais técnicas será utilizada levará em consideração: o
tempo disponível em horas-aula, a necessidade de que todos os conteúdos
sejam explorados de maneira satisfatória e do número de alunos previstos nas
turmas.
Nas exposições orais o Instrutor conduz a aula dando as explicações
aos alunos, fazendo e respondendo perguntas. Propõe o assunto da aula e dá
uma visão geral sobre ele, relacionando-o com o que vem sendo tratado.
Alunos também podem formular perguntas, que serão respondidas pelo
Instrutor ou por outros alunos.
A participação ativa dos alunos é fundamental para permitir
ao Instrutor verificar se todos dominaram o conteúdo.
Lembre-se que o melhor modo para se certificar que a
aprendizagem ocorreu é ouvir o aluno.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
29
É importante o domínio do assunto para expô-lo com clareza e
responder as possíveis dúvidas.
Para a multiplicação se dar em ambiente mais harmonioso é
fundamental que se utilize de dinâmicas com simulações lúdicas da realidade.
Elas contribuem para facilitar e aperfeiçoar a ação dos grupos e promovam a
integração entre os participantes e melhora a assimilação do conteúdo.
Lembrar sempre de estabelecer uma clara relação entre a dinâmica e o
conteúdo trabalhado.
O trabalho em pequenos grupos é fundamental para instigar o
conhecimento aprendido e troca de experiências. Na aula sobre o
preenchimento do Prontuário SUAS recomenda-se utilizar uma situação
familiar ou “estudo de caso” em acompanhamento familiar nos serviços do
PAIF ou PAEFI. Divida o “caso” em tarjetas e distribua aos grupos. De modo
que cada grupo fique com uma parte da história inicial e crie uma nova história
a partir do conteúdo recebido, transcreva para o Prontuário SUAS as
percepções do grupo. Os grupos não poderão saber previamente que todas as
tarjetas estão relacionadas a mesma situação familiar ou “caso”.
Ao término da dinâmica, cada grupo fará a apresentação de sua história
e como realizaram o preenchimento do Prontuário SUAS. Após a finalização
das apresentações será lida a história familiar completa e refletida com o grupo
a importância em saber observar e ouvir a família. Não podemos nos ater
apenas ao preenchimento do formulário de maneira mecanicista ou cumpridor
de tarefas. Sempre deverá ter a análise conceitual e histórica do contexto em
que essas famílias estão inseridas. A fim de obter um acompanhamento
familiar com perspectiva de superação da vulnerabilidade ou risco apresentado.
Os recursos didáticos são necessários em todo processo formal de
multiplicação. São os instrumentos ou meios pelos quais se promova o
aprendizado dos conteúdos.
As técnicas de ensino podem ser adaptadas, dependendo das
condições de aula, da atenção e do número de alunos. O
importante é não perder de vista o(s) objetivo(s) a ser(em)
alcançado(s) em cada tema abordado.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
30
No uso de apresentações em power point deverá ser transmitido
assuntos que ultrapassem o que está escrito em cada tela do slide. As
apresentações mais eficazes são simples, com elementos de fácil
compreensão, destinadas apenas a apoiar a fala do Instrutor. Nem tudo deve
estar nas telas. A simples leitura do que está escrito na tela torna a aula
tediosa.
A apresentação oral deverá ser repleta de exemplos e observações que
ampliem e discutam o conteúdo. É importante realizar pausas no uso das telas
de power point. O descanso visual proporciona aos alunos concentrar esforços
nas trocas orais.
A programação das oficinas é considerada uma ação na qual que se
espera realizar o repasse do conteúdo em determinado período.
Na formação de Multiplicadores para implantação e utilização do
Prontuário SUAS a programação distribui em 16horas aula o conteúdo que
devem ser ministrados aos participantes, podendo ser ao longo da semana 4h
diária ou em dois dias sequenciados de 8h. Lembrando que cada aula deverá
iniciar e finalizar no mesmo período.
Isso se dá em função da necessidade de conclusão do conteúdo e não
gerar interrupção na lógica de pensamento construído naquela aula.
CAPÍTULO 3
3.1 O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS – BREVE CONTEXTO
A reflexão trazida a seguir busca enfatizar a importância do Prontuário
SUAS no trabalho social com famílias dos serviços do PAIF e PAEFI.
Proporciona subsídios que contribuam para que o assistente social ou
psicólogo desenvolva um acompanhamento familiar com vistas à promoção
das famílias.
Antes de iniciar o conteúdo proposto para as aulas,
se faz necessário uma breve abordagem sobre o
trabalho social com famílias no âmbito do SUAS.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
31
O Prontuário SUAS é um dos principais instrumentos e fonte de
informações para Vigilância Socioassistencial, a qual “deve ser realizada por
intermédio da produção, sistematização, análise e disseminação de
informações territorializadas”. (Art. 87-NOB SUAS 2012).
Na Política de Assistência Social há uma intensa busca em desconstruir
o olhar centrado apenas na dinâmica da família, por um modelo de atenção
voltada para o território em que essas famílias vivem. Incentivar a busca pela
integralidade, pela resposta estatal às demandas de exclusão social, o
estabelecimento de vínculos e o compartilhamento de responsabilidade entre o
poder público, os profissionais do SUAS e a população é fundamental para
garantia de mecanismos efetivos de proteção social e defesa de direitos.
A família deve ser compreendida "a partir do território onde vive, uma
vez que é nele que ela constrói suas relações sociais, intra e extrafamiliares e
também desenvolve sua luta cotidiana em busca da melhoria de suas
condições de vida" (ATHAYDE; GIL, 2005, p. 14). Dessa forma, compreender a
vivência da família é essencial para que a equipe de referência dos serviços
socioassistenciais descubra suas principais necessidades no contexto familiar
e comunitário.
Esse modo de atuar irá permitir a identificação de situações de maior
vulnerabilidade e, por conseguinte, a priorização de ações sociais visando
diminuir os riscos de agravos, uma maior efetividade das ações e o incremento
da participação social no sistema de serviços de assistência.
O planejamento das ações dos serviços socioassistenciais a serem
executadas no CRAS e CREAS, voltadas à proteção da família e indivíduos
deve buscar a identificação dos fatores que determinam essas vulnerabilidades
e/ou riscos sociais no território.
A disponibilidade de informações que abrangem os problemas e
potencialidades do território em que se localizam as famílias é fundamental
para a compreensão da relação entre estas grandezas (família e território),
assim como, “auxilia a busca de maior resolução dos problemas, qualificando o
atendimento e interferindo na satisfação dos usuários (STARFIELD, 2002)”. Os
desafios podem também surgir dentro das unidades de referência quando os
usuários são vistos por diferentes técnicos da equipe de referência e as
informações a respeito do atendimento à essa família são geradas em
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
32
diferentes lugares. Deste modo, seu exercício implica uma articulação de vários
recursos informacionais.
Neste sentido, o prontuário é o principal documento de registro das
informações pertinentes ao usuário e à proteção a ele prestada. No caso dos
serviços do PAIF e PAEFI, o prontuário SUAS, no acompanhamento da família
é um documento que representa importante fonte de informações para a
equipe de referência qualificar o acompanhamento à população e desenvolver
a coordenação da proteção social naquele território.
O prontuário SUAS permite a recuperação ou resgate das informações,
auxiliando no planejamento do acompanhamento familiar e a intervenção na
comunidade de forma mais qualificada pelo profissional.
Importante salientar que o Prontuário SUAS não deve ser utilizado
apenas para coletas de dados de forma meramente mecanicista ou com
características fiscalizatórias. Tanto no que infere ao controle das atividades
desenvolvidas pelos profissionais nas unidades, pela gestão, quanto pelo
profissional sobre as famílias em acompanhamento.
As decisões dos profissionais não devem ser embutidas de
preconceitos, de antemão já julgar a família sem levar em consideração a
subjetividade da situação apresentada.
A Professora Bader Sawaia3 alerta que isso se deve ao fato de que tanto
as perspectivas filosóficas, quanto os pressupostos que embasam a ciência,
independente da área, impõe proibições fatais: “não se pode considerar a
emoção para chegar à razão. Tem-se que eliminar a emoção porque ela é da
ordem da perturbação e do erro”. Segundo a professora, esse foi um dos piores
“males” cometidos pela ciência, pois passamos a separar a emoção da razão
com o intuito de chegar à razão absoluta - é o denominado “o mito da verdade
científica” que impõem proibições que impedem ver o fenômeno tal como ele
aparece.
Não se trabalha com indivíduos e famílias para tratá-los ou para educá-
los, tarefa que embute a ideia de que os problemas estão apenas nas pessoas
e nas relações que estabelecem. O técnico não pode apenas se satisfazer com
3 SAWAIA. B.B – Professora Titular da PUC/SP. Fala proferida no Encontro de Alinhamento: Trabalho
Social com Famílias na Política Nacional de Assistência Social. Fevereiro/2014. Brasília.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
33
a ação de fortalecê-las para que se abram novos caminhos. O trabalho social
com famílias deve compreender que a luta por direitos é uma luta de classe
contra o Capital, que contempla o desenvolvimento de cada um e de todos os
indivíduos sociais.
A proposta é de que o profissional possa ter uma avaliação integral de
quem é aquela família que buscou o serviço, dos integrantes, da sua dinâmica
familiar e comunitária, das relações estabelecidas na família e no território
entre outros.
De posse dessas informações o técnico poderá desenvolver uma ação
partindo da demanda apresentada pela família. Esta poderá ser pontual, no
olhar leigo, mas que quando avaliada através da leitura ampliada e crítica
profissional, poderá observar que, muitas vezes, o que motivou a família a
buscar o serviço não é a fonte principal de sua desproteção social.
A partir dessa avaliação do prontuário, o profissional poderá desenvolver
uma atuação mais ampliada na sua intervenção profissional. Intervenções que
permitam a minimização ou superação de vulnerabilidades ou riscos sociais
vivenciados pela família.
Outro ponto fundamental nesse processo está na relação estabelecida
com a área municipal responsável pela recepção e analise de informações
captadas nas unidades que ofertam os serviços PAIF ou PAEFI.
A Vigilância Socioassistencial promove uma leitura socioterritorial
qualificada na medida em que se propõe a detectar, identificar e analisar
informações, no âmbito da assistência social. O diagnóstico socioterritorial
permite identificar as necessidades de proteção social da população, das
potencialidades dos territórios, das famílias neles inseridas e das situações de
vulnerabilidades e riscos que incidem sobre famílias e indivíduos.
O Prontuário SUAS é um instrumento técnico que tem como objetivo
contribuir para a:
Orientação na organização e registro das informações
relacionadas ao trabalho social com as famílias e indivíduos
atendidos/acompanhados pelos serviços do PAIF e do PAEFI.
Organização e qualificação do conjunto de informações
necessárias ao diagnóstico, planejamento e acompanhamento do trabalho
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
34
social realizado com as famílias e indivíduos, sem com isso ferir o direito à
autonomia no planejamento e exercício do trabalho do(a) profissional.
O Prontuário SUAS materializa a importância da prática sistemática do
registro no trabalho social com famílias. E aponta que esses registros devem
considerar as vulnerabilidades da família e do território, a capacidade protetiva
das famílias, as seguranças afiançadas pela PNAS e o acesso aos direitos
socioassistenciais dos indivíduos. É essencial que os registros no Prontuário
SUAS mostrem também os resultados dessa proteção social ofertada às
famílias.
Se estivermos fortalecendo a convivência comunitária, a convivência
familiar – atentar em como estão constituídas as relações de convivência
nestes territórios - é para chamar a atenção de que no diagnóstico, na gestão
territorial, é preciso aprofundar tais informações.
Compreende-se que a utilização dos dados obtidos por meio de
instrumentos de informações como Cadastro Único e o Prontuário SUAS
propiciam uma melhor organização dos processos de trabalho e consequente
leitura mais assertiva sobre as demandas apresentadas pelas famílias.
De acordo com a publicação intitulada “Orientações Técnicas sobre o
PAIF – Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento
Integral a Família” (2012) o acompanhamento familiar se conceitua como um
processo de ação continuada, planejada e consiste em um conjunto de
intervenções, estabelecidas através de compromissos entre famílias e
profissionais. Prevê a construção de um Plano de Acompanhamento Familiar
com objetivos a serem alcançados, com a realização de mediações periódicas
e a inserção em outras ações do serviço, no intuito de superar gradativamente
a situação de vulnerabilidade vivenciada. (tema abordado na aula 03).
Simone Albuquerque ressalta ainda, que o uso de um prontuário padrão
“traz a possibilidade de reconhecer os riscos, as vulnerabilidades, como
também os recursos e possibilidades de enfrentá-los. Traz a possibilidade de
captar as circunstâncias sociais do indivíduo e de sua família como
determinante para a sua proteção e ainda traz a possibilidade de, a partir das
informações produzidas e registradas pelos profissionais, auxiliar a construção
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
35
de análises coletivas e territorializadas do perfil da capacidade protetiva das
famílias”4.
Nesse aspecto, no Encontro de Alinhamento sobre Trabalho Social com
Famílias na Política Nacional de Assistência Social realizada nos dias 24 a 26
de fevereiro de 2014, Maria Luiza Rizzoti5 em sua fala faz menção ao autor
Lefebvre 6 , na qual ele diz que: “quando você, ao acolher uma demanda
individual olha para ela com a dimensão do coletivo, então a voz do indivíduo
pode ser a voz do coletivo. Quando você está olhando para o seu território,
você consegue transpor o individual e pensar aquela desproteção ou aquela
vulnerabilidade para o âmbito do território”.
Nas oficinas com famílias realizadas pelo PAIF, o tema “Território – Problemas e
Soluções” é uma das sugestões, que objetiva promover a reflexão sobre a
elaboração de estratégias para identificar e fortalecer as potencialidades do
território, bem como para mobilizar as famílias na superação das vulnerabilidades
enfrentadas (Brasil, 2010/2011, p. 31).
Analisando a inserção do técnico de referência nesse cenário, é
fundamental que este deva estar atualizado, capaz de perceber no indivíduo, a
universalidade e a particularidade de seu grupo social e de seu extrato de
classe. E assim, atuar no sentido de conhecer e apoiar a família inserida
naquele território, na probabilidade de construir formas de aportar cuidados a
todos seus membros numa perspectiva de direito.
A partir de agora trataremos do conteúdo necessário para ser aplicado
em cada aula de multiplicadores para a implantação e utilização do Prontuário
SUAS. Sugere-se que as aulas sejam desenvolvidas a partir de metodologia
problematizadora, valorizando a relação teoria e prática e a
interdisciplinaridade de ações envolvidas no processo ensino-aprendizagem.
A carga horária total da Multiplicação proposta neste documento é de
16h com conteúdo obrigatório e 04h de conteúdo opcional. Distribuídos em
cinco ou seis encontros de acordo com a quantidade do teor aplicado. Algumas
4 Fala proferida por Simone Albuquerque na Oficina Prontuário SUAS, realizada no dia 01 de junho de 2012. 5 RIZOTTI, M.L. Fevereiro 2014. Fala proferida no Encontro de Alinhamento sobre Trabalho Social com
Famílias na Política Nacional de Assistência Social.
6 Lefebvre, Henri. “La Production de L’e space. Paris. Éditions.2000”. A Produção do
Espaço.Trad. Doralice Barros e Sérgio Martins. Fev. 2006.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
36
aulas poderão ter duração de 2h e outras de 4h conforme conteúdo a ser
repassado.
3.1.1 AULA 1
EMENTA - A gestão da informação é responsável pela produção e consolidação dos
dados disponíveis sobre a gestão e a implementação da política de assistência social, auxiliando seu planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de suas ações, sendo indispensável para o SUAS. As possibilidades de atuação profissional não podem ser desvinculadas das condições e processos em que se realiza o trabalho.
CARGA HORÁRIA – 2H
OBJETIVO: A disciplina visa apontar o Prontuário SUAS e o Cadúnico como
instrumentos que: favorecem a gestão e padronização da informação nas unidades, contribuem para o planejamento das ações a serem desenvolvidas com cada família, contribui para entender os resultados da evolução do trabalho social com as famílias. Além disso, a disciplina visa demonstrar como a utilização das informações do Cadastro Único e do Prontuário SUAS são instrumentais úteis para a efetivação da Vigilância Socioassistencial.
ATIVIDADE PEDAGÓGICA – Aulas expositivas e dialogadas
Essa aula é momento das boas vindas aos participantes, se realizará,
logo após a mesa de abertura, quando houver.
O Instrutor se apresentará, fará a apresentação da oficina, expondo o
seu objetivo e importância.
Em seguida, é fundamental realizar a apresentação da turma. Esse
momento poderá ser desenvolvido por meio de atividade lúdica que tem por
finalidade fazer com que os participantes se conheçam, assim como servir de
instrumento integrador. Afinal de contas, esse grupo irá trabalhar junto, durante
16h.
Importante nesse momento manter um clima de descontração, para que
os participantes fiquem bem à vontade. A participação do Instrutor na dinâmica
de apresentação é fundamental para promover a integração de todos.
A Gestão da Informação e Processo de
Trabalho na Assistência Social
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
37
Ao final das apresentações, o Instrutor realizará o “pacto” de trabalho
com os participantes. Estabelecer as regras e dirimir dúvidas sobre a
multiplicação e o compromisso assumido para essa participação.
A partir de agora, sugere-se dividir a turma ao meio. A turma “A”
permanece na sala e a turma “B” se dirige para outra sala. A turma “B”
trabalhará o conteúdo descrito na aula 2. Após 1h e 45m, tempo previsto para
apresentar o conteúdo, faça uma pausa de 15m e realize a inversão das aulas
nas turmas e prossiga por mais 1h e 45min. Até o encerramento das atividades
do dia.
A partir desse momento poderá iniciar a aula expositiva e dialogada
abordando os temas descritos abaixo.
O objetivo dessa aula é trazer elementos importantes para compreensão
da importância de organizar os processos de trabalho nas unidades de
execução dos serviços socioassistenciais. Para isso, a contribuição do
Prontuário SUAS com o registro de informações subsidia a vigilância social do
município a cumprir seu papel no tratamento adequado aos dados coletados e
responder de maneira eficaz no enfrentamento das vulnerabilidades do
território. É o “vigiar para proteger”.
Algumas premissas importantes relativas às Organizações:
As Organizações (públicas ou privadas) produzem e armazenam dados
e informações relativos às suas atividades. A capacidade de produzir e,
sobretudo, de utilizar estes dados e informações afeta diretamente o
desempenho de sua operação, controle e planejamento.
A otimização do processo de produção e armazenamento de
informações no âmbito das Organizações implica a adoção de métodos
adequados disseminados e compartilhados entre os membros e/ou setores da
organização.
Organizações possuem legitimidade para “impor” a seus membros a
produção ou registro de determinadas informações relacionadas aos seus
objetivos e aos seus processos de trabalho.
As Organizações possuem responsabilidades e obrigações éticas na
produção, armazenamento, uso e disseminação das informações.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
38
Algumas premissas importantes relativas às Políticas Públicas:
A eficiência, eficácia e efetividade das Políticas Públicas requer o uso
intensivo de informações e estas existem cada vez em maior número na
sociedade contemporânea.
Políticas públicas devem, obrigatoriamente, produzir dados e
informações referentes à sua execução e a seus resultados. Isto é necessário
não apenas para a sua própria gestão e planejamento, mas é também uma
obrigação política em uma sociedade democrática.
Ao compilar e analisar o conjunto de dados produzidos pelas diversas
organizações e operadores que integram uma Política Pública é possível
“enxergar” aspectos da realidade que não eram “visíveis” anteriormente nos
dados fragmentados. Estas “novas” informações e conhecimentos devem ser
disseminados em um processo de retroalimentação.
Gestão da Informação e (re)organização de Processos de Trabalho:
A Gestão da Informação implica a adoção de técnicas, métodos e
conhecimentos voltados para a produção, armazenamento, processamento,
análise e disseminação de informações relevantes, quer seja no âmbito de uma
organização singular e específica, ou no âmbito de um conjunto de
organizações que mantêm relações entre si.
Processos adequados de Gestão da Informação permitem otimizar ou
reorganizar processos de trabalho e potencializar o alcance dos resultados
almejados.
Processos “conscientes” de produção de informações colocam em
evidência os conceitos e as “realidades” que se expressam por meio dos
dados/registros/informações, aguçando assim a reflexão, o olhar e a ação do
profissional que os produz.
Gestão da Informação e Vigilância Socioassistencial:
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
39
Produção estruturada de informações relevantes sobre os riscos,
vulnerabilidades e potencialidades dos territórios
Planejamento e organização de ações de busca ativa para alcance das
famílias e indivíduos potencialmente mais vulneráveis a situações de
vulnerabilidade, violência ou violação de direitos.
Alteração do “modelo de atenção” atualmente predominante,
excessivamente baseado na demanda espontânea e com baixa capacidade de
análise e de intervenção territorial.
Para contribuir com maior conhecimento sobre esse assunto,
publicações sobre a vigilância social poderão ser obtidas no site
http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/gestao-do-suas.
Algumas premissas importantes relativas ao exercício profissional:
O registro de informações é uma atividade inerente ao exercício de
determinadas profissões, dentre as quais podemos citar o Serviço Social e a
Psicologia. Nestas profissões, o “fazer profissional” inclui a própria descrição e
documentação das atividades.
Neste sentido, o registro de informações é constitutivo de uma “boa
prática” do exercício profissional, e não uma atividade concorrente que
prejudica este exercício. O “fazer profissional” qualificado exige o registro de
informações.
O “fazer profissional” dos Assistentes Sociais e Psicólogos que atuam
nos serviços socioassistenciais implica uma relação interpessoal entre o sujeito
“operador da política – ou profissional” e o(s) sujeito(s) “cidadão – ou usuário
da política”. Esta relação possui a especificidade de ser mediada pelas
“técnicas e saberes profissionais” manejados pelo operador da política.
As “técnicas e saberes profissionais” dominados pelo operador da
política determinam quais informações relevantes necessitam ser “produzidas”
para que seja possível conduzir de forma adequada o provimento da atenção.
Trata-se de um processo técnico de produção de conhecimento acerca da
“realidade do outro” e também de “tomada de decisões” sobre o curso da ação
a ser desenvolvida com este.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
40
Este processo de conhecimento da “realidade do outro” e de “tomada de
decisões” produz informações que podem ser classificadas em três tipos
distintos: i) informações “pessoais e privadas” acerca do “outro”; ii) informações
sobre o contexto social no qual o “outro” está imerso; iii) informações sobre as
decisões tomadas e as ações realizadas pelo profissional. Logo, reafirma-se a
ideia de que o “fazer profissional” qualificado exige o registro destas
informações. Partes destas informações implicam em compromissos de sigilo
entre o profissional e o cidadão-usuário.
3.1.2 AULA 2
EMENTA - A gestão da informação é responsável pela produção e consolidação dos
dados disponíveis sobre a gestão e a implementação da política de assistência social, auxiliando seu planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de suas ações, sendo indispensável para o SUAS. As possibilidades de atuação profissional não podem ser desvinculadas das condições e processos em que se realiza o trabalho.
CARGA HORÁRIA – 2H
OBJETIVO: A disciplina contextualiza a trajetória histórica do Prontuário SUAS – como ele foi construído e validado; a identificação dos objetivos e a concepção do Prontuário SUAS; demonstrar como o Cadastro Único permite conhecer a realidade socioeconômica das famílias atendidas; observar a efetiva integração entre Prontuário SUAS e Cadastro Único; a estrutura e forma destes instrumentais.
ATIVIDADE PEDAGÓGICA – Aulas expositivas e dialogadas
Nesse encontro, o objetivo de aprendizagem é compreender o sentido
das informações no Prontuário SUAS; por que registrar as informações? Para
que serve o Prontuário e a sua relação com o Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal. Conhecer as possibilidades de utilização desses
instrumentais e sua contribuição no fortalecimento da rede de proteção social.
O Conteúdo e sentido das informações no Prontuário
SUAS e no Cadastro Único
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
41
O Prontuário SUAS demarca o início do trabalho social com a família, e
ainda indica o caráter processual e continuado do acompanhamento familiar no
âmbito do SUAS.
O Prontuário SUAS é um instrumento técnico que tem como objetivo contribuir
para a:
Orientação na organização e registro das informações relacionadas ao
trabalho social com as famílias e indivíduos atendidos/acompanhados
pelos serviços do PAIF e do PAEFI.
Organização e qualificação do conjunto de informações necessárias ao
diagnóstico, planejamento e acompanhamento do trabalho social
realizado com as famílias e indivíduos, sem com isso ferir o direito à
autonomia no planejamento e exercício do trabalho do(a) profissional.
“Com isso, abrem-se novas possibilidades para que a política de
assistência social crie condições para o estabelecimento de mecanismos
efetivos de proteção social e de defesa de direitos.” (Brasil – MDS –Capacita
SUAS, 2013).
É um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das
famílias brasileiras de baixa renda:
Renda mensal igual ou inferior a ½ salário mínimo por pessoa ou
Renda familiar mensal de até três salários mínimos.
Famílias com renda maior podem ser cadastradas se a inclusão estiver
vinculada à seleção de programas sociais implementados em nível federal,
estadual ou municipal.
O registro organizado das informações não pode nunca
inibir o próprio ato da atenção e o processo de escuta
que caracteriza o trabalho (...)
O QUE É O CADASTRO ÚNICO? É um mapa
representativo da caracterização socioeconômica das
famílias do Brasil, com ampla potencialidade de utilização
pelas políticas públicas.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
42
Deve ser obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e
integração de programas sociais do Governo Federal voltados ao atendimento
desse público
OBJETIVOS DO CADASTRO ÚNICO:
Identificação e caracterização dos segmentos socialmente mais
vulneráveis da população;
Constituição de uma rede de promoção e proteção social que
articule as políticas existentes;
Ferramenta de planejamento para políticas públicas voltadas às
famílias de baixa renda;
Criação de indicadores que reflitam as várias dimensões de
pobreza e vulnerabilidade;
Convergência de esforços para o atendimento prioritário das
famílias em situação de vulnerabilidade.
Após a aprovação da Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais outra discussão foi posta em tela para qualificar o trabalho
social desenvolvido com as famílias nos CRAS e nos CREAS: a sistematização
das informações e a padronização dos dados, considerando que os serviços
públicos têm o dever de produzir e organizar informações sobre os serviços
prestados à comunidade.
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais aponta que a
utilização de prontuário é requisito essencial para o trabalho social com famílias
no âmbito do SUAS.
O registro sistemático de informações em prontuário representa um
indicador de qualidade do serviço ofertado, além de se constituir como um
O QUE É O PRONTUÁRIO SUAS
Prontuário SUAS é um instrumental técnico que visa
auxiliar o trabalho dos profissionais, organizando as
informações indispensáveis à realização do trabalho
social com as famílias e registrando o planejamento
e o histórico do acompanhamento familiar.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
43
instrumento técnico para respaldo ético e legal dos profissionais responsáveis
pelo serviço ofertado e para a família e indivíduos acompanhados no âmbito do
PAIF e do PAEFI.
O Prontuário SUAS materializa a importância da prática sistemática do
registro no trabalho social com famílias. E aponta que esses registros devem
considerar as vulnerabilidades da família e do território, a capacidade protetiva
das famílias, as seguranças afiançadas pela PNAS e o acesso aos direitos
socioassistenciais dos indivíduos.
É essencial que os registros no Prontuário SUAS mostrem também os
resultados dessa proteção social ofertada às famílias.
O Prontuário SUAS permite aos profissionais dos CRAS e CREAS
registrar as principais características da família e as ações realizadas com a
mesma, preservando assim todo o histórico de relacionamento da família com
os serviços da Unidade.
É um documento formado por um conjunto de informações escritas,
relativas à determinada pessoa ou família, de caráter legal, sigiloso e científico,
que possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e
a continuidade da assistência prestada à família.
O Prontuário é um instrumento que promove a “Organização,
Estruturação e Padronização de Informações” nas unidades de CRAS e
CREAS e está dentro do escopo da Vigilância de Riscos e Vulnerabilidade.
Dessa forma, o Prontuário SUAS é subdividido em blocos que registram
informações sobre identificação e endereço da família, forma de acesso ao
Serviço/Unidade e razão do primeiro atendimento. Assim como, informações
sobre as características socioeconômicas da família, características do
domicílio, identificação de vulnerabilidades, riscos e violações de direitos,
acesso da família (ou indivíduo) a serviços e benefícios, registro dos
encaminhamentos realizados e informações relativas à referência e contra
referência. Apresente os blocos do prontuário, mas esse conteúdo será
trabalhado em aula específica de nº 5.
OS BLOCOS DO PRONTUÁRIO SUAS ESTÃO ASSIM ORGANIZADOS:
1. Registro simplificado dos Atendimentos;
2. Identificação da Pessoa de Referência e Endereço da Família;
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
44
3. Forma de Ingresso na Unidade e Motivo do Primeiro Atendimento;
4. Composição Familiar;
5. Condições Habitacionais da Família;
6. Condições Educacionais da Família;
7. Condições de Trabalho e Rendimento da Família;
8. Condições de Saúde da Família;
9. Acesso a Benefícios Eventuais;
10. Convivência Familiar e Comunitária;
11. Participação em Serviços, Programas e Projetos;
12. Situações de Violência e Violação de Direitos;
13. Histórico de Cumprimento de Medidas Socioeducativas;
14. Histórico de Acolhimento Institucional;
15. Planejamento e evolução do acompanhamento familiar; e
16. Formulário de controle dos encaminhamentos realizados no processo de
acompanhamento da família.
DIFERENÇAS ENTRE O PRONTUÁRIO SUAS E CADASTRO ÚNICO
Cadastro Único:
Entrevista e coleta de dados;
Formulários (Formulário Principal de Cadastramento; Formulários
Avulsos; Formulários Suplementares);
Identificação do domicílio, da família, da condição socioeconômica;
Entrevistadores de nível médio;
Prontuário SUAS:
Utilizado para famílias que estão em acompanhamento familiar no CRAS
e CREAS;
Documento único;
Registrar informações da família, resultantes do acompanhamento
familiar;
Técnico de Nível Superior;
Registro Profissional
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
45
Importante oportunizar aos alunos aportes legais e conceituais que
promovam reflexão sobre a dimensão ética envolvida nos procedimentos de
registro das informações e acompanhamento familiar do trabalho social com as
famílias/indivíduos.
Discutir acerca das questões éticas no processo de produção, guarda e
utilização de informações das famílias e indivíduos. Entendendo que o
Prontuário SUAS é um direito da família usuária da política de assistência
social, mas é de guarda da unidade e do profissional responsável pelo
acompanhamento familiar.
O profissional deve estar ciente, segundo o código de ética de sua
profissão, que deverá manter algumas informações em sigilo.
Art. 16. “O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo
de que o assistente social tome conhecimento, como
decorrência, como decorrência do exercício da
atividade profissional”.
§Afirma: “Em trabalho multidisciplinar só poderão
ser prestadas informações dentro dos limites
estritamente necessários”.
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em
depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de
seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como
testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de
quem seja ou tenha advogado, mesmo que
autorizado ou solicitado pelo constituinte.
Art. 9º. É dever de o psicólogo respeitar o sigilo
profissional a fim de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas,
grupos ou organizações, a que tenha acesso no
exercício profissional.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
46
Muitos aspectos envolvem algo que é, aparentemente, simples: a
manutenção de um segredo. Se essa atitude já envolve questões e dilemas
quando em relação interpessoal, pois implica desde a possibilidade e o dever
daquele que guarda o segredo de se omitir em revelá-lo até a necessária
proteção da intimidade do sujeito que apresenta o aspecto de sua vida que não
quer que seja conhecido por outrem, todos esses aspectos se tornam mais
complexos ainda mais nos termos do sigilo profissional.
Pelo exercício profissional cabe o direito de não revelar a informação
obtida do usuário que o fez na confiança de resguardo da matéria sigilosa. Na
língua portuguesa, segredo e sigilo são sinônimos. Ao verificar as diversas
definições de sigilo profissional pode-se observar sua similitude tanto enquanto
direito como dever do profissional em não divulgar informações colhidas ou
obtidas em decorrência de seu trabalho.
3.1.3 AULA 3
EMENTA - A gestão da informação é responsável pela produção e consolidação dos
dados disponíveis sobre a implementação da política de assistência social, auxiliando seu planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de suas ações, sendo indispensável para o SUAS. As possibilidades de atuação profissional não podem ser desvinculadas das condições e processos em que se realiza esse trabalho.
CARGA HORÁRIA – 6H
OBJETIVO: A disciplina apresenta aos alunos o Prontuário SUAS e o seu Manual. O Manual do Prontuário visa explicitar as intencionalidades, conteúdos legais e orientação para cada questão.
ATIVIDADE PEDAGÓGICA – Aulas expositivas; dialogadas e prática.
A aula de número três é uma aula na qual sugerimos um destaque
importante. O tempo de duração da aula será de 6h. Pois se trata do conteúdo
central dessa multiplicação.
Apresentação e discussão do Prontuário
SUAS e seu Manual.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
47
Para essa aula, sugere-se dividi-la em dois dias. No primeiro dia com
duração de 4h e no segundo dia de 2h. No primeiro dia discorra sobre todos os
blocos, utilize o Prontuário SUAS e o seu Manual. No segundo dia, desenvolva
um trabalho prático com o grupo, divida os alunos em pequenos grupos,
distribua uma história contendo “situação familiar” e solicite que o grupo insira
informações da família no Prontuário como sendo o momento da acolhida.
Utilize esse dia para dirimir todas as dúvidas sobre a inserção das informações
no Prontuário.
O Manual tem como objetivo orientar técnicos(as) dos CRAS e CREAS
na utilização do Prontuário SUAS. Dialogando com o propósito e a
intencionalidade de cada bloco temático do prontuário e a necessidade de
anotações e registro no decorrer do trabalho social com famílias no âmbito do
PAIF e PAEFI.
Para a replicação do conhecimento, é essencial que seja abordado os
tópicos e seus respectivos sub tópicos a seguir:
Aula expositiva e dialogada durante o primeiro dia;
a) A utilização do Prontuário SUAS;
a) A Concepção;
b) A Composição;
c) Profissionais responsáveis pelo registro das informações no
Prontuário SUAS;
d) Aspectos Éticos e Legais;
e) O Manuseio e o Arquivamento
b) Os Blocos do Prontuário SUAS.
Neste item deverá ser abordado tópico por tópico para orientações
de preenchimento e dirimir as dúvidas advindas no percurso. A utilização do
Prontuário SUAS e o seu respectivo Manual, disponíveis no endereço
eletrônico:http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/vigilanciasocioassistencial
%20/prontuario-suas, deverão compor material obrigatório nesta aula.
Fornecer um exemplar para cada participante
Nesse aspecto, para que a aula ocorra de forma satisfatória, deverá
ser fornecido um exemplar de cada instrumental para cada participante.
Cada bloco do Prontuário possui sua especificidade e importância,
ressaltamos atentar cuidadosamente a casa um deles. Que são:
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
48
1. Registro Simplificado dos Atendimentos;
2. Identificação da Pessoa de Referência e Endereço da Família;
3. Forma de Ingresso na Unidade e Motivo do Primeiro Atendimento;
4. Composição Familiar;
5. Condições Habitacionais da Família;
6. Condições Educacionais da Família;
7. Condições de Trabalho e Rendimento da Família;
8. Condições de Saúde da Família;
9. Acesso a Benefícios Eventuais;
10. Convivência Familiar e Comunitária;
11. Participação em Serviços, Programas e Projetos;
12. Situações de Violência e Violação de Direitos;
13. Histórico de Cumprimento de Medidas Socioeducativas;
14. Histórico de Acolhimento Institucional;
15. Planejamento e evolução do acompanhamento familiar; e
16. Formulário de controle dos encaminhamentos realizados no
processo de acompanhamento da família.
É IMPORTANTE REGISTRAR NO PRONTUÁRIO
Se “foram efetivamente disponibilizadas para a família/indivíduo todas as
ofertas de assistência social (em termos de serviços, benefícios,
programas e projetos) cuja necessidade havia sido identificada pelo(a)
profissional”.
Se “houve atendimento efetivo e resolutivo por parte da área que
recebeu o(s) encaminhamento(s) em relação aos encaminhamentos da
família/indivíduo para as demais políticas”.
Se “a família reconhece o serviço de acompanhamento como algo que
contribui para a superação ou enfrentamento dos seus problemas e
dificuldades e deseja continuar recebendo atenções deste serviço”.
Como a equipe avalia os resultados obtidos, até o presente momento,
no que se refere à ampliação da capacidade de enfrentamento ou
superação das condições de vulnerabilidade e/ou risco social e pessoal
por parte da família/indivíduo.
Aula prática durante do segundo dia;
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
49
Para a aula prática, divida a turma e pequenos grupos, não mais que 6
integrantes em cada grupo. Distribua a cada grupo uma tarjeta, previamente
elaborada, com o relato de um trecho da mesma situação familiar. Cada
grupo receberá uma parte diferente da história.
Peça ao grupo que, a partir desse trecho da história desenvolva uma
história familiar, baseada nas suas experiências de trabalho e registrem no
Prontuário SUAS, conforme as discussões realizadas até aqui.
Apresentação dos trabalhos e reflexão
Observe atentamente ao conteúdo preenchido no Prontuário SUAS, o
relato do grupo e a dinâmica utilizada. Poderá haver grupos que se atentaram
apenas para realizar o preenchimento do formulário e grupos que preencheram
algumas questões chaves sobre a família, outros formularam a história da
família e não realizaram o preenchimento no formulário.
Independente dos resultados apresentados reforce com o grupo a
importância do acompanhamento familiar e que o preenchimento do Prontuário
se dará ao longo dos encontros. Não considerar o Prontuário apenas como um
cadastro familiar em que seja necessário seu total preenchimento no primeiro
encontro, isso prejudicará o conhecimento da dinâmica real da família, suas
vulnerabilidades e potencialidades. A autonomia do profissional irá identificar a
necessidade da escuta e quais campos serão preenchidos a cada encontro
realizado com essa família.
A partir da reflexão e diálogo com os alunos, convide um voluntário e
peça que leia história completa da família. Finalize informando que as partes da
história entregues quando juntas fazem parte da mesma família.
Ao término desse conteúdo realize o intervalo e desenvolva a Aula
prática de nº 04 em laboratório com computadores e acesso a Internet.
3.1.4 AULA 4
Conhecendo e utilizando os sistemas
eletrônicos:
CadSUAS, RMA, Prontuário Eletrônico
Simplificado (RMA 2).
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
50
EMENTA - A utilização de instrumentos que devem ser utilizados pelos técnicos nas
unidades socioassistenciais, a saber, o Sistema de Consulta, Registro Mensal de Atendimentos (RMA), o Prontuário Eletrônico Simplificado (RMA- Família).
CARGA HORÁRIA – 2H
OBJETIVO: Demostrar a interlocução destes sistemas e como estes sistemas
efetivam a gestão da informação e facilitam o trabalho social com as famílias e indivíduos nas unidades.
Para a execução dessa aula, recomenda-se uma articulação local entre
o setor da vigilância social com o gestor do Programa Bolsa Família. Essa
articulação é fundamental para que se tenha um conteúdo prático das
ferramentas dos sistemas relacionados ao acompanhamento familiar.
Contribuindo para facilidade no entendimento dos profissionais que necessitam
utilizá-los.
Disponibilize uma sala que tenha computadores com acesso a Internet.
Cada computador poderá ser usado por uma dupla de alunos, sem
comprometer o aprendizado. Nesse caso, não há necessidade de um número
maior do que 15 computadores. No entanto, se em sua localidade dispuser de
um computador para cada aluno o resultado poderá ser ainda melhor.
Trabalhe com os grupos os temas a seguir, outros temas poderão ser
agregados, cabe ao órgão local essa avaliação.
a) O Sistema Nacional de Informação do Sistema Único de Assistência
Social(Rede Suas)
O Sistema Rede SUAS surgiu para suprir necessidades de comunicação no
âmbito do Suas e de acesso a dados sobre a implementação da Política
Nacional de Assistência Social (PNAS). Iniciativa do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a Rede serve como
instrumento de gestão e divulgação a gestores, técnicos, entidades, sociedade
civil e usuários.
A Rede organiza a produção, o armazenamento, o processamento e a
disseminação dos dados. Com isso, dá suporte a operação, financiamento e
controle social do Suas e garante transparência à gestão da informação.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
51
A Rede Suas é composta por ferramentas que realizam registro e
divulgação de dados sobre recursos repassados; acompanhamento e
processamento de informações sobre programas, serviços e benefícios
socioassistenciais; gerenciamento de convênios; suporte à gestão
orçamentária; entre outras ações relacionadas à gestão da informação do
Suas.
A implantação de uma nova Política de senhas para os Sistemas da
Rede SUAS, através da individualização das senhas, visa atender aos
requisitos de segurança de acordo com a NBR ISO/IEC 27002:2005.
Conforme estabelece a Portaria SNAS Nº 15, de 17 de Dezembro de
2010, o SAA (Sistema de Autorização e Autenticação) é responsável pela
gestão do acesso a Rede SUAS e de outros aplicativos que vierem a ser
alocados sob o seu gerenciamento.
O modelo é descentralizado, cabendo aos gestores estaduais,
municipais e do Distrito Federal o cadastro de usuários, os quais
receberão login e senha individualizada para acesso aos sistemas e de acordo
com o perfil selecionado pelo gestor.
Os sistemas são dinâmicos e em constante evolução. Nesse sentido, as
telas apresentadas nesse documento poderão sofrer alteração ao longo do
tempo. Sugerimos que, quando for desenvolver a multiplicação se aproprie dos
manuais de orientações disponíveis no sitio do MDS e verifique as atualizações
referentes a cada assunto.
Aqui serão apresentados alguns sistemas disponíveis ao gestor
municipal, estadual ou do Distrito Federal para consulta e atualizações.
b) Cadastro SUAS - CadSUAS
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
52
A tela de entrada no CadSUAS possui atualmente o seguinte layout.
c) Registro Mensal de Atendimento - RMA
A Resolução da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de nº 04 de
maio de 2011. Instituiu os parâmetros nacionais para o registro das
informações relativas aos serviços ofertados nos Centros de Referência da
Assistência Social - CRAS e Centros de Referência Especializados da
Assistência Social - CREAS.
Tais parâmetros são analisados por meio do sistema de Registro Mensal
de Atendimento – RMA.
O CadSUAS é o sistema de cadastro do SUAS,
que comporta todas as informações relativas à
prefeituras, órgão gestor, fundo e conselho
municipal e entidades que prestam serviços
socioassistenciais.
Registro Mensal de Atendimentos - RMA
CRAS, CREAS e CENTRO POP
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
53
d) Prontuário Eletrônico Simplificado
Prontuário Eletrônico Simplificado
RMA – Formulário 2
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
54
Pode-se observar que para inserção das informações de
acompanhamento familiar no RMA 2 se tem opções de busca por endereço,
nome da família ou ainda nos fornece uma lista de pessoa com o nome
procurado no município. Basta apenas identificar qual família desejo inserir
informações clicar e informar os dados.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
55
Abaixo temos o formulário para preenchimento, o qual se abrirá após a
identificação da família que se deseja atualizar ou inserir novas informações
sobre o acompanhamento familiar. Outros sistemas poderão ser acessados no
endereço: aplicacoes.mds.gov.br/sagi/portal
3.1.5 AULA 5 e AULA 6
O objetivo da aula cinco e seis é o conhecimento de operacionalização
do Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF) e do Serviço
de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos.
Identificar quem é o responsável por esse acompanhamento, assim
como o papel da gestão municipal no apoio aos técnicos de referência dos
A busca apenas pelo primeiro nome irá mostrar somente as
pessoas residentes no município, porém, com o NIS ou nome
completo é possível localizar o cadastro de qualquer pessoa
(mesmo que resida em outro estado ou município).
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
56
CRAS para desenvolver com qualidade os serviços nas unidades. Reconhecer
a importância do Prontuário SUAS no acompanhamento familiar na superação
das vulnerabilidades sociais vivenciadas pelas famílias nos territórios.
Para essa aula expositiva e participativa, a disposição das cadeiras
deverá ser em forma de círculo ou semicírculo para que ocorra uma melhor
interação e participação dos alunos.
Considerando, o tempo previsto de 4horas aula, nesse momento a turma
será dividida em duas turmas e em salas diferentes. Nesse aspecto, na turma
“A” será trabalhado o serviço do PAIF e concomitante na turma “B” será
trabalhado o serviço do PAEFI. Após 2h aula será invertida o conteúdo de
trabalho entre as turmas.
3.1.5.1 AULA 5
EMENTA - Apresentar o planejamento e execução do acompanhamento familiar do
Serviço de Proteção e Atendimento integral à Família - PAIF (CRAS) e a utilização do
Prontuário SUAS como instrumento técnico para a sua qualificação
CARGA HORÁRIA – 2H
OBJETIVO: A disciplina apresenta aos alunos a importância do registro sistemático
de informações em prontuário; refletir que representa um indicador de qualidade do serviço ofertado, além de se constituir como um instrumento técnico para respaldo ético e legal dos profissionais responsáveis pelo serviço ofertado e para a família atendida/acompanhada no âmbito do SUAS.
ATIVIDADE PEDAGÓGICA – Aulas expositivas; dialogadas e prática.
O objetivo da aula cinco é o conhecimento sobre a operacionalização do
Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF). Para desenvolver
as aulas é requisito principal que o Instrutor tenha conhecimento sobre esse
Serviço. Aproprie-se dos materiais já disponíveis nos endereços eletrônicos
www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica.
O Planejamento e execução do trabalho
social com famílias no PAIF
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
57
Identificar a importância do Prontuário SUAS no acompanhamento
familiar para superação das vulnerabilidades sociais vivenciadas pelas famílias
nos territórios é basilar nessa aula.
Para essa aula expositiva e participativa, a disposição das cadeiras
deverá ser em forma de círculo ou semicírculo para que ocorra uma melhor
interação e participação dos alunos.
Considerando, o tempo previsto de 2horas aula, recomenda-se dividir o
horário em momentos distintos:
a) Aula expositiva e dialogada durante 45min;
Nesse momento, desenvolva em slides e projete a apresentação sobre o
serviço, discuta com os participantes as formas e estratégias de materialização
do Serviço do PAIF.
Compartilhe exemplos práticos de experiências vivenciadas no cotidiano
de trabalho dos alunos.
O objetivo da Proteção Social Básica é de desenvolver a prevenção e o
principal conceito que permeia essa proteção é a Vulnerabilidade: um conceito
complexo e multifacetado. Não há um significado único para o termo
vulnerabilidade.
Diversas teorias, amparadas em diferentes percepções do mundo social
e, portanto, com objetivos analíticos diferentes, foram desenvolvidas.
A vulnerabilidade não é sinônima de pobreza a pobreza é uma condição
que agrava a vulnerabilidade vivenciada pelas famílias.
A vulnerabilidade não é um estado, uma condição dada, mas uma zona
instável que as famílias podem atravessar nela recair ou nela permanecer ao
longo de sua história.
A vulnerabilidade é um fenômeno que não se manifesta da mesma
forma, o que exige uma análise especializada para sua apreensão e respostas
intersetoriais para seu enfrentamento.
A vulnerabilidade tende a gerar ciclos intergeracionais de reprodução
das situações de vulnerabilidade vivenciadas, se não compreendida e
enfrentada.
As situações de vulnerabilidade social tendem a tornar-se uma situação
de risco se não forem prevenidas ou enfrentadas.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
58
O planejamento e a execução do processo de acompanhamento familiar
nos chamam para a reflexão sobre o lugar ocupado pelos profissionais e seu
significado na dinâmica da oferta dos serviços.
O lugar ocupado pelo profissional pode trazer a ideia subjacente de
autoridade e domínio, interferindo na relação que se estabelece com o público
usuário. Seu papel, portanto, é o de desconstruir, juntamente com o usuário, a
ideia de “hierarquia”, abrindo espaços de vocalização das demandas do público
atendido.
b)
c)
d)
Após a exposição dialogada permita um momento de descanso para um
breve café, após o intervalo inicie o trabalho de grupo com os estudos de caso
já preparados e impressos para cada grupo.
b) Atividade em grupo durante 45min;
Para o trabalho em grupo, sugerimos estudo de caso (modelo anexo). Para
essa atividade, divida o número de alunos em pequenos grupos, contendo em
cada grupo o máximo de 6 integrantes. Distribua os estudos de caso. Devendo
ter no mínimo dois estudos de caso diferentes. Nessa situação, considerando
30 alunos, foram formados cinco grupos, onde dois grupos terão que analisar o
caso 1 e três grupos analisarão o caso 2 (ou vice versa). O objetivo desse
trabalho é identificar:
• Qual seria (ou quais seriam) as intervenções possíveis em cada um
desses casos?
• Para qual situação caberia o acompanhamento?
• Para qual caberia o atendimento?
A apreensão do seu conceito eleva a concepção
deste trabalho ao patamar de procedimentos
qualificados, edificados a partir de saberes
profissionais, embasados em princípios éticos e com
finalidades a serem alcançadas. Não se constitui,
portanto, de procedimentos instintivos, personalistas e
inspirados no senso comum. O trabalho social com
famílias nos contornos do PAIF adquire, a partir desta
conceituação, patamar científico, compreendido como
ato sistemático, metódico e reflexivo, realizado por
meio da construção de conhecimentos e da
compreensão da realidade e das relações sociais.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
59
• Por quê?
• Quais ações do PAIF poderiam ser aplicadas?
• Quais seriam os prováveis entraves para o acompanhamento?
• Como inserir no Prontuário SUAS?
• Entre outros...
Discussão dos trabalhos no grande grupo
Ao término do trabalho em grupo e exposição prática pelos presentes é
importante que o Instrutor reflita sobre o Processo de Acompanhamento
Familiar e sua relação com o Prontuário SUAS.
Suscite o questionamento do Por que acompanhar?
O acompanhamento familiar pode ser encarado como um processo que
levanta reflexão. Qual é a sua finalidade?
A diferença entre o acompanhamento familiar e os atendimentos não é
apenas formal e terminológica, requer uma reflexão sobre compromisso,
responsabilidade, vínculo e presença. Requer um posicionamento ético-político
definido.
O acompanhamento é um processo que pressupõe planejamento e
continuidade das ações e aquisições graduais – não é uma receita e não deve
engessar o fazer teórico-metodológico e técnico-operacional dos técnicos.
A abordagem e os procedimentos metodológicos imprimem
características ao processo de atendimento e acompanhamento familiar.
Isso significa que a equipe técnica deve fazer uma leitura crítica das
vulnerabilidades e potencialidades das famílias e do território, de modo a
adotar a abordagem e procedimentos metodológicos que sejam mais efetivos
para o alcance dos objetivos do PAIF, para aquele contexto socioterritorial.
Após decisão conjunta da(s) família(s) e do(s) profissional(is) sobre a
necessidade do acompanhamento familiar – identificada após a realização do
estudo social efetuado na acolhida - dá-se início aos procedimentos
interrelacionados que compõem o acompanhamento de uma família:
Encontro inicial
Plano de Acompanhamento Familiar
Mediações
Intervenções em Ações Particularizadas ou em Grupo de Famílias
Inserção em Ações do PAIF
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
60
Avaliação
No Plano devem ser descritas: as demandas e necessidades da família
ou das famílias; as vulnerabilidades a serem superadas; as potencialidades
que os grupos, ou o grupo, familiar possui e que devem ser fortalecidas, a fim
de contribuir nas respostas às vulnerabilidades apresentadas pela família, ou
famílias.
Os recursos que o território possui que podem ser mobilizados na
superação das vulnerabilidades vivenciadas pela família ou pelas famílias.
As estratégias a serem adotadas pelos profissionais e família(s) no
processo de acompanhamento familiar.
Os compromissos da família, ou famílias, e dos técnicos (enquanto
representantes do Estado) no processo de superação das vulnerabilidades.
As intervenções (quantas, duração, horários) a serem realizadas com as
famílias reunidas em grupo (para o acompanhamento familiar em grupo) ou
com a família em particular (para o acompanhamento particularizado), seus
objetivos e aquisições esperadas;
• As ações (coletivas ou particularizadas do PAIF) de interesse de cada
família;
• A periodicidade das mediações com os profissionais que acompanham
as famílias, o que se espera desses momentos e os resultados que se quer
alcançar.
O registro sistemático das informações nos instrumentais não deve ser
automático e ter um fim em si mesmo. Deve ter intencionalidade e
direcionamento, pressupor o alcance de metas e proporcionar ao técnico uma
avaliação do serviço no que diz respeito à superação da vulnerabilidade
vivenciada pela família.
Deve permitir identificar demandas subjacentes ao discurso e à situação
apresentada, provocando e acurando o olhar do técnico. Deve auxiliar a
execução e o planejamento do trabalho, com informações que possam
desvelar as fragilidades e as potencialidades da família para o técnico e para a
própria família.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
61
3.1.5.2 AULA 6
EMENTA - A utilização do Prontuário SUAS como instrumento técnico para a sua
qualificação, entendendo que o Acompanhamento Familiar consiste no desenvolvimento de intervenções realizadas em serviços continuados, com objetivos estabelecidos.
CARGA HORÁRIA – 2H
OBJETIVO: Apresentar o planejamento e execução do acompanhamento familiar do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida, e de Prestação de Serviços à Comunidade.
ATIVIDADE PEDAGÓGICA – Aulas expositivas; dialogadas e prática.
Para desenvolver as aulas é requisito básico que o Instrutor tenha
conhecimento sobre esses Serviços. Aproprie-se dos materiais já disponíveis
no endereço eletrônico www.mds.gov.br/assistenciasociao/protecaoespecial
poderá também contar com convidados especializados para desenvolver esse
tema.
Sugere-se abordar os tópicos principais sobre esse serviço conforme
segue:
1) O TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS NO PAEFI
• Deve partir da compreensão contextualizada das situações de
vulnerabilidade e risco pessoal e/ou social vivenciadas pelas famílias, de
suas demandas e potencialidades;
• Precisa ser conduzido por profissionais capacitados e
necessariamente definido com a participação das famílias;
• Exige a construção de vínculos e compromissos entre as famílias e
os profissionais;
• Requer que sejam refutadas as práticas baseadas no senso comum,
que reproduzem ideias carregadas de preconceitos e culpabilizam
Planejamento e Execução do
Acompanhamento Familiar no PAEFI e
no Serviço de Medidas Socioeducativas
Aula 6
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
62
as famílias por sua situação social, de forma a manter o status quo,
e impossibilitar os movimentos de transformação da realidade;
• Organização técnica e operacional mais complexa, uma vez que as
situações de violência e violação de direitos demandadas ao PAEFI
necessitam ser contextualizadas e desveladas pelos profissionais, que
deverão estabelecer os procedimentos metodológicos a fim de superar
aquela situação apresentada;
• Atendimento com privacidade, confidencialidade e sigilo;
• Intencionalidade, sistematicidade e previsibilidade nas
intervenções, que precisam ser frequentes e, por vezes, por tempo
prolongado;
• Atuação interdisciplinar com profissionais de diversas formações
agregando olhares e saberes diferenciados e complementares;
• Maior domínio e rigor teórico-metodológico das equipes e atenção a
pressupostos éticos;
• Habilidades e capacidade técnica para intervenções mais complexas,
qualificadas e que exigem conhecimento e aprofundamento sobre a
multidimensionalidade das situações de risco e violação de
direitos;
• Compreensão do entrelaçamento das dimensões subjetivas e objetivas
dos sujeitos e reconhecimento de que o sofrimento humano está para
além de aspectos individuais, já que advém, também, das relações
constituídas sócio-historicamente, transitando, portanto, nos
contextos familiares e comunitários.
2) TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS NO PAEFI E O
PRONTUÁRIO SUAS
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
63
O Prontuário SUAS é um importante instrumento para o planejamento do
serviço e para o desenvolvimento de todo o processo do trabalho social com
famílias, pois não só registra as informações relevantes sobre a família, como
orienta a equipe técnica na construção de metodologias para maior qualificação
do acompanhamento sociofamiliar;
Padroniza a forma de registro, facilitando, inclusive, a construção da
memória do acompanhamento familiar dentro do equipamento;
O Prontuário SUAS contribui para dar visibilidade ao trabalho social com
famílias, pois fornece à equipe técnica um panorama geral, não somente da
família, mas também dos serviços acessados e a rede socioassistencial.
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de MSE de
Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade (Serviço de
MSE)
O Serviço de MSE em Meio Aberto, executado no CREAS, sob a gestão
da Política Pública de Assistência Social.
Nesse aspecto, é importante trabalhar os objetivos principais desse
serviço no sentido de garantir que todos os participantes possam debater
sobre:
1. A responsabilização;
2. A inserção do adolescente na vida comunitária;
3. A viabilização e o acesso aos direitos sociais;
4. A interrupção da Trajetória infracional
Registro e Informações
Censo SUAS:
monitoramento da oferta e qualidade do Serviço de MSE nos
CREAS;
atendimento às famílias de adolescentes em cumprimento de
medidas de LA e PSC nos CREAS;
Registro Mensal de Atendimento /CREAS (RMA 1): Quantificação
sistemática do número de adolescentes atendidos nos CREAS em
cumprimento de medidas de LA e PSC;
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
64
Registro Mensal de Atendimento /CREAS (RMA 2): Registro
Individualizado das Famílias – Identificação do NIS do Adolescente em
Cumprimento de MSE;
SISC – Identificação dos adolescentes incluídos no SCFV em
cumprimento de medidas de LA e PSC.
CadÚnico: Identificação do Adolescente (NIS) e Diagnóstico das
Famílias
Prontuário SUAS: Instrumento de registro e planejamento das famílias
com adolescentes em cumprimento de MSE em meio aberto; (Articula-
se com CadÚnico e o RMA).
Outro ponto importante e recomendável a trabalhar nessa aula está
relacionado às diferenças no Acompanhamento realizado pelo Plano Individual
do Adolescente e o Prontuário SUAS.
Acompanhamento MSE e Prontuário SUAS
PIA PRONTUÁRIO SUAS
Prazo de 15 dias para envio ao
Judiciário
Anotações ao longo do
acompanhamento
Elaborado e pactuado com o
adolescente e a sua família
Anotado pelo técnico
Estabelece metas pactuadas com o
adolescente e sua família
Registra a evolução do
acompanhamento (metas
estabelecidas)
Estabelece metas objetivas para o
cumprimento da medida
Instrumento aberto à dinâmica do
acompanhamento
Instrumento de planejamento Instrumento de registro e
acompanhamento
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Subsídios
para a discussão sobre o “Prontuário SUAS”. Brasília: 2012. Mimeo.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: sobre os saberes necessários à
prática educativa. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREITAS, Olga. Equipamentos e materiais didáticos: Brasília: Universidade de
Brasília, 2007.
MELLO, R. M. tecnologia Educacional, Paraná: CRTE. Telêmaco Borba, 2004.
MESQUITA, C.S.F, FARIAS, L.O.P, PALMA, F.A.M. Prontuário SUAS – um
estudo preliminar para a informatização do prontuário da família do Sistema
Único de Assistência Social. Revista Democracia Digital e Governo Eletrônico
(ISSN 2175-9391), n° 7, p. 206-240, 2012.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - CRAS. Brasília: 2009.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O CRAS que
Temos, o CRAS que Queremos: Orientações Técnicas – Metas de
Desenvolvimento dos CRAS. Brasília: 2010/2011.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS.
Brasília: 2011.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Lei Orgânica
da Assistência Social (Lei nº 8.742, de 07 dezembro de 1993 e Lei nº 12.435,
de 06 de julho de 2011). Brasília: 2012.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Guia de
cadastramento de grupos: populacionais, tradicionais e específicos: cadastro
único para programas sociais. Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de
Renda de Cidadania, 2012.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma
Operacional Básica – NOB SUAS (Resolução CNAS nº 33 de 12 de dezembro
de 2012). Brasília: 2012.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
66
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas sobre o PAIF: O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à
Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.
Brasília: 2012 (1).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas sobre o PAIF: Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família. Brasília: 2012 (2).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria
Nacional de Renda e Cidadania. Manual do Instrutor. Brasília, 2012 (3).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para
Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos - Eixos Estruturantes e Temas
Transversais. Brasília: MDS, 2012 (5). No prelo. (Versão Preliminar –
Circulação Restrita SNAS).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas: Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Deficiência e Idosas. Brasília: 2012 (4). (Versão Preliminar – Circulação
Restrita SNAS).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e
Indivíduos (PAEFI). Brasília: MDS, 2013. No prelo. (Versão Preliminar –
Circulação Restrita SNAS).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de
Orientações Técnicas: Serviço de MSE em Meio Aberto. Brasília: MDS, 2013.
No prelo. (Versão Preliminar – Circulação Restrita SNAS).
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações
Técnicas da Vigilância Socioassistencial. Brasília: 2013.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Concepção
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Brasília: 2013.
_____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política
Nacional de Assistência Social (Resolução CNAS nº 145 de 15 de outubro de
2004). Brasília: 2013.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO
PRONTUÁRIO SUAS
67
_____. Ministério da Saúde. Linha de Cuidados para a Atenção Integral à
Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências:
Orientações para Gestores e Profissionais de Saúde. Brasília: 2010.
_____. Brasil. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Protocolo Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes,
Pessoas Idosas e Pessoas com Deficiência em Situação de Riscos e
Desastres. Brasília: 2013.
_____. Resolução CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009. Aprova a
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, organizados por níveis de
complexidade do SUAS: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de
Média e Alta Complexidade.
_____. Resolução CIT nº 4, de 24 de maio de 2011. Institui parâmetros
nacionais para o registro das informações relativas aos serviços ofertados nos
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e Centros de Referência
Especializados da Assistência Social - CREAS.
_____. Resolução CIT nº 7 de 10 de setembro de 2009. Acorda procedimentos
para a gestão integrada dos serviços, benefícios socioassistenciais e
transferências de renda para o atendimento de indivíduos e de famílias
beneficiárias do PBF, PETI, BPC e benefícios eventuais, no âmbito do SUAS.
_____. Recursos didáticos. Disponível em: www.febnet.org.br/file/781.ppt
SANTOS, Adriana Aparecida. et al. Trabalho com famílias vulnerabilizadas:
dinâmicas orientadas na perspectiva do SUAS. Londrina: Ed. Mídia, 2006.
_____.Conceito de capacitação de pessoas. Disponível em:
www.trabalhosfeitos.com/ensaios. Acessado em outubro de 2014.
ANEXO 1 MATRIZ PEDAGÓGICA
AULA EMENTA CARGA
HORÁRIA
OBJETIVOS
INSTRUCIONAIS
ENFOQUE ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS
A adequada assimilação do
conteúdo permitirá ao aluno:
PRESENCIAL – 16 horas
1 e 2
1. Principais conceitos que definem a
Gestão da Informação e Processo de
Trabalho na Assistência Social
2. O Conteúdo e sentido das
informações no Prontuário SUAS e no
Cadastro Único;
3. Os profissionais responsáveis pelo
preenchimento e manuseio; Sigilo das informações contidas no Prontuário SUAS; 4. Reflexão sobre a dimensão ética e a prática dos processos de trabalho social com famílias relacionada ao uso do
Prontuário SUAS;
04
1. Compreender o objetivo e
importância da organização dos
processos de trabalho;
2. Apontar os pontos principais
sobre o marcos normativos da
Vigilância Socioassistencial
3. Reconhecer as diferenças e
complementaridade do Cadastro
Único e o Prontuário SUAS.
4. Refletir sobre a responsabilidade
ética profissional com o registro das
informações;
1. Apresentar a Vigilância
Socioassistencial como processo
e produto do trabalho com
informações sobre o território;
2. Discutir sobra a importância
da coleta de informações que são
necessárias para subsidiar as
atividades de planejamento e
execução do Sistema Único de
Assistência Social na garantia de
proteção social.
3. Apresentar algumas
premissas importantes relativas
às Organizações.
4. Apresentar os conceitos de
Prontuário SUAS e do Cadastro
Único
5. Discutir sobre que
profissional faz preenchimento
do Prontuário.
6. Trabalhar as implicações e
compromissos de sigilo entre o
profissional e o cidadão-usuário.
Aulas expositivas/
Dialogadas.
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO PRONTUÁRIO SUAS
3
1. Apresentação e discussão do Prontuário SUAS e seu Manual.
6h
1. Explorar o Prontuário SUAS como forma de padronização da informação. 2. Discorrer sobre cada bloco do Prontuário SUAS dirimindo todas as duvidas.
3. Manusear o Prontuário em consonância com o Manual
1. Facilitar com exemplos e exercícios a absorção de caminhos para manipular e registrar as informações no Prontuário. 2. As informações registradas no Prontuário devem subsidiar a leitura do território 3. Estimular a organização de dados para viabilizar a gestão direcionada à prevenção e não só a atenção à vitimização; 4. Reforçar o caráter dinâmico e participativo da família que deve haver no registro das informações dos prontuários.
Aulas expositivas/ dialogas e atividade
prática
4
1.Conhecendo e utilizando os sistemas eletrônicos: CadSUAS, RMA, Prontuário Eletrônico Simplificado (RMA 2),
2h
1. Refletir sobre as possíveis fontes de dados para Vigilância Social; 2. Explorar sistemas e estratégias para coleta de dados para subsidiar a Vigilância sobre os riscos e vulnerabilidades das famílias nos territórios, tais como: CadÚnico e; RMA; entre outros;
1. Refletir sobre a importância do registro, coleta e leitura dos dados; 2. Favorecer a autonomia e o autodidatismo dos participantes apoiados por tutoriais e Oficinas; 3. Reforçar o caráter dinâmico e participativo que deve haver na produção e sistematização de dado.
Aulas práticas em laboratório
informatizado
MATERIAL DE APOIO AO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DO USO DO PRONTUÁRIO SUAS
5 e 6
PAIF; PAEFI e MSE. 4h
1 Identificar a importância do Prontuário SUAS no acompanhamento familiar para superação das vulnerabilidades sociais vivenciadas pelas famílias nos territórios;
2 O lugar ocupado pelo profissional no trabalho social com famílias;
1 Explorar o conceito de vulnerabilidade, principal conceito que permeia a proteção básica; 2 Refletir a importância do acompanhamento familiar na superação das vulnerabilidades. 3 Compreender a diferença
atendimento e acompanhamento familiar;
Aulas expositivas/ dialogas e atividade prática: Discussão
de caso e seu registro no Prontuário
5
1. O Planejamento e execução do trabalho social com famílias no PAIF
2h
6
1. Planejamento e Execução do Acompanhamento Familiar no PAEFI e no Serviço de Medidas Socioeducativas
2h
1. Refletir a Organização técnica e operacional dos serviços;
2. Explorar Atuação interdisciplinar com profissionais de diversas formações agregando olhares e saberes diferenciados e complementares;
3. A importância do Prontuário SUAS
para o planejamento do serviço e para o desenvolvimento de todo o processo do trabalho social com famílias,
1 analisar as complexidades, uma vez que as situações de violência e violação de direitos necessitam ser contextualizadas e desveladas pelos profissionais; 2 analisar as diferenças no Acompanhamento realizado pelo Plano Individual do Adolescente e o Prontuário SUAS.
Aulas expositivas/ dialogas e atividade
prática: Discussão de caso e seu registro
no Prontuário
4
ANEXO 2 - AVALIAÇÃO Oficina de Multiplicadores para Implantação e Utilização do Prontuário SUAS
Atividade de Conclusão da Multiplicação (A entrega deste trabalho escrito é requisito obrigatório para recebimento do Certificado)
Nome do Participante: _______________________________________________________ Tel: ( ) ______________________
Município:_________________________________________ UF: _____ e-mail: _____________________________________
Descreva de maneira breve: a) quais estratégias você imagina utilizar para realizar o processo de multiplicação no seu município ou região, ou seja, como você pretende organizar e materializar o processo de transmissão de conhecimentos e de implantação do uso do Prontuário SUAS? b) quais os principais argumentos que você utilizaria para demonstrar aos seus colegas de trabalho a relevância do Prontuário SUAS, de modo a conquistar a adesão dos mesmos para a utilização deste instrumento.
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
5
FICHA DE AVALIAÇÃO Oficina de Multiplicadores para Implantação e Utilização do Prontuário SUAS
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA OFICINA (Para cada item, assinale a opção que melhor reflete sua opinião)
Exce
len
te
Bo
m
Re
gula
r
Ru
im
Pé
ssim
o
1. Processo de divulgação e seleção realizado pelo MDS 2. Comunicação entre a Organização (MDS) e os profissionais selecionados 3. Eficiência no envio/recebimento das passagens aéreas 4. Eficiência do traslado aeroporto/hotel/aeroporto 5. Qualidade dos quartos do hotel 6. Adequação das instalações nas salas de aula 7. Qualidade da alimentação servida aos participantes 8. Cordialidade e gentileza dos funcionários do hotel 9. Cordialidade e gentileza da equipe de Organização do MDS 10. Avaliação geral em relação à Organização da Oficina
AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO E DESENVOLVIMENTO DA OFICINA (Para cada item, assinale a opção que melhor reflete sua opinião)
Exce
len
te
Bo
m
Re
gula
r
Ru
im
Pé
ssim
o
11. Objetivo/tema da Oficina 12. Adequação dos temas abordados para alcance do objetivo proposto pela Multiplicação 13. Coerência no encadeamento/sequencia das aulas 14. Conhecimento dos professores em relação aos temas das atividades 15. Metodologia utilizada pelos professores 16. Possibilidade de participação e manifestação durante as aulas/atividades 17. Articulação e equilíbrio entre os aspectos teóricos e práticos na abordagem dos temas 18. Adequação da carga horária da Multiplicação 19. Contribuição desta Oficina para sua formação enquanto Multiplicador 20. Avaliação geral em relação ao conteúdo e desenvolvimento da Oficina
AUTOAVALIAÇÃO DO PARTICIPANTE (Para cada item, assinale a opção que melhor reflete sua opinião)
Exce
len
te
Bo
m
Re
gula
r
Ru
im
Pé
ssim
o
21. Qual era seu grau de conhecimento e domínio deste tema antes de participar da Oficina? 22. Como você avalia o seu envolvimento e comprometimento durante as aulas e atividades? 23. Como você avalia o seu aprendizado durante as aulas e atividades? 24. Como você avalia o seu preparo para atuar como Multiplicador neste tema? 25. Qual seu grau de conhecimento e domínio do tema depois de participar da Oficina?
COMENTÁRIOS/SUGESTÕES: ___________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________